#revolução industrial resumo
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coelhogeek · 1 year ago
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educacaoplural · 9 months ago
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A era vitoriana na Grã-Bretanha
A era vitoriana na Grã-Bretanha, que durou de 1837 a 1901, foi um período de grande transformação e desenvolvimento em todos os aspectos da sociedade britânica, incluindo política, economia, cultura e sociedade. Este período foi nomeado após a rainha Vitória, que reinou por mais tempo do que qualquer outro monarca britânico até então, e é frequentemente lembrado como uma época de grande prosperidade e avanço, mas também de desigualdades sociais e desafios.
A Grã-Bretanha durante a era vitoriana era o centro do maior império do mundo, abrangendo vastos territórios na África, Ásia, Américas e Oceania. Esta era foi caracterizada pelo domínio econômico, político e militar britânico em escala global, com a expansão colonial desempenhando um papel central na política externa e na identidade nacional britânica.
Um dos aspectos mais marcantes da era vitoriana foi a Revolução Industrial, que teve um impacto transformador na economia britânica e na vida cotidiana das pessoas. O país experimentou um rápido crescimento industrial, com a construção de ferrovias, fábricas e outras infraestruturas que impulsionaram a produção e o comércio. A industrialização trouxe consigo urbanização em massa, com muitas pessoas deixando o campo em busca de empregos nas cidades industriais em expansão, como Manchester, Birmingham e Londres.
No entanto, esse crescimento econômico foi acompanhado por profundas desigualdades sociais e condições de trabalho deploráveis para muitos trabalhadores. As classes trabalhadoras enfrentavam longas horas de trabalho, baixos salários, habitações insalubres e falta de proteção social. Isso levou a movimentos de reforma social e trabalhista, como o movimento cartista, que buscava direitos políticos e sociais para os trabalhadores.
Além das mudanças econômicas, a era vitoriana foi um período de grande expansão cultural e intelectual. A literatura, em particular, floresceu durante este período, com autores como Charles Dickens, Jane Austen, Charlotte Brontë e Oscar Wilde produzindo algumas das obras mais influentes da literatura inglesa. A era vitoriana também foi um período de avanços científicos e tecnológicos significativos, com descobertas em áreas como medicina, biologia, física e engenharia que transformaram nossa compreensão do mundo e impulsionaram o progresso industrial.
No campo político, a era vitoriana foi marcada por mudanças significativas no sistema político britânico. O período viu a consolidação gradual do sistema parlamentar democrático, com o alargamento do direito de voto e a expansão da participação política. O Ato de Reforma de 1832, seguido por uma série de reformas adicionais, estendeu o direito de voto para um número maior de homens e, eventualmente, para algumas mulheres. No entanto, o sistema político britânico ainda era dominado pela aristocracia e pela classe média, e a luta pelo sufrágio universal continuou ao longo do período.
Além disso, a era vitoriana foi marcada por um intenso fervor imperialista, com a expansão colonial sendo vista como uma manifestação do poder e da grandeza britânicos. Durante o reinado de Vitória, o Império Britânico atingiu o auge de sua influência e extensão, controlando vastas áreas da África, Ásia, Américas e Oceania. No entanto, o imperialismo também foi acompanhado por controvérsias e conflitos, como a Guerra dos Bôeres na África do Sul e a Revolta Indiana de 1857.
Em termos de vida cotidiana, a era vitoriana foi caracterizada por uma série de normas sociais rígidas e valores morais conservadores. A família era vista como o centro da sociedade, com papéis de gênero estritamente definidos e expectativas sociais sobre comportamento e moralidade. A religião também desempenhou um papel importante na vida das pessoas, com o cristianismo, em suas várias formas, exercendo uma forte influência sobre a sociedade e a cultura britânicas.
Em resumo, a era vitoriana foi um período de grande transformação e contraste na história britânica, marcado pelo avanço industrial, expansão imperial, mudanças sociais e culturais e desenvolvimento político. Embora tenha sido um período de grande prosperidade e progresso para muitos, também foi um período de desigualdades sociais, injustiças e desafios, que moldaram profundamente a sociedade britânica e deixaram um legado duradouro até os dias de hoje.
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papitotalks · 1 year ago
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papi fala um pouco sobre a revolução industrial mentira, diga algo que vc sente falta nas comunidades ativas atualmente e pensa que poderia beneficiar a tag (opina a vontade meu rei)
opa, meu doce, tudo bom? senta aí que lá vem textão porque tu me deu aval pra ser tagalera, então vou ser tagarela.
eu gosto bastante da ideia de dupla plataforma sendo twitter e discord, mas, na honestidade, eu sinto a maior falta de quando era twitter e tumblr, em partes por causa das tasks com askmemes que rolavam. algumas eram tão bacanas que dava pra desenvolver umas partes específicas do seu boneco ali mesmo, só tu, o gif icon do teu fc & o textão que tu ia escrever.
"mas, papi, dá pra fazer isso com selfparas e povs no twitter também", sim, com certeza! eu não sei vocês, mas eu conto nos dedos de uma mão a vontade de ajudar no desenvolvimento alheio que a galera tem tido e na minha cabeça isso era diferente quando a gente usava mais o tumblr, que é uma plataforma com maior imersão e sem tanto espaço pra coisas rasas. claro que a gente faz um boneco pra gente, ninguém é obrigado a jogar com quem não quer, mas tem umas coisas que não dá pra desenvolver sozinho, sabe? e eu sinto que a galera hoje em dia vê pov na timeline, olha a imagem da preview e continua rolando, tipo, foda-se, tá ligado? eu mesmo adoro escrever pov e fico ultra chateado de ver que ignoram meu trabalho.
ainda nessa ideia, teve uma época em que a gente usava o curiouscat e eu adorava por esse mesmo motivo! algumas coisas davam brecha pra gente desenvolver sozinho na hora da empolgação, aí não dependia da boa vontade dos outros.
e vocês aí, hein? venham contar na minha inbox o que vocês sentem falta pra gente falar sobre!
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a revolução industrial foi um rolê que aconteceu ali em meados do século XVIII, começando na inglaterra por causa da invenção da primeira máquina a vapor, que rolou anos antes. a sua principal característica é a substituição do homem pela máquina, desde o trabalho manual sendo jogado fora até as fontes de energia mudando. resumindo, o que era manufatura virou maquinofatura e muita gente tomou no cu nesse processo.
papi, o que causou a revolução industrial?
a burguesia europeia conseguiu ficar ainda mais burguesa com a expansão do comércio internacional, o que, eventualmente, fez com que eles investissem mais pra melhorar as condições de trabalho - mas pra eles, não pros trabalhadores que davam o sangue pelas fábricas pra conseguir botar pão na mesa da sua família. com esse investimento, eles criaram as máquinas e perceberam que era mais barato e fácil mantê-las, ou seja, maior a produtividade e, consequentemente, maior o lucro. entre algumas consequências desse rolê, a gente tem a desigualdade entre os países (nem todo país conseguiu acompanhar o avanço tecnológico, o que fez a galera começar a dividir os países entre países desenvolvidos e países em desenvolvimento), as condições de trabalho sendo simplesmente insalubres, aumento da produção em massa, superpopulação nas cidades (já que a galera largava a zona rural pra ir pra cidade procurar emprego), muita gente ficando doente, desemprego pra caralho, avanços na medicina e outras coisinhas também.
claro que esse aqui é apenas um resumo muito mal feito depois de umas pesquisas, já que eu me formei no ensino médio há muito tempo e não lembrava, mas espero que tenha dado pra entender! sim, eu dei uma estudada pra responder isso.
e, pra finalizar, aqui vai um fun fact: o brasil só entrou na segunda guerra mundial por causa da revolução industrial! os estados unidos viram a gente e falaram "ô, te dou uma usina se vc marcar presença" e nós topamos. :D
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blog-3b · 2 years ago
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O chatGPT e a educação
Com a presença de tecnologias, como chat gpt, na vida contemporânea das sociedades, os institutos de ensino e os profissionais da educação têm de adaptar-se as mesmas, que trazem mudanças à o aprendizado. Como dito por Umberto Eco em sua obra "Apocalípticos e integrados", toda tecnologia produz apocalípticos e integrados; apocalípticos sendo aqueles que pensam no pior dos cenarios e repudiam a tecnologia, enquanto o integrado aceita e pensa em maneiras de adaptar-se a elas.
Desta forma, profissionais da educação apocalípticos reagiriam ao chat gpt como os trabalhadores luditas do século XIX em relação a revolução industrial. Essa postura é prejudicial aos alunos que continuarão submetidos aos métodos de taxonomia educacional, o qual, os estudantes ao realizar uma pesquisa, classificam e hierarquizam os objetivos, fazendo o obsoleto trabalho de resumo.
Assim como o celular foi recebido de forma neoludita nas instituições de ensino, que em 12/10/2017 foi publicada a lei N° 12.730, de 11 de outubro de 2007. A mesma deixa proibido o uso de telefone celular nas salas de aula. Porém, anos depois foi publicado a lei Lei nº 16.567, de 06/11/2017, que abre a exceção no uso do telefone celulares na sala de aula, ressalvado o uso para finalidades pedagógicas.
Portanto, as secretaria da educação juntamente a instituição de ensino e os professores, devem se juntar e elaborar formas de adaptar o método de ensino e os materiais didáticos as novas tecnologias que estão surgindo, para que os alunos sejam beneficiados e não fiquem em meio a guerra entre tecnologia e neoludismo.
Murilo Bergantini
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medislove · 6 years ago
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As revoluções industriais
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diabyte · 4 years ago
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Desigualdade de classes
Esse é um breve resumo da noção inicial de classe social e sua inerente desigualdade.
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Com o advento da Revolução Industrial no século XVIII, houve a transição gradual do meio caracterizado pelo feudalismo para o meio urbano na Inglaterra, em decorrência da consolidação do capitalismo. Nisso, surgue uma nova configuração social: uma sociedade organizada em torno de duas novas classes centradas no aspecto socioeconômico, a Burguesia, classe capitalista e o Proletário, classe trabalhadora.
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Em relação a isso, o filosófo alemão Karl Marx, sob a óptica do "materialismo histórico", expõe o conflito de classes baseado na exploração, visto que o proletariado vende sua força de trabalho e recebe uma remuneração desproporcional a tal por parte dos detentores dos meios de produção, o que o autor denominou de "mais-valia". Apesar disso, a classe oprimida permanece em inércia temporária em virtude da manipulação causada pelo o que Karl Marx chama de "superestrutura", que é um conjunto de fatores que existem na sociedade que justificam o "status quo" e , assim, contribuem para a permanência do poder da classe dominadora. Contudo, o filósofo aponta que em um determinado momento ocorrerá um fenômeno social chamado de "consciência de classe", quando o proletariado perceberá a situação em que se encontra e se unirá para derrubar a burguesia, classe esta que não poderia fazer o mesmo, segundo o autor, por nela predominar o individualismo. Desse modo, surguirá uma sociedade sem classes.
No entanto, tal situação não ocorre conforme o previsto, ou seja, em um país desenvolvido, mas na Rússia, com a Revolução Russa em 1917.
Ademais, o também filósofo alemão, inclusive contemporâneo e colega de Karl Marx, Friedrich Engels, acusa a burguesia de "assassinato social", posto que esta , apesar da responsabilidade, atuava passivamente em relação a situação de vida da classe trabalhadora, que vivia em situação depreciativa, tanto no interior das fábricas quanto no das cidades que emergiram em torno delas, pela falta de saneamento, luz, comida adequada, entre outros, gerando doenças. Assim, ficavam incapazes de trabalhar quando surgia oportunidades, já que, importante ressaltar, que as máquinas já tinham começado a substituir a mão-de- obra em certos trabalhos braçais. Desse modo, era comum famílias inteiras morrerem de fome na época.
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industrialage · 4 years ago
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Realismo
O movimento realista teve início no final do século XIX com a decadência do Romantismo. O realismo tinha uma proposta totalmente oposta à do romântico, já que ele representava a realidade social e apresentava críticas sociais enquanto o romantismo negava totalmente a realidade e as obras eram feitas com base no mundo criado pelos artistas. O movimento surgiu na França e tem como principais características a linguagem objetiva, o uso da ciência e a representação da realidade das classes mais baixas. Dentre os motivos que levaram a ascensão do estilo, o principal foi os diversos problemas sociais urbanos que a revolução industrial, principalmente, trouxe. Os principais representantes desse movimento são da literatura e da pintura.
Plantadores de Batata, Millet. (1861). Fonte: Um pouco de Artes, 2013.
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Na literatura brasileira, Machado de Assis é o principal escritor do movimento com obras como: Memórias Póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro. Em âmbito mundial, o escritor francês Gustave Flaubert marcou o realismo com a obra “Madame Bovary”. Na pintura é notório o destaque de Gustave Courbet, Jean-François Millet e entre as mulheres, Rosa Bonheur.
Plowing in the Nivernais (1849), Bonheur. Fonte: Wikipedia.
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Moças peneirando o Trigo (1854), Courbet. Fonte: Vírus da Arte e cia, 2019.
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Madame Bovary (1856). Fonte: Amazon.
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Dom Casmurro (1899), capa original. Fonte: Wikipedia.
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Memória Póstumas de Brás Cubas (1881), capa original. Fonte: Wikipedia.
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Na arquitetura, as obras produzidas eram aquelas que a população necessitava, ou seja, nada de palácios grandiosos e sim ferrovias, estações, industrias, lojas, hospitais, moradias... E nessas construções também eram incorporados os materiais novos como o ferro e aço.
Fonte: https://www.portugues.com.br/literatura/realismo.html
https://beduka.com/blog/materias/literatura/resumo-do-realismo/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mem%C3%B3rias_P%C3%B3stumas_de_Br%C3%A1s_Cubas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dom_Casmurro
https://www.amazon.com.br/Madame-Bovary-328-Gustave-Flaubert/dp/8525412759
https://virusdaarte.net/courbet-mocas-peneirando-trigo/
https://en.wikipedia.org/wiki/Ploughing_in_the_Nivernais
https://umpoucodeartes.wordpress.com/2013/03/29/plantadores-de-batata/
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brrodriguuez · 6 years ago
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ENSAIO SOBRE OS IMPACTOS DA TECNOLOGIA E DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA SOCIEDADE
RESUMO
Com o impacto dos avanços no mundo em decorrência das revoluções industriais e em especial na evolução da área tecnológica foi possibilitando a capacidade de ajuda e percepção dos fatos ao longo dos anos.
