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#talvez tenha ficado ruim? provavelmente
cwrdelia · 3 years
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𝐂𝐎𝐑𝐃𝐄𝐋𝐈𝐀 𝐖𝐀𝐋𝐋𝐄𝐑 NO DIA 3 COMO 𝑴𝑼𝑳𝑨𝑵 !
Outros dias:
DIA 1: Bucky Barnes as the Winter Soldier DIA 2: “A Noiva” (Kill Bill) DIA 4: Sexy Patrick
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jurofoiquaseamor · 3 years
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vinte e cinco,
b.
eu gostei muito de você. paixão reprimida que correu o risco do atropelo, da contramão, voltou pra casa e se perdeu, mas que, ainda assim, tendo existido no mundo como qualquer outra coisa, usando qualquer outro nome mesquinho, seja maior ou menor, era o suficiente pra muito como quando a adriana calcanhotto pergunta pra bethânia que horas são na última linha de “depois de ter você”, versão ao vivo, e ela responde “pra que querer saber?”. acho engraçado o fato de, às vezes, as melhores respostas serem justamente as perguntas. de todas as pessoas que passaram pela minha vida, você foi a única que desde o primeiro segundo eu soube que era armação do universo. aliás, antes. na noite anterior. no espaço entre cinco da tarde e dez da noite. aquele texto teve trezentos e dezesseis mil curtidas e mais de cinco mil comentários – o suficiente pra travar meu instagram e meus olhos não serem capazes de acompanhar nenhuma atualização porque ou atualizava rápido ou o aplicativo travava. mas, houve uma pausa quando você chegou, comentando tão bonito, tão poesia. e eu que tantas vezes esqueci meu próprio login, estranhamente lembrei do seu que só havia passado por mim uma vez. chequei seu perfil pra ter certeza, tive e deu frio na barriga. entre a coragem de puxar assunto e quebrar a cara com uma possível versão blasé e o concreto da idealização, me arrisquei. você falou de deus. eu falei de fazer as pazes com o mar. e vênus começou. vinte e três dias em vinte e quatro horas. diálogos intermináveis. noites que terminavam às três da manhã. sensação estranha de faltar algo na cama, de acordar com saudade. a verdade, b, é que as coisas mudaram antes do primeiro abraço e eu só percebi depois. acho que você procura coisas que tem medo de encontrar. brinca de pique-esconde com a vida. tem temor do que pode ser real e foge um segundo antes de molhar a ponta dos pés, chega no toque apenas metade. mantém do lado de fora a parte que pode querer ficar – não a vida inteira ou meses, mas no instante. tempos atrás ganhei de uma editora um livro chamado “os prós e os contras de nunca esquecer”. ainda não o li, mas, agora, iniciando essa carta de despedida que jamais será enviada, numa segunda-feira chuvosa qualquer, penso que talvez nossos nomes estejam nas entrelinhas do título. eu, coração canceriano que recorda até o fato de o seu cachorro ter nascido no mesmo dia que a carosella, a data limite do pole dance, sua nota 9,31 no teste de francês, o poema do mario cesariny numa conversa aleatória. você, pisciana, que provavelmente esbarrará com boa parte daquilo que compartilhamos sem lembrar, sem conectar, por trinta segundos após bater os olhos, esquecer. não sei quem sai ganhando, mas isso é o que menos importa. quem sabe seja a maneira que os céus encontraram de satisfazer qualquer desejo de proximidade, um bando de memórias em mim que cabem no vago do seu peito. a verdade é que eu também tive medo, eu também quebrei barreiras. eu quase fugi da sensação de estar deitada de olhos fechados ouvindo uma playlist com alguém que eu havia acabado de conhecer e que bizarramente mexia comigo. eu quase fugi da ideia de dedicar minhas canções favoritas a alguém por medo de doer. e quando o igor diz, com toda a certeza do mundo, que eu jamais pediria a alguém pro meu coração parar de bater, me bate a dúvida. porque coração é coisa que, às vezes, dói e não tem remédio. eu me assustei quando no segundo dia você revelou sentir algo enorme sem nome. imaginei um futuro feliz, mas só enxerguei o caos. tive medo, quis recuar. criei até mesmo barreiras que não existiam. mas continuei porque te achei rara. você, b, é um ser humano bonito, até mesmo quando se esforça pra não ser. no fundo, acho que você não acredita tanto nisso. e, talvez, eu devesse ter explicado que todos os dias quando eu dizia o quanto você era linda, não era só por fora. que eu falava de inteligência, talento, entre outras coisas. talvez eu devesse ter explicado que o encanto que eu sentia pelas coisas que você fazia era quatro vezes maior que o encanto que eu tinha pelos e-mails bonitos da sua amiga. talvez eu devesse ter te encaminhado prints ou áudios meus falando de você pros meus amigos. tinha tanta, tanta, tanta ternura. a sensação que tenho é a de nunca ter te dado um abraço de verdade, de nunca ter te dado um carinho no rosto de verdade, de nunca ter te beijado do modo como eu queria, porque primeiro tudo deu errado, depois as coisas só aconteceram aos quarenta e cinco do segundo tempo. nas ruas de copacabana reparei que você nunca olha pra trás enquanto anda. nenhuma espiadinha que seja por cuidado. me perguntei se você já reparou nisso também. b, mesmo que as coisas tenham dado errado entre a gente, após aquele primeiro final de semana, ainda assim, eu queria estar contigo de novo, mas depois me obriguei a não querer por nunca saber o que foi verdade e o que foi mentira. se quando você dizia sentir saudades e se arrepiar com a lembrança do beijo era realmente vontade ou só qualquer coisa da boca pra fora. eu queria ter passado o dia dos namorados contigo num lugar bonito e isolado qualquer – não por impor compromisso, mas por você, naquela época, ser a pessoa com quem meu coração se conectava no cotidiano e não deveria ser necessário explicar. com qualquer outra garota não seria. dias depois, quando estive com aquela outra pessoa, e rolou o maior clima e nada aconteceu, foi porque a minha cabeça estava contigo. havíamos nos afastado há poucos dias, tinha ficado um buraco em mim, eu sentia sua falta. quase te liguei naquela noite, mas desisti, não por medo, mas por me valorizar. eu realmente gostei muito de você, b, e te tratei com carinho e atenção, mas mudei porque aos poucos você mesma destruiu o altar que construí. a cada vez que me negava um encontro mesmo depois de dizer sentir saudades, não por não poder – e nós sabemos disso –, mas por me ter como garantida, por saber que mesmo agindo dessa forma eu continuaria ali. a cada vez que falava de alguém pra mim e me dava detalhes mesmo sabendo que eu não tinha o menor problema em me relacionar com pessoas não monogâmicas, mas que não gostava de saber. quando quase tive que operar o tornozelo e até colegas distantes me perguntaram se eu estava melhorando, menos você, mesmo trocando algumas palavras comigo naquela semana – e então percebi que o cuidado, a preocupação e a amizade talvez fosse via de mão única. quando conversávamos sobre você, mas dificilmente sobre mim. quando percebi que você se aproximava mais na tristeza que na alegria. quando você nunca deu muita bola pras coisas que eu te dedicava – as playlists, os livros, textos. quando na segunda-feira seguinte aquele domingo acordei me sentindo idiota por ter te beijado, porque é difícil saber se você faz as coisas por querer ou só pra não perder a viagem – assim como eu me sentia idiota toda vez que, bem no finalzinho do que a gente tinha, você dizia sentir saudades, mas mudava completamente quando eu correspondia. e eu sabia que seria assim, mas caia. assim como me senti idiota quando percebi que, no fim das contas, na sua cabeça a gente nunca teve nada mesmo falando todos os dias, mesmo compartilhando poesias, mesmo dedicando coisas. eu não fui embora porque não conseguia estar contigo sem, às vezes, querer te dar carinho. eu fui embora por não querer sentir qualquer gota disso. porque se você não questiona o motivo de ficar com nenhuma das pessoas que fica, você não as enxerga, você não aprecia a companhia, você não se importa com quem está ao seu lado – e tanto faz. e eu quero ser vista, apreciada, até mesmo nos encontros casuais. porque até mesmo a amizade parecia existir só da minha parte. porque cansei de tentar decifrar, de ter dúvida. eu espero que você seja muito feliz, b. e que realize os sonhos que vez ou outra parece esquecer. espero que sua família tenha o prazer de se apaixonar pela sua totalidade, que as suas amigas continuem te valorizando – elas parecem ótimas –, que você não caia em buracos desnecessários por tentar ser o que não é, que você não construa sua ideia de liberdade em cima de moldes prontos, que você não renegue sua essência, que você não tire os olhos de deus, que você não sinta culpa por estar com mulheres, que você não opte pelo caminho mais fácil quando o melhor for o mais difícil, que você não se pressione em se revelar na comunidade porque não ter feito isso não te faz menos parte dela. que você seja menos passiva. que rosne, diga o que sente, o que quer, que deixe os códigos de lado e seja transparente. que busque com afinco o que quer. que não espere apenas as pessoas irem até você. e que dê caminho pras histórias enquanto elas ainda fazem sentido porque o tempo voa. que não deixe ninguém sair da sua vida sem saber o quanto é importante. não aceite tudo que te deem sem questionar. não queira ser como as outras pessoas porque você é única. talvez o meu jeito a queima roupa, a forma como me entendo, faça parecer que não sou humana, mas sou, b. e ardo, queimo, gelo. e também sou covarde, às vezes. e me escondo. e canso. e calo. e preciso de conselhos. não é como se eu não tivesse as minhas questões. assim como você, tenho as minhas também. eu gostei muito de você, b, ao ponto de entrar num carro sob a sua direção e ter experimentado aquela pizza que eu soube, pelo cheiro, ser ruim. ao ponto de preferir acordar me sentindo idiota, mas sem o famoso “e se”. ao ponto de torcer pra que alguém suba seu astral quando você não se sentir bonita após procedimentos na sobrancelha – como se fosse possível deixar de ser –, e de usar a pulseira que você me deu, não todos os dias, mas nos momentos mais especiais, ao ponto de ter ficado com o coração na mão ao saber do seu covid, de ter buscado caminhos pra que o mar que existe dentro de mim consiga encontrar a pele do meu rosto. de te eternizar em poesias que entrarão não só em livrarias, mas na casa de milhares de pessoas. de ter escrito esse texto com erros de pontuação só pra te causar qualquer sentimento, seja de irritação ou de nervoso, mesmo que acreditando que você nunca o lerá. de não conseguir guardar qualquer mágoa sequer e só te querer bem e te abraçar apertado caso nos esbarremos pelas ruas. de estar aqui caso algum dia precise. de torcer pra você beber dois litros d'água por dia, comer menos miojo com batata palha pra não desenvolver úlcera, entrar mais no mar. armações do universo são realmente bem-feitas.
últimos por dizer:
– nunca ficaria com suas amigas mesmo a gente brincando sobre essas possibilidades aquele dia. nunca seria como o carinha que chamava sua amiga de lek;
– gosto de todas aquelas fotos em preto e branco assim como todas as suas fotos, mesmo talvez você estranhamente achando que não, só porque a minha favorita tem mais cabelo que qualquer outra coisa;
– você é a pior pessoa do mundo pra se apostar qualquer coisa, me deve eternamente. que viva com esse peso na consciência;
– acho que eu realmente paguei as consequências de todas as pessoas que te fizeram mal, mesmo sem tê-las conhecido.
(nada disso foi escrito com rancor)
escrito dia 23 de agosto de 2021.
beijo,
eu.
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“Sleep with me tonight?!”Parte Final
Sinopse: Aquele S/n e Harry dormem juntos, mas não do jeito que você imagina.
Categoria : Vizinho!harry | Parte 1 - Parte 2 - Parte 3|
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Certamente a noite anterior foi atípica, quando você acordou naquela manhã não sabia de fato o que fazer ou reagir sobre o que aconteceu entre vocês. Inegavelmente você não conseguia segurar um sorriso quando lembrava do beijo que tiveram quando saiu sorrateiramente para o trabalho. — Você sempre odiou trabalhar aos sábados, mas desta vez nunca esteve tão feliz por sair daquele apartamento e ver todos livros empilhados para arrumar.
E mais uma vez Harry acordou sozinho, ele realmente estava odiando não te você ao seu lado. Mesmo com a ressaca não se esqueceu de tudo que aconteceu na noite passada, suas mãos por baixo da mesa, seus corpos juntos dançando, o beijo, você sobre ele, principalmente o momento em que se afastou. Harry perguntou a si mesmo, o que fez de errado? Talvez ter tocado em você daquela maneira? Ou puxado você para seu colo? Ter ficado excitado? Não haviam dúvidas de que sentiu-se um completo idiota, quem sabe tenha ido rápido de mais? Ou provavelmente tenha entendido tudo errado sobre o que você queria.
A pergunta de o que fazer instalou-se em seus pensamentos e as opções eram limitadas. Conversar com você sobre isso ou fingir que nada aconteceu? Harry encontrava-se confuso, pois o que ele realmente sentia por você? Por um momento deitado em sua cama, com o seu cheiro ao seu lado, ele realmente refletiu sobre todos os momentos que passaram juntos. Não faz tanto tempo, Harry sabe que não, mas ele não pôde deixar de se perguntar como ele viveu todo esse tempo sem conhecê-la, você era uma das poucas pessoas com quem ele sentia-se 100% confortável sendo ele mesmo. Ele não precisava manter-se no personagem— O personagem que ele sempre sentiu pela fama, aquele Harry frio, confiante e sempre feliz que esperam que ele seja. Percebera que agora só quer ter sua presença, ele adora tê-la por perto e quer que saiba como você o faz se sentir todos os dias. Por outro lado o sentimento de incerteza toma o seu ser, realmente não quer assustá-la. Você já se afastou por um beijo o que faria se ele dissesse que talvez tivesse sentimentos por você?
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Você ergueu os olhos de seu lugar no sofá ao ouvir a campainha.—Era sexta feira de novo e dessa vez você seguiu com seu plano: comida chinesa e vinho vendo friends sozinha.
“ Oi.” Você diz envergonhada, sem jeito quando abre a porta e vê aqueles olhos entristecidos
Sim, você foi horrível ao evitar Harry a semana toda depois de tudo o que aconteceu. Mas você não estava preparada para lidar com aquilo. Talvez não queria ouvir a verdade de que tudo não passou de um desejo bobo influenciado pela bebida. Só pelo fato de existir esta possibilidade à fez querer fugir mais rápido e longe possível, não querendo ter seu coração partido pelo próprio Harry Styles.
“Por que tem me evitado?” Com mãos no bolso, cabeça baixa questionou-a visivelmente afetado.
“ Eu não...Só estive muito atolada.” Mentiu.
“Eu fiz algo?” Os olhos verdes brilhavam. “Me diga por favor, eu não posso mais ficar me martirizando por tudo o que eu fiz tentando achar o erro.”
“Oi?” Certamente você não imaginou que ele seria tão direto.
“ Eu fiz algo de errado ou você não se lembra do que aconteceu?” Ele Indagou. “Porque eu sei que está me evitando.”
“ Sim...Eu me lembro.”
“Então foi tão ruim assim para querer se afastar de mim?”
“Não é isso, Harry.”
“Então o que é?” Seu tom de voz estava um pouco mais alto que de costume. “Pensei que estivesse tudo bem entre nós.”
“Você pode entrar antes que os nossos vizinhos escutem?” Pediu-lhe gentilmente.
“Ok.”
Vocês ficaram no seu sofá sentamos em silêncio por longos e torturantes minutos.
“Harry.” Você foi a primeira a falar quando ambos se olharam no mesmo instante para quebrar o silêncio.“Me desculpe por estar evitando você, eu só não sabia o que aconteceria com nossa amizade, fiquei com medo.”
“Deveria ter me dito, isto nunca afetaria em nossa amizade, S/n.”
“É?” Seu coração apertou-se.“ Então não significou nada para você?.” Você balança a cabeça ligeiramente, fechando os olhos por um momento, contendo as lágrimas que ameaçaram a cair novamente.
“Não foi o que eu quis dizer....S/n, eu...” Harry Iniciou mas você não conseguiria ouvir à verdade. Não suportaria ser rejeitada assim.
“Tudo bem Harry.” Você não o deixa terminar “Eu entendo, estávamos meio altos, foi tão estupido, essa pergunta foi estupida.”
“ S/n, deixe-me terminar”
“Tudo bem, não há nada mais para ser dito, vamos só esquecer que isso aconteceu, certo?
“ S/n.” Ele insistiu mas novamente ele a viu fugir de seus braços.
“Você quer dormir aqui hoje?”
“ Você quer isso?” Ele olhou confuso. “ Depois do que aconteceu?”
“ Sim, você mesmo falo que isto não afetou em nossa amizade né? Então porquê não dormir aqui.”
“Ok,” ele diz sorrindo suavemente. Ele estava feliz que teria você em seus braços novamente, mesmo não sendo da forma que ele queria. “Mas não quero dormir agora, queria ficar com você um pouco, ter nossas conversas, voltar a sermos nós mesmos.” Ele murmura levemente sua confissão.
“Que tal eu colocar um filme então?” Sugeriu à ele.
“ Ótimo.”
Então vocês tentaram esquecer o que passou e se concentraram em se divertirem como antes. Você colocou o filme e se aninhou a ele como antes.— sentiu tanta falta daquele abraço. Durante o filme Harry se pegou olhando-a com um sorriso no rosto, você parecia tão fofa, rindo das mesmas piadas idiotas do filme que já haviam visto.
“Eu...”Harry começou, fazendo a virar-se para ele “Eu amo o som da sua risada.”
No instante que as palavras saíram da boca dele seu coração parou, às borboletas no estômago flutuando. Nunca havia que amava algo tão bobo em você.
“Harold.” Um leve tapinha foi dado no peito de Harry, mas ele continuou a olhá-la intensamente. “Por que você estava olhando assim H?” Ele sabe que você não gosta quando as pessoas olham fixamente para você.
“Nada, é que você é tão bonita.”
“Pare” O empurrou, mas ele a puxou de volta para si.
“É sério, você está linda, você sempre está linda.”
“Harry” Murmurou afastando-se dele.
“Isso é algo com o qual eu poderia me acostumar, sabe?”
“O que?”
“Ver seu rosto lindo todas as manhãs ao meu lado quando eu acordar.”
“Por que está falando essas coisas?”
“Porque é verdade...S/n eu não lhe beijei só pela bebida eu quis beijar você.” Ele aproximou-se que podia sentir sua respiração acelerada. “ E eu quero beijar novamente.” Harry não conseguiu resistir ao levantar a mão para cobrir seu o rosto, lentamente fechando a lacuna entre vocês dois, beijando-a suavemente. Você levantou-se de seu lugar passou os braços em volta do pescoço dele, montando-o, se derretendo em seus lábios novamente, os lábios de Harry eram mais macios do que se lembrava. Ele não conseguia afastar-se de você, ter seus lábios nos dele novamente, seu cheiro tão próximo, ele amou a sensação de seus seios macios pressionando contra a dureza de seu peito. As mãos dele foram para sua cintura puxando-a, em resposta soltou um leve gemido em seus lábios quando sentiu sua ereção abaixo de si e ele jurou que seu corpo inteiro se contorceu só pelo seu gemido, logo seus lábios o tirou de seus devaneios quando deceram até o pescoço de Harry, a mesma cena o trouxe de volta aquela noite, seu corpo enrijecesse com medo de vê-la fugindo novamente após seu suspiro carente, mas desta você não parou, você queria continuar e estava prestes a implorar à ele para fazer amor com você.
“Você tem certeza que quer continuar? Nós podemos só dormir.” Harry afastou-se para olhá-la enquanto segurava seu rosto.
“Harry... eu quero você, por favor faça amor comigo.” Choramingou, dando-lhe um olhar de cachorrinho.
“Eu...Não faço isso há algum tempo.” Lamentou um pouco envergonhado.
“Sexo?” Bastou uma palavra, para vocês caírem na gargalhada com a realidade da situação.
“Sim, para ser honesto um longo tempo.”Harry encolheu os ombros.
“Eu também .” Confessou.
“ Então talvez possamos um ajudar o outro” Harry soltou uma pequena risada antes de voltar a atenção aos seus lábios, ele firmou suas mãos em seu quadril e a puxou para levá-la para seu quarto em seu colo.
Você não podia negar que estava nervosa e animada, você finalmente seria capaz de ver um lado dele que desejou à muito tempo, que se pegou pensando muitas vezes, além de que ambos pareciam estavar se divertindo e gostando das sensações. Harry gentilmente à colocou na cama e pairou sobre você conectando seus lábios novamente enquanto suas mãos vagavam lentamente sobre seu corpo e você pareceu perder todos os resquícios de sua ousadia, deixando-a tímida e entregue à ele quando ele puxou sua fina camisola retirando-a, sem dúvida um sorriso se formou nos lábios dele logo que viu que não usava sutiã, as suas mãos moveram-se para a recém descoberta, massageando-os e brincando com eles. Você já estava uma bagunça instável sob ele, corando e tremendo a cada movimento, não conseguindo nem olhá-lo. Harry moveu seus dedos pela na cintura minutos depois, com sua ajuda deslizou sua calcinha ao longo de suas coxas trêmulas. E lá estava você completamente nua e Harry pôde observá-la e ver o que desejou por tantas vezes, você era tão sexy. Ele precisava de você, queria te foder, te arruinar, queria usar seus dedos, sua língua, seu pênis, tudo, deixá-la completamente cansada de tê-lo dentro de você e ele ainda meteria até que estivesse totalmente satisfeito. Mas ele não pode, não seria certo, está é à primeira vez que ele iria tocar em você, Harry suprimi todos seus desejos carnais para se concentrar em tudo que merecia e estava pronto para mimá-la e dar prazer.
