twcfaced
݁ 𝐛𝐫𝐨𝐤𝐞𝐧 𝘱𝘳𝘰𝘮𝘪𝘴𝘦𝘴 ۪
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i'm lost in these memories, living behind my own illusion. lost all my dignity, living inside my own confusion.
Don't wanna be here? Send us removal request.
twcfaced · 10 hours ago
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Sua atenção se voltou para o rapaz que se mostrava imerso o suficiente em sua narrativa para levantar a dúvida, o fazendo com um sorriso amistoso desenhado nos lábios. ── Não. Essa desilusão foi apenas o empurrão que eu precisava para seguir em frente e me lançar na vida como comerciante itinerante. ── Com cada detalhe de sua fábula meticulosamente construído, respondia com segurança e fluidez. ── Ocasionalmente, ainda trocamos correspondências. E até onde me mantive informado, os dois mantêm uma união feliz e estável. ── Até mesmo os personagens secundários de suas histórias tinham um passado bem definido, permitindo que Elewen se apoiasse na complexidade de suas próprias invenções para convencer a todos de suas mentiras. ── E aqui estou eu, remendando as feridas de um coração partido enquanto exploro cada recanto dessa terra. ── Em sua expressão, reluzia o brilho de satisfação pelo caminho que escolhido — um que parecia refletir o desejo que mantinha a sete chaves nas profundezas de seu coração. Sempre que ouvia os homens ao seu redor debaterem sobre as mulheres, uma risada contida frequentemente surgia, escapando em forma de um leve sorriso. ── Acredite, elas não são. ── A ilusão de Kaelan mantinha-se firme em compartilhar uma visão que destoava das dos outros rapazes. ── Calithil sempre foi clara sobre suas intenções, e também sobre seu interesse por meu amigo. Eu é que fui tolo demais para enxergar, possivelmente cego pela minha própria paixão. ── Que fácil era culpá-las por serem complexas quando, na verdade, tantas vezes eram tratadas com desdém. ── Mas você está sendo sincero quando diz que nunca se apaixonou por alguém assim?
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Ele costumava ir até o Pigg & Blanket para fugir das responsabilidades que um khajol filho de um dos conselheiros tinha, o que era quase diariamente. Naquele dia, no entanto, foi surpreendido pelo estranho que chegou e conquistou toda uma audiência com uma história infeliz de amor. Rhys, mesmo descrente sobre tal sentimento, ouviu tudo com atenção, dividindo seus comentários com os outros e por vezes se ocupando com a cerveja em sua mão. Soltou uma alta gargalhada quando ouviu a conclusão da história do outro, não conseguindo se conter. " e você nunca mais os viu? " indagou curioso, pois gostava de saber o depois do final das histórias. " mas compreendo o que quer dizer sobre esforçar-se para conquistar uma mulher, até hoje nunca fui arrebatado por um sentimento semelhante. " comentou tomando mais um gole da cerveja e dando alguns tapinhas camaradas nas costas do outro. " esse é o problema, como saber se é reciproco? mulheres são muito complicadas. "
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twcfaced · 10 hours ago
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Num momento de descuido, com a língua mais atrevida do que seria prudente para alguém zelosa de seus segredos, Elewen acabou repreendendo o professor por algo que lhe parecia injusto ao recobrar a plena consciência. Sabia bem que não se destacava o suficiente para figurar no quadro de honra dos alunos exemplares e, em retrospecto, suas palavras pareceram desnecessárias. Focar em dominar apenas a magia que lhe convinha trazia, cedo ou tarde, algumas desvantagens pontuais. ── Não se preocupe, de verdade. ──  Educadamente recusou o pedido de desculpas, que, embora bem recebido, era completamente desnecessário aos seus olhos. Que excelente primeira impressão deixava justamente na pessoa mais apta a lhe estender alguma ajuda para aquela questão! Era difícil imaginar alguém menos adequado em todo o reino para lidar com situações de emergência do que ela. ── Talvez seja mais um aviso de que eu preciso me dedicar mais na prática de sua disciplina...  ── Murmurou, como se refletisse em voz alta, mais para si mesma do que para o outro, que apenas compreenderia o sentido mais profundo da afirmação quando estivesse a par de sua crise pessoal.
Ao revelar os fios dourados e ligeiramente desalinhados, ela tinha plena ciência de que precisaria entrar em mais detalhes sobre o encantamento que levara àquele resultado, para que o rapaz pudesse orientá-la em busca de uma solução. Apenas recorria à sorte para evitar que outro detalhe em sua aparência remetesse à existência de Kaelan. Até então, nunca havia interagido com nenhum membro do corpo docente enquanto usava a identidade de seu alter ego, pois era cautelosa o suficiente para não se expor a esse tipo de risco. Ainda assim, não podia descartar completamente a possibilidade de que Angus reconhecesse a figura masculina com quem poderia ter se cruzado em alguma de suas incursões noturnas. A chance podia ser pequena, mas não nula.
