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#sentido de ser o fazedor
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JMJ
Menosprezar a Igreja Católica não deveria significar odiar jovens católicos peregrinos.
A Igreja Católica é uma instituição milenarmente hipócrita com toda a  sua hierarquia clerical machista  e  sexualmente ainda muito doente. Ao longo dos séculos promoveu um evangelismo bacoco, muitas vezes genocida e  promove ainda através de muita gente sombria as virtudes da morte e da pobreza. Estes factos são observáveis e foram observáveis em todos os continentes. Se isto choca ou ofende muitos amigos católicos, peço-lhes perdão, embora sinta que, se querem ficar chocados e ofendidos, deveriam canalizar essa frustração e raiva contra esses mesmos acontecimentos e contra este sistema podre e obsoleto que ainda permite tais replicações nefastas para a sociedade. E que o façam sem os entãosismos tradicionais "ah e as obras sociais", "ah e as outras religiões" "ah e o comunismo" . Que o façam inspirados na coragem de  alguns dos que mais lutaram contra estas infames práticas religiosas afastadíssimas das moralidades pregadas pelos evangelhos. Alguns desses corajosos, pertenceram directamente a esta poderosa e velha  instituição. De São Francisco de Assis a Leonardo Boff, passando por Padre António Vieira, a Igreja renovou-se com estes revolucionários. Todavia ainda pouco, falta muito.
A Igreja não se esgota no que é mau, mas o que é mau é tão mau que é muito difícil eu defendê-la em quase todas as situações. Falo da defesa da instituição e de como é organizada e não da sua teologia. Quanto a esta segunda, eu não creio num  deus intervencionista Pai. Não acredito num deus de deus, luz da luz. Porém, isso é uma questão pessoal e filosófica que pode ser debatida de outra forma com crentes, com católicos , sem perder o respeito pelas suas convicções profundas e tentando perceber que fé e que lógicas guiam as suas emoções e sentidos de vida.
Posto isto, não odeio a Igreja. Odeio que ela se tenha conseguido organizar durante milénios para congregar milhões de seres humanos sem que esse movimento tenha sido verdadeiramente um movimento anti pobreza, anti castas e anti classes sociais e tenha mantido esses mesmos milhões a perpetuar práticas criminosas centradas no pecado/absolvição, numa concepção de vida que considero filosoficamente ilógica e uma visão da sexualidade profundamente doente. Uma delas é a da  homossexualidade, tantas vezes atacada, perseguida e espezinhada violentamente. Quem dita que alguém é uma aberração só por amar alguém criado à semelhança de deus ou quem dita que é pecado  gostar de usar certas terminações nervosas erógenas (se Deus criou tudo, também criou por exemplo o esfíncter, então não foi Deus que criou tudo perfeito?) ou quem  limita e ostraciza seres humanos por se apaixonarem pelo que quer que seja e quem quer que seja, está bastante bem apresentado quanto à sua consciência social e moralidade,quanto ao amor que não têm ao próximo. Penso que isto, para muitos de nós que criticamos a Igreja, é bastante consensual.
Daí a enveredar por um ódio primário aos seus praticantes e às comunidades que se criam dentro dessa religião é que vai um passo gigante. É o que penso daqueles que, à boleia das JMJ cavalgam a onda anti-catolica para ganhar partilhas e amens, utilizando algumas mentiras, muita ignorância e um discurso populista que só prejudica e polariza o debate. Em vez de certezas, eu tenho mesmo muitas dúvidas relativamente a algumas das acções tidas na organização deste evento.
Relativamente aos sem abrigo: a Câmara Municipal de Lisboa gasta milhões no seu orçamento com sem abrigo, não gasta tostões. É pouco? É, mas não são tostões. Não é preciso pesquisar porque seria insano uma capital de qualquer país da OCDE não o fazer. Alguns dos fazedores de opinião que taxativamente se indignaram sobre este tema, se tivessem pesquisado  não teriam usado logo esse chavão populista de tasca a abrir. Provavelmente até pesquisaram, mas falar dessa forma venturista rendes-lhe mais seguidores . Além, de ser mentira, as próprias ONGs e IPSSs muitas são católicas, com dinheiro das suas obras sociais. Sim, obras sociais. Que existem, mas, amigos católicos, não fiquem  já com alguma vontade de me dar razão. Porque eu também sei que a Igreja tem  centenas milhões de  metros quadrados de propriedade privada no mundo. Tem bancos, ativos, investimentos bilionários. Podia usar esse dinheiro para acabar melhor e mais rápido com as inequidades? Podia. Até podia ter sido um investimento total seu o investimento logístico das Jornadas e oferecer o retorno económico aos países mais pobres onde elas acontecem, como é agora o caso de Portugal. É a minha proposta. Só que também, amigos de esquerda, a Igreja usa muitas dessas verbas para ajudar sem abrigo e, mais importante que isso, grupos inteiros de católicos estão com eles todas as noites a sem esperar nada em troca, gastando o seu próprio tempo e dinheiro. Todos sabemos que o problema dos sem abrigo não é o de apenas não terem casa, é muito mais complexo que isso. Juntar nos mesmos argumentos, a resolução do abrigo para quem não o tem com o albergue para quem vem, só não é demagogia porque acho que é mesmo ignorância sobre o tema. Por ser psicólogo e conhecer colegas psicólogos na área, conheço directamente algumas dessas ONGs católicas que fazem esse trabalho de proximidade. A que ONGs pertencem muitos dos que apenas usam hashtags e posts virais de indignação? Qual a sua intervenção voluntária e associativa, que horas dedicam ao planeamento articulado com segurança social, centros de saúde, etc. ? Talvez seja mais fácil estar em casa a mandar postas de pescada ou então a ir de vez em quando aos Anjos fazer selfies numa caridadezinha de dar sopa dos pobres, que também rende mais likes.
Quanto aos transportes, não é lógico que, se chegam milhões de jovens novos para uma cidade em que vão usar transportes , que nessa semana haja uma facilitação da sua mobilidade? Estou - me a marimbar para que estejam a cantar o Kumbaya. Eles estão aí e são bem-vindos. São jovens a juntar - se e a cantar, isso é bonito.São jovens com um sentido de vida (por mais que me pareça ridículo algum desse sentido) Se estivessem a cantar pelo ara krinsha ou pelo Benfica e fossem milhões eu também ia defender este plano de mobilidade no que diz respeito à borla para transportes. A lei da oferta e da procura fez com que não houvesse autocarros para os ATL durante este período, que solução então podíamos encontrar? Fretar do estrangeiro? A culpa é da Câmara ou do Estado? Vêm milhões de pessoas novas e querem autocarro. Organizaram-se para isso nas suas pequenas comunidades. Também quem tem ATL devia ter-se organizado, como muitas fizeram. São 7 dias em que não há autocarros. Também acho cómica a preocupação com as excursões de idosos durante estes 7 dias de Agosto, agora os idosos já importam para capitalizar um argumento anti peregrinos quando a maior parte das excursões dos idosos é a Fátima ou a festas religiosas por todo o país.
Quanto ao argumento dos 100 milhões pagos pelos contribuintes. Gostava que o investimento tivesse sido da Igreja e o retorno uma oferta ao país acolhedor. Gostava de ver o retorno económico bem pormenorizado, quem ganhou o quê e como. Toda a gente que percebe mais que eu de economia fala desse retorno. Parece - me meio estranho que resulte  mas confio, resta-me confiar. Talvez seja ingénuo, mas acho mesmo  que Estado e Municípios  não usaram o meu contributo fiscal  apenas por uma questão beata ou para  escamotear um gigante donativo para uma festa que dá votos. Houve um investimento de risco aqui. Se voltarem 200 ou 300 milhões para os cofres do estado e esses milhões forem usados, como são, para um estado social e assistencialista que a esquerda tanto amamos, qual seria o problema? E se fosse o Encontro Mundial das Juventudes Socialistas de Cães e de Flautas  a gerar este retorno? Já era aceitável? Ou o problema é apenas odiar-se pirros que curtem cantar o "pai nosso galego" ?
A Igreja vai lucrar com isto. Vai. É especialista na acumulação de riqueza, no merchandising, nos ex votos, na venda de pulseiras para entrada VIP no Céu, etc etc. Novidade? Nenhuma. O estado ajudar a esse lucro sem capitaliza-lo parece - me ser a crítica mais acertada de alguns portugueses. As Igrejas deviam pagar imposto. Todas. A Universal, as Testemunhas de Jeová, também não pagam. Isto está profundamente errado, esta economia paralela que podia trazer muito mais dividendos sociais. O Estado não é laico porque permite esta batota. Por um  outro lado paradoxal, não é laico com todas as religiões. Como disse, acho que o retorno económico poderá ser negativo e também acho que está a ser e foi um péssimo investimento por parte do estado e dos municípios. Mas também se achou o mesmo da Expo98 e do Euro2004 (neste último só não foi positivo para o Algarve se bem me lembro e deixou um peso de manutenção de estádios para várias municípios ) Ambos trouxeram dinheiro para vários sectores e deram uma imagem mundial a Portugal que alavancou o turismo para as décadas seguintes. Escolho aguardar para ver isto agora também, em vez de escolher as previsões que sustentam o meu velhodorestelismo.
