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#zoas mas é a cara dela ter esquecido
cballie · 3 years
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[ a night in ] for our muses to make hot chocolate and snuggle up to watch spooky movies by a fireplace for the evening
segurando a caneca com chocolate quente, allie caminhou até o sofá em que a amiga já estava, sentando ao seu lado. “acho que dessa vez eu acertei a medida...” comentou aleatoriamente, assoprando antes de beber um gole, em seguida, oferecendo para ela. “você quer- oh. é melhor não, né?” abriu um sorriso sem graça, seu nariz congestionado lembrando o motivo disso. estava resfriada — ou com alergia, não sabia ao certo —, só havendo uma vantagem nisso; ter alaska cedendo mais facilmente as suas ideias. não que assistir chucky fosse mesmo uma vontade sua, só queria entender a referência da fantasia alheia, além de conhecer um pouco do que ela gostava. um pedacinho do mundo de sloan que nunca teve contato. se acomodou mais próxima dela, puxando a coberta sobre suas pernas e as dela. a outra nem disse nada, mas evans decidiu justificar mesmo assim. “eu sei que parece exagero, mas eu tô com frio mesmo, sabe? então... você pode... ficar mais pertinho de mim.” o volume de sua voz foi diminuindo, e para disfarçar as bochechas coradas como a ponta de seu nariz, bebeu mais um pouco do chocolate quente. “você não vai colocar play?”
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prophetstrash · 5 years
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Exaltando (muito) The Boys
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Quando algo fica muito tempo na moda, inevitavelmente começa a cansar e fazer o público querer por algo diferente e inovador, e de preferência, que seja mais ousado, mais original, que se distancie daquilo que está em voga. E a moda do momento são as séries e filmes de gente com poderes sobre-humanos que vestem roupas coladas, soltam muitas piadinhas, batem em vilões genéricos e salvam o mundo, ou melhor, os Estados Unidos. Mas eis que a Amazon Prime, novo serviço de streaming, adapta uma hq subversiva e grotesca e nos salva da monotonia e irrealidade dos super-herois coloridos apresentando The Boys, a série que já ganhou o coração da internet em pouquíssimo tempo. E não é a toa, não é só por representar o exato oposto dos herois bonitinhos e certinhos que estamos acostumados, mas por muitas outras razões que... eu vou ter que comentar separando em tópicos, porque é MUITA coisa pra falar desa série. Vamos lá:
E se os super-herois existissem no mundo real?
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The Boys se baseia numa premissa interessante: os super-herois REALMENTE existem no mundo real, e por conta da sua mera existência e poderes especiais, eles são endeusados pela sociedade e alçados ao status de ultra celebridades. Sendo assessorados por uma empresa poderosa, eles chegam a vender produtos licenciados e fazer filmes pra engrandecer sua marca, participar de eventos, tirar selfies com a galera, deixar a internet em polvorosa, enfim, fazer tudo que os atores da Marvel já fazem, só que com poderes de verdade.
Entretanto, se as celebridades do mundo real já são suscetíveis a cometerem excessos, se envolverem em polêmicas e guardarem segredos obscuros, por que esses herois não sucumbiriam a isso também? Como é possível eles não se corromperem com tamanho poder e influência que tem na sociedade?
Sim, é uma premissa interessante, e executada com maestria pela série, mas não é uma premissa nova. Essa coisa de “super-herois realistas” está presente nos filmes do gênero há um bom tempo, e na verdade, está presente nos próprios quadrinhos, desde os anos 60, pelo menos! As pessoas só acham que essa premissa é inovadora porque não leem quadrinhos de super-herois.
Verdade seja dita, apesar desses poderosos estarem na moda hoje, os quadrinhos em si, o material-fonte de todos esses filmes e séries, continuam sendo algo que pouquíssimas pessoas consomem e conhecem de fato. O público geral só conhece eles por causa dos desenhos animados que via na infância, como Liga da Justiça, X-Men, Batman, Homem-Aranha, Super Choque, Jovens Titãs, etc. Depois, se ele quiser saber mais sobre super-herois, ele não vai comprar e ler os quadrinhos originais, vai preferir ler as listinhas e matérias rápidas da Legião dos Herois, e procurar canais de YouTube que falam desse assunto. É muito mais prático, né? A vida tá muito corrida e as pessoas são muito preguiçosas, não querem saber DE VERDADE sobre quadrinhos de super-herois, pois se quisessem, perceberiam que os personagens da Marvel já investem nessa pegada “realista”. Eles já são mais próximos de nós ao possuírem falhas, defeitos, dúvidas e problemas mundanos. Coisas que os super-herois tradicionais (da DC) não possuem.
