#talvez ela roubou a mochila do outro mesmo ou de outra pessoa
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olwvia · 9 months ago
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“Agora eu me sinto horrível por ter roubado isso daquele filho de Apolo que morreu...” Olivia falou antes de colocar a mochila do falecido Aidan pendurada em um pequeno galho da árvore mais próxima, aproveitando a sombra enquanto descansava durante o trabalho de reconstruir seu chalé. A mochila estava pesada e cheia de coisas dentro; no dia do roubo, o garoto se encontrou no lugar errado e na hora errada, já que o alvo verdadeiro de Olivia era outro filho de Apolo. Ela apenas confundiu as mochilas quando os dois chegaram juntos no anfiteatro. Aidan era um bom rapaz, ela ia devolver!! “O que eu faço com isso agora? Queimo tudo? Sei lá, né? Eu nem cheguei a ver o que tem dentro.”
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tropicalist-a · 3 years ago
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Carta sobre amor e ódio para o Diretor Antônio e para a Professora Antônia
Oh não amor, claro que eu entendo
Eu também mandaria eu ir me danar
Mandaria eu ir caçar alguma sarna pra me coçar
E pegaria o ônibus mais próximo pra passar o fim de semana em qualquer outro lugar
Em qualquer motel vagabundo de beira de estrada
Só com uma mochila amarela muito feia e velha, já toda desbotada, toda amarelada do tempo, já toda manchada de caneta preta
Que dentro só tinha um livro todo sujo e mal cuidado, uma escova de dente e uma garrafa de conhaque
Que você roubou do seu pai antes dele acordar
Porque ele passou a noite toda bebendo e transando com a sua madrasta
É eu sei, você não gosta dela,
porque ela faz de tudo pra te entender.
Te leva pro spa, te leva pro pilates, te compra um um disco do Nando Reis
Porque é ele é teu cantor favorito,
Porque foi ele quem autografou
Essa tua mochila horrorosa já toda desbotada, toda amarelada do tempo
Que tá toda manchada de bebida. Que tá manchada de vômito.
Que tá toda manchada de lembranças. Que já tá toda manchada de caneta preta
Mas aquele foi o melhor dia da sua vida, eu sei
O dia que você se lembra até hoje, a única coisa que você se lembra de mim
A única coisa que você ja me agradeceu
De quando eu te levei pro show do Nando Reis
E você nunca se esqueceu.
Mas ai tua madrasta pois tua mochila pra lavar
só pra te agradar
E manchou tudo
de caneta, de sabão,
Porque ela não sabe cuidar de coisas sujas
coisas simples, coisas bagunçadas
coisas sem valor, coisas de coração.
Coisas que seriam óbvias até pra uma criança,
Mas ela não vê.
Pois é, tem gente que é assim mesmo, um dia você se acostuma, princesa.
Então aquele autógrafo deixou de existir, e no lugar só ficou um borrão.
Você quis chorar, esperniar, quis gritar,
Quis pegar tuas tralhas, ir pra Bahia no próximo ônibus e nunca mais voltar.
Pois você queria o colo da tua mãe,
mesmo ela te odiando.
Porque ela te culpa pelo casamento fracassado dela com o seu pai
e você finge que não vê.
Olha, eu não te culpo,
Eu também ando precisando de um colo
Á mais tempo do que já não deveria mais lembrar
Á mais tempo que já deveria ter era esquecido.
Mas eu nunca chorei ou clamei por abrigo.
Porque é uma coisa boba, claro que eu sei
Porque quando eu gritar por algo importante,
que seja por uma mochila estragada igual você
que seja por um show que eu não queria que acabasse igual você
E quando esse dia chegar,
quando eu finalmente tiver motivo pra chorar
Eu espero que todos aumentem o som do rádio
quando as minhas dores começarem a tocar.
Ah princesa, eu realmente espero.
Espero que você talvez, casualmente ou por um acaso ligue o rádio e escute os blues que eu talvez tenha escrito pra você. Pra você ou pra uma outra pessoa qualquer, quem sabe, nem eu vou saber.
Porque eu sinto que foi você foi a única pessoa que realmente fez eu me sentir serena.
Mas eu não sei viver na calmaria, e isso me fez crescer como um bicho ingrato.
Mas eu nunca vou admitir.
