twcfaced
݁ 𝐛𝐫𝐨𝐤𝐞𝐧 𝘱𝘳𝘰𝘮𝘪𝘴𝘦𝘴 ۪
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i'm lost in these memories, living behind my own illusion. lost all my dignity, living inside my own confusion.
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twcfaced · 4 days ago
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LILI REINHART photographed by Ssam Kim
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twcfaced · 4 days ago
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O cenho espontaneamente se franziu, assim como o olhar que se estreitou ao fitá-lo. ── Te devolver todas e não manter nenhuma? Como pode propor algo tão egoísta? ── Fazendo uso de seu talento nato para a interpretação, moldou a expressão mais convincente de indignação no rosto, mas um sorriso logo ameaçou surgir em seus lábios. Talvez tivesse abusado demais dos privilégios como amiga e ultrapassado os limites, por isso fazia uma promessa pessoal de parar de afanar alguns dos pertences alheios. A boa aceitação para a contraproposta levantada lhe causou surpresa, com uma das sobrancelhas arqueando ligeiramente. Gale trajando alguns de seus vestidos? Que a considerassem extremamente intrigada e interessada pela ideia! ── Irei separar alguns deles para você, então. E você ficará encarregado de providenciar os ajustes e exibi-los para mim quando estiverem prontos. ── Acertou os detalhes, firmando o combinado com um gole modesto da bebida. Enquanto encontrasse genuína disposição e interesse por parte dele, colocaria aquele plano em prática.
À parte de qualquer constrangimento causado pelo episódio de abandono sofrido no altar, a princesa raramente apresentava qualquer sinal de melancolia ou receio em brincar com o assunto, uma vez que havia se libertado de jurar comprometimento eterno como alguém que jamais amara ou sequer conhecia. E enquanto pudesse rir daquela situação, mantinha os pensamentos distantes daquele que mantinha seu segredo a sete chaves, mas que poderia mudar de ideia a qualquer momento e destruir de vez sua reputação. Poderia nunca mais participar de uma cerimônia como aquela na posição de noiva, mas tinha esperanças de acompanhar o laço matrimonial daqueles a quem amava. Percebendo que já havia tomado muito do tempo de Gale, prontamente assentiu, concordando ser o momento de voltar para sua função como músico. Retribuindo a reverência, com o mesmo nível de extravagância, se despediu. ── Obrigada. ── Agradeceu pelos desejos gentis. ── E que você continue encantando a todos com sua música e sorriso encantador.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ the end.
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Sem que percebesse, sempre que se encontrava com Elewen, suas bochechas doíam um pouco após meia hora de terminadas as conversas, e Gale nunca fora dos mais brilhantes para entender o motivo. De toda forma, seguia sorrindo depois dos risos, como era o caso, em que fizera menção de apertar a boca dela, para calar aquela peça de autocrítica, mas desistira e fizera um gesto mais infantil, quase como se estivesse próximo a "roubar seu nariz". "Só algumas, não todas, então?", e franziu os olhos para provocá-la, em falso interrogatório ou investigação.
Mas as sobrancelhas logo se ergueram altas, ligeiramente surpresas e, na verdade, ponderando a sugestão alheia. "Olha, pra ser sincero…", e deixou a possibilidade pairar no ar por um momento, rindo com o tempo do humor cair. Seu gole na taça foram as gotas finais de coragem. "Pra ser sincero, acho que tem um ou outro vestido seu, com alguns ajustes, que ficariam ótimos em mim", e, embora tivesse o rosáceo da bebida nas maçãs do rosto, era pura honestidade etílica o que lhe escapava da boca, tão séria quanto toda brincadeira deveria ser.
Seus olhos escurecidos e desfocados buscaram os dela com um pouquinho mais de cuidado, de temlo, de atenção. Gale tentava, sem ser invasivo, medir quanto de frustração ou vergonha ou outros sentimentos poderiam ter naquele brinde besta, que ele mesmo ofecera, sem indagar diretamente à amiga, por achar que o tema poderia ser muito delicado. Afinal, aquela festa pedia por risadas e por música e por rodopios, não por tristezas passadas, e ele logo piscou a ela em incredulidade. "Aham, vai ser sim." Porque, por mais que confiasse na gentileza da princesa, também imaginava que lidaria com algumas dúvidas (próprias; projetava sem dó) de se outrem lhe seria o suficiente. "Acho que vou voltar ao palco", e bateu na gaita que guardara, dando últimos goles mais largos no copo. "Que a donzela continue se divertindo e atraindo tantos olhares quanto sempre", desejou em reverência extravagante, caricata, com um floreio exagerado de seu pulso.
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twcfaced · 4 days ago
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Estática, ainda munida da bolinha de neve que permanecia erguida sobre sua cabeça, observou a aproximação da irmã com apreensão no olhar, sem conseguir antecipar a sua reação para a ameaça. Aquele era exatamente o tipo de intimidação que teria evitado caso a tivesse atacado assim que tivera a chance de fazê-lo, o que daria a Elewen a vantagem de correr de modo a se afugentar da possível fúria a atingir a mais velha. Apesar da expressão de seriedade que estampava o semblante alheio, pôde se tranquilizar um pouco com a reprimenda recebida, pois estava certa de que a outra jamais a advertiria quanto ao seu comportamento inadequado para uma princesa. Mas antes que pudesse rir com o comentário, foi surpreendida pelo ataque que anunciou o inicio do confronto. Tentando desviar-se rapidamente do gelo lançado em sua direção, o sentiu atingir seu ombro em cheio, espatifando-se com o impacto. ── Qual é, Delyth… Sabe que remoer ressentimento por muito tempo faz mal, pode até causar azia. ── Rebateu a ameaça com bom humor, rindo com leveza enquanto se recompunha para contra-atacar. ── E eu ainda estou praticando minha mira com bolas de neve, então ainda tem a chance de sair vitoriosa. ── Podia ter vencido a irmã em uma batalha de água dez anos atrás, contudo agora as circunstâncias eram outras. ── Mas não com a imagem de dama completamente intacta. ── Continuou a brincar, agora lançando sua bola de neve contra ela.
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Provavelmente não veriam a neve por muito mais tempo, o que era um pouco triste. Parte de Delyth gostava de se perder entre a imensidão branca que cobria o chão e a fazia desaparecer. Naquele momento, ela não estava se escondendo ou qualquer outra coisa. Na verdade estava rezando enquanto caminhava em um momento de tranquilidade e...então, sentiu uma frio a espinha. Daqueles que pouco tinha haver com o cenário e mais com um sentido aguçado em ser a irmã mais velha. Seus olhos azuis imediatamente buscaram por algum dos pestinhas que amava, em especial, se perguntando de onde viria alguma provocação terrível e porque Narcissa....até se deparar com a pestinha número dois. "-- Ora, ora!" Chamou a atenção, e a expressão séria poderia indicar que estava brava. Ela se aproximou em alguns passos, mas manteve a distancia. "-- Esperava de tudo...mas uma bola de neve? Não é o comportamento de uma dama..." Nada naquela frase tinha um peso real, pois assim que se abaixou, pegou uma bolinha de neve e mirou na irmã, jogando. "-- Vamos lá! Ainda me deve uma revanche de quando eu tinha dez anos! Vou acabar contigo!"
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twcfaced · 4 days ago
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Embora a intenção da princesa fosse aconselhar e ajudar a amiga, sabia que existia um limite que jamais deveria ser ultrapassado quando o assunto se tratava de questões familiares e pessoais. Como alguém que mantinha seus próprios segredos e não compartilhava cada detalhe sórdido sobre seus relacionamentos, principalmente aqueles que não lhe cabiam, tinha a expectativa de que todos agissem da mesma maneira. E a resposta que obtivera de Deirdre apenas reforçava e provava esse raciocínio. Com o receio de continuar a dizer as coisas erradas, devido a falta de informação que tinha nas mãos, calou-se e entregou a outra toda sua atenção, pois era a forma de apoio mais eficaz que poderia oferecer naquele momento. A forma como a outra khajol se expressava lhe causava preocupação, não apenas pelo bem-estar dela, mas como também do irmão. Continuava a ser poupada de detalhes, mas lentamente compreendia a complexidade e gravidade da situação. Concordava com o ímpeto dela de não abandonar Declan, principalmente durante o enfrentamento de seus problemas de saúde, mas não parecia justo que ela se anulasse e se submetesse a qualquer condição por se sentir no dever de fazê-lo.
