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━━ ★ TUTORIAL: FINALIZAÇÃO DE CAPA
E ai, xuxus! tão numa boa?
Já faz um tempinho que estou devendo uma resposta para uma ask que recebi no começo do ano a qual um(a) de vocês me perguntava como eu finalizava as minhas capas. Infelizmente, ao tentar fazer esse tutorial com a minha última arte postada, acabei deletando a ask sem querer, então não consigo mais responder por lá. Para quem a enviou para mim: desculpe pela demora xuxu!! tô até envergonhada por ter demorado tanto tempo assim para te responder... muito obrigada pelo carinho e por ter me acompanhado desde a era gaonsu!! ♡
Antes de tudo, gostaria de dar todos os créditos para @mercuryport, @maluyoongi e @kodalindissima. Sempre que termino de editar as capas, tenho o costume de mesclar as infos das finalizações disponibilizadas em seus sites, as medidas não são minhas, então a cada passo do tutorial estarei indicando de quem são cada informação passada.
OPCIONAL:
Essa parte é opcional, pois dependendo da capa o posterizar não combina muito, mas como nessa eu o usei, achei melhor colocar aqui.
Quando escolho por usar, sempre utilizo esse efeito antes de começar a finalização, pois se aplicar depois sinto que a qualidade da imagem não fica boa. Na maioria das vezes aplico o posterizar sob a camada do coloring ou sob a camada do mapa degradê, que costumo a usar mais do que colorings.
Para aplicar o posterizar basta clicar naquele iconizinho lá embaixo, onde coloquei um quadradinho vermelho, e ele irá aparecer dentre as opções disponíveis. Ao clicar nela, irá abrir uma aba onde estará escrito "níveis", os números que uso ali dependem muito de capa para capa, mas sempre vario entre 12, 13 e raramente 14. Para essa arte em especifico, no entanto, eu ajustei o nível para 17.
créditos do coloring usado: @colour-source
1. topaz: salve a capa em png e abra o arquivo. Ao fazer isso, vá em "filtro" na parte superior do photoshop e selecione "topaz labs" dentre as opções que irão aparecer. Lembrando que é necessário ter o Topaz Clean 3 plugado no photoshop para conseguir usar essa opção.
Normalmente costumo usar muito as medidas que a @maluyoongi me passou, assim como nessa capa, mas tenho outras duas medidas salvas no meu "PRESETS" que pertencem a @kodalindissima e @mercuryport. Dependendo da capa e das necessidades dela, intercalo entre essas três medidas.
Antes de divulgar essas medidas, solicitei a autorização da @maluyoongi para estar repassando para vocês. Não estou mostrando as demais salvas pois, diferentemente da Malu, não conheço as(os) capistas mencionadas(os) em particular, apenas as suas artes, então não acho justo sair divulgando sem uma autorização, ainda mais quando já estão disponíveis em seus perfis.
2. aplicação de nitidez: medidas dos passos seguintes disponíveis no perfil da @kodalindissima.
Após aplicar o topaz, sigo a aplicação de nitidez da @kodalindissima que está disponível nesse post (link) no perfil dela. As medidas que usei para essa primeira aplicação de nitidez estão no passo 3 do post dela. Não estarei divulgando explicitamente as medidas aqui pois não solicitei a autorização dela, então acho mais justo encaminhar vocês para o post dela.
3. ruído: para aplicar o ruído vá em filtro > ruído > adicionar ruído.
Assim como o posterizar, a intensidade do ruído vai depender muito das qualidades das fotos que você usou para montar a capa. Muitas vezes, quando as fotos escolhidas não tem uma qualidade muito boa, é sempre bom usar o ruído numa intensidade menor, para não deixar a imagem com um aspecto ruim. No entanto, se as fotos são de uma qualidade melhor, dá para ousar um pouco mais no ruído. Ainda assim eu nunca passo do 3%.
Geralmente eu uso a intensidade mencionada no passo 3 da @kodalindissima (link), mas quando a qualidade das imagens que eu escolho não estão muito boas, eu uso a intensidade do ruído mencionada no post (link) @mercuryport.
4. outra aplicação de nitidez: depois que eu já apliquei o topaz, nitidez e o ruído, aplico mais um pouco de nitidez. A intensidade e o raio dessa segunda aplicação está disponível no passo 5 do post da @kodalindissima.
Depois de aplicar essa segunda nitidez, sigo a risca o restante do tutorial dela. Ou seja, a partir do passo 5 do post dela, eu não mesclo com outro tutorial, sigo a risca as instruções dela. E, no final, o resultado final fica assim:
Eu sou péssima para explicar as coisas, mas espero ter conseguido passar tudo certinho para vocês. Sei que talvez fique meio confuso de entender, porque terão que ficar navegando de um post para outro, mas como não pedi autorização para as capistas para disponibilizar explicitamente as medidas, então não achei justo simplesmente colocar aqui. Uma dica, que inclusive a @kodalindissima, ensina no tutorial dela, é salvar essa finalização em uma action para vocês não precisarem ficar navegando de post em post o tempo todo para finalizar a capa de vocês.
obrigada pelo carinho!!♡
espero ter conseguido ajudar.
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Por favor, Delegado ❤️
Oioi minhas gostosinhas, essa demorou em? E eu sei que tinha prometido outras duas ones pra vocês, mas eu estava muito desanimada e meu tumblr tava horrível, sem chat, sem poder responder os posts e eu também estava triste. Escrevi essa com muito custo e talvez não esteja tãooo boa, mas espero que vocês gozem gostoso mesmo assim. Amo vocês 💚
Avisos: one tradicional, Delegado Tomlinson, Harry bandido, Louis fardado, uso de algemas, desuso de camisinha, spanking, submissão, palavras de baixo calão como: cuzinho, cacete, putinha etc.
🚨🚨🚨🚨🚨🚨🚨🚨🚨🚨
A sala estava quente, o pequeno ventilador não dava conta já que Louis estava usando a farda de policial, o relatório a sua frente dançava na tela e suancabeça estava explodindo de cansaço. A gravata azul parecia sufocar, o distintivo prateado era ridículo, ele só usava essa roupa pq a delegacia exigia, imbecis.
O tumulto do lado de fora se formou rapidamente, vários gritos e policiais se levantando, fazendo com que ele se levantasse e saísse da sala ajeitando o chapéu idiota em sua cabeça, 3 policiais seguram um homem sem camisa e tem sangue em seu rosto.
- Que porra é essa aqui? - Ele diz em um tom de voz alto e todos paralizam, o policial Mathias é o primeiro a falar.
- Delegado, esse babaca aqui estava repassando droga e bateu no Policial Fernandes. - Seus olhos reviram imediatamente, por que Fernandes é um imbecil.
- Manda ele pra interrogatório. - Quando Mathias tenta mover o homem, ele se debate.
- Me solta, caralho. Eu sei andar sozinho, seu Imbecil. - Mathias o arrasta mesmo assim, o jogando na cadeira, seus pulsos já estão algemados. - Como vocês são hospitaleiros, arrombados do caralho.
- Claro que é você, Styles. - Os olhos de Louis o analisam pela primeira vez o homem sentado na cadeira, o reconhecendo de imediato, ele já entrou na delegacia mais de uma vez, mas ele sempre se livra, sempre. - Coloca ele na minha sala.
- O Caralho! Todo mundo sabe que não tem câmeras, eu não vou entrar nessa merda. - Ele volta a se debater e os policiais o seguram, então algum deles fala “ta com medo?” - Medo devia ter você, filho da puta, me solta.
Geralmente Styles se mantém calmo, mas hoje sua camisa está arruinada pendendo na sua cintura, suas mãos estão cheias de seu próprio sangue e tem um corte em sua testa. Ele se debate o caminho inteiro até a sala, e quando ele é preso na cadeira enfrente a mesa do delegado, ele o olha com ódio ou muito mais que isso.
- Saiam. - Os policiais se mostram apreensivos. - Saiam, porra.
Eles saem apressados e Louis fecha as persianas em sua sala.
- Belo teatro, Senhor Styles. - O preso sorri sarcástico. - Pelo que me lembro eu falei que não queria você na minha delegacia de novo, você estava passando droga de propósito e insultando um policial.
O sangue está começando a estancar do corte em seus rosto e Louis pega um pano limpo dentro da gaveta, o pressionando na testa dele, até que pare de sangrar, limpando um pouco aquele rosto.
- Você me disse que se eu aparecesse na sua delegacia mais uma vez, ia me dar uma lição. - É claro que Tomlinsom se lembra disso, lembra de como chegou o rosto tão perto dele, nunca em todos os seus anos de delegado ele sentiu tanto ódio de alguém, Harry entrou pela delegacia pelo menos umas 6 vezes, antes apenas pelo policiais o acharem suspeito, mas nunca conseguiram provar absolutamente nada, ele não passava droga, nunca. Da última vez que ele esteve lá como investigado de participação de tráficos de drogas, ele estava em seu máximo de flerte e Louis o disse claramente que ia ensinar uma lição a ele, tão perto de seu rosto que seus lábios quase se encontravam. - Eu não podia perder a oportunidade, Delegado.
Seu sorriso é enorme. Ele era como Judas, como se Louis estivesse traindo a Jesus e seus princípios por querer ele, era óbvio que Styles não estava envolvido de forma pequena ao crime, o delegado sabia que ele era um traidor por estar aqui em sua sala, o provocando, sendo pego propositalmente, mas o de olhos azuis se sentia um desgraçado por sentir tanto tesão por ele, ele era um poço de perdição.
Bonito como inferno, suave como céu, delicioso como pecado.
- Achei que você era só mais um machão Styles. - O delgado contorna sua mesa pegando a ficha dele que jogaram na superfície. - Você quase bateu no Fernandes, xingou ele de vários nomes, mas agora você está tão quietinho, na verdade vocês sempre fica quieto na minha presença, Por que?
- Por que eu quero te agradar, Delegado Tomlinson. - Styles o olha com aqueles olhos verdes enormes e parece outra pessoa, e Louis não vê mais o homem imponente, por que antes de ser bandido, Harry styles era a maior vadia.
- Assim você parece só uma putinha desesperada, Styles. E você já pode parar de fingir que está preso a cadeira, quando sei que você já se livrou das algemas.
Harry bufa alto, trazendo as mãos pra frente as algemas pendendo em só uma mão e a chave que ele roubou de Mathias na outra. Então ele prende a outra mão novamente e estica a chave na direção do outro, fazendo um biquinho nos lábios vermelhos, limpando a mão no pano que Louis deixou em seu colo.
- Estava doendo um pouco meu pulso, desculpe. - O menor se aproxima para pegar a chave e assim que a pega, Harry faz o que sempre quis, o puxa pela gravata azul do uniforme. - Por favor, Delegado Tomlinson.
E o Delegado se desespera e simplesmente choca suas bocas, Harry tem gosto de cereja, sangue e nicotina, ele o levanta da cadeira percebendo que ele é tão alto que precisa ficar na ponta dos pés para o alcançar, joga os papéis no chão e o deita em sua mesa, e o maior geme pelo contato gelado em suas costas, a boca de Tomlinson é como mel, suave, a língua macia que implora por mais, como se ele fosse devorar casa pedacinho. Eles eram como material inflamável e fogo, eles se quiseram desde o primeiro olhar, por que não importava quem eram.
Louis e Harry queimavam.
Quando Louis segurou seus braços presos acima da cabeça, e chupou sua clavícula, onde ainda tinha um pouco de seu sangue, o maior gemeu deliciosamente.
- Você precisa ficar quietinho, minha vadiaizinha, ou eu vou ter que explicar pros meus policiais que não resisti em te comer fundo. - Harry gemeu de novo pelo apelido, dessa vez baixinho - Uma putinha tão obediente, Harry. O que será que diriam ao ver o machão lá de fora entregue pra mim? hm?
Ele sugou os mamilos rosados e beijou todas as tatuagens do peito, mamando nos biquinhos de Harry, o fazendo arquear a coluna e chamar pelo Delegado em um sussuro, mas foi quando ele chegou na barra de sua calça, que precisou se conter pra não gritar. A boca de Louis era macia, tão molhada. O gosto metálico de seu sangue estava deixando o de olhos verdes ainda mais tonto quando ele enfiou os dentes em seu lábio inferior ao que o Delegado abaixou sua calça e seu pau já molhado bateu em sua barriga.
- Oh querido, que delicia. Você tem um pau lindo. - A boca de Louis aguou de vontade, o pau na sua frente era rosa, cheio de veias, a cabeça lisa, pelos aparados e estava tão molhado, que ele apenas caiu de boca, lambendo da base até a ponta, sugando todo o pré-gozo doce, que enchia sua boca e o fazia chupar com fome, brincando com as bolas cheias e pesadas, dava para sentir cada textura em sua boca, a enchendo tão bem, o menor se sentia no céu.
- Delegado T-Tomlinson, ohh, caralho, que boca gostosa. - A boca era tão macia, molhada, e chupava seu pau como ele nunca havia sentido, parecia que Louis estava faminto, querendo o matar de tanto tesão, suas pernas tremiam, o suor vertia até mesmo de seus braços, sua mente só pensava no calor envolta de seu cacete, no som obsceno que ele fazia ao chupar cheio de baba e nos olhos azuis brilhantes que o veneravam como ele o pertencesse, Harry arrancou aquele chapéu ridículo e segurou nos cabelos castanhos. - Caralho, isso Senhor, sua boca é deliciosa, continua me mamando gostoso assim que eu vou dar toda minha porra.
Louis deu um tapa forte na lateral da coxa gostosa, fazendo Harry arquear as costas e morder o braço enquanto gozava em jatos doces e quentes naquela boca. Sentindo seu corpo tremer e sua cabeça quase apagar de tanto tesão, sentindo seu leite passar por seu pau, suas veias bombearem, seu membro pulsar e Louis beber cada gota dele, ele olha em seus olhos azuis, com cílios molhados e a boca rosinha com lábios finos pingando a sua porra.
O maior se levanta e joga o delegado na cadeira, arrancando sua própria calça e subindo em cima de Louis, beijando a boca com seu gosto e sentindo as mãos cheias de veias segurando sua bunda e passando um dedo em sua entrada, sentindo o volume enorme enquanto roça em seu colo, era como se estivesse descontrolado ao levar as duas mãos na camisa da farda e passando os dedos pelo distintivo prateado de Delegado e abrindo a camisa em um só puxão, os botões voam e Harry finalmente tem a visão daquele peito, com tatuagens ainda mais deliciosas e aquela barriga bronzeada molhada em suor.
- Caralho Harry! - O menor segurou os cabelos em uma mão, e segurando aquele rosto perfeito na outra.- Você acha que é quem, hm. - O tapa foi certeiro, fazendo um barulho alto, fazendo a entrada de Harry se contrair. - Vou ter que te lembrar quem manda aqui? Quem é o seu Senhor?
Puxando o cabelo macio, Louis faz com que o maior se ajoelhe, batendo naquele rostinho mais uma vez, só para ver os olhos verdes arderem em fúria.
- Isso minha putinha, me chupa com ódio, mas baba todo meu pau bem gostoso, por que eu não vou abrir esse cuzinho, eu vou te comer sem preparação. - Louis diz abrindo a calça de alfaiataria azul que aperta suas coxas gostosas e tira o pau pra fora, é enorme, longo, com a cabeça arroxeada, a gota de pré-gozo brilha na cabecinha e aquele cacete é pesado na língua de Harry quando o delegado o apoia ali.
O gosto de Louis preenche o paladar de Harry, deixando sua boca cheia só com a cabecinha e ele chupa com vontade, babando, sentido cada centímetro entrar e aquelas veias pulsarem enquanto a língua rodeia o comprimento, ele chupa com raiva, lembrando de todas as vezes que o outro o ameaçou, leva as mãos presas até as bolas cheias, vendo o delegado relaxado na cadeira, as pernas abertas e o rosto cheio de prazer, a cabeça pendendo pra trás em um gemido baixo e seu nome saindo daqueles lábios, e Louis estava tão entregue que até mesmo deixou Harry apertar seu períneo e passar aqueles dedos em sua entrada, só massagem e era tão gostosinho.
- Oh Harry, claro que você seria profissional nisso, com essa boquinha que implora por um pau, desde que entrou aqui pela primeira vez eu imaginei essa boca deliciosa mamando. - Louis sabia que ia gozar se continuasse ali, e ele não queria, sua vontade era encher o bandido de leite, então ele tira seu pau do calor molhado daquela boca olhando aquele rosto.
- Que pau gostoso Senhor, me deixa chupar mais, por favor. - Os olhos era tão grandes e pidões, mas ele não cede, beijando a boca com gosto do seu caralho, levantando ele pelo cabelo sem descolar suas bocas, passando a mão por aquele corpo, batendo naquela bunda e chupando aquele pescoço cheiroso, já se sentindo viciado.
Ele jogou Harry na mesa novamente, dessa vez de bruços, fazendo o criminoso segurar na borda da mesa com as mãos presas, era uma puta visão, aquela bunda empinhadinha, marcada pelo seus dedos de tanto apertar e não resistiu ao acertar outro tapa. Provocou o outro passando seu pau na fenda, cuspindo um pouco antes de alinhar a cabecinha com o cuzinho apertado e se forçou pra dentro de uma única vez, fazendo o maior gritar. Ele se debruçou e o puxou pelos cabelos.
