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snowflakesarefalling · 11 years ago
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Move on back two squares. - Elsa & Severus
                Durante os recessos de fim de ano, o ritmo de Hogwarts mudava completamente. Aquilo provavelmente era algo comum em escolas bruxas, Elsa imaginava. Não conhecia uma realidade diferente daquela na qual se inseria, porém de nada tinha a reclamar. Os corredores, costumeiramente abarrotado de alunos das mais diferentes idades, se tornavam silenciosos, desertos, de modo que a garota constantemente se percebia acompanhada apenas de uma tremulante chama e das sombras disformes que eram criadas.                 Era um lugar mais confortável, Hogwarts, durante o Natal, e isso de nada tinha relação com as festas propriamente ditas. Não era devido às luzes, enfeites ou o clima natalino que parecia tornar as pessoas mais amáveis. Eram menos olhares, burburinhos, boatos. Menos rapazes lançando comentários ferinos sobre Harrison em um volume proposital para que o rapaz pudesse ouvir e então se martirizar por horas.                 Por Merlin, menos Harrison.                 Elsa caminhou por entre as mesas do Salão Principal, uma grande caneca de Earl Grey aquecendo-lhe ambas as mãos nuas. Não vira a necessidade de trajar suas tradicionais luvas durante aquele dia em especial. Afinal, embora houvesse a instabilidade trazida pelo inverno, haviam pouquíssimas pessoas que ela poderia ferir. E nenhuma delas a dirigir-lhe a palavra. Elsa era como um fantasma. Um belo, etéreo, frio fantasma.                 Ela observou, espalhadas pela extensão das quatro compridas e pesadas mesas, os poucos alunos decididos a passar os períodos festivos abrigados sob as paredes de pedra do castelo. Haviam cinco na mesa de Griffindor, cada qual absorto em uma tarefa distinta, duas garotas de Hufflepuff mantinham um diálogo, seis de Ravenclaw dividiam canecas de eggnog e formavam um coro de músicas natalinas e um único rapaz solitário habitava a mesa de sua casa, Slytherin. A garota tamborilou os dedos contra a porcelana quente de sua caneca, ouvindo o barulho suave das unhas ao chocarem-se com a superfície. Levou chá aos lábios e enquanto seu calor se espalhava por seu peito, e aquecia-lhe o sempre frio corpo, ela se aproximou.                 Severus Snape fitava um tabuleiro de xadrez bruxo. Todas as peças jaziam imóveis por entre a estampa quadriculada que recebia o olhar escuro e imperscrutável do rapaz de cabelos negros e muito lisos. Estava absorto, o restante do salão não existia e as pessoas não se faziam presentes.                 Conforme se aproximava, Elsa estudava jogadas. Em sua mente, houve todo um breve jogo no qual ela testava o Xeque Mate Pastor sobre o qual lera na última semana, finalizando com o adversário em apenas cinco movimentos. Surpreendeu-se, porém, quando a peça branca deu seu movimento inicial. O peão do rei andou duas casas para frente, iniciando o movimento sobre o qual refletia.                 Os olhos de Snape se ergueram e houve um momento no qual se encontraram com os de Elsa. As íris em tons de azul da garota eram acostumadas a sustentar olhares alheios, até que seus donos tivessem a necessidade de desviá-los para o foco mais próximo que encontravam. Mas não aquele rapaz. Não Severus. Seus olhos eram tão escuros e imperscrutáveis que a garota teve a impressão de estar caindo dentro deles. O salão a seu redor deixou de existir e, com ele, desapareceram as poucas pessoas que o ocupavam. Elsa imaginava se conseguiria sair caso quisesse, se alguém naquele mundo já fora capaz de desviar o olhar do do rapaz.                 “Eu não...” ela se ouviu dizendo. A própria voz soou estranha a seus ouvidos e ela pigarreou, deixando a frase no ar. Pelo olhar de Severus, ela soube que havia sido compreendida. Ele não possuía a necessidade de falar. Dizia tudo com seus impenetráveis e intensos olhos que engoliam quem os encarava por muito tempo.
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