Assim que percebeu a conclusão do desafogo alheio, espontaneamente apertou a mão de Deirdre, em um gesto delicado de conforto. ── Não precisa se preocupar com nada do que for dito aqui, a minha boca é um túmulo. ── Reforçou a confidência entre ambas, para que assim aliviasse qualquer resquício de culpa que pudesse acometê-la por ter revelado algumas verdades. Sequer era necessário oferecer promessas vãs, já que sua experiência de vida já havia provado sua capacidade de manter segredos seguros. Medindo muito bem suas palavras, preferiu não opinar sobre nada, pelo menos por ora. Tinha receio de oferecer conselhos sem valores como havia feito anteriormente. O que tentaria fazer era aprender um pouco mais sobre o que tirava a tranquilidade de outrem. ── E vocês já procuraram por ajuda? Digo, de algum especialista ou profissional mais capacitado para analisar o caso dele? ── Aquele fardo parecia pesado demais para ser carregado sozinho e, embora não menosprezasse a inteligência ou duvidasse da capacidade de Deirdre, imaginava existirem pessoas mais aptas a analisarem o caso do rapaz, o que poderia facilitar o caminho até uma solução mais rápida e eficaz.
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Se permitiu respirar com maior tranquilidade mesmo perante as dificuldades que eram faladas ali, sentia-se melhor em saber que teria sempre o apoio e amizade de Elewen até mesmo nos momentos difíceis. Assim como ela mesma sempre estaria ali para quando princesa precisasse, não por um dever ou interesses políticos, mas por que realmente desejava ser um porto seguro para a mais jovem também. No mundo onde viviam, ser uma mulher já era muito complicado e ser uma mulher forte era mais ainda... Mas parte dessa força vinha em ter uma rede de apoio, outras mulheres que sempre estariam ali para lhe apoiar e lhe reerguer, algo que conseguia ver na loira. Por vezes, se pegava questionando o que poderia fazer para inspirar outras mulheres e pensarem e compartilharem seus ideais, se havia algo que poderia fazer para possuíssem progresso e pudessem finalmente possuir algum controle sobre as próprias vidas e os próprios corpos. A ruiva ansiava pelo dia em que a sociedade não cobraria a perfeição e pureza das mulheres, quando permitia que os homens fossem medíocres.
❝Obrigada.❞ Agradeceu mais baixo, sorrindo minimamente ao sentir o aperto carinhoso em sua mãos, servindo para a tranquilizar de certo modo. Por mais simples que fosse o ato, se sentia muito melhor quando era validada em sua dor e apoiada, por vezes sentia que o irmão era tão mais ardiloso que ela que sua sinceridade lhe faria apenas soar como louca. ❝Sabe que tem total liberdade para me dizer o que pensa e suas opiniões, se algo me incomodar ou romper algum limite serei vocal sobre isso.❞ Respondeu com maior simplicidade, a loira lhe conhecia o suficiente para saber que quando algo incomodava a Colmain, ela realmente era vocal sobre essa coisa e costumava ser ainda pior quando a ofendia. Mesmo que fosse muito mais afável com aqueles que considerava amigos próximos, ainda assim era dona de um temperamento questionável e complicado, nunca fizera questão de esconder tão fato mesmo que fosse muito bem disciplinada e educada, sempre foi muito mais afeita a sinceridade e a emoção.
Ouviu todas as palavras da Essaex com atenção e sabia que todas partiam da melhor das intenções, contudo, também eram advindas de quem não compreendia qual era a raiz do problema. A ruiva ponderou por alguns segundos antes de se pronunciar outra vez, se vendo então mais apta a compartilhar aquela informação com a amiga tendo em vista que confiava nela para guardá-la. ❝Digamos, que não é tão simples assim... Mesmo que eu tente me afastar dele quando está em seus dias ruins, ele não me deixa em paz e isso tende a tornar as coisas piores...❞ O certo seria mais violentas, mas aquilo era algo que não falaria nem morta, não precisava comentar sobre como os surtos de Declan o levavam a quebrar tudo que colocasse as mãos em. ❝Lhe contarei isso por que confio em você, Elewen, mas preciso que prometa não contar a ninguém, certo?❞ Esperou por alguns segundos, até obter uma resposta positiva da loira e escolhendo tomar como verdadeira, sem paranoias. ❝Se recorda do acidente que mencionei que Declan sofreu na infância? A verdade é que ele não se recuperou até os dais de hoje, o ferimento foi muito grave e é de se acreditar que ele até mesmo tenha morrido por alguns segundos e voltado... Mas isso o afetou drasticamente, o estado dele tem piorado nos últimos anos e agravado a forma que ele age.❞ Começou explicando, ainda que fosse um tópico difícil para si de falar, sempre detestando relatar qualquer falha em sua família. ❝A verdade é que por mais que eu reconheça que o racional seria tomar medidas mais drásticas, ainda cultivo a esperança de que posso curar meu irmão... As vezes ele ainda retorna a ser a pessoa que ele sempre foi, gentil e considerativo. Eu sei que não posso mudar quem ele é, mas também não posso deixar de tentar curá-lo, entende?❞
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twcfaced · 4 days ago
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Embora quisesse respondê-la sobre sua dúvida, observando a esperança que nascia no olhar de Freyja, optou por permanecer em silêncio e dar continuidade ao seu plano impulsivo, pois assim a privava de mais uma mentira. O buraco que havia cavado com as próprias mãos já era fundo demais para continuar a procura por algo que jamais alcançaria. Apenas no momento em que se viu diante da antiga amiga dentro do dormitório, foi percebendo o quão alarmante aquela situação se tornava. O que estaria pensando e sentindo se fosse ela a ser arrastada até um quarto por um completo desconhecido? Os dedos das mãos encontraram o rosto para esfregá-lo, visivelmente consternado com tudo que acontecia. Quanto mais tentava se livrar daquela situação, pior a deixava. Talvez esse fosse seu talento especial, digno do orgulho de toda família real. Pacientemente deixou que ela respondesse à altura da absurdidade que vivia, apenas esperando pela confirmação de que era seguro prosseguir. Nunca seria. Vendo-a avançar em sua direção, inconscientemente se agarrou à maçaneta com a destra. Como era assustador seria o alvo da fúria de Freyja! Um gosto de sangue parecia invadir o seu paladar, enquanto sentia o coração bater em uma velocidade vertiginosa. E com a permissão do ultimato, lançou-se com medo em direção ao abismo cavado. ── É quase isso! ── Hesitante, fez menção à suposição absurda levantada por ela, que estava mais próxima da verdade do que poderia imaginar. Enfrentando o último obstáculo a se erguer diante de si, fechou os olhos para vencer o instante de hesitação que quase a fez recuar. Aquilo já havia ido longe demais. ── Eu sou a Elewen. ── A voz trêmula expôs a verdade. E num sopro, sua ilusão se desfez, a imagem de Roderic se dissipando no ar feito fumaça e alguns pontos de luz, para revelar a imagem da princesa vestindo as roupas do rapaz. Um peso pareceu sair de seus ombros, para se alojar em seu peito.
Mesmo que suas pálpebras parecessem pesar toneladas, Elewen abriu os olhos para fitar a outra khajol, nas írises azuladas surgindo a sombra da culpa e apreensão. Não sabia o que esperar da reação de Freyja e não o faria. Sentindo-se sufocada com a distância limitada que as separava, afastou-se da porta para caminhar em direção à própria cama, retirando sua bolsa a tiracolo enquanto se deslocava. ── Há muito tempo eu venho usando minha ilusão e esse disfarce para tentar levar pelo menos parte da minha vida sem o peso de ser uma princesa, de ser uma mulher. E assim que descobri o doce sabor dessa liberdade, acabei caindo num buraco sem fundo, pois nunca mais consegui me renegar este prazer. ── Feito torrente, as verdades deixavam sua boca sem o menor resquício de irresolução. Voltando a mirá-la, agora à uma distância mais confortável, retomou. ── E você esteve tão próxima de descobrir esse segredo, que minha reação foi te isolar da minha vida, pois não sabia se era seguro compartilhá-lo com você. ── Assim, descobria que admitir a atrocidade cometida contra aquela amizade era mais difícil do que revelar a existência de seu alter ego. Percebendo a voz falhar, inspirou profundamente, de modo a se recompor. Sentia-se uma idiota em escrúpulos por ter agido com tamanha covardia. ── Quer dizer, o que poderia acontecer se ele fosse exposto e você apontada como minha cúmplice? ── Engoliu seco. Revelar a realidade era o mesmo que encará-la, tão doloroso quanto. ── Eu também tinha medo de que me odiasse por ter mantido isso de você por tanto tempo. Mas, no final acabou me odiando de qualquer jeito, não foi? ── Um nó se formava na garganta, mas os olhos se recusaram a lacrimejar. Se alguém tinha o direito de chorar e esbravejar, era Freyja. ── Bom, pelo menos agora sabe a verdade e tem mais um motivo para me ressentir, mas não precisa mais se perguntar o que diabos tem acontecido ou se culpar por isso. ── Concluiu com um suspiro, pronta para enfrentar as consequência de seus atos e a fúria da outra.