“Tão linda.” Ele sorriu levantando-se.“Como eu imaginei.” Suas mãos moveram-se para baixo para tirar sua calça de moletom, depois sua camisa branca amarrotada, afastou sua calça com o pé puxando para baixo sua própria boxer. Seu pau era muito melhor do que em seus pensamentos, você podia ver o pré-sêmen escorrendo de sua ponta enquanto ele se bombeava algumas vezes. Você estava extasiada com aquele momento, vê-lo tão exposto e nu como você.
“Algo está errado, S/n?” Questionou preocupado, sentando novamente à cama, sua mão quente acariciou para cima e para baixo sua coxa, tranquilizando-a.
“Só estava admirando, eu...gosto disso, do que vejo, você é tão bonito.” Você confessa e ele ficou com suas bochechas cordas. Foi fofo.
“Você tem preservativo? Bem, eu não estava esperando isto.”
“Primeira gaveta.” Apontou o móvel do lado da cama.
“Ótimo.” Harry ri para si mesmo, enquanto se acomodou entre suas pernas novamente. Você estava ficando vermelha, claramente por ter sua boceta aberta em exibição na frente dele. “Tem certeza, amor? Não quero fazer nada com que você não se sinta confortável ou pense que estamos indo rápido demais” Ele Indagou, posicionando-se entre suas pernas, ele sabia que você queria isso, mas ainda assim ele queria ter certeza.
“Sim.” Você afirmou. “Harry, pare de ser tão fofo comigo, nós estamos literalmente prestes a transar.” Confessou tirando risos de ambos.
“ Querida, você me pediu para fazer amor com você, não para que foder com você.” Um sorriso presunçoso cresceu em seus lábios. “Pode ter certeza que se me pedisse isso, já gritando meu nome.” As palavras de Styles fizeram todo seu corpo arrepiar. “Então eu vou fazer amor com você, querida.” Harry se inclinou, colocando a mão em sua bochecha à beijando, depois sua testa, nariz, sua outra bochecha e por fimos lábios. “O pacote completo.” Finaliza, observando-a desmoronar com suas palavras.
Você não disse mais nada, só estendeu a mão para agarrar o pau dele, tentando alinhá-lo com o sua entrega, esfragando a sua ponta para cima e para baixo em sua boceta, Harry tirou sua mão movendo-se lentamente para dentro. “Você é grande!” Choramingou, enquanto ele arrastava seu pau, deixando-a sentir cada centímetro.Isso era estranhamente tão novo para você que tudo que podia fazer era gemer seu nome quando ele começou a mover.— Você jamais imaginou que poderia estar embaixo dele em alguém momento de sua vida.
Então ele continuou a beijar você, entrando e saíando em um rítmico prazeroso, Harry ainda puxou suas mãos, entrelaçou seus dedos com os seus, usando-os de apoio para continuar metendo dentro de você. Você estava com os olhos fixos nos dele, aboca entreaberta, às bochechas avermelhadas e Harry quer marcar esta imagem em sua memória, mantê-la em seus pensamentos toda vez que ele estiver sozinho e tiver sua mão enrolada em seu pau brincando sozinho enquanto pensa em você.
Harry soltou suas mãos e as colocou em sua cintura enquanto começou a se mover mais rápido. Você jogou a cabeça para trás e soltou um gemido, Harry que nunca tinha ouvido algo mais lindo em sua vida, tendo total certeza que era tudo por sua causa. Ele também não conseguia conter seus próprios sons, porque, você era deliciosa e estava levando-o à loucura, Harry estava tão perto, ele queria que estivesse também, ter você à beira da loucura com ele, gentilmente seus dedos lubrificados por sua saliva rodearam seu clitóris, movimentando-os conforme suas investidas.
“S/n, posso te dizer uma coisa?” H choramingou.
“Claro.” Responde-o ofegante.
“Eu acho que estou apaixonado por você” Harry confessou olhando em seus olhos. E você não soube se foi os dedos do Harry girando em seu clitóris ou aquelas palavras, mas isto a levou ao seu orgasmo chamando o seu nome.
“ Porra.” Choramingou, quando ele ainda metida em você ainda, tão sensível “ Eu também.” O puxou para mais perto, o rosto de Harry ficou enterrado eu seu pescoço.“ Eu estou estupidamente apaixonada por você.” Sussurrou e puxou seu rostoe viu aqueles olhos brilhando, um sorriso verdadeiramente perfeitos fazendo-a se perder em seus lábios mais uma vez, sentindo os gemidos roucos e desesperados de Styles em sua boca quando atingiu seu orgasmo.
“Isso foi tão..” Você iniciou sentindo o corpo pesado e ofegante sobre você. Mas ainda assim era tão aconchegante ter o peso dele sobre você.
“Incrível.” Ele terminou.
“ Você realmente elevou o nível de fazer amor .” Confessou rindo ao vê-lo esconder sua vergonha em seu pescoço.
“Eu... Eu só senti que precisava dizer isto.” Ele murmurou em sua pele lhe causando arrepios. “ Ninguém pôde satisfazer minhas necessidades como você, você me satisfez emocionalmente, bem antes de eu toca lá como a toquei hoje.”
Houve algo sobre adormecer e acordar ao seu lado; talvez seja o quão genuína você pareceu enquanto dormia, talvez seja a maneira como seu corpo o abraçava puxando-o mais perto. Harry nunca havia feito tal ato como dizer aquelas coisas durante o sexo à alguém, só a você, porque você simplesmente era única, ele sentiu que você era a pessoa importante o suficiente para vê-lo tão vulnerável. Ele nunca foi o melhor em expressar suas emoções em seus relacionamentos anteriores. Ele estava um pouco inseguro, estava com medo de que você se assustasse por ele ter sido tão aberto, Harry precisava de alguma certeza de que não era problema em ser sensível com você e então você levantou a cabeça com as palavras dele, encontrando seu rosto com o dele, um sorriso cansado se espalhando por seu rosto, era lindo e o mais importante é sincero, você não se afastou ou fugiu, continuou bem ali.
“Me senti assim desde a primeira vez que dormimos juntos, estar com você me fez sentir...Completa, mas eu tive tanto medo dizer pois não queria parecer tão ....”
“Carente” Ele completou. “É, eu me senti assim também, mas eu não aguentei mais sufocar meus sentimentos.”
“ E o que faremos agora?” Você sentiu medo dessa pergunta, pois tinha ciência que apesar de tudo ele ainda era Harry styles, o cantor famoso que tinha um apartamento secreto no seu prédio.
“Que tal um banho?” Harry entendeu o sentido de sua pergunta, mas ele só queria aproveitar aconchegante momento pós sexo com você. Ele levantou-se à levanto junto para seu chuveiro, ele pediu gentilmente para ensaboar você, enxaguar seu cabelo, ele estava sendo tão gentil. “Eu farei o possível para entrar em um 'relacionamento normal' com você.” Você tinha sua cabeça encostada em seu peito, ouvir tais palavras à fizeram sorrir, enquanto sentiam a água escorrer sobre seus corpos nus.
“Faria isso por mim?”
“ Sem nem pensar duas vezes.” Ele afirmou.
Harry faria de tudo para que vocês dessem certo, porquê ele não liga se você era só uma estudante terminando sua faculdade ou que trabalhava em uma pequena livraria em Londres, você nunca teria que mudar o que você é por ele, porque ele estava completamente apaixonado por cada parte de você.
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thejusticereborn · 3 years
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Headcanons - Zane Giovanni Zatara 
Zane significa “Deus é Gracioso”. Enquanto seu nome do meio é Giovanni em homenagem ao seu avô  Sendo o seu  significado algo como "Deus é cheio de graça", "agraciado por Deus", "Deus perdoa" ou "a misericórdia de Deus". Curiosamente, ambos os nomes são variantes do nome John. 
Zatanna achou por um bom tempo durante a sua gravidez que estava esperando uma menina. E por essa razão decidiu que a sua filha se chamaria Zoe. Porém, quando viu que se tratava de um menino que teve que pensar em um nome as pressas. Foi John Constantine que sugeriu o nome de Zane. 
Ele era uma criança quieta e tranquila, mas o seu único problema era a sua curiosidade excessiva e a falta de percepção do perigo. Como praticar magia sem supervisão de um adulto, por exemplo. Sempre querendo experimentar algum feitiço que havia visto alguém usando recentemente e ele queria tentar aprender.
Ele era bem apegado a sua mãe enquanto crescia, sendo uma evidência talvez da sua carência de atenção. Zane era realmente bem atencioso e carinhoso com Zatanna enquanto crescia. Porém, conforme foram crescendo eles foram ficando mais distantes. E hoje em dia Zane sente vergonha das demonstrações de afeto em público.
Zane pensava que John Constantine era o seu pai durante grande parte de sua infância. Ele até que perguntou isso para sua mãe na frente dele. Foi provavelmente um dos momentos mais engraçados que ele já presenciou em sua vida. Porque Constantine ficou confuso e questionou Zatanna também sobre essa possibilidade a qual ela negou. 
Ele sabe quem é seu pai biológico, porque sua mãe lhe contou quando Zane completou seus dezesseis anos. Mas realmente ele não se importa com isso e não tem o mínimo interesse em conhecê-lo. Para todos os efeitos, ele prefere fingir que não sabe. Até porque ele tem as figuras paternas que precisava em Giovanni Zatara e John Constantine. 
Zane não tem grandes expectativas para o seu futuro. Ele costuma ser bem pessimista em relação ao seu destino, porque sabe que a vida de um herói é cheia de riscos então prefere não fazer grandes planos para um futuro distante.
Zane Zatara acha já há algum tempo que vai morrer jovem. Sendo que ele espera que se for morrer que seja em alguma grande missão como um herói. Mas se for para envelhecer, ele espera conseguir viver uma longa vida sem muitos arrependimentos.
Zane tem alergia a cogumelos. Porém, isso não interfere muito em sua vida. Porque ele acredita que cogumelos nem deveriam estar no cardápio do ser humano por serem uma espécie de fungos.
Ele precisa usar óculos, porém apenas os usa para leitura e para usar o computador. Preferindo usar as lentes de contato para o seu dia-a-dia. Porém, seus olhos são realmente azuis iguais os de sua mãe. Aliás, Zatanna também usa óculos da mesma maneira que o filho.
Ele usa ternos sobre medida. E costuma usá-los com bastante frequência, porém isso acabou diminuindo relativamente depois que entrou na equipe da Justice Reborn. Provavelmente, por conta dos comentários dos outros membros sobre ele tentar ser menos formal. Porém, Zane costuma combater o crime usando smoking então para ele é complicado.
Zane fumou dos dezesseis aos vinte anos, uma característica da sua fase mais rebelde na adolescência. Desde que parou de fumar, ele passou a ter o hábito de mascar goma de mascar no lugar. Segundo ele mesmo confessou aos colegas de equipe, até que efetivo no combate ao estresse diário. 
Ele é um grande fã do Batman. Tendo realmente ficado intimidado e um pouco sem jeito quando o conheceu pessoalmente. E Zane realmente ficou sem palavras quando entrou na Batcaverna pela primeira vez.
Zane não é o maior fã de redes sociais, porém as possui por conta do trabalho. Tanto é que ele não é muito ativo em quase todas elas. Ainda assim, sempre que posta algo tem um retorno bastante positivo da sua base de fãs.
Ele preferiu seguir a carreira de mágico de palco assim como sua mãe e avô. Mais como uma maneira de manter a tradição e ter um dinheiro extra. Zane não esperava, no entanto que isso ia lhe fazer alguém famoso. Ele tem alguns fã-clubes consideráveis pelo país.
Zane já teve uma vida sexual bastante ativa, porém em algum momento ele decidiu que não seria bom para si continuar mantendo uma serie de relacionamentos esporádicos ou de apenas uma noite. Ele passou a sentir que era uma atitude egoísta a que vinha tendo e também cansou de sentir-se uma pessoa ruim sempre que punha fim em um relacionamento ou dava o fora em alguém.
Ele namorou sério duas vezes em sua vida com pessoas de ambos os gêneros, porém não deu certo. Talvez por conta disso tenha se desvirtuado um pouco e ingressado em uma serie de relacionamentos sem futuro ou passageiros.  
Zane não é das pessoas que mais se interessa por romance, mas ele sabe fazer sua parte e entende bem o conceito. Ele tenta ser natural e não forçar situações antes que o tempo certo chegue. 
Para ele saber entender a pessoa que estar ao seu lado é fundamental, do contrário você só estaria sendo mais um babaca clichê. Porém, ele mesmo recorre ao clichê as vezes, então talvez ele seja um pouco hipócrita. Mas as vezes que isso ocorre, Zane sempre dirá que está apenas fazendo um movimento clássico. 
Zane é um cara que prefere gatos a cães. Ele possui um gato de estimação que adotou quando se mudou da casa de sua mãe e passou a morar sozinho. O nome do gato seu gato é Merlin, em referência ao maior mago que já existiu.
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Green Light x Draco Malfoy fanfiction
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Draco Malfoy X Leitora
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Resumo: A professora de Herbologia te pede para ajudar um aluno que esta com dificuldade na matéria, o que você menos esperava é que seria o bruxo que você mais despreza na escola. Ao decorrer do estudo vocês dois percebem que possuem mais coisas em comum do que achavam. 
nota: Ficou muito grande hahaha, espero que gostem e caso alguém tenha alguma sugestão ou alguma critica, por favor mandem para mim, irei gostar bastante de ler :) Caso eu faça mais, provavelmente irão ser menores hahaha. Boa leitura.
Eu sempre me se interessei por herbologia, e não apenas por ser uma lufa-lufa como todos pensavam, mas porque as plantas me  encantavam, tinha dias que  perdia a noção do tempo dentro da estufa junto com Neville, e como resultado disso me tornei a melhor aluna do meu ano, superando até  Hermione. Em contrapartida, nem todos do meu ano tinham o mesmo entusiasmo do que eu, em especial Draco Malfoy, nunca nem se importava de aparecer nas aulas e quando aparecia ficava conversando com seu grupinho da sonserina no fundo da sala, nunca costumo ficar irritada mas as fezes esse menino me tirava do sério.
Hoje quando acabou a aula fiquei por mais alguns minutos para ajudar  a guardar as plantas, enquanto empilhava os vasos na prateleira a Professora Pomona Sprout se aproximou e perguntou;
‘S/N posso falar com você por um minuto por favor?’ disse enquanto se aproximava de mim.
‘Claro professora, fiz algo de errado?’ Pergunto um pouco aflita enquanto termino de empilhar os vasos.
‘Não, de maneira alguma’ Ela me responde rindo ‘Preciso de sua ajuda com um aluno, você sempre foi tão dedicada a esta aula e imaginei que não seria problema para você auxilar outro colega’ ela dá uma pausa e depois sorri dizendo ‘e é claro que será recompensada com pontos para lufa-lufa’
‘Não seria professora, eu tentarei ajudar o máximo que der’ digo tirando o meu avental ‘Quando seria isto?’
‘Amanhã srS/S, após o almoço venha a esta estufa que o aluno está te esperando’ A professora parecia aliviada ‘é temporário, até que o aluno consiga voltar a acompanhar as aulas normalmente, a senhora pode ir agora, acredito que daqui a pouco o jantar já vai estar servido’ Disse Pomona olhando para o relógio.
‘É verdade ‘Digo sorrindo ‘Quase esqueci, já está escurecendo’ digo enquanto pego meus livros e  me dirijo para dentro da escola, aos poucos começo a acelerar os passos pois do contrário iria pender o jantar, tinha ainda que trocar as botas que estavam sujas de terra, provavelmente sujei o castelo inteiro de tão atrapalhada que estava, somando o número de livros que carregava de forma estabanada praticamente minha visão estava bloqueada, enquanto corria ao dormitório da lufa-lufa o inevitável aconteceu, esbarrei com alguém e meus livros voaram ‘Por Merlim, desculpa eu não estava conseguindo vê..’ começo a dizer enquanto me levanto do chão ‘Tinha que ser a sujeitinha de lufa-lufa, além de estabanada me sujou inteiro de terra’ diz o que parecia ser Malfoy com aquela vozinha de desde típica dele.
Desejei não ter pedido desculpas, Draco era o último bruxo que queria ver agora, provavelmente perderia o jantar e ainda teria que ficar ouvindo as reclamações de um mimado ‘Eu retiro o que disse’ Falo enquanto recolho o resto dos meus livros ‘Talvez se você tivesse prestado mais atenção isso não teria acontecido’ digo a ele ao mesmo tempo que dou as costas para ir embora.
Consigo ouvir a risada debochada dele sobre minhas costas ‘Parece que a sujeitinha de sangue ruim está finalmente mostrando a sua varinha’ fala Draco, eu sei o que ele queria, queria me estabilizar, tudo é um joguinho com ele, mas não iria dar este prazer ele, apenas continuei e fui até meu dormitório, no final das contas eu perdi a janta, minha amiga conseguiu trazer uma maçã verde para mim e comi na sala comunal enquanto conversava com ela.
‘Por que demorou tanto?’ Ela diz enquanto joga um pouco mais de lenha na lareira ‘Ficou de novo na estufa?’ fala dando risada de mim.
‘Quase isso’ respondo mordendo a maça ‘A professora me pediu um favor, vou ajudar algum aluno amanhã, provavelmente deve ser algum aluno do primeiro ano ou algo assim’ começo a encarar a maçã ‘e depois tive o imenso desprazer de trombar em Draco Malfoy’ completo.
Amélia me olha segurando o riso enquanto senta ao meu lado ‘Por que da risada?’ Pergunto a ela também segurando o meu riso ‘Você sabe o porque’ ela fala dando risada ‘Você não suporta ele, sempre fica reclamando dele na aula, apenas achei irônico’ Amélia completou.
‘Bom, minha cota de Malfoy se esgotou’ Falo levantando do sofá ‘Praticamente pelo resto do ano, vamos’ estendo a mão para ela ‘Vamos, já está na hora de dormirmos’ Ela segura minha mão e se levanta do sofá, estava tão cansada que no momento que me deitei em minha cama apaguei completamente.
O outro dia seguiu como o normal, após o almoço me despedi de Amélia e segui a estufa com meus livros, quando cheguei ao local quase não acreditei, Professora Pomona Sprout ao lado de Draco Malfoy, vi que a reação de surpresa no rosto dele também, a cada passo que dava eu ficava mais nervosa ‘O aluno já chegou professora?’ Pergunto com esperança de que tudo aquilo tinha sido apenas um mal entendido. ‘Temo que não S/SN, confiei estava tarefa a você porque sei que é capaz’ diz a professora ‘Vocês iram se encontrar aqui todos em todos os períodos vagos até a entrega da próxima tarefa, ou seja, daqui a duas semanas’ no momento que professora Pomona disse ‘duas semanas’ o meu arrependimento cresceu mais ainda, sim eu gostava de herbologia mas não ao ponto de aguentar Malfoy por duas semanas.
‘Patético’ O garoto de cabelos platinado diz baixinho ‘Sinto muito sr.Malfoy, tem alguma coisa a dizer?’ A professora diz enquanto olha para o rapaz ‘Devo lembrar ao senhor o motivo do porque você se encontra nesta situação? Caso não melhore serei obrigada a comunicar seu pai novamente’ no momento que a professora termina estava frase Draco engoli seco ‘Tenha mais tarefas para fazer agora, os dois continuem onde estão’ ela diz enquanto caminha para o fundo da estufa, tão rápido que não consigo nem contestar.
Respiro fundo e começo a colocar o macacão  ‘Você vai ficar parado?’ Pergunto ao bruxo enquanto terminava de abotoar a roupa, ele me ignora fazendo rosto de desdém ‘Acho que você não vai querer sujar sua roupa’ completo pegando os vasos e colocando na bancada, de canto do olho consigo ver Draco colocando o macacão e as galochas enquanto bufava ‘O que temos que fazer, sangue ruim?’ ele pergunta enquanto sentava ao meu lado, com a maior naturalidade possível, fiquei estonteada mas decidi não responder, o quanto menos discutirmos mais rápido o tempo passaria ‘Vamos estudar sobre a  mandrágora’  digo colocando em cima da bancada a planta ‘Vamos observar ela por alguns minutos e depois tentaremos extrair suas propriedades, mas cuidado, tempos que usar abafadores  para não nos machucarmos’ Digo colocando as luvas que estavam ao lado da planta.
‘Puta merda’ o bruxo diz fazendo uma expressão de novo ‘isso não é uma planta, é horrendo’ ao dizer isso eu deixo escapar uma pequena risada, muitas pessoas fazem este tipo de comentário quando se deparam com a  mandrágora ‘Está rindo do que sangue ruim?’ ele rebate imediatamente, fazendo fechar o rosto e me concentrar para não perder a razão, decidi pegar meu caderno e começar a fazer anotações ‘Você não vai me responder, sujeitinha de sangue ruim’ ele continuou a me provocar, eu sabia o que ele queria e estava me segurando para não dar a ele ‘Sempre desconfiei que os lufa-lufas eram fracos, mas você é a prova disso’ meu corpo inteiro recebeu uma onda de raiva, sentia meu sangue borbulhar de raiva em minhas veias ‘Hogwarts começou a decair quando aceitou pessoas fracas como vocês lufa-lufas, principalmente os sujeitinhos de sang….’ A partir daquele momento eu não aguentei mais, praticamente voei para cima dele, fui tão rápida que ele só percebeu o que tinha acontecido quando já estava contra a parede, minha varinha estava colada a sua jugular, nunca tinha ficado tão brava assim, Malfoy em contrapartida estava apavorado, com os olhos fechados tentando se afastar ‘Peça desculpa’ ordeno ao bruxo.
