#resenha de anime
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criticandocriticas · 2 years ago
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Perfect Blue (パーフェクトブル - 1997)
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Direção: Satoshi Kon
Produção: Hiroaki Inoue
Roteiro: Sadayuki Murai
Nota: Oi pessoal, tudo bom? Eu tenho episódios depressivos e acabo sumindo, mas eu estou de volta. Não desistam de mim.
Minha alma otaku está voltando e o ultimo desenho que eu assisti deu tanto gatilho, que eu tinha que assistir outros para lembrar porque eu gostava desse tipo de filme/série, então se prepare, que até que eu me lembre, vou falar muito sobre o assunto. Eu já tinha assistido "Perfect Blue", quando eu tinha uns 18 anos, e sinceramente, eu amei essa obra prima do terror psicológico que inspirou outros filmes como "Cisne Negro" de Darren Aronofsky, que nós já falamos na resenha de "A Baleia", e ainda na minha pesquisa, descobri que ele também se inspirou pra fazer "Requiém para um Sonho", comprando até os direitos! Mágico.
"Perfect Blue" é baseado numa novel com o mesmo nome, escrito por Yoshikazu Takeuchi que conta a história de Mima, uma Idol japonesa que está no processo de sair desse trabalho de cantora pop para fazer trabalhos mais adultos de atriz. Quando ela começa esse trabalho, Mima começa à desenvolver uma série de problemas psicológicos que nos fazem ficar sem saber o que é realidade enquanto a protagonista sente o mesmo. A partir daqui podem conter gatilhos para pessoas sensíveis, então fique por sua conta e risco. Não digam que não avisei!
Apesar de muita gente amar o trabalho, achar super difícil e complexa a história, eu tenho uma má notícia: Não é. "Perfect Blue" apesar de jogar um monte de semiótica na sua cara, a história por trás é muito clara se você não sair procurando pelo em ovo. Eu tenho que avisar que eu estudei semiótica na faculdade e continuei estudando muito, porque é um assunto que me apaixona demais. Óbvio que essa parte de referências, coisas escondidas, uso de cores e tudo mais é muito bonito e bem colocado, mas apesar de ser um filme muito lindo, ele não é complexo como a maioria fala. Nem tudo que tem elementos de semiótica é complexo, aliás, todo filme tem esses elementos, vocês só não procuram. "Psicose" de Hitchcock mesmo, é um exemplo gritante, é super simples mas cheio de semiótica e foi até objeto de estudo na minha faculdade.
A questão é que qualquer leigo assistiria o filme e entenderia que a história fala sobre a deterioração da saúde mental de Mima e outros personagens. Eu não sei se vocês conhecem o contexto da vida dos Idols no Japão, mas é importante entender que isso é muito importante pra a compreensão da história. As Idols são contratadas muito novas e elas precisam ter uma imagem impecável para o público. Por trás de todo aquele glamour e carinhas angelicais, tem uma pressão enorme em ser e parecer inocente, intocável (e intocada). Todas essas meninas (e acho que os meninos também) assinam um contrato em que uma das cláusulas é não ter um relacionamento amoroso ou sexual com ninguém e isso acontece porque a maioria das pessoas que seguem esses artistas são principalmente homens adultos que vêm elas como um fetiche de mulher perfeita que eles gostariam de casar. Basicamente esse é o produto vendido, mas óbvio que eles mascaram falando que é para dar um bom exemplo para a juventude e etc. Mas a gente sabe que não é bem assim e a gente viu algo parecido em "Happy Sugar Life".
Quando essas meninas não são mais meninas, é muito comum que elas abandonem a carreira de Idol. Se forem famosas e amadas o suficiente, se comportaram bem durante o tempo de contrato, conseguem algum emprego de atriz ou, se tiverem sorte, uma carreira solo de sucesso. Raros são os exemplos de alguém que envelhece e continua cantando pop no Japão, como a Kyary Pamyu Pamyu (30), mas ali a gata já tá em outro nível de divindade. No caso da protagonista de "Perfect Blue", Mima conseguiu um contrato como atriz num papel mais adulto e mesmo não querendo ir por esse caminho, ela aceitou. Só que ela construiu toda uma persona baseado no que esperavam dela e quando essa persona não tinha mais sentido em existir, a atriz desabou e perdeu a sua identidade. Acho legal comparar com a história da Miley Cyrus que foi por muitos anos uma menina Disney, fez a personagem "Hannah Montana" e um dia não tinha mais idade para essa série e foi obrigada a encarar o mundo real e adulto. Segundo a mesma, Miley precisou passar por todo um processo para conseguir se encontrar como pessoa e como artista.
Quando a mais nova atriz começa as gravações, percebe-se o nervosismo e o desespero em não saber mais quem é. Então, logo na segunda cena gravada nesse filme novo, Mima precisa performar uma cena de estupro. Nesse momento a vida dela começa a desandar e entramos na onda da perda gradual da personalidade, o diretor não deixa claro se ela foi mesmo estuprada ou se apenas se sentiu violentada, mas o fato é que a protagonista não estava só perdendo a sua identidade como artista pura e intocável, ela perdia também sua própria identidade e começa a ter apagões. Quando finalmente sua imagem infantil é manchada, a ex Idol se vê fazendo um ensaio fotográfico sensual, o que é bastante problemático, a sociedade inteira sexualiza esse estupro. Parece absurdo, mas é o que mais vemos na vida real: cenas de violências em geral contra mulheres sendo sexualizadas, fetiches sendo jogados na sua cara sem mesmo você perceber e consentir. Sexo vende, fetiches vendem e você não têm ideia de como vendem.
Paralelo a tudo isso, começam à acontecer alguns assassinatos, todos ligados à pessoas que trabalham com a Mima e que a violentaram de alguma forma. Além desse fato, nos é mostrado um blog chamado "O quarto da Mima" que é um diário da sua vida, que inclusive falam coisas muito pessoais, que só ela poderia saber. A protagonista chega até a se assustar com o site e fica paranoica, como existe um stalker na história, ficamos de início tentando palpitar se é esse cara que está perseguindo ela, se é ela escrevendo ou se é uma terceira pessoa que ainda não temos ideia de quem é.
