#pneumónica
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Amarante Mancelos Dona Ana Guedes e suas enfermeiras na luta contra a Pneumónica na Casa da Costa
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A RTP decidiu pôr no ar a emissão do programa do Rosas sobre a gripe pneumónica de 1918.
Está bom, mas é um bocado perturbador na semelhança com a realidade atual.
#parece que a de 18 atingiu mais os jovens#à minha bisavó morreram-lhe todos os irmãos e a mãe#tinha ela uns 2 anos
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Mistério
A minha estranheza porém, no meio disto tudo, não deriva tanto do número elevado de vítimas mas do facto de um fenómeno com estas dimensões não ser tão conhecido. A História registou a pneumónica, é verdade, mas prefere destacar a Iª Grande Guerra, que ocorreu na mesma altura que a pandemia, do que reconhecer valor aos bacilos, às bactérias, aos virús e a quejandos bichinhos. É um mistério. Morreram cerca de 150 mil pessoas em Portugal, 50 mil apenas em dois meses - setembro e outubo 1918 -, e não há uma rua com o nome “Vítimas da Peste Pneumónica”. O mínimo seria um terreiro de feira “Alerta Yercinia Pestis”.
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Amieiro recorda como sete colinas e fogueiras protegeram aldeia da pneumónica
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Pouco mais de quatro mil portugueses têm memória da gripe pneumónica de 1918
Pouco mais de 4.000 pessoas em Portugal podem ter memória de uma época com contornos epidemiológicos semelhantes aos de hoje, como a gripe pneumónica de 1918, porque têm 100 anos ou mais.
Os dados reunidos pela Pordata a propósito do Dia Mundial da Saúde, que hoje se assinala, indicam que, embora 22 por cento dos residentes em Portugal tenham 65 ou mais anos, desses, pouco mais de 4.000 (0,2…
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Opinião: A Pandemia de 1918 ( 3 )
No dia 4 de outubro de 1918, foi publicada, no Diário do Governo, uma Portaria, contendo seis instruções e recomendações, redigidas por Ricardo Jorge, Diretor-Geral de Saúde, relativamente às necessárias ações a empreender no combate à pandemia de gripe. Em primeiro lugar, deveria ser organizado um sistema de recolha de informação. Todos os médicos deveriam participar o número de casos que fossem surgindo. Em segundo lugar era referido que não existia uma profilaxia específica contra o contágio. Apelava-se ao cumprimento das diversas regras de higiene e desinfeção assim como ao isolamento e à restrição dos contactos sociais. O terceiro ponto abordava a questão dos hospitais. Os doentes mais graves deveriam ser hospitalizados e isolados. Para aumentar o número de camas dever-se-iam improvisar, noutros edifícios, hospitais temporários. O quarto ponto dizia respeito à necessidade de procurar aumentar o reduzido número de médicos, fazendo apelo ao regresso dos que já estavam reformados assim como à inclusão dos médicos militares. O quinto ponto dizia respeito à organização das estruturas médicas e farmacêuticas, procurando alargar os serviços de modo a conseguir apoiar toda a população, sobretudo os mais pobres. Garantir a existência, em armazém, de produtos e medicamentos, impedir aumentos abusivos dos preços e tornar os medicamentos gratuitos para a população com mais carências económicas. Finalmente e em sexto lugar, referia-se a necessidade de organizar a assistência e a caridade junto de uma população maioritariamente analfabeta e paupérrima. Alimentação deficiente e higiene quase inexistente não favoreciam o combate à pandemia. Em 1918, Portugal, nesta conjuntura, estava a desenvolver um enorme esforço financeiro, debilitando ainda mais as já tradicionais e crónicas dificuldades orçamentais. Em Lisboa e em plena segunda vaga epidémica, “a capacidade da rede hospital foi rapidamente excedida”, sendo necessário improvisar novas estruturas. Neste final do ano de 1918, o Diretor dos Hospitais Civis de Lisboa dizia que a capital era, “uma cidade suja e infecta, sem higiene e quase sem água, rica de toda a casta de espécies mórbidas”. O Liceu Camões e outros edifícios e até Conventos, foram transformados em hospitais improvisados. Os hospitais estavam sob muita pressão e cometiam vários erros. A imprensa comentava a suposta amnésia e algum desconhecimento geral, escrevendo que até parecia que já ninguém se recordava da anterior epidemia de gripe, ocorrida em 1889 e 1890. Havia que recordar e aprender com os erros do passado. Afinal, cerca de trinta anos antes, Portugal tinha sofrido uma terrível epidemia de gripe. Esta epidemia de 1918 não era a primeira nem seria a última. Como medida de prevenção foram encerradas escolas e universidades. “Em Coimbra a sala de leitura da Biblioteca da Universidade também encerrara devido à epidemia bronco-pneumónica que então grassava com uma certa intensidade”. Em Lisboa, o Parlamento também encerrou. A Direção-Geral de Saúde, muito prestigiada, considerava que, “a causa da gripe era um vírus por identificar e que o único remédio seria a descoberta de uma vacina específica, como acontecera para a varíola. Também assim pensava a maioria dos médicos espanhóis”. O vírus só seria identificado em 1933. No dia 11 de novembro de 1918, em plena segunda vaga da pandemia, a mais mortífera, terminava a Primeira Guerra Mundial, onde participavam dezenas de milhares de portugueses, num esforço de guerra que ultrapassava as possibilidades económicas do país. Neste mês ocorreu em Portugal uma greve geral. Politicamente, o país estava profundamente dividido. O ditador Sidónio Pais suspendera o regime democrático. Seria assassinado, na Estação do Rossio, em Lisboa, no dia 14 de Dezembro de 1918. Cerca de um ano antes, tinha tomado o poder, liderando um golpe militar que destituíra o Presidente da República, Bernardino Machado, obrigando-o ao exílio. Pedro Mota Curto
