#oportunidades de carreira
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empregosdiarioinfoofc · 1 year ago
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6 notes · View notes
vixrh · 5 days ago
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Desvendando as melhores vagas ADLIM para trabalhar em escolas: a oportunidade que você buscava!
O que são as vagas ADLIM para trabalhar em escolas?Vantagens de trabalhar em escolas com vagas ADLIMEstatísticas sobre oportunidades de trabalho em escolas com ADLIMEstratégias para encontrar e se candidatar a vagas ADLIMPreparando-se para uma entrevista de emprego em escolas com ADLIMDicas para se destacar na seleção de vagas ADLIMAs melhores escolas que oferecem vagas ADLIMCursos relevantes…
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nosbastidoresdopier · 1 year ago
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Mercado de trabalho exige profissionais cada vez mais preparados e os cursos de pós-graduação podem ajudar nesta jornada
Profissionais que têm a intenção de se destacar no competitivo mercado de trabalho, é muito importante buscar aprimoramento constante. Após concluir o Ensino Superior, o próximo passo, em sua maioria, é a escolha de um curso de pós-graduação que eleve a carreira profissional, com o objetivo de destacar-se no mercado de trabalho. Várias instituições catarinenses oferecem cursos anualmente, sejam…
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learncafe · 1 year ago
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Curso online com certificado! Sereias no Trabalho: Desvendando as Oportunidades
Descubra o fascinante mundo das sereias profissionais com o curso \”Sereias no Trabalho: Desvendando as Oportunidades\”. Com aulas que abordam desde o mito das sereias na cultura popular até técnicas de maquiagem e figurino, você aprenderá todas as habilidades necessárias para se tornar uma sereia profissional de sucesso. Além disso, o curso também explora o […]
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estudiodurer · 1 year ago
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Como iniciar uma Carreira de Designer Gráfico do Zero Inicie Sua Carreira de Designer Gráfico: Dicas e Oportunidades
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guerradasfinancas · 1 year ago
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6 Estratégias Comprovadas para Alcançar a Riqueza
Quando se trata de enriquecimento, muitas pessoas almejam conquistar a independência financeira de forma rápida. No entanto, a verdade é que construir riqueza sólida exige esforço contínuo, disciplina financeira e, acima de tudo, um plano bem elaborado. Não há fórmulas mágicas para enriquecer instantaneamente, mas existem estratégias sólidas que podem ajudá-lo a atingir seus objetivos…
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vicente-medeiros · 2 years ago
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Construindo e expandindo sua rede de contatos profissionais
Introdução: Construir e expandir sua rede de contatos profissionais é uma estratégia essencial para impulsionar sua carreira e abrir portas para novas oportunidades. Nesta postagem, compartilharemos dicas valiosas para ajudá-lo a construir relacionamentos profissionais sólidos e efetivos, permitindo que você amplie sua rede de contatos e avance em sua trajetória profissional. Defina seus…
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egobrazil · 2 years ago
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Mc MT do Sampaio: A Determinação de um Artista em Ascensão; confira!
Conheça a História de Luta e Superação do Cantor que Está Conquistando Fãs pelo Brasil Determinação e muita vontade de vencer são características comuns em muitos cantores, incluindo o Mc MT do Sampaio. Assim como ele, esses artistas nunca deixam de lutar e perseguir seus objetivos. Gradualmente, confiando cada vez mais em si mesmo, o cantor lança hits e conquista fãs que não só apreciam suas…
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creads · 9 months ago
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⭐️ forgive me father. fem!reader x enzo vogrincic
🪐 minha masterlist
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» cw: smut! por favor só interaja se for +18! ; enzo!padre; infidelidade; angst + catholic gilt; fingering; masturb masculina + fem; sexo desprotegido; p in v; creampie; sexo num altar e na igreja (ops); nuances de strenght kink; enzo e leitora virgens então perda de virgindade.
» wn: omg debut solo do enzo nesse blog aqui!! e enzo!padre😯 pois é manas, call me camila creads fleabag da silva! pensei nessa ideia e depois de uma conversa com a minha querida amiga @lunitt decidi canetar!! gostaria de dizer que se alguém se sentir ofendida com esse tema religioso + culpa católica + pecados + sexo na igreja e com um fucking padre etc por favor não leia se não se sentir confortável com isso! apesar de isso se tratar de uma ficção, o tema abordado é um padre quebrando o celibato e se apaixonando, entawnnn essa é toda a trama desse one shot… mas enfim, não vou mentir, eu si diverti demais escrevendo essa 😛 espero que vocês gostem! 💞💐✨
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enzo!padre que tomou a decisão se ser devoto a religião ainda muito jovem. vindo de uma família religiosa, sempre soube a importância da fé e como seguir uma vida sagrada era um ato extremamente nobre. por mais que existissem as dificuldades, era feliz com sua decisão de ter se tornado padre, levava uma vida amena: todos os dias realizava missas e depois delas tinha a oportunidade de falar com os habitantes simpáticos da cidade pequena, foi assim que se tornou o padre favorito de várias senhorinhas, as quais em segredo sempre comentavam entre si o quão raro era ver um homem tão bonito quanto ele ser devoto apenas a sua fé.
enzo!padre que já estava acostumado com o carinho vindo das senhorinhas, tanto que reconhecia até a voz trêmula de cada idosinha na hora da confissão, conseguia identificar quem era quem apesar da madeira que separava as cabines e o impossibilitava de ver o rosto das fiéis. por isso estranhou tanto quando ouviu sua voz jovem do outro lado dizendo “Abençoa-me, Pai, porque pequei”.
enzo!padre que se esforçou para prosseguir com a confissão da mesma forma que sempre fazia, disfarçando o quando sua voz o afetou. procurou focar no que você dizia, prestando atenção em cada detalhe da história que você contava: que tinha se mudado recentemente para a cidadezinha da sua avó porque o filho de um homem importante tinha se interessado em ti, fazendo com que - de acordo com a sua família - a opção de negar o casamento nem existisse, e que talvez estivesse se precipitando pois tinha conhecido o garoto há apenas um mês, mas mesmo assim não enxergava se apaixonar por ele como algo possível.
enzo!padre que nunca tinha sentido esse frio na barriga por causa de alguém, e de forma alguma sabia como lidar com esse sentimento, não sabia o que fazer para desacelerar os batimentos quando você suspirava ou falava algo ainda mais meiga, com a voz trêmula e cheia de culpa. pior ainda quando decidiu se render aos olhos que queriam passear pela parede levemente transparente que separava vocês dois, observando com dificuldade o contorno do seu vestido branco e não conseguindo identificar se suas unhas estavam pintadas de rosa ou vermelho, mas conseguia ver perfeitamente seus dedinhos agitados que se moviam cada vez que falava, ou as palmas suadas deslizando pelo vestido curto.
enzo!padre que antes de dormir rezou uma, duas, três vezes, pedindo perdão por pela primeira vez na vida sentir tanta necessidade carnal, totalmente indevida para a sua carreira. se remexia na cama, a cabeça doía e o membro rígido entre suas pernas o incomodava mais ainda. se levantou para beber uma água, lavar o rosto, até decidiu fazer um chá enquanto perambulava pela cozinha, e enquanto a água fervia rezava com o terço em mãos, pedindo perdão e ajuda.
enzo!padre que, no dia seguinte, quase engasgou com a própria saliva quando novamente ouviu sua voz do outro lado da parede do confessionário. ainda com a cabeça ruim devido à noite mal dormida, passou as mãos nos olhos, mentalmente dizendo a Deus que já tinha entendido o recado, suplicando para Ele não puní-lo dessa forma.
enzo!padre que tinha que espantar os pensamentos intrusivos quando você repetia que não queria se casar com o ‘garoto de ouro’, pensando como você seria feliz em ser dele. desviava o olhar quando era atraído pelas suas mãos inquietas, e se repreendia quando pensava o quão macia seria a sensação delas passeando pela pele morena e intocada. pior ainda quando os olhos paravam na barra do seu vestido - dessa vez um tom de azul pastel - e o quanto um simples pedaço de tecido o causava tanta vontade de se enfiar por baixo dele, beijando o joelho exposto até a calcinha, imagem que ele inevitavelmente tinha criado na mente.
enzo!padre que te impediu de falar informações que entregariam a ele sua identidade, dizendo que as confissões sempre deveriam permanecer anônimas. apesar de ser verdade, o real motivo era que enzo já se sentia enlouquecido apenas com a imagem das suas mãos e o som da sua voz, tinha medo do que poderia acontecer com sua saúde mental se descobrisse seu nome, seu rosto, seu corpo.
enzo!padre que, nessa noite, ficou horas encarando o teto, recitando todas as orações que conhecia no quarto escuro para espantar os pensamentos sujos que vinham na cabeça. não acostumado com a sensação incômoda de ter uma ereção, lentamente desceu uma das mãos grandes pelo torso até chegar no membro duro coberto pela calça de pijama. sua intenção era de apenas aplicar uma pressão na região quente para aliviar a dor, mas o resultado foi completamente o oposto: os lábios inevitavelmente se partiram e puxaram um ar falhado. ainda por cima da calça, a mão deslizou pelo comprimento aplicando pressão e a mente foi diretamente a você: sua voz dizendo o nome dele ecoava dentro da cabeça, fazendo com que ele franzisse o cenho e apertasse ainda mais o membro que acabou de pulsar com a lembrança.
enzo!padre que não teve nem coragem de enfiar a mão por baixo do tecido, se ele não tocasse de fato no pau que com apenas com alguns minutos de estímulos liberou o líquido espesso e branquinho, talvez tudo isso seria menos pior, uma tentativa de burlar o pecado. depois de ter se esvaziado e ter feito uma bagunça na sua calça de pijama favorita, permaneceu de olhos fechados enquanto o peito subia e descia rapidamente.
enzo!padre que no dia seguinte anunciou na missa que o confessionário estaria suspenso por uma semana, com uma justificativa esparramada de que estaria atarefado com um projeto católico pessoal. sentiu até o peito pesar quando observou que as velhinhas se entreolharam e diziam “awn”, mencionando como ele era dedicado e um homem íntegro, quando o motivo verdadeiro era incrivelmente sujo, algo que elas nunca nem cogitariam que o padre enzo vogrincic pensaria.
enzo!padre que sentia como se estivesse no inferno durante essa semana, todas as noites acordando de madrugada depois de sonhar contigo: imaginando sua voz gemendo o nome dele, enquanto visualizava perfeitamente suas mãos ao redor do membro grosso.
enzo!padre que sentiu o coração parar de bater no dia que a velhinha, o filho do prefeito e a menina bonita sentaram no primeiro banco durante a missa, permitindo com que ele percebesse que a jovem tinha as mãos iguais a sua, também que o vestido era muito semelhante aos que você tinha usado durante as confissões, a forma que ela também mexia com os dedos - agora no anelar que tinha um anel de noivado - e parecia aflita, mordiscando os lábios ao vê-lo passear pelo altar. não, não podia ser… enzo pedia à Deus que não fosse você, rezava para que você fosse a mulher mais feia daquela igreja, não justamente o contrário.
enzo!padre que no final dessa missa, seguiu a moça bonita com o olhar enquanto criava justificativas e teorias para que você não fosse você. mas para a sua infelicidade, enquanto cumprimentava os fiéis na porta da igreja, sentiu os joelhos falharem quando ouviu a mesma voz doce que o assombrava desde a primeira vez que a escutou quando você disse “Paz de cristo, padre”. sua expressão era de quem tinha acabado de ver um fantasma, mas ainda bem que o seu noivo - alguns diriam extrovertido, outros metido - tomou a liberdade de o convidar para a festa que aconteceria na praça hoje à noite e falar que ele abençoasse e oficializasse seu casamento, fazendo enzo sentir um nó se formar na barriga, um sentimento novo para ele, que não conseguiu identificar que era inveja.
enzo!padre que demorou mais tempo do que deveria no banho, não fazendo as coisas sujas que o corpo desesperadamente necessitava ao pensar em você, e sim refletindo se realmente valia a pena abandonar todos seus princípios por alguém. mas porra, cada vez que pensava no fato de que você ficaria presa com esse homem para o resto da vida, quando ele poderia te oferecer tanto mais, poderia te fazer se apaixonar de fato por ele, poderia aprender como te satisfazer da maneira que você quer, da maneira que você merece. pensava se sua fé ainda estava intacta depois de você se tornar a maior devoção de enzo. não conseguia parar de pensar na forma como você o olhou, como o nome dele escapava dos seus lábios tão facilmente. a voz ecoava na mente já nublada de desejo, principalmente agora, que suas mãos inevitavelmente desceram até a ereção que palpitava toda vez que a imagem do seu rosto se contorcendo de prazer invadia a mente dele, decidindo se entregar ao pecado dessa vez, só dessa vez.
enzo!padre que decidiu não comparecer à festa da cidade que aconteceria essa noite, afinal, seria uma má ideia ir para o lugar que você estaria. por isso, depois do banho, foi em direção a igreja vazia e escura para acender uma vela enquanto tomava um chá, mas estranhou muito quando ouviu um barulho de uma mulher chorando. “olá?”, ele perguntou e ouviu a própria voz ecoar, pensou até que fosse mais uma peça que a sua mente estava pregando nele quando não obteve uma resposta e o choro baixinho não foi interrompido, mas depois de forçar um pouco a vista, percebeu que era você. sentada em um dos bancos centrais da igreja, acompanhava calada o homem que caminhava até ti, fungando e secando as lágrimas com um lencinho de pano.
enzo!padre que se sentou ao seu lado, por mais que você fosse a única coisa que o desviasse do caminho sagrado, não conseguia te ver nesse estado e não fazer nada. “desculpa, padre… eu achei que você não estaria acordado essas horas e… imaginei que vir aqui e rezar um pouco me faria bem…”, você disse entre soluços, o que fez enzo responder, “tá tudo bem… tem alguma coisa que eu possa fazer para te ajudar?”. você balançou um ‘não’ com a cabeça em resposta, ainda fungando o nariz e com os olhos molhados de lágrimas enquanto encarava o próprio colo. enzo se aproveitou da ausência da parede entre vocês para te observar atentamente: seu cenho franzido, como o peito subia e descia mais rápido que o normal, como você puxava as pelinhas no canto da unha, e mais rápido do que ele pudesse reagir, como tomou as mãos dele nas suas e pediu “ora comigo, padre? por favor…”
enzo!padre que rezou um ave maria contigo, e - por mais que estivesse atento demais na forma que o seu toque praticamente queimava a pele dele - quando você começou a chorar novamente antes mesmo da prece terminar, envolveu o braço ao redor do seu torso e sentiu o coração bater mais rápido quando você encostou seu rosto na curva do ombro dele. “shh… tá tudo bem…”, ele te confortava enquanto a mão grande fazia um carinho gentil no seu braço. “padre… eu preciso confessar…”, você sussurrou, tão baixinho que ele quase não escutou.
enzo!padre que quase desmaiou quando ouviu você dizer “ontem à noite… o meu noivo ficou até tarde em uma reunião, e eu me senti tão sozinha na cama, eu… pensei em alguém… e… me toquei… e eu sei, eu sei que é pecado… mas… foi tão…”. ele permaneceu completamente estático, não sabia o que dizer, principalmente quando você revelou que estava na mesma situação que ele: “eu sei que eu não deveria ter feito isso… e eu sei que a minha vida sexual só deve ser iniciada depois do casamento, mas… foi mais forte que eu… e agora, apesar de me sentir culpada, eu não consigo parar de pensar como foi… bom…”, você dizia em uma voz baixinha, com vergonha do que estava revelando.
enzo!padre que, por mais que soubesse que isso já passaria dos limites que a religião impõe, não segurou o pedido que saiu dos próprios lábios após alguns segundos de silêncio: “me mostra”. e quando você o olhou hesitante, ele segurou sua mão, te permitindo sentir a palma fria e suada, identificando que ele estava tão nervoso quanto você. as mãos entrelaçadas que estavam na altura dos peitos que subiam e desciam rapidamente desceram até o seu joelho exposto, e lentamente subiram até a pele da sua coxa que não estava coberta pelo vestido.
enzo!padre que encostou a testa na tua, e sussurrou “por favor…” depois de perceber que você estava ofegante que nem ele. você desentrelaçou os seus dedos nos dele, e ambos pensaram como esse era o momento perfeito de se levantar e ir embora, seria difícil fingir que nada aconteceu mas não seria pior do que pecar dentro da igreja. mas ambos estavam estáticos, não queriam deixar de sentir o ar que o outro liberava tão perto do próprio rosto, e muito menos deixar de fazer o que o corpo ansiou por tantas noites, então você segurou o pulso do homem e o guiou até a sua calcinha, fazendo com que os dois suspirassem ao sentir a mão grande encostando no tecido encharcado. ele inevitavelmente aplicou uma pressão por cima da calcinha branca, resultando em vocês dois exalando um ar entre os lábios em um formato perfeito de ‘o’ e, logo após, você movendo os dedos dele até o cós da peça íntima, permitindo que os dígitos explorassem as suas dobrinhas, a igreja estava tão quieta que era possível escutar apenas o barulhinho molhado e as respirações ofegantes.
enzo!padre que tomou a liberdade de fazer círculos com os quatro dedos que estavam dentro da calcinha - apenas o polegar estava para fora do tecido - e passavam pelo seu clitóris e perto da sua entradinha que já pulsava. “era assim… isso…”, você afirmava, o dizendo que o que ele fazia era exatamente o que você tinha feito. “enzo…”, ao gemer o nome dele, enzo voltou a realidade: percebeu que o que estava fazendo era completamente errado, mas, porra… o jeito que você gemia o nome dele, o jeito que seus olhos estavam cheinhos de lágrimas e desejo, o jeito que seus lábios estavam entrepartidos e mesmo assim segurava os gemidos, soltando um ar pesado pela boca. ele não conseguia parar, muito menos resistir, selou os lábios no seu. as línguas se esbarravam lentamente, sem nenhuma sincronização pois ambos já estavam perdidos demais no prazer, principalmente quando suas mãos pararam na coxa dele em um impulso, sentia que estavam perto demais de um orgasmo, “enzo… eu…”. “em quem… você pensou?”, ele te interrompeu, ofegante, fazendo você jogar a cabeça para trás ao ouvir a pergunta e apertar a coxa dele, perigosamente perto da virilha.
enzo!padre que quando ouviu você dizer “você… nisso… eu pensei nisso…” ofegante, não conseguiu controlar a resposta que o corpo deu. principalmente ao sentir você apertar a coxa dele mais forte para conter um gemido enquanto gozava, ele não teve outra opção a não ser se juntar a você, que de olhos fechados e com a cabeça para trás escutou um gemido falho e ofegante sair dos lábios do moreno, o qual apenas fechou os olhos que estavam fixados no seu rosto para se entregar completamente ao ápice de prazer que também se encontrava. enquanto você se acalmava do orgasmo, recuperou seus sentidos e conseguiu sentir a mancha melada que tinha se formado no tecido da túnica preta que ele usava. novamente, ambos estavam estáticos, ainda mais agora que o estrago já estava feito. mas dessa vez, antes que você pudesse falar qualquer coisa, enzo se levantou abruptamente e caminhou até seu aposento enquanto dizia “não volte mais aqui”. seus olhos seguiram a figura do homem que fechou a porta com tanta força que o barulho ecoou pela igreja escura e vazia, te deixando sozinha ali no banco, ainda incrédula com o que acabou de acontecer.
enzo!padre que, no dia seguinte, se sentia fora de si durante a missa. principalmente quando percebeu que você não estava ali, apenas seu noivo, o qual disse que a festa ontem à noite foi excelente, que ele deveria ter ido, e disse que sua futura esposa também não compareceu porque estava um pouco febril, mesmo motivo de não ter comparecido hoje de manhã. a resposta de enzo foi cheia de culpa, gaguejou ao dizer que iria orar por ela, algo que acabou passando despercebido pelo homem que não tinha a mínima ideia do que realmente se passou ontem à noite.
» oiee jah podi quebrar a quarta parede? 😛 só pra falar pra darem o play nessa música aqui pra ler esses próximos parágrafos 💞💐
enzo!padre que, essa noite, decidiu ignorar a ansiedade que sentia ao pisar na igreja escura, acendeu uma vela e logo após se ajoelhou em frente a escadinha em frente ao altar, rezando e pedindo perdão por ter desviado do caminho sagrado. enquanto orava, escutou um barulho de passos de saltinho. quanto mais alto o som, mais ele temia de ser quem ele desejava que fosse. quando ele percebeu que o barulho se cessou, hesitou em virar o olhar só acima do ombro, e quando fez isso, se deparou com sua figura parada no corredor entre os bancos, ainda distante dele. “não”, ele disse, ainda com os olhos em ti. “por favor…”, você suplicou, retomando a caminhada até o homem, o qual protestou novamente enquanto se levantava: “não”. “por favor…”, ele ao ouvir a súplica sair dos seus lábios novamente segurou a cruz do terço que tinha em mãos e o apontou para ti, “NÃO!”.
enzo!padre que queria correr de você como o diabo corria da cruz quando percebeu que você não se afastou, pelo contrário: se aproximou mais ainda, o olhando com o cenho franzido enquanto desfazia o laço do sobretudo que usava, finalmente expondo o vestido preto curto que vestia. mas enzo não conseguia se mover, por mais que os músculos do braço que erguiam a cruz falharam ao ver como a luz do luar que entrava pela janela da igreja te iluminava perfeitamente: realçando seu rosto e olhar repletos de desejo e como o vestido delineava as suas curvas. seus dedos subiram até o símbolo que te repreendia, segurou a mão que o terço envolvia e a guiou lentamente até o espaço entre seus seios, fazendo ele sentir como seu coração batia rápido. ele te encarava, a boca já estava seca e os pelos arrepiados só de estar na sua presença, principalmente agora em que os corpos estavam separados por apenas alguns centímetros de distância, mas não ousou em retirar a mão dali. você se aproximou mais do rosto do moreno, que agora tinha o cenho franzido que nem o seu e os lábios entreabertos numa tentativa de puxar mais ar para os pulmões, os narizes se encostaram quando você suplicou pela última vez: “por favor, padre…”.
enzo!padre que não conseguia pensar em nada mais além de você, e, por isso, selou os lábios nos seus de uma forma urgente, agressiva, até. as mãos grandes te puxavam para mais perto e simultaneamente apalpavam sua carne, te fazendo arfar dentro da boca do moreno enquanto as suas subiam até o os fios escuros e puxaram eles levemente. o beijo era desesperado, enzo desceu as palmas até a barra do seu vestido e segurou, puxando o tecido para cima e te deixando despida. ele tinha interrompido o beijo para que o vestido pudesse passar pela sua cabeça com facilidade, e antes que pudesse retomar, percebeu que você usava apenas uma calcinha e que seus seios estavam expostos, com os mamilos eriçados devido a brisa gelada que se chocou contra a pele pelando. os olhos passeavam pelo corpo que ele já tinha sonhado tantas vezes, hipnotizado como a realidade era melhor que qualquer produto do seu subconsciente, principalmente com você respirando ofegante que nem ele. você soltou um gemido falhado e ofegando quando enzo começou a beijar seu pescoço enquanto as mãos grandes passeavam pelas suas costas, e quanto mais os lábios desciam até seu colo, e depois para seus seios, as mãos também desciam até sua bunda e apertavam ela, com uma força que ele não tinha condições de medir agora.
enzo!padre que nem precisou te avisar para pular no colo dele quando te levantou do chão, você envolveu as pernas ao redor do quadril dele enquanto ele subia pelas escadinhas da plataforma que ele tanto profetizou as palavras da bíblia, caminhando até o altar enquanto os lábios não deixavam os seus e as palmas não deixavam de apertar suas coxas e sua bunda. ele te sentou na mesa e interrompeu o beijo para que pudessem respirar, mantendo o nariz encostado no teu. as mãos grandes subiram até seus seios e apertaram a carne macia, te fazendo arfar e chegar os quadris para frente, desesperada por qualquer estímulo. suas mãos desceram até a ereção do homem que voltou a te beijar desesperadamente, apertando levemente o membro e sussurrando contra os lábios dele dizendo “por favor…”, fazendo com que ele gemesse com os dentes cerrados e logo após enfiasse os dígitos dentro da sua calcinha, gemendo ao sentir o quão molhada você estava. ele tomou a liberdade de enfiar um dedo na sua entradinha apertada, a sensação nova com certeza doeria se você não estivesse completamente encharcada, mas mesmo assim você enfiou o rosto na curva do pescoço do moreno e deixou uma mordida ali para abafar um gemido, arrancando um dele.
enzo!padre que desesperadamente precisava estar dentro de ti, então quando você lambeu o pescoço dele até chegar ao lóbulo e gemeu “eu preciso… de você… por favor…”, retirou o dedo de dentro da sua entradinha e começou a levantar a bata que usava até os quadris, na altura suficiente apenas para liberar a ereção que doía, a outra mão se encarregava de retirar sua calcinha e jogá-la em um canto qualquer. as mãos grandes pararam na lateral do seu rosto, segurando firmemente enquanto te beijava de forma bagunçada, as línguas se esbarravam e vibravam quando gemiam um na boca do outro, enquanto a cabecinha suja de pré gozo deslizava livremente na parte interna da sua coxa, já molhada da sua própria excitação. você tomou liberdade de segurar o membro grosso que pulsava e guia-lo até sua buceta, esfregando a glande no buraquinho que queria engolir todo o comprimento logo, fazendo com que uma das mãos grandes de enzo parassem na sua nuca e apertassem ali, enquanto vocês gemiam com a sensação inédita.
enzo!padre que deixou você tomá-lo no seu tempo, o puxando pela bunda para que ele se enfiasse todo dentro de ti. e quando você afastou ele só para o puxar para mais perto de novo, instruindo ele a te fuder, os braços fortes cobertos pelas mangas pretas da vestimenta envolveram seu torso, enquanto a outra mão segurava sua nuca para que você não tirasse seus olhos do dele, que te encaravam os seus com desejo - algo que não se atreveria a fazer mesmo se ele não quisesse. as suas mãos puxavam o cabelo escuro a medida que ele saia e entrava em ti, a dor que sentiu por alguns instantes se transformou completamente em prazer, arrancando gemidos manhosos de você e que ficavam mais altos a cada barulho grave que saia da boca que beijava seu pescoço, seu queixo, sua bochecha e sua boca de forma desordenada. você envolveu suas pernas ao redor do quadril de enzo, os quais faziam movimentos cada vez mais desordenados, ele também fala frases sem conexão entre os gemidos, fazendo você segurar o rosto dele e colar sua testa na dele, novamente fazendo um contato visual enquanto ambos gemiam com cada estocada.
enzo!padre que voltou a te beijar quando sentiu que estava prestes a transbordar dentro de ti, soltando um ar pesado pelo nariz enquanto a língua envolvia a sua e se esvaziava dentro da buceta que pulsava ao redor do membro sensível. os braços de enzo te abraçavam com força enquanto a virilha dele ainda encostava e desencostava na sua, dessa vez mais lentamente, fodendo mais fundo a porra que ele tinha acabado de deixar no seu interior, o beijo também desacelerou para que vocês pudessem se recuperar do quão intenso tudo isso tinha acabado de ser.
enzo!padre que percebeu que, agora, a sua única devoção era você, que o único altar que ele queria louvar todos os dias era seu corpo. então, antes mesmo de sair de dentro de ti, disse ofegante “foge comigo”. seu rosto expressava hesitação, mas a forma que seu coração bateu mais forte ao pensar como seria viver com enzo te confirmou que era isso que você queria. “mas… como a gente vai fazer isso?”. “eu não sei… eu só sei que eu quero ficar com você pra sempre”.