Ele abre os olhos devagar e olha para mim ‘Você só pode estar brincando’ disse ele, inacreditável, mesmo com uma varinha contra seu pescoço ele não conseguia ser gentil ‘Eu não estou brincando’ aperto a varinha contra seu pescoço ao ponto dele fechar rapidamente de novo os olhos ‘Estou cansada de pessoas como você Malfoy, pensa que pode fazer tudo o que quiser apenas porque seu pai lhe disse, ofende as pessoas como se não houvesse consequência, e mesmo após todos te desprezarem você continua fazendo isso’ a cada palavra que saia da minha boca minha raiva aumentava, estava segurando estes pensamentos sobre Draco a muito tempo (desde o primeiro ano) ‘Eu estou aqui para ganhar pontos a minha casa, não a você! Eu não sou sua criada, não sou sua professora, e muito menos sua amiga, da próxima vez que você pensar em chamar um lufa-lufa de fraco se lembre da minha varinha em seu pescoço.’ término tirando a varinha de seu pescoço e deixando ele sair, quando olho ao bruxo vejo seu rosto vermelho, não sei se é por raiva ou vergonha, na verdade não importa. Sinto vergonha pelo que fiz, por mais que prazeroso por alguns minutos eu não devia ter feito aquilo, agi como ele teria agido e para mim é motivo de vergonha.
‘Você sabe o que tem que fazer, amanhã continuaremos’ falo enquanto desamarro o macacão e pego meus livros, não fico para ver a reação dele e nem ver se ele realmente vai continuar a tarefa, apenas me dirijo para dentro do castelo e continuou o resto das minhas atividades do dia.
Este episódio me aborreceu tanto que perdi minha fome na hora da janta  fui direto para cama e dormi, no outro dia também não peguei café da manhã, apenas compareci a minhas aulas matutinas normalmente, após o almoço ( o qual comi apenas uma maçã verde) me dirigi a estufa, para minha surpresa Draco já estava lá quando cheguei, sentado na bancada com o macacão e galocha vestidos.
 Não digo nada a ele, sinto vergonha pelo outro dia e decidi fingir como se nada tivesse acontecido, ao olhar o caderno dele vejo que está cheio de anotação, fico surpresa ao ver ‘Posso dar uma olhada?’ Pergunto virando a ele, o bruxo consente com a cabeça e eu começo a ler as anotações, surpreendentemente elas estão todas certas ‘São ótimas anotações Draco’ falei virando a ele, mas o que recebi como resposta foi apenas o silêncio ‘Por que você está aqui Malfoy?’ minha pergunta surpreende o bruxo, o qual finalmente se vira em minha direção ‘Eu sei que você não comparece a muitas aulas, porém eu sei que você não tem dificuldade nisso, ninguém tem’ digo a ele antes que ele pudesse me responder.
‘Esta aula é patética’ Ele me responde enquanto volta a ficar virado para frente, encarando a  mandrágora ‘Nunca dei atenção porque nunca achei que merecia atenção,tinha coisas melhores a fazer’ completa o bruxo enquanto apoia a cabeça em sua mão, parecia estar entediado.
Ficamos mais alguns minutos em silêncio completo até que não me aguentei e falei ‘Queria me desculpar por ontem, foi inapropriado ’ viro minha cabeça em sua direção ‘Não precisamos falar sobre isso’ Draco respondeu rapidamente de maneira fria e sem olhar em minha direção. Não estava satisfeita com aquela resposta, seria impossível conviver com uma pessoa por duas semanas sem que ela olhe no meu rosto ‘temos que adubar a planta’ falo tentando começar uma conversa.
Draco se levanta e vai até a prateleira pegar o adubo, enquanto isso começamos a ouvir barulho da chuva, a qual aumentava cada vez mais e de maneira mais agressiva, Malfoy colocou voltou a mesa com o adubo e ficou me olhando. ‘Você não quer fazer as honras?’ ele pergunta empurrando o adubo em minha direção ‘Sinto muito, mas na verdade você tem que fazer isso’ digo enquanto empurro de volta para ele, o bruxo não sabia por onde começar, pegou uma quantidade exacerbada de adubo com a pá e apenas jogou no vaso ‘Não precisa de tanto’ falo a ele mas acredito que ele não conseguia me ouvir, o barulho da chuva aumentava a cada minuto e som que as gotas faziam ao se chocarem ao vidro da estufa apenas piora as coisas.
Me aproximei dele para retirar o resto de adubo do vaso quando um enorme trovão rojou, desequilibrando Draco o qual o fez cair em cima de mim e o adubo em meu rosto. Por um instante ficamos nos encarando estáticos, um esperando a reação do outro sem saber o que fazer, não conseguia sair pois estava ao chão com o peso do corpo de Draco em cima de mim, estava esperando ele começar a brigar e me xingar mas invés disso ele começou a dar risada o que me fez rir também, as risadas se intensificaram quando o adubo no meu rosto começou a ir pro meu olho, Malfoy saiu de cima de mim e  continuou sentado ao chão em minha frente.
‘Acredito que seja esse o seu jeito de se vingar por ontem?!’ digo a ele enquanto me sento à sua frente no chão, retirando o resto de adubo do meu rosto. ‘Acho que de alguma forma, sim’ o bruxo diz sorrindo, ainda dando gargalhadas baixas. Olho para a porta da estufa e vejo que o tempo não melhorou ‘Acho que não vamos conseguir chegar a janta hoje’ digo olhando a ele, pela primeira vez no dia Draco olha diretamente aos meus olhos ‘Temo que seja verdade’ o bruxo fala em minha direção.
Ficamos conversando a tarde toda, a chuva não parecia ir embora tão cedo e aos poucos o temido bruxo Malfoy foi se abrindo mais a conversa, ele não parecia mais tão irritante igual eu achava, pelo contrário, fui percebendo que  entre nós existiam mais coisas em comum entre nós do que pensava, ambos gostavam de dias frias, torciam para o mesmo time de quadribol, liam os mesmos livros e etc.. Pela primeira vez desde que conheci Draco, não me senti intimidada, não senti que estava sendo atacada, apenas senti uma leveza.
‘Então qual é a coisa que você gosta de fazer?’ Pergunto me aproximando dele, ‘Como assim?’ Draco perguntou confuso, ‘Você disse que tinha ‘coisas melhores para fazer’ do que prestar atenção na aula de herbologia’ o respondo sorrindo. ‘Sei la’ ele passa a mão atrás da cabeça ‘Eu estou no time de quadribol’ ele fala como se estivesse lembrando este fato a si mesmo ‘então tenho que praticar mais’ contínua ‘Mas também gosto das aulas de poções’ ele me olha ‘Não pelo professor, cruzes’ Malfoy continua falando ‘Gosto de criar poções, sou bom nisso ele finaliza, esperando minha resposta enquanto me encara.
‘Podemos usar alguma substância que extrairmos da planta em alguma poção’ sugiro a ele, ao terminar de falar isso percebo sua reação, surpreso e se pudesse adivinhar ele estava até tocado, ‘Podemos tentar’ ele responde ‘Acho que já podemos ir’ fala se levantando e tirando a  terra de seu macacão ‘a chuva parou’ ele dispara enquanto estende a mão para mim. Esta é uma cena que nunca pensei em ver, Draco Malfoy estendendo a mão para mim ‘Nos vemos amanhã então’ sorriu  a ele enquanto  limpava e tirava meu macacão, nós dois nos despedimos e saímos para o  castelo, ao chegar nos corredores nos separamos.
 Ao decorrer do dia eu o vi passando, mas não o comprimentei nem sequer olhei em sua direção, tinha medo de tudo aquilo não ter se passado de um episódio único e excepcional, consegui chegar no final da janta, Amélia me perguntou o porquê do sumiço e apenas disse a ela que perdi a noção do tempo, não acho que valha a pena comentar o que aconteceu hoje pois acredito que não vá se repetir amanhã.
 A rotina de manhã era monótona, eu acordava, tomava café da manhã e ia para a aula, a única parte que me animava totalmente era a ida até estufa, chegava até sentir um pouco de borboletas na barriga só de pensar, estava com medo sobre como seria hoje com o Draco, se ele ainda olharia em meus olhos como ontem ou voltaria a ser o Malfoy que sempre conheci.
Acabou sobrando uma maçã verde do almoço então decidi levar caso sinta fome, enquanto adentrava a estufa, vi o bruxo de cabelos prateados apoiado sobre a bancada, olhando para a planta em sua frente. Quando me viu ele se levantou rapidamente, fazendo nos dois darmos uma leve risada pela situação. Depois de alguns minutos comparando anotações sugeri que levantássemos a mandrágora para ver como ela estava se desenvolvendo  ‘Não esqueça os abafadores’ digo colocando em minha cabeça, espero Draco colocar os deles para levantar a planta, e tiro com força, mesmo com abafadores o barulho que ecoou era insuportável, estava analisando o corpo da planta quando vejo Draco caindo para trás, instantaneamente meu corpo se eletriza, coloco a mandrágora no  vaso e corro para o chão para me certificar se ele estava bem ‘Por Merlim Malfoy, está tudo bem? Eu jurava que você estava com abafadores,sinto muito’ digo enquanto seguro seu corpo desmaiado ‘Por favor acorda’ meu desespero começa a subir, passo a chacoalhar seu corpo com a maior força que consigo. Seus olhos começam a se abrir e sua boca começa a esboçar uma risada ‘Eu não acredito que você fez isso’ digo o dando um empurrão enquanto ele levanta ‘Eu fiquei realmente preocupada, imagina se eu matasse o grande Draco Malfoy’ digo em tom de ironia ‘O que Lúcio Malfoy faria comigo’ continuou brincando, vejo que ele não gostou da última parte mas continuou sorrindo para mim ‘Você ficou desesperada’ ele falou ‘realmente ficou preocupada’ completou um pouco mais sério. Em resposta sorri para ele e virei na minha bolsa  e peguei a maçã ‘Mesmo você não ter desmaiado de verdade, toma’ entrego a ele ‘Você deu uma bela de uma performance’ completo, Malfoy pega a maçã de minha mão e ao tocar sinto uma onda de choque, que foi da ponta do meu dedo até o resto do meu corpo, tentei demonstrar que não tinha sentido nada mas não tenho certeza que consegui fazer isso.  
 ‘Obrigada S/N’ Ele fala enquanto morde a maçã ‘De verdade’ ele completa, o resto da tarde continuamos falando sobre mandrágoras e escrevendo o relatório, pelos dias subsequentes continuamos assim, ao decorrer do tempo junto começamos a conversar mais do que realmente estudar, levar maçãs verdes para Draco se tornou uma tradição, perdemos tanto a noção do tempo  que chegavamos a perder a janta, eu sabia que ele não precisava de ajuda, comecei a desconfiar que ele só estava fazendo aquilo para ter alguém com quem conversar, sem conversar sobre Harry Potter, você-sabe-quem, Lucios malfoy, sem nada disso apenas duas pessoas que querem ouvir o que uma tem a dizer a outra.
‘Está muito escuro’ Draco diz me olhando enquanto se levanta da cadeira ‘Sim, costuma ficar assim de noite’ respondo em tom de brincadeira começando a desamarrar a o meu macacão ‘Eu te ajudo’ ele fala enquanto se dirige até minhas costas, começa a desamarrar o macacão, no momento que sinto seus dedos desenrolasse em minhas costas meu corpo se arrepia todo e as borboletas no estômago começam a voar dentro de mim, não sou capaz de responde-lo enquanto toca em mim, me sinto uma idiota por  tudo o que estava sentindo pois no fundo sabia que era a unica que sentia aquilo.
‘Então’ o bruxo fala após terminar de me ajudar a tirar o macacão ‘Quer companhia até o castelo?’ ele se dirige a minha frente, olhando diretamente a mim com aqueles grandes e brilhantes olhos ‘Quero’ falei pegando meu caderno e o acompanhando em direção ao castelo. No trajeto a escola continuamos conversando, segurava a risada para não acordar nenhum fantasma e Draco iluminava o caminho com sua varinha, ele me deixou bem na entrada da sala comunal da lufa-lufa.
‘Bom.. esse foi o mais perto que cheguei da lufa-lufa’ diz sorrindo ‘Durma bem S/N’ o bruxo falou enquanto ia embora, eu apenas acenei e fiquei olhando enquanto a luz de sua varinha se afastava.
As duas semanas que antes pareciam ser interminável se passaram como um sopro, a cada dia eu e Draco estavam mais próximos, e meu sentimento de carinho pelo bruxo aumentava estrondosamente a cada minuto que passava ao seu lado,  meu medo era que ao  entregar a atividade, Draco voltaria a ser o que ele sempre foi comigo e isso quebraria meu coração mil vezes mais dolorosamente do que antes. Ao caminho da penúltima aula do período matutino me dirijo ao almoço com Amélia, decido finalmente contar a ela o que está acontecendo nas aulas de herbologia, como resposta ela não parecia surpresa pelo fato de eu estar criando sentimentos por alguém mas por ser o Draco, o qual a duas semanas atrás parecia ser a última pessoa que eu queria ver na terra, rimos da ironia ‘E ele?’ ela pergunta a mim, ‘o que tem ele?’ eu respondo, ela apenas faz uma cara de você-sabe-o-que-tem para mim ‘Eu não sei Amélia, a única coisa que ele fez foi me tratar como um ser humano, e eu já estou assim’ falo de maneira desacreditava ‘Te tratar como um ‘ser humano’ é mais do que Draco Malfoy vendo fazendo por todos desde sempre’ minha amiga diz, o que automaticamente me deixou mais esperançosa ‘Falando no bruxo’ ele diz no meu ouvido enquanto olha para frente, era Malfoy e seu grupinho vindo em nossa direção, estavam dando risada enquanto caminhavam a minha frente vindo de encontro ‘Fala alguma coisa’ Amélia diz em meu ouvido rápido, e foi exatamente o que fiz, no momento que Draco passou em minha frente eu levantei a mão e acenei falando um simples ‘oi’, o resultado foi esmagador, ele me olhou e quando algum de seus amigos do grupo perguntou ‘Draco, você conhece essa?’ o bruxo apenas respondeu ‘Nunca vi essa sangue ruim’ e apenas continuou andando com a maior indiferença e isso foi como um soco no estômago, corri para o banheiro feminino que estava perto e me tranquei em uma das cabines, surpreendente lágrimas não escorrem do meu rosto, o que dói é meu corpo, fisicamente foi em cada centímetro do meu corpo, agarro minha barriga e me encosto na parede, Amélia chegou em poucos minutos, me abraçando e ficando do meu lado, ela não precisou perguntar o que aconteceu, sabia que meu coração tinha sido quebrado e que naquele momento eu precisava apenas ficar quieta.
 ‘Vamos almoçar S/N, você não vai mais a aquela estufa hoje, nem nunca mais, não enquanto aquele idiota estiver lá’ minha amiga diz enquanto me levanta e me acompanha  para almoçarmos, eventualmente pedi para que ela levasse minha carta a professora Pomona Sprou o qual disse:
‘Boa Tarde Professora Pomona Sprou, Primeiramente desejo me desculpar pela a ausência na monitoria com o aluno hoje, tomei a liberdade em me ausentar devido ser o penúltimo dia do prazo final e por acreditar que meu auxílio não são mais necessários, devido um mal estar terei que me ausentar das próximas aulas regulares, acredito que não será incomodo pelo meu crédito avançado, qualquer problema por favor, entre em contato.  
‘Você acha mesmo que vai conseguir se manter longe das aulas com essa desculpa?’ perguntou Amélia enquanto estava ao caminho de entregar a carta, ‘Eu preciso pelo menos tentar’ digo a ela tentando ser otimista, não queria voltar a ver o rosto dele tão cedo. Enquanto Amélia entrega a carta a professora eu continuo com as classes normais que tinham no resto do dia, só fui reencontrar minha amiga na janta enquanto comíamos na mesa da lufa-lufa, ‘Draco estava lá’ ela disse enquanto se servia ‘Parecia confuso em me ver entregando a carta a professora’ termina de falar olhando para mim, eu não a respondi, decidi apagar da minha mente que algum dia eu me deixei ser enganada por Draco Malfoy.  
Dias se passaram e aos poucos eu comecei a me sentir menos infeliz, não era mais a garota que amava herbologia, na verdade esta matéria me dava enjoo  só de pensar, evitava ao máximo ir às aulas dentro da estufa, e toda vez que via um cabelo platinado de longe no corredor eu virava imediatamente para o outro lado, foi assim por uma semana. Hoje a noite estava me dirigindo a sala comunal da lufa-lufa quando vi um certo tumulto no centro do local, perguntei a alguma menina o que estava acontecendo e ela disse ‘Alguém deixou um presente para a S/N’ ela fala sem olhar em seu rosto, apenas tenta espiar  ‘eu sou a S/N’ digo enquanto vou atravessando o mar de pessoas até chegar ao centro da sala. Meu coração disparou, era uma cesta cheia de maçãs verdes com uma carta com meu nome endereçado, pego a cesta depressa e levo até o meu dormitório onde a coloco em cima da minha cama e abro o envelope, eu sei de quem é e sei que deveria ter jogado fora mas eu não seria capaz de tal coisa.
                ‘Nunca esquecerei de sua varinha no meu pescoço’
Ficou pasma, parece que uma chama dentro de mim se acende intensamente, por um minuto as doces lembranças de Drago vem a minha mente, o jeito que a boca dele ficava quando sorria, o olhar que ele fazia quando o oferecia a maçã e a sensação que sentia toda vez que seus dedos tocava minha pele. Tudo era muito bonito mas não era real, era apenas mais um jogo de Draco, fiz um favor a mim mesma e rasguei o bilhete, coloquei as maçãs com uma plaquinha de ‘Fiquem à vontade’  e voltei a dormir e minha cama.
Acordei com um susto, inicialmente achei que era um pesadelo, mas ao sentir o calor da luz da varinha em meu rosto assustei, o rosto de Draco surgiu em seguida esticando a mão para mim, o flashback da primeira vez que o vi estendendo a mão para mim veio em minha cabeça. ‘Venha comigo’ ele pede com a mão estendida, antes que eu pudesse responder ‘Eu sei, mas preciso que você venha comigo’ ele continua, a reação do meu corpo foi em pegar sua mão. Andamos silenciosamente pelos os corredores, ao olhar pela janela vi que o amanhecer já estava chegando e o céu estava uma mistura de azul escuro com um laranja. Subíamos até uma torre do castelo, fiquei surpresa como nenhum monitor nos encontrou, ao entrar na torre meu queixo caiu, a torre inteira estava repleta de flores, uma linda mistura de flores de primavera e de inverno.
‘O que você está tentando fazer?’ Pergunto ao bruxo verdadeiramente confusa ‘Que tipo de brincadeira doentia você está fazendo comigo? a troco do que? tudo isso pelo o que eu fiz no primeiro dia?’ contínuo enquanto me afasto dele.
‘Não’ ele fala rapidamente ‘Claro que não S/N’ ele enruga o rosto como se estivesse indignado que eu não soubesse ‘O que você fez no primeiro dia… não vou dizer que gostei daquilo pois estaria mentindo’ ele fala, me fazendo encolher ainda mais ‘Porém me fez pensar, antes daquilo nem sabia do seu nome, te via como apenas mais uma lufa-lufa bobinha’ ele continua enquanto tenta se aproximar de mim ‘Mas nenhuma ‘lufa-lufa bobinha’ faria o que você fez’ diz segurando os meus braços ‘que eu sou uma farsa muitos sabem, mas ninguém nunca falou como você, e tudo o que você disse me irritou muito… e no outro dia pensei que você não iria olhar na minha cara, quando você começou a tentar conversar comigo… me fez transformar a revolta que tinha por você para algo a mais’ o bruxo fala olhando a mim, nunca tinha visto ele tão inofensivo ‘com você é tão mais fácil, eu consigo falar sobre tudo com você, meu dia sempre ficava mais simples quando eu te via’
‘Mas o que você fez no corredor..’ digo a ele enquanto abaixo a cabeça, por mais que tudo o que ele tenha falado seja lindo, não apagava  o que ele tinha feito.
‘O que você queria que eu falasse? Que eu acenasse a você? te beijasse? você conhece Crabbe e Goyle? não me deixariam em paz, não te deixariam em paz’ Malfoy fala de forma defensiva ‘Eu não sabia se o que eu sentia por você era recíproco, como poderia me arriscar assim’ ele termina, o bruxo já não estava perto de mim, parece envergonhado.
‘Draco eu não sei o que você quer que aconteça com tudo isso’ Digo apontando para todos os arranjos de flores ‘isso é lindo, mas o que significa?’
Malfoy me puxa para perto dele, onde a luz do sol nascendo começa a tocar nós dois ‘Eu sinto muito se não o tipo de pessoa que você merecia ter por perto, eu admito, você merecia alguém que se declarasse aos sete cantos do mundo, quem segurasse sua mão, fosse carinhoso como você é, te recitar poesias todos os dias e te lembrar o quanto te ama a cada minuto’ ele fala enquanto segura meu rosto trazendo perto ao seu ‘eu não sou assim, você sabe’ após Draco falar isso seu olhar se abaixa desesperançoso, mas ele segura mais forte seu rosto perto dele ‘Mas isso não significa que eu não vou tentar ser o melhor que posso ser, se você dizer que é recíproco, S/N eu vou fazer de tudo para você, vou te proteger e cuidar como se você fosse uma parte de mim, porque a partir de algum momento você realmente passou a ser parte de mim, não te ver se tornou meu pior castigo, e te ver infeliz é como viver em um mundo sem cor, eu sinto muito pelo que fiz, mais uma vez eu fui um covarde e me escondi, mas se você quiser eu prometo’ Draco diz  passando os dedos entre seu pescoço e seu rosto de forma delicada ‘Que eu vou fazer de tudo para você sentir ¼ da felicidade que você me faz sentir quando está perto de mim.
