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Olá!! O post de hoje será sobre Heloísa Alberto Torres, antropóloga brasileira reconhecida mundialmente, que teve a oportunidade de ser a primeira mulher diretora do Museu Nacional. Seu nome apareceu em um documento sobre os diretores do museu, publicado pela própria entidade, com o qual me deparei enquanto fazia pesquisas sobre a instituição, que foi o principal assunto apresentado pelas colegas em nossa primeira sessão do seminário da cadeira de História dos Museus e dos Processos Museológicos. Neste arquivo havia uma lista de todos os nomes das pessoas que assumiram o cargo durante os anos, e, como era de se esperar, haviam pouquíssimas mulheres: de 27 nomes, apenas três eram femininos, e o de Heloísa era o primeiro entre eles. Decidi, então, pesquisar um pouco sobre ela e descobri quão influente ela foi não só ao museu, mas à toda área da museologia e principalmente do estudo do indígena e de sua arte. Portanto, hoje falaremos um pouco sobre esta grande mulher!!
Heloísa nasceu em 1895, no Rio de Janeiro, filha mais nova de Maria José Xavier da Silveira e Alberto Torres, um importante político, jornalista e bacharel em Direito que teve a oportunidade de servir como ministro da Justiça, presidente do estado do Rio de Janeiro e ministro do Supremo Tribunal. Além de o ambiente familiar ser um ambiente intenso de atividade intelectual, a carreira e o reconhecimento de seu pai vieram acompanhadas de ótimas oportunidades de estudos à seus filhos. Heloísa, por exemplo, teve a chance de estudar por vários anos na Inglaterra, onde decidiu se dedicar ao estudo antropológico. De volta ao Brasil, ela procurou pelo professor Edgard Roquette-Pinto, antigo amigo francês de seu pai, que trabalhava no Museu Nacional, onde acreditava que haveria espaço e apoio para desenvolvimento de sua linha de estudo. Logo que possível, prestou concurso para professora substituta da Divisão de Antropologia e Etnografia, cujo responsável era Roquette-Pinto, tornando-se uma das primeiras funcionárias mulheres do museu e a primeiríssima mulher a tornar-se professora desta divisão. A, então, educadora, colaborou em diversos estudos sobre tipos antropológicos da população brasileira desenvolvidos pelo professor e pouco depois assumiu a liderança de duas turmas de mulheres responsáveis por pesquisas antropométricas da população feminina.
Em 1926, Heloísa começou sua série de expedições a campo e pode viajar pelo Brasil examinando sítios arqueológicos em Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Quatro anos depois a pesquisadora participou de um concurso de incorporação ao grupo de pesquisadores do Museu Nacional e recebeu aprovação e apoio financeiro para realizar uma excursão de pesquisa à Ilha de Marajó, onde desenvolveu trabalhos de escavações arqueológicas, com foco no trabalho indígena marajoara com cerâmica. Esta expedição se tornou mundialmente reconhecida e seus resultados foram publicados no livro Arte Indígena na Amazônia, de autoria da própria Heloísa.
Logo após a excursão científica, em 1931, foi nomeada para exercer o cargo de professor-chefe da Seção de Antropologia e Etnografia do Museu Nacional e no ano seguinte representou o Museu Nacional no Congresso Internacional de Americanistas na Universidade de La Plata, além de, no mesmo ano, ter realizado a revisão das coleções de 4.500 flechas e arcos e a organização das coleções do México, Peru e Bolívia. Na eleição de 1935, a pesquisadora assumiu o cargo de vice-diretora do Museu Nacional e foi reeleita nos dois anos seguintes. Em 1938 foi nomeada diretora pelo então presidente da república, Getúlio Vargas, tornando-se a primeira mulher diretora da instituição. Como responsável pela direção do museu, Heloísa buscou desenvolver parcerias com instituições nacionais e estrangeiras promovendo amplo intercâmbio entre pesquisadores. Realizou reformulações de extrema relevância na parte física da instituição, como reforma global das instituições, adequação de espaços para gabinetes, laboratórios e construção de anexos
Após a sua saída da direção do Museu Nacional em 1955, Heloísa exerceu diversos cargos em instituições relacionadas à construção da cultura nacional, como o Conselho Nacional de Proteção aos Índios (CNPI) e o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), além de ter participado da criação da FUNAI.
Heloísa Alberto Torres foi uma grande pesquisadora e grandessíssima mulher. Ocupou papéis que não haviam antes sido ocupados por mulheres e se aprofundou em pesquisas sobre a arte e a história indígena brasileira, que na época era pouquíssimo comentada e pesquisada. Marcou a história como um símbolo feminino na área da museologia e antropologia tradicionais brasileiras e na pesquisa antropológica mundial. Obrigada Heloísa!
Para ilustrar o post adicionei três imagens. A primeira retrata Heloísa e a segunda e terceira um belíssimos itens de cerâmica da cultura marajoara.