- Cala boca, puta do caralho, não queria o meu cacete, hm? - Ele disse dando uma tapa em seu rosto e tampando a boca de Harry com a mão. - Quer que alguém entre aqui e me pegue assim? Arrombando essa entradinha apertada? Mostrando o quão macho você é? Ou é isso que quer Styles, mostrar como você é uma vadia pra mim?
Ele passou a estocar com brutalidade, a mesa balançando, o barulho das peles se chocando enquanto Harry tinha seus gemidos e suplicas abafadas pela mão de Louis, suas peles suavam e a entrada do maior era tão apertada e quente, suas paredes apertavam aquele pau, fazendo com que Tomlinson gemesse em seu ouvido.
- Porra de bunda gostosa, você ta me engolindo tão bem, eu quero te foder pra sempre. - E Harry queria, ele queria Louis lá dentro e bem fundo, mas ele sentiu o pau saindo dele e suas costas colidindo na mesa, o menor agarrou seus pulsos e abriu as algemas, ele queria àquelas mãos em seu corpo e voltou para dentro com ainda mais força.
Ele sentiu o pau tão fundo, seu pau roçava na barriga do delegado que bateu mais um vez em sua cara só pra logo depois cuspir em sua boca e chegar com aqueles olhos bem perto de seu rosto, falando enquanto roçava seus lábios.
- Quem é o seu delegado, Harry?
- Você, Louis Tomlinson, Meu Delegado Tomlinson. - Louis sorriu em satisfação, fodendo a próstata do outro. - Fode sua putinha, me enche de leite.
- Vem minha vadia, goza comigo, deixa a gente todo sujo. - Harry arranhava as costas colocando a mão por dentro da camisa aberta, a gravata já caída pelo chão, mas o resto da farda naquele corpo, aquela pele macia, os lábios nos seus e o bandido sabia, sabia que estava perdido, ele queria o Delegado muito mais vezes.
- Oh Louis! - Ele gritou sendo abafado pela boca do outro, mas a delegacia inteira sabia o que estava acontecendo naquela sala, as janelas suadas, os gritos e batidas, até o cheiro de sexo.
Então o caralho de Louis foi apertado quando outro gozou, sentindo o melhor orgasmo de sua vida tremer seu corpo todo, gemendo para o outro, e enchendo aquele cuzinho, derramando cada gota de seu leite enquanto Harry se perdia em prazer, sentindo o pau pulsando em seu interior e as lágrimas caírem de seus olhos verdes, chorando de prazer.
- Você é meu, Delegado, entendeu? - E Louis só pode concordar, implorando pra que fizessem dar certo e ele pudesse ter seu bandido pra sempre.
🚨🚨🚨🚨🚨🚨🚨🚨🚨🚨
Gostaram?
Me deixem saber.
All the love,
Blue
#larry stylinson#harry styles#louis tomlinson#fuck#breedingkink#ltops#hbottom#delegado#policia#larrysmut#larry stylinsmut#larry sex
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casos ilícitos
Matias Recalt x f!Reader
Cap. 4
Depois de dias de camisas xadrez e noites em que você me tornou sua. Agora você envia minhas coisas de volta e eu caminho para casa sozinha.
Muitoooo animada pra esse capítulo, dessa vez irá ser pelo ponto de vista do Matias pra gente entender um pouco a perspectiva dele. Esse também é o primeiro capítulo com cenas mais explícitas. Matias com ciúmes? Teremosss!!!! Espero que gostem ☺️.
Obs: algumas notas explicativas no final!
Avisos: Smut, fingering, linguagem imprópria, ciúmes, possessivo, angst.
Palavras: 7 k **Já peço desculpas pelo capítulo extenso, os próximos vou tentar fazer menores, mas aproveitem 🙌 !!! **
A noite do restaurante só poderia ser descrita como um desastre absoluto, confuso e inquietante. Assim que você saiu pela porta do banheiro, chateada e apressada, o garoto não soube direito como reagir. Ou melhor, ele não soube como reagir ou o que pensar a respeito da conversa inteira que tiveram. Então só ficou calado, com medo de dizer a coisa errada, te deixando pensar, e assumir o pior da situação e dele. Você era sempre tão calma e racional, então não esperava que iriam ter uma discussão tão acalorada, e ainda mais em um lugar público, com todos os seus amigos do lado de fora os esperando. Ele considerou se deveria te seguir, se deveria tentar te acalmar, e explicar as coisas, mas na promessa de que? O que ele te diria que você já não soubesse? Ele era um idiota e tinha te decepcionado, não tem muito mais o que dizer sobre isso.
Mesmo não querendo que a noite terminasse nesses termos, também não queria te pressionar, e arriscar piorar ainda mais a situação. Então achou melhor te deixar ir embora, e tentar falar com você em um outro momento. Ele te daria espaço se era isso o que você queria, e precisasse. Mas ele não aceitaria o fim de tudo. Preferia acreditar que você estava exaltada e não pensou direito no que disse. Ele precisava acreditar nisso, se não perderia a sanidade ali mesmo.
Após alguns minutos de debate interno, considerando todas as suas opções, inventou algo para os meninos, dizendo que você saiu às pressas porque estava indisposta- o que eles fingiram acreditar, e não questionarem nada, vendo o desespero na cara do garoto – e quinze minutos depois se encontrava na frente de seu prédio. Não ousou interfonar ou pedir para subir, só queria ver se você tinha chegado em casa bem, e em segurança. Não gostava muito da ideia de você entrar no carro de um desconhecido para ir embora, não importasse a quão brava você estivesse com ele, sua segurança deveria vir em primeiro lugar. Então precisava constatar se estava tudo certo, e vendo a luz saindo por sua janela, a qual correspondia ao seu andar, ficou mais tranquilo. E agindo como o mesmo covarde que foi a noite toda, ele dá as costas, e vai embora.
Ele não conseguiu dormir direito aquela noite, só repassando a cena em sua cabeça repetidamente, de novo, e de novo. Se perguntando como um jantar agradável, chegou a aquele ponto. Para começar, não esperava que Malena fosse aparecer lá, não mesmo. Não foi o que ele queria quando mencionou casualmente que sairiam pra comer no mesmo lugar de sempre – após ser questionado se teria planos para aquela noite - Achou que havia ficado explícito a falta de convite, mas obviamente não foi claro o bastante, já que apareceu lá de qualquer maneira.
Ele ficou afetado em vê-la, é óbvio. Desde que a mesma voltará de viagem, a alguns dias atrás, eles só trocaram mensagens, e foi a primeira vez que ele a viu pessoalmente em anos, desde o término. E ela estava tão linda quanto ele se lembrava. Mas a situação saiu de controle conforme conversavam, e ele via o quão desconfortável você parecia, tendo que presenciar uma estranha o tocando, e ele não a afastando. Nunca haviam definido o que tinham, mas sabia que você não ficava com outras pessoas, e esperava que você soubesse que ele também não. Então porque ele afastava todas as garotas que flertavam com ele, mas não essa em específica? Ele não queria pensar no motivo, ou que você soubesse agora.
Malena sempre foi de toque físico, e ele não queria constrangê-la naquele momento, dizendo para manter a formalidade, mas também não queria te chatear, então disse para ela, que eles poderiam conversar melhor em outra hora, só os dois. Sem seus amigos, ou você olhando. Então se despedem, e ao contrário do que imaginou, com a partida da garota mais velha, as coisas só pioraram. A briga no banheiro, seu olhar de mágoa e decepção, e as palavras lançadas impiedosamente, em um momento de raiva.
Ele queria de verdade se acertar com você, mas não sabia como se sentir no momento. Vocês tinham algo especial, ele sabia disso, mas será que era o bastante para firmarem em um relacionamento? Ele tinha medo de se envolver com outra pessoa, e mesmo com você tendo sido paciente, muito mais do que ele poderia pedir, ele sabia que isso não duraria por muito tempo. Eram claras as intenções da Malena ao ir encontrá-lo, e querer vê-lo, e mesmo se odiando, ele estava dividido.
Com Malena, ele saberia o rumo que as coisas tomariam. Continuariam de onde pararam, e ele permaneceria em sua zona de conforto. Com o mais do mesmo, com o conhecido, e usual. Tendo a mesma rotina monótona de sempre. Já com você, seria completamente diferente. Você era um livro de mistérios, o qual ele descobria um novo capítulo toda vez que te via. Se perdia em você, se maravilhando com cada nova coisa aprendida a seu respeito. Ele se desafia, e descobre mais coisas sobre si mesmo quando estão juntos, e detesta isso. Você não deveria fazê-lo se sentir desse jeito, fazê-lo se sentir especial ou importante. Ele estava acostumado a ter o controle da situação, mas com você, era impossível. E enquanto tenta se decidir se isso é realmente algo bom ou ruim, ele cai no sono, esperando que o dia seguinte seja melhor.
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Ele acorda se sentindo um lixo, seja por causa da briga, ou pelas poucas horas de sono que teve aquela noite. O sentimento de preocupação em saber como você estava, ainda era presente, mas ao mesmo tempo, estava hesitante se deveria te mandar uma mensagem, e questionar, ou até mesmo arriscar te fazer uma visita, o que duvidava que você iria apreciar neste momento. O único alívio que sentiu, foi quando alguns minutos depois, olhou no grupo de mensagens, e viu que você havia respondido os garotos, dizendo que estava bem. Dando sinal de vida. Mas só isso. Ele queria te dar um tempo, e até mesmo organizar os próprios pensamentos, mas era difícil. Se acostumou tanto com sua presença, que não sabia como ficar sem você. Mas no momento, isso era o melhor, e ele sabia. Então o resto do domingo foi gasto tentando ter concentração o bastante para adiantar alguns trabalhos da faculdade, vendo algum filme, que ele não se importou em lembrar o nome, e ignorando as notificações da garota mais velha, que insistia em enviar mensagens a ele. Não queria responder, ou falar com ninguém no momento. Só se esse alguém fosse você.
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Na manhã seguinte, com quase nenhuma vontade, ele se levanta, e se prepara para o treino. Não tem ânimo para planejar ataques, ou motivação para se exercitar hoje, e até pensa em não comparecer, mas então lembra, que se ficasse em casa, provavelmente a vontade de te ver só iria piorar, e dessa vez ele não iria pensar no seu espaço, ou a quão possessa você deveria estar ainda com ele. Só iria pensar em te encontrar e te ter pra ele.
Duas horas depois, com um bufo de irritação, ele deseja consigo mesmo que tivesse ficado em casa. Ele foi uma droga no treino, não conseguindo se concentrar, e inerte o tempo todo. É meio idiota, mas ele sempre desviava o olhar para as arquibancadas para ver se você estava lá. Se iria acenar pra ele, dar um grito de motivação, ou até mesmo só ficar assistindo quieta, e com um olhar de preocupação toda vez que ele errava uma jogada, ou acabava no chão. Mas toda vez que ele olhava, o lugar estava sem ninguém. Não tinha você, não tinha gritos, risadas ou motivação. Só um grande vazio.
Isso com certeza não colaborou para que seu humor melhorasse, tirando o fato dos outros jogadores do time, e amigos dele, zombarem do quão péssimo seu desempenho havia sido. Ele estava estressado, e com um pesar, se lembrará que normalmente após o treino, ele seguiria para sua casa. Iria para desfrutarem de um tempo juntos, antes de suas aulas começarem. Comeriam alguma coisa, depois ele te comeria, conversariam sobre algo até dar o horário, e você ter que despachá-lo para ir embora. Mas hoje não seria assim, e ele não queria lembrar de sua ausência, ou o quanto está sentindo sua falta agora.
Assim que chega em casa, deixando suas coisas esparramadas pelo lugar, se dirige até a cozinha, procurando algo para comer. Estava faminto. Assim que começa a consumir a primeira coisa que encontra pela frente, nota alguém se aproximando, e Fran aparece, com um olhar zangado e fechado:
- Como foi o treino? – Diz com a voz sem transparecer emoção alguma.
- O mesmo de sempre. - Responde, não querendo entrar muito no assunto, e explicar a grande perda de tempo que ele passou ao se obrigar a entrar naquele campo.
Tentando mudar o tópico da conversa para outra coisa, não querendo focar nele, ou no grande dia de merda que estava tendo, acha que encontrou uma boa o bastante ao avistar uma caixa de tamanho médio, encostada ao canto, e pergunta:
- Chegou alguma coisa? – Diz apontando com a mão desocupada, enquanto começa a guardar os restos do que estava comendo.
- Chegou sim, é para você – Matias não consegue deixar de notar o tom ácido que sai da boca do garoto. Estranhando, pois normalmente Fran é calmo pela manhã. Na verdade, ele é calmo o tempo todo. Ele quem costumava ser o invocado dos dois.
Decidindo ignorar o comportamento inusitado de seu colega de quarto, segue em frente em direção à caixa, tentando se lembrar de quando, ou o que ele havia comprado, pois não estava esperando nada. Quando finalmente abre, e vê o que tem dentro, seu coração erra uma batida:
- O-o que? – Solta gaguejando, sem conseguir formular uma frase.
Com as mãos trêmulas, abre totalmente o embrulho, quase rasgando toda a caixa no processo. A primeira coisa que avista, são algumas peças de roupa. Não é nenhuma peça em especial, mas ele se lembrava delas bem o bastante para saber que eram as que estavam guardadas em sua casa. O que droga elas estavam fazendo aqui?
Como se estivesse em um transe, começa a retirar rapidamente tudo do interior do pacote, sem se importar com a bagunça que a pilha de roupas está formando ao seu redor, até que ele para abruptamente. O moletom dele também está aqui. Aquele que você adorava, e se recusava a tirar do corpo em dias frios. Ele pega o agasalho e olha desacreditado para aquilo. Por que essas coisas estavam aqui? Você tratava aquela peça como o seu bem mais precioso, como se fosse algo novo e supercaro, não como o tecido super gasto que era, então por que isso estava na frente dele agora?
Vendo a cara de confuso do rapaz, e se compadecendo, Fran decide dar um contexto, e explicar o que aconteceu:
- Ela veio aqui mais cedo, para devolver suas coisas - Diz, e com nenhuma resposta do outro, continua - Disse que você tinha esquecido na casa dela.
Matias só continua olhando repetidamente para suas coisas, tentando assimilar tudo, e aparentemente, não estava conseguindo O garoto de olhos claros, solta um suspiro cansado.
- Vocês estavam ficando, não é? – Questiona finalmente, querendo acabar com a enrolação.
- Nós estamos ficando, no presente – Responde rapidamente, retrucando, e com um leve tom de raiva em sua voz. Vocês não terminaram, e mesmo com as palavras ácidas expelidas de sua boca, ele sabia, ou pensava que sabia, que vocês iriam se acertar. Precisava acreditar nisso.
- Não é o que parece, ela veio devolver as suas coisas, cara! – Rebate com sarcasmo e desdém.
- A gente resolve isso. – Vocês poderiam resolver, certo?
- É por causa da Malena, não é? Vocês vão voltar? – É possível notar o quão hesitante o garoto de olhos claros está em saber a resposta.
É a primeira vez que alguém o questiona isso em voz alta. Obviamente essa possibilidade passou pelos garotos, e por você também, devido ao jantar desastroso, mas ninguém, inclusive você, o questionou diretamente. E ele gostaria de saber pra poder responder, mas ele não sabe. Ele gosta de você, e muito. Mas Malena já é alguém com quem ele teve algo, e não consegue deixar de pensar, se ele queria tanto a garota mais velha, então porque simplesmente não respondia as mensagens dela, e te deixava partir de vez?
- Eu... eu não sei. – Conclui por fim.
E com isso, o outro garoto só lhe lança um olhar reprovador e o dá as costas, indo em direção ao quarto, fechando a porta bruscamente, causando um barulho alto, e o deixando sozinho com seus pensamentos e agonia.
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A semana se passa lentamente, cada segundo demorando uma eternidade, e os dias parecendo durar meses. Ele tentar ocupar esse tempo sem pensar em você, e mesmo com trabalhos, treinos, e provas, ele não consegue. Ele realmente tinha achado que em algum momento, você iria se arrepender, e ir procurá-lo, o que óbvio, não aconteceu. Ele sabia a quão persistente, e obstinada você poderia ser, o que ele sempre achou um traço incrível de sua personalidade, mas estava começando a odiar à medida que usava isso contra ele.
Quando finalmente o final de semana chega, ao contrário do que pensava, ele não estava com ânimo para nada, e os outros garotos pareciam compartilhar desse mesmo sentimento. Sem maiores planos, decidiram se reunirem todos no apartamento, para beberem, e jogarem alguma coisa enquanto conversam. Mas assim que chegam, se surpreendem ao não verem a mesma garota sorridente de sempre pela casa.
- Ela não tá se sentindo melhor ainda? – Enzo questiona. Normalmente você era uma das primeiras a chegar, sempre tentando ajudar em tudo e ser útil.
Matías já esperava que você não fosse aparecer, já que nem se dignou a responder as mensagens no grupo, quando foi feito o convite. Isso não significa que doeu menos.
- Desde sábado que ela ficou estranha, e acho que é por causa da sua ex - Aponta Steban, enquanto se dirige a cozinha e começa a guardar as bebidas que trouxera consigo na geladeira.
Que ótimo, tudo o que ele precisava para melhorar a sua semana caótica, era que trouxessem à tona justamente o assunto do qual ele estava tentando não pensar.
- Quer dizer, eu entendo que ela gosta do bocó aqui, mas ficar bravinha só porque a ex dele apareceu? É ridículo! Eles nem tem nada. – Diz Simon em tom de deboche.