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Esperou por uma resposta, e nada veio conforme ele gaguejava em silêncio. Estava pronta para deixá-lo para trás, vendo a causa como perdida e, no fundo, desistindo de Elewen. Era exaustivo insistir em algo que não a levaria a resolver o que precisava, sem sequer saber as razões. A expressão irritadiça havia mudado para uma cansada, e já estava decidindo o que faria com o vaso que tinha em mãos. Presenteá-la definitivamente não era a opção mais inteligente no momento. A frase dita repentinamente a pegou de surpresa e sugou sua atenção de volta. O coração acelerou-se ao mesmo instante em que ficava apertado. "Ela falou sobre mim?" Não conseguiu evitar a pergunta, a esperança crescendo minimamente em seu interior. Tinha medo de iludir a si mesma e acabar decepcionando-se novamente, como vinha acontecendo há meses. Era melhor se poupar. Já tinha tantas preocupações que não queria adicionar mais uma à lista, nesse caso, aumentar uma já existente que deveria ter dado por encerrada enquanto havia tempo. Só acabava se comprometendo. Prestes a deixá-lo, foi surpreendida outra vez, agora com o puxão que a levou de volta pelo caminho que fizeram pelo corredor. Ele andava tão rapidamente que não teve tempo de argumentar ou desviar do toque sem quebrar o vaso.
Quando adentrou o quarto da princesa, deixou o vaso no primeiro móvel que viu e levou as mãos à cabeça, enfim tendo tempo para assimilar o que estava acontecendo. Preocupou-se em tirá-lo dali e agora estavam de volta, dentro do quarto. Aquela era a cena perfeita para que ambos acabassem sendo punidos; só o fato de invadir um lugar da realeza era demais. "Meus deuses." Resmungou antes de olhar para o quarto ao redor. Não tinha nada a ser feito a não ser aceitar que seu destino estava nas mãos de um rapaz petulante e sem noção alguma do perigo. O rosto de Freyja estava vermelho, denunciando a preocupação e ansiedade que sentia, e também havia outra coisa: a curiosidade mortal em saber qual era o segredo. Não era mais amiga de Elewen e aquilo não bastava para que não quisesse saber de sua vida, seus sonhos e seus momentos. Fechou os olhos e respirou fundo duas vezes, devagar. "Não estava bom guardar só um?" Retrucou, um tanto irritada por estar ali e por estar fazendo outra promessa ao desconhecido. "É claro que sim!" Gritou sussurrado, andando para perto dele. "Acha mesmo que vou contar para todo mundo que estive no quarto da princesa sem problema algum?" Queria estapeá-lo e puxar os cabelos claros que ele tinha no topo da cabeça, mas não o fez. "A única coisa que seria mais complexa que isso seria dizer que ela morreu e você está substituindo." Continuou com a fala baixa, mas logo se preocupou. Estava tão cega de inconformação e ansiedade que não notava o quão ridículas suas palavras soavam. "Você tem um minuto. Esse é o tempo que contei antes de explodir um feitiço em Caelan sem perceber." O coração batia rápido e nervoso, assim como ela, e o episódio citado fora vergonhoso o suficiente para não querer repeti-lo em outra pessoa.
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twcfaced · 11 days ago
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Ser o alvo do apreço de alguém como Gale era profundamente elogioso, tanto que suas palavras gentis coravam sutilmente o seu rosto, uma reação camuflada pelo frio que os envolvia. Não importava por quanto tempo mantivessem aquela amizade, as borboletas em seu estômago sempre se agitariam diante de seu carinho. ── Nunca irei entender o motivo de procurar desrespeitar seus ouvido depois de criar melodias tão belas, mas sempre estarei aqui para contribuir para seu autodesrespeito auditivo. ── Muitas vezes, as críticas a si mesma eram a única resposta que encontrava para os raros louvores que recebia, assim como o humor. Ajeitando o gorro roubado sobre a cabeça, sorriu exultante com a nova conquista das mãos leves. ── Me avisa quando já não encontrar mais peças para vestir, tentarei devolver algumas. ── Era um exagero, mas começava a sentir o remorso por ocasionalmente surrupiar alguns itens dele que capturavam o seu olhar ou apenas se encontravam ao alcance das mãos. Não era raro encontrar Roderic vestindo alguns deles. ── Já pensou em roubar algo meu? Só para ficarmos equiparados. ── Uma risada silenciosa deixou os lábios.
E enquanto dançava, abraçada ao amigo cujo riso alcançava seus ouvidos como uma doce sinfonia, via-se ainda mais encantada pela oportunidade de comemorar mais uma Saturnália ao lado dele, presenteada pelo cenário de inverno no qual celebravam. Atendendo ao pedido, se afastou para segurá-lo pela mão, então o guiando para que rodopiasse no próprio eixo. Quando tinha em mente dançar ao som da banda, era exatamente aquilo que imaginava, algo sem formalidades. Oferecendo um pouco de apoio para que se estabilizasse, o segurou pelo braço livre, enquanto o outro se estendia para agarrar duas taças e ofertá-la um. Reagiu com divertimento ao tema conferido ao brinde, mas logo se pôde ouvir o tilintar do toque entre seus vasos. ── E a altares alérgicos a nós. ── Complementou com o que parecia ser o seu caso. Não tinha qualquer aversão à ideia de casamento, contanto que ambas as partes estivessem satisfeitas com a decisão. Bebericando da bebida, também assentiu para a nova promessa firmada. ── Não espero menos do que isso. ── Reprovaria qualquer candidata que não tivesse como objetivo fazê-lo feliz. ── Prometo ser gentil com ela, mas igualmente exigente.
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Apesar de todas as suas pequenas ressalvas com a família real, recentemente fundamentadas em acreditar piamente que o Imperador estivesse pra lá de Bagdá, era sempre uma brisa de frescor novo o riso de Elewen, e suas palavras tinham nos ouvidos de Gale um admirador como da música: por vezes tão incaracteristicamente recatado com medo de quebrar a melodia. "Fico só feliz em te ouvir de vez em quando", incluindo em concorrência com tanta festa, e teve o gorro roubado como brincadeira, apesar de erguer o nariz quase em protesto, tendo que admitir. "Você tem um dom pra se vestir bem com tudo que é meu, né?"
Talvez o estilo de Gale só não fosse propício a si mesmo. Mas ele aceitou o comentário de bajulação dela, revirando os olhos em reflexo, embora não tivesse o controle dramático para segurar a gargalhada que percorreu seu peito às cordas vocais. Continuaria, não por talento em lamber o ego alheio, mas porque era quase impossível não fazê-lo; e aquela risada morreu no ombro da garota, apertando-a contra si mais forte no abraço dançante, já mais uns passos desconexos que um baile propriamente dito. "Por favor, princesa de todos os reinos."
"Acho que vou ficar tonto", imediatamente se arrependeu do giro, porque não focou em nenhum ponto de equilíbrio e ainda não havia alimentado direito, já que os ensaios da banda lhe comeram um pouco de tempo. Com um braço, surrupiou dois vasos de cidra e ofereceu um à companhia. "Por uma união alérgica a altares, então", já que ele próprio não conseguia aguentar as conversas de casamento arranjado de sua família, embora a situação da colega tivesse tons fatidicamente mais trágicos; notas em bemol e sustenido. "Vou lembrar disso quando finalmente for pescado do mar: pedirei a sua bênção." Pelo sinal de dedos seguido, tão secreto a ambos que nem me ouso em descrever, aparentemente uma promessa acabara de ser selada.
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twcfaced · 11 days ago
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Divergindo das expectativas depositadas sobre ela para que se comportasse como uma princesa exemplar, Caelan sempre encontrava uma brecha para convencê-la a nadar contra a maré e explorar ao máximo as oportunidades que surgiam em seu caminho. O gesto era aceito com gratidão e alívio por ela, mas uma dose cavalar de cautela. Conhecido também por seus extremismos, o rapaz não era exatamente um exemplo a ser seguido, nem mesmo por uma alma que carecia de aventura, como era a de Elewen. Mas equivocava-se quem a julgava como uma pessoa inocente. ── Isso também é uma questão de autopreservação, Cae. Pessoas que não se sentem contrariadas, não enchem o saco. ── O sorriso presente nos lábios assumia nuances de travessura. Ainda estava distante de se portar como uma grande ameaça para aqueles que tentavam contestar, mas orgulhava-se do dom desenvolvido para combater problemas desnecessários. Completamente intrigada com o pedido feito pelo outro, franziu o cenho enquanto ouvia sobre suas ideias de contribuição. Entretanto, o que ele exigia, se enquadrava em suas especialidades. ── Farei este esforço e guardarei o seu segredo. ── Fez a promessa, a firmando com uma breve reverência ao irmão. ── Até o momento em que ele se tornar útil pra mim, é claro. ── Com malícia, insinuava uma possível chantagem no futuro, mas sem real seriedade. ── Vamos, me mostre essa representação e me conte o que encontrou sobre ela.