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» wn2: gente infelizmente eu pensei em uma coisa aqui e preciso plantar essa sementinha na mente de vocês: E SE ele ficou completamente biluteteio das ideias e tudo isso só aconteceu na cabeça dele. makes u think fr 🚬 (no caso eu escrevi tudo isso pensando que aconteceu mesmo tá bem mas achei esse pensamento legal e quis compartilhar, MAS E AÍ GOSTARAMMM?!! ficou bem grandinho né mas oh well camila yapper = fork found in kitchen 😛☝🏻
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yoolelica · 8 months ago
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!ᅠ★ FIESTA
𝐀𝐕𝐈𝐒𝐎𝐒: sexo explícito, oral (male receiving), leitora sendo bem esmagadora de picas, BLAS CHUPANDO OS DEDOS DA LEITORA 📢📢📢, macho lerdinho de tanto levar bct e dirty talk
pedido por: @shawtylana (espero que goste!!:)
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Blas e Felipe já estavam na festa há um tempinho, bebiam um pouco e conversavam sobre diversos assuntos. Mas o que Felipe prestava atenção mesmo era em como o amigo o respondia olhando para o lado, não tirava os olhos de você, que estava na pista de dança, dançando alegremente com outras pessoas.
Ele já te conhecia, tinham amigos em comum e já se falaram algumas vezes, mas não eram próximos.
⎯ Fecha a boca se não entra mosca.⎯ Otaño zoou o amigo, que riu tímido e voltou sua atenção para Felipe.
⎯ Ela é bonita, não acha?⎯ Blas perguntou e agora ambos olhavam para você.
⎯ Vai falar com ela!⎯ Encorajou o amigo.
⎯ ATA!⎯ Ele riu como se o amigo estivesse acabado de contar a melhor piada do mundo.
⎯ Fica aí só olhando então!⎯ Felipe disse revirando os olhos.
Blas continuou te encarando como se você fosse a única pessoa daquela pista de dança, ele observava o quanto você era bonita e o quanto o seu sorriso era expressivo e contagiante, sem contar em como o seu corpo se movimentava enquanto dançava vestindo uma minissaia jeans e uma regata branca com desenhos pretos que lhe deixavam muito atraente na visão do garoto.
⎯ Eu vou falar com ela.⎯ O Polidori disse determinado.
⎯ Vai! Confio em você.⎯ Felipe sorriu vendo o amigo se levantar e caminhar até você.
Blas era um pouco tímido com pessoas que ele não era íntimo, mas não deixaria essa oportunidade passar.
⎯ Oi!⎯ Ele disse um pouco alto para que você pudesse ouvir, já que a música estava alta.
⎯ Oi!⎯ Você parecia o analisar.⎯ Blas, não é? Eu lembro de você!⎯ Você disse sorrindo, ele arriscava dizer que você havia ganhado na loteria ou algo do gênero, não era possível alguém tiver tão feliz atoa.
⎯ É, sou eu.⎯ Ele riu sem graça, se sentia patético por estar tão nervoso e você agindo tão naturalmente.⎯ Eu também lembro de você, S/N.
⎯ Por que você não dança também?⎯ Você disse pegando as mãos dele.
⎯ Ah, não, não sei dançar.⎯ Blas disse coçando a nuca.
⎯ E você acha que alguém aqui sabe? Vem, só aproveita.⎯ Você riu e então começaram a dançar juntos, vez ou outra você dava risada do jeitinho desengonçado dele, mas agora ele parecia mais solto.
Dançaram mais algumas músicas e se sentaram para bater um papo. Conversaram bastante, conversaram sobre suas carreiras profissionais, falaram sobre música ⎯ Principalmente rock⎯ falaram sobre filmes e outros assuntos bem interessantes para os dois. Mas então você percebeu que já havia passado bastante tempo desde que chegou.
⎯ Olha, gatinho. Eu realmente te curti, mas tá tarde e eu preciso voltar.⎯ Você disse já se preparando pra se retirar.
⎯ Eu te levo pra casa.⎯ Ele disse e então você riu, que atrevido!⎯ Sem maldade!⎯ Ele se justificou na mesma hora.
⎯ Então tá bom.⎯ Disse pegando sua bolsa com sua amiga que estava sentada, se despediu e então começaram a caminhar até a saída. ⎯ Vai deixar o seu amigo sozinho?⎯ Você disse olhando para Felipe que quando percebeu vocês o olhando, desviou o olhar e começou a procurar algo no teto.
⎯ Ah, não, ele não liga e provavelmente já vai embora.⎯ O de cabelos cacheados disse.
Vocês começaram a caminhar enquanto conversavam e ele não conseguia não ficar fascinado pela sua personalidade. Durante a conversa na balada, ele acabou lembrando que você é brasileira e isso já o explicou o motivo dele ter te achado tão interessante.
Após um tempo, chegaram até a sua casa, era uma casa lilás com flores nas janelas, ela se destacava no meio das outras.
⎯ Bem, minha casa é aqui.⎯ Você disse o olhando. Tinha que levantar um pouco o olhar, ele era tão alto.
O olhar dele não saía da sua boca carnuda e pintada por um batom vermelho escuro. E você não podia negar que não tirava os olhos dos lábios naturalmente rosados dele.
Era inegável a tensão entre os dois desde que começaram a conversar. Você o achou muito bonito desde a primeira vez que o conheceu, e Blas não pensava diferente de você.
Um calor inexplicável incendiou ambos os corpos, que agora se encontravam bem próximos e transmitiam calor um para o outro.
Ele estava cada vez mais próximo, era nítido que ele queria te beijar, então você o surpreendeu quando passou os braços ao redor de seu pescoço e ficou na ponta dos pés para selar seus lábios com os dele.
Ele correspondeu quase que imediatamente e colocou as mãos na sua cintura, apertando levemente conforme o beijo se aprofundava.
Quando a falta de ar se fez presente, o mais alto começou a distribuir beijos pelo seu pescoço, então foi nessa hora que você o puxou pela mão até a sua casa.
Assim que entraram, você nem mesmo se importou de verificar se a porta havia realmente fechado enquanto o garoto mordia e chupava a pele de seu pescoço. Apenas o barulho alto da porta fechando te deu a certeza de que não estava aberta.
Você o guiou até o seu quarto e então o garoto fechou a porta com o pé, te prendendo contra a parede e continuou beijando o seu pescoço. Você suspirava baixinho e suas mãos foram até os cachinhos macios dele, você tinha até pena de desmanchar de tão lindinhos que eram.
⎯ Porra...⎯ Você sussurrou enquanto o garoto se abaixava mais e caminhava os beijos até os seus seios cobertos pela regata, agora os apertavam levemente.
O mais alto olhou para você com aqueles olhos grandes e expressivos, você resmungou sentindo ele apertar seus mamilos enrijecidos por cima do tecido, então ele sentiu que você não usava nada por baixo.
O garoto ficou em sua altura normal e puxou sua blusa para cima, expondo seus seios. Você poderia jurar que os olhos dele estavam brilhando com a imagem.
⎯ Você é a porra de uma deusa.⎯ Ele disse enquanto tocava seus seios e fazia você gemer baixinho.
Ele se abaixou novamente e então abocanhou seu seio esquerdo enquanto massageava o direito. As mãos dele eram tão grandes e a boca quentinha dele fazia você ver estrelas.
Quando ele tirou a atenção de seus seios, ele se levantou e te puxou para um beijo afoito. Ele estava cego de tesão e nem sabia onde a timidez havia parado, mas ele não queria de forma alguma que voltasse.
Caminharam até a sua cama e agora você estava por cima do corpo dele, distribuindo beijinhos pelo pescoço pintado por lindas pintinhas enquanto ele gemia baixo e resmungava.
Você puxou a blusa dele para fora de seu corpo e expôs o corpo magro e um pouco pálido. Beijou seu peitoral e lambeu levemente seu mamilo fazendo com que ele gemesse.
⎯ Gostou, amor?⎯ Você disse imitando a expressão dele com as sobrancelhas juntas.
O garoto balançou a cabeça positivamente várias vezes arrancando uma risada sua.
Você levou seu olhar até o pau duro marcando na calça jeans preta dele e apertou levemente, ao ouvir o gemido desesperado dele, repetiu o ato.
⎯ Fala pra mim, o que você quer, hm? Se não eu não vou saber...⎯ Você fez uma voz manhosa enquanto passava o rosto na curvatura do pescoço dele.
⎯ O-o que você quiser...⎯ Era engraçada a forma que ele mal conseguia formular uma frase.
⎯ Tem sorte que hoje eu tô boazinha e vou chupar o seu pau, acha que merece?⎯ O garoto apenas balançou a cabeça positivamente várias vezes.
Então você desabotoou a calça dele e a ereção ficou ainda mais visível, parecia bem grande. Puxou a calça junto com a boxer e então você teve certeza de que tudo nele era enorme.
Você acariciou algumas vezes se deliciando com o desespero do mais alto e então começou a masturbar ele.
⎯ Tá gostoso ou quer que eu pare?⎯ Você provocou olhando o garoto com a boca entreaberta e os olhinhos fechados.
⎯ Não, não, não. Tá muito bom!⎯ Ele suspirou e você passou a acelerar os movimentos.
Se abaixou entre as pernas dele e lambeu a cabecinha de seu pau, ouvindo ele xingar baixinho. Céus, como você amou isso.
Passou a dar leves lambidas por toda a extensão e só depois abocanhou de vez, ouvindo ele gemer mais alto.
Você apertava levemente as coxas dele até tomarem uma coloração vermelha enquanto se deliciava com o pau duro em sua boca. O garoto parecia ver estrelas enquanto sussurrava palavras que você nem conseguia decifrar e passou a segurar seu cabelo, mas sem ditar os seus movimentos porque ele queria se surpreender com você.
Você tirava da boca vez ou outra para cuspir em cima e lamber a cabecinha que vazava pré-gozo.
Era uma sensação prazerosa para ambos, você estava amando o gostinho dele e ele amando tudo que você fazia.
Quando os gemidos dele se intensificaram, você notou que ele estava perto e então aumentou a velocidade com a boca.
Depois de um breve tempo, ele acabou gozando em sua boca e um pouco no seu rosto.
Você se recompôs e então ficou por cima do corpo dele, distribuindo selinhos nos lábios dele e o garoto desesperado te puxou para um beijo intenso.
Você deixou um último selar nos lábios dele, passou a desabotoar a saia e puxou junto com a calcinha, ficando finalmente nua.
Levantou seu dedo anelar e o dedo médio e os levaram até a boca do garoto, que os deixou bem lubrificados com a saliva. Essa cena ficaria pra sempre em sua mente.
Levou seus dedos até sua intimidade e os empurrou pra dentro, gemendo baixinho. Você estava pingando de tesão e estava quase louca.
Tirou seus próprios dedos de dentro de você, dando para o garoto chupar e depois se aproximou da gaveta ao lado da cama para retirar um pacote de preservativo. Abriu rapidamente e "vestiu" o pau de Blas.
Ele ainda estava sensível pelo orgasmo que teve e seria ainda melhor. Você levantou um pouco o próprio corpo e sentou aos poucos no pau dele, que continuava bem duro.
Ambos soltaram um gemido arrastado enquanto sentiam um ao outro. Ele era bem grande, então você demorou um pouco para se acostumar com o tamanho, mas quando se acostumou, foi uma sensação de outro mundo.
Você começou a se movimentar lentamente para frente e para trás de forma torturante e gemia baixinho o nome dele. Ele se esforçava para manter os olhos abertos apenas para observar a sua figura por cima do corpo dele.
Passou a subir e descer com movimentos mais acelerados e então o calor aumentou naquele quarto. O barulho dos gemidos, o barulho molhado dos corpos se chocando eram como música para ambos os ouvidos.
O garoto então levou uma mão até um de seus seios e a outra passou a estimular o seu clitóris, te pegando desprevenida.
Sua boca estava aberta em um perfeito "O" e suas pernas começaram a tremer, você estava perto.
⎯ Eu tô quase...⎯ Você disse com certa dificuldade e então os dedos dele trabalharam mais no seu pontinho.
Bastaram algumas sentadas e alguns estímulos do garoto e você chegou ao seu ápice. O garoto veio logo em seguida pela segunda vez naquela noite.
Você caiu deitada por cima do corpo do mais alto sem retirá-lo de dentro de você enquanto tinham a respiração descontrolada.
⎯ O que foi, Blasito, não gostou?⎯ Disse sarcástica, o garoto apenas riu, era tão óbvio o quanto ele havia amado.
Deixou um selar no pescoço dele e se retirou de cima dele, o dando liberdade para descartar o preservativo e se limpar no banheiro.
Quando ele voltou, vocês passaram mais um tempo na cama e depois foram tomar um banho juntos, onde um segundo round aconteceu...
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acho que ainda não deixei claro o quando eu afogaria a cabeça nesse homem 👆
beijinhos xuxus, espero que tenham gostado! talvez o próximo seja do pipe...🫢
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vixrh · 8 days ago
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geniousbh · 10 months ago
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se vocês me derem uma licença☝🏼😔 eu gostaria de ALOPRAR aqui a respeito de um vocalist!enzo que conforme a banda decola, ele se torna bem soberbo e difícil de lidar - do tipo meanie, que destrata o manager e ignora as tietes se tá num humor ruim - mas que mascara absurdamente bem os traços e a escrotice atrás de uma carinha 🥺 totalmente inspirada por esta canetada feroz ☆ da camilitcha @creads e porque eu gosto muito de homens tóxicos (não precisam dar o passe pra mim, eu carregarei esta culpa✊🏻) smut blurb MDNI 🔞
esse enzo é tão absurdamente lindo e talentoso em tudo que ele se propõe a fazer. a voz é aclamada em todos os cantos do planeta, ainda mais depois que deixou a banda de garagem para seguir carreira solo. uma oportunidade que ele não pode negar, já que ganharia mais, teria mais shows e obviamente seria a estrela/atração principal (vontade intrínseca dele desde o início). ele sabe que é bom, e sabe que vende. do momento em que saía na primeira tour ao final desta, foram inúmeras revistas pedindo por ensaios fotográficos, entrevistas, alguns canais tentando exclusivas e obviamente várias matérias em jornais.
ele gosta muito da atenção, mas se ele tivesse que escolher o que mais o diverte com certeza diria que são os fãs. especificamente as fãs. como você, por exemplo, viajando junto com a produção pelas cidades, indo em cada show e apresentação, esgotando merchs e acampando do lado de fora do camarim, pagando rios de dinheiro por uma foto e sendo umas putinhas bem sujas quando queriam; totalmente alheias à como ele era na realidade, mesmo que algumas pessoas já tivessem tentado expor os comportamentos boçais (fora acusado de injúria moral e sua antiga agente/empresária inventara uma história sobre ele ser misógino dps que o próprio tinha decidido que não a comeria mais).
"tem uma garota aos prantos do lado de fora, enzo, faz dois dias, por quê você não aparece pelo menos pra dar um autógrafo?", ouvia o homem grisalho perguntando, suspirando pesado antes de tragar o cigarro mais uma vez e baforar para cima - ele sabia que tinha, um pouco depois do show terminar enquanto ele caminhava de volta para a sala do camarim tinha te visto, toda lindinha e com os olhinhos marejados, usando uma blusa com o rosto dele, uma mini saia e coturnos -, olhando para o outro em seguida e sibilando ironicamente. "é? por quê VOCÊ não oferece alguma coisa pra ela parar e ir embora? sei lá, caneca, cd, qualquer merda", "ela diz que precisa ser você". o vogrincic bufava antes de revirar os olhos e então fazer um gesto com a mão, cheio de desdém. "manda ela entrar e aí pode ir fazer suas coisas".
o uruguaio não demorava para ouvir a porta se abrir de novo, e uma voz suave e bem chorosa invadir o ambiente. o manager te deixava ali e saía trancando a passagem atrás, já sabendo que o que quer que fosse acontecer lá a imprensa não poderia ter chances de saber. enzo te encarava inexpressivo antes de indicar com a cabeça que se aproximasse. "pode vir, gracinha, não era o que você queria?", perguntava ainda do mesmo lugar, esparramado no sofázinho de couro preto, os olhos amendoados sendo rápidos em te medir. ele te observa por inteiro, a bunda arrebitadinha fazendo a saia cobrir ainda menos do que propunha e os lábios mordidos do chorinho. "qual é o seu nome, chiquita?", questionava apagando o cigarro no cinzeiro sobre o braço do móvel.
deixando que você se apresentasse e falasse ininterruptamente sobre como ele era seu ídolo favorito e o amor da sua vida, sustentando um sorriso ladino de canto, mas não de adoração, muuuito diferente, te achando completamente patética e idiota por gostar tanto de alguém que nem conhecia. "e nossa, eu faria de tudo pra tirar uma foto, de verdade, enzo, por favor!", você finalizava juntando as mãozinhas em frente ao peito, implorando. infelizmente ele mais reparava nos seus seios ficando apertadinhos no movimento do que no pedido em si.
o que ele podia fazer afinal? não dava para fazer tudo de graça, a indústria era cruel e se ele se tornasse mais como uma instituição de caridade o sucesso morreria aos poucos. por isso assentiu, e então fingiu pensar na resposta. "entendi... qualquer coisa?", confirmava - os olhos do moreno eram seu ponto de maior contraste, despistando todos os pensamentos sórdidos e arrogantes que ele tinha enquanto cintilavam e suas sobrancelhas caíam num semblante que faria qualquer um se compadecer - "juro! qualquer coisa!!", choramingava meiguinha.
ele mordia os lábios, tentado demais e já bem chapado do segundo cigarro de maconha - não que ele não estivesse acostumado já que o fazia quase todos os dias - te secando mais um pouquinho e erguendo o tronco para poder alcançar seu pulso com a mão grande e te trazer para sentar numa de suas coxas. "você não devia sair oferecendo qualquer coisa que um homem queira, sabia lindinha? é perigoso...", fingia preocupação, tirando uma mechinha do seu rosto para colocar atrás da sua orelha. "mas, sendo você..." você insistia prostrando um beicinho.
um sorriso malicioso crescia na lateral da boca do rapaz... estúpida, muito burra, vai se foder. "awn, assim você me deixa sem graça", passava a pontinha do indicador por seu nariz, num carinho breve e então descia a mão por seu braço, sentindo como se arrepiava com o simples atrito da palma dele com sua tez. "sabe, eu fico bem tenso depois do show... acha que consegue me ajudar?".
e era claro que você conseguiria. ele nem sequer precisava se esforçar mais que isso, já que você mesma findava a distância dos corpos beijando-o com fervor, tendo a boca capturada mais do que depressa depois que se afastava para se desculpar pelo impulso pff. as mãos cheias de anéis adentravam sua blusa apertando sua cintura e fazendo cócegas com a sensação geladinha dos metais.
enzo te colocaria ajoelhadinha no chão entre as pernas e guiaria seu ritmo enquanto você o chupasse, gemendo melódico e rouco sempre que você se engasgava tentando dar o teu melhor ao engolí-lo todo. pediria pra você juntar os peitos - ainda que fossem pequenos - para se esfregar entre eles, acabando por gozar no seu rostinho corado. e te foderia no mesmo sofá, sem tirar suas roupas, só arredando a calcinha de estampa fofa para o lado e metendo forte - o pouco de sangue que saía e suas lamúrias esganiçadas indicando que era a sua primeira vez, mas ele já estaria todo atoladinho em si para ser gentil - empurrando sua cabeça contra o estofado, não querendo que você fizesse muito escândalo ou bagunça. chuparia o polegar e colocaria a primeira falange no seu cuzinho também, se curvando para sussurrar que se você aparecesse no próximo show ele cuidaria daquele buraquinho.
e por fim, te dando dinheiro para voltar para casa. você deixaria o camarim totalmente desmontada, gotejando porra - porque ele odeia usar camisinha - e com os cabelos emaranhados. essa e a próxima seriam as duas únicas vezes que ele iria te foder, mesmo porque você sumiria e voltaria meses depois com um bebê de colo, reivindicando que ele assumisse a paternidade. "enzo, por favor, eu não posso criar sozinha", repetia o seguindo pelo corredor que ligava ao palco. o mais velho olhando de canto para o bebê quietinho e então para ti, sorrindo sacana "pensa nisso como uma lembrancinha", jogava uma piscadela antes de pedir pro segurança te retirar dali.🔇🔇🤐
e digo mais❣ tem algumas frases em músicas que passam exatamente a vibe do que eu pensei pra ele🤤💥🤯
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leclerqueensainz · 10 months ago
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FRENESI (C.S 55) (PTBR)
PRÓLOGO
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Personagens: Carlos Sainz Jr. X Louise Evans (OC)
Sinopse: Carlos Sainz é um cafajeste. Isso é o que todas as mulheres com quem ele já dormiu — e a lista não é pequena — sempre dizem depois de terem seus corações dizimados pelo galã espanhol. Carlos Sainz Jr. é o pior cafajeste de todos os tempos. Mas até mesmo o pior dos cafajestes pode ter o seu coração domado. E quando Louise, a melhor amiga de Carlos pede para que ele lhe de um bebê, Sainz se vê preso em uma frenesi.
Sentimentos há muito tempo adormecidos ressurgem, e Carlos percebe que vencer o campeonato mundial de pilotos não será seu único desafio.
AVISO: ESTA É UMA HITÓRIA +18 e contém: Cenas de Sexo e linguagem sexual explicita, torção de reprodução, uso de palavrões e algumas coisas a mais que eu posso ou não estar esquecendo.
Carlos Sainz é um cafajeste. Isso é o que todas as mulheres com quem ele já dormiu — e a lista não é pequena — sempre dizem após terem seus corações dizimados pelo galã espanhol. Carlos Sainz Jr. é o pior cafajeste de todos os tempos.
Mas pior do que ser um cafajeste, é gostar de ser um cafajeste.
Não entenda mal, Carlos não pode ser considerado um cara ruim em geral, ele é apenas um playboy milionário que não consegue manter o pau dentro das calças quando se trata de uma mulher bonita.
Entretanto, em sua defesa, ele sempre foi um amante atencioso durante o sexo. Se preocupava não apenas em receber o prazer, como também o arrancar de suas “vitimas”. Ele não se importa de ficar horas e horas chupando uma buceta molhada, ou de atender a um fetiche estranho para que sua companhia noturna possa alcançar o auge mais alto de prazer. Na cabeça de Carlos, se sua parceira está gritando ou chorando por mais, então está valendo.
Contudo, ser a causa de maior deleite sexual para as mulheres, também acaba por fazer a sua fama de mulherengo, cachorro, vagabundo, destruidor de corações, etc.
Então, não é à-toa que ele se assusta com o pedido de sua melhor amiga Louise.
— Você quer que eu o quê?! — Ele pergunta atordoado.
— Quero que você me engravide. — Ela diz mordendo os lábios e o encarando com os olhos escuros de bambi.
Carlos respira atônito, sem saber o que responder. Ele olha para todos os lados da sala de estar do apartamento de Louise, à procura de qualquer sinal de uma câmera escondida. Dios! Isso só pode ser uma brincadeira.
Carlos está ciente que sua melhor amiga não andava muito bem quando o quesito é saúde mental. Mas agora é como se ela estivesse totalmente doida.
Louise é a amiga mais antiga de Carlos. Se conheceram quando Carlos entrou para a Toro Rosso em 2015, enquanto Louise acabará de entrar para estagiar na parte de comunicações da Mercedes. Eles se esbarravam constantemente pelo paddock, com ela sempre atrás de Lewis e Nico, e Carlos tentando ao máximo provar o seu talento no seu primeiro ano de estreia na categoria.
Durante aquele tempo, eram apenas olhares e acenos de cabeça como cumprimento entre os dois, mas alguns meses depois começaram os primeiro sinais de flertes por parte do piloto. Sempre um elogio sobre o que Louise estaria vestindo, ou sobre como seu trabalho estaria impecável, mesmo ele não tendo a exata certeza sobre o que de fato a garota fazia.
Entretanto, Louise sempre rejeitava Carlos e dizia que estaria ali não para flertar com pilotos galinhas e sim agarrar a oportunidade incrível que poderia alavancar e muito a sua carreira profissional. E essa foi a regra que ela seguiu firme, até Sainz de fato desistir e ambos se aproximarem com o intuito de serem dois novatos que precisavam de uma companhia em quem confiar.
Conforme a temporada avançava, o que era uma simples companhia agradável um para o outro acabou progredindo para uma amizade sólida e em pouco tempo os dois estavam grudados pelo quadril, claro que com a exceção de quando estavam focados em seus respectivos trabalhos.
O que nos traz até este momento, com Carlos encarando sua melhor amiga como se houvesse crescido duas cabeças nos ombros dela. Carlos não é burro e nem cego, é obvio que ele acha Louise uma mulher atraente e só ele e Deus sabe o quanto já fantasiou levar essa mulher para a cama, mas dar-lhe um filho — por mais que o pensamento de tê-la gemendo e cheia de seu sêmen debaixo de si, seja a coisa mais quente e pecaminosa que ele já imaginou — é com certeza o auge da loucura.
— Você fumou a erva do Lando, novamente? — Carlos pergunta porque essa é a única explicação que vem a sua mente.
— Não! Eu estou totalmente sóbria, quer dizer, tirando algumas taças de vinho. Mas eu só tomei para tomar a coragem que eu precisava para te perguntar. — Ela diz simples o que deixa Carlos ainda mais apavorado.
Carlos, em pé puxou o fôlego e beliscou a ponta do nariz com uma mão enquanto a outra está apoiada em seu quadril. Louise que observa sentada no sofá, onde seu amigo também estava sentado há minutos, tenta ao máximo não rir da situação.
Na cabeça de Louise, o que ela está pedindo é algo bem simples. Ela tem 27 anos de idade, em alguns meses fará 28. Durante todos esses anos de sua existência parecia que alguma coisa de muito grave dominava a sua vida amorosa, porque nenhum de seus relacionamentos durava mais do que um ano. Até mesmo Carlos havia tido relacionamentos mais duradouros, claro que com uma escapadinha ou outra, mas ainda assim mais duradouros.
Louise sempre sonhará em ter a sua própria família e o tempo máximo que ela deu para si mesma é de ter seus filhos até os 30. Porém, ao passar dos anos ela percebeu que o único homem que continua permanecendo na sua vida depois que a conhece de verdade é Carlos.