Descobrir que, ao menos por ora, escaparia de sermões sobre responsabilidade trouxe-lhe um alívio sincero, ainda que notasse um leve tom de julgamento nas palavras alheias. Contudo, decidiu se contentar com a generosidade que encontrava nas ações dele. Dentro do que era cabível, Elewen sempre fora cuidadosa com sua magia, zelando para jamais utilizá-la de modo que pudesse prejudicar alguém ou colocar qualquer um em risco. Por isso, reconhecia que lições de moral sobre sua conduta eram desnecessárias — o que realmente buscava naquele instante era apenas uma ajuda prática para reverter seu estado atual. E seria eternamente grata a quem quer que estendesse uma mão amiga para guiá-la no caminho de volta à normalidade.
Com um aceno firme de cabeça, confirmou suas tentativas infrutíferas de desfazer o encantamento — que sequer havia se lembrado de colocar em prática. Maldito fora aquele baile, que deixara suas lembranças sobre a noite tão frágeis quanto sua paciência naquela manhã! Um suspiro pesado escapou de seus lábios. Por um instante, uma centelha de esperança lhe fizera acreditar que Angus, com sua experiência e conhecimento, poderia ajudá-la a dissipar o feitiço; mas a realidade lhe atingia, frustrando-a ao perceber que, mais uma vez, o resultado dependeria somente de seus próprios esforços. E, por mais incômodo que fosse admitir, sabia que ele estava certo. ── Desde o momento em que tirei a cabeça do travesseiro, venho tentando esvaziar minha mente de qualquer preocupação, senhor. Mas está sendo difícil manter a serenidade, especialmente após descobrir que a Pira Sagrada desapareceu. ── Esclareceu, indicando que já esgotara essa estratégia, mas sem sucesso. ── Aliás, estou convencida de que este episódio bizarro com os meus cabelos tem relação direta com o desaparecimento. Minhas ilusões nunca apresentaram tamanha instabilidade antes. ── Não era necessário detalhar cada vez que havia transformado sua aparência, mas ela demonstrava toda a confiança que tinha em seu próprio domínio sobre a magia. ── Tenho orgulho o bastante dos meus resultados para lhe assegurar isso. ── Refletindo a inquietação que borbulhava no peito, seus pés começaram a se mover de maneira errática, como se seguissem o compasso de uma dança solitária, guiada pelo som dos próprios pensamentos aflitos.
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Toda a estranheza que carregava a feição do Delaunay, se desfez diante a replica da mais nova que parecia levemente ofendida, dando espaço para que a vergonha, constrangimento e um leve rubor tomassem a face do professor. Sua memória nunca foi boa para aquelas coisas, ele conseguia chegar na sala e dar uma aula inteira sem ter preparado nada, pois dominava o assunto, mas quando se tratava das pessoas? Ou teria que marcá-lo de alguma forma muito significativa - e isso poderia ser bom ou ruim -, ou ser importante para outra pessoa de sua vida. "Perdoe-me, senhorita. São muitos de vocês e apenas um de mim.", não eram tantos assim, mas ele usaria isso como desculpa se assim pudesse. "E não é um caso tão perdido assim, a reconhecia até certo ponto, temos que concordar sobre isso.", sabia o sobrenome pelo menos, não era tão próximo assim para lembrar primeiros nomes, ou chamá-los por eles. "Mas sim, vamos no ater ao problema em questão.", que ele ainda não conseguia detectar. "Não tem com o que se desculpar, estou sempre a disposição.", não atoa sua sala estava sempre com a porta aberta e ele sempre deixava isso claro para os alunos, mas bem, conseguia entender que existia, de fato, alguma urgência na questão, visto que ainda estavam no meio do corredor quando ele foi abordado por ela.
Ainda não sabia exatamente em que poderia ser útil, mas não perguntou uma segunda vez, apenas abraçou o silêncio e a ansiedade como velhos amigos, enquanto esperava a revelação ser feita. O olhar seguindo o movimento das mãos alheias ao puxar o chapéu para cima, revelando os cabelos curtos. Então era por isso que não conseguia reconhecê-la, o chapéu não era um adereço que usasse em suas altas, muito menos o cabelo naquele comprimento. Ainda sim, tinha dificuldade em distinguir como aquilo poderia se aplicar ao que Angus tinha domínio. Os lábios chegaram a se entreabrir para questionar, outra vez, qual a conexão tudo aquilo tinha para com ele, mas se viu silenciado, novamente, pelas palavras de outrem que antecipavam seus questionamentos, dando fim ao mistério que os rondava desde o primeiro segundo de troca. "Conheço algumas pessoas que poderiam culpá-la sim. Mas não farei.", ela já parecia sofrer o suficiente com o acontecimento, não precisava gastar-se com as observações de Angus.
No entanto, não conseguia evitar o pensamento: será que ela não escuta o que digo em sala? Brincar com a realidade não é algo que deve ser feito, muito menos por motivos tão superficiais como um corte de cabelo. Por outro lado, ele também era a pessoa que os ensinava a mudar pequenos detalhes no real: um vaso, um quadro, modular parte da dimensão que ocupavam. "Suponho que já tenha tentado reverter o encantamento e não funcionou. Ilusões são coisas que apenas o executor pode desfazer, então receio que minha ajuda será guiá-la no processo.", não o solucionaria com um estalar de dedos, nem nada simplório. "Consigo perceber a preocupação em você, a ansiedade e precisava se acalmar, retomar seu controle. Enquanto estiver tensa, não vai conseguir desfazer, lembre: a mente tem que estar limpa e fixa no objetivo, sem receios. Você precisa acreditar, para que os outros também acreditem.", mas uma parte dela tinha que manter-se no real, era como deixar um pé de cada mundo, por um lado, abraçar aquela ficção que se criava, do outro, lembrar quem era e o que era.
