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Lua | 月
Como num impasse, estou presa dançando com essa silhueta invisível no frio do outono. As luzes de Tóquio em ruas de bairros discretos que parecem encobertos pelo tamanho gigante da cidade. Dançando uma melodia que remete à sensação de embriaguez, porém sem perder um pingo sequer de sobriedade. O vento transporta gelado uma indiferença e calma que se chocam com meu corpo, que guarda um calor ardente e caos que não se adapta ao céu, que parece congelado, assim como tudo ao meu redor. Me pergunto o que essa figura que não vejo, porém me impulsiona, quer dizer com tudo isso. Estou no meio da semana ainda. Ouço o som dos meus passos, meu converse de sempre se tornou em um salto alto preto sem que eu percebesse. Afiado, é como se a cada passo ele cravasse uma marca no chão e, ao dançar, eu estivesse marcando um desenho no chão. A silhueta segura minha cintura, me puxando para si e me fazendo rodar. Não sinto nada além de uma pressão gelada do que parecia ter forma humana. Ao rodopiar, noto que tudo ao meu redor está congelado. Os carros pararam, a mulher voltando apressada do serviço deixou cair seu celular, que está parado no ar, o garoto com chapéu de beisebol interrompeu sua piada que falava ao amigo. A melodia que pensava comigo mesma segundos atrás ressoa em meio ao ambiente, como se o mundo todo tivesse grandes caixas de som que preenchem todo o ambiente. Sinto algo gelado descendo pelo meu braço, neve. Percebo que estou usando um lindo vestido vermelho escuro, porém o frio não me incomoda. Um solo de violoncelo parece me chamar em direção à rodovia. Dou meu primeiro passo, e o asfalto, em um momento, se transforma em gelo; todo o ambiente muda, e apenas o céu e a rodovia permanecem no ambiente cercado de noite. Meus passos são estranhamente fáceis e tranquilos, sigo em direção à ponte que leva à rodovia. Subo-a e vejo o gelo do que antes era chão quebrar-se, transformando a paisagem abaixo da ponte em um cenário mutável. Um lago com uma grande área verde ao redor, iluminado pelas estrelas. Ao longe há uma fogueira acesa, porém não há ninguém, apenas animais aninhados ao seu redor. Vejo uma estrela cadente, e a melodia toma mais forte presença, com notas rápidas e stacattos marcantes do violoncelo acompanhando a brisa que carregava a linha do violino; as estrelas parecem brilhar junto do piano, e meu andar é uma dança da qual eu sequer tenho controle. Como uma tempestade de verão que acaba logo, tudo termina e me vejo passos adiante, no meio da ponte. A neve discreta e o frio de antes dão espaço a uma brisa fresca em meio ao calor do começo do verão. A visão abaixo da ponte agora é uma praia longa que se estende até o horizonte. A lua cheia parece me encarar de volta por um momento. Da lua cai uma lágrima. Essa lágrima se torna uma silhueta indistinguível de puro brilho, que se levanta após ter caído na areia. A silhueta sorri para mim e, de sua mão fluida, transforma-se num violão que começa a tocar. A silhueta segue andando, e eu acompanho seus passos. Sorrio de volta para ela, que dá um sorriso angelical e desaparece como pó que se dissipa no ar. Apoiada na beira da ponte, vejo a paisagem mudar de novo. E de novo. Como se estivesse vendo uma paisagem mudando de dentro de um trem, vejo cidades, vejo campos e vejo mares. Até que fecho meus olhos. Ao abri-los, estou em meu quarto. Choque duro e desesperança. Sentimento de frustração. Está de noite, vejo uma luz passar pela cortina mais forte que o normal. Basta eu me sentar na cama e vejo um braço de pura luz acenar para mim. Surpresa, vou correndo abrir a porta da varanda. Apenas a vista de sempre, mas com uma brisa, meu olhar é guiado para a lua, que parecia mais brilhante que o normal.
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まるで決着がつかない膠着状態のように、私は秋の冷えた空気の中で見えないシルエットと踊っている。巨大な東京の街の影に隠れるような控えめな住宅街の通りに、東京の光がぼんやりと���いている。酔ったような、けれど一滴も正気を失っていない不思議なメロディに合わせて踊っている。
冷たい風が私の体を通り抜けていく。その風は冷たさと共に冷静さと無関心を運び、私の体の内に燃えるような熱と混乱がその冷たさと衝突している。凍りついたような空の下で、周りのすべてが静止しているように感じる。
その見えない存在は何を伝えたいのだろうかと自問する。週の真ん中だというのに、私はその答えを見つけられない。
自分の足音を聞き、いつものコンバースがいつの間にか鋭い黒いハイヒールに変わっていることに気づく。歩を進めるたびに、鋭いヒールが地面に痕を残し、踊るたびに足跡で地面に模様を描いているようだ。シルエットは私の腰を掴み、自分の方へ引き寄せてくる。氷のような冷たい感触が、かろうじて人の形をしたものとして感じられる。
回転するたび、周りの景色が凍りついていることに気づく。車は止まり、急いで帰宅する女性の携帯は空中に浮かんでいる。野球帽を被った少年が話しかけるジョークも途中で途切れている。先ほどまで頭の中で流れていたメロディが、まるで大きなスピーカーから鳴り響くように、周囲の静寂を満たしている。
ふと腕に冷たいものが流れ落ちる。それは雪だった。私は濃い赤の美しいドレスを着ていることに気づくが、冷たさは感じない。
チェロの独奏が遠くから私を呼んでいるようだ。高速道路の方へと歩き出すと、アスファルトが一瞬で氷に変わり、周囲の景色も一変する。空と高速道路だけが夜の中に浮かび上がっている。足元は不思議なほど軽く、私は橋に向かって進む。
橋を上りきると、足元の氷が割れ、橋の下の景色が変わる。広大な緑に囲まれた湖が星明かりに照らされている。遠くには焚き火が灯されているが、誰もいない。動物たちだけがその周りに集まっている。流れ星が空を横切り、メロディはますます強く響き渡る。チェロの速い音とスタッカートが、バイオリンの旋律に合わせて吹く風に乗り、ピアノの音とともに星々が輝く。
それはまるで夏の嵐が静まった瞬間のように、すべてが突然終わり、私は橋の真ん中に立っている。さっきの雪と冷たさが引き、心地よい夏の初めのようなそよ風が吹き始める。橋の下には広い砂浜が続き、遠くまで伸びている。満月が私を見つめ返し、一瞬だけ何かを伝えているように感じた。
月か��一滴の涙が落ち、それは砂浜に降り立った瞬間、輝くシルエットへと変わる。そのシルエットは私に��笑みかけ、手からギターを生み出して弾き始める。シルエットが歩き出すと、私はその後を追いかける。
私も微笑み返すと、彼は天使のような笑顔を浮かべ、やがて風の中に溶け込むように消えていった。
橋の欄干に寄りかかり、私は再び景色の変化を見つめる。まるで電車の窓から見ているかのように、街並みや野原、海が次々と目の前を流れていく。そして、そっと目を閉じる。
目を開くと、そこは自分の部屋だった。突然の現実に打ちのめされるような絶望感が広がる。夜が訪れ、カーテン越しにいつもよりも強い光が差し込んでいる。ベッドの上に座り、見慣れた光景の中で光の腕が私に手を振っていることに気づ���。驚きながらバルコニーのドアを開けてみると、いつもの景色が広がっているが、微かな風が吹いている。視線を月に向けると、普段よりも明るく輝いていた。
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Caught in a deadlock, I find myself dancing with an invisible silhouette in the chilly autumn air. The lights of Tokyo shimmer on the streets of quiet neighborhoods, seemingly overshadowed by the city's vastness. I'm dancing to a melody that gives an intoxicating feel, yet I haven't lost even a drop of sobriety.
A cold wind sweeps through, bringing an indifference and calmness that clashes with the fiery warmth and chaos simmering within me, a heat that doesn't blend with the frozen sky and everything around it.
I wonder what this figure I cannot see, but feel pushing me forward, is trying to tell me. It's only the middle of the week.
I hear my footsteps; my usual Converse has somehow transformed into sharp black heels without my noticing. With each step, the heels leave marks on the ground, and as I dance, I seem to be sketching a pattern across it. The silhouette grips my waist, pulling me in and spinning me around. I feel only a cold pressure from what seemed vaguely human in form. As I spin, I realize everything around me is frozen. The cars have stopped; a woman rushing home has dropped her phone midair, and a boy with a baseball cap is frozen in the middle of telling a joke to his friend. The melody I was imagining a moment ago now resounds in the air, as if the entire world is filled with massive speakers projecting the sound.