Então quando ela finalmente terminou com o seu vigésimo namorado, Roy, que era um cara legal, mas que sentia mais tesão por plantas do que por ela de lingerie, ela decidiu que pularia toda a enrolação de achar o cara perfeito e que iria dar continuação a sua linhagem com a ajuda de seu meu melhor amigo. Isso óbvio, se ele topar entrar nesta loucura.
Louise não é feia, na verdade, ela tem a maior consciência disso, o tanto de elogios que recebe quando anda no paddock, ou notificações de estranhos e conhecidos em direct nas redes sociais, não a deixam mentir. Porém, mesmo sendo bastante cobiçada, ela não tinha achado nenhum homem bom o suficiente para que pudesse procriar. Ela quer que seus filhos tenham bons genes, e isso não é pedir muito.
Ela também sabe que Carlos não é o cara mais honrado do mundo, Deus sabe que ela mesma já julgou o amigo de prostituto dezenas de vezes, mas ela ama Carlos. E ele tem ótimos genes.
Carlos é bonito, muito bonito, na verdade, um espetáculo de homem. Com os cabelos grossos e escuros como um príncipe da Disney, os olhos grandes de um castanho profundo, o nariz cumprido e os lábios cheios, além é claro, do corpo perfeito. Carlos Sainz Jr., é realmente um gostoso. Tem um caráter duvidoso? Sim! Mas ainda é um gostoso.
Entretanto, acima da beleza que o homem possui, o que mais agrada Louise sobre Sainz, é a sua dedicação com tudo o que ele considera importante e isso majestosamente inclui a amizade deles. Louise confiaria sua vida a Carlos de olhos fechados.
Carlos sempre a tratou muito bem, mesmo depois de todos os foras que ela havia lhe dado durante o começo de sua amizade.
Ele sempre foi gentil, atencioso e moveu a terra e os céus para ela ter tudo o que precisa, na hora que precisa. Ela quer um sorvete de framboesa que vende especificamente em uma cidade que fica a milhares de quilômetros de onde eles estão? Não se preocupe, a assistente de Carlos pode pegar um jato e ir buscar para ela, afinal não é como se Tina tivesse que fazer qualquer coisa mais importante do que buscar um sorvete na casa do caralho. Tudo certo.
Ou então quando Louise tem um término repentino com um cara de quem realmente ficou muito afim, Carlos não se importa de ficar a noite toda a ouvindo chorar em uma ligação interminável, mesmo que tenha sido um dia bem puxado de corrida e seu corpo esteja implorando por uma boa noite de sono. Não, Carlos ficaria com ela. Ouviria ela falar mal de Roy, Ben, Jude, Lorenzo, Michael, ou qualquer outro bastardo que havia machucado o coração de sua melhor amiga.
Para as pessoas de fora, Carlos Sainz era um cafajeste sem coração. Mas para Louise, ele é o homem mais legal e gentil que ela já conheceu. E secretamente, isso também pode ter contribuído para que nenhum de seus relacionamentos fossem para frente.
Roy jamais iria mandar uma assistente voar a quilômetros de distância apenas para ela conseguir uma droga de sorvete. Para ser justa, Roy não tinha uma assistente e muito menos um jato, mas já ocorreu de ele se negar a ir a uma padaria na esquina do apartamento dela para comprar os pães doces que ela estava morrendo de vontade. Eles brigaram, ela mandou ele ir embora e uma hora depois um Carlos exausto com cabelos rebeldes, aparece na frente de sua porta carregando uma mala de viagem e uma caixa com pães de todos os sabores para ela.
E não é novidade para ninguém que Ben não ficaria a noite toda acordado para ouvi-la falar sobre uma série ou filme bobo que ela viu durante uma de suas viagens longas. Afinal, Ben é um advogado muito ocupado que não tem tempo para besteiras, apenas para comer a secretária de 19 anos que havia começado a trabalhar em sua empresa. Um xingamento, um dedo do meio e três horas depois, um Carlos aparece com uma garrafa de vinho e o moletom que ele sabe que ela adora e assistiria todas os filmes e séries que ela quisesse.
Nenhum desses otários seria bom o suficiente para fazer essas coisas por Louise, apenas Carlos. Carlos que era um galinha para as mulheres, e um ótimo piloto para o mundo, mas que para Louise é a única pessoa que realmente vale a pena.
Acontece que sempre haverá a comparação. Não importa com quantas pessoas ela fique, ou tente criar sua história, nenhum homem ou mulher, jamais será como Carlos. O que eles tem é algo único e especial, que vai além da barreira da amizade, ou até mesmo de um relacionamento amoroso. Eles simplesmente nasceram para ser.
Por todos esses motivos e muitos outros, ela havia se decido. Carlos Sainz Vázquez de Castro Cenamor Rincón Rebollo Virto Moreno de Aranda Don Per Urrielagoiria Pérez del Pulgar Jr., será o pai de seu futuro (a) filho (a). Bem, isso se ele aceitar e do jeito que o Espanhol está encarando-a talvez ela precisasse de mais algumas coisinhas para convence-lo.
— Carlos, por favor! — Ela diz fazendo beicinho, o que para uma mulher de quase 30 anos é uma coisa ridícula, mas todo esforço será valido.
— Dios, Louise! Não! — Ele diz passando as mãos pelo cabelo de uma forma exasperada. — Você não pode simplesmente me pedir para por um bebê dentro de você apenas porque está em uma crise!
Carlos se joga novamente no sofá ao lado dela.
— Isto não é uma crise! — Ele a encara com uma sobrancelha arqueada. — Tá! pode ser por parte uma crise, mas Carlos, eu vou fazer 30 anos!
— Sim! Daqui a dois anos, Louise! — Ele agarra os ombros dela. — Você ainda é jovem e é uma mulher sensata, quer dizer, pelo menos costumava ser. — Louise crava as unhas na coxa descoberta de Carlos o fazendo urrar de dor.
— Eu continuo sensata, Sainz! E é exatamente por isso que eu quero que você me engravide! — Louise esbraveja se levantando de seu lugar no sofá e ficando parada na frente do piloto.
Mesmo Carlos lutando muito, ele ainda é um homem e a carne é fraca. Ele avalia cada centímetro do corpo coberto apenas por uma camiseta, que por acaso ele conhecia muito bem por ser sua camiseta do Real Madrid.La maldita cosa pensó en todo.
— Vamos lá, Cabron! Não me diga que você não me acha atraente? Sabe quantas pessoas adorariam colocar um bebê em mim? — Ela pergunta e se inclina, ficando bem perto do ouvido dele. — São oito anos de você querendo transar comigo, Carlitos. E hoje eu estou te implorando para que me jogue naquela cama, ou nesse sofá, ou em qualquer inferno de lugar que você queira. Quero que você tire a minha roupa e me foda até eu ter uma parte de você crescendo dentro de mim. — Os lábios dela tocam levemente o lóbulo dele.
Carlos engole em seco, as imagens de ele dobrando sua melhor amiga por todos os cantos da casa, a fazendo gemer enquanto investe dentro dela sem parar, até que gata gotinha de sua porra escorra para dentro dela… Oh! Dios!
Louise percebe que seu objetivo de sedução está dando certo com a forma a qual Carlos fica tenso debaixo de si.
— Vamos, Carlos… — Um beijo abaixo de sua orelha — Nós poderíamos fazer isso tão bem…— Outro beijo no maxilar. — Imagina uma mini parte de nós dois correndo por ai… — Ela lambe o pescoço dele.
Carlos fecha os olhos e se permite imaginar a cena. Um mini ele, ou uma mini Louise correndo por todos os lugares. Ele levando ele ou ela para o paddock, para vê-lo correr em um carro de fórmula 1. Ele se permite ser até mais ousado, e imagina não apenas a criança já nascida, mas também uma Louise gravida de seu segundo filho, usando um vestido solto de verão, com uma barriga redonda e grande e…
Carlos ofega e involuntariamente tomba a cabeça para o lado para que Louise tenha mais acesso a sua pele. Uma das mãos dela sobe lentamente pela coxa firme e com pelos escuros. A unha afiada arranhando lentamente a pele sensível, tão perto do seu pau. Só mais uns centímetros e…
— Você nem precisa ser o pai dele, se não quiser. Eu posso cuidar de tudo, ele nem vai precisar saber que você é o pai e…
E então veio o balde de água fria. É claro que é apenas pelo desejo dela de ter um bebê. Carlos se sente um pouco estúpido por se deixar acreditar por um momento que a ideia de fazer uma família com ele era o que Louise queria. Ela não quer uma família com Carlos, claro que não. Ela apenas quer que ele seja o genitor do filho dela.
Carlos rapidamente se levanta e joga Louise no sofá. Sua mente correndo a milhas por hora e um ardor bizarro em seu peito.
— Mas que porra é essa, Louise! Você realmente perdeu a cabeça! — Ele anda de um lado para o outro, freneticamente.
— Carlos, qual é o problema?! — Ela também se levanta do sofá. — Eu achei que você quisesse me ver feliz!
Carlos para por um momento, sua boca com um gosto amargo de raiva. Como Louise ousa dizer isso? Carlos já deixou mais do que óbvio que faria qualquer coisa para que ela alcance a felicidade. Ele abriria mão de quase tudo o que possui por ela, até mesmo atearia fogo em Madrid se fosse necessário!
Ele realmente pensou que isso era algo a qual nem se passaria pela cabeça dela. Mas isso? Ser apenas o pau que irá esvaziar dentro dela para que ela tenha a porra de um bebê — que todos os bebês o perdoem — e depois querer que ele haja como se não fosse nada para ele, isso é demais. Fora de cogitação.
— Se você quer dar uma de viúva negra, Louise, deveria saber melhor que eu sou o cara errado para isso. — Ele diz agarrando a jaqueta e se virando em direção a porta sem olha-la. — Eu não ligo para nada que os outros falem sobre mim. Sou tudo o que as mulheres dizem e mais um pouco, mas ainda assim, não sou um idiota que foge das minhas responsabilidades. Eu esperava mais de você.
Ele abre a porta e sai.
Parada no meio da sala de estar, Louise olha para a porta em que seu melhor amigo acabou de sair. Ela está confusa, mas acima de tudo, arrependida.
N.A: Olha quem resolveu aparecer com outra história, sendo que não está dando conta nem da primeira! hahaha não me matem!
Está será uma história bem curta! Com o nosso querido Cabron. Eu tive a ideia para está história enquanto tentava escrever o novo capitulo de Uma Família de Três (que será atualizada em breve! Eu prometo!). Eu espero de coração que vcs se apaixonem por esta, igual se apaixonaram pela história do Charles com a Marie. Nesse prólogo a Louise parece um pouco desequilibrada, eu sei! Mas as coisas vão se encaixando ao decorrer da história, que terá no máximo 5 capítulos!
Isso é tudo! Obg pelo carinho e até a próxima att. :)
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gabumk · 3 months ago
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[PT/BR] Fanfic
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Estou escrevendo uma Fanfic Jayvik lá no Ao3
Digamos que Jayce passou em mais uma realidade paralela antes de chegar na sua própria, e nessa realidade não existe o Hextec e muitas outras coisas. Parecia tudo muito pacífico mas ao mesmo tempo sentia algo de errado. Tudo ali era diferente, inclusive Viktor. Que nesse mundo além de nunca ter tido a oportunidade de subir para Piltover, por causa de ******** (vai descobrir conforme for lendo! 🤭) teve que desistir da sua carreira e começar a trabalhar num bordel da subferia.
Quem se interessar, aqui está o link:
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babydoslilo · 1 year ago
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Sob Holofotes
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Em Sob Holofotes, acompanhamos a trajetória de dois jovens extraordinários cujas vidas colidem em uma sessão fotográfica para uma renomada revista. Um talentoso cantor que trocou a agitação de Londres por uma busca musical nos Estados Unidos e um deslumbrante modelo com raízes americanas, mas que cresceu entre os encantos britânicos devido ao trabalho.
O enredo se desdobra quando a oportunidade de uma colaboração fotográfica surge, levando-os a encenar um namoro falso para ganhar visibilidade na internet. A fachada de um romance falso se torna o ponto de partida para reflexões mais profundas sobre identidade, amor e a complexidade das relações na era das redes sociais. 
Enquanto ambos enfrentam suas próprias jornadas pessoais, suas vidas se entrelaçam em uma trama de flashes e melodias, numa história que revela os desafios por trás da imagem pública, enquanto os protagonistas descobrem que, por trás das câmeras e dos holofotes, as verdadeiras melodias da vida continuam a ecoar.
Essa história contém: Fake dating (namoro falso); Htops; Lbottom; Smut gay, obviamente; Slow burn (as coisas demoram um pouco para acontecer); Possíveis gatilhos com relação aos encontros (tomei como base os stunts da vida real).
WC: + 34K de palavras. (Pegue a pipoca e fique confortável) 
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Aproveitem!
I
A vida de um homem que resolveu não seguir o que a sociedade havia escolhido para si não era nada fácil. O adolescente magrelo e pálido não queria outra coisa senão andar de skate, fumar maconha e tocar guitarra. Quando jovem adulto, no auge dos seus dezenove anos, resolveu não enviar a carta para as faculdades e no lugar disso ele juntou algumas economias com as apresentações que fazia nos bares da cidade e gravou uma demo. 
A bandinha de garagem, como muitos chamavam, era composta por alguns amigos que a vida lhe deu. Entre muitos experimentos, idas e vindas, dramas sobre quem iria ser a cara da banda, sobrou ele, Louis; Matthew, um velho amigo que se juntou à família quando começou a namorar a prima de Louis, apesar de agora serem apenas desconhecidos que se conhecem demais; Nick, o cabeludinho de moletom que certo dia, no ensino médio, pediu para fazer um teste e tocar com eles; e Jamie, o colega de turma de um dos seus melhores amigos e segundo guitarrista que tiveram, logo depois do anterior não aceitar dividir uma fama que sequer havia chegado. 
O Louis Tomlinson de quase 20 anos, assim que criou coragem e terminou de enviar a demo para pelo menos dez rádios locais e outros vários empresários conhecidos por apoiar a carreira de artistas iniciantes, se reuniu com seus parceiros de todas as horas na velha garagem tão bem conhecida, abriram uma caixinha de cerveja e se deixaram sonhar, mas o fato de arriscar tudo o que tinha e, na verdade, todo o seu futuro, fazia o rapaz se sentir apreensivo, não queria estar só. Sabia que a família ainda não aceitava muito bem sua escolha, e ele se pegava pensando se havia necessidade de ter sido tão radical ou ele poderia ter feito como Jamie que, mesmo na banda, acabou de ser admitido em duas faculdades. 
Ou como Matthew, que tocava muito bem, mas não dispensava qualquer outra oportunidade de emprego, sempre pensando na hipótese da vida de artista não dar certo, coisa que Louis nunca se deixou pensar para não atrair. Como Nick ele nem ousava comparar, era impossível haver realidades mais discrepantes. O amigo só era meio esquisito e misterioso, e com isso mascarava a riqueza da família muito bem por trás dos fios cumpridos oleosos e roupas desgastadas. 
Então era de se imaginar que quando finalmente ele recebeu um email que tinha como remetente um produtor local, lágrimas gordas saíram sem pedir licença pelos olhos azuis e uma respiração longa demonstrou quanto peso saiu das suas costas. A primeira comemoração aconteceu entre ele, seu velho notebook e uma garrafa de cerveja, enquanto respondia o email sem enxergar muito bem as letras por sua visão continuar cada vez mais embaçada. Depois, ele se recolheu em um canto do sofá manchado e sorriu entre as lágrimas que representavam nada mais que alegria e realização. Ele finalmente pôde sentir que era capaz. 
Hoje, após ter recém completado 25 anos, Louis olha para trás e fica feliz com sua pequena trajetória. Do subúrbio de Londres ele se mudou para Los Angeles logo após lançar o primeiro álbum de verdade, vendo como o produtor estava certo em dizer que aquele tipo de som faria mais sucesso nos Estados Unidos e, conforme era de se esperar, eles iriam aonde fosse necessário por um sonho. 
A saudade da família era uma questão a ser trabalhada já que a grana não era boa o suficiente para custear viagens tão longas e caras, mas pelo menos as principais comemorações tentavam passar juntos, tentando amenizar pelo menos um pouco a saudade que sentia da mãe, do padrasto e suas irmãs mais novas. Também foi meio que por eles o surgimento do nome oficial da banda, Arctic Monkeys, mas ninguém precisava saber que ele confundiu o Atlântico, aquele oceano que divide os dois continentes onde seu coração batia, com o Polo Ártico. Geografia nunca foi o seu forte mesmo. 
– Ei, Tommo! Consegui um job perfeito pra você, vai me agradecer depois. – Tristan Evans chegou sorrindo. 
O homem de cabelos loiros e olhos azuis gélidos era seu agente de relações públicas e secretário, na verdade o amigo meio que fazia tudo o que estivesse ao seu alcance para elevar a carreira da banda e dos meninos individualmente. Ele parecia novo demais apesar de ser poucos anos mais velho que Louis, já na casa dos trinta, e o estilo jovial com aquele sorriso de dentes pequenos contribuem para essa imagem. 
– Vamos lá Evans, me dê uma boa notícia de verdade dessa vez. – o menor sorriu descrente. 
Louis tinha acabado de fechar as cartas que chegaram no estúdio cobrando aluguel e outros financiamentos, nem tudo eram flores para bandas menores, e o agente sabia bem disso. O loiro corria para cima e para baixo procurando as mais diversas oportunidades para colocar os seus músicos preferidos às vistas do público, independentemente de como isso se daria, pois ao seu ver o importante era ser conhecido.  Foi assim, inclusive, que Jamie acabou em um comercial de pasta de dente na TV e Nick teve que fazer diversos posts patrocinados no Instagram. 
– Você lembra da Attitude Magazine, certo? Então, eu consegui o contato de um dos redatores da revista e agora você tem um ensaio fotográfico na próxima semana. – o homem de cabelos rebeldes sorriu orgulhoso ao passo em que pegava o celular para mostrar a conversa com o tal redator.
– Attitude.. aquela revista britânica LGBT? É dessa Attitude que você tá falando? – o olhar irônico estampava o rosto do moreno. – Por que eles iriam querer fotos minhas, um cara que deixou seu país para viver o sonho americano e ainda por cima nem representa a comunidade? 
– Você ainda é um filho da coroa, não é? Olha, Tommo.. confia em mim, eu sei o que estou fazendo. – sentou ao seu lado no sofá marrom que ficava atrás da mesa de som, fora do espaço de gravação, e pousou uma das mãos no ombro estreito do mais novo. – A revista não estampa apenas pessoas LGBT, apesar de que sua capa não vai ficar tão distante...
– O que você quer dizer com isso? – rebateu, confuso. 
Louis até teve uma pequena experiência quando mais novo, mas não chegou a considerar os beijos trocados com o seu antigo guitarrista em uma onda de maconha e álcool como algo válido. Na verdade ele nem desconfiava que alguém poderia saber do ocorrido já que naquele dia Matthew e Nick estavam tão chapados que sequer podiam lembrar os próprios nomes ou como mirar o pinto para mijar no lugar certo, quem dirá o que aconteceu entre os dois colegas. De qualquer maneira, mesmo que não tenha se interessado em repetir a dose com qualquer outro homem, sua vida sexual ou romântica não era pauta para o público, nunca foi. 
– Eles querem mostrar um pouco do jovem cantor que largou a vida em Londres para trás e passou a cantar sua história na América, e esse é você caso não tenha percebido. Mas também teremos outro jovem que tem raízes nos Estados Unidos e vive praticamente na Inglaterra desde muito novo por conta do trabalho.. são histórias bonitas e até que parecidas.
– Ainda não entendi em que ponto a comunidade se encaix-
– Ah sim, claro. Ele é um homem gay assumido desde criança praticamente, então é uma grande referência para várias pessoas. 
– E nós vamos fazer as fotos juntos? – perguntou o que já sabia apenas para confirmar. 
– E vocês vão fazer as fotos juntos! – Tristan sorriu brilhante. – O estilo das fotos depende muito do fotógrafo que vamos conhecer apenas no dia, então você deve estar preparado para glitter, roupas estranhas, pouca roupa.. sei lá o que passa na cabeça desse povo. Nada que você não possa lidar, com certeza. 
– Bom.. ok?! Pelo menos não vou ter que fazer vídeos para as redes sociais só para mostrar a marca que estou vestindo. – a alfinetada no companheiro que nem estava presente rendeu boas risadas até que ele se deu conta de um detalhe. – E o americano que vai fazer as fotos comigo, quem é?
– Oh, sim.. você provavelmente não conhece, moda não é muito sua área. – o loiro falou com ênfase ao encarar de cima a baixo as roupas que o mais novo estava usando, desde o conjunto de moletom cinza até a meia não mais tão branca. 
– Ha ha ha, como você é hilário. – a feição séria em conjunto com o revirar de olhos deixava claro o quão engraçado achava o que acabou de ouvir.
– Harry Styles, ele é modelo.
A mera ideia de ser fotografado para estampar uma capa de revista já não fazia muito sentido na cabeça de Louis. Ele lembrava do adolescente magro e baixo que sempre estava com o cabelo escorrido tapando boa parte do rosto e queria rir desse absurdo. Mas o tempo foi bem gentil consigo, não iria ser modesto e negar que envelheceu muito bem. 
Os fios agora se mantinham mais curtos, a barba rala que envolve o rosto anguloso lhe deixa com uma feição mais máscula e menos infantil, a pele menos pálida graças ao sol que não conhecia quando morava na Inglaterra, os olhos azuis que sempre foram sua parte mais chamativa, sem contar as diversas tatuagens que estampam seus braços contribuindo para uma imagem mais estilosa de si mesmo. Sabia que era objetivamente bonito, mas não ao ponto de sequer pensar em modelar um dia, ainda mais ao lado de um profissional. 
– E eu vou ter que posar ao lado de um modelo, obrigado Evans, obrigado mesmo. 
II
– Oi mãe… sim, eu também sinto muita falta de vocês.. é, talvez eu consiga, quer dizer- sim, vou estar nos Estados Unidos por alguns dias e posso passar em casa para ver como vocês estão.. tudo bem, eu também te amo, beijos.  
A foto em família que estampava a tela quando estava em ligação com a mãe desapareceu assim que o celular foi desligado, encerrando a chamada. Os dedos longos que contava com um esmalte azul clarinho já descascado brincaram com o aparelho mais um pouco antes de levar os dígitos até o rosto e esfregar os olhos pelo cansaço. A parte mais difícil da distância para Harry poderia facilmente ser a diferença de fuso horário. Enquanto em Manchester, onde morava, já se passava da meia noite, os pais estavam acabando de chegar do trabalho por volta das 18h nos Estados Unidos, mais precisamente em São Francisco. 
A cidade californiana foi palco para sua infância e pequena parte da adolescência, mas infelizmente ele não a reconhecia como lar. Desde muito novo o garotinho delicado de bochechas grandes e róseas foi visto como sinônimo de beleza, e isso meio que moldou todas as suas escolhas dali em diante.
Crescer numa família marcada por prodígios da medicina e da área da saúde em geral não lhe influenciou tanto quanto alguns parentes gostariam. A linhagem dos Styles era conhecida na cidade inteira pelos diversos consultórios que existiam nas principais avenidas, todos muito modernos e de arquitetura refinada, além de este ser um sobrenome comum de concorrer aos prêmios acadêmicos e no campo da pesquisa. Seu pai mesmo vivia viajando e compartilhando todo o conhecimento que possui sobre odontologia com o mundo em palestras e conferências. Emma, sua mãe, apesar de não ter afinidade com a área teórica, ainda sim era sócia majoritária do maior hospital da Califórnia inteira e por vezes atendia em seu próprio consultório para não ficar entediada em casa. 
Harry tinha apenas uma irmã mais nova e ela, seguindo o que já era esperado, estava cursando a faculdade de odontologia e pretendia seguir os passos dos pais. Mimada como sempre foi, não seria difícil achar boas referências para se espelhar e bons cargos para trabalhar no futuro. Clara sempre foi tudo o que Harry não pôde ser.
Ela era pequena, um tanto tímida, inteligente e esforçada em seus objetivos muito desejados. Diferente do irmão que quando mais novo abria mão de visitar o trabalho dos pais para ficar em casa experimentando diversas roupas e deslizando pelo corredor entre os quartos como se fosse um desfile de alta costura, ela implorava para a mãe lhe deixar ajudar no trabalho quando sequer tinha altura para subir sozinha na cadeira do consultório. O primeiro presente que ele lembra de ver a mais nova pedindo foi um conjunto de estetoscópio com tesouras e bisturi… o seu, naquela mesma idade, tinha sido uma máquina fotográfica e um kit de costura. 
A partir dali a família já tinha uma noção do que poderiam esperar para o futuro e não foi surpresa quando, aos 8 anos de idade, o pequeno Harry Styles venceu o primeiro concurso de beleza na escola, chegando em casa com uma coroa de príncipe, bochechas rosadas e uma faixa. Os anos seguintes contaram com um mesmo ganhador invicto de rei do baile, garoto mais bonito da sala e da escola inteira. E como se tratava de uma instituição bastante renomada e conhecida, não demorou para olheiros desse mundo reconhecerem o grande potencial que aquele garoto possuía. 
Com 14 anos ele chegou a implorar para que a mãe lhe increvesse no concurso de Mister e Miss Califórnia, que ele, com seus olhos verdes e sorriso de covinhas, obviamente ganhou. Aos 15 a competição ganhou abrangência nacional e ele representou sua cidade natal ao desfilar em Nova York e ganhar a faixa de Mister América, com direito a olhos brilhantes, um sorriso choroso e uma revelação do que queria seguir como carreira.
Além de talento e beleza, ele teve sorte que logo após um ano conseguiu fechar contrato com uma pequena empresa britânica que gerenciava modelos e que definitivamente abriu todas as portas possíveis para si. 
No entanto, nem tudo são flores e o processo de emancipação foi doloroso em casa. O pai, Peter Styles, não era muito a favor mas tinha consciência que oportunidades assim não surgem sempre, sua mãe, assim como a irmã, não conseguiam ajudar a fazer as malas sem desabar em choro e o fato de que seu garotinho de ouro raramente pararia em casa de agora em diante contribuía para tal. Já a escola sinceramente foi a melhor parte, nada que antecipar diversas provas e ter um sobrenome de peso não resolvesse. 
Assim, com 16 anos e um sonho para realizar, Harry se viu entrando em um voo para outro país, o primeiro de muitos que ele visitou graças ao trabalho. Algumas lágrimas salgaram o seu rosto e um frio na barriga se fez presente, mas sem arrependimentos apesar da insegurança comum. 
Hoje, aos 23 anos e alguns calos da vida, ele muitas vezes encontrava seu lar em quartos de hotéis, já muito acostumado para estranhar as diversas camas em que dormia, mas tinha um apreço especial por seu apartamento em Manchester. A verdade é que sua secretária, Cleo, provavelmente passa mais tempo no local do que ele mesmo, porém sempre que surge uma oportunidade imperdível de mais de 48 horas sem ter que ficar numa mesma posição em frente às câmeras ou segurar uma postura impecável enquanto desfila, ele aproveitava e voava de volta ao seu imóvel. 