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twcfaced · 3 days ago
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O brado frustrado de Brianna foi seguido pelo som abafado do impacto de seu joelho contra o tampo da mesa ao se sobressaltar, também ecoando pelo ambiente silencioso da biblioteca. Alarmada com a possibilidade de algum acidente sério ter acontecido, a khajol voltou-se imediatamente para ela, apenas para soltar um suspiro de alívio ao entender a situação e perceber que não passava da insatisfação alheia. ── Não se adiante! Do jeito que as coisas andam por aqui, é bem provável que alguém acabe explodindo o castelo por acidente e você não precisará levar a culpa. ── Encurralada pela pergunta direcionada a si, Elewen se viu compelida a admitir sua falta de produtividade naquele dia, resultado da cautela excessiva que assumia. ── É difícil dizer, pois passei o dia inteiro apenas gesticulando com meu pincel feito uma condutora, sem coragem de me arriscar a tentar lançar algum feitiço de fato. ── Confessou, com a auto-penitência pesando em seu semblante enquanto dava levemente de ombros. ── Eu te falei do desastre que aconteceu comigo depois do baile, quando uma ilusão deixou meu cabelo parecendo um cachorro molhado? Estou evitando que algo pior aconteça... tipo invertendo o lado do meu nariz ou algo parecido. ── Aquele não era exatamente seu maior temor, mas este era melhor mantido em segredo. Inclinando-se um pouco mais na direção da outra, tentava descobrir qual era o objetivo específico de seu estudo. ── Mas, o que está tentando conjurar? Posso tentar te ajudar.
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✧ with: @ownillusicn ❝ I can't live like this ❞ (reverse)
Era a terceira vez que Brianna tentava o feitiço e a quarta que ele dava errado. Jogando o seu pincel na mesa frustrada com o seu fracasso, o rosto estava manchado com tinta e os cabelos estavam presos de um jeito desarrumado, segurados por um dos pincéis extras que mantinha sempre consigo. Desde o sumiço da pira sagrada sua magia enfraquecia aos poucos, sim porque ela se recusava a aceitar a culpa por suas falhas. Ela grunhiu, e aquela altura só não socava a parede por ser de pedra. — I can’t live like this! — exclamou em voz alta, desconsiderando as regras de cortesia de manter silêncio na biblioteca. — Juro por todo panteão, é impossível viver assim, como pessoas normais vivem sem magia? Eu estou há um mísero inconveniente de tentar explodir esse castelo inteiro. —  Virou-se para Elewen com quem dividia a mesa. — Você está tendo mais sorte do que eu tentando conjurar esse feitiço?
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twcfaced · 3 days ago
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Quando interpelou a mulher com a mais pura das boas intenções, movida pelo sincero desejo de acolher e entender melhor os visitantes, especialmente após um incidente que certamente poderia ter deixado cicatrizes, Elewen não se surpreendeu ao não encontrar receptividade do outro lado. Nem todos os khajols demonstravam ter a mesma boa vontade como anfitriões, por isso não tirava dos changelings o direito de serem ríspidos ou reservados. Ainda assim, a sensação de desconcerto a envolveu ao perceber a barreira intransponível que a mulher consolidou à sua frente. ── Oh... Certo. ── Foi a resposta discernível entre seus balbuciar indefinido, o sorriso delicado mantendo-se presente nos lábios. ── Tem razão, não é. ── Concordou com a insignificância que representava a quem sequer a conhecia. Seu corpo oscilava suavemente, movendo-se num vai e vem hesitante, conduzido pelo silêncio pesado que as envolvia, traduzindo sua incerteza quanto ao ímpeto de simplesmente se afastar. ── Mas, se quiser indicações de lugares mais reservados, onde possa refletir em paz sem ser surpreendido por pessoas intrometidas como eu, talvez tenha algumas sugestões para te oferecer. ── Sua gentileza falou mais alto, a guiando em uma nova tentativa de aproximação. ── Também valorizo meus momentos de solitude e conheço bem onde encontrá-los.
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com: @ownillusicn + ❛ can i ask… what happened? ❜
onde: pátio central
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Tão absorta nos próprios pensamentos, Elora não percebeu a aproximação de Elewen. Sútil, quase não sendo percebida se não fosse pelo tom de voz. Calmo e sereno, coisa que definitivamente não estava acostumada a receber de outros khajols. Suas interações com a nobreza sempre eram seguidas de palavras cruéis e insultos por todos os lados, e sempre haveria ali o sentimento de estranheza quando se tratava da outra. Não sabia quais eram suas intenções ou se aquela postura tão generosa a princípio poderia significar algo mais. Algo que ela não enxergava, mas que definitivamente não poderia ser nada bom. E aquilo por si só fazia Elora adentrar em uma bolha que jamais deixaria um khajol entrar. Piscou algumas vezes, demorando mais que o habitual para responder. Em sua língua, havia um insulto que precisava ser dito em voz alta. “Não.” Limitou-se apenas a uma única palavra. Era simples e direta. E, naquele momento, não havia nada que a fizesse desejar a companhia da outra. Queria apenas o próprio espaço para pensar, mas algo a fez prolongar a conversa, enquanto os próprios pensamentos a amaldiçoavam pelo feito. “Só estou pensando, conhecendo melhor o lugar. Acho que isso não é da sua conta.”
