v-e-r-a-n-i-z-a-r

[v-e-r-a-n-i-z-a-r]

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every Ross i’ve ever met thinks he’s a Chandler

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why should I care about you if you don’t care about me.

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acontece o tempo todo. a gente esquece o último beijo que teve com ele ou ela. o último momento feliz e que você estavam juntos. mais tarde tentaremos relembrar e cada vez mais as memórias se distorcem até você não conseguir lembrar de mais nada. já não lembra se foi rápido ou lento, onde você colocou as mãos, onde ele/ela colocou as mãos, nem lembra o dia nem a hora, nem o cheiro do chão molhado ou o sol batendo no topo da cabeça dos dois. você distorce até não lembrar, até virar um vão. mas um dia, você estará escovando os dentes ou lavando o cabelo ou até mesmo lendo um documento ou fazendo o café e você vai lembrar. e o seu peito vai doer. vai ter um nó na sua garganta. nessa hora, duas coisas podem acontecer: você pode sorrir de saudade e de ter conseguido lembrar ou chorar de saudade por ter sido o último beijo e não o penúltimo. mas esse nó se traduz mesmo no desespero de ter esquecido por muito tempo. isso vale para as duas possibilidades.

eu não quero esquecer nosso último beijo. eu sei que provavelmente foi o último. então eu vou deixar aqui gravado o que meu cérebro vem se esforçando esses últimos dias pra não esquecer. preciso de uma folga pro meu cérebro.

você tava com a mesma blusa azul da segunda vez que saímos e a mesma mochila também. você levantou da minha cama e olhou o horário no celular e disse que tinha que ir. levantei chateada e saímos pra sala. você ficou parado me esperando colocar o tênis e me perguntou pra quê colocar o tênis. apertei o interfone pra destravar o portão, já que estava chovendo e molharíamos muito até destrancar o portão. descemos a escada em silêncio, você provavelmente tentou me fazer cócegas como sempre. paramos na garagem, o portão estava há uns 10 passos da gente. você não quis levar meu guarda-chuva, e que não molharia tanto assim até a faculdade. eu só queria usar o guarda-chuva como desculpa pra você voltar. você já veio logo me beijando e disse tchau, mas virei o rosto e não deixei. você fechou a cara quando olhei de volta pra você. você se inclinou pra me beijar de novo e me afastei não deixando. você resmungou um "ô mulher difícil, eu tenho que ir embora". e me beijou. foi um beijo calmo, devagar, porém firme. coloquei minhas mãos no seu peito e você segurou minha cintura e depois o meu rosto. fiquei na ponta dos pés pra te alcançar. durou no máximo uns 6s. eu sentia algumas gotinhas de água cair na gente e senti um vento frio chegar até a gente. eu não quis prolongar o beijo por muito tempo. eu tava triste demais. você me abraçou, mas eu já tinha voltado a encostar o chão completamente, então meu queixo bateu na sua clavícula e foi o pior abraço do mundo. você abriu o portão, se virou e me deu um tchauzinho. demorei um pouquinho a voltar pro meu apartamento. eu senti o vazio. você não disse "até mais" dessa vez.

eu podia ter prolongado mais.

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eu queria guardar cada cantinho dele em mim. eu tento reviver o máximo que eu posso as lembranças que eu tenho dele. tento memorizar o cheiro, o jeito que ele ri, o jeito que me beija, a cor dos olhos, a mão na minha, o nariz colado no meu, o jeito que ele abre os olhos quando tudo fica lento, o corpo dele no meu. é tanta coisa.