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No post de hoje, inspirado na apresentação de meus colegas sobre o livro “O Museu Paranaense e Romário Martins: a busca de uma identidade”, trataremos sobre o paranismo, movimento que teve como principal objetivo a valorização do Estado do Paraná e o desenvolvimento de uma cultura própria.
O Paraná se emancipou do Estado de São Paulo, ao qual até então pertencia, em 1853. Tal movimentação veio a gerar, mais tarde, em artistas, pensadores, historiadores e na elite intelectual da época, certa preocupação acerca da construção de uma identidade para o novo estado que surgia. Na década de 1920, um grupo de intelectuais curitibanos se reuniu no centro da cidade para discutir a ausência de traços típicos do estado e a necessidade de haverem tradições e símbolos próprios. Começou a desenvolver-se, então, o Movimento Paranista, que se deu principalmente através das artes plásticas .
Um dos principais líderes do movimento foi o jornalista Alfredo Romário Martins. Escritor e historiador autodidata, Romário Martins era influente nos meios políticos e figura conhecida da imprensa. Trabalhou, no final do século XIX, como redator na Revista do Clube Curitibano, o que o colocou em contato com formadores de opinião e com a elite intelectual paranaense. Se deve a ele a aderência de inúmeros artistas ao movimento Paranista.
O primeiro símbolo paranaense foi a bandeira, de autoria de Manoel Correia de Freitas. Os artistas paranaenses criaram um estilo próprio que se tornou marca. Tendo representações de grupos étnicos (índios e imigrantes), o pinheiro, a pinha, o mate e a paisagem foram temáticas recorrentes das suas produções. Cláudio Joaquim Rezende, mestre em filosofia, explica a simbologia por trás da criação da bandeira: “Os paranistas escolhem o pinheiro não como reinterpretação dos mitos indígenas e sim como característica cosmopolita, que representava não somente o paranaense do futuro, o ideal de construção do Movimento Paranista, mas o próprio Estado do Paraná.A erva mate foi utilizada com menor intensidade como símbolo paranista. Numa das lendas, eles resgataram a mitologia cristã que falava da presença de São Tomé no Brasil. Como recompensa pela salvação das almas dos gentios, São Tomé teria recebido o aprendizado da utilização da erva mate, detentora de virtudes medicinais, desde que tostadas suas folhas e desfeitas em água. Utilizando-se a erva mate, originária da tradição indígena dos guaranis, uniam-se, dessa forma, dois elementos principais que dariam origem à sociedade paranaense: o branco europeu e o nativo indígena, todavia ignorou-se completamente qualquer contribuição dos negros.”
Lange de Morretes, Ghelfi e Turin, após vários estudos, criaram uma fórmula geométrica para a representação do pinhão, semente do pinheiro, árvore considerada símbolo do Estado do Paraná. Esta imagem se encontra, até hoje, presente na arquitetura da capital paranaense de diversas formas.
O Movimento Paranista foi considerado como uma construção simbólica da identidade paranaense, elaborando discursos sobre a modernidade e relacionando-a com a sociedade. Nas palavras de Acir Guimarães, jornalista da década de 1940, “Ser paranaense é, até certo ponto, um acidente; ser paranista é uma glória!”.
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Em nossa 12º semana de aula, depois de assistir a apresentação do seminário de meus colegas, foi a vez do meu grupo apresentar! Neste post, ao invés de apresentar fatos, história e conteúdo, irei compartilhar com você, leitor, como foi minha experiência de elaborar e realizar minha primeira apresentação de trabalho na faculdade.
Desde pequena fui acostumada a fazer apresentações. Na escola em que estudei até o 5ºano, a Escola Projeto, fazíamos saraus e shows constantemente e anualmente era elaborada e apresentada pelos alunos uma peça de teatro. Pra ilustrar o post e torná-lo um pouco mais pessoal, anexei duas fotos de apresentações realizadas no ano de 2009. A primeira é de uma apresentação de teatro e a segunda de uma contação de história em um sarau realizado pela Projeto! Mais tarde, no colégio que frequentei do 6° ano até minha formatura, o La Salle Santo Antônio, sempre tivemos que elaborar materiais e apresentações para os colegas sobre assuntos abordados nas matérias. Sempre curti muito fazer o “design” da apresentação de Powerpoint, então sempre me encarreguei desta parte, mas é claro que sempre tive que apresentar junto… Falar na frente de um grupo de pessoas com quem não se tem intimidade não é uma coisa fácil… Sempre dá aquele friozinho na barriga dois minutos antes de apresentar, mas na escola eu já conhecia meus colegas, meus professores, e todos eles me conheciam, e isso, é claro, causa uma sensação de conforto que dá uma aliviada no nervosismo. Em quase todas as apresentações durante minha trajetória escolar foi assim: um nervosismo na hora de ir lá para frente e logo em seguida olhava aqueles rostos conhecidos, me sentia tranquila e começava a falar, falar, falar e não parava mais… Mas como seria na faculdade? E com o ERE? Será que vai ser mais tranquilo por chamada de vídeo? Ou vai ser ainda mais estranho? Eu mal conheço meus colegas… Isso pode ser bom, talvez assim não fique com tanta vergonha? Ou talvez fique com mais vergonha ainda? Passei semanas, diria até meses pensando sobre isso e no fim das contas sempre concluía que o melhor a fazer era produzir e estudar meu material e esperar o momento chegar.