Pegue o Homem-Aranha como exemplo, ao invés dele ser um deus magnânimo e invulnerável que não enfrenta nenhum problema cotidiano igual o Superman, ele é gente como a gente, é azarado, neurótico, atarefado, pressionado de todos os lados, cheio de boletos pra pagar, enfim. 
Em outras palavras, a Marvel foi quem introduziu o conceito de “super-herois realistas” láááááá atrás, e acabou influenciando os super-herois de forma geral a investirem nessa pegada, num processo lento e gradual. Tivemos os X-Men enfrentando o preconceito da sociedade e dramas pessoais bem novelescos, tivemos o Homem de Ferro enfrentando o alcoolismo, que é um problema muito mais realista do que qualquer vilão espalhafatoso, vimos o Homem-Aranha tendo que lidar com a morte irreversível da sua namorada, tivemos Arqueiro Verde e Lanterna Verde discutindo abertamente sobre problemas sociais, entre outras histórias que iam deixando a inocência de lado e amadurecendo.
Pode-se dizer com tranquilidade que o ponto de virada pra uma mudança impactante de verdade foi o lançamento de Watchmen e Batman Cavaleiro das Trevas, pois embarcaram fundo nessa proposta e apresentaram histórias abordando o mundo e a sociedade de forma ampla, desenvolveram temas sérios e tangíveis, e mostraram personagens com profundidade psicológica e conflitos adultos. A partir daí, os quadrinhos de super-herois não podiam mais voltar a ser inocentes, bobos e inofensivos. Mas essa mudança não seria acompanhada pelo público geral, porque ele não lê quadrinhos.
Ele só seria apresentado a ideia de “super-herois realistas” muuuuuito depois, a partir da trilogia do Batman do Christopher Nolan de 2005. Ela explica e detalha absolutamente tudo, dos traumas do bátima até de onde vem os apetrechos dele, além de possuir um tom bem sóbrio e sério, sem nada de espalhafatoso, exagerado ou surreal.
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Outros filmes que ajudaram o público a se familiarizar com essa ideia, foram Os Incríveis, Hancock, Watchmen e Kick-Ass. Os Incríveis era uma animação de uma família super-heroica tentando se encaixar numa vida normal (e falhando nesse processo). Hancock era um bêbado superpoderoso que queria fazer o bem, mas era inconsequente e indisciplinado. Watchmen era o grupo de justiceiros sem poderes e sem moralidade e ética tradicionais e inabaláveis. E Kick-Ass era um moleque que queria usar uma roupa ridícula e combater o crime, mas acaba se fodendo de verde e amarelo. Junto com Batman do Nolan, esses filmes foram bem importantes e impactantes pro público (apesar de Hancock ter sido esquecido rapidamente, por ser ruim). Fizeram ele ver que super-herois não precisavam ser só aqueles bonzinhos, certinhos, lindinhos e inatingíveis.
Pois bem, já que a premissa de “super-herois realistas” não é algo inovador, por que The Boys é tão bom?
O quadrinho
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Pra falar a verdade, esse não é um conceito inovador nem nos quadrinhos. Watchmen, The Authority, Os Supremos, e outras obras que não lembro agora, já abordaram como super-herois agiriam num mundo real. A maioria delas tem as mesmas características: um tom profundamente pessimista, cínico e violento, apresentando um mundo decadente e sem perspectivas aonde os poderosos atuam usando força excessiva, possuem sérias falhas de caráter, e agem como babacas a maior parte do tempo. Apesar de que o leitor médio de hqs não vai achar que eles são babacas, e sim “estilosos”, “fodas”, “casca-grossa”, porque basta o personagem fazer pose de mau, ser violento e irônico, que ele é automaticamente adorado.
Enfim, The Boys também possui todos esses traços, mas o seu diferencial, é que foi concebido por Garth Ennis, um autor britânico conhecido por suas histórias subversivas, chocantes, ultra violentas, absurdas e com muito humor negro. E o mais importante: ele assumidamente odeia super-herois. Então The Boys não é só um quadrinho subvertendo os clichês dos supers, é ZOANDO mesmo! É uma carta de ódio a esses seres de colante. Não é a toa que o quadrinho cria paródias de vários herois já consagrados (Liga da Justiça, Vingadores, X-Men, Jovens Titãs, etc), e mostra eles sendo/fazendo o que a gente brinca e zoa o tempo todo: a maioria deles é gay ou lésbica, muito imbecis na personalidade, e totalmente irresponsáveis nas suas batalhas. Sabe aquela coisa de “matar o bandido, mas matar 3562457 inocentes no processo”? Pois é. E pra deixar a coisa pior, alguns “herois” são supremacistas, outros são pedófilos, e de forma geral, todos estão nessa só pela adoração do público, influência, fama, dinheiro, sexo, drogas e escrotices em geral.