Se eu quero jovens católicos a visitarem mais vezes Portugal no futuro? Não quero saber como apelidam eles o seu Amigo-reconfortante- imaginário: venham eles e venham jovens de todo o mundo e de todos os credos. Que fiquem a dormir em casas de acolhimento por todo o país e que ofereçam uma nova vida a tantas aldeias, a tantos idosos. É isto que estão a fazer estes jovens peregrinos, a dar uma alegria imensa aos que os receberam de braços abertos. E isto é tão maior que o fanatismo de alguns e que a  lavagem cerebral de outros. Procurem estas narrativas bonitas porque elas estão a acontecer todos os dias, conversem com estas pessoas em vez de conversarem apenas com o empregado do café que deixou de ter clientes esta semana e está exasperado porque tem de trabalhar menos.
Quero fazer isto, conhecer estas pessoas, mesmo na nossa diferença, porque há tanto para aprender e também há tanto para revolucionar, mudar as suas mentalidades. Não podemos afastar - nos do diálogo. Ao contrário de muitos dos celibatários que ascendem ao poder, estes grupos têm tanta gente igual a nós. Que quer o mesmo que nós quando éramos jovens e menos cínicos com a vida,  acreditam na quimera da paz e a fraternidade entre humanos, gostam de cantar em conjunto e chegam a Lisboa loucos com a oportunidade de engatar pessoas de todo o mundo. (Quem nunca quis isto quando tinha 16 anos?). Menosprezar a Igreja Católica não deveria significar odiar estes jovens que estão num caminho de pacifismo, muitos deles trabalhando nas suas comunidades a favor dos oprimidos, agora juntos numa festa gigante. Eu não quero odiar esta enorme e positiva celebração. Invejo e entristeço-me que não haja outros movimentos juvenis e estudantis ecuménicos tão grandiosos a juntar-se e a lutar pelos Direitos Humanos, pelo fim da Fome e ou pela exterminação dos 1% de bilionários. Eu não quero o ódio aos jovens católicos. Quero é que as vítimas da violência sexual por parte de muitos dos que pastoreiam estes jovens sejam indemnizadas com valores proporcionais ao esbanjamento neste sacro- banquete. E que isso não se repita na História . Que os velhos bispos desapareçam todos e que estes novos peregrinos e novas peregrinas não sejam os mesmos que seus Pais. Gonçalo Fontes
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Faz tempo que não choro, faz tempo que não me apaixono, faz tempo que não escrevo. A vida tem me ensinado a deixar algumas coisas de lado, coisas que outrora foram importantes. Tudo faz parte de seguir em frente e faz tempo que faço isso. Dizem que o tempo é o que temos de mais valioso e faz total sentido, mas o que não faz sentido é alguém que perdeu tanto tempo, ser um fazedor de tempo...e faz tempo que venho pensando nisso.
_Dear Daemon
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shinymoonbird · 3 years
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In: Arunachala Ashrama - Kumar Raja's images. 21-07-ramanodayam.jpg - from the Jul 2021 issue of Ramanodayam
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O Funcionamento do Prarabdha (*)
Os Sábios, que sabem que todas as experiências no mundo são formadas apenas por prarabdha (*), nunca se preocupam com as exigências da vida. Saiba que todas as condições de uma pessoa serão lançadas sobre ela por prarabdha, quer ela as deseje ou não.
Cada Jiva experimenta seu próprio prarabdha, que é catalisado pela mera Presença de Shiva como a Testemunha morando no coração de cada um. Portanto, o jiva que não se ilude pensando que ele é o experimentador de prarabdha, mas sabe que ele é mera Consciência-Existência, não é senão Shiva.
~ Guru Vachaka Kovai -  Grinalda das Palavras do Guru, de Sri Muruganar - Uma Análise da Verdade - 18. O Funcionamento do Prarabdha,  V. 150 - 151
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(*)  ▫  prarabdha, são os karmas do nascimento presente.  ▫  agamya, são os karmas que são transportados para nascimentos futuros, que são depositados em sanchita karma já existente, ▫  sanchita, são os karmas acumulados de nascimentos anteriores,
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seasickpoetry · 4 years
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DUAS ANEDOTAS: "Sobre ser antifascista" e "Lições da prática" & "DUAS LEITURAS sobre banalização do conceito e da bandeira".
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1ª ANEDOTA: 'SOBRE SER 'ANTIFASCISTA'
Em algum momento entre os longínquos anos de 2018-2019, peguei um ônibus Transpen em direção à Itapeva com o objetivo de visitar minha mãe e também de ministrar um "aulão" - como chamamos na Frente Antifascista de Itapeva' - sobre os principais conceitos da análise marxista.
Era um evento público com diversos aulões sobre o sistema político brasileiro, descriminalização do aborto, filosofia, entre outros. Fazedor de stories que sou, assim que cheguei já postei uma selfie na rodoviária com uma legenda irônica que era mais ou menos assim:
"Domingo começamos a revolução na terrinha! Aulão de marxismo da Frente Antifascista de Itapeva" & junto de uma risada ou figurinha.
Na manhã seguinte recebo em tom de urgência a mensagem de que o espaço - a sala verde, no caso - havia cancelado nossa reserva. Eu questiono. Um dos administradores me liga e explica algo do tipo:
"Joaquim, o que que é isso cara? Me mandaram uma imagem sua aqui.. Era você falando que vai implantar o nazismo.. cara.. os vermelhos, essas coisas.. em Itapeva, que absurdo Joaquim, assim não dá, o que que vão falar disso? Não dá pra defender desse jeito.."
Imaginem minha cara.
Na época, entendi como censura. Fui até lá e expliquei que não tinha nada de nazismo. Éramos vermelhos sim, só que outro tipo, e que aquela era uma aula sobre conceitos filosóficos, e que na verdade o que somos é anti nazistas, anti fascistas, e a favor da liberdade. Isso acalmou um pouco os ânimos. O evento aconteceu. Não era bem censura. Era outra coisa.
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2ª ANEDOTA: 'LIÇÕES DA PRÁTICA'
A Frente Antifascista de Itapeva nem sempre foi esse espaço de constituição de uma coletividade, autonomia e de poder popular. Durante seus primeiros ciclos, foi apenas uma aliança entre diversos setores locais da cidade com interesses convergentes em relação a impedir a ascensão do fascismo representado na figura do Bolsonaro - o que tem muito em comum com a história antifa ao redor do globo.
A construção de uma proposta política que ultrapassasse a mera aliança entre setores aconteceu ao longo desses dois anos e de forma orgânica, não como cartilha. Isso fez toda a diferença. Possibilitou um espaço de criatividade.
Seu caráter 'plural' e de 'coalizão', que envolvia setores muito amplos, de pessoas quase que totalmente despolitizadas a comunistas e anarquistas ferrenhos, passando também por sociais democratas e liberais, obviamente culminou em uma série de disputas políticas internas. E brigas. Uma das variadas formas que essas disputas se materializavam foi nas tentativas de.. mudar o nome "frente antifascista" para algo mais "suave" e mais "palatável".
O argumento - válido - é que o povo não conhece esse conceito, sua história e seus símbolos, e que as palavras "anti" e "fascista" assustavam demais. Tornam-se barreiras linguísticas, culturais e que, efetivamente, revelam déficits tanto na politização quanto no conhecimento histórico mesmo. Portanto o nome, e a sua continuidade, justamente por conta da sua inacessibilidade, também revelariam certo elitismo do nosso grupo, que podia acabar se fechando cada vez mais em seu próprio vocabulário. Reconhece algum coletivo, tendência, partido, etc, que tenha esse mesmo problema?
Veja, mesmo que a palavra 'fascismo' tenha que assustar, nada impede que mesmo acompanhada de seu prefixo - o anti - ela não continue assustando. Para grande parte da população não é tão simples quanto dizer "só tem medo de antifascista quem é fascista". Existe um abismo a ser explorado aí. Mas por acaso nós aprendemos a construir pontes em nossas organizações?
Para fazer pontes sobre os desfiladeiros é preciso conhecer bem seu abismo e seu vale, profundidade e extensão. O que exige pesquisa. É necessário também conhecer técnicas de construção, que provavelmente foram adquiridas com muito estudo e diálogo e aulas de todos os tipos - não só em faculdades. Mais de uma técnica é necessária. Muitos técnicos. É preciso dividir funções, liderar e ser liderado, escolher materiais, calcular quanto usar em cada trecho, saber explicar e falar como se constrói. Ter coragem de falar também. Tudo precisa ser pensado, criado e possibilitado coletivamente. O que leva tempo, e ainda por cima depende do clima. Social e ambiental.
Vislumbrar o que é necessário ser feito, ao tentar construir a ponte, revela muito sobre em que pé estamos politicamente, e em qual direção precisamos agir. Também revela a extensão do tempo de ação, que não deve ser pensado de forma imediata. Paciência é a palavra chave.
Voltando ao nome. É claro que batalhamos internamente para que o nome se mantivesse, como vocês já sabem, já que 'antifascista', prevendo o futuro de hoje, revelava quem nós éramos, somos, e revelava nossos inimigos. O nome também permitiu que nosso caráter se mantivesse. Mas a contradição continuou.
A maior barreira para atrair mais membros - e massificar - esteve na radicalidade do conceito de antifascista. Radical, que é entendido como 'violento', mas na verdade significa 'que vai à raiz'.
Sabíamos, mesmo com uma prática política em contínua formação, que precisaríamos, ao mesmo tempo, disputar tanto a visão geral sobre o conceito de antifa, como também a maneira com que os bolsonaristas eram vistos, já que tínhamos sentidos invertidos. Eles, de bem, nós, violentos. Por conta do tal nome.
