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PA•REN•TING - Túlio e o grande exército de Cravalhos (Episódio Extra)
Aviso: Aquele bom e velho disclaimer de sempre: isso aqui é parte integrante da trama de um RPG fechado, escrevo aqui os momentos canon e que acontecem antes ou depois da timeline em que os personagens estão. Se você caiu aqui sem querer, faça o caminho de volta. Mesmo. É melhor.
"Mas vovô, vocês sempre quiseram uma família grande assim?"
A pergunta vinha de um JP sentado no sofá com os pés encolhidos embaixo do seu próprio corpo, enquanto Manu olhava por cima do seu desenho (muito) expositivo de uma batalha de personagens de anime, Angie terminava de colar strass em seu rosto como lágrimas artísticas e meu bisneto comia biscoito como se não tivesse dado um jeito de furtar do jarro quando estávamos distraídos. O apartamento ficava cheio todas férias de verão, era inevitável. Uma folga acontecia e então todos os netos e bisnetos eram enfiados em um avião, pelos próprios pais, como se fosse um "agora é problema de vocês". La puta mierda, sabe?
— Bem, depende do que você quer dizer sobre querer... — Comecei a explicar, passando os dedos nos cabelos que agora já rareavam. — Sempre tivemos a meta de ter um exército de bebês em casa.
"Como não querer? Eles são fofos e você consegue sentir esperança de um mundo melhor conforme eles vão crescendo e se tornando boas pessoas. Claro, algumas vezes te chamam de demônio por arrancá-los da caixa de areia para estudar matemática? Sim, isso acontece, fazer o quê? Somos naturalmente dramáticos nessa casa; a essa altura da vida tenho que assumir que parte foi minha culpa, sim. Mas filho é uma benção, quando se tem amor e uma estrutura para garantir que eles vão ter um teto sob a cabeça e um prato de comida na frente deles. Mesmo não planejando um time de futebol nessa casa, jamais faria as coisas diferente, pensando que seria ótimo ter sempre o risinho e o som de pequenos passos descendo as escadas".
Então me recostei, abrindo um sorriso pequeno, lembrando os passinhos de Morgan no carpete, parecendo tão inocente... Esse era o problema: eles sempre parecem inocentes. E então mordem você. Mas você perdoa porque ama aquela criança.
— E, claro, é algo que acontece quando você é perdidamente apaixonado por alguém e a sua linguagem do amor é física — acrescentei, dando de ombros.
Os olhos de Angelina se arregalaram.
— Vo-vovô.
Não liguei pro som de sua voz chocada enquanto falava, sem parar, porque eu já tinha entrado na idade do "Não gostou? Me processa".
— O quê? Mas é verdade. Que mulher linda a avó de vocês! E eu não posso fazer nada se enquanto tinha energia estava bebendo vinho e quebrando as taças com ela! — Agitava as mãos na frente do corpo, me explicando, enquanto Angelina parecia perplexa, assim como JP, enquanto Morgan não parecia ainda entender o que se passava e Manoela estava, no mínimo, intrigada. — Vocês são grandinhos, sabem como as coisas funcionam. Quando um homem ama uma mulher e ela pergunta se você é o daddy, a resposta é sim.
— Então, controle de natalidade, pra quê? — Manu perguntou, enfim vocalizando o que ela estava pensando.
Me inclinei para a frente, uma expressão bondosa no rosto.
— É como seu pai diria, em uma das músicas dele: na hora da macetada, é difícil pensar em todos os detalhes.
Foi uma explosão. De repente, JP se jogou do sofá para o chão, gritando que foi tudo o que ele não pediu para saber. Angelina fechou os olhos e fez uma prece em nome de Adriana DeBose, sua padroeira. Manoela respirou fundo e disse que agora fazia sentido a plaquinha de "não perturbe, fazendo latinos" na porta do quarto dos pais. E Morgan seguiu comendo biscoito, que era o que uma criança de sua idade conseguia fazer. Fiquei apenas rindo comigo mesmo.
Nada realmente me abalava ou constrangia, afinal, eu criei seus pais para ser bem honestos e estava sendo direto e reto com os meus netos da mesma forma. E, bem, era a resposta mais clara que eu tinha para a pergunta de Juan. Eu era o paizão por algum motivo, não é mesmo?