I feel something cold on my arm. Snow. I notice I'm wearing a beautiful dark red dress, yet the chill doesn’t bother me.
A cello solo seems to call me towards the highway. With my first step, the asphalt transforms into ice, and the entire scenery shifts, leaving only the sky and highway in a nocturnal stillness. My steps feel strangely light and easy as I walk toward the bridge that leads to the road.
I ascend, and as the ice below me breaks, the view below the bridge transforms. A lake surrounded by lush greenery glows under the starlight. In the distance, a fire flickers, but there’s no one around, only animals nestled by the warmth. I spot a shooting star, and the melody grows stronger, with rapid, staccato notes from the cello mingling with the breeze that carries the violin’s tune, the stars twinkling in harmony with the piano. My steps are a dance over which I have no control.
Like a sudden summer storm that swiftly passes, everything halts, and I find myself steps further along, in the middle of the bridge. The subtle snow and previous chill have given way to a gentle breeze of early summer warmth. Beneath the bridge now stretches a vast beach that runs toward the horizon. The full moon seems to gaze back at me for a moment.
A single tear falls from the moon. As it lands on the sand, it takes shape, transforming into a luminous silhouette that stands and smiles at me. From its flowing hand, a guitar materializes and begins to play. The silhouette starts to walk, and I follow.
I smile back at it, and as it gives me an angelic smile, it dissolves into dust that dissipates into the air.
Leaning against the bridge rail, I watch the landscape change once more. And again. As if observing the world from a moving train, I see cities, fields, and seas pass by. Finally, I close my eyes.
When I open them, I am back in my room. A harsh shock and a sense of hopelessness fill me. Frustration. It’s nighttime, and I see an unusually bright light streaming through the curtain. I sit up in bed, noticing a luminous arm waving at me. Surprised, I rush to open the balcony door. Outside, it’s the same view as always, but with a gentle breeze guiding my gaze up to the moon, which shines brighter than ever.
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Barco de Verdade | The true boat | 本物の船
-Não, eu não quero! – a criança disse esperneando enquanto eu segurava sua mão. Suas mãos pequenas tentavam se soltar do meu braço, em seu rosto já haviam lágrimas querendo escorrer pelas bochechas. Ainda, sem largar sua mão, deixei-a por um momento. -Você sabe que precisa fazer isso, não? – disse com um tom de voz calma, enquanto sentia a brisa do mar, seu cheiro e a areia morna em meus pés. Ela parou por um momento frustrada, desviou o rosto, enxugou as lágrimas e olhando para baixo, com um bico em seus lábios me respondeu. -Eu... Eu sei, mas eu não quero. Não quero!... Não quero que me controlem! Não quero perder isso! -Vem, vamos sentar mais perto da água, e você me conta o que está com tanto medo. – ela pareceu hesitar por um momento, mas uma melodia conhecida e que a reconfortava começou a tocar ao nosso redor.
A valsa calorosa e mágica acalmou seu coração por um momento e ela apenas me olhou. Eu sorri, conhecia muito bem aquela melodia, então me transformei no príncipe (se é que o Howl pode ser chamado assim) dela, e tomando sua mão, fui guiando-a em passos de dança ali mesmo. Ao rodopiar com ela em meus braços, um riso infantil doce ressoava enquanto fazia o papel que me caia tão bem, o qual ela gostava tanto quanto eu, que não só sabia que poderia se tornar, mas que também pedia para si. Aos poucos em seus olhos tudo se transformava em diversão, cores e magia, tal qual no filme que tanto gostava. Dançamos até as últimas notas e em seu rosto já resplandecia um sorriso doce do qual já se esqueceu quase por completo aquilo que antes a incomodava com tamanha veemência.
-Certo, pode vir comigo agora, princesa? – ela hesitou por um momento, como se tivesse respingado água gelada em seu rosto, mas ela respirou fundo, apertou forte minha mão e assentiu com a cabeça. A fantasia se esvaiu e a paisagem retomou ao que era antes, ela olhou para os lados, mas não estava mais incomodada. Andamos um pouco e nos sentamos há beira do mar, deixando nossos pés se molharem pela maré enquanto ainda podíamos tocar areia seca em nossas mãos. - O que você tem medo? – perguntei enquanto ainda segurava sua mão, sentado olhando para o reflexo do pôr do sol no mar. -Eu não quero que as coisas vão embora. Não quero perder elas. Se eu escolher isso que você está me falando... Vou ficar sem ela! Não quero parar de jogar, não quero largar o contato com meus amigos! – o aperto de sua pequena mão ficou mais forte. -Mas você não irá perder nada disso, as coisas só vão mudar. Quero dizer, elas já mudaram, não acha? -ela fez uma cara séria, parecia que seu pequeno coração havia sido apertado. Ela estava firme, mas passou apenas poucos segundos até que lágrimas escorressem silenciosas por suas bochechas. -Eu sei..., Mas me dá medo dizer tchau para como as coisas eram... Parece que vou perdê-las, que nunca vão voltar a ser como era antes... -Bom, talvez de fato elas não voltem a ser como eram antes. Ou talvez nada mude. -disse movendo o olhar para seu pequeno rosto redondo. Ao ver sua expressão preocupada, de uma vulnerabilidade tão sincera e bonita, dei-lhe um sorriso. – Eu também não posso te garantir nada, mas acho que posso te dizer que as coisas boas permanecem, se um jeito ou de outro. Você sabe o que quero dizer, não? Lembra do nosso pequeno de quatro patas branquinho?
Aquilo foi como um baque, seus olhos se arregalaram, sua face se contorceu e ela começou a chorar, abraçando-me com força. Eu também estava chorando, seus sentimentos passavam por mim como uma rajada. Por um momento apenas abracei-a, afagando seus cabelos enquanto eu mesmo chorava com aquela reminiscência.
-Acho que é a mesma coisa não? Digo, não estaríamos assim se a coisa toda não fosse tão parecida. – ela ainda chorava, mas agora de forma silenciosa. Limpou o rosto com o pulso. -Essas coisas não cabem mais aqui. – disse apontando para nosso redor. – E não cabem mais em você também. – disse colocando o dedo sob seu coração. Afaguei seus cabelos e peguei-a no colo, me levantando e observando o mar. A brisa mudava levemente enquanto o sol continuava seu trajeto, já dando sinais que a lua em breve iria aparecer. Notas de piano singelas eram carregadas com a maré que vinha trazendo estrelas consigo. -Eu sei que você está ficando bem sozinho..., Mas não sei se eu consigo. Quando eu penso em largar essas coisas, parece que vou ficar sem nada. – ela me disse com um tom que parecia calmo, mas ainda havia tamanha hesitação. -Não, você não vai ficar sem nada. Você só pensa isso porque você ainda só está olhando para essas coisas, você está fechando sua visão como se só isso existisse, mas isso não é mais sua realidade. – pousei a mão sob seus olhos.
Vi o que ela via, adentrando seus pensamentos. Voltamos há uma cena familiar, ela escrevia em um papel destinos, sonhos, coisas e mais coisas preciosas e lançava um barquinho ao mar, esperando e rezando para que chegasse ao seu destino. Destampei sua visão.
-Você quer tentar lançá-lo ao mar mais uma vez? – disse olhando seus olhos grandes que agora refletiam a luz do luar, ela assentiu.
Colocando-a no chão, dei-lhe o papel e caneta. Ela apoiou em sua perna enquanto escrevia as mesmas coisas de sempre, depois dobrando-o em um barquinho, me mostrando em seguida.
-Não acha que esse barquinho está um pouco pesado para flutuar? – questionei-a, mas ela não entendeu o que eu estava dizendo. – Veja bem, há muita areia acumulada nas dobras, ele vai afundar assim. – Foram poucas palavras, mas vi a preocupação reaparecer em sua expressão. Sorri e peguei o barquinho em mãos, virando-o de cabeça para baixo, deixando a areia cair. Ela me olhou um pouco assustada, ainda sem entender. -Vamos, coloque-o sob a água e deixe a maré levá-lo.