Em um momento do filme, as coisas começam a ficar confusas porque não da para entender o que é real e o que é da cabeça da ex Idol, e o Satoshi Kon ainda joga uma cena do filme de uma doutora dizendo que ela tem transtorno dissociativo de identidade (o famoso multiplas personalidades) o que confunde tudo. Aquilo ali é real ou só uma cena do filme de Mima? Eu sinto que ninguém prestou muita atenção, é que tudo que parece errado e que trás um desconforto, tá errado. É muito claro com o stalker, por exemplo, que tem um rosto estranho, os olhos tortos e separados, mas não é só esse personagem que é assim. Os que são considerados "doentes" tem um aspecto mais deformado e por não causarem tanta estranheza quanto o perseguidor obcecado, passam despercebidos, então, quem assiste fica surpreso no final. Você consegue lembrar de alguém muito importante na história que passa esse sentimento e que te surpreendeu?
Se você pensou na Rumi, que é aparentemente uma das produtoras, acertou em cheio. Ela tem um rosto mais deformado, olhos muito separados e é a pessoa que mais se incomoda com o rumo da carreira de Mima. A mulher reclama o tempo todo, não quer deixá-la fazer a cena violenta, sai do estúdio chorando e revoltada com o que estava vendo, como se estivesse vivenciando toda a experiência. Spoiler: Era isso mesmo, na cabeça dela, em muitos momentos, Rumi vive indiretamente a vida de Mima, quando dissocia, se torna a Mima que ela idealizou e passa cometer os assassinatos em nome da honra da sua persona.
Sobre os elementos de semióticas, é aí que conseguimos reparar porque acham tão complicado. Satoshi Kon joga muito com espelhos e a cor vermelha, como você consegue ler ou assistir em qualquer lugar, mas ele também joga com cores sóbrias em muitos momentos. Essa é a realidade. Não se trata apenas da cor vermelha presente nas cenas de violência ou para passar o sentimento de que algo está errado, ele também identifica quando as personagens estão tendo um episódio dissociativo, enquanto as cores sóbrias mostram a realidade. No final, sabemos que todas as cenas do filme dentro da história foram reais e a grande protagonista era Rumi com seu alter ego, Mima era só uma atriz fazendo o que foi mandado e tendo seus momentos de psicose e sofrimento paralelos ao enredo principal.
A verdade é que a maioria das pessoas prestaram atenção maravilhadas à somente os elementos de semiótica e esqueceram da história. Eu disse que era simples, é linear. A história fala sobre duas mulheres em processo dissociativos por traumas e sobre a pressão de ser quem os outros esperam delas. E sinceramente, eu nunca pensei que um filme de 97 fosse tão atual como agora com todas essas personas que inventamos para que possamos ser aceitos e amados nas redes sociais ao mesmo tempo que esperamos das personas de outras pessoas. Muitas vezes deixamos de ser nós mesmos em busca de aprovação, criamos o tempo todo máscaras para cada ambiente que convivemos: uma pessoa mais séria no trabalho, uma mais divertida e maluquinha com os amigos, outra mais responsável e amorosa na frente da família. Mas quem nós somos de verdade? Você tem sido você mesmo ultimamente?
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bonfirelix · 2 years ago
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Comentando e mostrando o Mook da Rosa de Versalhes, Berusaiyu no Bara Anime Daikaibou, o mesmo livro recentemente lançado na Itália:
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atchooooooooooo · 7 months ago
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Era Uma Vez… Uma pessoa comum, de um lugar sem graça nenhuma! HÁ, sim, estou falando de você BRIDGET ODESSA. Você veio de NOVA ORLEANS, ESTADOS UNIDOS e costumava ser PROFESSORA DE HISTÓRIA por lá antes de ser enviado para o Mundo das Histórias. Se eu fosse você, teria vergonha de contar isso por aí, porque enquanto você estava LENDO LIVRO DE FANTASIA, tem gente aqui que estava salvando princesas das garras malignas de uma bruxa má! Tem gente aqui que estava montando em dragões. Tá vendo só? Você pode até ser INTELIGENTE, mas você não deixa de ser uma baita de uma DESAJEITADA… Se, infelizmente, você tiver que ficar por aqui para estragar tudo, e acabar assumindo mesmo o papel de ESPIRRO na história DRAGON RIDERS… Bom, eu desejo boa sorte. Porque você VAI precisar!
Headcanons: 
Bridget passou por coisas demais para ainda acreditar em magia, mas ela acreditava. Talvez por ser de uma cidade tão conhecida por seu misticismo como Nova Orleans, ela, mesmo tendo enfrentado preconceito e dor desde que se entendia por gente, ter visto o pior no mundo e ter chegado e se ferir fisicamente por conta de tudo que já tinha passado. Ela ainda via magia. Viu magia até mesmo quando leu artigos na internet entendendo finalmente que não se sentia no sistema binário de gênero, e quando precisou sempre reservar uma aula para explicar para seus alunos sobre a luta daqueles que não tinham suas questões sobre gênero e orientação sexual aceitas e entendidas. Tinha uma coleção de baralhos de tarot que usava para visualização (ainda estava aprendendo a arte por trás), lia, não, devorava livros de fantasia e fazia resenhas online, além de querer instaurar essa paixão em outras pessoas. 
Então essa foi sua dor quando o livro lhe levou para longe. Ela estava indo dar uma aula baseando-se em um anime que havia pedido para seus alunos verem. Iria ser uma aula divertida, tinha preparado slides tão legais! Eles iriam discutir e conseguir imaginar tanto…
Bem, estava praguejando até que aquele homem se apresentou como Merlin, o Merlin. Seus olhos ficaram marejados. Ela estava reclamando de não poder imaginar antes… aquilo estava lhe dando a oportunidade de viver a magia. Era egoísta quando pensava em seus alunos, mas depois de tanto…
Ela olhava para os dragões passando por cima do C.C.C e estendia a mão. Sua vida… sua certeza como Espirro a banhava e sabia que não demoraria para que estivesse nos céus como uma dragon rider.
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melmendeesss · 6 months ago
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Canal do meu amigo @marcuslash 😁
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animaletras · 1 year ago
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Resenha: Wendell & Wild (2022)
O filme da Netflix Wendell & Wild é uma comédia de terror, muito embora chamar esse drama de comédia me pareça um exagero, a obra traz temas absurdamente sensíveis e delicados como a morte, o luto, a ganância e a indiferença dos seres humanos. E onde todos esses sentimentos estão, há também a presença de demônios.
