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martisa · 4 years ago
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The Folger Journey 2 : Aivan Drustinick não é Viking, mas é sulista
Alguma pista?
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Pedro Folger era um tecofebéron americano, no ano passado (2020), o que costumamos chamar de “Kathleen Team” entrou no escritório dele com uma papelada para ele assinar e fomos enfáticos
-- Senhor, tua filha corre perigo de morte (o ano foi 1969, é complicado, vivemos em um universo alternativo), a única maneira de salvá-la é assinando esse contrato - Não foram exatamente essas palavras usadas, creio que fomos mais enfáticos, mas não importa porque isso ficou no passado, bem, de qualquer maneira ele assinou o contrato, que dizia especificamente que ele teria que salvar uma vida e entregar outra ao deus da morte Anubis, não tínhamos certeza se Anubis era mesmo o deus da morte ou só um cara estranho com cara de cachorro, ele fez os contratos e queríamos uma história legal para contar na nossa festa anual (que foi bem diferente das outras por causa da pandemia) a que chamamos de Radarsday, na prática, Pedro teria que salvar alguém da morte e matar alguém, só assim a filha dele não seria morta pelo destino (quando o destino determina que você tem que morrer, não há nada que possa te salvar… Só se teu pai assinar um contrato). Então Folger veio ao Brasil de 1973 com instruções de salvar uma pessoa de quem não falaremos muito, basta apenas dizer que ela vai aparecer nessa história cedo ou tarde, ou bem cedo mesmo. Bem, ele foi bem sucedido em sua missão e sua filha não morreu naquele ano (69). Então chegamos a este ano, não tínhamos muita ideia de que história iríamos contar no Radarday até que Rosanah, uma das organizadoras levantou a hipótese de usarmos um recurso que não tínhamos usado no ano anterior
-- E se a gente apostasse na estética “ Oops, Valentina did it again?” - Só para deixar claro, Valentina é uma conhecida do meu noivo, nada mais do que isso. Eu achei a ideia excelente, mesmo assim ela não foi aproveitada no Radarsday, porém, descobrimos que o mesmo contrato que oferecemos ao senhor Folger, foi oferecido por outro grupo, neste ano (2021) a outra pessoa, um cara chamado Roman, disseram a ele que era para salvar a existência de Kathleen (Kathleen é uma influence com 7 bilhões de seguidores no meu mundo, sua existência está pautada na ausência de justiça, mas ela não tem culpa e ninguém mexe com ela, Kathleen é uma religião universal, como o dinheiro). Roman não teve muita opção de dizer não já que Kathleen era sua neta, filha de seu filho caçula e filha também de ninguém mais e ninguém menos que Taika Waititi, que no nosso mundo é um cineasta com uma coleção de Oscars e mais dinheiro que o Bill Gates, o contrato poderia ter sido para ele, mas ele não estava disponível e tudo interessava ao avô de Kathleen. Roman assinou o contrato, mas quando pegou na arma e na lista com instruções, desistiu alegando que o mundo não precisava de uma Kathleen, ou essa foi a história que ele contou. Depois eu dei uma lida por cima, nos contratos, quando os achei na mesa do senhor Folger, parece que a missão era encontrar e salvar um tal de Aivan Drustinick, que estaria no Brasil dos anos 90, sem mais nenhuma descrição sobre o desaparecido além do nome e de sua possível localização: Paraná. Folger negou a versão de Roman dizendo que o viu ajoelhado e chorando, disse que ele era um incopentente e que alguém precisava salvar Kathleen já que ela recebera uma oferta de Folger para ser sua garota propaganda, ele assumiu a missão e não havia nada no contrato que proibia esse tipo de coisa.