Ela estava hesitante, mas confiava em mim e fez como eu disse. Em seus olhos havia algo daquela reza, daquela esperança que implorava como sempre ao enviar o barquinho ao mar. As ondas baixas o carregaram e eu mais uma vez peguei sua mão. Ela olhou para mim e sorri, finalmente apontando para o lado, e mostrando-a o que ela não havia notado. -Está vendo? Esse é nosso barco agora.
Ali do lado, ancorado na parte mais profunda, havia um grande barco de madeira, um veleiro com grandes tecidos brancos, prontos para atracar do porto.
-Este é nosso porto seguro, mas há tempos o que iremos enviar ao não são mais barquinhos de papel, veja, esse é o nosso barco, agora somos nós que finalmente iremos partir em nossa jornada. Não podemos ficar aqui para sempre, querendo agir da mesma forma que agíamos quando apenas sonhávamos com esse barco. Você não viu, eu também não vi muito bem o quando, mas fomos nós que construímos esse barco! Veja, é incrível! Podemos ir aonde quisermos, podemos chegar aonde quisermos com ele! É a nossa aventura agora! – disse sorrindo, cada vez mais animado.
Em seus olhos, aquilo que era receio foi transformando-se em luz e mais luz. As estrelas já refletiam o brilho dos seus olhos e não o inverso. Seu coração batia forte como o meu. Um leve receio do desconhecido, de não sabermos exatamente o que iriamos fazer ou se daria tudo certo quando uma tempestade nos pegasse, mas a certeza de que era nosso barco e agora poderiamos fazer todos os percursos que uma vez escrevemos em apenas um papel, nós mesmos, nos movia para frente. De repente uma voz um tanto familiar soou, vinda da direção do barco.
- Muito bom! Mas enfim, podemos partir? Estou esperando vocês. Sou só o guia, mas você é o capitão. – segurando-se pendurado em uma das cordas da vela estava a figura que já me era tão conhecida, usando sua máscara de sempre agora em uma versão temática, combinando com suas roupas de pirata. – E bom, obviamente a pequena tem de vir junto, afinal a ideia toda foi sua. – disse sorrindo, apontando para a criança que ainda segurava minha mão.
A criança surpresa, olhou para mim, como que percebendo que no fim das contas tudo aquilo fora de fato ideia dela, e que agora estava vendo tudo isso com seus próprios olhos. Olhou para mim como se eu fosse a pessoa mais legal do mundo. Dei risada.
- Você gosta de mim assim é? Bom, eu acho que fiz um bom trabalho até agora, mas ainda tenho alguns bons pontos pra melhorar vou chegar lá, só continue vendo ok? – ela sorriu, seus olhos ainda brilhando com energia, buscando ansiosa por aquilo que estava por vir. -É você realmente tem muitas coisas pra melhorar ainda, inclusive precisa subir aqui logo e de fato aprender a navegar isso aqui se quer continuar com essa braceleira de capitão no braço, então venha logo, vamos! Há de partir! – disse a figura sinalizando pressa com os braços. Antes de eu dar um passo, a criança me puxou. -Nós... Podemos voltar aqui ainda, não é? -disse receosa.
-Claro. Este é nosso porto seguro, nós sempre podemos voltar aqui e isso não muda nunca. É claro, uma vez que partimos, vamos levar o mesmo tempo que levamos para sair, para poder voltar. E quando voltarmos, talvez a paisagem esteja um pouco diferente, ou talvez muito diferente, depende do quão longe nós formos. Mas o lugar é o mesmo, então não se preocupe. Esse lugar sempre estará aqui para nós. O barco também foi feito com materiais daqui, então de certa forma é como se carregássemos e fossemos capaz de ir longe só por causa daqui. Vamos, eu sei que por mais que você goste daqui, está cansada da paisagem.
Por fim ela respirou fundo. Olhou mais uma vez para a praia, a terra, por um longo segundo, deixou lágrimas caírem de novo por suas bochechas, e mesmo ainda chorando um pouco mansinho, pegou minha mão e veio andando comigo em direção ao verdadeiro barco.
Eu não queria falar para ela, mas quando meu olhar encontrou o da figura nós sabíamos da mesma coisa. Talvez aquilo que fossemos encarar não fosse o mar, talvez fosse um deserto. Tavez nós empacássemos em um monte de areia e teríamos que descer do barco, empurrá-lo até achar o caminho para o mar de novo. Talvez ficássemos presos em algum tipo de redemoinho o qual seria muito difícil de sair. Não ia ser só uma aventura divertida e perfeita como nos contos infantis que ela ainda sonhava. O olhar que sustentava com a figura tinha algo que sabíamos muito bem a essa altura do campeonato, que nosso mestre já havia nos dito:
“Onde há esperança, há provações”
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"No, I don't want to!" the child said, kicking as I held her hand. Her small hands tried to break free from my arm, and her face was already streaked with tears threatening to roll down her cheeks. Still holding her hand, I let her go for a moment. "You know you need to do this, don't you?" I said in a calm tone, as I felt the sea breeze, its scent, and the warm sand beneath my feet. She stopped for a moment, frustrated, turned her face away, wiped her tears, and, looking down with a pout on her lips, responded to me. "I... I know, but I don't want to. I don't want... I don't want to be controlled! I don't want to lose this!" "Come, let's sit closer to the water, and you can tell me what you're so afraid of." She hesitated for a moment, but a familiar and comforting melody began to play around us.
The warm and magical waltz calmed her heart for a moment, and she just looked at me. I smiled, knowing that melody very well, and then I transformed into her prince (if Howl can be called that), and taking her hand, I guided her in dance steps right there. As I spun her in my arms, a sweet, childish laugh resonated, as I played the role that suited me so well, one that she liked as much as I did. As we danced to the last notes, her face was already shining with a sweet smile, almost entirely forgetting what had troubled her so vehemently before.
"Alright, can you come with me now, princess?" She hesitated for a moment, as if cold water had splashed on her face, but she took a deep breath, squeezed my hand tightly, and nodded. The fantasy faded, and the scenery returned to what it was before. She looked around but was no longer bothered. We walked a bit and sat by the sea, letting our feet be wet by the tide while still being able to touch the dry sand with our hands. "What are you afraid of?" I asked while still holding her hand, sitting and looking at the reflection of the sunset on the sea. "I don't want things to go away. I don't want to lose them. If I choose what you're telling me... I'll be without it! I don't want to stop playing, I don't want to lose contact with my friends!" The grip of her small hand tightened. "But you won't lose any of that, things will just change. I mean, they have already changed, don't you think?" She made a serious face, it seemed like her small heart had been squeezed. She stood firm, but it was only a few seconds before tears started to fall silently down her cheeks. "I know... But I'm afraid of saying goodbye to how things were... It feels like I'll lose them, that they'll never go back to how they were before..." "Well, maybe they really won't go back to how they were before. Or maybe nothing will change," I said, moving my gaze to her small round face. Seeing her worried expression, so sincere and beautiful, I gave her a smile. "I can't guarantee anything, but I think I can tell you that the good things remain in one way or another. You know what I mean, right? Do you remember our little white four-legged friend?"
That was like a shock, her eyes widened, her face contorted, and she started crying, hugging me tightly. I was crying too, her feelings passing through me like a gust of wind. For a moment, I just held her, stroking her hair while I cried with that reminiscence.
"I guess it's the same thing, isn't it? I mean, we wouldn't be like this if the whole thing wasn't so similar." She was still crying, but now silently. She wiped her face with her wrist. "These things don't fit here anymore," she said, pointing around us. "And they don't fit inside you anymore either," she said, placing her finger on her heart. I stroked her hair and picked her up, standing and looking at the sea. The breeze changed slightly as the sun continued its journey, already signaling that the moon would soon appear. Gentle piano notes were carried by the tide, bringing stars along with them. "I know you're getting along fine on your own... But I don't know if I can. When I think about letting go of these things, it feels like I'll be left with nothing," she told me in a tone that seemed calm, but there was still so much hesitation. "No, you won't be left with nothing. You only think that because you're still only looking at these things, you're closing your view as if this is all that exists, but that's no longer your reality," I placed my hand over her eyes.
I saw what she saw, entering her thoughts. We returned to a familiar scene where she wrote on a piece of paper dreams, destinations, precious things, and more, then launched a little boat into the sea, hoping and praying it would reach its destination. I uncovered her vision.