A animação é tocante, profunda, mas excessivamente prolixa no desenrolar dos acontecimentos, a ordem deles, inclusive, deixa o enredo pouco confuso e distrai o telespectador da mensagem principal, que pode ser traduzida nas seguintes questões: O que impede os seres humanos de amar? Se até os demônios conseguem amar, a seu modo, por que o modo dos humanos ainda parece muito pior? Essa reflexão é subjetiva, claro, mas ela, de alguma forma, está presente no filme, principalmente quando falamos de amor entre os pais e os filhos.
Pipoquinhas, querem saber qual nota nós damos para o filme? Corram para o Medium do Animaletras e aproveitem para lerem a resenha completa! O link do Medium está na nossa bio. E compartilhem a opinião de vocês nos comentários!
Tags: #animaletras#animação#animation#desenho#uerj#pesquisa#projeto#arte#newpost#wendellandwild#review
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fragmentosdeginevra · 8 months ago
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Retrospectiva 2023
Sim, eu sei que estamos em março de 2024. Porém, o esqueleto desse post está pronto desde janeiro e não vou perder a chance de compartilhá-lo. Como vocês estão?
2023 foi um ano estranho para mim. O primeiro mês de 2024 está quase no fim e não consigo apagar essa impressão sobre o ano passado. Até pouco tempo atrás, eu apenas tinha a sensação de que muitas coisas importantes haviam acontecido. Olhando as fotos pude ter certeza disso: eu me formei no ensino médio, consolidei amizades, entrei na universidade...
Em meio ao turbilhão de lembranças que me acometeu em dezembro, não consegui recordar todos os livros que havia lido. Não porque foram muitos, pelo contrário. Minha cabeça estava ocupada com a faculdade nos últimos meses e, quando meu primeiro semestre finalmente acabou, percebi que me sentia exausta e descobri que não lembrava muito bem dos acontecimentos da primeira metade do ano. Foi bizarro.
Quis fazer algo diferente nesse post. Ao invés de falar apenas de livros, decidi elencar “os melhores de 2023” no quesito literatura, séries, filmes e m��sica :)
Livros
Me surpreendi ao ver que li 15 livros em 2023. É um número razoável, na minha opinião. Acho que consegui atingir as principais metas que propus na retrospectiva de 2022: focar em qualidade ao invés de quantidade e abandonar leituras desinteressantes. 
O melhor livro que li em 2023 foi Atos Humanos da escritora sul-coreana Han Kang. Eu fiz uma resenha dele (confira aqui). Sinto que esse livro mudou um pouco o modo que eu enxergo o mundo e as pessoas a minha volta. Não é qualquer leitura que faz isso, então acho que ele merece essa posição.
Em segundo lugar e terceiro lugar, estão Persuasão e Mansfield Park, respectivamente, ambos de autoria da inglesa Jane Austen. Eu amei a construção do romance e amadurecimento dos personagens em Persuasão. Anne e Wentworth devem ser meu casal preferido da autora. Já em Mansfield Park, o que mais me chamou atenção foi o conflito familiar da história e a timidez da protagonista.
Gostaria de fazer uma menção honrosa ao livro Tress – A garota do Mar Esmeralda de Brandon Sanderson. É uma fantasia maravilhosa com um universo único, um narrador bem-humorado e uma protagonista muito simpática. Quero ler mais deste autor.
Série de TV
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Sem dúvidas, a melhor série que assisti foi Downton Abbey (BBC). Acho que se tornou minha série preferida, em geral.
Um aspecto de que gosto muito em Downton Abbey é a conexão entre os personagens e a formação de conflitos. Temos grupinhos com opiniões ou objetivos semelhantes que podem se apoiar em um momento e, em outro, trocar de lado numa discussão por algum motivo (acordo, sentimentalismo, mudança de opinião a partir de uma nova informação etc.). O fundo histórico também proporciona acontecimentos bastante interessantes, é claro.
Toda ação tem uma consequência. Algumas são bobas e podem ter efeitos mínimos, porém, existem aquelas que são destrutivas a longo prazo. É uma série bem política por esse lado. Acho que o autor soube trabalhar bem com um elenco grande, orquestrando cada personagem como peça de um quebra-cabeça ou trama maior que ele por si só. Tudo volta à reputação e sobrevivência dos Crawley e da propriedade.
Os figurinos, cenários, fotografia e trilha sonora são belíssimos. Aprendi muito sobre a aristocracia inglesa nos anos iniciais do século XX e isso já se provou útil para minhas leituras.
Menções honrosas: Makanai – Cozinhando para a Casa Maiko (Netflix); Orgulho e Preconceito (BBC); Spy × Family (TOHO); Batman TAS (Warner Bros. Animation).
Filmes
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O que eu não li em 2023, compensei vendo vários bons filmes. Estes foram meus preferidos*:
Casablanca (1942), dirigido por Michael Curtiz;
The Kingdom of Dreams and Madness (2013), dirigido por Mami Sunada;
O Fantástico Senhor Raposo (2009), dirigido por Wes Anderson;
Julie & Julia (2009), dirigido por Nora Ephron;
Duna (2021), dirigido por Denis Villeneuve.
*Considerando apenas novidades.
Música
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Estava muito animada para compartilhar algumas das minhas músicas preferidas de 2023 também.
Screen Time – EPIK HIGH feat. Hoshi of SEVENTEEN;
From The Start – Laufey;
Dreamer – Laufey;
Shooting Star – XG;
Perfect Night – LE SSERAFIM;
Let Me In – EXO;
God of Music – SEVENTEEN;
Cool with U – NewJeans;
Rockstar – HYBS.
Aqui estão algumas curiosidades retiradas das estatísticas do Youtube e Spotify:
Bewitched da Laufey foi o álbum que mais ouvi em 2023. (Realmente me encantei com essa artista ♥︎)
Suspeito que o segundo álbum mais ouvido seja Get Up do NewJeans.
Baekhyun é o meu solista preferido e, ainda que não tenha lançado nenhum álbum ou EP novo, figurou na lista dos mais ouvidos.
SEVENTEEN foi o meu grupo musical mais ouvido (o que não foi uma surpresa para mim).