Eram raras as vezes que conseguia tempo o suficiente para visitar a família, sua relação com eles, apesar de amá-los com todo o seu ser, acabou esfriando com a distância e ocupações dos dois lados. As ligações geralmente eram rápidas e objetivas, os horários dificilmente coincidiam e os feriados eram as épocas em que o modelo mais tinha a agenda lotada, dificultando ainda mais uma reunião. 
Ninguém tinha culpa nisso, o destino agiu de forma sorrateira ao tirar um adolescente do seio familiar, jogá-lo no mundo e esperar que ele amadurecesse sozinho. Sorte que Harry não precisou quebrar muito a cara para aprender a se virar, mas isso não tornou sua jornada mais fácil. 
Ser um garoto gay de gostos peculiares poderia ter sido mais problemático em outro mundo, mas desde que seu passatempo favorito era calçar os saltos da mãe e pisotear todo o assoalho de madeira envernizada quando criança, o mundo da moda lhe recebeu muito bem, como era esperado. 
Os olhares tortos não lhe incomodavam há tempos, sempre teria alguém para lhe julgar ou querer lhe dar uma rasteira, então ele aprendeu a usar isso como combustível e tudo o que essas pessoas conseguiam era um sorriso brilhante e uma postura cada vez mais segura. Styles teve que aprender a desviar a atenção das palavras más e focar na luz que lhe direcionavam, teve que aprender, também, a identificar aqueles que queriam lhe ajudar no seu trabalho e aqueles que só esperavam um primeiro deslize. 
A competição entre modelos era algo pouco divulgado, mas as consequências psicológicas e de convivência poderiam ser bem sérias se você não soubesse lidar. 
Esse foi um dos principais motivos para o modelo ter aceitado a proposta de contar um pouco da sua jornada para uma das revistas mais renomadas do Reino Unido. Além de agraciar seu “antigo eu” que pendurava as capas da Atittude na parede do quarto, seria importante mostrar como um garoto americano teve força o suficiente para fazer do mundo sua casa em prol de um sonho. 
Obrigado pelo carinho! Eu adoraria posar para vocês e com certeza estarei no ensaio segunda-feira, podem esperar por mim. 
Com amor, HS.
Era o que dizia o email que ele enviou respondendo àquela proposta pouco antes de se deixar adormecer pelo cansaço. 
III
O final de semana anterior ao ensaio foi marcado por um reencontro entre Harry e a família. Assim que ele deixou a Inglaterra na sexta pela noite após mais uma prova de roupas para um próximo trabalho, partiu direto para o aeroporto com um sanduíche natural em mãos, óculos escuros e uma cartela de analgésicos para lidar com a dor de cabeça que já sentia após horas trabalhando. 
Chegou em São Francisco na tarde do mesmo dia, o que poderia soar um tanto confuso, mas era um fato que ele desistiu de entender desde o seu primeiro ano como modelo. Um dos eventos mais recorrentes em sua rotina desde que se viu nesse mundo era justamente lidar com a loucura do fuso horário e o maldito jet leg, ainda era estranho esse esquema de quase viagem no tempo, então o cacheado só não perdia muito tempo pensando nisso. O táxi lhe deixou em frente a uma casa grande e elegante, quem via de longe podia presumir o tanto de dinheiro que quem vivia ali possui. A porta de madeira escura combinava muito bem com o tom de bege claro que estampava as paredes, e o jardim minimalista e bem iluminado conferia uma graça ao local quase intimidante.
Assim que tocou a campainha um sentimento bom lhe aqueceu o peito e apesar de não estar tão acostumado com o ambiente, ainda assim lhe trazia boas lembranças. A porta abriu com a visão de uma mulher deslumbrante, na casa dos 45, mas que exalava beleza, inteligência e elegância. 
– Hazza!! Meu bebê, finalmente você chegou! – foi recebido com um abraço sufocante que tanto sentiu falta. Era desse carinho que ele precisava quando sua vida estava de cabeça para baixo e tudo parecia desmoronar, mas nem sempre tinha ao seu alcance. 
Emma tinha os cabelos soltos, um tom de castanho quase loiro e algumas mechas mais claras dando luz ao visual, olhos verdes que foram espelhados no filho mais velho, e um sorriso grande. 
– Oi, mãe! Que saudade que eu tava da senhora.. parece que faz tanto tempo, mas eu estive aqui há uns dois meses atrás. – soltou uma risadinha enquanto se soltava do abraço para pegar as malas e finalmente entrar naquela casa que ainda tinha o mesmo cheiro da sua infância. 
– Depois que saiu de casa fica cada vez mais difícil voltar né, senhor Styles. – brincou a mulher, enquanto subiam as escadas para o quarto do maior e começavam a organizar suas coisas no cômodo. – Infelizmente seu pai acabou de sair para uma exposição na Universidade de Nova York, o voo foi adiantado mas ele deve voltar amanhã ou depois. Você ainda vai estar aqui, não é?
– Então.. – assim que a palavra saiu pelos seus lábios, sua mãe parou de desfazer a mala em cima da cama para lhe encarar com aquela postura que todas as mães conhecem, como se esperasse uma explicação muito boa para uma traquinagem que o filho fez. – Na verdade eu tenho um ensaio em LA na segunda e aproveitei para marcar uma reunião que estou adiando há tempos no domingo à noite. Então eu meio que só posso ficar aqui até domingo pela manhã, desculpa.
Ele se sentia um tanto culpado por isso, o que costumam chamar de ossos do ofício. Vinha adiando uma reunião importante faz meses por conta da agenda lotada e quando viu essa oportunidade, não podia deixar passar. Sua mãe ficaria triste por alguns instantes, sua irmã também, ele provavelmente não veria o pai, mas todos eles lhe entenderiam. Fazia parte do trabalho e se tem uma coisa que os Styles levavam a sério, era isso: trabalho. 
Ainda que poucos, os dias em família naquele final de semana fizeram diferença no humor de Harry. Foi bom passar um tempo com a mãe, assistindo filmes e conversando, até mesmo tentando não ser um desastre na cozinha quando ela resolveu dispensar os empregados para ter aquele momento com seus dois filhos. Clara, sua irmã, contou sobre como estava sendo o tempo de caloura na faculdade, totalmente empolgada sobre as matérias e colegas que tinha feito. 
No sábado eles fizeram uma vídeo chamada com o pai enquanto este aproveitava uma pausa entre duas apresentações na NYU, amenizando um pouco a saudade e finalmente coincidindo os horários. O homem bem arrumado e com a barba sempre alinhada era um poço de educação, o que foi grande exemplo para Harry ser quem era hoje, gentil e empático. 
A tarde logo passou e eles resolveram sair para jantar em família, num restaurante renomado, cujo chef era um velho conhecido. As duas lindas mulheres certamente não estavam acostumadas a esperar para comer enquanto algumas pessoas vinham atrapalhar a refeição para tirar foto com o primogênito mas, mais uma vez, eram as consequências da profissão. Tiveram um domingo marcado pelas despedidas tão comuns, sem mais lágrimas e resmungos porque tal cena virou algo habitual naquela família, e o modelo partiu de seu descanso para voltar ao mundo real.
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– E essa foi a nova música do Arctic Monkeys, pessoal! Vou lembrar novamente a todos os nossos ouvintes que essa belezinha já está disponível em todas as plataformas digitais para vocês ouvirem sem parar em casa! E agora para os românticos de plantão, a próxima música está no topo das paradas desde o lança..
O volume do rádio foi abaixado até se tornar apenas um zumbido insistente no cômodo. Os garotos tinham acabado de se ouvir na rádio pela centésima vez, mas sempre parecia surreal, cada nova chance de alcançar mais pessoas e conseguirem mais reconhecimento no trabalho que amam era especial.
Dia de sábado para uns poderia ser dedicado para descansar, sair com os amigos ou encher a cara. No entanto, para Louis era o principal dia de trabalho, porque quando não estavam fazendo shows ou viajando para fazê-los, estava em reunião com os colegas da banda e o agente, geralmente fechando alguns contratos ou criando novas músicas. Naquele sábado em específico eles estavam se sentindo realizados com o novo lançamento que prometia bombar muito, já que com menos de 24h de lançado, os fãs já conseguiram subir a hashtag para uma das rádios mais ouvidas de LA tocar em plena manhã.
Eles viam o burburinho nas redes sociais e ainda não parecia real que tanta gente os acompanhavam e realmente gostavam das produções, inclusive essas mesmas pessoas queriam sempre mais. Quando uma música era lançada sozinha, primeiro vinha os pedidos por clipe, depois teorias sobre a letras, para no fim terem milhões de pedidos por um próximo álbum. E isso se repetia toda santa vez. Louis sempre apreciou muito todo o carinho e dedicação dos fãs e tentava agradá-los o máximo possível, era por isso que estavam discutindo sobre um próximo clipe para esse lançamento caso a música consiga continuar nas mais ouvidas pelo menos durante essa primeira semana.
E depois de horas e horas de reunião, Jamie teve a brilhante ideia de pedir pizzas e cerveja já que ficariam no estúdio/escritório por, pelo o que parecia, a noite inteira. Era como se eles ainda fossem os mesmos amigos de 20 anos em uma garagem, com a cerveja mais barata que se podia achar e manchas gordurosas nas roupas por causa dos lanches duvidosos, quando por vezes esquecem de toda a pressão por serem uma banda de crescente sucesso e se deixavam trabalhar em suas melhores formas. 
Mas quando Louis acordou no domingo com um incômodo na cabeça e no estômago, ele repensou as atitudes da noite passada, julgando estar velho demais para pensar em projetos enquanto enche a barriga de comida gordurosa e cerveja de péssima qualidade. Então o dia foi bastante preguiçoso, trocou algumas mensagens com a família, o que lhe deixava sempre com um gosto amargo na garganta por estar tão longe e lembrando das irmãs e dos pais com carinho, apesar do aperto no peito. Falou com os rapazes sobre o próximo ensaio, já que estavam chegando cada vez mais perto do próximo show, e respondeu as mensagens de Tristan, seu agente. 
O loiro estava o lembrando mais uma vez da sessão de fotos que teria no outro dia pela tarde, porque Louis tinha o costume de esquecer das coisas, talvez sua adolescência rebelde e maconheira tenha certa culpa nisso, mas ele deixou essa persona para trás. Só que assim como alguns fantasmas do passado, esse assunto de ser fotografado lhe deixava um tanto desconfortável. 
Já tinha respondido o email com as perguntas que sairiam na matéria e, pelo visto, todas tinham um cunho bem pessoal. Foi perguntado sobre sua infância e como conheceu seus companheiros de banda, o que ele teve muito orgulho de contar e sentiu até uma certa nostalgia, respondeu também sobre como resolveu largar tudo e vir para os Estados Unidos por conta da música, lembrando de dar os devidos créditos aquele que lhe deu tal chance, e, perguntaram, ainda, sobre possíveis arrependimentos após essas escolhas, o fazendo lembrar da família e de como costumava ser apegado a todos eles antes de fazer um sacrifício pelo próprio futuro. Para essa questão ele respondeu que não considerava um arrependimento, no entanto. 
Mas ele não tinha costume de ser tão aberto sobre sua vida pessoal e não sabia o que esperar das fotos amanhã, se usariam alguma coisa remetendo a sua infância, se tentariam lhe deixar confortável com as câmeras ou se seria uma coisa totalmente diferente do que as perguntas lhe fizeram imaginar. 
Tomlinson dormiu por longas horas e acordou na segunda-feira com esses mesmos questionamentos na cabeça, nem um pouco mais tranquilo depois de descansar, mas pelo menos as olheiras não estavam tão presentes como sempre, então a maquiadora responsável pelo ensaio provavelmente ficaria feliz. Não conseguiu comer muito no almoço tanto pela ansiedade, quanto pelo receio de parecer inchado nas fotos, coisa que sequer passaria pela sua cabeça em outra ocasião. Isso só o fez admirar ainda mais quem trabalhava com isso pois se ele, que nunca teve problemas desse tipo, estava agora inseguro com a própria aparência, imagina quem vive disso.. não deve ser nada fácil lidar com as pressões internas e externas.
Assim que chegou no estúdio onde faria as fotos, para sua felicidade não seria algo exposto ao público, foi muito bem recebido pelo fotógrafo e todo o pessoal que trabalhava com ele. Da porta já conseguia ver diversos equipamentos que deviam ser muito caros e profissionais, um fundo infinito, luzes espalhadas, uma poltrona vermelha e um piano de cauda, o que lhe deixou ainda mais curioso sobre o que o homem de dreads pensou para o cenário deles. 
– Vem comigo, vou te mostrar as opções que pensamos para a primeira e segunda parte da sessão. Espero mesmo que você goste! – a moça baixinha de olhos puxados e cabelo platinado falou, logo depois de lhe apresentar para todos ali.
– Eu também espero gostar. – tentou descontrair e conseguiu alguns sorrisos das pessoas que estavam por perto. 
Lhe levaram para ver as trocas de roupa que tinham planejado, mas sempre deixando muito claro que ele usaria apenas o que se sentisse confortável, a escolha ainda era sua, e apenas depois de vestir o primeiro look que usaria nas fotos, ele foi levado para fazer o cabelo e maquiagem.
Louis estava vestindo regata em um vermelho escuro, jaqueta de couro preta e uma calça jeans na mesma cor, e nos pés ostentava um coturno pesado. Era como se tentassem retratar toda a rebeldia que ele experimentou na adolescência, o couro cintilando para demonstrar a ousadia, o cabelo espetado como qualquer adolescente que não liga muito para a aparência e só quer se divertir, e os coturnos representando o peso e marca das suas escolhas, mesmo que tão jovem. Se olhar no espelho foi como ver seu eu mais novo, não pelas roupas já que ele não costumava se vestir assim, mas pelo significado que elas pretendiam passar. 
Quando estava finalizando os últimos detalhes da maquiagem leve, apenas para não brilhar com tantas luzes fortes sobre si, notou uma comoção na entrada do local, onde algumas pessoas largaram seus afazeres para cumprimentar quem tinha chegado. Até mesmo o fotógrafo parou de configurar as diversas câmeras que possuía e estava dando um abraço caloroso no outro homem, um tanto mais alto, mas ainda escondido atrás de dreads e roupas coloridas que quase lhe engoliam. 
Um burburinho de falas animadas podia ser ouvido e um sotaque mesclado entre o britânico e o americano se destacou. Assim que se separaram do abraço, Louis conseguiu ver um homem alto e esbelto, com fios enrolados no topo da cabeça, deixando o topete charmoso e bagunçado na mesma medida. Ele tinha olhos verdes marcantes e um sorriso largo ao conversar apressadamente com todos ali, parecia que estava em seu habitat natural e agia de forma certeira ao andar pelo estúdio, tão diferente de si. 
Aquele deveria ser o modelo com quem seria fotografado. 
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– Então.. esse é seu primeiro ensaio? Porque você me parece um pouco tenso e isso com certeza vai aparecer nas fotos. – o modelo falou enquanto eles davam uma pausa para mudar o ângulo das luzes, na tentativa de ajudar. Harry usava um terno completamente colorido e repleto de formatos geométricos com a calça fazendo parte do conjunto caótico, porém bonito. E ele informou a Louis, logo depois de se apresentarem, que aquela era uma releitura da peça que usou quando ganhou o primeiro concurso a nível nacional, aos 15 anos.
– Digamos que eu não tenho tanta afinidade assim com as câmeras, meu negócio mesmo é o microfone, luzes piscando e o som estourado nos meus ouvidos. – ele falava ao passo que tentava relaxar os ombros e fazer com que o vinco entre as sobrancelhas sumisse. O maior até tentou lembrar se já havia visto o rosto interessante do outro em algum local, mas pelas roupas que via ele vestir, não parecia ser o tipo de música que ele consome. 
– Mas você leva jeito, vai..  vamos! Solta bem o ar – pousou a mão no diafragma do mais baixo para direcionar aquele exercício. – Isso, agora levanta o queixo, mas sem travar o maxilar, deixa leve.. sim.. sente seus músculos se soltando junto com a sua exalação, muito bem. 
– Obrigado mesmo, Styles. – retribuiu o sorrisinho que lhe foi oferecido. – Se você não tivesse aqui eu provavelmente estaria com cara de constipado nas fotos ou então seria expulso daqui na base da vassourada depois de alugar o pessoal por tanto tempo e sem resultado. 
– Não precisa do Styles, agora somos quase colegas de profissão, hm? – provocou risonho. – Harry é o suficiente. 
– Ok, colega. – revirou os olhos em deboche. – Vamos acabar logo com isso. 
Apesar do desconforto inicial Harry era muito bom em puxar assunto para diminuir a tensão que o outro sentia, então vira e mexe ele direcionava e posicionava o rosto de Louis, cochichava baixinho onde ele poderia colocar as mãos e pés, já que as fotos ainda estavam sendo tiradas do fundo branco infinito e poderia ser difícil conseguir uma boa posição. Nessa primeira parte as fotos foram majoritariamente separados, mas a ajuda do outro foi imprescindível para que aquele ensaio não durasse uma eternidade e Louis ficou bastante grato. 
– Agora eu preciso de vocês dois juntos aqui, por favor. – o homem de pele negra os chamou para próximo do piano de cauda. Louis sequer tocava aquele instrumento, mas obedeceu. — H, quero você encostado aqui onde as luzes estão posicionadas de cima e o Tomlinson vai ficar sentado como se estivesse tocando, com as luzes por baixo. Vamos testar dessa forma. 
E eles se posicionaram como instruído. O segundo look de Louis era um tanto mais maduro que o primeiro e procurava refletir suas mudanças ao longo do tempo, então ele vestia uma blusa completamente preta de mangas longas e gola alta, e agora tinha os cabelos em um topete não muito formal. Sua calça, no entanto, seguia a pegada que talvez nunca deixasse de fazer parte da sua vida, era um tecido que reluzia como o couro, deixando o visual imponente e, ainda assim, elegante.
Já Harry foi vestido em um macacão de mangas longas e gola alta, todo branco e rendado, deixando a pele alva aparecer entre os furos do tecido bem trabalhado. Nos pés, o salto alto tipo agulha completava a mistura entre delicadeza e poder que o modelo transmitia em todo o visual. A renda simbolizava a beleza que seu universo atual pedia, mas tinha a pele por baixo, à mostra, dizendo que nem tudo precisa ser perfeito. O calçado mostrava aonde chegou e a força que era necessária para se manter de pé naquele lugar de julgamento e competitividade, e o gloss labial, o mesmo que cintilava em sua versão mais jovem com a outra roupa, mostrava que apesar de tudo, ainda era o mesmo. 
A forma como eles foram posicionados estava perfeita nas câmeras. O ângulo escolhido pegava bem o corpo sentado no banco do piano, com as mãos pousadas na teclas e sendo iluminado por uma luz quente que vinha de baixo, projetando sombras bonitas e deixando visível apenas alguns detalhes do rosto de Louis, como o queixo, maxilar e o nariz bem desenhado. Do outro lado, encostado na cauda do piano e olhando para cima, estava o corpo esbelto devidamente iluminado com uma luz fria acima da sua cabeça, projetando sombras no chão e deixando todos os seus detalhes à mostra. As roupas e a iluminação contribuindo para um contraste nada mais que belo. 
E quando finalizaram o dia, tudo o que sentiam era uma sensação de dever cumprido. Por ambos. 
O resultado não demorou a sair e na semana seguinte tudo o que se falava nas redes sociais era sobre a nova capa da Attitude e aqueles que a estamparam. Os fãs que acompanhavam a banda pela turn�� no Reino Unido passaram a se sentir um pouco mais próximos do vocalista com os fatos revelados na matéria e agora tinha fotos novíssimas para virar plano de fundo dos seus celulares.
No entanto, os boatos não giravam em torno apenas disso. Os sites de fofoca que reportaram a capa ajudaram a engajar ao mencionar como os dois homens ali eram queridos e desejados por muita gente, então como um bônus por todo o falatório, a equipe de fotografia resolveu que era uma boa ideia postar o making off das gravações, e realmente foi. Ver como seu ídolo era tão desinibido nos palcos, mas que ficava todo desajeitado em frente às câmeras foi engraçado para o público do cantor e por isso ficaram super gratos ao modelo assim que tiveram acesso aos takes em que se podia perceber ele ajudando Louis de fundo.
Eram alguns segundos de Harry posicionado atrás do fotógrafo e falando o que Louis poderia fazer; Outros segundos deles dois conversando e sorrindo, visivelmente tranquilos e amigáveis; e mais alguns do modelo com a palma sobre a barriga do outro enquanto ajudava ele com o exercício de respiração. Bastou isso para seu instagram se encher com novos seguidores, todos muito agradecidos pela consideração que ele teve com o mais velho, e, além desses seguidores, diversos comentários de como eles pareciam fofos e quentes juntos passou a surgir.
– Então.. o que acha, Cleo? Na minha opinião vai ser benéfico pros dois como, na verdade, já está sendo. – Tristan falava enquanto tinha a mulher de cabelos curtos, quase raspados em sua frente. 
– Eu posso ver os números, mas não sei se continuaria assim a longo prazo. Pode ser que tudo dê errado e acabe prejudicando eles ao invés de ajudar, você sabe. – Cleo, como gostava de ser chamada, relembrou. 
Eles estavam em uma cafeteria qualquer de Londres, aproveitando que o agente de Louis estava na cidade acompanhando a banda em turnê e resolveram se encontrar para resolver algumas coisas sobre negócios. 
Todo o burburinho na internet chamou a atenção não só dos dois principais envolvidos, mas das pessoas que também cuidavam das suas carreiras, no caso, Tristan e Cleo. Os números de seguidores de ambos não parava de crescer a cada dia, o que gerava uma visibilidade absurda para os projetos que eles se envolviam e a revista que eles deram a entrevista juntos já tinha batido o record de vendas dos últimos tempos em menos de uma semana. Era incrível e surreal a força que um casal poderia ter na internet nos dias atuais.
O loiro sempre procurou o melhor para seus clientes, tinha noção do quanto o mercado da música poderia ser desonesto com quem tinha talento, porque só isso não bastava para a indústria, então se acostumou desde cedo a lutar com todas as armas que tinha. Cleo não era diferente, fazia cinco anos que auxiliava Harry no lado profissional e além de uma ótima secretária/assessora, ela também se considerava uma boa amiga.
Esteve em grande parte dos momentos difíceis que via o cacheado passar e o ajudava como podia. Então aquela ideia que o outro propunha não era a mais insana que já presenciou durante toda sua experiência convivendo com diversos artistas. 
– É uma loucura dizer isso, mas acho que você tem razão. – a mulher concordou com uma careta depois de refletir mais um pouco. Aquela pequena reunião já durava horas e as quatro xícaras de café em cima da mesa eram provas disso. 
– Loucura seria desperdiçar essa oportunidade. – pontuou o outro. Ele sabia quando uma ideia merecia sua insistência.
– Ok.. vamos fazer isso então. Só espero não me arrepender dessa decisão. – suspirou. –  Harry e Louis vão engatar um namoro em alguns dias.
IV
– Esse show foi simplesmente insano, caras! – Jamie falou com um sorriso contagiante enquanto entravam no camarim após mais um show esgotado na capital inglesa.
– Definitivamente entrou pro top 10, talvez 5 hein – Concordou Nick, não perdendo tempo em abrir uma das garrafas de vodka que estava ali e propor um shot em grupo. – Aos próximos shows e que todos eles sejam fodas como esse!
– Aos próximos shows!! – todos os outros três repetiram em um só som, virando os copinhos com o líquido transparente em seguida. 
– Um minuto pessoal, eu já volto. – Louis disse.
Ele estava sentindo seu celular vibrar desde que pegou ele com um dos seus seguranças na saída do palco e aquilo estava lhe deixando impaciente e com a coxa quase dormente porque aquilo não parecia acabar nunca. 
Quando finalmente ligou a tela para ver qual a possível emergência, revirou os olhos com força. Desde a publicação daquela matéria e das fotos, alguns dias atrás, ele notou suas redes sociais bombando e uma série de notificações sem fim, mas como não era muito ativo no Instagram ou twitter, principalmente nas épocas em que estava ocupado trabalhando, ele apenas limpava a barra de notificações antes mesmo de ler do que se tratava. 
Por isso não notou os números de seguidores no Instagram subindo cada vez mais, nem os comentários que pareciam se multiplicar em suas últimas fotos. As menções que marcavam seu arroba também não estavam diferentes, havia uma série de curiosos desesperados por qualquer interação e não descansariam enquanto não tivessem uma confirmação para o que cogitavam ou uma resposta afiada negando tudo.
E depois de todo esse tempo tendo visto apenas a versão final da matéria e das fotos, notando que não tinha ficado nada mal, uma curiosidade se instalou em seu âmago e ele resolveu usar daquele tempinho livre enquanto os amigos deviam estar virando todo aquele litro de bebida, para verificar qual o motivo de tanto alarde. No entanto, Louis sequer teve trabalho. Bastou desbloquear o celular que mais uma série de notificações chegaram logo após ter esvaziado as anteriores, então ele apertou na primeira ao seu alcance, o que lhe levou direto a um tweet com várias respostas num mesmo sentido.
“Eu juro que acho que eles são um casal de verdade, vejam como ambos se olham nos olhos! #Shipando"
"Não sei se é só amizade irmãs, mas esses dois estão lindos juntos! #LouiseHarry #Attitude"
"Alguém mais percebeu a química entre eles? Acho que temos um novo casal no pedaço! #SinaisDeAmor #ShippandoMuito"
"Estou pegando fogo com as fotos deles juntos! Será que há algo mais? #Attitude #lgbt”
Louis precisou de um tempo até entender a conexão entre essas mensagens e suas menções, e só então relacionou com as fotos que tinha feito em colaboração ao modelo Harry Styles. Ele quis rir, desacreditado, mas as mensagens como essas não paravam de surgir e ele se viu na obrigação de verificar se suas outras redes também estavam sendo bombardeadas por essas ideias malucas, porque sinceramente não lembrava de haver um mísero momento em que as fotos tenham dado a entender esse absurdo. 
Ao abrir seu perfil pessoal onde costumava postar fotos, a primeira postagem que apareceu para si foi o making off que o fotógrafo tinha publicado dias atrás, mas como Louis o seguiu recentemente, mesmo os posts relativamente antigos ainda costumam ter destaque no feed do cantor. Talvez tenha sido por aquele vídeo que os boatos passaram a surgir, já que ali era o único lugar onde mostrava trechos, muito rápidos por sinal, de qualquer interação que tenha ocorrido entre o cantor e o modelo.