-- Paraná… -- Eu repeti comigo mesma, Aivan, Aivan, esse nome não me era estranho…. Parecia o nome de um Viking… Sim, era o nome de um viking da s��rie Vikings e… não, o nome do Viking era Aivar, Ivar, para ser mais exato, mas a gente escreve como fala, o nome do desaparecido era algo como… Ivan… Então a gente o chamou de Ivan, o desencontrado ( o Ivar da série é chamado de desossado, mas não queríamos nenhum desossado na nossa história) -- Não deve ser difícil encontrar alguém com esse nome -- disse e coloquei o pirulito de cereja na boca porque não posso fumar, na ocasião eu estava observando o pobre Pedro Folger em seu escritório, largado em sua poltrona, com o notebook aberto em sua mesa terminando uma série documental de oito episódios, ele fechou o computador com força
-- Que grande merda!!! -- Ele gritou, havia sido sucedido na missão anterior porque a missão anterior estava na cara dele, com todo mundo sorrindo e festejando, ele só entrou em uma festa de playboy, raptou uma garota e saiu de lá antes que tudo explodisse, mas não foi ele quem explodiu, foi Martín, também chamado de o Demônio de La Plata, agora as coisas eram um pouco mais desafiadoras, ele tinha que encontrar alguém e sabia mais ou menos por onde procurar, claro, pegou suas coisas e veio para o Brasil.
Ele passou exatamente duas semanas farejando como um cão, tudo o que se podia considerar uma grande e boa pista, mas ele não encontrou nada relevante, como eu diria, disse e vou dizer… Bem, vou dizer mais a frente. Então ele foi para o Espírito Santo encontrar a comunistazinha que agora estava com um novo empreendimento… Uma rede de telefonia móvel, a sua sempre grata parceira o recebeu de braços abertos e ele ajoelhou-se para falar com a menina que ele tinha visto ascender aos céus como um anjo ou um ET
-- Airacemaracel, Airacemaricel… -- Ele sussurrou
-- Gosto de Airacemaracel… Mais minha marca chama-se apenas Aracel… Cel, de celular, claro, vamos tomar um café brasileiro, senhor Folger -- Da última vez que Folger estivera no Brasil, ele fez contratos com os cafeicultores daqui, mas secretamente achava seu próprio café inferior, mas não diria isso para ninguém.
Já no meio da conversação, ele pediu socorro
-- Estou em uma nova missão pela vida de Kathleen Akatahaca Tate Cohen, agora tenho que encontrar uma pessoa… Talvez vossa alteza possa me ajudar -- Ele chamava Airacemaracel de alteza porque sabia que o verdadeiro pai dela era um imperador inca
-- Sim… Posso ver o que posso fazer pelo senhor
-- O nome dele é Aivan Drustinick… Desaparecido no estado do Paraná
-- Nunca estive lá -- Ela respondeu com um sorriso -- Dizem que o Paraná é a Rússia brasileira, mas eu prefiro a minha Rússia verdadeira...No entanto…
-- No entanto? -- Ele tomou um gole do café do Brasil
-- Eu nunca ouvi falar nesse nome, ele é bem peculiar… Ia dizer que no entanto, Poppy, Poppy Pérez pode te ajudar, ela tem empreendido missões para aqueles lados, talvez tenha mais informações -- Folger era um pouco orgulhoso para pedir ajuda para mim, mas ele queria muito salvar Kathleen de Anubis e o tempo estava se esvaindo, agradeceu Airacemaracel e telefonou para me encontrar, usando, é claro, o chip Aracel
-- A tecnologia é assustadora -- Foi a primeira coisa que ele disse
A Little Neglected Lane
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Nos encontramos em Curitiba mesmo, na época eu estava muito ocupada indo atrás de objetos necessários para fazer um ritual no presente, exatamente no presente, algo que iria me dar meio milhão de amigos mortos, mais ainda assim era meio milhão, eu estava em um mercadinho de bairro e por onde eu olhava, não encontrava aquele pivete gordo clichê para perguntar se ele se chama Stefan, isso não fazia nenhum sentido, não fora Stefan que tivera que usar um casaco com capuz de burro
-- Poppy Pérez… -- Disse Pedro
-- Senhor Folger… Fiquei sabendo que está em uma missão, mas… Sua filha já não foi salva?