Opinião: A Pandemia de 1918 ( 3 )
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Gripe pneumónica, a pandemia de 1918-1919
A pneumónica, ou gripe espanhola, matou dezenas de milhares de pessoas nos anos de 1918 e 1919. Foi a maior pandemia mundial conhecida até hoje causando mais mortes que a Peste Negra ao longo de vários séculos ou a I Guerra Mundial. Os estudos mais recentes apontam para a morte de cinquenta a cem milhões de pessoas em todo o mundo, como resultado da pandemia de gripe que durante dois anos lavrou…
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1920 - 2020
O encontro da minha mãe com os aviadores da primeira travessia aérea atlântica não passa de uma curiosidade familiar, mas o contexto histórico da década homológa do século passado já revela muito da coragem dos meus avós. De facto, com o Botequim das Flores, situado na Praia de Botafogo, eles conseguiram sobreviver economicamente à miséria: só do distrito de Bragança, em 1911, emigraram quase duas mil pessoas. Se acrescentarmos à coragem de partir a aventura das longas viagens dos vapores ingleses, que lhes permitiu sobreviver aos 50 mil mortos dos meses de outubro e novembro do ano de 1918 devido à pneumónica e aos 20 milhões de europeus mortos na Grande Guerra, podemos dizer deles que, à sua maneira, viveram uma época histórica tremenda. Mas na década de paz que agora termina percecionamos o mundo mais dramaticamente, vivemos na iminência do Apocalipse. Virtualmente ou não, o nosso limiar de alarmismo baixou com a velocidade da Internet. dos aviões.
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Opinião: Sidónio e outros ditadores na Lenda
Na última viagem que fiz ao Hemisfério Sul, mais propriamente a Montevideu, Uruguai, terra de José Alberto Mujica Cordano, conhecido popularmente como Pepe Mujica, idolatrado pelo seu desprezo das mordomias que lhe eram prestadas como presidente da República, notei nos colegas brasileiros algo estranho que não fui capaz de definir e identificar. Passado pouco tempo após uma muito disputada eleição foi eleito Jair Messias Bolsonaro, alguém que muitos pensaram não ser tão perigoso como muitos receavam, pois as instituições democráticas iriam limitar-lhe a vontade ditatorial. Ninguém pensava por isso que seria um arremedo de um Sidónio luso de há cem anos que “Era, como seu irmão Bernardino, filho legítimo de Bernardo José Pais Marrocos, natural de Barcelos e tabelião em Caminha, terra natal do futuro presidente que, após matemáticas, foi nomeado lente, reitor da Universidade, ministro em Berlim, comandante das tropas de terra e mar de Portugal, por mercê do mais favorável e também do mais criminoso dos acasos.1” Quis a ironia do destino que Jair Bolsonaro fosse presidente em situação pandémica em 2020 tal como o foi Sidónio Pais em 1917-1918, algo que agora esquecemos ou que nem sequer recordamos, pois na história oficial, pouco se fala da gripe espanhola ou pneumónica. Contudo na minha família sempre se falou da perda do sentido do olfato e do paladar por parte da minha avó materna. Algo que agora também acontece com a COVID 19. Temos agora em Portugal a felicidade de vivermos em democracia, dando-nos a possibilidade de irmos interagindo com o poder político, permitindo que, apesar das falhas de conhecimento científico, tenhamos uma sucessão de ajustes nas medidas de política sanitária que tornam a situação pandémica suportável e com um número limitado de mortes. Mais difícil é a situação do Brasil, embora o facto de ter uma estrutura federal permita adoçar a política enviesada de um Presidente que tenta e, até, tem conseguido usar o poder de uma forma que é designada por nepotismo, atingindo raias inconcebíveis pois quer tornar possível a impunidade dos filhos, enquanto promove atos públicos antidemocráticos e agrava os problemas de saúde pública de uma forma perigosa. Tudo se parece com a política passada de um sidónio luso que muitos já não criticam por desconhecerem o que se passou, mas mais a norte, nos EUA um outro presidente promove outro genocídio. E tudo isto se passa enquanto se promove a difusão de fake news, tanto nas redes sociais como na comunicação social, que se misturam com insuficiência de conhecimento científico de uma forma perigosa, muito potenciada pelo desejo de ganhos na economia, que vemos serem demasiado incompatíveis com o domínio desta pandemia. É o que não devemos aceitar. Claro.