"Do you want to try launching it into the sea once more?" I said, looking into her big eyes, which now reflected the moonlight, and she nodded.
Putting her on the ground, I gave her the paper and pen. She rested it on her knee while writing the same things as always, then folded it into a little boat and showed it to me.
"Don't you think this little boat is a bit too heavy to float?" I questioned her, but she didn't understand what I was saying. "Look, there's too much sand accumulated in the folds, it will sink like this." They were just a few words, but I saw the concern reappear on her face. I smiled and took the boat in my hands, turning it upside down to let the sand fall. She looked at me, a bit startled, still not understanding. "Come on, put it in the water and let the tide take it."
She was hesitant but trusted me and did as I said. In her eyes, there was something of that prayer, that hope she always had when sending the little boat into the sea. The low waves carried it, and once again, I took her hand. She looked at me and smiled, finally pointing to the side and showing her what she hadn't noticed.
"See? This is our boat now."
Right there, anchored in the deeper part, was a large wooden boat, a sailboat with great white sails ready to set sail from the harbor.
"This is our safe harbor, but for a long time now, we haven't been sending little paper boats anymore. Look, this is our boat now, we're the ones who will finally embark on our journey. We can't stay here forever, wanting to act the same way we did when we only dreamed of this boat. You didn't see it, and neither did I, very well when, but we were the ones who built this boat! Look, it's incredible! We can go wherever we want, we can reach wherever we want with it! It's our adventure now!" I said, smiling more and more excitedly.
In her eyes, the fear turned into light and more light. The stars were already reflecting the brightness of her eyes and not the other way around. Her heart was beating strong like mine. A slight fear of the unknown, of not knowing exactly what we were going to do or if everything would turn out well when a storm hit us, but the certainty that it was our boat, and now we could make all the journeys that we once wrote only on paper, moved us forward. Suddenly, a somewhat familiar voice sounded from the direction of the boat.
"Very well! But can we finally leave? I'm waiting for you. I'm just the guide, but you're the captain," hanging from one of the sail ropes was the figure so well known to me, wearing their usual mask, now in a themed version matching their pirate clothes. "And well, obviously, the little one has to come along, after all, the whole idea was hers," they said, smiling and pointing to the child who still held my hand.
The child, surprised, looked at me as if realizing that, in the end, it was indeed her idea, and now she was seeing it all with her own eyes. She looked at me as if I were the coolest person in the world. I laughed.
"You like me like this, huh? Well, I think I've done a good job so far, but I still have some good points to improve on. I'll get there, just keep watching, okay?" She smiled, her eyes still shining with energy, eagerly seeking what was to come. "Yeah, you really have a lot to improve on, including getting up here quickly and actually learning how to sail this thing if you want to keep that captain's bracelet on your arm, so come on, let's go! It's time to depart!" said the figure, signaling urgency with their arms. Before I could take a step, the child pulled me. "We... We can come back here, right?" she said, hesitantly. "Of course. This is our safe harbor; we can always come back here, and that never changes. Of course, once we leave, it will take as long to return as it did to depart. And when we come back, maybe the landscape will be a little different or maybe very different, depending on how far we've gone. But the place is the same, so don't worry. This place will always be here for us. The boat was also made with materials from here, so in a way, it's like we're carrying it with us and can go far only because of here. Come on, I know that as much as you like it here, you're tired of the scenery."
Finally, she took a deep breath. She looked once more at the beach, the land, for a long second, let tears fall again down her cheeks, and even though she was still crying softly, she took my hand and walked with me towards the real boat.
I didn't want to say it to her, but when my eyes met the figure's, we both knew the same thing. Perhaps what we were about to face wasn't the sea; perhaps it was a desert. Maybe we'd get stuck in a pile of sand and have to get off the boat, push it until we found the way to the sea again. Maybe we'd get caught in some kind of whirlpool, which would be very difficult to escape. It wasn't going to be just a fun and perfect adventure like in the children's stories she still dreamed of. The look I exchanged with the figure had something we both knew very well at this point, something our master had already told us:
"Where there is hope, there are trials."
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「いや、やだ!」子供は言って、足をバタバタさせながら私の手を振り払おうとした。小さな手が私の腕から逃げようとして、涙がすでに頬にこぼれそうだった。まだ彼女の手を握りしめながら、しばらくの間、そのままにしておいた。
「やらなきゃいけないことは分かってるよね?」私は静かな声で言いながら、海風の香りを感じ、暖かい砂の上に立っていた。彼女はしばらくの間、苛立って顔をそらし、涙を拭いて、うつむきながら、唇をとがらせて私に答えた。
「うん... 分かってるけど、やりたくない。やだ!... 支配されたくない!これを失いたくない!」
「さあ、水辺に近づいて座って、怖いことを話してごらん。」彼女は一瞬ためらったが、周りに流れ始めたお馴染みのメロディが彼女を慰めた。
温かく魔法のようなワルツが彼女の心を一瞬落ち着かせ、彼女はただ私を見つめた。私は微笑んだ、そのメロディをよく知っていたからだ。そして私は彼女の王子様(ハウルをそう呼べるならだが)になり、彼女の手を取ってその場でダンスのステップを踏み始めた。私が彼女を腕の中で回すと、甘く幼い笑い声が響き、彼女が大好きな役割を演じるのが、私にとってもとても心地よかっ��。最後の音まで踊り終わると、彼女の顔はもうすでに甘い笑顔で輝いていて、さっきまで彼女をそんなにも悩ませていたことを���とんど忘れてしまっていた。
「さて、今は一緒に来てくれる?」彼女は一瞬ためらい、まるで冷水を浴びせられたようだったが、深く息を吸って、私の手をしっかりと握り、頷いた。幻想は消え去り、風景は元に戻った。彼女は周りを見回したが、もう気にならなかった。少し歩いてから、私たちは海辺に座り、波が足を濡らすのを感じながら、まだ乾いた砂を手で触れていた。
「何が怖いの?」私は彼女の手を握りしめたまま、座って海に映る夕日の反射を見ながら尋ねた。
「物事が消えてしまうのが嫌なんだ。失いたくないんだ。あなたが言っていることを選んだら... それがなくなっちゃうんだよ!ゲームをやめたくない、友達との繋がりを失いたくない!」彼女の小さな手の握りが強くなった。
「でも、それを失うわけじゃないよ。物事はただ変わるだけさ。というか、すでに変わったと思わない?」彼女は真剣な顔をして、彼女の小さな心が締め付けられたようだった。彼女は固くなったが、ほんの数秒で涙が静かに頬を伝って流れた。