 1° Revolução Industrial
A primeira etapa da revolução limitou-se à Inglaterra e ocorreu no final do século XVIII e início do século XIX, fazendo com que a Inglaterra se tornasse uma grande potência econômica, gerando mudanças sociais e políticas. A mudança econômica se deu em consideração ao aparecimento das industrias de tecidos de algodão, com o uso de máquinas criadas com o objetivo de maximizar a produção que viabilizava e aumentava o lucro, consequentemente diminuindo o trabalho de mão de obra manual.
Essa transformação contribuiu com a fabricação de novos produtos químicos, possibilitando novos processos de produção de ferro, além da substituição da madeira pelo carvão que foram muito importantes para o desenvolvimento de tecnologias e aprimoramentos. O carvão era utilizado como fonte de energia para mover grandes navios e trens de ferro.
2° Revolução Industrial
Essa revolução se passou na segunda metade do século XIX e terminou durante a Segunda Guerra Mundial, se dá como um aprimoramento da primeira revolução envolvendo o progresso de uma série de desenvolvimentos científicos e tecnológicos. Com o crescimento da Inglaterra, países já estavam se tornando dependentes da potência e com isso, Japão, EUA e vários países da Europa começaram a entrar no processo de industrialização. Com os grandes avanços da tecnologia a segunda revolução foi marcada por grandes feitos na indústria de petróleo (trocando o carvão pelo petróleo como melhor fonte de energia), aço, elétrica e química, proporcionando o surgimento do telefone eletromagnético e da lâmpada incandescente, representando maior conforto ao ser humano.
A produção passa a ser ampliada com a criação de esteiras rolantes, visando maior lucro e acelerando a montagem dos produtos. A primeira companhia a implementar as esteiras que levavam as peças dos carros por toda fábrica foi a indústria automobilística de Henry Ford, sediada nos Estados Unidos, este ato é conhecido por fordismo.
3° Revolução Industrial
Essa revolução começou logo após o término da Segunda Guerra Mundial se mantendo até os dias de hoje. Os Estados Unidos se consolidaram como a maior potência, acumulando diversas descobertas tecnológicas predominando nesse período o uso da eletrônica e informática, modernizando a indústria robótica. Isso foi importante principalmente para junção do científico com o industrial intensificando a criação de novos produtos de qualidade. A energia também passou por mudanças, sendo possível ser encontrada nos ventos com a energia eólica, solar com o sol e hidrelétrica com a água.Diversas inovações se destacaram pelo uso revolucionário da ciência de ponta, como a informática, as telecomunicações, a microeletrônica, a biotecnologia, a indústria aeroespacial e, mais recentemente, robôs cada vez mais sofisticados. 
Tecnologia
Na atualidade estamos vivendo o ápice da influência tecnológica em nossas vidas, a tecnologia trouxe vários benefícios para a sociedade, disponibilizando acesso fácil a conteúdos e informações. Um desses benefícios é a internet onde nos conecta instantaneamente com diversas pessoas e informações. No conto “Eu, Robô” é citado a aproximação da menina Glória de 8 anos que é extremamente dependente e apegada à Robbie, um robô sem fala, que compreende o que a menina expressa. No nosso cotidiano com os desenvolvimentos e atualizações ofertadas os aparelhos portáteis de fácil acesso como celulares, tablets e notebooks, contendo variadas funções, nos fazendo assim, tornarmos dependentes desses objetos se assemelhando ao conto de Isac Asimov. 
Inteligência Artificial
A inteligência artificial, também conhecida pela sigla IA, é a área de pesquisa da computação dedicada a buscar métodos e construir dispositivos computacionais que possuam a capacidade racional do ser humano. Pode ser definida também como o estudo da ciência da computação que viabiliza computadores a realizarem coisas que os humanos fazem melhor. O principal objetivo do sistema é realizar funções que o ser humano faria com escolhas inteligentes, algumas características básicas como a aprendizagem, reconhecimento, capacidade de raciocínio e inferências. 
Na década de 1950 foi dado início ao primeiro laboratório de pesquisa de inteligência artificial situado nas dependências da Universidade de Carnegie Mellon, contando com a presença dos cientistas Hebert Simon e Allen Newell.
 Devido a grande procura por tecnologias depois da Segunda Guerra Mundial, quando uma vasta gama de pesquisadores iniciou estudos sobre a linha biológica, um professor universitário criou alcunha de inteligência artificial em uma conferência de tecnologia em Dartmouth, nos Estados Unidos. Jonh McCarthy acreditava na possibilidade de imitar as redes neurais humanas na esperança que as máquinas exercessem funções mais complexas como raciocinar. No entanto, como basicamente as pesquisas costumam sempre evoluir e com a tamanha evolução computacional, a inteligência artificial acabou ganhando mais força, o que deu início a estudos que buscavam a capacidade de reproduzir uma máquina que também fizesse o uso da linguagem. Atualmente já é possível encontrar inteligência artificial capaz de responder a perguntas, no nosso dia a dia acabamos não nos dando conta, mas sistemas como Siri (IPhone), Bixby (Samsung) e Cortana (Microsoft) tem um determinado nível de aprendizado onde acumulam informações guardando-as para próximas pesquisas ou futuras perguntas, o chamado Aprendizado de Máquinas (Machine Learning), determina quais publicações devem exibidas e ofertadas nas páginas de nossas redes sociais.
A IA acabou se tornando popular fazendo parte do nosso cotidiano, podendo encontra-la no Facebook, Netflix e em vários momentos de nossas vidas. Inteligência Artificial se tornou casual por dois motivos: por poder e mais dados.
 Por poder: a facilidade e rapidez com que conseguimos informações com nossos celulares e notebooks, o que significa máquinas capazes de processar muitas informações em um curto período de tempo, executando algoritmos que alimentam a IA como Bixby e Siri.
Por dados: através do crescimento que as plataformas de internet estão atingindo, a comunidade global está armazenando, processando e gerando novos dados à partir de cada curtida, comentário e cliques dados na internet contribuindo com o aprendizado das máquinas.É normal que tenham conflitos e discussões sobre o assunto, pois se trata de uma pesquisa com divergência, contendo um lado dos que defendem e apoiam a máquina a possuir vida própria e também possui o lado dos que são contra este ato, por falta de confiança na máquina e pelas escolhas que elas podem tomar. Tendo em vista esse conflito, Isac Asimov, famoso escritor de ficção-científica criou três leis robóticas essenciais para a convivência com os humanos, a seguir as três leis:
1 Lei Robótica: Um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano sofra algum mal.
2 Lei Robótica:
Um robô deve obedecer as ordens que lhe sejam dadas por seres humanos exceto nos casos em que tais ordens entrem em conflito com a Primeira Lei.
3 Lei Robótica:
Um robô deve proteger sua própria existência desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira ou Segunda Lei.
 CONSIDERAÇÕES
A tecnologia teve avanço em múltiplas áreas tornando cada vez mais versátil a vida do ser humano.
O avanço cada vez maior da inteligência artificial torna discutível o conteúdo do vídeo, A história de Matrix antes dos filmes, onde as máquinas se tornaram inteligentes a ponto de não precisarem mais dos seres humanos fazendo assim que haja conflito entre elas e seus criadores.
 REFERÊNCIAS
Filmes:
“I, Robot”
“O homem bicentenário”
ASIMOV, Isaac. Eu, robô. 2° Edição em português: Agosto de 1969, Tradução de Luiz Horácio da Matta.
A história de Matrix (1999-2003) ANTES dos filmes
https://www.youtube.com/watch?v=hJQddbqM41c
 SANTOS, Marco Aurélio da Silva. "Inteligência Artificial"; Brasil Escola. Disponível em <https://brasilescola.uol.com.br/informatica/inteligencia-artificial.htm>. Acesso em 09 de abril de 2019.
Fonte sem autor https://www.forbes.com/sites/gilpress/2016/12/30/a-very-short-history-of-artificial-intelligence-ai/#4152ca276fba. Acessado em 08 de abril de 2019
Fonte sem autor http://www.citi.pt/educacao_final/trab_final_inteligencia_artificial/allen_newell.html. Acesso em 08 de abril de 2019
Fonte sem autor https://www.sas.com/pt_br/insights/analytics/inteligencia-artificial.html. Acesso em 08 de abril de 2019
Fonte sem autor https://sites.google.com/site/fl20011evolucaoautomoveis/home/pt/um-pouco-de-historia . Acessado em 09 de abril de 2019
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reaconaria · 6 years ago
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Análise da primeira prova do ENEM 2018
Trazemos a análise do médico e advogado Sergio Nunes sobre a primeira prova do ENEM 2018.
Publicado originalmente em https://www.facebook.com/sergio.nunes.545/posts/2776424949049659.
Mais uma vez analisei de forma breve a prova de múltipla escolha de linguagens e ciências humanas do Enem. Já havia feito análises correlatas nos últimos três anos. A linha adotada é similar, com número significativo de questões de interpretação textual. Achei a prova bem tranquila no quesito dificuldade, todavia um pouco extensa levando-se em conta apresentar também uma redação.
Analisando conjuntamente todas as provas destes anos eu diria que todas partem de um equívoco pedagógico que é ensejar mudar os estudantes em agentes de determinada transformação, quando na verdade a função maior seria informar e dar subsídios para que eles entendam o mundo em que vivem, adquiram ferramentas analíticas e gerem suas próprias visões no futuro.
Com isto, como consequência, acredito que mais uma vez tivemos uma prova sem equilíbrio na distribuição de temas, já que uma prova de humanidades deveria englobar um conteúdo universalista e tangenciar toda história universal, com os devidos pesos de influência no mundo atual, coisa que não encontramos nestas provas. Discuto alguns temas e questões propostas na prova:
– Não foi cobrado nada substancial com base no mainstream em ciência econômica. Não foi mencionada a pré-história, na história antiga foi citado um único filósofo, mas nada profundo de Grécia, conformação das pólis, Atenas ou Esparta. Nada de Império Romano. Na Idade Média não apareceu feudalismo, ou renascimento comercial. Na Idade Moderna nada significativo de renascimento ou absolutismo. Uma única questão de mercantilismo e uma única de iluminismo (apenas contratualismo). Na Idade contemporânea não foram cobrados Revolução Francesa e Industrial, nada de guerras mundiais, e o capitalismo cobrado de forma incipiente e distorcida.
– Em história do Brasil, caso minha conta esteja certa, duas questões de colônia, nenhuma de império e reino unido, duas de república velha, uma sobre Vargas, duas da república populista, uma do regime militar (não contabilizando as outras duas da transição com a república populista), e nenhuma da nova república do ponto de vista histórico. Em geografia caíram algumas questões técnicas de clima, cartografia, geopolítica. O tema colonialismo apareceu por duas vezes. Outros temas foram recorrentes, mesmo não sendo o foco da questão, mas expressos nos textos, como por exemplo o caso de assuntos identitários que surgiram reiteradamente em 17 das 90 questões constituintes (quase em 20% de toda prova).
– As questões de línguas estrangeiras abordaram em sua maioria textos com críticas sociais. A questão menos repetitiva usou Orwell.
– As questões de literatura nacional abordaram majoritariamente autores de menor relevância, com exceção do vultoso Guimarães Rosa.
– Em uma questão é utilizado um texto do Globo, usando um tal projeto “comunique que muda” para contrapor Gilberto Freyre.
– Em uma questão sobre colonização é ignorada a diferença tecnológica como fator de hegemonia.
– Questão desvirtuando completamente o Estado Liberal, em uma falácia comparativa com uma sociedade tribal/comunitária.
– Em outra há citação de um discurso de Jango, tentando justificar sua radicalização em consonância com a defesa de setores “trabalhistas”.
– Menciona tema de refugiados sem mencionar as causas.
– Questão sobre assunto israelense, tomando por base análise da esquerda sionista, sobretudo não compondo a visão majoritária.
– Sobre novas tecnologias a prova foi paupérrima. Em uma questão menciona a sociedade do espetáculo (que não está errada), enquanto em outra cita paródia tentando afirmar que na internet as opiniões são compradas (talvez eu receba algum centavo por este texto algum dia).
– Não poderia faltar questão contrapondo agricultura familiar e agronegócio, tentando atacar aquilo que mantém o país com um mínimo de funcionalidade.
– Por fim, nos pontos negativos recordo-me de uma questão em que o estado na república velha é criticado por legislar contra artes curandeiras, condenando os conhecimentos populares (seria aceitável se fosse pela liberdade, mas acho que deve ser pela questão técnica e cultural mesmo).
– Do ponto positivo, fora da linha habitual, apareceu uma questão sobre Santo Agostinho e outra de São Tomás de Aquino, e ainda outra sobre as características de um filósofo de ofício (que justamente atestaria a incompetência dos falsos filósofos panfletários espalhados em universidades da atualidade).
Em síntese, uma prova em linha com o esperado, sem grandes surpresas, mantendo o mesmo padrão técnico e de linha ideológica em relação aos últimos anos, enfaticamente denotando e representando bem os mesmos vícios e insuficiências existentes no contexto educacional geral do país.
Análise dos anos anteriores.
2017: http://reaconaria.org/colunas/colunadoleitor/resumo-da-primeira-prova-do-enem-2017/
2016: http://reaconaria.org/colunas/colunadoleitor/resumo-da-primeira-prova-do-enem-2016/
2015: http://reaconaria.org/colunas/colunadoleitor/resumo-da-primeira-prova-do-enem/
Sergio Nunes, 42. Mestre em Direito Político e Econômico pelo Mackenzie. Graduado em Direito pela Universidade de São Paulo. Graduado em Medicina pela Santa Casa de São Paulo. Graduando em Física pela Universidade de São Paulo. Pós em Administração e MBA em Relações Internacionais pela FGV. Professor da Academia de Polícia Civil do Estado de São Paulo. Palestrante emérito da ADESG-SP, vinculada à Escola Superior de Guerra.
Análise da primeira prova do ENEM 2018 was originally published on Reaçonaria
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halloandy · 3 years ago
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História Do Design
Embora exista há milhares de anos como o intento da união da estética dos objetos às suas finalidades, o Design ganha corpo durante a Revolução Industrial. Já na primeira década do século XX, no meio cultural e industrial Alemão, o Design começou a ser objeto de estudo e os seus conhecimentos organizados numa cadeira. E, outro detalhe, a primeira escola de Design é Alemã.
Podemos recuar alguns milhares de anos atrás, até 15.000 a.C, nas pinturas rupestres de Lascaux, Sul da França. Estamos a falar das primeiras formas de comunicação visual conhecidos como símbolos ou pictogramas. 