-- Kathleen é como uma filha para mim… E o avô dela é um idiota -- eu estava sentada em uma cadeira de lata olhando um jornal para saber se o nome do idiota aparecia, abaixei-o
-- Eu não gosto de concordar com o senhor sobre isso -- Disse baixinho -- Me coloca no mesmo nível de gente que -- Fiz sinal de degola -- o senhor me entende… Não importa o quão maravilhosa seja Kathleen, há quem não queira que ela haja
-- Essas pessoas não são minha preocupação… Não agora, é… -- Ele sentou na minha frente em uma cadeira de lata -- Airacemaracel disse que você poderia me ajudar a encontrar Aivan Drustinick
-- Por onde começou que foi ao Espírito Santo? -- Ele contou sobre o que e como havia feito -- Aaaah eu entendi - Dobrei o jornal e coloquei no meu colo -- O senhor anda seguindo as pistas de forma errada, a pista certa estava lá no meio, mas não foi dada a ela a sua devida importância, isso porque ela não foi vista por alguém que está a par da totalidade dos fatos…
-- Então eu deixei escapar alguma coisa?
-- Sim, as palavras chaves são “ La” e “Plata” - Na época eu achava que o meu próprio noivo estava envolvido, não diretamente, mas como um deus obscuro a ser cultuado ou seus demônios subordinados, Folger pareceu lembrar
-- La Plata… Isso fica na Argentina
-- Exatamente… Há coisas que ninguém sonha saber sobre este lugar tão… pacífico
- Então sugere que eu vá para lá? O que você sabe, afinal…
-- Vou ser sincera, talvez eu conheça alguém que devora homens… todos os tipos de criaturas racionais… Ele tem subordinados, assim como o diabo tem os seus e Deus tem seus anjos… aconselho que procure por ele… Não posso dar mais informações -- Tinha medo de me arrepender de colocar Folger no meu caminho para os meus meio milhão de amigos fantasmas, felizmente ele não fez mais perguntas, agradeceu e partiu no mesmo dia para a cidade.
Foi curta a passagem dele por La Plata, mas foi efetiva, ele foi onde deveria ir desde o príncipio e encontrou alguém que falou para ele sobre o meu noivo
-- Sim, acho que procura o diabo, mas não o recomendo, ele tem cara de humano, mas dentes de tubarão e seu nariz caí, constantemente, seus olho ficam pretos e…-- Contou um monte de lorota
-- Não importa o que ele seja -- Folger era bem destemido, tinha uma intuição que lhe dizia que não teria que enfrentar tal quimera, a mesma que lhe dissera no ano anterior “ Saí dessa casa que ela vai explodir’ -- Onde o encontro?
-- Bem, ele está se escondendo nos subsolos da Catedral -- Nem eu sabia onde ele se encontrava, só sabia que ele estava arrumando as coisas para o ritual de meio milhão de amigos mortos, e meu noivo, a que vamos chamar de O Demônio de La Plata, não estava se escondendo, estava procurando coisas, Folger foi até lá
-- Olá, senhor… Pérez -- Pérez olhou para ele parando sua busca louca em uma estante de madeira escura
-- Folger… Reconheço alguém que tinha algo a perder na cena onde a diaba deveria ter aparecido… Ela apareceu -- Folger não entendeu, mas entenderia mais tarde, mas isso não faz parte dessa história
-- Vou direto ao ponto, procuro por Aivan Drustinick
-- Aaaaivan… Aivaaan… Aivan Misku?
-- Aivan Drustinick
-- Me diga como chegou até mim e eu conto onde ele pode estar… baseando-se em quem eu sei que está com ele -- Folger contou a história de como chegou até lá
-- Ótimo, quem te recomendou esta série?
-- Bem, eu coloquei o nome no Google, confesso
-- Inteligente é você, está evoluindo
-- Acaso nos vimos na missão passada?
-- Muito de relance, eu estava explodindo uma casa e você estava fugindo da casa
-- Estava explodindo… Você explodiu aquela casa!!
-- Não fique chateado, o dono dela mereceu algo do tipo e eu nem sou do tipo justiceiro
-- Agora que eu contei tudo, pode me dizer onde está Aivan?