Vocês não têm nada. Nada. Ele odeia essa palavra, e não está gostando nenhum pouco da forma como estão falando ao seu respeito. Para os olhares alheios, até pareceria que você estava exagerando, mas não era uma reação infundada. Tinha algo entre vocês, e mesmo não concordando com a discussão, sabia que era um direito seu se sentir como quisesse nessa relação, se é que ainda tinha alguma. Ele está chegando ao seu ponto de ebulição e não sabe como fazer parar. Sente como se pudesse explodir a qualquer momento.
- Dava pra ver que ela queria ficar com o Matias, só não sabia que ela era tão obcecada, e grudenta assim – Continua Simon com ironia.
- Não fala dela assim! – O garoto perde a postura e solta as palavras sem pensar. Ele não conseguiria ficar ouvindo alguém te criticando, e não interromper imediatamente - A gente tava ficando, satisfeitos? Por isso ela ficou brava. – Admite finalmente, querendo logo acabar com a discussão.
Está feito. Está tudo as claras agora, e estranhamente, ele se sente aliviado, como se tivesse tirado um grande peso das costas. Mas ao ver o olhar dos outros, percebe que está cedo demais para sentir qualquer tipo de alívio.
Enzo, é o primeiro a se pronunciar em meio a todos:
- Peraí, vocês estavam ficando todo esse tempo? – Diz em tom indignado.
- Sim – Confirma – Na verdade, ainda estamos. – Explica, tentando se convencer.
Fran, o qual o ignorou a semana toda, acha que esse é um bom momento para aparecer, e decide entrar na conversa:
- Não tenho tanta certeza disso, ela veio aqui segunda e devolveu as coisas dele – Conta ao resto do grupo - Ah mais uma coisa, ela também devolveu a cópia das chaves. - Termina dizendo com aborrecimento.
Fran retira o pequeno objeto do bolso, e joga em direção a cara de Matías, que o pega um pouco antes que atinja o seu rosto. Isso é mais sério do que ele pensava, se você devolveu sua cópia, era tentando dizer que não planejava mais voltar aqui. Ele ainda está inerte pensando nisso, quando é acordado pelos garotos e suas perguntas.
- Há quanto tempo isso? É recente? – Steban pergunta, enquanto retira um isqueiro, e acendo o cigarro que tem entre os dedos. Todos na sala dirigem seu olhar para o garoto, impacientes, para saberem logo a resposta.
E com muita vergonha ele fala a verdade. Ele já começou, então agora vai até o fim.
- Nós já estávamos saindo quando apresentei ela pra vocês. – Não demora muito para que todos façam as contas.
- Mas isso foi a meses! – Enzo retruca descontente.
Ele murcha em seu lugar.
-É, eu sei. – Responde com o olhar baixo.
Todos estão com expressões desapontadas nos rostos. Vocês dois vem mantendo segredo do restante do grupo, e eles não conseguem parar de questionarem o motivo. Se era porque não confiava neles, se não queriam estragar a dinâmica da amizade, ou se havia outra razão, ou mais especificamente, um outro alguém. Eles estiveram presentes em todo o relacionamento com Malena, então sabem do afeto que o garoto, e a ex tinham um pelo outro.
- Você ainda tem aquele acordo com a Malena? Por isso não assumiu a garota? – Enzo está possesso agora. Ele foi o que mais havia se afeiçoado a você.
O acordo. Ele nem imaginava que os meninos ainda se lembrassem disso, mas sim, foi esse o fator principal dele não querer levar as coisas entre vocês para frente. Não é preciso ele dizer nada, o silencio já fala por si só. Enzo fecha os olhos, tentando manter a calma, e diz por fim:
- Ela gosta de você, de verdade. O mínimo que você deveria fazer, é ser honesto com ela. – Ele é repreensivo e firme em sua afirmação.
Matias só acena com a cabeça em concordância com o mais velho. Você merece ao menos saber o que aconteceu, e o motivo do comportamento dele, mesmo sabendo que você não vai gostar nenhum pouco. E mesmo com medo de você julgá-lo, e odiá-lo mais ainda, ele tem que fazer isso, e depois dos recentes acontecimentos, não tem hora melhor do que agora. Mas quando anuncia sua decisão de sair pra te procurar, e tentar se resolver, Enzo diz com fervor:
- Você não está indo lá pra voltar com ela, e sim para se desculpar, e ser honesto. – Informa á ele, como se estivesse dando uma bronca, um aviso de que não deveria ultrapassar nenhuma linha. - Se não quiser ficar com ela, então a deixe em paz depois disso, e siga em frente – Diz duramente, mas ficando com pena do mais novo, e deixando a raiva de lado, prossegue - E vê se não estraga tudo. – Adverte por final.
E assim, se despedindo do grupo, sai a sua procura, esperando voltar com boas notícias. Com esperanças de que talvez você fosse compreensiva, e o perdoasse, podendo realinhar tudo o que sentem um pelo outro.
-- --
Estacionando a alguns metros de distância do seu prédio, ele fica empacado no mesmo lugar, com os olhos fixos no volante, sem coragem de deixar seu assento. Ele saiu de casa com tanta determinação, mas conforme se aproximava de seu destino, se perguntava cada vez mais se essa era mesmo a decisão mais correta. Será que você ao menos o deixaria subir quando o interfone tocasse? Mas já se passou uma semana, sua raiva deve ter diminuído um pouco, e ele não acha que possa aguentar mais tempo do que isso separado de você.
Com um suspiro resignado, decide soltar o cinto, se libertando. E quando está prestes a abrir a porta do veículo, ele te avista, paralisando. A primeiro momento, ele aperta mais os olhos, tentando focar melhor, para ver se realmente era você, e não algo que ele estava projetando ou confundindo. Mas era você, tão perto, e ainda assim tão longe.
Você está saindo de um carro desconhecido, e enquanto ele está nervosamente tentando abrir a porta, e sair o mais rápido possível para te abordar, ele para ao perceber que você não está sozinha. E fica curioso ao ver você com um homem. Um homem mais velho, alto, e que ele amarguradamente tem que admitir, poderia ser considerado atraente.
Você está parada ao lado da porta do passageiro, encostada no carro. E o sujeito, dando a volta no veículo, se junta ao seu lado, enquanto te encara e começam a conversar. Ele está muito perto. Mais perto do que um colega ficaria. Quem era ele? Do que estão falando? E por que precisam conversar tão perto um do outro? O espaço pessoal existe para um motivo.
A mente do garoto corre solta, imaginando várias possibilidades, e ele acha que pode literalmente queimar de raiva quando você abraça esse estranho, ficando com o rosto escondido no pescoço dele, e ele passando a mãe em suas costas. É bom que aquela mão fique só ali, e não tente nenhuma gracinha, ele pensa irritado.
Quando pensa que não pode ficar pior, é surpreendido com o homem se afastando, e pegando um buque de flores, te presenteando. E ao contrário de você, a reação dele não está nenhum pouco feliz, ou satisfeita. Quem ainda faz isso?! É brega pra caralho! E não pode acreditar na quão animada você ficou com essa merda. Radiante e alegre, o completo oposto de quando o viu pela última vez. E mesmo sendo torturante, continua vendo a cena se desenrolar a sua frente.
Você não tem paciência para esperar que ele te entregue aquela porcaria, e corre para o abraçar – Outra vez! - Por pouco amassando as flores que estavam na mão do babaca. O garoto aperta o volante com força, até os nós dos dedos ficarem completamente brancos, e quando a exibição de cafonice acaba - Finalmente! – Vocês entram no carro, se dirigindo a garagem do prédio e sumindo de vista.
Ele tenta assimilar o que acabou de presenciar. Você estava trazendo homens pra sua casa? O lada dele na sua cama nem tinha esfriado e você já estava o substituindo? Não. Você não era assim, e ele não queria tirar decisões precipitadas, mesmo sendo difícil enxergar a situação de outra forma.
Mais frustrado, e confuso do que estava quando veio, ele dá meia volta com o carro e volta para casa, e quando passa pela porta com a expressão de poucos amigos, nenhum dos garotos precisa lhe perguntar nada para saber que independente do que aconteceu, não havia sido nada bom.
__ __
Passando o domingo se recusando a falar com alguém, Matias é grato pelo chegar da segunda-feira, e poder ir ao treino de Rugby. Assim, ao menos teria no que descontar sua frustração, e poder redirecionar toda a sua raiva em algo produtivo, e tentar ser bom em favor de seu time.
Quando o treino chega ao fim, todos vão se trocar no vestiário, substituindo os uniformes surrados por suas roupas cotidianas. Apenas Simon, que insiste em usar a jaqueta idiota do time, pois gosta de exibi-la com orgulho no Campus para qualquer indivíduo do sexo feminino. Mas o resto, está como sempre, e desta vez, parecem mais satisfeitos com a desenvoltura do garoto com as melhores pernas do time, mas preocupados também. Ele estava quieto, o que é muito incomum, e se recusava a contar o que havia acontecido no sábado. Não querendo que ele ficasse sozinho naquele estado, se afundando mais em sua autopiedade, decidem ir todos juntos ao apartamento de Fran, para tentarem animá-lo e almoçarem juntos. Você não vai comparecer, é claro, e ele não gosta de como a sua ausência está se tornando cada vez mais constante.
Ele não precisa de babá, e também não está contente com a imagem frágil, de coração partido que deve estar passando, mas realmente queria pensar em outra coisa, e quem sabe um tempo com seus amigos o ajude um pouco. Então concorda, e todos, sendo eles, Matias, Enzo, Steban e Simon, entram no carro de Fran, quem fez o favor de lhes dar uma carona até sua casa.
Eles tentam engatar em uma conversa sobre o jogo, contando a Fran, já que o mesmo não fazia parte do time, em como o garoto de cabelos compridos havia se saído bem, uma tentativa falha de tentar animá-lo o bajulando. Mas nem isso foi o bastante para acabar com o mau humor dele.
No meio do trajeto, decidem que estão com muita fome, e não vão ter paciência de prepararem, ou pedirem algo e ter que esperar chegar em casa.
- Cara tô com fome pra caramba, vou desmaiar se não comer alguma coisa – Reclama Simon dramaticamente no banco de trás.
- Vou parar pra abastecer, se quiserem algo vão na loja de conveniência. – Responde Fran, já dando uma alternativa para o problema.
Enquanto Fran abastece, o restante dos rapazes vai até a loja, se preparando pra pegarem o máximo de coisas possíveis, alguns salgadinhos, bebidas e cigarros. Normalmente ele também estaria faminto, mas no momento ele só quer ir para casa, só desceu do carro, pois sabia que se ficasse esperando do lado de fora, os outros iriam se distrair, e demorar mais ainda.
Assim que entra, automaticamente vai em direção aos doces, já acostumado, pois eram os seus favoritos, e o que você sempre pedia. Mas quando chega, ele pensa que finalmente perdeu a cabeça e enlouqueceu de vez. Ele te avista parada bem ali, segurando duas barras de chocolates, e tentando decidir qual delas levar. Você está linda. Ele te viu a apenas dois dias atrás, mas foi de longe, e dessa vez, estava tão perto, mas não o bastante, e antes que ele possa impedir a si mesmo, ele caminha até você. Não é preciso te chamar, ou algo do tipo, pois você instintivamente já se vira, e encontrando o olhar dele, ele paralisa, sem saber o que fazer. Então diz a primeira coisa que vem em sua mente:
- Oi – Solta simplesmente.
Ele se xinga mentalmente, ele pensou em tantas coisas que queria te falar e te explicar, mas assim que te vê, perde a postura e todo a linha de raciocínio. Você parece surpresa, mas fecha o semblante quase que imediatamente, tentando controlar suas emoções. Antes que você possa responder alguma coisa, os garotos te veem, e se aproximam também.
- Ei sumida, vem cá – Enzo te puxa para um abraço apertado, assim como todos os outros a seguir, quando ele dá um passo para frente na mesma intenção, Fran aparece, e rouba sua oportunidade:
- Olha quem apareceu! – E se joga em você, te envolvendo nos braços, e te girando, o que arranco um riso sincero de você. Mas assim que te põe no chão, e seu olhar se encontra com o dele, fica uma tensão pairando no ar. Só os dois se olhando, sem saber o que fazer. Ele odeia, que a uma semana atrás, ele era o quem mais te tocava e tinha contato com você, e agora, era o único quem não podia te dizer oi, sem ficar tudo estranho. Quando ele vai recomeçar e dizer algo, o cara de sábado aparece:
- Ei gatinha, tem vinho tinto, vai querer levar? Eu sei que é desse que você gosta. – Afirma, sem desviar os olhos da garrafa, e perceber os outros presentes.
Fechando os punhos, em sinal de raiva, ele tenta se controlar. Agora, ele consegue examinar esse homem com mais clareza do que da vez passada. Ele é uns bons anos mais velho do que você, tem ombros largos, braços fortes, e parado em frente á ele, consegue notar que também é alto. Basicamente falando, era o total oposto dele, ele não imaginava que esse seria o seu tipo. E que raios de apelido é esse? Já são um casal? com intimidade pra ficaram trocando nomes carinhosos? Você nem parece se incomodar com o modo ridículo que ele te chamou, e ele pensa com raiva, que deve ser porque de onde vieram esses, tem muito mais.
Com a sua falta de resposta, o sujeito retira a atenção da bebida, buscando o seu olhar, a procura de algo errado, e então seguindo o mesmo, repara os meninos parados em sua frente. O homem dá uma olhada rápida em todos de cima a baixo, e ao invés de ficar incomodado ao ver você rodeadas de caras, ele abre um sorriso, e questiona com ânimo:
- Que legal, vocês são do time de Rugby da faculdade dela? – Diz apontando para a jaqueta de Simon, a qual contém o emblema da instituição, e com a escrita do time.
Enzo responde por todos:
- Que observador, somos sim! – E antes que note, estão todos os garotos engatados com esse estranho em uma conversa sobre o esporte. Já não basta você, agora todos tem que gostar desse cara também? Matías está com ainda mais raiva, e tirando o foco dessa discussão besta, sobre ataques, ou qual posição em que cada um atuava, ele nota que você também está bem desconfortável com essa interação entre eles.
E ele queria saber o porquê. Você não queria que o seu príncipe encantado o conhecesse? Era o típico nervoso do atual conhecer o ex? Ele odiava essa linha de pensamento.
Você toma uma atitude, e limpando a garganta bem alto, interrompe o debate:
- Foi muito bom ver vocês – Diz com um sorriso casto, olhando para os meninos a sua frente, menos para ele – Mas a gente tá meio ocupado agora – Vira o rosto para o seu acompanhante, e continua em um tom autoritário, mas disfarçado com falsa simpatia - Vamos? - Parece mais uma ordem do que uma pergunta.
- Claro – Concorda prontamente, entendendo o sinal de que você não quer prolongar esse encontro acidental. Mas algo muda, e de repente, ele parece se lembrar de algo, e com um olhar zombeteiro solta: - Mas tem certeza? Achei que você ia querer pegar camisinha, não foi pra isso que veio aqui? – Te provoca.
Que porra é essa? Matías acha que pode ter soltado um rosnado nesse momento, com essa nova informação. Não interessa se esse homem é maior que ele, ele vai arrebentar o sujeito aqui mesmo, e agora. Que merda de conversa é essa de comprar preservativos? A mera imagem de você embaixo desse cara, enquanto ele estoca profundamente dentro de você, o deixa com náuseas. Ele precisa fazer algo. Os outros devem perceber o quão exaltado ele está ficando, pois Esteban segura seu ombro o impedindo de avançar, e Fran lhe lança um olhar do tipo: se acalme!
O seu rosto fica vermelho, parecendo um tomate. Ele odeia, que esse imbecil esteja espalhando a intimidade de vocês assim, e repudia o fato de você ao menos ter intimidade com esse babaca. Você se engasga ao responder:
- Não quero mais, vamos! – E puxando o homem pela mão, dá meia volta, começando a se afastar.
Nessa hora ele fica furioso. Se pensava que o fato de você transar com esse estranho era nojento, a imagem só piora mil vezes mais quando pensa nele terminando dentro de você. Sem proteção nenhuma, pele na pele.
- Tchau rapazes! – Você se despede enquanto vai com pressa até a fila do caixa, ainda de mãos dadas com o sujeito.
- Foi bom conhecer vocês, boa sorte aí nas próximas partidas.
- Valeu cara. – Responde Enzo, enquanto os outros acenam, e se despedem também.
Ele só pode observar enquanto os dois ficam um ao lado do outro na fila. Parecendo um típico casal fazendo compras, e passando o dia juntos.
- Acho que ela já te superou, agora já sabemos por que ela estava tão ocupada esses dias – Simon brinca, mas o olhar fuzilador de Fran, é o bastante para calá-lo.
- Ele tava na casa dela – Fala. E os garotos o olham sem entender – No sábado, quando fui ver ela. Ele estava lá, vi os dois parados na entrada do prédio. – Explica. – Ele tinha comprado flores pra ela, nem tive como interromper o novo casal - Diz com amargor.
Seus amigos o olham, sem saber o que dizer ou fazer. Não tem como consolar alguém quem acabou de descobrir que a pessoa que ela gosta, está com outra. Não tem nada o que fazer sobre isso. Mas ele não pode ficar parado, vendo você ir embora assim. Sem nem ao menos falar nada, e agora ele quem se sente o trouxa aqui. Ele não foi embora com a Malena no restaurante, ele ficou com você. E agora você, quem está o dando as costas para ficar com outro. Ele tem que fazer algo:
- Eu vou falar com ela, distraiam o velhote enquanto isso.