1 Sidónio na Lenda – Estudo Crítico por D. António de Albuquerque, Lúmen, Lisboa, 1922, p. 14.
Opinião: Sidónio e outros ditadores na Lenda
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Opinião – A pandemia de 1918 ( 2 )
Nesta época, a população portuguesa era constituída por cerca de 6 milhões de pessoas, sendo que aproximadamente 5 milhões viviam no meio rural, o que incluía as pequenas cidades de província, diferentes de Lisboa ou do Porto. Calcula-se que 80% da população trabalhava na agricultura. Em 1910 ocorrera a Implantação da República, perante uma Monarquia muito desgastada. Sucediam-se as permanentes disputas entre progressistas e conservadores, entre republicanos e monárquicos. Os próprios republicanos estavam profundamente divididos. A entrada na Primeira Grande Guerra Mundial, em 1916, tendo como objetivo primordial impedir que os alemães ocupassem Moçambique e Angola, contribuiu para aumentar a miséria e as carências da população portuguesa. Imperava a pobreza, a miséria, o analfabetismo (cerca de 75% dos portugueses), a alimentação deficiente, as habitações paupérrimas e sem condições de salubridade, a falta de higiene e de condições de vida. A fome e a doença faziam parte do lúgubre quotidiano da esmagadora maioria da população. Eram frequentes as epidemias de tuberculose, febre tifóide, varíola e desinteria, por exemplo. A emigração para o Brasil era intensa. Largas centenas de milhares de pessoas procuravam deste modo fugir à miséria. A Igreja Católica combatia o Republicanismo. Em 1917, é implementada uma ditadura conservadora que iria durar cerca de 12 meses. Neste ano, os jornais relatam acontecimentos inexplicáveis, “o sol que bailava”, que teriam ocorrido numa serra isolada e recôndita, na zona de Ourém, não muito longe de Leiria. Foi neste contexto que a pandemia de 1918 atingiu Portugal. José Manuel Sobral (Universidade de Lisboa), Maria Luísa Lima e Paula Castro (ISCTE) e Paulo Sousa (Universidade Nova de Lisboa) foram os organizadores do volume já anteriormente referido “A Pandemia Esquecida – Olhares comparados sobre a pneumónica 1918-1919”, publicado em 2009, pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, sendo igualmente autores de alguns dos capítulos. A gripe pneumónica de 1918-1919 ocorreu em Portugal de modo semelhante ao do resto do mundo, também em três vagas, sendo que a primeira foi originada por trabalhadores agrícolas regressados de Espanha, de Olivença e de Badajoz, talvez em maio de 1918. A partir do Alentejo, esta primeira vaga difundiu-se rapidamente por todo o território, tendo atingido o pico no mês de junho de 1918. A segunda vaga terá começado em Vila Nova de Gaia, no mês de agosto, espalhando-se por todo o país e chegando ao Algarve em outubro. Foi a mais mortífera. A terceira vaga ocorreu nos meses de abril e de maio de 1919, mais suave, talvez porque parte dos portugueses já estariam imunizados. Em 1919, terão morrido “apenas” cerca de 3000 pessoas. A movimentação das populações pelas diversas regiões do país foi sempre a causa da disseminação da pandemia. As pessoas deslocavam-se pelos mais diversos motivos, desde o comércio, lazer, motivos religiosos, familiares, militares, movimentação de trabalhadores agrícolas, feiras, peregrinações e migração balnear. A mortalidade causada em Portugal pelas três vagas, sensivelmente de maio de 1918 a maio de 1919, poderá ter sido de cerca de 60 000 óbitos. Na europa, apenas a Espanha, a Itália e a Hungria, tiveram taxas de mortalidade superiores à taxa portuguesa. No extremo oposto e com taxas de mortalidade muitíssimo mais reduzidas temos a Noruega e a Suécia. A maior parte dos óbitos, tanto no mundo como em Portugal, ocorreram em outubro e em novembro de 1918, em plena segunda vaga. Ricardo Jorge, Diretor-Geral da Saúde durante a pandemia de 1918, afirmou que os mais pobres e com uma alimentação mais deficiente foram os mais atingidos. No entanto, a pandemia tocou todas as classes sociais e profissões, como por exemplo, os pintores Amadeo de Souza Cardoso e Santa Rita Pintor ou o compositor António Fragoso. A nível internacional foram contaminados, por exemplo, os primeiros-ministros da Alemanha, França, Inglaterra e África do Sul, assim como os presidentes dos Estados Unidos da América e do Brasil.