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twcfaced · 6 days ago
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who: @rhyscolmain
where: pigg & blanket
when: há alguns meses
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Kaelan, um amante confesso da arte de contar histórias, parecia especialmente dedicado a entreter sua audiência ─ mas talvez mais interessado ainda em garantir que sua caneca continuasse intacta, assim como o controle sobre seus sentidos. Com entusiasmo e um talento inegável para prender a atenção das pessoas, ele não dava descanso à própria voz, entregando-se aos detalhes mais surpreendentes enquanto compartilhava uma ficção pessoal com os outros rapazes reunidos ao balcão da taverna. ── Então, cavalheiros, esta é a história de como dediquei boa parte da minha juventude para conquistar uma jovem dama, apenas para acabar sozinho, enquanto ela se apaixonava pelo meu melhor amigo! ── Concluiu com uma risadinha que forjava o pesar, os olhos cristalinos cintilando como se o sentimento de nostalgia que sentisse fosse real. ── Ainda acredito que o amor de uma mulher mereça qualquer sacrifício e esforço... ── Seu olhar passeava pelo rosto atento de cada um dos presentes, para que Elewen desfrutasse da rara sensação de ser ouvida com tanta atenção e respeito por um grupo tão diverso de homens. ── Mas apenas se certifiquem de que o sentimento é recíproco antes de se arriscarem demais! ── Acrescentou com um sorriso travesso, encerrando a história com uma pitada de humor antes de celebrar com um modesto gole em sua cerveja.
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twcfaced · 7 days ago
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Talvez fosse cedo demais para estar acordada, ou talvez sua pressa em deixar o dormitório naquela condição tivesse sido um ato impensado. No entanto, antes que pudesse sequer refletir sobre isso, foi surpreendida por uma changeling na sala de treinamento — um lugar onde, sem dúvidas, a figura de Elewen já não era lembrada, especialmente considerando que seu zelo com o corpo se limitava a caminhadas matinais e ilusões ocasionais para ajustá-lo ao que desejava aparentar. As palavras da outra carregavam uma provocação evidente, mas khajol se manteve impassível, imune ao convite para se deixar afetar ou reagir às instigações alheias. ── Que bom que pode ouvi-las, é um sinal de que estou viva! ── A felicidade que transparecia em seu rosto era genuína, seus dedos esboçando leves movimentos no ar em uma discreta celebração por mais um triunfo sobre o descanso eterno. Ainda que um sutil traço de incerteza apertasse seus lábios, sem entender ao certo o propósito da outra com a implicância, sua resposta veio rápida, com um tom de indiferença que beirava a franqueza. ── Não sei bem o que lhe responder, já que apenas cuidava dos meus próprios assuntos e estava à procura de um amigo, com quem, aliás, já deveria ter me encontrado há um bom tempo. ── A mentira vinha até ela com naturalidade, uma habilidade recém adquirida desde a concepção de Kaelan. Ainda focada em seu propósito ao estar ali, lançou um olhar atento pelo salão, deixando escapar um suspiro ao perceber a ausência de qualquer rosto familiar que pudesse ajudar com sua questão. ── Alguma chance dessa agitação cardíaca ser causada pelo ressentimento que estou sentindo por ele? ── A pergunta disfarçava o verdadeiro motivo pelo qual seu coração batia tão descompassado: o medo crescente de que seu segredo fosse descoberto.
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starter: aberto
local: sala de treinamento 5:02 am
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o dia seguinte ao baile do imperador era uma cacofonia de surtos, emoções que em geral misturava a ressaca física, moral e afligia os alunos dos dois institutos pelos corredores. porém, o sol sequer tinha atravessado os vitrais coloridos da hexwood e sjldriz já estava na nova sala de treinamento, puxando a barra contra o peito e o suor escorrendo pela testa. o mundo podia estar acabando. cálices e piras desaparecidas não a impedia de treinar, e hexwood seguisse wülfhere as cinzas, a norrgard treinaria sobre as pedras. — eu posso não conseguir te ver ainda, mas estou escutando as batidas do seu coração. — ela soltou a barra com as batidas alheias retumbando em seus ouvidos graças aos seus sentidos changellins, puxando uma toalha para secar o rosto, muito embora estiver hiperconsciente da faca em sua coxa direita. — ou você está fora de forma o suficiente para aquelas escadas te deixarem sem ar, o que eu acharia patético, ou está impressionado ou com medo e nesse caso eu acharia inteligente. — ela se virou em direção a porta, maneando a cabeça levemente para o lado. — então, o que vai ser? sedentário ou inteligente?