Ele quase passou batido pelos poucos segundos em que essas cenas apareciam e teve que rever o vídeo pelo menos duas vezes para tentar enxergar o que seus fãs estavam vendo. Não conseguiu, no entanto. O máximo de contato ou olhares que tiveram, como falavam pela internet, foi quando Harry lhe ajudou a quebrar a tensão que lhe deixava travado, sempre agindo muito profissional e respeitoso, o que, ao seu ver, não havia motivos para tantas conspirações. Por isso Louis decidiu desligar o celular mais uma vez, repensando se tinha sido mesmo uma boa ideia ter procurado saber o que estava acontecendo naquela terra de ninguém que é a internet, e sentindo uma leve dor de cabeça surgindo atrás dos seus olhos. 
Mas assim que a tela se apagou e ele deu meia volta, já direcionando seus passos ao camarim novamente, seu celular tocou aquela música que ele definiu especificamente para ligações de um único contato, seu agente. 
– Fala Evans, beleza? Cara você não imagina como o show hoje foi insano, você deveria ter ficado, sério. – atendeu empolgado, pouco lembrando das questões que povoavam sua cabeça segundos atrás. 
– Hey, Tommo. Fico feliz cara, mas é.. eu tenho mesmo que falar contigo. – a voz um tanto robótica exalou hesitação.
– Ô-ou.. esse tom de voz não pode ser coisa boa. Sinceramente, você pode deixar pra amanhã? É que agora eu e os garotos vamos sair para comemorar e não quero que você quebre o clima, sem ofensas.
– O que eu tenho pra te falar é melhor que seja pessoalmente mesmo, mas só preciso que você consiga um tempinho para me encontrar depois de amanhã na hora do almoço, porque é o único horário que eles podem então-
– Calma aí, garotão. Do que você tá falando? Eles quem?
– Você vai saber no dia, só me garanta que vai estar lá ok? Vou fazer as reservas naquele restaurante que a gente costuma ir quando viemos à Londres, aquele perto do London Eye.
– Já que não tenho escolha.. – tentou brincar para aliviar a tensão que o outro parecia sentir. – Tudo bem, Evans. Nos vemos lá então, cara. 
– Hm, ok.. certo. Parabéns pelo show de hoje novamente, avisa aos outros que eu estou parabenizando eles também. Até.
– Até. – desligou a chamada. – Que estranho. – saiu resmungando baixo, mas sem se deixar abalar. Tinha um after para curtir. 
°°°°°
Harry tinha acabado de vestir seu hobby após uma sessão de fotos para uma marca de cuecas, nem sempre sua profissão girava em torno da alta costura e passarelas, afinal para ser conhecido por tantos públicos diferentes ele precisava estar em ambientes diversificados. O ar estava geladinho no estúdio e até que foi bom ter companhia ao seu lado, ele pensou ao olhar para os outros três modelos trabalhando nessa campanha, mas por incrível que pareça nenhum deles lhe chamou muito a atenção.
Ele sabia ser discreto e profissional em seu ambiente de trabalho, porém nada o impedia de sair com tais colegas se tivesse vontade, ainda assim estava sempre respeitando todos em sua volta e não demorando um tempo muito perceptível ao analisar seus possíveis interesses. Para sua infelicidade, o corpo bronzeado e musculoso de um dos modelos era incrivelmente bonito, mas nada atraente para si. O outro, mais magro e ruivo, tinha a voz um tanto enjoada e Harry ficou com dor de cabeça só de imaginar sair em um jantar e ter que ouvi-lo por horas. O terceiro era praticamente a medida do Styles, um pouco mais baixo, não muito forte, nem magro demais, mas sua namorada estava orgulhosa acompanhando a filmagem nos bastidores. Então é.. não teria companhia por hoje. 
Mas quando estava pronto para se despedir dos garotos e de todos envolvidos na produção, lhe chamaram numa rodinha de conversa que os outros modelos pareciam estar. Ele, como não queria parecer rude ou esnobe, foi. 
– Styles! Vem aqui, gatinho. Estávamos justamente falando de você. – a voz irritante soou e ele nem imagina de onde aquele apelido surgiu, já que intimidade não tinha com ninguém ali. Identificou também os sorrisos falsos tão recorrentes naquele ambiente de trabalho, onde muitos forçavam uma simpatia inexistente para conseguir contatos.
– Oi gente, eu só vim me despedir mesmo.. já estava de saída. – sorriu simpático, querendo se desvincular daquele círculo. 
– Que isso, não precisa ir tão rápido. – o moreno falou. – Pensamos que talvez você possa vazar alguma informação pros seus queridos amigos aqui, hm? – levantou e desceu as sobrancelhas para demonstrar interesse.
– Desculpa, cara. Não queríamos ser inconvenientes nem nada, mas é que só se fala nisso nos últimos dias, meu twitter só aparece seu nome e ter você bem aqui é uma oportunidade e tanto. – o outro falou, parecendo ser o mais sensato e sincero. Era uma pena já ser comprometido, Harry certamente poderia se dar bem com esse. 
– Não sei se eu entendi, meninos. Do que vocês tão falando? Se eu puder esclarecer alguma coisa, vou tentar, mas não acho que sei de alguma informação sobre qualquer coisa nova no momento, desculpa. 
Harry era mesmo um poço de educação e gentileza e falava com calma e eloquência mesmo em momentos onde queria ser tudo, menos amigável. 
– Estamos curiosos sobre você e o Tomlinson, bobinho. – o ruivo voltou a tagarelar. – Não se fala em outra coisa desde aquelas fotos que vocês fizeram juntos, fazem um belo casal, à propósito. – e se o sorriso amarelo não fosse o suficiente, sua pele quase ficando verde mostrava a inveja que sentia com todo esse sucesso do outro. 
– Fico feliz que vocês gostaram das fotos, mesmo! Mas sinto dizer que não somos um casal, na verdade nenhuma das fotos chega perto de insinuar isso. – Harry ia dizendo e quando o moreno estava prestes a interrompê-lo, continuou com a voz mais imponente. – Inclusive soa até desrespeitoso cogitar uma coisa dessas só porque um homem gay está ao lado de outro homem em uma foto, vocês mais do que ninguém deveriam ter mais maturidade para enxergar nosso trabalho apenas como o que ele é: trabalho. 
E se os outros não estavam sem graça até então, bastou o telefone de Harry tocar e ele acenar em despedida enquanto atendia para os rostos dos rapazes se tornarem vermelhos, não tiveram chance nem de se desculpar antes que o cacheado saísse do local. 
Assim que pegou o elevador para descer os cinco andares que o levariam até a garagem do prédio em que estava, Harry só deu um tempo para que o sinal da ligação se estabelecesse e voltou a falar com sua secretária e amiga. Cleo estava o lembrando que ele deveria pegar o destino direto para um restaurante conhecido por ambos próximo ao olho de Londres, senão chegaria atrasado para o compromisso que ela tinha lhe avisado. 
Eles dois tinham uma agenda compartilhada em suas contas profissionais, onde basicamente a mulher colocava seus compromissos e Harry aceitava o que viesse, confiando totalmente em sua parceira de negócios há anos. Eles funcionavam bem assim, então o modelo geralmente descobria o porquê dos compromissos e reuniões quando chegava no local marcado e dessa vez não foi diferente. 
O restaurante escolhido tinha um arquitetura antiga, parecia um casarão com enormes paredes brancas e uma vista de tirar o fôlego, além disso ficava praticamente atrás do London Eye e a mesa que eles reservaram na parte externa do local tinha a roda-gigante de observação e a margem sul do Rio Tâmisa como plano de fundo. Harry se pegou encantado com o azul claro do céu refletido no rio enquanto era direcionado à mesa por um dos garçons e só recobrou sua atenção quando ouviu uma voz que ele recordava de algum lugar, em conjunto com a tão conhecida voz da sua secretária e uma outra que ainda não ouvira.
Styles sorriu um tanto surpreso ao encontrar Cleo e Louis, o mesmo que participou consigo da matéria para a Attitude, além de um outro homem muito bonito, loiro de olhos azuis, sentados na mesma mesa circular. Cumprimentou com um singelo “bom dia” e se sentou ao lado da mulher e em frente ao cantor, um tanto curioso para descobrir o motivo daquelas presenças em um almoço de negócios. No entanto, não precisou esperar muito, pois logo que o garçom se despediu levando os pedidos de cada um e desejando um bom apetite, a mulher começou a falar. 
– Então, Harry, esse é Tristan Evans, o agente do Tomlinson. Acredito que você deve se lembrar, certo? – os apresentou de maneira educada.
– Sim, como vai Louis? É um prazer, senhor Evans. – sorriu contido e os outros dois lhe responderam da mesma maneira. – Nós temos negócios a tratar? Desculpe, mas não achei que nos veríamos novamente. 
– É uma surpresa pra mim também, na verdade. – Louis respondeu, parecendo que sabia tanto quanto Harry sobre aquela situação. Ele olhou para seu agente e o maior desviou seus olhos para sua secretária, os dois esperando algum esclarecimento do que aparentemente havia sido organizado por eles. 
– Então garotos, eu sei que vocês perceberam o sucesso tremendo que foi as fotos de vocês para a revista… Eu e o senhor Evans pensamos muito nisso, discutimos todos os prós e contras e agora temos uma proposta para vocês.
A mulher continuaria a falar, mas precisou dar uma pausa quando o garçom voltou trazendo seus pedidos e depositou sobre a mesa. A comida estava apetitosa, o cheiro dava água na boca, porém esse breve minuto de intervalo entre o assunto que tratavam não deixou nenhum deles apreciar o sabor assim que o funcionário lhes deixou à sós novamente. 
– Bom.. a revista de vocês vendeu mais cópias em uma semana do que tinham conseguido com a matéria sobre a família real, que era o último record deles. Fora isso, nós tivemos um grande aumento de visualizações nos perfis pessoais e profissionais dos dois, além da enorme quantidade de vezes que o nome de vocês apareceram juntos na barra de pesquisas, o próprio Google me forneceu essa informação. – Cleo ia listando os fatos e os mais novos mal acompanhavam o raciocínio, lembrando que a matéria tinha saído uma semana atrás e todo esse sucesso era realmente espantoso. 
– Louis, você recebeu 3 milhões de novos seguidores no Instagram e Harry, você ganhou quase 5 milhões, além de várias propostas para colaborar com outros músicos em fotos, clipes, marcas de roupas e por aí vai. – Tristan citou, encantado com toda a repercussão. – Mas, mais que isso, esses números não seriam alcançados se as fotos fossem solo ou a matéria abordasse a vida de apenas um dos dois, vocês entendem?
– Não, quer dizer, sim.. isso é foda pra caralho! É meio inacreditável quando vocês falam todos esses números, mas fico feliz em saber que fizemos tanto sucesso assim. – Louis disse com um sorriso orgulhoso no rosto, finalmente se deixando apreciar a comida que havia pedido ao ver que o assunto não era nada ruim e sendo acompanhado pelos outros. 
Harry, entretanto, estava há mais tempo nessa indústria do que podia lembrar e foi forjado a desconfiar de toda boa notícia. Estava feliz com o sucesso, claro, mas não era ingênuo de pensar que dois profissionais sérios se juntariam com seus agenciados apenas para lhes parabenizar sobre isso, tinha algo a mais e ele só estava analisando a postura de cada um ali , com seus olhos verdes que, apesar de jovens possuíam muita experiência, e esperando a bomba que provavelmente viria.
– E foi por tudo isso que eu acabei ligando para a Cleo dois dias atrás e oferecendo uma proposta que-
– Que eu disse que poderia dar certo, mas a escolha ainda é completamente de vocês garotos. – ela interrompeu. 
– Vamos logo com isso, eu não tenho todo o tempo do mundo. – Harry cansou de toda essa ladainha e disse firme, logo após descansar seu guardanapo em cima da mesa. – Do que realmente se trata tudo isso?
– Nós concordamos que promover um namoro entre vocês poderia ser benéfico para as duas carreiras nesse momento. – Cleo falou de uma só vez e Louis, que estava bebendo um suco de laranja, foi obrigado a se desculpar depois de quase cuspir o líquido inteiro de volta na taça. – A banda de Louis está com a primeira turnê fora da América marcada e seria bom ter o alcance de públicos dos outros lugares. E Harry, nós lutamos muito para que você consiga desfilar nas três cidades da fashion week e sabemos muito bem que talento não é suficiente, eles querem views, alguém que esteja na boca do povo, que leve mais gente até as marcas. 
Ela falou sem se deixar ser interrompida. De início estava um pouco resistente a essa ideia, mas depois de analisar bem os benefícios que trariam, não havia porquê negar. 
– Gente, se eu entendi direito.. vocês querem que um cara de uma banda de rock, e que aparentemente nunca namorou alguém em público, de repente comece a namorar um modelo internacional e ainda por cima homem? Vocês só podem estar de brincadeira com a minha cara. – Louis estava quase rindo de nervoso, sem acreditar que tudo aquilo era sério. A feição dos outros três, por sua vez, eram sérios o suficiente. 
– Eu concordo com ele. Entendo que isso é muito comum na indústria musical, mas não sei se daria certo. – Harry começou a falar. – Não esqueçam que o público que a banda alcança pode não ser tão receptivo com a causa LGBT e isso acabaria nos prejudicando mais que qualquer coisa. Sem contar com todas as outras variantes como-
– Nós pensamos em tudo isso, Styles. Eu não daria sugestão de nada que pudesse prejudicar os meus meninos, lembre-se que isso também me prejudicaria e eu tenho minha família para sustentar. – Tristan achou de bom tom esclarecer. – Não estamos aqui para brincar de casinha ou tentar a sorte, nós fizemos pesquisa de mercado, analisamos os números, discutimos sobre tudo que poderia dar errado e decidimos que vale a pena tentar, basta vocês aceitarem. 
– O que me dizem, meninos? – Cleo finalizou. – A resposta final é de vocês. 
Harry encarou Louis, ambos em silêncio. O modelo já tinha passado por muita coisa e sabia que uma oportunidade como aquela poderia ser valiosa e não duraria muito tempo, a chance de conseguir desfilar em não só uma, mas três Fashion Week lhe fazia brilhar os olhos. Quando criança ele soube aproveitar a oportunidade de ser agenciado e precisou sair de casa, deixar a família e se mudar de país para conseguir o que queria, um namoro falso seria nada perto disso. Então deixaria a escolha para o outro que, pelos olhos azuis nublados e tempestuosos, parecia debater internamente se valeria mesmo a pena.
Louis tinha muito a perder. Lutou desde sempre para que sua bandinha de garagem desse certo e fossem levados à sério e quando finalmente conseguem isso, surge uma ideia que pode alavancar de vez seus nomes para todo o mundo ou lhe enterrar completamente no limbo dos músicos que tinham tudo para fazer sucesso e deram azar. Ele não tinha um contato tão íntimo com sua base de fãs, mas sabia que eles não seriam preconceituosos. Porém é diferente você apoiar um casal gay que está vivendo a vida deles sem lhe influenciar em nada e apoiar seu ídolo numa mudança tremenda da mesma forma, por isso estava inseguro. 
– Tristan, olha pra mim. – Louis virou para o outro homem, mostrando toda a vulnerabilidade e relembrando ao loiro daquele garoto de 20 anos que ele escolheu ajudar. – Me prometa pelo seu marido que pensou em absolutamente todas as consequências e essa maluquice não tem chance de estragar com tudo. Eu preciso que você me prometa!
– Eu não faria isso com vocês, Tommo. Mas se é isso que você quer, eu prometo. – Louis estreitou os olhos em sua direção. – Pelo Brad, eu prometo, ok?!
– Ok, então. Se estiver tranquilo pra você, Harry.. não quero que se sinta pressionado ou algo do tipo. – aceitou com um suspiro. 
– Acho que pode dar certo. Vamos fazer isso. – o modelo concordou, dando de ombros. 
– Que ótimo, menos uma coisa na minha lista. – Cleo agradeceu enquanto retirava duas pastas de dentro da bolsa, entregando para os mais novos, e esfregou as têmporas, tentando tirar a tensão do local. – Agora estudem isso, fizemos um plano para a história de amor de vocês. Eu coloquei os encontros baseados nas datas de folga que coincidiram entre os dois, mas pode ser que um precise viajar vez ou outra pra isso dar certo. Também esvaziei uma semana pro Harry acompanhar a tour que você, Louis, tem na Ásia, já que ele morou lá por alguns meses e tem bastante fãs por todo o continente. O plano inicial é de seis meses, começando agora em abril e finalizando antes da Paris Fashion Week, em outubro. 
Ela ia falando sem parar e os olhos de Louis quase dobraram de tamanho, realmente não estavam lidando com nenhum amador e tudo aquilo era quase uma missão do FBI, com datas, planos, metas.. tudo devidamente organizado e traçado. Dessa maneira ele até se sentia mais confiante por ter aceitado. 
– Aqui não diz exatamente como nós começamos a sair, vocês estavam imaginando usar as fotos que fizemos? Porque eu não sei se colaria, nós quase não nos falamos lá e muita gente percebeu. – Harry questionou ao passar os olhos por todas as letras, gráficos e fotos que compunham aquelas folhas em sua mão. 
 – Nada disso. O Arctic Monkeys tem um clipe para gravar esse mês e pensamos que você poderia ser um dos protagonistas, a história de vocês começaria dali. – Evans esclareceu com um sorriso satisfeito. – Temos um acordo, então?
– Temos. – os mais novos responderam ao mesmo tempo e se olharam em seguida. 
V
O aluguel dos três cenários para o clipe foi reservado para apenas dois dias e as cenas que Louis teria que gravar sozinho ou com os outros colegas de banda tinham ocorrido no dia anterior. A música que tinha feito grande sucesso desde o lançamento e que foi alvo de vários pedidos por um MV tinha um ritmo sensual e envolvente, apesar do significado por trás da letra.
Nem sempre a composição de uma música retrata vivências do seu compositor, isso era certo, mas às vezes sim. Por isso, a história desenvolvida para o clipe pretendia contar sobre uma relação tumultuada e decepcionante, em que o protagonista expressa ter sido enganado e traído por quem mais amava. Destacando, ainda, que, apesar de ter se considerado tolo, agora está no controle do jogo e pretende mostrar à outra pessoa as consequências de suas ações. O refrão expressa todo esse sentimento de forma clara ao afirmar que a outra pessoa precisa dele, do protagonista, mas este já reconhece que é um amor falso e promete derrubá-la quando ela mais precisar.
Como um personagem magoado e querendo vingança, Louis gravou as cenas onde frequentava bares com os colegas, fumava cigarros e virava shots de alguma bebida transparente, que na gravação era representada por água. Sua barriga saiu tão cheia na noite anterior, depois de repetir os mesmos takes várias vezes para terem mais opções na hora de editar, que hoje ele agradecia pelas próximas gravações não precisarem da ingestão de nenhuma bebida “alcólica”. 
Para o primeiro cenário do dia, Louis estava vestido em um conjunto de terno composto por tecido liso e cor terrosa, um marrom mais claro, que ajudava a destacar seus fios castanhos em um topete arrumado. A gravação aconteceu em uma balada de luzes baixas e vermelhas, onde muitos figurantes foram contratados para encher o local e bebidas caras preenchiam as mesas, além de ter máquina de fumaça deixando o ambiente mais pesado e íntimo para as várias pessoas seminuas que dançavam em pole dances. 
A intenção era representar que seu companheiro era uma pessoa em casa, alguém que Louis conhecia como amoroso e fiel, mas na verdade tinha uma persona por trás disso e que foi descoberta bem ali, naquele local. Por isso Harry, que seria o outro protagonista do clipe conforme o combinado, estava ali substituindo a ideia original de ser uma mulher ocupando o papel, mas que ele faria muito bem. 
Sua roupa combinava com a obscenidade do lugar, uma blusa rendada preta de mangas longas que, com toda a transparência, deixava suas tatuagens e mamilos aparecendo, vestia também uma espécie de tanga masculina de vinil, cobrindo basicamente suas genitais e só. Tinha os fios ondulados úmidos e uma máscara preta lhe cobria a face, deixando apenas os olhos verdes e a boca rosada à mostra, assim como os outros dançarinos e dançarinas, que também usavam o acessório misterioso, e trabalhavam na balada ocupando os palcos circulares com a barra de ferro. 
As câmeras rodavam pelo local capturando os corpos dançantes que giravam e se penduravam no pole dance de uma maneira invejável, além de utilizar como plano de fundo para a filmagem os demais figurantes que bebiam e jogavam dinheiro cenográfico em cima dos homens e mulheres quase nus. Nesse mesmo espaço de tempo, enquanto Harry passeava elegante pelo local e sentava em outras mesas com vários homens, Louis era gravado andando pela balada, com a feição séria e à procura de alguém. Contudo, no momento seguinte ele já estava em uma mesa contendo apenas um sofá vermelho como assento e uma garrafa de wiskey muito caro na frente, ao passo que um certo modelo desfilava em sua direção com movimentos confiantes e prontos para seduzir quem quer que assistisse aquilo. 
O diretor da filmagem indicou que Harry sentasse ao lado, com as pernas jogadas em seu colo e um cigarro entre os lábios, tragando o filtro e jogando para cima enquanto Louis recitava baixinho a letra da própria música que tocava ao fundo. Na luz vermelha os olhos verdes ficavam ainda mais bonitos e Louis podia jurar que os cílios do modelo pareciam pintados e maiores de tão perto. O próximo movimento que deveriam fazer lhe deixou um tanto inseguro, Harry tinha acabado de sentar em seu colo e se aproximou até ter os lábios quase colados aos seus, lhe passando toda a fumaça que tinha prendido nos pulmões. 
Louis não era um bom ator, mas foi meio que automático entreabrir a boca e se deixar inspirar aquela névoa. 
O máximo de contato que tiveram durante essa primeira etapa das filmagens foi esse, o resto se perdeu em cenas sozinhos e de olhares que diziam muito. Mas ao anoitecer daquele mesmo dia, em um quarto alugado, eles tiveram que terminar o clipe com as cenas que faltavam. Agora era a hora de retratar o casal que o protagonista conhecia e a maneira que eles viviam antes de ter descoberto o outro lado do companheiro. As cenas entre o quarto e a boate seriam intercaladas no final e dariam aquela impressão fascinante de lembrança do passado em choque com os acontecimentos do presente, independentemente da ordem em que foram gravadas.
– As luzes e câmeras estão posicionadas, garotos. Avisem quando estiverem prontos. – o diretor do clipe avisou. Ele era bons anos mais velho e tinha duas assistentes mais novas, talvez sejam universitárias do curso de cinema, que ficavam sempre passeando pelo quarto para garantir que tudo saísse conforme o planejado.
O quarto era bem básico, tinha uma TV de modelo antigo sobre a cômoda, uma cama grande com cabeceira de madeira e lençóis claros, um espelho retangular bem acima e alguns quadros na mesma paleta de bege e marrom preenchendo a parede ao lado. Louis vestia uma blusa cinza que facilmente passaria por um pijama e uma calça de tecido leve no mesmo tom. Já Harry vestia uma blusa larga demais para ele na cor branca em um tecido simples que chegava até o topo das coxas e não mostrava a boxer da mesma cor que usava por baixo. 
Ambos tiveram seus cabelos minuciosamente bagunçados pela equipe de produção e nenhuma maquiagem foi passada, todos os detalhes estavam postos para tentar mostrar a convivência e intimidade de quem dormia e acordava junto. 
– Tudo bem pra você, Harry? A gente pode falar com ele se for muito desconfortável, sabe.. – Louis falou baixinho para o rapaz ao seu lado na cama, em cima dos tecidos propositalmente desordenados. Eles tinham lido o roteiro há pouco tempo e sabiam muito bem como teriam que agir agora, o que explicava as faces um tanto coradas. 
– Tá tranquilo, eu acho. Não deve ser mais constrangedor do que se trocar na mesma sala que diversos outros modelos julgando os corpos uns dos outros. – deu um risinho sincero, ele realmente acreditava que nada seria pior que aquilo, mas era compreensível que o outro estivesse tenso. Sendo um homem gay prestes a encenar uma pegação forte com um cara hetero, apesar de não ter certeza sobre esse fato, era até fofo que o outro queira lhe deixar confortável.
– É.. ok, estamos prontos então. – Louis disse ao diretor, que rapidamente soltou mais uma vez a música que, de tanto ouvirem, parecia ter se infiltrado no cérebro de todos ali presentes, e iniciou a gravação. 
O ambiente, por ser mais calmo e íntimo, dava um ar diferente das cenas anteriores. Não tinham luzes piscando, nem máscaras cobrindo os rostos ou pessoas dançando e gritando. Na verdade, as luzes amareladas eram aconchegantes e claras ao ponto de Harry conseguir enxergar cada mínima sarda que apontava nas bochechas de Louis, e que ele não pôde perceber antes. 
O modelo estava mais uma vez no colo do cantor, com menos vergonha do que anteriormente, já que não tinham muitas pessoas no ambiente no momento, apenas o pessoal necessário para cuidar das câmeras e luzes, e eles dois. Ainda era estranho ouvir uma voz mais grave e rouca gritando para que Louis passasse as mãos devagar pelas suas pernas nuas, e ele estava um pouco vermelho e arrepiado depois de senti-lo repetir o mesmo movimento mais duas vezes para que gravassem de ângulos diferentes. 
Assim que finalizaram essa pequena parte, eles foram direcionados a deitar de uma forma que Louis ficasse por cima, tentando a todo custo não depositar todo o peso sobre si, segurando uma das suas pernas para cima e fazendo-a descansar nas costas cobertas pelo tecido cinza. A virada, no entanto, teve que ser refeita pelo menos três vezes porque na primeira Harry caiu em cima do próprio braço, na segunda Louis se enroscou um pouco e não conseguiu virá-los no tempo certo da música, o que ocasionou uma crise de riso nos dois, e na terceira tentativa o joelho do maior acabou acertando sem querer uma área muito sensível do cantor, mas ele pediu desculpas logo após. 
Após esses momentos que ajudaram a dar leveza ao clima, eles finalmente acertaram o movimento e foi lindo como o encaixe se mostrou na câmera. O diretor até abaixou o tom de voz quando mandou que Louis raspasse os lábios nos vermelhos de Harry, para não quebrar a atmosfera e química que eles estavam criando juntos. Ao seguir o comando, o menor viu o momento exato em que a língua de Harry deixou um rastro molhado pelo lábio inferior, um segundo antes de Louis se inclinar devagar e deslizar a boca entreaberta por ali, decidindo ousar e fazer o que não foi pedido quando agarrou aquela carne macia entre os dentes pontudos e puxou de leve. Ele sentiu a respiração de Harry ser solta de uma só vez pouco antes de uma das assistentes soprar algo como “isso foi muito bom, Louis”. 
Eles não estavam com os corpos colados, então ainda existia um resquício de espaço pessoal resguardado entre ambos, mas quando Harry teve que deslizar a camisa pelas costas do mais velho, esse espaço precisou diminuir. Sua coxa direita estava mais uma vez apoiada sobre o quadril do outro, mas agora ele conseguia sentir uma pequena parte da pele quente que lhe pressionava na cama enquanto Louis sussurrava a letra da música próximo ao seu ouvido e pescoço, deixando o ar quente arrepiar a pele clara de tal maneira que Harry não lembra quando exatamente fechou os olhos para apreciar o momento. 