Não sabia o que dizer, tudo o que você tinha sentido era recíproco, o medo de ser tudo uma farsa ainda estava dentro de você, porém ao olhar dentro dos olhos profundos de Draco,  soube que era verdade, nunca estive tão perto de alguém, nunca estive tão ligada sentimentalmente com alguém e estava com todos os medos que alguém poderia sentir, deixei meu corpo me controlar e como resposta beijei ele, depois de tanto tempo, eu finalmente estava beijando Draco Malfoy, sabendo que o que aconteceria dali para frente não seria fácil e por muitas vezes doloroso, mas que por ele valeria a pena, se para te-lo ao seu precisaria quebrar meu coração em mil pedaços, eu faria duas vezes, e algo em mim me faz sentir que ele faria o mesmo.
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comigomedesavim · 3 years
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Noel
Estava escuro e eu esperava na frente do portão. Não era nem casa e nem prédio, o apelido era cortiço, mas não era cortiço também. Era um conjunto de pequenas habitações térreas, todas iguais, separadas por muro e com um corredor amplo no meio. Só quarto, sala, cozinha e banheiro. Poucas janelas e uma infiltração que nunca ia embora. Apesar disso, era a casa onde, depois de vários anos de quarto compartilhado, eu vivia sozinha, desfrutando da juventude e da liberdade dos anos universitários. Vi ele vindo de longe, uma figura muito alta e magra, girando, com destreza, um cabo de vassoura. Era para se proteger, disse, quando chegou. Achou minha vizinhança barra pesada, embora tivesse vindo a pé do seu apartamento.
Esse era o encontro de estreia da segunda temporada da nossa relação e é a noite que de vez em quando eu imagino reviver, caso essa oportunidade um dia me seja dada. Muito porque eu não lembro de nenhuma palavra que eu tenha dito, mas também porque foi a única chance que tivemos. Pensando bem, por mais que eu tente, não me lembro de nenhuma frase que eu tenha dito em nossa relação inteira, nadinha. “tudo bem?” “gostou?” “nos vemos de novo?” Devo ter dito coisas assim, mas na memória não encontro a minha voz. Era esse o efeito que exercia sobre mim, o Noel, como se emanasse uma frequência que bloqueava minhas sinapses e perto dele eu não conseguia pensar, falar ou agir, uma espécie de paralisia magnética.
Uma vez, cansada dele ou de mim, mandei um e-mail com um arquivo de texto anexo, falando coisas que tinham ficado engasgadas. Provavelmente era sobre o esquema de reforço intermitente ao qual me mantinha. Ele me respondeu dizendo que nem tinha lido, estava com problemas bem mais graves do que as minhas reclamações e que eu sabia muito bem que podia ligar pra ele sempre que eu quisesse. Eu não sabia.
Não sei se eu alguma vez eu cheguei a ligar, provável que sim, mas era muito raro. Falar com alguém nem sempre foi assim tão fácil como se tornou depois da internet. Nessa época eu tinha um aparelho celular pré-pago de segunda mão que, literalmente, nunca tinha crédito e um telefone fixo exclusivo para emergências. Telefonar, acreditem, era caríssimo e eu não tinha dinheiro sobrando. Se bem me lembro, acho que esse encontro noturno foi seguido de uma conversa a partir de um telefone público, na época em que os créditos sendo consumidos apressavam aquela morosidade romântica de quem não queria desligar. Chegamos a viver isso?
Não lembro se comemos alguma coisa, nem sobre o que falamos, estava nervosíssima. Dias antes eu tinha trombado com ele em um ônibus qualquer, nosso último afastamento não tinha sido bom pra mim, por isso fiquei distante. Ele que veio intencionalmente – e essa vaidade eu vou carregar pra sempre – falar comigo. A viagem ia ser curta, um trajeto daqui até ali dentro da universidade. Pediu meu telefone, não dava tempo de pegar nada pra anotar porque eu já estava na porta do ônibus, falei os números já nas escadas: nove nove meia dois nove dois dois cinco, acho que era isso. Morri de medo de ele não conseguir gravar, mas ele gravou e ligou.
A gente foi pra cama e o sexo era como tudo no relacionamento, “estar ali” e não “estar ali” o tempo todo. Eu sentia desejo e até prazer, principalmente em deixá-lo fazer o que queria, me posicionando assim ou assado, gostava de saber que eu o agradava, que me achava bonita, que me desejava e que admirava o fato de eu estar ali, sem perguntar e nem requerer nada. E foi depois do sexo que aquela coisa sem precedente se deu, tão surpreendente que eu não captei e deixei esvanecer. Me abraçou enquanto eu estava deitada ao lado do seu corpo magro e disse que tinha ansiado por aquilo, por me dar o carinho que eu merecia e, de alguma forma, apagar algo ruim que ele tinha me feito. Disse que pensava em mim, desejando essa chance de guardar a nossa história de uma forma diferente. O que será que eu respondi?
Eu não sei se era uma chance verdadeira ou falsa, nem sei se ele disse mesmo isso. Vai ver também que não era nada, era só brincar de se gostar um pouquinho, uma ilusão que afastava a vida real e os relacionamentos como eles são, como foi no dia da piscina, quando éramos ainda mais jovens, cercados de amigos, alterados de álcool, e já em final de primeira temporada. Queria lembrar suas exatas palavras daquele dia, mas só me vem “posso te usar hoje?”, se foi uma frase assim tão tosca não sei precisar, mas o que se seguiu foi uma tarde de carinhos e leveza, talvez esse momento fingido tendo sido o mais verdadeiro que vivemos.
O fato é que eu não sei o que eu respondi e independente disso, nunca teríamos dado certo. Ele era um rapaz jovem com vivências sérias demais e eu uma moça jovem sem vivência nenhuma. Nossas duas temporadas se acabaram do mesmo jeito: ele apaixonado e namorando - outra. Tentou me chamar para um terceiro ato, mas aí eu que estava apaixonada, nosso tempo nunca combinou.
Ele tinha especial interesse em música, tipos de metal que eu não conhecia e esse era mais um descompasso entre nós. Um dia me indicou um álbum de uma banda nacional “surpreendentemente bom”, disse. Por sorte era tristíssimo e me ajudou muito a curtir a fossa do afastamento que se seguiu. Uma das músicas dizia “você deixou sinais pelo caminho, que eu não quis enxergar, fiz que não vi”. Acho que foi isso. Eu digo pra mim mesma que nunca fui dispensada por um cara que eu gostasse e pra isso continuar a ser verdade eu preciso fingir que não gostei de você, Noel. Você quase não sorria e era quando ficava mais bonito.
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tomlinswons · 5 years
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Demorei a postar porque aconteceu uns imprevistos em casa, mas nada de mais. Espero que gostem, e aguardem para mais capítulos! xoxo!
Parte um  ㅤ|ㅤ Parte dois ㅤ|ㅤ Parte três
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MY FAVORITE MODEL.
Naquele momento eu queria que o tempo parasse, apenas para que eu pudesse chegar a tempo da reunião. Queria que todas aquelas pessoas abrissem passagem na calçada para que eu não precisasse pedir licença e acabasse esbarrando sem querer nelas. Queria ter um carro, o que me facilitaria andar com todas aquelas pastas. 
Queria que o mundo não estivesse acabando bem acima da minha cabeça.
Meus passos tentavam ao máximo se apressar e não tropeçar um no outro, evitando (sem sucesso) as poças de água que se formavam devido a chuva. Quando avistei o grande prédio onde eu trabalhava pude sentir uma pontinha de felicidade, chegaria com apenas 25 minutos de atraso. Eu passei pela grande porta giratória de forma desengonçada, ignorando qualquer comentário sobre o meu estado atual e me dirigindo à recepção, onde Coraline me olhava com um careta.
— Está procurando um estilo próprio? — ela perguntou quando eu parei em frente ao balcão, fechando o guarda-chuva de qualquer jeito. Eu olhei para as minhas roupas molhadas e grunhi ao perceber que havia colocado um par de botas diferentes e que a jaqueta estava pelo avesso.
— Sem comentários, por favor — pedi, colocando minha bolsa e uma das pastas que eu carregava em cima do balcão. — As correspondências são para o 5º andar, e as papeladas de demissão vão direto para Karl. Não me pergunte quem é Hope e o que ela está fazendo no meio das fotos para o desfile — falei um tanto quanto rápido, não deixando que Coraline comentasse sobre a foto da garota de cabelo rosa. — Estou atrasada, provavelmente essa é a última vez que você vai me ver por aqui, então quero que cuide de Fred para mim.
— Ela já me ligou 7 vezes, num intervalo de 5 minutos. — A loirinha pegou os papéis de dentro das pastas. — Você não está tão ferrada quanto parece.
— Evans. — Ouvi uma voz um pouco distante e meu rosto se contorceu, fazendo Cora segurar o riso, antes de eu me virar com um sorriso nervoso. — Está atrasada.
— Eu sei, senhora Carter, é que... — tentei me desculpar, mas fui interrompida. 
— Ande, sem desculpas. — Melanie deu às costas para mim e foi até o elevador, deixando-me no saguão do prédio. Eu suspirei cansada e Cora me olhou amigavelmente.
— Se você ainda quiser o seu emprego, eu sugiro que leve esse monte de pastas até aquela maldita sala de reuniões — Cora disse empurrando as pastas para mim. Eu suspirei novamente e peguei tudo nos braços. 
A sala de reuniões ficava no 8º andar, o elevador parecia subir mais lento que o normal naquele dia. Meus olhos não saiam da tela onde os números mudavam enquanto meus dedos batucavam sem paciência nas pastas. O barulho feito ao chegar no andar de destino fez meu coração palpitar de expectativa. Ao sair do elevador, Melanie discutia com uma estagiária que estava encolhida com um tablet nas mãos, me fazendo ter quase pena dela.
— Tentarei atualizar a agenda o quanto antes, senhora Carter — a garota disse enquanto se afastava com passos rápidos. Eu respirei fundo e comecei a caminhar até Melanie, que estava olhando as horas no relógio impacientemente antes de perceber minha presença.
— Finalmente, Evans! — Eu deixei minha bolsa no chão e peguei a pasta que Melanie precisava.
— Eu arrumei os gráficos e selecionei os modelos que você pediu. Talvez Steve não seja uma escolha adequada visto que ele não falou bem da revista — falei ao lhe entregar os relatórios que eu havia passado a madrugada fazendo. — Além dos gráficos de desempenho da empresa que consegui com Peter, consegui organizar os melhores horários para ligar para os fotógrafos. — Ela passou os olhos pelas folhas (muito bem organizadas por mim, diga-se de passagem) enquanto eu explicava.
— Irei esquecer esse seu atraso apenas pelo fato de ter trazido tudo o que pedi — Melanie disse sem levantar o olhar. — Você irá participar da reunião comigo. — Dito isso, ela deu às costas e foi para a sala de reuniões, onde já dava para ouvir vozes e risadas que não eram conhecidas por minha pessoa. 
Eu respirei fundo e peguei minha bolsa do chão, a seguindo para a maldita sala de reuniões. Eu gostaria de ter ficado fora daquela reunião no instante seguinte em que eu fechei a porta atrás de mim. 
Todos os olhares se voltaram para mim, inclusive o dele.
— Queiram me desculpar pelo atraso de minha funcionária, acredito que isso não nos prejudicará — Melanie se pôs a falar enquanto eu caminhava para uma poltrona fora da mesa, evitando qualquer contato visual com quem estava presente.
— Ah, eu me senti um tanto prejudicado, Melanie. — A voz que eu menos queria ouvir naquele momento deu o ar da graça. — Que tipo de funcionária você anda contratando para uma revista tão prestigiada?
— A mesma funcionária que quase implorou para que eu o fizesse modelo meses atrás, Styles. — Ela precisava lembrar desse fato, pensei aborrecida. — Se você está aqui agora, deveria ser um pouco grato.
— A propósito, o termos do contrato para o próximo desfile são um tanto quanto absurdos. Gostaria de revisá-los. — Uma outra mulher cortou o clima que começara a pairar no ar. Eu poderia agradecê-la, pois de nada me acrescentaria àquela reunião. 
Eu me mantive quieta durante a reunião, eles falavam sobre assuntos que eu dificilmente conseguia entender, ainda mais por Harry ficar me encarando de hora em hora. Era irritante o fato de ele ainda ter poderes sobre mim, por menor que sejam. 
A reunião havia acabado, e eu praticamente corria para fora daquela sala antes que mais alguém perguntasse sobre o meu desempenho como secretária de Melanie Carter. Coraline havia tirado seu tempo para o almoço e combinara comigo de nos encontrarmos para almoçarmos juntas, no entanto o plano de sair da sala de reuniões sem ser notada desceu por água abaixo. 
Harry Styles estava parado perto do elevador com seus olhos grudados na tela do celular; eu poderia descer pelas escadas e fazer de conta que eu não o havia visto, isso se ele não tivesse desviado o olhar do celular para as minhas botas levemente molhadas. 
— Há um conceito para isso? — ele perguntou, agora olhando para o meu rosto, possivelmente ruborizado.
— Atraso, apenas — respondi, indo em direção ao quadro de botões do elevador. 
— Está me evitando, S/n? — ele disse, se colocando ao meu lado, com um dos ombros encostado à parede. Eu respirei fundo, impaciente. 
— Não, Styles, eu apenas estou com fome. — Apertei o botão do elevador mais uma vez, como se isso agilizasse o processo de ele subir, sem fazer contato visual com o indivíduo ao meu lado.
— Eu posso te levar para almoçar, se quiser. Tem um restaurante logo...
— Não, obrigada, já tenho companhia — o cortei, vendo-o recuar quando o elevador finalmente chegara ao andar. A sensação de novamente vê-lo ali na empresa me deixava um tanto incomodada; eu não sabia o que se passava na cabeça de Styles.
— Olha só, a garota que odiava comer com alguém a olhando agora almoça com uma companhia — debochou, com um sorriso de lado. Eu ignorei seu comentário enquanto adentrava o elevador com ele ao meu encalço. — Estou surpreso, de verdade.
— Poupe sua língua com algo útil, Styles, estou sem tempo para os seus comentários — soltei por fim, vendo as portas do elevador fechar. Enquanto o elevador descia ao andar que eu o havia destinado, meus olhos estavam presos no teto espelhado, enquanto os de Harry estavam presos em mim. 
Aquila era uma situação desconfortável de inúmeras maneiras.
— Achei que você gostava da minha língua, S/n. — O ouvi murmurar, sentindo seus olhar na direção do meu rosto. 
— Isso já faz meses, não sinto nada por você agora — murmurei de volta, sentindo um estranho frio na barriga; impaciente, também, pela demora do elevador chegar ao primeiro andar. Eu teria feito algo de tão ruim para os Deuses me castigarem dessa maneira?
— Qual é, Evans? Vai entrar em estado de negação agora? — ele reclamou. Nesse momento eu o olhei.
— Escuta aqui, Styles, eu não vou falar mais de uma vez; me esquece. Você teve a sua chance e desperdiçou, eu não vou ser feita de trouxa novamente — falei, me aproximando mais do que devia do dito cujo. — Você simplesmente sumiu, me ignorou a semana toda e depois apareceu com aquela pink hair  em todas as capas de revistas e...
— Você está com ciúmes da Hope, S/n? — ele me interrompeu, com o mesmo sorriso presunçoso de sempre. Eu estava levemente ofegante, próxima demais de Harry, dando para sentir seu perfume inconfundível.
Eu estava a um passo de mandá-lo se foder, se não fosse o som tão divino do elevador parando. Eu respirei fundo e dei às costas, deixando o garoto para trás.
Tudo bem estar a fim de um dos modelos mais cobiçados pela as maiores revistas da atualidade meses atrás, mas custava esse modelo ser justamente Harry Styles? O mais egocêntrico e desprezível ser humano que já tenha passado na minha vida? E agora... Bom, ele está de volta. 
Obrigada universo por conspirar contra mim novamente.
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tmagbr · 4 years
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Avisos de conteúdo: manipulação, body horror, paranoia, impostores, stalking, menção a ferimentos, menção a sangue.
MAG 003 – CASO #0070107 “DO OUTRO LADO DA RUA”.
ARQUIVISTA
Declaração de Amy Patel, em relação à alegada desaparição de seu conhecido Graham Folger. Declaração original dada em primeiro de julho de 2007. Gravação em áudio por Jonathan Sims, Arquivista Chefe do Instituto Magnus, Londres.
Início da declaração.
ARQUIVISTA (DECLARAÇÃO).
Eu conheci Graham mais ou menos dois anos atrás. É difícil dizer exatamente quando foi nosso primeiro encontro ou sequer quando começamos a conversar, já que pegamos uma mesma cadeira na época. Eu tinha certeza de que existia bastante interação antes de descobrirmos os nomes um do outro. Mas comecei o curso em 2005, então... é. Uns dois anos. Tinha decidido pegar uma aula de criminologia na Universidade Birkbeck como uma forma de sair da rotina do meu trabalho de escritório. Sou uma analista de conformidade assistente em Deloitte e se você acha que isso soa tedioso... bem... sim, é. Sabia que esse curso de criminologia não me levaria a lugar algum, mesmo se eu o concluísse. Só tinha que fazer algo que achasse mais interessante na minha vida. E era isso ou me tornar alcoólatra, então...
Desculpa, estou saindo do assunto. Inicialmente, achei Graham um pouco estranho. Ele fumava o tempo inteiro e usava desodorante demais pra tentar esconder o cheiro. Também era um pouco mais velho que eu, uns dez anos, por aí. Nunca perguntei sua idade, quer dizer, não éramos assim tão próximos, mas já dava de ver o branco tomando conta nos lados da cabeça e era visível que o cansaço em seu rosto não era de perder uma só noite de sono. Isso não quer dizer que ele era feio — tinha um rosto arredondado, amigável e olhos de um azul bem profundo, mas muito longe de ser meu tipo. Ele falava bem em trabalhos em grupo, pelo menos quando falava, e acho que deve ter feito Oxford, mas não sei qual curso. Tinha percebido que ele sempre parecia estar rabiscando furiosamente em um caderno, mesmo quando quem palestrava não dizia uma palavra. De primeira, só achei que ele era meticuloso, mas juro que o vi encher um caderno a5 numa palestra. Lembro que era uma conversa sobre juventude e o sistema judicial na qual quem falava, falava tão devagar que não teria enchido aquele caderno mesmo se Graham tivesse escrito literalmente cada palavra. Sem mencionar que eu pedi suas anotações emprestadas uma vez pra fazer uma dissertação e ele me olhou estranho respondendo que não tinha anotado nada. Então, bem... meu ponto é que eu não o chamaria de amigo, mas nos dávamos bem.
Cerca de quatro meses no curso foi a primeira vez que vi Graham fora da universidade. Eu estava no ônibus noturno, indo pra casa, depois de ter saído pra beber e ter perdido os horários normais. Vivo em Clapham, então o serviço de ônibus noturno é bem regular por lá. Claro que regular também significa encontrar bêbados que vomitam, então... Bem, eu tento ser discreta, sentando-me num banco mais alto no fundo. Foi ali que eu vi Graham. Ele estava sentado bem na frente, olhando pra fora da janela. Observar as pessoas é um dos meus prazeres secretos, então decidi não dizer oi pra ele, pelo menos não de cara. Não fiquei desapontada também — ele era mais estranho sozinho do que era na sala de aula.
Nessa época era o meio do inverno, então as janelas estavam opacas com a condensação, mas ele quase obsessivamente limpava o vapor do vidro a sua frente assim que começava a obscurecer sua visão. Parecia estar escaneando com atenção as ruas por algo, exceto que, às vezes, ele virava o pescoço pra encarar os telhados dos prédios que passavam. Ele também parecia nervoso, respirando mais rápido que o normal, o que também embaçava ainda mais o vidro janela. Era ligeiramente alarmante assistir, pra ser sincera, e eu finalmente resolvi falar pra ele que estava ali.
Ele se assustou um pouco quando o cumprimentei e perguntei-lhe se estava bem. Ele me disse que normalmente não ficava até tão tarde na rua e que achava o transporte noturno meio incomodo. Sentei-me perto dele e ele pareceu ficar mais calmo, então não continuei o assunto. Conversamos um tempo sobre nada em particular até que o ônibus parasse no meu ponto. Quando me levantei, percebi que Graham também se levantou na mesma hora e percebi com algum desconforto que que deveríamos morar perto. Eu gostava do cara, mas não me leve a mal, ainda não me sentia bem com ele sabendo onde eu moro. Mas sim, era óbvio que eu já tinha levantado, então meu ponto não poderia ser o próximo. E não que eu me sentisse insegura com Graham, eu só era uma pessoa que mantinha minha vida privada pra mim mesma. Eu decidi andar com ele o máximo possível pra que ele não soubesse em qual prédio eu iria entrar. Talvez nós nem fossemos na mesma direção. Sim, nós estávamos indo na mesma direção. Até parecia ser pra mesma rua.
Foi nesse momento que eu senti uma mão me agarrar pelo ombro e me jogar pra rua. Não sei como descrever isso, mas num momento eu só estava andando junto com ele e no outro u estava voando na direção do chão. Não pode ter sido Graham — ele estava a minha frente o tempo inteiro — e eu jurava que não tinha mais ninguém na rua. Não tinha nenhum carro vindo, mas bati minha cabeça bem forte. Acho que devo ter ficado inconsciente por alguns segundos porque a próxima coisa da qual me lembro é de um Graham em pânico ligando pra ambulância. Tentei dizer a ele que estava tudo bem, mas não consegui realmente fazer essas palavras saírem da minha boca o que, sim, significava que eu não estava bem.