-- Sim… Ele está em uma cidade litorânea do Paraná chamada………………………………………………………………………………………………………………………………. Paranaguá
-- Ufa -- Folger respirou aliviado -- Você falou em cidade e Paraná, eu achei que você ia dizer Maringá, não ponho os meus pés lá desde que arrumei treta com o Orochinho, deus das mitadas e ironia
-- Ele é osso duro de roer mesmo… Mas veja, Folger, Aivan está com uma entidade brasileira conhecida como Unhudo, ou melhor dizendo para você que é americano, Drybody (draibóri), é coisa pequena pra mim que sou um diabo intergaláctico, mas você, vai precisar de ajuda… Eu não posso te ajudar, estou ocupado
-- Eu… vou procurar reforços
Pedro Folger estava cansado de viajar pra todo lado atrás de Aivan Drustinick, mas agora ele sentia que havia encontrado o que procurava, mas havia um pequeno detalhe que ele precisava resolver e por isso, antes de sair dos subsolos onde estava Pérez, virou-se para ele e perguntou
-- Eu… posso oferecer a alma desse draibóri para Anubis?
-- Não sei… Até porque não tenho certeza se ele morreu mesmo ou é só um homem que vendeu sua alma para o capeta e não entregou a mercadoria… Acredito que essa pessoa, que eu esqueci o nome, acho que tinha algo a ver com piolho, bem, não importa, não está em condições de ser oferecida para um deus como Anúbis, sabe, tem sua parte para com o sobrenatural, isso costuma dar problemas -- Ao contrário do Dante sem inferno e sem Virgilio que Folger enfrentara na missão anterior
-- E quem eu posso matar no lugar? -- A questão não durou muito tempo, tinha um monte de gente ruim envolvida nesse caso que podia ir no lugar dele, mas Pérez tinha a solução, deu um sorrisinho amigo e falou
-- O conheço bem, Folger, sei que está tentando salvar alguém que não é da sua família
-- É, Kathleen Akatahaka, a maior influencer do mundo, também a quero anunciando meu café
-- Tenho minhas diferenças com o pai desta moça, mas qualquer pessoa que preza pela existência de alguém cujo o progenitor nasceu após 77, tem meu total apoio e consideração e por isso vou te ajudar… Estou eu envolvido em um ritual que vai terminar com a morte de uma pessoa, coisa simples, a pessoa não é muito boa, na verdade é podre, podre like… é… Diz aí um cara que matou muita gente… Sem ser eu, claro
-- Aivan, o terrível?
-- É disso que eu to falando… Quando ele estiver mortinho, pegarei seu coração e darei a tu, e tu oferece a Anubis… Há algo no contrato que impede que a pessoa morta não tenha nada que ver com a pessoa salva?
- Só diz que a pessoa morta tem que ser alguém que mereça ser retirada da vida, acho que teu homem entra nesse requisito
-- Ah se entra, confia no pai…
-- Quando o coração dele estará disponível?
-- Eu entrarei em contato através do teu celular Aracel -- Pérez é alguém muito sagaz.
A Talking Animal As Reinforcement
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Quando Pedro chegou a Paranaguá, foi logo procurando pelo suposto draibóri, mas notou que não ter se quer um nome era um empecilho bem do grande, apesar da cidade portuária não ser assim tão grande… Era alguma coisa, exausto e preocupadíssimo com o tempo, parou para descansar em um beco, sim, um beco, já havia perguntado para mais pessoas do que podia se lembrar se eles sabiam de um tal de “Unhudo” ou ‘draibóri”, ou, como eles chamavam? “Corpo Seco”, cujo nome tivesse algo a ver com piolho, ou que simplesmente estivesse mancomunado com o mal… Então o bizarro aconteceu, ou nem tanto, apareceu no beco, perto dele, um cara normal, do pescoço para baixo, sua cabeça era a de uma capivara e ele tinha asas e estava vestido com um poncho preto, algo assustador, mas não para Folger que negociava as coisas com um cara com cabeça de cachorro
-- Ei amiguinho… Vi que estás a procura de uma pessoa
-- Duas, na verdade -- Respondeu Folger com naturalidade e esperança -- Ainvan Drustinick e… Um cara que tenha unhas grandes, eu não entendo muito bem
-- Não, não, não, o cara que procuras não tem unhas grandes… Ia ser bem ruim se ele tivesse…-- disse o homem capivara com uma expressão pensativa - Bem, acredito eu que ele não deva ser o Zé do Caixão, ou melhor dizendo para você que é norte-americano… Coffin Joe -- Folger entendeu Coffee Joe
-- Zé do Café?