Temos também a criação do papel no Império Chinês por Ts’ai Lun, a primeira fábrica de livros e da primeira impressora. Frisando a criação das primeiras fontes tipográficas para impressão.
Isto é apenas um resumo, do resumo do resumo. Mas penso que já é possível ter uma ideia sobre a História do Design (Gráfico).
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emilioboechat · 4 years ago
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O CÔMICO DOS GESTOS E DOS MOVIMENTOS
Atitudes, gestos e movimentos do corpo humano são risíveis na exata medida em que esse corpo nos leva a pensar num simples mecanismo.
Esta lei de Bergson nada mais é do que uma constatação, uma consequência ou um resumo de tudo o que ele escreveu até agora. Se não, relembremos:
1.     NÃO HÁ COMICIDADE FORA DO QUE É PROPRIAMENTE HUMANO
2.     O MAIOR INIMIGO DO RISO É A EMOÇÃO.
3.     O NOSSO RISO É SEMPRE O RISO DE UM GRUPO
4.     O RISÍVEL VEM DE CERTA RIGIDEZ MECÂNICA
5.     O VÍCIO CÔMICO NOS SIMPLIFICA COMO UM ESQUEMA NO QUAL NOS INSERIMOS
6.     O CÔMICO É INCONSCIENTE.
A comicidade está sempre relacionado ao que é humano, mas quando agimos de forma mecânica, ao no automático, como se costuma dizer, muitas vezes se quer nos damos conta do que estamos fazendo. Por isso o cômico é inconsciente- e eu acrescentaria involuntário, muitas vezes.
Quando agimos de forma mecânica, como bonecos, marionetes ou robôs, de certa maneira nos desumanizamos e ao fazer isso preparamos o terreno fértil para o riso que é a anestesia da emoçãopois jamais teremos a mesma compaixão por um boneco de borracha que teríamos com um ser humano.  Um boneco de borracha pode cair num bueiro, ser atropelado por um carro, ter uma bigorna jogada sobre sua cabeça e ainda assim retomar a sua forma inicial. Por que teríamos pena dele? É o que acontece com o humor físico: ele parece até violento, mas como não tem consequências maiores para os personagens que dele participam, não nos causa comoção, nem compaixão e sim a gargalhada.
Sendo assim está mais do que claro que o risível vem de certa rigidez mecânica. Nesse sentido, o vício cômico necessariamente simplifica a personagem, moldando-a dentro de um esquema que a aprisiona. É como a careta de um rosto cômico que molda o espírito de uma personagem, contrariando o senso comum de que um rosto deveria expressar todas as emoções humanas e não apenas uma. Um boneco costuma ter uma expressão única e “congelada”, não uma pessoa.
Portanto nada mais natural concluirmos que: Atitudes, gestos e movimentos do corpo humano serão risíveis na exata medida em que nos lembrem um simples mecanismo.
Talvez não exista mais perfeito exemplo para comprovar o enunciado de Bergson do que o filme TEMPOS MODERNOS de Charles Chaplin, uma crítica ao capitalismo e a revolução industrial que colocou homens dentro de linhas de produção executando tarefas repetitivas e mecânicas. Mas Bergson nos dá outro exemplo:
“Para comprovar essa lei bastará estudar de perto a obra dos desenhistas cômicos. O desenho é em geral cômico na proporção da nitidez, e também da discrição, mediante as quais nos faça ver no ser humano um fantoche articulado”.
Ø É preciso que essa sugestão seja nítida e que percebamos claramente um mecanismo desmontável no interior da pessoa.
Ø Mas é preciso também que a sugestão seja discreta, e que conjunto da pessoa, na qual cada membro foi retesado como peça mecânica, continue a nos dar a impressão de um ser vivente.
O efeito cômico é tanto mais flagrante, e tanto mais refinada a arte do desenhista quanto essas duas imagens �� a de uma pessoa e a de um mecanismo — estiverem o mais rigorosamente inseridas uma na outra.E a originalidade de um desenhista cômico poderia definir-se pelo gênero particular de vida que comunique a um simples boneco.”
Sem dúvida em um desenho talvez seja mais fácil fixar essa ideia do mecanismo inserido dentro da pessoa já que o desenho é por natureza estático. Por isso acho o exemplo do filme de Chaplin ainda mais claro: homem versus máquina; homem igual a máquina, máquina sobrepujando o homem.
“A visão de um mecanismo que funcione no interior da pessoa é coisa que se manifesta através de um sem-número de efeitos divertidos; é, porém uma visão fugaz, que logo se perde no riso que suscita. Para fixá-la, impõe-se um esforço de análise e reflexão. É o caso, por exemplo, num orador, do gesto que rivaliza com a fala. A ideia é coisa que se avoluma, brota, floresce, amadurece, do começo ao fim do discurso. Jamais se detém e jamais se repete. Ela precisa mudar a cada instante, porque não mudar seria deixar de viver. Aceite a lei fundamental da vida que é jamais se repetir! Mas eis que certo movimento do braço ou da cabeça parece voltar periodicamente. Se espero a sua passagem e se ele chega quando espero, involuntariamente rirei. Por que isso? Porque tenho agora diante de mim um mecanismo que funciona automaticamente. Já não é mais a vida, mas automatismo instalado na vida e imitando a vida. É a comicidade.”
A partir de agora, quero que pense em todas as imitações que você já viu serem feitas pelos humoristas que você mais admira. Em particular, tente assistir ao especial feito para as redes sociais pelo humorista Marcelo Adnet, TUTORIAL DOS CANDIDATOS, com os candidatos que concorreram à presidência do Brasil nas eleições de 2018. Adnet não apenas imita, como dá dicas sobre como imitar aqueles políticos. Prestem atenção ao que ele diz. E notem como ele ressalta sempre expressões, gestos e palavras que se repetem. O repetir-se está intimamente ligado ao mecanismo, a automatização. Reparem como Marcelo Adnet faz uso desse recurso para tornar mais engraçadas e precisas as suas imitações.
https://youtu.be/nyFoEuc9v1Q(Como imitar Jair Bolsonaro)
https://youtu.be/Kahiqy6yM3s(Como imitar o Geraldo Alkmin)
https://youtu.be/X4T7wF0pTFE(Como imitar Fernando Haddad)
https://youtu.be/PDRbhocduI8(Como imitar os outros candidatos)
Depois desse exercício, leiam o texto de Bergson logo abaixo:
“Essa é a razão também pela qual gestos dos quais não imaginamos rir se tornam risíveis quando outra pessoa os imita. Só se pode imitar dos gestos o que eles têm de mecanicamente uniforme e, por isso mesmo, de estranho à nossa personalidade viva. Imitar alguém é destacar a parte do automatismo que ele deixou introduzir-se em sua pessoa.É por definição torná-lo cômico. Não surpreende, portanto, que a imitação cause riso. Mas se a imitação dos gestos é já risível por si mesma, mais cômica se tornará quando lembrar uma operação mecânica: como a de serrar madeira, bater numa bigorna, ou puxar incansavelmente a corda de um sino imaginário. O gesto parece mais francamente maquinal quando podemos ligá-lo a certa operação simples, como se ele fosse mecânico de propósito.
Os gestos de um orador, cada um dos quais não é risível em particular, por sua repetição fazem rir.
É que a vida bem ativa não deveria repetir-se.Onde haja repetição ou semelhança completa, pressentimos o mecânico funcionando por trás do vivo. Que o leitor analise a impressão obtida diante de dois rostos muito parecidos: verá que pensa em dois exemplares obtidos de um mesmo molde, ou em duas impressões de um mesmo carimbo, ou em duas reproduções de um mesmo clichê̂, em suma, num processo de fabricação industrial. Averdadeira causa do riso é esse desvio da vida na direção da mecânica. E o riso será ainda mais intenso caso não se apresentem à cena apenas dois personagens, mas vários, o maior número possível, todos semelhantes entre si, que vão e veem, dançam, se agitam juntos, assumindo ao mesmo tempo as mesmas atitudes, gesticulando do mesmo modo. Ocorre-nos a ideia de marionetes.”
O mecânico inserido na vida. Aqui repousa a essência de toda a comédia. Mas a partir de agora Bergson começará a nos mostrar que...
“Alguns efeitos são cômicos pelo parentesco com os efeitos originários de que decorrem.”
A maioria dos efeitos cômicos se relaciona por “parentesco” ao mecânico inserido na vida, por isso nem sempre é tão evidente perceber onde está o mecanismo naquele determinado efeito. A relação não é tão direta, mas por associação. Vejamos:
O mecânico calcado no vivo, imagem central donde a imaginação irradia em direções divergentes.(...) Distinguimos três principais.
TODO DISFARCE É CÔMICO: O DA PESSOA, O DA SOCIEDADE E ATÉ MESMO O DA NATUREZA.
Toda moda é risível por algum aspecto. Só que, quando se trata da moda vigente, estamos de tal maneira habituados a ela que o vestuário parece adequado a quem o usa. Mas suponhamos uma pessoa trajando-se hoje à moda antiga: nossa atenção se dirige à roupa, e não a distinguimos absolutamente da pessoa, e dizemos que a pessoa se disfarça (...), e o aspecto risível da moda passa da sombra à luz. A continuidade do uso abrandou a virtude cômica. É preciso uma ruptura com a moda, para que essa virtude desperte. Acredita-se então que essa ruptura faz nascer o cômico, quando de fato ela se limita a nos fazer observá-la. Haverá quem explique o riso pela surpresa, pelo contraste etc., definições que se aplicariam a um sem-número de casos nos quais não temos vontade alguma de rir. A verdade não é tão simples.
Robert Altman, certamente um dos cineastas mais brilhantes de sua geração, possuía um humor único, ácido e crítico, que ele executava com maestria em seus filmes ao explorar as convenções sociais e revelar o que elas tinham de artificial, arbitrário e portanto mecânico e cômico. Abaixo o link de uma clássica cena de seu filme Pret a Porter, onde Altmann mergulha no universo da moda e expõe o seu ridículo. A cena desse desfile é emblemática e exemplifica com perfeição o que Bergson nos explica acima. Uma locução anuncia: “A coleção que você está prestes a ver apresenta duas décadas de uma visão emergente. O fechamento de um ciclo e o início de algo novo”. Em seguida, modelos nus começam a desfilar na passarela. Em uma única cena Altman escancara como a moda nada mais é do que uma simples convenção.
https://youtu.be/2AXk5CHLJVU
Bergson usa o exemplo da moda para chegar ao conceito mais sutil de disfarce. Se esquecêssemos as convenções de uso que fazem de uma vestimenta usual, “natural” ela parecerá um disfarce (e eu acrescentaria, uma fantasia). Tire um homem das cavernas de contexto e o coloque no século XXI e ele parecerá um homem fantasiado para um desfile carnavalesco. Faça o mesmo com um homem da Renascença; ou da Idade Média; ou da década de cinquenta. Imediatamente a falta de contexto faz com que aquela vestimenta – comum em determinada época – pareça artificial e nos faça rir. Nem é preciso irmos tão longe. Imagine uma pessoa usando uma roupa alguns números abaixo do seu. Ou alguns números acima. Em ambos os casos a vestimenta deixa de ter um ar “natural” e ganha outros contornos. A roupa apertada parece aprisionar o corpo. As vestes largas demais parecem engolir quem as usa. De repente, a roupa que deveria se adaptar ao corpo, parece causar um efeito contrário: tenta forçar o corpo a adaptar-se a ela, ou ainda pior, aprisiona-o, ou o devora.
“Chegamos à noção de disfarce. Como acabamos de mostrar, ela possui uma propriedade regular: o poder de fazer rir. Valerá a pena investigar como essa noção utiliza esse privilégio. Por que nos rimos de uma cabeleira que passou do castanho ao ruivo? Donde vem a comicidade de um nariz vermelho? E por que se ri de um tipo racial diferente do nosso? Tratam-se de questões embaraçosas, ao que parece. Entretanto, nãosei se um dia foram solucionadas na minha presença, na rua, por um simples cocheiro, que chamava de “mal lavado” o passageiro negro sentado na sua viatura. Mal lavado! um rosto negro seria, pois, para a nossa imaginação uma face respingada de tinta ou fuligem. E, por conseguinte, um nariz vermelho só pode ser um nariz no qual se passou uma camada de vermelhão. Vemos então que o disfarce transferiu um pouco da sua virtude cômica a casos em que não se trata de disfarce, mas onde poderia haver disfarce. Vimos, há pouco, que o vestuário habitual, por mais distinto que seja da pessoa, nos parece identificado com ela, porque estávamos acostumados a vê-lo. Mas neste caso agora, por mais que a coloração negra ou vermelha seja inerente à pele, tomamo-la por calcada artificialmente, porque ela nos surpreende.”
Certamente, daí decorre uma nova série de dificuldades para a teoria do cômico. Uma afirmação como esta: "minhas roupas habituais fazem parte do meu corpo" é absurda ao ver da razão. No entanto, a imaginação a toma por verdadeira. "Um nariz vermelho é um nariz pintado", "um negro é um branco disfarçado", são também absurdos para a razão que raciocina, mas verdades certíssimas para a simples imaginação. Existe, pois, uma lógica da imaginação que não é a lógica da razão, que chega inclusive a contrastar com ela às vezes. E, no entanto, a filosofia terá de considerá-la, não apenas para o estudo da comicidade, mas também para reflexões da mesma ordem. É algo como a lógica do sonho: não o sonho deixado ao capricho da fantasia individual, mas sonhado por toda a sociedade. Para reconstituída, impõe-se um esforço de gênero peculiar, pelo qual se removerá a crosta exterior de juízos bem empilhados, e de idéias solidamente assentadas, para ver fluir bem no fundo de si mesmo, como um lençol d'água subterrâneo, certa continuidade fluida de imagens que se interpenetram. Essa interpenetração não se dá ao acaso, mas obedece a leis, ou antes, a hábitos, que estão para a imaginação como a lógica está para o pensamento. Acompanhemos, pois, essa lógica da imaginação no caso particular que nos ocupa.
Bergson está nos dizendo que a moda nada tem de natural. Pelo contrário, ela é totalmente arbitrária, artificial. Mas o marketing nos vende a ideia de que “minhas roupas fazem parte do meu corpo”, “minhas roupas expressam a minha personalidade”. Ouvimos isso tantas vezes que tomamos essas afirmações como verdadeiras. A prova de que não o são é quando tiramos a moda de contexto. Sem o contexto uma vestimenta expressa somente o que ela tem justamente de arbitrário, ridículo e por isso mesmo de risível.