A ambulância chegou em bom momento, considerando que isso era Londres numa sexta a noite, e os paramédicos me checaram. Eu disse que o machucado não era sério — aparentemente ferimentos na cabeça sempre sangram muito e não era nenhum motivo de pânico — mas eu realmente tive uma concussão feia e não deveria ser deixada sozinha nas próximas horas. Mesmo ainda podendo vê-lo da minha porta, eu, por alguma razão, me conformei com a ideia de Graham nunca saber onde eu morava. Em retrospecto, provavelmente era a concussão falando, mas a conclusão foi que eu decidi que voltaria pro apartamento do Graham pra me recuperar Ele ficou bem incomodado pela situação repentina e deu o seu máximo pra se certificar de que nada seria ruim pra mim naquela situação. Aparentemente ele era gay e isso me acalmou um pouco. Ainda assim, era claro que isso não era o que nenhum de nós dois tínhamos esperado pra ser o término de nossa noite.
Acontece que o apartamento do Graham era exatamente em frente ao meu, só alguns andares abaixo. Imaginei se ele podia ver minha janela da dele e lembro-me de ter achado esse pensamento estranho: se eu tivesse que olhar pra fora, eu teria que tomar cuidado com a janela, já que conseguia ver os ganchos da minha janela dali. Eu perguntei onde ele cresceu e ele me olhou estranho, como se minha concussão tivesse me feito parar de fazer sentido de novo. Acho que talvez tenha feito já que quando olhei de novo pra janela, os ganchos tinham sumido e não existia nenhum sinal de nenhuma esquadria de janela. Na hora eu coloquei a culpa no machucado da cabeça, mas agora não tenho certeza.
O apartamento por si só era simples, mas bem grande pelos padrões de Londres. Só tinha umas poucas peças de mobília e muitas estantes, cada uma coberta com fileiras e fileira de cadernos idênticos, sem nenhum sistema de marcação pra indicar seus conteúdos. Comecei a perguntar sobre eles, mas minha cabeça latejou eu não me senti pronta pra nenhuma resposta que poderia vir. Graham me levou até o sofá e desapareceu pra me buscar um pacote de gelo e uma xícara de chá doce. Graciosamente aceitei ambos já que não estava num humor pra conversar. Graham claramente se sentiu estranho o suficiente com o silencio pra falar por nós dois e aprendi mais sobre ele nessa hora do que tinha desejado saber. Aparentemente seus pais tinham morrido num acidente de carro alguns anos atrás e o deixaram uma grande quantia e o apartamento pra ele. Ele não precisava mais trabalhar, então se achou perdido na vida, pegando aulas noturnas na faculdade só pra passar o tempo e aumentar seu conhecimento — palavras dele, não minhas. Ele disse que estava tentando descobrir o que fazer da vida.
Ele continuou falando assim por um tempo, mas eu já tinha parado de prestar atenção quando meus olhos foram pegos pela mesa na qual ele tinha colocado o meu chá. Era uma mesa ornamentada com um padrão contorcido de linhas se curvando até o centro. O padrão era hipnótico e mudava sempre que eu mudava o olhar, como uma ilusão de ótica. peguei meus olhos seguindo as linhas até o centro da mesa onde não havia nada além de um buraco quadrado. Graham me pegou encarando e me explicou que móveis antigos e interessantes eram uma de suas paixões verdadeira. Aparentemente ele tinha achado a mesa num brechó durante seus dias de estudante e tinha se apaixonado por ela. Estava em uma situação bem ruim, mas ele gastou muito tempo e muito dinheiro restaurando-a, mesmo que nunca tenha descoberto o que deveria ir no centro. Ele assumiu que era uma peça separada e nunca conseguiu achá-la. E, bem, como na maior parte das nossas conversas eu achei suas palavras chatas, teria achado mesmo se minha cabeça não estivesse machucada. Depois desse tempo eu já estava me sentindo bem o suficiente pra sair e comecei a dar desculpas pra Graham. Ele expôs sua preocupação, disse que não tinha sido tempo o suficiente ainda, como os médicos sugeriram, mas se eu tivesse que ouvir mais... Bem, você entendeu a situação. No fim, eu saí, mas as linhas bruxuleantes da mesa e os canos do lado de fora da janela faziam um barulho tão estranho que eu não achei que ficar ali mais tempo me ajudaria a ficar melhor.
Fui direto pra casa, me certificando de que Graham não pudesse me ver de sua janela e passei algumas horas vendo Tv até que me recuperasse o suficiente pra poder ir dormir. Pela hora que acordei na manhã seguinte, estava me sentindo mais ou menos bem, apesar de ter mantido um curativo no corte da testa e não ter tentado pensar muito no que aconteceu noite passada.
Numa tarde, dias depois, me peguei olhando pela janela, a que dava pra rua, e me lembrei do quão perto Graham morava de mim. Olhei pra ter certeza de que poderia descobrir qual janela era a dele e bem, a dele estava ali. Era uma vista bem direta do apartamento dele e eu conseguia vê-lo sentado no sofá, lendo um de seus cadernos da estante. Percebi que se eu podia velo tão claramente, ele também conseguiria me ver também se optasse por fazê-lo. Com um resto de apreensão pelo que me aconteceu naquela sexta-feira, resolvo apagar as luzes do meu apartamento, então ele não me veria se olhasse pra cima. Então voltei a assisti-lo.
Sim, eu sei que isso soa bizarro. Não era pra ser. Eu disse antes que realmente gosto de assistir as pessoas e, não importando o quão chato Graham me pareceu enquanto conversávamos, era estranho o quão atraente era a ideia de querer assisti-lo. E não só naquela noite. Sim, não há nenhum jeito não sinistro de dizer que observar Graham virou meu hobby. Era estranho, admito, mas eu não conseguia parar. Era puramente fruto de um interesse aleatório na vida dele. E em minha defesa, eu teria parado muito antes se não fossem as coisas bizarras que ele fez. Ele constantemente reordenaria os cadernos sem nenhum tipo aparente de sistema de organização, na maior parte do tempo sem nem os abrir. As vezes ele pegaria um caderno aparentemente aleatório da estante e começaria a rabiscar nas folhas, mesmo que elas já estivessem cobertas por escrita. Uma vez, e juro que é verdade, o vi pegar u dos cadernos e começar a rasgar as páginas uma por uma e então, lenta e deliberadamente, ele as comia. Deve ter levado quase umas três horas pra ele terminar o livro inteiro, mas ele não parou ou fez pausas, ele continuou.
Mesmo quando ele não estava fazendo nada com os cadernos, ainda existia uma energia estranha nele. Podia ver que estava constantemente inquieto e pulava cada vez que um barulho alto passava pela rua — uma sirene de polícia, uma garrafa quebrando, caramba, uma vez até o vi enlouquecer por causa de um caminhão de sorvete. Toda vez ele se levantava rápido, corria até janela e começava a olhar pra fora, virando o pescoço pra todos os lados. As vezes ele olhava pra cima, mas aprendi seus padrões bem o suficiente pra não ser notada. Então, depois disso, ele decidia de uma vez que não havia problema algum e voltava a qualquer coisa que estivesse fazendo antes.
E por “qualquer coisa que estava fazendo antes” eu quero dizer nada. Aparentemente ele não tinha televisão ou computador e os únicos livros que tinha eram os próprios cadernos, também só o vi pedindo delivery. Não sei quantas vezes o assisti comer a mesa pizza: pepperoni com jalapeño e anchovas. Sim, eu sei. Mas o resto do tempo ele só ficava lá sentado, fumando e as vezes olhando pro nada, as vezes encarando aquela sua mesa. E sim, me lembro do padrão hipnotizante dela e eu mesma passei olhando por uns bons minutos enquanto estive lá, mas ele não fazia nada além disso.
Quem sabe ele deveria ter uma vida rica e satisfatória fora do apartamento. Certamente, saía do apartamento regularmente e sim, eu não estava tão louca a ponto de querer segui-lo. Na verdade, eu sempre esperava um bom tempo antes de sair do meu prédio pra ter certeza de que não toparia com ele. Ainda não queria que ele soubesse onde eu morava, mas agora por razões muito diferentes. No fim, era um hobby, não uma obsessão — e as vezes, por dias, eu sequer via Graham. Talvez houvesse algo no que eu não enxergava que explicava o comportamento dele. Eu só queria ter perdido o que aconteceu em 7 de abril — assim, talvez eu tivesse simplesmente achado que ele se mudou ou... Não sei. Só queria não ter visto aquilo.
O trabalho foi intenso pelos últimos dois meses e com tantas noites mal dormidas eu tive que desistir do curso. Além do mais, na verdade, eu não tinha nem falado com Graham desde a noite na qual sofri meu ferimento na cabeça. Acho que ele ainda se sente estranho sobre isso, além do mais, o vi fazendo tantas coisas bizarras sozinho em seu apartamento que teria dificuldades em engajar numa conversa normal com ele. De qualquer forma, naquela semana eu mal tive tempo pra comer, quem dirá ficar observando o Graham, então quando fui pra casa dez e meia da noite, meu primeiro pensamento foi cair na cama. Mas, bem, era sexta e eu tinha tomado uma quantidade enorme de café pra me manter trabalhando então estava pilhada e morrendo de vontade de dormir até tarde no dia seguinte. Então quando vi que as luzes do apartamento dele ainda estavam acesas, resolvi passar alguns minutos relaxantes checando-o.
As luzes podiam estar acesas, mas não o achava em nenhum lugar, então me perguntei se ele tinha ido dormir e simplesmente esquecido de desligá-las. Mais provável que estivesse no banheiro, então resolvi esperar um pouco mais. Enquanto encarava a janela, percebi alguma coisa... Sei lá... errada sobre ela. Parecia um pouco diferente de uma forma que eu não poderia dizer qual era a diferença. Então eu notei. De primeira eu achei ser só um cano de água descendo a lateral do edifício, preso logo abaixo da janela de Graham. A luz dos postes da rua não chegava até o quarto andar e as bordas da janela dele criavam uma sombra que não deixava a luz de chegar até ali. Do que discerni, pareciam canos, mas era longo, reto e escuro, e do que percebi em minhas observações que já duravam meses, eu podia jurar que nunca houve canos ali.
E ao passo em que eu o encarava, aquilo se moveu. Começou a se contorcer devagar e, só então me dei conta de que estava olhando pra um braço — um longo e fino braço. Enquanto a ponta se torceu, acho que vi outra junta abaixo, também se movendo e dobrando o que só posso assumir que sejam cotovelos. As pontas daquilo se penduraram na janela. Quando eu digo que se moveu, não é exatamente isso. Aquilo [mudou] como quando você encara uma pintura psicodélica e isso muda como você vê qualquer outra coisa que olhe logo depois.
Nunca cheguei a notar nada que possa ser considerado uma mão, mas ainda assim, aquilo se içou pela janela. Levou menos de um segundo e não pude discernir bem o que era. Eu só enxerguei esses... braços? Pernas? Pelo menos quatro desses, talvez tenham sido mais, e eles meio que se dobraram passando pela janela num flash de cinza furta-cor. Acho que era essa a cor — foi muito mais uma silhueta, e se aquilo tivesse um corpo ou uma cabeça, se deslocou pra dentro mais rápido do que pude perceber. O movimento agora era do lado de dentro, a luz do apartamento de Graham se desligou e a janela se fechou com força logo atrás daquilo.
Então, é... eu meio que só fiquei parada ali por bastante tempo, tentando processar o que tinha acabado de ver. Conseguia compreender alguns vagos movimentos dentro do apartamento de Graham, mas não podia enxergar nada claramente. Finalmente decidi ligar pra polícia, no entanto, não fazia ideia do que dizer pra eles. No fim, eu simplesmente falei que tinha visto alguém suspeito escalando até o quarto andar do prédio e entrando pela janela, mencionei o endereço e desliguei antes que pudessem perguntar quem estava ligando. Então esperei e assisti o que acontecia no apartamento escuro do outro lado da rua. Eu não conseguia desviar minha atenção — me convenci de que se eu parasse de encarar aquela... o que diabos fosse aquela coisa, aquilo se desdobraria pra fora e alcançaria minha casa. Mas nada saiu dali.
Cerca de dez minutos depois, eu vi um carro de polícia parando na rua. Sem sirenes, sem luzes piscantes, mas eles estavam ali e imediatamente eu me senti melhor. Voltando a olhar pro apartamento, eu vi que as luzes tinham se ligado novamente. Não havia sinal da coisa que vi escalando até ali, mas assim que a polícia apertou a campainha do lado de fora do prédio, eu vi alguém andando até a porta pra deixá-los entrar. Não era o Graham.
Enfaticamente, aquilo não era o Graham. Ele parecia completamente diferente. Talvez alguns centímetros mais baixo e tinha um rosto longo e quadrado, coberto com cabelo curto e loiro, ao passo em que o cabelo de Graham era curto e escuro. No entanto, estava usando as roupas do Graham — reconheci a camiseta dos meus meses de observação —, mas ele não era o Graham. Eu assisti o Não-Graham andar até a porta e deixar dois oficiais de polícia entrarem. Eles conversaram por um tempo e Não-Graham pareceu preocupado, então começaram a procurar algo pelo apartamento. Eu assisti, esperando praquela coisa emergir ou pra polícia encontrar o Graham real, mas não acharam. Em dado momento, cheguei a ver um dos policiais pegar uma forma vermelho-escura que reconheci ser um passaporte. Meu coração bateu mais forte quando vi a mulher abri-lo e olhar pro Não-Graham, claramente comparando os dois, eu esperei pelo momento em que ela detectaria o impostor. Em vez disso, ela só riu, apertou a mão dele e saiu de lá com seu parceiro. Eu assisti o carro da polícia ir pra longe, me sentindo desamparada e quando voltei meu olhar pra janela, ele estava lá, me olhando de volta. Congelei quando os olhos arregalados dele encontraram os meus com um frio sorriso cheio de dentes. Então, com um movimento fluido, ele fechou as cortinas e sumiu.
Eu não dormi aquela noite e nunca mais vi Graham. No entanto, eu vi essa pessoa o tempo inteiro. Pela próxima semana, eu o vi saindo com grandes sacos de lixo que pareciam pesados várias vezes por dia. Levei um tempo pra perceber que ele estava jogando fora os cadernos de Graham e, logo, o apartamento já não tinha mais nenhum. Acho que ele também redecorou, mas nunca cheguei a prestar tanta atenção já que os únicos momentos em que ele deixava as cortinas abertas eram quando encarava diretamente pro meu apartamento, agora, aparentemente toda noite. Tentei achar alguma evidência do antigo Graham, mas tudo que eu achava online com qualquer foto anexada eram retratos dessa nova pessoa. Até perguntei pra alguns antigos colegas de turma, mas nenhum deles pareceu se lembrar dele.
Eventualmente, me mudei. Realmente gostava daquele lugar em Clapham, mas é... ficou demais. A última gota foi quando eu estava saindo pro trabalho durante a manhã e não percebi até que fosse tarde demais que Não-Graham saía ao mesmo tempo. Ele me cumprimentou pelo nome e sua voz não era nada como deveria ser. Eu comecei a inventar desculpas e me apressei pra me afastar, mas ele só ficou me encarando e sorrindo pra mim.
“Amy, não é engraçado como você pode morar tão perto de mim e nunca ter percebido isso. Acho que vou precisar retribuir sua visita um dia desses.”
Eu me mudei uma semana depois e nunca o vi de novo.
ARQUIVISTA
Fim da declaração.
Eu estaria tentado a dispensar isso como sendo uma alucinação resultada de complicações de longo termo por causa de traumas na cabeça, porém Tim se envolveu nisso e conseguiu os registros médicos da Srta. Patel. Só deus sabe como ele os arrumou, espero que não esteja usando os fundos do Instituto pra dar em cima de balconistas de novo. Tais registros não apoiam a ideia de que ela estivesse sofrendo desses problemas. Sem mencionar que eu confio no testemunho de colegas de trabalho tanto quanto confio em outra pessoa, mas o trabalho dela realmente não parece do tipo que se possa completar com um senso comprometido de realidade. A Srta. Patel recusou ao nosso pedido de outra entrevista pra acompanhamento e parece estar tentando se distanciar desses eventos.
Graham Folger definitivamente existiu e parece se encaixar com a história dela. De acordo com os registros d o médico legista, Desmond e Samantha Folger, os pais dele, morreram na M1, perto de Sheffield em 4 de agosto de 2002 e o nome de Graham Folger aparece em diversos registros de faculdades ao redor de Londres nos anos seguintes. O apartamento que ela mencionou realmente pertenceu ao Sr. Folger, mas foi vendido por uma agência no começo de 2007. Todas as fotos que fomos capazes de juntar que parecem se encaixar com a descrição do Não-Graham que a Srta. Patel deu, exceto por algumas polaroides antigas, aparentemente do final dos anos 80, que mostram os pais ao lado de um adolescente de cabelos escuros que não se parece nem um pouco com as fotos mais recentes.
Não há muito mais a fazer nesse caso. A Srta. Patel, como muitos de nossos assuntos de estudo pareceu muito mais interessada em dar sua declaração como uma forma de fechamento de ciclo pessoal, não como o começo de uma investigação séria. Ela nem se interessou quando Sasha disse que tinha conseguido localizar algo que acreditamos ser um dos cadernos de Graham Folger. Duvido que isso teria feito muita diferença — só dizia a mesma coisa em todas as páginas repetidamente: “Continue assistindo”.
Fim da gravação.
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celinewalsh · 4 years
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                                           JUNHO DE 2020
Já deveria ser a terceira fez que Celine iniciava a gravação, mas desistia após vinte segundos encarando o celular. “Ok, chega, isso é ridículo” murmurou para si mesma, soltando um suspiro profundo enquanto relaxava os ombros. Não havia nenhum motivo aparente para aquele nervosismo, ainda que Walsh soubesse que a dificuldade de gravar um vídeo para si mesma no futuro estava provavelmente relacionada ao seu futuro incerto. Celine não havia nenhuma perspectiva de estar em Cannes daqui há 50 anos, sequer sabia se estaria ali no próximo ano. Qual era o objetivo daquilo, afinal? Quem receberia a mensagem no futuro se ela não estivesse ali? Umedeceu os lábios nervosa antes de tentar novamente, fechando os olhos claros por alguns segundos antes de começar.
“Olá, quem quer que seja que vá assistir isso um dia!“ começou, soltando um riso nervoso e desconfortável. “Bom, eu não preparei nada de especial, já que realmente não faço ideia se a Celine de sessenta e poucos anos vai assistir isso, mas...” pressionou os lábios com mais força, encolhendo os ombros por alguns segundos. “Se você tiver ficado por algum motivo, ou voltado só para desenterrar isso aqui, espero que seja por um bom motivo e que você esteja feliz e realizada com o que conquistou. Espero que tenha construído uma família linda e uma carreira que se orgulhe.” as palavras eram sinceras, mas Celine não se sentia falando para si mesma, se sentia quase robótica, falando para um completo estranho. Era angustiando não saber o que aconteceria e com o final do ensino médio cada vez mais perto, ainda pensava se veria os amigos que havia feito ali depois da formatura. ”Espero que você tenha tido mais coragem do que eu para seguir o seu caminho. Que tenha conseguido continuar se dedicando a todas as causas que acredita, fazendo qualquer diferença no mundo, mesmo que mínima.” a medida que as palavras eram proferidas, a irlandesa sentia a voz vacilar, trêmula, mais rouca.
“Espero que tenha conseguido se perdoar a si mesma por todos aqueles sentimentos“ continuou, agora mais baixo, desviando o olhar da câmera. “Principalmente sobre Noah e Eloise“ completou erguendo novamente os olhos azulados, agora marejados com algumas lágrimas involuntárias. Era dificil admitir aquilo, mas Celine sentia quase como se pudesse se libertar dos próprios sentimentos se os verbalizasse ali. Havia muito para acontecer dali até 2070 e ela provavelmente já teria resolvido tudo, certo? “Ele não é um irmão ruim, você sabe... Por que temos tanta vergonha assim? “ talvez tenha sido a primeira vez que ela se incluiu realmente em sua fala. “Ele precisava de ajuda. E o que fizemos, uh? O que você fez?”  um riso escapou pelos lábios rosados antes que ela pudesse responder. Não havia humor algum ali, Celine se sentia covarde por ter aceitado ir para a França quando o irmão mais precisou dela. Era egoísta. “E a Elo... ela é nossa melhor amiga, desde a primeira semana.” balançou a cabeça em negativa algumas vezes, um sorriso esboçado no canto nos lábios, enquanto Walsh enxugava as lágrimas da bochecha. “ela é uma amiga incrível, uma das melhores pessoas que conhecemos aqui, ela é tudo o que...” suspirou, mordendo a parte interior da bochecha. “é ridículo sentir inveja dela. Que tipo de amiga nós somos? Por que não consigo simplesmente ser daquele jeito? Parece tão fácil e mesma assim parece que estou apenas seguindo os passos dela... Realmente não somos o que eles acham, né?” completou rapidamente, incapaz de pensar nas palavras, Celine encarou o teto por alguns segundos, até recuperar o fôlego. Buscou tirar aquilo da mente, uma vez que se sentisse ainda pior. Celine era extremamente grata a tudo o que Eloise havia feito por ela desde que chegara na escola e não podia aceitar aquele tipo de sentimento em relação à outra que era quase como uma irmã. “Você tem ideia de quanta sorte tivemos aqui? Eloise e Jun... espero que você tenha conseguido manter contato com eles. Quem sabe visitas anuais? Não seria má ideia, né?” riu fraco, respirando mais profundamente, pensando nos melhores amigos e como eles também poderiam estar no futuro. “Espero que todos estejam bem quando isso aqui for aberto.” finalizou, erguendo-se da cadeira do dormitório e desligando a câmera, sem maiores despedidas.