Que você também talvez, casualmente ou por um acaso coloque uma faixa pra tocar na vitrola e escute os blues que eu talvez tenha escrito pra minha mãe. Pra ela ou pra uma pessoa qualquer que já considerei ser minha mãe, quem sabe, nem eu vou saber.
Porque ela me deixou num canto sem amor,
Mas eu não sei viver no frio, e isso me fez crescer como um bicho maltratado.
Mas eu nunca vou admitir.
E por fim, os blues que eu vou escrever e contar pra todo mundo
Que eu vou pôr num outdoor
que eu vou contar no jornal Nacional
que eu vou anunciar na coluna da Correio,
Os que vou admitir até pra Deus, e sem receio.
Que são os blues que eu escrevi pra Aquelas Duas Mulheres:
pra a minha irmã de sangue
e pra a minha irmã de coração.
Porque ambas conheciam
O meu lado otário e o meu lado são.
E elas nunca puseram isso num outdoor
Nunca contaram no jornal Nacional
Que nunca anunciaram na coluna da Correio,
E que só admitiram pro Diabo, e de bom grado.
Porque eu nasci pra ser amada, e isso me fez crescer um bicho carente.
Mas eu odeio admitir.
E quando eu estiver sóbria e em pé, rodeada de gente que me faz bem, feliz da vida
Rindo de qualquer piada, gritando no meio da praça
Fazendo papel de palhaça, fazendo os meus shows de criança otária que nunca teve uma boa educação
Você vai ver como eu vou rimar um monte de besteira
E te cantar um monte de asneira sem pé ou cabeça.
Olha só como eu me esforço pra te fazer chorar, benzinho
Mas ah! acho que você vai é rir demais!
E diferente de todo mundo,
essa é a hora que eu penso em tudo.
É que a gente fica são quando tá de bem com a vida, garota. Um dia você vai me entender.
E quando eu estiver bêbada e caindo, sozinha, chorando e todo noiada, pondo as tripas pra fora, querendo morrer, sofrendo igual bicho atropelado
Tentando só não me acabar desidratada, tentando lembrar das besteiras que eu fiz ontem e das que ainda vou fazer amanhã
das pessoas que eu magoei e vou magoar
das pessoas que eu fiz chorar e irei fazer
das pessoas que fiz sofrer e irei repetir de novo
Até as pessoas pra quem eu não faço a menor falta, pra quem eu nunca irei fazer
Das pessoas que não me conhecem
Das pessoas que nunca irão me conhecer.
Você vai ver que eu não vou fazer força nenhuma pra nada do que eu disser rimar
Olha só como eu me esforço pra te fazer rir, benzinho
Mas ah! acho que você vai é chorar demais!
E diferente de todo mundo,
essa é a hora que eu fico surda.
É que a gente fica otário quando tá de mal com a vida garota. Um dia você vai me entender.
E você menina bonita
que gosta de viver entre um sonho horrível e um pesadelo bonito
que acha que vive numa vida dura que você nunca nem viveu,
que você nunca nem conheceu,
que nunca vai nem viver
que nunca vai nem conhecer
E usa como forma de escape pra não ter que sofrer
dessas suas dores irreais que eu nem sei quais são.
Você é tão rica menina, porque só se veste com coisas feias?
Bem, eu não vou falar nada não, não vou fingir que não gostei
Eu não sou do tipo que reclama,
Porque foi assim que você me conheceu
Você lembra? porque eu nunca esqueci
E tudo isso,
tudo que você fez
tudo só não saber o que esperar
só pra não ter que me ver
só pra não precisar saber
só pra não ter que ver o que não quer.
Você é tão rica menina, porque só se veste com coisas feias?
Você disse que levou aquele livro por engano
Porque tava fazendo lição,
Ou fingindo que tava, eu sei lá
E colocou por correria nessa tua mochila.
Meu deus, como eu odeio essa tua mochila feia, amarelada e desbotada.
Como eu odeio esse teu jeito sonso que finge que não enxerga nada.
Você disse que era um livro de história da escola, um livro sem valor nenhum pra você, um livro qualquer
Livro que você disse que sujou todo de conhaque
Livro que já foi jogado pra cá e pra lá, jogado na rua, jogado na estante, jogado nessa tua mochila feia.
Livro que já viveu demais, mas sempre só quer mais e mais. Livro que já foi mais esquecido que já foi lembrado.
