Tumgik
#ousando
artmiabynana · 17 days
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Vingança. (Fernando Contigiani)
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Notas: Oioi! 🤓 esse é o meu primeiro post de história aqui no tumblr. Normalmente só postava - uma vez no ano - algo que escrevia lá no Spirit, mas decidi me arriscar aqui. Ainda sou nova nessa questão de categorias de kinks, então provavelmente esqueci de colocar algum. 😓 espero que gostem!
Avisos: Fernando × reader!fem. Age gap (ele com 29 e você com 22), Erotic asphyxiation, dirty talk, penetração vaginal, size kink, degradação, um pouquinho de violência *nada absurdo*, sexo desprotegido (NÃO), Fernando e Reader meio manipuladores, amor não confessado (tragam o litrão), vingança, menção a cadeia, prisão e máfia (Fernando mafioso 🫦)
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A sala privada da boate exalava uma aura de poder e exclusividade. As luzes baixas e os tons de vermelho escuro das paredes criavam um ambiente quente e intimista, quase sufocante. Uma música abafada ecoava ao fundo, vinda do andar de baixo, onde a boate fervilhava de vida. Mas ali, no silêncio quase absoluto, apenas os sons de beijos ardentes, sussurros e gemidos preenchiam o espaço.
Fernando estava sentado em uma poltrona de couro, montada em seu colo, você e ele tinham os lábios colados em um beijo lento e cheio de desejo. Os seus dedos se enrolavam em seus cabelos, enquanto sua outra mão deslizava pelo peito dele, tentando convencê-lo de que aquele era o momento de esquecer qualquer compromisso. O pau duro preenchia a pequena entrada, tocavam bem ao fundo e a faziam gemer durante o beijo. Suas pernas estavam ao redor do corpo do argentino, erguidas pelas próprias mãos, enquanto o quadril dele fazia o trabalho árduo de enterrar o membro gotejante para dento de ti.
Tinham pouco tempo, e sinceramente, não conseguiam se saciar com os minutos contados, mas o argentino ficou te cercando desde que chegou naquela boate, junto de seu pai. Gemeu, implorou no seu ouvido desde que lhe encontrou, que precisava te provar, nem que fosse só um pouquinho.
Fernando e seu pai tinham uma amizade de anos, que começou através do pai do argentino, porém ele sempre foi o aprendiz de seu velho. Isso não o segurou quando colocou os olhos em ti. Se sentiu bobo, apaixonado, sendo zoado pelo próprio amigo por ter uma paixão pela filha que, por algum tempo, a viu crescer. A diferença de idade entre vocês era grande, mas nada absurdo. Ele com vinte e nove e você com vinte e dois.
Partindo de ti, sempre achou o argentino atraente, até mesmo ousando ficar mais próxima dele quando estavam sozinhos. Eram indiretas pra cá e pra lá, toques corporais, saídas escondidas e a necessidade de sempre ser Fernando a lhe acompanhar em seus eventos pessoais. Não demorou a estarem enlaçados em um quase namoro, se encontrando todas as noites que conseguiam, fugindo as escondidas para aproveitar a companhia um do outro.
Apesar da aparência de bom moço, Contagini é um cafajeste. Com os cabelos levemente grisalhos nas laterais e o olhar sério quase que o tempo todo, ele usa e abusa do lado putifero contra você, mesmo que tu não ficasse tão para trás.
Gostava de provocar o argentino sempre que possível, e hoje não foi diferente. A dias atrás, tiveram uma briga e ficaram sem se falar, uma birra. Em uma das inúmeras festas que seu pai fazia, você foi em busca de beber algo no bar quando viu Fernando abraçado com uma morena qualquer. Seu sangue ferveu, mas não fez questão de surtar ou fazer escândalo, e sim de denunciar anonimamente o ponto de venda de drogas dele, em uma das boates mais famosas da cidade.
Foi um caos, e se não fosse por seu pai, o argentino poderia pegar alguns anos em detenção. Quando a fiança foi paga e ele saiu da detenção, foi atrás de você no mesmo segundo em que pisou fora da delegacia, o que nos leva ao ponto atual.
Começou com ele te tocando durante uma das danças de casais, tocando sua cintura e beijando seu pescoço. Você tentou desviar, falando diversas vezes para ele parar, porém não se afastava. Gostava de quando ele ficava assim jogava aquela marra de lado e virava seu cachorrinho. Minutos depois, você estava apoiada na mesa de reuniões, com as pernas abertas e a boca do argentino em seu meio gotejante. Segundo ele, iria matar a saudade do jeito que quisesse, sem se importar com o que a perrita reclamasse.
Agora estavam aqui, com o maldito som do telefone de Fernando tocando a cada cinco minutos, com você quase que jogando o celular para longe. Seu pai precisava de Fernando em uma das reuniões da família (termo simpático para máfia).
— Neña, eu preciso atender... – murmurou, enfiando a própria face em seu pescoço, entre seus cabelos.
— Agora não, amor. Por favor, Fer! – grunhiu em desespero, puxando o homem pela nuca, grudando ainda mais os corpos.
O argentino grunhiu em seu ouvido, se sentindo espremido no canal apertado. O som dos corpos se chocando ecoava pela sala, que a cada segundo parecia ficar menor.
As bocas famintas foram conectadas outra vez, em uma falsa ideia de não gemerem tão alto.
— Você é gostosa pra caralho, cariño. – Grunhia em seu ouvido, deitando seu corpo sobre a mesa, passando a movimentar os quadris com ainda mais velocidade contra seu corpo. – Gostosa, gostosa... eu te comeria por horas, sabia?
A mesa mexia, e por tudo mais sagrado, você acreditava que ela iria desmontar uma hora ou outra. Suas mãos apertavam a borda com força, onde se segurava para não acabar caindo. As pernas vacilavam vez ou outra, e se não fosse pela força que Contagini tinha nos braços, você já teria caído no chão a muito tempo.
Sentiu o cacete deslizar pra dentro com tanta facilidade, invadindo e dilatando, que sentiu o orgasmo chegar tão perto que acabou por revirar os olhos. Arranhou a madeira com as unhas, empinou mais ainda sua bunda e passou a se mexer junto de Fernando, ouvindo ele rir próximo ao se ouvido.
— Ah, eu queria ver c-como você ia se virar sem mim, muñequita. – Sussurrou ao mordiscar sua orelha direta, puxando a cartilagem entre os dentes. – Como você ia ficar mim, quando quisesse foder com alguém, pra te servir quando quisesse.
Era humilhante estar naquela situação, ainda mais vergonhoso quando se lembra que foi tu que o mandou pra cadeia e jurou a si mesma que nunca mais iria se submeter ao moreno. E olha só onde estava? Sentindo que iria gozar rapidinho se ele continuasse naquela velocidade.
— Não vai responder, gatinha? – Sente a mão pesada atingir sua bunda já dolorida pelos tapas anteriores. – Vamos, neña, cadê sua coragem agora? – Segura seu rosto contra a mesa, encara seus olhos úmidos e com a maquiagem borrada.
— Des-desculpa, Fer... – Geme insatisfeita quando a velocidade dele diminuiu, querendo chorar pelo orgasmo ser interrompido pela segunda vez. – Eu não devia ter te denunciado, mas você ficou abraçado com aquela vagabunda.
O argentino ri, nega com a cabeça e te puxa pra sentar no colo dele, apoiando seus joelhos no estofado do sofá. Cerca sua cintura com os braços, a mão com os diversos anéis na sua bunda, onde espreme a carne enquanto sussurra rente ao seu rosto.
— Então foi por ciúmes, neña? Você ficou com ciúmes de mim, é? – Sela seu decote, assistindo sua cabeça se movimentar em concordância. – Fica tranquila pequena, só você é a minha mulher. A única vagabunda que eu como.
Sua mão cola no rosto dele, encostando a cabeça contra o apoio do sofá e o encara nos olhos. Ele ri pela ousadia que de repente surgiu em ti, mas não te repreende. É algo que ambos gostam, dessa agressividade um com o outro. Deixa o sexo muito melhor.
— Eu não sou a sua vagabunda, seu desgraçado. – Pressiona o pescoço dele com a mão, entre cortando a respiração aos poucos do uruguaio. – Fala direito comigo.
O homem levanta as mãos em pura redenção, mas volta a lhe prender com as mãos quando sente seu quadril se mexer. Inicia um rebolado lento, fazendo questão de contrair de propósito e o espremer dentro de ti. Escuta ele lhe xingar baixinho, mas decide não levar a discussão em frente.
Fernando e você eram assim, e talvez iriam continuar. Não tinham pressa pra assumir um compromisso, mas viviam um relacionamento apesar de tudo.
Aumenta a intensidade das quicadas, sente o uruguaio estocar junto de ti e voltam ao ritmo inicial. A sala volta a ficar preenchida pelos gemidos e pelo som de estocadas simultâneas.
Se atacavam em beijos, mordidas e inúmeros tapas. Seu seios são alvo da boca faminta de Fernando, chupa, morde e estapeia com a mão livre, espreme os bicos sem o mínimo de cuidado. Já as suas mãos, ficam puxando os cabelos negros e arranhando a nuca exposta pelo corte de cabelo.
Desesperados para gozar, Fernando volta a te colocar contra a mesa e estoca em desespero, ignorando você dizer que estava quase sendo estimulada demais. Ele também estava quase lá, mas sente o corpo gelar quando sente suas mãos em sua bunda, o segurando conta ti. Gemeu preocupado, sentindo seus lábios próximo aos dele.
— Neña... – Tentou argumentar, mas se calou quando as unhas compridas fincaram em sua carne dos glúteos.
— Goza dentro, amor. ‐ Sussurrou contra o rosto do homem, lambendo seu maxilar com a língua – Me deixa cheia de ti, vai.
Os olhos do homem reviraram, e era como se seus quadris tomassem velocidade própria. Estocava como se sua vida dependesse disso, além da ajuda com a própria mão em seu clitóris.
Gozaram juntos, como se fossem explodir pós orgasmo. O argentino nunca havia gozado tanto, e jurou sentir sua pressão baixar um pouco. A visão de sua boca entre aberta, os olhos fechados e as lágrimas escorrendo em sua face era linda pra cacete. Afastou-se de seu corpo lentamente, visto que ambos estavam sensíveis demais pra continuar uma segunda rodada agora.
Tombou a cima de ti, selando sua face suada com beijos calmos. Suas mãos tocaram os cabelos suados, abraçando o corpo grande lentamente. Respiravam de maneira entre cortada, trocando pequenos selares e pedidos baixos de desculpas.
Fernando e você eram assim, e apesar de internamente se amarem, não sabiam como encaixar isso em um namoro.
Quem sabe mais pra frente, era o que diziam.
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Quem gostou bate palma, quem não gostou, não me critica pq eu choro.
Sim elle, eu postei 😼
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cherryblogss · 2 months
Note
Oiii diva linda, queria mto te pedir uma coisa com os homi (nossos trintões) com eles quase gozando nas calças pq a loba tá provocando eles a noite todinha e se fazendo de sonsa toda vez que eles perguntam oq ela tá fazendo ou pedindo pra ela parar KKKKKKKKK
amo fazer tortura psicológica com homem😍 eu coloquei um que realmente goza nas calças pq nao resisto😻
inventei mt também nesse perdao, minha mente viaja (nao revisado tbm)
Esteban Kukuriczka
Hoje era o seu primeiro aniversário de casamento com o amor da sua vida, fazia um ano que você e Esteban tinham se casado em um jardim lindo em uma cerimônia intimistas. Vocês não tinham conseguido fazer nada demais, a não ser um café da manhã especial por conta da peça que ele estava dirigindo e seu trabalho que também estava muito agitado.
Tudo era muito louco para você, se conheceram quando ele era ator ainda e você foi fazer um tour pelo teatro assim que se mudou para argentina, sem querer esbarrou em um dos atores que estavam experimentando figurinos, você e Esteban acabaram caindo, mas ele foi tão doce e engraçadinho que te deixou encantada. Depois se encontraram fora do teatro e saíram para tomar um café.
Agora, você estava se encaminhando para acompanhá-lo no ensaio, queria passar o máximo de tempo com ele nesse dia especial.
Chegou no teatro procurando o homem alto em meio as pessoas na correria do ensaio perto da estreia. Enxerga a cabeleira loira e volumosa sentada a umas dez fileiras do palco. Um calor toma conta do seu corpo ao ver ele todo concentrado mordendo a tampa de uma caneta no ambiente pouco iluminado. Em um transe se dirige até parar atrás dele e colocar as mãos para cobrir os olhinhos dele.
Kuku se assusta quando a visão dele é repentinamente obstruída e as mãos geladas tocam a pele coberta de sardinhas, mas logo em seguida sorri ao sentir o dois anéis no anelar esquerdo e o perfume inconfundível.
"Adivinha quem?" Se inclina ao perguntar no ouvido dele enquanto ambos soltam risadinhas cúmplices.
"É a mulher linda que estava na minha cama hoje de manhã?" Fala tocando suas mãos para fazer um carinho de leve.
Você não se aguenta e retira as mãos para segurar o rostinho dele e puxá-lo para um beijo no ângulo estranho, depois, rapidamente, pula sobre a cadeira e se senta ao lado do Esteban.
"Como foi seu dia, amor?" Ele pergunta passando um braço pelo seu ombro para te aconchegar no peito dele.
"Até que foi bom, mas poderia ter sido melhor se você estivesse comigo." Responde com um biquinho e acariciando a mão gigante com a aliança dourada.
"Pelo menos agora a gente vai ficar juntinho." Fala com um sorrisinho bobo ao beijar sua testa. "O ensaio acaba em uns 40 minutos e depois podemos fazer o que você quiser."
Seus olhos percorrem as pernas grandes meio encolhidas para caber no assento do teatro e isso faz uma ideia surgir na sua cabeça. Toca a coxa musculosa coberta por um jeans azul, desenhando linhas abstratas na costura da calça, seu marido já tinha se distraído de novo anotando pensamentos ao observar os atores encenando no palco. Sobe e desce os dedos acariciando o tecido, ousando um pouco mais roça as costas da mão na virilha do Esteban que nem parece notar, continua só brincando com as pontas dos seus cabelos.
Morde os lábios e aperta o membro um pouco marcado na calça, Esteban dá um chute para a frente em reação e te olha de um jeito severo, como se fosse um alerta e não uma bronca em si. Você encurta a distância dando um selinho nele e massageia a ereção crescente. Esteban solta um suspiro tremido nos seus lábios e morde-os levemente, mas se afasta ao escutar um dos atores no palco continuando a encenar uma briga.
Você se aproveita, desabotoando a calça e acaricia o pau coberto pela cueca fininha que já tinha uma manchinha de pré-gozo. Esteban deixa você fazer isso por uns minutos, se engasgando com a respiração ofegante e ficando com a face avermelhada, que só você conseguia ver pela iluminação baixa do local. Suas mãos baixam mais até tocar a cabecinha sensível, massageando a área sensível.
"Nervoso, papi?" Pergunta com um sorriso malicioso, fingindo que está ajeitando o os óculos dele com a mão livre.
"Acho bom você parar com essa palhaçada." Diz entredentes e puxando seus cabelos com um pouquinho de força.
"Mas eu só tô fazendo carinho em você, amor." Fala em um tom tristonho e com uma expressão de sofrimento exagerada.
Na hora que ele ia responder, um ator chama ele para perguntar se estava bom, Esteban pede com a voz tremendo para repetirem a última cena, porque ele não conseguiu sentir veracidade - não prestou atenção em nada com os seus dedinhos tocando nele - então os atores se reorganizam para refazer a parte.
Querendo sair logo dali, Kuku subitamente te agarra para te colocar no colo com a cabeça na lateral do rosto dele. Não aguentaria mais um minuto com esses seus olhinhos implorando para fazer o que quiser com ele e nem as suas mãos atrevidas no corpo dele.
Entretanto, ele não contava com a sua determinação, seus quadris balançam sutilmente fingindo se ajustar nas pernas dele, mas conseguiu encaixar sua bunda certo no pau inchado. Se relaxou sobre o corpo maior, descansandi a cabeça no ombro largo e começou a rebolar sutilmente. No momento que Esteban percebe os seus movimentos e a pica dele pulsa querendo gozar com a massagem gostosa da sua bunda, agarra sua cintura e em seguida aperta a carne.
"Se comporta, perrita. Se não for uma boa garota vou te encher de tapa até você não conseguir sentar mais."
Enzo Vogrincic
Vocês estavam jantando com uns amigos do ultimo filme que seu noivo estava participando. A conversa rolava, mas você nem prestava atenção só conseguia focar no pulsar entre as suas pernas.
Enzo estava extremamente gostoso hoje com os cabelos meio molhados, uma camisa social branca com dois botões abertos e a calça preta cobrindo as coxas torneadas. Sua vontade era de se esfregar no corpo dele como uma gata manhosa e lamber cada parte da pele bronzeada.
Enzo segurava sua mão por cima da mesa enquanto falava atenciosamente com um amigo, você morde os lábios e pressiona suas coxas para conter a umidade. Tinha vindo sem calcinha com um plano em mente já que não tiveram tempo de transar hoje, originalmente você planejava atacar ele no carro, mas pelo visto teria que fazer isso antes.
Distraída, assente junto com a fala do moreno soltando a mão grande, fingindo interesse no seu batom e retocando mesmo sem precisar. Quando Enzo continua com o foco longe de você, coloca sua mão na coxa dele acariciando o tecido, ele só te dá uma olhada de canto de olho e limpa a garganta para continuar a falar.
Aperta a área levemente antes de subir as mãos até chegar perto da virilha dele. Enzo gagueja quando você massageia o pau semiereto, sentindo onde é a cabecinha e fechando a mão ao redor. Arrepios percorrem sua coluna ao salivar para botar o membro dele na sua boca, queria chupar tudo até sua mandíbula doer.
Agarra o volume da calça punhetando o pau por cima do tecido, Enzo fica mais calado e se engasgava na fala conforme seus movimentos ficam mais certeiros, a sua mão até desce um pouco para apertar uma das bolas dele.
"Pode parar, sua puta carente" Sussurra ríspido seu ouvido e disfarça te dando um beijo na bochecha.
O moreno põe a mão na sua coxa, arranhando a pele até arder e te dando um olhar severo, mas volta a encarar uma amiga que perguntou sobre o próximo desfile que ele iria, então você aproveita a distração e pega os dedos grossos esfrega na sua bucetinha molhada. Enzo solta um supiro alto e cobre com uma tosse dizendo que era o efeito do cigarro.
Pega o guardanapo do colo dele e sobe até cobrir seus movimentos, logo em seguida enfia a mão na calça dele, que bate o joelho na mesa com o toque repentino.
"Desculpa, gente. Eu ainda 'tô me acostumando ainda com esses sapatos novos" Enzo diz entredentes.
Em retaliação, ele belisca seu clitóris com força te fazendo arfar e acelerar a sua mão que batia uma para ele.
"Eu te falei, amor, que não seria bom usar eles hoje." Diz segurando um riso com a desculpa esfarrapada de vocês dois para acobertar o que estava acontecendo.
Você punheta a região sensível da ponta que vazava porra na sua mão e na cueca, quando sente seu aperto ao passar o polegar pela glande, Enzo grunhe e tosse repetidas vezes enquanto o líquido quente suja os seus dedos.
Fernando Contigiani
Você deita em cima do seu namorado esperando ele acordar. Observava atentamente todas os detalhes dele, sentia o calor crescendo mais no seu ventre conforme passava os dedos pelas feições atraentes. Fernando dormia como uma pedra toda vez, dificilmente acorda com qualquer barulho ou movimento.
Hoje você acordou querendo causar confusão, pensava como seria amarrar as mãos dele e fazer o que você quiser. Não que Fernando não te deixasse satisfeita, mas ele era totalmente dominante. Nem passava pela mente dele te deixar conduzir o momento.
Senta na ereção matinal dele, pressionando a sua buceta nua no tecido da cueca e remexendo os quadris para se esfregar no pau marcado. Passa suas mãos pelo peitoral musculoso, soltando gemidos sedentos ao rebolar no comprimento.
Fernando desperta confuso com os seus sons e com a tensão que sentia na virilha, pensava que estava sonhando, mas ao abrir os olhos te viu com a cabeça pendendo para trás e esfregando sua entradinha molhada nele.
Nem raciocinando direito, ele solta um tapa na sua coxa e tenta parar seus movimentos te segurando pela cintura.
"Posso saber o que a minha namorada está fazendo?" Pergunta com a voz rouca de sono e os olhos escuros semicerrados.
"Bom dia, Fer." diz se deitando novamente sobre ele para deixar um beijinho nos lábios do moreno.
Continua se remexendo mesmo com as mãos grandes te apertando em alerta que sua brincadeira era perigosa. Segura os pulsos dele, prendendo contra a cama e rebolando mais no pau grosso. Fernando deixa você fazer o quer, estava aproveitando o prazer intenso dos seus movimentos e despertando ainda. Ele tenta pegar suas mãoszinhas, mas você pressiona mais seu corpo contra o maior dele.