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twcfaced · 7 days ago
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Agarrando-se firmemente ao chapéu que ocultava o motivo da inquietação que lhe roubara o último vestígio de paz naquela manhã fatídica, Elewen atravessava os corredores do castelo como um raio rompendo o céu tempestuoso. Em um instante de reflexão, ponderou se não seria mais fácil buscar refúgio em seu dormitório, alegando uma súbita indisposição para justificar a ausência nas tarefas que a aguardavam. No entanto, logo percebeu que o peso da apreensão, agravado pela incerteza de encontrar uma solução sozinha, acabaria apenas por esgotar completamente suas energias. Quanto antes desse um fim àquele problema, melhor. Afinal, alguns outros ainda a aguardavam.
E no momento em que seus olhos vislumbraram a figura do professor de Manipulação de Realidade, sentiu a pequena chama de esperança em seu peito se inflamar intensamente. Tomada pela efusividade daquele sentimento, acidentalmente renunciou o decoro, introduzindo seu dilema antes mesmo de devidamente cumprimentá-lo. Um sorriso encabulado se desenhou nos lábios, e seu arrependimento se expressou na postura que assumiu, misturando-se à leve frustração ao perceber que ele parecia não se recordar de suas contribuições para a disciplina lecionada. ── Sim, sou uma de suas alunas, e imaginei que meu bom desempenho pudesse ter me tornado merecedora de sua lembrança… Mas tudo bem, isso é irrelevante agora. ── Gesticulou com a destra, afastando o assunto irrelevante com um aceno, recuperando o foco ao que realmente importava.
Recuperando o fôlego após a corrida impulsiva que não a guiara a um destino exato, mas a um propósito inadiável, ela inspirou profundamente antes de prosseguir. ── Me desculpe pela falta de delicadeza. Às vezes, a urgência e a ansiedade tiram o melhor que há em mim. ── O que acontecia com mais frequência do que gostaria de admitir. Um nervosismo latente crescia em seu peito, como pequenas descargas elétricas que aceleravam as batidas do seu coração. Desde o tumulto envolvendo seu noivado, jamais estivera tão perto de expor seu segredo a alguém. ── Achei que pudesse ser a pessoa certa para me ajudar com... esse probleminha. ── Antes que o medo tivesse a chance de fazê-la hesitar, retirou o chapéu que ocultava seu dilema. Sob o tecido, revelaram-se fios irregulares, um meio-termo entre o comprimento que mantinha como Elewen e o que assumia ao se transformar em seu alter ego.
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Sem esperar por qualquer reação, especialmente por não se importar com julgamentos alheios sobre sua aparência, mantinha seu foco em um único temor: que a verdadeira identidade de Kaelan fosse descoberta por todos ali. ── Talvez eu devesse ter escutado quando me aconselharam a não brincar demais com as ilusões. Mas quem realmente pode culpar alguém pelo desejo de experimentar com algumas ilusões cosméticas? ── Seu riso nervoso fez um retorno breve. ── Queria encurtar meus cabelos, mas não tanto.
with: @ownillusicn
where: passagem norte
prompt: ❛ i made a mistake. ❜
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O corpo seguia o caminho que fazia todas as manhãs de forma mecânica, enquanto a mente divaga sobre os acontecimentos da noite anterior, perdida numa densa neblina, que provocava uma sensação pior do que cinquenta ressacas. O que tinha naquela bebida que tomaram na entrada? Ele certamente tinha tentado identificar, pois, querendo ou não, entendia de bebidas. Nada lhe vinha a mente, nem mesmo lembrava-se como foi parar no dormitório ou de parte da conversa sobre o item valioso que fora furtado. A mão arrastou-se pela face, ao que concluía que precisava de um café, ou poção que o despertasse para aguentar aquele dia, quando se viu sendo interceptado pela mulher. "Senhorita Wynthorne.", cumprimentou antes de mais nada, aproveitando-se do decoro para processar as palavras dela. "Desculpe minha falta de atenção, mas sobre o que exatamente? Está na minha aula ou?", honestamente não sabia no que poderia ser útil e se fosse uma de suas alunas, lamentaria profundamente a traição de sua memória.
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twcfaced · 7 days ago
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Atingir seu oponente podia ser o objetivo principal em um duelo mágico, mas a preocupação de Elewen ao observar a figura desestabilizada do outro residia na inconsistência repentina encontrada em seus feitiços, que a levavam a cometer equívocos como aquele que o havia lançado ao chão. Acidentalmente exterminar um de seus colegas parecia um temor irracional e improvável, mas nada a isentava da possibilidade de causar um incidente perigoso. Ou pior. A tranquilidade na resposta alheia não foi o suficiente para amenizar suas inseguranças, mas ajudou a suavizar a expressão em seu rosto. ── Minha intenção era te desarmar, não te atingir desse jeito. ── Concentrando toda a sua força na mão que segurava firmemente a de Gale, o ajudou a se reerguer, aproveitando a proximidade para explicar o motivo de sua inquietação. ── Gosto demais de treinar com você pra decidir te eliminar de uma hora pra outra. ── Como plano de contingência, sempre recorria a uma bajulação graciosa para que seus erros fossem relevados, comumente acompanhada por um sorriso afável. Embora soubesse que poderia contar com o perdão de Gale naquele instante, algo no olhar dele a deixava inquieta, provocando uma mistura de preocupação e desconfiança. ── Até onde eu sei, estou bem bem, Gale. ── Respondeu, espelhando a expressão séria dele com um franzir de cenho. A pergunta tão direta sobre sua condição a fez questionar se havia algo que desconhecia. ── Eu não deveria estar? Está sabendo de algo que não chegou até mim? ── Com o acúmulo recente de más notícias, além de sua crise estética enfrentada na manhã do desaparecimento da pira, era difícil afastar a sensação de que mais uma estivesse prestes a se juntar à lista.