Fran está prestes a interromper, para dizer que é uma má ideia, mas Enzo o impede. Mesmo não sendo as melhores das situações, vocês precisam conversar, e dúvida muito que você vai querer encontrar o garoto em outras circunstâncias.
Matias vai até você, dessa vez com atitude, certo do que quer fazer:
- Ei, a gente pode conversar? – Diz com convicção.
-Eu..eu…- Você não sabe como negar, sem ficar uma situação chata na frente do seu acompanhante.
- Pode ir, eu me viro aqui, te encontro depois no carro. – Responde o mais velho em seu lugar, e pela primeira vez, Matias gosta de algo que esse imbecil diz.
Você o lança um olhar mortal, e sem ter como escapar, concorda com o mais novo.
- Tudo bem, mas não aqui. – E assim os dois seguem para fora da loja, indo ao lado, onde tinha um estacionamento mais afastado e alguns banheiros. Quando já estão fora de vistas, sem pensar muito, ele te agarra pelo pulso e te arrasta para dentro de um deles. Poderia não ser o lugar mais romântico ou até limpo do mundo, mas teriam privacidade.
Ele não diz nada, só olha brevemente para o lugar, e ao constatar que se encontra vazio, te empurra contra a parede, colocando a mão em sua nuca para que não te machuque no processo.
- O que você tá faze… - Ele te corta, se lança sobre você, e juntando os lábios nos seus agressivamente, te beija. Você solta um som assustado, devido ao movimento inesperado, e tenta afastá-lo pressionando a mão contra o peito dele. E quando ele pensa que foi demais, e que é melhor te soltar, você amolece, cedendo nos braços dele. Soltando um gemido de satisfação, e levando as mãos que estavam o distanciando de você, a cabeça do rapaz, correndo os dedos por seus cabelos, e retribuindo o beijo com fervor. O puxando ainda para mais perto, se é que isso era possível.
Vocês são uma bagunça desesperada de grunhidos, e mãos percorrendo um ao outro incansavelmente. Cada movimento de seus corpos é carregado de eletricidade, se livrando da tensão dos últimos dias, e tentando recuperar o tempo perdido. Tentando absorver o máximo possível um do outro nesse breve momento. Cada toque, cada fricção de suas peles, e o calor que irradia sendo algo sagrado nesse instante.
Relutante, ele se afasta de você quando a falta de ar é presente, separando suas bocas e sentindo sua respiração falha. Com o rosto ainda próximo do seu, ele se curva, e rasteja uma trilha de pequenos beijos molhados até o seu ouvido, mordiscando de leve a orelha direita no processo, te causando arrepios.
- Eu tava com saudades – Sussurra em um tom baixo, quase como se estivesse te confessando um segredo. E desce os beijos em torno de seu queixo, pescoço e ombros. Rodeando toda a área e se dedicando a lamber e dar a devida atenção a cada uma dessas partes. Ele queria deixar marcas em tua pele, e poder sentir o seu gosto, te marcando como dele. Você inclina a cabeça pro lado, o dando mais acesso ao seu colo, se oferecendo a ele, o incentivando a continuar e te fazer se sentir bem.
E ele aceita a missão com prazer, se deixando levar e te atacando ferozmente. Mas em meio a sensação de prazer, de sentir seu calor, seu cheiro, depois de tanto tempo. Ele não consegue parar de pensar, no que você poderia estar fazendo mais tarde com o homem lá fora. Um do qual ele nunca ouviu falar, não sabe como você o conhece, ou o vínculo que tem. Ele odeia não saber nada, não saber o que fizeram quando ele foi a sua casa. O que fariam quando saíssem daqui. E há quanto tempo isso estava acontecendo. Ele não consegue se controlar mais:
- Você tá trepando com ele? – Pergunta com o rosto ainda enterrado em seu pescoço, mas cessando os beijos, ele sabe que é seu ponto sensível, e que quando te provoca ali, você não consegue se concentrar ou sequer pensar direito. E ele quer que você o responda.
Sua expressão é de confusão, tentando se situar e entender sobre quem ele está falando. E quando chega a conclusão, fica em choque e surpresa. Mas você não nega, em nenhum momento, e isso o deixa mais louco ainda.
- Ele te fode como eu? – Desce o rosto, roçando o nariz no vão entre seus seios, no decote de sua blusa. Você não diz nada, e ele dirigindo o olhar a você, responde - Não, ninguém pode te foder como eu, você sabe disso. – Afirma convencidamente, se pressionando ainda mais contra você, querendo te mostrar como o deixa maluco, e sua ereção está ali para provar isso.
- E se eu estiver? – Você desafia - Talvez seja isso que eu precise – Faz uma pausa dramática – Um homem, pra me mostrar o que eu estava perdendo, esse tempo todo.
Com isso, algo estala nele, e completamente fora de si, ele não perde tempo em agarrar suas coxas, entrelaçando suas pernas em volta da cintura dele, te prendendo. E quando faz um movimento brusco de fricção para frente, você solta um gemido abafado.
- Você não parece me achar menos homem agora, não é? – Pressiona seu sexo contra o seu, coberto apenas pelos tecidos de suas roupas. Ele ergue sua saia, a deixando na altura dos quadris, apertando suas coxas. Descendo as mãos até seu íntimo, não se surpreendendo ao te encontrar já úmida, estando tão excitada quanto ele.
- Porra, você tá tão molhada – Puxa a sua calcinha para o lado e continua – Eu preciso que você fique quieta agora – Te diz, e sem mais nenhum aviso, insere dois dedos de uma só vez dentro de você, o que resulta em um gemido alto, quase pornográfico – Quieta! – Te repreende. Colocando uma mão para tampar sua boca e abafar os sons indecentes que você solta. E a outra, permanece no trabalho contínuo de realizar movimentos circulares, e fundos para atingir o seu ponto sensível.
É tão bom. É bom pra caralho. É só o que ele consegue pensar. Está amando sentir em sua palma, as arfadas de ar provocadas pelos gemidos que ele consegue arrancar de você. Em como consegue fazer você se contorcer e arquejar para ele. Sentindo suas paredes se apartarem e estremecerem em seus dedos, ele sabe que você está perto:
- Goza pra mim- Ele acelera os movimentos – Mostra pra mim a garota boa que você é, e goza nos meus dedos – E só com essas palavras, ele escuta a sua lamentação com a sensação avassaladora, e sente quando você vem.
Não é um orgasmo calmo, relaxante ou até mesmo renovador. É forte, rápido, e apressado devido as circunstâncias. Se afastando, ele volta as suas pernas ao chão. Ainda te segurando e dando apoio, vendo como elas estão trêmulas e sensíveis.
Você tenta regular a sua respiração, para que ela volte ao ritmo normal. Ele nunca te achou tão linda. A cara de quem acabou de gozar, com as bochechas coradas, cabelo bagunçado e lábios inchados. Você está perfeita. E tão dele.
- Isso não significou nada, eu tenho que ir.
O encanto é quebrado com suas palavras diretas. Você desce sua saia, ajustando sua calcinha encharcada e arruinada. Se vira para o pequeno espelho do lugar, tentando ajeitar o cabelo, e lavando o rosto, para amenizar o rubor em sua face.
Sem mais nenhuma palavra, você sai, o deixando para trás. Sem despedida ou nada. Do lado de fora, a alguns metros de distância, o seu acompanhante está terminando de guardar as coisas no carro, o qual você entra apressadamente. E em menos de um minuto, ele se junta a você, e ambos vão embora, sumindo de vista.
É estranho, por mais que vocês tenham ficado, e ele tenha te feito gozar, ele se sente usado, e ainda mais distante de você. Você foi embora com outro! Com outro! Ele não consegue acreditar nisso.
Em meio a seu surto de raiva, ele não consegue se controlar. Lança a mão no bolso, e agarrando o aparelho, envia a mensagem que vem evitando a semana toda:
- Oi, posso ir te ver?
Não demora muito para que a garota mais velha o responda, e eles combinem de se encontrarem daqui a pouco. Ele ainda estava duro de sua sessão de amassos, e se você não queria ajudá-lo com isso, outra iria querer, e se você queria ficar com outra pessoa, então ele também iria querer.
Talvez seja assim que as coisas devam ser mesmo. Você ficar com alguém legal e doce, que goste de te dar flores e comprar o seu vinho favorito. E ele, mereça voltar ao seu passado.
— —
Notas: Eu me inspirei no filme para usar o esporte Rugby na minha história, e sei que nem todos os personagens citados, são os que respectivamente faziam parte do time no filme, mas lembrando!!! A obra é baseada nos ATORES e não no filme, seria até um desrespeito fazer isso com a história trágica que tem por trás. Só queria deixar isto claro. Tchau e até o próximo 🩵😙😙
#matias recalt x reader#lsdln x reader#matias recalt#enzo vogrincic x reader#esteban kukuriczka x reader
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Me mandaram isso e estou repassando 👍
cANON
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Meu reflexo com o dedo em riste Milhares de tropeços Vivo repassando meus erros O anoitecer se tornara uma tortura Onde meu coração embebido em angústia Remói os rompantes irresponsáveis Essa impulsividade quase patológica É parte de mim também Mas buscar coexistir com esse meu lado É quase como abraçar um míssil prestes a ser disparado.
#lardepoetas#mentesexpostas#escritos meus#carteldapoesia#espalhepoesias#meustextos#projetopequenosescritores#almaflorida#mardeescritos
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CARAI então, eu achei um doc do word q me salvou no enem. Como eu sei q tem gente q me segue q vai fazer o Enem vou falar um negócio que eu aprendi quando eu fiz a prova: o Enem não se importa muito com o que vc vai escrever, e sim como você vai escrever
O que eu quero dizer: ele quer que você tenha 1 parágrafo de introdução, 2 de desenvolvimento e 1 de finalização. Meus professores sempre me avisaram que era bom começar a redação com uma citação, e na última frase do último parágrafo fazer referência a essa frase (tmb colocar uma citação em um dos de desenvolvimento vai parecer q vc tem repertório.) Tipo, se eu começar com, “tinha uma pedra no meio do caminho ”, no último parágrafo falar ”medidas devem ser tomadas, pois assim conseguiremos diminuir a quantidade de pedras no caminho da população brasileira).
Eu tô fazendo esse post pq eu achei um doc q eu fiz com um monte de citação aleatória q eu peguei pra usar no Enem, so estou repassando meu conhecimento passado 🫡:
Segundo MARTIN LUTHER KING, ATIVISTA POLÍTICO, aprendemos a voar como os pássaros e a nadar como os peixes, mas não aprendemos a conviver como irmãos.
Segundo JOÃO PAULO II, PAPA, a violência destrói aquilo o que ela pretende defender: a dignidade da vida, a liberdade do ser humano.
Segundo JOHN PIPER, TEOLOGO ESTADUNIDENSE, a marca da cultura de consumo é a redução de ser para ter
Segundo GEORGE ORWELL, ESCRITOR INGLES, alguns de nós são mais iguais do que outros.
Segundo GUIMARÃES ROSA, ESCRITOR E MÉDICO BRASILEIRO, apenas quando a água de boa qualidade acabar ela será valorizada.
Segundo PABLO PICASSO, ARTISTA ESPANHOL, a arte é uma mentira que nos permite conhecer a verdade.
Segundo CONFÚNCIO, FILÓSOFO E PENSADOR CHINÊS, se quiser prever o futuro, se deve estudar o passado.
Segundo NELSON MANDELA, LÍDER NA LUTA CONTRA O APARTHEID, a educação é a arma mais poderosa que pode ser usada para mudar o mundo.
Segundo GIACOMO LEOPARDI, POETA ITALIANO, nenhuma qualidade humana é mais intolerável do que a intolerância.
Segundo MILTON SANTOS, GEOGRAFO BRASILEIRO, existem duas classes socias: a dos que não comem e a dos que não dormem com medo da revolução dos que não comem.
Segundo PAULO FREIRE, EDUCADOR E FILOSOFO BRASILEIRO, ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.
Segundo Barack Obama todos somos iguais e temos direito a perseguir nossa própria versão da felicidade
Segundo António Lobo Antunes, escritor e psiquiatra português, A cultura assusta muito. É uma coisa apavorante para os ditadores. Um povo que lê nunca será um povo de escravos.
Segundo um provérbio indígena, Só quando a última árvore for derrubada, o último peixe for morto e o último rio for poluído é que o homem perceberá que não pode comer dinheiro
Segundo a OMS, organização mundial da saúde, “Saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente a ausência de doença.”
Segundo Manuel Castells, sociólogo espanhol, “A internet é muito mais que uma tecnologia. É um meio de comunicação, de interação e de organização social.”
#Enem#Eu tava de boa no docs e achei isso (e sempre me falaram q era bom decorar a profissão dos cara pra parecer q vc n so decorou o q eles falo#mas q vc sabia quem eles eram. O q era mentira eu n fazia a mínima idea de quem a maioria dessa pessoas eram 🎉)#Eu tinha mais mas eu perdi o docs se eu achar ele eu repassarei ele aqui 🫡
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local: paris, frança.
time: @misshcrror & @andrvna.
ser apontado como líder lhe provocou dúvidas desde o começo. embora fosse o primeiro a se voluntariar em qualquer missão pelo ímpeto em ajudar, e considerasse salvar as pessoas sua principal missão de vida, liderança não era seu forte. na verdade, mais ajudava aos demais do que realmente partia em missões. era um guerreiro suficientemente bom, mas não havia nada de especial ali, embora como ferreiro fosse excepcional. mas claro, supunha que não deveria questionar as ordens do todo poderoso zeus. passou horas repassando suprimentos e traçando estratégias rápidas em sua mente, até seguir ao local de encontro com as outras duas semideusas. a escolha o agradava. não tinha tantos afetos, mas se considerava próximo o bastante de andrina, além de ter yasemin como uma amiga de verdade.
o plano foi um consenso entre os três: para agradar a zeus, resolveram viajar pelos céus, como os mortais faziam ao transitar em aviões. um mimo discreto, mas ainda assim, torcendo para cair nas graças do grande senhor do céu. era uma missão importante, afinal. recuperar a lança de trion, no palácio de aigai. kaito esperava poder sair com vida da missão. queria conseguir contribuir, especialmente por estar assustado com a quantidade de missões paralelas que precisavam fazer se quisessem salvar ao acampamento e seus entes queridos. inevitavelmente se recordava também do amargor que aquilo o trazia. gostava de ser um heroi, mas havia passado anos demais sendo sugado e corroído pelo que aquele mundo oferecia. e sabia que era um pensamento perigoso, especialmente em sua posição.
durante o voo, não fez muito além de oferecer sorrisos discretos às meninas aqui e ali, olhando pela pequena janela apenas para confirmar que alturas tão elevadas o deixavam desconfortável pela oposição à sua natureza tão clara. kaito vivia nos subterrâneos. onde era quente e escondido. para alguns, claustrofóbico. a imensidão gelada do céu estava longe de pertencer a ele. muito claramente.
felizmente, deixou o amargor quando o avião encontrou seu destino no belíssimo aeroporto charles de gaulle, sendo recebidos por luzes bonitas. não era o destino final, mas não haviam encontrado um voo direto até a grécia, especialmente tão em cima da hora, então passariam por conexões. quando colocou os pés firmes no chão, finalmente pensou que poderia fazer funcionar. ❛ temos 3 horas e 51 minutos. ━━━━━ falou, tentando, em vão, que a voz saísse animadora o suficiente, mas sabia que era um longo tempo de espera. ❛ se tiverem algum lugar pra visitar em paris, o momento é agora. ━━━━━ então esboçou um pequeno sorriso. ❛ só precisamos chamar um táxi. eu queria ir a alguma padaria. é o forte daqui, não é?
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O leitor como voyeur (texto, 2024)
O voyeurismo/exibicionismo se estende mais do que apenas os cinco sentidos.
Já falei da visão, do tato, da audição, e agora outro sentido menos conhecido, que é o da percepção do reconhecimento ao ser lido.
Ao escrever, eu não sei exatamente aonde a história vai terminar. Posso ter uma ideia daonde quero que os personagens cheguem, mas muitas vezes a história é uma novidade pra você leitor assim como é pra mim.
Na fábula que escrevi hoje, a segunda parte do conto "O pássaro e a fonte", alguns elementos da trama surgiram como surpresa pra mim.
Gosto especialmente das fábulas porque eu não tenho um compromisso a realidade enfadonha. Posso criar seres mágicos, eventos inesperados, transformar metáforas em criaturas. De certa forma é uma maneira de transformar eventos para que adquiram uma certa poesia.
Outro conto que terminei de escrever hoje, é uma fábula um pouco mais sensual, envolvendo uma pequena fada e um cogumelo.
Sempre fico surpreso ao ler as opiniões dos meus escritos, pois vejo detalhes que as vezes inicialmente me passaram desapercebidos. As vezes esses detalhes inclusive me motivam a escrever uma continuação, ou estender o tema em outro escrito.
É muito fácil ficar excitado ao ler um conto erótico, porque a mente humana é bastante sugestionável as imagens que lhe são impostas, mesmo que apenas pelas descrições através das sequências das palavras. A mente lê o conto erótico e interpreta como promessa, como um compromisso, algo que vai ou está acontecendo. O corpo recebe as ordens do cérebro, e começa se preparar para o fato, que não é real, é apenas uma descrição, e por mais detalhada que seja, não passa de uma fantasia.