Bergson associa essa crença – de que a vestimenta parece natural – à lógica da imaginação ou a lógica do sonho, que funcionaria de modo diferente à lógica da razão. Ele escreve que essa lógica obedece a leis, ou antes, a hábitos, que estão para a imaginação como a lógica está para o pensamento.
Enquanto o pensamento obedece à lógica; a imaginação obedece aos hábitos. Por associação, Bergson cria uma nova lei do cômico:
“A pessoa que se disfarça é cômica. A pessoa que se acredite disfarçada também o é. Por extensão, todo disfarce vai se tornar cômico, não apenas o da pessoa, mas o da sociedade também, e até mesmo o da natureza.”
UMA NATUREZA MECANIZADA ARTIFICIALMENTE É MOTIVO CÔMICO
Comecemos pela natureza. Ri-se de um cão meio pelado, de um canteiro de flores artificialmente coloridas, de um bosque cujas árvores estão carregadas de cartazes eleitorais etc. Procuremos a razão; veremos que pensamos num carnaval. Mas o cômico, no caso, é bem atenuado. Está muito longe da fonte. Se quisermos reforçá-lo, teremos de recorrer à própria fonte, ligar a imagem derivada — a do carnaval — à imagem primitiva, que era, como devemos lembrar, a de uma aparência mecânica da vida.
Uma natureza mecanizada artificialmente é motivo francamente cômico, sobre o qual a fantasia poderá executar inúmeras variações com a certeza de obter o êxito de risada solta.
Recordamos a passagem tão divertida de Tartarin nos Alpes, na qual Bompard impõe a Tartarin (e, por conseguinte, também um pouco ao leitor) a idéia de uma Suíça forjada como os bastidores do teatro, explorada por uma companhia que mantém cascatas, geleiras e fendas falsas. O mesmo motivo ainda, mas transposto em outra tonalidade, nas Novel Notes do humorista inglês Jerome K. Jerome. Uma velha castelã, não querendo que suas boas obras lhe causem muito transtorno, manda instalar nas proximidades de sua casa ateus a serem convertidos, fabricados para ela às pressas, e pessoas sóbrias a quem se fez passar por beberronas para que ela as curasse de seu vício etc.
Há expressões cômicas nas quais esse motivo se encontra em estado de ressonância remota, misturado a certa ingenuidade, sincera ou fingida, que lhe serve de acompanhamento.
Por exemplo, a frase de uma senhora a quem o astrônomo Cassini convidara para ver um eclipse da lua, e que chegou atrasada:
“O Sr. Cassini poderia, por favor, começar de novo para mim?”
Ou ainda esta exclamação de um personagem de Gondinet, chegando a certa cidade e sabendo que existe um vulcão extinto nos arredores:
“Tinham um vulcão, e o deixaram extinguir-se!”
Acredito que a explicação de Bergson e seus exemplos sejam suficientemente claros para demonstrar o efeito cômico obtido pelo “disfarce da natureza”; ou para provar como “a natureza mecanizada” pode ser engraçada. Não é tão comum nas comédias atuais exemplos de mecanização da natureza ou da paisagem. Mas me vem à lembrança o filme A FANTÁSTICA FÁBRICA DE CHOCOLATE, particularmente a versão de 1971.
https://youtu.be/XMP2oUzaZrs(A FANTÁSTICA FÁBRICA DE CHOCOLATE – 1971)
O interior da fábrica e sua linha de produção – portanto algo de fato mecanizado – tinham, no entanto, uma aparência orgânica com um jardim cujos frutos eram balas e doces, onde desaguava uma cascata de chocolate e funcionários – os oompa loompa – que pareciam pertencer a uma tribo de seres fantásticos e ajudavam a compor a atmosfera de lugar encantado. Era, portanto, uma fábrica “disfarçada” em uma natureza conhecida apenas nos contos de fada.  Era uma fábrica “carnavalesca”.
Mas há um exemplo bem atual de natureza “mecanizada” ou artificial. É a série UPLOAD da Amazon Prime Video, onde o protagonista escolhe fazer um upload quando se encontra perto da morte. Ele passa a viver num mundo digital, que emula o nosso mundo real. E quais são os momentos mais engraçados do filme? Quando o mundo digital dá um bug e percebemos que ele não é real. É quando o disfarce cai por terra e revela o que ele tem de mecanizado, no caso da série, o que ele tem de digital.
Lembrei-me também do filme, baseado no musical de mesmo nome, A PEQUENA LOJA DE HORRORES (1986), onde uma planta carnívora ganha uma personalidade humana e até fala!
https://youtu.be/TUiTSwsuRs0
Ao ver aquela planta com uma boca enorme falando somos imediatamente remetidos a ideia de um disfarce. E isso é reforçado pelo fato de, à época, o cinema ainda não ter recursos de computação gráfica tão avançados e, portanto, a planta em questão ser uma espécie de “fantasia” manipulada por pessoas escondidas, o que ajudava no tom de comédia do filme. Talvez uma computação gráfica realista como as que temos hoje em dia criasse uma planta mais assustadora e menos risível.
Indo mais longe um pouco, lembre-se dos MUPPETS. Eles não são engraçados apenas por serem bichos fofinhos que falam. Parte da graça está no fato de que é evidente que eles são bonecos manipulados, não se faz questão nem de se esconder a haste usada para movimentar um de seus braços. Os Muppets são nada mais do que seres-humanos disfarçados de bichos de pelúcia. São, de certa forma, uma natureza (animais) mecanizada (bonecos manipulados).
Mesmo que esqueçamos disso quando assistimos a uma comédia dos Muppets esse efeito está lá e cumpre um papel importante em nos fazer rir.
O efeito cômico de um desses bonecos em mim é tão poderoso que eu sou incapaz de levar a sério qualquer filme de ficção científica em que eu identifique atores fantasiados e pior ainda alienígenas personificados por puppets. Nesse exato momento me dá vontade de rir. Mesmo em STAR WARS na cena da cantina. Mesmo em MANDALORIAN nas inúmeras cenas em que temos alienígenas feitos por bonecos e não em CGI.
Perceba que o disfarce, por melhor que seja, tem sempre um quê de artificial. Porém quanto mais vagabundo ele for, mais cômico e risível ele será. Tenho vontade de rir quando vejo uma cena de THE AMERICANS onde os protagonistas, um casal de espiões russos, usam disfarces. Parece que, de repente, eu fui transportado para um programa do GERALDO onde alguém uma óculos escuros e uma peruca ridícula para manter-se anônimo, enquanto conta sua história normalmente das mais escabrosas.
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Não por acaso um dos filmes mais engraçados que já vi na vida e que influenciou imensamente o meu humor, ASSASSINATO POR MORTE, brinca com a ideia do disfarce usado pelo vilão para ludibriar os espiões presos numa mansão para desvendar um assassinat
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https://youtu.be/npJ9M40_bVU(ASSASSINATO POR MORTE - trailer)
A REGULAMENTAÇÃO AUTOMÁTICA DA SOCIEDADE É CÔMICA
Passemos à sociedade. Vivendo nela, vivendo por ela, não podemos deixar de tratá-la como um ser vivo. Risível será, pois, a imagem que nos surgirá à ideia de uma sociedade que se disfarce e, por assim dizer, de um carnaval. Ora, essa ideia se forma a partir do momento em que percebamos o inerte, o já feito, o confeccionado, enfim, na superfície da sociedade viva. É da rigidez ainda que se trata, e que não se harmoniza com a flexibilidade interior da vida. O aspecto cerimonioso da vida social deverá, portanto, encerrar certa comicidade latente, a qual só espera uma ocasião para exibir-se plenamente. Poderíamos dizer que as cerimonias são para o corpo social o que a roupa é para o corpo individual: devem a sua seriedade a se identificarem para nós com o objeto sério a que as liga o uso, e perdem essa austeridade no momento em que nossa imaginação as isola dele. Assim, para uma cerimônia tornar-se cômica, basta que nossa atenção se concentre no que ela tem de cerimonioso, e esqueçamos sua matéria para só́ pensar na forma. (...) Uma vez que esqueçamos o objeto austero de uma solenidade ou cerimônia, os que tomam parte dela nos causam o efeito de se moverem no ambiente como marionetes. A mobilidade deles rege-se pela imobilidade de uma fórmula. É automatismo.Mas o automatismo perfeito será, por exemplo, o do burocrata agindo como simples máquina, ou ainda a inconsciência de um regulamento administrativo aplicando- se com uma fatalidade inexorável e tomado por lei da natureza.
Nos concentremos nesse enunciado de Bergson: as cerimonias são para o corpo social o que a roupa é para o corpo individual. Eu acrescentaria: as convençõessociais são para o corpo social o que a roupa é para o corpo individual. O que é uma convenção se não algo arbitrado, que o uso ao longo do tempo transformou em hábito e “naturalizou” no corpo social? Mas de natural elas nada tem posto que são convenções.
Convenção- acordo sobre determinada atividade, assunto etc., que obedece a entendimentos prévios e normas baseadas na experiência recíproca.
Anos atrás eu achava estranhíssimo quando via nos telejornais imagens de japoneses ou coreanos usando máscaras nas ruas para protegerem-se de surtos de gripe. Pois em 2020, a epidemia do corona vírus tomou o mundo de assalto e as máscaras viraram item essencial no mundo todo, por mais que alguns insistam em negar a ciência e preferir absurdas teorias conspiratórias. Mas o uso de máscaras segue uma explicação racional, lógica, científica.
Pense em coisas mais simples como um aperto de mão. Ou um abraço. Ouvi dizer que a origem do aperto de mão vem da época em que os homens andavam armados. Ao darem-se as mãos, evitava-se ou se dificultava que eles sacassem suas armas. Não sei se é verdadeira, mas o fato é que o aperto de mão é algo tão natural no mundo ocidental, que esquecemos que é algo totalmente arbitrário. Com a epidemia da Covid 19 entrou em desuso e tornou-se anti-higiênico.
E o abraço? No Brasil nos abraçávamos muito antes da pandemia nos atingir, mas nos Estados Unidos, por exemplo, não é muito comum duas pessoas que acabaram de se conhecer se abraçarem, mesmo pessoas que já se conhecem. A recepção por lá é mais fria. Beijo no rosto então, nem pensar. Já na Rússia, beija-se até na boca.
Coloque um personagem cômico em uma cultura que ele não conhece ou domina (o clássico recurso do peixe fora da água) e eu lhe garanto inúmeras situações cômicas advindas desse estranhamento com as convenções ou cerimônias sociais.
Lembro de uma série que assistia na minha infância que é um ótimo exemplo de como tirar risadas das convenções ou cerimonias sociais. Em português chamava-se MEU MARCIANO FAVORITO e era sobre um marciano, que vivia na terra e passava-se por terráqueo.
Mas há um exemplo mais recente e de grande sucesso, a série: THIRD ROCK FROM THE SUN em que a tripulação de uma missão alienígena na terra assume feições terráqueas para se passar por uma família americana, sem levantar suspeitas. Como eles estão estudando e se adaptando aos costumes de nosso planeta (no caso os costumes dos norte-americanos) tão estranhos para eles, a todo o momento, surgem situações que facilmente deixam transparecer o que nossos hábitos, cerimônias e convenções tem de artificial, de mecânico e portanto de risível.
O próprio fato das personagens não serem uma família, e sim a tripulação de uma missão espacial, onde existe uma hierarquia e cada um tem sua patente, já provoca diversos efeitos cômicos porque eles nada mais são do que militares disfarçados de família. A família é um disfarce.
Robert Altman também era um mestre em revelar o que as cerimônias sociais tinham de mecânicas e cômicas. Nesse sentido vale assistir ao seu clássico CERIMÔNIA DE CASAMENTO (A WEDDING, 1978).
Voltemos a Bergson e aos exemplos dados por ele:
Anos atrás, um navio naufragou nas proximidades de Diepe. Alguns passageiros escaparam com grande dificuldade num escaler. Funcionários da alfândega que partiram corajosamente em socorro deles começaram por perguntar “se nada tinham a declarar”. Percebo algo de análogo, embora a ideia seja mais sutil, nessa frase de certo deputado ao interpelar um ministro dias depois de um crime cometido na estrada de ferro: “O assassino, após dar cabo da vítima, teve de saltar do trem no leito da ferrovia, violando regulamentos administrativos."
Mecanismo inserido na natureza, regulamentação automática da sociedade, eis, em suma, os dois tipos de efeitos divertidos a que chegamos.
Resta-nos, para concluir, combiná-los juntos e ver o que resultará. O resultado da combinação será́ a ideia de uma regulamentação humana impondo-se em lugar das próprias leis da natureza.Vem à lembrança a resposta de Sganarelle a Géronte, quando este manda observar que o coração está do lado esquerdo e o fígado do lado direito: “Sim, antigamente era assim, mas nós mudamos tudo isso, e praticamos a medicina agora com um método inteiramente novo.” E a conferência dos dois médicos do Sr. Pourceaugnac: “O raciocínio que o senhor acaba de fazer é tão sábio e tão belo que é impossível o doente não ser melancólico hipocondríaco; se não fosse, deveria tornar-se, pela beleza das coisas que o senhor disse e pela justeza do seu raciocínio.”
Perceba que novamente Bergson cria uma associação antagônica. Antes era a vestimenta em relação ao corpo. Depois as convenções, ou cerimônias em relação ao corpo social. E agora a regulamentação humana em relação as próprias leis da natureza. Reparando que efeito cômico sempre reside no “menor” tentando “abarcar”, “aprisionar”, “engessar” o “maior”. Faremos esse tipo de associação muitas vezes pois trata-se de um dos mais poderosos recursos para se tirar efeitos cômicos e risadas: tomar a parte pelo todo, inverter a ordem “natural” das coisas, tentar controlar artificialmente a natureza, ou, impor o artificial ao natural. Atualmente, a estupidez humana encontrou eco nas redes sociais criando bolhas de pessoas que alimentam teorias absurdas porque para esse tipo de gente é mais fácil acreditar em teorias da conspiração, do que na ciência. É mais lógico pensar que a Terra é plana do que tentar compreender a lei da gravidade, os polos  magnetismo da Terra, a órbita dos planetas etc..  Fora dessas bolhas, essas pessoas assim com as teorias nas quais acreditam são dignas de riso. Infelizmente, cada vez mais existem pessoas que preferem simplificar o universo para que ele caiba dentro de seus cérebros minúsculos.
Sigamos com Bergson:
Poderíamos multiplicar os exemplos, bastando para isso desfilar diante de nós, um após outro, todos os médicos de Molière. Por mais longe que pareça ir aqui a fantasia cômica, a realidade encarrega-se às vezes de superá-la. Certo filósofo contemporâneo, emérito argumentador, a quem se observou que os seus raciocínios irrepreensivelmente deduzidos eram contrariados pela experiência, encerrou a discussão com esta singela observação: “A experiência está errada.”
