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SAL DE ÍNDIO 1.2
O yügüh (chamado assim pelos povos pertencentes à família linguística Tupi-Guarani), também conhecido como yükuh, é um sal produzido pelos indígenas do Xingu, no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul – principalmente Kamayurás e Yawalapitis -, a partir do aguapé, uma planta aquática nativa da Amazônia. Slow Food Brasil O “Sal de Índio” é um produto tradicional da cultura Xinguana, feito à base de…
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YAWALAPÍTI>RENATO SOARES
Os Yawalapiti* são um povo indígena que vive na margem esquerda do rio Tuatuari, um dos formadores do rio Xingu, no estado do Mato Grosso. Eles fazem parte das primeiras ondas migratórias Aruak-Maipure a chegar ao território onde mais tarde se amalgamou, em união com outros povos indígenas, o que conhecemos por sistema social xinguano, uma região onde está o Parque Indígena do Xingu, criado em 1961 pelo governo brasileiro. Dão nome ao livro Yawalapíti (Editora Origem, 2021), do fotógrafo mineiro Renato Soares.
Segundo o professor e antropólogo Adelino de Lucena Mendes da Rochaque assina um dos textos da publicação e cuja tese de mestrado na PUC-SP teve como nome Guerreiros do Norte- Memórias de um tempo histórico - Para uma etnografia Yawalapiti, de 2014, "O alto Xingu é um dos mais importantes sistemas culturais da América do Sul. Um sistema social formado por nove povos distintos: os Wauja, os Mehinako e os Yawalapiti, falantes da língua Aruak-Maipure; os Kuikuro, Kalapalo, Matipu e Nafukuá, de línguas Karib; e os Aweti e Kamaiurá , falantes das línguas Tupi." povos de mais de mil anos de história.
Já o relacionamento do fotógrafo com este povo começou há pouco mais de duas décadas, no final dos anos 1990, quando esteve pela primeira vez na aldeia Yawalapiti. Desde 2003 começou a ir anualmente ao lugar, começando no Kuarup (uma festa em homenagem aos mortos ilustres), que homenageou o sertanista paulista Orlando Villas Bôas (1914-2002). Soares passou a voltar todos os anos ao Xingu e começou a documentar os povos indígenas, iniciando um vasto registro de suas culturas e do cotidiano. Foi lá que conheceu e retratou Aritana (1949-2020), o primeiro Yawalapiti, a nascer da junção dos últimos Yawalapiti que antigamente viviam separados por aldeias. Filho de Paru desta etnia e Tempori que era Kamayurá, Aritana foi Cacique Geral das nações do Alto Xingu. Considerado uma das principais lideranças, o líder xinguano morreu em agosto de 2020, vitimado pelo vírus Covid-19.
André Leite, produtor cultural que trabalha com o fotógrafo, escreve sobre Aritana, ao lado de um belo retrato seu: "O modo contido, a voz calma e o sorriso fácil contestam a imagem do cacique como alguém que apenas ordena. Ao contrário, no Alto Xingu, são os mais generosos, prontos a atender seu povo em suas necessidades, exercendo sua autoridade de maneira pacífica e conciliadora, sem apegos materiais ou vaidades." Uma das características das fotografias deste livro é a elevação do povo indígena, fruto dessa rara constância a eles dedicada, longe das imagens de passagem que vêm se avolumando nos dias de hoje .
Desde os primórdios da fotografia, o exotismo ou a disposição para o registro vernacular dos indígenas atraiu os fotógrafos. No Brasil, já com as belíssimas imagens do carioca Marc Ferrez (1843-1923), quando de seu trabalho para a Comissão Geográfica e Geológica do Império, de 1875 a 1878, fotografa, em 1876, a etnia Botocudo no sul da Bahia. "De acordo com a revista Palcos e Telas, estas teriam sido as primeiras imagens dos Botocudo produzidas no país", conta a pesquisadora colombiana Ileana Padilla Ceron, no livro Marc Ferrez, uma cronologia da vida e obra (IMS,2019). [ Leia aqui review sobre a publicação https://blogdojuanesteves.tumblr.com/post/185187653321/marc-ferrez-uma-cronologia-da-vida-e-da-obra ].