Mas a realidade - e o tempo - revelaram as contradições. E nos preparamos para ajudar nesse chá de bebê. Enquanto os bolsonaristas da cidade faziam carreatas, memes e projeções pessoais e individuais para carreiras em cargos públicos, nós, pacientes, criamos aulas públicas, eventos para discussão política, textos, canais de comunicação e informação, reeducações, debates públicos, grupos de estudo contínuos, espaços de formação, saraus, lambe-lambes pela cidade, levamos jovens à câmara diversas vezes [histórico], mobilizamos os alunos da UNESP local, denunciamos fascistas da cidade [lembram do caso do artigo fascista no jornal Itanews?], etc e etc. Tudo isso foi resultado do trabalho incansável de principalmente três Grupos de Trabalho internos que não pararam de funcionar em momento nenhum: GT de Política, de Cultura e de Comunicação. E, claro, aos seus valorosos membros.
Batalhamos para aumentar nossos membros e chegar nas pessoas. Nos decepcionamos com outras também. Muitas vezes.
Foi a nossa raiz local, o foco nos problemas da cidade - explorar nosso abismo - que nos conectaram diretamente com a disputa política nacional e global, seja em seus níveis materiais, de rua, como também culturais e.. simbólicos. Essa é uma lição imprescindível e urgente. Difícil de ser aprendida em São Paulo.
O que não significa que obtivemos sucesso e que somos gigantescos ou algo do tipo. Mas sim que já temos pistas de como lutar. E isso é ouro.
Mas mesmo que a realidade revele notoriamente os fascistas, aparece outra necessidade nesse momento: é preciso também revelar quem são os antifascistas. E essa questão está em disputa nesse exato momento na forma de debate público, seja nas redes e no boca a boca, seja no congresso, sob o peso da criminalização de tudo que estamos construindo.
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"DUAS LEITURAS SOBRE BANALIZAÇÃO DO CONCEITO E DA BANDEIRA"
A internet progressista foi tomada nos dois últimos dias por mais uma discussão infinita e reativa.
Enquanto a postagem de milhões de bandeiras antifascistas modificadas acontecia em massa, na mesma hora apareceram outras milhares de reações de diversos setores. Essas reações continham desde explicações sobre a bandeira antifa, suas cores e histórico, até julgando quem deveria ou não postar, quem e como deveria postar, e até como a 'esquerda' [essa coisa imaginária] deveria tentar ou não disputar esse símbolo e as pessoas que o postaram. Ah, claro, as ironias e zoeiras também pipocaram.
É evidente que as tensões provocadas pelos bolsonaristas e pela direita mundial forçaram tanto os limites da sua ação que, ao fazê-lo, também se revelaram para aqueles que ainda não tinham notado seus detalhes grotescos e gritantes. Essa é a magia da contradição: ela se revela constantemente.
Mas as postagens, como tudo por aqui, já pararam. Agora foram as telas pretas que tomaram as redes.
Realizei, então, duas leituras desses fenômenos meméticos (ou miméticos?):
1) O rápido espalhamento e difusão viral. Uma verdadeira pandemia antifascista. Tão rápido quanto efêmero, no entanto. Passou ligeiro como uma gripezinha. Mas fez um barulhão nas redes do facebook, instagram e twitter.
Há quem diga que é preciso disputar esse 'movimento' - mas em que espaço? - há quem diga que é preciso aproveitar - mas para o que? - há quem diga que é preciso criticar - mas quem?
Não entendemos esse ambiente na qual essas disputas acontecem e não sabemos como sair dele com uma massificação real. Precisamos aceitar isso. Ou precisamos levá-la para os ambientes que já existem e para os que podem ser criados. Não com a mesma velocidade de compartilhamento, mas com outra profundidade e visceralidade: estabelecendo conexões e vínculos reais. Só que isso leva tempo.
Por outra lado, a velocidade dos acontecimentos é tão alta que é muito precipitado falar em banalização do antifascismo e de seus símbolos. Pensar que aqueles desvirtuaram algo, ou que não entenderam nada e compartilharam, a partir da sua apropriação individual de alguma forma seriam capazes de esvaziar ou recriar sentidos é no mínimo.. reducionismo, quando não liberalismo. O indivíduo não toma totalmente para si uma ideia. Ele só tenta, e para conseguir precisa de outros aparelhos, instituições e estruturas. Esse é que deve ser o sinal vermelho. Como no tal "movimento somos 70%".
2) a centralidade do debate norte-americano nas nossas vidas, que por meio da massificação dos protestos contra o racismo institucional e da reação de criminalização dos antifas, revelam a amplitude, a abrangência e a centralidade da questão geopolítica atualmente.
Fatos que ocorreram lá - mas que também são corriqueiros aqui - parecem ter impacto ainda maior no nosso cotidiano.
Qual é o motivo?
Obs:
Escrevi esse conjunto de ideias dois dias atrás, antes do autor do "Manual Antifascista", Mark Bray, tuítar que para que um conhecido youtuber e policial civil brasileiro fosse antifascista, precisaria deixar de ser policial. O princípio me parece correto - mas e o pragmatismo e o projeto?
Mark Bray vê no antifascismo uma identidade de luta constante e independente de um projeto. Identidade. Portanto, precisaria independer também do estado. Mas, pensando no papel dos sovietes militares durante a primeira guerra, e na revolução que se seguiu, bem como no exército vermelho - o maior exército antifascista que já existiu e que combateu o nazifascismo no front do leste europeu da segunda guerra - eu fico me perguntando.. o que é que o Mark Bray diria para o Lênin?
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withonedirectionz · 6 years
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Imagine - Liam Payne
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Espero que estejam preparadas para esse mês! Espero que gostem! Beijos! 
- Eu não acredito que você veio! – Dou um gritinho quando vejo Liam passar pela porta do salão.  
- Nunca, nem em um milhão de anos eu perderia sua formatura, sua abobora horrorosa. – Ele fala me abraçando e me levantando com alguns giros.  
- Você sabe que esse apelido já passou, né?! – Eu me afasto deixando um soquinho em seu braço.
- Nunca vai passar, (S/A)! O que você tinha na cabeça quando se fantasiou daquela forma para minha festa a fantasia? – Liam me puxa para seus braços.  
- Eu tinha oito anos, nenhum tipo de preconceito quanto à aboboras e minha mãe me apoiou para ir daquela forma. – Eu digo com a testa apoiada no peito de Liam.
- Nem tente colocar a culpa em mim. – Minha mãe diz e eu me afasto de Liam que vai abraça-la.  
- Eu sei que a culpa não foi sua, Sra. Sphelbi, (S/A) sempre foi meio estranha mesmo. – Ele diz e eu sinto minha testa franzir e meus olhos se fecharem.  
- Vocês podem ficar falando de mim o quanto quiserem, mas agora, eu tenho que ir para a sala onde meus colegas estão; tenho uma formatura para participar, então, com licença. – Levanto a toga para conseguir caminhar mais rápido.  
Ouço Liam e minha mãe cochichando, para em seguida meu braço ser segurado por Liam.  
No impulso, meu corpo é puxado contra o dele e de alguma forma, nossos lábios se encontraram. Eu me afasto, assustada, mas Liam encaixa sua mão em minha nuca e me puxa em sua direção mais uma vez.  
Os lábios de Liam se moldam aos meus e quando aprofundamos o beijo, embrenho minha mão em seus cabelos e deixo um suspiro escapar.  
- Boa sorte lá em cima. – Ele diz, acalmando a respiração. – Eu vou estar na plateia, gritando seu nome...  
- Obrigada! – Eu deixo minhas mãos caírem ao lado do corpo quando Liam começa a se afastar; não vejo minha mãe nem nenhum familiar antes de ir em direção ao camarim das meninas.  
Todos a minha volta estão agitados ou nervosos de alguma forma, já eu, estou estática em uma cadeira tentando entender como Liam e eu acabamos nos beijando daquela forma tão intensa e como sentimentos desconhecidos tomaram conta de mim de uma forma tão brutal.  
Fico tentando imaginar o que ele estava pensando ou o que minha mãe deve estar pensando se viu toda aquela cena....  
De repente, uma das meninas me puxa dizendo que está na hora de irmos para o salão onde a colação de grau seria feita. Um tremor começa a tomar conta de mim devido o estado nervoso que eu sentia. Estava prestes a entrar em um palco, onde muitas pessoas me veriam, inclusive, Liam, que tinha acabo de me beijar depois de dez anos, ou mais, de amizade.  
Eu estava apavorada.  
Depois que sento na cadeira com meu nome, tento focar minha visão para além da plateia; por longos instantes, tudo que eu vejo é um borrão entre luzes coloridas.  
Meu coração dá um tropeço quando encontro Liam sentado ao lado dos meus pais, sorrindo para mim. O terno que ele está usando o deixa beirando a perfeição e eu pisco várias vezes conforme o vejo pé nos aplaudindo.  
Assim que é anunciada o início da colação de grau, um a um da minha turma é chamado e homenageado.  
Quando ouço meu nome completo ser anunciado, tudo se torna um completo silencio.  
Não ouço minha música favorita tocando, nem as palmas, os assovios ou qualquer tipo de manifestação enquanto caminho em direção aos diretores e cerimonialistas.  
Não consigo assimilar o que o reitor está falando bem na minha frente antes de colocar o barrete na minha cabeça e me entregar o canudo. Está tudo tão confuso e as batidas do meu coração ecoam aos meus ouvidos.  
