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Blog da Bia
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xbabybears · 4 years ago
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To the sea
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Leia o plot ouvindo essa música 22/04/2020 “E eu sou fraco de todas as coisas que eu sei"
Caminhava em direção a areia da praia sentindo o vento bater em meu rosto de um jeito que parecia até carinhoso, a música em meu fone não podia deixar que mentisse, eu estava com saudades, fecho meus olhos por um instante e respiro forte sentindo meu coração estranho. Era dali uma semana, completaria 15 anos desde que eles se foram e nada nesse mundo poderia me doer mais. Caminho pelo caminho de pedras chegando a uma parte pouco visitada da praia e me ponho de joelhos ali deslizando meus pequenos dedos por uma inscrição em uma pedra, marcadas em tinta branca de um jeito que o tempo misteriosamente nunca apagou, H e L e um coração, Harry e Lilian, as pessoas mais amorosas que conheci em minha vida, meus pais. “Você pensa em mim quando você olha para o mar?”
E era ali, naquele exato local, aonde eles marcaram suas iniciais que nossa história começa e de certa forma termina. Eles eram unidos por uma paixão e ironicamente, foi essa a paixão que me tirou as pessoas que eram meu tudo e me deixou sem chão. Ninguém até hoje sabe ao certo como eu e meu irmão sobrevivemos ao dia 27 de abril de 2005, mas acho que para você entender esta historia, você precisa saber que nossos pais eram fissurados em velejar e eram experientes nisso, por isso naquele dia, meu aniversário de três anos eles decidiram que íamos passar uma semana apenas nós quatro no barco. Mas o que meus pais não sabiam é que um pequeno ciclone faria a vela quebrar, o barco virar e ali, minha saga inexplicável começar. “Uma torção, um conto, um rasgo na minha vela e nós somos feitos para assistir as paredes caírem”. Era perto das oito da noite, uma chuva forte atingiu o local aonde estávamos com a vela, meu pai pediu que mamãe, meu irmão e eu entrássemos na parte do quarto e esperássemos ele resolver tudo, meu pai pensava que estava tudo bem, tudo certo, mas ele não contava com a força daquela tempestade que curiosamente foi chamada de Bianca, por causa de mim. Surreal isso, não? Dois velejeiros experientes terem sido rapidamente levados pelo mar, ninguém nunca soube para onde e a dúvida era como um garotinho de 4 anos e uma pequena garota de 3 anos de idade teriam conseguido sobreviver durante 1 dia inteiro a deriva deitados em uma boia com rede que foi levada pela correnteza em segurança até o mesmo local em que seus pais alguns anos antes haviam deixado suas iniciais gravadas. Aperto meus olhos ainda de joelhos no chão deixando minha memoria me levar para esse dia, fazia frio, eu já estava bastante desidratada e cansada, me levaram dali, eu não tinha nenhum outro parente vivo, nunca imaginei que ter sobreviver me traria tantos problemas, mais problemas, 16 adoções em que nenhuma dava certo, isso tudo havia criado uma garota frágil, meiga e doce, a quem eu carinhosamente chamo internamente de Lily. Mas Lily não é alguém que eu quero compartilhar com todo o mundo, ela é meiga demais para saber lidar com todas as coisas que eu, Bianca lido. E assim, de casa em casa, orfanato em orfanato eu vivo desde este dia, deixando Lily trancafiada em alguma parte de mim que eu sigo, vivendo como se tudo fosse o ultimo dia, colocando tudo e todos sempre no limite de si, querendo tudo da minha maneira, passando do ponto por muitas vezes, uma criança perversa ou seria perdida? Uma pessoa ao mesmo tempo mimada e carente. Respiro aliviada ainda com minha mão contornando as letras enquanto meu pensamento ainda viaja longe em todos os acontecimentos a seguir então me deixo chorar de felicidade, mas também de medo, pela primeira vez em 15 anos eu poderia ter um lugar para realmente chamar de lar e sem as expectativas de que seria devolvida novamente ao orfanato. Finalmente estaria livre daquele local, mas não podia imaginar que meus pais tinham muito, mas muito dinheiro. Então entrando em uma aventura que envolve amigos, amores mal resolvidos, viagens inesperadas, eu tento seguir a vida da melhor maneira que posso ter.