A obra que meu grupo ficou responsável por apresentar foi “O Museo Nacional de la Inmigración: história, memória, representação - Buenos Aires” de autoria de Maine Lopes. Escolhi o livro quando ainda estávamos em aula presencial e por sorte consegui retirá-lo na biblioteca da FABICO antes do início do período de isolamento social. Tive muita sorte com a escolha do livro, consegui escolher um que me interessou muito e que tive prazer de ler e apresentar. A elaboração do trabalho foi muito tranquila e posso dizer que divertida. A leitura me adicionou muito e foi base para diversas pesquisas que fiz à partir de locais, conceitos e pessoas citadas na obra de Maine.
No dia anterior à apresentação eu estava mega nervosa, dormi muito pouco e passei muito tempo pensando como seria a apresentação. Já havia ensaiado minha fala e lido o material inúmeras vezes, mas a insegurança, é claro, continuava lá. Eu era a primeira a me pronunciar, pois havia ficado encarregada na introdução e da conclusão do livro, portanto no momento em que a aula começou meu coração já começou a bater mais rápido… Fiquei muito nervosa, mas comecei a falar e me senti como me sentia na escola. Fui ficando mais calma ao longo da apresentação e foi muito confortante poder ver a Prof Zita, mesmo que pelo computador, enquanto me manifestava. No final das contas foi muito tranquilo, percebi que realmente não precisava ficar tão tensa.
A todos os leitores deste blog que farão apresentações tenho um conselho: ensaie e saiba do que se trata sua apresentação. No momento em que se tem conhecimento sobre o assunto não há com o que se preocupar. Claro, sempre haverá um momento de frio na barriga, mas ele passa logo, lembre disso! Te desejo boa sorte e que seu frio na barriga seja mais breve o possível.
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Na quinta-feira do dia 15 de outubro não tivemos aula em função da Semana Acadêmica, um evento realizado pelos estudantes da FABICO que tem como objetivo trazer palestrantes, oficinas e atividades que integrem o estudante com o curso. Tive a oportunidade de participar da palestra “Musealizando afetividades em tempos de pandemia” que contou com a presença das palestrantes Carolina Fogaça Tenotti, do Museu Diários do Isolamento e da Luiza Adas do Museu do Isolamento Brasileiro, com mediação da Profª Vanessa Aquino.
Luiza Adas criou, durante a pandemia do Coronavírus, o Museu do Isolamento Brasileiro (@museudoisolamento), museu virtual desenvolvido na plataforma Instagram que tem como objetivo difundir trabalhos e produções artísticas que resultam do isolamento social de artistas brasileiros. O museu conta, hoje, com mais de 105 mil seguidores e mais de mil publicações de obras.
Foi uma experiência muito legal poder conhecê-la e entender um pouco sobre como se formou o Museu do Isolamento Brasileiro, além de poder, a partir da fala da Carolina, conhecer um pouco mais da relação da museologia e da gestão com as artes visuais, área pela qual me interesso.
Para ilustrar este post adicionei duas capturas de tela do Instagram do Museu do Isolamento Brasileiro. Clique aqui e acesse!! E se quiser, aqui para mandar sua arte!! Aproveite o espaço proporcionado para apreciar, produzir e divulgar a arte nacional!
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O Museu Republicano de Itu, conhecido também como apenas Museu Republicano é uma instituição científica, cultural e educacional, especializada no campo da história e da cultura material da sociedade brasileira, com enfoque no período da República Velha. Além do movimento republicano e da primeira fase da República brasileira, a instituição aborda também a história de Itu e região e realiza um projeto de reconhecimento de ituanos desse período.
O museu foi inaugurado pelo então presidente do Estado de São Paulo, Washington Luís Pereira de Sousa, em 18 de abril de 1923, exatamente 50 anos depois da Convenção de Itu. Esta reunião é um marco originário da campanha republicana e da fundação do Partido Republicano Paulista e foi fator possibilitador da derrubada do regime monárquico brasileiro. Além da data simbólica a entidade está instalada, desde sua origem, no local onde se realizou a convenção. O edifício foi erguido nas décadas iniciais do século XIX e se tornou residência da família Almeida Prado. Em 1867 o espaço passou por uma grande reforma e adotou uma fachada de azulejos que, atualmente, compõe o saguão da entrada do museu e apresenta ilustrações em seus painéis que formam uma narrativa que conta a história da cidade.
A coleção do museu é composta por objetos, pinturas e registros textuais e usufrui de seu acervo para a realização de estudos e divulgação destes conhecimentos ao público através de publicações, reuniões científicas, cursos e oficinas. A instituição promove, também, atividades de pesquisa, ensino e extensão, e tem como intuito a “promoção do conhecimento científico do patrimônio sob sua guarda”.