"Ok, para com a gracinha, o papi quer te foder agora." Fernando diz entredentes e tentando mexer as pernas para te tirar de cima dele.
"Não quero parar de brincar, papi." Fala esfregando o rosto na barba ralinha que tinha crescido durante a noite.
Fernando estava começando a sentir um desespero com o orgasmo se aproximando e nada de você sair de cima dele ou parar de se esfregar, tentou novamente mexer as mãos, mas você reforçou o aperto enquanto gemia o nome do moreno repetidas vezes.
"Você vai pagar por isso, perrita." Diz ofegante finalmente se libertando.
Solta um gritinho quando abruptamente Fernando inverte as posições e te coloca por baixo dele, as mãos grandes vão direto para dar um tapa na sua bochecha, te fazendo emitir um miado manhoso.
"Quero ver aguentar essa marra toda com a forçar que eu vou te foder agora." Grunhe agarrando seu pescoço e tirando o pau duro pronto para entrar em ti.
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lacharapita · 3 months
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TÓPICO SENSÍVEL III
A loba @ellebarnes90 escreveu um imagine do Enzo professor de história e alugou um triplex na minha cabeça😠😠🫵. Estarei escrevendo um cenáriozinho curtinho disso e beijocas 💋💋
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Enzo Vogrincic! Professor x reader
Universidade do Uruguai, 1968
— O professor Vogrincic entrava na sala tranquilamente, sequer notando sua figura sentada no canto da sala enquanto fumava um cigarro. Um grito baixo saiu de seus lábios quando você ouviu alguém pigarrear na sua frente, abrindo os olhos e vendo a figura esbelta de Enzo parada e te encarando com uma face nada boa.
          – "Porra!"– Você apagou o cigarro na própria mochila e logo se levantou, segurando a mochila com uma das mãos e colocando-a no ombro direito. – "A gente pode esquecer isso hm? Eu não fumo mais na sua sala e você não fala nada pra ninguém."– Você deu um sorriso simpático falso. Já tinha problemas demais naquela faculdade e não estava afim de arrumar mais um. Vogrincic levou as mãos ao rosto e suspirou alto.
          – "Escucha, você não pode hacer isso aqui, 'tá bom?"– Você respirou fundo, sentando sobre uma das carteiras enquanto Enzo continuava parado em sua frente. Cacete, ele ficava um tesão quando estava sério e te repreendendo.
          – "Tudo bem."– Você levantou as mãos em redenção, ficando de pé e seguindo caminho para sair da sala.
          – "Eu não te mandei sair da sala, nena."– Você parou na porta, o olhar que deu para o vazio ao seu lado já mostrava o que viria a seguir. [insira aqui a música da Fleabag e se imagine exatamente assim]– "Fecha a porta e volta aqui."– Ele foi seco, palavras curtas com nenhuma enrolação que ditaram o que você deveria fazer. E você fez rapidamente, não ousando contestar ele por nenhum segundo sequer antes de caminhar lentamente até ele, colocando a mochila sobre alguma mesa aleatória antes de chegar até ele. Professor Vogrincic foi rápido em te segurar e empurrar seu tronco até que seus seios cobertos estivessem colados na madeira escura da mesa dele e sua bunda estivesse totalmente empinada para ele. As mãos dele serpentearam sua cintura antes de segurar a barrinha da saia branca e levantá-la até que sua bunda coberta apenas pela calcinha branca estivesse totalmente exposta para ele. – "você é muito teimosa, nena."– Enzo disse enquanto a palma da mão direita massageava suavemente sua bunda, preparando a pele para o tapa que veio logo em seguida, te fazendo gemer contra a pele do braço. – "Eu já não tinha te falado pra não fumar aqui dentro?"– Ele disse e então esperou pacientemente por uma resposta sua. Um "Sim, professor." Saiu baixo por entre seus lábios e prontamente gemendo alto quando sentiu a mão pesada de Enzo deixar mais um tapa na sua bunda. Antes que você pudesse responder ouviu o tilintar da fivela do cinto que ele usava e então o zíper sendo aberto. Sua calcinha logo escorreu por suas pernas, dando ao professor Vogrincic a visão perfeita do buraquinho apertado escorrendo. A pontinha vazando do pau dele se esfregou suavemente entre suas dobras molhadas antes de se enterrar completamente dentro de você, te fazendo empinar ainda mais e gemer contra sua pele. A mão dele que não agarrada sua cintura puxou seu pescoço, erguendo seu tronco até que suas costas estivessem coladas no peito dele e o rosto dele estivesse colado ao seu ouvido, te fazendo ouvir as respirações pesadas e erráticas dele. – "Você vai passar o resto do dia com essa buceta cheia da minha porra, entendeu? E a próxima vez que eu te pegar fumando aqui dentro eu vou foder a sua boquinha linda até você ficar sem voz."– O sorriso sem vergonha que surgiu no seu rosto só fez Enzo saber que não haveria dúvidas que ele ainda te encontraria fumando na sala dele muitas vezes.
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wlfllia · 8 months
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GAMER BOY - JEONG YUNHO 🎮
• PERSONAGENS: Jeong Yunho x Leitora!Fem.
• AVISOS: provocation, hard sex, 'Yun', sexo sem proteção (usem camisinha🤝), yunho boyfriend au, yunho big dick, dirty talk, oral. masc, yunho gamer, uso de 'princesa' e 'mo.
• NOTAS: O BOM FILHO SEMPRE A CASA RETORNA!! OLHA SÓ QUEM APARECEU. (gente surtei e quis explanar meu surto pra vocês e DESSA VEZ SAIU MSMO.
boa leitura!🤍
🎮.
Você não saberia explicar para ninguém o porque de seu namorado parecer tão fudidamente atraente enquanto movimenta os dedos de forma ágil no console branco do XBOX de ultima geração, recém comprado.
O corpo grande de Yunho estava jogado contra o estofado marrom, meio deitado meio sentado. As pernas estavam espaçadas, abrigadas pela calça moletom cinza soltinha. O tronco forte estava coberto pela camiseta branca de tecido fino e o os fios negros acoplados a um fone Over-ear ainda se encontravam meio úmidos pelo banho recente.
A expressão dele era meio séria. Observava atentamente as movimentações dos personagens na tela da grande TV da sala, soltando alguns palavrões quando era atacado ou fazia algo de errado dentro do jogo.
Você sente suas pernas se roçarem e de forma insconsciente seu íntimo dá pequenos espasmos de tesão com a visão, até que cotidiana, de seu namorado concentrado ao video game. Caralho, por que ele tinha quer tão… gostoso?
Não se controla e caminha silenciosamente até ele, as pontas dos pés descalços se arrastando calmamente. Se apoia no joelho direito e sobe no sofá macio, se esgueirando até o Jeong, que ainda se mantinha alheio a sua agitação.
Estica o braço, toca o peitoral malhado com a ponta dos dedos e apoia a palma na carne rechonchuda, o corpo tomba pra frente conforme se acomoda ao colo de Yunho, que a essa altura já havia percebido sua presença.
Os olhos desviam rapidamente da partida que rolava para encarar seu corpinho acima dele. Analisa suas coxas encaixadas ao lado das dele, sobe o olhar curioso por seu tronco, coberto apenas por uma camiseta dele e uma calcinha branca lisa, parando em seus lábios que exibiam um sorriso tímido.
Ele abaixa o pequeno microfone e deixa um selinho nos seus lábios chamativos. “O que foi, ‘mô?” A voz rouquinha questiona baixo. Você apenas nega em um balançar de cabeça, colando os lábios nos deles mais algumas vezes com selinhos rápidos, até aprofundar em um beijo lentinho.
Yunho ri, soprado contra sua boca, retribuindo o beijo, sacando todas as suas intenções no primeiro toque.
Acomoda a palma grande que se soltou do console na dobra de seu joelho, subindo lentamente por sua coxa exposta, ousando deixar um pequeno aperto na pele quando sente você se ajeitar em cima dele, rebolando minimamente sobre a ereção ainda desacordada.
Suas mãos sobem até os cabelos escuros do Jeong, retira o fone e o joga para o lado no sofá grande, puxando os fios lisos entre seus dedos, sentindo a respiração do namorado pesar contra a sua.
O manear de cabeças é afetuoso, as línguas deslizam calmamente, fazendo estalos e mais estalos ao passo que aumentam a velocidade do ósculo desejoso.
Yunho até chegou a ouvir as indagações ruidosas dos amigos vindas do fone, questionando o porque de seu personagem estar parado em meio a batalha on-line, mas não pode ligar menos, tanto que largou o console branco junto ao fone em algum lugar, levando as duas palmas para suas ancas redondinhas, empurrando-a para baixo enquanto investe minimamente para cima, roçando seu íntimos.
— Yun… — Sua voz mia contra os lábios rechonchudos, o fazendo chiar e capturar seus lábios entre os dentes, antes de a deixar pedir de forma manhosa. “Me deixa mamar, hm?” O biquinho sendo formado em seus lábios ao pedir algo tão imoral era o fim para Yunho.
— ‘Ce quer me mamar, é? — O tom grave junto ao sorrisinho de canto agregado ao lábios inchadinhos evidenciavam o quão provido de luxúria o homem abaixo de si se encontrava.
Você concorda com um manear de cabeça, roçando os lábios no dele. Solta um gemido de susto quando sente a palma direita do namorado espalmar estalada contra sua bunda, mas logo abre um sorriso sórdido, compartilhando uma risadinha ruidosa e maliciosa pela ardência em sua pele com o Jeong.
Você observa a canhota de Yunho seguir de sua bunda em direção a barra da própria calça moletom, puxa o pano pra baixo e libera o próprio falo recém acordado, que expelia uma pequena gota de excitação na ponta. “Vai, pega ele”. É o que o escuta proferir com a voz rouquinha. — Mama do jeitinho que você gosta, princesa.
Você se ajeita, sai do colo do namorado apenas para se posicionar de quatro a frente dele. Segura a base rígida do falo grosso e solta um fio de saliva sobre a cabecinha rosada, deslizando a palma para cima e para baixo, numa masturbação lenta.
A mão direita dele se encaixa em sua nuca, segura os fios firme quando a observa rodear a ponta do caralho duro com a língua.
Você abre bem a boca, aconchega a rola cheia de veias saltadas em sua cavidade quente. Engole tudo de forma faminta, toda sedenta pelo pau do namorado. “Caralho...” Escuta a voz gutural soar rouca e ao olhar para o Jeong, pode ter a visão do mais alto a encarando, a testa enrugada pelo tesão e o lábios rosados sendo mordidos conforme observava a maneira insana que você o engolia.
Saliva escorria abundantemente pela sua boca a medida que você engasgava contra o falo grosso, tentando o abrigar todo em sua boca, logo o retirando pela falta de ar.
Ele xingava em êxtase. A visão de seus lábios deslizando como seda pela glande rosinha e toda ensopada era excitante demais. A essa altura Yunho já segurava seus fios firme com as duas mãos, te forçando a mama-lo por inteiro enquanto gemia de forma grave.
— Gulosa ‘pra caralho… — Em um ato inesperado, ele a afasta da rola molhada, observando o fio de saliva o conectar com sua boca.
Com a mão livre, ele segura a base do caralho babadinho, masturba lento. “Coloca a linguinha pra fora, amor..” Você obedece sem pensar duas vezes, esticando a língua, prontamente o sentindo esfregar a cabecinha da rola gorda no músculo embebido.
— Amor… — Você abusava da manha para conseguir o quer. Não que o Jeong fosse louco de negar algo nessas circunstâncias, mas adorava o levar ao limite.
Por isso, não hesitou em se soltar do aperto do namorado, se sentando em suas panturrilhas para então puxar o tecido da camiseta soltinha para cima, a retirando de seu torso e ficando apenas com a calcinha pequena em corpo.
Engatinhou novamente até o colo do namorado, sentindo a derme queimar com o olhar de Jeong a capturar todos os mínimos detalhes da pele exposta que tanto o atraia.
Suas pernas abraçaram o quadril do mais alto novamente. A bucetinha molhada e ainda encoberta se encaixou sobre o membro duro. Você apoia sua canhota sobre o ombro e começa a se esfregar sobre ele, estimulando seu clítoris inchado, soltando gemidinhos cheios de dengo. “Me come Yun…Por favor…”
Caralho! Com esse pedido Yunho não foi capaz de esperar nenhum segundo a mais.
[•••]
— Isso- Ah! Fode Yun...
Era viciante para Jeong a ver cavalgando assim.
Quando suas coxas se contraíram ao fazer mais força e seus joelhos viraram alavancas para subir. Merda, ele achou que gozaria como um virgem.
Você rebolava sensualmente e quicava ao mesmo tempo, para cima e para baixo. Sua bunda redonda e empinada balançava nos movimentos, sendo apertadas e estapeadas constantemente. Os peitos arrebitadinhos pulando em frente a si também eram totalmente hipnotizantes para sua visão. Ele amava te ver sentando.
A cena erótica do caralho molhado aparecendo e sumindo em meio a sua bucetinha sedenta era delicioso demais. "Ah, porra! Que delícia, caralho! Isso Princesa!…"
— Yun, ah! Yun... Mais forte! Mete forte! Hm! — Você estava a beira da insanidade. Apertava o bíceps forte, mordia o ombro e arranhava onde sua palma alcançava. Caralho, estava sendo muito bem empalada pelo pau do namorado.
As mãos grandes dele se firmaram contra o osso de seu quadril desenvolto, agarrando em uma violência desmedida. Te puxou para baixo no mesmo instante que impulsionou a própria pélvis para cima, socando fundo. O choque lascivo das bolas fartas "estapeando" sua buceta cheia de gula se espalhou pelo quarto.
Yunho tinha as veias dos braços e pescoço totalmente saltadas. A barriga estava rígida, se contraia com o prazer, sentindo cada vez mais próximo de seu limite. Os dentes, às vezes, apertavam o lábio inferior, mas praticamente era impossível prender os gemidos animalescos.
Vocês trocavam beijos desengonçados, gemendo contra a boca um do outro. Saliva escorria por seus queixos à medida que suas línguas se encontravam fora da cavidade.
— Yunho! Argh! Cacete! — Em uma profunda estocada seu gemido alto e quebrado, preencheu a sala de estar do apartamento. Seu corpo estremeceu enquanto ainda sentia a movimentação do Jeong em seu interior no tempo em que chegava a seu ápice. Abraçou o corpo forte a sua frente, revirando os olhos em puro êxtase.
Sentindo o apertar de sua intimadade quente o sufocar ainda mais, Yunho se desfez também, soltando toda sua porra quentinha dentro do cabal úmido, gemendo rouco contra seu pescoço.
Com os corpos molhados de suor, vocês se encaram após alguns segundos buscando por ar, logo juntando os lábios em um beijo lento, soltando risadinhas satisfeitas e ofegantes.
“ ‘Ta porra Yunho, não sabia que ‘cê mandava ‘tão bem assim, cara…” Após o breve silêncio de estalos lentos, a voz de Mingi ecoa do fone que fora esquecido ao lado, fazendo vocês cortarem o beijo com rapidez, arregalando os olhos um para o outro.
Merda, haviam esquecido que o microfone estava ligado….
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wrxthbornx · 3 months
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POV - 𝐭𝐡𝐞 𝐚𝐟𝐭𝐞𝐫𝐦𝐚𝐭𝐡 𝐨𝐟 𝐭𝐡𝐨𝐬𝐞 𝐰𝐡𝐨 𝐬𝐭𝐚𝐲 #1
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O vestido branco que envergava, tão imaculado quando abriu a caixa e o tirou para experimentar, encontrava-se agora completamente desfigurado, a saia eram farrapos, o branco quase puro misturava-se com uma combinação de castanho, cinzento e preto, lembrando o incêndio da noite passada. Sabia que deveria despi-lo, deitar no lixo juntamente com as memórias do recém acontecimento e tomar um banho, na esperança que a água levasse consigo toda a sujidade, desde a fuligem, sangue, terra e tudo aquilo que ia no coração e na mente de Daphne. Mas não conseguia, desde que havia chegado ao chalé número cinco por volta das seis da manhã, apenas tinha tido forças para se deitar em sua cama, encolhida em uma posição fetal, desconhecida para ela. Os olhos nem sequer ousando se fechar, com o receio de tudo o que havia acontecido aparecer por detrás do negro que as pálpebras fechadas traziam. O peito ardia com a raiva que sentia naquele momento, e que tentava controlar o máximo que podia. No entanto, por mais que tentasse limpar sua mente de tudo, os acontecimentos daquela noite eram vistos e revistos...
Quem a conhecia bem sabia que não era costume seu beber mais que dois copos de qualquer bebida, sua tolerância ao álcool era péssima, por isso a filha de Ares sabia quando parar. Porém, o clima do baile tinha puxado um pouco mais por si, a fazendo beber mais que aquilo que estava acostumada, fazendo o álcool nublar um tanto a sua mente. No entanto, naquele momento aquilo não era algo que a preocupava, estava até se divertindo, e sentia que deveria aproveitar para se soltar um pouquinho, já que também não era algo que era costume acontecer. Daphne tinha uma natureza rígida, disciplinada e perfeccionista, e tinha se prometido a si mesma que essa noite iria tentar deixar isso de lado, não deveria ser muito difícil.
A distração e a maior lentidão em seus movimentos e percepção do que se passava em seu redor, levou a que demorasse um pouco mais a assimilar o que estava acontecendo, fazendo com que sua atenção apenas fosse pega quando ouviu os gritos de Veronica e Yasemin, uma expressão confusa aparecendo no rosto da loira quando as viu agarradas à coroa mas sem nenhum aparente inimigo por perto. O copo de qualquer que fosse a bebida que estava tomando no momento, foi deixado em cima do balcão do bar de Dionísio, e logo se aproximava das duas garotas, embora fosse difícil chegar a elas com a quantidade não só de campistas ainda dançando ao som da música como campistas que se aproximavam para perceber o que acontecia. O ritmo cardíaco de Daph se tornava mais rápido, e sem pensar duas vezes, pegou em uma colher que estava em cima de uma das mesas e com recurso a seu poder, transformou a mesma em uma espada longa, a deixando com a ponta contra o chão para não acabar machucando ninguém.
Ao perceber o alívio das duas semideusas ao se soltarem daquelas coroas, Daphne olhava em volta, na tentativa de se aperceber de alguém suspeito que pudesse ter causado aquilo, mas sua atenção fora roubada com o brilho intenso que surgia no teto. A mão ainda em volta do cabo da espada, segurando de forma firme caso fosse necessário agir. Porém, o que necessitava naquele momento não era uma espada, mas sim um escudo. Ao perceber que as estrelas caíam e incendiavam aquilo que tocava, a semideusa tentou pegar em qualquer coisa em seu alcance, transformando o objeto em um escudo, embora não o rapidamente para não ser atingida no braço esquerdo por uma dessas estrelas. A queimadura ardia, a fazendo sussurrar um 'merda' baixinho, mas tentava ignorar aquela sensação enquanto tentava organizar sua mente para que conseguissem sair dali o mais depressa possível. O escuro era erguido sobre sua cabeça assim como de outros semideuses de forma a escaparem daquelas 'estrelas' incendiárias e, ao se aperceber de uma das saídas do pavilhão, tentou juntamente com Raynar evacuar os outros campistas dali.
Se esperava encontrar a passagem vazia para que conseguissem escapar? Sim, mas pelos vistos isso seriam bom demais. A surpresa se mostrou evidente em seu rosto ao reparar nos ursinhos de pelúcia juntos como que um exército, prontos a atacar quem lhes aparecesse à frente. Daphne não hesitou em utilizar a espada para os travar, cortando cabeças, troncos e membros, mas era impossível, nada os parecia fazer parar, mas pelo menos conseguia atrasá-los de forma a que outros campistas conseguissem fugir. Daphne estava confusa com aquilo, os olhos dourados dos bonecos a fazendo pensar que aquilo tinha influência de magia, não tinha outra opção, mas quem estaria por detrás daquilo? Seus pensamentos foram interrompidos ao sentir o espetar de uma lâmina em sua coxa, a fazendo soltar um grito antes de cortar ao meio do unicórnio que a havia ferido.
Ao ouvir a voz de Charlie ao fundo, falando que o fogo os destruía, a filha de Ares tentava atraí-los até ao mesmo, deixando escapar um suspiro aliviado ao perceber que ela tinha razão, mas não parava. Geria entre tentar escapar de seus ataques e os atrair para o fogo, quando de repente... Caíam inanimados no chão e o fogo se extinguia, como se um botão tivesse sido pressionado para desligar tudo aquilo, como se fosse uma das brincadeiras do parque. Daphne estava ofegante, e acabou caindo de joelhos no chão, largando a espada e o escudo. O corte em sua coxa sangrava e a queimadura em seu braço parecia latejar, mas estava numa mistura de cansaço com adrenalina e os ferimentos eram a última de sua preocupação naquele momento.