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Não era pela falta da inalação diária que Gale tinha problemas com o combate. Diga-se de passagem, apesar do que a intuição primária poderia dizer, por mais que aprendesse duelos mágicos, sempre achou que sua proeza vinha da falta de apego à magia em momentos como aquele. Claro, ajudava canalizá-la com sacro cardo da melhor qualidade e aons da melhor caligrafia, mas… Seu espírito quase aquático se baseava muito em moldar-se: como os líquidos, às situações, aos momentos e às pessoas. Por isso, também, não pôde se defender de todo o bem do ataque de Elewen; porque, exigindo mais adaptação que o normal, havia algo nela que estava… diferente? Incerto? Ansioso? "Magina, eu tô bem", tentou despreocupá-la", não é a primeira nem a última vez que vou levar algo assim. Parte da lição é saber levantar, até." Era verdade: qualquer embate já começava finalizado se não houvesse a preparação para a derrota; e, principalmente, para a reação à derrota. Seus olhos se franziram um pouco, aceitando uma mão para se erguer; tanto pela dor, sim, um quanto mais pela dúvida que pensava em enunciar. "E… e com você, aliás? Tudo bem?", ingadou e deixou a pergunta pairar por um segundo no ar. Mas, como existem coisas que têm que ser repetidas para serem bem ouvidas, tornou a falar antes sequer que ela pudesse resopnder, em tom sóbrio, mas igualmente convidativo. "É uma pergunta séria. Você tá bem, Elewen? Aconteceu alguma coisa?", e logo fez um gesto com a mão de desleixo ao mundo externo. "Digo, além do baile, além do imperador, além da Pira; você sabe…"
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twcfaced · 10 days ago
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Ainda um pouco atordoada pela recente notícia que abalara o mundo dos khajols, especialmente em meio a adaptação à chegada de seus novos visitantes, Elewen sentia o peso de acompanhar o discurso carregado de crítica e ressentimento feito pela outra. Apesar do esforço, mostrava-se atentiva, embora seu olhar revelasse a confusão que se desenrolava em seus pensamentos. Seus lábios se entreabriram por um instante, mas hesitaram em romper o silêncio, como se buscassem as palavras certas antes de proferi-las. Ela piscou os olhos cristalinos, visivelmente incerta, até finalmente arriscar um comentário que parecia adequado. ── Não sei se isso acrescenta ao atrativo do valinor, mas a Pira Sagrada desapareceu, não foi? ── Arriscar-se no óbvio parecia seguro, e talvez estivesse fazendo um favor ao levar a notícia para a possível única pessoa ainda desavisada dentro da academia - o que não acreditava ser exatamente o caso. ── Creio que esse evento mereça certo destaque, não? ── Sua voz estava isenta de sarcasmo ou ironia; perdurando apenas a mesma confusão sincera que ainda a envolvia.
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𝖠𝖯𝖮𝖲 𝖮 𝖡𝖠𝖨𝖫𝖤 𝖣𝖮 𝖨𝖬𝖯𝖤𝖱𝖠𝖣𝖮𝖱 .
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♡     𝗦𝗧𝗔𝗧𝗨𝗦       :       aberto para todos .
♡     𝗟𝗢𝗖𝗔𝗧𝗜𝗢𝗡       :       pelo palácio .
caminhava pelos corredores com passos ritmados e uma expressão de leve desdém tingindo-lhe o rosto. o salão do baile ainda pairava em murmúrios ao seu redor, resquícios de risos abafados e conversas mudas — ecos de uma noite em que, para sua infelicidade, não pudera se banquetear às custas do imperador nem aproveitar o vinho custoso que fluía livremente. com um suspiro cínico e as mãos a se moverem despretensiosamente pelo metal frio de seu cinturão, ergueu a voz para um grupo que se apressava para recolher as últimas decorações da festa.
"então, digam-me," ela começou, permitindo que um traço irônico dançasse em sua voz, "perdi algo relevante enquanto não estava a saborear os raros privilégios que o imperador tanto queria ostentar para seus convidados? ou foi apenas uma reunião entediante, repleta de máscaras que só encobrem a mesmice dos rostos por trás delas?" lynabeth estreitou os olhos, perscrutando as expressões dos ouvintes. "pois tenho de admitir, poucas coisas me frustram mais do que um evento anunciado com tamanha grandiosidade acabar por ser tão vazio de significado quanto as jóias nos colares da nobreza." ela se recostou casualmente contra uma coluna, o sorriso de canto exibindo o tédio mal disfarçado que sentia. "e então? houve algo que tenha, enfim, feito valer aquela bebida insossa que chamaram de valinor, ou posso tranquilamente me consolar com a perda do espetáculo banal que, ao que tudo indica, essa noite se revelou?"