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Chilling Adventures (debut): Clara Diaz
Jurei que não ia mexer mais com Cravalho e parentes, mas olha só eu aqui de novo. Bom dia.
Como toda boa escola que prometia criar e guiar futuros lideres e manter perfis e elites impecáveis, a Trinity tinha um código de conduta muito especifico e rígido. Coisas fáceis até de se manter, tipo suas notas, sua pontualidade, comportamento exemplar e respeito quanto aos outros colegas, e de todos os tópicos, o ultimo parecia o mais difícil pra mim. Um fenômeno que eu fazia ladeirar quase todos os dias.
— Puta que pariu, eu vou encher a cara dessa menina de porrada! — Anunciei e logo avancei pra cima de uma das minhas colegas do coral, literalmente me sentindo voar em sua direção, se não fossem meus outros colegas me segurando e evitando aquela briga, onde por motivos de força e vontade, eu com certeza ganharia. — Solista na casa do caralho, nós somos a porra de um grupo, não seus backperformers.
Bastava alguém cometer algo que eu via como injustiça ou atacar o meu estado de espirito de alguma forma, e eu estava muito pronta pra ir pra luta.
— Na moral, já deu. Vou expulsar essa sonseira de você na base do soco. — E la mais uma vez eu ia, correndo pela beirada do campo de futebol, me desfazendo dos meus brincos no meio do caminho, e indo espancar um dos jogadores por ter feito comentários sobre minha roupa de cheerleader. — Dessa vez, também, tinha sido por pouco, mas nas vezes em que a porrada era verbal e acontecia em salas de aula, dificilmente alguém esperava que eu fosse fazer alguém chorar.
— Então o senhor quer me dizer que não entende a imigração e que latinos e asiáticos são pobres aqui, como eram em seus países, sem a menor necessidade? — Argumentava com meu professor de historia, as unhas batendo umas nas outras, porque ele sempre falava do que precisava nos ensinar e depois adicionava comentários seus, quase sempre racistas e xenófobos. — Meus avós vieram pra cá fugindo de uma guerra civil, e o único motivo pra minha família ainda ter que lutar como se estivesse em um pais emergente, é porque o sonho americano acha que não somos dignos e que precisamos provar merecer, qualquer coisa, duas vezes mais.
Eu juro que a minha intenção nunca foi parecer inacessível, mandona, caga regra ou mal educada. Era só que desde que tinha Sai do da escola publica perto de casa e ido parar ali a pedido da minha tia, muito preocupada como meu desenvolvimento e oportunidades que eu ia ter na vida, parecia que ninguém me entendia e que vivíamos todos em realidades muito diferentes.
No fundo, só estava muito acostumada com as coisas sempre prontas pra desabar ou cobrar que eu fosse mais forte, então era um movimento natural de sobrevivência.
— A senhora... Pode vir me buscar? — Pedia pra minha tia, em tom de choro, pelo telefone do abrigo de vítimas de violência domestica, ouvindo as outras crianças, frutos desses casamentos ruins, brincando no parquinho. — Ela atendeu as ligações dele e é resolveu que quer tentar de novo, mas eu não quero estar la quando a quarta vez chegar.
O problema não era totalmente o que eu passava em casa, nem como eu sentia que a vida me sabotava antes de nascer, era só que eu achava difícil entender as outras pessoas, do mesmo jeito que eu não dava brecha pra elas me entenderem.
— Você não pode tomar as decisões dos outros e nem se responsabilizar por isso, mas pode cuidar de você mesma e amar você mesma e fazer algo pelo seu futuro. — Tia Liana dizia, penteando meu cabelo como quando eu era pequena, colocando as presilhas que tinha me dado de presente de boas vindas. — Não estou dizendo que sua mãe é um exemplo ruim e muito menos que ela não se importa com você, mas agora, você pode, e deve, olhar pra si mesma, e decidir o que é melhor pra você.
Foi melhor quando tinha ela e tio Tulio no café da manhã, falando sobre todo tipo de coisa, e sentir que estava mais perto dos meus primos mesmo quando eles tinham ido se arranjar em Los Angeles. E ficou mais fácil quando bati na porta da orientadora, e disse que não queria mais ter uma atitude ruim e fazer as pessoas terem medo de mim.
Sempre foi uma questão do quanto eu queria me deixar ser bem quista e amada e protegida, e eu só precisava... entender.
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