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thewritersroomblog · 5 years
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A loucura de Daenerys Targaryen
Atenção: Esse post tem spoilers da 8ª temporada de Game of Thrones e fala especificamente da caracterização da personagem na série.
O mundo inteiro parou para assistir a última temporada de Game of Thrones. E não foi sem motivo: aquela era a conclusão, depois de sete temporadas explosivas, da série baseada na saga de fantasia criada por George R.R. Martin.
No entanto, o final deixou muitos fãs insatisfeitos, especialmente em relação a uma personagem: Daenerys Targaryen, A primeira de seu nome, Nascida da tormenta, Mãe de dragões, A não queimada, Quebradora de correntes… Você sabe o resto.
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Mas por que será que uma personagem com um arco tão épico quanto o de Daenerys acabou de uma forma tão criticada? E como você pode evitar isso em suas histórias?
Continue lendo o post para entender:
A história de Daenerys
Primeiramente, vamos dar uma recapitulada básica na jornada da nossa Khaleesi:
No início da série, a jovem Daenerys Targaryen vivia exilada com Viserys, seu irmão abusivo que a vendeu em um casamento arranjado — em troca de um exército para conquistar o que acreditava ser seu por direito: os sete reinos de Westeros. 
Ela, no entanto, só queria voltar para casa.
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A partir daí, sua vida se transforma e ela passa por imensas provações e conquistas até finalmente reunir todas as suas forças para chegar em Westeros… E aí que a coisa começa a degringolar. 
Após perdas e traições, Daenerys percebe que nunca terá a lealdade que esperava, se torna uma tirana, toma a decisão de dizimar o mesmo reino que ela queria libertar e como consequência, é morta por seu amor (e eu nem vou falar sobre o “romance” dela com o Jon, se não eu não paro mais de escrever.)  Descrevendo assim parece que a narrativa de Daenerys foi impecável do início ao fim, e as reações do público mostram que... É, não foi bem assim. E esses são alguns motivos para a conclusão do arco dela não ter terminado bem: 
O enredo discrepante e o shock value
Nas primeiras temporadas de GOT, vimos incontáveis mortes trágicas. E por mais que isso causasse tristeza e até raiva dos personagens pelas suas escolhas, dava para entender como suas ações os levaram ao seu fim e que aquilo fazia parte de quem os personagens eram.
Um exemplo muito claro disso é Ned Stark: por mais que ele fosse um personagem nobre, suas ações a partir do momento que ele descobre que Cersei era adúltera causaram sua morte — e isso justamente porque ele, sendo quem era, não poderia fingir que não sabia. Por mais que você (ou eu, no caso) acredite que teria sido melhor se Ned tivesse ficado calado, isso não seria condizente com o personagem.
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No caso de Daenerys, suas ações nas últimas temporadas são e produzem resultados incongruentes: em um episódio, ela sacrifica seu exército e dragão para ajudar a salvar o povo do norte; no outro, ela mata milhares. Em uma temporada, ela fala que “não será a rainha das cinzas”, e na seguinte ela discursa em uma cidade queimada. Em um momento, ela planeja cuidadosamente com seus conselheiros e no outro eles “esquecem” e não enxergam toda uma frota de navios que matam seu dragão!
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Por conta de toda essa contradição, fica parecendo que a personalidade e as escolhas de Daenerys — e também de quem estava ao seu redor — eram modificadas diversas vezes para se adequar ao que os roteiristas queriam: chocar a audiência e “correr” com o enredo.
Acho que o que podemos aprender aqui é que: sacrificar o desenvolvimento de personagens apenas para uma reviravolta trágica não é necessariamente boa escrita.
Ultimamente (e eu suspeito que essa série tenha sua parcela de culpa nisso) muito escritor acredita que criar o máximo de mortes e momentos chocantes possíveis é o que torna um livro bom, mas o arco de Daenerys e toda essa última temporada de Game of Thrones são a prova de que não é bem assim.
A loucura repentina e injustificada
A construção do arco de um personagem é algo muito delicado. Ao mesmo tempo em que precisamos criar momentos para “quebrar” e mudar esses personagens, temos que tomar cuidado para não descaracterizá-los totalmente.
Apesar de haver todo um argumento (válido) de que a Daenerys sempre fez coisas ruins ao longo da série, existe uma diferença entre tirania, sede de poder e insanidade. Na maioria das vezes, havia o antagonismo entre ela e quem ela queria subjugar ou algum obstáculo  entre ela e seu objetivo de tomar o poder. Até o momento em que ela resolve queimar toda uma cidade de inocentes que se renderam. A mesma cidade que ela queria comandar, o seu lar, o seu objetivo desde o primeiro episódio.
Ou seja, ela lutou tanto para conquistar Westeros e se tornar rainha… Apenas para queimar seu próprio reino e seus futuros súditos? Como assim, Bial?
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E essa é toda a questão: a ação da Daenerys por si só não faz sentido, então a loucura precisou entrar na equação. Mesmo que houvessem “dicas” de que a mãe dos dragões era uma tirana, nada nos preparou para a ideia de que ela seria uma genocida, o que nos faz pensar que isso (a potencial insanidade) foi apenas uma desculpa conveniente para cobrir a falta de sentido da trama. Pra que se preocupar com sentido, afinal, se a personagem é doida?
Por isso, minha dica é:  Não crie desculpas para justificar a descaracterização dos personagens e furos no enredo. Em vez disso, crie motivos e dificuldades que façam a transformação deles ter sentido.
Vamos ao próximo item?
Daenerys era uma heroína — ou ao menos fizeram parecer
Apesar de Game of Thrones demonstrar uma moralidade ambígua na maioria dos personagens, alguns ainda seguiam certos arquétipos. No caso de Daenerys, existem várias comparações válidas sobre sua história e a famosa construção da jornada do herói. 
Por causa de todas as provações de Daenerys até chegar ao seu objetivo de voltar para casa, era normal torcer por ela — mesmo que ela tivesse feito coisas horríveis antes. Coisas que praticamente todos os personagens da série fizeram em algum momento, vamos frisar. Além disso, até esses momentos de crueldade eram vendidos de forma heroica, como se eles se tratassem da justiça que a rainha tanto pregava.
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Isso juntando com sua história pessoal e diversos momentos em que ela mostrou bondade, a vontade de defender oprimidos e o desejo de não seguir os passos do pai (e a própria narrativa que parecia sustentar isso) tornaram seu final em algo que deixou um gosto ruim na boca dos fãs. Fãs que provavelmente não queriam ou nem esperavam um final feliz — afinal é de Game of Thrones que estamos falando — mas um final em que a história da personagem fosse respeitada. Um final que não transformasse aquela menina perdida querendo voltar para casa em uma heroína, apenas para substituírem pela narrativa da “rainha louca” em poucos episódios por pura conveniência. 
Talvez, se a série tivesse mais temporadas, teríamos tido tempo para assistir ao declínio de Daenerys para a vilania. Talvez teria sido ótimo acompanhar essa subversão do seu arco, se essa mudança tivesse sido bem escrita. O que me leva a terceira e última dica:
Invista o tempo necessário no arco dos seus personagens para que caminhem com a história — afinal, eles são a história.
Espero que você tenha gostado do artigo!
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Referencias:
Game of Thrones as Myth: Daenerys Targaryen as the Archetypal Hero  
Game of Thrones Had an Opportunity With Daenerys Targaryen. The Show Squandered It
Foreshadowing Is Not Character Development 
Tragic Idealism: Why we should pity Daenerys Targaryen
Game of Thrones - How to Ruin a Great Show
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Eu tinha essa bota que era a minha favorita. Encontrei ela despretensiosamente em uma promoção por menos da metade do preço original. Era uma bota que eu nem sabia que queria tanto e que, quando comprei, nem tinha certeza se usaria. Mas acabou que ela combinava com todas as minhas roupas. Com as calças, com os vestidos, com as saias, com os blusões e com os casacos. Ela simplesmente se encaixava. Ela tinha um salto médio, que fazia toda a diferença pra mim. Toda a vez que subia nela me sentia incrível. Passei a usá-la quase todos os dias, afinal, ela era sempre ótima. Era perfeita para os dias de chuva porque tinha o tal saltinho e, também, porque era de um material impermeável. Era perfeita para os dias de sol, porque, bem, ela era sempre perfeita. Com ela descobri que eu tinha um novo estilo e que o estilo dela combinava comigo.
Eu usei essa bota por três invernos seguidos. Mas no fim do terceiro inverno ela já não era mais a mesma. Eu já havia percebido isso no início desse último inverno, mas não dei muita atenção. Sabia que ela não tinha mais o brilho do couro preto e o salto já estava meio riscado. Eu via que, aos poucos, ela começava a descascar, a ter uns fios soltos... A bota já estava se despedindo de mim, mesmo sem saber, mas eu me recusava a notar. Ela era tão confortável. Sabe quando você usa uma coisa por anos e ela fica do formato do seu corpo? Era assim com a minha bota. Eu fui ignorando os sinais de que ela talvez não fosse mais boa pra mim. E continuei usando-a. Eu a calçava, olhava de longe no espelho e saia de casa. Tentava não olhar muito para os meus pés quando estava com ela pra não ficar reparando em todos os defeitos. Mas ela estava cada dia pior. Eu sabia disso e tentava esconder as botas quando sentava perto de alguém, pra que a pessoa não ficasse reparando muito nas imperfeições que eu insistia em usar.
Eu fui vestindo e convivendo com a bota até o dia em que eu percebi que não dava mais. Porém, eu só cheguei ao limite quando olhei para baixo e vi que podia enxergar a minha meia rosa através de um rasgo. Eu sabia que a bota não aguentaria mais por muito tempo, mas não conseguia simplesmente me livrar dela. Foi preciso uma situação extrema – andar na rua com uma bota rasgada (depois de um dia de trabalho, no qual provavelmente alguém também tenha percebido minha meia rosa através da bota) para perceber que não tinha mais jeito. Eu amei aquela bota como nunca amei nenhuma outra na minha vida, porque eu nunca consigo achar botas muito boas pra mim: primeiro porque não gosto dos bicos finos e dos saltos altos; e segundo porque a maioria dos modelos de botas não combina com as minhas panturrilhas grossas. Então, quanto eu percebi que aquela bota se encaixava tão bem em mim eu a amei muito – e a aproveitei muito. Porém tive que me despedir.
Eu cheguei em casa e tive que tirar minhas botas do pé. Peguei elas nas mãos e olhei o rasgo de perto. Não era nada bom para uma bota. Olhei os dois pares bem de perto e percebi que estavam muito piores do que eu imaginava. Nem que eu quisesse muito conseguiria continuar usando-os. E foi então que eu me dei conta que não tinha mais o que fazer, a não ser colocá-las em uma sacola e levá-las no lixo. Antes disso, peguei o par nas minhas mãos e agradeci a bota pela companhia (eu sei, quem fala com sapatos?!). Agradeci, por mais sem sentido que possa parecer falar com algo que não seja uma pessoa.
Coloquei as botas no lixo e saí à procura de outra bota com o coração apertado, porque sabia que não encontraria outra bota como aquela. Olhei em lojas e mais lojas. Não eram do mesmo modelo, não eram da mesma cor, não tinham o mesmo salto... Nenhum modelo me agradava. Eu tentava encontrar a minha bota em outras, mesmo sabendo o quanto isso era impossível, pois eu nunca acharia outra igual. Fui a muitas lojas, olhei muitos modelos, cheguei a ficar desanimada. Cheguei a pensar em voltar ao lixo que eu havia largado a minha sacola para ver se as minhas botas ainda estavam lá, talvez eu pudesse encontrar um sapateiro que as consertasse! Mas o último pensamento se desfez tão rápido quanto se fez (por sorte).
Tentei dar mais uma chance para mim mesma e procurar mais um pouco. Fui a uma loja onde sempre encontrava coisas que gostava e comecei a olhar as botas. De cara nenhuma me chamou atenção. Olhei mais um pouco e peguei dois pares para provar. O primeiro foi descartado logo de cara. Então provei o segundo e, não é que ficou bom? Não era nada parecido com a minha antiga bota. Não tinha salto e provavelmente não se encaixaria a todas as minhas roupas. Mas eu gostei. Gostei de como me senti com ela. Pensei que ela seria melhor para ir trabalhar todo o dia. Olhei um pouco mais e vi uma bota que lembrava a minha, porém tinha o salto mais alto. Era demais pra mim, eu pensei. Eu não queria uma bota com um salto mais alto, porém resolvi provar. Quando as coloquei no meu pé, me senti bem. Olhei no espelho e a bota havia ficado maravilhosa. Caminhei pela loja e ela era confortável, boa para caminhar.
As duas botas estavam com preços ótimos e resolvi levar as duas de uma vez. Elas têm estilos completamente diferentes, mas eu também tenho, dia sim, dia não. Fiquei feliz por encontrar as botas, porque eu achava que nunca mais me sentiria bem de novo com outra bota. E eu me senti. Muito bem, aliás.
Toda essa história sobre uma bota me fez perceber algumas coisas. Às vezes, por mais que a gente ame algo (ou alguém) incondicionalmente, chega uma hora em que é preciso deixar ir. E não porque não sirva mais, mas porque se desgastou com o tempo. Acontece. Não é mais o que era. Ficamos tão acomodados com o conforto que nos esquecemos de olhar de perto e ver que a situação não está boa. Tem horas que precisamos de uma mudança, pro nosso próprio bem. A mudança dá medo, assusta, parece que não vai dar certo, mas sempre pode ser bem-vinda. Afinal, junto dela vêm novas combinações, novas experiências e novas visões que dificilmente teríamos sobre nós mesmos se mantivéssemos as coisas como estavam.
A mudança não precisa ser ruim. A gente só precisa entender que a vida é feita de ciclos, que começam e uma hora terminam. Isso é tudo o que a vida é e tudo o que deveríamos entender sobre ela. Pode ser que alguém ainda precise te ensinar sobre isso na prática. Ou pode ser que uma bota (ou insira aqui um objeto/roupa/acessório pelo qual você é apaixonado) tenha que te ensinar. Poder ser que você aprenda sozinho e tá tudo bem. É só abraçar um novo ciclo e recomeçar.
Camila Docena
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henriwriter-blog · 5 years
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O Resgate da Caravela Julia
“O que o humano ainda não descobriu sempre foi uma dúvida de vossa nação, a Caravela Julia será a primeira a visitar e inaugurar o Sul de vossa terra Brasileira, não nos preocupamos com boatos de velhos soldados do mar, isso não nos deixará de aumentar e descobrir o quão grande vossa terra pode ser.”
“-  Pedro Alvares Cabral – 1548”
Foi essa carta que me trouxe até o mar outra vez. Julia, a grande caravela mais forte, rápida e equipada da frota de Pedro Alvares Cabral. Foi essa caravela e sua tripulação que foram em busca de novos territórios Brasileiros, no fim de São Paulo, essa região daqui a alguns séculos pertenceria ao Paraná, pelo que me lembre esse era lugar mais distante que seria visitada da nova colônia Portuguesa, mas já que eu estou aqui, obviamente a Caravela não chegou lá.
 Eu agora estou indo em resgate dessa Caravela, não sabemos o que aconteceu com a famosa Julia, só sabemos que ela está a 2 anos sem retornar ao porto de São Vicente. Nós somos da capitania de Portugal, eu e meu irmão estamos agora no navio de busca, meu irmão um co- capitão, mal fala comigo, pois eu sou um mero observador dos mares. Fomos mandados para resgatar essas pobres almas bastardas que provavelmente estão juntas ao oceano nesse momento.  Talvez recuperaríamos os tratados, riquezas e vários equipamentos que foram mandados com a Julia. Nosso objetivo é chegar perto da região que eles deveriam estar, havia chance de a Caravela estar atracada e toda a tripulação ter sido comida por canibais, essas são as teorias que os Marinheiros ao me lado fazem, mas não há como saber, o que sabemos é que nosso navio, é um simples navio de resgate, o que destruiu a grande Caravela Julia, com certeza aniquilaria o nosso navio simples.
           Já faz algumas semanas que estamos navegando, estamos chegando perto da região decretada, porém só vemos as águas infinitas. Sinto que todos estão enlouquecendo, meus companheiros exercem suas tarefas tristemente e desunidos, temos constantes brigas, muitos não queriam estar aqui, a maioria morava com suas famílias e foram obrigados a sair da maravilhosa terra Portuguesa, para virem a horrível terra Brasileira, cheia de florestas, calor e índios que não sei se vão querer comer nossas carnes. Eu me mantenho são, fico na torre de vigia, olhando o mar infinito, longe de tudo e todos, mas essa noite, algo vai mudar, tenha certeza.
           Eu fiquei até tarde olhando para o mar, tinha ficado na torre mais do que deveria, pois, as coisas lá embaixo estavam tensas, parecia que alguns marinheiros estavam pensando em motim. O mar estava calmo, era lindo ver as estrelas e aquela paz, tinha me afastado do ódio e da saudade da minha cidade natal, e sabia que faltava pouco para chegarmos a região e salvar a Caravela Julia.
           Olhando para as estrelas e para o céu, senti o cansaço vindo, encostei minhas costas contra a parede de madeira da torre, eu não cairia sela, tenho certeza disso e se caísse não seria tão ruim, o cansaço tomou meu corpo, o sono chegou rápido e eu caí no sono.
           À noite, durante o sono, sonhei que uma chuva forte estava ocorrendo. Eu estava na praia de Lisboa, a areia macia e sem ninguém, porém a tempestade era forte, no fundo uma ilha, essa ilha parecia me chamar, até que essa ilha começou a crescer, ela tinha um deserto em um extremo, uma floresta imensa no outro e no centro, uma região plana e neutra. A ilha crescia até tomar proporções continentais, chegando perto da praia que eu estava, até que me senti sendo puxado, ao mesmo tempo ouvi um som estrondoso e comecei a voar até a ilha, quando cheguei perto dela, uma explosão aconteceu, meu rosto estava machucado, minha cabeça doía, e meu braço parecia ter quebrado. Ao acordar eu estava no chão do Navio, havia uma correria a minha volta, eu levantei com todo o meu corpo doendo, minha cabeça estava com um corte e sangrando, minhas pernas doíam, meu rosto estava marcado, e meu braço quebrado, sentia uma dor lastimável, tentei recuperar a consciência e ao olhar para cima vi a torre, eu tinha caído de lá, mas não sabia como havia sobrevivido à queda.  
Notei que ninguém estava preocupado com o meu estado, ao olhar em volta, vi marinheiros pulando do Navio, entrei em choque, fique com medo de estarmos naufragando. Levantei abruptamente, isso acabou comigo, eu realmente não estava bem, corri em direção ao convés e vi uma cena assustadora; Era areia, uma floresta densa ao fundo, marinheiros correndo com caixas grandes, barris, cordas, e tinham alguns descendo botes salva vidas.  Fui até a ancora do navio, ela estava no chão arenoso, era a minha escapatória perfeita, mas para minha surpresa tinha uma fila de marinheiros fazendo o mesmo, quando desci, fiquei olhando e volta, todos estava se mobilizando, porém eu estava machucado, todos corriam para longe do navio e eu caí na areia e fiquei lá por muito tempo.
Com o passar dos dias, os suprimentos estavam abundantes, não havia sinal de ninguém além de nós naquele pedaço de terra, não sabíamos se era uma ilha ou se era a região que estávamos à procura, só o que se teorizava era que uma tempestade havia nos tirado do curso atual. Meus ferimentos sararam, com alguns equipamentos médicos encontrados no navio, eu tinha enfaixado a minha cabeça, meu braço realmente estava quebrado, mas não havia o que fazer.
Se passaram dias, e possivelmente semanas, todo suspeitavam do pior, que demorariam para notar nossa falta, alguns pensaram em adentrar na mata, mas o capitão disse que ainda poderiam haver canibais ou inimigos na mata, obviamente isso descontentou todos, inclusive meu irmão.  Foi meu irmão que cuidou dos meus ferimentos, porém ele fazia parte da capitania, ou seja, quase não falava comigo, e assim nós ficamos por muito tempo.
Já se passaram meses, disso eu tenho certeza, não sei quantos, na verdade eu nem sei mais se é dia e noite, alguns marinheiros fugiram para mata, mas não voltaram, porém algo vai mudar ou o sol escaldante vai nos enlouquecer, se não é que isso já está acontecendo. Meu irmão organizou um pequeno grupo, eles disseram que iriam até a mata para tentar encontrar o outro grupo, ou até abrigo, suprimentos e um local melhor para ficarmos do que a própria praia. Ele disse para eu ficar, eu não estava em condições de adentrar uma mata, eu disse que não deixaria ninguém da minha família sozinha e ele disse que retornaria e que ninguém da nossa família ficaria sozinho, essas foram as últimas palavras que ouvi dele.
Agora não tenho ideia de quanto tempo estamos lá, não sei se são anos, séculos ou até se isso é apenas um pesadelo e eu ainda estou dormindo, só sei que não há mais nada, marinheiros são monstros agora, não sei o que eles são, ninguém sabe se um navio está vindo, sinto que aquele local está me puxando e está sugando minhas energias, e mata me chama, á algo lá, e a verdade de tudo está lá.