Mas logo acabou, porque eles tinham que trocar novamente de posição e o diretor sabia bem o que fez quando colocou essa cena para o final. Seus anos de experiência devem ter lhe dito que após alguns minutos gravando eles estariam mais soltos e dispostos àquilo, sem tanta timidez. 
Harry estava mais uma vez sentado sobre Louis, que tinha as costas apoiadas na cabeceira da cama, e os lençóis fofinhos estavam amontoados ao redor deles deixando a visão ainda mais bonita. O modelo passava as mãos por toda a pele nua do torso e braços do menor, com três câmeras apontadas em sua direção e cada uma posicionada para filmar de um ângulo diferente. Uma delas tinha foco no perfil dos dois que se encaravam tão de perto que Louis cogitava, seriamente, estar um pouco vesgo. A outra, mais de longe e dando a completa visão das costas do cacheado, pegava também toda a cama desarrumada, as mãos do modelo pressionando os ombros de Louis e as mãos deste, que subiram a camisa branca de Harry até mostrar a faixa da cueca boxer, apertando a cintura fina da forma mais caricata possível para que não restasse dúvidas do desejo que seu personagem sentia.
A última câmera estava sobre a cama, filmando desde os tecidos até o alto da cintura dos dois. E se não tivesse música rolando no fundo do quarto alugado, os dois no centro do móvel não ouviriam nada naquele momento.
A música tinha as batidas fortes e sensuais ricocheteando no coração do maior, que parecia seguir a mesma melodia enquanto ondulava os quadris assim como estava descrito no roteiro. Ele seguia fielmente o que leu em todas aquelas folhas e por isso começou a rebolar um pouco tímido no começo, mas logo depois pegou o mesmo ritmo do que ouvia e se movimentou com mais segurança e angulação, de uma maneira que tinha certeza que ficaria bonito no clipe.
Louis sentia as mãos emaranhadas nos seus cabelos, desarrumando ainda mais os fios, e sua respiração estava um tanto ofegante enquanto o cacheado deslizava devagar para frente e para trás em cima de um tecido tão fino que era sua calça, o que não podia ser considerado uma real barreira entre eles. Por não estarem debaixo dos lençóis, foi indicado que Harry soltasse todo o peso das pernas e realmente sentasse em Louis, pois se assim não fosse, daria para ver na filmagem a resistência entre ambos e não pareceria real. 
O cantor estava cuidando para não apertar demais a cintura do outro, mas suas mãos estavam inquietas e passeavam pelas pernas macias e quadril de Harry até se fecharem nos cachos bagunçados. Do outro lado, o maior sentia a pele arder e não sabia se era pelos toques de Louis ou pelo esforço de se manter em movimento por tantos minutos ou, ainda, se era fruto das respirações que saíam num mesmo espaço de tão próximos que estavam e pareciam que eles respiravam o mesmo ar quente.  Muito quente. 
Nesse momento uma das câmeras sinalizou que a bateria tinha acabado e a moça que filmava com ela pediu uns minutos para trocá-la, então o diretor também deu esse tempinho para os artistas descansarem um pouco. No entanto, apesar da oportunidade de saírem das posições e poderem esticar as pernas, os dois homens no centro da cama não se mexeram.
– Droga, eu realmente sinto muito por isso Harry. – Louis estava visivelmente constrangido e em dúvida se pedia para Harry sair do seu colo ou agradecia por ele não tê-lo feito ainda. – Sério, meu deus, que vergonha! – deu uma risadinha sem graça e tirou as mãos do cacheado, procurando trazer uma almofada mais para perto do seu corpo. – Não foi intencional, sabe.. eu só, eu-
– Ei, calma. – Harry riu. – Eu não tô ofendido ou algo assim, relaxa. – viu o outro soltar a respiração que tinha prendido, mas com esse ato seu quadril se movimentou involuntariamente e ele sentiu seu pescoço corar também. – Eu não tenho experiência com esse tipo de trabalho, mas deve ser normal, né?
Louis concordou com a cabeça e levou as duas mãos para o rosto, um pouco tímido e sem jeito, torcendo para finalizarem de uma vez as gravações. Fazia alguns minutos que Harry sentiu um volume embaixo de si, mas não tinha prestado atenção com toda a atmosfera envolvente que a música alta e a dança erótica deixava em seus ouvidos e pensamentos. 
Ele só se deu conta que cada movimento -  principalmente quando deslizava para frente até ter colado o peitoral junto ao do outro, pendendo sua cabeça acima da de Louis para logo ondular lento de volta e arrastando todos os centímetros de pele em contato - cada movimento como esse deixava o volume ainda mais presente e firme, além de deixar Louis mais corado e ofegante. Só então ele reconheceu o incômodo entre suas nádegas e quis rir, se sentindo um pouco lisonjeado até, mas não deixou transparecer. 
– Para finalizar eu quero uma cena romântica, garotos. Deitem de lado e fiquem de mãos dadas, isso. – eles se arrumaram em uma espécie de conchinha, onde Louis deixou que Harry deitasse sobre seu braço direito estendido. Com o esquerdo ele abraçou o maior, tentando não pressionar seu membro no final das costas do outro, mas a risadinha que o modelo deixou escapar, pressionando os lábios um no outro e mostrando uma das covinhas, mostrou que Louis não teve tanto êxito assim. – Tá ótimo assim, brinquem um pouco com os dedos entrelaçados.. perfeito. 
Era reconfortante para Harry ser aconchegado daquela forma, mesmo que sentisse a ereção do outro, que já se desmanchava, lhe cutucando um pouco por trás. Mal lembrava a vez em que se sentiu confortável numa posição tão vulnerável, sendo abraçado e sentindo a respiração lenta de outra pessoa em sua nuca. Isso poderia ser familiar para muita gente, mas para ele não era. Se perdeu um pouco olhando seus dedos deslizarem pelos do outro com um sorriso mínimo no rosto e depois de alguns segundos foi despertado quando as luzes fortes se apagaram, só restando a iluminação comum da lâmpada do quarto. 
– Temos o suficiente, vocês foram ótimos. – o diretor sorriu e as suas assistentes esbanjaram agilidade em desmontar os equipamentos ao redor do cômodo. Louis e Harry pareciam estar lerdos demais em comparação. – Eu devo combinar com o Tristan a edição e entrega do material pronto, Tomlinson?
– Eu.. é, sim. – tossiu para limpar a garganta. – Isso, ele vai combinar contigo, mas acredito que o prazo máximo é de duas semanas. 
O outro concordou com a cabeça e se aproximou para apertar a mão dos dois, Louis até levantaria para abraçá-lo, mas era melhor não. Harry já estava de roupa trocada, a rapidez com que ele fez a mudança devia ser alguma habilidade adquirida com a profissão, já Louis, entretanto, esperou todos saírem do quarto após uma rápida despedida, para finalmente levantar, tropeçar na confusão de tecidos sob seus pés, e vestir suas próprias roupas. 
– Nos vemos em duas semanas então? – Harry perguntou antes de sair. Ele tinha um óculos escuro segurando os fios rebeldes em sua cabeça e uma ecobag nos ombros. 
– Sim.. obrigado por hoje e me desculpe mais uma vez. – ele pediu novamente, não queria imaginar a possibilidade do outro ter se sentido assediado ou algo do tipo. Harry dispensou com as mãos. – Em provavelmente duas semanas o clipe estará pronto e vão começar os boatos.. – o modelo arqueou uma sobrancelha. – quer dizer, aumentar os boatos. Daí nós vamos jantar e pronto, estamos namorando. 
– Parece tão fácil, né? – os dois soltaram um suspiro em conjunto. – Bom.. suponho que eu deveria ter o número do meu futuro namorado.
– Ah, claro. Na verdade, Tristan já me passou o seu.. eu vou te mandar uma mensagem e você salva. 
– Tudo bem. Nos vemos depois então. – o outro se despediu da mesma forma, mas foi um tanto constrangedor quando o modelo não se decidiu entre um abraço ou aperto de mãos e Louis teve o mesmo problema. Ficaram naquela dança esquisita por poucos segundos e logo depois, com sorrisos envergonhados, eles deram um abraço rápido e saíram, cada um para um lado. 
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A primeira semana após a gravação do clipe foi relativamente tranquila, Louis terminou a etapa de shows que restavam nas demais cidades da Inglaterra e apesar de não terem diminuído as especulações sobre sua vida amorosa nas redes sociais, nenhuma nova informação ou foto foi vazada, o que era uma boa notícia e mostrava que até agora o plano estava sendo seguido completamente. 
Depois disso, ele finalmente teve alguns dias de intervalo e aproveitou para visitar a família, na intenção de passar o máximo de dias possíveis com eles para amenizar um pouco da saudade.
A casa do subúrbio de sua infância, de paredes escuras e um jardim na frente, deu lugar a um belo imóvel planejado em um condomínio na parte mais rica de Londres. Esse foi o primeiro presente que deu aos pais quando melhorou de vida e, contra o que todos costumam pensar, não foi tão difícil quanto parece deixar suas memórias para trás. O quarto cheio de posters de bandas de rock para onde ele levava as namoradinhas de escola, a escada onde ele costumava correr atrás das irmãs em uma brincadeira não muito segura de pega-pega, e, não menos importante, a garagem na qual seus sonhos tiveram início. 
Mais do que qualquer lembrança antiga, o cantor priorizava sua família. A segurança e bem-estar deles sempre foi um dos seus principais objetivos, e mesmo que sua mãe tenha ficado reticente em aceitar a mudança drástica de cenário, ainda preocupada com a carreira instável do filho, ela se encantou de pronto com o presente e talvez isso tenha contribuído fortemente para que a mulher aceitasse melhor o caminho que Louis resolveu trilhar. Andy era uma mulher madura que teve seu primeiro filho muito cedo e o namorado na época não quis arcar com a mesma responsabilidade, então ela contou com a pouca ajuda que tinha na casa dos pais, não entrou na faculdade e se contentou com qualquer emprego que lhe aceitasse naquelas condições. 
Sua vida foi de abdicações em prol da pequena família que estava criando até o garotinho completar 10 anos, quando conheceu um homem apaixonante e que não demonstrava ser igual aos outros. O padrasto de Louis, Ben, lhe aceitou como filho assim que venceu as barreiras emocionais da mulher e pôde se aproximar de verdade, depois não demorou muito para eles morarem todos juntos e saírem da casa dos avós do menino, mas claro, seguindo o que as condições financeiras do momento permitiam. 
Alguns anos mais tarde, Andy descobriu estar grávida de duas lindas meninas e Louis, depois de se recuperar da crise de ciúmes, realmente adorou a ideia de ser irmão mais velho. Chloe e Cassie nasceram idênticas, a pele mais morena e os olhos castanhos como o pai, eram a paixão do pequeno Louis, que não economizava energias ao brincar e se divertir com as duas à medida em que foram crescendo. 
Mas ao sair de casa com 20 anos, deixando as mais novas na faixa dos 8, ele sentia que perdeu grande parte da evolução das meninas e isso o deixava um tanto emotivo só de pensar que elas já podem ter passado pelo primeiro amorzinho de infância ou até mesmo um primeiro beijo. Não ajudava lembrar que ele não teve a oportunidade de aterrorizar garotinhos de, agora, 13 anos. Pelo menos a etapa da faculdade ele não tinha perdido ainda e faria de tudo para não o fazer. 
Quando enfim ele entrou na casa nova - não tão nova assim - dos pais, foi recebido com um abraço duplo animado que sentiu tanta falta. 
– Lou! Lou! – as duas pré-adolescentes gritavam e pulavam ao seu redor, fazendo com que o homem deixasse as malas na entrada e se rendesse àquela euforia. – Você veio pro nosso aniversário? Eu queria fazer das meninas malvadas, mas a Cass quer que seja daquela banda chata que ela gosta. – a gêmea poucos segundos mais velha falou revirando os olhos. 
– Você pode mandar essa feia não falar assim deles? – a outra rebateu enfurecida, com braços cruzados e tudo. – Eu não pedi pra você nascer comigo, então não tenho culpa do nosso aniversário ser em conjunto. Se você acha tão ruim assim pode ir morar com outra família. – Cassie saiu batendo os pés e Louis queria rir, mas não o fez. Era engraçado como irmãos tem esse costume de brigar por coisas tão simples a qualquer hora do dia. 
– Ô mãe!! – a outra menina correu atrás, esquecendo completamente que o mais velho tinha acabado de chegar. 
– Lar, doce lar. – Louis falou com um sorriso no rosto e um suspiro contente. 
A festinha de aniversário aconteceu dois dias antes que Louis precisasse voltar para Los Angeles, e fazia um ano que ele não conseguia estar presente nessa data, mas agora estava tudo dando certo. Ele fez questão de trazer dois presentes diferentes, pois conhecia a personalidade de cada irmã, e ainda levou flores para a mãe e uma lembrancinha para o padrasto. 
A despedida, no entanto, foi regada a lágrimas das mais novas, que atrasaram o quanto puderam o irmão ao se agarrar nas pernas do mais velho e sequestrar uma de suas malas. Sua mãe se despediu com um abraço rápido e logo saiu para a cozinha, mas Louis percebeu que a mulher estava se segurando para não chorar na frente de todos, sempre se fazendo forte para a família.
O voo de pouco mais de 11 horas era exaustivo, mas ele conseguiu descansar pelo menos um pouco antes de seu cérebro voltar a pensar nos eventos seguintes na linha temporal tão bem definida que sua vida seguia agora. O videoclipe ficou pronto enquanto ele estava aproveitando com a família, por isso a missão de revisar e aprovar a edição ficou para Tristan e os outros garotos da banda, então a próxima etapa seria a publicação assim que ele chegasse em Los Angeles. Com isso viria a primeira aparição pública dele com Harry, aproveitando que o modelo estava na cidade a trabalho, o que traria, segundo a secretária do cacheado, mais pesquisas em seu nome assim que eles fossem flagrados juntos e mais pessoas acessando a página no youtube, conhecendo a música nova e, consequentemente, o trabalho da banda. 
A primeira pessoa que encontrou quando chegou no estúdio, logo depois de dormir por algumas - poucas - horas em seu apartamento, foi Tristan. A televisão do estúdio, que ficava no alto da parede, mostrava a contagem regressiva para a estreia do vídeo no YouTube, tinham cerca de três horas de pura ansiedade até o clipe estar disponível e Louis assistir pela primeira vez, mas enquanto isso o Loiro quis acertar os últimos detalhes sobre o que viria depois. 
– Eu falei com o Zak e o Antony para fazerem as fotos hoje. – Evans disse. – Vocês dois provavelmente não vão vê-los, eu pedi para serem o mais discretos possível. 
– Só dois? Vindo de você eu esperava uma chuva de paparazzis e flashes, helicópteros, tapete vermelho e gente gritando. – Louis riu ao enumerar.
– Engraçadinho.. Esse primeiro passo deve ser o mais cuidadoso, senão vai foder com tudo. – Ele passou a mão pelos cabelos bagunçados, apesar de toda a cautela com que estavam seguindo o plano, se alguma coisa saísse de maneira não natural para o público, seria o fim. – Se vocês virem alguma coisa entre arbustos ou do outro lado da rua, não olhem diretamente. Sério, Tommo, faça questão de parecer apaixonado pelo Styles e não deixe sua curiosidade lhe fazer encarar qualquer outra pessoa.
– Ei! Eu vou fazer tudo certo, relaxa. 
A programação do dia para Louis era: estreia do MV às 13h, almoço com os caras para comemorar, passar a tarde vasculhando os comentários sobre o clipe no Twitter, mas isso era um segredo seu, e às 20h encontraria Harry em um restaurante conhecido por atrair pessoas famosas. 
Em um relacionamento real ele duvidava que o lugar seria sua primeira escolha para um encontro, mas como era praxe alguns artistas serem vistos por lá, não criaria desconfianças em cima dos paparazzis, pois eles podiam ficar de tocaia lá sempre atrás de algum furo interessante. Mas como não era real, para Louis não importava muito aonde iriam. 
Quando pôde riscar a primeira linha imaginária da sua lista de tarefas para o dia, o cantor se surpreendeu com o resultado do vídeo. O jogo de câmeras e luzes foram tão necessários para dar o tom que a história pedia que ele nunca mais reclamaria sobre o preço de se contratar uma boa equipe. As cenas que mudavam entre o passado e o presente ficaram perfeitas e os olhares que as câmeras capturaram deixou tudo tão real que ele até se sentiu um pouco envergonhado quando a televisão foi preenchida completamente com a cintura de Harry sobre a sua, rebolando de maneira condizente com a batida da música, tão sensual, e ele ouviu um coro de “uou!” e “se deu bem” entre as risadas imaturas dos amigos. 
Dizer que os fãs do shipp enlouqueceram com tudo isso foi um eufemismo. O celular dos dois parecia que podia travar a qualquer momento de tantas notificações e mensagens nas mais diversas redes sociais e quando já estava perto do horário marcado para o jantar, Louis o colocou no modo avião e foi se arrumar.
O cantor não sabia muito bem o que vestir e por isso apostou no básico que lhe deixava confiante. Uma blusa vinho lisa e calça preta com a jaqueta jeans claro para espantar o vento frio que não era tão comum na primavera californiana, mas que apareceu naquela noite. Porém, enquanto ele esperava sentado em uma das mesas próximo à sacada do restaurante, logo atrás dos vidros que tinham vista para a rua, notou um homem se aproximar pela visão periférica. 
Ele tinha acabado de deixar o sobretudo com um dos funcionários do local e vestia por baixo uma camisa preta com alguns botões abertos mostrando o colar com pingente de cruz que Louis nunca o viu sem, calça também na mesma cor, mas com listras verticais brancas, o que o dava a impressão de ser ainda mais alto, e nos pés o sapato lustroso passava a impressão de ser muito caro. 
Louis quase escondeu seus vans por baixo da mesa, mas escolheu sorrir ao levantar para cumprimentar o outro. 
– Você poderia ter me avisado que viria assim para eu tentar me vestir um pouco melhor, não acha? – Foi a primeira coisa que disse ao segurar a cintura de Harry e depositar um beijo no rosto do modelo.
– Essa é a sua forma de me elogiar? – Styles riu, graciosamente. – Você também está muito bonito, Louis.
Eles estavam próximos o suficiente para gerar suspeitas e o mais alto apoiou a mão no ombro do outro.
– Acha que podemos sentar agora? Já deve ter dado tempo de tirarem algumas fotos, eu acho. – Harry se inclinou para falar no ouvido de Louis, o que deixou o outro com uma visão privilegiada e com detalhes do colar que ele usava, além dos botões abertos logo abaixo. O modelo também aproveitou para sentir o perfume de Tomlinson e aprovou o bom gosto.
– É, sim. deixa eu só.. – Respondeu ao puxar a cadeira em sua frente para o cacheado sentar e revirou os olhos quando o outro pousou as mãos no coração, tentando fazer graça com o gesto educado.
As unhas dele estavam pintadas de um rosa alaranjado, algo como salmão, e alguns anéis enfeitavam ainda mais os dedos. Louis não imaginava que aquela cor poderia ficar bonita em esmaltes, mas se fosse para ficar, é óbvio que seria em alguém como Harry Styles. 
Eles fizeram os pedidos e Louis descobriu que o outro seguia uma dieta de carnes brancas, só comia peixe e muito raramente aceitava frango ou outro animal. Isso foi pauta para alguns minutos de conversa enquanto esperavam os pratos chegarem, o maior falava de maneira calma e de uma forma que prendia a atenção de qualquer um, dando algumas bicadas no vinho que pediram vez ou outra. Do outro lado da mesa, Louis também o acompanhava na bebida e lhe ouvia de uma maneira que o cacheado não estava acostumado, ele gostava de demonstrar que estava ouvindo e por vezes seguia os lábios do outro com o olhar para entender melhor o que era dito. Proposital ou não, aquela atenção pode ficar meio desconcertante se durar por longos minutos como acontecia ali. 
Por isso Harry também passou a questionar coisas comuns sobre a carreira e vida pessoal do cantor, queria o conhecer melhor já que o relacionamento duraria, pelo menos, seis meses. 
– E quando eu pedi pra repetir, ela simplesmente levantou a blusa. – Louis contava aos risos. – Não, sério. Eu realmente não tinha entendido o que ela tinha falado, não era pra ser uma confirmação a seja lá o que aquela doida ofereceu. 
Eles estavam no meio do prato principal e o menor ria e gesticulava muito com as mãos e olhos enquanto contava sobre a vez que uma fã resolveu mostrar os peitos no meio do show. Aparentemente a moça estava muito animada, talvez um pouco bêbada, e quando ele parou o show para ver se estava tudo bem, ela começou a falar algo que ninguém da banda tinha entendido, mas assim que Louis se aproximou pedindo para ela repetir, a garota abaixou o tomara que caia branco que usava. Harry riu tanto que sentiu suas bochechas doerem, imaginava que a vida de um rockstar devia ser muito louca, mas não era pra tanto. 
– Sinto em dizer que meu trabalho pode ser entediante comparado a isso. – o modelo foi parando de rir aos poucos e começou a contar quando foi perguntado sobre alguma história parecida com a do outro. – O máximo de emoção que tive provavelmente foi quando meu salto quebrou no meio do desfile. – Louis fez uma careta de dor. – Pois é, meus tornozelos ficaram doloridos por alguns dias depois disso. 
Na hora em que o garçom perguntou se pediriam a sobremesa, o menor encostou o suficiente para sussurrar no ouvido do outro de forma divertida. 
– Seria muito meloso dividirmos uma sobremesa no primeiro encontro? – dava pra sentir o sorriso arteiro em seu rosto. 
– Não sabia que você era desses caras, Tomlinson. Espero que não queira economizar na sobremesa com as garotas que você sai, ninguém gosta de homens assim. – Harry implicou. 
– Cala a boca, é romântico, vai. – eles falavam tão próximos que Louis se viu enrolando um cachinho do outro e puxando, numa intimidade que ele raramente desenvolvia em tão pouco tempo. O empurrão discreto em seu ombro que recebeu logo em seguida foi merecido, no entanto. 
– Vamos querer esse creme de papaia com cassis.. sim, só um, nós vamos dividir. – o modelo sorriu educado para o garçom e Louis deu um sorriso vitorioso em sua direção. A alegria, no entanto, só durou até descobrir que a sobremesa parecia mais algo que uma senhora pediria e não uma bomba de açúcar como ele imaginava. Nunca mais deixar o modelo escolher sua sobremesa, anotado. 
A noite foi mais divertida do que eles esperavam, a companhia era agradável e o clima não foi tão constrangedor quanto poderia ser. Ambos estavam satisfeitos com isso e poderiam até dizer que uma amizade estava surgindo a partir dali. 
Alguns flashes foram percebidos assim que Louis abriu a porta para que Harry entrasse em seu carro, não tinham combinado que ele levaria o mais novo para casa, mas o improviso caiu bem. 
– Está entregue, são e salvo. – destravou as portas e se virou para o cacheado que estava no banco do carona. 
– Muito obrigado pela carona e pelo jantar Louis. Eu realmente acredito que poderia ter sido pior. – Harry sorriu provocante e revirou os olhos quando o outro se fez de ofendido, com as mãos no rosto e tudo. 
– Para você é namorado, não Louis. – rebateu com uma sobrancelha erguida. 
– Então te vejo depois.. – ele se aproximou lentamente e completou próximo à orelha – namorado. – deixou um beijo estalado no rosto do cantor e saiu do carro. 
VI
Harry: (Foto)
Harry: Nós estamos na Times Square!!!!!!!!
Harry: Nunca pensei que ficaríamos tão bem nas telonas 👍👍😁
Louis: Isso é foda pra caralho! Ficamos realmente muito bem ;)
(...)
Louis: Ei, eu vi seu desfile ontem. Aquela apresentadora definitivamente não sabe de nada.
Louis: Ah! e eu aposto que aquela roupa feia dela ficaria melhor em você.
Harry: Obrigado, Louis 🙂
Harry: Mas nunca mais fale assim de uma Gucci na minha frente 😡
Louis: Eu tô te defendendo aqui, tá bom?! Não seja ingrato, haha
Harry: 🙄🙄
Harry: Sua risada não tem a menor graça assim, você pode usar emojis como todo mundo que está vivo no século XXI sabia?
Louis: Obrigado, mas não, obrigado. 
(...)
Harry: Cleo me deu o ingresso para o show na sexta. É muito ruim se eu disser que não conheço a banda??
Louis: Na verdade, sim, Styles. Infelizmente nosso relacionamento precisa acabar aqui.
Harry: Não seja palhaço 🙄🙄
Harry: Só preciso saber as principais músicas pra não passar vergonha, Louis. Me ajuda!! 🙏😁
Louis: Meu deus.
Louis: Vou compartilhar minha playlist com você, mas não abusa.
Harry: 👍😍
Louis revirou os olhos com um sorriso mínimo no rosto e enviou o link do spotify com a pergunta brilhando num letreiro neon na sua mente “Quem diabos não conhece Imagine Dragons?!”. Fazia quase um mês desde a última vez que viu o modelo pessoalmente e os boatos sobre o namoro pareciam estar esfriando, então veio a calhar que um dos seus colegas conhecia alguém que conhecia outro alguém que trabalhava com Dan Reynolds, o vocalista. No fim, ele estava com cinco ingressos VIPs para assistir o show e além da sua própria banda, seria um ótimo programa para levar também o namorado. 
Os dias depois do lançamento do clipe foram os mais agitados e caóticos que ele já experimentou durante toda a carreira. Além do estrago nas redes sociais que ele já previa, percebeu que em todos os shows dali em diante teriam várias pessoas e celulares voltados a qualquer parte considerada especial em busca de uma certa presença. De qualquer forma, Louis não deixou de ficar grato quando a procura de ingressos pros camarotes em cada setor e cada show ficou bem maior que o comum, não dava para reclamar se as pessoas querem gastar tanto dinheiro assim só para tentar achar seu “namorado”. Como se ele não fosse ficar exatamente na frente do palco ou então lá em cima com os produtores caso estivesse realmente lá. 
E depois de quase um mês, com os ânimos mais calmos, os fãs teriam mais algumas fotos para voltarem a surtar. Foi o que Louis pensou ao ver o carro vermelho e blindado parar na porta do seu prédio, e ele completou o pensamento de que deveria ter imaginado que Harry, aquele Harry, certamente não dirigiria um carro preto ou que fosse de algum modo.. sem graça.
Entrou no carro com um assobio na ponta dos lábios e elogiou a escolha do automóvel, brincando que esperava um dia ter tanto dinheiro quanto o cacheado para comprar um do mesmo modelo. Harry sorriu ladino e uma covinha charmosa despontou na bochecha. Os cachos estavam estrategicamente dispostos pela cabeça dele e não tão definidos, e o dress code preto parecia ter sido combinado, já que ambos se encontravam vestindo a mesma cor. Se não fosse os pequenos brilhos prateados que eram discretos, mas aparentes, por toda a camisa do cacheado e a blusa de manga longa com gola portuguesa que Louis usava, podia-se dizer que eles combinaram em usar calças skinny jeans e vans.