-- Não, amigo, eu disse Coffin e não Coffee…
-- Desculpa, por um momento eu pensei em uma campanha publicitária com um homem anunciando o meu produto ao em vez da Kathleen, para o caso de eu não conseguir salvá-la da inexistência… Zé do Café rima bem, ficaria legal em português, mas eu não consigo competir com o produto daqui, porque o café de vocês é tão bom, afinal?!
- Para de falar de café… Falemos do futuro-Unhudo e não do Unhudo no presente… Por aqui ele é conhecido como o futuro corpo seco, porque é muito ruim e muita gente tem ranço dele, dizem que ele irrita todo mundo, Deus não vai querer ele no céu e nem o diabo vai aceitá-lo no inferno
-- Onde o encontro?
-- Ah, um momento amigo… Por que quer encontrá-lo?
-- Duas palavras, ou melhor, nomes: Aivan Drustinick, ele está com Aivan e eu só quero Aivan, não me importo com ele
-- Sei, sei… entendi… Ok, bem, ele está uma casa a dois kilomtros da praia, posso ir com você até lá… eu estive adiando a minha conversa com ele há um tempo… Mas acompanhado eu tenho mais coragem
-- Ele tem poderes? Poderes mágicos?
-- Tem, mas vamos fazer o seguinte… Cheguemos nós dois, você pega esse tal de Aivan e eu o enfrento, você sai correndo e eu fico lá… Simples que simples… Aiai… Combinado
-- Ótimo -- O reforço de Folger era um homem capivara
Agora vem a parte anti-climática: não vou narra o que aconteceu porque aconteceu exatamente isso: eles chegaram juntos em uma brasília branca, descera, bateram na porta, o cara abriu, o homem capivara deu um soco na cara dele e Folger entrou, ok, estou narrando, Aivan estava vivo, mas inconsciente, Folger o pegou, o colocou no carro e saiu em alta velocidade, o homem capivara e o futuro unhudo, que era um merda qualquer, ficaram lá.
Half A Million Dead Friends (ou uma desculpa para colocar o Lin-Manuel Miranda cantando “you are welcome”)
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Estava eu, meu noivo Pérez e um amigo que fizemos em Los Angeles chamado Timotheé Chalamet (que estava tão apaixonado por mim que aceitou vir com a gente para um ritual na praia que iria matar uma pessoa) na praia, com tudo o necessário para fazermos uma simples prece, de mãos dadas e olhos fechados, no chão, uma vela do egito, uma cumbuca de barro com um papiro e nome da vítima escrito em sangue de unicórnio e pétalas de uma flor rara encontrada somente em Malta, meu celular, com o chip da Aracel, a propósito, estava bem do lado da cumbuca, fizemos as preces e dois minutos depois o celular tocou, silêncio, eu o peguei e visualizei o nome da minha amiga Laura
-- Ah, bem na hora…
-- Atente logo -- mandou meu noivo, eu obedeci
-- Alo, Laura, eu estou ocupada agora…. O quê?... É… mesmo?... Ah meu Deus… Não!... Não!!!... Gente…. Ah… -- Lágrimas começaram a escorrer do meu rosto e em questão de segundos eu fiquei com o nariz entupido e tive que desligar
-- O que aconteceu? -- Perguntou Timotheé
-- O pai dela morreu… O pai dela acabou de morrer… - eu revelei, ficamos em choque por alguns minutos… Antes que Timotheé pudesse fazer aquela pergunta eu coloquei para tocar no celular uma canção solene, que representava os mais sinceros sentimentos em relação aquele acontecimento
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Então no meio da música o Timotheé fez a pergunta, mas não a que eu estava esperando
-- Em que parte de Hamilton ele diz que é um semi-deus?