Tais imagens de Ferrez antecipavam os retratos de outros grandes fotógrafos como os americanos Edward S. Curtis (1868-1952) autor do histórico livro The North American Indians ( Taschen, 2015) e cujo portfólio alcançava mais de 1500 imagens e Frank Albert Rinehart ( 1861-1928) com seu famoso Rinehart's Indians (Edição do autor, 1899) que registra o Indian Congress of the Trans-Mississippi e da international Exposition em Omaha, Nebraska, em 1898.
Yawalapiti é uma publicação mais modesta, inclusive para o tamanho do enorme acervo de Renato Soares, mas muito bem cuidado. Suas 128 páginas foram impressas em papel Eurobulk pela gráfica Ipsis, a maioria delas em cor. A edição prévia é do autor e a final em parceria com o publisher e fotógrafo Valdemir Cunha, com projeto gráfico feito pela editora e viabilizado por crowdfunding. Em parte, o tamanho que poderíamos chamar de médio, vem ao encontro do autor, cujo interesse é publicar todas as etnias brasileiras, na então inaugurada Coleção Ameríndios do Brasil.
Renato Soares, que também assina como indigenista, trabalha constantemente no projeto Ameríndios do Brasil - uma ambiciosa documentação fotográfica das mais de 300 etnias e suas 274 línguas diferentes. Segundo os editores, trata-se do resgate de personagens ancestrais que fazem parte das raízes do povo brasileiro." Seu trabalho figurou em importantes exposições como "O último Kuarup" no Museu de Arte de São Paulo (MASP) de 2006, e na mostra itinerante "A última viagem de Orlando Villas Bôas" que percorreu 12 capitais brasileiras. Publicou seu primeiro livro Krahô, os filhos da terra (Ed. do autor, 1995) e participou de outros como Museu de Folclore Edison Carneiro -Sondagem da Alma do Povo ( Ed.Melhoramentos, 2005), em parceria com a fotógrafa inglesa radicada no Brasil, Maureen Bisilliat.
O repertório imagético indígena brasileiro conta com inúmeros autores e publicados de diferentes maneiras. Um dos principais, é sem dúvida Xingu, Território Tribal (Ed. de Cultura, 1990) de Maureen Bisilliat com participação de Cláudio Villas Bôas (1916-1998) e Orlando Villas Bôas. Faces of the Rainforest (Power House Books, 2002) do paranaense Valdir Cruz, focado nos Yanomami, com textos do antropólogo americano Kenneth Good, conhecido por seu trabalho com esta etnia e Vicki Goldberg, crítica de fotografia e historiadora da fotografia americana, publicado no Brasil como Faces da Floresta ( Cosac & Naify, 2004).
Dificil também não lembrar de outros autores como a suíça radicada no Brasil, Claudia Andujar, e seus livros Marcados (Cosac & Naify, 2009) [ leia aqui review https://blogdojuanesteves.tumblr.com/post/131630843276/marcados-claudia-andujar ] e Claudia Andujar A Luta Yanomami (IMS,2018) [ leia aqui review em https://blogdojuanesteves.tumblr.com/post/182426680951/claudia-andujar-a-luta-yanomami ] e A vulnerabilidade do ser ( Cosac & Naify, 2005); ou das paulistas Rosa Gauditano com a publicação Índios os primeiros habitantes ( DBA, 1999) e Rita Barreto com seu livro Kuikuro (Ed.Origem,2019) [leia review aqui em https://blogdojuanesteves.tumblr.com/post/183706430191/4-in%C3%A9ditos-da-editora-origem-ana-carolina ] e do paraense Rogério Assis, com seu Z'Oé ( Editora Terceiro Nome, 2013), que mostra dois encontros do fotógrafo com esta etnia, um em 1989 e outro em 2009, com texto da antropóloga Dominique Tilkian Gallois, professora da Universidade de São Paulo (USP), considerada uma das maiores estudiosas sobre os usos e costumes de várias etnias da região e, especialmente, dos Zo’é; e uma apresentação de Márcio Meira, presidente da Funai no período da segunda viagem do fotógrafo.