A situação acima bem caberia a um terraplanista: “a ciência está errada”, ele afirmaria.
A ideia de regulamentar administrativamente a vida é mais difundida do que se pensa; é natural a seu modo, embora acabemos de obtê-la mediante um processo de recomposição. Poderíamos dizer que ela nos oferece a própria quintessência do pedantismo, o qual não passa, no fundo, da arte pretendendo superpor-se à natureza.
O Brasil é terreno fértil de exemplos que corroboram o que nos descreve Bergson: a regulamentação que quer se impor à natureza. Porque no Brasil é comum apostar mais nas leis do que na educação. Nossos legisladores, e presidentes igualmente, acham que é possível resolver determinados problemas simplesmente estabelecendo-se uma nova lei. Como se a pena da lei fosse mais eficiente do que a conscientização por meio da educação. Entretanto, a primeira é muito mais simples do que a segunda. Mesmo que o senso comum prove o contrário como a máxima popular repetida inclusive por presidentes e legisladores: “no Brasil há leis que pegam, e leis que não pegam”. A frase já é de um absurdo tão cômico – tratar quase a lei como se fosse uma doença que nos contamina ou não – mas ela só confirma os limites das leis contra a força dos hábitos adquiridos, dos preconceitos e até pior, do senso comum e da natureza.
O presidente brasileiro eleito em 2018, Jair Bolsonaro, é um exemplo profícuo de absurdos nesse sentido, indo sempre ao contrário do que dita o bom senso, a experiência e a ciência. Ele nem se importa em ser contraditório, como por exemplo, ao recomendar cloroquina para o tratamento da covid 19, medicação que não tem comprovação científica contra a doença; e ao mesmo tempo, duvidar da vacina mesmo que esta tenha ampla comprovação científica de eficácia. O Brasil é tão rico nesses absurdos que chega a ser difícil competir em humor com a nossa realidade cômica.
Bergson prossegue:  
“Assim, em resumo, o mesmo efeito vai sempre se sutilizando, desde a ideia de uma mecanização artificial do corpo humano, se podemos assim dizer, até a de uma substituição qualquer do natural pelo artificial. Uma lógica gradativamente menos rigorosa, que se assemelha cada vez mais à dos sonhos, transporta a mesma relação a esferas cada vez mais elevadas, em termos sempre mais imateriais; um regulamento administrativo acaba por ser para uma lei natural ou moral, por exemplo, o que a roupa feita é para o corpo que vive. Das três direções que devíamos seguir, empreendemos a primeira até o fim. Passemos à segunda, e vejamos onde nos conduzirá.”
Repare mais uma vez na relação de contraditórios:
ARTIFICIAL(MECÂNICO) X NATURAL (VIVO)
Mecanização X Humano
Natural X Artificial  
Lógica X Sonhos
Regulamentação administrativa X lei natural ou moral
Roupa X Corpo
São opostos, certo? Mas para efeito cômico não é devemos reforçar essa contradição e estabelecer laços. Portanto quando o mecânico parece humano ou quando o humano parece mecânico, temos comédia. Quando o natural parece artificial ou o artificial parece natural, temos comédia. Quando o lógico parece sonho e o sonho parece lógico igualmente. Quando uma regulamentação administrativa é tomada como uma lei natural ou uma lei natural é tomada como uma regulamentação administrativa o efeito será o riso. E finalmente quando a roupa se confundir com o corpo ou o corpo com a roupa, o efeito cômico estará estabelecido.
Por isso Bergson estabelece a lógica dos sonhos(onde não se aplicam as leis da física, da natureza, ou do bem senso). Por que a comédia tem regras próprias, tem lógica própria, onde os contraditórios podem conviver juntos, ou melhor ainda, é melhor que convivam junto e se misturem de tal forma que deem um nó na lógica comum.
ARTIFICIAL(MECÂNICO) = NATURAL (VIVO)
Mecanização = Humano
Natural = Artificial  
Lógica = Sonhos
Regulamentação administrativa = lei natural ou moral
Roupa = Corpo
Sigamos:
É CÔMICO TODO INCIDENTE QUE CHAME NOSSA ATENÇÃO PARA O FÍSICO DE UMA PESSOA ESTANDO EM CAUSA O MORAL.
O nosso ponto de partida é ainda o mecânico calcado no vivo. Donde provinha aqui a comicidade? De que o corpo vivo se endurecia como máquina. O corpo vivo nos parecia, pois, dever ser a flexibilidade perfeita, a atividade sempre desperta de um principio sempre em atuação. Mas essa atividade pertencia realmente mais à alma que ao corpo. Ela seria a própria chama da vida, acesa em nós por um princípio superior, e percebida através do corpo por um efeito de transparência. Quando só vemos no corpo graça e flexibilidade, é que descartamos o que nele há de pesado, de resistente, de material, enfim; esquecemos a sua materialidade para só pensar na vitalidade, vitalidade que nossa imaginação atribui ao próprio princípio da vida intelectual e moral. Suponhamos, porém, que se chame nossa atenção para essa materialidade do corpo. Suponhamos que, em vez de participar da leveza do princípio que o anima, o corpo não passe a nosso ver de um envoltório pesado e embaraçante, lastro incômodo que retém na terra uma alma ansiosa de elevar-se do chão. Nesse caso, o corpo se converterá para a alma no que a roupa era há pouco para o próprio corpo, isto é, certa matéria inerte imposta a uma energia viva. E a impressão de comicidade se produzirá desde que tenhamos o sentimento nítido dessa superposição. Tê-la-emos sobretudo se nos mostrar a alma incomodada pelas necessidades do corpo — por um lado a personalidade moral com a sua energia inteligentemente variada, e por outro o corpo obtusamente monótono, intervindo e interrompendo com a sua obstinação maquinal.
Eu considero o exemplo do corpo e da alma (ou espírito da vida, seja lá como você prefira chamar baseado em suas crenças ou falta delas) o melhor exemplo de Bergson para entender como funciona o efeito cômico. Corpo e alma são indissociáveis. Um corpo sem alma não tem vida, é um cadáver. A alma sem o corpo é uma entidade, ou não é nada se você não acredita em vida após a morte. Corpo e alma têm que andar necessariamente juntos. Lembram o que eu escrevi acima dos opostos que, de repente, passam a se confundir provocando o riso? Se para você não ficou ainda claro como o mecânico pode ser inserido na vida, pense no corpo e na alma; ou na alma e no corpo. Se eles vivem em equilíbrio não temos comédia. Mas se existe um atraso entre um e outro, um certo desequilíbrio, se um tempo se impor ao outro, teremos comédia. Bergson escreve sobre a alma incomodada pelas necessidades do corpo. Esse um efeito mais claro de percebermos, diretamente ligado por parentesco à expressão que congela as emoções; a roupa que aprisiona o corpo; as regras administrativas que tentam controlar as leis da natureza; as cerimônias que tentam se impor ao corpo social. Todas vêm da mesma origem: o mecânico inserido na vida. Mas no caso do corpo e da alma,  estão intimamente associadas como nenhuma das outras. E descobriremos mais tarde que o contrário também pode ser cômico – como a alma tentando determinar as vontades do corpo. Pense, por exemplo, na comédia O CÉU PODE ESPERAR. Pense no filme GHOST. Quanto o espírito etéreo tenta interferir no plano terreno, isso pode se dar de maneira soturna, como nos filmes de terror; mas igualmente de maneira cômica como quando a personagem da vidente Woopi Goldberg leva um susto com a manifestação do fantasma interpretado por Patrick Swayze. Mas o melhor exemplo que me vem à cabeça desse tipo de efeito cômico está no filme UM ESPÍRITO BAIXOU EM MIM (1984). Edwina Cutwater (Lily Tomlin) é uma mulher muito rica que não aceita a morte iminente. Prahka Lasa (Richard Libertini), um mestre da meditação diz ser capaz de transferir a alma de Edwina para o corpo de Terry Hoskins (Victoria Tennant). Só que, durante a transferência, algo sai errado e ela vai parar no corpo de Roger Cobb (Steve Martin), um advogado, cuja alma permanece em seu corpo. Desta forma Edwina passa a controlar o lado esquerdo do corpo de Roger, enquanto que o próprio apenas detém o controle de seu lado direito. Imagine um corpo lutando contra uma alma invasora, essa alma tentando impor suas vontades ao corpo de outra pessoa. Se não consegue imaginar, assista a esse clássico. Eu lhe garanto boas risadas. Mas estou adiantando um pouco as coisas. Voltemos aos trilhos.
“Quanto mais mesquinhas e uniformemente repetidas essas exigências do corpo, mais o efeito se fará sentir. Trata-se, porém, de uma questão de grau, e a lei geral desses fenômenos poderia formular-se assim: É cômico todo incidente que chame nossa atenção para o físico de uma pessoa estando em causa o moral. Por que rimos de um orador que espirra no momento mais dramático do seu discurso? Donde provém a comicidade da seguinte frase de uma oração fúnebre, citada por um filósofo alemão:
“Ele era virtuoso e gordíssimo”
A graça advém de que nossa atenção é bruscamente transportada da alma para o corpo. Exemplos como esse são inúmeros na vida quotidiana. Mas quem não queira dar-se ao trabalho de procurá-los só terá́ de abrir ao acaso um volume de Labiche. Aqui e ali vai encontrar algum efeito desse gênero.
Ø Ora é um orador cujos mais belos períodos são cortados pelas pontadas de um dente que dói,
Ø ora é um personagem que jamais toma a palavra sem se interromper para queixar- se dos sapatos muito apertados ou do cinto por demais arrochado etc.
Nesses exemplos, a imagem sugerida é a de uma pessoa cujo corpo incomoda. Se uma pessoa muito gorda é risível, isso se deve a que lembra uma imagem do mesmo tipo. E é isso mesmo que às vezes torna a timidez um tanto ridícula. O tímido pode dar a impressão de uma pessoa cujo corpo a incomoda, e que procura em volta e em si um lugar onde o deixar.
Precisava interromper para comentar: essa não é a melhor definição que você já leu sobre uma pessoa tímida: uma pessoa cujo corpo a incomoda, e que procura em volta e em si um lugar onde o deixar?
Por isso o poeta trágico tem o cuidado de evitar tudo o que possa chamar nossa atenção para a materialidade dos seus heróis. Desde que ocorra uma preocupação com o corpo, é de temer uma infiltração cômica. Daí os heróis de tragédia não beberem, não comerem, não se agasalharem. Inclusive, na medida do possível, nunca se sentam. Sentar-se no meio de uma fala seria lembrar que se tem corpo.Napoleão, que era psicólogo nas horas vagas, observou que se passa da tragédia à comédia pelo simples fato de se sentar.
Esse exemplo também é lapidar: se passa da tragédia à comédia pelo simples fato de se sentar.Lembre-se dele quando estiver escrevendo um discurso que precisa se tornar cômico. É infalível.
Assim se exprime ele (Napoleão) sobre o assunto no Journal Inédit (Diário Inédito) do Barão Gourgaud (trata-se de uma entrevista com a rainha da Prússia após lena): “Ela me recebeu com um tom trágico, como Chimène: Majestade, justiça justiça! Magdeburgo! E continuava nesse tom que muito me incomodava. Por fim, para fazê-la mudar, pedi-lhe que se sentasse. Nada interrompe melhor uma cena trágica; porque, quando se está sentado, a tragédia passa a comédia."
Ampliemos agora essa imagem: o corpo adiantando-se à alma. Obteremos algo de mais geral: a forma querendo impor-se ao fundo, a letra querendo sobrepor-se ao espírito. Não será essa a ideia que a comédia procura nos sugerir quando ridiculariza uma profissão? Na comédia falam o advogado, o juiz, o médico, como se saúde e justiça fossem coisas secundarias, mas sendo importante haver médicos, advogados, juízes, e que as formas exteriores da profissão sejam escrupulosamente respeitadas. Desse modo, o meio se impõe ao fim, a forma ao fundo, e não mais a profissão é feita para o público, mas o público para a profissão.
Eis outro poderoso efeito cômico de que você deve lembrar-se ao construir seu personagem cômico pois poderá ajuda-lo a garantir algumas risadas a mais, os cacoetes profissionais:não mais a profissão é feita para o público, mas o público para a profissão.O cacoete profissional, o hábito que torna-se mecânico anestesia o bom sendo, nos faz agir involuntariamente e o efeito disso é o riso, como Bergson segue explicando em maiores detalhes:
A preocupação constante com a forma e a aplicação maquinal das regras criam aqui uma espécie de automatismo profissional, comparável ao que os hábitos do corpo impõem à alma, e risível como ele.São inúmeros os exemplos no teatro. Sem entrar no pormenor das variações executadas sobre esse tema, citemos dois ou três trechos nos quais o tema é por sua vez definido em toda a sua simplicidade:
“Só temos obrigação de tratar as pessoas dentro das normas”, diz Diaforius
(O Doente Imaginário).
E Bahis, em (O Amor Médico):
“É preferível morrer segundo as normas a escapar contra as normas.”
“Devemos sempre conservar as formalidades, aconteça o que acontecer", dizia já Desfonandrès, na mesma comédia.
E o seu confrade Tomès lhe dava razão:
“Um homem morto não passa de um homem morto, mas uma formalidade desprezada causa enorme mal a todo o corpo médico.”
Mas aqui se apresenta a primeira aplicação de uma lei que aparecerá cada vez mais claramente à medida que avancemos em nosso trabalho. Quando o musicista fere certa nota no instrumento, outras surgem por si mesmas, menos sonoras que a primeira, ligadas a ela por certas relações definidas, e que lhe imprimem o seu timbre ao vibrarem junto com ela: são, como se diz em física, os harmônicos do som fundamental. Não será́ o caso de que a fantasia cômica, até em suas invenções mais extravagantes, obedeça a uma lei do mesmo gênero? Consideremos, por exemplo, esta nota cômica: a forma querendo sobrepor-se ao fundo. Se nossas análises forem exatas, ela deve ter por harmônico o seguinte: o corpo incomodando o espírito, o corpo adiantando-se ao espírito. Portanto, dada a primeira nota pelo autor cômico, instintiva e involuntariamente estará́ acrescentando a ela a segunda. Em outras palavras, ele revestirá de certo ridículo físico o ridículo profissional. Quando o juiz Brid'oison entra em cena gaguejando, não é certo que nos predispõe, pelo próprio gaguejar, a compreender o fenômeno de cristalização intelectual do qual nos dará o espetáculo? Que parentesco secreto pode realmente ligar tal defeito físico a tal estreitamento moral? Talvez seja que essa máquina de julgar nos tenha aparecido ao mesmo tempo como máquina de falar. Seja como for, nenhum outro harmônico poderia complementar melhor o som fundamental.