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xbabybears · 4 years ago
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If i stay
Este plot mistura partes escritas pela autora com a obra de Gayle Forman nomeada Se eu ficar
Live or die? That's the important choice… and it's not always in our hands.
Musica para ouvir enquanto lê
Todos pensam que foi por causa da neve. E, de certa forma, creio que estejam certos. Hoje de manhã acordei e deparei-me com um cobertor branco de neve cobrindo o nosso jardim. Não chega a medir três centímetros de espessura, mas, nesta região, um simples grão de poeira faz com que tudo pare enquanto o único trator limpa-neve do município trabalha para limpar as estradas. São gotas que caem do céu — e caem, caem, caem —, mas não é granizo nem flocos de neve.  É neve o bastante para eu não ir trabalhar. Tomo um rápido café da manhã e depois de arrumar tudo para um piquenique, abro um portal, que daria acesso ao Rio de Janeiro. Nunca havia feito algo assim antes, mas estava confiante. Estava no lugar que me fazia querer estar viva, levava meu violoncelo comigo, precisava treinar para Julliard.  Ainda não entrei, mas meu recital estava indo muito bem. A Suíte de Bach e a de Shostakovich foram tocadas por mim como nunca haviam sido, como se os meus dedos fossem nada além de uma extensão das cordas e do arco. Quando terminei de tocar, ofegante, minhas pernas tremiam de tanto pressionar o instrumento e um avaliador aplaudiu ligeiramente, o que, imagino, não acontece com muita frequência. Enquanto me levantava, o mesmo avaliador me disse que havia muito tempo a escola não “via uma garota interiorana” tocar daquela forma. A professora Christie considerou o comentário uma garantia de aprovação. Eu não tive tanta certeza assim. E não estava totalmente segura de que o meu desejo fosse mesmo a verdade. Bem como a ascensão meteórica da Shooting Star, a minha admissão na Juilliard — se acontecesse — criaria algumas complicações, ou, para ser mais precisa, dificultaria ainda mais as coisas que vinham surgindo nos últimos meses. Me sento e passo algum tempo ali, treinando, como um pouco de tudo que havia levado, já estava ficando escuro, o sol se punha em minha frente anunciando que era minha hora de voltar. Tento várias vezes criar um novo portal, o que acaba sugando mais minha energia, me deixando mais fraca. Coloco uma musica em seu celular sem fones mesmo e me concentro no quarto da Sun, pois sabia que ela estaria em casa, fecho meus olhos sentindo o portal abrir e piso para frente, me sinto tonta e há muito barulho. Uma sinfonia estridente, um coro de estalos, uma ária de explosões, e por fim, a triste ovação dos meus ossos caindo no chão. E então, o silêncio, exceto por uma coisa: a Sonata para violoncelo nº 3 de Beethoven continua tocando. De alguma maneira, meu celular continua ligado, então, Beethoven ainda toca nesta noite agora novamente tranquila de maio. No começo, acho que está tudo bem. Primeiro porque ainda consigo ouvir Beethoven. Depois porque estou aqui, imóvel, no meio do quarto da Sun. Quando olho para baixo, o vestido solto e os sapatos de brilho estão do mesmo jeito de quando saí de casa. Então vejo a Sun, em minha frente, sua feição era de espanto, Beethoven para de tocar, não sei se os gritos da garota estavam encobrindo ele ou se havia parado mesmo, mas eu já não o ouço. Começo a falar com ela, tentar dizer que me sentia mal, fraca, que sentia dor, mas ela me ignora, pega o celular começando a ligar para alguém, a dor não passava, só aumentava. E ela me ignorar me deixava irritada. Ela sai do ambiente e o silêncio retorna então, ouço alguma coisa. É a música. Ainda posso ouvi-la. Concentro-me nela. Imagino-me tocando a Sonata nº 3 de Beethoven e movimento minhas