Dentre seus atributos, Caelan não era especialmente conhecido por sua generosidade. Talvez já tivesse ouvido falar do modo que o herdeiro dos Essaex possuía com as palavras – em particular quando o assunto era enrolar seu caminho para fora de uma confusão – ou então sua afinidade para os mais variados truques, mas não costumava sair de sua zona de conforto a não ser que estritamente necessário. Por seus irmãos e mais algumas seletas pessoas, no entanto, entretia mais flexibilidade; podia até alegar contragosto, mas nunca deixava de mover o possível e impossível por eles quando verdadeiramente importava. “Não vale a pena viver em função das expectativas alheias, El. Deveria tomar como exemplo seu irmão mais velho e se esforçar para não agradar.” Certamente não estava em posição de aconselhar ninguém e muito menos oferecer lições de vida, mas isso não o impedia de enunciar as palavras de maneira impactante para maior efeito dramático, como se tivesse de fato algo de valor a partilhar; empregando um pouco de carisma, dava nó até mesmo em pingo d’água. “Queria que me ajudasse a interpretar uma representação do Plano Astral que separei. Você tem um olhar para detalhes muito mais atento do que o meu e, com o sumiço da pira, o que me resta para ocupar o tempo é ficar procurando informações em livros.” Frisou a última palavra como se fosse uma ideia impensável e de fato um último recurso, ainda que fosse reservadamente um estudante bastante aplicado. “É péssimo para a minha reputação que me vejam por aí me esforçando, então o que precisa ser épica é a sua discrição.”
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twcfaced · 11 days ago
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De maneira involuntária, um riso baixo de escárnio se desprendeu dos lábios masculino. Se havia alguém que entendia sobre a pressão colocada sobre a princesa, esse alguém era Roderic, o único recurso em seu alcance para ter acesso ao mínimo de liberdade. Mas quem argumentava pelo direito de existir aquele romance absurdo e infactível era Elewen, que, apesar de tudo que já havia sido arrancado de suas mãos por conta de seu título, ainda tinha esperanças de viver um romance genuíno, fundamentado no amor verdadeiro, embora este continuasse a se provar apenas um sonho distante e inalcançável. Sempre existiria a possibilidade de renegar seu título para viver uma história fascinante longe de Aldanrae. Qualquer sinal de ironia que pudesse estar estampada em sua expressão se desvaneceu no momento em que foi questionada sobre uma possível interação prévia entre os dois, arregalando ligeiramente os olhos de azul profundo quando percebeu ter usado o nome da amiga por acidente. No calor do momento, tomada pelo ímpeto de recriminar o preconceito fundamentado e defender a própria liberdade, havia deixado que sua verdadeira identidade transparecesse através do deslize cometido. Esta era a razão para sempre evitar qualquer contato com as pessoas mais próximas quando assumia seu disfarce, nunca sabia o que poderia acontecer e a verdade poderia vir à tona a qualquer momento. Ensaiando uma resposta, seus lábios se entreabriram diversas vezes, sempre recuando quando percebia não ter encontrado as palavras certas para respondê-la. Tornava-se maçante mentir para a antiga melhor amiga daquela maneira. ── Como eu poderia conhecer Elewen e não conhecer você? ── A voz grave soou vacilante ao dizer, quase como se não acreditasse no que alegava. Mas era verdade, não parecia existir Elewen sem Freyja.
Acompanhando o raciocínio alheio, a princesa sentia-se afoita e contrariada, percebendo que a situação logo perdia o controle. O fardo de seu segredo já tomava o suficiente de sua atenção e cuidado, e a mera ideia de ter que lidar com a possível especulação sobre suas aventuras noturnas com um rapaz era o suficiente para deixá-la atônita. E a culpa era somente sua, com sua falta de cuidado ao se arriscar como fazia. Estava cansada e não aguentava encontrar apenas decepção no olhar de Freyja ao fitá-la. Com isso, em um ato impulsivo, a agarrou pelo pulso, puxando-a em direção ao próprio dormitório. Mesmo tomada por um ímpeto descontrolado, atentava-se para não ferir a amiga com os dedos firmemente unidos a seu braço. ── Venha aqui. ── Sem pensar demais, marchou até o quarto com passos pesados, levando a amiga consigo quando atravessou o batente e invadiu o aposento sem sequer olhar para trás. Antes mesmo que a porta terminasse de se fechar, ele se escorou contra a superfície de madeira, obstruindo a passagem para que a outra não tentasse escapar. Agora que estava decidida a fazer aquilo, não podia facilitar a chance da oportunidade passar. Permitiu que o silêncio pairasse entre eles durante alguns instantes, com a esperança de que Freyja notasse a ausência da figura de Elewen ali. ── Você consegue guardar um segredo? ── Se dirigiu a ela com urgência, o olhar tão intenso quanto a respiração entrecortada. O coração tamborilava contra o peito, agitado. ── Um segredo muito mais complexo do que meu possível envolvimento com a princesa.
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A ignorância do outro fez com que Freyja parasse o caminhar para encará-lo, incrédula. Havia todos os tipos de problema, especialmente se fosse de uma classe social números abaixo da família real. Outra vez, tinha certeza de que o rapaz não tinha cuidado nenhum com Elewen e tampouco se importava se aquilo fosse afetá-la de alguma forma. Para príncipes, não haveria problema, mas para princesas... fim da carreira eternamente. Não que Elewen pudesse ser apegada naquele status, porém, a parte social muito valia e não queria vê-la sendo tão julgada por se divertir assim como os demais faziam. Caelan vivia a vida da noite, Vincent sempre parecia ter uma carta na manga para o que quisesse enquanto as princesas precisavam ser ideais o tempo todo. "Quanta insolência. Como se você não soubesse como todos estão ansiosos secretamente, ou nem tanto, para colocar qualquer Essaex na mira da execução pública." Resmungou, desacreditada com o enfrentamento alheio. A família real era adorada publicamente pela maioria dos nobres, mas ela sabia por observar e perguntar demais que nem todos se agradavam do imperador. Muitos pensavam, poucos agiam. A política era infeliz. Estava prestes a rebater quando franziu o cenho, pega desprevinida pela menção de seu nome.
Ela não o conhecia, jamais se esquecendo de um rosto que já vira antes, mas ele parecia pronunciar seu nome como se a conhecesse há anos. Aquele timbre era pessoal e não vinha com delicadeza. Semicerrou os olhos, o estudando veemente e não, não se lembrava de terem conversado nem uma vez. "De onde é que nos conhecemos mesmo?" Perguntou outra vez, insatisfeita pela falta de respostas e cada vez mais intrigada. Teria Elewen falado sobre si? Coisa boa não era, ou não estariam entrando em ferro e fogo por mais acidental que fosse. Rolou os olhos, bufando em seguida. "Ah, é lindo dizer na teoria, muito romântico. Na prática não funciona, ou consegue me dizer algum casamento real que tenha sido com alguém que não seja nobre? Por que é que está tão irritado, aliás? Você é funcionário deles?" A voz vinha com um pesar maior e queria poder sacudir a cabeça de Elewen para ver se dali saía algum juízo. "Ótimo, acredite no que quiser. Depois tente usar esse argumento quando a pessoa errada pegar você saindo do lugar errado e cair em julgamento." Estava falando tão sério que não o provocava mais, apenas alarmada sobre a situação. Os perigos que haviam ali ultrapassavam vários limites que não seriam facilmente perdoados e eram tão explícitos que soava arrogante argumentar contra. Não tinha nada de seu interesse na vida pessoa de Elewen, ou pelo menos, não mais, e ainda assim, se preocupava com cada Essaex pela amizade de anos, familiar e particular. Talvez fossem os sinais dos deuses para enterrar de vez sua amizade e esquecer o que não sabia, e aquilo a chateou outra vez, se forma que não escondeu em sua expressão. "Que se queime. Faça como quiser."
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twcfaced · 11 days ago
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As palavras de Elewen tinham como objetivo incentivar a amiga a permanecer forte, mas reconhecia não ser o suficiente para amenizar a dor que aquele relacionamento familiar disfuncional lhe causava. Mas a verdade era que não havia nada que pudesse dizer para reverter os visíveis impactos causados pelas atitudes do rapaz ou evitar que insistisse nos mesmos erros que magoaram sua irmã. Naquele momento, o que restava para a princesa era mostrar-se presente e apresentar toda a compreensão que tinha a oferecer, uma vez que pessoalmente conhecia grande parte da pressão que Deirdre também sofria. ── Eu sei que faz. ── A doçura de seu sorriso também permeava os olhos que a fitavam. Enxergando-a como um exemplo a ser seguido, tinha ciência da força que demonstrava e valorizava a guerreira que se provava ser. Ainda assim, não a projetava sobre um pedestal irrealista, pois esse era exatamente o tipo de expectativa que a sufocava. ── Mas, de fato, todos temos nossos limites. E qualquer golpe se torna imensamente mais doloroso quando desferido por alguém que amamos. ── Bem aventurados eram aqueles que contavam com uma família que honrava seu verdadeiro papel, oferecendo suporte incondicional àqueles com quem compartilhavam sangue. Com a maturidade, havia aprendido que esta era uma fortuna conferida a poucos.