「分かってる... でも、どうしても昔のようにさよならを言うのが怖いんだ... それを失うような気がして、もう二度と戻らないんじゃないかって...」
「まあ、もしかしたら本当に昔のようには戻らないかもしれない。あるいは、何も変わらないかもしれない。」私は彼女の小さく丸い顔に目を移しながら言った。彼女の心配そうな表情を見て、その素直で美しい脆さに微笑んだ。「何も保証はできないけど、良いものはどんな形であれ残るんじゃないかと思うよ。分かるだろう?あの小さな四本足の白い友達を覚えてる?」
それはまるでショックのようだった。彼女の目は見開かれ、顔が歪み、彼女は私にしがみついて泣き始めた。私も泣いていた。彼女の感情が風のように私を通り過ぎた。しばらくの間、私はただ彼女を抱きしめ、髪を撫でながら、その思い出に涙を流した。
「きっと同じことだよね?つまり、もしこれが似てなかったら、私たちはこんな風にはならなかっただろうし。」彼女はまだ泣いていたが、今度は静かに涙を流していた。彼女は手首で顔を拭った。「もうここには収まらないんだね。」と言って、私たちの周りを指さした。「そして、それはもうあなたの中にも収まらない。」と言って、彼女の心臓の下に指を置いた。私は彼女の髪を撫で、彼女を抱き上げて立ち上がり、海を眺めた。風がわずかに変わり、太陽は旅を続けており、もうすぐ月が現れる兆しがあった。穏やかなピアノの音が潮に乗って、星々を運んできた。
「あなたが一人でやっていけるのは分かっているんだ... でも、私はできるかどうか分からない。これを手放すことを考えると、何も残らないような気がするんだ。」彼女は calm なトーンで言ったが、まだ多くのためらいがあった。
「いや、何も残らないわけじゃないよ。まだこれらの物事しか見ていないからそう思うだけだよ。まるでそれが全てであるかのように視野を狭めている。でも、それはもう君の現実ではないんだ。」私は彼女の目に手を置いた。
私は彼女が見ているものを見て、彼女の考えに入り込んだ。私たちはお馴染みの場面に戻った。彼女は紙に夢、目的地、貴重な物事などを書き、船を海に放り込み、その船が目的地に到達することを願い、祈っていた。私は彼女の視界を覆った。
「もう一度海にそれを流してみたい?」と言って、今や月明かりを反射する彼女の大きな目を見つめた、彼女は頷いた。
彼女を地面に置いて、私は彼女に紙とペンを渡した。彼女は膝の上にそれを置いて、いつものように同じことを書いて、それを小さな船に折り畳んで私に見せた。
「その船は少し重すぎて浮かないんじゃない?」私は彼女に質問したが、彼女は私が言っていることを理解していなかった。「見てごらん、折り目にたくさんの砂がたまっているよ。このままだと沈んでしまう。」少し言葉をかけただけで、彼女の顔に心配の表情が戻ってきた。私は微笑んで、その船を手に取り、逆さまにして砂を落とした。彼女は私を見つめ、少し驚いたようだったが、まだ理解していなかった。「さあ、それを水の上に置いて、潮がそれを運ぶのを見よう。」
彼女はためらったが、私を信じて言われた通りにした。彼女の目には、その船を海に送り出すときにいつもあった祈りのような、希望があった。低い波がそれを運び、再び私は彼女の手を握った。彼女は私を見つめて微笑み、ついに気づかなかったものを指さして示した。
「見てごらん?これが今の私たちの船だよ。」
すぐそこに、深い部分に停泊していたのは、大きな木造の船、白い大きな帆を備えた帆船で、港から出航する準備が整っていた。
「これは私たちの安全な港だけど、もう長いこと、紙の船を送り出すことはしていないんだよ。見てごらん、これが今の私たちの船だよ、ついに私たちが旅に出るんだ。ここに永遠にいることはできないよ、昔はこの船のことを夢見ていただけだったけど、今では私たち自身がその船を作り上げたんだ!見てごらん、素晴らしいね!私たちはどこにでも行けるし、どこに行きたいかも決められる!これが私たちの冒険なんだ!」私はますます興奮しながら笑顔で言った。
彼女の目には、その恐れが光に、そしてさらに強い光に変わっていた。星々はすでに彼女の目の輝きを反映していて、逆ではなかった。彼女の心は私と同じように強く鼓動していた。未知の世界へのわずかな不安、嵐が襲ったときにどうなるか、すべてがうまくいくかどうかの確信はなかったが、それは私たちの船であり、今では紙に書いただけだった旅のすべてを、私たち自身で進めることができるという確信が私たちを前進させた。突然、少し馴染みのある声が船の方向から聞こえた。
「よし!でもようやく出発できる?君たちを待ってるんだ。私はただのガイドだが、君が船長だよ。」帆のロープにぶら下がっていたのは、私によく知られたあの人物で、いつもの仮面を着けていて、今は海賊の衣装に合わせたテーマバージョンだった。「そして、まあ、当然だけど、この子も一緒に来ないといけないね、結局このアイデアは彼女のものだから。」彼らは笑いながら、まだ私の手を握っている子供を指さして言った。
その子供は驚いたように私を見つめ、最終的にそれが彼女のアイデアであり、今では彼女自身の目でそれを見ていることに気づいたようだった。彼女は私を、まるで世界で一番すごい人のように見つめた。私は笑った。
「こういう私が好きなのかい?まあ、これまで良い仕事をしてきたと思うけど、まだ改善すべき点がいくつかあるよ。そこに到達するよ、だから見続けてくれ。」彼女は微笑み、彼女の目はまだエネルギーに満ち溢れていて、来るべきものを待ち望んでいた。
「そうだね、確かに君はまだたくさんのことを改善しなきゃいけないよ。特にこの船にすぐに乗って、実際にこれを操縦する方法を学ぶ必要があるよ。この船長のブレスレットを腕に巻いている限りね。だからさあ、行こう!出発の時間だ!」と、人物は腕を振って急いでいることを示して言った。私は一歩を踏み出す前に、子供が私を引っ張った。
「私たち... まだここに戻ってこれるよね?」彼女はためらいながら言った。
「もちろんさ。ここは私たちの安全な港だから、いつでもここに戻れるよ、それは絶対に変わらない。もちろん、一度出発したら、戻ってくるのに出発するのと同じだけの時間がかかる。そして戻ってきたとき、景色が少し違うかもしれないし、すごく違うかもしれない、それはどれだけ遠くまで行ったかによる。でも場所は同じだから心配しないで。この場所は私たちのためにいつもここにあるよ。この船もここから作られたものだから、ある意味、それを運んでいるようなもので、ここのおかげで遠くへ行けるんだ。さあ、私は知ってる、君がここが好きだってことは分かるけど、君もこの風景に飽きているよね。」
ついに彼女は深く息を吸い込んだ。彼女はもう一度ビーチと土地を長い間見つめ、再び涙が頬を伝って流れ、それでもまだ穏やかに泣きながら、私の手を握って、本当の船に向かって歩いてきた。
私は彼女に言いたくなかったが、私の目が人物の目と合ったとき、私たちは同じことを知っていた。おそらく、これから直面するのは海ではなく、砂漠かもしれない。たぶん、私たちは砂の山に引っかかり、船を降りて押して、再び海への道を見つける必要があるかもしれない。たぶん、私たちは抜け出すのがとても難しい渦に巻き込まれるかもしれない。それは彼女がまだ夢見ている子供の物語のように、ただ楽しく完璧な冒険になるわけではないだろう。私が人物と視線を合わせたとき、その目には、私たちの師がすでに教えてくれていたことを知っている何かがあった。
「希望があるところに、試練もある」
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Água de Coco | Coconout Water | ココナッツウォーター
Sinto a água do mar fria indo e voltando.
O céu levemente nublado ainda deixa que as cores do céu apareçam à minha frente. Hora rosa com tons de laranja, hora roxo com tons de um azul esverdeado que não consigo nomear. O barulho do mar acompanha a sensação fria da maré baixa que cobre e descobre meus pés. O vento fresco parece alternar entre frio e aconchegante. Me pergunto como cheguei aqui.
- Você está aqui há tão pouco tempo, mas parece que já hesita em ir embora. - a figura aparece ao meu lado, sentada na areia. Dessa vez ela usa um óculos de sol no lugar de sua máscara costumeira. Não consigo ver para onde seus olhos apontam, mas sua expressão parece um pouco séria ao mirar as ondas.
- Não sei se consigo me acostumar com isso. Parece... Calmo demais. E eu não sei se estou fazendo a coisa certa. - digo olhando mais uma vez para a frente.
- É estranho, não é? Sinceramente até para mim é difícil te dar alguma direção nesse momento. O céu está mudando muito o tempo inteiro, apesar de não serem mudanças exatamente bruscas. As nuvens ainda atrapalham de ver com clareza. - a figura diz levantando as mãos, formando o que parece uma moldura com os dedos, mirando em direção ao céu. - Esta fazendo sol ou já está de noite? Parece que não faz muita diferença.
- Parece que você está tirando as palavras da minha boca dessa vez. - digo me sentando ao seu lado, sentindo a areia úmida em minhas pernas e dedos. Fecho os olhos por um momento e sinto a brisa em meu rosto, o cheiro do mar.
O vento calmo parece me dizer algo, um sussurro suave. É algo como seguir em frente, mas... Sem pressa. Essa não é uma ideia que estou muito acostumado.
- Para onde eu estou indo? - digo ao abrir os olhos. - Parece que os lugares que quero chegar são apenas pontos no caminho que irei passar eventualmente, não são mais o ponto de chegada... Não há mais um ponto de chegada. Meus objetivos são algo que vai ocorrer como consequência de passos e ações diárias que estão me moldando. É difícil me deixar levar.
- Bom, um rio desagua no mar. Agora, olhe para frente. Tem como dizer que você "chegou em algum lugar" se você cair no mar? Acho que não. Mais provável que você vá apenas se transformando e indo de um lugar para o outro. Talvez tudo isso seja sobre a jornada. - a figura diz ficando de pé, limpando as mãos nas próprias coxas e tirando uma água de coco de sabe-se lá onde. - Por hora, talvez seja bom você valorizar que esta aqui e agora. E que veja bem, pode ainda está um pouco nublado, não conseguimos entender sequer se é dia ou noite. Mas não é uma tempestade, o mar também não está turbulento. Essa brisa e clima misteriosos, ao menos não estão te machucando. Talvez a resposta seja fincar os pés nessa posição por mais um tempo e deixar que a maré te traga as respostas.