Pensava nos outros semideuses feridos e em como precisava de ajudar a levá-los até à enfermaria quando a voz de Quíron fez tudo na mente da loira parar. Uma mortalha para um filho de Thanatos. Os ouvidos pareciam zumbir e o mundo à sua volta parava enquanto olhava lentamente para trás. Primeiro avistou apenas um vulto que era o corpo no chão, mas rapidamente os olhos focavam e identificavam sem qualquer problema quem era. Flynn. Mas, para Daphne não era apenas Flynn, era um dos primeiros amigos no acampamento desde que se lembra de ter memórias. Era como um mentor, uma figura de referência para a loira. Deveria também ser das poucas pessoas há mais tempo que ela no acampamento e foi quem a acolheu, quem a orientou e quem a repreendeu quando era necessário. Era...
Os olhos da semideusa se tornavam úmidos e turvos, uma pressão se formava em sua garganta ao se aperceber daquilo que observava. Não se lembrava da última vez que havia chorado, e tentava ao máximo reprimir as lágrimas quando estas ameaçavam aparecer, mas neste momento era impossível. Embora não fizesse qualquer som, as lágrimas escorriam livremente pelo seu rosto, ainda sem querer acreditar naquilo que havia acontecido. O tempo parecia parar à sua volta, sequer ouvia as pessoas que tentavam falar consigo, não sentindo aquelas que lhe tocavam tentando perceber se ela estava bem, apenas focando no corpo inanimado do amigo, não, no corpo morto do amigo, como poderia estar bem?
@silencehq
pessoas mencionadas:
@mcronnie; @misshcrror; @zeusraynar; @thecampbellowl
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kretina · 2 months
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𝐧𝐢𝐠𝐡𝐭 𝐨𝐟 𝐭𝐡𝐞 𝐡𝐮𝐧𝐭𝐞𝐫, 𝔭𝔬𝔳.
(...) pray to your god, open your heart; whatever you do don't be afraid of the DARK. cover your eyes, the devil's inside
quando: um ano atrás.
trigger warning: menção superfula a sexo, sangue, assassinato.
extra: música sugerida para leitura.
disclaimer: parte final, referente a este pov.
o corpo movia-se juntamente ao ritmo da música que ecoava na casa noturna, a letra a deixava enjoada mas a ignorava, não era relevante diante do que pretendia fazer. katrina vestia-se de maneira cafona, combinando com as luzes coloridas que piscavam pelo lugar, pelos gemidos que preenchiam seus ouvidos, o cheiro de sexo e bebida álcoolica invadindo as narinas. usava uma máscara lhe cobrindo os olhos, as pernas em torno de uma barra de ferro sobre uma mesa, dançando para quem havia pago; não precisou muito para atrair o homem até um lounge privativo, o conhecia o suficiente para saber seu ponto fraco. estava disfarçada, a mente apegando-se ao que tinha planejado por anos. em dado momento, mãos a tocavam por cima da roupa, sentia algo áspero molhando a pele, uma língua ousando experimentá-la como se fosse um pedaço de bife ancho. o âmago revirou-se em agonia mas seguiu com o plano.
، você é uma delícia. quero ver o que esconde embaixo da roupa. o homem dissera, a voz carregada de tesão. coitado, não esperava que aquela seria a deixa dela, de mostrá-lo o que estava guardando. katrina sentou-se no colo dele, uma das mãos o envolvendo em torno do pescoço para que a outra que estava livre buscasse uma adaga que escondia na lateral do seio. ، surpresa. ela disse enquanto a adaga o pressionava na jugular, um corte fino sendo feito diante da pressão. ، se você pensar em gritar, eu o mato. o avisou, tirando a máscara que a escondia. o gatuno dourado demorou a reconhecê-la, ela havia crescido afinal, quase onze anos havia se passado desde última vez que haviam se visto. ، você... ela riu, a gargalhada lhe cortando a garganta, não havia graça em nada daquilo. ، hoje é a noite da minha vingança seu desgraçado. mas não se preocupe, vou fazer de um jeito que você sofra, bem lento para que eu possa me divertir. assentiu, colocando força em torno das pernas para prendê-lo no banco. os olhos brilharam em escuridão, o poder fluindo dela para outrem.
katrina o sentiu balançando, resistindo a ideia que plantava em sua cabeça, em como mexia com o ódio que ele sentia, duplicando-o, o enlouquecendo com o que o percorria, que se tornava intenso e dolorido. não precisou de muito para que logo outrem estivesse sangrando pelo nariz, um pouco pela boca, sucumbindo. ، sugiro que acabe com o seu sofrimento. a sugestão fora dada enquanto saía de cima dele, deixando a adaga sobre a mesa. o assistiu cortando o próprio pescoço, afogando-se em sua própria agonia; mas ao contrário do que havia imaginado, não encontrou alívio na vingança, não havia glória tampouco paz.
o buraco que ele havia aberto em seu coração, seguiria aberto e sangrando pela ausência de quem havia partido. ao menos, tinha livrado o mundo de um desgraçado como ele.
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hefestotv · 7 months
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23 de DEZEMBRO de 2023.
Os dias no Olimpo se arrastam de maneira diferente para os deuses. Os salões majestosos estavam todos em silêncio... exceto um, mais precisamente na sala dos tronos, onde nove Olimpianos encaravam a tela do projetor que Hefesto montou para avaliar a gravidade da situação.
O ambiente era cortado pelo som ofegante da respiração do semideus que corria por entre as árvores, os monstros grunhindo alto e as passadas pesadas criavam uma atmosfera tensa. O garoto corria por sua vida e os deuses observavam. "Tropece em um galho, seja devorado pela quimera", o pensamento de Zeus apesar de silencioso parecia estar explícito em sua face. Era o desejo de todos que assistiam a fatídica noite do dia 23 de dezembro de 2023. Morra. Morra. Morra. Pedidos se espalhavam pelas mentes dos deuses… mas não tinham força para tornar aquele anseio coletivo algo real. O jovem chegou em segurança no acampamento. “Dionísio, Apolo e Ártemis voltem imediatamente. Eu declaro o Olimpo fechado.” a voz autoritária de Zeus soou na sala assim que a imagem do semideus pisando dentro do acampamento apareceu para todos.
A figura de Dionísio materializou-se com eficiência no salão, o deus do vinho rapidamente assumindo uma postura irritada. “Ele está de volta! O garoto de Hades, como ele pode estar de volta?” questionou irritado, não bastava ter que lidar com os semideuses rotineiros, agora teria que aturar um campista que já havia partido? “Eu não posso ficar aqui, Quíron precisa saber-” abruptamente o deus do vinho calou-se quando o pai ergueu a mão. Zeus o encarava duramente de maneira fria e sem espaço para que prestasse. “Quíron não vai reconhecê-lo até que um de nós queira. E não queremos isso, eu fui claro?” a voz carregava toda a autoridade necessária para que Dionísio apenas assentisse e assumisse seu lugar no trono ao lado de Hermes. Todos os deuses presentes estavam calados, confusos. “A profecia começou, temos que nos preparar para impedir.” lançava olhares significativos aos outros deuses ao seu redor, ousando alguém lhe questionar.
Hera, a rainha dos deuses, ergueu uma sobrancelha com interesse, seus olhos capturando cada detalhe da cena que se desenrolava diante de si. “Ártemis e Apolo já não deveriam estar aqui?” a deusa foi a única capaz de quebrar o silêncio que se estendeu, sua pergunta fazendo os Olimpianos notarem a ausência dos gêmeos. “Como eles não atenderam seu chamado?” perguntava com uma certa hesitação pela situação incomum. Não importava onde estivessem, se Zeus chamasse, os deuses compareciam com rapidez. Ao seu lado, Ares inclinou-se para frente, os músculos tensos com a excitação de uma nova batalha iminente. “Por isso eu digo para não confiarmos em crianças.” zombou da ausência dos dois deuses, revirando os olhos.
“Hermes, procure os dois. Traga-os aqui. Agora.” a ordem do deus dos céus era direta e não seria Hermes louco o suficiente para se opor aquilo depois do que tinha acabado de assistir. Com um estalo, o deus dos viajantes desapareceu para seguir em busca do sol e da lua. “E vocês, ninguém sai do Olimpo sem a minha permissão. Nenhum deus tem permissão para entrar em contato com os semideuses.” as cabeças balançaram em um assentir hesitante mas ninguém discordou, todos podiam sentir a seriedade do futuro. Pouco a pouco a sala dos Tronos foi esvaziada, restando para trás apenas Hefesto desmontando o projetor. “Fique de olho neles, qualquer novidade eu quero ser avisado, mas nesse instante nossa prioridade é encontrar seus irmãos.” alertou ao filho que concordou. As câmeras da TV Hefesto agora seriam úteis não apenas para os semideuses, mas para eles também.
DIAS ATUAIS
O alerta que soou no Olimpo inteiro fez com que os Olimpianos se reunissem mais uma vez para acompanhar o que tinha perturbado tanto o deus dos Ferreiros. O olhar assombrado no rosto dele indicava que não era algo bom. No segundo em que todos os dez assumiram suas posições, a tela preta do projetor rapidamente ganhou vida.
A noite escura parecia tranquila em um primeiro olhar, mostrava o acampamento Meio-Sangue em um momento comum. Ou era isso que os deuses acreditaram de início. De repente, um grande vulto escuro passou na frente da câmera principal.
“O que é isso?” a voz de Atena soou alarmada, mas era a voz de Hefesto que vinha responder com um tom inconfundível de nervosismo. “Espere, espere e veja.” mexendo em alguns botões, a câmera que tomava conta da tela agora mostrava a enfermaria. No fundo, um filho de Apolo se mexia para arrumar o local, no foco principal havia o filho de Hades. Dormindo. Ao lado da cama dele o vulto preto se materializava em um cão infernal imenso, com dentes afiados e olhos vermelhos.
Afrodite, com uma mão delicada cobrindo a boca em choque, fitava a tela com olhos arregalados de surpresa enquanto Ares observava com uma expressão sombria, seus dedos se fechando em torno do cabo invisível de sua espada. Todos os deuses estavam tensos como se já soubessem o que estavam prestes a presenciar.
tw: morte, violência, sangue.
No primeiro rosnar do cão infernal, o filho de Apolo virou-se. O pobre semideus mal teve tempo de tentar se defender, a criatura pulava em seu corpo e abocanhava seu pescoço. O rapaz não conseguiu gritar, não conseguiu reagir. O monstro rasgava seu braço fora e mordia parte de seu rosto, o sangue respingou para todo lado.
No salão dos deuses, Deméter desviou o olhar, Dionísio ficou com a face roxa e Zeus continuava impassível.
Na cama na enfermaria que ainda era o foco da cena, o garoto adormecido se levantava com um puxar do fôlego e tosses secas. A mão ia automaticamente para o peito bem acima do coração. Ele parecia confuso, assustado, desorientado. O rosnar do cão o fez olhar para a criatura e, consequentemente, notar o semideus morto. Agindo pelo o que parecia impulso, ele se levantou da cama com dificuldade e caiu de joelhos ao lado do rapaz sem vida. Suas mãos tentaram estancar o sangue do pescoço mas já não havia pulsação. Não havia como salva-lo porque o semideus podia sentir a morte e sabia que aquele embaixo de si já não se encontrava mais ali. Seu espírito já havia sido levado. Olhando para trás em alarde, encarou o cão infernal. “Vá embora. Vá embora antes que peguem você.” ele disse com a voz rouca pela falta de uso e para nenhuma surpresa dos deuses que assistiam a cena, o monstro atendeu. Saiu correndo mais uma vez para fora do local.
O garoto levantou-se com as pernas trêmulas, todo sujo de sangue. Sabia que precisava encontrar alguém para relatar aquele acidente mas apenas… apenas caminhou. Não era a primeira vez que isso acontecia consigo de caminhar e apenas seguir seus instintos. Os passos o levaram até o meio do bosque onde parecia ocorrer… uma festa.
fim do tw.
Os gritos assustados vieram, perguntas que ele não sabia responder, explicações que não conseguia dar. Mas antes que pudesse falar algo, sentiu a mente pesar e rodar. O grito que escapou de seus lábios não parecia seu, mas a voz por enquanto era. E por enquanto significava que, quando ergueu-se, o que saiu de sua boca era uma voz que os deuses que o assistiam reconheciam bem e finalmente todo o espanto de Hefesto fazia sentido. “Uma alma por outra alma. Todos saúdem Petrus Gravesend, meu filho.” Hades se pronunciava quando a ordem de Zeus era para que ninguém se comunicasse com os semideuses e que Quíron não descobrisse o nome do garoto. Agora que ele sabia, a névoa caia diante do olhar do centauro e todos os deuses contemplavam o olhar de percepção que o assolava no momento.
O estalo que seguiu fez com que Hestia, com sua figura pequena, se inclinasse no trono com os olhos arregalados. A fenda imensa era inacreditável mas era um recado para todos os Olimpianos naquele salão. As sombras estão livres. As vozes mais uma vez estão interferindo. “É inevitável. Que as Parcas nos protejam.” a voz de Hera soava baixa, a rainha dos deuses estava atônita encarando o estrago no acampamento Meio-sangue. Hefesto mudava a câmera para que vissem o tamanho da fenda, a escuridão que se seguia e deixava impossível ver o fundo ali dentro.
“Quando foi isso?” Poseidon perguntou a Hefesto. “Há um mês.” Hefesto respondeu. “Eu tentei avisar mas…” o deus foi interrompido pelo próprio pai que assentiu, parecendo cansado. “... Estávamos ocupados em busca de Apolo e Ártemis.” Zeus completou. Foi uma falha sua. Colocou a prioridade encontrar os filhos e a profecia começava a se desenrolar e caminhava para acontecer. Os gêmeos ainda não tinham sido encontrados e agora precisavam lidar com mais aquele imprevisto. Não era a primeira vez que a fenda se abria no Acampamento e infelizmente todos ali sabiam o que ela trazia à tona. “Apolo deve ter sentido perturbações em Pandora. Ártemis deve ter ido ajudá-lo.” Atena sugeriu, agora que estavam a par dos fatos, era mais fácil que uma memória que os deuses lutavam para esquecer os fizesse saber para onde olhar. “O que vamos fazer?” era incomum que a estrategista do Olimpo estivesse sem ideias, mas estarem novamente diante da possibilidade da profecia se cumprir era alarmante.
“Faremos o que sabemos de melhor… vamos acabar com o que nos ameaça.” a voz de Zeus finalmente voltava a ser firme ao ponto de inspirar os deuses e restaurar um pouco a esperança. Quando ele falou novamente, com sua expressão endurecendo com determinação, foi para que ressoasse em todo o Olimpo; Olimpianos e deuses menores se curvaram diante da vontade do soberano: “A comunicação está liberada, temos missões a distribuir.”
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kerimboz · 3 months
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where: arena de treino
with: @nyctophiliesblog
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O suor escorria pelo corpo de Kerim, pingando no chão aos seus pés, enquanto o filho de Hefesto apoiava uma das mãos no chão para se reerguer. Longe dele reclamar quando alguém pegava pesado durante o treino, pelo contrário, muitas vezes ele mesmo incitava que os alunos fizessem isso. Seu corpo já mostrava os sinais de esgotamento e ainda assim ele seguia investindo nos ataques, por vezes bem sucedidos, noutras nem tanto. Mas seguia, pois cada vez que olhava para a mulher, ela parecia tão determinada em continuar quanto ele. "Você sabe que eu posso fazer isso o dia inteiro, não sabe?", provocou com um sorriso cínico moldando-se aos seus lábios. Ele respirou fundo, enchendo os pulmões ao se levantar. As adagas foram erguidas mais uma vez na posição de ataque. Ele avançou, um, dois, três golpes desviados. Sua irritação aumentava sempre que ela conseguia evadir. Ele bufou, a mandíbula trancando para reprimir sua raiva. Ela não sabia nada errado, afinal era um treino. Porém, toda vez que escapava, Kerim se via falhar. Ousando um pouco mais, num ato impensado, ele largou as adagas e com uma das mãos gesticulou para que ela avançasse. "Certo, venha me pegar. Se é que consegue.".
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macsoul · 1 year
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Ele, amor
Ele não vê minha versão quebrada, ele vê a completa, ele vê a minha alma como tal, não que não veja a minha dor, não, pelo contrário ele cuida de cada ferida e beija cada cicatriz, ele ama quem eu sou de verdade, aceita quem fui e enxerga quem quero e posso ser, sinto o amor que ele sente por mim atravessando meu passado, presente e futuro, algo imenso que apenas sonhei em sentir, um amor que cultuei por muito tempo como algo divino, que fechei os olhos tantas vezes para alcançar, ousando sentí-lo em larga escala, temendo direcioná-lo a coisas efêmeras, a um, mas agora sinto-me como a fonte vívida do mesmo ao tê-lo em mente,
ao olhá-lo,
ao sentí-lo,
amor flui de mim para ele de forma incondicional, é a coisa mais linda que nesse corpo já pude sentir por alguém, sem ele não sou ninguém além de uma pessoa que sonha amar, mas que com ele realizou o amor no ato de ser.
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luisdeaguilar · 3 months
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              ⠀⠀⠀⠀  — 𝑊𝑎𝑠 𝑖𝑡 𝐨𝐯𝐞𝐫 𝑡ℎ𝑒𝑛? 𝐴𝑛𝑑 𝑖𝑠 𝑖𝑡 𝑜𝑣𝑒𝑟 𝐧𝐨𝐰?
𝑃𝑙𝑜𝑡 𝑑𝑟𝑜𝑝: 𝑡𝑟𝑎𝑖𝑑𝑜𝑟 𝑑𝑎 𝑚𝑎𝑔𝑖𝑎. 𝑃𝐴𝑅𝑇 𝐼 _ 𝑡ℎ𝑖𝑠 𝑖𝑠 𝑎 𝒑𝒐𝒊𝒏𝒕 𝒐𝒇 𝒗𝒊𝒆𝒘! @silencehq
Uma densa neblina se formava no ar, fazendo uma fumaça gélida sair dos lábios de Luís sempre que expirava. O calafrio que percorreu seu corpo, era o anuncio de que algo muito errado estava para acontecer. Ao olhar ao redor, ele tentava localizar onde estava, mas tudo parecia ganhar um tom a mais na escala de cinza. Instigado e curioso, o Aguilar avançou alguns passos, tangendo a neblina a sua frente com uma das mãos, para que o cenário se fizesse mais claro e limpo diante dele. Estava nos bosques afinal. Mas como tinha parado no lugar? Não conseguia se recordar de nada, apenas que o dia foi cansativo e que precisava muito dormir.
Seria aquilo um sonho? Teria ele voltado a sonhar? O filho de Morfeu sonhava desde que conseguia lembrar-se, mas desde o silêncio dos deuses, suas noites ficaram vazias, sem cenários ou lembranças, era apenas o fechar dos olhos e a tela preta, até que eles se abrissem outra vez. Aquilo era novo, e como tudo que se apresenta como uma novidade, deteve a atenção de Aguilar. Agora, ele observava tudo, procurando por sinais, falhas, que lhe mostrassem o caminho a ser seguido, até que algo passou muito rápido por trás de si. Nesse instante, um arrepio percorreu toda a extensão do corpo de Luís, fazendo-o contorcer numa sensação que ele já tinha sentido antes e que temia com todas as suas forças rever.
Os olhos desviaram para as palmas de suas mãos, as extremidades dos dedos pareciam escuras, tingidas em preto. Era névoa maldita que se ativava em seu corpo. Maldito fosse aquele sistema de defesa, isso sim. Luís fechou os olhos, os dedos se retraíram e as unhas fincaram nas palmas das mãos, em máxima concentração, ele respirou fundo para acalmar seus sentidos. Quando tornou a abri-los, os dedos já estavam na tonalidade normal. Mais seguro assim, ele pensou. O vulto passou por ele outra vez, mais rápido, correndo bosque a dentro. "Ei! Você! Espera aí!", gritava em vão, pois a figura não pretendia parar, restando a Luís correr na sua direção.
Quanto mais perto o filho de Morfeu ficava, mais distante parecia. Aquela era uma corrida que ele jamais iria vencer, já estava claro. Então o Aguilar parou, diante a caverna dos deuses. Os olhos se estreitaram ao ver a figura parada diante a entrada. "Quem é você?", indagou curioso, ousando avançar mais uns passos. Mas como esperado, seu caminhar era em vão, não saindo do lugar. Aquele jogo de gato e rato, já o estava irritando. "Olha só, ou você para com essa brincadeira, ou vamos ter um problema.", uma ameaça vazia não surtiria efeito, mas ninguém podia culpar o Aguilar por tentar. A figura saiu das sombras, avançando um pouco mais em sua direção. Seu rosto estava coberto por um capuz que só deixava exposto os lábios que se abriram num sorriso cínico.
O rosto desconhecido ergueu-se, o suficiente para que conseguisse ver os olhos castanhos de outrem, e os lábios entreabertos pareciam prestes a falar algo, mas no momento em que fariam, Luís despertou. O suar molhava os lençóis bagunçados, como se tivesse se remexido demais durante a noite. Sua respiração estava descompassada e tudo que ele conseguia lembrar-se, era daqueles olhos. Onde os tinha visto antes?