Mas e os escritos que não necessariamente são com teor erótico? Uma conversa agradável, cheia de troca de carinho e atenção, isso também pode excitar? (Spoiler: pode, e muito). Um poema pode deixar alguém molhado de vontade de desejo? (estou tentando!)
Claro, conversas via texto em tempo real transmitem uma gama de sentimentos e emoções, mas e quando se lê um texto antigo, que pode ter centenas, milhares de anos?
É como uma reverência, uma veneração, uma oração?
Como funciona esse diálogo entre você, o leitor, criatura viva, finita, contra a estátua imortal de um texto cujo autor está distante?
Ser percebido pelas impressões de alguém que me lê é algo muito gostoso, eu confesso. Quem não gosta de causar uma impressão positiva ou gostosa?
Alguém que diz "aquela parte mexeu comigo" ou "aquilo que você escreveu me excitou" ou "minha mente viajou alto nessa parte..." não é justamente o que um exibicionista faz? Causar uma reação por sua presença, por aquilo que fez, que demonstra, que aparenta, e nesse caso isso é um escrito que você fez. Um texto, conto, poesia, que engatilhou uma reação prazerosa.
Talvez o escritor, como criador ou como espectador em primeira mão, esteja repassando a versão que o leitor acredita sem duvidar.
Uma frase que o leitor gostaria de ouvir determinada pessoa falando. Uma palavra que nunca ouviu alguém falar. Aquela "cantada" em forma de texto, cujo cérebro lê e começa a viajar.
A leitura estimula muito a criatividade, pois ela é a realidade despida de certos detalhes que a mente vai completar, porque ela odeia informações incompletas. Como uma investigadora enxerida, ela precisa saber dos mínimos detalhes ou então não fica satisfeita. E ela vai completar os detalhes que faltam, com certeza, porque a imaginação da maioria das pessoas é fértil. Trata-se inclusive de uma ferramenta de sobrevivência: se você ficar parado sem imaginar o que está acontecendo pode ficar em perigo. Isso é algo que tentei explorar um pouco em outra fábula (Doriana e o retrato cristalino).
Existe um quê de hipnotismo na escrita, pois ela sugere o que você está vendo. Você confia completamente no que lê porque, qual seria a outra opção? Não existe outro ponto de vista. A não ser que um personagem da história tenha algum contra ponto que queira explorar, e aí é uma conversa com o leitor...
Eu achei interessante escrever sobre isso, graças a uma conversa que tive com alguém aqui na rede.
Esse é o quinto texto relacionado com voyeur/exibicionismo, um tema que comecei a explorar recentemente e que percebo ao conversar e ver as pessoas reagindo com interesse no assunto.
Outros textos da série Voyeur/Exibicionismo.
#delirantesko#espalhepoesias#pequenosescritores#lardepoetas#carteldapoesia#texto#poetaslivres#projetoalmaflorida#projetovelhopoema#semeadoresdealmas
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O que coleto no meu caderno de conhecimentos
Muitas pessoas sentem vontade de começar um caderno de commonplace mas ficam perdidas sobre o que colocar. Sim, você pode por qualquer coisa que queira, essa, porém, é uma resposta muito ampla, o que pode ser confuso. Por isso, vou falar de algumas das coisas que gosto de guardar no meu caderno.
Preciso começar dizendo que eu não tenho muito preciosismo na hora de escolher o que coleto. Por exemplo, muito do que copio são posts aleatórios do Tumblr (sim, ele ainda existe), seja uma conversa sobre um assunto que eu goste, ou algo que achei engraçado, ou lembretes de ser mais gentil comigo mesma.
Foto do meu caderno de commonplace, onde copiei uma interação falando sobre body horror
Outra coisa que é constante em meu caderno são citações soltas que acho por aí (Instagram, Tumblr, Twitter, filmes e séries) e que me tocam de alguma forma. Às vezes eu espero juntar algumas e copio de uma vez só, às vezes gosto de colocar entre outros tipos de informação.
Também copio artigos, seja eles inteiros ou apenas algumas partes que me interessam, e conversas com meus amigos (copiando se foi através de mensagens, ou narrando o que me lembro se foi ao vivo).
Quando estou repassando um tópico sem parar na minha cabeça, gosto de pegar o caderno e começar a escrever tudo que estou pensando, como uma forma de esvaziar a mente. (Alguns dos posts daqui, como o O que fazer para a manter a consistência, surgiu disso.)
Foto do meu caderno onde coletei uma citação de Tolkien
Cada pessoa vai ter um estilo do que gosta de coletar, e isso é parte da graça de manter um caderno de conhecimentos, quão diferente eles podem ser entre si. Essas aqui são apenas algumas ideias de como você pode começar. Quem sabe você descobre que detesta salvar citações (e aí pode se livrar dos 500 prints de citações que tem no celular e que nunca mais vai olhar de qualquer forma), mas adora ter um lugar para despejar as ideias sobre um tópico.
#blog#commonplace book#commonplace books#journaling#commonplacing#caderno de conhecimento#caderno de lugar comum
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Eu não vivo no passado. Não me afundo em emoções e eventos antigos. Eu não perco tempo com arrependimentos. Não adianta ficar repassando os detalhes do que já aconteceu.
— Yanni
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Don´t hurt youself
Capítulo 8 - Redenção
Masterlist
Capítulo anterior
Avisos: angústia, palavrão, menção de perda
Palavras: 8.958
“Tive meus altos e baixos, mas sempre encontro força interior para me levantar. Serviram-me limões, mas fiz limonada. Minha avó disse: ‘Nada real pode ser ameaçado.’ O amor verdadeiro trouxe a salvação de volta para mim. Com cada lágrima veio a redenção e meus torturadores se tornaram meu remédio. Então vamos nos curar. Eu e você.”
Dia 0
“Sonhei com isso por tanto tempo que sequer me lembro quando essa ideia surgiu dentro de mim.
Decorei e mantive em minha mente cada mínimo detalhe desse dia. Passei horas imaginando como seria, pesquisando sobre sem nem ao menos ter alguém em vista para conquistar esse sonho ao meu lado.
E mesmo assim, mesmo planejando tudo e repassando cada passo em minha mente desse dia perfeito, mesmo assim eu não esperava que fosse ser tão impecável quanto isso.
O céu está claro e sem nuvens. E por mais que o vento esteja presente, ele é quase imperceptível em minha pele, mesmo estando com os braços descobertos.
Só por esse clima em pleno novembro eu já poderia considerar esse dia como um milagre, como a prova de um amor que será eterno e que já é perfeito.
O véu balança suavemente ao meu redor. Consigo ter um vislumbre de meus convidados através do tecido claro que me cerca. Sei que tenho toda a minha família e amigos aqui presentes, e estou muito feliz por todos estarem finalmente reunidos. Mas não poderia olhar para mais ninguém agora além do meu futuro marido, que me aguarda no altar, com um sorriso que me diz que tudo vai ficar bem na nossa nova vida junto.
E eu acredito nele com uma confiança que não sabia que existia dentro de mim.
Seus olhos escuros brilham como nunca antes tive o privilégio de testemunhar. Sei que seguro o braço de meu pai com certa força, mas preciso ao menos sentir os nós de meus dedos tensos para provar a mim mesma que ainda estou viva, e que isso não é um sonho.
O que me acalma é saber que mesmo eu sendo uma pessoa sonhadora, jamais poderia fantasiar sobre tamanha perfeição.
É como se toda a minha vida se resumisse a esse momento.”
Dia 2.520
Eu esperei por algo. Algo grande, como nos filmes. Algo que me fizesse mudar, que fizesse tudo se encaixar de uma forma perfeita para deixarmos tudo para trás.
Até depois de tudo aquilo eu esperei, depois do desrespeito, depois de ouvir da boca da pessoa mais desprezível que já conheci todas as coisas horríveis que ele foi capaz de fazer, depois de ser chamada de escandalosa por conta de um comportamento que eu sei que foi imperdoável. Mesmo depois de tudo isso eu esperei por algo.
Mas esse algo nunca veio.
A vida real é cruel, e esse tipo de coisa não acontece. Às vezes o que parece realmente é, às vezes quem puxa o gatilho é a mesma pessoa que jurou te proteger. E esse tipo de traição é a pior de todas.
Fui forçada a parar de acreditar no meu conto de fadas pessoal quando o príncipe encantado fincou uma faca em meu peito.
Fui puxada para fora da minha vida perfeita e o tranco foi tão forte que não sei como sobrevivi.
Encaro meu dedo anelar e por mais que a aliança já não esteja mais aqui, a marca provavelmente vai perdurar por muito tempo, como um lembrete visual de tudo isso.
A sala é fria, e sinto seu olhar em mim, o que faz com que a sensação de sufoco fique ainda maior. Meu olhar se mantém baixo, esse é o último lugar onde desejo estar.
A porta de abre e o silêncio é cortado pelo mediador que se apresenta e logo se senta entre nós quatro.
Meu coração se acelera ao perceber o que está prestes a acontecer.
— Podemos dar início a audiência.
Dia 365
“Não pensei que pudesse melhorar depois de nos casarmos, mas eu nunca estive tão feliz em estar errada.
O ano passou voando, e todo o nosso tempo junto foi precioso. Por mais que Lewis não esteja sempre presente, quando estamos juntos, parece que todas as dificuldades do fuso horário e as noites sem dormir se tornam insignificantes.
Uma de suas mãos bloqueia a minha visão enquanto a outra me guia calmamente pela cintura. Sinto Lewis rindo atrás de mim, já eu me sinto mais inquieta do que nunca.
A movimentação de Londres ficou há quilômetros atrás. Lewis dirigiu, o que é incomum desde que sou eu quem é sempre a motorista.
Não tenho noção do que irei encontrar aqui, então aguardo ansiosa a revelação que espero há horas.
— Você sabe que eu odeio surpresas.
— Eu sei. Mas você vai gostar dessa. — Ele para de caminhar, mas continua com a mão em meus olhos.
— É nosso primeiro aniversário de casamento. Tinha que ser algo grande.
— Algo grande?! Lewis, eu te comprei um relógio.
— E eu amei meu novo Rolex. E esse presente não é exatamente só para você, é para nós dois.
Lewis tira sua mão de meus olhos, demoro alguns segundos para me acostumar com a claridade. A luz do sol ilumina um campo grande e rodeado de verde, o clima é gelado, mas a luz do sol faz tudo parecer quente e aconchegante.
No meio de duas grandes árvores há uma casa com a fachada pintada de branco. As janelas tomam conta da frente da casa assim como algumas flores plantadas ao redor da residência.
É uma casa linda, delicada e grande o suficiente para uma família morar, mas não tão grande a ponto de ser intimidadora. É o refúgio perfeito para uma vida inteira, cercada pelas pessoas que você ama.
Fico alguns segundos observando a fachada. Lewis sai do meu lado e vem até a minha frente. Seu sorriso é gigante e posso perceber por sua feição que ele espera que eu diga algo. Mas não saberia o que dizer quando eu nem ao menos sei para o que eu estou olhando agora.
— O que achou? — Sua expectativa implícita em sua fala.
— Lewis… -Não pode ser isso, ele não pode ter simplesmente comprado uma casa nova para nós. — O que é isso?
— Espera. Eu quero que você veja por dentro.
Sua mão se encaixa na minha e Lewis praticamente me arrasta até a parte de dentro. Meu êxtase é tamanho que mal consigo pensar direito agora. Isso é muito mais do que eu esperava.
A sala é espaçosa e as vigas de madeira tornam tudo mais acolhedor. Os móveis já estão dispostos e é como se tivessem tirado cada detalhe de um sonho meu.
— Tem uma piscina do lado de fora. — Ele abre a grande porta de vidro me revelando mais espaço ao ar livre. -Podemos colocar uma mesa grande aqui, para quando recebermos visitas.
Suas palavras saem rápido como uma criança empolgada com algo novo, seus olhos brilham como duas estrelas enquanto Lewis divide seu olhar de mim para toda a casa. Ele não demora a voltar com sua mão na minha e me levar para o segundo andar da residência.
O quarto principal adota um tom mais claro do que o resto da casa, que é coberta por madeira. A pintura branca das paredes deixa o cômodo ainda maior. Tudo parece limpo e novo.
— Você fez mesmo isso? — Minha voz sai quase em um sussurro e eu então percebo a vontade de chorar que me atinge. — Lewis, é perfeita.
— É nossa. — Ele diz. Sua voz sai baixa em comparação com minutos atrás, a euforia parece ter amenizado. — Eu pensei e planejei ela no último ano.
— Isso é. Eu não tenho palavras. É perfeito. Mas como faríamos isso? Quer dizer, com nosso trabalho e todo o resto.
Seria loucura mudar para o interior de Londres em um momento como esse, por mais que isso pareça um sonho.
— Eu posso ter antecipado um pouco as coisas. Mas nós podemos vir em alguns anos. Essa pode ser a casa em que nós vamos ficar velhinhos juntos e criar nossos filhos. É o lugar perfeito. Só teríamos que esperar um pouco, e enquanto isso podemos vir sempre que quisermos um tempo sozinhos. 45 minutos de Londres e sem vizinhos por alguns quarteirões soa bem não?!
Eu só consigo sorrir. A ideia de ter uma família ao seu lado e envelhecermos juntos ainda é algo que ainda consegue me deixar emocionada.
— Sim. Soa perfeito.
Ele sorri.
— Vem, quero te mostrar uma última coisa.
Mal consigo gravar os detalhes do quarto e já sou puxada novamente.
Lewis abre a porta do quarto ao lado do nosso, diferente dos outros, nesse quarto não há mobília alguma. Uma janela grande se dispõe no meio de uma das paredes iluminando cada canto do cômodo. Eu me mantenho parada na porta enquanto Lewis finalmente se acalma atrás de mim.
— Existem mais dois quartos como esse, que ainda estão vazios. -Sinto a empolgação dentro de mim assim que percebo onde Lewis irá chegar. -Nós vamos montá-los juntos, no momento certo. Para nossos filhos. Vamos encher essa casa de felicidade, S/n.
Me viro para ele e sinto algumas lágrimas escapando de meus olhos. Eu não poderia estar mais feliz por essa surpresa.
Colo nossos lábios em um beijo que demora a ser separado, só para eu poder falar antes de voltar a ele.
— É tudo o que eu mais quero.”
— Não há filhos em comum do casal, e o divórcio parece ser de concordância de ambos. Se não houver algum impasse com o último acordo proposto, acredito que não haja a necessidade de estender esta audição.
“Divórcio. Concordância. Ambas as partes.” Parece tão ruim quanto soa. Como poderia existir uma concordância sobre algo tão doído e profundo quanto isso? Não é isso o que acontece, não estou aqui porque quero, estou aqui porque preciso estar aqui, estou aqui porque devo isso a mim e a parte que morreu dentro de mim. Devo isso como justiça a menina que acreditou tanto em conto de fadas. Então não, não há concordância alguma com essa situação.
Olho para meu advogado e faço menção de falar com ele, mas isso não se torna necessário. Seu pigarreio chama a atenção de todas as poucas pessoas da sala.
O acordo proposto no documento que deixei com Lewis naquela manhã foi negado, assim como os outros dois feitos por meu advogado. Parece que surgiu algum tipo de impasse entre o que Lewis desejava e o que seus representantes buscavam.
Então esperei pela contraproposta, e quando chegou tentei me conformar com ela. Havia muito mais para mim do que eu pedi nos acordos anteriores, e muito menos do que poderia receber se tivesse o mínimo de interesse em uma luta judicial. O acordo perfeito entre um homem arrependido que acha que dinheiro compra carma e os advogados que protegem seu império.
Mas no geral, não estava tão ruim, exceto por um detalhe.
— Há uma discordância de minha representada no que se refere ao acordo proposto pelo senhor Hamilton.
Eles nos olham com curiosidade. Lewis levanta seu olhar cheio de dúvida, que vem de encontro ao meu.
— E qual seria? — O mediador se acomoda em sua cadeira, se inclinando para nós.
Poderia vomitar se ao menos tivesse ingerido algo. Eu gostaria de aceitar qualquer coisa proposta e ir logo embora. Mas não quero sair disso com nada além do que já me pertence, e com certeza não tenho interesse algum em algo que me manteria de certa maneira amarrada a Lewis.
Eu sei que isso é mais uma coisa que eu não deveria fazer. Especialmente se a hipótese em minha mente se mostrar verdadeira. Mas eu não me importo mais, eu tenho todo o direito de usar a carcaça da pessoa ruim pelo menos uma vez.
Eu tenho o direito de fugir dele.
— Minha representada não tem mais interesse nas ações referentes as empresas do Senhor Hamilton. Assim como a residência em Londres. Gostaríamos de apresentar uma contraproposta, onde as ações seriam transferidas de volta, e a casa passaria inteiramente para o nome dele, caso haja concordância, é claro.
Assisto meu advogado passar novos papéis ao mediador, que analisa cada um deles com cuidado.
Quero poder sumir de sua vida em todos os sentidos, não vou me curar se não me afastar dele, continuar com as ações em meu nome me colocaria em momentos como esse. Presa em uma mesa de reunião com ele ao meu lado. E a casa só me faria lembrar de tudo o que nunca foi. Não quero sequer passar na frente dela, mesmo sendo uma residência nova, ela está infestada de fantasmas para mim.