O dueto tailandês HYBS fez sua estreia no meu Top 5 Artistas do Ano, aparecendo em 3° lugar.
Conclusão
Acho que foi um ano bastante frutífero. Além de ler bons livros, ampliei meu repertório literário com mitologia grega e Shakespeare. Conheci novos artistas e músicas maravilhosas. Finalmente assisti alguns filmes e séries que estavam na minha lista há tempos. Quero dar continuidade a esses hábitos em 2024!
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apollosbane · 2 years ago
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A impressão que eu, como brasileiro, tenho de alguns jogadores estrangeiros
(Baseado na minha impressão apenas, não estou confirmando nada)
Bukayo Saka - Fofo e nerd
Julian Alvarez - fofo e nerd também, marvete roxo inclusive
Trent Alexander Arnold - sério e pavio curto, pinta de bad boy mas todo mundo sabe que é uma manteiga por dentro
Kai Havertz - carinha de anjo, fofinho, mas na verdade é uma peste, meio psicopata
Kevin De Bruyne - muito sério, muito fechado, dificilmente ri de alguma piada, o kuudere do rolê
Jude Bellingham - simpático, amigo de todos, fala com todo mundo, brinca com todo mundo, meio atrapalhado, personalidade de protagonista de anime shonen
Messi - O tiozão do rolê que faz piada do pavê. Gosta de beber cerveja, fica no grau mas não muito chapado, consegue ajudar os amigos que bebem até cair
Emi Martinez - zuera never ends, trolla geral, faz piada de peido, piada de duplo sentido, faz som de gemido quando a namorada ou esposa do amigo telefona, manda gemidão do zap e vídeo de susto com a menina do exorcista. bebe muito até cair e da trabalho pro Messi
Mo Salah - responsável e ajuizado do grupo, não bebe nem refrigerante
Mbappe - Faz cara de blase e não esconde quando não gosta de alguém
Memphis Depay - o que faz as resenhas e fica na churrasqueira, o bom anfitrião do rolê
Jadon Sancho - o galã do rolê, pega geral e enumera quanta gente beijou em uma noite
Joe Gomez - meio tímido no começo mas quando pega amizade se solta
Declan Rice - fica quieto na dele só julgando todo mundo
Mason Mount - o galã conquistador, mas diferente do Sancho, jura que é quietinho
Cristiano Ronaldo - fica o tempo todo falando de si mesmo e como ele é foda
Ruben Dias - garoto fitness que posta foto na academia e que dá dicas fitness para os amigos, meio biscoiteiro também
Darwin Nunez - roqueiro trevoso
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tatiregis · 2 years ago
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CREED III (2023)
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Creed sempre foi sobre legado e um chamado ao enfrentamento do passado. Se no primeiro filme, Adonis Creed enfrenta sua jornada com ajuda de Rocky Balboa para fugir da sombra do pai e no segundo o enfrentamento é de filho para filho, com Adonis lutando com Viktor Drago, cujo pai, Ivan, foi responsável pela morte de Apollo em Rocky IV (1985), ainda com ajuda de Rocky; no terceiro Creed, o chamamento continua, só que dessa vez sem Rocky e o passado que assombra Adonis vem na forma de Jonathan Majors, como Damian, um antigo amigo/irmão dos tempos de reformatório que a vida separou.
Creed III é dirigido dessa vez pelo próprio Michael B. Jordan, sua estreia em longas, aliás, e tem roteiro de Keenan Coogler e Zach Baylin a partir de uma história que eles co-escreveram com Ryan Coogler, diretor do primeiro Creed e do Pantera Negra. Após ser consagrado como grande campeão de boxe, Adonis se aposentou e prospera em sua carreira de sócio da academia com Duke (Wood Harris), seu antigo treinador e na vida familiar, com sua filha Amara (Mila Davis-Kent) e sua esposa Bianca (Tessa Thompson) que forçada pela condição da surdez gradativa, largou os palcos e agora tem um estúdio onde produz novos talentos da música.
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Neste filme  o drama emocional como background dos protagonistas continua e tudo o que Adonis tenta esquecer e apagar é trazido de volta, lhe obrigando a lutar uma luta que não se restringe aos ringues, fazendo com que ele se feche em silêncios e isso vai lhe consumindo ao mesmo tempo em que Bianca não sabe mais o que fazer para ajudá-lo. 
Damian procura Adonis para entrar no mundo do boxe, que relutante aceita, mas ele não estava disposto a apenas reparar o passado, ele queria a vida que nunca teve, ou melhor, a vida que ele acha que seria dele se ao invés dele, quem tivesse sido preso fosse Adonis, pois enquanto Damian tinha sua liberdade e seus sonhos ceifados, Adonis seguiu sua vida cheia de privilégios, carregando um nome que, mesmo tentando esconder, lhe abriu portas sem muitos sacrifícios. É muito bem trabalhada a tensão entre eles nos momentos nostálgicos e amenos, dois barris de pólvora prestes a explodir.
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A direção de Michael B. surpreende pelo domínio, assim como também todas as referências que traz. A opção por enquadramentos fechados focando nas expressões e olhares, muitas vezes emocionados, é comovente e apela de forma certeira para nossa empatia. Outro ponto positivo é a coreografia de luta que tá incrível, sem contar no som super realista. 
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Não posso terminar estas breves observações sem antes mencionar o monstro que é Jonathan Majors, seja na sua forma física, expressão corporal ou atuação, ele tá se garantindo muito, consegue transparecer magistralmente toda sua personalidade forjada na raiva e frustração de uma vida violenta e solitária e no momento da inevitável luta entre os dois, o filme ganha contornos quase oníricos, me lembrando Touro Indomável (1980, Martin Scorsese) e a estética de animes que Jordan já deixou claro ser fã.
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Só nos resta confabular e ficar na expectativa do que a franquia nos reserva agora, já que se desvencilhou de vez de todo o legado Rocky e Sylvester Stallone só aparece aqui nos créditos finais como produtor. Aguardemos.
Creed III estreia nos cinemas em 02 de março de 2023 e esta resenha só foi possível pelo convite de cabine da Espaço Z + Warner Bros. Pictures. Ah, se você quiser rever os outros dois para não ir totalmente às cegas para a sessão, tanto Creed quanto Creed II estão disponíveis no Prime VIdeo. 