O principal grupo de herois desse universo é Os Sete, uma paródia da Liga da Justiça liderado por Homelander/Capitão Pátria, uma mistura de Superman com Capitão América que representa o símbolo máximo da verdade, justiça e modo de vida estadunidense. Representa tão bem que é loiro de olho azul, é vaidoso, mimado, pavio curto, arrogante, metido, e tem uma cara que dá vontade de socar bastante. Também temos Rainha Maeve, a paródia da Mulher Maravilha, que pode até ter começado com a vontade genuína de representa a justiça e o poder feminino, mas a essa altura, já desistiu de acreditar no valores que diz lutar. A-Train/Trem-Bala é como o Flash, só que mais irresponsável, babaca e inconsequente. Deep/Profundo é o Aquaman, um cara zoado por todos. Black Noir é... bom, seria o Batman, mas ele é tão sombrio e calado que chega a ser esquecido. Os outros herois são modificados ou tratados de forma diferente na série, o que nos leva ao próximo tópico:
Diferenças entre o quadrinho e a série (e porquê ela é excelente)
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A maioria das matérias que tem por aí fazem esse tipo de comparação “obra original x adaptação” só por curiosidade, só servem pro leitor saber o quanto a adaptação é fiel ou não ao material original. Mas eu vou fazer diferente, não vou só pontuar as diferenças, como também justificar porquê elas tornam a história melhor, e como fazem a série ser melhor do que o quadrinho.
Sim, a série é muito melhor que o quadrinho. Não que ele não tenha seus méritos, mas vamos por partes. Começando pela caracterização dos personagens...
Os Sete tem um visual tão imponente e fodão nos quadrinhos quanto qualquer outro super-heroi. Já na série, eles tem esse visual aí de cima, e... Não sei você, mas pra mim, eles parecem meio... ridículos. Essas roupas não chegam a ser feias, nem amadoras como um cosplay, mas não parecem tão sofisticadas quanto os uniformes dos herois do cinema, parecem uniformes das séries bregas da CW, tipo Arrow e Legends of Tomorrow. E ISSO É BOM! Porque isso faz os Sete se apresentarem como o que realmente são: ridículos!
Mas talvez você tenha achado esse visual decente, o que é ótimo também, porque no fim, ele funciona pra todos os públicos: pra quem achou tosco e pode vê-los como patetas em roupas colantes bregas, e pra quem achou legal e pode vê-los como ídolos dignos de respeito.
Aliás, achei muito apropriado a paródia da Mulher Maravilha ser essa atriz magérrima que não faz o porte de lutadora guerreira, pois está igualzinha a Gal Gadot, que também não tem esse porte! Assim ela acaba parodiando não só a personagem, como também a atriz da vida real!
Falando em vida real, o Trem-Bala nos quadrinhos não é negro como na série, e isso é ótimo, não só pelo quesito “representatividade”, mas principalmente porque referencia o Usain Bolt e nos conecta com o mundo real. O heroi até faz a pose do velocista no terceiro episódio!
Agora a última diferença focada no visual: o valentão Billy Bruto tem um visual no quadrinho que parece uma cópia do Justiceiro. Na série, ele tem uma barba que ajuda na sua cara de mau. Mas o interessante nesse detalhe besta é que esta é a segunda adaptação de um quadrinho do Garth Ennis que tem um personagem fodão barbudo de cabelo arrepiado. A primeira adaptação é Preacher.
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Será que é porque Preacher e The Boys tem os mesmos produtores? Quem sabe...
Agora vamos falar do que considero mais importante: o tom do quadrinho e da série. Ambos tem essa pegada de violência extrema, sarcasmo, acidez e humor negro, mas na série isso é muito melhor usado, porque é dosado. As situações podem ser explícitas, grotescas e absurdas, mas não são frequentes, e isso garante que o público sempre se sinta impactado e não julgue nenhuma cena como “desnecessária”. Só é “desnecessária” pra quem não gosta de ver esse tipo de coisa, e nesse caso, é melhor nem assistir a série.