— O que?! — Lewis tira a atenção de todos, até mesmo do mediador, que ainda analisa os papéis dispostos em sua frente. — Do que você está falando? Essas ações são suas por direito, S/N. Nós conquistamos isso juntos. — Ouvir sua voz pessoalmente depois de tantas semanas me faz querer chorar.
— Senhor Hamilton, por favor. Apenas seu advogado tem o direito da palavra nesse momento, tudo bem? — A voz do mediador se torna um pouco mais alta, a fim de chamar a atenção de Lewis.
Há muita descrença em seu olhar, já o meu transborda mágoa.
Se fossem apenas empresas e números as únicas coisas que conquistamos juntos, tudo isso seria infinitamente mais fácil.
— Não faz isso. Elas são suas também, você sabe disso.
Lewis ignora completamente o mediador e continua falando diretamente para mim. Seu olhar revela súplica, como se ele estivesse buscando a redenção e a única maneira de alcançá-la fosse garantir que eu fique com milhões em ações.
É tentador. Mas estamos falando de uma mulher com o ego ferido e o orgulho enorme. Então obrigado, mas não.
— Senhor Hamilton, por favor.
O mediador parece um pouco nervoso. Já seu advogado se torna inquieto e se inclina para falar com Lewis.
— Se ela está abrindo mão de livre e espontânea vontade, você deve considerar. Não estamos falando sobre pouca coisa, Lewis. — A voz de seu advogado é baixa, porém dentro dessa sala minúscula e com todas as outras pessoas em silêncio, seria impossível não escutar sua fala.
Lewis ainda me olha, e eu ainda olho para ele. Não abri minha boca para respondê-lo, nem pretendo. Tudo o que eu quero é poder sair logo daqui com o que quero, ou melhor, o que não quero.
— Eu não ligo para isso. — Lewis responde seu advogado, mas ainda olhando para mim. Conseguiria até mesmo dizer que há um pouco de raiva em sua feição, se ao menos ainda conhecesse essa pessoa na minha frente.
Dia 1.397
“Acordar com cheiro de café em casa é uma das minhas coisas preferidas, porque eu sei que quando isso acontece é porque ele está em casa. E não poderia ser diferente, ele me prometeu que estaria.
Meus braços passam ao seu redor assim que o encontro na cozinha. Seu torso nu é quente e faz eu me sentir em casa como nada nunca chegou perto de conseguir.
Suas mãos me entregam uma xícara de café e nossos lábios se colam em um beijo cheio da saudade que parece nunca ir embora, por mais juntos que estejamos.
— Como é possível alguém que odeia café conseguir fazer o melhor café que já tomei na vida?!
Lewis ri antes de colocar suas mãos em minha cintura.
— Você diz isso porque é apaixonada por mim e gosta de tudo o que eu faço. Literalmente todas as pessoas que tomaram meu café não gostaram.
— Isso é porque eles não sabem apreciar o café mais forte que já entrou no organismo deles. — As risadas ecoam pelo apartamento. — Mas sério amor, por mais que eu ame, você tem que pegar leve com a quantidade de pó, eu poderia ficar acordada por dias se tomasse mais de uma xícara pela manhã.
Suas mãos apertam minha cintura o suficiente para me fazer suspirar. Pouso minha xícara com o líquido quente na bancada e logo volto minhas mãos até suas costas desnudas.
Vejo o sorriso se dissipando de seu rosto e sua feição sendo tomada por um ar de seriedade.
— O que foi?
— Nada. Eu só estava pensando.
— Quer dividir isso?
— Eu não tenho certeza se você vai gostar muito da ideia. —Um sorriso tímido volta em seus lábios e minha curiosidade aflora. — Eu sei que o plano não era esse. — Seus olhos já não estão mais em contato com os meus. — Mas eu não consigo parar de pensar nisso.
— Vamos. Me conta.
— Bom. — Ele parece ansioso, talvez realmente preocupado com a minha reação. — Eu acho que, talvez. Se você quiser. Nós poderíamos começar a tentar aumentar a família.
Meu sorriso despenca.
Não porque não quero isso, mas porque quero tanto isso que só a ideia de Lewis também desejar isso antes mesmo do que estava combinado entre a gente faz meu estômago se revirar de felicidade.
Não sei se por conta do café forte de Lewis ou a minha empolgação, mas de repente tomo ciência dos meus batimentos cardíacos acelerados.
— Quer dizer. Se você ainda quiser esperar nós podemos. Sei que tem o seu trabalho e….
— Não! —Interrompo seu raciocínio. — Eu só não estava esperando por isso. — Tenho que pensar nas palavras antes de conseguir emiti-las. — Lewis. Você está falando sério?
Puxo seu rosto de volta ao meu e o obrigo a olhar para mim. Estamos tão próximos um do outro que Lewis deve conseguir sentir meus próprios batimentos em seu peito.
— Eu estou pensando nisso já tem um tempo. Eu sei que combinamos de esperar até depois da fórmula 1, para irmos morar em Londres e formar nossa família. Mas eu não acho que vou me aposentar tão cedo, e quero uma família agora com você. E eu sei que vai ser loucura ter um filho no meio de todas as viagens e caos da nossa vida, mas… — Seu sorriso aumenta ainda mais. — Será nosso filho, né?! Se existe alguém que conseguiria lidar com tudo isso, essa pessoa é ele. Ou ela.
Minha comoção é tanta que mal consigo pensar em algo a dizer.
Sei que meus olhos transbordam de felicidade e emoção, e vejo os de Lewis da mesma forma.
Puxo ele para mais perto de mim, me colo nele sem vontade alguma de o deixar ir para qualquer lugar.
— Você sabe como eu quero isso. — O puxo para um beijo que acaba sendo desordenado por nossa agitação.
— Isso é um sim? — Lewis nos separa por um segundo para falar.
— É claro que sim!”
— Vamos dar uma pausa para que o advogado do senhor Hamilton possa analisar a contraproposta e para acalmar um pouco os ânimos.
Assisto ambos se levantarem. Lewis sai da sala quase que correndo, enquanto seu advogado o acompanha com os novos papéis em mãos. Eu me sinto anestesiada, preciso bater meus pés no chão algumas vezes para ter certeza de que não vou cair no momento em que me colocar de pé.
— S/n. Você está positiva sobre a contraproposta? — Adam, meu advogado vira sua cadeira em minha direção. Sua voz é baixa mesmo sem a necessidade. Já que não há mais ninguém na sala. — Sei que tem os seus motivos, mas estamos falando de mais de cinquenta milhões. Que podem se tornar muito mais com o passar dos anos. Entregar isso dessa forma para ele pode ser um erro. Você poderia ao menos vendê-las.
— Não. Eu não quero mais nada dele, Adam. — Sua cara entrega o que ele não diz. O que me faz sentir a necessidade de me justificar. — Não estou dizendo isso só por estar machucada, estou dizendo isso porque realmente quero sair disso, não quero mais ter que lidar com nada relacionado ao Lewis. E eu sei que pode parecer loucura, mas cada centavo gasto vindo dessas ações só me faria sentir ainda pior. Então sim, eu estou positiva sobre a minha decisão.
— Tudo bem. Eu entendo. — Seu olhar de compaixão me mata. Desvio de sua feição para não ter que lidar com essa pena estampada. — Acho que vão concordar, não teria motivo para postergar isso ainda mais.
— Eu espero que sim. — Não espero por uma resposta, deixo Adam em seu lugar e saio da sala em busca de ar fresco.
Dia 1.716
“Prometi que não me desapontaria dessa vez. Pensei que fosse ser mais fácil não ver o que eu gostaria pela sétima vez consecutiva. Mas não. A cada mês isso só faz doer mais.
Encaro o pequeno objeto de plástico em minha mão enquanto sinto o nó em minha garganta.
Uma maldita listra vermelha.
Uma. Só uma.
Sinto o braço de Lewis ao meu redor e seu rosto descansar em meu ombro.
Começamos a tentar alguns meses atrás. Sabíamos que se esperássemos pelo momento perfeito ele nunca chegaria. Viajamos o tempo inteiro e a fórmula 1 toma conta de boa parte da vida de Lewis. Além de ser um esporte perigoso.
Mas o desejo por nossos filhos se mostrou tão grande que qualquer potencial problema parece microscópio em comparação. Temos um relacionamento sério e estabilidade, além de disposição e amor de sobra, o que poderia faltar?!
Então parei com as pílulas e esperei que acontecesse. Mas não aconteceu. Nem no primeiro mês, nem no segundo, começou a me incomodar no terceiro. Mas não imaginava que fosse chegar a sétima tentativa sem êxito.
Eu tento me conter e fingir para mim mesma que tudo está bem. Somos novos, temos muito tempo para conseguir isso. Mas a frustação está estampada em meu rosto.
— Nós podemos continuar tentando. — Sua voz sai abafada por conta de seu rosto descansando em mim. — É a melhor parte de qualquer forma. — Ele brinca.
Uma risada baixa sai de meus lábios.
— Sim. Talvez na próxima vez, né?!
Tiro o teste de meu campo de visão e passo a encarar Lewis. Que ajeita sua postura para me olhar de volta. Ele assente enquanto me olha com atenção.
Talvez ele esteja esperando por algum tipo de desabafo, ou até um choro contido. Mas não há. Não porque eu não esteja me sentindo triste, e sim porque não faria sentido agora. Principalmente quando ele está a poucos minutos de sair de casa para mais um de seus inúmeros finais de semana de trabalho. Sua esposa chorosa não seria a melhor coisa a deixar em sua mente antes de toda a concentração necessária para um grande prêmio.
— Podemos nos consultar com algum especialista se você quiser.
Ele se levanta e vai até sua mala de viagem.
— Não. Não acho que seja necessário agora. — Meu rosto diz o contrário. A dúvida do porquê uma gravidez não aconteceu ainda é o que vem ocupando minha mente há meses. — Podemos esperar por mais algum tempo.
Ele suspira.
— Tudo bem. — Suas mãos descansam na alça de sua mala. — Eu tenho que ir. Você vai ficar bem?
— Se eu disser que não, você fica aqui comigo? — Seus olhos são tomados por compaixão, o que faz com que eu imediatamente me arrependa do que acabei de dizer. Eu realmente gostaria que ele abrisse mão do trabalho às vezes, mas nunca pediria algo assim a ele. Por não querer ser inconveniente, e por já saber qual seria a resposta. — Eu to brincando. Vai, vai lá salvar o mundo, quarenta e quatro.
— Você é o meu mundo. — Lewis caminha até mim e deposita um beijo em minha testa. Sua resposta me faz sorrir. — Te vejo na segunda.
— Até lá.”
Desço as dezenas de escadas dispostas na frente do tribunal. Me sento em um dos degraus antes de chegar ao final deles.
As ruas estão movimentadas. Não poderia ser diferente em uma manhã de terça-feira. Tento focar na vida das pessoas que passam rapidamente pelo local, a fim de me distrair do nó em minha garganta.
Existem tantas coisas em minha mente que sequer consigo me concentrar em uma delas. É como se um zumbido estivesse tomando conta de mim sem deixar espaço para mais nada.
Nem minhas expectativas para uma nova vida, nem o objeto guardado em minha bolsa, nem a hipótese que deveria estar me consumindo, nem meu casamento se dissipando enquanto eu assisto tudo, nem a minha exaustão. Nada disso é capaz de fazer eu sentir algo.
Percebo sua presença ao meu lado por conta da minha visão periférica. Ele se senta, deixando quase nenhum espaço entre nós, mas sem me tocar. Não me movo para olhá-lo, nem para sair de perto de sua figura. Continuo focada nas pessoas que caminham em nossa frente, desejando nesse momento ter a vida da senhora passeando tranquilamente com seu cachorrinho de estimação pelas ruas de Mônaco.
— Como nós chegamos a isso?
De todas as coisas que eu esperava escutar de Lewis depois de semanas sem conversar. Essa seria a última das minhas suposições.
Eu não penso muito antes de respondê-lo.
— Eu não sei. — Sinto seu olhar em mim, mas ainda não me viro para ele. — Não acho que tenha sido em um momento específico. Quem dera pudéssemos atribuir isso a uma coisa exata, isso facilitaria as coisas.
Consigo escutar sua respiração ao meu lado, ele parece abalado, está inquieto em seu lugar.
— S/n, se eu pudesse voltar atrás e desfazer o que eu fiz…
— Não mudaria nada. — Eu interrompo seu discurso. Não aguentaria escutar lamúrias de Lewis, principalmente em um momento como esse, onde estou tão abstrata de meu próprio ser que sequer tenho ciência de minhas emoções. — Nosso casamento acabou antes de você me trair. Acabou muito antes disso, muito antes de eu perder nosso filho. Aconteceu, eu não acho uma boa ideia ficar se martirizando pensando no que poderia ser. Porque não foi. Simples assim. Nós estamos aqui hoje.
Ele me encara, sei que olha em meus olhos, e pela posição de seu corpo inclinado ao meu, posso deduzir que ele anseia por minha reciprocidade. Mas não quero e não consigo olhar para ele agora. Por mais que todos os meus instintos apurados durante esses anos estejam me implorando para ir de encontro a ele.
— E se continuássemos tentando? — Nem ele acredita em suas próprias palavras. A frase sai como um último suspiro.
— Nós tentamos por muito tempo. Mas desistimos em algum momento. Fomos abrindo mão de coisas pequenas até que elas se transformaram em coisas gigantes.
Esse é o fim. Eu sei disso. Tenho isso em minha mente a bastante tempo, e estou certa dessa decisão. Mas isso deveria doer menos. Eu deveria ao menos ter a capacidade de respirar, ou de encarar meu — ainda — marido.
Não sinto minhas palavras vindo. Apenas sinto a necessidade de dizê-las, talvez por precisar de uma conclusão. Ou porque me acostumei a dividir tudo com ele, e isso ainda é algo que precisa ir embora.
— Eu não me sinto feliz em estar aqui hoje. Talvez eu devesse ter lutado mais, e você também. Mas apesar disso eu sei que essa é a decisão certa. E por mais que você não admita eu sei que você concorda comigo. Não faz sentido em pensar no que poderia ter sido feito, quando no final das contas nós estamos aqui hoje. E nada vai mudar isso.
Finalmente tomo coragem e levo meu olhar a ele. Ele parece um completo estranho, uma pessoa totalmente diferente do que foi.
Seu olhar, que sempre foi a coisa que mais amei nele, agora não tem mais o mesmo efeito sob mim. Tudo em Lewis parece trocado. E mesmo perto dele, não o sinto aqui.
Quem está do meu lado já se tornou um estranho. Sou tomada pelo luto por uma pessoa que está viva e em minha frente, mas que não é nem perto de ser quem costumava.
Fico alguns segundos olhando para ele antes de voltar a falar.
— Esse é o único arrependimento que eu tenho. Essa mania de se enganar, o comodismo que deixamos tomar conta do nosso casamento. Porque se a gente tivesse percebido antes, se não tivéssemos deixado chegar no ponto que chegou, onde nós dois saímos machucados, então eu me lembraria de todos esses anos com uma felicidade enorme. Mas não é isso que acontece. Eu não consigo nem olhar para você de tanto que me dói. — Assisto as lágrimas invadirem seus olhos bem diante dos meus. Sinto raiva e pesar no mesmo nível. — E é essa a parte que me mata. Saber que os melhores anos da minha vida, serão os anos mais dolorosos de se lembrar. — Só quando paro para respirar é que percebo que também choro. Deixo as lágrimas descerem livre por meu rosto enquanto continuo o raciocínio. — Eu não sei se essa sensação vai mudar. Se com o tempo isso vai melhorar, só o que eu sei é o que eu estou sentindo hoje, e o que estou vivendo hoje. E eu decidi que a partir de agora, é isso nisso que eu vou focar. No agora.
Ele não diz nada por algum tempo.
Ficamos nos encarando sem pretensão de absolutamente nada. Não há nada a ser dito que faria alguma diferença.
— Eu sinto muito. — Mal reconheço sua voz, assim como todo o resto de seu ser.
— Eu sei. Eu também.
Dia 2.125
“O som de notificação do meu celular tira meu foco do programa de TV. Pego o aparelho que descansa no acolchoado do sofá e checo a notificação. Assim que leio a mensagem da notificação, meu tédio é tomado por mais uma onda de esperança, como vem acontecendo todos os meses há mais de um ano.
A notificação chegou e Lewis está em casa hoje, coisas que quase nunca acontecem ao mesmo tempo. Talvez isso seja um sinal de que esse mês finalmente seja o mês que vai dar certo.
Tudo é visto como um sinal para uma mulher desesperada.
Pulo do sofá e vou em direção ao nosso quarto.
Lewis está deitado, seu foco está na grande televisão, que passa o mesmo programa que eu estava assistindo na sala. A percepção me deixa confusa, e até um pouco triste. Porque ele preferiria ficar longe de mim do que fazer exatamente a mesma coisa que ele está fazendo aqui, ao meu lado?!
Engulo meu ego ferido e ignoro a sensação ruim que essa compreensão me deixou. Afinal o que precisamos fazer é muito maior do que uma birra minha.
Subo na cama e vou em direção a ele. Lewis não se da ao trabalho de se mover.
Monto em seu colo sem dificuldade alguma. Meus beijos começam em seus lábios e são retribuídos instintivamente por ele, mas suas mãos continuam inertes. Rebolo em seu colo afim de instigar algo. Nada.