Caminho até o lugar onde um dos meus colegas está me esperando para me cumprimentar.  
- Parabéns, (S/A)! - Ele diz no meu ouvido e por um instante, eu ouço todos os gritos ao meu redor. Consigo até ouvir minha mãe me chamando de chuchu e gritando que me ama.  
Sorrio para a fotografa que me pede para segurar o canudo com o diploma próximo ao rosto e sorrir para a câmera.  
Quando desvio o olhar da minha fotografa para a movimentação atrás dela, vejo Liam fora do palco tirando fotos minhas. Mostro a língua para ele que acaba rindo e eu me sinto mais confortável depois que abraço minha colega e volto para meu lugar.  
Conforme encerramos o evento, saímos para o camarim e algumas mulheres nos ajudam a tirar as togas e por fim, saímos para encontrar nossos familiares.  
Em uma brincadeira, faço uma pose escandalosa enquanto minhas primas vêm me abraçar e depois de cumprimentar os familiares que ficaram até o fim, abraço meus pais e vejo Liam com as mãos enterradas nos bolsos da calça social se balançando para frete e para trás com as bochechas ridiculamente coradas.  
- (S/A), vamos indo para o salão, Liam, você a leva? - Minha mãe pergunta e Liam apenas concorda com a cabeça.  
Parada ao seu lado, vejo meus familiares passando pela porta principal do teatro e indo em direção ao estacionamento.  
- Então, quer dizer que você me beija e agora fica balançando com as mãos nos bolsos? - Pergunto tentando não sorrir, mas não consigo, por que Liam abre um sorriso enorme e tira as mãos dos bolsos para coloca-las na minha cintura.  
- Não podia escancarar assim na frente da sua família, né?!  
- Eles conhecem você a muito tempo. - Eu digo e sinto minhas mãos começarem a suar confirme ele se aproxima. - Por que você me beijou, Liam?  
- Por que eu senti vontade. - Ele engole em seco. - Muita vontade. (S/A), eu conheço você a muito tempo. E, sem querer, comecei a nutrir um sentimento por você a alguns meses. Enquanto todo mundo a minha volta perguntava do meu sucesso e das minhas músicas, você estava lá querendo saber como eu estava, se meu dia estava bom. Eu parei de procurar outras mulheres quando me dei conta que era só você, dia e noite na minha cabeça.  
- Liam, me desculpa por cortar seu barato, mas o que você estava sentindo era saudade. Só isso. - Eu digo e me afasto dele.  
- Então por que eu continuo com esse frio na barriga só de estar perto de você. Ou então as minhas mãos soando de uma forma completamente anormal. Então, por que eu quero beijar você de novo? - Enquanto fala, seu tom de voz vai diminuindo e suas bochechas voltam a corar.  
- Eu não sei, Liam. Isso não faz sentido. - Eu digo e coloca a mão na testa atordoada.  
Liam tira a minha mão do meu rosto, passa seus dedos sobre minha bochecha e me beija. Sem urgência, como da outra vez, mas, com muito mais envolvência. Seus braços ao meu redor, minhas mãos em seus cabelos.  
- Nós dois sabemos que isso é loucura, abobora horrorosa, mas eu estou completamente apaixonado por você. - Ele fala próximo aos meus lábios me fazendo sorrir.  
- Acho que posso estar me apaixonando por você, seu fazedor de apelidos de araque.
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Pasolini prosa e poesia
“O futebol é um sistema de signos, ou seja, uma linguagem. Ele tem todas as características fundamentais da linguagem por excelência, aquela que imediatamente tomamos como termo de comparação, isto é, a linguagem escrita-falada.
De fato as “palavras” da linguagem do futebol são formadas exatamente como as palavras da linguagem escrita-falada. Ora, como se formam estas últimas? Formam-se por meio da chamada “dupla articulação”, isto é, por infinitas combinações dos “fonemas” – que, em italiano, são as 21 letras do alfabeto.
Os “fonemas” são, pois, as “unidades mínimas” da língua escrita-falada. Se quisermos nos divertir definindo a unidade mínima da língua do futebol, podemos dizer: “Um homem que usa os pés para chutar uma bola”. Aí está a unidade mínima, o “podema” (se quisermos continuar a brincadeira). As infinitas possibilidades de combinação dos “podemas” formam as “palavras futebolísticas”; e o conjunto das “palavras futebolísticas” constitui um discurso, regulado por normas sintáticas precisas.
Os “podemas” são 22 (mais ou menos como os fonemas): as “palavras futebolísticas” são potencialmente infinitas, porque infinitas são as possibilidades de combinação dos “podemas” (o que, em termos práticos, equivale às passagens da bola entre os jogadores); a sintaxe se exprime na “partida”, que é um verdadeiro discurso dramático.
Os cifradores desta linguagem são os jogadores; nós, nas arquibancadas, somos os decifradores: em comum, possuímos um código.
Quem não conhece o código do futebol não entende o “significado” das suas palavras (os passes) nem o sentido do seu discurso (um conjunto de passes).
Não sou nem Roland Barthes nem Greimas, mas, como diletante, se quisesse, poderia escrever um ensaio sobre a “língua do futebol” bem mais convincente do que este artigo. 
Aliás, penso que se poderia escrever um belo ensaio intitulado “Propp Aplicado ao Ludopédio”, já que, naturalmente, como qualquer língua, o futebol tem o seu momento puramente “instrumental”, rígida e abstratamente regulado pelo código, e o seu momento “expressivo”.
Pouco antes, disse que toda língua se articula em várias sublínguas, cada qual com um subcódigo.
Pois bem, com a língua do futebol também é possível fazer distinções desse tipo: o futebol também possui subcódigos, na medida em que, de puramente instrumental, se torna expressivo.
Há futebol cuja linguagem é fundamentalmente prosaica e outros cuja linguagem é poética. Para explicar melhor a minha tese, darei -antecipando as conclusões- alguns exemplos: Bulgarelli joga um futebol de prosa, é um “prosador realista”; Riva  joga um futebol de poesia, é um “poeta realista”.
Corso joga um futebol de poesia, mas não é um “poeta realista”: é um poeta meio “maudit”, extravagante.
Prosa e poesia
Rivera joga um futebol de prosa: mas sua prosa é poética, de “elzevir”.
Também Sandro Mazzola é um prosador elegante e poderia até escrever no “Corriere della Sera”, mas é mais poeta que Rivera: de vez em quando ele interrompe a prosa e inventa, de repente, dois versos fulgurantes.Note-se que não faço distinção de valor entre a prosa e a poesia; minha distinção é puramente técnica.
Entretanto nos entendamos. A literatura italiana, sobretudo a mais recente, é a literatura dos “elzevires”: os escritores são elegantes e, no limite, estetizantes; a substância é quase sempre conservadora e meio provinciana… Em suma, democrata-cristã. Todas as linguagens faladas em um país, mesmo as mais especializadas e espinhosas, têm um terreno comum, que é a cultura desse país: a sua atualidade histórica.Assim, justamente por razões de cultura e de história, o futebol de alguns povos é fundamentalmente de prosa, seja ela realista ou estetizante (este último é o caso da Itália); ao passo que o futebol de outros povos é fundamentalmente de poesia
Há no futebol momentos que são exclusivamente poéticos: trata-se dos momentos de gol. Cada gol é sempre uma invenção, uma subversão do código: cada gol é fatalidade, fulguração, espanto, irreversibilidade. Precisamente como a palavra poética. O artilheiro de um campeonato é sempre o melhor poeta do ano. Neste momento, Savoldi é o melhor poeta. O futebol que exprime mais gols é o mais poético.O drible é também essencialmente poético (embora nem sempre, como a ação do gol). De fato, o sonho de todo jogador (compartilhado por cada espectador) é partir da metade do campo, driblar os adversários e marcar. Se, dentro dos limites permitidos, é possível imaginar algo sublime no futebol, trata-se disso. Mas nunca acontece. É um sonho (que só vi realizado por Franco Franchi nos “Mágicos da Bola”, o qual, apesar do nível tosco, conseguiu ser perfeitamente onírico).
Quem são os melhores dribladores do mundo e os melhores fazedores de gols? Os brasileiros. Portanto o futebol deles é um futebol de poesia – e, de fato, está todo centrado no drible e no gol.A retranca e a triangulação é futebol de prosa: baseia-se na sintaxe, isto é, no jogo coletivo e organizado, na execução racional do código. O seu único momento poético é o contra-ataque seguido do gol (que, como vimos, é necessariamente poético).Em suma, o momento poético do futebol parece ser (como sempre) o momento individualista (drible e gol; ou passe inspirado).O futebol de prosa é o do chamado sistema (o futebol europeu). Nesse esquema, o gol é confiado à conclusão, possivelmente por um “poeta realista” como Riva, mas deve derivar de uma organização de jogo coletivo, fundado por uma série de passagens “geométricas”, executadas segundo as regras do código (nisso Rivera é perfeito, apesar de Brera não gostar, porque se trata de uma perfeição meio estetizante, não-realista, como a dos meio-campistas ingleses ou alemães).O futebol de poesia é o latino-americano. Esquema que, para ser realizado, demanda uma capacidade monstruosa de driblar (coisa que na Europa é esnobada em nome da “prosa coletiva”): nele, o gol pode ser inventado por qualquer um e de qualquer posição. Se o drible e o gol são o momento individualista-poético do futebol, o futebol brasileiro é, portanto, um futebol de poesia. Sem fazer distinção de valor, mas em sentido puramente técnico, no México [em 1970] a prosa estetizante italiana foi batida pela poesia brasileira”
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meio-de-vaneio · 3 years
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Paralisia
O medo imposto é paralisante.