Agora, no quadrinho... bem, não existe nenhuma sutileza, nenhuma moderação, nenhuma calmaria antes da tempestade, é tempestade o tempo inteiro, ao ponto da gente ficar acostumado aos trovões barulhentos. Sendo menos metafórico: são tantas cenas explicitamente grotescas e escabrosas que acabam perdendo seu efeito e fator surpresa. Aliás, essa é uma das características essenciais do estilo de Garth Ennis, então se você estava pensando em ler The Boys ou outras coisas dele, é bom estar ciente de que ele exagera muito na escrotidão, parecendo até um adolescente querendo se provar como adulto o tempo todo, colocando o máximo de cenas escrotas e chocantes possível.
Pra você ter uma ideia do nível: imagine que você está na cama com sua amante, e é surpreendido pela sua namorada, que abre a porta do quarto violentamente. Se Garth Ennis escrevesse essa cena, você estaria de lingerie (?) transando com sua amante e o cachorro dela (?!), e na hora que sua namorada abre a porta e dá o flagra, você goza e o jato vai direto no olho dela (?!?!?). E pra completar, o pai da sua amante está assistindo a tudo isso com um binóculo se masturbando (?!!?!?!?!!O________O??). Não, eu não tô exagerando, pergunte a qualquer leitor de Preacher, Hellblazer, Justiceiro e outras obras do Garth Ennis, é esse o nível da coisa.
Na série, a gente não vai ver coisas tãããão horríveis assim, só coisas horríveis “normais”, tipo a heroína novata tendo que fazer um oral no heroi veterano pra poder ser aceita nos Sete. Que foi? No quadrinho ela teve que chupar 3 de uma vez.
Daí vem outra coisa que é muito melhor na série: a agência que essa heroína novata, a Luz-Estrela, tem na trama. Aliás eu só vou chamar ela de Starlight, como é o original, porque “Luz-Estrela” é ridículo. Enfim, no quadrinho ela é essencialmente a nova namoradinha do protagonista... e só. A gente pensa que ela vai fazer algo crucial e importante no fim, mas... não. Ainda bem que, na série, ela faz diferença real pra história e praquele mundo, sabe impor suas vontades e ser fiel a si mesma dentro daquele ambiente hostil, e junto com o protagonista, é um dos únicos resquícios de dignidade, honra e retidão. Mesmo ela tendo uma personalidade ingênua e boazinha, o que faz a personagem ser dócil e forte ao mesmo tempo.
E ela também protagoniza várias cenas que abordam discussões e temas sociais atuais, aquele tipo de temática que faz os machos alpha incels revoltadinhos de hoje ficarem de mimimi. A minha cena preferida desse jeito é essa:
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Dois caras que cuidam do marketing dos Sete inventam uma história inteira só pra justificar a mudança de uniforme da Starlight, que é basicamente um maiô com zíper. Típico “uniforme” de super-heroína, né? Mas ela recusa a usar esse novo traje, porque não tem nada a ver com ela. Os marketeiros falam que tem tudo a ver sim, porque é ousado, corajoso, feminista! Ela pergunta isso que está na imagem, e o marketeiro responde que é empoderador, mostra que ela se sente bem com o seu corpo e não tem medo de mostrá-lo! Depois a chefa da empresa fala que ela tem liberdade pra usar o traje que quiser... mas se quiser continuar nos Sete, vai ter que ser usando aquele traje novo.
Em resumo, numa cena simples e rápida, a série mostra como as empresas, indústria da moda, agências de publicidade, etc, utilizam esse discurso de “empoderamento feminino” pra, contraditoriamente, explorar a imagem da mulher. É claro que tem mulheres que se sentem confortáveis mostrando seu corpo e o usam para se impor, mas isso é escolha delas. Quando se trata de mulheres que se sentem mais confortáveis não mostrando tanto assim o corpo, também é escolha delas, e não são menos “fortes” e “empoderadas” por causa disso. Luz-Estrela não é a única que participa desse tipo de cena “crítica social foda”, mas as mais importantes e memoráveis são dela.
E essa imposição sobre a roupa dela é algo que acontece com todos os herois. A Vought, empresa que financia os Sete e outros herois de segundo e terceiro escalão, são os responsáveis pelo seu visual, seus produtos licenciados, seus compromissos, sua imagem pública, até mesmo sua vida particular. No quadrinho a gente não sente essa onipresença e onipotência da Vought, mas na série, ela é tão sufocante que, frequentemente, pensamos que os herois não tem nenhum controle sobre seu destino. Tudo está na mão dessa megacorporação, que monopoliza tudo igual as gigantes da vida real, o Google, Facebook, Disney... Amazon...