Descobrindo que os erros do rapaz iam além do que a simples intromissão na vida da irmã, Elewen sentiu verdadeiro pesar pelas palavras duras e injustas direcionadas a ela. Aquele era o tipo de ataque pessoal que ninguém jamais deveria ser alvo. ── Isso foi extremamente cruel, Deirdre. Lamento muito que tenha passado por isso. ── Em um gesto de conforto, suas mãos pressionaram gentilmente a dela. Suspeitava que as ofensas não passavam de um artifício para minar a segurança de Colmain, assim conquistando um controle maior sobre ela e suas escolhas. Mulheres confiantes não eram facilmente manipuladas. Ponderando sobre o que poderia ser dito naquele momento, permaneceu em um debate interno durante alguns instantes, durante os quais seu olhar vagou pelo chão. Um suspiro pesado se desprendeu de seus lábios, manifestando sua insegurança. ── Espero que não esteja ultrapassando nenhum limite ao dizer isso e, caso eu esteja, por favor, releve minhas palavras. ── Deixou como aviso antes de prosseguir. ── Ninguém além de você e ele sabe de verdade o que se passa entre vocês. ── Tinha receio de interferir em um assunto familiar, e o medo de dizer as coisas erradas era ainda maior.
Ajeitando-se sobre a cadeira, inspirou profundamente, em seguida oferecendo sua opinião sincera. ── Mas às vezes nós precisamos aceitar a derrota e reconhecer que não temos a capacidade de mudar ninguém, nem mesmo aqueles a quem amamos. Se o Declan sempre a tratou assim, se as atitudes dele são inconstantes e te machucam, talvez o mais adequado a se fazer seja se afastar e tentar controlar o detalhes de sua vida que chegam até ele. ── Sua expressão era pesada ao dizer, pois imaginava não se adequar ao que a amiga desejava escutar. ── Eu digo isso sabendo que é doloroso, que ninguém quer se distanciar de um irmão desta forma, mas certas circunstâncias nos obrigam a fazer sacrifícios e a agir com mais egoísmo. Precisamos ser a prioridade de nossas vidas. ── E se isso implicava o corte de alguns vínculos, que assim fosse. ── De uma coisa eu tenho certeza: se a situação atual não lhe agrada, não lhe faz bem, alguma mudança deve ser feita e deve partir de você.
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Assentiu com a cabeça prontamente e os olhos expressaram maior alívio de por fim encontrar consolo em poder partilhar aquilo com alguém que compreendia bem suas dores, o impacto das ações do irmão e o que realmente significavam. Tinha a mais plena certeza de que se Declan se dedicasse a reflexão e ao que poderia fazer pela família prosperar ou as mudanças que poderia fazer quando assumisse o lugar do pai, muito poderia ser melhor. E ainda assim, eles escolhia gastar seu tempo tentando a controlar e impor coisas absurdas, buscando lhe tirar a pouca liberdade que ainda possuía naquele ano maldito. Deveria estar mais animada por ser o último ano em Hexwood, mas se via aflita com que aquilo significava... Que não poderia mais fugir de suas obrigações, de que seria forçada em matrimônio a quem favorecesse mais a família e muito pouco teria influência a opinião dela a cerca do assunto. ❝Faço o possível para me manter firme e não me abalar diante de tamanha hipocrisia e da pressão, contudo, me é difícil manter firme quando as palavras de meu irmão me cortam profundamente como lâminas afiadas.❞
Era possível ver dor nos olhos castanhos quando pareceu lembrar mesmo que brevemente diversas das coisas ditas por Declan, magoavam mil vezes mais por virem do próprio gêmeo e dificilmente teriam o mesmo efeito se viessem de outrem. Contudo, estaria presente na relação dos gêmeos Colmain uma dualidade que era difícil para a compreensão daqueles de fora, a ruiva não deixava que ninguém passasse por cima dela e ainda assim sempre parecia perdoar e ser mais leve em relação ao irmão independente de sua crueldade, poucos sabiam que isso se dava a culpa que sentia em seu âmago. A sensação de que se Declan havia se tornando um monstro cruel, certamente era por culpa dela que ao tentar salvar sua vida havia lhe condenado a um destino cruel e aparentemente sem volta, mas ao mesmo tempo como poderia ela permitir que ele morresse se havia a possibilidade de o salvar? Se ao menos ele tivesse lhe ouvido... Mas era teimoso desde muito pequeno e agora ambos tinham que arcar com as consequências.
❝É complicado explicar, primeiramente estava de bem e até mesmo me ajudou a reconciliar minha amizade com Eirik.❞ E aquela talvez fosse a coisa mais bondosa e gentil que havia lhe feito nos últimos meses, mas não era preciso dizer muito a respeito para que isso fosse visível. ❝No entanto, subitamente ele se acha no direito de me proibir de ter outras amizades, implicando que eu irei estragar por ser...❞ Parou por alguns segundos, não gostando da ideia de replicar as palavras rudes que o irmão havia lhe direcionado, Elewen não merecia ouvir aquelas coisas. ❝Por ser... Bem, eu.❞ Não tão longe do que havia sido a mensagem final de Declan, de que o problema era ela ser quem era, sentia que choraria se fosse recitar palavra por palavra do que o mais velho lhe disse e por isso era contida em sua fala, algo pouco comum vindo da ruiva. Sentiu a necessidade de rir mesmo sem muito humor com o questionamento sarcástico, parecia ser a única reação plausível. ❝Mas é decerto que não, não me cabe entrar em muitos detalhes da vida de meu irmão, mas é certo que já estaria noivo se assim o desejasse e se esforçasse para tal... Mas é claro que todos seus esforços estaria voltados para interferir em minha vida, ainda tendo a audácia de dizer que está o fazendo pelo meu bem! Se realmente se importasse com meu bem estar, é certo que me perguntaria sobre meus desejos e vontades ao invés de tomar decisões drásticas por mim.❞
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twcfaced · 13 days ago
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who: @nexusdrv
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Imersa em sua leitura da última edição do jornal de Hexwood, a princesa alimentava um debate interno sobre a última notícia a impactar a todos na academia. Embora estivesse feliz com uma vitória em benefício do amor verdadeiro, não era tão inocente ao ponto de se convencer de que aquela decisão tomada pelo imperador tinha como único objetivo permitir que casais apaixonados formalizassem seu relacionamento. E como ignorar a mensagem e o símbolo enigmático disseminados logo após a notícia? Os olhos permaneciam concentrados nas palavras impressas no pergaminho, enquanto os pés vagavam pela área externa do castelo sem um destino exato e a mente trabalhava incessantemente na examinação minuciosa de todos aqueles detalhes.
O foco na atividade era tamanho que apenas notou a sombra que se formava sobre si quando já era tarde demais. Apertando os olhos para tentar dar continuidade à sua leitura, subitamente uma brisa forte lhe tocou o rosto e bagunçou os cachos dourados que alcançavam os ombros. Erguendo o olhar somente quando a ausência de luz não permitia continuar, sentiu o coração escapar algumas batidas ao se ver diante de um majestoso dragão que se aproximava de onde estava, aparentemente se preparando para aterrissar. Estava tão distraída com os últimos acontecimentos, que havia se esquecido da presença de dragões em Hexwood! Acometida por um repentino estado de pânico, tudo que conseguiu fazer durante os primeiros instantes foi permanecer aonde estava, observando a criatura com os as orbes azuladas arregaladas. Então, preparando-se para o ataque da fera, apertou ou olhos e se encolheu o máximo que pôde, quase chegando a se deitar sobre o solo. ── Por favor, seja rápido! Eu não mereço sofrer! ── Suplicou através de um sussurro esperançoso, já aceitando o seu destino cruel.
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twcfaced · 16 days ago
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Louis Lewanski (George MacKay) in The Beast (2023)
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twcfaced · 16 days ago
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Não era surpresa nenhuma obter novas confirmações sobre a engenhosidade de sua amiga, mas não podia evitar sentir orgulho de seus feitos, principalmente aqueles que vinha descobrindo serem realizados no anonimato. ── Parabéns pela ideia! ── O elogio acidental não lhe era suficiente, por isso oferecia também uma parabenização formal pelo que oferecia àquele projeto tão honroso. Elucidada pelo conhecimento disseminado pela proprietária da estalagem e idealizadora da cozinha, detalhes que contribuiam para a visão elogiosa que construía a respeito da mulher, um sorriso afável se desenhou nos lábios masculinos. Por mais simples que fossem, eram momentos como aquele que tornavam seu apego à Roderic, e ao que ele lhe proporcionava, tão forte. ── Embora nunca tenha me hospedado lá, a conheço minimamente bem para identificar sua sabedoria. Não parece ter sido um acidente a criação desse projeto e o surgimento de voluntários tão generosos. ── Acreditava que as boas intenções eram capazes de atrair pessoas com a mesma índole, mesmo que não fosse o suficiente para expurgar os de má fé. Impelida a não permitir que sua passagem por lá fosse em vão, deixou que os passos o guiassem em direção à pia, imitando os movimentos alheios e também arregaçando as mangas. O tempo que tinha para permanecer ela curto, mas ainda lhe restava alguns minutos para ajuda na lavagem dos legumes e descobrir mais sobre as aventuras paralelas de Brianna. A descoberta sobre o período tão longo em que aquele segredo se manteve distante de seu conhecimento o fez hesitar, os olhos se arregalando em confidência. Seis anos?! Certo, precisaria de muito mais tempo para se inteirar de tudo que descobria. ── Adoraria escutar suas melhores histórias passadas aqui durante esses anos. ── Retomou a postura, juntando-se a ela com um sorriso no rosto e muito interesse em ouvir o que tinha para compartilhar.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ the end.