- Me dá um gole da água de coco enquanto isso?
- Claro, aqui está.
English Version
I feel the cold sea water coming and going.
The slightly cloudy sky still allows the colors of the sky to appear before me. Sometimes it's pink with shades of orange, sometimes purple with shades of a greenish blue that I can't name. The sound of the sea accompanies the cold sensation of the low tide that covers and uncovers my feet. The fresh wind seems to alternate between cold and cozy. I wonder how I got here.
- You’ve been here for such a short time, but it seems like you already hesitate to leave. - the figure appears next to me, sitting on the sand. This time they wear sunglasses instead of their usual mask. I can't see where their eyes are pointing, but their expression seems a bit serious as they gaze at the waves.
- I don't know if I can get used to this. It seems... too calm. And I don't know if I'm doing the right thing - I say, looking ahead again.
- It's strange, isn't it? Honestly, even for me it's difficult to give you any direction at this moment. The sky is constantly changing, although not exactly in drastic ways. The clouds still make it hard to see clearly - the figure says, raising their hands, forming what looks like a frame with their fingers, aiming at the sky. - Is it sunny or already nighttime? It doesn't seem to make much difference.
- It seems you're taking the words right out of my mouth this time - I say, sitting down next to them, feeling the wet sand on my legs and toes. I close my eyes for a moment and feel the breeze on my face, the smell of the sea.
The calm wind seems to tell me something, a soft whisper. It's something like moving forward, but... without haste. This is not an idea I'm very used to.
- Where am I going? - I say, opening my eyes. - It seems that the places I want to reach are just points along the way that I will eventually pass through, they are no longer the destination... There is no longer a destination. My goals are something that will happen as a consequence of daily steps and actions that are shaping me. It's hard to let myself go.
- Well, a river flows into the sea. Now, look ahead. Can you say you 'arrived somewhere' if you fall into the sea? I don't think so. It's more likely that you'll just keep transforming and moving from one place to another. Maybe all of this is about the journey,- the figure says, standing up, wiping their hands on their thighs and pulling out a coconut water from who knows where. - For now, maybe it's good for you to value being here and now. And see, it might still be a bit cloudy, we can't even understand if it's day or night. But it's not a storm, and the sea is not turbulent either. This mysterious breeze and climate, at least, aren't hurting you. Maybe the answer is to plant your feet in this position for a while longer and let the tide bring you the answers.
- Can I have a sip of the coconut water in the meantime?
- Sure, here you go.
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日本語
冷たい海水が行ったり来たりするのを感じる。
少し曇った空は、まだ空の色を見せてくれる。時にはピンクとオレンジの色合い、時には紫と名前のつけられない緑がかった青の色合いだ。海の音は、低潮の冷たい感覚とともに、私の足を覆ったり露出させたりする。涼しい風は、寒さと心地よさを交互に感じさせる。どうしてここに来たのだろうと考える。
「ここに来てそんなに経っていないのに、もう去ることをためらっているようだね。」その人物は砂浜に座って、私の隣に現れた。今回はいつものマスクの代わりにサングラスをかけている。目がどこを向いているのかは見えないが、波を見つめるその表情は少し真剣なように見える。
「これに慣れることができるかどうかわからない。あまりにも…穏やかすぎる。これが正しいことをしているのかわからない。」もう一度前を見ながら言った。
「不思議だね。正直言って、この瞬間に君に何か方向を示すのは難しい。空は常に変わっているけれど、必ずしも急激な変化ではない。雲がまだはっきり見るのを妨げている。」その人物は空に向かって指でフレームを作りながら言った。「晴れているのか夜なのか、あまり違いがないように思える。」
「今回は、君が私の言葉をそのまま言っているようだね。」足を伸ばし、湿った砂が足や指に感じられるとともに、彼の隣に座りながら言った。一瞬目を閉じて、顔に当たる風と海の匂いを感じる。
穏やかな風が何かを伝えようとしているかのように感じられる。柔らかな囁きのように。それは前進するようなものだけど…急がずに。これは私があまり慣れていない考え方だ。
「どこへ向かっているのだろう?」目を開けながら言った。「行きたい場所は通過するだけのポイントで、もはや目的地ではないように感じられる…もう目的地はない。私の目標は、日々のステップや行動の結果として起こるもので、私を形作っている。流れに身を任せるのは難しい。」
「まあ、川は海に流れ込むね。さあ、前を見て。海に落ちたときにどこかに到着したと言えるかい?そうは思えない。むしろ、君はただ変わり続けて、ある場所から別の場所へと移動しているんだろう。たぶん、これはすべて旅についてのことだね。」その人物は立ち上がり、手を太ももに拭きながら、どこからともなくココナッツウォーターを取り出した。「今は、ここにいることを大切にするのが良いかもしれない。そして、見て、まだ少し曇っているかもしれないけれど、昼か夜かもわからない。でも、嵐ではなく、海も荒れていない。この神秘的な風と気候は、少なくとも君を傷つけていない。もしかしたら、答えはもう少しこの場所に足を踏みしめて、潮が答えをもたらすのを待つことかもしれない。」
「その間、ココナッツウォーターを一口飲んでもいい?」
「もちろん、どうぞ。」
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A Figura | 影法師 | The figure
Era como se eu encontrasse algo palpável do outro lado do espelho.
“Esse sou eu?”
Parecia que por um momento eu tinha entrado dentro dos meus próprios sonhos, mas ainda assim era a realidade. Parando pra pensar, meus sonhos pareciam cada vez mais reais, era como se ao dormir eu estivesse finalmente me conectando com um eu que está vivendo em outra dimensão, uma dimensão que por mais sem sentido que pareça, as vezes dá uma sensação de pertencimento e realidade muito maior do que a realidade que encontro ao acordar. Será que na verdade isso que eu encaro como realidade, não passa de um sonho que outra versão de mim que está vivendo muito mais apenas sonha?
Ao tocar no espelho, ele se moveu como água, como se fosse líquido, e minha mão passou por ele, uma sensação fria que não parecia real. Num piscar de olhos me vi sozinho numa montanha. Grama verde escura, n��voa e um céu cinza. Uma brisa gelada incomodava meus braços, pernas e olhos enquanto o vento bagunçava meus cabelos e minha mente, que tentava entender onde eu estava, o que diabos eu estava fazendo sozinho naquele lugar. De repente, ainda com os olhos semicerrados tentando evitar a brisa densa que parecia carregar algum tipo de poeira, apareceu diante de mim uma silhueta um tanto familiar.
- Você sou eu? – disse olhando para o que ao mesmo tempo devia ser um reflexo meu no espelho, era um tanto etéreo demais para ser uma pessoa de carne e osso.
- Talvez. Quer dizer, em partes sim. Talvez eu deva dizer que sou uma simulação do seu inconsciente? Ou se preferir algo mais metafísico, da sua alma? – a voz era como a minha, mas parecia carregar anos luz de uma sabedoria que eu claramente não possuía. Os olhos, boca, corpo, eram todos num formato que eu conseguia me reconhecer, mas ao mesmo tempo, eram etéreos e mudavam de tempos em tempos, era como uma transformação constante e ambulante de todos os detalhes.
- Está se perguntando por que eu mudo tanto? Ora, você mesmo acha que se você pudesse, estaria sempre nesse formato quase fixo? Sou uma existência de um plano que não precisa e nem é presa em qualquer dessas normas. Nesse plano minha aparência é tudo aquilo que me contém, aquilo que me representa de maneira genuína e sem censura. É por isso que estou em constante movimento. – A figura disse ao se aproximar de mim, se movendo como se estivesse dançando lentamente ao meu redor. – Posso estar mais presente. – sua forma se tornou mais palpável. – Ou menos. – Sua silhueta transformou-se em névoa. – Estou em um formato constante de transformação, nunca sou o mesmo que há minutos atrás, mas o que me compõe ainda é aquilo que é possível identificar como ‘eu’ e tão apenas ‘eu’. Como água, como o ar.