mãos, do jeito que sempre faço quando ouço as peças que estou ensaiando. Pedro chama isso de “violoncelo imaginário”. Ele sempre me pergunta se um dia poderemos tocar um dueto, ele no violão e eu no meu violoncelo. — Quando terminarmos, podemos arrebentar os nossos instrumentos imaginários — brinca. — Sei que você tem vontade de fazer isso. Toco, prestando atenção apenas nela, até que o último sinal de vida do celular se vai e com ele, a música. Pouco tempo depois, o barulho das sirenes começa a se aproximar. Estou morta? Preciso fazer esta pergunta a mim mesma. Será que estou morta? Parece óbvio que sim, estou morta. Que o instante de ficar parada observando o tudo foi passageiro, um rápido intervalo de tempo onde o flash da vida passou pelos meus olhos, até que eu fosse transportada para algum lugar, sabe-se lá onde. Mas os paramédicos estão aqui agora, e também a Sun e a dona Isabelly. O que está acontecendo comigo? Estou pensando em todas essas coisas quando a paramédica de sardas e cabelo ruivo que estava cuidando de mim respondeu a minha pergunta   — Ela está na escala 8 do coma Glasgow. Vamos entubá-la agora — grita. Na mesma hora, eles enfiam um tubo pela minha garganta, colocam um balão nele e começam a bombear. Eles me carregam até a ambulância: a ruiva sobe comigo. Ela bombeia o balão com uma das mãos e ajusta o tubo intravenoso e os meus monitores com a outra. Depois afasta um emaranhado de cabelo que está sobre a minha testa. — Aguente firme — ela pede. Quando a ambulância em que estou se aproxima do hospital, os médicos se apressam e me levam para dentro. Há muitas coisas erradas comigo. Aparentemente, meus pulmões entraram em colapso. Hemorragia interna de origem desconhecida. E o mais grave, contusões cerebrais que não foram imediatamente diagnosticadas por serem minusculas. Minha barriga doía, e mesmo eu estando fora de mim, eu podia sentir, era como se um buraco estivesse ali.  Acabaram por me levar da sala de recuperação para a Unidade de Tratamento Intensivo, ou UTI. É uma sala em formato de ferradura, e vejo uma dúzia de camas e um grupo de enfermeiros que não param de circular pelo espaço, lendo as impressões dos computadores que saem de algum lugar à altura dos nossos pés e que registram os nossos sinais vitais. No meio do quarto há ainda mais computadores e uma escrivaninha enorme, com outra enfermeira sentada. Há duas enfermeiras que me observam, além de uma ronda interminável de médicos. Um deles é um homem taciturno, rechonchudo, tem cabelo loiro e bigode e com o qual não simpatizo muito. E a outra é uma mulher cuja pele é tão negra que chega a ser azul e ela tem a voz muito alegre, me chama de “docinho” e não para de esticar os cobertores da minha cama, mesmo que eu não esteja fazendo praticamente nenhum movimento com o corpo para tirá-los do lugar. Há tantos tubos ligados em mim que não consigo contá-los: um ligado à minha garganta, respirando por mim; outro no meu nariz, e que mantém o meu estômago vazio; um na minha veia, me mantendo hidratada; um na minha bexiga, fazendo xixi por mim; muitos estão ligados ao meu peito, registrando as batidas do meu coração; outro está ligado a meu dedo, registrando a minha pulsação. O respirador que está cumprindo o papel da minha respiração tem um ritmo tão suave quanto um metrônomo: inspira, expira, inspira, expira. Eles monitoravam os pequenos mas rápidos batimentos vindos de mim, eram fortes, o que significavam que estava tudo bem. Vejo Sun passar pela porta, desta vez a vejo de longe, eu estava meio que sobrevoando o local, ela parecia pálida, como quem havia chorado por horas. Não permitem que ela fique muito tempo ali, então levam ela até um salão cheio de carpete e quadros, suponho que seja a sala de visitas. Logo que ela sai, uma médica