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— Bem, levarei isso como um elogio pessoal, já que fui eu quem teve a ideia. —  Ela sorriu, incapaz de deixar de lado a sua tendência a se vangloriar, mesmo que não fosse nada extremamente notável. Acostumada a precisar navegar grandes egos, era natural que a proposta para que valores simbólicos aos pratos ofertados iluminasse a sua mente. Ela jogou os cabelos soltos sobre os ombros, aproveitando-se do movimento cômico para atar os fios em um nó com o auxílio de um palito de prata antigo que a acompanhava, mesmo naquela versão de sua vida, com a destreza de quem tinha aquele hábito desde que se entendia por gente. — Eu digo para ela que deveria colocar anúncios nas tavernas, mas ela se recusa e diz que as pessoas certas aparecem no seu tempo. Vendo o seu interesse, acho que ela tem um pouco de razão. —  De fato seria uma tragédia caso o projeto atraísse a atenção das pessoas erradas. Por mais que estivesse por ali apenas durante suas férias, o lugar mantinha um lugar especial em seu coração. Ergueu as mangas do vestido simples e ligou a torneira, pronta para lavar e descascar os legumes para o ensopado previsto para aquela noite. — Não precisa se preocupar, a sua companhia já é ajuda o suficiente, confie em mim, em geral fico aqui sozinha sem nada para ocupar a minha mente enquanto faço essas coisas. E não quero te prender aqui por mais tempo do que tem disponível. Em resposta a sua pergunta: Eu não sou uma das voluntárias fixas, passo por aqui algumas semanas nos últimos seis anos mais ou menos. O projeto no entanto é mais antigo que isso, não sei dizer ao certo quanto tempo.
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twcfaced · 16 days ago
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Levando em conta a ausência da pira e a instabilidade cada vez mais frequente na magia entre os feiticeiros, também se tornava mais urgente a necessidade de recorrer a alguns artifícios para manter sua ilusão ainda viva, pois não estava disposta a abrir mão de Roderic ainda. Por isso, a implementação de chás e outras infusões em sua vida ia muito além do desejo de manter seus pensamentos em ordem, tratava-se de uma necessidade para preservar sua reputação já manchada pelos erros cometidos no passado. Mas aquele era um segredo que jamais poderia confidenciar à changeling, nem mesmo em nome de uma boa convivência. ── Além de ser saboroso. ── Foi tudo o que disse em relação ao apreço demonstrado pela outra. Embora o assunto se encaminhasse para o fim, gravava na memória o detalhe descoberto sobre o gosto pessoal de Rowena. Inevitavelmente, tomou certa afronta do comentário tecido a respeito dos desafios que a vida poderiam ou não ter colocado em seu caminho, pois parecia ser de senso comum confundirem seus privilégios como princesa, com uma existência isenta de adversidades. Era cansativa a visão errônea que nutriam sobre os nobres e lhe causava grande frustração, mas há muito tempo havia aprendido que não havia valia em se defender daquilo. Ainda mais ao estar diante de uma montadora, que superado mais riscos do que toda a sua linhagem junta. ── Certamente enfrentei meus problemas durante a infância, diferentes dos da maioria. ── Limitou-se a dizer. ── Mas não tem como negar que a inocência e inexperiência desse período parece aliviar o peso deles em nossa consciência. ── O que não significava que suas marcas não permaneciam registradas na memória.
Aceitando sua justificativa com um sorriso, não se apegava à culpa subitamente causada, ainda que pretendesse rever as flores que mantinha em seu dormitório. Ao menos, diante do frio que assolava a região, estavam um pouco mais seguras da neve dentro do aposento aquecido. Gratamente feliz pela informação que recebia, seu semblante voltou a se iluminar, com um sorriso entusiasmado atravessando seu rosto. ── Comida, claro! Não tem como errar ao investir no simples, não é verdade? Todos nós gostamos de comer! ── E contava com alguns talentos específicos na cozinha, o que poderia lhe ser útil na confecção de um agrado para a outra. ── Manterei isso em mente. ── Lançou a ela uma piscadela, não fazendo mais nenhuma promessa quanto ao desejo de presenteá-la. Ainda era incerto em que momento ele seria realizado, então era mais seguro assim. E com a reflexão sobre a ganância humana, constatou ter chegado a hora de deixá-la em paz, já que continuava a ocupar o espaço e o tempo pertencentes à changeling. Com um suspiro e uma última olhada ao redor, dirigiu-se para ela com educação. ── Mas, agora, sinto que já abusei demais da sua hospitalidade. Não quero lhe tirar o sossego em seu próprio dormitório. ── Disse com tom de despedida. ── Muito obrigada por me receber aqui para matar a minha curiosidade e espero que tenha uma boa estadia. No que precisar, pode me procurar. ── Uma reverência foi deixada como saudação, antes de girar sobre o próprio eixo para seguir em direção à porta. ── Nos vemos por aí.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ the end.
Sorriu, assentindo em satisfação por não ter usado de palavras grosseiras com alguém da nobreza, principalmente a irmã de uma estimada amiga. Verdade seja dita, para Rowena, a pior coisa naquele convívio não era partilhar do espaço com os khajols, isso pouco incomodava, na verdade. Seu problema estava mais relacionado as divergências culturais do que qualquer outra coisa, e pensava que esse era um agravante para ambos os lados. Como o ritual que era sagrado para eles, mas extremamente incomodo para os changelings, também existia a conexão dos meio-feéricos com a natureza, algo que, por mais simples que fosse, não era fácil de ser processado por alguns, dentre outras particularidades que os afastavam. Outra vez, se via escolhendo o silêncio quando era atingida pelas palavras da princesa. Se fossem honestas, não tinha nada de normal na relação entre khajols e changelings, e a julgar pela continuação de outrem, ela também era consciente disso. "Claro, o mais próximo.", foi tudo que pronunciou, oferecendo-lhe um curto sorriso.
"Teve?", indagou de forma retórica, visto que ela já lhe oferecia respostas ao questionamento. "Fico contente que esteja pensando em adotar a pratica. Particularmente, me ajuda bastante a manter uma mente equilibrada e serena.", claro que, quando em contato com outros, ela não poderia garantir muita coisa, não dava para andar como uma garrafa de chá para todos os lados e pedir um momento para ingestão quando alguém a tirasse do sério. "Não só a adulta, alteza, mas acho que não teve que se preocupar com algumas questões tão cedo, como a maioria de nós.", alguns tirados de seus lares ainda na infância, arrancados de suas camas e levados para enfrentar uma realidade que, por mais que tenha sido o sonho de Rowena, era um verdadeiro pesadelo. Em um singelo assentir, aceitou a sugestão da princesa para que a chamasse pelo nome, mesmo que não fosse fazê-lo de imediato. Ainda que estivessem numa conversa um tanto informal, dentro de um espaço que Rowena considerava intimo, ela não queria ultrapassar tantas barreiras assim de uma só vez, por isso, não atenderia ao pedido naquele instante. "Não pretendia que se sentisse culpada, apenas não é o tipo de coisa que eu gosto de receber.", tentou explicar-se antes que soasse muito grosseira ou acusatória com a mais nova. A verdade era que julgava um pouco o ato, mas não cabia a ela criminalizá-lo. "Se pretende me agradar de alguma forma, sempre fico feliz em receber comida. Considero demonstrações profundas e significativas de afeição. Não querendo dizer que nesses poucos minutos tenhamos desenvolvido algo profundo, mas bem, ainda gosto de receber comida.", concluiu com um riso sem jeito, "Infelizmente temos, não só sobre coisas, mas pessoas também. Receio que é parte da natureza humana.", natureza essa que, infelizmente ou não, elas compartilhavam.
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twcfaced · 19 days ago
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Por não reconhecer a necessidade de ser lembrada sobre o verdadeiro valor das coisas, que para Elewen era sintetizado nas emoções e significados afetivos atrelados a elas, seu cenho se franziu ligeiramente durante uma fração de segundo, ainda que não demonstrasse se ofender com as implicações do rapaz. Queria acreditar que nem todos a julgavam como uma pessoa de superficialidades, diferente de grande parte dos nobres, principalmente os seus amigos mais próximos. O que poderia ter feito de errado para transparecer tamanha mediocridade? Preferia confiar nas próprias ações e no que comunicavam. ── Nenhum valor que eu prezo se resume a dinheiro. ── Destacou por pura convenção, assumindo suavidade no tom. Estes ideais também se refletiam nos presentes estipulados para Gale, que tentava traduzir a forma como era visto por ela. Com o agradecimento, seu sorriso se firmou nos lábios. ── Fico feliz em ouvir isso. ── Desejava, do fundo do seu coração, que tivesse acertado com suas escolhas e o agradado com os símbolos presenteados. ── Espero que esteja cuidando bem das ondas de suas folhas. ── O olhar cintilou ao dizer, pois ainda se encontrava fascinada pelas curvas delicadas da folhagem.