A figura transmorfa falava com uma voz que me parecia tão familiar e tão estrangeira, que me sentia mergulhando em um lugar desconhecido, porém rodeado de sensações familiares. Ela tomou uma forma mais concreta e segurou minha mão.
- Venha, eu sei o porquê de você ter vindo até aqui. Está buscando resposta não? – assinto com a cabeça. – Das coisas mais complexas e importantes da nossa existência, devo dizer que a maior parte delas é respondida com sentimentos ainda mais incompreensíveis que as próprias perguntas. – a temperatura de sua mão oscilava entre quente e frio num pulsar similar ao de um coração, enquanto andávamos pelo campo.
Quando dei conta de mim, havia um portal, com longas cortinas púrpura cobrindo sua entrada, como as cortinas de um espetáculo de teatro. A brisa pareceu acalmar-se um pouco e minha mente ainda confusa pareceu acalmar-se junto, e no lugar da confusão uma sensação de curiosidade, um ímpeto de abrir as cortinas para ver o que havia depois delas surgiu dentro de mim.
- Quer abri-las? Devo dizer que é algo que deveria fazer com cuidado. Não que você vá deixar de fazer isso, eu te conheço muito bem. Apenas saiba que você talvez saia daqui com muito mais dúvidas do que respostas ou soluções. Essa cortina cobre o espetáculo que você chama de vida. Suas nuances belas e feias, sem censura, suas alegrias, tristezas e tudo que há no meio, tudo iluminado por uma luz forte, dirigida por suas memórias. Percebe o quão pesadas são as cortinas? Talvez seja um belo lembrete do quanto você tem dificuldade para olhar para si mesmo, ou talvez para que você não saia as levantando para qualquer um.
Olho em seus olhos, que são os meus. Os desenhos em sua íris tão nítidos como uma nebulosa, o preto de sua pupila tão profundo quanto os recantos onde as luzes das estrelas não alcançam. Aquela figura poderia realmente ser eu? Uma parte de mim que seja? Por um momento reflito como me sinto apenas um humano, não, um animal que vive de forma automática com coisas tão simples, colocando valores e importâncias em coisas que me foram obrigadas a fazer, enquanto essa figura que me encara parece devanear, divagar pelas estrelas, conhecendo uma profundidade da alma que alguém tão pacato e normal quanto eu não deveria conhecer. A figura que aos meus olhos era cada vez mais mística e mudava para algo entre o divino e extraordinário suspira ao colocar a mão em meu ombro.
- Vamos, abra logo as cortinas. Foi para isso que você veio até aqui. Você sabe muito bem o que tem que fazer, não?
Inspiro profundamente enquanto uma sensação de ansiedade é sobrepujada por uma firmeza que me banha da cabeça aos pés. De onde essa sensação vem? O que ela significa? Não tenho como ter certeza, mas em um momento apenas empurro as cortinas e sinto-me despencar em um buraco que parece mais um palco.
Sinto meus pés sobre o piso frio de madeira, olho ao redor e percebo que estou no centro de um teatro, no palco e na plateia ao mesmo tempo, como dois planos de dimensão que se intercalam em si mesmos. Ao levantar-me sinto uma forte luz de palco sob mim, como se eu devesse apresentar algum espetáculo, porém não há sequer plateia, apenas a minha própria figura. Ouço passos aproximando-se e palmas num ritmo lento, ao olhar na direção noto a figura se aproximando de mim.
- Que espetáculo sem público não? Um verdadeiro fracasso de bilheteria. – a figura diz com um sorriso um pouco sarcástico. – Bom, não se preocupe, não é como se a sua vida fosse um espetáculo a ser vendido. Acredite em mim, mesmo aqueles que tiveram suas bibliografias escritas e divulgadas, aquilo não se trata de uma fração que apenas teve relevância para a sociedade ou outras pessoas, não diz muito a respeito do mundo pessoal e intimo, os verdadeiros sentimento daqueles que viveram. – ao se aproximar a figura estende sua mão e me ajuda a levantar. – Será que as pessoas realmente são capazes de compreender genuinamente umas as outras? Ou será que toda essa profundeza da alma humana acaba sempre indo para o túmulo sem perdurar na realidade? Bom, se algo como arte existe, acho que é o mais puro esforço e concretização de tudo isso. Você pensa o mesmo, não é?
Um distante e suave de um coro no qual é impossível distinguir entre homens e mulheres começa a soar preenchendo o espaço do teatro.
- Aquilo que não é palpável, a expressão dos sentimentos da alma em sua mais pura expressão. É isso que você anseia, não? É isso que lhe dá algum senso de propósito, de encontrar a realidade fora dela. De pertencimento naquilo que é mais real exatamente por não poder ser tocado... Não é atoa que seja complicado ficar próximo de você. Você sequer já parou para imaginar o quanto é intenso para pessoas que não tem nada a ver com isso? Ou sequer já passaram por qualquer sensação semelhante a sua? – nego com a cabeça, um pouco assustado.
- É claro que não. Bom, de qualquer forma, há algo que você precisa ver. É intenso demais, você ainda vai ver muitas e muitas vezes durante toda sua vida e sempre irá parecer que não é suficiente, pois em algum momento você irá esquecer. Tudo bem, é normal. Apenas entenda aquilo que lhe for concebível. Está pronto? – a figura diz colocando a mão no meu ombro. – Não vou esperar sua resposta, vamos.
Antes que eu pudesse piscar, sinto uma descarga elétrica percorrer por cada um de meus poros, uma avalanche sobre minha cabeça e um terremoto sob meus pés. Diante dos meus olhos, perfurando meus ouvidos, toda minha vida, cada segundo que vivi até então, todas as sensações, realizações, emoções e pensamentos começam a passar em fração de segundos sob mim.
Caio de joelhos após o que pareceu uma eternidade, arfando, sentindo meu peito doer e minha cabeça explodir, porém tudo parece se acalmar em pouco tempo.
- O que foi isso?
- Tudo aquilo que você precisa saber para responder suas próprias perguntas.
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鏡の向こう側に触れるような気がした。
「これが僕?」
一瞬、自分の夢の中に入ったように感じたが、それでも現実だった。考えてみると、夢がますます現実的に感じられ、眠ることで別の次元に生きている自分と繋がっているような気がした。時々、現実よりも強い現実感と帰属感を与えるその次元に。そして、今見ている現実が、実は夢で、別の自分が夢見ているだけなのかもしれない。
鏡に触れると、それは水のように動き、手が通り抜けた。冷たい感覚が現実とは思えなかった。一瞬で、山の中に一人立っていた。暗い緑の草、霧、灰色の空。冷たい風が腕や脚、目を刺激し、風が髪や心を乱していた。どこにいるのか、何をしているのか理解しようとする中で、かすかなシルエットが見えた。
「君は僕?」
鏡の中の反射のようだったが、実体がないように見えた。
「多分。部分的にはそうだ。君の無意識のシミュレーションかもしれない。あるいは、魂の何かかもしれない。」声は自分の声だったが、持っていないはずの知恵を感じた。目や口、体は自分のものだが、変わり続ける形が、常に変わり続ける。
「なぜ変わるのか不思議かい?君が変わらないと思うか?この次元では、僕の姿はすべての制約から解放され、絶えず変化し続けるものなんだ。」彼はゆっくりと踊るように僕の周りを回り、「もっと存在感を出せる。」「あるいは、もっと霧のようにもなれる。」彼の形は変わり続け、しかし、常に「僕」として認識できるものだった。
彼の声は馴染み深くも異国的で、未知の場所にいるような感覚を抱かせた。彼は形を取り、手を握った。
「君がここに来た理由を知っている。答えを求めているんだろう?」僕はうなずいた。「複雑で重要な問いの多くは、さらに理解しがたい感情で答えられることが多い。」手の温度は心臓のように変化し、僕たちは歩き続けた。
気が付くと、紫のカーテンで覆われたポータルが現れた。風が静まり、混乱していた心も落ち着き、カーテン��向こうに何があるのか知りたくなった。
「開けたいか?慎重に開けるべきだ。君がそれをすることは知っているが、答えよりも疑問が増えるかもしれない。このカーテンは君の人生の劇を覆っている。その美しさも醜さもすべて、記憶によって照らされる。カーテンが重いのは、君が自分を見つめることが難しいからかもしれない。」
彼の目を見た。僕の目だった。彼は星雲のように目を細め、僕はただの人間に過ぎないことを感じた。彼は僕の肩に手を置き、「さあ、カーテンを開けよう。君はそれが何を意味するか知っているだろう?」
深呼吸し、不安が頭から足まで流れた。それが何を意味するのか分からないが、カーテンを押し開けると、ステージのような穴に落ちた。
冷たい木の床に立ち、周囲を見回すと、劇場の中心にいた。ステージと観客席の両方にいるようだった。立ち上がると、ステージの光が僕を照らし、演じるべきものがあるように感じたが、観客は僕一人だけだった。足音が近づき、遅い拍手が聞こえ、彼が現れた。
「観客のない劇なんて、失敗だな。」彼は皮肉な笑みを浮かべた。「だが心配するな。君の人生は売るための劇じゃない。たとえ自伝が書かれても、それは社会や他人に重要な断片だけで、個人的な感情は伝わらない。」彼は手を差し出し、僕を助け起こした。「人々は本当に互いを理解できるのか?それとも、人間の深さは墓に持ち去られるのか?芸術が存在するなら、それはすべての努力の結晶だ。君もそう思うだろう?」
劇場に男とも女ともつかない合唱の音が響き始めた。
「それは触れられないもの、魂の感情の純粋な表現だ。それが君の目的で���り、現実の外の現実だと感じる理由だ。それが君を難しくしている。君はそれを想像したことがあるか?普通の人には理解できないことだ。」僕は怖くて首を振った。
「もちろんないさ。だが、君には見るべきものがある。それは強烈だが、何度も見ることになる。いつも不足しているように感じるが、それでいいんだ。理解できるものだけを理解すればいい。準備はいいか?」彼は肩に手を置き、「答えは待たない、行こう。」
瞬きする間もなく、全身を電気が走り、頭上に雪崩が降り、足元に地震が起こった。目の前にはすべての瞬間が通り過ぎ、感覚、達成、感情、考えが一瞬で通り過ぎた。
永遠に感じた後、膝をつき、息を切らし、胸が痛み、頭が爆発しそうだったが、すぐに落ち着いた。
「それは何だったの?」
「君の問いに答えるために必要なすべてのことだ。」
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It was as if I found something tangible on the other side of the mirror.