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itacoisa · 1 year ago
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24 de maio de 2023. Quarta-feira.
Primeiramente, quero começar fazendo uma nota de repúdio quanto a esse site, que me obrigou a reescrever esse post depois de passar um tempão tentando escrever alguma coisa com um mínimo de sentido (sim, esse post conseguiu ser pior do que é),
Segundamente, desculpe pelo sumiço, mas me deu preguiça de escrever esse post pelo simples motivo de não saber o que escrever além de: terminei de ler O Construtor de Pontes (e dei 3 estrelas).
Eu gostei da leitura, ela é bem rápida, mas se eu tivesse que explicar o motivo do livro ter perdido 2 estrelas eu não faria ideia do que escrever.
Acho que só senti e dei essa nota.
Só que também acho que o problema é a nota 3. Nos meus parâmetros, essa nota significa "bom", mas um simples "bom" pode ser tanta coisa... Possui tantas nuances... Para alguém um alívio, para outros uma decepção (que frase cafona kkkk).
Okay, tentando achar uns defeitos, eu diria que o autor cria uma grande expectativa e a destrói, contudo, também destrói a gente de um jeito que não tínhamos ideia do que ia acontecer - então, como um compensa o outro, não acho que seja um defeito.
Seguimos.
Eu não gosto do protagonista... Ele foi escrito para ser diferente, o autor sempre aponta ele como o irmão fora da curva, entretanto, no final dos contas, ele só é o mais desinteressante.
Tanto é que, o título do livro é por causa desse garoto, mas a gente fica pouco se fudendo pro caralho dessa ponte. Tem gente morrendo, gente divorciando, criança apanhando na escola e a gente vai querer saber disso????
E não vou entrar no tópico MULA, porque esse animal prometia tanto e entregou nada.
Por fim, o livro é uma grande enrolação, ao mesmo tempo que tenta contar coisa demais...
De qualquer forma, ainda acho que vale a pena lê-lo, só por ter boas histórias, principalmente a da pianista que foge da terra natal, da história de amor do pintor e a da jóquei - talvez se tivesse mais deles e menos do irmão diferente & desinteressante fosse um 5 estrelas.
A culpa é do construtor de pontes.
(E é por isso que não faço resenhas propriamente ditas).
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wuchiyama · 2 years ago
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Ensaio sobre o filme Animal Farm (1999) - Não basta ter boas intenções.
Boas intenções não são o suficiente. Animal Farm, adaptação cinematográfica do livro homônimo de George Orwell, se constrói em torno desta máxima. Aliás, antes de começarmos a aventura, vamos a uma nota preliminar: essa resenha se refere a adaptação de 1999, há uma outra da década de 50 com significativas diferenças narrativas que podem alterar a interpretação da obra em alguma medida.
A narrativa segue a lógica de uma fábula clássica. Dadas as devidas proporções, encontramos animais com características humanas e uma moral ao fundo, embora está seja muito mais complexa do que a moral da história de fábulas infantis. Não é para menos, apesar da linguagem infantil e da semelhança como a estrutura de desenho animado, só é possível captar o grosso do sentido da obra quando se tem uma mente mais madura.
O plot é simples, chega a ser didático. Depois de ser submetidos a fome, péssimas condições de trabalho e maus tratos, os animais de uma fazenda resolvem fazer uma revolução, só para descobrir, tardiamente, que o problema nem sempre é o sistema político, mas a ambição desenfreada dos indivíduos.
Como toda forma de arte, a linguagem do cinema se constrói como uma metáfora do real. Nada é gratuito na construção do filme. Cada escolha de cena e personagens traz a tona uma série de interpretações possíveis, muitas delas, obviamente, herdadas do texto de Orwell.
Contudo, os sentidos da adaptação do livro podem não ser exatamente os mesmos do livro, é comum que na passagem da linguagem literária para a linguagem cinematográfica haja algum ruído, uma mudança nas intenções e nos horizontes de interpretação, sempre relacionado a cosmovisão de quem a executa.
Leve em conta que o livro foi escrito em 1954, como uma crítica a União Soviética, que na visão de Orwell havia se desviado dos ideais do comunismo e que o filme, produzido na década de 90, embora ainda contenha muito dessa crítica, acontece sob circunstâncias socioculturais bem diferentes.
Vejamos alguns personagens:
O Senhor e Senhora Jones: Na interpretação do filme de 99, o casal de fazendeiros podem ser facilmente interpretados como proprietários de terra, detentores dos meios de produção, o pequeno burguês, numa linguagem mais marxista. Encarnam a figura de patrões irresponsáveis que prezam o lucro a qualquer custo, sem se importar com a saúde dos funcionários e de seu próprio negócio.
O senhor Pilkington: Nada melhor que um rico fazendeiro emprestador de dinheiro para encarnar a figura do mercado, sempre disposto a dar com uma mão para depois tomar com as duas. Trata-se da mão invisível da elite, endinheirada e sempre em busca de mais, não nutrindo nenhum amor pela pobreza e por qualquer coisa que possa interferir negativamente em seus interesses.
Velho Major: O velho porco é a imagem idealizada de todo precursor de revolução. Coloque aí, Lênin, Gramsci, Marx... Qualquer um que tenha lançado as fundações das bases ideológicas de qualquer movimento revolucionário. São as palavras dele que inflamam a revolta animal e são suas palavras que serão distorcidas, mais adiante, por causa dos interesses escusos de nosso próximo personagem.
Napoleão: Um porco Berkshire. É a figura do revolucionário brucutu, cuja principal linguagem é a violência. Ele encarna figuras como Stalin, Fidel, Guevara e companhia, na boca um belo discurso e na mão o fuzil.
Squealer: Um porco Tamworth. Até conseguiria conectar a personagem com alguma figura histórica, caberia ali facilmente Molotov e Goebbels, marketeiros de primeira mão, respectivamente da União Soviética e na Alemanha da Segunda Guerra. Contudo, o personagem é, sobretudo, uma personificação da propaganda e da engenharia social. Seus discursos, a distorção dos princípios do animalismo, são aquilo que dá condições para que a ditadura de Napoleão se perpetue.