O medo do instinto é segurança.
Só tem trauma quem não escolheu ter medo.
O medo vem pra quem tem vontade de sobreviver.
O ser só é vivo porque tem medo, sem medo o ser não é humano.
Acanhado e sem segurança, o desespero acalanta.
Causar o desespero é ter medo de sentir o próprio medo.
É sentido do desespero que se cala o fazedor de medo.
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magoperegrino · 3 years
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E NÃO É? Você é indispensável mas precisa ser escasso, sejas raro e o sucesso vai perseguir você! Quanto mais você se entrega, se doa e ajuda, mais comum você se torna! Ao ser extremado no amor e na entrega, você deixa de ser relevante, caindo na vala comum dos fazedores silenciados pela presença comum... Ou seja; no dia à dia o sol brilha para todos, mas poucos lhe dão a devida gratidão e valor... Sacou? Passe a dominar sua bondade, tenha resiliência combinada com a sabedoria, paciência e compreensão, sobre as interações e perfis psicológicos humanos! Nem todo valor que traz sentido para sua vida faz sentido na vida dos outros... Ou seja; cada razão com sua verdade e cada coração com seus valores! Tudo na vida é julgamento diante do espelho escuro da realidade íntima de cada consciência! Pois é...! José Ignácio Godoy #magoperegrino (em Joinville Panagua) https://www.instagram.com/p/CTHamekL4mW/?utm_medium=tumblr
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artenaeci · 3 years
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Nova Roliúde Nordestina? Soledade e a cena de cinema na Paraíba
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SOLEDADE (PB) – No Cariri, tem um município que respira cinema e não estamos falando de Cabaceiras, a Roliúde Nordestina, palco de grandes produções cinematográficas.
Trata-se de Soledade, cidade situada a 186 quilômetros da capital, João Pessoa, e que conta com mais de 15 produções cinematográficas, sendo a maior parte de curtas-metragens.
Tudo produzido com o talento de cineastas e atores locais.
Soledade também serviu de locação para produções nacionais, como a série ‘Onde Nascem os Fortes’, devido a suas belezas e paisagens bem características.
A paixão pela 7ª arte é tanta que em setembro, a cidade realizará a 2ª edição do Festival de Cinema e, nesse ano, o município se destacará ainda mais pela sua capacidade criativa.
Tudo começou no ano 2000, quando o município foi, pela primeira vez, cenário de um filme: “A Pescaria Sangrenta”, produzido pelo cineasta Ivanildo Gomes.
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Pescador, de tanto ouvir histórias, Ivanildo resolveu transformá-las em produções cinematográficas, convocando conhecidos e talentos que ele percebia ao seu redor. Hoje, já soma dez filmes – entre os que dirigiu e atuou, além de contar com o apoio dos filhos e esposa, que também já participam das tramas.
“O cinema para mim é uma diversão”, conta.
Duas décadas depois de Ivanildo dar início ao que já virou tradição em Soledade, o município volta a investir em produções cinematográficas e em eventos que consolidam ainda mais o cinema como característica da cidade e impulsionador turístico local.
Agora, com o apoio da Prefeitura, o pescador e cineasta quer continuar a produzir, dirigir, contar histórias, entreter e motivar a população.
Entre os filmes que participou estão: Pescaria Sangrenta, Nove Marmanjos, O Vaqueiro, Cuidado com a Realidade, A Última Caçada, Um Fazedor de Filmes entre outros.
Neste último, foi premiado no Festival Cine Esquema Novo, no Rio Grande do Sul, como o melhor personagem real – já que o documentário, de Arthur Lins e Ely Marques, acompanha o cineasta produzindo ficções com os moradores do município.
NA ECIT
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Em Soledade, a arte além de vivida, é ensinada.
O professor, Tiago Marinho, tem mostrado esse caminho para os alunos: fotografias, poesia e cinema fazem parte de sua aula, incluindo as produções de Ivanildo.
Foi em 2018 que ele resolveu fazer o primeiro curta-metragem, Emboscada, e depois disso, em 2019, conseguiu o apoio da escola e gravou três curtas-metragens com os estudantes.
No ano passado criou a disciplina na escola chamada ‘Cinema em Ação’, onde desenvolveu dois roteiros de curtas com os jovens, mas por conta da pandemia, precisou parar as gravações.
Tiago, que recebeu o apoio da Prefeitura de Soledade para a produção de um de seus livros, sabe a importância do poder público para a valorização da cultura.
“Contribui com as nossas despesas e principalmente faz com que nosso trabalho chegue a escolas, ambiente fundamental pra circulação de nossas produções. Nossas produções artísticas são fruto de desejos e sonhos, porém parte de nossa comunidade ainda é muito carente em termos de valorização da cultura local e isso acaba sendo um empecilho, e torna o apoio público fundamental para a sobrevivência da produção artística e cultural local”, ressalta.
O professor de história aprendeu a fazer da arte algo essencial para sua existência.
“Preciso da arte para dar sentido a minha vida, florir minha existência. Impossível pensar em não ler uma poesia, em deixar de pendurar quadros nas paredes, em não ouvir belas canções e discutir filmes, em não comtemplar as maravilhas da natureza”, avalia.
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Apesar de ouvir muitas vezes que era melhor desistir, a atriz, Juciene, insiste na arte e continua a fazer teatro e cinema, não só em Soledade, mas também nas cidades vizinhas.
Ela comemora o investimento nas artes do município e relembra tempos antigos.
“Minha mãe fala que, no passado, ela ia ao cinema de Soledade, que ficava localizado no mercado antigo. Nossa cidade tem muitos talentos, que devem ser valorizados: ‘atores, escritores, cinegrafistas, e muitas peças teatrais que precisam ser vistas e aplaudidas pelo público’”, aponta.
Aconselhada a fazer outra coisa, Juciene é enfática.
“Não podemos desistir dos nossos sonhos. Já me falaram que em nossa Paraíba, em nossa cidade, não vai valer a pena o teatro, nem cinema, mas eu nunca desisti porque amo o que faço e sei que um dia será reconhecido aqui”, afirma.
A arte movimenta a cultura e movimenta a vida da gente. 
Nada como artistas e incentivo para traçar novos caminhos e possibilidades.
É possível saber mais sobre o futuro do cinema na cidade através dos endereços abaixo:
Postagem original em: https://www.helenolima.com/soledade-quer-se-transformar-na-nova-roliude-nordestina-da-paraiba/
Outros links: https://www.folhadapb.com.br/nova-roliude-nordestina-no-cariri-paraibano-soledade-se-destaca-pela-producao-cinematografica-e-por-servir-de-cenario-para-producoes-nacionais
https://diversita.com.br/2021/04/05/e-tudo-encanto-em-um-fazedor-de-filmes-documentario-de-arthur-lins-e-ely-marques-2006/
https://www.youtube.com/watch?v=x0Iov3rfo80
Matéria para a TV BORBOREMA: https://www.youtube.com/watch?v=dKaYYLwmw3E
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andrefelipecardoso · 4 years
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os quintais estendidos de andré felipe cardoso
os quintais estendidos de andré felipe cardoso uma cidade vai se tornando parecida com todas as cidades, os lugares alternam formas ordens distâncias, uma poeira informe invade os continentes. o seu atlas mantém intatas as diferenças: a multiplicidade de qualidades que são como as letras de nomes. (ítalo calvino. as cidades invisíveis, 1990. p.125) olho a cidade modificar-se pela janela do ônibus, penso em andré. penso também na autonomia dessa modificação que ocorre independente da minha obsessão em ser agente [pela neblina, o caminho é molhado e turvo]. andré aparece em meus pensamentos, sequestrando a linearidade deles, porque estou indo ao seu encontro para compor a paisagem a qual veio em busca nestes lados do sudeste. deslocou-se de sua cidade, goiás – go, e estabeleceu breve residência artística na casa voa, um espaço autônomo de arte contemporânea situado num rio de janeiro a quilômetros do meu. trouxe consigo, dentre muitas coisas, os cuidados de uma prática voltada para a preservação de paisagens sensíveis do cerrado brasileiro, mas não restritas à colinialidade das linhas imaginárias. andré, que é andré felipe cardoso, chega ao rio num novembro de céu fechado [um solo úmido, uma vista turva e um desejo frágil]. em sua busca há o interesse pela materialidade que seus trabalhos assumem por gestos manuais através de colagens e apropriação de objetos encontrados em antiquários, feiras de antiguidades ou mesmo pelas ruas. desse encontro com materiais diversos que desaguam numa prática muito próxima da pintura, suas mãos vão de encontro ao desenho de uma história que o antecede, ajudando a inscrevê-la no mundo. com o intuito de ouvi-la é que tomo duas conduções que me levam de padre miguel ao bairro da gávea, observando a mudança de paisagem até encontrar este outro viajante.pensamos juntos uma entrevista [todo plano pode cair, toda vontade pode mudar]. chego com perguntas muito bem definidas e só depois assumo um texto a quatro mãos. um texto que toma as linhas de uma conversa, testemunho ou uma troca sobre processos, resgates sobre a história e a identidade, apreensões de uma paisagem partilhada. mas a conversa acontece antes de nos demos conta, como gosto de pensar. talvez tenha começado quando empreendemos nossas viagens. chego, e andré me recebe com o preparo de um almoço, o qual fazemos com o restante das pessoas residentes da casa voa. trocamos e nos habitamos, andré felipe cardoso pouco me conhece também. conto sobre meu interesse em seu trabalho, das minhas questões enquanto um corpo que atravessa a cidade como método da pesquisa em artes e das assimetrias que a geografia carioca apresenta [toda paisagem nasce do encontro]. depois do almoço, tomamos café. há encantamento, feitiço mesmo, nesses rituais que nos colocam à disponibilidade de um outro. então, sou convidado a fazer uma visita pelos ateliês localizados nos três andares da casa, mas fico interessado mesmo é no que o artista começou a desenvolver como um diário para o tempo em residência e chamou de autópsia para uma paisagem estrangeira. o estranho e o estrangeiro namorando-se em relatos que andré preferiu chamar de autópsia e que remete ao que é conhecido e há muito familiar, como mais tarde me lembraria freud. se é dessa semelhança entre as palavras que o artista constrói uma ponte entre sua paisagem de berço no cerrado e as