Mesmo eu tendo uma súbita impressão que o desejo de todo um livro de história
é querer ser lembrado e amado pra sempre.
E que de algum jeito não foi estragado porque foi mal cuidado e sujo por toda a sujeira do mundo.
Assim como todo um livro de história
que são imortais.
E não amor, não precisa fingir que não sabe o que vê
Não precisa fingir que tá passando algo útil na tevê
E nem fingir que não é com você
Se eu tivesse uma única desculpa sequer pra não precisar ter que me encontrar
Se eu tivesse ganhado um ingresso pra qualquer show de sertanejo
Ir na zona eleitoral as três da tarde numa sexta feira pra votar em qualquer eleito
Encontrar qualquer um na praça pra comprar cheiro em troca de um beijo
Entregar um trabalho atrasado de história que eu nunca vi mais sujo ou malfeito por toda a sujeira do mundo
Pois ele casualmente caiu no buraco de lama
Quando te vi na rua que você passa hoje em dia
Pra poder se encontrar com quem não quer te ver
E você nem me viu, e eu que eu finjo que não vejo.
Mas honestamente, o que eu não consigo tirar da cabeça é que aquele cara que eu votei na sexta não deveria virar prefeito.
Foi uma pena, na verdade, história era a única matéria que eu me dava bem
A professora Antônia fez o maior escândalo, vou te contar
Disse que eu sou uma vergonha, disse que eu sou desgraça, disse que eu vou bombar
Me mandou pro diretor Antônio e ele disse que não me reconhece mais, disse que ia ligar pros meus pais
Pode ligar cara, liga pra quem você quiser
Aproveita e liga pra Deus também,
Se é que esse cara ta vivo, se é que ele me conhece, se é que ele sabe onde eu moro
Me disseram a vida toda que sim, mas tenho minhas dúvidas, veja bem
Ele nunca me ligou em nenhum agosto pra me dar nem um parabéns
Mas se Deus estiver disposto. Se ele estiver num dia bom.
Se ele acabou de tomar um café extra forte daqueles dos bons.
Se ele acordou cedo e foi tomar um banho de Sol.
Se ele acabou de ouvir um disco dos Paralamas porque ele ama com todo o coração.
Se ele acabou de chegar em casa pois foi ver o namorado que ele gosta como gosta de um irmão.
E se ele tiver sadio mesmo, feliz da vida, sem fingimento e sem enrolação.
Sem nenhuma dúvida ou tristeza naquele confuso coração.
Ai o senhor liga pra ele pra falar de mim?
Por que ele até que parece ser gente boa, até que parece ser gente fina.
Mesmo que pareça ser meio bruto, mesmo que não entenda de medicina.
Gostei até demais, mas nem deveria dizer. Deve ser porque ele se parece muito com eu sinto ser.
Mas é exatamente por isso que não quero ver ele se aborrecer.
Então diretor Antônio, o que eu tô querendo explicar,
o que eu vou explicar só mais uma vez,
o que eu já expliquei três vezes.
É que se o senhor realmente estiver atoa
E tiver mesmo que ligar pra alguém
pra falar sobre a minha condição,
Mesmo que ninguém queira saber.
Liga então pra Deus aquele malandro
E pergunta pra ele por favor
Se ele me conhece, se ele sabe onde eu moro
Se ele sabe como eu me alimento, se ele sabe como eu ando vivendo
Se ele sabe como eu ando chorando, se ele sabe como eu ando rindo
Se ele fica olhando por mim
assim como todo mundo fala.
Se ele sabe se eu tô viva mesmo
Ou se ele sabe se fui eu quem morri antes de ontem.
É que eu tenho essa mania, menina
É essa minha mania boba de nunca conseguir esquecer de nada.
De exagerar nas histórias que me acontecem.
De inventar uma nova que caia melhor.
De não querer que ninguém saiba a verdade.
Só sei dividir o que fique mais atraente para os ouvidos das pessoas que gostam de esmola.
Que gostam de compreensão. Que gostam de carinho.
E principalmente, as que gostam de piedade.
Mas só quando é pra elas! Mas só quando é com elas!
Se eu sou um livro de história ambulante
Sera que fui eu quem caiu no buraco de lama?
Fui eu que ficou toda suja e fedida de conhaque?
Era eu o livro que tava jogado dentro dessa tua mochila horrorosa amarelada e desbotada?
Era eu quem tava presa nessa tua cabeça sonsa?