Snowball: Um porco doméstico. Representa o revolucionário idealista, cheio de boas intenções e, como todo os mortais, disposto a pequenas corrupções em nome da causa. Sua principal linguagem é o convencimento intelectual, por meio de uma argumentação racional ele tenta estimular os animais da fazenda a buscar melhores condições de vida e trabalho, mas ainda assim faz usufruto da desigualdade ao aceitar que se reserve para os porcos a melhor parte da alimentação.
Boxer: Um cavalo. O gigante gentil da fazenda. Trabalhador e bondoso. Sempre pensando no bem estar da comunidade. Representa o proletariado que acredita piamente na revolução e que não poupa esforços para concretizar o ideal de sociedade que ela pretende. Infelizmente, Boxer é cego para as maquinações de Napoleão e Squealer, gastando até seu último suspiro de vida pela fazenda, sem poder usufruir da tranquilidade prometida na sociedade animalista.
As ovelhas: Representam o proletariado de massa de manobra, aqueles que são apanhados pela maré da revolução e apenas seguem com ela, sem realmente compreender o que ela é ou mesmo se ter uma opinião reflexiva sobre como está acontecendo. Elas repetem as palavras de Napoleão e cumprem suas ordens religiosamente.
Jessie: A cadela. É pelo seu ponto de vista que a história é apresentada a nós, parece ser o proletariado intelectual tardio, que aprendeu pela experiência dolorida que a revolução não é feita só de boas intenções. A personagem foi uma das primeiras a perceber que havia algo errado acontecendo e são suas as digressões que intercalam as cenas do filme.
Outros elementos da narrativa também tem muito a dizer, escolhi algumas para desenvolver aqui:
O termo Animalismo, cunhado pelo Velho Major, é uma clara referência ao Comunismo, a ideia de igualdade na distribuição do produto do trabalho coletivo. Na verdade, toda a estrutura da obra responde a lógica do materialismo histórico de Marx.
O Moinho é uma representação da evolução técnica, originalmente pensada para facilitar a vida da comunidade, porém utilizada para maximizar os lucros do ditador. O exército, representado pelos cães adestrados, como ferramenta de controle social, uma metáfora para o autoritarismo que busca sufocar qualquer tentativa de mudar a ordem social.
O Entretenimento e Propaganda também são apresentados como ferramenta de controle, usados para distrair a comunidade de animais dos seus problemas e das tendências autoritárias de Napoleão. Cá pra nós, os animais hipnotizados, são nada muito diferentes de um ser humano que fica sentado na frente da TV como um saco de batatas, ou que tem um viés político como único filtro de informações.
Muito bem, mas o que podemos depreender do filme partindo da Sociologia.
Para começar, a metáfora do filme aponta para o papel óbvio da mídia, do entretenimento e do medo como ferramentas de controle. A TV aparece, em um certo momento do filme como um meio para desarmar uma confusão em torno da injustiça na distribuição de alimento, também é na TV que aparecem programas de natureza ufanista e ultrapatrióticas, sempre com o senso de que a fazenda está sob ameaça e de que é preciso trabalhar mais.
Por falar em trabalho, até mesmo ele é usado como ferramenta de controle. Em seu plano de dominação, Napoleão entende que sufocar os animais com serviço, sugá-los até a exaustão, desestimularia qualquer vontade de questionamento e revolução. Animais ocupados não têm tempo para pensar.
E quando a propaganda e o trabalho não dão conta de tolher a mente do indivíduo, o medo surge como dispositivo de intimidação. Os cães adestrados pelos porcos, originalmente pensados para encarnar a KGB russa, podem tranquilamente também ser uma metáfora para aparelhamento das entidades de segurança pública. Quando a polícia passa a ser servidora de um viés ideológico, deixa de ser prestadora de serviços e se torna uma ferramenta de coerção social.
Contudo, como disse à princípio, a grande lição desta fábula moderna é que boas ideias não garantem bons resultados. Não há dúvidas que o velho Major, ao pensar nos princípios do Animalismo, tinha boas intenções e sonhava com um mundo melhor para seus companheiros animais. Entretanto, frequentemente é esquecido que ideais só sobrevivem enquanto há zelo por eles. Mais que isso, é comum que grandes ideias sejam mal interpretadas ou mesmo deturpadas, dando origem a coisas totalmente diferentes do pretendido. A fazenda deveria ser um paraíso da boa vida para os animais revolucionários, contudo se transformou em um cativeiro de pobreza e trabalhos forçados.
Isso nos leva a outra questão: a ingenuidade custa caro. Decerto Napoleão, Snowball e Squealer são culpados por seus atos, contudo, a dominação só se tornou possível pela ingenuidade dos demais animais. Sua leniência e submissão tornou possível a vida miserável a que foram submetidos. Não é errado esperar o melhor das pessoas que nos representam politicamente, entretanto é uma grandessíssima estupidez fechar os olhos para seus erros.
Bons ideais só sobrevivem alimentados pelo engajamento em torno dele. Como qualquer outra coisa na vida, o projeto de um mundo melhor exige um tipo de comprometimento que se materializa em ações práticas. Não é o momento de uma revolução que determina seu sucesso, é o dia seguinte, é o quanto as pessoas envolvidas estão dispostas a, ativamente, ajustar o ideal ao real, pouco a pouco, transitando da sociedade que temos e a que queremos.
Mas professor? No fim das contas, Animal Farm é uma crítica a esquerda? Sim. Evidentemente sim. Em um primeiro momento a obra foi construída tendo em mente os erros da União Soviética e o distanciamento entre o projeto político de Stalin e o ideal comunista. Contudo, esta adaptação atualiza o seu significado. Cá pra nós: propaganda, desinformação, sufocamento via trabalho, a criação de um estado de pânico e inimizade entre grupos divergentes não é uma estratégia exclusiva de regimes autoritários à esquerda. Todos estes elementos estão presentes e patentes no ocidente capitalista e também compuseram a estratégia de dominação de governos fascistas e, até mesmo, do nazismo.
Aliás, vamos relembrar a icônica cena do filme, quando a Jessie, a narradora desta história, olha pela janela e vê a reunião entre Napoleão e o senhor Pilkington. Em dado momento, não se podia mais ver a diferença entre homens e porcos. Isso nos diz algo importante: a deformação que a corrupção causa é igual na esquerda e na direita, não há mocinhos quando existe gente sendo esmagada por um projeto de poder.