paisagens vindouras, estranho e estrangeiro encontram-se, ainda em conversa com o heimlich/unheimlich freudiano [1], naquilo que é simultaneamente familiar e oculto. fora da vista, mas trazido à luz. bem, mas não falamos de freud neste dia. ouvi mais sobre a tia nem (que se chama dirce), sobre um tio avô ao qual é dedicado seu trabalho com carteiras, também sobre o município de minaçu e sua antiga população quilombola e avá canoeira. se o estranho e o estrangeiro aparecem em sua autópsia para uma paisagem, eles não são mantidos refém dessa condição de outridade. estranho e estrangeiro numa autópsia iniciada por andré, envolvem-se de uma camada de poeira, suor e tinta que os transformam e os dão outros nomes. a palavra estrangeira a servir de complemento para a cidade que o artista visita, parece mais fazer parte de um reencontro com pistas deixadas por aqueles e aquelas que habitam a memória de andré do que assumir propriamente um caráter de lugar desconhecido. a cidade não é neutra [num piscar de olhos a vista vai do passado ao presente, chega no futuro e leva a lembrança na abertura dos afetos], ela carrega consigo infinitos desenhos que o artista sai em busca. como que a completar uma coleção que já nasceu incompleta. ciente de habitar um rio de janeiro mais próximo dos cartões postais, o complemento estrangeiro que andré felipe cardoso percorre é a ideia de que exista algo a ser reencontrado e que volte a conectar-se com sua paisagem no cerrado. algo que exista entre os dois territórios. já é noite quando finalmente me sento com andré no espaço destinado a ser seu ateliê. entre nós dois, uma mesa com outros materiais em processo. sobre a mesa, partes de um outro tipo de corpo. corpos familiares ao artista, abertos e desmembrados próximos às suas ferramentas – entre elas, lápis, pincel e estilete. levamos algum tempo em conversas que parecem ser um comichão nas solas dos pés do artista, tão familiar àquela casa [quando a gente não volta pra casa, a raiz fincada puxa e chama pra dizer que ainda pode existir "bem em estar"]. as horas passam, então, para que as paisagens narradas em suas falas tornem-se familiares também a mim. por isso penso que o bisturi utilizado por ele é a lâmina da memória a encontrar na escuta atenta a recepção para algo que não se vê nem se forçarmos os olhos contra o horizonte. a lâmina a qual o artista recorre existe no pacto que é iniciar uma conversa sobre reencontros [existe sempre alguma coisa entre, coisa que muita gente não vê, mas sente]. no entanto, se a memória é lâmina, a conversa é um processo de minúncias e cuidados para que esta autópsia seja também uma prática de rememoração que não narra somente sobre uma busca estética para a paisagem [quando eu olho no olho do retrovisor, que não me olha, mas que olha a rua, que olha o que tem na rua. ela é linda, é linda e sempre tá na rua. escancarada, torta, bonita e sofrida. a rua]. a conversaautópsia apropria-se dos discursos que sobrepõem as próprias histórias que o artista toma por herança quando chega aos lugares, sendo elas de diferentes ordens. o reencontro ao qual ele vem em busca começa a tomar forma quando observo as colagens feitas ali, os materiais manuseados. sendo quase impossível distingui-los daqueles elaborados em goiás. sua autópsia é também uma ponte. mas é verdade que a escolha pela palavra autópsia comicha meu pé, coça minha garganta em curiosidade. o que de morte há nessa paisagem? [essa terra tem cheiro de gente, essa terra tem cheiro de dor, essa terra tem cheiro de medo, essa terra tem cheiro de fome, essa terra tem sonho]. ainda que enraizando-se na zona sul carioca, um recorte tão específico da diferença social, econômica e racial da cidade, é possível que a paisagem chegue para o artista como um vislumbre daquilo que realmente compõe o rio de janeiro. assim, uma autópsia para essa paisagem talvez me faça pensar num anti-postal para os olhos atentos à paisagem invisível que envolve os corpos em trânsito, os pés cansados que também se reencontram com o corpo em trânsito e os pés cansados de andré. uma autópsia, sim. mas para a morte de uma ideia de cidade. para isso, é preciso atentarse às marcas deixadas neste espaço, interesse para onde seus olhos percorrem...algo como compartilhar com o invisível, como traz a curadora independente ariana nuala [2]. o que, então, ariana continua a dizer sobre essa partilha do invisível encontra andré no meio caminho, não só em sua relação com o deslocamento, mas em como se faz necessária uma produção de saúde para que haja memória a qual recorrer. os processos aos quais andré toma para si, são processos de partilha. através da criação e manutenção de memórias é que o goiano propõe encontros e maneiras de narrar sobre os mesmos. quase como um compromisso com tudo o que veio antes e o que virá em seguida, não delegando importâncias a este ou aquele agente, tratando-os em igual e sob uma veia familiar [vai e vem, anda, chega, calma lá, deixa pra lá, depois que os olhos fecham é pretexto de despedida ou encontro]. começo a entender, então, que se a figura do artista carrega algo próximo do que pode ser entendido como uma função ou um papel, este cargo pode ser visto como a expansão de seus quintais, a partilha de suas varandas. noto isso, pois aquele artista que me ofereceu um almoço como primeiro contato e que ali mantinha-se do outro lado da mesa, aquele artista parece muito preocupado em estender um território criativo que é criado junto. ele compromete-se com a memória, muitas vezes recorrendo a artistas de gerações anteriores “que sempre eram vistos enquanto fazedores de uma cultura “popular“, artistas incríveis que tiveram suas práticas enclausuradas em uma visão racista e folclórica, numa perspectiva de manutenção da outridade” [3]. e na sobreposição dos saberes é que a prática manual do artista encontra com a oralidade de quem o antecedeu, criando uma rede de saberes interessada pela não classificação dessas práticas, pois, como segue apontando a voz de ariana nuala quase como diretamente endereçada a andré, “circulamos entre os maracatus, os cocos, as galerias de artes, museus e a rua”, revelando, assim, um processo criativo atrelado a vários espaços. o que parecer fazer cada vez mais sentido, pois quando observo a prática ali trabalhada, reconheço que a produção daquele artista goiano desemboca na necessidade de preencher as lacunas deixadas por um passado colonial de intensos apagamentos para os seus e para as suas. junto do corpo de trabalhos que se avoluma pelas paredes, pela mesa, pelo chão e demais superfícies, compreendo haver um fazer que versa sobre a produção de vida, de histórias que não podem ser esquecidas [josé carrega os galhos secos nas costas enquanto benjamin traz a água fresca para molhar o mar sexo da serra]. produzir saúde, neste sentido, não como gesto contrário ao novo uso para a palavra autópsia, mas como uma das maneiras de fazer viver as partes reorganizadas e reencontradas de uma história. na mesa entre nós dois, observamos juntos os materiais recolhidos por ele em seus últimos dias. agora a escolha pela palavra autópsia parece cobrir-se de sentido, pois se a memória é lâmina, o tempo é seu composto auxiliar a revelar os invisíveis desse corpo em estudo. a assumir, ainda olhando pelos olhos atentos de ariana, seus estados de decomposição como “uma chave para o entendimento de como o tempo age num corpo e como a fricção deste corpo com outras matérias também acelera ou diminui seu próprio estado. é um atravessamento que transforma o olhar colonial sobre processos decompositórios, atrelados muitas vezes às rugas, às falhas, ao erro e constantemente atingindo as possíveis habitações do esquecimento.”se esse esquecimento é, portanto, um projeto colonial de fazer com que se acredite que o antigo (ou mesmo a ideia de estranho e estrangeiro) é algo a ser superado, andré tem, não só em suas mãos, mas em todo o seu corpo, o contragolpe que faz com que sua autópsia torne-se um olhar a atribuir importâncias para o modo como o tempo carrega de história mesmo aquelas coisas tomadas como invisíveis. como quintais estendidos sobre uma paisagem modificada por tal projeto, pelas muitas reformas que derrubam ou não preservam os corpos históricos de um território. tornar quintal estendido num território que se pretende progresso. [toda sacola vazia voa e sufoca a vontade]. numa autópsia empreendida como esta, revelam-se estes quintais e varandas estendidas. que não são espaços físicos ou que discursem sobre determinada funcionalidade, mas transitórios e afetados por “uma ideia de mundo caótico que não está fixo e é complexo, que modifica a noção de enraizamento de mundo”, como pontua ariana nuala. são espaços redescobertos por corpos diaspóricos, que reconhecem nos fluxos e nos processos de transformação uma resposta à violência colonial. o olhar aqui é mais que um gesto comum ao pacto entre sensibilidades. é a partir do olhar que se constrói e reconstrói territórios não contemplados por projetos de exclusões [essa viagem talvez seja sobre gostar bem menos do apego, de entender o que é o apego, de entender a capacidade de estender quintais, de alongar varandas e aumentar as cadeiras na cozinha]. sendo próprio do olhar atento a documentação simbólica das paisagens – e que para andré, ocorre através do manuseio de sua autópsia e da sobrevivência da oralidade como fundamento para lidar com a efemeridade deste século. ainda que a entrevista que fiz com o artista não seja transcrita aqui, sua voz reverbera em mim por todo esse exercício de falar sobre seus quintais compartilhados. sou levado para outros lugares, falando junto de outras vozes. rememoro imagens da minha própria história e do passado indígena repleto de violências e apagamentos de minha avó. lembro de como nossas fotos em família eram, em sua maioria, registradas nos quintais ainda em terra batida ou como alguns rostos eram queimados com cigarro quando alguém decidia quem poderia ou não aparecer no retrato. autópsia para uma paisagem estrangeira carrega consigo essa energia de ancorar memórias e convidá-las a se mostrarem. rafael amorim foram referenciadas aqui: [1] freud, sigmund. (1976) “o estranho”. in: obras psicológicas completas de sigmund freud. jayme salomão (trad.). rio de janeiro: imago, v.17, p. 276-280. [2] nuala, ariana. (2020) “correspondência aberta #5”. in: ciclo 2 do programa de residência pivô pesquisa, desktop aberto. são paulo. disponível em: [3] idem.