Opinião – A pandemia de 1918 ( 2 )
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Opinião – A pandemia e o “novo normal” da distopia
A utopia ficciona uma comunidade, colocada fora de um tempo certo ou de um espaço real, na qual se desenha um ideal de organização, felicidade e bem-estar aplicados à vida coletiva. No sentido oposto, a distopia, ou utopia negativa, permite conceber um lugar imaginário, onde se vive sob condições extremas de opressão, desespero e carência. Frente à realidade objetiva, a utopia é principalmente um território de desejo e esperança, enquanto a distopia é um lugar de sofrimento e desolação, determinado pela transformação da natureza e pelos caminhos da intervenção humana. Em «Dystopia: A Natural History», Gregory Claeys confere-lhe, no entanto, uma dimensão que pode tornar-se tendencialmente positiva, dado mostrar um conjunto de medos «naturais» (deuses, monstros, calamidades) ou «sociais» (tecnologias opressivas ou sistemas totalitários), a partir dos quais a humanidade pode confrontar-se com cenários que de modo algum deseja e por isso deverá afastar. O século XX foi particularmente rico na oferta de obras de ficção do género distópico, sobretudo nos domínios do romance e do cinema, nas quais esses grandes temores foram representados, perante os olhos do público, como cenários de um horror provável, colocado noutro lugar ou num futuro próximo, que era imprescindível banir. «Nós», de Yevgeni Zamiatine ( 1929 ), «Admirável Mundo Novo», de Aldous Huxley ( 1932 ), ou «1984», de George Orwell ( 1949 ), no romance, ou, para o cinema, «Metropolis», de Fritz Lang ( 1927 ), «Blade Runner», de Ridley Scott ( 1982 ) e a trilogia «Maze Runner – Correr ou Morrer», de Wes Ball, já deste milénio, são alguns dos exemplos mais difundidos do género. Os dois últimos dão particular ênfase à forma como a rápida evolução da tecnologia pode determinar alterações assustadoras no equilíbrio ambiental, na personalidade humana ou na organização da vida política e social, sujeitas, nos cenários ali traçados, a desumanizadoras formas de tirania. Nos últimos dois meses, quem acompanha a reflexão sobre os cenários que poderão resultar da atual situação pandémica, a mais geograficamente vasta e das mais mortais na história da humanidade, apenas superada pela Peste Negra e pela Gripe Pneumónica, verá emergir possibilidades com todos os contornos de uma configuração distópica das sociedades próximas futuras. Aspetos como a imposição do distanciamento social, a contenção imposta nos espetáculos culturais e desportivos, o cadastro dos cidadãos e da sua vida privada, o controlo dos lugares de habitação, o regresso abrupto das fronteiras, a limitação da circulação humana e da presença em lugares públicos, o registo mais detalhado e regular das condições de saúde, e particularmente a instauração da vigilância pessoal, a ampliação forçada do regime de teletrabalho, o controlo informático da atividade profissional, a flexibilização do desemprego, a própria limitação da liberdade de reunião e de protesto, bem como a intervenção mais pesada do Estado, da lei e dos mecanismos de polícia, anunciam, em nome da indispensável segurança sanitária, uma normalidade dominada por restrições à autonomia individual. O sufocante dramatismo que esta enumeração invoca poderá ser moderado pela interferência da opinião pública e das forças e instituições democráticas, mas a perceção das possibilidades aqui enumeradas não pode ser encarada, de uma forma ligeira, como um mero pesadelo que se desfaz ao acordarmos. Esta configuração da distopia que a resposta à doença está a suscitar pode e deve ajudar-nos a medir melhor, com uma perceção nítida e inteligente de benefícios e danos, cada um dos passos que estão a ser dados no sentido da rápida e inevitável transformação de práticas e hábitos sociais. Frente aos pesados efeitos da pandemia, a preservação da saúde pública e a salvaguarda da liberdade individual não podem ser incompatíveis. O exemplo chinês, no qual a eficácia do combate à Covid-19, apoiada na hipervigilância, se está a fazer em detrimento da democracia e do respeito pelos direitos dos cidadãos, de forma alguma pode prosperar. Precisamos olhar com o maior cuidado os contornos do «novo normal» que aí vem, impedindo que se instale a pesada teia da distopia.