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twcfaced · 10 days ago
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Sentindo a incômoda instabilidade mágica pulsar por suas veias, Elewen era consumida pela inquietação sobre os dias que estavam por vir. Seu relacionamento com a magia, quase simbiótico, fazia com que temesse a ideia de ter que renunciar a sua persona oculta enquanto o paradeiro da pira sagrada permanecesse desconhecido. Embora a existência de Kaelan não fosse essencial para sua sobrevivência, emocionalmente, sua ausência pesava de forma angustiante. Essa insegurança crescente sobre seu controle sobre a magia a levou a buscar auxílio de um velho amigo e talentoso mago, na esperança de que pudessem usar o duelo como um meio de testar essa instabilidade. Quase como se o próprio temor dela ganhasse forma, acabou errando a mira de um feitiço durante o embate iniciado, percebendo de imediato a reação do outro, o que a fez recuar a mão que segurava firmemente seu pincel. ── Gale, eu te atingi? ── A preocupação marcava a voz, enquanto passos hesitantes foram dados em sua direção e o seon a seu lado emitia um brilho intenso. ── Está tudo bem? ── Indagou com a expressão aflita.
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hit me hard and soft
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starter aberto, para um duelo tão esportivo quanto o cliente mandar!
Não era sempre que estava disposto, embora parecesse sempre disponível. Com o tempo, o que se iniciou uma atividade solidária se tornou uma expectativa, adicionando requintes de obrigação; e Gale era muito ensaboado para ser obrigado a tanto. Ainda assim, ele se pegava vira e mexe no papel de tutor: um colega que, em momentos extraclasse (em geral, ao menos), ajudava no reforço daquilo que fora aprendido na extracurricular de Duelo Mágico.
Talvez, pelo ambiente menos formal ou pela menor pressão de performar ante todo um público (ei!, quem nunca teve um ou outro problema, né?), isso ajudasse aos outros em pintar seus feitiços melhor. Por isso ele estava ali, naquele momento e naquele lugar, à disponibilidade (por vezes, também à disposição) de outrem para treinarem. Acontece que nem todo mundo era tão carinhoso no primeiro ataque.
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OOC. minha ideia era explorar um pouco mais essa ideia que o Gale dá uns tutoriais individualizados de Duelo Mágico, então quem tem a disciplina como extracurricular não tem desculpa! dito isso, também queria expandir essa concepção pra qualquer um (khajols e changelings) que quisesse ter uma prática/treino ou até briguinha uhul, marcado ou espontâneo, mais amistoso ou mais competitivo conforme a vontade de cada um. divirtam-se
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twcfaced · 11 days ago
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⋆ 𝐩𝐥𝐨𝐭 𝐜𝐚𝐥𝐥 : abaixo do read more, vou deixar alguma ideias de plots que gostaria de desenvolver com a elewen ( @ownillusicn ) ! nenhum deles terá limite de personagem ou especificações quanto a gênero, podendo ser desenvolvido com qualquer um que demonstre interesse.
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1. como kaelan, ela descobriu um segredo sobre seu personagem e o mantém em segurança consigo, pois não teria explicações para como teve acesso a ele. pode ser desde um segredo grandioso e perigoso, até algo constrangedor. a depender do que combinarmos, isso pode ter impactado ou não o relacionamento entre eles, e até a maneira como elewen o percebe.
2. seu personagem esteve muito próximo de descobrir sobre o segredo da elewen, o que a levou a se afastar sem qualquer explicação. o relacionamento entre eles pode ser sido valioso e profundo, ou somente uma interação inicial que não teve a chance de ser aprofundada por conta de seu segredo.
3. elewen e seu personagem são amigos próximos, e embora a khajol nutra um enorme carinho e respeito por ele, sabe que seu segredo deve ser mantido para sua própria segurança e integridade. seus sumiços sem explicação, assim como desculpas constantes, viraram motivo de desconfiança por parte do seu personagem e deram origem a alguns desentendimentos entre eles.
4. seu personagem contribuiu para os rumores a respeito do rompimento de seu noivado, e muitas das mentiras difundidas nessa época, perduram até hoje. como isso impactou ou impacta o relacionamento entre eles deve ser combinado.
5. seu personagem é um changeling que foi acolhido por elewen, uma atitude que pode ter causado choque em seu início. ela sempre se mostra disponível e interessada em ser uma boa anfitriã, o que ajudou seu personagem a se sentir um pouco mais acolhido e amenizou as más impressões deixadas pelos khajols mais hostis.
6. kaelan representa um grande mistério na vida do seu personagem. ambos compartilharam algumas horas de diversão e suposta cumplicidade, que tornaram a se repetir durante algumas ocasiões, mas logo se tornaram evidentes os segredos que envolvem a figura do efêmero rapaz.
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twcfaced · 11 days ago
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݁            𖢏       ──      A altivez dos passos diz que é nobre o sangue que corre em ELEWEN WYNTHORNE. Sendo ASTUTA e TEIMOSA, ela foi escolhida como hospedeiro e protegido de JANO. Aos VINTE E SETE ANOS, cursa o DIAMANTE. Sua reputação é conhecida além das fronteiras, e dizem que se parece com SAOIRSE RONAN/GEORGE MACKAY.