Um carro parou aloucadamente perto de nós, quase nos atropelando de dentro dele saiu Folger
-- PÉÉÉREEEZ, O DRAIBÓRI!!!
Nisso que de trás dele vem uma sombra que rapidamente se transforma em um velho e inimigo conhecido, com certeza o homem capivara fora momentaneamente derrotado, ele ficaria forte com o tempo
-- Ah, veja se não é o professor Quase-Tudo -- Eu disse para Pérez -, agora o Timotheé não vai mais perguntar se a Laura tem um irmão chamado Álvaro ou se o Álvaro tem uma irmã chamada Laura, acabou total com o clima aqui, Martín, dá um jeito nesse cara!!! -- Enquanto Martín ia com tudo para cima de Quase-tudo, Timotheé se aproximou pegando na minha mão e perguntando
-- A Laura tem um irmão chamado Álvaro… Ou é o Álvaro que tem uma irmã chamada Laura?
-- Valeu pela tentativa, mas não é a mesma coisa
Pérez e Quase-Tudo ficaram meia hora brigando até que Pérez deu um chute no inimigo que o fez parar em meio a uma multidão enraivecida que o considerou um cara do mal, batendo as mãos uma na outra para limpar, meu noivo se virou para o nosso grupo
-- Agora, se me derem licença, tenho que pegar uma coisa que fiquei devendo para o técofebéron -- Ele desapareceu, enquanto isso, Timotheé achou que ainda podia perguntar
-- Éé… Em qual momento de Hamilton, a Laura tem um irmão chamado Álvaro? -- Eu olhei para ele surpresa
-- Em momento algum, eu acho… Na verdade não tem nenhuma Laura ou Álvaro, você assistiu mesmo a esse musical?
-- Eu só queria dizer que estou com crédito para produzir um musical e pensei… Bem, vou fazer um musical sobre a vida e a obra de Lewis Carroll… Eu interpretaria o Lewis Carroll jovem e o Tom Hiddleston interpretaria o Lewis Carroll mais velho… E teria muitas músicas legais compostas pelo Lin-Manuel Miranda, muitas cenas sensuais e muitos vestidos brilhantes… Mas aí sabe o que aconteceu?
-- É… - tentei pensar em uma frase legal, mas não saiu nenhuma - O que aconteceu? -- Ele fez uma expressão de frustração
-- Recebi um convite para participar de um musical exatamente assim, com todos esses detalhes e com o detalhe a mais de que haveriam “biógrafos decentes” dele na produção do roteiro… A minha ideia, exatamente a minha ideia… mas produzida por ninguém menos que Kathleen Akahata
-- Olha, essa menina tem que parar de me fazer amaldiçoar todos os dias os que desejam sua inexistência… AInda bem que eles não apareceram por aqui, eu ia quebrar a cara de todos eles… Nossa, eu estou cansada deles, a minha onda agora é bater em nazista canceladores de macacos de pelúcia que cantam -- Isso não fez o menor sentido para Timotheé, quer dizer, ele entendeu a treta com a Kathleen, ele conhecia a história da família dela, mas não a dos haters de macacos de pelúcia cantores, acreditem em mim, eles são reais e o pior, eles acham que podem simplesmente cancelar um macaco de pelúcia que canta… Ninguém é tão sem noção… Pelo menos, não agora
-- Você disse nazistas?... Uma vez eu escapei de um que queria me pegar, e olha que eu nem sou judeu
-- Ah, ele achou que você fosse o Élio?
-- Não, eu estava gravando um filme para o Woody Allen… Você me entende… - Naquele momento eu pensei em largar Martín e fugir com o Timotheé, mas não sei se seria justo com o próprio Timotheé que depois teria de enfrentar a fúria de uma demônio traído, mas porra, ele entendia todos os códigos? O que viria depois?
