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Oscar Piastri está só começando
Das ruas do subúrbio de Melbourne aos pódios da F1, o jovem de 23 anos subiu pelos rankings com uma velocidade notável. E isso é só o começo.
Rory FH Smith para a Gentleman’s Journal
Não tem como negar, a Fórmula 1 é um lugar brutal. Este circo esportivo global vem se lançando pelo mundo a uma velocidade frenética por quase um século, oferecendo perigos, desastres, coragem, glória e ouro nas mesmas medidas. Ao longo das décadas, o esporte mastigou e cuspiu fora inúmeros pilotos, e somente alguns poucos foram erguidos às alturas do estrelato esportivo mundial. É uma carreira cruel que observa milhares de pilotos competindo todos os anos, todos na tentativa de conquistar um dos apenas 20 assentos disponíveis na F1. E isso é só o começo. Depois disso, você precisa ultrapassar 19 dos mais brilhantes e rápidos pilotos do mundo para chegar ao topo do pódio e então fazer isso novamente, repetidas vezes, para ganhar o Campeonato Mundial. E aí, talvez, só talvez, existe uma chance de que você seja lembrado pelas pessoas.
Com isso tudo, é meio que um mistério por quê alguém tão animado e cheio de energia quanto Oscar Piastri iria querer ter algo a ver com essa carreira. Nascido em Melbourne, numa distância a pé do circuito do Grande Prêmio da Austrália, foi o eco dos carros chiando nas ruas próximas que convenceu Piastri a dar uma chance para uma vida como piloto de corrida. “Eu queria chegar na F1, claro, mas eu não sei se um dia eu acreditei totalmente que era possível,” admite o jovem de 23 anos, sorrindo com orgulho e vestindo o kit cor-de-papaya da McLaren.
“Eu sabia, mesmo quando eu ainda estava no kart e correndo na Fórmula 4, que as chances de chegar na Fórmula 1 eram mínimas, e eu sempre tentei me manter realista. Meu principal objetivo era me tornar um piloto de corrida profissional e ser pago para pilotar carros de corrida.”
Com duas vitórias em seu nome e nada mais, nada menos, que dez pódios em 45 dos Grandes Prêmios que competiu desde que entrou pela primeira vez em um carro da F1 no começo da temporada de 2023, é justo dizer que Piastri mais do que ultrapassou o objetivo modesto que colocou para si mesmo de ser pago para pilotar carros. E ainda tem mais.
Poucos tiveram tanto impacto tão rápido. O jovem australiano exala um charme comedido e despreocupado, mas se você examinar a sua entrada na Fórmula 1 com um pouco mais de atenção, logo descobrirá um lado brutal e quase maquiavélico.
Como muitos outros pilotos, Piastri passou a maior parte da sua juventude subindo nos rankings de corrida. Depois de passar pelas competições de kart na Austrália, Piastri seguiu nos passos dos seus compatriotas Mark Webber e Daniel Ricciardo e se mudou para a Europa para continuar a sua carreira. “Sendo da Austrália, não é tão simples assim chegar na F1 – você precisa tomar algumas decisões e fazer algumas mudanças bem importantes para que seja possível,” ele admite.
Ele continuou a aprimorar a sua arte em campeonatos pela Europa antes de ter o primeiro gostinho nas competições de monoposto aos 15 anos de idade. Depois de dois pódios na F4, mais sucesso veio. Piastri continuou a subir pela escada escorregadia do automobilismo com um título de campeonato na Fórmula Renault em 2019, um campeonato na Fórmula 3 em 2020 e mais um título na Fórmula 2 em 2021, que ganhou com uma diferença de mais de 50 pontos. Enquanto a maioria de nós estava tentando fazer pão caseiro e reuniões pelo Zoom durante o Covid, Oscar Piastri estava massacrando a competição e entrando na disputa por um assento na Fórmula 1. “Eu fiz tudo o possível para conseguir chegar na Fórmula 1, mas era um sonho, não um objetivo, mas só até eu chegar na F2 – daí, se tornou só mais um passo para chegar no sonho.”
E nós nem tocamos no lado brutal de Piastri. Este lado chegou em 2022, quando ele foi de um quase desconhecido a um tópico de discussão onipresente na internet da noite para o dia. Falamos de memes, Tweets virais e muitas manchetes. E isso tudo aconteceu antes mesmo de Oscar girar a roda da raiva no esporte. “É, foram 12 meses bem complicados até eu chegar na F1,” ele diz, sorrindo sem jeito.
Contexto: em meio a sua notável ascensão nos rankings, Piastri integrou a academia da Renault-Alpine desde 2020, o time que deu a ele sua primeira chance não-competitiva em um carro de Fórmula 1. Em 2022, depois de vencer o campeonato da F2, Piastri foi promovido a se tornar o piloto reserva da Alpine F1 e, quando o experiente campeão Fernando Alonso deixou a equipe de surpresa para correr pela Aston Martin, a Alpine presumiu que Piastri se manteria leal e ocuparia o assento do espanhol. Mas não foi bem assim.