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Hoje nosso post tratará, novamente, de uma personalidade. Abordaremos aqui a vida e a obra de Oswaldo Goeldi. Desenhista, ilustrador, gravador e professor carioca que atuou no início do século XX.
Nascido em 1895, no Rio de Janeiro, Oswaldo Goeldi, com apenas um ano se mudou de sua cidade natal para Belém, no Pará, onde seu pai, Emílio Augusto Goeldi, cientista suíço, funda o Museu de História Natural e Etnografia, hoje chamado Museu Emílio Goeldi. Vive na capital paraense por parte de sua infância e aos seis anos a família retorna à Berna, na Suíça. Com interesse em engenharia, Oswaldo se muda para Zurique e inicia seus estudos na Escola Politécnica, em 1914. Após apenas seis meses na universidade é impedido de continuar, pois é convocado para o serviço militar para atuar na l Guerra Mundial. No exército opera como sentinela da fronteira e consegue se manter longe dos combates. Cerca de um ano depois Goeldi identifica que seus interesses haviam mudado, e já não se interessava mais pela engenharia, e sim, pela arte.
Após a morte de seu pai, em 1917, Oswaldo decide abandonar a Escola Politécnica e tentar iniciar sua carreira como artista. Estuda na École des Arts et Métiers, em Genebra, a qual abandona após seis meses por julgar o curso demasiado acadêmico. O artista abandona definitivamente os estudos de arte, mas continua produzindo diariamente e sua dedicação e talento levaram suas produções a serem exibidas em uma primeira mostra individual, ainda naquele ano, na Galeria Wyss, em Berna. Através de sua exposição conhece Alfred Kubin, que se tornou seu mentor artístico e, na mesma época, faz amizade com o pintor Hermann Kümmerly com quem realiza suas primeiras litografias.
Em 1919 Goeldi volta ao Brasil e passa a residir no Rio de Janeiro. Consegue, no mesmo ano, um emprego fixo como ilustrador na revista Para Todos e dois anos depois realiza sua primeira exposição individual em seu país de origem, no saguão do Liceu de Artes e Ofícios. Sua mostra não é bem recebida pela imprensa e lhe trás resistência ao meio artístico brasileiro em comparação com os avanços europeus da época. Em 1923, conhece Ricardo Bampi, que o introduz à técnica de xilogravura, que se torna sua principal forma de expressão artística. Oswald diz que começa a gravar para "impor uma disciplina às divagações a que o desenho o levava" e conta ter sentido "a necessidade de dar controle a estas divagações". Nessa época, Goeldi muda-se para Niterói, onde pode trabalhar isolado. Faz xilos, desenhos e ilustrações e contribui para o periódico O Malho. Passa a se sustentar como ilustrador e fazer trabalhos para diversas revistas, livros e periódicos. Na década de 1930, lança o álbum 10 Gravuras em Madeira de Oswaldo Goeldi, com introdução de Manuel Bandeira. Com o dinheiro arrecadado de sua venda vai à Europa e expõe em Berna, Berlim e, mais tarde, com seu amigo Hermann Kümmerly na Suíça.
Por volta de 1932 retornou ao Brasil e começou a experimentar o uso da cor em xilogravuras. Em 1941 trabalha na ilustração das Obras Completas de Dostoievski e em 1950 é consolidado como ilustrador após expor na 25ª Bienal de Veneza. Dois anos depois inicia a carreira de professor, na Escolinha de Arte do Brasil, e, em 1955, torna-se professor da Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, onde abre uma oficina de xilogravura.
Suas obras se fazem até hoje presentes na arte mundial, constituindo acervos tanto na América do Sul quanto na Europa.
Escolhi hoje falar sobre este artista por alguns motivos diferentes… O primeiro deles é o óbvio: a beleza de suas obras. O segundo é seu interesse pela xilogravura, pois é uma técnica que já tive oportunidade de experimentar quando mais nova e pela qual me apaixonei. Além disso, admiro as escolhas que fez e a forma com que conduziu sua vida. Oswaldo Goeldi quando jovem tinha certos interesses que se modificaram após certo tempo e certas vivências, e no lugar destes, desenvolveu afeição por novos temas, aos quais se dedicou vigorosamente.
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Hoje falaremos sobre Deyrolle, uma importante instituição parisiense, concebida pela família Deyrolle, que durante o século XX desenvolveu, produziu e comercializou um sistema de ensino que aborda as ciências naturais de forma pedagógica.
Jean-Baptiste Deyrolle teve seu início profissional marcado pelo desenvolvimento do seu interesse em taxidermia. Em 1831 fundou a Deyrolle, loja baseada inicialmente na venda de insetos e equipamentos de caça para as coleções de História Natural da França. Logo após o estabelecimento da empresa, seu filho, Achille assumiu a direção, e posteriormente, em 1866, Émile Deyrolle, neto de Jean-Baptiste, tornou-se responsável pela casa.