Quando Molière nos apresenta os dois médicos ridículos de O Amor Médico, Bahis e Macroton, faz com que um fale muito lentamente (...), ao passo que o outro fala precipitadamente. O mesmo contraste verifica-se entre os dois advogados de Pourceaugnac. Via de regra, é no ritmo da fala que reside a singularidade física destinada a completar o ridículo profissional. E nas peças em que o autor não indica defeito desse gênero, é raro que o ator não procure instintivamente introduzi-lo.
Há, pois, de fato um parentesco natural, naturalmente reconhecido, entre essas duas imagens que aproximamos uma da outra: o espírito se imobilizando em certas formas e o corpo se retesando segundo certos defeitos. Quer a nossa atenção se volte do fundo para a forma, ou do moral para o físico, a mesma impressão se transmite à nossa imaginação nos dois casos; é, em ambos os casos, o mesmo gênero de comicidade.
Bergson nos dá aqui um conselho precioso na construção de nossa personagem cômica. Acrescentar ao cacoete, ao vício profissional, igualmente um cacoete físico que o ressalte, chama atenção para ele, ou, pelo contrário crie uma contradição evidente. Imagine um fonoaudiólogo gago. Ou que fale rápido demais de modo a dificultar que entendamos o que diz? Imagine um oftalmologista vergo. Ou de olhos esbugalhados. Você lembra-se do musical que já citei aqui A PEQUENA LOJA DE HORRORES? Lá há um dentista sádico interpretado por Steve Martin. Assista e perceba a força que esse “vício” dá ao humor da personagem. Embora não seja algo físico, mas uma particularidade da personalidade, acho que serve também como mais um harmônico desse tom fundamental,  mas nosso dentista poderia ser dentuço ou ter dentes mal cuidados, por exemplo. E acrescente a isso o hábito de examinar a boca das pessoas.
Seguimos com Bergson:
RIMOS SEMPRE QUE UMA PESSOA NOS DÊ A IMPRESSÃO DE SER UMA COISA.
Voltemos, pois, uma última vez à nossa imagem central: o mecânico calcado no vivo.O ser vivo de que se tratava aqui era um ser humano, uma pessoa. O dispositivo mecânico é, pelo contrário, uma coisa. Portanto, o que fazia rir era a transfiguração momentânea de um personagem em coisa,se quisermos considerar a imagem desse prisma. Passemos então da ideia precisa de uma mecânica à ideia mais vaga de coisa em geral. Teremos uma nova série de imagens risíveis, que se obterão, por assim dizer, esfumando os contornos das primeiras, e que levarão a esta nova lei: Rimos sempre que uma pessoa nos dê a impressão de ser uma coisa. Um exemplo disso é o efeito usado abundantemente pelos palhaços de circo quando ao socar um palhaço este tomba para trás, mas volta e bate com a mesma força em seu oponente como se fosse um boneco João Bobo, ou um boneco de mola. Entre essas cenas muito toscas e essas sugestões sutilíssimas há ensejo para um sem-número de efeitos divertidos — todos os que obtemos, referindo- nos a pessoas como o faríamos com simples coisas. Respiguemos este ou aquele exemplo no teatro de Labiche, onde são abundantes. Perrichon, ao subir no trem, certifica-se de que não esqueceu qualquer dos seus pertences.
“Quatro, cinco, seis, minha mulher sete, minha filha oito e eu nove.”
Noutra peça, certo pai gaba a instrução de sua filha nesses termos:
“Ela vos dirá́ sem tropeço todos os reis de França que aconteceram.”
Esse aconteceram, sem a rigor converter os reis em simples coisas, os identifica com acontecimentos impessoais. Observemos a propósito deste último exemplo: não é preciso ir ao extremo da identificação entre a pessoa e a coisa para se produzir o efeito cômico. Basta que se insinue confundir a pessoa com a função que ela exerce.Citarei apenas a expressão de um prefeito de aldeia numa novela de About:
“O Sr. Prefeito, que tem mantido sempre a mesma benevolência para conosco, embora o tenhamos mudado várias vezes desde 1847...”.
Todas essas expressões calcam-se no mesmo modelo. Poderíamos fazer muitas outras semelhantes a essas, já que temos a fórmula. Mas a arte do narrador e do teatrólogo bufo não consiste apenas em fazer frases.
O difícil é dar à frase a sua força de sugestão, isto é, torná-la aceitável. E só a aceitaremos se nos parecer surgir de um estado de espírito ou se enquadrar nas circunstancias. Sabemos assim que Perrichon está muito emocionado na hora de fazer a sua primeira viagem. A expressão "acontecer" é das que devem ter aparecido muitas vezes nas lições recitadas pela filha diante do pai; ela nos dá a pensar numa recitação. E, por fim, a admiração da máquina administrativa poderia, na pior das hipóteses, ir ao ponto de nos fazer crer que nada mudou no prefeito ao mudar de nome, e que a função se realiza independentemente do funcionário.
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vestibulandx · 7 years ago
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Oizinho! Para quem estuda sozinhx, sei muito bem como não é fácil montar um plano, uma sequencia de conteúdos para estudar. Por isso, eu vim hoje trazer dois planos de estudos, ambos para quem estuda sozinho:  
1. um para quem quer começar desde o começo, quem vai estudar tudo mermo, mesmo começando atrasado/tarde; 2. outro para quem quer estudar menos, não quer seguir todo o plano
Instruções:      
     Se organize, tente fazer um estudo de no mínimo 2 disciplinas p/ dia;      Esse post será longo! Por isso vou colocar o link de “continuar lendo” no fim do post.      Os conteúdos riscados são aqueles que são importantes, mas para o Enem não têm tanta          relevância, pois raramente caem.      Demorou muito tempo para fazer tudo isso, se você gostou, por favor ajude a divulgar para          outros também terem acesso. Aproveite o material! Beijos.
Bora pro primeiro plano de estudo: 
HISTÓRIA “GERAL” Antiguidade e Era Medieval
● Civilizações Antigas Oriente / Ocidente  ● Média Oriental  ● Feudalismo  ● Renascimento  ● Origens Medievais 
Era Moderna
● Renascimento e Revolução Científica  ● Transição Feudalismo -> Capitalismo ● Regime Absolutista  ● Mudanças Século XVIII  ● Independência do EUA  ● Revolução Francesa 
Era Contemporânea 
● Século XIX  ● Unificação Itália e Alemanha  ● EUA no século XIX  ● Imperialismo e paz armada  ● 1ª Guerra Mundial ● Revolução Russa / Liberalismo político e econômico  ● Nazifacismo/Crise de 29  ● 2ª Guerra Mundial  ● Guerra Fria  ● Descolonização afro-asiática  ● América Latina  ● Nova Ordem Mundial
HISTÓRIA DO BRASIL 
Brasil Colônia 
● Populações indígenas do Brasil: experiências antes da conquista, resistências e acomodações à colonização ● O sistema colonial: agricultura, engenho e escravidão. ● Os negros no Brasil: culturas e confrontos. ● Religião, cultura e educação na Colônia.  ● A interiorização: bandeirismo, escravidão indígena, extrativismo, pecuária e mineração.  ● Vida urbana: administração e comércio na colônia 
Brasil Império 
● Crise do sistema colonial  ● Período Joanino (1808-1821)  ● 1º Reinado 1822-1831)  ● Período Regencial (1831-1840)  ● Revoltas Regenciais  ● Escravidão e homens livres no século XIX. Imigração e abolição.  ● A crise do Império e o advento da República. 
Brasil República ● República da Espada   ● República Oligárquica  ● Revolução de 30  ● A era Vargas 30-37/37-45  ● República Populista  ● Golpe 1964  ● Regime Militar  ● Nova República  ● Movimentos sociais e urbanos no século XX.  ● Política e cultura no século XX.  ● As transformações do papel da mulher depois da Segunda Guerra Mundial.  ● O sistema político atual.  
HISTÓRIA DA AMÉRICA
● A Conquista da América e os Povos Pré-Colombianos ● A Revolução Cubana  ● A Revolução Mexicana  ● América Atual   ● Colonização Espanhola   ● Colonização Inglesa   ● Construção do Estado Norte Americano: A Independência das Treze Colônias  ● Estados Nacionais Latinos   ● Estados Unidos Pós Segunda Guerra Mundial   ● Estados Unidos no Século XIX ● Independência da América Latina  ● Populismo na América  ● Regimes Militares e Transição Democrática   ● Revoluções na América Latina – Chile e Nicarágua  
MATEMÁTICA 💜 
Matemática Básica 
● Potenciação  ● Radiciação  ● MMC e MDC  ● Porcentagem  ● Médias 
Funções  ● do 1º Grau ● do 2º Grau  ● Exponencial  ● Logarítmica
Geometria Plana ● Semelhança de triângulos   ● Pontos notáveis   ● Áreas de triângulos   ● Lei dos senos e cossenos   ● Área da circunferência   ● Potência de ponta   ● Área do quadrilátero   ● Polígonos regulares 
Trigonometria ● Funções Trigonométricas  ● Identidade trigonométrica 
Progressões 
● PA ● PG
Sistema Linear ● Matriz  ● Determinante ● Sistema e problemas 
Combinatória ● Fatoração  ● PFC   ● Permutação ● Arranjo  ● Combinações 
Probabilidade ● Probabilidade  ● Geometria Analítica ● Retas ● Distância e Área  ● Circunferência 
Números Complexos ● Números Complexos 
Geometria Espacial ● Prisma ● Pirâmide  ● Poliedros Regulares 
PORTUGUÊS 
Gramática  ● Variantes Linguísticas  ● Semântica  ● Ortografia e Acentuação  ● Formação da Palavra  ● Verbos  ● Classes Gramaticais  ● Período Simples  ● Período Composto  ● Morfossintaxe  ● Concordância e regência ● Crase  ● Linguagem Figurada  ● Colocação/Paralelismo/Pontuação  ● Vícios de Linguagem 
Literatura ● Trovadorismo  ● Classicismo  ● Barroco  ● Arcadismo  ● Romantismo e Naturalismo  ● Parnasianismo  ● Simbolismo  ● Pré-modernismo  ● 1ª Fase Modernista (1922-30)  ● 2ª Fase Modernista (1930-45)  ● 3ª Fase Modernista (1945- 1960)  
GEOGRAFIA 
Domínios ● Geo. Brasil  ● Domínios dos Cerrados e Caatinga  ● Mares e Morros / Araucárias  ● Pradarias e Transição 
Meio Ambiente ● Ocupação amazônica / Mata Atlântica  ● Cerrado (ocupação/degradação) / Mangues  ● Poluição do ar / Efeito Estufa/ Inversão Térmica  ● Ilhas de calor  ● Enchentes nas áreas urbanas 
População ● Crescimento Populacional / Povoamento do território brasileiro  ● População ativa   ● Imigrações e Migrações  ● Urbanização Brasileira  ● Metrópole/Megalópole/Macrometrópole 
Economia ● Estrutura fundiária / Reforma Agrária  ● Produção agrícola/pecuária  ● Recursos minerais  ● Matriz energética  ● Petróleo  ● Industrialização brasileira 
Cartografia e Espaço Industrial ● Cartografia Sistema Capitalista e Socialismo  ● Desenvolvimento e Subdesenvolvimento  ● Modelos de produção  ● Economia (Europa, EUA, Japão e Austrália)  ● Economia de aglomeração Industrialização Periférica (Tigres asiáticos, índia, América Latina, África, OM) 
Ordens Mundiais ● Economia do Pós Guerra ● Antiga URSS / CEI e Rússia ● As ordens mundiais ● Migração, nacionalismo, xenofobia ● Globalização e blocos econômicos ● China
Aspectos Naturais ● Elementos do clima  ● Agentes formadores de relevo Fontes de energia  ● Biomas  ● Agricultura 
FÍSICA 
Cinemática ● MU  ● MUV  ● Lançamentos  ● Movimento Vertical  ● MCU 
Dinâmica ● Leis de Newton MRU e MCU ● Atrito e Plano Inclinado ● Equilíbrio de corpo extenso ● Trabalho ● Mecânica e Potência ● TEC ● Conservação de energia ● Quantidade Movimento ● Impulso ● Sistema Isolado
Hidrostática ● Stevin ● Impuxo
Óptica ● Leis de reflexão e refração ● Espelhos ( plano e esférico) ● Lentes ● Olho Ondulatória ● Ondulatória e equação ● Acústica
Eletrodinâmica ● Carga e Corrente  ● Energia e Potência   ● Circuito
Eletrostática ● Eletrização e capacitores ● Força elétrica e campo elétrico ● Energia elétrica e potencial elétrico
Física Térmica ● Dilatação Térmica ● Calorimetria ● Gases ● Lei da termodinâmica
QUÍMICA 
Modelos Atômicos e Funções Inorgânicas ● Modelos atômicos ● Distribuição Eletrônica ● Tabela Periódica ● Ligações químicas ● Geometria Molecular ● Propriedades periódicas ● Eletrólitos ● Ácidos /Sais ● Bases/Óxidos
Química Geral e Estequiometria ● Propriedade das matérias ● Substâncias ● Massa atômica ● Gases ● Leis Ponderais ● Fórmulas ● Cálculo Estequiométrico
Compostos Orgânicos e Isomeria  ● Classificação de cadeias ● Nomenclatura ● Hidrocarbonetos ● Funções Oxigenadas nitrogenadas ● Isomeria
Cinética e Equilíbrio ● Cinética ● Equilíbrio ● Equilíbrio Iônico ● Produto de solubilidade
Reações orgânicas ● Alcanos/aromáticos/alcenos ● Alcadienos/alcinos/ciclanos ● Reação de eliminação/oxidação ● Esterificação/saponização/alcóolise
Bioquímica ● Lipídios ● Proteínas ● Carboidratos ● Petróleo ● Radioatividade
BIOLOGIA
Compostos Inorgânicos: Sais Minerais Compostos Orgânicos: Carboidratos Compostos Orgânicos: Lipídeos Colesterol, LDL e HDL  Compostos Orgânicos: Aminoácidos Compostos Orgânicos: Proteínas Compostos Orgânicos: Enzimas Compostos Orgânicos: Ácidos Nucleicos RNA Compostos Orgânicos: Ácidos Nucleicos DNA Compostos Orgânicos: Vitaminas
Celular Microscopia Célula Membrana Plasmática: Características e Especializações Membrana Plasmática: Transporte Passivo Membrana Plasmática: Transporte Ativo Citoplasma: Características Citoesqueleto e Centríolos Retículo, Complexo de Golgi e Secreção Celular Digestão Celular e Lisossomos Peroxissomos, Glioxissomos e Vacúolos Célula Procarionte vs. Célula Eucarionte Célula Vegetal vs. Célula Animal
Fotossíntese  Fotossíntese Fase Clara Fotossíntese Fase Escura Fotossíntese Fatores Limitantes Mitocôndria e ATP Respiração Aeróbia: Glicólise  Respiração Aeróbia: Ciclo de Krebs Respiração Aeróbia: Cadeia Respiratória Fermentação Quimiossíntese  
Reprodução e Genética
Cromossomos Sexuais  Ciclo Celular: Interfase Divisão Celular: Mitose Divisão Celular: Meiose Mitose vs. Meiose  Síntese Proteica Mutações Cromossômicas  1ª Lei de Mendel Probabilidade Genética Cruzamento Teste e Retrocruzamento Heredograma  Ausência de Dominância Genes Letais Sistema ABO Fator Rh Sistema MN  2ª Lei de Mendel Interação Gênica e Epistasia Pleiotropia Herança Quantitativa  Herança Sexual Linkage e Mapeamento de Genes  Reprodução Assexuada Reprodução Sexuada Gametogênese Aparelho Reprodutor Masculino Aparelho Reprodutor Feminino  Fecundação Segmentação e Tipos de Ovos Anexos Embrionários Desenvolvimento Embrionário Organogênese Animais Protostômios e Deuterostômios  
Reinos Reino Monera Reino Protista: Algas Reino Protista: Protozoários  Fungi  
Botânica Sistemática de Plantas Briófitas Pteridófitas Gimnospermas Angiospermas  Flores Frutos e Sementes Raízes Caules Folhas  Histologia Vegetal Transpiração Vegetal Transporte Vegetal Movimentos Vegetais Hormônios Vegetais  
Sistema Digestório Sistema Respiratório Sistema Circulatório Sistema Imunológico Sistema Excretor Sistema Endócrino Sistema Nervoso Sistemas Sensoriais: Tato, Paladar e Olfato Sistemas Sensoriais: Audição Sistemas Sensoriais: Visão Origem da Vida Fósseis e Órgãos Vestigiais Órgãos Análogos e Homólogos Lamarckismo Darwinismo e Neodarwinismo Especiação Mecanismos de Especiação Evolução dos Primatas A origem da vida Evolução Humana 
Ecologia Equilíbrio de Hardy Weinberg Cadeia e Teia Alimentar Pirâmides Ecológicas Relações Ecológicas Harmônicas Relações Ecológicas Desarmônicas Ciclos Biogeoquímicos: Água e Carbono Ciclos Biogeoquímicos: Nitrogênio e Fósforo Sucessão Ecológica Biomas Impactos Ambientais
Dicas + quais conteúdos estudar a poucos meses do Enem?