Ah é eu esqueci, você disse que não sabe falar a real, mas também que não gosta de quem mente.
Ah é eu esqueci, você disse que era crente.
Ironia, disfarces e mentiras é coisa de gente que tem etiqueta e raça
Gente que tem algo á perder e algo á oferecer
Pois eu sempre desconfiei que a sinceridade
Foi criação do Diabo.
Porque Deus gosta mesmo é de quem faz promessa.
Pra quem diz que vai ser melhor do que foi ontem:
Pra quem diz que agora vai largar o vício, que diz que vai deixar de ser vadio.
Pra quem diz que vai agora se enxergar no espelho, que diz que virar sadio.
Pra quem diz que vai cortar o cabelo, que diz que vai procurar um emprego.
E pra quem diz que vai virar índio. Pra quem diz que vai virar cristão.
Você conhece alguém assim? Você já foi alguém assim?
Você é alguém assim? Você já quis ser alguém assim?
Então deixa pra lá, olha, esquece o que eu disse
Não quero estragar tua festa,
Se bem que essa festa tua aí já se acabou foi há muito tempo.
E só o que sobrou foram aqueles balões amarelos presos no seu teto, já amarelados pelo tempo, já manchados de caneta preta
porque ninguém teve vontade
de pegar uma escada pra tirar.
Teu pai acha que eu não presto
então acho que eu mereço um crédito.
Porque reputação não se constrói em um dia
Meu personagem de teatro eu já deixo armado e maquiado desde a hora que eu acordo.
Meu palco é a calçada que eu passo todo dia
Perto do depósito de bebida, onde a atendente de lá três anos mais velha que eu
Me deixava beber uns goles das pingas que ela rouba em troca de fazer umas coisas das quais eu não me orgulho.
Mas quer saber, o meu ponto é, que eu bem acho que apesar de tudo,
Foram o diretor Antônio e a professora Antônia os culpados por me fazerem virar ateu.
E eu não sei se mando para eles uma carta de agradeçimento ou de reclamação.
Mas pelo menos vou economizar na entrega, e fazer um só um texto: simples e direto,
ou era pra ser essa a ideia, porque eu acho que não deu muito certo.
Porque hoje em dia eles dois estão casados
Eu descobri que eles dois se apaixonaram na época da escola, e que virou amor tudo tão depressa.
E a professora ficou grávida antecipadamente, e se casaram as pressas. E foi essa pressa que também fez o carinho e respeito deles sumirem tão depressa.
Porque hoje em dia eles dois estão separados
Porque o diretor descobriu que a professora traiu ele com o carteiro pois ela disse que ele não a amava mais.
E ele diferente da filha que só fala e não faz, tão diferente de você: ele realmente chorou, esperniou, e gritou. Pegou a filha dele, e veio pra Brasília no último ônibus e nunca mais voltou.
E hoje em dia a professora odeia a filha dela, porque ela contou pro pai que viu a traição.
Então eu vou economizar na entrega, se você me fizer esse favor, e mostrar essa carta para os dois, sem nenhum pudor.
Já que você vai pro colo da sua mãe que te detesta lá na Bahia. Mostra pro teu pai antes de você partir, e depois mostra pra tua mãe quando você sumir.
Faz isso por mim, pelo menos. Não tô te pedindo muito, porquê também, eu nunca te pedi nada.
E diz que fui eu quem mandei, diz que eu mudei, diz que eu me arrependo, ou que eu pretendo.
Mas diz também que eu não faria nada de diferente. Pois é, mas pelo menos a desculpa eu tô mantendo.
Diz que eu agradeço aos dois por terem te posto no mundo. Mesmo que desse jeito torto. Mesmo que desse jeito imundo. Mesmo que desse jeito escroto.
Mesmo que eles dois te odeiem. Mesmo que eles dois me odeiem. Mesmo que eles dois não queiram mais me ver nem pintada de vermelho.
Mesmo que eles não queiram te ver nem mesmo se você não fosse como uma mochila amarela já toda usada e desbotada, toda amarelada do tempo, já toda manchada de caneta preta.
Então eu acho que eu irei escrever mesmo é uma carta sobre amor e ódio.
a música que o cazuza nunca cantou. | autoral.
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àquela malandragem 
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foryouimagines · 8 years ago
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1.“Eu sei que você pegou a minha última garrafa de água gelada!”