Algumas coisas que eu deixei de fora desta análise:
 Há outras personagens significativas que também carregam suas metáforas, como o corvo e o burro.
 Em certa medida, a obra de Orwell foi usada como propaganda antisocialista, apesar de conter claras críticas ao modo de produção capitalista.
 Existe toda uma querela em torno do título da obra: algumas versões vem com o título “A revolução dos Bichos”, outras fazem opção por “A fazenda dos Animais”, está última mais fiel ao texto original.
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criticandocriticas · 2 years ago
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Happy Sugar Life (ハッピーシュガーライフ-2018)
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Direção: Keizo Kusakawa
Roteiro: Touko Machida (baseado no manga de Tomiyaki Kagisora)
Já faz tempo que eu não sento para ver um desenho japonês, sinceramente, minha época de chamar esses desenhos de anime já foram e minha paciência para fillers, a mesma história de garota mágica e meninos com várias pretendentes me fizeram perder o interesse quando eu parei de assistir Clannad todo ano no natal. Sim, eu já fui uma otaku fedida, não tenho orgulho e sinceramente, não se fazem mais animes como antigamente. Mas, eu peguei pra ver esse com minha namorada pelo simples fato que no prime dizia ser sobre o amor de duas meninas. Até aí tudo bem.
"Happy Sugar Life" conta a história de Sato Matsuzawa, uma colegial que aparentemente se prostituía ou só ficava com várias pessoas, o desenho não deixa claro. Em algum momento da vida dela, ela se apaixona e decide arranjar um emprego comum para sustentar ela e sua nova namorada, Kobe. Ainda no primeiro episódio, descobrimos que Sato tem um relacionamento com uma criança e que tem cartazes procurando por ela pela cidade toda. A história é baseada nos quadrinhos de Tomiyaki Kagisora.
Sim, é uma história sobre pedofilia! E como você pode ver na imagem no post e no google, se você tiver coragem, as pessoas parecem não se importar com essa problemática. Elas até gostam, sexualizam as personagens (inclusive a criança). Sinceramente, eu passei três episódios sem querer acreditar no que estava vendo, eu fiquei criando várias suposições na minha cabeça do que estava acontecendo, mas tudo me levou à mesma direção: todos os personagens eram pervertidos e não tinha nenhuma crítica. E eu repito: estão falando bem, as pessoas adoraram e não vêm nenhum problema em falar como horror psicológico é bom e divertido.
O Japão é conhecido por fazer essas histórias extremamente doentias, Hentaiis sobre tentáculos e bastante sexualização dos seus personagens. Mas na minha época, as pessoas usavam "Boku no pico" para zoar os amigos que estavam entrando nesse mundo de weebos, a gente tinha aversão pela pedofilia, ria muito, se preocupava com a cabeça dos japoneses e depois discutia se aquilo era saudável ou não. Era unânime a opinião de que pedofilia era nojento e inaceitável, quando isso virou comum e bonito?
Todos os personagens tem algum desvio sexual, a protagonista é psicopata e pedófila, o professor também é pedófilo e tem aquele desvio de caráter básico de ser casado e se relacionar com outras várias mulheres (e dá em cima de uma aluna), o colega de trabalho da Sato também é pedófilo, a tia tem vício em sexo masoquista (o que faz ela negligente), o irmão da Kobe é obsessivo e a gerente estupradora e sequestradora. De início eu pensei que eles iam falar sobre como o pedófilo pensa, fazer uma análise, afinal, eles falavam o tempo todo de como ela era doce e pura, o que é muito comum em pessoas com esse desvio. Mas a cada vez que foi se aprofundando na história, eu só vi o quanto um ser humano pode ser doentio, porque até o irmão simulava um casamento com Kobe dizendo os mesmos votos que ela falava para a sua abusadora.
Do meio pro final, "HSL" se torna entediante, ele repete muitas vezes os mesmos monólogos longos e exaustivos sobre o quanto a menina é quente, doce e inocente, o que fez tudo perder o impacto. Chegou um momento que até os flashbacks se tornaram irrelevantes, eu só queria acabar logo e que todo mundo morresse. No final, a única personagem saudável morreu num incêndio causado por Sato, a tia levou a culpa e Kobe não morreu depois de cair do telhado do prédio que ela e Sato moravam. Apesar de sair quase ilesa, a criança continuou "apaixonada" pela vilã, ninguém contou para ela que tudo aquilo que ela viveu era errado e ela volta para casa com seu irmão obsessivo e a mãe que literalmente a abandonou a própria sorte na rua. Essa história não tem final feliz, e na minha opinião, é tão doentia, ou até mais do que o bizarro "Boku no piko".
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pequenaraposa · 2 years ago
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janeiro & fevereiro
Olá, amigues! Como vocês tem estado? Espero que bem! 
Resolvi escrever uma retrospectiva sobre os dois primeiros meses desse ano. Janeiro e fevereiro foram caóticos pra mim, emocionalmente falando, pois iniciei muitas coisas novas. Estou estudando Magia Natural com mais afinco, entrei pra terapia em grupo (embora seja só para neurodivergentes/autistas, ainda existe uma carga meio forte para expor meus sentimentos para várias pessoas que ainda não conheço muito bem) e encontrei uma nova terapeuta individual.
Minha rotina mudou de forma muito abrupta, por isso tenho estado bastante ansiosa e estressada, embora extremamente grata por tudo o que tem acontecido de bom nos últimos meses. Pessoas que eu considerava tóxicas (não eram más, mas não me faziam bem ou não me traziam energias positivas), se retiraram da minha vida, e novas pessoas estão entrando. Pessoas muito queridas e empáticas! Estou muito contente e aliviada nesse ponto.
Estou assistindo e lendo conteúdo novo e revisitando muitas coisas que amo. Em janeiro e fevereiro eu li (e reli) dez livros, sendo os meus preferidos: The Boy, The Mole, The Fox and the Horse (as duas versões); O Herdeiro Roubado e Bambi. Li, também, dois livros de magia que adorei, sendo, um deles, Bruxa Natural - Guia Completo, e o outro Bruxa Intuitiva.
Quem tiver interesse em ver as resenhas sobre o que eu li até o momento, pode acessar o meu Goodreads: https://www.goodreads.com/user_challenges/40716773
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O Menino, A Toupeira, A Raposa e O Cavalo já tinha me conquistado ano passado, até que esse ano saiu uma bela animação em curta metragem e um livro baseado nela. Essa história toca profundamente o meu coração, é singela e muito poética. 