Opinião – A pandemia e o “novo normal” da distopia
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Opinião: A pandemia de 1918 ( 1 )
Nos dias 15 e 16 de novembro de 2007, realizou-se no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, um Colóquio Internacional intitulado “Olhares sobre a Pneumónica”, organizado pelo Centro de Investigação Social e com a participação de investigadores oriundos de vários países. Quase um século mais tarde, um grupo de professores e de investigadores sociais, tinha despertado a comunidade científica para um assunto que estava adormecido e esquecido há largas décadas. Dois anos mais tarde, em 2009, o Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, publicou um livro intitulado “A Pandemia Esquecida – Olhares comparados sobre a pneumónica 1918-1919”, no qual estavam compiladas as intervenções e as conclusões de tão pertinente colóquio. Em 2020, subitamente, este tema foi recuperado do esquecimento, pela humanidade inquieta. “A gripe é um tipo de doença e uma causa de morte comum, sobretudo para os mais fracos e vulneráveis. É uma doença respiratória facilmente transmissível por meio de tosse e espirros, podendo conduzir a complicações broncopneumónicas potencialmente graves ou mesmo fatais”, escreveu David Killingray, professor de História na Universidade de Londres e que em 2003 já publicara o livro “The Spanish Influenza Pandemic of 1918-19”. O vírus da gripe é conhecido pela sua instabilidade e imprevisibilidade, estando sujeito a mutações periódicas. Ao longo dos séculos XIX e XX, o mundo conheceu diversas epidemias e pandemias de gripe, como por exemplo, as verificadas em 1847-1848 e em 1889-1890. Entre o mês de março de 1918 e o mês de fevereiro de 1919, o mundo foi atingido por uma pandemia de gripe que, em três vagas sucessivas, infetou centenas de milhões de pessoas e causou a morte a um número estimado entre 50 a 100 milhões de pessoas. O vírus da gripe só seria isolado em 1933, graças aos progressos verificados, nas décadas de 1920 e 1930, com a evolução dos microscópios, mas só quando surgiram os microscópios eletrónicos, na década de 1940, é que se potencializou o conhecimento específico da virologia. “É geralmente aceite que a pandemia de gripe de 1918-1919 teve origem na região Centro-Oeste da América do Norte, no estado do Kansas, em março de 1918, alastrando primeiro à costa oriental e atravessando depois os oceanos Atlântico e Pacífico para infetar o resto do mundo”, afirmou David Killingray. A primeira vaga da pandemia propagou-se de março a julho de 1918, mês em que chegou à Austrália. A segunda vaga teve início em agosto e foi altamente mortífera. “Disseminou-se com grande rapidez, transportada por navios e comboios e viajando ao longo das redes viárias, propagando-se sobretudo nos locais onde havia grandes concentrações de pessoas”. Em dezembro já tinha atingido todo o mundo, incluindo muitos locais recônditos, como o Alasca ou as ilhas do oceano Pacífico, causando enorme mortalidade. O impacto na China é mal conhecido. A terceira vaga, entre janeiro e fevereiro de 1919 foi a menos mortífera, talvez porque uma boa parte da população já tinha adquirido, naturalmente, a tão desejada imunidade. Em 1918 e 1919, foram adotadas medidas de isolamento, distância social, uso de máscaras faciais, encerramento de edifícios públicos, escolas e cinemas. Os bares e as igrejas, de um modo geral, não foram encerrados. “O combate à pandemia obrigava à adoção de medidas que passavam pelo controlo da circulação de pessoas e bens, o que afetou negativamente o comércio, a distribuição de produtos comerciais e a vida quotidiana das pessoas”, afirmou Killingray. Nas décadas seguintes, muitos sobreviventes sofreriam efeitos de longo prazo. A saúde, a demografia e a economia foram seriamente afetadas. “A pandemia estimulou a investigação com vista ao tratamento da doença a à descoberta de uma cura para a mesma”, declarou David Killingray, em 2007, em Lisboa, relativamente à tragédia verificada em 1918.
Opinião: A pandemia de 1918 ( 1 )
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