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“Eu ainda não sei por que aceitei essa sua ideia.” A música tinha sido pausada, quando sua voz tomou conta do lugar pela primeira vez nos últimos vinte minutos, a sua frente, Hoseok podia ser visto com o rosto enfiado no ventilador, o vento jogando seus cabelos molhados para trás. “Isso é o que chamam de amor.” Ele respondeu ainda sem se virar, sua voz soando engraçada por estar muito perto do ventilador, se você não estivesse tão grudenta, talvez tivesse rido daquela situação. “Isso é o que chamam de suicídio, sério.” Desistindo de tentar discutir com o menino e de ficar em pé, você se sentou encostada em uma das paredes da grande sala que vocês se encontravam, seu reflexo trágico sendo refletido há poucos metros de onde você estava sentada, depois daquele dia, você jurava internamente que nunca repetiria aquela loucura até o planeta mudar de estação.
Ainda respirando com dificuldade, tentando não sem mexer para evitar que as roupas grudassem mais na sua pele chovendo suor, você observou Hoseok andar em sua direção, sorridente como ele costumava sempre ser, ele se jogou ao seu lado, soltando um suspiro longo. “Não podemos parar agora, nós mal começamos!” Apesar do sorriso em seu rosto, seu tom era sério, e por um segundo você só pôde pensar que ele realmente estava brincando com a sua cara. “Você tá louco? Hobi, vamos embora, eu preciso tomar um banho urgentemente.” Suas mãos encontraram os fios úmidos de seu cabelo preso em um coque, apesar de querer muito ir para casa, a ideia parecia quase uma tortura, porque mais quente que ali dentro, estava lá fora, além de que você teria que lidar com a ideia das pessoas te vendo daquele jeito deplorável em plena rua. "Mas já? Não..." Antes que você pudesse discutir, ao seu lado você pôde ver a boca dele se curvando daquele jeito tão famoso tanto entre os fãs quanto entre vocês dois, e qualquer um que soubesse o mínimo sobre o relacionamento de vocês sabia que você, S/N, não conseguia ir contra a cara amuada de seu namorado. "Só mais uma vez." "Você já disse isso pelo menos dez vezes na última hora, eu estou grudando." Sua voz ainda soava cansada, mesmo que já tivessem passado pelo menos cinco minutos desde que você estava encostada na parede, o ventilador indo e voltando em sua direção, seu corpo agradecendo momentaneamente pelo vento. Hoseok se levantou suspirando, te olhando antes de te estender a mão, sem tirar seus olhos do dele, sua mão aceitou a dele, já pensando em se arrumar pra ir embora, você foi surpreendida com os braços do menino ao seu redor, seu rosto se chocando contra o peito ofegante dele, a mistura de perfume e suor dominando seus sentidos. Ao lado dele, era como se o tempo parasse de fazer sentido e de seguir seu curso normal, senti-lo contra si era como uma experiência nova a cada aproximação, um relacionamento com Jung Hoseok nunca era parado ou chato, ele tinha multiplicado o melhor de você desde que se viram pela primeira vez, e você devolvia todo esse carinho e dedicação com todo o amor que podia, ou era assim na maioria das vezes, se ele não decidisse subitamente ligar o rádio e te separar dele, segurando seus dedos entre os dele, te fazendo girar seu corpo em uma pirueta desengonçada. "Hobi, o que você está fazendo?" Sua voz saiu com um misto de surpresa e vergonha, sua bochechas dobrando no vermelho que já estavam devido ao calor, a sua frente o menino ria como se fosse seu último dia de vida. "Você devia ter visto sua cara, tão fofa!" Batendo no peito dele, você se afastou, cansada de ter que lidar com a personalidade de seu namorado naquele calor de outro mundo. "Onde você vai? Eu disse mais uma vez!" "Mas eu nunca concordei com esse seu 'mais uma vez'" A música começou mais uma vez, aquela frequência tão conhecida pelos seus ouvidos, seu corpo respondendo quase automaticamente a contagem de Hoseok atrás de si, o cansaço sumindo pelos próximos minutos em que você sentiu seus membros se contraírem e relaxarem ao som das batidas e as oitavas da voz do menino ao seu lado, o corpo ágil totalmente acostumado a se movimentar por horas a fio sem nunca perder o divertimento ou a seriedade.