Isso nos leva a outro ponto que a série é melhor que a hq: a super exposição midiática dos herois. No quadrinho isso era feito somente através da tv e jornais. Só não sei se isso refletia o espírito da época que a hq foi lançada (2006 até 2012), ou se os criadores tiveram preguiça de mostrar eles repercutindo na internet também. De qualquer forma, a série é ótima em mostrar as redes sociais que nós tanto usamos hoje em dia, isso deixa a trama muito relacionável, acreditável e coerente com o nosso tempo.
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Na verdade, o quadrinho nem se preocupa muito em retratar os herois repercutindo entre o público, ele é mais focado nas operações realizadas pelos Boys. Esta é outra mudança essencial que, pra mim, foi pra melhor: nas hqs, os Boys são um grupo governamental meio nas sombras, um tentáculo obscuro da CIA, que tem como objetivo fazer vista grossa e agir apenas quando os supers cruzarem alguma linha, exagerarem, passarem do ponto. Eles também já são totalmente cientes dos podres dos herois, o que, novamente, acaba com o fator surpresa para o leitor. Já na série, os Boys são um grupo muito mais clandestino, e que não quer se limitar a ficar de olho e só agir quando os supers forem longe demais. Não, os Boys são movidos pela força do ódio e querem destruí-los o quanto antes, ao mesmo tempo que expõem todos os seus podres e segredos nefastos.
Outra coisa que a hq faz, é ser estruturada em mini-arcos, cada um centrando numa investigação ou caso específico. Num arco eles estão cuidando da morte de um jovem gay supostamente morto por um super, noutro arco eles querem plantar escutas na sede de um grupo de herois, e por aí vai. Enquanto o “caso da vez” é resolvido, a história principal é desenvolvida paulatinamente, junto com as relações entre os personagens. Esse tipo de estrutura narrativa poderia funcionar pra série também, mas creio que seria uma decisão ruim, porque hoje em dia não temos muita paciência pra séries procedurais. Agora preferimos séries com uma história contínua, já que nos acostumamos a ver um episódio atrás do outro, maratonando.
Em outras palavras, a série não dá rodeios e vai direto ao ponto. Estabelece bem o objetivo dos Boys, da Vought, dos Sete, do protagonista, da Starlight, do governo estadunidense, tudo sem enrolação nem barriga. O dinamismo dela é algo louvável, mesmo com episódios de uma hora, você nunca se sente cansado, ou tem a impressão de que você está sendo enrolado. E mesmo com tantas cenas de núcleos diferentes uma atrás da outra,a  gente nunca fica perdido ou pensando que está perdendo algo, todos os personagens e conflitos estão tendo seu devido espaço.
TODOS MESMO. E essa é a última coisa que a série faz melhor que a hq: dá profundidade pros seus personagens. Não precisa passar tanto tempo assim pra percebermos que os personagens não são unidimensionais ou meras cascas vazias, eles tem complexidade e humanidade. Mesmo os herois escrotos não são escrotos o tempo inteiro. O Profundo, por exemplo, tem genuína preocupação com os animais. O Capitão Pátria tem seu lado vulnerável e emocional. O Trem-Bala sofre de verdade com as coisas horríveis que é obrigado a fazer. Não existe personagem sobrando nessa série.
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Até essa japinha que parece meio avulsa no começo. No quadrinho é pior, ela parece mais um animal de estimação que os Boys acionam quando precisam estraçalhar e matar os inimigos. Na série ela é um elemento de uma subtrama maior.
Agora a última característica que faz a série ser imperdível: The Boys tem uma trilha sonora rock and rol!!! Isso deve ser por causa de Eric Kripke, um dos produtores que já foi um dos cabeças responsáveis por Sobrenatural, aquela série que se tornou galhofa há muito tempo, mas se destacou no começo por sua trilha sonora de rock oitentista. Pois bem, parece que ele colocou a sua playlist do Spotify em The Boys, porque a variedade é boa, e dão o tom “rebelde” e agitado que a história pede.
Então o que você ainda tá fazendo aqui? Assista logo essa série, e de forma pirata, pra não dar dinheiro pra megacorporações gananciosas, seja a Vought ou a Amazon.
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