Eu também já tinha lido Bambi a muito tempo atrás, mas esse ano resolvi reler com um novo olhar. É muito bonito, triste e além de falar sobre os ciclos da natureza, também é uma história sobre luto e amadurecimento. Até comprei uma carteira do Bambi (versão Disney) pra guardar meus documentos! 
O Herdeiro Roubado não foi uma grande surpresa pra mim, mas é um livro novo de fantasia YA, da saga Elfhame, que me divertiu muito, assim como a maioria dos livros da querida Holly Black. A escrita dele é leve, o mundo de fantasia me encanta e me entretém.
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Comecei o ano revendo It’s Okay Not to Be Okay (Tudo Bem Não Ser Normal, em português), um drama coreano que se tornou um dos meus favoritos do mundo. Eu decidi que esse ano vou rever muitas das coisas que gosto, então comecei por essa história tão querida. É sobre uma escritora que sofre de um transtorno que afasta as pessoas queridas da vida dela, até que ela conhece um cuidador que trabalha em hospitais psiquiátricos e se apaixona por ele, além de desenvolver uma bela amizade com o irmão dele, que é autista! 
As minhas maiores surpresas, foram os dramas coreanos Mr. Sunshine Raio de Sol e Alquimia das Almas. O primeiro se passa num contexto histórico, bastante condizente com acontecimentos da vida real, na época em que Joseon começou a ser colonizada por outras nações. É bastante triste e trágico, mas não deixa de ser bonito, cativante e tem uma fotografia esplêndida!
Alquimia das Almas é um drama de fantasia muito gostoso e bonitinho. O foco está mais no romance e nas cenas divertidas com um bom toque de fantasia. Acho que consegui equilibrar bem as coisas que assisti nesses dois meses (entre leve e pesado). 
Agora estou esperando a segunda parte de The Glory, que já é um drama coreano com uma carga psicológica mais forte. Gostei bastante dos primeiros episódios e vou assistir a continuação, que chega ainda em março.
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E, finalmente, vamos falar sobre jogos! Eu sinceramente não tenho tido muito tempo para jogar nada com afinco, mas recentemente comprei o jogo Cozy Grove (+ expansão), que é muito relaxante e exige do jogador, no máximo, umas duas horinhas e meia por dia. É um jogo com uma energia meio Animal Crossing, mas é indie. Você é um escoteiro numa ilha de fantasmas ursos e tem que ajudar esses espíritos, para deixar a ilha colorida e desbloquear a história tão misteriosa desse lugar e seus habitantes.
Aos poucos você consegue ferramentas para explorar a ilha, assim como em Animal Crossing, e colher novos materiais (madeira, cogumelos, plantas, frutinhas, peixes, minérios) para fabricar itens que ajudarão os amigos ursos em sua jornada. Muito fofo e a arte é um deleite para os meus olhinhos! 
Eu sei que o post ficou gigante, mas aconteceu tanta coisa nesses meses, que eu tentei resumir ao máximo. Não comentei sobre outras coisas que li e assisti, mas acho que o importante é deixar a essência delas aqui. Foram meses bem frenéticos, cheios de novas ideias, pensamentos e, sobretudo, sentimentos.
Fiquem bem e vivam intensamente, eu prometo que também estou dando o meu melhor para isso!
Obs.  Minha cabeça tá tão zoada, que coloquei o It’s Okay Not to Be Okay como algo que foi assistido nos dois últimos meses, mas foi no finalzinho do ano passado. Ignorem isso!
Tem mais duas séries que assisti esse ano, mas que não mencionei no post. Uma delas, foi um j-drama bem bonitinho - Hatsukoi, a outra foi Heartbreak High.
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daily-anna · 7 months ago
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atualizações
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e ai meninas
vou trazer algumas novidades sobre a minha vida que foi bem interessante esses últimos dias
meu ultimo post autoral falava que minha semana de provas se aproximava e hoje foi minha ultima avaliação, ainda vou receber meus resultados, acho q fui bem na maioria e espero ter passado em tudo hehe
eu terminei de (re)assistir gossip girl e gostaria de deixar bem claro minha indignação com o final SPOILER A SEGUIR !!!! sinceramente não fez sentido nenhum o dan ser a gg e todo mundo perdoar ele porque ele é um coitadinho excluído... aparentemente o tumblr adora o casal blair e dan mas pra mim esse casal foi um surto coletivo e o dan tb não combina com a serena. enfim, odiei o final e lembro que na minha adolescencia eu tinha achado um máximo (que tola!).
meu namorado ta passando uns dias comigo e está sendo uma experiencia agradavel. seria melhor se a minha cama não fosse pequena, acho que a gente dormiria mais confortavel apesar de ser legal dormir bem agarradinha... ele me comprou dois livros, ja comecei a ler um e to quase finalizando, quando terminar faço resenha aqui. a gente também sai para restaurantes e experimenta comidas novas. é muito divertido. queria que fosse sempre assim
outra coisa que me animou esses dias foram os shows da Lana no Coachella. podemos falar o quanto ela estava maravilhosa? o figurino lindíssimo, a maquiagem impecável, sua voz e performance perfeitas, a entrada triunfal... ela estava muito linda e irradiando confiança. fiquei muito feliz por ela
por fim, depois de gossip girl comecei a assistir sex and the city, as personagens são doidinhas e os pensamentos muito equivocados, mas da pra entender que é uma serie dos anos 2000 tentando ser revolucionária e a realidade americana é bem diferente da brasileira. a charlotte foi quem eu mais me identifiquei. a serie é mt divertida, me tira umas risadinhas e me faz pensar algumas questões. quando terminar as temporadas venho falar aqui meu veredito final.
é isso, até
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ritakujawski · 7 months ago
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Resenha: Kill la Kill – Vestidos para Matar: uma história que corta paradigmas
Kill la Kill é um anime do estúdio Trigger lançado entre 2013 e 2014 e conta a história da novata Ryuko Matoi chegando na escola da cidade em que ela morava quando mais nova e tendo que lidar com a estranha hierarquia de lá, liderada pela famosa Satsuki Kiryuuin.
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suplementosnaturais35 · 9 months ago
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