chega com resultado de vários exames e faz uma cara de pena quando me vê ali. Temia que isso fosse um sinal de que eu não sobreviveria e que não poderia mais em nenhum dia da minha vida voltar a me dedicar as coisas que amava. Tentava chorar, mas eu não tinha de fato um corpo. Ouvia a médica dizendo para a enfermeira que eu precisaria de uma cirurgia no cérebro e que isso seria perigoso, por isso precisavam de um responsável legal meu e do pequeno ser que estava em meu ventre. Pedro, meu Deus o Pedro! Ele mesmo vai surtar e terminar de me matar quando souber que eu coloquei tudo em risco assim por ser uma garota mimada e inconsequente. Demorava um tanto para que o mesmo chegasse ao hospital, pelas roupas eu sabia, estava trabalhando, o que justificava sua demora. A médica explica tudo para ele e então, com seu consentimento e sabendo dos riscos, sigo para a cirurgia.  Agora, neste exato momento, dentro do centro cirúrgico, os médicos tiveram de remover meu baço, inserir um tubo para drenar a água que se acumula nos pulmões e dar um jeito em o que quer que estivesse causando a hemorragia interna. Não há muito que eles possam fazer em relação ao meu cérebro. — Temos de esperar para ver — diz um dos cirurgiões, olhando para uma das tomografias computadorizadas da minha cabeça. — Enquanto isso, chamem o banco de sangue. Preciso de duas unidades de “O negativo” e de mais duas unidades reserva. “O negativo”. É o meu tipo de sangue. E eu não fazia a menor ideia. Não é algo sobre o qual já tive de pensar a respeito antes. Nunca havia estado num hospital, exceto quando fui salva ainda criança, passei 2 dias internada para verem os efeitos de ter ficado tanto no mar.  A sala de cirurgia é pequena e está cheia, repleta de luzes fluorescentes, o que destaca o quanto este lugar está encardido. Não é como na TV em que as salas de cirurgia são como teatros imaculados que poderiam acomodar um cantor de ópera e uma plateia. O chão, apesar de estar polido e brilhante, está cheio de marcas de ferrugem, as quais acredito serem antigas manchas de sangue. Sangue. Por todo o lado. Mas isso não incomoda os médicos nem um pouco. Eles cortam, costuram e fazem a sucção do rio de sangue que se forma sem nenhum problema, como se estivessem lavando a louça com água e detergente. Enquanto isso, injetam uma espécie de mangueira na minha veia e não param de reabastecer a bolsa de sangue. A anestesista tem dedos delicados. Ela está sentada ao lado da minha cabeça, observando todos os meus sinais vitais, ajustando a quantidade de líquidos, gases e de drogas que estão injetando em mim. Ela deve estar fazendo um bom trabalho porque aparentemente não sinto nada, embora não parem de mexer no meu corpo. É um trabalho duro e complicado, não tem nada a ver com um jogo chamado “Operação” com o qual brincávamos quando éramos crianças e em que você tinha que tomar cuidado para não tocar os lados da figura enquanto removia um osso, do contrário o alarme soava. A anestesista acaricia as minhas têmporas distraidamente com suas luvas de látex. Era isso que mamãe costumava fazer quando eu chegava em casa com gripe ou com uma daquelas dores de cabeça terríveis que doíam tanto que eu chegava a me imaginar cortando uma veia da minha testa só para aliviar a pressão.  A cirurgia parece interminável. Estou exausta. Não sei como os médicos têm energia para continuar. Eles continuam ali, de pé, parados, mas é como se aquilo fosse mais difícil que correr uma maratona inteira. Começo a desviar a minha atenção e a me questionar sobre qual é o meu estado. Se não estou morta — e o monitor que acompanha os batimentos cardíacos continua apitando, então suponho que não morri —, mas não sou eu quem está no meu corpo, então, será que posso ir para outro lugar? Sou um fantasma?