“Is this me?”
It felt like, for a moment, I had entered my own dreams but it was still reality. Thinking about it, my dreams seemed more and more real, as if by sleeping I was finally connecting with a me that is living in another dimension. A dimension that, no matter how nonsensical it may seem, sometimes gives a much greater sense of belonging and reality than the reality I find upon waking up. Could it be that what I perceive as reality is nothing more than a dream that another version of me, who is living much more, is just dreaming?
When I touched the mirror, it moved like water, as if it were liquid, and my hand went through it, a cold sensation that did not feel real. In the blink of an eye, I found myself alone on a mountain. Dark green grass, mist, and a gray sky. A cold breeze bothered my arms, legs, and eyes while the wind messed up my hair and my mind, which tried to understand where I was and what the hell I was doing alone in that place. Suddenly, still with my eyes half-closed trying to avoid the dense breeze that seemed to carry some kind of dust, a somewhat familiar silhouette appeared before me.
“Are you me?” - I said, looking at what at the same time should be a reflection of mine in the mirror; it was too ethereal to be a person of flesh and blood.
“Maybe. I mean, in parts, yes. Maybe I should say I am a simulation of your unconscious? Or if you prefer something more metaphysical, your soul?” - the voice was like mine but seemed to carry light years of wisdom that I clearly did not possess. The eyes, mouth, body were all in a shape that I could recognize but at the same time, they were ethereal and changed from time to time; it was like a constant and moving transformation of all the details.
“Are you wondering why I change so much? Well, do you think that if you could, you would always be in this almost fixed form? I am an existence from a plane that neither needs nor is bound by any of these norms. In this plane, my appearance is everything that contains me, that represents me genuinely and without censorship. That is why I am in constant motion.” - The figure said as it approached me, moving as if it were dancing slowly around me. - “I can be more present.” - its form became more tangible. - “Or less.” - Its silhouette turned into mist. - “I am in a constant state of transformation, never the same as minutes ago, but what makes up me is still what is possible to identify as 'me' and only 'me.' Like water, like air.”
The shapeshifting figure spoke with a voice that seemed so familiar and so foreign that I felt I was diving into an unknown place but surrounded by familiar sensations. It took a more concrete form and held my hand.
“Come, I know why you came here. You are seeking answers, aren't you?” - I nodded. - “Of the most complex and important things of our existence, I must say that most of them are answered with feelings even more incomprehensible than the questions themselves.” - the temperature of its hand oscillated between warm and cold, pulsating like a heart as we walked through the field.
When I realized, there was a portal with long purple curtains covering its entrance like the curtains of a theater performance. The breeze seemed to calm down a bit and my still confused mind seemed to calm down along with it, and in place of the confusion, a feeling of curiosity, an urge to open the curtains to see what was behind them, arose within me.
“Do you want to open them? I must say it is something you should do carefully. Not that you will refrain from doing it; I know you very well. Just know that you might leave here with many more questions than answers or solutions. This curtain covers the spectacle you call life. Its beautiful and ugly nuances without censorship, its joys, sorrows, and everything in between, all illuminated by a strong light directed by your memories. Do you realize how heavy the curtains are? Maybe it's a beautiful reminder of how difficult it is for you to look at yourself or perhaps so that you don't go around lifting them for anyone.”
I looked into its eyes, which were mine. The patterns in its iris as clear as a nebula, the black of its pupil as deep as the corners where the light of stars does not reach. Could that figure really be me? A part of me at least? For a moment, I reflected on how I felt just a human, no, more like an animal living automatically with such simple things, placing values and importance on things I was forced to do, while this figure staring at me seemed to wander, wander through the stars, knowing a depth of the soul that someone as dull and normal as I should not know. The figure, which to my eyes was increasingly mystical, changing to something between the divine and extraordinary, sighed as it placed its hand on my shoulder.
“Come on, open the curtains. That's why you came here. You know very well what you have to do, don't you?”
I took a deep breath as a sense of anxiety was overwhelmed by a firmness that washed over me from head to toe. Where does this feeling come from? What does it mean? I can't be sure, but in a moment, I just pushed the curtains and felt myself falling into a hole that seemed more like a stage.
I felt my feet on the cold wooden floor, looked around, and realized I was in the center of a theater, on the stage and in the audience at the same time, like two dimensions intersecting themselves. As I stood up, I felt a strong stage light on me, as if I had to perform some spectacle, but there was no audience, only my own figure. I heard footsteps approaching and slow clapping; when I looked in the direction, I noticed the figure approaching me.
“What a show without an audience, huh? A real box office flop.” - the figure said with a slightly sarcastic smile. - “Well, don't worry; it's not as if your life were a show to be sold. Believe me, even those who had their biographies written and published, that does not speak much about their personal and intimate world, the true feelings of those who lived.” - as it approached, the figure extended its hand and helped me up. - “Do people really understand each other genuinely? Or does all this depth of the human soul always end up in the grave without lasting in reality? Well, if something like art exists, I think it is the purest effort and realization of all that. You think the same, don't you?”
A distant and soft choir, impossible to distinguish between men and women, began to sound, filling the theater space.
“That which is intangible, the expression of the soul's feelings in its purest form. That is what you long for, isn't it? That is what gives you a sense of purpose, finding reality outside it. Belonging in what is most real precisely because it cannot be touched… No wonder it's complicated to be close to you. Have you ever imagined how intense it is for people who have nothing to do with it? Or have never gone through any sensation similar to yours?” - I shook my head, a little scared.
“Of course not. Well, anyway, there's something you need to see. It's too intense, and you will see it many, many times throughout your life, and it will always seem not enough because at some point, you will forget. It's okay, it's normal. Just understand what is conceivable to you. Are you ready?” - the figure said, placing its hand on my shoulder. - “I won't wait for your answer, let's go.”
Before I could blink, I felt an electric charge coursing through every pore of my skin, an avalanche over my head, and an earthquake under my feet. Before my eyes, piercing my ears, my entire life, every second I had lived until then, all the sensations, realizations, emotions, and thoughts began to pass in fractions of seconds before me.
I fell to my knees after what seemed like an eternity, gasping, feeling my chest hurt and my head explode, but everything seemed to calm down quickly.
“What was that?”
“Everything you need to know to answer your own questions.”
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