Desço meus beijos em direção ao seu abdômen, e é só nesse momento que Lewis toma alguma atitude. Não a que eu queria, óbvio que não.
— S/n. Amor. Hoje não, tá?
Suas mãos vêm de encontro a mim, não para aproveitar mais do meu toque, mas para me impedir de continuar. O que me deixa irritada, mas não me impede de continuar. Volto para seu pescoço e distribuo beijos em sua pele, sem interesse em desistir do que preciso.
— Vamos. Vai ser rápido.
Desço minhas mãos até o elástico de sua calça de moletom enquanto ainda distribuo beijos, mas meus movimentos são interrompidos por ele.
— S/n, para! Eu disse não. — Sua voz é alta, o que faz com que eu pare imediatamente.
Ele se afasta de mim abruptamente. Lewis se levanta sem ter cuidado algum com a forma em que me deixa na cama.
Me sinto envergonhada como nunca, a raiva vem na mesma dimensão.
— Qual o seu problema?
— Eu to cansado dessa merda. Você acha o quê? Que eu sou a porra de um robô que você pode apertar um botão e ter o que você quiser? Isso é ridículo.
— Eu pensei que você quisesse isso também.
A respiração de Lewis é audível, ele está inquieto enquanto me encara.
— E eu quero, mas não dessa forma. Quando foi a última vez que transamos porque estávamos com tesão e não porque temos a obrigação de foder toda vez que seu celular avisa sobre seu período fértil, S/n?
— Eu não sei Lewis. Estou tentando conseguir o que nós dois queremos aqui.
— Sim, está tentando isso se tornando a pessoa mais fria do mundo. Qual o próximo passo? Quer que eu goze em um potinho e te entregue?
— É uma boa ideia. Facilitaria muito as coisas.
O deboche sai de mim com muita facilidade. Sinto a raiva subindo em meu corpo. E a ansiedade também.
— Pelo amor de Deus! — Ele entra no banheiro, mas deixa a porta aberta. Escuto a água corrente da torneira por alguns segundos antes de voltar a falar.
— Que merda você quer, Lewis?! — Minha voz sai em um grito.
Ele vem em passos rápidos de volta para minha frente.
— Minha esposa! — Ele também grita. — É isso o que eu quero, S/n. Será que tem como trazer ela de volta?! Ou essa obsessão já conseguiu levá-la embora também??
Minha frustração é tanta que sinto minha garganta queimar com as lágrimas que desejam cair. Nós nunca gritamos um com o outro, nunca brigamos como estamos brigando. Tudo parece um caos horrível e sem sentido.
— Eu tive um final de semana péssimo. E você sequer me perguntou como as coisas estão. Eu te pedi para vir comigo para o grande prêmio e você escolheu ficar aqui, provavelmente para se consultar com mais algum médico para ele te dizer exatamente o que todos os outros já disseram, isso se sobrou algum outo médico em Mônaco que você ainda não se consultou. Você está tão cega com essa ideia que esqueceu de continuar vivendo sua vida.
Uma risada sem humor sai de meus lábios.
— Oh coitadinho. Você teve um final de semana péssimo? Eu tive um ano péssimo, Lewis! E não estou chorando porque não vieram me consolar ou coisa assim. Eu estou tentando fazer o que devo, o que nós dois queremos. Você não tem o direito de me julgar por isso. — Saio da cama e ando em direção a porta. Frustrada e tomada pela culpa. Hoje poderia ter sido o dia, mas não foi. Não foi porque ele não quis. — Vê se cresce, Lewis. E se você quer alguém que passe a mão na sua cabeça, vai atrás de outra pessoa, porque não vai ser eu.
É a última coisa que digo antes de bater à porta atrás de mim.”
— Eu acho que devemos entrar.
Sua voz corta o silêncio entre nós, que dura há algum tempo. Paramos de conversar minutos atrás, mas não sentimos a necessidade de sair de perto um do outro.
Acho que ambos sabemos que esta é a última vez que ficamos juntos dessa forma. Não existe culpa por querermos estender esse momento, por mais triste que ele seja.
Concordo com a cabeça enquanto volto a encará-lo.
Sei que esta era a oportunidade de finalmente dizer a ele o que acredito estar acontecendo, mas simplesmente não consigo. Foi difícil demais chegar até este momento, e contar a ele minhas suspeitas só o magoaria e adiaria ainda mais o inevitável. Não preciso submetê-lo a isso, pois se estiver realmente certa, sei que essa questão não será algo que me acompanhará por muito tempo. E se posso poupá-lo de mais essa dor, é isso que farei.
— Vou assinar os papéis. Se é isso o que você realmente quer.
— Não. Isso com certeza não é o que eu quero, Lewis. — Me levanto junto com ele. — Mas é o que nós temos que fazer se ainda resta qualquer respeito pelo que nós dois vivemos juntos.
Entramos juntos e em pequenos passos no grande tribunal. Caminhamos lado a lado sem pressa alguma até a sala fria que nos aguarda, sem dizer uma palavra. Sem a necessidade de mais lamentos. Certos do que vai acontecer, incertos sobre o futuro que não imaginávamos sem o outro.
Volto ao meu lugar, meu coração dispara quando todos se acomodam.
— Meu representado concorda com a contraproposta. — Seu advogado corta o silêncio.
— Isso é bom. Agora que ambos concordam, podem enfim assinar os documentos, por favor. — O mediador parece até mesmo aliviado.
O nó na minha garganta me sufoca, quero fugir daqui, quero chorar como um bebê agora. Isso dói como um inferno. Não pensei que fosse ter uma crise nesse momento, não quando está tudo tão perto de acabar.
Tento me conter, tento manter minha respiração controlada e não demonstrar o quão perto estou de explodir em choro e berros. Acho que me saio bem nisso, já que a única pessoa que percebe minha instabilidade, é a única pessoa na sala que está na mesma situação que a minha.
Seus olhos vermelhos me entregam uma dor quase palpável.
Não deveria ser assim, não deveria estar acabando dessa forma.
Prometemos que morreríamos juntos, velhinhos, na nossa casa com a fachada branca e rodeada por flores em Londres.
Não era para acabar em uma sala gelada disposta no tribunal de primeira instância de Mônaco. Isso é injusto pra caralho.
Lewis pega os papéis brancos que foram passados de seu advogado para ele. Suas mãos tremem, mas só eu percebo isso. Ele não desvia seu olhar do meu, nem por um segundo, nem enquanto pega a caneta preta disposta em sua frente. Ele quer ter certeza. Ele quer uma última confirmação minha.
Dia 0
“Nossas mãos se encaixam perfeitamente. Me sinto instantaneamente mais calma com seu contato. Me afasto de meu pai enquanto me aproximo de meu noivo.
— Você está perfeita. — Ele cochicha em meu ouvido quando se aproxima de mim. A emoção em sua voz é clara. Lewis deposita um beijo em meu rosto antes de se virar para meu pai.
Os dois apertam as mãos. Meu pai puxa Lewis para um meio abraço, sei que algo é dito no meio disso pelo mais velho, mas não escuto o que. Só as hipóteses que passam em minha mente já são o suficiente para me fazer rir.
Lewis não demora a se voltar a mim, agora sua atenção é totalmente minha.
— Senhoras e senhores, familiares e amigos, estamos aqui reunidos neste dia especial para celebrar o amor e a união de duas almas que decidiram embarcar juntas nesta jornada da vida.
O oficial de Justiça começa a discursar. Meu coração acelera e o sorriso em meu rosto parece que vai se manter para sempre.
Lewis está mais lindo do que nunca. Sua felicidade consegue o deixar ainda mais bonito, como se isso fosse possível. Eu quero poder olhar em volta, ver se as flores dispostas são as mesmas que nós escolhemos, ou se todos que convidamos estão presentes. Mas não poderia, não poderia olhar para lugar nenhum quando tenho a melhor coisa da minha vida disposta bem na minha frente. Movendo sua boca e me dizendo “eu te amo” sem emitir nenhum som. Só para eu saber, só para deixar claro.
— O casamento é um momento único, pois é o encontro de duas pessoas que escolhem compartilhar seus sonhos, alegrias e desafios lado a lado. Hoje, Lewis e S/n, vocês estão dando um passo importante em suas vidas, um passo que representa a promessa de amar e cuidar um do outro, independentemente das circunstâncias. A jornada do amor é marcada por altos e baixos, mas é a parceria e a cumplicidade que farão com que vocês superem todos os obstáculos juntos. O amor é a força que une seus corações, tornando-os mais fortes, mais corajosos e mais dispostos a enfrentar qualquer adversidade. Agora, peço a atenção de todos para os votos dos noivos.
A ansiedade me consome ainda mais, mas fico animada por finalmente poder dizer as palavras que venho guardando dentro de mim.
Me viro para Alessia, que se estende atrás de mim. Ela me passa o pequeno pedaço de papel que confiei em suas mãos mais cedo.
Tento respirar algumas vezes antes de começar a pronunciar as palavras escritas por mim no papel pautado.
— Acho que não é novidade para ninguém aqui como eu sou sonhadora. Todas as pessoas que me conhecem já escutaram sobre meus devaneios em algum momento. —Minha risada é acompanhada de meus convidados. — Muito deles eu julgava e tinha consciência de serem impossíveis. Afinal eu sei que não tem como algo ser perfeito. — Tiro meus olhos do papel e encaro Lewis por alguns segundos. — Nunca pensei que ficaria tão feliz em estar errada.
Tento segurar as lágrimas enquanto falo, mas sei que minha emoção está implícita e a um passo de tomar conta de mim.
—Você me mostrou que meus sonhos irreais são não só possíveis, como ainda melhores do que na minha imaginação. O amor transcende o que eu julgava impossível. O seu amor me mostrou que mesmo a parte ruim vale a pena se eu tenho você ao meu lado. — Lewis sorri de uma forma diferente do usual, as lágrimas tomam conta de seus olhos também. O que só me deixa ainda mais realizada. — Nunca imaginei que me casaria com aquele rapaz que conheci pelo simples acaso em uma noite de curtição com as minhas amigas. Não porque não gostei de você de primeira; porque acho que ficou claro como eu já estava conquistada por você desde antes de saber seu nome. — Sua risada ecoa dentro de mim. — Mas porque imaginava que quando encontrasse o amor da minha vida, o sentimento seria diferente. Eu teria medo, anseio, ficaria na dúvida algumas vezes. Afinal, é o que minha mente e todas as histórias de amor nos fazem acreditar. Que é preciso ser complicado para ser real. Mas não foi isso o que aconteceu, tudo em relação a você e eu foi natural, parecia certo desde o começo.
Preciso de alguns segundos para respirar, olho para nossos convidados por um breve momento e consigo captar toda a emoção presente no local.
Como é possível um momento ser mágico assim? Como tudo isso poderia resultar em algo que não a perfeição de uma vida juntos? Eu pensava que tinha certeza de algo até agora, mas essa sensação me mostra que não. Não há nada dentro de mim maior do que a convicção da decisão certa para com o amor da minha vida.
— Demorei um pouco para perceber que essa é a essência do verdadeiro amor. Aquele que acontece de forma fluida e incondicional, sem pressões, medos ou inseguranças. Encontrei em você a segurança e o conforto que nem sabia que procurava. Agora, olhando para trás, para tudo o que passamos, percebo que cada passo que nos trouxe até aqui foi guiado pelo destino. Cada momento que compartilhamos, cada risada, cada lágrima, tudo fez parte de um enredo cuidadosamente escrito para que encontrássemos um ao outro nesse conto de fadas perfeito.
— E, meu amor, prometo que continuarei valorizando esse sentimento que nos une. Porque foi ao seu lado que eu aprendi que o verdadeiro amor não precisa ser complicado ou incerto. Eu agradeço ao acaso, ao destino e a todas as forças e entidades que nos uniram. Eu sou abençoada por isso, e não há palavras suficientes para expressar minha gratidão nesse momento. Que o nosso amor continue a crescer, a florescer, e que juntos enfrentemos cada desafio com coragem e cumplicidade. Porque se estou ao seu lado, eu sei que não há nada a temer, e que estaremos bem, contanto que estejamos juntos.
Enuncio as últimas frases enquanto olho em seus olhos, elas já estão gravadas em mim mesmo antes de escrevê-las.
Lewis comprime os lábios, existe poucos segundos de silêncio antes de rirmos um para o outro. Em uma bagunça de lágrimas e felicidade.
Saber que agora é sua vez me deixa mais ansiosa do que minutos atrás, quando comecei a discursar.
— Oh Deus. — Ele sussurra com a voz embargada. — Como você espera que eu consiga dizer qualquer coisa depois disso?
— Só respira. Eu estou bem aqui.
Nossas mãos se conectam novamente. Firmo meu aperto nele, esperando o tempo necessário para Lewis se preparar.
Eventualmente Lewis leva sua mão até o bolso de sua calça social, e tira de lá um pedaço de papel dobrado.
Percebo o tremor de suas mãos. Mas seu sorriso continua intacto.
— S/n… — Ele me olha por alguns segundos antes de voltar seus olhos para a folha. — Eu poderia passar horas aqui dizendo como eu tenho a certeza de que você é o amor da minha vida. De como você me mostrou uma vida que eu nunca imaginei que seria para mim. Ou como você me ensinou tanto, que eu não seu como consegui sobreviver antes de te conhecer. — A mão que segura o papel se aperta com certa força, mas sua expressão, em contraste, me traz paz. — Mas não existem juras de amor o suficiente para te dizer o que eu gostaria agora, S/n. Não acho que exista uma combinação de palavras que chegue perto de expressar o que eu realmente quero, o que eu sinto dentro de mim. Por isso que eu não vou tentar, não nesse momento, não desta forma. Eu vou mostrar a você, todos os dias, aquilo que frase alguma nesse momento poderia. E é essa a minha promessa a você.
Sinto uma euforia que poderia ser confundida com ansiedade, cada palavra dele me envolve de uma forma que até me sinto dormente, como se estivesse flutuando em um estado quase imortal enquanto escuto ele. Tudo dentro de mim ecoa que este é o momento, o auge de uma felicidade genuína. É o momento que pretendo recordar todos os dias pelo resto da minha vida.
Simplesmente, o melhor momento de todos.
Esforço-me até mesmo para colocar um pouco de lado a consciência das minhas emoções. Não tenho certeza do que poderia acontecer se me entregasse completamente ao que estou sentindo. É como um nirvana, e eu espero que dure para sempre dentro de mim.
Lewis pausa por alguns segundos antes de continuar.
— Você é a melhor parte de mim. Eu sou a minha melhor versão quando tenho você ao meu lado. E, por isso, eu prometo cultivar cada uma dessas coisas que nos move, prometo cuidar desse amor e nunca deixar isso ir embora. Prometo me lembrar todos os dias da sorte que eu tenho de ter uma esposa como você, mesmo naqueles momentos em que você me tira do sério por querer algo e não ter certeza do quê, e achar que eu deveria ser um mestre decifrador. — Todos riem, existem lágrimas misturada com felicidade em nossos rostos. — Não. Está tudo bem, na verdade a sua habilidade de me confundir é uma das coisas que amo em você.
— Você é luz. É felicidade. É paz e uma tempestade ao mesmo tempo, é a minha base, é o amor da vida de alguém que nunca acreditou em contos de fadas. É a minha fortaleza, e eu espero ser a sua. Por isso, estarei aqui, sempre bem aqui, ao seu lado. Garantindo que você esteja sempre contente, sempre amparada, nunca sozinha. Nunca sozinha. — Ele da ênfase na última frase. Seus olhos grudados nos meus. — Eu te amo.”
Seu olhar, intenso e sufocante, parece penetrar minha pele, mas mantenho a compostura, escondendo a tormenta que se desenrola dentro de mim. Qualquer gesto meu pode acabar prolongando esse momento insuportável, e sinceramente, não sei se suportaria mais uma hora sequer nessa sala.
Resisto à tentação de desviar o olhar e, em vez disso, apenas assinto levemente. No silêncio que se segue, tento capturar cada detalhe, cada linha em seu rosto, como se essa fosse a última vez que o verei. Seus olhos, que um dia brilharam com amor, agora refletem apenas a sombra do que éramos. Seu pomo de adão se move e seu olhar desvia do meu, finalmente me liberando dessa angústia.
Os dedos que seguram a caneta estão tensos, brancos pela pressão aplicada. A ponta fina toca a folha de papel, deixando um rastro de despedida.
Um último olhar incerto.
O último segundo como esposa e marido.
Eu não acredito que acabou assim.
Mas è assim que acaba. Não com um estrondo, mas com um silêncio sufocante, marcando o fim de algo que juramos ser eterno. O último vestígio da nossa conexão se vai, e me resta agora a jornada que se desdobra diante de mim. Uma vida agora redefinida pela ausência do que um dia foi nós dois.
[…]
Adentro o apartamento e sinto a exaustão tomando conta do meu corpo.
Ainda é o meio da manhã, mas parece que já se passaram dias desde o momento em que acordei.
Meu novo lar não é nada parecido com o anterior, um apartamento simples, com três quartos, que parece ter o tamanho perfeito para não me sentir sufocada, mas também não tão grande a ponto de me deixar solitária.
O apartamento de uma mulher solteira.