Émile, assim como seu pai e seu avô, trabalhou como taxidermista e desenvolveu a venda de equipamentos de caça e coleções de insetos. Em 1871 deu um impulso muito importante à empresa ao desenvolver tudo o que se refere a equipamentos didáticos. Ele dedicou grande parte da sua atividade à publicação e comercialização de obras especializadas em fauna e flora com intuito pedagógico. Além de equipamento científico, peças de taxidermia e osteologia, mobiliário escolar e painéis de parede fornecidos a todas as escolas e universidades na França, muitos livros especializados são publicados pela Deyrolle. Estas publicações contribuíram imensamente no desenvolvimento educacional mundial. A Deyrolle se torna uma instituição reconhecida mundialmente como referência de produção de instrumentos pedagógicos e tem seu material traduzido para diversas línguas e seu conteúdo divulgado amplamente. Cerca de 120 países foram alcançados pela distribuição de material educacional para escolas, faculdades, centros técnicos e científicos. Além disso, a loja também fabricava todo tipo de material didático para as aulas, desde placas de vidro fotográfico até móveis escolares e instrumentos de física.
O atual responsável por Deyrolle é Louis Albert de Broglie, que mostra seu desejo de perpetuar o espírito deste lugar através do reforço da abordagem educativa. Broglie promoveu a reedição e comercialização das placas antigas de autoria de Émile e reconstituiu as coleções da butique. Atualmente a Deyrolle é uma loja e um gabinete de curiosidades aberto ao público, uma referência na área da taxidermia, entomologia e ciências naturais.
É importante salientar que em Deyrolle nenhum animal foi morto para ser naturalizado: animais de espécies não domésticas vêm de zoológicos, circos ou fazendas onde morreram de velhice ou doença. Eles são rastreáveis e as espécies protegidas são mantidas e entregues de acordo com a Convenção de Washington.
Dica: O site é lindo e possui uma página para compras que é muito interessante. Lá há todo tipo de peça da loja a venda. Estão a venda quadros, placas, livros, fotografias, broches, jogos, minerais e até animais taxidermizados, uma mistura só!! Vale a pena dar uma olhada… Pode clicar aqui para ir direto pra lá.
Para ilustrar o post anexei três imagens de placas lindíssimas desenvolvidas por Émile.
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Em nossa sexta semana de aula fizemos nossa quinta leitura: o capítulo Os Museus Etnográficos do Brasil do livro O Espetáculo das raças, escrito por Lilia Moritz Schwarcz. Logo no início do texto a autora aborda as instituições museais internacionais e mais tarde as nacionais, dando destaque a três grandes museus brasileiros: o Museu Nacional, o Museu Paulista e o Museu Paraense, todos de imensa importância no “processo de musealização” do Brasil. Ao tratar sobre o Museu Nacional, Lilia transcreve algumas falas de figuras importantes na época que transparecem linhas de pensamento eugênicas. Decidi, então, fazer meu post de hoje sobre este assunto: a eugenia e como ela atingiu o brasil e a instituição museal.
A teoria da eugenia surge em torno de 1800, na Inglaterra, com Francis Galton, primo de Charles Darwin, cientista que se dedicava aos estudos de hereditariedade e a transmissão de características pela hereditariedade. Galton definiu a eugenia como "o estudo dos agentes sob o controle social que podem melhorar ou empobrecer as qualidades raciais das futuras gerações seja física ou mentalmente”. Esta técnica já era utilizada com espécies de plantas e animais, chamada de reprodução seletiva ou melhoramento genético, mas estava sendo pesquisada e aplicada pela primeira vez em seres humanos.
A ideia geral de Galton era a reprodução de gênios e de espécimes melhores na humanidade. O pesquisador Valdeir del Cont descreve que “Galton pretendeu estender as implicações da teoria da seleção natural, indicando que os seus estudos demonstravam que além da cor do olho, feição, altura e demais aspectos fisiológicos, também traços comportamentais, habilidades intelectuais, poéticas e artísticas seriam transmitidas dos pais aos filhos”. Essas teorias foram incorporadas por grupos que estavam incomodados com diferentes problemas sociais e acreditavam que a solução seria que as linhagens humanas fossem melhor selecionadas. Essa seleção, porém, tinha ideais discriminatórios e preconceituosos. A disseminação desta teoria possibilitou o uso de um argumento dado científico para o incentivo à discriminação racial e até para a execução de genocídios e assassinatos em massa.
No Brasil, médicos, engenheiros, jornalistas e muitos nomes considerados a elite intelectual da época viram na eugenia a solução para o desenvolvimento do país. O Brasil não só aderiu a ideia como criou um movimento interno de eugenia. Segundo Lilia Schwarcz, a eugenia oficialmente veio ao país em 1914 através de uma tese orientada por Miguel Couto, que publicou diversos livros sobre educação e saúde pública no país. Mais tarde ela foi aprofundada à partir de pesquisas realizadas por Renato Kehl, considerado o pai da eugenia no Brasil, médico e sanitarista que a acreditava que a melhoria racial só seria possível com um amplo projeto que favorecesse o predomínio da raça branca no país. Ele apresentava idéias como “segregação de deficientes, esterilização dos ‘anormais e criminosos’, regulamentação do casamento com exame pré-nupcial obrigatório, educação eugênica obrigatória nas escolas, testes mentais em crianças de 8 a 14 anos, regulamentação de ‘filhos ilegítimos’ e exames que assegurassem o divórcio, caso comprovado ‘defeitos hereditários’ em uma família” enumerou a professora Maria Maciel. Kehl conseguiu trazer diversas autoridades médicas para levar o projeto de eugenia adiante e reuniu dezenas de médicos e biólogos favoráveis à ideia de eugenia em um congresso, onde classificaram pessoas com deficiência como um mal a ser combatido para que a ‘raça superior’ prevalecesse.