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xbabybears · 5 years ago
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22/04/2020 “E eu sou fraco de todas as coisas que eu sei"
Caminhava em direção a areia da praia sentindo o vento bater em meu rosto de um jeito que parecia até carinhoso, a música em meu fone não podia deixar que mentisse, eu estava com saudades, fecho meus olhos por um instante e respiro forte sentindo meu coração estranho. Era dali uma semana, completaria 15 anos desde que eles se foram e nada nesse mundo poderia me doer mais. Caminho pelo caminho de pedras chegando a uma parte pouco visitada da praia e me ponho de joelhos ali deslizando meus pequenos dedos por uma inscrição em uma pedra, marcadas em tinta branca de um jeito que o tempo misteriosamente nunca apagou, H e L e um coração, Harry e Lilian, as pessoas mais amorosas que conheci em minha vida, meus pais. “Você pensa em mim quando você olha para o mar?”
E era ali, naquele exato local, aonde eles marcaram suas iniciais que nossa história começa e de certa forma termina. Eles eram unidos por uma paixão e ironicamente, foi essa a paixão que me tirou as pessoas que eram meu tudo e me deixou sem chão. Ninguém até hoje sabe ao certo como eu sobrevivi ao dia 27 de abril de 2005, mas acho que para você entender esta historia, você precisa saber que meus pais eram fissurados em velejar e eram experientes nisso, por isso naquele dia, meu aniversário de três anos eles decidiram que íamos passar uma semana apenas nós três no barco. Mas o que meus pais não sabiam é que um pequeno ciclone faria a vela quebrar, o barco virar e ali, minha saga inexplicável começar. “Uma torção, um conto, um rasgo na minha vela e nós somos feitos para assistir as paredes caírem”Era perto das oito da noite, uma chuva forte atingiu o local aonde estávamos com a vela, meu pai pediu que mamãe e eu entrássemos na parte do quarto e esperássemos ele resolver tudo, meu pai pensava que estava tudo bem, tudo certo, mas ele não contava com a força daquela tempestade que curiosamente foi chamada de Bianca, por causa de mim. Surreal isso, não? Dois velejeiros experientes terem sido rapidamente levados pelo mar, ninguém nunca soube para onde e uma pequena garota de 3 anos de idade ter conseguido sobreviver durante 1 dia inteiro a deriva deitada em uma boia que com rede seria levada pela correnteza em segurança até o mesmo local em que seus pais alguns anos antes haviam deixado suas iniciais gravadas. Aperto meus olhos ainda de joelhos no chão deixando minha memoria me levar para esse dia, fazia frio, eu já estava bastante desidratada e cansada, me levaram dali, eu não tinha nenhum outro parente vivo, nunca imaginei que ter sobreviver me traria tantos problemas, mais problemas, 16 adoções em que nenhuma dava certo, isso tudo havia criado uma garota frágil, meiga e doce, a quem eu carinhosamente chamo internamente de Lily. Mas Lily não é alguém que eu quero compartilhar com todo o mundo, ela é meiga demais para saber lidar com todas as coisas que eu, Bianca lido. E assim, de casa em casa, orfanato em orfanato eu vivo desde este dia, deixando Lily trancafiada em alguma parte de mim que eu sigo, vivendo como se tudo fosse o ultimo dia, colocando tudo e todos sempre no limite de si, querendo tudo da minha maneira, passando do ponto por muitas vezes, uma criança perversa ou seria perdida? Uma pessoa ao mesmo tempo mimada e carente. Respiro aliviada ainda com minha mão contornando as letras enquanto meu pensamento ainda viaja longe em todos os acontecimentos a seguir então me deixo chorar de felicidade, mas também de medo, pela primeira vez em 15 anos eu poderia ter um lugar para realmente chamar de lar e sem as expectativas de que seria devolvida novamente ao orfanato. Finalmente estaria livre daquele local, mas não podia imaginar que meus pais tinham muito, mas muito dinheiro. Então entrando em uma aventura que envolve amigos, amores mal resolvidos, viagens inesperadas, eu tento seguir a vida da melhor maneira que posso ter.