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shinymoonbird · 4 years
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Om Namo Bhagavate Sri Arunachalaramanaya
🕉️
Diga-me, quando o marido, que é o fazedor, morre -  o sentimento de ser o fazedor [kartritva] tendo sido destruído - em vez das esposas, que são os seus três karmas, se tornarem todas viúvas, podem duas delas ficar viúvas e uma delas não ficar viúva?
~ Guru Vachaka Kovai, V. 1145  Part III: The Experience of the Truth - Ch. 48. The Liberated One
Sadhu Om:
O jiva não só é o fazedor dos karmas, mas também o experimentador dos seus frutos. Portanto, quando o jiva é destruído pelo Autoconhecimento, todos os três karmas [agamya, sanchita e prarabdha] (*) se tornarão inexistentes, uma vez que não resta ninguém para os fazer ou experimentar. Consequentemente, para o Jnani não existe nenhum karma. Assim, quando algumas escrituras dizem que agamya e sanchita são destruídos e que apenas prarabdha permanecerá para o Jnani, a sua afirmação deve ser entendida como uma mera formalidade [upachara] e não deve ser considerada a verdade real.
A ideia expressa por Sri Muruganar no versículo acima de quatro linhas, foi resumida por Sri Bhagavan no seguinte versículo de duas linhas. Mais tarde, quando este versículo de duas linhas foi incluído em Ulladu Narpadu - Anubandham, Sri Bhagavan adicionou outras duas linhas.
B23. Saiba que, assim como nenhuma esposa ficará sem ser viúva quando o marido morrer, todos os três karmas se tornarão inexistentes quando o fazedor [de ações] morrer.
Este versículo corresponde às duas últimas linhas do versículo 33 de Ulladu Narpadu - Anubandham. Nas primeiras duas linhas desse versículo Sri Bhagavan diz: "Dizer que sanchita e agamya não aderirão a um Jnani, mas que prarabdha permanece para ser experimentado por Ele, é uma resposta superficial para ser dada às perguntas de outros". Consulte aqui O Caminho de Sri Ramana - Parte Um, Capítulo 5, para uma explicação detalhada.
(*)  ▫  agamya, são os karmas que são transportados para nascimentos futuros, que são depositados em sanchita karma já existente , ▫  sanchita, são os karmas acumulados de nascimentos anteriores, ▫  prarabdha, são os karmas do nascimento presente.
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andrebosiocastro1 · 4 years
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                       “Você, Pedro, é um historiador da subjetividade”
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                                           “A sua realidade é ficção”
Estas são uma das últimas falas do Senhor Nabuco ao Pedro no capítulo como o curioso título “Voando com minha sombra”.
Pode parecer estranho o último teste de Pedro ser viajar no tempo, é algo humanamente impossível, então será que o Fazedor de Velhos tinha “caducado” de vez?
Pedro, obviamente sem saber por onde começar, começou a fazer o que fazia de melhor: escrever suas experiências de vida e transmitir uma mensagem com elas. Assim, partindo da sua infância escrevia do mais mísero detalhe, afinal, se se lembrava de um fato que parecia bobo, alguma coisa o marcou que fez com que estivesse presente até hoje em sua memória. Tudo que ainda é lembrado por nosso inconsciente tem valor e está sempre ali no fundo do nosso baú esperando para nos alertar de uma situação que pode nos causar o mesmo dano que essa lembrança “insignificante”, assim eu penso ao menos, nada é lembrado, pelo bem ou pelo mal, por acaso...
Nisso, veio-lhe um “jorro de sentimentos descontrolados” como o próprio disse e de repente tinha virado sua sombra que viajaria com Pedro no tempo. Curioso pensar na sombra, pois é algo que não paramos tanto para refletir, mas acredito eu que elas são nossas versões puras e vazias, sempre conosco, nos acompanhando aonde quer que seja e nunca agem contrário à nós. Muitas vezes usamo-la para diversos fins, tanto para assustar um amigo, como para nos enxergamos e formarmos as imagens que quisermos numa parede, por exemplo. Elas assumem todas as formas possíveis de objeto, desde que saibamos como nos moldar. Este princípio, se fosse aplicados por nós, teríamos um mundo melhor.
Agora, ao lembrarmos do que Nabuco disse, afirmando que a realidade de Pedro é ficção, isso faz total sentido, pois podemos ver que ele se enxergar como uma pessoa nova a cada realidade que passou ou passará, uma vez que seu passado não o pertence, assim como seu futuro tem que ser realmente vivido. Ao viajar no tempo e ver todas as revelações, tais como que seus país se separam e que sua irmã seria uma milionária, me marcou a pergunta que fez, em somente se preocupar se estavam feliz.
Por isso ele é o historiador da subjetividade, se preocupa mais com o sentimentos e emoções do que a razão...
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dilofilho · 2 years
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🌎🌠🌈☀️🌷💞12 E 13 DE JUNHO - SANTO ANTÔNIO DE BATALHA, FAZ DE TODOS NÓS BATALHADORES!!!💞🌷☀️🌈🌠🌍 🌠Há muitos e muitos tempos que nosso Santo Antônio de Pádua caiu nas graças do povo como o "Santo Casamenteiro", e muita gente faz longas promessas, novenas e simpatias para nosso Antônio para achar seu grande amor e a sua alma gêmea... Bom, faz parte da saúde material, espiritual e emocional do ser humano prosperar no amor, afinal de contas, ninguém quer passar pelas provações e expiações desta Terra sozinho... Porém, o que a grande maioria das pessoas se esquecem, é que acima de tudo, o nosso bom Santo Antônio de Batalha, como bom Frade Franciscano que foi, tendo conhecido pessoalmente São Francisco de Assis, é que ele é o protetor das causas dos mais pobres, dos mais necessitados, dos mais oprimidos e dos mais injustiçados, tendo sido chamado de o grande "Operário dos Milagres". Não é atoa, que aqui no Brasil, o país mais miscigenado da face do mundo, ele acabou sendo sincretizado nas Religiões Afro-Brasileiras com o Orixá Ogum, mas principalmente com o Orixá EXU, justamente por ter em vida abraçado as necessidades dos povos, e por ter melhorado a vida de muita gente, através da sua sabedoria, do sua palavra, da sua oratória, dos seus sermões, dos seus conselhos, das suas rezas, das suas preces e das suas orações, promovendo inúmeros milagres de diversificados tipos, em todos os sentidos da vida humana. Ele era possuidor de poderes sobrenaturais, como o de se transfigurar, o de aparecer em vários lugares ao mesmo tempo, o de fazer sua voz ser ouvida em lugares distantes enquanto rezava seus sermões. Era o "fazedor de proezas", carinhosamente lembrado pelas pessoas aqui no Brasil, "Santo Antônio de Pemba", e "Ouro Fino"!!!🌠 #UmbandaParaTodosSaravá #Mensagem #12deJunho #13deJunho #SantosJuninos #FestaJunina #Cristianismo #PapaFrancisco #SantoAntônio #SantoAntônioDeBatalha #SantoAntônioDePádua #RezaForte #SincretismoReligioso #Espititualidade #UmbandaNaAlma #UmbandaSagrada #umbandanopeito #FilhosDeGandhi #FilhosDeAruanda #Exu #Guardião #Laroyê #Mojubá #Ogunhê #SalveDeus #LegiãoDaBoaVontade #QuemMeProtegeNãoDorme #PazMundial #PazNoBrasil #PazNoMundo https://www.instagram.com/p/CetqiPmA4Q3/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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valentinabeyruth9 · 4 years
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Não queiram nunca ser eternamente jovens: gostar de viver é gostar de sentir e gostar de sentir é, necessariamente, gostar de envelhecer
Fala de Nabuco no capítulo 3 durante a formatura de Pedro.