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vwestergaard · 10 months
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                               — 𝐼 𝑘𝑛𝑜𝑤 ℎ𝑜𝑤 𝑚𝑢𝑐ℎ 𝑖𝑡 𝑚𝑎𝑡𝑡𝑒𝑟𝑠 𝑡𝑜 𝑦𝑜𝑢                                                             𝐼 𝑘𝑛𝑜𝑤 𝑡ℎ𝑎𝑡 𝑦𝑜𝑢 𝑔𝑜𝑡 𝒅𝒂𝒅𝒅𝒚 𝒊𝒔𝒔𝒖𝒆𝒔
𝐼𝑙ℎ𝑎𝑠 𝑑𝑜 𝑠𝑢𝑙 _ 𝑡ℎ𝑖𝑠 𝑖𝑠 𝑎𝑛𝑔𝑢𝑠 𝒑𝒐𝒊𝒏𝒕 𝒐𝒇 𝒗𝒊𝒆𝒘!
Angus faceclaim: Will Poulter.
Aviso: o texto traz o ponto de vista de um personagem npc, por isso, não contará com muito da visão da personagem Verena Westergaard, como estamos acostumados.
Previously Now: entardecer do mesmo dia...
o punho ergueu-se diante a porta da Westetgaard, incerto se deveria mesmo bater em sua porta, visto que a loira não pareceu reagir muito bem a noticia de seu noivado, mas quem reagiria? Bastava que se colocasse um minuto no lugar dela, para odiar a ideia estapafúrdia de seu pai. O suspiro cansado rompeu os lábios do Ashdown, que acabou dando três batidas na porta, ouvindo apenas o silêncio se estender do outro lado por exatos três minutos, até que desse outras três batidas. "Verena? Sei que está aí dentro, vi quando subiu. Por favor, deixe-me conversar com você sobre tudo isso, prometo que não é nada do que está pensando.", falava um pouco baixo, os lábios colados a brecha da porta, para que se fizesse ouvir em seu interior, mas nada recebeu em retorno, apenas mais silêncio pelo mesmo período de tempo. Estava prestes a dar meia volta, quando viu as sombras pela brecha da porta e ouviu o barulho do trinco a se abrir, logo a porta era aberta e mostrava Verena com o rosto vermelho, os olhos marejados, os cabelos levemente bagunçados e a roupa completamente amarrotada. Era certo dizer que ela estava arrasada.
"Vee... Eu posso entrar?", pedia em seu tom mais manso, ao mesmo tempo que o olhar desviava para o fim do corredor, dando a entender que aquele não era o melhor lugar para que conversassem, mas precisava ser feito, estavam correndo contra o tempo. "não é como se eu pudesse simplesmente bater a porta na sua cara, não é querido? Devo acostumar-me a chamá-lo assim?", as palavras da loira eram ríspidas e carregadas de ódio, fazendo-o desviar o olhar para os próprios pés, sentindo-se mal por fazer parte de toda aquela situação, mas ele não era ruim e estava lá para lhe provar isso. A loira se afastou, deixando a porta aberta ao que voltava para perto da cama, onde estava o vestido escolhido pelo pai para aquela noite nada festiva. Angus entendeu a porta aberta como uma confirmação para que entrasse e assim o fez, fechando-a atrás de si, trancando assim como estava instantes atrás. "antes de mais nada, preciso que saiba que não estou de acordo com isso.", tentou explicar-se, mas o que recebeu foi uma lufada de ar e um revirar de olhos da Westergaard descrente, "não foi o que pareceu quando estava sorrindo no salão. Vai dizer que estou louca? É uma boa forma de começar as coisas.". Verena mantinha seu tom.
Ele conseguia compreender todas as farpas, mas isso não significava que elas não o machucassem. O loiro suspirou uma outra vez, ousando adentrar um pouco mais o cômodo, até que se colocasse em frente a janela do quarto dela, a vista da praia na ilha era realmente algo único. "todos temos um papel a seguir nessa vida, Verena. Seu pai acha que o seu é casar, ter herdeiros para que ele possa usurpar algum trono no futuro. O meu é ser um bom filho, bom herdeiro, bom neto, bom sobrinho e bom primo, mesmo que não acredite.", virava-se para ela brevemente, observando que continuava com a expressão fechada para ele. "não cresci próximo a vocês, sei pouquíssimo sobre seu irmão e você, mas sei bastante sobre seu pai e principalmente sua mãe.", seu tom ganhava um pouco mais de seriedade conforme as palavras eram proferidas, as lembranças também atingiam sua mente, de momentos onde ouviu histórias sobre a juventude da tia, como costumava ser espirituosa, alegre, uma energia solar antes de Hans aparecer em sua vida.
"vovô costumada dizer que tia Ophelia era sua grande sorte. Talvez ela realmente fosse, afinal não devia ser fácil viver num castelo com outros cinco homens e ainda assim ser tudo o que ele dizia sobre ela.", a mulher jamais seria a herdeira e nem por isso deixava se abalar, nem por isso era revoltada, destratava o pai, os irmãos, nada disto, sempre foi feliz com a vida que tinham. "ele dizia que ela costumava vagar pelos vales, entre o povo e sempre acabava prometendo algo impossível.", comentou entre risos, "para a monarquia, ela era um perigo.", mas certamente seria uma ótima rainha, se tivesse a oportunidade um dia. Os olhos desprenderam-se da visão bela na janela, voltando-se para aquela dentro no quarto, Verena. A loira seguia sentada, fechada e enigmática, seu olhar transparecia a curiosidade sobre onde ele queria chegar, ao mesmo tempo que parecia estudar seus movimentos. O sorriso de Angus tornou-se mais largo em respeito e apreciação a como ela se portava. Aproximou-se um pouco mais, sentando-se na outra ponta do colchão, virado na direção dela.
"segundo ele, tudo mudou quando seu pai apareceu. No inicio pareciam apaixonados, felizes e em sintonia. Vovô disse que parecia doença, Ophelia estava louca de amores por alguém que nem conhecia, mas essa é a jogada de Hans, não é?", o príncipe encantado que na verdade é pior que um ogro, ele queria dizer, mas podou as palavras. "enfim, isso o entristeceu por muitos anos, ver a filha dele apagar e desaparecer, não conhecer os outros netos, não poder fazer nada.", infelizmente ele tinha passado o restante de sua vida lamentando isso, sua falta de forças para fazer alguma coisa, mudar os rumos daquela história. Angus pode perceber as lágrimas rolarem pelo rosto da Westergaard e ousou aproximar-se para seca-las com o polegar. "imagino que tenha muito dela em você.", comentou com um curto sorriso, tentando animar um pouco mais a loira, mas o que conseguiu foi um soluçar que antecedeu um choro angustiado. "e-eu... eu não sei. Jamais a conheci assim.", Verena proferiu entre seus soluços, afastando-se do toque do primo para alcançar a coberta e colocá-la sobre o rosto, secando as lágrimas insistentes.
"entendo...", não entendia, mas parecia ser pior do que soube e do imaginou por tantos anos ouvindo falarem da tia. "de qualquer modo, quando soubemos que ele continuava procurando alguém para comprometê-la, fizemos de tudo para que fosse eu.", proferiu sabendo o quanto aquilo poderia soar diferente, absurdo até, por isso cuidou logo de se explicar sem deixar espaço para que a Westergaard o confrontasse. "entenda, não quero me casar com você, Verena. Assim como sei que não quer se casar comigo, ou ninguém que Hans escolha. Quero lhe dar tempo e talvez um respiro, para que consigamos sair dessa de uma forma melhor.". E pela primeira vez durante aquela conversa, Verena o olhou sem ser com desprezo ou raiva, na verdade, seu olhar continua uma genuína surpresa que chegava a ser engraçada, fazendo o Ashdown soltar uma risada divertida. "sim, eu sei que não quer isso. Conseguimos falar com tia Ophelia alguns meses atrás e estamos todos de acordo que é a melhor solução por agora. Mas precisávamos que sua reação fosse genuína, Verena, e por isso espero que nos desculpe.", concluiu aliviado por conseguir colocar tudo que queria para fora, e por receber de volta um sorriso de Verena, o primeiro durante aquele dia inteiro.
Estava prestes a dizer-lhe mais algumas coisas, pois tinham muito que alinhar antes do jantar. No entanto, uma batida na porta o fez silenciar-se e do outro lado a voz de Hans se projetou. "Verena? Responda-me para que eu saiba que você não fugiu.", as palavras pareciam uma ordem e isso já era o bastante para fazer o sangue de Angus ferver. O homem teve o impulso de levantar-se, mas foi impedido pelo toque da Westergaard em seu braço, segurando-o onde estava, alguém precisava lembrá-lo de não estragar as coisas e o olhar da loira bastou para isso, fazendo-o se conter. "Sim, daddy, ainda estou aqui.". O olhar de Angus recaiu sobre ela impressionado com a súbita mudança no tom de voz. "Ótimo! Seja uma boa anfitriã e vá convidar seu primo para uma volta na ilha antes do jantar. Temos muito o que organizar até o jantar e seria bom que vocês fossem se acostumando um com o outro.", sua voz parecia uma ordem e como tal, Hans não esperou pela concordância de Verena, afastando-se de imediato para atender aos preparativos. A loira voltou-se para Angus ao seu lado, "então, o que acha de um passeio enquanto me fala melhor sobre esse plano?", seu sorriso era mais gentil, os olhos não estavam mais marejados e as lágrimas não passavam de rastros pelo seu rosto.
Angus levantou-se, estendendo a mão na direção dela para que o acompanhasse, mas diferente do que esperava, Verena não aceitou. "Preciso me trocar antes. Não espie.", informou ela, levantando-se e logo partindo para trás do biombo que tinha no canto do quarto. Angus virou-se de costas, dando-lhe exatamente o que havia pedido, apenas virando-se outra vez quando percebeu que as peças tinham parado de voar para o outro lado do quarto. "está belíssima, Verena.", proferiu as palavras com um largo sorriso nos lábios, aproximando-se da prima para oferecer outra vez seu braço e assim saíram enlaçados do cômodo. A Westergaard com a expressão fria e distante, enquanto ele tinha um sorriso prepotente e malicioso nos lábios. Entravam nos personagens naquele momento, pois precisavam parecer naturais caso encontrassem com Hans no caminho, mas felizmente não aconteceu.
                                                                                                      [CONTINUA...]
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amarionetista · 3 months
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Novos cortes
  Chiara olhava para o céu, à procura das constelações que havia aprendido na aula de astronomia. Estava perto de reconhecer uma delas quando um leve murmúrio chamou sua atenção.
  Quando se virou, Chiara viu Emma tentando amarrar seu cabelo em um rabo de cavalo baixo. Mas cada vez que soltava o elástico a expressão de Emma se fechava em frustração, ficando irritada pelo penteado não ficar como ela queria.
— Problemas? — Chiara perguntou, um leve tom bem humorado em sua voz por ter achado a cena fofa e engraçada.
  Emma bufou irritada e soltou seu cabelo do elástico. Seu cabelo castanho caindo como cascatas pelas costas.
— Você tem sorte. — Emma exclamou, azeda. — Seu cabelo não precisa de nada para ficar perfeito. O meu…não quer nem ficar num maldito rabo de cavalo.
  Chiara riu. Suas mãos apanharam algumas mexas do cabelo de Emma, sentido a maciez e o peso do cabelo da namorada.
— Eu poderia cortar ele pra você se quiser.
  Chiara ofereceu sem pensar muito, ela geralmente cortava o próprio cabelo, mas não achava que isso fosse lhe dar alguma vantagem ao cortar o cabelo de outra pessoa. Mas Emma se virou para olhar para ela, seus olhos brilhando com a ideia.
— Vamos fazer isso!
 Agora elas estavam na sala de artefatos, o único lugar em que pensaram que ninguém as incomodaria até o horário de todos irem para cama chegar.
  Elas passaram nos dormitórios da Lufa-lufa e pegaram o que precisavam, pentes, tesouras e um espelho para ver o resultado final.
  Chiara agora andava ao redor de Emma, avaliando seu cabelo, tentando decidir que corte deveria fazer e o quanto do cabelo de Emma ela devia cortar. De repente ela estava nervosa e tímida, temendo fazer algo que estragasse o cabelo de sua namorada e isso a deixasse triste. 
 Emma não era a pessoa mais vaidosa que ela conhecia, André certamente ficava com o primeiro e o segundo lugar com muita facilidade. Mas Emma estava sempre impecável quando a via, mesmo que não fosse nada espalhafatoso ou cheio de frufrus ela estava sempre linda. Chiara tinha medo de arruinar isso.
  Emma notou a apreensão de Chiara e sorriu para ela, segurando seu pulso gentilmente, a trazendo para mais perto. Por estar sentada Emma não pode beijá-la como gostaria de fazer a princípio, mas ela a abraçou firmemente, não ousando se afastar até sentir Chiara relaxar completamente ao seu toque.
— Não se preocupe Chiara. — Emma sorriu outra vez. — Você vai se sair bem, eu acredito nisso.
— Mas e… E se não ficar…
— Chiara. — Emma chamou, mais séria dessa vez. — É só cabelo, vai crescer de novo. Não precisa se preocupar tanto com isso. 
  Chiara assentiu, embora ainda tivesse suas ressalvas quanto a tudo aquilo. Ela respirou fundo e apanhou uma das mechas e a cortou, tornando tudo oficial agora.
  Aos poucos o longo cabelo de Emma se amontoava aos seus pés, sua apreensão subindo pela garganta cada vez que ouvia o som da tesoura se fechando e cortando cada vez mais o cabelo.
  Quando julgou estar bom ela se afastou, o cabelo de Emma agora estava acima de seus ombros, sua franja um pouco mais curta e penteada para o lado.
  Emma apanhou o espelho e apreciou seu reflexo em silêncio pelo que pareceu uma eternidade. 
  Chiara queria perguntar o que ela tinha achado, queria mesmo, mas ela simplesmente não conseguiu fazer as palavras saírem. 
— Ficou maravilhoso! — Emma exclamou tão alto que Chiara se assustou. Quando Chiara olhou para a namorada novamente seu sorriso era largo e seus olhos brilhavam como se tivesse visto algo maravilhoso. — Eu disse que você ia arrasar, não disse?
  Emma balançou o cabelo, sentindo o caimento do novo comprimento das mechas. Parecendo mais que satisfeita com a mudança de visual.
— Vem aqui. — Emma chamou, estendendo sua mão para Chiara.
  Quando se aproximou, Chiara permitiu que Emma a puxasse até seus rostos estarem na mesma altura. Emma encostou sua testa, seu sorriso fez o corpo de Chiara relaxar de uma vez por todas, calando as chatas vozes que insistiam em um cenário ruim em sua cabeça.
  Chiara a beijou suavemente, suas mãos se perdendo nos cabelos de Emma, que por sua vez agora tinha os braços em volta do seu pescoço, como se não quisesse mais que ela se afastasse.
— Você está linda…— Chiara sussurrou ao se afastar. — Você fica linda de qualquer forma.
  Emma sorriu, sentindo suas bochechas queimarem pelo elogio. 
— Meus agradecimentos a cabeleira — disse Emma. — Ela arrasou nesse. Você gostou?
  Emma jogou o cabelo para o lado com um gesto muito exagerado, fazendo Chiara rir.
— Sim. Mas ajuda muito quando a cliente é linda como você.
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cirlenesposts · 1 year
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Zelofeade era um homem da tribo de Manassés, o qual morreu no deserto não tendo filhos, apenas filhas. Ele era da meia tribo que ainda não tinha recebido a terra repartida, o que inclinou suas filhas a temerem perder a herança de seu pai. As cinco filhas de Zelofeade se chamavam Maalá, Noa, Hogla, Milca, e Tirza (Nm 27:1). Por meio do receio de não ter terras para morarem, foram a Moisés reivindicar a posse. Embora não houvesse um direito descrito na Lei sobre a herança direta para mulheres, Deus logo respondeu a Moisés que a reivindicação era justa (Nm 27:7).Elas foram direcionadas a ir conversar com Moisés devido a dois sentimentos: a fé, pois creram na promessa da Terra Prometida embora não tinham iniciado as guerras e a prudência ao zelarem pelo futuro delas e pelo nome de seu pai em Canaã (Nm 27:3,4). Mais adiante, em Números 36, seus familiares se preocupam com a herança recebida por elas, pois se elas se casassem com homens de outras tribos, seus maridos receberiam a herança da tribo. Isso faria com que a herança dos pais passasse de tribo em tribo causando confusão e até futuras guerras internas. Então Deus estabelece que as herdeiras poderiam se casar com quem lhe bem parecer desde que o homem fosse da mesma tribo que elas. Todas as cinco acataram e se casaram com os primos, filhos dos irmãos de seu pai. Perceba que nenhuma delas recusou-se em obedecer, pois consideravam a importância de suas gerações continuarem com a terra que lhes foi repartida a elas. A concretização da posse acontece em Josué 17:1-6. Atualmente as filhas de Zelofeade podem parecer mulheres fracas e submissas à muitas feministas. Mas para Deus elas são o bom exemplo de fé, prudência e submissão a Ele. De um lado vemos um Deus justo, que concede direitos e juízos às mulheres, um Deus que as ouve e as não deixa desprotegidas. De outro lado, vemos cinco jovens virgens, solteiras e órfãs de um pai que seria seu resguardo e proteção em Canaã ousando ao entregar suas causas a Deus.O agir das filhas de Zelofeade é o agir que agrada a Deus, pois é o exemplo da obediência e do amor. Somado a isto, o exemplo delas nos mostra como Deus ouve a homens e mulheres e que estabeleceu um papel, responsabilidade e hierarquia para cada um. O jeito do Senhor não é igual ao da sociedade e nem quer ser. Pois, o padrão de Deus é diferente e por isso não cabe em nenhuma bandeira que não seja Cristo (Êx 17:15). No plano de salvação e do derramamento de dons espirituais somos iguais perante Ele e não há acepção de pessoas e no plano do casamento e de serviço a Deus há uma amorosa e santa hierarquia como uma forma de cuidado e de respeito.Submissão, temor e obediência não são sinais de fraqueza, mas de poder e honra. Infelizmente a implantação da cultura deste mundo quer dizer e provar o contrário e isso tem influenciado centenas de cristãs a não aceitarem que Ele tenha instituído hierarquias e papeis diferentes para o homem e para a mulher.Que você aprenda com o exemplo das filhas de Zelofeade, que foram ousadas ao reivindicar o direito certo, que realmente lhes pertencia e não aos falsos direitos que a sociedade tem imposto a nós como o aborto, a fornicação, a igualdade dos dons ministeriais, a criar suas próprias regras, entre tantas outras vãs filosofias.Seja santa, crente e fiel a Deus buscando o padrão DEle enquanto estás nesta terra.
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perplexou · 1 year
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Satisfaça o seu espírito, ousando fazer coisas que eram consideradas impossíveis.
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pnic · 1 year
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‘  your existence takes up so much more space in mine that we might as well be one entity.  ’ (@emvocenaobrilha) só que sarcasmo
"espelho, espelho não meu...." panic chamou, cantarolando como sempre fazia para vê-lo revirar os olhos. dessa vez, o demônio estava ousando um pouco mais, quem sabe até colocando-se em uma situação comprometedora. logo levaria algumas boas bofetadas daquele objeto mágico, como sempre costumava levar, por ousar ir distante. normalmente, só ia bem perto, invadia seu espaço pessoal como ele costumava invadir sua loja. imaginava que poucos ousavam fazer justamente aquilo, e ela o que mais irritava sobre o demônio. via o brilho no olhar de suas máscaras conforme falava, quando discutiam, brigavam. sabia que apesar de tudo que dizia, espelho não conseguia ficar longe. ".... eu sei que você me ama." estava com os lábios pertinho de sua orelha, sussurrando as palavras pronunciadas. não roubou um beijo dos lábios, jamais. "me diga uma coisa... você sente alguma coisa quando alguém chega assim pertinho de você? deve ser sem graça. se não te provoca borboletas no estômago... se não te dá um friozinho no pé da barriga... explica muito do porque você é assim tão chato." não dos lábios, roubara agora um em seu pescoço, rápido, só para se afastar mais uma vez.
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@emvocenaobrilha
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eulaliamaria · 2 years
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tá tão fácil de encaixar os teus cenários na minha rotina.
A reunião com o cliente não havia saído como o esperado. Jão havia passado a tarde toda preso em uma sala de escritório, criando mil e um argumentos para manter todos felizes pra, no fim das contas, sofrer um Churn. Era um cliente importante e perdê-lo certamente traria um enorme estresse para ele e os outros sócios mas... João desabotoou a camisa ao pisar pra fora do prédio, pensando um alto “foda-se” dentro da cabeça. Estava estressado e o único conforto que tinha para seu humor no momento era saber que iria encontrar Mareu. Com divertimento, ele decidiu dirigir até o Fasano ao invés de ligar para a amiga e questionar se já havia saído, pensando que seria engraçado fazer uma surpresa. Estava adiantado no horário combinado, afinal. “Com licença, senhorita. Gostaria do melhor quarto que essa espelunca tem a oferecer, por favor.” Disse ao se aproximar dela no balcão da recepção.
