#pov:recovery.
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bolladonnas · 1 year ago
Text
𝐫𝐞𝐜𝐨𝐯𝐞𝐫𝐲, 𝔭𝔬𝔳.
                          above the chaos rose, like the                              phoenix beyond the ashes.                             searching for power, he                                     clung to the pain.
trigger warning: o texto abaixo contém menção a auto mutilação e sangue.
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os riscos a muito haviam ficado para trás, os ignorou quando decidiu ser isca na caçada, quando permitiu que o veneno do basilisco entrasse na sua corrente sanguínea, crendo que conseguiria manipulá-lo. ignorou as consequências dos seus atos permitindo ser afetada pelo monstro, pelos dias que seguiam-se, tornando-se alucinada, uma persona doente. não que estivesse em plena forma do seu juízo, ainda existia uma maldição a percorrendo, mas constantemente, estava sendo lembrada de quem era e quem queria tornar-se: seguir perdendo o controle não estava em seus planos. na calada da noite, enquanto todos dormiam, direcionou-se a estufa; tinha uma pequena bolsa a tira colo, a perna ainda mostrava-se dificultosa no caminhar mas a consciência estava apegada ao que importava.
naquela noite, afastava-se das vozes que a percorriam, que a incentivavam a continuar doente; cansada daqueles sentimentos turbulentos esperava encontrar tranquilidade dentre suas ações. adentrou a estufa colocando a bolsa sobre a mesa disposta no lugar, sentando-se em um dos bancos disponíveis. frascos foram colocados sobre a mesa, dispostos em ordem de importância; antúrio, avelós, belladonna, azaleia: venenos que provinham de plantas. ao lado dos frascos colocou uma adaga prateada, a fitando com receio, parecia brilhar diante dos olhos como se lesse suas intenções. também da bolsa retirou uma cumbuca preta, a preenchendo com pequenas gotas dos venenos que tinha a disposição, mas também com outras ervas medicinais: ginseng, ashwagandha, abuta e pequenas gotas de óleo de tacaneto. o odor que a mistura inalava a deixou meramente tonta, mas concentrou-se em seguir tornando tudo homogêneo.
a bandagem que envolvia a perna direita foi desfeita revelando o ferimento que deveria estar cicatrizado, mas que ainda minava sangue e o veneno do basilisco; a carne podre ao redor da ferida indicava uma infecção, cujo odor era insuportável. preciso seguir em frente. a destra envolveu o cabo da adaga com força, os olhos fechados enquanto a lâmina rasgava a pele, abrindo ainda mais a ferida. belladonna mordeu a língua na tentativa de conter o grito de dor, o corpo tremia a implorando que parasse mas seguiu em frente, expondo ainda mais a carne. com a ferida aberta, concentrou-se no veneno que a percorria, o manipulando para que saísse; o sentiu passar pelo tórax, órgãos, recorrendo com força a corrente sanguínea até que saísse pela abertura da perna. sentia-se fraca na medida que era impossível expulsar o veneno sem que sangue lhe escapasse também, a consciência mandando os sinais do esgotamento mas dali em diante, a ação precisava ser rápida.
o veneno transformou-se em uma bola de cor preta a sua frente, pulsando enquanto o manipulava em direção a mistura que havia feito. não reconhecia os riscos, mas sentia-se pronta para ir além. ao contrário do que poderia ser imaginado, não queria se livrar do veneno, não, sentia que ele poderia deixa-la mais forte, mais competente; precisava apenas, amenizar os danos que ele a causava, como apodrecia o corpo. as ervas, os venenos juntamente com o que extraia do próprio corpo tinha cheiro de carnificina, de morte; e talvez pudesse acabar naquele estado se sua ideia não desse certo.
a perna doía, sangue lhe escorrendo, fazendo uma poça no chão; as mãos envolveram a cumbuca, ignorando a ânsia que a tomava quanto mais perto a mistura ficava das narinas. é necessário...pensou enquanto trazia o pote aos lábios, bebendo de uma única vez o preparo. o gosto era terrível, lhe amargou a boca, a deixou tonta; segurou-se na mesa a sua frente com força, esforçando para que não desmaiasse e foram longos minutos até que tudo passasse. as vozes calaram-se, a consciência parecia límpida, tranquila enquanto tinha a certeza de que havia obtido êxito.
não era o fim contudo...mostrava-se apenas o começo do poder provindo do caos.
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