Descobrir sobre a exigência do público presente lhe causou surpresa, pois havia presenciado apenas diversão entre os semblantes observados. Talvez estivesse distraída demais com a música para se atentar aos menos satisfeitos. A menção sobre sua honrosa presença a fez revirar os olhos enquanto era guiada na dança, girando novamente sobre as pontas dos pés. ── Quanta bajulação! ── Fingiu-se incomodada, apenas para desenhar um sorriso travesso nos lábios quando encontrou conforto no abraço do outro. ── Continue. ── Sussurrou em provocação, em seguida se rendendo ao riso ao passo que suas roupas eram desalinhadas através do gesto carinhoso. Afastou-se para retomar a dança, lentamente perdendo o interesse em seus movimentos, mais focada na conversa agradável que mantinham. ── Bem, agora você tem a oportunidade de ver todos os sorrisos aqui. Quer que eu te rodopie para ter uma visão mais ampla? ── Propôs, estendendo a ele a sua mão. Não era de seu feitio forçar envolvimentos por onde passava, mas também não deixaria de encorajar seus amigos a aproveitarem a vida. O reflexo de seu corpo foi se contrair para fugir da cutucada que recebia nas costelas, o que causou seu recuo. ── Ninguém quer conquistar o coração de uma princesa abandonada no altar. ── Rebateu a plenos pulmões. E estava em paz com isso, ou assim acreditava, apesar de nunca ter se desprendido completamente de seus anseios mais românticos. ── Por isso é meu dever incentivar quem ainda tem uma chance e a liberdade para se arriscar.
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Sua cabeça negou veemente a armadilha verbal alheia; e, entre os ruídos altos, elevou a própria voz para enfatizar sua entonação. "Estou confessando, isso sim, que nem todo presente precisa ter valor", se para bom entendendor meia palavra bastava. Mesmo porque era verdade: ele não queria dar algo com uma etiqueta a alguém tão próxima como Elewen e, portanto, lhe havia presenteado com uma lembrança que guardava com muito esmero, confiante que ela saberia guardá-lo bem. "Não há de quê", e fitou-a nos olhos dançantes por um segundo mais longo antes de assumir quanto havia gostado do próprio presente dela. "Obrigado pelos seus, também, inclusive. A Luar, especialmente, deu um toque de vida muito bem-vindo ao meu quarto", porque, naqueles dias em que se sentia tão cansado para cuidar de si mesmo, ao menos se sentia obrigado a cuidar da muda para que crescesse saudável.
"Eehhh, existem plateias melhores, pra ser sincero, e bem menos exigentes", afinal as grandes expectativas da nobreza não poderiam ser desligadas completamente, mesmo nos dias de confraternização que se seguiam", mas, ao menos aqui, posso te ter como público, e isso sempre é uma oportunidade irrecusável", e separou as mãos da cintura alheia para que abrissem o passo de dança, sem soltá-la de sua mão, logo girando-a no próprio eixo e puxando-a para si num abraço demorado e bagunçado demais para as vestes formais que usavam. "Você tem que parar de brincar de cupido", provocou-a, mas não pôde deixar de bisbilhotar os sorrisos por aí", ainda mais porque… bem, eu ainda não tinha tido a oportunidade de olhar a todos e todas, na verdade." Parou por um segundo e cutucou-a entre as costelas, como um jogo infantil. "E quanto a você, hein? Quem levará o coração de Vossa Alteza para casa?"
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twcfaced · 19 days ago
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Debatendo se era adequado interromper o período de reflexão que Deirdre enfrentava, a princesa apenas permitiu que as írises cristalinas acompanhassem a movimentação alheia, chegando a experienciar um breve momento de vertigem enquanto a observava caminhar de um ponto a outro, sucessivamente. Embora não quisesse se intrometer em um assunto que não lhe cabia, tampouco quebrar o fluxo de seus pensamentos, que tipo de amiga seria se não se mostrasse presente? Deixaria o caminho livre para que a outra khajol recuasse caso não quisesse compartilhar os pensamentos que lhe tiravam a tranquilidade, mas também disponibilizaria sua atenção para escutá-la. Os lábios de Elewen se comprimiram quando notou o susto causado nela com a indagação inesperada, mas não demonstrou arrependimento por ter rompido o ciclo de seus passos. Logo sua decisão provou-se correta, com a ruiva manifestando interesse em falar sobre seus Que moral eu tenho para recriminar alguém por desatar a falar? A suposição absurda arrancou dela uma risada silenciosa, acompanhada por um sorriso acolhedor direcionado a outra. Se falar pelos cotovelos configurasse crime, a princesa pegaria pena máxima e reconhecia essa característica.
Vendo que a feiticeira retomava seus passos, Elewen levou uma das mãos até o abdômen enquanto se ajustava sobre a cadeira, preparando-se para a possível nova onda de vertigem que a movimentação poderia lhe causar. Tinha toda a disposição do mundo para acompanhar seu raciocínio, mas não seus deslocamentos pelo espaço. Focando sua atenção plena nas palavras que deixavam a boca de Deirdre como uma torrente, já previa que aquela seria uma frustração que também a acometeria. Que surpresa foi descobrir que o causador de sua angústia era um homem! Como uma khajol que era constantemente controlada pelos homens de sua família, especialmente o imperador, sentia as queixas alheias acessando algumas de suas lamentações pessoais em seu interior, desprendendo-as do lugar inóspito que mantinha no fundo da memória. Era lastimável que alguém como Colmain, uma figura que admirava como um exemplo de força e independência, precisasse lidar com os mesmos problemas que afligiam e que seriam facilmente evitados com o mínimo de sensatez. A seriedade invadiu o semblante de Elewen enquanto a escutava, delicadamente acolhendo as mãos da amiga quando encontraram as suas.
Compadecida do desafio moral que Deirdre enfrentava, ela suspirou com compaixão, orientando o corpo em sua direção ao fitá-la nos olhos. ── Imagine o que os homens seriam capazes de conquistar e edificar, se não estivessem tão ocupados tentando controlar nossas vidas. ── A observação mordaz vinha acompanhada por uma dose carregada de ressentimento, o que amargava seu paladar. Mas não desataria em queixas pessoais, pois reconhecia não ser o foco da conversa naquele momento. ── É sempre assim, eles irão cobrar de nós uma expectativa que nem mesmo eles alcançam. Essa hipocrisia está entranhada em nossa cultura, mas cabe a nós não sucumbirmos a essa pressão. ── Reafirmava os obstáculos mencionados, reforçando a razão da amiga em sentir revolta. Enquanto pudesse, incentivaria aquelas a sua volta a manterem-se firmes. ── Mas o que foi que ele aprontou dessa vez? ── Carecia de mais detalhes para que pudesse ter uma visão mais completa do que acontecia. ── Por acaso ele já conquistou a mão de alguém pra poder dar tanta atenção ao seu matrimônio? ── Foi sarcástica. Que a mesma pressão fosse colocada sobre ele.
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@twcfaced said "You look like you've got something to say"
Estava andando de um lado para o outro cerca de dois minutos inteiros, mas absorta demais em seus próprios pensamentos para se dar conta de que Elewen ainda estava ali e poderia achar sua atitude estranha. Ao ouvir a voz da princesa arregalou os olhos e deu um pequeno saltinho ao parar de caminhar na metade do trajeto curto e repetitivo, piscou algumas vezes até que os olhos castanhos se fixassem na imagem da amiga. ❝Tão óbvio assim?❞ Sequer precisava perguntar para ter certeza de tal coisa, contudo, não era sempre que demonstrava desespero ou nervosismo de maneira tão aberta quanto estava fazendo ali. Contudo, sua mente estava conturbada e logo naquele ano que deveria ser de liberdade e diversão antes de ser assolada por suas responsabilidades, estava se tornando um pesadelo ambulante graças as artimanhas de seu irmão gêmeo. ❝Tem certeza de que não irá se importar caso eu desate a falar de meus problemas?❞
A pergunta se viu quase retórica, tendo em vista que não deu espaço para uma resposta antes de voltar a caminhar de um lado para o outro e gesticular enquanto falava, uma expressão clara de sua frustração e nervosismo. ❝O problema é que meu irmão resolveu se tornar o carrasco da minha vida, você bem sabe que sou conhecida por meu espirito indomável e por mais que me atenha ao decoro quando isso me é obrigatório, luto por meus ideais da maneira que posso e mantenho minha autenticidade dentro dos limites... E até mesmo isso agora ele parece querer tirar de mim!❞ Os gestos conforme falava pareciam aumentar e se tornar mais dramáticos, quase como se o drama fosse a única forma de expressar verdadeiramente a intensidade de sua frustração, imaginava que ninguém entenderia suas dores se não as compartilhasse de tal modo. Até por que, geralmente não compartilhava muito sobre o que lhe abalava e exagerar em sua forma de falar era uma forma de ressaltar o quão importante era que estivesse falando de um assunto que ela considerava sério.