Para mim está fala fez todo o sentido com o CAPÍTULO 9. No meu ponto de vista, ela definiu o significado do apelido “fazedor de velhos”, além de poder ter ser encaixado na situação de Pedro, que pelas novas circunstâncias de  Nabuco teve claridade de novas emoções sentidas, obrigando-o a   tomar  posturas e decisões ainda mais maduras. E assim, mais uma vez, mesmo que não propositalmente, podemos presenciar Nabuco em plena forma de “fazedor de velhos”.
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valentinamaialivros · 4 years
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Capítulo 3 - Noite triste
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Um dos trechos que eu destaquei durante a leitura desse capítulo foi o "Alguns momentos, algumas coisas, ou pessoas, cheiros, visões, objetos e lembranças, nos põem em contato com o passar do tempo. Tudo o que nos emociona, tudo o que nos toca fundo, é o tempo chegando e indo embora. Se eu pudesse dar um conselho a vocês, eu diria: não queiram nunca ser eternamente jovens; gostar de viver é gostar de sentir, e gostar de sentir é, necessariamente, gostar de envelhecer." Esse trecho foi bem impactante para mim de uma maneira positiva, uma vez que me fez refletir bastante sobre o assunto e ver uma nova perspectiva sobre ele. Na minha opinião, essa parte do discurso traz uma ideia com a qual concordo, pois após ler esse trecho, percebi que envelhecer faz parte da vida, trazendo muitas emoções e sentimentos, assim, percebi que é gostando de envelhecer, gostando de sentir, gostando de ver o tempo chegando e indo embora, que gostamos realmente de viver. Dessa forma, acredito que se ouvisse isso na minha formatura, ficaria de início chocada, porque não é algo que a gente espera ouvir em uma formatura, porém, depois, após refletir por um tempo sobre o que foi falado, me sentiria bem com isso, já que entenderia o sentido da fala. Portanto, esse fragmento do livro me deu uma visão completamente nova sobre envelhecer, me impactando bastante.
A poesia apresentada na imagem acima, na minha opinião, reflete bastante a mensagem que o trecho destacado passa para o leitor, de que envelhecer faz parte da vida e de que precisamos gostar também de envelhecer para gostarmos realmente de viver. Sendo assim, como acredito que essa poesia se relaciona com o trecho destacado, achei interessante escolhê-la. 
Fontes:
Trecho: Página 43 do livro “O fazedor de velhos”
Imagem: https://www.pensador.com/frase/MjQxNTI5OQ/ 
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alvaromatias1000 · 4 years
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Público-Alvo dos Bancos: População Adulta Urbana
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Larissa Garcia (FSP, 18/102020) informa: o distanciamento social e o pagamento do auxílio emergencial por contas digitais aceleraram o processo de bancarização no Brasil.
De acordo com dados do BC (Banco Central), 9,8 milhões de pessoas iniciaram relacionamento com instituição financeira de março para cá.
A inclusão financeira, no entanto, ainda é um desafio para a autoridade monetária, especialmente às vésperas do lançamento do sistema de pagamentos instantâneo, o Pix. Ele começará a funcionar em 16 de novembro.
Atualmente, 175,4 milhões de pessoas têm relacionamento bancário.
No fim de fevereiro, último mês cheio antes da chegada do coronavírus ao país, eram 165,6 milhões de brasileiros com conta em instituição financeira ou algum produto financeiro como investimentos.O cruzamento do número de bancarizados com a estimativa da população brasileira do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para 2020 — 212 milhões — mostra cerca de 36 milhões de brasileiros ainda ficarem de fora do sistema financeiro. A jornalista está contabilizando todas as crianças abaixo de 14 anos e a população rural distante de agência bancária!
O crescimento do número de clientes de instituições financeiras já era observado antes da pandemia da Covid-19. O ritmo, no entanto, era outro. No mesmo período do ano passado, 3,5 milhões de pessoas ingressaram no sistema financeiro, menos da metade do registrado depois da crise sanitária.
Segundo especialistas, o pagamento do auxílio emergencial —inicialmente em R$ 600 e agora em R$ 300— por meio de contas digitais da Caixa foi responsável por grande parte da bancarização durante a pandemia.
“A participação do auxílio nesse movimento foi grande porque, ou você era bancarizado, ou não recebia o recurso”, diz Estevão Garcia, professor da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras).
“Foi muito importante, alcançou especialmente pessoas de baixa renda, fora das grandes cidades”, afirma.
Para ele, o processo de inclusão financeira é inevitável e foi acelerado pela pandemia.
“A dependência do dinheiro físico vai diminuir cada vez mais. Hoje, existem smartphones acessíveis. Com o distanciamento social, mesmo os mais idosos, que não têm tanta familiaridade com a tecnologia, tiveram de se inserir”, diz.
Thaís Cíntia Cárnio, especialista em banking e professora de direito da Universidade Mackenzie, diz acreditar que muitos dos que tiveram conta aberta pela Caixa para recebimento de benefícios devem continuar usando o serviço após o término do auxílio.
“Depende do atendimento da instituição financeira. Se a conta se transformar em um obstáculo, ele não continua. Caso contrário, com certeza vai querer permanecer, é mais prático e mais cômodo”, diz.
Segundo Cárnio, a inclusão financeira traz benefícios. “Há também um contexto social e educativo, existem oportunidades do mercado financeiro e a construção de educação financeira é superimportante”, afirma.
“Seguramente milhões desses novos clientes manterão suas contas e tendem a consolidar seu relacionamento com os bancos”, diz o presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Isaac Sidney.
“Os bancos têm total interesse em atrair a população não bancarizada. O acesso a serviços financeiros constitui um passo crucial para a inclusão social e para o combate à desigualdade no país”, afirma.
Segundo Sidney, as instituições financeiras vêm desenvolvendo, ao longo dos últimos anos, formas de ampliar a capilaridade de sua rede de atendimento para aumentar o alcance dos serviços.
“Caixas eletrônicos, operações bancárias por telefone, correspondentes bancários, além de internet e mobile banking, são alguns exemplos dessas iniciativas”, diz.
Mesmo com a digitalização de serviços financeiros, o acesso à internet ainda é um obstáculo. De acordo com a última pesquisa do IBGE sobre o tema, 20,9% das residências brasileiras não tinham internet em 2018.
Além disso, segundo dados do BC, o número de municípios sem atendimento bancário saltou nos últimos anos. Hoje, são 2.345 cidades sem agência, 22,3% a mais que em 2012.
Há municípios que, além de não terem agência, não contam com ponto de atendimento ou caixa eletrônico. Isso dificulta ainda mais o processo de inclusão financeira, especialmente para aqueles que não têm acesso à internet.
Atualmente, 380 cidades não têm nenhum desses serviços.
O professor de finanças do Insper Ricardo Rocha critica a qualidade dos dados disponíveis. “É difícil quantificar quem é bancarizado. O dado do BC mostra quem tem qualquer relacionamento bancário”, afirma.
“Para mim, o bancarizado precisa ter pelo menos conta-corrente ou poupança e movimentar, pelo menos parcialmente. Se isso fosse considerado, possivelmente seriam mais de 50 milhões fora do sistema financeiro”, diz Rocha.
O BC afirmou, em nota, que, entre a população adulta, o percentual de bancarizados é expressivo, já que quase 174 milhões de brasileiros têm mais de 14 anos.
Segundo a explicação, restam apenas 13 milhões de brasileiros acima dessa faixa etária sem relacionamento bancário.
Os cálculos da autoridade monetária, segundo informado pelo BC, foram feitos com dados de julho deste ano e não com os últimos divulgados pela própria instituição, de setembro, e usados pela reportagem.
A justificativa, no entanto, não leva em conta a quantidade de crianças (abaixo de 14 anos) bancarizadas. Dados com abertura por idade são divulgados anualmente pela autarquia.
A última informação, de 2019, revela que 149 milhões de pessoas com relacionamento bancário tinham mais de 15 anos. No fim de dezembro, o total de bancarizados era 164,6 milhões. Assim, 15,6 milhões tinham 14 anos ou menos.
“Entre os cidadãos com relacionamento bancário, estão inseridos os relacionamentos ativos (não encerrados) que possuam saldos muito baixos ou que não registrem movimentações por longos períodos”, diz o BC, em nota.
“Nesse sentido, espera-se que o Pix contribua para a bancarização, por ser um sistema de pagamentos aberto, que contará com mais de 700 instituições participantes, de uso fácil e barato, e que permitirá a maior utilização do sistema financeiro pela população”, afirma.
O BC diz ainda que se compromete com inclusão financeira responsável. “Ou seja, que as pessoas possam ter acesso efetivo a serviços financeiros que se adequem às suas necessidades”, diz.
“Portanto, não se trata de focar apenas que cada pessoa tenha uma conta ou financiamento, mas que essa conta e outros serviços sejam adequados às suas necessidades, contribuam para sua qualidade de vida e tenham custo justo”, afirma a autarquia.
O ministro da Economia, fazedor de falsas promessas ou contador de lorotas, informou o governo planejar a abertura de capital em bolsa do banco digital criado na crise do coronavírus. Por causa do pagamento do auxílio emergencial, ele declarou: 64 milhões de pessoas passaram a ter acesso digital a esses meios. “Estamos planejando um IPO (oferta pública inicial de ações) desse banco digital que nós produzimos em menos de seis meses”, afirmou, sem se referir especificamente ao braço digital da Caixa, criado para a distribuição do benefício durante a pandemia.
Público-Alvo dos Bancos: População Adulta Urbana publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com
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