E como a eugenia afetou a instituição museal? Bom, além de ter deixado marcas na história de nosso país, e uma das funções de um museu ser justamente registrar a história, houveram figuras com cargos importantes que acreditavam e disseminavam esta idéia. João Batista de Lacerda, por exemplo, subdiretor da seção de antropologia, zoologia e paleontologia do Museu Nacional, de 1895 a 1915, era uma delas. Em 1887, a partir de pesquisas próprias, publicou um artigo onde concluía que “pela sua capacidade, os Botocudos devem ser colocados à par dos neo-caledônios e australianos entre raças mais notáveis pelo seu grao de inferioridade intellectual. As suas aptidões são com efeito muito limitadas e difficil é faze-los entrar no caminho da civilização”. Foram feitas sob sua supervisão diversas publicações nos Archivos do Museu Nacional com tal temática.
Infelizmente o pensamento eugenista deixou marcas em nossa cultura e é, mesmo depois de anos, presente em nossa sociedade.
Para ilustrar o post adicionei três imagens. As duas lado a lado são fotos, cujas não consegui identificar fotógrafo e nem datas, de cidadãos passando por processos de medições, e abaixo o logo da Segunda Conferência Internacional de Eugenia, realizada em 1921.
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Em nossa quarta semana de aula lemos o terceiro texto para a cadeira de História dos museus e dos processos museológicos. O artigo é de autoria de Ana Cláudia Fonseca Brefe, reconhecida nacionalmente pela publicação do livro “O Museu Paulista: Affonso de Taunay e a memória nacional 1917-1945���.
O artigo em questão é chamado “Os primórdios do museu: da elaboração conceitual à instituição pública” e traça a evolução do museu, como espaço e como conceito, e suas mudanças e transformações desde a renascença até o século XIX. A escritora aborda a evolução da interação do museu com a sociedade ao longo dos anos e esclarece que esta entidade nem sempre funcionou da forma que conhecemos e muito menos possuía os mesmos objetivos. É desenvolvida uma espécie de linha do tempo da instituição museal, percorrendo a Europa e tratando sobre a origem dos gabinetes de curiosidades no século XVIII, desenvolvendo a atualização e ampliação do conceito de museu e museália e a disseminação destes espaços pelo continente europeu e pelo mundo.
O que mais me chamou atenção neste artigo foi a forma fascinante com que a autora expõe a transformação conceitual de museu no decorrer do tempo. Como primeiro sendo visto como uma forma de “encapsulamento do tempo”, como diz Ana Cláudia no texto, e sendo de posse e acesso exclusivo à membros dados importantes na sociedade a um espaço que remete também o presente e o futuro pertencente também ao povo.
Brefe desenvolve também a percepção da sociedade antiga à necessidade de organização e catalogação dos objetos museais. Tópico que me chamou atenção tanto devido ao meu interesse no assunto quanto ao meu, posso dizer, espanto ao parar para refletir e perceber que: Realmente…. Antigamente não havia catalogação e documentação museal!!
Para ilustrar este post anexei duas imagens. A primeira exibe o studiolo de Francesco de’Medici, localizado em Florença e nominado The Studiolo of Francesco de’ Medici. A sala em questão se localiza no Palazzo Vecchio e era acessada por uma pequena escada no quarto do proprietário. Já a segunda imagem é uma ilustração que retrata o “The Liberal Arts Studiolo from the Ducal Palace at Gubbio” feita em 1996 por Olga Raggio e Antoine M. Wilmering à pedido do The Metropolitan Museum of Art Bulletin.
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O segundo texto disponibilizado pela professora é escrito por Krzysztof Pomian, filósofo e historiador nascido na polônia. Baseado em uma rápida pesquisa sobre o autor pude concluir que sua dissertação sobre coleções foi de grande impacto em seu meio, e serviu de base para inúmeros artigos relacionados ao assunto. Esta descoberta me deu ainda mais motivação para a leitura e aumentou minhas expectativas, que foram superadas pela obra.