Aulas extracurriculares: Duelo Mágico, Natação e Jornal de Hexwood.
Seon: Arcanum.
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I.    Crescendo na sociedade ainda marcada pelas tradições rígidas e estrutura de poder esmagadoramente patriarcal de Aldanrae, Elewen sentia desde cedo o peso das limitações impostas às mulheres. Essas restrições não apenas definiam a hierarquia social, mas também permeavam a própria dinâmica familiar, sepultando-a sob deveres e expectativas das quais parecia impossível escapar. Sempre atenta e de natureza perspicaz, absorvia tudo ao seu redor e, com isso, percebia claramente os privilégios concedidos a eles, liberdades que os guiavam por espaços e discussões que a ela eram vedados. Mas aquilo que inicialmente parecia uma limitação intransponível, com o tempo se revelaria como a chave para uma oportunidade inesperada.
II.    Acolhida por Jano, o deus das passagens e transições, despertou para uma habilidade rara e extraordinária: a de moldar sua voz e modificar sutis traços de sua aparência, assumindo uma nova identidade a qualquer instante. Com um simples ajuste no timbre ou na expressão, ela se transformava em uma figura diferente, e entre suas muitas faces, surgiu Kaelan — um jovem atraente e carismático, de modos confiantes e olhar cativante. Sob o manto da noite, o rapaz fictício lhe abria portas que, como mulher, sempre lhe foram negadas. Protegida pelo disfarce, percorria as ruas e adentrava as tavernas, onde se misturava entre os homens com naturalidade, mergulhando em um universo de liberdade. Participava de discussões fervorosas, jogava cartas ao redor de mesas esfumaçadas e ouvia com atenção as histórias e segredos que jamais eram confiados a uma mulher.
III.    Entretanto, esse segredo teve um preço alto. Aos vinte anos, Elewen foi prometida em casamento a um influente lorde local, um homem de grande prestígio que buscava uma aliança estratégica com sua família. Os preparativos para a união estavam em pleno andamento, quando o homem acidentalmente descobriu sobre a vida dupla de sua prometida e o impacto disso foi devastador. Chocado e tomado pela desonra, ele decidiu anular o compromisso, mas não sem antes sufocar a verdade que o humilhava — a ousadia de sua noiva e sua própria falta de percepção. Com o rompimento silencioso do noivado, uma onda de rumores começou a circular nas bocas curiosas da sociedade. 
IV.    Desde então, passou a tomar mais cuidado, continuando suas escapadas sob uma vigilância mais rigorosa e seletiva. Em seus passeios noturnos, aprendeu a aproveitar ainda mais esses breves momentos de liberdade e igualdade, compreendendo que, como hospedeira de Jano, sua missão ia além de simplesmente disfarçar-se: ela precisava abrir portas e desafiar as passagens intransponíveis da sociedade, fazendo sua voz ecoar onde, de outro modo, permaneceria calada. E com a chegada dos changelings em Hexwood, surgiu a oportunidade perfeita para que pudesse utilizar seu alter ego em uma causa nobre: ajudar esses indivíduos a enfrentar o preconceito que tantas vezes os marginalizava.
SOBRE A ILUSÃO DE KAELAN !
A mudança na aparência e postura de Elewen ao assumir a identidade do rapaz nada mais é do que uma ilusão, possível graças à benção de Jano sob a khajol, que altera a percepção das outras pessoas quanto a sua fisionomia e voz. O período pelo qual consegue manter esse disfarce ativo é limitado, não ultrapassando o intervalo de algumas horas. Por esse motivo, é bastante cautelosa a respeito dos locais que frequenta como Kaelan e atentamente cronometra o tempo passado distante da segurança de seu isolamento. 
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A personalidade de Elewen é marcada pela astúcia, resiliência e uma pitada de atrevimento. Desde jovem, cultivou uma natureza independente e uma mente analítica, também com forte vontade de ultrapassar barreiras, mesmo que fosse necessário recorrer ao subterfúgio. Seu vínculo com Jano, deus das transições e portais, fortaleceu sua capacidade de adaptação e acentuou seu talento para a ambiguidade. Com ele, aprendeu a ver oportunidades nas limitações e tornou-se hábil em mudar de papéis. Isso reflete não apenas seu desejo de explorar o mundo sob uma perspectiva diferente, mas também sua habilidade em moldar-se conforme a situação. Ao mesmo tempo, essa flexibilidade convive com traços profundos de idealismo e lealdade. Carrega uma certa melancolia e um toque de desconfiança, resultado das experiências que teve ao enfrentar as consequências de seu segredo — como o noivado rompido e a vigilância constante. Seu comportamento reflete um equilíbrio entre força e vulnerabilidade.
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Tem grande aptidão para a arte e, apesar de demonstrar grande talento para a pintura e escrita, reprime o sonho de um dia se juntar a um grupo itinerante de teatro como atriz.
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twcfaced · 11 days ago
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SAOIRSE RONAN Harper's Bazaar UK, October 2023 (1/3)
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