Cansada de trotear sem parada, acabou por se resignar em sentar-se ao lado de Elewen e suspirar pesadamente, repousando as mãos em cima das dela e a olhando como se buscasse por algum consolo ou conforto. ❝Não acha tamanha injustiça que Declan queira controlar minha vida como se fosse meu dono? Querendo me restringir até mesmo de minhas amizades agora, soa quase como se quisesse me punir pela resistência as expectativas que ele tem a cerca de meu possível futuro matrimônio! E pior ainda, aquele demoniozinho ainda me julga por fazer exatamente as mesmas coisas que ele faz! E como meu irmão, é suposto que deveria me apoiar e consolar, mas pelo contrário! Ele apenas parece mais determinado do que nunca a me humilhar e rebaixar pelo simples fato de não poder fugir de minhas responsabilidades sociais como mulher.❞
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twcfaced · 19 days ago
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Percebendo que suas palavras haviam acidentalmente levado a outra khajol a uma autocrítica incabível, Elewen comprimiu os lábios, que agora formavam uma linha reta em seu semblante enquanto a observava em silêncio. Não era sua intenção coagi-la a permanecer em uma atividade que não a agradasse, muito menos que acreditasse estar sendo recriminada por impor os próprios limites. Talvez aquela fosse uma lição para que parasse de insistir na companhia de quem poderia estar desconfortável. Mas, o que podia fazer? Suas intenções eram boas. Estava entusiasmada com a visita da neve e desejava que o mesmo sentimento aprazível recaísse sobre seus colegas. Quebrando suas expectativas quanto ao que poderia acontecer em seguida, tendo imaginado que seria deixada para trás com sua solidão, a observou erguer o próprio pincel e conjurar um feitiço, franzindo ligeiramente o cenho enquanto a acompanhava. Não sabia exatamente que resultado esperar do símbolo fora e sua visão, mas pôde perceber a decepção que acompanhou a falta de resposta. Aquele sentimento de frustração e incerteza que os acompanhava, era o motivo pelo qual desejava um momento de descontração entre os feiticeiros. Suavizou o semblante assim que a atenção alheia retornou para si. ── Apenas se esse for o seu desejo. ── Depois de absorver a primeira lição, tentaria não pressioná-la a fazer nada. Pelo contrário, tentaria distraí-la com algumas de suas histórias. ── Ontem me arrisquei a tentar montar um falcão de neve, pois queria homenagear o Lunawig… ── Seu animal de estimação compreenderia seu propósito com o tributo carinhoso, se não fosse privado de uma visita a sua obra de arte falha. ── mas acabei o ofendendo, pois terminou parecendo uma galinha degolada. ── Uma risada baixa deixou os seus lábios. ── Nem mesmo a mais bonita entre elas. ── Lamentou, achando graça na própria falta de talento com a construção de esculturas. Pelo menos ainda contava com o mínimo de habilidade para a pintura, a interpretação e o canto. ── Foi um pouco humilhante e serviu como uma dose de humildade para me deixar centrada no que sei fazer, mas também foi divertido.
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para alguém que se propôs a aproveitar ao máximo a saturnália, uma celebração que amava tanto, não fazia sentido estar querendo encerrar o dia mais cedo e, pior, cortar a diversão de elewen com a neve. mas, naquele momento, a neve só a fazia lembrar de sua magia enfraquecida pelo desaparecimento da pira. antes, sevilay podia ajudar a manter o clima aquecido da primavera. agora, sequer tinha forças para tentar novamente. ao ouvir a pergunta da loira, abriu um sorriso leve, que não chegava aos olhos, e assentiu. "eu acho que você está certa. eu estou sendo uma completa certinha. como se a gente ainda estivesse nos mesmos horários de aula." riu. vincent a zombaria por isso. mas apesar do tom descontraído, aquele não era o verdadeiro motivo de sua pressa. "não é mesmo todo dia..." murmurou, erguendo o olhar para o céu enquanto a neve caía suavemente sobre sua pele. suspirou, deixando que os flocos derretessem ao tocar seu rosto. e se ela tentasse? sevilay pegou o pincel e desenho acima de si um símbolo do feitiço que queria. não precisou pensar muito — aquele tipo de feitiço era quase instintivo para ela, afinal tudo que se relacionava com o céu era sua especialidade e o clima, a de sua família. observou o símbolo brilhar e começar a subir acima de sua cabeça. por um momento, ela sentiu o calor suave da luz que atravessava a abertura no céu. era um feitiço pequeno, restrito apenas àquele espaço e incapaz de afetar toda a ilha, mas o suficiente para aquecê-la. porém, a neve não demorou a retornar, cobrindo rapidamente o pequeno clarão de luz. "esquece." murmurou baixo para si mesma. precisavam encontrar aquela pira sagrada logo. não gostava da sensação de fraqueza. voltou o olhar para elewen, escondendo a decepção com outro sorriso. "acho que neve é a escolha! sabe, nunca fiz um boneco de neve antes..." se levantou do banco onde estava sentada. "será que é o tipo de coisa que todo mundo precisa experimentar pelo menos uma vez na vida?"
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twcfaced · 19 days ago
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Quanto mais aprendia sobre os detalhes daquela cozinha e o empenho dos envolvidos em mantê-la em atividade, mas evidente era o fascínio que se apoderava de sua expressão. Era uma surpresa encontrar Brianna ali, mas o tipo de surpresa que a fazia se orgulhar exponencialmente das amizades que mantinha ao seu lado. Ficava genuinamente feliz por estar rodeada de pessoas de bom caráter, pois era com estas que fazia questão de construir sua história. ── É uma saída genial para evitar ofender ninguém e ainda manter o investimento no projeto. ── Agarrava-se a todo e qualquer aprendizado que os caminhos trilhados pelos pés de Roderic tinham a oferecer. Para a princesa, era fascinante desbravar o mundo que existia longe dos castelos dos Essaex e de Hexwood, encantando-se com o que se escondia do outro lado, sem que sequer precisasse se afastar demais. A proposta oferecida por Tiff era tentadora, mas não se adequava às limitações que suas mentiras implicavam. Também não evitava pensar na frequência com que a amiga se acomodava na pousada em questão, mas julgava ser indelicado demais pressioná-la com perguntas sobre o assunto. ── Não acredito que estive perdendo uma oportunidade dessas ao me hospedar em outras estalagens! Vou considerar essa sugestão na próxima visita que fizer por aqui. ── A lamentação aplicada no tom era convincente, mas não se mostrava excessivamente decepcionado. Tendo apenas algumas horas garantidas sob seu disfarce, nunca se atrevia a passar muito tempo no mesmo lugar durante suas andanças. ── Infelizmente, eu tenho um compromisso logo mais, então não poderei contribuir muito por hoje. Mas, no que posso ajudar agora? Posso colaborar um pouco antes de partir. ── Se aproximou dela com uma postura solícita. ── Aliás, há quanto tempo tem trabalhado com eles?
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Acompanhou a reverência do homem, com uma própria um pouco mais profunda do que plebeus costumavam fazer. — Posso dizer o mesmo, Roderic! — Seu sorriso era o mais próximo de um sorriso sincero que ela expressava. Talvez a atmosfera do lugar permitisse que Brianna fosse mais honesta consigo mesma, e deixasse os comportamentos mais formais para trás quando estava ali. — É basicamente isso. Costumava ser gratuito, mas percebemos que muitas pessoas não gostam muito do tom de caridade que isso tem, então optamos por fazer algo como “pague o que puder” e o dinheiro feito desse jeito revertemos para comprar ingredientes e mantimentos no geral para o próprio projeto. Então acaba sendo cíclico e todos ficam satisfeitos. —  Seus olhos brilhavam enquanto falava sobre o projeto que tinha tanto orgulho de participar.  Podia até ser cínico da sua parte, uma vez que usava a necessidade daquelas pessoas como um disfarce para ter uma liberdade que só era possível quando além das muralhas de um castelo, onde títulos eram irrelevantes. — Se você for de fora da cidade, Tiff costuma dar um desconto nos quartos para quem é voluntário aqui. É o que eu faço. — Acrescentou, já que não sabia das origens do homem e ele não parecia um dos frequentadores fixos do projeto. Olhou para o relógio, observando que precisava começar os preparativos para a segunda refeição do dia. — E não precisa saber cozinhar muito bem para isso, eu sou a prova viva disso. Da primeira vez que trabalhei aqui eu mal conseguia descascar uma batata corretamente. Costumo servir as mesas e ajudar em coisas simples na cozinha agora. Vim mais cedo hoje para preparar as coisas, mas se puder ficar um pouco mais eles devem chegar a qualquer momento para começar a preparar o jantar e posso apresentá-los. 
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