As coisas entre Mareu e Otávio não estavam boas. Tudo porque o homem queria levá-la a um jantar aparentemente muito importante e ela tinha recusado por causa do rolê combinado com João Lucas. Otávio, muito ciumento, fez ameaças claras de que cortaria o cheque do mês, de que chamaria outra garota para ir com ele, de modo que fez Maria Eulália se sentir realmente uma puta, sentiu-se suja. Tinha até chorado no seu intervalo para café. Por sorte, João chegou quando a vermelhidão tinha deixado seus olhos. Mareu inseria no computador algumas edições em uma reserva feita pela internet ao ouvir a voz familiar. De uniforme e cabelos presos em um coque baixo, a morena tentou se manter profissional ao colocar os olhos nele, mas quis dar a volta no balcão para pular ao redor do seu pescoço. Não estava sozinha no posto de trabalho, Fabi estava junto. "Até você precisaria de ajuda pra pagar o melhor quarto dessa espelunca." Respondeu Mareu, contendo um sorriso e sentindo o olhar da amiga Fabiana ao seu lado. "Fabi, esse é o João Lucas, meu melhor amigo. João, essa é a Fabi, uma folgada que trabalha aqui também." Zoou, fazendo Fabiana lhe direcionar um olhar mortal. "Essa mulher está te tratando mal, senhor? Posso te atender no lugar dela?" Fabiana também brincou, séria, se dirigindo a Jão como se ele realmente fosse um cliente do Fasano.
Jão apertou os lábios para não quebrar seu teatro e rir, voltando o olhar para a companheira de Mareu — só então notando sua presença — e assentindo uma vez para ela com as apresentações. Ainda com ares teatrais, ele deu um passo para o lado, ficando de frente para Fabi ao invés da amiga. "Sim, por favor. Não se fazem mais recepcionistas como antigamente. Posso falar com a sua gerente? Quero arquitetar a demissão dessa aqui."
"Eu sei, senhor. Nós recebemos várias reclamações todos os dias sobre essa aí, mas aparentemente tá dormindo com o dono, pois nada acontece." Fabiana é engraçadinha assim. Acabou levando um tapinha de Mareu, mas de brincadeira, porque Mareu se diverte com ela muito mais do que se aborrece. E olha que Fabiana sabe exatamente que aquele João Lucas ali é o homem das histórias que ela contou semana passada. "Deixa só o Alberto chegar e ver nós duas nessa fazeção de hora." Maria Eulália olhou em volta à procura do seu superior, mas não o encontrou, ainda bem. Voltou-se pra João. "Ô senhor Teixeira... Eu tenho mais meia hora de turno. Você espera?" Mas Fabiana se intrometeu antes de Jão responder: "Que meia hora o quê. Pode ir, eu te cubro até dar seu horário se o Alberto aparecer, mas se conheço bem o boss deve tá fazendo a hora de almoço atrasada." E ela tinha razão. Enquanto Maria Eulália pegava sua chave do escaninho debaixo do balcão, a doida da Fabi acrescentou, ousando fazer uma piada sem noção. "Mas assim, se você realmente quiser a melhor suíte do hotel pra levar a Mareu pra lá, João, eu posso te apresentar os preços."
"Inacreditável." Ele estalou a língua no céu na boca duas vezes, forjando decepção e mantendo a pose até Mareu chamá-lo de senhor Teixeira. Abriu a boca para responder, explicar que estava adiantado, mas ao invés disso se calou e ficou ali observando a interação entre as duas até concluírem que Maria estava liberada. "Ótimo." Ele tirou o celular do bolso, aproveitando para digitar uma mensagem para seu sócio enquanto a amiga recolhia suas coisas, e então foi distraído com o comentário de Fabi. João riu alto. "Ahh, depois desse pouco caso que ela fez pra me receber? Tá merecendo não."
Fabiana finalmente abriu um sorrisinho. Gostou de João Lucas, do humor dele. Sem falar que é muito atraente. Já Mareu se defendeu. "Eu não fiz pouco caso de você, eu fiz muito caso do hotel! Quer saber? Vão se ferrar vocês dois." Ela rolou os olhos. "Jão, me dá dois minutos só pra buscar minhas coisas lá no vestiário. A Fabiana te faz companhia."
"Vai, vai, vai, lindona. Pra hoje." Provocou um pouquinho mais ao ouvi-la mandá-lo ir se foder e avisar que ia buscar as coisas dela. Jão assistiu ela se afastar, porque a confissão de que olhava a bunda de Maria Eulália vez ou outra havia sido verdadeira. Ele batucou os dedos no balcão e tentou disfarçar ao se lembrar da presença de Fabiana, olhando pra ela com um sorrisinho contido. "E aí, Fabi." Foi a única coisa que sua mente idiota conseguiu pensar em dizer.
Mareu não correu porque os chefes, Alberto sendo um deles, são categóricos ao dizer que é proibido correr no hotel. Coisa de gente deselegante, nada a ver com a proposta do Fasano. Enquanto ela foi ao vestiário a passos contidos, Fabiana ficou sozinha com João Lucas em uma recepção tranquila, sem movimento. A mulher, que tem o cabelo curto e liso, estatura mediana e olhos muito verdes, fitou o rapaz com desconfiança. Sabia que ele é casado, que tinha confessado certas coisas pra Mareu no fim de semana anterior e tinha um pensamento bem decidido sobre o rapaz depois de ouvir todo o relato da amiga. "E aí, João Lucas." Respondeu. "O que vocês dois vão fazer hoje, hein?"
"Que isso, pode chamar de Jão. João Lucas me chama minha mãe e a Mareu quando tá brava comigo." Ele pediu, rindo pelo nariz. Sobre a programação do dia… bem, era uma ótima pergunta. "Pô, sabe que eu não sei? Vou deixar a madame decidir."
Fabi sorriu breve. "Se você deixar a Mareu decidir muita coisa na sua vida, vai acabar se fod—se ferrando." Elas evitam falar palavrão quando estão no hotel. "Mas tu já sabe disso. Vocês são bem amigos, né? A Maria fala direto de você, da turma de amigos da escola."
"E eu não sei?!" Jão fingiu indignação, mas acabou sorrindo torto, meio que com carinho. Mareu sempre "fodia" com a sua vida das melhores maneiras possíveis. "É, mas a gente… ficou um tempo sem se ver. Me mudei pra São Paulo, ela deve ter comentado, né? Não venho muito pra cá, de vez em nunca a trabalho ou pra ver meu velho. O resto da família virou tudo paulista também."
"Uhun." Fabi assentiu. Mareu tinha comentado que ele mudou para São Paulo, sim. E que sente muita falta dele. E que vinha rememorando aquela história de Jão ter tentado ficar com ela na despedida de solteiro. Que tinha sonhado com ele uma noite dessas pra trás. "Ugh, ela é uma garota de ouro. Meio desajuizada, às vezes se mete com as pessoas erradas, mas é de ouro. Se um dia eu me separar dela, como vocês, vou sentir a maior falta. Oh, não vai dizer que eu dei essa dica... mas se quiser agradar a Maria Eulália, faz massagem nos pés dela. A pobrezinha tá vindo de uma sequência pesada de turnos, usando salto alto direto." Fabiana foi propositalmente maldosa em fazer a sugestão (Mareu gosta muito de massagem nos pés), e quase não tinha dado tempo, porque Mareu chegou com sua bolsa nesse instante. Fez um gesto com a mão pra João Lucas. "Vamo embora logo que o Alberto não pode me ver saindo pela porta da frente."
João assentiu o tempo todo em que Fabi rasgava elogios para Mareu, concordando veemente. Garota de ouro, sim, sua Mareu era de ouro. Não teve tempo de responder propriamente, porém, nem mesmo à dica que quase lhe pareceu meio maliciosa sobre massagens nos pés da mulher. Mas ele anotou a informação muito bem anotada no fundo da mente. "Prazerzão, Fabi." Jão piscou para a moça e acompanhou rapidamente uma Maria apressada. Uma vez fora do hotel, o homem fechou o braço direito pelo pescoço feminino para puxá-la pra perto e deixar um beijo no topo dos cabelos escuros. "E aí, mocinha, o que faremos?"
Seus saltos faziam tec tec no chão conforme caminhava e Mareu estava concentrada nisso quando João a puxou para um beijo no topo da cabeça, ficando um pouco torta na cena. Bom, existia também a tensão que Maria Eulália vinha sustentando sozinha ao longo da semana, principalmente depois do sonho confuso de quarta-feira, tudo a deixava meio dura para receber o carinho. Tanto é que se afastou dele, andando de lado com a desculpa de observá-lo melhor. "Vamos no mercado. Preciso comprar as coisas pra fazer sua pizza, lembra? Você trouxe roupa pra trocar?" Ela o percebeu vestido de homenzinho, só os botões abertos da camisa entregavam o fim de semana. Tinha sextado.
Ela se afastou rapidamente do carinho, mas João não pensou muito sobre isso. Estava concentrado em lembrar em qual dos muitos estacionamentos idênticos da rua havia parado o carro. "Caralho hein, Maria Eulália, nem pra deixar a geladeira abastecida pra mim." Encheu-a só pelo prazer de fazê-lo, indicando com a cabeça quando encontrou o estacionamento. "Sim senhora, tá no carro." Foi só lá dentro do veículo, aliás, que ele deu continuidade à encheção, embora essa de agora tivesse uma pitada de ressentimento. "E teu velho babaca, hein? Não tá achando ruim que foi trocado esse fim de semana?"
"Desculpaaa!" Ela riu e se explicou mesmo sabendo que João só estava enchendo seu saco. "Tô pegando um turno atrás do outro no hotel esses dias porque uma colega nossa tá grávida, saiu de licença antes da hora. Ficou tão corrido que não consegui fazer as compras. Mas tu fica no carro enquanto eu compro, de boas." Dentro do veículo, porém, a encheção teve como tema Otávio, o que não agradou muito Mareu. "Ele brigou comigo, na verdade, por tua causa. Mas oh, não vamos falar sobre isso pra gente não brigar."
Ele negou a explicação dela, afinal não estava mesmo falando sério. "Para, doida, tô te tirando. Te ajudo com as compras, tem problema não." Pegou a direita na saída do estacionamento, lembrando de cabeça o caminho de um mercado próximo. Não estava tão ruim assim como carioca. Jão deu uma olhadinha de lado para a amiga. "É? Ficou griladinho?" Riu com prazer, só não estendendo a provocação porque Mareu pediu. "Não vou brigar mais com você sobre isso. Prometi pra mim mesmo." Promessa que provavelmente quebraria, mas foda-se.
"Mas eu estou falando sério. Tu fica quieto e eu compro tudo." Insistiu Maria Eulália, pensando porém que acabaria perdendo. João insistiria para fazer as compras com ela, certamente. "Ele ficou, tipo isso." Mareu respirou fundo. "Ele tinha planos pra nós, mas é... não vamos falar desse assunto. Quero que você cumpra a sua promessa enquanto eu não cumpro a minha, que eu não fiz, de falar mal da mala da sua esposa. Como ela reagiu à aventura semana passada?"
"Aham." Ele respondeu já com um pouco de ironia na palavra, porque era óbvio que não tinha intenções de deixá-la pagar. Mais uma vez abriu um sorriso vitorioso, sendo mesmo assim que João se sentia, vitorioso ao saber que havia evitado aquele encontro de Mareu com o velho nojento. "Olha…" Ele pendeu a cabeça para a direita com o assunto voltado para si, os olhos focados no caminho. "Para a surpresa de toda uma humanidade… não foi tão ruim quanto eu esperava. A princípio parecia que ia ser, sabe? Ela tava mesmo muito puta, mas aí…" Jão riu para si mesmo, perguntando-se se deveria compartilhar tudo tudo com Mareu. "Foi meio doido. Acho que ela tava tão brava que ficou com tesão pela primeira vez em meses."
Mareu ergueu as sobrancelhas. Não esperava aquele desfecho. A babaca da esposa ter ficado com tesão por causa da briga, ter resolvido dar para João depois de meses sem sexo. "Hmm." Maria Eulália sentiu-se incomodada com Marcela. "Bom pra você, né?" Comentou com cara de bosta, se esticando para ligar o ar condicionado só para ter o que fazer com as mãos. "Então, vocês transaram e tá tudo bem entre vocês. Fico feliz em ter ajudado."
"Bom pra mim, é." Ele concordou com a felicidade de um homem roxo de saudade de foder a mulher. O que nunca deveria ter sido o caso, aliás. Estava alheio ao humor de Mareu ainda, mas o dele murchou um pouquinho com o exagero dela em dizer que tudo estava bem. "Também né bem assim né. Foi uma foda. Ela não voltou a ser princesa depois disso, as coisas tão meio que… as mesmas. Mas já considero um avanço."
Ainda mais azeda que antes, Mareu entortou o nariz para João. "Se tá comendo, então tá bom sim. Se reclamar é só porque é chato mesmo." Maria acertou o ar no 2 e voltou a se sentar com as costas encostadas no banco. "Ela percebeu que você e eu nos seguimos no Instagram agora? Eu realmente deixei vários likes pra tu." Mareu sorriu fraco, sem querer parecer feliz. Não estava feliz. Estava com raiva da vitória de Marcela.
"Tô reclamando não, pô." Garantiu, voltando a sorrir um pouquinho. Parando em um sinal vermelho, João finalmente voltou os olhos para Maria e notou a cara azeda que ela carregava. Ah pronto. "Se notou não disse nada. Ainda." Provavelmente viria. Provavelmente logo. "Mas eu notei, né. Tô… como é que é que cê colocou? Tô gostosinho é?" Provocou, querendo desamarrar a cara de Maria Eulália.
A estratégia dele quase deu certo, porque Mareu acabou entrando naquele papo do Instagram de início. "Gostosinho mesmo, mas não vou encher tua bola que já tá cheia até demais." Mareu pensou que deveria ter comentado em uma foto de Jão só para abalar o casamento de novo, odiando que ele já estava em bons termos com Marcela, relativamente. Ela acabou falando alto um pensamento, sem perceber que estava se explicando pela cara de cu: "Sabe, eu não me sinto mal por não gostar da Marcela, por não estar feliz que vocês tenham se reconciliado. Ela nos afastou... Fez tu até me bloquear em rede social. Garota infantil. E você, quando estiver comigo, tá proibido falar bem dela."
O sorriso do Teixeira entortou-se no rosto, talvez um pouquinho convencido, sim. Ele vinha compensando os problemas matrimoniais na academia e isso vinha trazendo óbvios resultados para o corpo. Mas ele acabou ficando mais sério com a confissão de Mareu, olhando pra ela e caindo em um buraco na rua por consequência. "Tu não devia ficar feliz pela minha felicidade não? Não tá no teu contrato de melhor amiga isso?" Brincou, pensando em como estava exagerando com a palavra felicidade. Chegava a ser ridículo como Jão aceitara de bom grado as migalhas de Marcela. "Eu tenho um plano, tá? Vou aproveitar que ela tá mais maleável e tentar me impor mais, também. Cê tá certa, não é justo deixar ela controlar minha vida só pra não criar problemas."
"Eu tô pouco me fodendo pra sua felicidade, garoto. Tô interessada na nossa felicidade, plural." Ela respondeu, infantil, mas abriu um sorrisinho no fim, por saber que soava assim. E não resolveu Jão falar que ia se impor mais. Ela continuou com um sentimento estranho. "Acho bom. E que isso inclua mais viagens pro Rio de Janeiro." Olhou para ele, aqui, para ver sua resposta.
"Olha só!" Ele riu com a resposta que considerou mal criada. "Coisinha ordinária, você." João entrou no estacionamento de um Carrefour, para sua satisfação aparentemente vazio. "Mais viagens pro Rio, é. E isso nem vai ser tão difícil arranjar… já falei pra ela que preciso vir visitar mais meu velho. O coitado fica sozinho aqui, abandonado pelos filhos." Assim como João, os dois irmãos também se ressentiam do pai, todos tendo assistido de perto o sofrimento da mãe depois do divórcio.
O queixo de Mareu caiu. "Foi isso que você disse pra ela que veio fazer? Além da reunião de negócios?" Ela torceu secretamente que Jão respondesse que sim, por incrível que pareça. E nesse instante, com os olhos para sua própria imagem pequena no retrovisor, Mareu se criticou por um segundo por estar sendo tão mesquinha. "E quanto a realmente visitar teu pai nessa viagem, não vai rolar?"
"Eu falei pra ela que ia tentar, o que é verdade." Olhou para Mareu com culpa enquanto puxava o freio de mão. "Falei pra ela que as reuniões a trabalho iam rolar durante o fim de semana também. Tá bem bizarro o quão facilmente consigo mentir pra Marcela."
Mareu devolveu um olhar de falsa repreensão. Na verdade, ficou muito satisfeita, como se a mentira para Marcela representasse que tinham algo a esconder. Mareu do céu! O que tu tá arrumando? Ela se advertiu, lembrando da amiga Fabiana dizendo que o que ela quer agora é dar pra João. "E quanto a realmente ver seu pai, Jão? Não pensou nisso?" Insistiu. "Se quiser vou com você amanhã."
João Lucas respirou fundo e saiu do carro, só respondendo Mareu depois de travar o veículo. "Pensei, cara, pensei… mas o velho tá lá, se doendo todo, toda vez que passo pra visitar ele só me estresso. Vou pensar mais." Prometeu e se afastou dela na desculpa de ir buscar um carrinho, mas principalmente para ver se ela esquecia o assunto no meio tempo.
Eles tinham chegado. Estavam no Carrefour e por segundos Mareu se viu sozinha dentro do carro, destravando o cinto de segurança. João tentava escapar, ela sabia, e foi buscar um carrinho provavelmente para se afastar do assunto. Juntando-se a ele, Mareu acabou dizendo, ficando ao lado do amigo e do carrinho: "Sabe um dos motivos da gente se dar tão bem, eu e você? Não gostarmos dos nossos pais... pai, no caso. E com isso tô tentando dizer que vou entender qualquer decisão que tu tomar, beleza?" Concluindo, Mareu bateu uma palminha. "Agora, vamos às compras? Fim de semana de Jão e Mareu começando oficialmente."
Mareu voltou o assunto quando o encontrou, mas para o alívio dele não pareceu querer prolongar. "Eu sei, e eu agradeço. Cê sabe que meu drama com meu velho é mais drama mesmo que qualquer outra coisa. Você tem motivos reais pra encrencar com seu pai." Jão sabia que não devia ressentir o seu por simplesmente querer seguir sua felicidade. "Mas deixa pra lá, bora seguir nosso fim de semana."
Mais tarde, de compras feitas e já no flat de Mareu, Jão descia as escadas de moletom e regata branca depois de um banho bem tomado. Mareu trabalhava nas pizzas na cozinha. "E aí, Cabernet?" Ele questionou, abrindo as sacolas com opções de vinho que eles haviam comprado.
Ele tinha razão. E sabia que Mareu tinha presenciado coisas horríveis em casa, agressões do pai bêbado a uma mãe indefesa, mulher dona de casa e que aceitou muito abuso, por muito tempo. Há muito tempo, ela tinha confidenciado tudo ao amigo durante uma de suas bebedeiras, e desde então Jão se tornou seu cúmplice naquilo também.
Com as compras feitas e já em casa, Mareu trocou as roupas do trabalho por um short e camiseta branca, velha com o símbolo Flamengo. Estava determinada a cozinhar as pizzas antes de subir para seu banho. Quando acabou de colocar a massa dos dois sabores no forno, João desceu as escadas de banho tomado. Mareu olhou rapidamente para ele, indo lavar o restante das vasilhas que tinha sujado no processo de fazer as pizzas, aprovando a ideia do vinho. "Você sabe que até hoje eu não sei diferenciar essas coisas? Por isso te pedi pra escolher lá no Carrefour." Grande conhecedor, Otávio vive pregando para Maria Eulália sobre os diferentes tipos e rótulos, mas para ela desde que tenha álcool, tá valendo. "As taças estão nessa parte de cima do armário." Ela informou enquanto ensaboava um instrumento de medida.
"Eu tive que aprender na raça. Nada conquista mais um cliente do que saber escolher o vinho certo." Comentou enquanto escolhia o Cabernet mesmo, por fim. João deixou a garrafa separada e foi buscar as taças no armário mencionado pela mulher. "Podia ter deixado a louça pra mim."
"Gosto de cozinhar e ir lavando as coisas que eu sujo. É um hábito. Você pode lavar a louça de depois que tivermos comido." Ela disse com simplicidade, sem se importar em dividir tarefas. "Serve pra mim enquanto eu tomo um banho? Ah, e coloca uma música pra tocar pra nós, na Alexa." Desse modo, Mareu tentou se apressar no enxágue das vasilhas para se adiantar logo pro seu banho. Seus pés estavam doendo, as costas também tensas. Um banho seria essencial.
"Sim senhora." Aceitou as tarefas, pedindo um MPB baixo para a Alexa e levando as taças e vinho para a sala. Esperaria Mareu no sofá, bebericando o Cabernet enquanto trocava algumas mensagens com a esposa. Jão havia dito que ficaria em um hotel, sem nem conseguir imaginar a reação de Marcela se ela não só descobrisse que havia mentido como também estava na casa de Mareu.