Rejeitando publicamente as reivindicações da Alpine de que ele seria um dos pilotos da equipe em 2023 no Twitter, Piastri saiu lutando e pulou do barco pela McLaren, que logo assinou o seu contrato enquanto demitia seu compatriota australiano Daniel Ricciardo. Ninho de cobras, novela ou escândalo – chame do que preferir, é só mais um dia na vida do esporte mais rápido do mundo. Ou você acompanha, ou você cai fora, entendeu?
“Assinar meu contrato da F1 foi algo muito especial. Mesmo tendo algumas controvérsias ao redor, foi muito, muito especial,” ele admite. Depois de todo o drama, ameaças legais e manchetes internacionais, foi em uma estação de serviço¹ no Reino Unido, de todos os lugares, que Piastri oficialmente realizou o seu sonho. “Foi em uma estação de serviço no Reino Unido, então não foi exatamente o lugar mais glamouroso do mundo para assinar um contrato da F1, mas ainda assim foi um sentimento muito, muito especial.”
Embora já tivesse provado ser um operador brutal antes de chegar às pistas, Piastri estava só começando. Depois de todo o hype, o australiano precisou provar seu valor e logo foi o que fez. Dois pódios – um terceiro lugar no Japão e um segundo lugar no Qatar – foram conquistados na sua temporada de estreia, a qual terminou em nono lugar geral.
“Sinto que fui capaz de entrar na F1 e me acostumar com as coisas razoavelmente rápido,” ele diz. “Eu sabia, no ano passado, quando conquistei dois pódios, que não poderia achar que estava tudo garantido.” Desde então, a sorte do jovem de 23 anos só tem melhorado, assim como a da McLaren. No começo da temporada de 2024, parecia que outro ano de dominação de Max Verstappen-Red Bull era inevitável mas, entre Piastri e o seu companheiro de equipe, o britânico Lando Norris, a dupla trouxe o time papaya de volta à competição.
“Não acho que houve um ingrediente único para o nosso sucesso nessa temporada,” ele explica. “Andrea Stella [Team Principal da McLaren] certamente foi um fator muito importante no sucesso do time como um todo – ele tem sido um líder incrível para todo mundo, e eu mesmo estou incluso nisso. E Zak [Brown, CEO da McLaren Racing] faz um trabalho incrível mantendo a equipe trabalhando bem.
“Esse ano tivemos muitas oportunidades mas definitivamente há muito mais progresso que a McLaren pode fazer.” E Piastri não estava errado. Poucas semanas após dizer essas palavras nessa entrevista, o piloto da McLaren conquistou sua primeira vitória na Fórmula 1 no Grande Prêmio da Hungria, mas não foi exatamente a celebração de sucesso que ele esperava. Começando a corrida em P2, atrás do seu companheiro de equipe, Piastri ultrapassou Norris na última curva, liderando a corrida até precisar entrar para o box atrás dele no meio da corrida. Com o companheiro agora na liderança, Piastri recebeu a garantia da equipe de que a liderança seria devolvida a ele, mas Norris lutou até as últimas voltas. Eventualmente abrindo mão da liderança, Piastri ficou com a vitória mas um racha entre os companheiros de equipe foi exposto.
“Ele é definitivamente um companheiro de equipe difícil de enfrentar,” Piastri admite, “mas eu acho que isso é uma coisa boa. Você sempre quer se comparar com o melhor.” Embora ambos pilotos sejam jovens, Norris, de 25 anos, lidera a McLaren há quase cinco anos. Com Piastri, um companheiro de equipe mais jovem, a dupla agora se vê batalhando, presa no que pode rapidamente se transformar em uma rivalidade acirrada e de alto risco.
“Se estamos batalhando pelo primeiro e segundo lugares em todos os finsde semana, então sempre vai ter um pouco mais de tensão, eu acho.” Mesmo que ter dois pilotos extremamente competentes seja o problema dos sonhos para uma equipe, individualmente pode rapidamente se tornar algo tóxico. “Já vimos isso antes, é só ver Lewis [Hamilton] e Nico [Rosberg], quando você está lutando por P1 e P2, aí é quando as coisas podem mudar um pouco, às vezes. Nós estivemos nessa posição algumas vezes agora,” o australiano diz. “É difícil ter amigos de verdade no grid porque, no fim do dia, você está tentando vencê-los o tempo todo.”
Dito isso, Piastri conta que os dois foram capazes de encontrar um meio termo para colocar suas diferenças de lado e se uniram para jogar partidas de padel em Monte Carlo. “Nós não saímos juntos com frequência fora das pistas – não temos muito tempo livre – mas já jogamos padel juntos algumas vezes,” ele diz. “Ele não é ruim, mas acho que eu sou melhor. Definitivamente não somos os melhores – os dois espanhóis dominam quando o assunto é padel.
“Fernando Alonso é muito, muito bom e Carlos Sainz também é muito bom, mas eu ouvi falar que Carlos Sainz Senior colocaria a maior parte do grid pra chorar.”
Do padel ao pódio, uma coisa é certa: Oscar Piastri está só começando quando se trata de competir no mais alto nível do esporte.
“A longo prazo, eu quero vencer o Campeonato Mundial,” ele diz sem hesitação. “É pra isso que todos nós estamos aqui, não é?”
¹Service station, em inglês, são locais nas rodovias do Reino Unido e Irlanda com restaurantes, postos de gasolina, locais de descanso, etc.
tradução por eden. erros e adaptações são de minha responsabilidade.
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