As paredes são predominantemente brancas, com uma única exceção na sala. Pintei uma das paredes de azul no meu primeiro dia aqui, uma escolha que, agora, parece ter sido impulsiva demais. Olho para essa parede e sinto uma pontada de arrependimento, mas a ideia de repintá-la é simplesmente inconcebível.
Eu sequer gosto da cor azul.
De repente, tomo a consciência do objeto que guardei em minha bolsa dias atrás, e, pela primeira vez desde a compra, me sinto ansiosa em relação às possibilidades que ele carrega.
Fecho minha mão ao redor da alça da minha bolsa e caminho até o banheiro, não há pressa, mas meu coração bate descompassado.
Tranco a porta que se fecha atrás de mim mesmo estando sozinha, um costume que não perdi mesmo depois de sair da casa dos meus pais.
Minha respiração seria audível mesmo que a casa não estivesse no silêncio absoluto que se encontra.
Faço o que já fiz pelo menos duzentas vezes na vida, não existe a necessidade de olhar as instruções, a esse ponto já se tornou uma memória muscular. O ritual se desenrola no silêncio, marcado apenas pelo som sutil do papel e do plástico.
Com cuidado, devolvo o teste ao seu lugar na pequena caixa. Uma hesitação paira no ar, uma pausa prolongada antes de encarar o que já quase tenho certeza de saber. A urgência em descobrir compete com a relutância em enfrentar. Não estou preparada, não quero reviver aquilo tudo novamente. O medo dentro de mim cresce a proporções que nunca experimentei antes. Se eu tivesse a mínima força, poderia ter um ataque agora.
Saio do banheiro, em busca de mais espaço, em busca de diminuir a sensação de sufocamento. A pequena caixa ainda na minha mão.
Já se passaram os 3 minutos indicados, as instruções dizem para desconsiderar depois de 15 minutos. Eu tenho 12 minutos, 12 minutos podendo fugir da resposta, 12 minutos onde eu ainda finjo não saber de nada, onde posso continuar a me iludir por mais um breve intervalo de tempo. 12 minutos que me permitem adiar o confronto inevitável, como se ignorar o relógio pudesse congelar a realidade que talvez me aguarda.
Existem lágrimas. Lágrimas que não sei se são de tristeza, alegria ou uma combinação complexa de ambas. Cada gota parece carregar o peso de uma jornada, do luto pela perda passada, da incerteza do futuro e da surpresa inesperada da possibilidade de uma nova vida começando a se formar.
Existe um sorriso trêmulo que brinca nos cantos dos meus lábios. É um sorriso marcado pela vulnerabilidade, pelo medo e pela resiliência. A ironia de descobrir isso logo após o divórcio parece pairar no ar, mas também há uma chama de coragem que se acende dentro de mim. Uma força que surge da necessidade de enfrentar esse capítulo sozinha.
Existe confusão. Meu coração parece um labirinto de sensações contraditórias. A dualidade de emoções se manifesta em pensamentos que se atropelam, em dúvidas que se entrelaçam com esperanças medrosas. Como equilibrar a fragilidade de uma nova vida com a dor de uma perda anterior? Ou melhor, de duas perdas?
Existe medo. Que se alimenta da vulnerabilidade de estar sozinha. O espectro da perda passada ainda paira sobre mim, uma sombra que sussurra receios. A incerteza do que virá.
Existe felicidade. Uma felicidade que surge da compreensão de que a vida, apesar de suas reviravoltas dolorosas, continua. Uma nova vida, uma oportunidade de recomeçar, mesmo que o cenário pareça assustador à primeira vista. É a esperança que se acende diante da escuridão.
Reúno a coragem necessária e seguro o objeto com firmeza. Eu o tiro da caixa.
Existem duas linhas.
[…]
A vida se desenrola, ela acontece, por mais que eu queira pará-la em alguns momentos. As escolhas e mudanças, por vezes, deixam cicatrizes eternas. E, se doeu o suficiente para marcar, quer dizer que deve ser sempre lembrado.
Diante de mim, existe uma tela em branco, um caminho nunca percorrido antes, onde eu levo minha bagagem, e memórias que eu não sei se vão se desbotar tão rapidamente.
A dor deixa espaço para a resiliência, uma chance de redefinição. A vida mostra que a capacidade de seguir em frente é a fonte da superação, mesmo quando o futuro é instável e incerto.
Mesmo nos recantos mais silenciosos da minha história, há uma melodia sutil que continua a tocar, lembrando-me de que, apesar de tudo, a vida persiste, transformando-se em um fluxo eterno.
A vida se metamorfoseia, fluindo como um rio que, mesmo diante de obstáculos, encontra seu caminho, lembrando-me de que a persistência é a essência da existência.
No entanto, essa mesma persistência, embora seja a força que nos faz seguir em frente, pode também ser o motivo da dor, da desistência e do cansaço.
Saiba dizer adeus.
N/a: Nem vou me justificar do sumiço. Eu simplesmente não consegui escrever por um bom tempo. Mas espero que tenha valido a pena. Ai está, o último capítulo, finalmente. Espero conseguir voltar a escrever e trazer mais histórias. Obrigada a todos que acompanharam e tiveram paciência. Até a próxima ❤️❤️
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⚠️Gente uma dica/aviso importante que muita gente não sabe ou acaba esquecendo:
Quando iniciamos uma dieta, nosso corpo começa a se adaptar a ela, e quando ele se adapta paramos de emagrecer e o nosso peso fica estagnado. Por isso, ao iniciar uma dieta devemos nos atentar a quantidade inicial de alimento que estamos ingerindo, pois ao longo do tempo é preciso diminuir essa quantidade para que seu corpo volte a se adaptar e consequentemente emagrecer. Então não se deve começar uma dieta com calorias muito baixas porque ao longo do tempo você precisará diminuir essas calorias, logo se, você já estiver comendo muito pouco precisará comer menos ainda, o que vai fazer você não dar conta da dieta e desistir, ou até mesmo ter compulsão alimentar.
Sei que quando começamos uma dieta queremos emagrecer e ver resultados o mais rápido possível, mas essa pressa pode acabar te atrapalhando no futuro. Tenha calma, sei que é difícil, mas vc tem sua vida toda para chegar no seu tão sonhado corpo ideal...eu acredito em vc!!!
OBS: não sou nutricionista e nem tenho formação na área, estou apenas usando minha experiência pessoal e repassando um conhecimento que aprendi assistindo alguns vídeos... logo, não leve o que eu disse como verdade absoluta e sempre tente pesquisar por conta própria tudo o que você aprende na internet.
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Eu juro que não. Eu nego. Com a boca, digo não. Hoje, não. Negativo. Agora não. Não dá mais. Não pode ser. Não. Nem pensar. Não, eu disse. Porque não. Não, não e não. Repassando - não. Não, mas obrigado. Quando digo não é não. Pela última vez: não. Aí você abre a porta e tudo muda de figura. Ah, não.
-Gabito Nunes
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Sentença
Estática. Apática. Olhos fundos e pupilas dilatadas. Minha mente entrou em looping infinito da nossa história, repassando tudo o que vivemos. Às vezes parece que não sinto o meu coração bater. Às vezes é até difícil respirar. Eu tive uma recaída, não de remédios dessa vez, mas de saudades sua. Eu me sinto péssima por deixar isso acontecer. Eu quero chorar, gritar e dar na minha cara por me permitir sentir essas coisas. Tenho vontade de mandar mensagem, ligar ou ir até você, mas eu sei que as ligações vão ser recusadas, mensagens não lidas e eu não seria bem-vinda na sua casa, não depois de tudo, não depois da nossa despedida silenciosa. Meu coração deseja que retomemos a nossa história, mas a minha cabeça diz que isso é um erro, você foi um grande erro. Ter amado você foi como assinar a minha própria sentença e pular de cima de uma ponte sem pensar no amanhã. O seu veneno me corroeu por dentro de mim, se espalhou pelas minhas veias e acabou com o resto de sanidade que eu tinha na minha cabeça. Você é um câncer, me matou de dentro para fora e espero que peso da consciência te persiga em todos os lugares que você for e na cama com quem estiver. Você não vai me encontrar mais, não vai ter vestígios meus, terá apenas o resquício de um amor que poderia ser vivido e de uma mulher que um dia te amou.
Verso e Frente
#pequenospoetas#pequenos textos#escritos#pequenosautores#pequenosescritores#pequenosversos#pequenasescritoras#lardospoetas#lardepoetas#versoefrente#autorais#autorias
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A espera naquele corredor lhe parecia eterna. Quanto mais tempo sobrava para esperar, mais sua mente parecia trabalhar contra ela; sua roupa estava boa o suficiente para estar diante da família real? Seu cabelo estava com muito frizz? Sua maquiagem estaria muito exagerada? Annelise sabia que, quanto a sua aparência, ela nada tinha a temer. Os funcionários do palácio de certo não a fariam passar vergonha de propósito, fariam? Não. Isso seria contra as regras da Seleção. Era mesmo? Ela não se lembrava.
A postura seguia impecável, como se para um desfile, ainda que um dos pés dançasse sem parar e ela torcesse e retorcesse a folha de papel em sua mão enluvada, o estudo de sua apresentação há muito esquecido e, agora, despedaçado.
Quando seu nome foi chamado, ela se levantou, fechou os olhos e respirou fundo antes de caminhar, tentando se mostrar confiante e despreocupada conforme passava pelas portas da sala, sorrindo e cumprimentando todos os presentes, desde a equipe por detrás das câmeras até a família real, a quem direcionou uma reverência antes de ir se sentar diante de Sophie Boulanger, por quem já tivera a honra de ser entrevistada ao ganhar, pela segunda vez, a coroa de Miss França. A presença conhecida a fez sentir um pouco melhor.
SB: qual foi a coisa que mais te surpreendeu assim que você chegou ao palácio?
Versailles por si só é uma visão. Não é a toa que milhões de pessoas vem à França para ver o palácio, mas para mim, sempre serão os jardins. Não me canso de vê-los; parecem saídos de uma pintura.
SB: você está aqui há algum tempo, nos conte o que você traria de casa para cá e levaria daqui para casa?
(ela hesita, arrisca um breve olhar para a Princesa e seu rosto assume uma coloração avermelhada) Existe algo que eu possa trazer que já não exista aqui? (Uma risada) Talvez não algo, mas alguém. Meu pai. Sinto muita sua falta e gostaria de poder tê-lo ao meu lado durante todo esse processo. Agora para levar daqui de volta para casa... A princesa, é claro. (Um sorriso) Mas imagino que essa seja a resposta mais esperada, então diria que, se não a Princesa Tony, com certeza um quadro ou escultura. A galeria é um dos meus lugares preferidos e, se pudéssemos escolher algo para levar conosco, eu levaria algo de lá.
SB: tem alguma coisa que pareceu bizarro para você na realeza, até agora? e surpreendente?
Bizarro, não, mas surpreendente. Ainda que eu tenha boa memória, as regras de cortesia têm sido, a princípio, um desafio. Temo ofender algum membro da realeza por não fazer uma mesura no momento certo ou por não tratá-los pelos títulos corretos. Me surpreende a naturalidade com a qual todos tratam uns aos outros, enquanto na minha cabeça eu estou repassando títulos, nomes e países! Entendo, é claro, que monarcas crescem estudando e aprendendo todos esses detalhes e costumes que são, de certo, essenciais.
SB: acredita que irá aprender a se tornar uma futura rainha? mesmo que não seja a escolhida.
Enquanto estiver aqui estarei me dedicando a aprender tudo o que precisar para atender às expectativas de ser uma Rainha. E, bem, eu não desisto com facilidade das coisas as quais me dedico, então, com certeza.
SB: está sendo difícil se adaptar às normas e pessoas novas? como é esse convívio para você?
Normas e pessoas novas são algo recorrente na minha vida. Na minha profissão, estou quase sempre rodeada de novos rostos e regras diferentes às quais devo me adequar. Acredito que ser adaptável é uma das minhas maiores qualidades, então não tem sido muito difícil. Ainda assim, falar com os membros da monarquia convidada sempre me deixa um pouco nervosa, sabe?
SB: teve tempo para conhecer alguma realeza convidada? se sim, deseja visitá-la em algum momento?
Ah, sim! A Rainha Emilia é maravilhosa. Sua companhia é sempre agradável; como um sopro de ar fresco. Ela fala com tanto carinho da Islândia que é impossível não querer visitar sua terra natal. E o Príncipe Adonis, eu já conhecia sua alteza há um tempo, então foi uma alegria poder encontrá-lo novamente! Já estive na Grécia a trabalho, mas adoraria visitar o país para passar um tempo de qualidade com elee aproveitar o lugar de verdade.
SB: como vem sendo sua relação com as outras garotas? acha que está deixando uma boa impressão?
Admito que estava receosa a princípio. Em competições assim, geralmente é bem difícil fazer amizades de verdade, já que todas queremos a mesma coisa. Pensei que seria como nos concursos de beleza; saltos quebrados e vestidos rasgados, onde não se pode confiar de verdade em ninguém. Mas, para a minha surpresa, não tem sido assim. Todas as selecionadas com quem falei até o momento tem sido extremamente cordiais e amigáveis. Acredito que, mesmo competindo entre nós, seja possível criarmos laços de amizade que vão durar para além da Seleção.
SB: como você acha que serão seus encontros com a princesa? vocês já tiveram momentos compartilhados?
(Um sorriso contido) Acredito que o anúncio da minha participação tenha sido um choque e tanto para a Princesa. Não é de se esperar que sua ex-namorada participe de uma competição para conquistar você, eu sei, e por isso entendo que ela ainda não tenha se aproximado de mim. Mas tenho certeza de que dividiremos momentos agradáveis. Cinco anos se passaram desde que estivemos juntas e de certo não somos mais as mesmas. Estou ansiosa para que nos conheçamos de novo.
SB: e por último, qual é o seu diferencial das outras garotas que te colocaria no trono?
Não direi amor ou devoção, pois uma vez casadas, esse é o mínimo que darei a Tony. Acredito que meu diferencial se volta mais para o povo. Eu venho de uma família que perdeu tudo. Os Cadieux eram membros da alta sociedade, você sabe, mas com a falência do Banque Cadieux, não tivemos para onde ir nem o que fazer. Meus pais venderam tudo o que podiam, mas eventualmente o dinheiro acabou. Todas as conexões dos meus pais desapareceram, então sequer tínhamos a quem pedir ajuda. (Ela limpa uma lágrima e sorri sem graça) Eu conheço a dificuldade; cresci sem saber como seria meu futuro, antes de começar com os concursos de beleza, e tive a sorte de ascender socialmente e superar essas dificuldades. Sei que essa é a realidade de muitos franceses e que nem todos tem a sorte que eu tive, então quero ser aquela que atende aos pedidos de ajuda, muito além dos projetos nos quais estou envolvida no momento. O Serviço Voluntário só atende até certo ponto, e com a influência e os recursos da Coroa, eu poderia fazer a diferença.
“por favor, o palco é seu. você tem cinco minutos, como especificado na carta. boa sorte.”
Com aquelas palavras, Annelise sorriu e inspirou fundo. Estar no palco e ser o centro das atenções não lhe era estranho, tampouco ser avaliada, como sabia que estava sendo, e ainda por cima por pelo menos duas pessoas que não a viam com bons olhos. Mas ali, sem poder cativar aplausos ou sorrisos de ninguém mais além da família real, Annelise sentia-se nervosa. A entrevista fora a parte mais fácil; mantivera seus olhos em Sophie por quase todo o tempo e por isso foi fácil fingir que a presença da Rainha Anne e do Príncipe André não a intimidava.
Agora, com os olhos dos três sobre ela, Annelise precisava controlar o bater acelerado do coração. Sentiu as bochechas corarem novamente ao começar a falar, as mãos entrelaçadas a sua frente, para não transparecer que tremiam levemente. Ela inspirou fundo novamente, sorriu e fez uma mesura. "Pensei em muitas coisas para apresentar. Impressioná-los com um desenho a carvão em cinco minutos ou ainda uma pequena apresentação na harpa. Mas, senti que nenhum deles expressaria meus reais sentimentos para com a Princesa. Seriam apresentações triviais com o único objetivo de ganhar seu favor e, por isso, decidi escolher algo que traduzisse muito do que quero dizer à Tony, ainda que não tudo." Ela engoliu em seco, alcançando um copo de água antes de subir ao palco. Fez a contagem e tomou fôlego antes de começar a cantar acapella.
Não sabia a opinião da família real quanto a musicais, mas esperava que, tratando-se de uma adaptação de um clássico literário francês, ela conseguisse alguma simpatia.
Think of Me, cantada pela personagem Christine Daaé, em O Fantasma da Ópera, sempre fora uma de suas músicas favoritas e ela agradeceu mentalmente por sua mãe tê-la feito ter aulas religiosas de canto lírico. A letra, é claro que sem a parte de Raoul, falando de ser lembrada, pois jamais se esqueceria da outra pessoa, traduzia parte do que queria dizer a Tony. Ela, Annelise, pedia-lhe que não se esquecesse do que tiveram de bom, dos momentos felizes que dividiram, que não se arrependesse do que tiveram por conta de seu erro. Sim, até mesmo as flores tinham suas estações para florescer, e floresciam novamente mesmo após o Inverno.
Poderia Tony dar-lhe outra chance de provar que elas também podiam?
Bônus: Think of Me - Phantom of the Opera
#elysian: task#✧.*✎ task : 001 - interview#quem pegar a referência do papel torcido e despedaçado no colo dela ganha um beijo
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