Mareu optou por não lavar a cabeça uma segunda vez no dia, já que tinha feito isso de manhã. Vestiu um pijama que pensou ser comportado, e não tão feio quanto o velho da Bela e a Fera. Desceu descalça mesmo. Tinha ligado o ar lá em cima e deixado a porta do quarto aberta para espalhar a temperatura mais agradável, afinal, é Rio de Janeiro. As pizzas cheiravam bem, mas precisavam ficar lá no forno mais um pouquinho, pelo tempo cronometrado. Mareu voltou cheirosa, com creme hidratante no corpo, sabia que enquanto andava deixava um rastro de aroma do hidratante. "Se os meninos descobrirem que você tá aqui comigo e a gente não disse nada... Terceira guerra mundial." Ela falou, se sentando no sofá a alguns centímetros de Jão. Esticou-se e se serviu com uma taça do vinho.
Depois de mentir e dizer que não iria ligar por vídeo porque estava muito cansado e precisava dormir, João bloqueou o celular porque notou Mareu descendo as escadas. Perfumada, Jão sentiu o aroma antes mesmo que ela se sentasse no sofá. Alguma coisa no perfume despertou partes do corpo masculino que não deveria despertar. Ele puxou uma almofada para o colo e, por sorte, pensou em uma desculpa para fazê-lo. O conselho de Fabi. Casualmente, o jovem abaixou-se para pegar um dos pés de Maria e colocar sobre a almofada, passando a massagear a parte do corpo sofrida pelos saltos. "Foda-se os meninos." Disse em um tom meio bufante, mas porque pensava em Gabriel. Havia discutido com o amigo mas não podia contar isso pra Mareu, porque tecnicamente ela não se lembrava do motivo da briga e não seria ele a pessoa a lembrar.
"O que tá fazendo?" Maria se surpreendeu quando João veio pegar um de seus pés e mais ainda quando começou a massagear a região. Pouco depois que se tornou recepcionista no hotel, ficou aficionada por massagens em geral, principalmente as dos pés, por causa dos saltos. Tudo culpa de uma hóspede gentil quem lhe pregou sobre os benefícios da massagem e Maria se converteu à religião. Geralmente ela busca uma clínica no shopping quando sente muitas dores no corpo. Mas agora ali estava, João fazendo-lhe uma massagem nos pés. "Como foi que você descobriu que tô precisando disso?" Ela abriu um sorrisinho surpreso, até admirado.
"To pagando pela pizza. E pela hospedagem. Cada um paga como da, né?" Brincou, como se dinheiro fosse um problema na vida dele. Não era. João deslizou o polegar pela planta do pé delicado, aumentando a pressão nas regiões em que imaginava que sofriam mais pelos saltos. "Ah, eu sou muuuuito observador." Deu um sorrisinho sapeca. "Vi que tu tem que trabalhar todo dia com aquela arma mortífera para os pés e imaginei." Rezou para que Fabi não revelasse sua farsa depois.
Mareu olhou para ele desconfiada até se render aos toques onde doíam as regiões nos pés, fechou os olhos e se deixou afundar no sofá. João era bom com os dedos, tocando os pequenos nós que ela tinha na região. "Você tá sendo bom demais pra mim, não faz ideia do tanto que eu adoro essas coisas hoje em dia." Mareu ergueu os braços e deslizou os dedos pela raiz dos seus cabelos, gemendo um pouco com o prazer da massagem, mas, quando abriu os olhos preguiçosamente e se deparou com João Lucas em sua regata, uma onda de choque subiu lentamente dos pés até sua intimidade, fazendo a região se contrair involuntariamente. Em reação quase instantânea, Maria Eulália puxou o pé da mão de Jão. Não podia deixar aquilo acontecer.
Jão sorriu com carinho ao vê-la se derreter à massagem aos poucos, mas o carinho se misturou à alguma outra coisa logo em seguida. Mareu fechando os olhos, gemendo, os dedos se perdendo nos fios escuros. João agradeceu mais uma vez pela almofada em seu colo. Ele estava meio fissurado com a visão quando ela abriu os olhos e, sem aviso, puxou o pé dos toques. Comicamente, João ergueu ambas as mãos no ar, como quem se rende. "O que eu fiz?"
Maria Eulália estava fodida. Estava tendo pensamentos impuros em relação ao seu melhor amigo e tudo isso por quê? Porque ele tinha admitido que quis transar com ela no dia da sua despedida de solteiro? Por olhar para sua bunda de vez em quando? Por estar ridiculamente gostoso? Sim, todas essas coisas acima. Mas ainda pareceu pouco para arriscar a amizade entre eles. "Você? Nada! Mas as pizzas... Não posso deixar queimar." Ela se levantou do sofá e, levando consigo a taça de vinho, foi na direção do forno checar as duas pizzas, que nem estavam queimando. Estava tudo certo. De pé, Mareu tomou um bom gole do líquido escuro e sentiu a necessidade de disfarçar um pouco mais sua reação. "Hmm, você continua a massagem mais tarde. Quando não tiver risco da gente perder nosso rango." Se ele lembrasse disso, mais tarde, ela tentaria fugir com outra desculpa.
Jão ficou ainda com as mãos no ar por alguns segundos e demorou um pouco pra seguir Maria, ainda que estranhasse e muito sua reação. Só ficou sentado mais um tempinho porque ainda não era seguro tirar a almofada do colo. Depois, com as calças de moletom sem nenhuma marca arriscada, ele se levantou e encostou o corpo no batente na porta da cozinha. "Qual foi, Mareu? Tá me estranhando? Acha que não te conheço?"
Mareu ficou ligeiramente aflita com a confrontação de Jão, porque ele realmente a conhece bem demais para mentiras. Ela estava mesmo atuando muito mal. Mas, o que poderia dizer? Que estava com tesão? "É que... ah, João, a massagem me deixou meio..." Ela não completou, mas acabou de fato indo por aquele caminho para se explicar. "Nada a ver com você, eu tô meio carente, na seca." E bebeu mais vinho, se odiando por ter explicado daquela forma a situação.
Os olhos de João se arregalaram um tanto com a honestidade escancarada de Mareu. E lá estavam de novo, dessa vez sóbrios e sem desculpas para entrarem naquele assunto. Ele cruzou as pernas na frente do corpo. "É o que? Tá sensível é?" Tirou sarro, porque, por Deus, Jão não sabia o que mais poderia fazer. Não o que queria, de certo. "Isso quer dizer que você e seu velho…?" Não havia pensado que estavam transando, a princípio… mas Mareu defendeu tanto a coisa toda que ele chegou a se perguntar se não era, bem, parecido com um relacionamento de verdade.
"É, eu tô. Desculpa, mas tu ainda é homem." Merda, merda, merda. Por que não mentiu? Não insistiu na coisa das pizzas? Mareu fez uma careta de "nem pensar que vamos falar desses assuntos" quando ele perguntou sobre o velho. A verdade é que Jão matou a charada no fim de semana anterior, quando falou que por uma quantia específica o velho compra um boquete. Por outra a mais, compraria a transa toda. "O foco da relação não é esse, é ser uma acompanhante."
"Você tá tentando me seduzir, então? Com pizza, esse pijaminha e um quilo e meio de hidratante perfumado? Tá funcionando." Ele disse em tom brincalhão mas, mesmo assim, ô brincadeirinha perigosa de se fazer. Principalmente porque a última parte era verdade. João umedeceu os lábios, as pernas ainda cruzadas para evitar acidentes. "Ok, mas você não negou." Que não estava rolando nada com o velho. "Gostaria muito de te ouvir negar, Mareu."
"Para de tirar com a minha cara." Ela rolou os olhos, reagindo a ele, mas se sentindo ridícula consigo mesma. Estava entrando numa confusão mental tão grande desde que João voltou para sua vida, no fim de semana anterior, e considerou este momento o seu auge. E agora ele estava insistindo em saber sobre Otávio. Sobre o que rola entre eles. Como poderia dizer que já fez sexo oral no homem algumas vezes? "Eu já disse que tô na seca, mas que saco, João Lucas. Junta dois e dois que dá quatro. Ele paga pela minha companhia... por que caralho isso te incomoda tanto?"
"Não tô tirando com a tua cara!" E riu, o que provavelmente dava a entender o contrário, mas era uma risada nervosa. Mareu talvez pensasse que a resposta dela o satisfaria agora mas, de novo, ela não havia negado. Qual era o problema em dizer que não? Jão bufou e lhe deu as costas para ir buscar o vinho que deixou na sala. "Incomoda. Incomoda mesmo, pra caralho. Uma mulher como você achar que precisa se prestar a esse tipo de coisa."
Mareu seguiu o rapaz. Não que precisasse, já que o loft é todo interligado. "Olha você de novo, sendo... todo preconceituoso. Eu preciso do dinheiro! Eu gosto de fazer faculdade, sabe? Gosto de estudar, de pensar que vou ter um diploma no fim de quatro anos. E não, não vou pedir pra você me emprestar, porque seria o mesmo que você me sustentar. A não ser que você queira pagar pela minha companhia também." Ela riu de sua piadinha.
"Tô sendo preconceituoso sim." João respondeu por baixo da respiração, baixo demais, mas repetiu em alto e bom som depois que Mareu terminou de falar. "Tô sendo preconceituoso sim! Ah, Mareu, me deixa. Sou xucro, me pede pra respeitar mas não me pede pra aceitar. Essa história não me desce e pronto." Abriu os braços em um gesto de quem não se desculpava e pegou sua taça, esvaziando-a em poucos goles.
Ela respirou pesado, levando uma mão até o rosto enquanto abaixava a cabeça, fazendo os cachos caírem na sua face. "Tá bom, Jão. Vamo- Vamos comer?" Mareu tentou mais uma vez apaziguar as coisas com ele, erguendo o rosto com olhos suplicantes. "Não quero que você perca tua paz e se arrependa de ter vindo aqui pra casa por conta disso." Dito isso, caminhou para o forno, mas logo olhou pra trás. "Uma ajudinha pra tirar as pizzas daqui?"
"Não vou…" Ele começou a dizer, mas pausou para ir ajudá-la conforme pedido. João se colocou por trás da mulher, as mãos na cintura dela mais firmes do que o necessário para tirá-la do caminho. Ele estava abusando. E continuaria abusando, provavelmente, porque sua mente vacilava entre ela confessando que havia sentido tesão com a massagem e o papo desagradável do sugar daddy. Voltou a terminar o raciocínio de antes depois de tirar as pizzas do forno. "Não vou me arrepender. Cê acha que não to acostumado? A gente sempre foi assim, Mareu. Briga, se ama, se xinga, se ama mais. Por que seria diferente agora?"
Mareu odiou, mas as mãos firmes na sua cintura também fizeram seu corpo reagir. "Mas que porra..." Ela falou bem baixinho para si mesma, zangada, sobre a ligeira sensação que teve de lubrificação. Ficou bebendo o resto do vinho enquanto ele tirava as pizzas, de modo que, quando acabou, estava com a taça vazia. Beber era bom. Álcool parecia certo para uma mente confusa. Mareu foi buscar mais. "Tu se afastou, né Jão? Voltou agora e já tá tendo dor de cabeça comigo." Ela respondeu ao se servir com mais vinho. "Sei lá se tu vai se arrepender por isso."
"É, mas tu nunca foi fácil." Apesar das palavras acusadoras, ele abria um sorrisinho carinhoso para a mulher enquanto deixava a assadeira sobre a pia. "Lembra da primeira briga que eu me meti na vida? Foi por culpa de quem? Tua, né. De ter se envolvido com aquele babaquinha lá que tentou fazer merda contigo. Eu não fazia academia naquela época não, levei um coro por tua culpa." Na ocasião, a amiga havia desabafado sobre o ficante e Jão, horas mais tarde, apareceu na porta do idiota para simplesmente lhe dar um soco na cara.
Mareu se aproximou devagar, bebendo, depois substituindo a taça nos lábios por um sorrisinho contido com a memória. Lembrou-se de ter cuidado dos ferimentos do amigo enquanto ralhava com ele por ter ido atrás do seu ficante. Isso tudo porque o cara avançou algumas bases sem a autorização dela e João Lucas não admitiu ao ouvir o relato. "Eu sei." Ela suspirou, deixando a taça cheia perto dos pratos ajeitados sobre a mesa. Estava tudo pronto para a refeição. "Dá licença aí?" Pediu, com medo de tocar nele. "Vou partir um pedaço de cada." Enquanto fazia isso, retomou o assunto. "Eu arranhei o carro dele todo depois, por ter te machucado. O ódio que me deu. Você era meu xodó, só eu que podia te dar uns tapas."
Ele apertou os lábios pra não acabar rindo, porque notou que Mareu estava evitando ser tocada por ele. João era meio filho da puta e, por isso, se viu se divertindo com a situação. Desviou dela para se sentar à mesa, puxando sua taça e garrafa de vinho junto para um refil. "Eu lembro, é. Ele te xingou na escola depois disso e eu só não voei nele de novo porque dessa vez o Gabriel tava por perto e me segurou. Eu e o Cadu mijamos no pote de shampoo dele depois, já te contei isso? Nunca rimos tanto depois de uma aula de educação física."
"Não contou, não." Ela respondeu no meio de uma risada, recebendo aquela notícia com a mesma satisfação que receberia anos atrás na escola. "Bem feito. Ele era um babaca mesmo. Aliás, muitos foram babacas comigo. O dedo é podre... É, você tem razão, te dou trabalho desde sempre." Ponderou a mulher, que veio andando com um pedaço de pizza da pia até o prato de Jão. Enquanto pegava um para si, acrescentou: "Se serve de consolo, o cara de agora tem sessenta e poucos anos. Se tu precisar bater nele um dia, vai ser moleza pra tu."
Ele assentiu veemente sobre o dedo podre de Mareu enquanto dava uma mordida na pizza, na mão mesmo, sem fazer cerimônia. Estava boa pra caralho. Ainda bem que estava quente e que deu uma mordida grande demais, assim teria tempo para mastigar com cuidado e não reagir de imediato sobre o velho babão. "Serve de consolo não. Só da mais nojo mesmo." Então adicionou rapidamente: "Tá, tá, vamos parar de falar nele, se não vou ficar nervosinho de novo. Me conta uma coisa que não sei da sua vida." Devolveu para Maria o mesmo jogo que ela havia feito com ele na padaria, na semana passada.
Mareu, que acabaria respondendo João de forma que provavelmente iniciaria uma nova discussão, se distraiu com a brincadeira deles, de repente tendo que pensar em algo. "Merda. Deixa eu ver..." Ela percorreu o caminho da pia até o seu prato e parou um pouco perto da mesa, em vez de voltar e partir a outra pizza. "Eu tô fazendo aula de Francês na faculdade desde que comecei. Até agora só tirei nota máxima em todas as provas e trabalhos." É a quarta língua que Mareu aprende. Desde adolescente, ela estuda por conta própria os diferentes idiomas, e por ser fluente em Inglês e Espanhol foi que conseguiu o trabalho no Fasano.
Ele ouviu a notícia com as sobrancelhas erguidas, um olhar de admiração, mas não surpresa. Conhecia sua Mareu, sabia do que ela era capaz e descobrir que estava aprendendo mais uma língua não lhe surpreendia. "Uh-la-la." Jão riu pelo nariz. "Tu não vai… — ou, pega o ketchup na geladeira aí — tu não vai descansar até dominar o mundo, né, Mareuzão?"
Mareu sorriu, orgulhosa de si mesma. Se tinha algo que sabia fazer melhor que beber e festar, era aprender outras línguas. Inclusive, estava cursando Letras para se tornar uma tradutora, desejo da época de adolescente. Atendendo ao que Jão pediu, a mulher abriu a geladeira para buscar o pote de ketchup. "É isso aí, um amante idoso em cada país." Respondeu para provocar o amigo, entregando para ele o ketchup. "Preciso saber falar a língua dos meus namorados."
"Ah-ha-ha" João forçou uma risada falsa com a brincadeirinha sem graça, aceitando o ketchup. Coisa de carioca, pizza com ketchup. Até hoje recebia olhares estranhos quando comia assim em São Paulo. "E ir se foder hoje, tava afim não? Ahhh é, esqueci, você tá na seca. Sensível." A provocação lhe escapou, foi mais forte do que ele.
Mareu acabou se sentando na frente de Jão, sorrindo largo com as piadinhas. É bem melhor tratar o assunto assim, com bom humor. "Depende. É você quem vai me foder, me fazendo massagenzinha nos pés..?" Ela provocou perigosamente, mordendo seu pedaço de pizza. "É assim que você atrai suas amantes?"
"Olhe lá…" Risonho, João ergueu o dedo indicador pra ela em aviso. "Eu estava fazendo uma massagem inocente, sendo o maravilhoso amigo que sou. Foi tu que levou pro mal caminho." Deu outra mordida na pizza e balançou a cabeça, negando sobre as amantes. "Não. Você não aguentaria ser seduzida da maneira que seduzo minhas amantes. Seria demais pra você e me atacaria aqui mesmo na cozinha, melhor evitar."
"Ah, sei. Porque tu é tãaao inocente." Mareu não tinha como argumentar, porque não reparou na almofada no colo dele. Se ao menos pudesse usar isso a seu favor. Mas não, pareceu que ela era quem desviou a pureza do momento. Engolindo o pedaço de pizza, Mareu ergueu as sobrancelhas e abriu bem os olhos, surpresa com a resposta. "Eu nunca te atacaria, João Lucas. Tenho autocontrole. Nunca, nunquinha."
"Eu sou, sim, obrigado por reconhecer." Sorriu, cara de pau. Bem cara de pau, inclusive, porque não foi bem assim. "Nunca, nunquinha, jamais?!" Jão forjou uma expressão perplexa antes de rir da cara dela de novo. "E se eu fosse o último homem do mundo, nem aí?"
De boca cheia de novo, Mareu respondeu com uma certeza que não era real: "Eu virava lésbica." Ela mastigou um pouco e tentou explicar. "Tu é homem, como eu falei, e é claro que se tu me seduzir eu vou ficar mexida... mas daí pra te atacar tem uma ponte Rio-Niterói de distância."
Ele gargalhou com a resposta engraçadinha e voltou a colocar ketchup na pizza. Mareu voltou a se explicar. "A verdade é uma só, Maria Eulália. Se eu e tu não fôssemos tão amigos… e, tá, tem o pequeno detalhe disso aqui também, porque tô tentando me comportar." João ergueu o dedo com a aliança para enfatizar.  "Mas se não fosse tudo isso aí… a gente já teria fodido. Pronto, falei, tô leve."
Mareu abaixou os ombros, ouvindo a resposta de Jão como se ela trouxesse sentido a todo seu sofrimento desde a semana anterior em relação a ele. "Tu acha, é?" Ela fechou os lábios cheios e passou a mão por eles para limpar restos de pizza. "Tu tem tanta certeza assim de que eu não te daria trabalho pra me conquistar?" E pegou a taça de vinho para beber mais.
João Lucas assentiu e mais uma vez acabou soltando uma risada alta. "Mareu, meu amor…" Ele tombou a cabeça de lado e a fitou como quem dizia "tenha dó".  "Fiz uma massagem inocente em tu e tu já ficou toda se contorcendo. Se eu quisesse te seduzir mesmo tu não resistia era nada."
"Se contorcendo teu cu, João Lucas." Mareu retrucou, ofendida. "Tá se achando demais. Muito. Oh, é o seguinte. Vamos fazer assim... a gente tira a prova. Tu tenta me seduzir com tua estratégia mais bem-sucedida. E eu juro que vou ser sincera te dizendo se funcionou." Ela soltou a pizza para desafiar o amigo, mas pegou de volta para continuar comendo. Até catou o ketchup para colocar um pouco em cima da fatia meio comida do seu prato.
Achando que já havia arriscado demais seu limite de risadas antes de que Mareu se estressasse, ele colou os lábios e a ouviu, tentando engolir o humor. "Ei, tá bom. É o funeral da sua boceta, não da minha." Brincou e voltou a comer sem pressa. "Mas não vai ser agora. Guenta aí. O efeito não é o mesmo se souber quando está vindo."
Mareu mostrou o dedo do meio para ele. Funeral da sua boceta era o cacete. "Como quiser. Tô te dizendo, não vai funcionar." Ela respondeu com uma tranquilidade abalada. Mas secretamente abalada somente, porque acreditou no seu potencial de fugir do diabo. Temendo o que viria, mas repetindo para si mesma que daria conta de se desviar das tentações, Maria se levantou para servir os pratos com o outro sabor de pizza. "Sabe uma outra coisa engraçada? Tua segunda briga por minha causa. Eu comecei a rir da sua cara arrebentada e tu ficou putaço comigo por conta disso."
"Okay." Respondeu com calma, autoconfiante demais, e abriu o braço livre para descansa-lo na cadeira ao lado. "Qual que foi essa?" João franziu a testa, forçando a memória. "Ahhh, quando tu ficou zoando as mina da outra série na festa e os namorados delas se doeram. Se o Cadu não tivesse chegado junto eu tinha morrido, certeza. Dois contra um e depois tu ainda ficou rindo de mim, óbvio que fiquei puto."