– Eu descobri porque a banda do show de hoje não era tão desconhecida assim pra mim. – Harry disse logo após iniciar a rota pelo GPS e dar partida no carro. 
– Então eu ainda posso ter esperanças sobre algum possível bom gosto seu? Ei! – Louis riu ao ser beliscado na coxa.
– Não exatamente.. eu só lembrei porque uma das músicas da sua playlist era a preferida do meu ex. Bem.. tipo ex. É complicado. 
– Ele era o cara com bom gosto da relação então. 
Harry acenou com a cabeça, mesmo um tanto confuso sobre a última fala do cantor. Não pareceu ser apenas sobre música aquele comentário. 
– Vocês ficaram juntos por muito tempo? Ah, meu deus! Foi tipo um namoro super falado do mundo da moda e eu estou passando vergonha por não conhecer? – continuou Louis, apreciando a risada que o cacheado soltou com sua forma exagerada de falar. 
– Não para a primeira pergunta. Talvez para a segunda. – deu uma olhada rápida em Louis e se deparou com os olhos azuis voltados para si, depositando toda a atenção no que falava. – Ele também é modelo.. basicamente trabalhávamos juntos em muitas campanhas e desfiles, éramos um casal bonito e todas as marcas queriam o contrato em conjunto.
– Consigo imaginar algo assim.
– É.. só que com tudo isso nós começamos a nos aproximar e nos relacionar. De verdade. –  Não tinha uma carranca no rosto, tampouco um sorriso. A feição serena como se estivesse contando sobre o tempo deixou Louis curioso e até espantado sobre o quão bem resolvido Harry demonstrava ser sobre o assunto.
– Deixa eu adivinhar, então isso deixou de ser comercial e vocês foram naturalmente se afastando?
– Ah, não! Não mesmo. Nós ainda trabalhamos juntos às vezes. – soltou um sorriso com a careta confusa que Louis fez. – Sam não tinha realmente a intenção de algo sério quando me pediu em namoro, ele sempre amou sair com várias pessoas e quando eu penso em solteiro só consigo imaginar ele como personificação da palavra. Eu era muito novo, passamos algum tempo juntos mas sem realmente sermos exclusivos.. bem, pelo menos ele não era exclusivo. 
Louis ainda prestava atenção em cada palavra que saía dos lábios cheios do outro, querendo ouvir toda a história. Ele conseguia demonstrar devoção e interesse de uma maneira tão simples que era basicamente confortável de se conversar qualquer assunto, desde enfeites de natal a assassinatos em série. 
– Eu não podia cobrar nada, na verdade. – Harry continuou. – Depois de dois anos nesse rolo, quando ele resolveu me pedir em namoro, eu não aceitei e resolvi terminar qualquer envolvimento romântico e sexual que tínhamos. Por isso o “tipo ex”. 
– Oh, uau. – Louis desviou o olhar para a estrada, de sobrancelhas erguidas e só um pensamento rondando sua mente. – Ele realmente era o cara com bom gosto, mas não soube fazer boas escolhas. 
Harry sentiu sua bochecha esquentar e manteve os olhos nos faróis que ocasionalmente iluminavam todo o carro.
– E quanto a você? Nenhum relacionamento para contar história?
– Eu nunca namorei. – deu de ombros. – Tive algumas pessoas aqui e ali, mas meu foco sempre foi minha música e carreira. Não apareceu ninguém que me fizesse ter interesse em algo mais sério e duradouro. 
– Vendo pelo lado bom, ninguém precisa surtar de ciúmes quando seus fãs resolvem fazer um strip pra você. – levantou e abaixou as sobrancelhas, lembrando da história que o outro lhe contou no restaurante um mês atrás, e riu ao ouvir uma série de “hahaha” sair dos lábios alheios. 
°°°°°
Os amigos de Louis eram super divertidos e rapidamente criaram uma intimidade digna de anos de amizade com Harry.
O show tinha sido eletrizante, apesar de não fazer muito o estilo do cacheado, as batidas fortes e a energia surreal da plateia fazia qualquer um se render e curtir como nunca. Todos eles ficaram na parte frontal do espaço, antes mesmo da primeira grade que dividia o palco dos fãs que provavelmente estavam acampados na fila há dias para ficar o mais perto possível do seu ídolo. Harry tentou aproveitar da maneira mais discreta possível a visão do vocalista na passarela, dançando e cantando de maneira definitivamente sexy demais para qualquer um que tenha olhos funcionais. 
Dan Reynolds estava muito suado, com toda aquela pele alva a mostra, sem camisa e sem nenhuma tatuagem visível. O shortinho preto parecia algo que o modelo costumava usar em suas corridas ou sessões de yoga, e mesmo que o tecido leve fosse igual, o caimento em ambos era uma coisa totalmente diferente. O cantor tinha um corpo forte e todos os músculos definidos no lugar certo, o que geralmente não fazia o tipo de Harry, mas após algumas cervejas e uma visão muito próxima daquele monumento que chamavam de homem, ele estava com medo de sair babando pelo cantor errado nas fotos que alguém devia estar tirando. 
Louis pareceu sentir o mesmo medo, pois tinha passado menos da metade do show quando ele pressionou as costas do cacheado em seu peito, passando os braços pela cintura marcada dele e soprando um “se comporte” baixinho no ouvido. Ficaram naquela posição pelo resto da apresentação inteira e quando Harry dançava desengonçado, apenas para provocar o outro que aparentemente não curtia passar vergonha em público, Louis era obrigado a acompanhar o movimento já que seus braços não sabiam o caminho de volta para o lado do próprio corpo e permaneciam segurando com firmeza o outro. 
– E teve aquela vez que o Louis roubou o carro do padrasto e mandou o Liam dirigir até a cidade vizinha porque nós fomos chamados para cobrir o show de uma outra banda que tinha cancelado de última hora no festival da cidade. – Jamie disse, rindo.
Eles estavam em uma espécie de festa mais reservada após o show, o lugar tocava uma música eletrônica mas não era alta o suficiente para impedir as conversas que rolavam pelo local. Tinha poucas pessoas, provavelmente só os convidados pelos músicos do Imagine Dragons tinham acesso a essa parte mais intimista e exclusiva, então a banda de Louis resolveu contar algumas histórias sobre sua trajetória enquanto o cacheado se divertia como mero ouvinte. 
– Tecnicamente não foi um roubo e você está sendo generoso em chamar aquela merda com aproximadamente 50 pessoas presentes, sendo que metade devia estar tão chapada que não faria diferença sermos nós ou um pendrive tocando, de festival. – protestou Nick.
– Detalhes.. ainda assim o Tommo aqui conseguiu assumir toda a culpa pelo nosso sumiço de várias horas e acho que até hoje meus pais não sabem aonde a gente foi. – finalizou Jamie com um semblante pensativo, apesar de grato. 
Louis ouvia as histórias e a forma como os amigos falavam com um sorriso de canto fixo no rosto e por vezes revirava os olhos em divertimento, mas a postura não deixava de ser confortável. Ele se sentia bem em apenas deixar os outros terem seus momentos falantes, mesmo que os temas lhe digam respeito, e continuava bicando o copo de energético com vodka calmamente.
Harry sempre se considerou um bom observador e graças a isso ele percebeu como Tomlinson, pelos relatos, sempre se manteve presente e constante na vida daqueles outros homens. Podia não parecer de longe, mas o cacheado agora tinha certeza que cada pequena atitude que Louis tomou e toma em sua vida tem como principal preocupação as pessoas em sua volta. Isso era simplesmente puro e belo. 
E não é como se o cantor quisesse crédito por nada disso. Gastou literalmente todas as economias para gravar a demo e não aceitou que os outros se comprometessem tanto assim, assumiu a responsabilidade quando alguma aventura era descoberta e provavelmente pegou todo o castigo para si sem dedurar os outros garotos, incentivava todo mundo a se manter acordado por várias noites nos pubs de Londres apenas esperando uma brecha na programação para que fossem encaixados, como se os equipamentos encostados no meio fio não estivessem alí por horas sendo nutridos por um pequeno fio de esperança. Louis Tomlinson foi a força que os liderou até onde chegaram e merecia cada olhar de gratidão, mesmo que demonstrasse fazer pouco caso. 
Quando Harry o deixou em casa naquela madrugada, sem paparazzis os perseguindo dessa vez, se sentiu ainda mais admirado e comovido pelo Louis que a cada dia conhecia mais um pedacinho. 
O tempo praticamente voava entre trabalhos aqui, shows ali, uns desfiles acolá e mais tantas publicidades. Por isso, os próximos dois meses foram preenchidos por exatos três encontros rápidos entre os dois artistas. 
– Sua mão é sempre tão gelada? E tão grande.. sério, espera um pouco, não é tão fácil achar uma posiçã- isso. Melhorou – Foi o que Louis disse enquanto eles estavam passeando pelas ruas de Los Angeles. Harry tinha um suco verde nas mãos e o cantor bebia seu café gelado aos poucos, ambos curtindo o clima ameno e o vento que balançava os grandes coqueiros que enfeitam a maioria das avenidas da cidade. 
– Não precisa segurar elas se estiver difícil para você com essas mãos tão miúdas. – as covinhas atrevidas faziam questão de enfeitar o rosto bonito do outro.
– Como ousa? – e simplesmente iniciaram uma disputa muito séria, e não verbal, sobre qual mão ficaria na frente enquanto andavam. Os braços se esbarravam com velocidade e os risos ficavam cada vez mais altos. 
Na próxima vez que se viram, Louis estava acompanhando o lançamento da coleção sazonal de alguma marca parceira do maior. O evento era em Nova York, a grande maçã, e felizmente coincidiu com a agenda de shows da banda, então sem problemas quanto a isso. 
O problema em si veio à tona quando alguns conhecidos apareceram para cumprimentar Harry, com sorrisos brilhantes e olhares afiados, dignos dos vilões da Disney. Até Tomlinson, que não se considera muito atento, foi capaz de notar a maneira com que a postura do modelo ficou ainda mais ereta e imperturbável, se é que aquilo era possível, e como ele fixou um sorriso educado no rosto, mas que depois de alguns dias vendo a forma como as covinhas se mostram e os olhos apertam, Louis sabia que não era real.
– Argh! Pensei que eles não fossem sair nunca. – o menor falou próximo ao ouvido do cacheado, mesmo que, com sua teimosia por não querer ficar na ponta dos pés, tenha chegado no máximo no maxilar rígido dele.
Foi quase de imediato que as sobrancelhas de Harry relaxaram e o sorriso plastificado finalmente saiu do rosto. Ninguém nunca tinha se concentrado e percebido as singelas mudanças, mas Louis sim. Aparentemente havia um Harry, aquele divertido e brincalhão que se tornou seu amigo nos últimos meses e embarcou nessa loucura com ele, e existia o Harry Styles, a personificação da palavra modelo, alguém que exalava perfeição e em quem todos se inspiravam, aquele que não cometia erros. Devia ser tão cansativo, o menor só queria poder espalhar as mãos sobre os ombros do outro e fazê-lo relaxar toda essa tensão para fora.
Quando se viram na próxima vez, já no início de agosto, o verão estava com tudo na Califórnia e pegar uma praia foi uma ideia muito bem-vinda. Venice Beach era completamente surreal e estonteante, a areia clara e fininha onde os banhistas caminhavam com calma ou simplesmente deitavam para tomar sol, o mar tão azul e intenso que diversos surfistas se divertiam praticando por ali, além de diversos esportistas, desde o skate ao patins, deslizando pelas pistas e contribuindo para a energia contagiante do local.
A praia era muito frequentada, o que foi uma escolha óbvia para os fins do relacionamento dos dois, mas não tão cheia como Santa Mônica, que por ser um destino certo para os turistas, provavelmente tiraria qualquer resquício de privacidade dos artistas e poderia ser até perigoso em certo ponto. Então Louis e Harry conseguiram se divertir um pouco, mesmo com algumas pessoas cochichando em sua direção às vezes e com outras não sendo nada discretas ao tirar fotos do casal. 
– Eu não sei.. só senti que devia aproveitar, entende? – os olhos verdes desviaram da bela vista em sua frente, o oceano vasto e algumas crianças correndo, e se virou para Louis. – Esse tipo de oportunidade não aparece a todo momento e eu precisei voar mais cedo que o esperado, mas pode ser bem difícil às vezes. – voltou novamente a fitar o mar.
Eles tinham essa coisa de mudar de assuntos divertidos e engraçados à dramas familiares num piscar de olhos, sem, contudo, pesar o clima ou ficarem desconfortáveis. Styles nem lembra qual foi a última vez que conseguiu falar sobre sua vida pessoal sem temer ter alguma informação vazada ou que a pessoa se aproveitasse de alguma forma do que foi dito para tirar vantagem. 
– Eu realmente entendo. Não a parte de aprender a viver por si só na adolescência, mas sobre as oportunidades. Você sente muita falta de casa? – Louis perguntou, genuinamente curioso. Ele, diferente do mais novo, não apreciava a visão da natureza que o local proporciona, apenas mantinha suas orbes fixas na maneira como os lábios cheios articulavam cada vogal de maneira mais enfática, enquanto as consoantes saiam por um espaço apertado, deixando a voz mais grave. 
Por vezes ele se perdia no brilho do sol refletido no colar delicado que pendia sobre o pescoço do outro, mas não se deixava apreciar o resto do corpo do cacheado vestido num shorts amarelo curto demais ao ponto de mostrar outras tatuagens que ele desconhecia a existência e os ombros largos que ficavam a mostra pelo caimento da saída de praia bege, no estilo de uma blusa meio larga e elegante. Não apreciava de maneira consciente, pelo menos. 
– Eu sinto falta de um lar. – Harry sorriu, um tanto corado. Esse era um assunto que o deixava tímido. – A casa dos meus pais, onde eu cresci, não me traz aquela sensação de preenchimento.. deixa meu coração em paz pelos, sei lá, três dias que consigo ficar, mas não aquece. Meu apartamento em Londres, também, é aconchegante e confortável, um lugar onde posso ser eu e descansar de qualquer persona minha.. mas, não sei, falta algo. 
As sobrancelhas bem feitas se crisparam e ele voltou o olhar para a areia entre as próprias pernas, brincando um pouco com os grãos e não percebendo como a garganta de Louis subiu e desceu com dificuldade ao que ele engoliu em seco. 
– Eu sinto mais falta das minhas irmãs, eu acho. – Louis virou para frente, na mesma posição que o cacheado, e chegou mais próximo, quase encostando o seu braço com o de Harry que estava apoiado no chão. – Não consegui acompanhar tudo o que eu queria sobre o crescimento delas, no fundo eu tenho medo de me tornar aquele parente que as pessoas sabem o nome mas não conhecem de fato. Alguém que está sempre longe e por isso é fácil substituir.
Harry olhou nos olhos azuis, sentindo uma coisa que nunca habitou seu peito antes. Talvez seja a cumplicidade e a forma fácil com que eles conseguiam conversar, talvez fosse a vulnerabilidade recíproca do momento, ou talvez tenha sido os olhos azuis que pareciam lhe conhecer de uma forma que ninguém conhecia. Nada precisou ser dito, a brisa do mar e o barulho das ondas fizeram fundo musical daquela cena de maneira perfeita e condizente. 
Eles estavam se deixando serem conhecidos e ao mesmo tempo colocando em palavras as inseguranças e medos que nunca tiveram coragem de expor nem quando estavam sozinhos com a própria companhia.
Quando deixou Harry em frente ao hotel onde ele teria uma reunião, logo depois de implorar para que o dono de uma barraca na praia deixasse o modelo usar o chuveiro e trocar as roupas leves que usava pelas que ficaram no carro durante a tarde, Louis lembrou do próximo compromisso com o maior. Ele estava estranhamente ansioso para vê-lo novamente.
– Daqui a duas semanas, então? – quase pareceu esperançoso demais. 
– Sim.. começamos por Tóquio, não é? – Harry respondeu enquanto apoiava os cotovelos na janela do lado do motorista, onde Louis estava.  
– Isso. – um flash disparou na direção deles, vindo da direção traseira do carro. – Eles estão aqui, você acha que é suspeito eu te deixar em um hotel e não seguirmos direto pra minha casa ou para a sua? Não lembro de Tristan ter contratado mais paparazzis depois do restaurante, então não podemos confiar na narrativa que eles vão vender.. Droga, tecnicamente eles não sabem que você tem trabalho agora, então é provável que falem que-
– Eu vou fazer uma coisa, não se irrite por favor. 
– O que? Harry, o assunto é sério. Talvez você devesse entrar e aí eu dou a volta e te deixo nos fundos porque por lá não-
O cacheado deu um suspiro resignado, revirou os olhos de uma maneira afetada e se aproximou de Louis, interrompendo todo aquele discurso com um selar de lábios. Foi tão rápido que Louis não conseguiu fechar os olhos a tempo e Harry já tinha se afastado, mas isso não impediu diversos cliques de serem ouvidos e definitivamente não impediu sua boca de formigar pelo menos um pouco.
– Oh, ok. Tóquio, então. – acenou com a cabeça em confirmação para a própria fala umas duas vezes, então Harry sorriu dando as costas.
– Tchau, Louis. 
VII
Podia se tornar um pouco sufocante e dolorida a forma como as luzes nunca são apagadas nessa cidade. É como se pegassem a Times Square, com todos aqueles letreiros, telas gigantes, anúncios e muita energia sendo consumida, e multiplicassem por toda uma cidade. Era assim que Louis estava enxergando Tóquio em sua primeira vez visitando o local.
Harry podia estar um pouco mais acostumado já que esteve na cidade algumas vezes, mas não a tornava mais tolerável. Por um dia ou dois era incrível, deslumbrante e inovador, mas tente por uma semana ou mais que se torna aterrorizante. Nunca parece anoitecer, as ruas são muito populosas, os hotéis muito caros pelo pouco espaço que oferecem, e chega um ponto em que os ouvidos e cabeça começam a latejar depois de serem bombardeados por muito tempo com um idioma tão diferente do usual. 
Eles estavam há dois dias hospedados no mesmo hotel, em quartos vizinhos que mais parecia separá-los com folhas de papelão no lugar das paredes, e saíam juntos em toda oportunidade. Podia ser apenas pelo contrato, mas eles realmente gostavam da companhia um do outro e talvez tenha sido por esse costume, de fazer as aparições em conjunto, que Harry se sentiu um tanto desnorteado no show daquela noite. 
Foi o primeiro show em que ele realmente teve que acompanhar a banda e, por isso, ficou estrategicamente exposto em frente ao palco. E mesmo com a companhia de algumas pessoas da produção ao seu lado, sem Louis a vulnerabilidade tomou conta do corpo do cacheado e ele agradeceu por estar em um país que prezava tanto a educação, pois não tinha certeza se aguentaria qualquer coisa que fosse mais intimidante do que os olhares tímidos e rápidos que as fãs lhe davam. 
O modelo não conseguiu se soltar de primeira e passou grande parte do tempo tentando normalizar a respiração e dar vazão àquele incômodo persistente que sentia. Não era incomum estar em posição de destaque, nem se tratava apenas disso.. era só que com aquelas milhares de pessoas ao seu redor tentando bisbilhotar um aspecto tão íntimo da sua vida, ainda que falso, Harry ficou quase  sufocado. Entretanto, como tudo em sua vida, ele só precisava de um pouco mais de persistência e tempo para se acostumar.
No último dia em Tóquio, algumas horas após o show, todos decidiram ir a uma boate indicada pelos empresários, um lugar mais reservado e “premium”, onde não teria gente filmando e poderiam agir da forma mais confortável possível. Claro que Harry e Louis não iriam correr o risco de serem vistos com outras pessoas, mas não havia a pressão de parecerem legítimos, seria só diversão, pura e simples. Assim, depois de algumas rodadas com pelo menos dois shots para cada um e uma garrafa de champanhe estourada para comemorar o início da primeira turnê fora da Europa e América do Norte, os corpos de ambos ficavam cada vez mais leves e dançantes. 
Louis não costumava dançar nem quando estava bêbado e talvez a companhia, ou a euforia por tudo o que estavam conquistando, tenha lhe influenciado de alguma forma. O corpo ainda estava arrepiado pela adrenalina que correu em suas veias durante todo o show e que não parecia querer abandoná-lo tão cedo, um sorriso contagiante estava fixo em seu rosto sem hora para ser desfeito e nas músicas super animadas ele se deixava até pular um pouco numa rodinha improvisada com os amigos. Quando não estava se divertindo dessa maneira, se contentava em deixar Harry movimentar seu corpo do modo mais conveniente para o modelo, que aparentemente tinha uma queda por lhe guiar em passos vergonhosos. 
– É só seguir a música, viu? Não tem que ser complicado. – Harry disse ao deslizar as mãos pelo próprio corpo enquanto deixava a batida lenta, mas ritmada, direcionar o movimento dos seus quadris. 
– É fácil pra você falar. – Louis bufou. – Não tem nada que você não saiba fazer, mas eu? A sorte é que não tem ninguém sóbrio aqui pra lembrar desse mico que eu tô passando. 
– Não seja dramático, olha. – se aproximou ainda balançando o corpo e segurou as mãos de Louis, levando elas até sua cintura e deixando-as ali. – Vem comigo, me segue. 
Louis sentiu a garganta apertar enquanto seus olhos acompanhavam as mãos tocando aquela parte delicada e sentindo o tecido de seda que o outro vestia. Era macio e gostoso de deslizar entre os dedos, e ele estava realmente apreciando o toque. Talvez a bebida tenha lhe deixado um pouco chapado demais, ou talvez tenha sido outra coisa. Quando levantou os olhos, Harry estava sorrindo em sua direção, todo brilhante e iluminado, como se as luzes escuras do local não fizessem diferença alguma, e então Louis engoliu em seco, focou nos olhos verdes, quase vítreos demais, e se deixou embalar pelo corpo do outro. 
Durante a primeira música ele ainda estava desajeitado e Harry apenas ria e o ajudava com as mãos nos ombros, fazendo ele não pensar demais. Depois de alguns minutos, o menor já não sabia quanto tempo ou quantas músicas já tinham passado, porque os dois corpos estavam tão próximos que Louis podia sentir no hálito do maior o doce da bebida que ele tomava, lhe desligando do ambiente ao redor e lhe induzindo a chegar cada vez mais próximo, tentado a sentir o sabor com a ponta da língua. Mas de repente o modelo virou as costas. 
– Eu amo essa!! – Harry gritou animado ao pegar o copo que estava na mão de Nick, sem mesmo saber o que o rapaz estava bebendo, e virou o que restava na própria boca. 
Não deixou Louis se afastar, no entanto. Logo após limpar as gotas que acabaram por escorrer pelo queixo, ele puxou novamente as mãos do mais velho até tê-las em volta da cintura e fez questão de guiar a palma numa espécie de carícia por todo o abdômen e mais em cima. O cantor queria manter uma distância respeitosa, mas com toda aquela intimidade que ele já tinha desenvolvido com o outro, se deixou aliviar tais preocupações. Se em algum momento Harry se sentisse desconfortável, tinha certeza que ele mesmo falaria. Com isso em mente, pressionou o modelo por trás, trazendo em um abraço o corpo leve e, com a permissão implícita, acompanhou os movimentos que ele fazia com os quadris, embalados por algum som sensual demais para não aproveitar. 
Quando finalmente se trancou no quarto de hotel depois de chegar da balada, Louis sentiu seu corpo sobrecarregado e com os nervos à flor da pele. A excitação do primeiro show em um local diferente, a aceitação do público, a alegria de dividir essa conquista com seus melhores amigos, a realização de mais uma etapa do seu sonho.. tudo isso estava deixando seus sentidos em êxtase, completamente acordado e  sem conseguir descansar a mente. Ele definitivamente precisava dormir por pelo menos duas horas antes de voar para a cidade do próximo show, mas estava se revirando há algum tempo na cama e ainda assim não conseguia. 
Foi um tanto automático que aconteceu. Em um segundo ele estava resmungando, bêbado, e rolando pelos lençóis macios do hotel, e no outro notou a própria mão deslizando pela boxer preta que usava. Não foi difícil ficar excitado, a mão que pressionava e esfregava a ereção quase completamente formada, parecia tremer um pouco, o que só podia ser resultado de todas as emoções que viveu durante o dia, e rapidamente ele deslizou o tecido pelas pernas, um tanto desajeitado e sem poder esperar. 
Louis espalhou as penas pelo colchão, deixou sua cabeça cair no travesseiro fofinho e fechou os olhos, soltando um suspiro aliviado quando envolveu totalmente o membro com o punho e o apertou com a segurança de quem conhece o próprio corpo e sabe do que mais gosta. A outra mão ele aproximou dos lábios e lubrificou três dedos com a língua, para logo depois rodear só a glande com os dígitos molhados. Ele esperava que seu vizinho de quarto não pudesse ouvir os gemidos baixos que saiam sem restrição pelos lábios finos.
Era uma tortura gostosa provocar apenas a cabecinha rosada até ficar tão sensível que tudo se tornava quase doloroso, para só então deslizar a outra mão para cima e para baixo com fervor, numa velocidade e rigidez nada comparada à delicadeza inicial. Em seus pensamentos geralmente não vinha nada, ele gostava de focar só no que o corpo estava sentindo, nos calafrios que subiam pelas costas ou na ardência entre as pernas pouco antes de gozar, mas daquela vez foi diferente. O aperto que sua mão fazia na base do membro era muito semelhante ao que sentiu da última vez que transou com alguém e a imagem daquela mulher veio à tona. Sequer lembrava o rosto dela, mas as ondas do cabelo castanho que ele puxou enquanto a fodia por trás era inesquecível e Louis se viu aumentando os movimentos de sobe e desce que estava fazendo. 
As pernas se dobraram na cama e ele passou a foder o punho que segurava com firmeza a ereção, cuspindo mais um vez nos dedos e só os deixando pressionados ao frênulo, uma parte tão sensível que sempre lhe fazia tremer um pouco. De olhos fechados e lábios entreabertos, com a respiração rasa e alguns gemidos desconexos, a lembrança que projetava em sua mente começou a modificar. Os cabelos amarronzados grandes diminuíram de comprimento e ele quase podia sentir o cheiro novamente, tinham um perfume forte e semelhante ao que ele sentiu enquanto dançava com Harry mais cedo naquele dia, bem quando as costas do modelo estavam pressionadas em seu peitoral e seu rosto estava rente à nuca do outro. 
As suas mãos, ou pelo menos a maneira com a qual se lembrava de segurar a cintura bronzeada da mulher, agora estavam segurando uma mais firme e masculina, aquela que ficou acostumado a tocar nos últimos tempos. Quando ele tentou espiar o rosto de quem seria ali, mesmo tendo consciência que poderia ser qualquer pessoa, já que não lembrava o rosto da que foi sua última, Louis se surpreendeu ao encontrar olhos verdes, vidrados e completamente tomados pela pupila. “Vem comigo, me segue”, o cérebro fez questão de reproduzir e ele não teve escolha.