PORTUGUÊS – Figuras de linguagem e variação linguística: linguagem coloquial e formal– O Enem não cobra gramática, a prova de português é basicamente de interpretação de texto– Faça resumos de literatura, apesar de não ser cobrado na prova é uma boa forma de treinar a interpretação de textos.
Dicas: A gramática no Enem é avaliada no contexto do enunciado. Estude como um tempo verbal pode alterar o sentido de uma frase.  A prova de Linguagens é a única do Enem em que a resposta pode estar no próprio enunciado. Por isso, faça uma boa leitura da questão.
INGLÊS – Familiarize-se com textos em inglês. Leia jornais e revistas no idioma– Não se preocupe com gramática, a prova cobra uma boa leitura do texto apresentado na questão.
Dicas: Leia sites de jornais ingleses e americanos, principalmente matérias sobre política, ciência e economia, que geralmente são abordadas nas questões. Isso o ajudará a entender a estrutura do idioma e a conhecer novos vocabulários. 
HISTÓRIA – O exame cobra mais questões de história política e social, como questões indígenas, racial, da mulher e questão agrária– Mais atenção para a história recente, como ditadura militar, no Brasil e no mundo– Questões da história mais antiga ligadas à formação da sociedade.
Dicas: É preciso quase sempre relacionar um texto à uma imagem. Na hora da prova, vale a pena prestar atenção até às legendas e às fontes de onde os materiais foram retirados. 
GEOGRAFIA – Temas mais cobrados são ligados à energia: petróleo e derivados, matriz energética (Brasil e mundo), fontes alternativas– Também aparecem questões ambientais, como aquecimento global, ilhas de calor, enchentes, ocupação de mananciais– Outro tema frequente é referente à população: envelhecimento, crescimento vegetativo
Dicas: Fique atento: na geografia é comum a abordagem de temas ligados à outras áreas, como física e biologia. Por exemplo: questões sobre energia podem abordar tanto aspectos científicos como geográficos. 
BIOLOGIA – Atenção para questões de evolução, seleção natural, e genética– A prova cobra bastante a biologia ligada às questões ambientais, como desmatamento e aquecimento global– Fisiologia humana, como trocas gasosas na respiração ou nutrição, também pode aparecer.
Dicas: Os assuntos que mais caem giram em torno de ecologia, fisiologia (humanos e doenças) e citologia (incluindo manipulações de DNA).
QUÍMICA – O Enem não cobra fórmulas de química. Preste atenção a temas como: efeito estufa, trocas gasosas, questões energéticas e aquecimento global.
Dicas: Na parte de orgânica é importante que o estudante conheça as funções e tenha noções de isomeria (plana e espacial).
FÍSICA – Os conteúdos que mais caem na prova são: cálculo de energia, cálculos de velocidade média, potência e calorimetria– A prova não cobra tantas fórmulas, o mais importante é prestar atenção nas informações que aparecem no enunciado, que ajudam a encontrar a respostas da questão.
Dicas: A física cobrada no Enem é quase sempre ligada ao cotidiano do estudante. Podem cair questões sobre consumo energético de equipamentos eletrônicos de casa (como chuveiro) associadas às leis de Ohm e à potência elétrica. 
MATEMÁTICA  – Álgebra e Aritmética: Prepare-se para questões de funções, probabilidade e análise combinatória. Geometria: Cálculo de figuras planas e espaciais. Dicas: Fique atento à leitura de gráficos e tabelas, que sempre aparecem nas questões. Preste muita atenção aos pontos de máximo e mínimo nas funções apresentadas. 
Fontes utilizadas: Todos os créditos ao site do Prof. Jubilut; Guia do Estudante; canal do Youtube da Caroline Araujo.
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luizacarvalhocardoso · 4 years ago
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Como fazer resumo de um texto sem ter lido nada (atenção, professores!)
Os resumos são comuns na vida de qualquer estudante, professores utilizam essa técnica como forma de facilitar o entendimento do aluno sobre determinado assunto.
Transformar conteúdos extensos em um texto menor, além de exercitar o poder de síntese ao destacar apenas os pontos mais importantes de uma matéria, pode ajudar na compreensão de assuntos mais complexos.
Uma técnica muito usada por professores e estudantes de todos os tipos, desde aqueles que ainda estão nas séries regulares até os que se preparam para vestibulares e concursos.
Eis que uma ferramenta se popularizou na internet, principalmente entre aqueles que estão em uma fase puxada de estudos, onde os resumos são parte dessa rotina. No site Turbine Text, estudantes podem resumir grandes conteúdos sem ao menos ter lido uma linha do texto original.
A seguir ensinamos como usá-lo, mas vale o alerta. Professores são unânimes: não é recomendado o uso do Turbine Text. É importante lembrar que resumos fazem parte de uma didática de estudos e o uso desta ferramenta pode prejudicar o seu aprendizado.
  Passo a Passo
Entre no site Turbine Text.
No quadro a esquerda você irá inserir o texto original, que será resumido e, em seguida, aparecerá no quadro da direita.
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Neste exemplo, selecionamos um pequeno trecho sobre a Revolução Industrial para gerar um resumo ainda menor.
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Cole o texto original no quadro da esquerda e clique em FAZER RESUMO, no canto superior direito da tela.
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Prontinho. Seu texto já está resumido!
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A plataforma oferece as opções de salvar o resumo em um documento de texto, compartilhar por e-mail, Twitter ou apenas copiar.
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Usuários não cadastrados possuem uma limitação quanto ao tamanho dos textos a serem resumidos, podendo inserir apenas 500 caracteres, ou cerca de 70 palavras, por vez.
Para textos maiores é preciso fazer um pequeno cadastro.
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É possível criar uma conta com o Facebook, Google ou inserindo seus dados.
Depois de clicar em “Criar”, o usuário tem acesso a até 10 resumos gratuitos por mês, sem limites de caracteres.
O site ainda oferece opções ilimitadas de uso, mediante pagamento.
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O post Como fazer resumo de um texto sem ter lido nada (atenção, professores!) apareceu primeiro em Almanaque SOS.
Como fazer resumo de um texto sem ter lido nada (atenção, professores!) Publicado primeiro em http://www.almanaquesos.com/
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industrialage · 4 years ago
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O TRABALHO
O capitalismo industrial da época ganhou muita força com o desenvolvimento da indústria e isso gerou uma divisão social em proprietários e proletariado. O proletariado era obviamente o que mais sofria com isso e como a produção artesanal não era mais valorizada não havia outra opção a não ser procurar trabalho nas fábricas e os proprietários aproveitavam essa situação para lucrar cada vez mais
Fonte: Beduka, 2019.
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Com as máquinas, o trabalho humano era usado em apenas algumas etapas do processo de produção. Além disso, as condições de trabalho eram extremamente precárias: os trabalhadores não possuíam um local de trabalho seguro, nenhum equipamento de segurança, os funcionários extavam expostos a diversos riscos, doenças por conta das condições insalubres dos locais de trabalho e dentre os possíveis acidentes, de acordo com Neves e Sousa, o mais comum era a amputação de dedos nas engrenagens das maquinas mas haviam casos em que funcionários ficassem incapacitados para sempre. Além de toda essa precariedade na segurança, as pessoas deveriam enfrentar uma exaustiva jornada de trabalho de em média 16h por dia, sem direito a férias ou folgas. Além do mais, o trabalho infantil era muito comum já que o salário das crianças era menor, assim como os das mulheres.
Fonte: MegaCurioso, 2018.
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Fonte: Planeta Educação, 2006.
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Fonte: Ativando Neurônios.
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Fonte: Arauto da Verdade, 2012.
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Devido a essas horríveis condições de trabalho, os trabalhadores se juntaram em organizações, denominadas de Trade Union, segundo Neves e Sousa, e buscavam melhores condições de trabalho, principalmente. Antes dessa organização, houveram dois grupos com objetivos bem diferentes, o grupo cartista e o grupo ludismo. O movimento cartista, além de lutar por melhores condições no trabalho, lutava por alguns direitos políticos para o proletariado e eles conseguiram reduzir a jornada de trabalho para 10h, o grupo surgiu por volta de 1830. O ludismo surgiu bem no inicio da revolução, por volta de 1810, e tinha uma abordagem mais radical. O movimento pregava a destruição total das máquinas pois elas estavam tomando o trabalho humano.
Ludismo. Fonte: ClickSociólogo, 2016.
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Fonte: https://www.clicksociologico.com/2016/11/ludismo-cartismo-e-trades-unions.html
http://arautodaverdadeblog.blogspot.com/2012/11/as-condicoes-de-trabalho-durante.html
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/revolucao-industrial.htm
https://www.politize.com.br/sistema-capitalista-origem/
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/revolucao-industrial.htm
https://blogdoenem.com.br/revolucao-industrial-enem-historia/
https://revolucao-industrial.info/movimentos-operarios.html
https://revolucao-industrial.info/as-fabricas-e-os-trabalhadores.html
https://revolucao-industrial.info/
https://beduka.com/blog/materias/historia/resumo-da-revolucao-industrial/
https://www.megacurioso.com.br/educacao/109162-13-fotos-que-retratam-os-horrores-do-trabalho-infantil-no-seculo-passado.htm
https://acervo.plannetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=504
https://ativandoneuronios.com/author/ativandoneuronios/page/3/
http://arautodaverdadeblog.blogspot.com/2012/11/as-condicoes-de-trabalho-durante.html
https://www.clicksociologico.com/2016/11/ludismo-cartismo-e-trades-unions.html
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minasdaciber · 5 years ago
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Mas afinal, de que cultura estamos falando?
E aí, galera? Como passaram esta semana? Tudo beleza? É bem verdade que tem dias que estamos indispostos, tristes, cabisbaixos, ou temos muitas tarefas para darmos conta mesmo na quarentena isolados, né? Enfim, mas vamos chutar o pau da barraca? E não deixarmos esta “urucubaca” nos pegar? Bora juntos darmos a volta por cima? Sim, juntooooooos!!! Porque nós, MinasdaCiber, também nos sentimos assim alguns dias!! E isso tem algo de errado? JAMAIS!!! Somos todos HUMANOS! Bora nos energizar de paz interior e lermos as contribuições que Lúcia Santaella mais uma vez tem a nos presentear? Sim, sim, sim: Um belo presente de quarentena!!! Aêêêê... e todos juntos, antes de continuarmos a leitura, vamos fazer o que? Bora bater palmas!!!!! Aêêêê!!!!
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Galera, é sério! Antes de continuarmos, vamos ver o que significa “urucubaca”? Segundo o nosso querido GOOGLE, Urucubaca é “um substantivo feminino que significa má sorte no que se faz ou intenta; ziquizira”. Eita zorra! E agora, o que é ziquizira?? Ops! É só pensar... o mesmo que urucubaca kkkkkk!! Bora? Agora boraaaaaaaaa!!!! Mas antes, que tal de modo intelectual fazermos um breve resumo do post anterior? Prometemos! Breve! Juramos! Breve!!!
Lúcia SantaELLA, olha ELA novamente, relatou em seu texto passado as diferenças existentes nos modelos de produção anteriores e posteriores à Revolução Industrial.
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No artigo em questão, intitulado “A cultura das mídias à cibercultura: o advento do pós-humano”, a autora trata da questão do desenvolvimento das tecnologias e da comunicação e sua implicação em todas as esferas da sociedade. Sabe-se que as novas tecnologias da informação e comunicação estão mudando TODAS AS ESFERAS DA SOCIEDADE!!! É sim, galera! Pensemos juntos: no lazer, no trabalho, no consumo, nas atividades militares e policiais, a comunicação e educação, entre outros.