Só de ouvir a história, Mareu voltou a rir como se tivesse acabado de acontecer. Ela se diverte com a situação, porque João se meteu numa briga que tinha absolutamente nada a ver com ele, e saiu dela com um olho roxo que durou dias. "Eu ri, sim, mas cuidei de tu bonitinha. Disso você não pode reclamar nunca, sempre fui uma boa enfermeira. Nesse dia tu até pegou no sono no meu colo." Ela congelou um sorriso no rosto, silenciosamente pensando sobre o que Jão tinha falado: que se eles não fossem tão amigos já teriam transado. "Nós somos muito amigos, tá vendo? Eu estava solteiraça naquele dia, tu podia ter me beijado ou até tentado algo a mais."
"Ri, ri, ri porque não foi tu." Fingiu doer-se, mas na verdade ainda ria. Socos curados não importavam mais. Mas era verdade… Mareu sempre cuidou dele depois, sempre. "Pois é, pô, poderia… mas foi o que eu te falei, era muito besta na época. Devagar demais. Quando comecei a ficar bom mesmo em chegar junto conheci a Marcela. Daí lascou-se."
"É, um bobão." Ela respondeu, resolvendo se calar. Estava falando demais para quem quer se manter inteira até o fim da noite. Mareu se sentou depois de se servir e servir Jão com mais pizza. Depois, questionou a ele sobre seu trabalho, como havia sido a reunião de negócios, prestando muita atenção ao ouvir a resposta, agora se sentindo menos exposta.
O resto do jantar foi patrocinado por um assunto menos escandaloso: o trabalho de João Lucas. Ele terminava seu quarto pedaço de pizza enquanto explicava: "Como ainda somos uma startup, basicamente precisamos desses clientes pra sobreviver. Eles tiram o contrato, tiram o dinheiro junto e, com isso, o nosso investimento, entende? Meio que quebra nossas pernas. Meus sócios não vão ficar nada felizes com a notícia."
Ela entendeu como pôde, terminando de ouvir o relato de Jão com a mão na bochecha, apoiada pelo cotovelo na mesa. "Eu sinto muito, Jãozinho, sério. Te escuto falar e dá vontade de fazer alguma coisa pra te ajudar." Sempre foi o jeito de Mareu com ele, e dele para com ela, um querendo resolver os problemas do outro.
"Nah, fica fria. A gente já passou por isso antes e se reergueu. É que esse cliente era bicho grande, sabe? Conquistar ele foi difícil pra caralho." Ele coçou os cabelos em frustração contida, já imaginando os prejuízos mas pensando que dariam conta. "Mas tudo bem. Fazer o que."
Mareu fez beicinho. Ainda assim queria poder ajudar o amigo. Ela pensou na piadinha de se oferecer para o cliente, mas achou que acabaria provocando Jão em outra "crise de preconceito" e deixou para lá, pura maturidade. "É bonitinho te ouvir falar assim, todo grandinho, sobre tua empresa. Apesar de tudo que eu falei, e ainda insisto que tu devia trabalhar daqui do Rio, fico feliz que tu tenha dado certo em São Paulo."
"É, pô. O boyzin cresceu." Ele também sorriu, todo orgulhoso de si mesmo. Vinha de uma família absurda de simples, conquistar tudo o que conquistou hoje foi mérito totalmente seu. "Mas vai saber né, Mareuzinha, vai vendo, nós…" João tropeçou ao se levantar. Foi até a janela que dava aos prédios. "Já pensou… um desses aí ser meu?"
Mareu fez menção de se levantar no reflexo, para amparar Jão quando ele tropeçou, dando uma risada junto da cena. Acabou se levantando também. "Se tu virar meu vizinho eu acabo com esse casamento seu em dois tempos, te levo pra balada comigo todo dia. Vamos malhar juntos, na mesma academia, e vou virar tua parceira de novo, como nos velhos tempos... Te ajudar a pegar as gostosa tudo." Ela começou a recolher as coisas da mesa, na intenção de ajeitar um pouco para poderem continuar bebendo. "Vamos de sorvete pra sobremesa?"
Ele riu com o que Mareu descrevia e, mesmo que não devesse gostar da parte em que se livrava de Marcela… Gostava, Deus, gostava. Mas tudo bem, era só uma fantasia, de qualquer forma? "Quem sabe. Quem sabe esse projetinho não sai do papel." Piscou, bem distraído dentro do sonho de trazer o trabalho para o Rio. Estava sentindo isso mais forte do que normalmente. "Huh? Sorvete, é manda o sorvetin."
"Não é só um projetinho. É a volta de Mareu e Jão, mais gostosos do que nunca, mais juntos do que nunca." Mareu pareceu falar o nome de um filme de aventura, ou de um projeto de publicitário, trazendo emoção à fala e guiando as palavras com a mão direita. Depois de colocar os pratos sujos na pia, se lembrando que tinha prometido a João a responsabilidade por eles, pegou o sorvete na geladeira. Copos lagoinha para servir a sobremesa, já que não tem recipiente adequado. E colheres. Enquanto fazia isso, contava sobre um cara da academia dela que estava tentando levá-la para sair, mas que aparentemente é casado. "Daí eu vi ele guardando a aliança rapidão dentro do bolso da bermuda."
João Lucas achou graça na definição daquele reencontro dos dois. É, ele estava mesmo muito grato por isso. Não havia se dado conta da falta que ela fazia em sua vida, a diferença gritante em seu humor, mesmo com as farpas que os dois já haviam trocado até então. Como dissera, tudo isso era muito característico de Jão e Mareu. Ficou observando ela de costas, servindo-os de sorvete enquanto narrava a história de mais um dos muitos homens babacas que cruzavam seu caminho. "Caralho, que amador. Tem que sair de casa já sem a aliança." Soltou a piadinha sem pensar, como se ele fosse profissional na traição. O pior de tudo é que havia feito isso mesmo, nas vezes em que saiu de casa de saco cheio de Marcela e acabou na cama com outra mulher. "Brincadeirinha, brincadeirinha. Mas, porra, hein Maria Eulália? Que atração é essa que tu solta no ar pros filhas da puta te acharem?"
Mareu olhou para trás, por cima do ombro, como se estivesse censurando João Lucas pela "dica". "Ele não teve aulas com um especialista como você." Trazendo os copos de sorvete para a mesa, assim como o pote caso quisessem repetir, ela se defendeu em tom professoral: "Isso acontece quando a gente é muito gostosa, João. Tem cara de todo tipo pra chegar, inclusive os cuzões que metem chifre na esposa." Ela o alfinetou ao se sentar na mesa, no mesmo lugar de antes. Tinha um sorrisinho no rosto. "A grande questão é que eu não gosto de dar moral pra quem é bonzinho demais."
Ele revirou os olhos, mas não fez comentários. Até porque sabia que estava certa. Ele era o tipo de cuzão que metia chifre na esposa. "Pois é, qual é disso aí com vocês, mulheres? Essa atração toda com homens que não prestam?" Tinha em mente Julia, uma das mulheres com quem traiu a esposa algumas semanas atrás. Ele havia confessado pra ela, muito bêbado, que era casado e, para a sua surpresa... foi quando a mulher lhe atacou com um beijo. "É por isso que você tá atraída por mim? Porque descobriu que eu não sou bonzinho?" Jão soltou a provocação, mais uma vez sem pensar. Estava gostando de deixar Maria toda sem graça e havia algo de muito interessante em assisti-la disfarçar a atração que sentia por ele. De novo, um jogo perigoso. Mas João se tornava meio perigoso quando bebia vinho.
Mareu deixou-se levar por uma resposta supostamente plausível. "Vai ver é meio biológico: a gente prefere caras que se arriscam mais, que são ousados, safa mesmo, e vão sustentar e proteger a nossa prole com mais agressividade e criatividade. Vai ver ser filho da puta é fator evolutivo." Ela concluiu estendendo a mão para apontar para ele. E sentiu as bochechas esquentarem com a teoria de Jão, de que está se sentindo atraída por ele por ter descoberto as traições, que não é bonzinho. Babaca. "Eu não tô atraída por você, tá bem? Eu disse que tô sensível a toques, é diferente." Negou semicerrando os olhos ameaçadoramente para ele.
Ele assentiu novamente, como se considerasse seriamente aquela teoria que a amiga descrevia. "Pode ser... oooou... vocês só gostam mais de quem mete direitinho, o que não deve rolar com os bonzinhos." Jão piscou pra ela e riu. Riu mais, em seguida, porque notou a pele morena ficar mais rosada com o comentário do Teixeira. Ela estava bem afetada, sim, ou então não teria ficado sem graça. Era uma conquista tão rara, deixá-la com vergonha, que João não pôde evitar de curtir o momento. "Ah, claro, claro." Colocou a colher na boca depois de pronunciar as palavras com muitíssima ironia. "Nem um pouco atraída, tenho certeza." Sem olhar pra ela, como se cada movimento fosse natural e não milimetricamente calculado, Jão colocou a língua pra fora para passar lentamente pela colher.
"Os bonzinhos soca fofo." Mareu ponderou, olhando para cima, depois concordou com a cabeça. "Tem isso também, é." Evitando pensar que João estava ali contando vantagem sobre meter direitinho, mas sua cabeça lhe dando algumas ideias. Forte como está, Jão deve sustentar direito uma foda. Os braços, pelo menos, dariam conta de segurar Mareu em diversas posições. Merda, merda. Não foi à toa que ela ficou vermelha, mesmo tendo a pele morena, com aquele papo de se sentir atraída pelo amigo. Estava mesmo atraída por ele, de que adiantaria negar para si mesma? O que se provou verdadeiro ao vê-lo lambendo a colher de forma propositalmente erótica. Ela sabia que era. Conhecia bem sua cria. E foi automático que sua mente converteu a cena para outra melhor: e se ele estivesse daquele jeito no meio de suas pernas? "Para com isso, filho da puta!" Xingou com uma risada nervosa, pegando um guardanapo próximo e embolando para jogar na direção de Jão. Depois voltou a tomar seu sorvete, desejando enfiar a cabeça dentro do pote para se esfriar daquele jogo perigoso que, resolveu, jogaria. "Mas me diz, então, ô senhor que fode direitinho: tu acha que é melhor com o pau ou com a língua?"
A cena sensual e meio ridícula na qual Jão atuava se quebrou em uma crise de riso que ele teve com ela o xingando e Mareu jogando uma bolinha de papel em sua direção. Durou bons segundos, fazendo com que João se engasgasse na própria risada e respirasse fundo para se conter. "Ai caralho, cê é muito fácil de zoar." Tossiu e riu de novo, dessa vez mais controladamente, enquanto mexia o sorvete no copo. Maria devolveu sua palhaçada com uma própria, lançando a pergunta repentina que o fez erguer os olhos e sobrancelhas pra ela. "Não sei dizer. Sempre ouvi só elogios para as duas coisas." Ele sorriu, convencido, e se encostou na cadeira, levando o sorvete junto.
Mareu observou aquela cena ridícula, da risada duradoura de Jão e foi criando uma nova forma de provocá-lo com isso. Fez sua pergunta, agora entrando no jogo, mas depois retomou seu raciocínio e misturou as duas coisas. "Quer saber o que eu acho? Tô pensando aqui. Eu acho que tu tá doido pra me comer e não tá sabendo pedir. Daí resolveu se aproveitar só porque eu falei que tô sensível e pegar no meu pé. Tá doido que eu te avalie, Jão? Se tu é melhor com a boca ou com o pau...?"
"Quero." Jão respondeu enquanto ela ainda falava, ainda com bom humor, ainda meio que em tom de quem tirava sarro. Mas Mareu alternou o jogo e acabou ficando por cima. Ele riu pelo nariz, agora forçado, e comprou uns segundos com mais uma colherada do sorvete. "Eu nunca te comeria, Mareu." Disse, por fim, lambendo a colher dessa vez sem malícia. "Não me leve a mal. Não é que não gostaria nem que nunca tive curiosidade. Mas nunca faria nenhum movimento de verdade. Tô falando sério, cê sabe né?" Preservava demais a amizade deles para atender às tentações.
Tu quis me comer na sua despedida de solteiro, ela quis muito dizer, mas não podia, afinal, a história oficial é de que não se lembra dessa parte do fim de semana anterior. Em vez disso, Mareu assentiu devagar, comendo uma colherada pequena de sorvete para não congelar o cérebro. "Sei." E disse em tom desconfiado. "Mas tu acha que eu daria pra tu. Me vê maluca assim, né?"
Ele bufou, raspando o restinho já derretido do sorvete no copo. "Claro que não, pô." Negou prontamente. Pelo menos achava que não. "Eu tô só te enchendo, Mareu, pelo amor de Deus. Me conhece não? Desde quando tu leva a sério as groselhas que falo?"
"Acho bom." Mareu estava mais séria, abalada com a fala firme de Jão, implicando que não colocaria em risco a amizade deles e se sentindo culpada, porque ela estava disposta a isso, considerando os últimos pensamentos. Fabi, a amiga, tinha sido convincente, trabalhando sua mente com argumentos como: "Se vocês não tentarem, vocês nunca vão saber." Ela estava terminando o sorvete no copo também, de repente consciente da música Medo Bobo, versão do Rubel, tocando no Echo Dot. A vida é meio cuzona mesmo, pensou a mulher por causa da ironia. "Porque eu não daria pra tu. Tipo, nem fodendo." Ela disse, contrastando os sentimentos. "E agora que tá tudo esclarecido, a gente pode parar de insistir nessa brincadeira."
"Então pronto." Disse em tom de quem dizia um fato, concordando com a última fala dela. Era mesmo perigoso insistir na brincadeira, especialmente porque João Lucas não tinha tanta certeza assim de sua determinação. Havia traído a esposa duas vezes, com mulheres que nem conhecia… o que o impediria de fazer uma terceira vez com alguém por quem tinha clara atração? A consideração que tu tem por ela, sua consciência ralhou com ele. Ele limpou a garganta, sentindo a necessidade de mudar de assunto. "Valeu pela pizza. Tava muito boa. Sério."
É melhor não mexer nesse vespeiro, Maria Eulália. Ela se convenceu no momento, porque não tinha muito o que fazer. Admitiria para a amiga Fabi que passou de boba, claramente arrepiando o sabe o que mais quando ele fez massagem nos seus pés. Os pés. Fabiana. Porra. Só pode ter sido ideia dela. João não adivinharia assim, do nada. Mareu piscou para Jão. Ele tinha falado alguma coisa. "Quê?" A música fodida ainda tocava.
Mareu parecia perdida em pensamentos e Jão lamentou todas as brincadeiras que fizeram. A amizade dos dois sempre funcionou muito bem sem que trouxessem aqueles assuntos pra dentro da relação, não devia ter colocado lenha na fogueira. "Nada." Ele riu pelo nariz e se levantou, juntando os copos de sobremesa e se afastando para a pia depois de deixar um beijo no topo da cabeça de Maria. "Vou lavar a louça. Escolhe um filme lá pra gente assistir, não importa qual, tô tão cansado que devo apagar em minutos. Amanhã a gente podia ir pra praia cedo né?" Ele emendou um assunto no outro, na tentativa de desfazer o climão. Sem se dar conta da música, ele começou a cantarolar enquanto abria a torneira.
Nada. E ela não insistiu. Em vez disso, concordou com a cabeça quando Jão disse que lavaria a louça. "Praia cedo, definitivamente. Vamos pegar um sol antes de esquentar demais. Meus tempos de ficar preta estão no passado, agora qualquer corzinha já me deixa puta porque não consigo usar minhas makes." Mareu se jogou no sofá, deixando o amigo tomar conta da cozinha agora. Ela se deitou e ligou a tevê na Netflix, procurando uma comédia boboca para assistirem juntos. No caminho, porém, havia pegado o celular. Deitada, com o filme na agulha e esperando por João Lucas, passou a checar suas mensagens. Das que se destacavam: tinha algumas de Otávio, dizendo que estava sentindo sua falta na festa; e tinha algumas de Betina, a garota que entregou Otávio nas mãos de Mareu, há algumas semanas. Elas diziam que há um cara novo na cidade, Rafael o nome dele, que ela, Betina, tinha mostrado as fotos de Mareu para ele e o cara ficou imediatamente interessado em conhecê-la. Maria Eulália ergueu os olhos para Jão lavando as vasilhas antes de responder Betina: pode passar meu telefone.
Alheio ao que a amiga fazia no celular, João lavou toda a louça ainda cantando cada uma das músicas que tocava no Echo Dot, tentando se distrair dos próprios pensamentos. Seria tão mais fácil se Maria Eulália fosse feia, o pensamento aleatório lhe ocorreu e o fez rir sozinho. Deixou a louça limpa secar sozinha no escorredor e foi se sentar no sofá, erguendo os pés de Mareu para que ela os esticasse sobre seu colo. Não os tocou dessa vez, porém, infinitamente mais consciente agora. "Vamos chamar os moleques, também." Ele voltou ao assunto da praia como se o mesmo não tivesse sido interrompido. "Cê tem razão, eles vão parir um filho se souberem que estive no Rio e não falei nada." A sugestão era, na verdade, uma estratégia. Pensou que deveria evitar ficar sozinho com Mareu em trajes de banho.
Vendo a resposta positiva de Betina, Mareu abaixou o celular antes de Jão chegar, enfiando o aparelho debaixo da almofada sob sua cabeça. Estava com os pés virados para a parte maior do sofá, de modo que, quando ele chegou e se sentou, colocando-os no colo, podia se esticar também. "Pra praia?" Ela tinha acabado de dar o play no filme. Piscou para o amigo. "É melhor mesmo, porque vão encher meu saco também." Seria bom ter Gabriel, Cadu e Pedro por perto. Seria muito mais cômodo para Maria Eulália do que dividir somente com Jão a sua manhã. Ela, então, provocou a barriga do amigo com um dedo, em clima divertido, sem conotações... sexuais. "Ei. Tô feliz que tu tá aqui."
Ele concordou com a cabeça, sim, estava falando da praia. "Fechou, vou mandar mensagem pra eles." João puxou o celular do bolso da calça de moletom, o corpo se contorcendo um pouco quando Mareu lhe cutucou na barriga com o pé. Olhou pra ela com um sorriso preso. "Também tô. De verdade." Ele devolveu, cheio de sinceridade. Feliz demais e com desejo de poder fazer aquilo com mais frequência. Jão digitou a mensagem no grupo que os amigos tinham no Whatsapp e bloqueou o aparelho para assistir ao filme, encarando a televisão sem processar nada do que via, realmente. A cabeça ainda estava meio a mil. No fim foi Mareu quem pegou no sono antes dele e Jão, ao invés de acordá-la, se levantou do sofá com muito cuidado para subir as escadas do flat e ir pegar o cobertor da cama da mulher. Cobriu-a, tirando uma mecha do cabelo escuro que lhe cobria a face e a guardando atrás da orelha. Também fodido de cansaço, ele simplesmente desligou a TV e se fez caber no espaço do sofá e caindo no sono em questão de segundos.
Mareu despertou perto de quatro horas da madrugada (conferiu no celular) toda torta e com dor no pescoço. Olhou para a ponta dos pés e encontrou um Jão dormindo, também meio torto, no espaço do sofá que sobrou para ele. Cuidadosa, a mulher desligou a televisão e, devagar, se inclinou sobre o amigo. "Ei, vem dormir na cama comigo." Chamou baixinho depois de sacudir de leve sua coxa. Não estava com cabeça para colocar maldade em nada. Não que devesse, afinal, não é comum, mas eles já tinham dormido (de dormir mesmo) juntos algumas vezes.
João acordou de um sonho agitado, tinha um bebê nos braços que chorava sem parar, independentemente do que fizesse. Foi com alívio que foi acordado por Mareu, ainda que extremamente sonado. Tão sonado que nem pensou muito, só assentiu e subiu as escadas feito um zumbi atrás de Mareu e se jogou na cama dela. Infinitamente mais confortável. João estava com frio, porém, ar ligado e o cobertor esquecido no andar debaixo. Ainda sem pensar nada, ele esperou a mulher se deitar na cama e decidiu usar o corpo dela de cobertor. Deslizou o seu pela cama até encontrar o menor, fechando o braço ao redor dela e suspirando com o calor que a pele feminina passou para a dele.
Os dois subiram para o quarto igualmente sonados, como dois zumbis só querendo saber de dormir, Mareu na frente e Jão atrás, e se jogaram na cama. Calorenta, a mulher gosta muito da sensação do ar condicionado frio contra sua pele, mas de madrugada costuma puxar o cobertor... que estava no andar de baixo. Ela até chegou a acordar de novo, pensando com desgosto que tinha duas opções: poderia buscar a peça lá embaixo ou pegar um lençol dentro do guarda-roupas. Mas este foi o exato momento em que Jão se aproximou e a puxou para perto, de modo que sua mente desistiu rapidamente da ideia, preferindo adormecer abraçada com o amigo, encontrando aconchego ali. Sua mão sobre o peito de Jão, sua cabeça se encaixando na curva do pescoço dele. Seus olhos se fecharam e Mareu voltou a dormir.