Os passos passavam e você se via cada vez mais frustrada pelo reflexo do espelho, você não tinha uma dificuldade extrema em aprender danças ou seguir o ritmo, mas também não era uma exímia dançarina, e só de ver pelo canto do olho como seu namorado parecia tão livre fazendo todos aqueles movimentos, sua esperança de realmente apresentar algo no evento cultural da faculdade era quase destruída.
“Isso foi incrível!” Assim que a última oitava terminou, ao mesmo tempo em que seu corpo encontrou o chão em baque só, os gritos de Hoseok encontraram seus ouvidos, e por mais que estivesse cansada, eles sempre te faziam rir.
Encostando as costas no chão e fechando os olhos, você deixou-se perder em pensamentos, sua respiração ofegante junto com seu coração palpitante bombeavam em seu ouvido, o suor escorria dentro de sua regata escura, entre seus seios e pelo seu pescoço, o coque tinha se desfeito totalmente e agora você sentia os fios de seu cabelo totalmente livres, grudados em sua testa encharcada, por um momento você esqueceu onde estava e com estava, tentando se recuperar do baque que tinha sido aquela última tentativa.
“Podemos ir pra casa?” Falando em uma respiração só, ainda tentando voltar ao normal, você ergueu a mão na direção de Hoseok, como se pedisse por algo, o menino, que agora estava em frente ao espelho passando a famosa toalha com o logo do “Hope on the street” pelo pescoço, virou-se e te olhou com uma sobrancelha erguida, não entendendo o gesto. “Pode me trazer uma garrafa d’água?”
O menino assentiu, andando até a mochila que você tinha trazido cheia de garrafas d’água, apesar de ter achado meio exagerado para um treino, ele preferiu não falar nada, levando em consideração a situação que você se encontrava atrás dele. Mordendo os lábios em um movimento quase imperceptível, ele se abaixou diante da mochila, respondendo de prontidão.
“Não tem mais nenhuma garrafa d’água.”
Devolvendo o olhar do menino, você ergueu uma sobrancelha, como assim não tinha mais nenhuma garrafa d’água? Você tinha certeza de ter trazido pelo menos umas dez garrafas, e também tinha certeza que não tinha bebido todas elas, se o tivesse feito, provavelmente já teria ido no banheiro mais de três vezes, e não foi isso que aconteceu.
Se levantando de seu estado meio morto para averiguar o que tinha acabado de ouvir, seus olhos se abriram em pura surpresa ao ver todas as garrafas dentro da mochila vazias e jogadas como se tivessem todas sido usadas, e de novo, você não lembrava de ter tomado tudo aquilo.
“Hobi, o que aconteceu aqui?”
“Como assim?” Ele respondeu, colocando a toalha de antes em volta do pescoço agora menos brilhante. “Você não tomou tudo?”
“Não, não que eu me lembre, a gente nem teve tempo de eu tomar tudo isso.” Ainda olhando para a mochila, sua visão traçou o caminho das garrafas até seu namorado, que ainda te olhava como se nada tivesse acontecido. “Hobi, melhor admitir agora.”
“Mas o que foi?” Agora se virando para ele, com as mãos geladas de tocar dentro da mochila térmica que tinha sido uma benção na sua vida nas últimas semanas, seus dedos encontraram as bochechas do garoto, apertando-as com uma mão até que ele estivesse fazendo um biquinho que em qualquer outra situação você acharia fofo. “S/N! Eu não fiz nada.”
“Hobi, eu sei que foi você que roubou a minha última garrafa de água gelada!” Ainda de biquinho, ele se jogou pra frente, te forçando a tirar a mão do rosto dele e tentar se apoiar pra não cair com tudo no chão, no próximo segundo, tudo que você podia sentir eram os lábios dele nos seus e as mãos fortes dele, cada uma apoiada de um lado de seu corpo. Desistindo de tentar se apoiar, seus dedos cravaram um caminho até a camiseta suada dele, sentindo a humidade passaram por entre seus dedos. “Isso não vai me fazer esquecer que você vai me deixar com sede.”
Te olhando tão profundamente que você quase podia ver sua alma no reflexo dos olhos castanhos dele, ele disse em meia brincadeira.
“Vamos pra casa que eu mato a sua sede de outro jeito.”
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10 DIAS DE ESCRITA (FRASES DE VERÃO)
Ainda tenho mais alguns para fazer, mas podem continuar mandando!
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