Não sobrou mais ninguém, me vejo sozinho na gigante praia daquele lugar maldito. Não sobrou ninguém. A fome, insolação, brigas, isso acabou com eles, não sei se eram marinheiros, pessoas, ou só frutos da minha imaginação. Não lembro como vim para aqui, vejo um imenso pedaço de madeira, isso tem panos nos seus topos, podridão, madeira suja é o que ele significa. Em meio a tudo isso, sinto algo me chamando, da floresta precisamente. Não parecia humano, algo tentou me impedir de entra na mata, mas para mim não tinha diferença em ficar numa praia repleta de corpos e esqueletos, e uma mata densa.
Eu andei vários dias, semanas, eu não sabia mais, minha pele estava podre, cortes, feridas, magreza, tudo já estava destruído em mim, ainda tinha esperanças de encontrar meu irmão, quem sabe ele tenha encontrado uma civilização, e ali se criaria uma nova família, e depois eventualmente uma cidade, a cidade com o nome dele ou com a da nossa família e a cidade perto da praia morta, seria outra vizinha dele, e assim uma conexão histórica surgiria e nada com o passar dos séculos mudaria. Ao pensar nisso eu vi algo na minha frente, era ele, ele que tinha feito isso com nós, por um segundo ouvi um som alto de trombeta, poderia ser um resgate, enfim eu estaria salvo, mas o seu chamado é mais poderoso, e eu só continuo olhando para ele.
Sua aparência é impossível de compreender, ninguém saberá explicar o que nós meros seres humanos não compreendemos. Ele não pertence a nós, para algumas civilizações ele seria considerado divino, mas para mim ele é uma entidade que nunca conheci antes.  Tenho certeza que ele causou nosso náufrago.  Ele não é da terra e vem de um lugar muito distante do nosso e ainda foi ele que mostrou a verdade para mim, e eu vi o passado, o presente e futuro daquele lugar, vi o que ele se tornaria, e por incrível que pareça, eu estava certo. Descobri a verdade por trás de toda minha tripulação, éramos inúteis, porém nós significamos a descoberta ao mesmo tempo, por isso eu ainda vivi, nós que trouxemos humanidade á ele, não sei se posso chamar de “ele”, ninguém saberá como chama-lo, mas agora eu não sou nada perto dele, a terra é nada, se ele decidir aparecer, nada vai sobrar, essa é a casa dele e ele já sabia que viríamos até aqui e que termos um propósito aqui. Tive a sorte de conhece-lo e de descobrir que não sou nada, agora eu enlouqueço e meu corpo deixa de existir para mim, só sou um nada, e ele continua lá, muito mais poderoso, a verdade, o universo, nada será compreendido por nós meros humanos.
 Por: Henri Writer
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inenaffable · 5 years
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me sinto feia.
esquisita e nojenta e como se as pessoas tivessem vergonha de mim. as pessoas, oras bolas.
em dezembro, com tantos eventos acontecendo, percebi que não há maquiagem que cubra o que tenho pra mostrar. nem vestido que cubra o que eu sou. não importa o quão bem vestida eu esteja, o quão caro tenha sido minhas roupas ou o quão vermelho seja meu batom. ainda vou ser eu. ainda vou estar no canto. ainda vou ser mais feia que as outras. ainda não vou dançar com ninguém. ainda vou me comparar com todas as outras durante o evento todo e me sentir insuficiente e explodir de raiva e pessimismo como meio de lidar com isso.
por que quando as pessoas me elogiam não é suficiente? não é. tento subir mas nem sempre dá pra ficar lá.
minha pele tem estado horrível porque tenho comido porcarias demais, minhas olheiras mais escuras por causa do sono desregulado e meu cabelo seco e sem corte por não lavar direito. meu nariz me faz querer não olhar no espelho. desde que vi aquela atriz de la casa de papel com uma rinoplastia digital, minhas inseguranças sobre ele triplicaram. minhas sobrancelhas não estão feitinhas e as marcas do meu sorriso estão aqui pra me lembrar o quão rápido vou ficar cheia de rugas.
sei que são coisas superfulas mas não deixam de me afetar.
me esqueci dos meus arrependimentos e me deixei levar pela segurança da situação.
da última vez em que tirei nudes me senti verdadeiramente um boneco. quando cortei meu rosto da foto porque tinha ficado esquisito, não imaginei que fosse me afetar tanto. me lembrei do quanto me doía relembrar de coisas do tipo quando estava sozinha e que tinha prometido que não ia mais seguir esse meu lado tão intensamente. sempre me coloco nessa situação. mas naquele momento doeu de verdade. como se minha única função fosse aquela.
e descobrir que nem aquilo sou capaz de fazer direito, minha nossa. talvez seja só um mal entendido da minha cabeça (e muito provavelmente é), mas minhas suspeitas bobas foram aumentadas astrologicamente.
sinto falta de não querer impressionar ninguém. ou pelo menos de dizer isso pra mim mesma, e fingir que funcionava. queria não sentir como se tudo fosse uma competição.
estou nua. e feia. e queria um tempo. sinto falta da praia. como posso ser tão ruim?
não consigo reler este texto.
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hjdailybr · 2 years
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Hero Fiennes Tiffin, estrela de "After Ever Happy", em Despedidas, Taylor Swift, e Grito de Arrepiar as Tripas. - Teen Vogue.
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Alguns spoilers à frente para After Ever Happy.
Hero Fiennes Tiffin continuou a preparar as suas despedidas para a série After, mas o fim parece nunca chegar. Ele não está zangado com isto; por Zoom, ele está alegre e sorridente, sugerindo notícias que ainda não vai partilhar.
A quarta parte da franquia, After Ever Happy foi lançada este mês; o filme deveria marcar o fim do tempo de Hero e sua parceira de tela, Josephine Langford como casal tumultuoso Hardin e Tessa. Como é que ele se sente com tudo isto a chegar ao fim?
"Quer saber?" começa ele, o lado da sua boca torce-se para cima. "Eu já não acredito mais nisso. A quantidade de vezes que comecei a dizer adeus e depois voltei para a imprensa ou alguma coisa... Não ponho isto de lado, como universo e base de fãs e mundo, para estar de volta. E também é bom porque já me esforcei tanto para me despedir, por isso estou aqui, mas não parece tão definitivo como é".
O que ele está a se referir é anunciado apenas alguns dias depois - o elenco acabou de filmar um quinto filme de After para terminar a história de Hardin e Tessa como jovens adultos. (Uma prequela centrada em Hardin e a sequência da família de Hessa já foram anunciadas, e Hero dá a entender que ele estaria de volta para uma participação especial.) O filme, intitulado After Everything irá provavelmente retomar onde After Ever Happy termina.
A quarta edição está a espalhar-se no tempo e no local, deslocando-se de Seattle para Londres para Nova Iorque à medida que Hardin e Tessa tentam fazer com que as coisas funcionem. Mas cada um deles tem os seus próprios demônios para combater, e o caminho para o verdadeiro amor não é suave. Digamos que o final do filme pode lembrar um certo vídeo musical de 10 minutos de Taylor Swift... um vídeo que Hero admite ainda não ter visto. " Procurei-o agora mesmo no YouTube, pronto para ver quando tiver 15 minutos", diz ele.
O vai-e-volta de Hessa faz parte do apelo da série: uma queimadura lenta para acabar com todas as queimaduras lentas. Como Hardin, Hero interpreta um personagem que tenta crescer ao mesmo tempo que é constantemente lembrado de traumas familiares e história de abusos. Ele está a lidar com o uso de substâncias, está a cair de novo em velhos hábitos. Em vários pontos do filme, Hardin desfaz-se em soluços ou gritos.
"Gosto de soltar um grito de arrepiar as tripas", ele ri. "Mas se lhe pedem para fazer muitas tomadas, chega a um ponto em que se pensa: 'Tenho a certeza de que conseguimos tudo, rapazes. Tenho a certeza de que podem usar o primeiro".
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Em After Ever Happy, Hardin encontra consolo e redenção através da escrita. Sim, ele comete o último movimento literário como protagonista ao escrever um livro sobre sua vida e, claro, sua história de amor com Tessa, que está compreensivelmente chateada por nunca lhe ter contado sobre o livro. (Chega-te para lá, Dan Humphrey).
Hero vê beleza em poder discutir se Hardin estava ou não certo em publicar o livro, mas ele concorda que realmente deveria ter contado a ela antes. "Se ele quisesse que fosse uma surpresa, ele poderia ao menos ter se virado e ter ficado tipo: 'Estou prestes a ser publicado'. O que você acha?"" diz Hero. "Mas, por já ser tarde demais... é um pouco como a aposta revelada no primeiro. É tipo: 'Mano, você poderia ter antecipado isso e ter dito um pouco mais cedo, sabe?'". Mas ele é sempre castigado, não é mesmo?"
Pelo que vale, Hero não tem certeza de que alguma vez escreveria um livro sobre sua própria vida. "Eu não acho que seria muito bom", diz ele, sem rodeios. "E quando olho para trás, tenho tanta sorte que fazendo toda essa imprensa e trabalhando em filmes, você tem tantas imagens de si mesmo e especialmente com a mídia social e tudo o que acontecendo por lá, e dura para sempre, às vezes parece uma coisa ruim, mas na verdade é muito bom saber que posso olhar para trás e acompanhar meu progresso através disso. Se eu fizer algo remotamente interessante além disto, então talvez eu tenha mais sobre o que escrever. Até agora seria um livro bem curto, eu acho".
Os fãs de longa data de Hero saberão que ele começou a atuar com o jovem Tom Riddle em Harry Potter e o Enigma do Príncipe. Mas os filmes de After continuam sendo uma das experiências mais importantes em seu desenvolvimento de carreira. Ele tem 24 anos agora e continua a mapear o tipo de carreira que ele quer ter.
"Sinto que não só fui capaz de fazer quatro filmes dos quais estou realmente orgulhoso, mas também praticar minhas habilidades de ator e habilidades sociais e aprender mais sobre a indústria", diz ele. "Por isso, agora quando continuo a fazer qualquer outro trabalho, estou tão consciente de que After tem acompanhado rapidamente meu aprendizado e compreensão de como os filmes são feitos e como os filmes funcionam".
Hero recentemente estrelou em outro romance, First Love, ao lado do Sydney Park. Ele também se ramificou em mais blockbusters, com um papel no épico histórico liderado por Viola Davis, The Woman King. Em seguida, ele interpretará um zumbi na comédia que aquece o coração, The Loneliest Boy in the World. "A melhor maneira de resumir os projetos que quero fazer a seguir é apenas continuar mudando", diz ele, "continuar mudando e tentar fazer um pouco de tudo".
After Ever Happy está agora disponível para ser transmitido sob demanda.
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Amor de outras vidas-capitulo 50
~campainha~ Fernanda: Mas quem diabos é a essa hora?(indo atender) ~campainha~ Fernanda: Ja vai! (rispida) ~campainha~ Fernada: Mas que inferno já vou ab...(abrindo) ah é você... Lu: Bom dia...(sorrindo) Fernanda: Bom dia pra quem Luana, ja viu que horas são? (parada na porta) Lu: Vish já vi que o humor não é dos melhores...(revirando os olhos) Fernanda: Quem bom que viu, ja pode dar meia volta...(fechando a porta) Lu: Calma...(segurando) Fernanda: O que foi?(suspirando) Lu: Será que eu posso entrar? Fernanda: O que de tão importante você tem pra me dizer, eu estou ocupada.(mentindo) Lu: Ocupada com o que? Fernanda: Não é da sua conta! (rispida) fala logo! Lu: Olha, sobre o que ouviu aquele dia no telefone eu... Fernanda: Eu não quero suas explicações, você não me deve! Da mesma forma que você fica com outras pessoas eu também fico, inclusive nesse momento você está me atrapalhando! Lu: Tem alguém ai?(surpresa) Fernanda: Tem, e essa conversa toda vai acabar a acordando, portanto...(suspirando) acho melhor você ir embora... Lu: Eu pensei que... Fernanda: Que eu fosse uma idiota que estou a sua disposição na hora que você quer? Lu: Não, Fernanda, não surta, porque acha que eu sai de casa cedo para vir até aqui? Fernanda: Pra fazer comigo, o que provavelmente a outra não quis, sexo! Lu: Claro que não, eu vim até aqui pra... Fernanda: Ja disse que não quero as suas explicações! (irritada) olha Lu eu não sou descartavel, por esse motivo eu resolvi que não quero mais isso pra mim, e já estou até com outra pessoa... Lu: Isso nâo pas... Fernanda: De modo que eu agradeceria se você me desse licença e fosse fazer outra de palhaça, tenha um bom dia! (fechando a porta) Não havia ninguém ali com ela, mas ela não queria mais viver nessa situação com Luana, até porque a mesma não parecia querer algo sério, e Fernanda sabia que não podia se envolver com alguém assim, mais do que já tinha se envolvido. No salão Edu: Bom dia...(sorridente) Emily: Bom dia cunhado...(rindo) Edu: Tudo bem?...(rindo) Emily: Não melhor que você né, pela animação... Edu: Para que a noite pra você foi boa também..pensa que não vi seus amassos com a Lu? Emily: Nada...(sem jeito) foi uma das piores noites então.. Edu: Como assim? vocês pareciam estar se dando tão bem, até sairam da boate juntas.. Emily: Estava bom Edu, até a sua amiga me chamar 3 vezes de Fernanda.(revirando os olhos) Edu: Ela fez isso? (rindo) Emily: Isso não é engraçado Edu...(suspirando) nunca me senti tão trouxa. Edu: Em partes é engraçado, tirando a parte que foi com você, mas é que essa é uma peguete da Lu, mas nunca imaginei que ela já tava assim com a garota a ponto de se confundir dessa forma.(rindo) Emily: Tive vontade de mata-la na hora, ai ja era, esfriou tudo entre a gente, já não quis mais nada e assim que ela dormiu, eu fui embora da casa do Fabian. Edu: Por isso que você foi embora então...(entendendo) Emily: Exatamente...(pensativa) mas enfim, vida que segue... Edu: Fica assim não mona, vamos falar de outra coisa? Emily: Vamos, você e meu irmão...(puxando uma cadeira) conta tudo... Fui para a faculdade meio que não querendo ir, parecia que esse ultimo semestre estava durando uma eternidade, para minha felicidade faltava apenas mais um mês. Amanda: E ai, como foi a festa? Clara: Foi divertida, você devia ter ficado... Amanda: Ah não...(rindo) Vanessa não vai muito com a minha cara, ja deu pra perceber Clarinha. Clara: Ela ta com ciumês Amandinha...(rindo) Amanda: De mim? (surpresa) mas eu não... Clara: Eu sei, ja falei isso pra ela, daqui a pouco passa... fim de aula... May: Não esqueçam de ler o que mandei no email pra vocês, tenham um bom dia... Amanda: Deixa eu correr que ainda tenho que ir no salão.(pegando sua bolsa) nos encontramos mais tarde na empresa... Clara: Ta bom, beijos..(indo até May) May: Vocês podiam maneirar um pouco na conversa né? Clara: Atrapalhamos? May: Claro que atrapalharam, depois não sabe porque a nota ta ruim..(séria) Clara: Ai May...(preocupada) já tinha me esquecido disso, a minha nota... May: Relaxa, vai ter a P3, você vai se dar bem...(ainda séria) mas vendo aqui a nota do seu trabalho...tsc, tsc... Clara: Como assim?(se desesperando) ta ruim? May: Um desastre, da onde foi que vocês tiraram essa pesquisa? Clara: Ai May, não fala isso...(desesperada) que nota eu tirei? May: 10...(segurando o riso) Clara: Como assim? May: Você já passou nesse semestre na minha matéria palhaça...(rindo) tirou  10 na prova também... Clara: Eu vou te matar Mayra! (quase tendo um AVC) May: Eu precisava de uma mentira pra eles poderem montarem sua festa ué..(rindo) Clara: E porque não me falou antes?(revirando os olhos) May: Pra não perder o prazer de rir um pouco... Clara: Olha eu devia te matar Mayra! (lhe dando um tapa) May: Ai isso doi..(ainda rindo) ~batem a porta~ Thais havia se arrependido pelo o que falou para Mayra, não estava mais chateada, além do mais, naquela mesma manhã havia se reconciliado com Junior, e queria poder contar isso pra May, ela estava feliz, então não tinha porque ficar alimentando o fato que aconteceu, resolveu ir até a faculdade falar com a loira. Clara: Thata...(sorrindo) que bom te ver por aqui. Thais: Oi Clarinha...(sorrindo) Clara: Entra ai, fica a vontade, vou la embaixo falar com a Lu tá May...(lhe dando uma piscada) May? May: Ah...ér tá bom, encontro vocês lá.(ainda surpresa) Clara: Tchau Thata...(saindo) Thais: Tchau...(sorrindo) oi May. May: Oi...(sem jeito) Thais: ...vim falar com você. May: Achei que não quizesse falar comigo... Thais: Me desculpe...pelo que falei rsrs acho que lhe devo isso. May: Não precisa pedir desculpas...(sorrindo de canto) aliás, eu lhe devo desculpas pelo o que fiz... Thais: Não precisa também...(sorrindo) nada ver eu ficar bolada por causa daquilo. May: Fico feliz por isso..(sorrindo) ~silêncio~ May: Espero que isso não mude nada entre a gente...eu não gostaria na verdade rs Thais: Eu também não quero May, gosto da sua amizade...(sorrindo) May: Que bom, isso me deixa muito feliz...(sorrindo) Thais: Eu também..(sorrindo) olha tem uma novidade pra te contar...to muito feliz. May: Estou vendo...(enconstando-se na mesa) pelo jeito é uma novidade boa mesmo hein... Thais: É otima May, eu to muito, muito, mas muito feliz mesmo...(animada) May: Então conta, to ficando curiosa...(rindo) Thais: Voltei com o Ju...(sorrindo) May sentiu como se alguem tivesse jogado um balde de agua fria em sua cabeça, na verdade ela nem estava acreditando no que havia escutado, sentiu um nó se formar em sua garganta, mas viu que Thais estava muito feliz, então resolveu engolir a seco. Thais: May?(estranhando) May: Ér...(saindo de seus desvaneios) nossa Thais...que bom. Thais: Não é...(sorrindo) você não sabe o quanto estou feliz, ele esta tão diferente... May: Uau isso é tão bom...(arrumando as suas coisas) fico feliz por você Thais... Thais: Isso é demais May...(sorrindo) acho que dessa vez vai dar certo... May: É demais mesmo! (suspirando) Thais: Agora, eu tenho que ir.(dando um beijo em seu rosto) agora que está tudo bem entre nós duas, eu vou me encontrar com ele antes de ir para a empresa. May: Tudo bem...(pigarreando) Thais: Então ta tudo bem mesmo né? (sorrindo) May: Claro...tudo otimo.(forçando um sorriso) Thais: Otimo...(animada) to indo lá, depois te ligo pra gente conversar, tchauzinho... May: Tchau...(suspirando) Vi Thais saindo da faculdade com um sorriso largo, nos cumprimentou e Lu e eu nos animamos, mas isso durou pouco assim que vimos May passar por nós com cara de poucos amigos amigos. Ja no carro não trocamos nenhuma palavra, o unico barulho que ouviamos era da música que tocava. Na empresa... Slim: Boa tarde! Paula: Olá, boa tarde! em que posso ajudar? Slim: Preciso falar com a Vanessa! Paula: A Van está em reunião..(voltando a atenção para seu computador) Slim: Avise a ela que estou aqui... Van: Não precisa! estou aqui.(chegando de surpresa) Slim: Vanessa...(sorrindo) boa tarde! Van: Algum problema Valter? Slim: Problema nenhum..tirando o fato que você passou a minha frente em alguns projetos que já estavam sobre o meu dominio.. Van: A culpa não é minha se dirijo a minha empresa melhor que você dirige a sua.(sorrindo) Slim: Não sei se dirige tão bem Vanessa...(sorrindo) afinal, isso chegou até a mim hoje..(lhe entregando) Van: O que é isso?(pegando o envelope) Slim: Parece que os gringos tem pressa Vanessa, e seu projeto é devagar demais... Van: Eu não vou cair nessa sua ladainha...(rindo) é patético Valter. Slim: Desiste Vanessa, você sabe que não é competente a minha altura...(sorrindo) se isso der errado, está decretado o seu fim....e desse...(fazendo gesto sobre a empresa) amadorismo Van: Você não vai conseguir me desestabilizar...(sorrindo) aceita que perdeu Valter, volte para sua empresa, estude onde foi que errou, e quem sabe numa proxima tentativa talvez... Slim: Ainda vai se arrepender muito por essas suas palavras..(se aproximando) Van: Enquanto isso não acontece...(lhe apontando a porta) uma boa tarde! Slim: Com licença...(saindo) Paula: Desculpa Van, eu já tinha avisado para que não o deixasse subir mas... Van: Fica tranquila Paulinha, o Valter é uma pessoa que não sabe ouvir um "não". Paula: Sera que isso é verdade?(apontando para a carta) Van: Claro que não...(suspirando) isso aqui é do mais baixo amadorismo que já vi na vida, joga isso fora. Fernanda: Boa tarde...(entrando) oi Van, desculpa pelo meu atraso, tive qie resolver umas coisas... Van: Tudo bem... Fernanda: Com licença gente... Paula: Ela sendo gentil? (estranhando) Van: Deve ter acontecido alguma coisa... Paula: Eu não me atrevo a perguntar...(rindo) Van: Ah não, nem eu..(rindo) Paulinha, quando a Clara chegar peça a ela que vá a minha sala por favor. Paula: Pode deixar... No ap da May Lu: Mana, posso falar com você? May: Claro...(sorrindo) passou a raiva? Lu: Não, ainda to com raiva de você.(pensativa) mas isso não vem ao caso agora... May: Ah entendi..(rindo) mas o que foi? quer conversar sobre o que? Lu: Aconteceu alguma coisa? você não parece bem...sei la. May: Não é nada demais...vou ficar bem! Lu: É a Thais né? (sentando ao seu lado) May: Clara te contou né? Lu: Na verdade eu arranquei isso dela...(rindo) mas porque não me conta? May: Achei que não quizesse falar comigo por isso não contei nada a você... Lu: Não tem problema, e ainda não to falando com você...(revirando os olhos) mas não gosto de ver você assim, então... May: Entendi...(rindo) Lu: Então, vai me contar o que está acontecendo? May: Ah mana, não tem muito o que contar, é aquilo que você já sabe, beijei a Thais num impulso e...(suspirando) Lu: E...o que ela foi fazer na faculdade? May: Me pedir desculpas por algumas coisas que me falou.. Lu: E você desculpou? May: Claro, e pedi desculpas também... Lu: Mas ela parecia estar tão feliz, e você saiu de lá com uma cara de enterro e... May: Ela voltou com o Junior...(se levantando) Lu: Como assim?(confusa) May: Parece que os dois conversaram, e agora está tudo nem entre eles, voltaram! Lu: Nossa...(surpresa) e você ficou mal com isso? May: Eu me senti uma idiota isso sim...(rindo) eu dou risada da minha propria desgraça.. Lu: Mas espera ai May, você não é idiota, ela sim é uma... May: Lu, não é porque gosto dela que ela tem que gostar de mim... Lu: Certo, e volta com o babaca do Junior, muito burra velho..(indignada) May: Ah mana, mas foi bom, ao menos eu paro de me iludir, é vida que segue né.(suspirando) Na empresa... Cheguei um pouco atrasada esperando Luana, Vanessa já havia me chamado a sua sala Paulinha havia me dito, fui para lá e já entrei pedindo desculpas pelo meu atraso. Clara: Van, boa tarde, mil desculpas o atraso existe eu confesso mas é que a Lu demorou muito e... Van: Amor...(a interrompendo) calma, tá tudo bem. Clara: É que a Paulinha disse que você estava procurando por mim, aconteceu alguma coisa? fiz alguma coisa errada? (indo até ela) Van: Não amor..(a puxando para seu colo) não é nada relacionado a trabalho não, quer dizer, é e não é... Clara: Não entendi...(confusa) Van: Nós vamos viajar...(sorrindo) se você concordar, iremos amanhã mesmo. Clara: Como assim? Van: Tenho umas coisas para serem resolvidas com os gringos em Paris, então eu aproveitei para unir o util ao agradavel e te levar comigo.(sorrindo) Clara: Paris? (surpresa) Van: Sim amor, o que acha?