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Que tal agora diferenciarmos as culturas? Vamos nessa!! Pois desta maneira a gente compreende melhor a abordagem. Cultura de massas, é aquela onde as pessoas começam a se adequar a uma vida mais padronizada e passam a assumir comportamentos de interesse coletivo. Cultura das mídias, é o conjunto de meios de comunicação os quais são apenas canais de transmissão da mensagem. E por fim, a cultura digital, que é a que está entre nós hoje e é consequência da cultura anterior. Gente, vocês viram que intelectualidade nós fizemos agora? Agora quero ouvir vocês diferenciá-las em alto e bom som. Vamos? Agora! Já! Acreditem: estamos aqui a escutar vocês. 
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Lúcia Santaella traz para nós as formações socioculturais com a divisão das eras culturais em seis formações: cultura oral, cultura escrita, a cultura de impressa, a cultura de massas, a cultura das mídias e a cultura digital. A cultura digital ou cibercultura são criaturas humanas. Ela diz que não há uma separação entre uma forma de cultura e o ser humano. Nós somos essas culturas. E a escola e a educação fazem parte desta cultura.
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Expressão Pós-Humano
Ela tem sido usada para sinalizar as grandes transformações que as novas tecnologias da comunicação estão trazendo para tudo o que diz respeito à vida humana, tanto no nível psíquico, quanto social e antropológico (ciência do homem no sentido mais lato, que engloba origens, evolução, desenvolvimentos físico, material e cultural, fisiologia, psicologia, características raciais, costumes sociais, crenças etc). E é percebido o quanto cada vez mais os espaços escolares estão passando por estas mudanças, modificações que são inseridas também no quesito mental e corporal.
Ahhhh! O texto terminou!
Mas semana que vem voltaremos com outra temática!
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marcuscaffe · 5 years ago
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Coronavírus anuncia revolução no modo de vida que conhecemos
Domenico De Masi relata drama na Itália e diz que lógica neoliberal tem que mudar
22.mar.2020 à 1h00 EDIÇÃO IMPRESSA
Domenico De Masi
[RESUMO] Sociólogo italiano narra situação dramática em seu país e argumenta que as imposições em decorrência da pandemia, como o trabalho em casa, a solidariedade e o papel da esfera pública, demonstram que é possível e desejável mudar a lógica mercadista da economia e criar modos de viver mais racionais e proveitosos para o mundo contemporâneo.
A Itália de onde escrevo, um dos países mais vivazes e alegres do mundo, é hoje apenas um deserto. Cada um dos seus 60 milhões de habitantes acha que é imortal, que o vírus não o tocará, que irá matar não ele mas alguma outra pessoa. Porém, no silêncio do seu coração, cada um sabe que essa ilusão é pueril e que essa pandemia misteriosa, abstrata e tangível ao mesmo tempo, escolhe suas vítimas ao acaso, como numa roleta russa.
Em algum tempo vamos saber se o vírus pode ser debelado ou se nos matará em massa, assim como fez no século passado a famosa gripe espanhola, que matou 1 milhão de pessoas por semana durante 25 semanas seguidas.
Moro há 50 anos no centro de Roma, na rua mais movimentada da cidade, que leva da praça Veneza à Basílica de São Pedro.
Normalmente, essa rua está 24 horas por dia entupida de trânsito, de turistas e peregrinos. Há duas semanas, está muda e deserta. Só de vez em quando ouve-se o grito de uma sirene de ambulância e algum sem-teto passa. A cidade inteira está fantasmagórica como a Los Angeles de “Blade Runner”. Aqui, porém, desapareceram até os replicantes extraterrestres.
Fechados os lugares públicos, as escolas, as fábricas, as lojas, as estações, os portos e os aeroportos, a Itália é agora um país separado do resto da Europa e do mundo. Cada cidade está parada, cada família trancafiada em casa. Quem sai à revelia dos pouquíssimos motivos permitidos é interceptado imediatamente pelas rondas policiais que aplicam penas bastante severas.
Os gregos antigos consideravam que, quando algo é indispensável e todavia impossível, a situação é trágica. Foram necessários 50 dias, milhares de doentes e mortos para que os italianos entendessem que a situação é, enfim, irremediavelmente trágica.
O que significa uma pandemia como essa para Roma, para a Itália, para a humanidade como um todo? Como ela age nas mentes e nos corações de todos nós que, armados com tecnologias poderosas e inteligência artificial, até poucas semanas atrás nos sentíamos os senhores do céu e da terra?
Subitamente nos descobrimos frágeis pigmeus diante da onipotência imaterial de um vírus que, por vias misteriosas, escapou de um morcego chinês para vir matar homens e mulheres em nossas cidades.
A sujeição a um vírus desconhecido, para o qual não há nem cura nem vacina, transformou a Itália numa enorme caserna blindada e os 60 milhões de italianos noutros tantos dóceis soldadinhos empenhados num gigantesco exercício militar no qual estão obrigados a aprender a verdade que antes ignoravam obstinadamente. O que não quer dizer que irão apreendê-la.
Numa Europa onde, até ontem, era permitida a livre circulação de pessoas, mercadorias e dinheiro, agora cada país, em vez de abraçar uma colaboração ainda mais solidária com os demais, tranca suas próprias fronteiras, iludindo-se de forma cínica e infantil que seja possível deter o vírus com barreiras aduaneiras.
Contudo, hoje, mais do que nunca, os soberanismos parecem tentativas fantasiosas contra a globalização. Hoje, mais do que nunca, a difusão da pandemia e sua rápida volta ao mundo demonstraram que deter a globalização é como se opor à força de gravidade. Nosso planeta já é aquela “aldeia global” da qual falava McLuhan, unida por infortúnios e pela vontade de viver, precisando de uma direção unitária, capaz de coordenar a ação sinérgica de todos os povos que desejam se salvar. Nessa aldeia global, nenhum homem, nenhum país é uma ilha.
Talvez tenhamos aprendido que o caso agora é de vida ou morte e que ninguém pode enfrentar sozinho um vírus tão ardiloso e potente. Por isso, são necessários recursos, inteligências, competências, ações e instituições coletivas. Coordenação e coesão geral. É necessária uma cabine de comando, um governo competente que tenha autoridade, uma equipe formada por um vértice político de grande inteligência e apoiada pelos máximos representantes das ciências médicas, da economia, da sociologia, da psicologia social e da comunicação.
Talvez tenhamos aprendido que os fatos e os dados devem prevalecer sobre as opiniões, a competência reconhecida deva prevalecer sobre o simples bom senso, a prudência e a gradualidade das intervenções devem prevalecer às tomadas de decisões arrogantes e à improvisação imprudente. Por outro lado, é necessário tolerar os erros de quem possui a responsabilidade terrível de tomar decisões, líder que deve ser generosamente amparado para que sejam melhoradas.
Talvez tenhamos aprendido que, perante um vírus desconhecido, assim como diante de um problema complexo, as decisões sobre a pandemia não apenas devem ser tomadas pelas pessoas competentes mas também ser comunicadas de forma unívoca, com autoridade, prontamente, de forma abrangente e clara. Todo o alarmismo, todo o exagero, toda a subestimação é terrível porque confunde as ideias e nos faz perder um tempo precioso. Carência e excesso de informações são parâmetros nocivos. Talk shows superficiais e fake news delirantes levam ao cinismo e à desumanização.
Talvez tenhamos aprendido que, nos países civilizados, o bem-estar é uma conquista irrenunciável. Por sorte e pela sabedoria dos nossos pais, a Constituição italiana de 1948 considera a saúde como um direito fundamental de cada ser humano. Já a reforma sanitária de 1978 instituiu um serviço nacional universal que considera a saúde não como meramente a ausência de doença, mas como o bem-estar físico, psíquico e social completo.
Graças a esse regime de saúde, todos os residentes (e também os turistas) fruem dos cuidados médicos sem qualquer custo. Isso nos possibilitou descobrir e curar prontamente os contágios e reduzir o número de mortes.
No país mais rico e mais poderoso do mundo, os EUA, onde o bem-estar é estupidamente mortificado, os suspeitos de Covid-19 precisam desembolsar o equivalente a 1.200 euros pelo teste. O vírus corona, ao se difundir, causaria uma verdadeira hecatombe entre 90 milhões de estadunidenses que, desprovidos de seguro-saúde, seriam cinicamente rejeitados pelos hospitais.
A propaganda neoliberal, que se alastrou sob a bandeira insana de Reagan e Thatcher, desacreditou tudo o que é público em favor do setor privado. Porém, pelo contrário, nessas semanas trágicas, a reação eficiente dos hospitais e dos funcionários públicos diante do surgimento da pandemia nos ensinou que a nossa saúde pública, da mesma forma que outras funções públicas, dispõe, muito mais do que o setor privado, de pessoas preparadas profissionalmente, motivadas e generosas até o heroísmo.
Toda noite, às 18h, todas as janelas da Itália se escancaram e cada um canta ou toca o hino nacional para agradecer aos médicos e a todos os profissionais da saúde.
A pandemia está nos ensinando que o pensamento de Keynes permanece precioso. Em 1980, o prêmio Nobel Robert Lucas Jr. observou: “Não é possível encontrar nenhum bom economista com menos de 40 anos que se diga ‘keynesiano’. Nas universidades, as teorias keynesianas não são levadas a sério e provocam sorrisinhos de superioridade”.
Hoje, essa crise histórica, com seus mortos e com suas tragédias, se porum lado nos leva à recessão, por outro nos lembra que, para evitar uma crise irreparável, em vez de políticas de austeridade, é preferível dar lugar aos investimentos públicos maciços e “open-ended”, ainda que isso leve ao déficit público.
Talvez tenhamos aprendido tudo isso e várias outras coisas com aquilo que ocorreu fora do recinto doméstico, isto é, entre o governo e todo o povo do país. Entretanto, hoje, a nossa vida está segregada entre as paredes domésticas. Todos estão restritos entre as quatro paredes da própria casa: não só as famílias que vivem em harmonia e acordo, mas também os solitários, os casais em crise e os núcleos familiares em que o diálogo entre pais e filhos há muito tempo andava claudicante.
A sociedade industrial nos habituara a separar o local de trabalho do local de vida, nos fazendo passar a maior parte do nosso tempo com chefes e colegas nas empresas: os que a sociologia chama de grupos “secundários”, frios, formais, nos quais as relações são quase exclusivamente profissionais. Uma parte mínima do nosso tempo nos via reunidos em família ou com os amigos, ou seja, com grupos “primários”, calorosos, informais, envolventes.
De repente, o descanso compulsório em casa nos obrigou de forma inédita ao isolamento total, a uma convivência forçada que para alguns parece agradável e tranquilizadora, mas que para outros é invasiva e até opressora. Os mais sortudos conseguem transformar o ócio depressivo em ócio criativo, conjugando a leitura, o estudo, o lúdico com a parcela de trabalho que é possível desempenhar em regime de “smart working”.
Sabíamos teoricamente que essa modalidade de trabalho à distância permite aos trabalhadores uma preciosa economia de tempo, dinheiro, stress e alienação; e às empresas, evita os microconflitos, despesas na manutenção do local de trabalho e promove incremento da eficiência, recuperando de 15 a 20% da produtividade; à coletividade, evita a poluição, o entupimento de trânsito e despesas de manutenção das estradas.
Agora que 10 milhões de italianos, forçados pelo vírus, rapidamente adotaram o teletrabalho, minimizando seu sentimento de inutilidade e os danos à economia nacional, nos perguntamos por que as empresas não haviam adotado antes uma forma de organização tão eficaz e enxuta. A resposta está naquilo que os antropólogos definem como “cultural gap” —lacuna cultural— das empresas, dos sindicatos, dos chefes.
O tempo livre que, até um mês atrás, nos parecia um luxo raro, hoje abunda. O espaço, que nas cidades vazias se dilatou, por sua vez falta nas casas. Por isso, estamos apreciando a ajuda que nos chega da internet, graças à qual, mesmo permanecendo forçosamente distantes, é possível nos reunirmos virtualmente, nos informarmos, nos confrontarmos, nos encorajarmos.
Nessa reclusão, os jovens têm a maior vantagem, graças à sua facilidade com os computadores, enquanto os velhos têm mais vantagem por serem mais independentes, mais acostumados a estar em casa, fazendo pequenos trabalhos e jogos sedentários, contentando-se com a televisão.
Em todos se insinua o medo de que, mais cedo ou mais tarde, possa terminar o abastecimento dos mantimentos. O colapso da economia torna-se cada vez mais inevitável, já que tanto a produção como o consumo encontram-se bloqueados.
Há alguns anos, Kennet Building, um dos pais da teoria geral dos sistemas, comentando a sociedade opulenta, afirmou: “Quem acredita na possibilidade do crescimento infinito num mundo finito ou é louco ou é economista”. E Serge Latouche acrescentou: “O drama é que agora somos todos mais ou menos economistas. Aonde estamos nos encaminhando? Diretamente contra um muro. Estamos a bordo de um bólido sem piloto, sem marcha a ré e sem freios que irá se chocar contra os limites do planeta”. Latouche propõe abandonar a sociedade de consumo com um decrescimento planificado, progressivo e sereno.
A marcha a ré e os freios que a cultura neoliberal se recusou obstinadamente a usar agora foram desencadeados: não graças a uma revolução violenta, mas sim a um vírus invisível que um morcego soprou sobre a sociedade opulenta, obrigando-a a se repensar.
“A Peste” (1947), obra-prima profética de Albert Camus, talvez possa nos ajudar nesse repensar. Naquele romance, a ciência era protagonista, ou seja, o médico Bernardo Rieux, ocupado até o fim, como médico e como homem, de socorrer os contagiados, enquanto “o cheiro de morte emburrecia todos os que não matava”.
Hoje, nós também, como o nosso tão humano irmão Rieux, estamos presos num limbo entre o pesar e a esperança, no qual temos que aprender que “a peste pode vir e ir embora sem que o coração do homem seja modificado”; que “o bacilo da peste não morre nem desaparece nunca, que pode permanecer adormecido por décadas nos móveis e nas roupas, que espera pacientemente nos quartos, nas adegas, nas malas, nos lenços e nos papéis, que talvez chegue o dia em que, infortúnio ou lição aos homens, a peste acordará seus ratos para mandá-los morrer numa cidade feliz”.
Domenico De Masi,
sociólogo italiano, é autor dos livros "Ócio Criativo" e "O Futuro do Trabalho".
Tradução de Francesca Cricelli.
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