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xbabybears · 5 years ago
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To the sea 22/04/2020 “E eu sou fraco de todas as coisas que eu sei"
Caminhava em direção a areia da praia sentindo o vento bater em meu rosto de um jeito que parecia até carinhoso, a música em meu fone não podia deixar que mentisse, eu estava com saudades, fecho meus olhos por um instante e respiro forte sentindo meu coração estranho. Era dali uma semana, completaria 15 anos desde que eles se foram e nada nesse mundo poderia me doer mais. Caminho pelo caminho de pedras chegando a uma parte pouco visitada da praia e me ponho de joelhos ali deslizando meus pequenos dedos por uma inscrição em uma pedra, marcadas em tinta branca de um jeito que o tempo misteriosamente nunca apagou, H e L e um coração, Harry e Lilian, as pessoas mais amorosas que conheci em minha vida, meus pais. “Você pensa em mim quando você olha para o mar?”
E era ali, naquele exato local, aonde eles marcaram suas iniciais que nossa história começa e de certa forma termina. Eles eram unidos por uma paixão e ironicamente, foi essa a paixão que me tirou as pessoas que eram meu tudo e me deixou sem chão. Ninguém até hoje sabe ao certo como eu sobrevivi ao dia 27 de abril de 2005, mas acho que para você entender esta historia, você precisa saber que meus pais eram fissurados em velejar e eram experientes nisso, por isso naquele dia, meu aniversário de três anos eles decidiram que íamos passar uma semana apenas nós três no barco. Mas o que meus pais não sabiam é que um pequeno ciclone faria a vela quebrar, o barco virar e ali, minha saga inexplicável começar. “Uma torção, um conto, um rasgo na minha vela e nós somos feitos para assistir as paredes caírem”Era perto das oito da noite, uma chuva forte atingiu o local aonde estávamos com a vela, meu pai pediu que mamãe e eu entrássemos na parte do quarto e esperássemos ele resolver tudo, meu pai pensava que estava tudo bem, tudo certo, mas ele não contava com a força daquela tempestade que curiosamente foi chamada de Bianca, por causa de mim. Surreal isso, não? Dois velejeiros experientes terem sido rapidamente levados pelo mar, ninguém nunca soube para onde e uma pequena garota de 3 anos de idade ter conseguido sobreviver durante 1 dia inteiro a deriva deitada em uma boia que com rede seria levada pela correnteza em segurança até o mesmo local em que seus pais alguns anos antes haviam deixado suas iniciais gravadas. Aperto meus olhos ainda de joelhos no chão deixando minha memoria me levar para esse dia, fazia frio, eu já estava bastante desidratada e cansada, me levaram dali, eu não tinha nenhum outro parente vivo, nunca imaginei que ter sobreviver me traria tantos problemas, mais problemas, 16 adoções em que nenhuma dava certo, isso tudo havia criado uma garota frágil, meiga e doce, a quem eu carinhosamente chamo internamente de Lily. Mas Lily não é alguém que eu quero compartilhar com todo o mundo, ela é meiga demais para saber lidar com todas as coisas que eu, Bianca lido. E assim, de casa em casa, orfanato em orfanato eu vivo desde este dia, deixando Lily trancafiada em alguma parte de mim que eu sigo, vivendo como se tudo fosse o ultimo dia, colocando tudo e todos sempre no limite de si, querendo tudo da minha maneira, passando do ponto por muitas vezes, uma criança perversa ou seria perdida? Uma pessoa ao mesmo tempo mimada e carente. Respiro aliviada ainda com minha mão contornando as letras enquanto meu pensamento ainda viaja longe em todos os acontecimentos a seguir então me deixo chorar de felicidade, mas também de medo, pela primeira vez em 15 anos eu poderia ter um lugar para realmente chamar de lar e sem as expectativas de que seria devolvida novamente ao orfanato. Finalmente estaria livre daquele local, mas não podia imaginar que meus pais tinham muito, mas muito dinheiro. Então entrando em uma aventura que envolve amigos, amores mal resolvidos, viagens inesperadas, eu tento seguir a vida da melhor maneira que posso ter. 
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