Pérez voltou com um coração humano em uma tigela de prata e entregou para Folger, seu resgatado estava começando a recobrar a consciência dentro do carro
-- Obrigado amigo, você é um amigo -- Disse o técofbéron e fez os sinais para abrir um portal, ele iria oferecer a Anubis o coração
Freddy Orange Juice
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-- BLÉEEEEEEEERG, QUE NOJO!!! - Disse Anúbis após ter farejado o coração -- Isso aí não bombeava sangue, bombeava xorume! - Dito isso ele o colocou em um dos pratos de sua balança e no outro colocou a pena da verdade, o resultado foi que o coração pesou tanto que quebrou a balança e caiu no chão abrindo um buraco no piso
-- Isso aí tem cara de quem vai ser julgado por muitas almas… Meio milhão de almas, para ser mais exato -- Disse o chacal -- Nunca vi ninguém fazer tantos inimigos assim… Quer dizer… É, teve o Hitler e o Stalin…
-- Aivan o Terrível
-- É, esse também… Não sei onde você conseguiu isso, mas consegue ser pior do que os que você trouxe no ano passado… Bem, o trato está feito, sua Kathleen está salva, assim como a avó dela -- Folger respirou aliviado
-- Eu espero mesmo nunca mais ter que fazer negócios com você…
-- É… então… Já que você gosta tanto assim de pegar o caso dos outros, eu acho que tenho aqui o de um veterano da guerra da Coreia que quer salvar seu crush barra melhor amigo e não está dando conta de uns acontecimentos bizarros lá no Pará do Brasil… -- Disse Anubis procurando algo na gaveta de sua escrivaninha
-- Pode parar, eu não quero mais saber de Brasil -- Talvez ele aceitasse no futuro, mas ainda é cedo para dizer
-- Eu estava brincando… Não, eu não estava, é impressionante, o cara é soldado e não consegue resolver umas tretinhas de cidade pequena no meio da Amazônia, mas se te interessar, pode me procurar
-- Eu agradeço, mas declino da proposta… Agora, se me der licença, preciso voltar e criar uma campanha publicitária para o meu café… Passar bem -- Colocou seu chapeu e saiu de lá
Estavam Pérez, Timotheé, Folger e eu em um restaurante em Curitiba, quando falei para o meu noivo o seguinte
-- Creio que não deveríamos ter saído daquela cidade sem ter pego uma pessoa…
-- Que pessoa, meu amor?
-- O nome dele é Fred… Os amigos o chamam de Freddy Passa pano ou Freddy mermelada de naranja
- Naranja não é um personagem de Jojo? -- Perguntou Timotheé antes de morder um pastel de frango
-- Hummm. Acho que ouvi falar nesse cara -- Comentou Folger -- Bem, ele ficou entre as pistas que ninguém se importa
-- Sim, como uma foto comum que você vê no facebook de uma pessoa que você está stalkeando para descobrir um segredo do passado dela, aí você pensa “essa foto não quer dizer nada, se não, não estaria aqui”, aí depois você descobre que aquela foto era a que interessava porque nela aparecia a pessoa chave do segredo do passado da pessoa que você está stalkeando, mesmo que você pergunte… “Por que essa pessoa postou uma foto dessa pessoa aqui?”, aí depois você tenta achar a foto e não acha, porque a pessoa que você estava stalkeando privou o facebook dela porque ficou muito famoso porque um filho da puta revelou sua identidade para todo um país de gente burra!!! Desculpem, eu me exaltei -- E bebi um suco de laranja -- Temos que achar esse Freddy Orange Juice mesmo que nosso maior rival tenha sido aniquilado, ainda há bichos nojentos por toda parte -- Dei um tapa no ar matando um mosquito
-- Quem se importa com uma foto do Quase-Tudo? A essa hora ele já deve ter sido queimado em praça pública ou algo assim -- Tentou me tranquilizar Pérez enquanto se espreguiçava, o que não sabíamos é que ele tinha escapado, mas não iria nos amolar por um bom tempo…. Pelo menos não a gente
- Vamos ou não vamos? Há uma Broadway acontecendo neste exato momento -- Brodway era um código meu e de Martín para CPI -- É interessante que cheguemos lá com algo… que vai esquentar as coisas
-- Você sabe que eu não me importo, a que eu queria participar já acabou faz tempo -- Martín achava que CPIs eram realmente como uma peça musical, ele estava se referindo a uma que ocorreu em 2009, se não me engano, ele teria enlouquecido todo mundo
-- Ah não me diga -- Falou Timotheé -- E a acaso essas CPIs são mesmo como uma peça musical?