O primeiro encontro registrado entre os Yawalapiti e a civilização ocidental, escreve Adelino Mendes, ocorreu durante a segunda expedição do médico, antropólogo e etnólogo alemão Karl von den Steinen (1855-1929), no ano de 1887. "Nesse tempo estavam localizados nos pantanais do baixo curso do rio Tuatuari, em uma área mais elevada..." reconhecida pelos indígenas de hoje como localização de sítios importantes. "Eles mencionam este tempo como sendo o início de seu declínio cultural, o que mais tarde culminou no total desaparecimento de suas aldeias na décadas de 1930 e 1940. Antes de localizados pela expedição de Steinen, suas lembranças remontam tempos antigos, localizando-os mais ao norte em aldeias próximas da confluência dos rios Kuluene e Batovi, chamado de rio dos Yawalapiti, nome que significava Aldeia dos Tucuns e é usado como denominação, conta o antropólogo.
Renato Soares, produz imagens poéticas de uma etnia idealizada em cores e formas exuberantes, mas ao mesmo tempo fotografias percucientes e necessárias. Se por um lado vemos nos livros Marcados e Faces da Floresta uma visão mais complexa dos indígenas e seus problemas, em Yawalapiti, a estética, as questões anímicas e numinosas são preferenciais, embora guardem com significância importantes registros culturais. Entretanto, não se trata de cotejar o documental restrito com a arte, mas de ocupar um espaço que produza a necessária consciência da sociedade sobre os horrores que estão sendo praticados contra as etnias brasileiras por diferentes governos, em especial pelo atual e seu projeto de extermínio dos nativos brasileiros. O livro então cumpre os dois papéis, fazendo com que a arte encontre sua forma documental e o fomento desta necessária e urgente discussão
*São usadas as grafias Yawalapiti e Yawalapíti, oriunda da tradição oral cuja sílaba tónica é acentuada.
Imagens © Renato Soares Texto © Juan Esteves
Conheça mais sobre o trabalho de Renato Soares em
http://www.imagensdobrasil.art.br/
Conheça outros livros da editora Origem em
www.editoraorigem.com.br
* nestes tempos bicudos de pandemia e irresponsabilidade política com a cultura vamos apoiar artistas, pesquisadores, editoras, gráficas e toda nossa cultura. A contribuição deles é essencial para além da nossa existência e conforto doméstico nesta quarentena *
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No Alto Xingu, encontram-se diferentes alteridades extra-humanas que sentem pelos humanos uma atração ingovernável: desejosas de convívio e proximidade, elas raptam os humanos, provocando, no caminho, adoecimentos, a despeito das suas intenções originais. Entre os Aweti, Marina Vanzolini nos fala da existência dos kat, termo politético que designa entes normalmente invisíveis ao olho humano que, através da introjeção de pequenas flechas, provocam doenças nos corpos aweti, justamente por desejarem raptar suas almas. Entre os Wauja, Barcelos Neto nos fala da existência dos apapaatai, seres prototípicos da alteridade que, sob a intenção de estabelecer regimes de aliança, adoecem os Wauja, igualmente introduzindo flechas nos seus corpos e os adoecendo no plano de raptar suas almas. Entre os Mehinako, Carla Stang nos fala da existência dos espíritos apapanye, entes invisíveis que desejam as almas mehinako, levando-as na direção das suas aldeias e, no caminho, adoecendo os corpos.
Nessas diferentes formas de despossessão de si trazida pelas alteridades, encontramos a recorrência de um só e mesmo motivo alto-xinguano: um descompasso interno à pessoa humana gera uma comunicação indesejada com subjetividades externas. Para os Aweti, tal descompasso consiste em tomar um susto no mato, sair de casa depois de ter um pesadelo, sair de casa com saudade de alguém ou com o desejo não satisfeito de comer uma coisa específica — tudo isso cria ibyza, um estado transitório que aumenta as chances da alma de se tornar alvo dos kat (fala-se “alma” aqui na ausência de um termo melhor, embora já esteja implícito que, longe de simplesmente introduzir um substrato metafísico, o termo “alma” indique uma dividualidade ou duplicidadade inerente à pessoa humana). Para os Wauja, um desejo alimentar não satisfeito de imediato, ou até mesmo o desejo insatisfeito de ter relações sexuais, gera witsixuki, condição única para o rapto de frações da alma humana pelos apapataai. Para os Mehinako, a expansão descontrolada de qualquer desejo — delírio individualista de posse, desejos incestuosos, desejo alimentar não satisfeito etc — apaga as fronteiras entre subjetividades humanas e extra-humanas, naquilo que os Mehinako chamam de yerekyuki, o que atrai irresistivelmente os apapanye.