A publicação aborda diversos conceitos e questionamentos importantes sobre a temática coleções, além de apresentar referências históricas como exemplos tornando a leitura mais interessante e abrangente. Um aspecto desenvolvido no texto e também discutido em aula foi do valor do objeto no processo de musealização. Conclui-se que um objeto que compõe uma coleção ou se encontra em um museu perde sua funcionalidade original, tornando-se um objeto sem finalidade utilitária. Pomian apresenta uma forma de categorização das peças, identificando-as como objetos que possuem utilidade, mas não significado e objetos semiófaros, que possuem significado. Além dos objetos semiófaros que apresentam ainda valor de utilidade. Constata-se a partir da leitura e do diálogo em aula que: quanto mais utilidade o objeto possui, menos significado e quanto menos utilidade o objeto possui, mais significado. O valor utilitário e o significado são duas forças inversamente proporcionais.
Pomian aborda brevemente no artigo a importância da conservação e do profissional conservador. Este assunto me chama atenção pois o estudei bastante durante o recesso. Realizei pesquisas sobre conservação e agentes de deterioração para adquirir conhecimento para preencher fichas de arrolamento do projeto do qual participo como bolsista. Além de ter participado do curso da Prof Jeniffer sobre conservação preventiva em acervos. Este é um tópico que em pouco tempo e com base em estudos breves, desenvolvi interesse.
A relação que o autor faz entre o visível e o invisível das coleções também me chamou atenção. Considero uma visão muito delicada e importante sobre o assunto.
Para complementar o post, anexei algumas imagens de coleções achadas na internet!
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O primeiro artigo lido para a disciplina é nomeado “Apontamentos sobre a História do Museu”, de autoria da professora Letícia Julião. Mestre em ciência política e doutora em história, Letícia é também professora adjunta na Universidade Federal de Minas Gerais, onde completou suas graduações, atuando no curso de museologia.
A autora inicia o texto falando sobre a origem da palavra museu, que vem do grego mouseion, nome dado ao templo das nove musas filhas de Zeus e Mnemosine, a divindade da memória, ligadas às artes e a ciência. Letícia conta que estes templos detinham um propósito ligado a estudos científicos e artísticos. Portanto, estes espaços eram reservados a pesquisadores, mostrando que a concepção de museu sofreu enorme mutação ao longo do tempo.
É a partir da criação de diversas instituições museológicas no continente europeu que foi estabelecido o conceito moderno de museu. Depois da criação de Gabinetes de Curiosidade e coleções principescas, surgidas no século XIV e enriquecidas ao longo dos séculos, a concepção da instauração é encaminhada a outro rumo. A partir do século XIX o museu era visto como um espaço pedagógico, com a finalidade de, segundo a autora, formar cidadãos através do conhecimento do passado.
O texto aborda também a classificação de museus estabelecida neste século, que abrangia dois modelos de instituições: aquelas consolidados na história e na cultura nacional, trazendo um caráter nacionalista e celebrativo, e os que surgiram com o resultado do movimento científico, que predominaram até o começo do século XIX quando foram enfraquecidos em decorrência da superação das teorias evolucionistas.
Com enfoque no Brasil, a autora se refere aos primeiros museus criados no país, ainda no século XIX. A primeira instituição museológica nacional foi iniciativa de Dom João VI, que criou o Museu Real em 1818, hoje conhecido como Museu Nacional, cujo acervo era composto na época por uma coleção de história natural doada pelo próprio monarca. O texto trata também sobre a relevância do Museu de História Nacional, criado em 1922, e seu desenvolvimento através dos anos, marcado no início por forte nacionalismo e visão ufanista do passado.
Em 1973 é criado o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN) que é um órgão que revolucionou a visão de museu brasileira. Em primeiro momento, o instituto não foi de grande relevância quanto ao aprimoramento do espaço museal. Mesmo com a ideia de os museus serem uma ferramenta de afirmação da cultura nacional, a representação nestes espaços era atribuída exclusivamente à elite, não representando de forma verossímil a cultura brasileira. Foi a partir de movimentos do povo identificando SPHAN como elitista que houve uma relevante mudança em sua atuação. A partir daí as instituições museológicas começam a divulgar não só a cultura de elite, aflorando uma grande valorização da cultura popular.
Achei este texto muito bom. Além de tratar o assunto de uma forma fácil de ser compreendido, aborda questões extremamente relevantes para o estudo da museologia. A autora cita inúmeros museus e contextualiza cada um dos fatos apresentados com a situação em que o país se encontrava. Gostei muito deste artigo, espero que curta ler os próximos da mesma forma que curti este!
Acompanhando o texto anexei duas imagens para ilustrar um pouco o post. A primeira é uma foto do Museu Nacional, na época chamado de Museu Real, localizado no Rio de Janeiro. A segunda mostra o Museu do Louvre, em Paris, o maior museu de arte do mundo.
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Hoje, dia 12 de março, tivemos nosso segundo encontro da cadeira de História dos Museus e Processos Museológicos. No primeiro momento a professora Zita realizou um apanhado de informações dos livros disponíveis para nossa próxima atividade da cadeira (onde teremos que, em grupos, elaborar um seminário para apresentar a turma sobre o livro escolhido). As obras foram rapidamente resumidas a nós, e colocadas em um âmbito de linha do tempo, para que pudéssemos ter maior conhecimento de nossas opções para optar pelo livro que mais nos agradasse para a realização do trabalho. Junto disto, a professora apresentou algumas informações importantes, como os primeiros museus brasileiros e seus propósitos na época, agregando contexto à época em que foram escritos estes livros.
