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Sea of Stars, Vaadhoo Island, Maldives by Doug Perrine
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enquanto colocava no café duas colheres de açúcar, vi que nada era tão grande quanto aquele ponto branco tentando se fazer inteiro em um universo que o engole
foi preciso de um só deus para que todas as outras fantasias fossem queimadas e hoje me parecem tão próximas as faíscas que saem delas. eu precisei colocar a mão no fogo três vezes para ter certeza que gosto de sair queimada. foram precisas 95 teses para silenciar uma igreja e alguns poucos fiéis para reerguer o seu templo. foi preciso condenar uma única mulher para que, por gerações, todas as outras que pisassem sobre a terra fossem acorrentadas. a mesma fruta que fez o mundo acreditar no pecado anunciou a única força que nos prende à terra e deve haver algo de bonito nisso. é provável que a nossa condenação seja exatamente essa de viver presos àquilo que nos mata. e você não acha isso assustadoramente prazeroso? foi preciso que os homens aprendessem a regular os corpos femininos para que conhecêssemos o amor e não precisou mais do que isso para ele acabar conosco. foram precisos dois ou três governos totalitários para que acreditássemos ser melhor o silêncio ao alarde. foi preciso uma quantidade muito menor de revoluções para que desconfiássemos disso. foram necessárias centenas de caravelas para que a extorsão e a violência se tornassem regras de etiqueta nesse pedaço da américa. foi preciso que dezenas de homens brancos aprendessem a mercantilizar outros homens para que a minha pele até hoje esteja manchada de um sangue que não é meu. foram precisos milhares de trabalhadores e mais de trezentas rodovias interditadas para que todo o país se declarasse culpado.
partícula nenhuma do açúcar deve ser visível agora mas eu gosto da sensação de acreditar nelas e eu preciso da sua fé
eu não sei quanto de mim ou de você vamos precisar para parar o Estado
quanto tempo vamos gastar para redistribuir todos os celeiros do mundo e rasgar todas as fardas
ou quantas leis santas vamos declarar culpadas
mas enquanto estivermos dispostos a ver caír um líder de respeito
o povo a tomar o poder
e eu posta sobre você
declaro sacro o meu amor anárquico
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a inevitável morte térmica de nós dois e de todo o resto
graças a segunda lei da termodinâmica, uma teoria que admite o fim do universo como um processo frio, vazio e sem vida é cada vez mais celebrada. os mais assíduos da ciência explicam que tudo depende de um processo natural e crescente de busca por equilíbrio energético nessa bacia de vida. cada vez mais aceleradas, essas partes reduzidas buscam dissipar uma energia acumulada sem a mínima preocupação com a sua disposição na eternidade. o universo, por si só, não tem o mínimo interesse em expandi-se coerentemente. a sede por equilíbrio, que norteia cada passo de suas partículas, não dá a mínima para o estado em que terminarão as coisas.
em aproximadamente quatro bilhões de anos o nosso universo começará a esfriar e a entropia ficará cada vez mais próxima do seu limite mas, por sorte, o nosso café não esfriará tão rápido. ou os nossos amores tão líquidos não evaporarão tão cedo.
em oitocentos bilhões de anos é bem provável que a toda a luz que escorre das galáxias se envergonhe e fique cada vez mais discreta. e é nesse estágio que as partículas que compõem esse aglomerado se enfraquecem. cada vez mais ranzinzas e indispostas a tentar qualquer rojão de ânimo. serão como fogos de artifício que se desfazem na imensidão escura e somem. serão como dois olhos que, mesmo depois de comerem um ao outro tão profunda e severamente, se despedem sem um pedido só de retorno.
em cem trilhões de anos a dispersão da matéria será tão severa e toda a energia tão pouco animada que provavelmente toda a formação luminosa se apagará. depois, nem os buracos negros sairão ilesos. nem a vela que acendemos quando dormimos juntos pela primeira vez. nem o flash que sai dos meus olhos quando te fotografo terá a audácia de de se acender. a energia que movimenta todos os corpos e astros estará tão calma que a imensidão escura quedará em silêncio. é como se o universo, depois de um gozo intenso, adormecesse. é como se, cansado e escuro e vazio, o nosso universo aceitasse o fim. praticamente inofensivo. inanimado. equilibrado e apático. certo de que somente as suas internas e pequenas explosões foram capazes de mantê-lo vivo. certo de que fora morto por elas também.
por muito tempo acreditei que o nosso fim seria muito mais próximo de uma explosão. que, como o cigarro cerrado entre os seus lábios, o meu e o seu fim seriam iguais a essa chama que só existiu pra se tornar cinza depois de satisfazer o vício e a vida. acreditei que o universo se inspiraria na forma como queimamos mas tenho a certeza que todos os nossos pedaços se curvam à ordem dele.
a mesma teoria que abraça a morte solitária e escura também enxerga a possibilidade de um novo começo. toda a incrível e complexa explosão originária precisou de um anterior silêncio sem movimento. o universo recluso em um ponto único e denso é a prova mais concreta da sua indestrutível resiliência, do seu ciclo vital de decomposição. olhando assim, parece ficar tão clara a nossa semelhança. a nossa força e fragilidade tão compostas pela mesma matéria. nossa busca por equilíbrio que é tão bonita quanto perversa. essa espécie de fome que estimula e salga a experiência humana mas, junto disso, é a emboscada mais cruel e genuína para nossa morte inevitável.
porque cada partícula do meu e do seu corpo caminha fervorosamente para o equilíbrio, mas a verdade é que só as explosões descabidas nos mantém mais distantes de qualquer fim solitário, frio e vazio.
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G ̲͓̫̫̖̲̬̯L̴̙̠̯̤̱͉͝ ̸͕̝I̜̟͡ ͟҉̝͖̞̤TC̟͉̣͈͘ ̸̵̨̖̱̭̟̜H͎͎̦͖͜
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