De um extremo a outro, a emergência de um desejo não realizado produz uma radiância metafísica na alma, que a faz adquirir contornos sensíveis para as alteridades extra-humanas. Contudo, podemos também inverter a linha de causalidade: na verdade, os apapanye, os appapatai e os kat desejam intensamente os humanos, e o descontrole do desejo só faz facilitar essa aproximação. Temos aqui uma sociologia molecular, que se descreve não segundo o costumeiro jogo de indivíduos e partidos, mas segundo regimes subjetivos que podem estar muito longe do que tomamos como “sociedade”, “grupos corporados” etc -- o corpo xinguano que emerge desses casos não só apresenta fronteiras porosas, mas é o lugar de encontro e visualização de alteridades, desejos, e linhas problemáticas de socialidade. Em outras palavras, um descompasso no desejo de um agente humano torna visível o desejo de agentes não-humanos de torná-lo parente.
Em outro momento, Carlos Fausto nos dizia que o universo social das Terras Baixas da América do Sul era uma rede sociocósmica onde se disputavam potencialidades de existência e capacidades reprodutivas -- assim, diferentes grupos, humanos ou não-humanos, vivos ou mortos, relacionados como meta-afins, procuravam capturar pessoas para transformá-las em parentes através de processos de comensalidade, intimidade física e interações acumuladas ao longo do tempo. Contra um fundo de meta-afinidade, haveria, vez após vez, por parte dos coletivos, um esforço de inclusão e consanguinização de pessoas que viriam desde fora.
É possível certamente reconhecer nos casos xinguanos acima novos exemplos de fenômenos já conhecidos -- relacionados como meta-afins, os adoecidos e os agentes do adoecimento são progressivamente aproximados a partir de um ato que consanguiniza os primeiros por meio das ações dos segundos. O adoecido aweti, o adoecido wauja e o adoecido mehinaku, cada um, vê-se às voltas com uma transição a um outro mundo social, na medida em que são levados para as aldeias das alteridades extra-humanas e lá são transformados em seus parentes. Contudo, há algo mais acontecendo aqui simplesmente do que a catalogação de fenômenos em categorias familiares.
Se é legítimo pensar que ficções particulares inscrevem relações particulares entre escritor/a, leitor e sujeitos (sobre os quais e com os quais o/a escritor/a fala), então quais seriam as características de uma ficção perspectivista? Mais do que falar do perspectivismo ameríndio como determinado fenômeno das TBAS, eu gostaria de retomá-lo como uma forma de escrita. Em outras palavras, a unidade de comparação entre os três casos pode se dar a partir de noções como “meta-afinidade”, “meta-consanguinidade”, mas fazê-lo seria ainda falar sobre o perspectivismo sob uma moldura que trairia os seus propósitos. Como seria uma comparação que tentasse reproduzir no interior da sua forma aquilo que o próprio perspectivismo parece produzir nos seus efeitos relacionais?
Falando sobre a coextensividade dos campos do parentesco e da humanidade nas TBAS, Viveiros de Castro observava: “o sangue dos humanos é o caium do jaguar exatamente como minha irmã é a esposa do meu cunhado, e pelas mesmas razões”. Em termos lapidares, podemos extrair daqui uma imagem única de relações complexas entre elementos: a instanciação de um conjunto de relações (sangue dos humanos/minha irmã) já as abre para um conjunto de relações vizinhas (caium/sua esposa); a atualização de um eixo relacional já indexa no seu interior a contra-atualização de outro eixo relacional. A questão que se impõe, portanto, é: como criar, dentro da nossa comparação, uma forma que não seja isomórfica ao perspectivismo, mas que apresente o mesmo grau de complexidade? Como criar um eixo comparativo que se constrói, não a partir de um elemento externo às relações (por exemplo, a categoria “meta-afinidade”), mas a partir de uma dinâmica interna às relações, de tal modo que uma relação surja do interior da outra?
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Líderes de 16 povos repudiam indígena que acompanhou Bolsonaro na ONU
Caciques de 16 povos do Xingu, no Mato Grosso, criticaram a presença da jovem indígena Ysani Kalapalo na comitiva do presidente Jair Bolsonaro na abertura da 74ª Assembleia Geral ONU, em Nova York (EUA), nesta terça-feira, 24.