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sorenotsore · 4 years
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𝐢𝐥𝐡𝐚 𝐝𝐨𝐬 𝐩𝐫𝐚𝐳𝐞𝐫𝐞𝐬 𝐰𝐢𝐭𝐡 — 𝒂𝒖𝒕𝒖𝒎𝒏.
Autumn precisava pensar em uma matéria nova para o jornal urgentemente, mas nada de útil lhe vinha à cabeça. E se escrevesse sobre…? Nada. Nenhuma ideia decente. Cansada de estar dentro do quarto se revirando na cama com o caderninho e nenhuma palavra sendo escrita, resolveu respirar um ar puro e tentar fazer algum pensamento criativo aflorar na sua cabeça. Com o caderno em mãos, saiu saltitante do dormitório, pensando num lugar silencioso e ao ar livre para ficar numa hora daquelas. Talvez próximo aos estábulos fossem uma boa ideia, havia boas árvores para se encostar e aproveitar uma sombra naquele fim de tarde de clima ameno. Já se encontrava sentada quando achou ter avistado Soren mais ao longe. ❝Soren? Ei, Soren!❞ Chamou pelo rapaz e, entretida em fazê-lo notá-la, não percebeu o pombo se aproximando na clara intenção de dar um rasante na garota. Notou apenas tarde demais, o pombo praticamente na sua cara, agora soltando um grito do susto. Bom, nós sabemos o que acontece quando Autumn Rose se assusta, não é mesmo? Foi exatamente o que aconteceu. Bastou o grito sair de sua garganta, a garota já tombava para o lado, apagada. Pelo menos estava sentada na grama, não haveria prejuízos. Só vergonha, mesmo.
* * *
O dia anterior talvez não tenha sido um dos melhores, mas aquele prometia ser excelente. Depois de acordar com o pé direito e aproveitar uma boa cavalgada com a irmã no início da manhã, foram presenteados com uma imagem exótica ao voltar aos estábulos — ou seria melhor dizer com novos e exóticos ajudantes? Ali, após muitas risadas e piadinhas infames, chegaram a conclusão de que o trabalho realmente dignificava o homem, levando-os a completarem seus afazeres rapidamente. Ainda havia algumas coisas a serem feitas antes que se arriscassem na Ilha dos Prazeres, de modo que decidiram dividir e conquistar. Mas se Soren havia esquecido de quem era, inebriado por horas de boa sorte, o Narrador não permitiria que continuasse assim por muito mais tempo. E o plot twist se apresentou na forma de Autumn, que chamara seu nome antes de cair inconsciente. Do nada! Simplesmente havia olhado para a princesa e ela desmaiara. Um tanto quanto chocado, apressara-se tardiamente em sua direção, ajoelhando-se ao lado do corpo flácido. “ Autumn? Tu ‘tá de sacanagem comigo? Autumn ” chamou inutilmente, batendo de leve as pontas dos dedos na bochecha morna — um bom sinal, pelo menos. “ Porra, achei que o efeito charming fosse começar somente com os contos ” murmurou para si mesmo. Que princesas desmaiavam ao verem príncipes, era uma verdade constante em todas as histórias, mas supunha-se que isso não aconteceria até saírem de Aether, muito depois da excursão ao parque. “ Autumn, pelo Narrador, acorda! ” tentou novamente, mudando seu foco para os ombros, os quais sacudiu com certa exasperação. “ Não é possível que você precise de um beijo para acordar. Juro que pego o primeiro sapo que achar para fazer o serviço se for necessário. ” Puta merda, com certeza iria se atrasar.
* * *
O pombo fizera o serviço de apagar Autumn e imediatamente saiu voando dali, quase como se sua função naquele momento fosse apenas de fazer a garota passar vergonha. O plano era: ter alguma boa ideia para o jornal, escrever ao menos o rascunho que fosse, ir ao parque de diversões logo em seguida. Tudo minimamente calculado em sua cabecinha. Um apagão no meio disso não estava previsto nos planos! Claro que seus apagões nunca eram previsíveis, isso era um fato desde que se entendia por gente, mas evitar cair na gargalhada ou ter um susto já era o mínimo que podia fazer para evitar maiores desgraçadas inesperadas. Infelizmente, tinha um pombo no meio do caminho. Agora era tarde demais, absorta em um sonho confuso, imagens passando rápido, um grito ao fundo. O que estava acontecendo? Tentava ver melhor as imagens, entender o que escutava, quando ouviu um “Juro que pego o primeiro sapo que achar para fazer o serviço se for necessário.” Espera, o quê?, pensou consigo mesma. Aquilo não fazia o mínimo sentido! Assustada com a aleatoriedade do que ouvira, a loira acordou de repente, agora com uma cara de interrogação gigante em perceber que estava sendo agitada pelos ombros. ❝Um sapo? É o quê?! Soren, pelo Narrador, dá pra deixar de desespero?❞ Segurou as mãos do rapaz para ele parar de sacudi-la, claramente agoniado com a situação. Belo jeito de acordar, jogada na grama e com Soren a chacoalhando pelos ombros. A vergonha podia ser maior, Narrador? ❝Primeiro que esse nem é meu conto, nem vem enfiar sapo na minha história.❞ Ergueu uma sobrancelha, agora soltando as mãos do rapaz e voltando a sentar na grama. ❝Segundo que eu adoro animais e etc, mas tenho pavor a sapo. Eu te matava se acordasse com você esfregando um bicho desses na minha cara, ô bonitinho.❞
* * *
Sim, sim. Soren sabia que tinha tendência a exagerar, ninguém permitia que esquecesse disso. Porém, apesar de conhecidos, os episódios de apagão da Stein não lhe eram familiares — o que devia escusá-lo pela frustração que o tomou. Quanto tempo levaria para que a princesa acordasse? Havia algum truque para fazer seus olhos abrirem novamente? Ou pior, seria obrigado a levá-la a enfermaria e ficar como acompanhante? Porra, não queria ser insensível, mas aquilo atrapalharia boa parte de seus planos. Um bufo escapou de seus lábios, uma nota estranhamente divertida podendo ser notada no ruído. Auri com certeza entenderia seu atraso, em verdade, ficaria deliciada… Pena que a gêmea costumasse bater antes de escutar. Praticamente já podia sentir o latejar no espaço em seu braço que logo mais ficaria roxo. Quer dizer, talvez, pois no segundo que levou para as questões bombardearem sua mente, as pálpebras de Autumn tremularam. Sem qualquer sinal de hesitação, a princesa despertou — e sua boca também. Pego de surpresa pela lucidez instantânea da outra, não pôde conter seus comentários ao ter as mãos contidas. “ Nunca, em toda minha vida, vi alguém acordar tão abruptamente. E falando tanto ” completou, numa observação para si mesmo. Mas então, fazia um pouco de sentido naquele caso, pensou, como se os apagões não fossem mais que uma pausa dramática de discurso. Os desdobramentos daquele pensamento incitavam-no a tirar algumas dúvidas, contudo, numa demonstração raríssima de que podia controlar a língua, decidiu seguir por outro caminho. “ Se me permite a indiscrição, você parece mais exaltada que eu, Autumn. ”  O que, para a sorte de ambos, percebeu ser verdade. Algo na agitação da raliense havia diminuído a própria. Não, algo não. Era o que o alívio de vê-la agitada tinha feito por ele. “ E não precisa se eriçar, bonitinha. Existe uma variedade imensa de animais pra você escolher, I’m pretty sure we can work that out ”  disse, erguendo-se em seus pés. E foi aí que percebeu as folhas verdes e finas entremeadas nos cabelos loiros, franzindo o cenho ante a nova imagem. Aquele tipo de bagunça não era mencionada nos contos — provavelmente para manter a ideia romântica de um amor puro, limpo. Ou por que princesas dificilmente eram acordadas por sacudidelas. Emitindo um murmúrio de contemplação ao observar Autumn, repensou sua fala passada. “ Na verdade, você está eriçada. Devo ter alguma culpa nisso, sinto muito. ”  Entretanto, sendo ele um homem vivido o suficiente para saber o valor de um penteado bem feito entre as mulheres de Mítica, ofereceu seu melhor sorriso a jovem aspirante de Bela Adormecida, estendendo a mão para pegar um pedacinho de grama dos fios dourados. Por vezes, realmente conseguia representar um cavalheiro. “ Mas se quer saber, o estilo não é tão ruim. It suits you. ”
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Se havia algo que matava Autumn de vergonha em níveis estratosféricos, essa coisa era apagar na presença de alguém que nunca a vira apagando antes. As reações eram das mais variadas, desde achar que a menina era apenas uma preguiçosa desinteressada até a entrar em desespero achando que a matou do coração. De toda forma, era sempre um grande vexame. Se perguntava qual das opções se encaixaria pro garoto naquele momento. Caso tivesse se passado pela sua cabeça que seria atacada por um pombo advindo do além, teria ficado de boquinha fechada e com certeza evitado chamar a atenção de Soren. Entretanto, teve de segurar uma risada ao ouvir a fala do garoto em seguida. ❝Olha, pra quem estava me sacudindo sem dó uns segundos atrás, não era nem pra você ‘tá surpreso comigo acordando de repente. Eu lá ia acordar tranquila, por acaso?❞ Questionou com um tom divertido na voz, não era como se estivesse irritada, só teve de controlar a exasperação do rapaz antes que sua cabeça batesse na árvore de tanto ser chacoalhada. ❝Eu ‘tô exaltada? Eu não 'tô exaltada.❞ Negou se fazendo de desentendida, sabendo que estava falhando miseravelmente e o moreno certamente notaria isso. Tentava não pensar muito na vergonha que estava sentindo, se as bochechas ficassem vermelhas iria se entregar facilmente. Okay, 'tá tudo bem, você já levantou, não pense demais. ❝Hm… e o que te faz pensar que eu preciso de alguma criaturinha me beijando pra acordar? Quer se oferecer pro cargo, é?❞ Provocou com um sorriso na cara e uma sobrancelha levantada, agora procurando em seu bolso seu saquinho com folhinhas de hortelã, o qual não andava sem. Puxou uma folha e mastigou-a, logo erguendo uma sobrancelha pro que aquilo poderia ter parecido. ❝E isso não tem nada a ver com o que eu acabei de dizer.❞ Era melhor garantir que não ouviria nenhum comentário engraçadinho a respeito, mas, vindo de Soren, ainda não seria garantia. Tinha plena noção do charme que o rapaz jogava ainda que de brincadeira, era o mesmo que já havia ouvido sobre o seu pai, afinal. Bastou dois segundos do pensamento e pudera sentir o toque do rapaz nos seus cabelos, franzindo a testa por um momento até ver o pedaço de grama em sua mão. Ótimo, ainda estava cheia de mato? ❝Soren…❞ Começou a falar, ponderando as palavras que acabara de ouvir. Ele até que tinha jeito em fazê-la se sentir menos pior pela situação, o charme até que funcionava. ❝…tem certeza que eu fico bem de cabelo assanhado? Fitzherbert, quem deveria estar desnorteada era eu, não você.❞ Seu ar agora era divertido, quebrando totalmente o tom supostamente sério do início da sentença.
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Que Soren tinha certo jeito com as damas, não configurava surpresa alguma. E, embora tal traço pudesse dizer respeito a uma saudável lista de conquistas, sua faceta de ladies man não se limitava somente ao campo romântico. Lógico, com um pai que ostentara por anos a alcunha de notório cafajeste, aprendera diversos truques para enfraquecer o joelho de mocinhas; mas fora na sinceridade comedida, aprendida com sua formidável avó, que encontrara a verdadeira fonte da impunidade. Todos haviam algo a que elogiar e, frequentemente, ignorar. Podia não ser o homem mais esperto de Aether, Merlin sabia, contudo, era perspicaz o suficiente para captar certas delicadezas. Assim, ainda que percebendo a tensão por trás do tom divertido de Autumn, causada pelo embaraçamento óbvio em suas feições, Fitzherbert absteve-se, novamente, de lançar perguntas sobre aquele despertar repentino. Sua curiosidade seria satisfeita eventualmente, de modo que naquele instante, limitou-se a erguer as palmas abertas no ar em sinal de rendição. Por um segundo, até conseguiu encarnar a própria definição da decência — o que, é claro, não durou muito. “ Longe de mim contrariá-la. Quem sou eu para apontar o quão exaltadamente não está exaltada. I know better than that ” debochou com humor, deixando-a saber que os comentários sobre seu estado não passariam daquilo. De longe, a atitude poderia até passar como amável, com seu aprendizado em ação e a ansiedade nos olhos dificilmente detectada. Era verdade que apreciava Autumn e sua ocasional companhia desde que haviam sido apresentados, porém, cada minuto preso ali poderia significar um a menos de diversão descuidada no parque. Não queria dar corda a nenhuma provocação desnecessária. Realmente não queria. O riso baixo e curto ante as falas da garota, entretanto, era só mais uma prova do quão miseravelmente falhava em seus objetivos. Em sua defesa, a própria essência impossibilitava a restrição de uma reação. Simplesmente não resistia a uma boa oportunidade de ser cafajeste — e o sorriso característico já estava engatilhado. “ Não é esse o ponto de toda a história? Acordar com um beijo tão intenso que mesmo em sonhos irá senti-lo? ” indagou, fixando o olhar por um par de segundos nos lábios alheios, ponderando. “ Não me parece um desafio, porém, já que umas sacudidas aparentemente também fazem o serviço. Seria um desperdício das minhas habilidades… But we can try since you seem eager to taste… I mean, test the possibility. ” E mesmo ele, em toda falta de sutileza que sua arrogância e autoestima costumavam abarcar, não teria previsto os próximos passos da Stein. Ela nunca havia demonstrado qualquer tipo de interesse além uma relação amistosa — o que tornava a cena mais excêntrica, díspar. E engraçada, tanto que Soren se viu obrigado a pressionar a boca numa linha fina a fim de se controlar. “ Você tem um jeito bastante peculiar de demonstrar isso. Alguém menos esclarecido poderia cometer um engano terrível achando que é um jogo. ” Uma provocação, mas também um aviso. Não contra ele exatamente, visto que era esperto o bastante para não avançar sem um consentimento verdadeiro. Não pretendia, porém, entrar numa discussão acerca do tema, bastava o tempo perdido com suas benditas provocações. Louis com certeza não perderia a oportunidade de apontar fraqueza tão ridícula de caráter, no entanto, isso pouco tinha importância no momento. Autumn sobre os próprios pés, muito acordada e menos tensa, era o que importava. Ali, soube que seu charme havia funcionado para relaxá-la — conquista que compartilhava com a princesa, pois o remanescente da exasperação sentida ao encontrá-la havia sumido com seu crescente humor. “ Assanhado é uma palavra muito forte. Prefiro selvagem, me soa bem mais atraente. Mas não serei eu a explicar o apelo da imagem ou serei acusado de assédio, só tem que confiar em mim. ” A destra foi em direção ao peito solenemente, ignorando por completo qualquer barbaridade dita. Certamente um comportamento recorrente ao Fitzherbert, bem como a preocupação cortês que veio em seguida. “ Quer dar uma passada na enfermaria? Você me parece um pouco confusa, mas não vejo rastros de sangue, felizmente. Seria um balde de água fria perdemos o dia livre. Não é todo dia que somos mimados desse jeito, só 20 vezes ao ano. ”
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Seu temperamento era sempre controlado, calmo, não deixava transparecer – ou pelo menos tentava não deixar transparecer – quando sua vergonha queria tomar conta de si naquelas situações, escondendo-a sempre por trás de um ar bem-humorado e irônico. Não era sempre que conseguia, claro, como tinha certeza ser o caso nesse momento. Considerando o tom provocativo e irônico de todos os diálogos que tivera com Soren desde as primeiras palavras trocadas no baile fora das divisas de Aether, definitivamente o ocorrido era uma leve ferida em seu orgulho – o qual sabemos que Autumn possuía até demais, não é mesmo? Porém, não era hora e nem adiantava chorar pelo leite derramado – ou pelo pombo irritado, no seu caso –, tinha de agradecer pelo menos por não estar sentindo o rosto quente, as bochechas não estarem vermelhas já seria uma vitória. Um pensamento positivo para aliviar os demais: ele já a viu apagando, então pelos menos não seria mais uma preocupação caso visse futuramente a cena. Era sempre uma chance de acontecer, fazer o quê? Ergueu uma sobrancelha com as mãos erguidas do rapaz, segurando os lábios para não deixar uma risada escapar. ❝Por que eu já não me surpreendo mais com você dizendo uma coisa e fazendo o oposto logo em seguida?❞ A pergunta era retórica, porque obviamente o esperado desde o início era que Soren iria sim contrariá-la nem que fosse em meio a uma piada, até parece que não seria o caso. ❝Acho que já passamos da fase de princesas dependerem de beijos para acordar, não concorda? Mas… ainda que dependessem… será mesmo que o seu causaria esse efeito, Fitzherbert?❞ Direcionando o próprio olhar aos lábios do rapaz ao perceber onde sua vista se encontrava momentaneamente, o tom de deboche e desafio não poderia diverti-la mais. Suas provocações nunca chegaram ao ponto de flerte, tinha em mente que aquela troca de palavras estava sendo igualmente divertida e despretensiosa para ambos. ❝Hm, nada ansiosa, na verdade, inclusive acho que vale ressaltar que quem está falando das próprias habilidades aqui não sou eu. Tentando fazer propaganda?❞ Estava entretida com o tom da conversa, o que era um defeito seu por vezes se mostrava também uma qualidade, pois não podia negar que ser irônica lhe rendia boas situações para dar risadas mais tarde. E foi o que ouviu em seguida que a fez rir. ❝Olha, ser irônica é uma arte, eu não desperdiçaria numa pessoa menos esclarecida. Eu sei que você entendeu e é por isso que estamos tendo essa conversa.❞ Abriu um sorriso, agora afastando-se do garoto para procurar por seu caderninho que ficara pelo chão. Era evidente dizer que não seria qualquer um a ouvir os deboches de Autumn naquele tom específico, suas ironias sempre se misturavam em piadas e ares despreocupados, o que irritava Merlin profundamente e ela sabia disso. Assumir uma posição de falso flerte definitivamente não era o estilo que a princesa vestia pela manhã ao acordar, mas a personalidade galanteadora de Soren a divertia em falar de tal maneira. ❝Tudo bem, Soren. Vou confiar em você. Só não se acostume.❞ Brincou, soltando um riso baixo ao olhar para o garoto. Acho que já poderia considerar uma trégua por hoje. Só por hoje. ❝Ei, é sério, eu tô bem. Já tô acostumada a apagar em lugares inapropriados de se cair de repente, pelo menos aqui a grama amorteceu. A gente não vai perder nosso mimo de número 20 do ano, okay? Nada de enfermaria por hoje. Eu já quero meu lugar garantido naquela roda gigante. E gostaria de garantir uma fatia de torta também, se não for exigir demais da nossa posição de mimados.❞
— ENCERRADO.
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