Jão dormiu feito pedra, o sono infinitamente mais tranquilo do que o que ele estava tendo lá embaixo, no sofá. Foi agradável, com o corpo quente menor junto ao seu e o perfume fodidamente confortável debaixo do nariz. Teria dormido até o fim da manhã, se deixasse, ligando o foda-se para os planos da praia... é, dormir era muito melhor. Mas ele foi despertado de sobressalto, com o celular tocando dentro do bolso da calça. "Caralho." Xingou, zangado, sentando-se na cama ao ler o nome da esposa na tela. João atendeu a ligação mas, antes mesmo que pudesse dizer qualquer coisa, uma Marcela extremamente fria o acusou do outro lado da linha: "Você tá com ela, né?" Ele dobrou um dos joelhos, apoiando o cotovelo ali enquanto esfregava o rosto com a mão livre. "Do que cê tá falando, Marcela? Tô no hotel, não falei que ia ficar no hotel?" A mentira rolou pra fora da língua facilmente, como quem não devia nada, porque não deveria ter como a esposa o pegar em flagrante... certo?
Mareu também dormiu confortavelmente, como há muito tempo não fazia. Sentiu-se protegida pelo toque de João Lucas, como se pudesse rolar qualquer coisa do lado de fora que teria quem a manteria segura entre as paredes. Isso é raro para Mareu, diga-se de passagem, tendo vindo de um lar com um pai bosta, que não representava segurança para nenhum dos filhos. Sonhava com algo agradável, inclusive, quando Jão despertou de repente, Mareu acordando com ele em vez de acordar com o toque do celular. Por isso, custou a entender o que acontecia, chegando a levar o travesseiro para cima da cabeça para tentar barrar o som da voz do amigo conversando com... Marcela! A vaca da Marcela. "Ah, puta que pariu." Maria Eulália resmungou baixinho.
Ele ainda estava acordando, esfregando um dos olhos na tentativa de voltar à vida, mas a fala seguinte da esposa definitivamente fez o trabalho por ele. "Engraçado, porque eu tô aqui, no hotel que você falou que ia ficar, queria te fazer uma surpresa, aproveitar a praia no fim do dia... e eles disseram que não tem reserva nenhuma no teu nome." Jão congelou e então levantou-se de repente da cama. "Ma..." A mulher o interrompeu. "E aí eu pensei, bom... vou ligar pro Zé, às vezes eles trocaram de hotel e meu digníssimo marido não me contou. Mas aí, olha que coisa, ele disse que não sabia, mas que pensou que você já teria voltado pra São Paulo, afinal o único compromisso da empresa era ontem..." Zé, seu sócio. O corpo todo de João Lucas estava gelado, mas agora não tinha nada a ver com o ar condicionado. "Eu sou mesmo bem burra, né, João Lucas? Devia saber o real motivo pra ter ido pro Rio. Sabia que cê ia se enrolar com essa garota." Jão estava verdadeiramente desesperado agora, andando de um lado pro outro no quarto. "Não, Marcela, me escuta, não tô com ninguém! Ma-Marcela! PORRA!" Ela desligou.
Mareu tirou o travesseiro da cabeça e se sentou na cama com as sobrancelhas franzidas, agora curiosa com o que estava rolando, porque Marcela falava ininterruptamente. Ao se sentar com as mãos no colo, não conseguiu entender tudo que ela dizia, mas ouviu pedaços da conversa pelo que escapou do som do celular. Quando Jão desligou (ao que parece, Marcela desligou), ele estava visivelmente desesperado, fazendo Mareu se levantar, um pé antes do outro no chão frio. "Ela tá no Rio? Foi isso que eu escutei?" Questionou, indo na direção dele. Mareu pegou suas mãos entre as suas e falou sério, fazendo ele focar nela. "Ei, olha pra mim. Não se desespera porque tu não fez nada de errado, Jão, qual é." O tom foi de bronca mesmo, ralhando com ele.
Ele jogou o celular na cama e correu os dedos pelos cabelos amassados da cama, nervoso. Por que não pensou nessa possibilidade? Marcela lhe surpreendendo? Por que não traçou seus planos de maneira mais segura?! Mareu foi até ele e Jão a olhou como se fosse um meteoro caindo na terra. Surpreso. "Não fiz nada de errado? Mareu, olha a história que contei pra ela! Não tem um pingo de verdade, acha que ela vai interpretar como?"
"História que você inventou porque ela não te deixa encontrar com tua amiga. Se deixasse, não haveria motivo pra tu mentir." É, Mareu não é a melhor pessoa para aconselhar João Lucas no momento. Ela largou suas mãos e se sentou na beirada da cama. Não adianta, Marcela não desce pela garganta de Mareu. "Isso é livramento, Jão. Você merece coisa melhor."
Ele esfregou o rosto e voltou para buscar o celular que havia jogado, discando o número da esposa. "Mareu…" Disse em tom de aviso. "É minha esposa, cara! Minha mulher! Não é tão simples assim." Jão levou a mão livre para os cabelos de novo, puxando os fios em nervosismo. Marcela não iria atender. "Merda, preciso ir atrás dela."
João é mesmo um grande idiota, Mareu pensou naquele momento. Balançou a cabeça em reprovação. Não conseguiria lidar bem, não está no sangue dela. "É, tu tá certo. Essa pessoa que chegou na sua vida depois de nós é mesmo muito importante." Maria Eulália o observou tentando falar com a esposa pelo telefone e se levantou da cama. "Vai logo, João Lucas. Cata tuas coisas e vai." Apontou para a porta com a mão em reverência, como quem diz "faça as honras".
João tateou os bolsos, tentando se lembrar onde havia deixado sua carteira. A pressa dissipou um pouco com o comentário de Mareu. Ele a encarou com descrença. "E o que é que você espera que eu faça? Dê graças a Deus que minha mulher está puta comigo e aproveite uma nova vida de solteiro contigo?"
Maria Eulália é maluca demais para dar uma resposta do tipo: "É! Algo assim. Você tem uma vida pra viver, Jão, nós temos. Você fez todas essas mudanças na sua vida, casou, decidiu ter filhos e o caralho a quatro, mas eu sei que você ainda é o mesmo de antes. Larga tudo isso, volta pra cá. Vem viver de novo!"
Ele a ouviu falar enquanto balançava a cabeça, meio exasperado. Mareu só podia estar tirando com a cara dele. "A gente não tem mais dezoito anos, Maria Eulália. As pessoas se casam, arranjam emprego, crescem, sabe? Não sei se você sabe o que é isso." João soltou sem pensar, nervoso do jeito que estava.
Mareu se ressentiu da fala de João Lucas e se encolheu ao cruzar os braços na frente dos seios. "E eu não trabalho? Não estudo? A diferença é que não fui burra como você pra me amarrar cedo a uma pessoa neurótica como sua esposinha." E passou na frente dele, nervosa, para confirmar com os meninos no celular lá embaixo que iria sim para a praia, mesmo sem Jão. Ela até chegou a gravar um áudio para João ouvir o que dizia enquanto ele juntava suas coisas: "Meninos, Jão melou a praia. Ele tá correndo atrás da Marcela, pra variar. Mas eu tô dentro ainda. Quem vai comigo?"
"Não distorce a minha fala." Disse, embora depois pensaria que havia soado exatamente da maneira que Mareu interpretou. Ela o deixou no andar de cima e desceu para mandar uma mensagem para o grupo de amigos lá embaixo, Jão ouvindo perfeitamente de onde estava e sentindo-se inflamar pelas palavras da amiga. Ela não entendia mesmo, caralho. "Cresce, Maria Eulália." Gritou enquanto descia as escadas depois de procurar pela carteira lá em cima e não encontrar. "Onde tá a porra da minha carteira?"
"Não tô distorcendo. Foi exatamente o que você falou." Maria Eulália desceu marchando pelas escadas de madeira para mandar um áudio do seu celular para os meninos. Enquanto fazia isso e Jão gritava para ela crescer, viu a carteira do amigo no canto da poltrona na sala. Pegou o objeto e mostrou para ele. "É isso que tu tá procurando?" Questionou. Contudo, quando João Lucas veio pegar a carteira, Mareu escondeu atrás de suas costas. Se ele estava insinuando que ela é criança, então ela seria infantil de verdade.
Jão estava procurando no sofá, se perguntando se havia caído do bolso ali enquanto dormia. Mas na verdade havia retirado dos bolsos da calça social quando chegou no apartamento de Mareu, largando... a poltrona. Virou-se para a mulher, encontrando o objeto na mão dela. Ele se aproximou, esticando o braço para pegar e Maria levou a carteira para atrás do corpo. João respirou fundo, estava muito puto. Nervoso demais com a possibilidade de ter fodido ainda mais um casamento em ruínas, e Mareu estava brincando com ele. "Me dá minha carteira, Mareu." Pediu em um tom controlado, avisando entrelinhas que não estava pra joguinhos.
No auge de sua doença, Mareu curvou o cantinho da boca em um sorrisinho. Estava a fim de dar a João uma amostra de que sim, ela deveria mesmo crescer, é só uma criança no corpo de uma mulher. Além disso, estava puta com ele por correr atrás de Marcela. Por desconsiderar as amizades e ter mergulhado de cabeça dentro daquele relacionamento que ela considera tóxico. Ou, talvez, seu comportamento foi o resultado da noite frustrada entre amigos que secretamente se desejavam. Quis vê-lo puto, bravinho, indo atrás dela. "Vem pegar." A mulher deu alguns passos para trás e, cuidadosa para não perder de vista seu adversário, ficou de pé no sofá, colocando o braço para fora da janela com a carteira de Jão, ameaçando jogar o objeto lá embaixo.
Mareu parecia mesmo uma criança no momento, embora no fundo João tivesse plena consciência de que ela só fazia aquilo para irritá-lo. Dar o troco por estar "abandonando-a" para ir atrás da mulher. Ele não devia ceder, entrar no jogo dela, mas estava ficando cada vez mais nervoso. Foi atrás quando ela correu, parando quando Mareu enfiou a mão pra fora da janela, a carteira ainda na mão. "Você tá louca?!" Jão correu os dedos pelos cabelos, cada vez mais bagunçados. "Eu tô fodido mesmo, né? Devo ter sambado na cova de cristo na vida passada pra merecer isso. Você, Marcela... duas malucas! Você fala dela e é tão surtada quanto. Me dá a porra da carteira!"
"Eu sou louca, você tá esquecendo disso." Ela respondeu como se estranhasse que Jão não espera isso dela. Inclusive, que jogue a carteira mesmo. Porque ele sabe bem que Mareu é sim, maluca como Marcela. Ou pior. E foi o que Jão ressaltou, justamente, parecendo desesperado. O que divertiu Mareu. Ela deu uma risada breve. "Já falei. Vem buscar."
É, isso ela era. Ele nem sabia o motivo de estar surpreso, realmente. Conhecia Maria Eulália o suficiente pra saber que ela era capaz de tudo e mais um pouco pra conseguir o que queria. Os ombros de João caíram, como se fosse desistir. "Tá, foda-se. Joga essa merda na rua. Ou fica com ela. Gasta a porra do meu dinheiro todo, se quiser, foda-se, tô nem aí." Ele se virou para ir embora mas, rapidamente, virou-se de volta e correu na direção da morena, intencionado a agarrar a cintura dela com um braço e a carteira com o outro. A cena era comicamente desastrosa.
Mareu tinha um sorriso largo no rosto, segurando a carteira para fora da janela, se divertindo horrores com o sofrimento alheio. Sabendo que Jão não bate bem das bolas também, quase se convenceu de que ele tinha mesmo abandonado a carteira, e se descuidou um mínimo, de forma que, quando João partiu pro ataque, Mareu estava tirando o braço da janela. Tudo acontecendo muito rápido. De repente, se viu agarrada por ele, tendo que lutar pela posse da carteira, caindo no sofá por pensar que era a melhor estratégia e apertando o objeto contra a própria barriga. Ela tinha dado um grito de susto que preocuparia os vizinhos, certamente, e depois começou a rir. "Desiste, mané. É minha agora!"
Mais tarde, Jão compararia a cena com aqueles desenhos animados onde dois personagens se enroscam tanto que a confusão vira uma nuvem de fumaça. Foi tipo isso, porque ele nem se sabia como foram parar no sofá, ele por cima dela que, por sua vez, estava por cima de sua carteira. João piscou e levou uma cotovelada na boca. "FILHA DA" Parou de lutar, descansando contra o sofá com a respiração pesada e a mão na boca. Inesperadamente, riu. Meio de frustração, meio de vergonha de si mesmo pela situação ridícula. "Ai, caralho, eu não sei porque te aguento, juro. Olha só, você me arrancou sangue!"
Ela tentava proteger a carteira quando deu a cotovelada em Jão. E tinha sido forte porque fez até barulho. Com os cabelos bagunçados como quem saiu de uma briga de tapas com outra mulher, Mareu escorregou pro chão com a carteira junto do peito, com medo de ser assaltada por João se desse bobeira. Ela olhou para ele e riu mais um pouco, como uma criança no seu brinquedo favorito do parquinho. "Deixa de ser frouxo!" Mareu respondeu, mas o olhar escrutinando João para saber se tinha sido mais sério.
Mareu foi parar no chão e ele ficou ali no sofá, ainda recuperando a respiração, o lábio superior ardendo da cotovelada. João encarava o teto até ouvi-la rir mais uma vez, ele abaixando os olhos para a imagem bagunçada de Maria no chão. "Eu sou frouxo, é. Qual o seu plano, exatamente? Vai me prender aqui pra sempre mantendo minha carteira como refém?"
Com aquela pergunta, Mareu finalmente se questionou sobre o que planejava, realmente. Droga. João estava certo. Ela bufou, olhando para frente. "Eu não tenho um plano. Chatão." Levantando-se, Maria Eulália abandonou a preciosa carteira de João em cima da mesa menor que fica perto do sofá. Se ele quisesse, poderia acessá-la. A mulher, então, caminhou para a geladeira buscar gelo a fim de cuidar do lábio ferido do amigo. "Sabe, ontem quando você me buscou eu estava meio triste." Contou casualmente, como se não fosse grande coisa ter chorado escondida no hotel. "Agora tô com a boca doendo de tanto rir, então obrigada pelas risadas. Chega pro lado." Ela pediu ao se sentar no sofá perto dele. Um pano de prato limpo envolvia dois cubos de gelo em uma mão. "Deixa eu ver sua boca."
João puxou mais uma vez o celular enquanto Maria se levantava até a cozinha, ele tentando ligar mais uma vez pra Marcela. A ligação caiu na caixa postal novamente e, segundos depois, uma mensagem apitou na tela:
Para de me ligar. Não quero falar com vc. Não quero te ver na minha frente. Tô falando sério. Fica aí com tua amiguinha que hoje eu que vou sumir, tô desligando o celular, aproveita aí o gosto do próprio remédio.
Porra, caralho, puta que pariu. Jão xingou mentalmente deus e o mundo, sentindo ódio de si mesmo e sem saber o que fazer. Conhecia Marcela o suficiente pra saber que ela cumpriria a promessa, ele não teria como encontrá-la. Jogou o aparelho em cima da mesinha, junto à batalhada carteira que agora estava esquecida. Mareu voltou ao sofá e ele lhe deu espaço para se sentar ao seu lado, o rapaz olhando pra ela com as sobrancelhas franzidas em uma expressão infeliz. Deixaria ela cuidar de sua boca, não estava mais com pressa, não tinha pra onde ir. "Por que estava triste?" Ele perguntou de repente, fitando-a com a proximidade.
Mareu se sentou mais para a ponta do sofá, perto o suficiente de Jão para cuidar dele. Ela viu um pequeno corte em seu lábio inferior, nada muito sério, mas mesmo assim teve muito cuidado ao aplicar o gelo, levando uma mão até o queixo masculino para manter a cabeça quietinha. Suspirou quando ele perguntou o motivo de ela estar triste, fitando de um olho do rapaz para o outro. "Ah, Jão. Se eu te contar, você vai brigar comigo, e eu acho que já brigamos muito hoje... Basta você saber que tá tudo bem agora."
Mareu tocou seu queixo e bizarramente o corpo masculino relaxou por completo, os ombros caindo conforme a adrenalina deixava seu corpo. Um fenômeno que Jão não conseguiria explicar depois. Mas ainda tinha as expressões sérias conforme sustentava o olhar da morena, ouvindo-a e já sabendo do que ela falava mesmo com Mareu se recusando a contar. "Por causa do velho, né?" Por que mais ela não iria querer contar?
Era sim, por causa do velho. Pela forma como ele a fez se sentir dizendo que chamaria outra garota para seu lugar. Mareu assentiu. "Mas não briga comigo, por favor." Ela disse essas palavras em tom mais doce, mais feminina, para tentar convencer João que não deve brigar com alguém tão meiga assim. "E tu, desistiu de ir atrás da bruaca?" Ela questionou enquanto cuidava bem devagar da área machucada com o gelo.
João balançou a cabeça minimamente para não atrapalhar o trabalho dela com o gelo, só pra demonstrar que não brigaria. "Cansei de brigar… por enquanto, me dá uns 15 minutos que tô pronto pra outra." Brincou com um sorrisinho ameaçando surgir nos lábios. Os lábios, que nem doíam tanto assim. Mas estava gostando de ser cuidado daquela forma por Mareu. "Ela não tá indo pra casa." Marcela. "Disse que não quer me ver."
Ela sorriu um pouquinho com a piada, sem mostrar os dentes. Com a proximidade, Mareu ficou observando o rosto de João com certa admiração dos traços masculinos. Ele é um cara atraente, de fato. Mais ainda com o lábio inchado, certo charme. "Deixa ela fazer a cena dela. Depois vai ceder pra tu... não é tu que fica dizendo que ela é sua esposa e que não é tão simples acabar um casamento... e o caralho?" Mareu fitou um pouco mais de João e, num ímpeto, decidiu falar: "Eu não queria te deixar embora ainda, porque não sei qual será a próxima vez que você vai ser homem de vir de novo." Riu baixo, mas já ficou séria rapidamente. "Tô escondendo uma coisa de você..."
Ele não sabia o que pensar. Não achava que Marcela iria desistir dele tão facilmente, mas aquele era o primeiro vacilo real que a esposa pegava. Jão rolou os olhos para a parte de ser homem de vir de novo, ameaçando um sorrisinho, mas seguiu o exemplo dela ao ficar sério com a fala de Mareu. Escondendo? O que ela poderia estar escondendo dele? "O que foi?"
Mareu apertou os lábios grossos um no outro e abaixou a mão que segurava tanto o queixo de Jão quanto os blocos de gelo. "Eu menti quando dei a entender que não me lembro das coisas que aconteceram no fim de semana passado. Do que o Gabriel disse, de tudo que a gente conversou, das confissões que fizemos um pro outro, de você não se sentindo seguro pra dormir comigo... Tudo." E aqui ela pausou, cautelosa, esperando a reação do amigo.
A tensão voltou para os ombros de João Lucas, agora por um motivo bem diferente. Ele havia relaxado tanto com aquele assunto! De fato tranquilo com a ideia de que Mareu havia se esquecido… principalmente da última parte, a parte em que ele se recusou a dormir com ela por medo de fazer algo. "Mareu…" Jão soltou o ar devagar, abaixando os olhos para os colos sentados no sofá. Ele suspirou, o dedo indicador esquerdo se esticando a tocando a ponta do pulso feminino. "Por que?" Perguntou, baixinho.
Mareu quis falar logo, uma de suas respostas na agulha, mas se conteve e fechou a boca. Olhou para o dedo indicador com o qual ele a tocou e prendeu um pouco o ar, pensando mais um pouco em como se expressar. "Porque pode atrapalhar nossa amizade. Mas acabei não sustentando as coisas direito... A Fabi, ela entrou na minha mente essa semana. Disse algumas coisas que me fizeram imaginar..." Maria parou de falar aqui.
Aqui João virou mais o corpo na direção dela, mostrando-se interessado no assunto. Muito mais interessado do que deveria estar, na verdade. Uma coisa era foder seu casamento com mulheres aleatórias e desconhecidas, uma muito diferente era desejar fazer isso com sua melhor amiga. O toque discreto no pulso feminino tornou-se um real conforme Jão fechava os dedos ali, como se Mareu corresse o risco de se levantar e abandonar a conversa. "O que? Te fizeram imaginar o que?" Não estava conseguindo fazer muita coisa além de questioná-la, olhando-a de perto, a cabeça um pouco tombada.
Realmente existia o risco de Mareu se levantar e desistir da conversa. A mulher percebeu que estava se enfiando em um buraco do qual dificilmente sairia, se pudesse ir embora como criança, sair correndo, interromperia o processo de foder com a amizade deles. "Me fizeram imaginar como seria." Respondeu meio relutante. "Mas a culpa é principalmente sua por colocar essas coisas na minha cabeça." Ela se defendeu, mexendo um pouco o pulso sob a mão de João. "Sua e da cadela da Fabiana, ela me paga amanhã pela história da massagem." Mareu levou a mão livre até o rosto e esfregou os olhos. Xingaria Fabiana no trabalho domingo até cansar.
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