A youtuber, que é da aldeia Tehuhungu, no Parque Indígena do Xingu (MT), estava na plateia da ONU acompanhando o discurso de Bolsonaro.
No documento, as lideranças do Xingu dizem que “o governo brasileiro ofende as lideranças ao dar destaque a uma indígena que vem atuando constantemente em redes sociais com objetivo único de ofender e desmoralizar as lideranças e o movimento indígena do Brasil”.
O cacique Tafukuma Kalapalo, líder da tribo indígena da qual a jovem faz parte, é o primeiro a assinar o protesto contra ela.
Durante seu discurso na ONU, Bolsonaro leu uma carta de supostas lideranças indígenas que o apoiam.
Atribuída ao Grupo de Agricultores Indígenas do Brasil, a carta lida por Bolsonaro questiona a liderança de Cacique Raoni e apresenta Ysani Kalapalo como prestigiada liderança indígena “apta a representar as etnias relacionadas”.
A youtuber Ysani é ferrenha defensora do governo e apoia Bolsonaro desde a campanha eleitoral de 2018.
Veja a íntegra da carta de repúdio de povos indígenas do Xingu:
“CARTA DE REPÚDIO
CONTRA REPRESENTAÇÃO INDÍGENA NA DELEGAÇÃO DO GOVERNO BRASILEIRO NA ONU
Nós representantes maiores dos 16 povos indígenas habitantes do Território Indígena do Xingu (Aweti, Matipu, Mehinako, Kamaiurá, Kuikuro, Kisedje, Ikpeng, Yudjá, Kawaiweté, Kalapalo, Narovuto, Waurá, Yawalapiti, Trumai, Nafukuá e Tapayuna), viemos diante da sociedade brasileira repudiar a intenção do Governo Brasileiro de incluir a indígena Ysani Kalapalo na delegação oficial do Brasil que participará da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas – ONU que será realizada na cidade de Nova Iorque no próximo dia 23 de setembro de 2019. O governo brasileiro mais uma vez demonstra com essa atitude o desrespeito com os povos e lideranças indígenas renomados do Xingu e outras lideranças a nível nacional, desrespeitando a autonomia própria das organizações dos povos indígenas de decisão e indicação de seus representantes em eventos nacionais e internacionais.
O governo brasileiro ofende as lideranças indígenas do Xingu e do Brasil ao dar destaque a uma indígena que vem atuando constantemente em redes sociais com objetivo único de ofender e desmoralizar as lideranças e o movimento indígena do Brasil. Os 16 povos indígenas do Território Indígena do Xingu através de seus caciques reafirmam seu direito de autonomia de decisão através de seu próprio sistema de governança composto por todos os principais caciques dos povos xinguanos.
O governo brasileiro, não se contentando com os ataques aos povos indígenas do Brasil, agora quer legitimar sua política anti-indígena usando uma figura indígena simpatizante de suas ideologias radicais com a intenção de convencer a comunidade internacional de sua política colonialista e etnocida. Não aceitamos e nunca aceitaremos que o governo brasileiro indique por conta própria nossa representação indígena sem nos consultar através de nossas organizações e lideranças reconhecidos e respaldados por nós.
Atestam esta carta:
Tafukuma Kalapalo / Cacique do Povo Kalapalo Aritana Yawalapiti / Cacique do Povo Yawalapiti Afukaká Kuikuro / Cacique do Povo Kuikuro Kotok Kamaiurá / Cacique do Povo Kamaiurá Atakaho waurá / Cacique do povo Wauja Tirefé Nafukuá / Cacique do Povo Nafukua Arifira Matipu / Cacique do Povo Matipu Awajatu Aweti / Cacique do Povo Aweti Mayukuti Mehinako / Cacique do Povo Mehinako Kowo Trumai / Cacique do Povo Trumai Melobo Ikpeng / Cacique do Povo Ikpeng Kuiussi Suya / Cacique do Povo Kisedje Sadeá Yudjá / Cacique do Povo Yudja Mairawe Kaiabi / Cacique do Povo Kawaiwete Associação Terra Indígena Xingu – ATIX”
Veja também: Quem é Ysani Kalapalo, indígena citada por Jair Bolsonaro na ONU
Líderes de 16 povos repudiam indígena que acompanhou Bolsonaro na ONUpublicado primeiro em como se vestir bem
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