ontem ele apareceu na minha porta. eu tava brava por vários motivos, mas assim que vi a carinha me olhando quando abri a porta, meu coração derreteu todinho. mantive o olhar fechado. ele me perguntou se eu ainda tava brava e eu só apressei que ele entrasse. ele não parava de me cutucar e tentar me fazer rir. mantive a cara rabugenta. ele entrou e sentou na minha cama. expulsei ele dali e apontei pra sentar na cadeira. minha vontade era de beijar ele todinho. não aguentei, puxei ele pra perto, ele me abraçou e mordeu minha bochecha. tentou roubar um beijinho, mas eu virei o rosto. não dá pra não sucumbir àqueles olhinhos. quando ele me beijou eu me acendi todinha. ele me segura com cuidado, mas me segura forte como se tivesse medo que eu fosse fugir. ele não tem pressa pra me beijar, e demora pra tirar os olhos de mim. ele assobia quando a gente fica quieto e sempre entrelaça os dedos nos meus. eu não consigo tirar a mão de sua barba mal feita nem parar de beijar aquela bochecha. ele me coloca sobre ele e me segura, me arranha a pele e depois a beija. ele não gosta quando prendo o cabelo e joga fora meu elástico. quando tentei pegar do chão, me prendeu e eu não conseguia levantar. eu nem queria mesmo. deitou em cima de mim e eu dormiria feliz daquele jeito. dava pra sentir o corpo dele respirar. dava pra escutar a respiração dele no meu pescoço. ele levanta minha blusa e beija minhas costas. ele brinca com meu sutiã e percorre com os dedos a alça. ele me abraça cada vez mais e eu temia que nosso corpo ia se colar de tão juntos. a gente andou a cama inteira.

ele me contou que já namorou. disse que durou 6 meses. ele era ainda novinho. me perguntou de volta se eu já tinha namorado e eu só dei de ombros. ele disse que não se importava de saber e eu contei. contei e não contei. resumi sem contar. ele escutou calado e disse que não daria conta de manter um relacionamento a distância. por mais que a gente tava colado um no outro, senti Felipe distante.

não quis beijá-lo quando ele decidiu ir embora na chuva. ele me beijou mesmo assim. abracei sem querer abraçar.

eu queria ele todo dia. mas sei que ele não me quer. ainda tenho medo. muito medo de me machucar. Felipe é tudo o que eu queria. mas não acho que Felipe quer morar aqui dentro. ele só da umas visitinhas as vezes.

fica aqui, tobó.

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eu só subi três degraus. eu sentei ali mesmo, nas escadas. meu corpo doía. não queria subir pro meu apartamento. tava escuro e não tinha barulho algum. a não ser dentro de mim. meu peito quase sangrava, meus olhos não estavam se aguentando mais. eu chorei ali mesmo. eu chorei porque eu tinha medo. por que eu já gostava de você. porque eu não queria deixar de te ver. eu chorei porque eu já queria te ver todo dia. eu chorei porque a cada vez que encostava em mim, meu corpo todo tomava um choque. eu chorei porque eu queria você naquele momento. eu chorei porque eu já estava perdida. perdida mesmo. entregue. e eu não quero isso. eu tô muito estragada. eu não quero acreditar quando me diz que me acha linda. eu não quero acreditar quando diz que não quer ficar longe. eu não quero acreditar quando me segura forte e eu quase me dissolvo todinha em você. eu não quero acreditar que você me queira. nem por um segundo. por que eu tô esperando uma mensagem sua dizendo que não quer mais ficar comigo. que nunca quis. ou que encontrou outro alguém.

você tem um dos corações mais bonitos que eu já vi. eu fico boba quando sorri. eu me arrepio toda quando me toca. eu quase babo quando você começa a falar sobre qualquer coisa. qualquer coisa mesmo. teu beijo me segura aqui. e eu tô com medo.

uma boa parte de mim me diz pra eu correr. pra eu te deixar antes que eu me apaixone (mais?). você merece alguém feliz. você merece ter alguém tão bonito quanto você. que é tão tagarela quanto você. que gosta tanto de futebol quanto você. que te faça rir até suas bochechas doerem. você merece alguém que cuida de você, do seu jeito.

você não precisa de mim.

tá doendo aqui tanto.

mas talvez seja melhor.

Felipe, você é foda.

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não sei se sinto a sua falta

ou se é apenas dos momentos bons

que tivemos juntos

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nem sempre as pessoas vão preencher as suas expectativas. nem sempre elas irão atrás de você, nem sempre elas te ligarão para saber como está. nem sempre elas irão querer estar presente na sua vida, mas tá tudo bem nisso.

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eu nunca entendi como a gente pode esquecer de existir.

afinal é pior sentir demais, ou deixar de sentir?

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eu quero ouvir tuas reticências

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