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Me meto a tentar entender os outros
mas tudo o que eu consigo é ver
no fundo de cada ato e palavra
meu reflexo gravado
naquilo que não devia ser eu
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Sinto como se estivesse distante
afastado, como um espectador que sente
Buscando me aterrar, e voltar pra dentro de mim
acabo por sentir cada centímetro do meu corpo
Ainda assim me sinto distante
parece que cada vez mais
Perco a presença daquilo que é imediato
observo por cima aquilo que devia ser focal
Lido e penso antes de comandar
esse manequim de carne que não para de incomodar
Quem é este?
O que é?
Porque é?
Pra que continua sendo?
Me apego aos prazeres e aos sentidos
porque o mais lógico parece ser desembarcar
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Melancolia
Penso muito na sua voz
desde as poucas vezes que a ouvi
Sua risada, sua boca
tudo o que eu mais queria
Lua em Câncer eles dizem
faz a gente ficar assim
Fica mais forte, mais intenso
será? parece que sinto isso desde sempre
Ai de mim que tenho que me contentar
com o pouco que posso ter
querendo aquilo que, se fosse por mim
não estaria em mãos tão distantes
Melancolia?
pode ser isso, mas
o sentimento é de nostalgia
do cheiro, do beijo, do toque
Estar entre os braços que nunca me envolveram
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Angústia
fazendo aquilo que o caminho me entrega
como se fosse parte do meu caminho
aquela mistura entre a vida que você queria ter
e as consequências daquelas coisas que te trouxeram até aqui
o tempo parece uma prisão
que arrasta e te rola praquilo
que nem o vento e nem a direção
parecem se importar
sigo tentando buscando clamando
quando que aquilo que traz vida
ou ao menos uma singela gota de êxtase
vai se estabelecer no meu caminhar?
a solidão nos meus pensamentos
toda vez que percebo que faço o que faço
sem reclamar sem espernear
com a maestria que poucos exercem
mas fazendo com pesar
o pesar do tempo da vontade do desejo
aquilo que amarga no peito ao bater do ponteiro
suga drena esgota as últimas gotas de alma
pra no tempo que me resta, ao invés de viver
descansar
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Salve a rainha do inferno, salve o amor e a morte!
Meu anjo da morte vem me trazer mais uma graça
Seu fogo ácido, que lava como lava
Da figueira, os frutos queimam
Trazendo a vida antes represada no abismo
Calcinita o putrefato!
Integra o recalcado!
Que a fúria do dragão desperte,
Com a força da morte do meu eu!
Fonte de sangue e poder
Seus vapores transformam o impuro
No mais virtuoso alimento da minha alma
Dancemos a dança macabra
Que no abismo infernal
Dá a vida, a partir da morte!
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O rei morreu. Viva a criança coroada!
Aquele que rege com sua consciência repousada sobre a torre, iluminado pela abóboda celeste e pelo fogo da Vontade, que queima em seu peito como a fúria do Dragão.
Queima tudo aquilo que parece ser outro, taca fora o que é automático e automatizado, pois a criança coroada só avança quando está livre de impedimentos. Livre para agir, livre pra criar, livre pra amar. Como pode Um se conectar ao outro se o outro for limitado por aquilo que o envolveu e condicionou?
O primeiro passo para uma consciência liberta é a capacidade de estar presente, estar consciente. “Atenção plena” (mindfulness pros coaches), é o nome que a monja da cerveja dá ao estado de consciência tão buscado por todos aqueles que não conseguem frear a torrente de pensamentos e informações que nos bombardeiam a cada segundo (ouçam o que ela tem a dizer sobre atenção plena, a técnica que ela passa nos vídeos dela sobre respiração consciente ensina em poucos minutos e com resultados bem bacanas). Aparentemente muito difícil praqueles que nunca se dedicaram ou tentaram, de alguma forma, focar o pensamento em si mesmo, no próprio pensamento, mas um dos primeiros exercícios na maioria dos roteiros famosinhos de magia e desenvolvimento místico/mágicko que encontramos por aí (vide os exercícios de concentração que encontramos no Liber ABA, no Liber Null, nos manuais de wicca e bruxaria (o primeiro tomo oculto que passou por minhas mãos foi o querido “A Dança Cósmica das Feiticeiras” de Starhawk)).
Por meio da atenção plena conseguimos nos conectar à nuances da esfera das sensações que, muito comumente, passam desapercebidas pelo nosso aparelho sensorial. A meditação em sí, ou, como meu amado colega Frater Teth chama, a “metacognição”, é o ato de fazer com que o alvo da consciência ativa, observadora seja a própria consiencia, o ato de pensar e observar o próprio fluxo de pensamentos, sem viés e sem apego, e deixa-los ir, da mesma forma com que apareceram. Tendo dito isso, reitero aqui a importância da metacognição na minha abordagem de fazer mágicko. E reitero também a importância de estar “no alto da torre”, parafraseando sua majestade Lord A, pois é no alto da torre em que observamos, absorvemos e temos as condições ideais para agir de acordo com aquilo que queima a nossa Vontade, sem freios e livres daquilo que nos condiciona.
Continua..
#thelema#meditation#mindfulness#magick#energy work#occulltism#gnosis#vampire#vampyr#spiritual development#alchemy#wicca#witchcraft
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