-- Em que dimensão maluca você acha que não vivemos?-- Perguntei a ele -- É mais legal para a população assistir, todos aqui adoram um musical… Veja Martín, e se a gente levar o Quase-Tudo? Eu realmente duvido que ele tenha sido punido, o maldito sempre escapa!
-- Maldito mesmo -- Disse Pedro colocando maionesa na sua torta -- maldito mesmo
Nessa hora Timotheé pegou o celular para ver qual notificação importante estava lhe enchendo o saco, mas eram apenas notificações do YouTube, ele me mostrou uma emplogado
-- Acho que vai querer ver isso
-- Decidido Martín, vamos invadir a Brodway com Freddy e Quase-Tudo, o Freddy vai ser moleza, ele deve ter horror a tu, já o Quase-tudo vai dar trabalho, mas é só pegar as coisas… Pedro… Ajuda a gente a pegar umas coisinhas na casa dele?
-- Ajudo, pelo coração podre que vocês me deram
-- E vamos logo porque eu não perco a reunião das almas por nada hoje a noite!
Freddy estava chegando em sua casa quando abriu a porta e deu de cara com o Martín
-- Booh -- Gritou até perder a voz e desmaiou de pavor, quando nós o acordamos ele começou a implorar por sua vida
-- Por favor Demônio, não me coma, não me coma, não me coma!
-- Então vai ajudar a gente a arrancar os bichos do planalto, figura -- Falei, ele concordou na hora contanto que Pérez não ficasse olhando para ele porque ele se cagava de medo do demonio de La Plata
Para pegar o Quase-Tudo foi até mais fácil, porque o encontramos amarrado aos pés do homem-capivara que havia finalmente o derrotado, mas aí tivemos que convencê-lo a levá-lo até Brasília
-- Só se eu for junto
-- Tudo bem
Invadimos a CPI com eles dois e com todas as provas de que precisávamos para esquentar as coisas por lá, depois fomos embora rapidinho para que a presença de um demônio, de um astro de Hollywood e de um técofbéron não ofuscasse as descobertas, mas deixamos o homem capivara que não ia deixar o Quase-Tudo sozinho, eles que se virassem para explicar aquilo.
Finalzinho
Peter ainda ficou para ver as mais de 500 mil almas se reunirem para julgar um único homem, a sentença dele foi sofrer tudo o que elas sofrerarm, uma dor de cada vez, pela eternidade, assistimos tudo do alto de um monte, tomando refrigerante, até Airacemaracel compareceu, mas ficou tentando tietar Timotheé e tentando convencer ele de fazer um filme com ela. No final, Peter foi para o seu país alegando cansaço Pérez, Timotheé e eu fomos convidados para uma festa com os fantasmas e Airacemaracel tinha acabado de fechar um acordo pelo seu telefone
-- Ah, eu acho que vocês vão gostar de saber, acabei de fechar uma acordo com a Rússia e comprei para o Brasil algumas doses da Sputnik -- Que só iam ser distribuída no Brasil de 2021
-- É mesmo… Aconteceu tanta coisa que eu até esqueci desse lance da covid… -- Comentei baixinho para não despertar a ira dos fantasmas, mas eu estava brincando -- Quantas doses você comprou?
-- 380 milhões -- Olhei para Martín
--É, deve dar, sei lá, bem, vai ficar pra festa? Aglomeração com os espíritos está liberada, óbvio que não vai todo mundo, só umas cem pessoas, no máximo
-- Ah não, eu preciso competir com o Folger pela agenda da senhorita Cohen como garota propaganda, quero ela anunciando a Aracel
-- Que nome rídiculo para uma cia de celular -- Comentou Martín não sendo nada cavalheiro
-- Bem, é melhor do que Lariceli, palpite da minha dama de companhia… Vou nessa, a gente se fala depois
- ta
assim que a gente se despediu, e depois fomos curtir o resto da noite. Aí é outros quinhentos.
FIM
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