Houve, no segundo período da aula, um momento explicativo em que a professora nos apresentou maneiras de estudar e ler um texto. Conversamos a respeito de ser importante fazer uma série de questionamentos ao lermos um artigo para que possamos compreendê-lo melhor e realmente absorvermos e aprendermos o que lemos. Além de orientações básicas sobre como fazer um fichamento e como ele pode ser importante para o entendimento de uma obra e para a consulta futura do material.
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Oi, sou a Paula, bem-vindx ao meu blog! Sou estudante de museologia da UFRGS, e fiz este blog para registrar meu trajeto na universidade. Antes de começar as postagens vou explicar como vim parar aqui.
Desde pequena sou muito interessada em artes. Sempre muito influenciada por minha mãe e minha escola no ensino fundamental, desenvolvi um amor enorme não só por produzir arte, mas também por contempla-la. Quase todo fim de semana visitávamos um museu, assistíamos a uma peça de teatro, ou mesmo íamos a feirinhas de rua onde artistas independentes expunham seu trabalho. Além de estar sempre desenhando em todos os cadernos, pintando em todo lugar que podia e tirando milhares de fotos de cada lugar que eu ia. Já pequena sabia que as artes precisavam estar sempre presentes em minha vida.
Nunca tive dificuldade na escola, porém no oitavo ano tirei uma nota muito baixa em história e tive que correr atrás. Foi desta forma, estudando para recuperar uma nota abaixo da média, que descobri meu encanto pela história.
Daí surgiu o meu interesse por museologia. A junção de dois ramos que gosto muito e que se entrelaçam neste curso.
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O post desta semana será um pouco diferente dos anteriores. Hoje decidi abordar o texto de uma forma inédita… Esta publicação tratará não do artigo em questão, mas de um personagem citado no texto de extrema relevância para a temática referida: Os museus da França. Hoje falaremos um pouco sobre Jacques-Louis David.
Jacques-Louis David foi um importante artista parisiense que viveu nos anos que cercaram a Revolução Francesa, período de extrema relevância para o desenvolvimento do conceito de museu no país. Nascido em família da burguesia, Jacques-Louis teve a oportunidade de estudar na Academia Real de Pintura e Escultura, uma das principais escolas de artes plásticas da França, e conquistou, com menos de 30 anos, o Prêmio de Roma em 1774. A partir daí adotou seu próprio estilo neoclássico, tirando os temas de seus quadros da Antiguidade e se inspirando nas formas e temas da cultura greco-romana. Jacques é considerado o principal e mais característico representante do Neoclassicismo, movimento artístico e cultural que teve início em contexto pós Revolução Francesa que se opunha ao exagero e complexidade dos movimentos Barroco e Rococó. Sua carreira é hoje vista como símbolo da passagem do estilo rococó do século XVIII ao realismo do século XIX.
David apoiou a Revolução Francesa desde o início. Era amigo de Robespierre e membro do Clube dos Jacobinos. Enquanto outros deixavam o país, ele permaneceu na França para auxiliar na queda do antigo regime, votando pela morte do rei. Neste contexto o artista põe sua arte a serviço da nação e adota um estilo mais realista que neoclássico a fim de testemunhar os episódios da atuais da revolução.
Uma de suas obras mais conhecidas é a Morte de Marat. Além de belíssima pintura, sua criação era um testemunho de sua filiação política. É registrado que quando Jacques apresentou esta tela na Convenção ele disse: “"Cidadãos, o povo novamente clamou por seu amigo; sua voz desolada foi ouvida: 'David, toma teus pincéis, vinga Marat!'… Eu ouvi a voz do povo, e obedeci".
Devido a seu enorme sucesso precoce, David teve a oportunidade de instalar-se no Louvre, um privilégio concedido somente a grandes artistas. Mais tarde tornou-se pintor oficial de Napoleão Bonaparte, além de amigo pessoal, tendo a oportunidade de registrar acontecimentos retratados em quadros como A Coroação de Napoleão, pintado por ele em 1807.
Jacques-Louis David foi um artista incrível, extremamente importante para a arte não só na França, mas no mundo, além de ter sido um homem com fortes convicções e disposto a lutar pelo que acredita. Ele usou a arte, sua paixão, como ferramenta para alcançar seus objetivos. Admiro seu trabalho e sua dedicação, por isso decidi falar um pouco sobre ele hoje.
Para ilustrar este post, nada melhor do que as próprias obras do artista. As duas primeiras imagens (da esquerda para a direita, de cima para baixo) são as obras citadas nesta postagem. A primeira retrata a Morte de Marat, pintada em 1793. A segunda obra é A Coroação de Napoleão, de 1807. A terceira imagem retrata meu trabalho preferido do artista, Cupido e Psiquê, de 1817. A obra retratada na quarta figura chama-se Marte desarmado por Vênus e as três Graças, concluída em 1824. Esta foi a última criação do artista antes de sua morte.
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