As pernas tremeram e o líquido quente jorrou com uma força que ele não lembrava já ter gozado de tal forma anteriormente e, muito confuso, Louis abriu os olhos. 
°°°°°
Tóquio, Jacarta, Pequim e Singapura. Essas foram as capitais onde o Arctic Monkeys teve o prazer de tocar em um intervalo de 7 dias, o que, por si só, já era uma loucura. 
A noção de sono de qualidade, tempo de descanso e uma refeição bem feita foi perdida em algum momento durante essa semana de shows e viagens intensas. Eles estavam muito ocupados entre idas e vindas do aeroporto, check in e check out em hotel, passagem de som e show, além das comemorações após cada uma das apresentações que não podia faltar.. tão ocupados que Louis sequer teve tempo de analisar e refletir o que aconteceu no segundo dia de viagem. Também não parou para entender porque seu corpo associou a imagem de Harry a um momento tão íntimo seu. 
Ele só assumiu que sua mente bêbada e cansada pegou a pessoa mais próxima que ele não considerasse um irmão, como acontecia com seus melhores amigos e colegas de banda, e resolveu lhe pregar uma peça. Era isso.
Então quando, no último dia da viagem, eles foram novamente para uma baladinha comemorar o fim dessa etapa, o cantor não ficou estranho com o cacheado, nem demonstrou qualquer mudança no comportamento. Os toques carinhosos e abraços demorados já eram parte da rotina normal, afinal.  
Naquele dia houve um imprevisto no voo e eles não tiveram tempo de passar no hotel antes de ir direto para o local onde aconteceria o show, então as malas ficaram apertadas no camarim e até Harry teve que tomar banho e se virar por lá. Com esse pequeno contratempo e tendo em vista o sucesso dos shows no continente asiático, Tristan, que acompanhou os meninos apenas nos dois primeiros dias da viagem e voltou para a Inglaterra logo após, teve a ideia de reservar um hotel, que está na lista dos mais bonitos e caros do país, para a equipe e os artistas descansarem e curtirem o resto da estadia ali.
O Capella Singapore fica localizado na Ilha de Sentosa, pouco mais de duas horas de carro do local do show. O hotel era simplesmente a coisa mais paradisíaca e tropical que Louis e Harry já tinham visto, e o luxo de ter mais de 120 mil metros quadrados de floresta rodeando o local fez valer todo o dinheiro gasto. 
Do grande salão onde estavam, Harry tinha a vista privilegiada de uma piscina em cascata que parecia infinita aos seus olhos, além dos enormes jardins paisagísticos que esbanjavam amor pela natureza e também sofisticação. O garçom muito atencioso que lhe servia naquele balcão tinha um sotaque engraçado ao falar inglês e Harry queria sorrir por qualquer coisa, talvez pelas bebidas que já tinha tomado ou apenas pela magia que sentia ao estar ali. 
– Será que sou eu que vou ter que te tirar pra dançar dessa vez? – Harry ouviu a voz brincalhona sussurrar atrás de si e sentiu sua nuca arrepiar. 
– Não acho que você tenha essa coragem até ter bebido pelo menos três doses. – virou com um sorriso nos lábios e sobrancelhas arqueadas.
– Hoje é seu dia de sorte então. – Louis o levantou, puxando com delicadeza uma das mãos do cacheado e segurando o copo dele com a outra. – Tomei quatro. – e virou o copo de Harry, que negou com a cabeça, mas não se fez de difícil e acompanhou o outro. 
A noite estava fresca, bem no clima tropical que todo mundo imagina quando pensa em uma ilha, e Harry sentia os cabelos balançarem pelo vento e sua camisa grudar em seu corpo. O salão estava escuro e uma música eletrônica tocava alto, o som se esforçando para dominar o cômodo aberto. Os corpos de ambos já tinham se acostumado com aquela dança, tinha virado uma espécie de rotina: eles começavam separados, Louis sempre um pouco mais tímido e travado, depois Harry ia se aproximando aos poucos e não precisava mais direcionar as mãos do outro até sua cintura, a essa altura elas sabiam o caminho de cór; depois eles colavam ainda mais os corpos, viravam shots, davam risadas e se perdiam em uma sintonia que era ditada pelo ritmo da música do momento. 
As vezes Harry dava as costas e se deixava ser abraçado, às vezes era o contrário. E foi em uma dessas trocas, quando ele girou Louis de forma exagerada para fazê-lo rir, que o cantor sentiu Harry lhe segurar pela cintura, com o peitoral colado em suas costas, cabeça apoiada no ombro, e guiando com o quadril o movimento dos dois. 
Era diferente sentir o corpo alto por trás e podia até parecer estranho o encaixe, mas Louis não queria pensar nisso. Depois de alguns minutos com as mãos grandes e enfeitadas por anéis ocupando grande parte do seu tronco e barriga, ele nem conseguia pensar, na verdade. A atmosfera parecia estar cada vez mais abafada e ele sentia sua regata colando no corpo, os poros trabalhando para deixá-lo sóbrio mais rápido e ele fazendo o caminho inverso ao propor mais e mais brindes com o cacheado. 
Em certo momento ele já tinha perdido as contas de quantos copos e quais tipos de bebidas viraram juntos, na verdade os sabores se misturavam de tal forma que não fazia diferença. As horas também já não eram muito claras, ele até tentou olhar em um relógio de canto pomposo que tinha no caminho para o banheiro, mas não identificou se estava em algarismos que desconhecia ou só sua mente bêbada que não quis ajudar a decifrar os números. Louis só sabia que os amigos já tinham ido para os quartos descansar, um deles talvez tenha ido para um quarto diferente com uma moça com quem estava conversando, mas Harry não lhe abandonou. 
O modelo parecia estar tão sóbrio quanto o outro. Sorrindo à toa, olhos brilhantes e lábios inchados por uma mania de morder e lamber eles a cada poucos segundos quando está bebendo, fato que o menor não demorou a perceber. Styles dançava sorrindo e olhando para Louis de uma forma que o lembrou dias atrás, quando gozou com olhos verdes na cabeça, e isso lhe deixou um pouco tonto.
Quando voltaram a dançar juntos, não importava que ainda houvesse poucas pessoas ao redor, era como se fosse só os dois, o clima quente, o álcool no sangue e a música alta. O maior tinha a testa colada na de Louis e deixava a respiração sair por entre os lábios abertos, a poucos centímetros dos finos e secos do outro. Suas mãos faziam uma bagunça nos fios lisos e por vezes puxavam até que o menor levantasse mais o rosto e alinhasse as duas respirações.
Os quadris não eram diferentes. Louis sentia suas mãos formigando enquanto estavam apoiadas na cintura de Harry, ele apertava o tecido fino da camisa do outro e puxava de encontro ao próprio corpo até sentir que não passaria um fio de cabelo entre eles, pois não teria espaço. A essa altura a música não definia a forma como eles dançavam, mas apenas a fricção gostosa que começava a animar demais o corpo de ambos e deixá-los ainda mais ofegantes. 
– Harry. – Louis engoliu em seco. Provavelmente não foi ouvido por causa da música alta, mas o outro estava com os olhos fixos em seus lábios, então não perdeu seu nome sendo murmurado.
– Sim.. – lubrificou mais uma vez a boca vermelha e olhou nos olhos azuis. – Você quer-
– Vamos sair daqui? – impaciente, Louis completou. O peito subindo e descendo de forma exasperada.
– Mhm. – acenou positivamente com a cabeça três vezes e puxou Louis pelo braço até pegarem o elevador.
A porta se fechou e após Louis apertar o andar do quarto onde estava hospedado, eles encararam o espelho. O cantor estava descabelado e ofegante, a regata parecia um tanto elastecida e ele nem lembra em que momento o outro pode ter puxado. Já o modelo tinha os cachos um pouco colados na testa pelo suor e a camisa folgada estava com a barra presa acima do cós da calça. Olhar para aquela direção lhe deixou ainda mais vermelho, portanto rapidamente desviou as orbes verdes um pouco para o lado e soltou a respiração, eles estavam iguais. Ambos com volumes nem um pouco discretos.
Assim que o cartão magnético liberou a entrada no quarto, Harry mal teve tempo de admirar o cômodo e foi surpreendido com duas mãos lhe puxando em direção a cama. No meio do caminho e ainda sem acender as luzes, tendo apenas a claridade da lua que vinha da varanda dupla que tinha no quarto, Louis se viu faminto e foi de encontro aquela boca chamativa que lhe tomou a atenção durante toda a noite. 
O beijo começou bagunçado por toda a euforia e descontrole dos dois, demorando algumas tentativas para que o encaixe das línguas se tornasse perfeito e mais consciente. A bebida que tinham ingerido sendo mais um combustível para todas as sensações e desejos despertarem com força. 
– Hm, espera. – Harry riu ao tentar soltar os lábios e perceber que Louis o seguia de olhos fechados, tentando capturar seu rosto novamente. – Você quer mesmo fazer isso? 
– Sim, vem cá. – respondeu Louis, sem pensar muito. 
Ele deitou o modelo na cama grande e foi por cima, deixando beijos molhados agora por todo o pescoço de Harry. Os lábios estavam trabalhando rápido e o maior se viu fechando os olhos pra aproveitar a pressão que a língua e os dentes de Louis faziam na pele alva, mas assim que notou os dedos trêmulos abrindo os botões da sua camisa, foi obrigado a agarrar os fios da nuca do outro e puxá-lo até ter os olhos azuis focados em si.
– Louis. – advertiu. – Quero que me garanta que isso não é um desejo fruto da bebida e do qual você vai se arrepender depois. 
Não tinha espaço para brincadeiras ou palavras dúbias.
– Eu quero, prometo. – tentou transmitir toda a certeza pelo olhar, suspirando quando os olhos verdes suavizaram a expressão e a mão que lhe apertava passou a acariciar seus cabelos. – Não acho que qualquer bebida teria o poder de fazer isso comigo. – pressionou o pau rígido como pedra no do outro, que não estava diferente.
Harry mordeu os lábios para não gemer e Louis sorriu ladino, sussurrando um “solta” pouco antes de devorar o outro com a língua mais uma vez. 
O trabalho de soltar os botões e de puxar a regata para cima ficou mais fácil com os dois trabalhando em conjunto, mesmo que a ideia de parar o beijo não tenha passado pela mente de nenhum dos dois naquele momento. Louis podia dizer que ficou surpreso ao notar quatro mamilos, mas a verdade é que esse detalhe passou despercebido depois que seus lábios acharam caminho por cada tatuagem que marcava as clavículas e abdômen do maior, deixando a língua deslizar de forma lenta por cada gominho que encontrou e sentindo a pele abaixo tremer. 
Quando ajoelhou na cama para se despir do resto que vestia e deixar Harry fazer o mesmo com a calça apertada que marcava muito bem o corpo esbelto, ele franziu os lábios lembrando que não tinha experiência suficiente nesse tipo de situação e mesmo que já tenha feito penetração anal em mulheres antes, talvez o cacheado gostasse de algo diferente. E se homens precisassem de mais preparação? Porra, ele nem sabia se tinha levado lubrificante na mala. O hotel sequer oferecia camisinha como serviço de quarto? 
– Se você estiver surtando, pisque duas vezes. – a voz grave lhe tirou do transe e ele piscou para afastar os pensamentos, terminando de descer o jeans, já que tinha parado na metade, e tirando as meias.
– Eu não estou surtando. – a voz vacilou um pouco ao que Harry lhe puxou de volta para a cama. – Bem, eu tô. Mas não é sobre o que você pensa.
– Hhm.. – o barulho dos beijos desleixados que Harry estava deixando pelo corpo bronzeado ecoavam no local. – Eu tô ouvindo. 
– Eu tô tranquilo sobre você ser um homem. – sentiu uma mordida leve no topo da sua barriga.
– Sim?
– Eu só, hm, Harry.. – gemeu ou suplicou, ele não sabia. Talvez os dois. Sua destra fez caminho até os cachos suados que já estavam na altura do seu pau e ele fechou os olhos e agarrou, com a outra mão, o edredom para conseguir finalizar sua fala.
– Você pode falar, Lou. Eu não estou te impedindo. – mordeu agora a pele fina que cobre o ossinho do quadril.
– Seu provocadorzinho de mer-ah! – respirou fundo. – Eu só não estou seguro de que vou saber te preparar do jeito certo para não machucar, nem sei se aqui tem lubrificante ou se deveria ser de um tipo específico. Quer dizer, existe um tipo específico?
Assim que terminou de falar, Louis sentiu o sopro de uma risada exatamente no ponto mais sensível do seu membro e se segurou para não gemer com aquilo. Harry subiu novamente o tronco até encarar o rosto corado do menor e falou de maneira calma. 
– Você não vai precisar se preocupar com isso. – percebendo a careta confusa de Louis, continuou. – Eu não costumo ficar por baixo, Lou. Desculpa se eu deveria ter avisado antes ou algo assim, mas não se sinta obrigado a prosseguir se você não estiver confortável com isso. – selou os lábios finos logo após perceber que ele engoliu com dificuldade a informação. 
– Eu não sei.. – Louis se sentia excitado e confuso.
– Se você me deixar mostrar como eu gosto, eu farei ser prazeroso pra nós dois. – voltou a depositar beijos no pescoço de Louis enquanto falava e fez sua mão vagar por entre os corpos colados até que pudesse agarrar o pau ereto do cantor. – Saiba que pode me parar a qualquer momento e nada vai ficar estranho, tudo bem? – recebeu um aceno em confirmação e passou a deslizar o punho para cima e para baixo vagarosamente, – Muito bem. 
Harry sentiu o membro vibrar na sua palma, grosso e quente, e aquilo estava lhe deixando com água na boca. Observando as feições prazerosas de Louis e os pequenos suspiros que ele soltava assim que os dígitos passavam pela glande rubra, o maior desconfiou que pudesse ser ali o ponto mais sensível do outro e aproveitou a chance para testar o local. 
Primeiro fechou a mão de maneira mais firme na base e depois aproximou a língua bem molhada até sentir o gosto de pele e algo a mais na ponta do músculo. Foi devagar e com cautela, deixando lambidas gordas em volta da cabecinha até ter toda aquela parte lubrificada e só então se deixou brincar com aquele pontinho de ligação entre a glande e o resto, geralmente uma área bastante sensível e prazerosa. Não estava errado.
A mão ainda estava fechada em punho e ele começou a sentir as veias engrossando na ponta dos dedos, assim como as fisgadas involuntárias que Louis tinha e que seu próprio pau espelhava em sintonia. Louis era bem responsivo com as carícias focadas em uma só área e Harry precisava dele o mais excitado possível para que não se machucasse depois, por isso continuou com os mesmos movimentos circulares e pequenas sucções apenas ali até ouvir os gemidos dobrarem de volume e a mão fortalecer o aperto em seus cachos. 
– Você tá indo muito bem, Lou. É tão gostoso te chupar, eu passaria horas fazendo isso. – sentiu o outro forçar sua cabeça para baixo ao mesmo tempo em que ele gemeu exasperado. 
– Eu quero foder sua boca, por favor. Deixa H., por favor? – gotas de suor brilhavam no peitoral que mostrava a respiração ofegante dele e Harry, com aquela visão, teve que pressionar o próprio membro no colchão para se controlar por mais tempo. 
– Hoje não, babe. Eu preciso te preparar e você não pode gozar agora, Ok? – não esperou resposta, apenas desviou o olhar por alguns segundos, só o suficiente para deixar uma grande quantidade de saliva escorrer dos lábios para os dedos, direcionando eles até a entrada do outro logo após.
Harry subiu até encaixar a boca de Louis com a sua, dando início a mais um beijo bagunçado e cortado pelos gemidos. Se posicionou entre as pernas abertas do menor e deixou seus dedos massagear com cautela a entradinha apertada dele, enquanto tentava alinhar os membros juntos para começar uma fricção e tirar o foco de qualquer possível dor. Estava tão focado nas reações do corpo de Louis que percebeu o momento exato em que ele tensionou e tentou fechar as pernas, o que o fez se afastar o suficiente para entender o que estava errado.
Procurou sinais de arrependimento, não achou. Conferiu se o cantor ainda estava no clima, e o membro cada vez mais curvado e vermelho foi um bom indicativo que sim. Focou então no rosto dele, que estava muito corado, mas isso não respondia muita coisa, também tinha os lábios franzidos e olhos baixos, como se não quisesse encarar Harry. E antes que ele pudesse perguntar algo, o mais velho se adiantou. 
– Eu não tô, sabe.. eu não sabia que isso ia rolar então eu não – tomou fôlego e olhou para o teto do quarto, só então percebendo o lustre bonito que tinha ali. – Sabe.. preparação, depilação, essas coisas.. eu não sei como você gosta dos seus parceiros, então achei melhor avisar porque talvez você prefira..
E Harry se pegou sorrindo com aquele homem que começa tagarelar quando está nervoso, achando um pouco fofo que ele tivesse essa preocupação com algo tão banal quanto isso. O modelo sentiu a obrigação de agarrá-lo como se fosse seu até tirar todo o fôlego dele com a boca.
– Não me importo com essas bobagens, eu quero você. – apertou a bunda farta e apenas naquele momento lembrou que não tinha tirado seus anéis.
Para provar o que disse, recomeçou as carícias na pele quente entre as nádegas dele, aproveitando da sua saliva para deslizar um dedo até sentir Louis tremer um pouco, percebendo que o ouro em seus dedos devia estar gelado em contraste com a pele nua do menor, o deixando com ainda mais tesão. Não contente em marcar apenas o pescoço com mordidas fracas, Harry desceu os lábios por todo o peitoral, sendo ainda mais incisivo com as marcas já que aquele local não ficaria visível, até chegar onde queria. Dessa vez ele não se conteve em provocar apenas a cabecinha e assim que deslizou outro dedo na entrada do menor, desceu a boca na ereção dele até ouvir um gemido gritado. 
O álcool há muito não estava mais presente no corpo de ambos, parecendo que aquela tortura já durava uma eternidade e, impaciente, Louis passou a estocar sem ritmo dentro da boca quentinha de Harry, fixando os olhos nos lábios grossos esticados para lhe engolir e mal notando a ardência de ter três dedos lhe fodendo. E quando estava pronto para se perder em um orgasmo, Harry, sendo o filho da puta provocador que Louis descobriu ser, parou tudo o que estava fazendo. Tomlinson se sentiu frio e vazio. 
– Tem camisinha aqui? – o cacheado perguntou, afobado. 
– Eu, hm.. – piscou algumas vezes e lambeu os lábios, tentando fazer seu cérebro compreender a pergunta e não surtar ao ver o tamanho do pau que iria lhe penetrar. – Eu não sei, talvez na minha mochila. Na parte da frente. 
Harry assentiu e foi procurar no local onde o outro disse, achando um pacote fechado com três unidades, realmente uma pena não gastar todas, mas ele se contentaria. Era mais do que ele esperava para a viagem, afinal. Se aproximou enquanto colocava o preservativo, massageando um pouco o membro para acomodar bem o látex e tirar um pouco da ansiedade que sentia, não era o momento para ser afoito e descuidado. 
– Relaxa, babe. – ele disse, segurando com força a cintura fina e o mantendo parado, enquanto seu outro braço lhe dava apoio para permanecer acima do menor. – Porra, eu tô me segurando pra caralho pra não te foder do jeito que eu quero.
– Harry! – o gemido quebradiço de Louis saiu baixo e a resistência em seus músculos diminuiu, deixando o modelo penetrar mais alguns centímetros do que não parecia chegar ao fim nunca.
– É tão- hm- tão apertado, Lou.. Eu sinto cada tremor em sua pele, cada pulsação sua é minha também. Consegue sentir? – estocou tudo o que restava para dentro e Louis sufocou, com olhos brilhantes e palavras não ditas. 
Os minutos de espera enquanto se acostumavam foram quase eternos, nas suas percepções. Louis notava como aos poucos sua entrada ia relaxando e acomodando com menos dificuldade o pau do outro, que mesmo sem ter experiência no assunto, parecia algo enorme para ter dentro de si. Harry, por sua vez, contava as respirações, com músculos tensos e olhos fechados, até sentir que o aperto ao seu redor não mais o faria querer tomar à força todo espaço que Louis tinha para dar. 
E bastou testar as primeiras estocadas, ainda de modo calmo e contido, para Louis decidir que aquilo podia até ser doloroso no início, mas também lhe deixava vendo pontinhos pretos na visão de tanto prazer. Em poucos minutos ele distinguiu, entre os gemidos e arquejos, uma voz pedindo por mais e só então reconheceu ser a sua. Viu seus braços agarrados aos ombros de Harry e trazendo o corpo grande para mais próximo, nunca sendo o suficiente, e prendeu as pernas atrás das costas do outro, vendo que assim ele conseguia ir ainda mais fundo e certeiro naquele ponto que lhe fazia querer gritar, se já não o estivesse fazendo. 
– Eu não vou aguentar muito, H– sua voz se perdeu ao sentir os lábios fecharem em seu pomo de adão, lhe forçando a levantar o pescoço e ceder a passagem que o outro queria. A voz rouca veio em seguida, rente a sua pele.
– Não precisa segurar, Lou.. Você tá sendo tão bom pra mim. – beijou o maxilar. – Você sente como meu pau te preenche tão bem? – chupou o lóbulo da orelha e, por fim, sussurrou. – Parece que ele foi feito pra te foder, babe. 
As palavras mal foram registradas por seus ouvidos e ele sentiu algo que nunca tinha experimentado antes. A pressão em seu interior, a ardência nos músculos que não ia embora, mas fazia parte do momento, o estômago revirando e fazendo sua respiração engatar, o orgasmo escorrendo por sua coluna até ser liberado. Intocado.
Para Harry não foi difícil seguir o outro. A mordida no ombro que Louis lhe deu, somado ao aperto sufocante em seu membro enquanto o cantor se perdia ao gozar, foram incentivo mais que suficiente para que ele deixasse seu prazer preencher a camisinha, com um gemido sôfrego que saiu do fundo da garganta e um revirar de olhos. 
VIII
O sol ainda não tinha nascido completamente quando Harry foi acordado. O modelo abriu os olhos, confuso sobre o que tinha lhe feito despertar tão cedo, esfregou o rosto para conseguir afastar um pouco o sono e, depois de horas, finalmente observou com atenção o quarto onde estava.
A suíte de Louis naquele hotel era como um refúgio de luxo, envolvido pela atmosfera de elegância e conforto. As paredes de vidro que se estendem do chão ao teto revelavam um espetáculo natural incrível: as copas das árvores tropicais que preenchem a paisagem até onde a vista é capaz de alcançar. A luz natural do início da manhã banha o quarto, destacando cada detalhe da decoração cuidadosamente escolhida e é como se estivesse imerso na própria natureza.
Os tons neutros com toques de preto, verde e terra faziam do ambiente um lugar ainda mais sereno e relaxante, e o cacheado quase deixou o sono vencer aquela batalha, lhe convidando para voltar a dormir. Mas, como se sentisse as intenções do outro, Louis ficou inquieto mais uma vez, mexendo o corpo sem parecer ligar para as consequências disso. 
Eles tinham rolado na cama logo após se recuperarem do orgasmo e se aconchegaram em uma conchinha quente e um pouco melada, na esperança de descansar por poucos minutos e levantarem para limpar aquela bagunça. No entanto, esses minutos em silêncio viraram talvez uma hora, que se transformaria em até mais se o menor não estivesse esfregando sua bunda no corpo grande atrás dele. Poderia ser algum pesadelo ou só sua personalidade incapaz de ficar calmo mesmo quando está dormindo, então Harry tentou a todo custo segurar o quadril dele e afastar o seu próprio.
– Quietinho, shh.. – deixou beijos calmos no ombro do mais velho e parou os movimentos que ele fazia mais uma vez.
Não adiantou, entretanto. Por sorte o lençol fino que os cobria da cintura para baixo não deixava Styles observar a forma como Louis procurava um jeito de se aproximar novamente até que suas nádegas estivessem espremendo a virilha do cacheado, mas infelizmente não impediu que o sangue descesse até aquele ponto, inchando e endurecendo rapidamente seu membro. 
Vencido pela insistência, o modelo desistiu de se afastar repetidamente e soltou uma respiração trêmula ao sentir sua ereção completamente formada encaixando perfeitamente entre as bochechas gordinhas da bunda de Louis. Sem um movimento da sua parte, percebeu que, para alguém inconsciente, a respiração engatada e os movimentos um pouco desengonçados eram bastante suspeitos, então arriscou. 
– Eu deveria imaginar que você é do tipo que acorda alguém só pra não passar vontade, não é? – sua voz estava ainda mais grave e falhada por ter acabado de acordar, mas ele despejou as palavras diretamente no ouvido do outro, observando com atenção os pelinhos do pescoço se eriçarem assim que terminou de falar. 
O mais velho não respondeu propriamente, apenas um murmúrio abafado saiu dos lábios dele ao passo que Harry alisava o abdômen quentinho e firme do cantor, se deixando aproximar o suficiente do corpo menor até sentir cada pequena respiração dele como se fosse sua. Ele estava receoso de que Louis tivesse se arrependido do que fez ou de que culpasse a bebida pelas atitudes impensadas, mas sendo isso ou não, poderiam aproveitar dessa desculpa por mais algumas horas. 
– Você não ficou dolorido, Lou? Eu não sou exatamente pequeno para uma primeira vez e ainda assim você quer mais. – deixou os dedos abrirem espaço entre as nádegas e gemeu de olhos fechados ao encontrá-lo um pouco aberto e molhado. – Está duro por mim, babe?
Harry passou a mão esquerda por baixo do corpo dele até conseguir abraçar por inteiro o tronco, aproveitando para apalpar a pélvis e deslizar a mão pelo membro já ereto do outro. 
– Na verdade.. faz um tempo que tô assim. Você não é muito fácil de acordar, sabia? – Louis sentiu a garganta arranhar e sua voz sair um pouco estranha pelo tempo sem uso. Harry achou sexy e se viu querendo ouvir a voz fina e rouca mais vezes em situações como aquela. 
– Era pra você estar dormindo, não se esfregando em mim até eu te comer de novo. – o tom repreensivo da fala não combinava com os dois dedos que ele estava inserindo na entrada do cantor, mas ambos foram ditos e feitos num ritmo lento que era característico do modelo. 
– E-eu, porra.. não iria conseguir dormir, de qualquer forma. – a respiração aumentando assim como os movimentos em sua bunda. – Você parece um cachorrinho quando ganha um urso de pelúcia, todo braços e pernas em cima de mim, encoxando até me deixar com tesão mais uma vez. – sentiu o sorriso de Harry na sua nuca e sua barriga revirou ao que os, agora três, dedos encontraram sua próstata. 
– Não foi a intenção, desculpa. – a graça na voz tirava qualquer credibilidade da sua fala. A mão esquerda esfregando e puxando os mamilos de Louis também não ajudavam. – Vou te ajudar com isso.
– Muito bem, obrigado. – Louis riu ao receber um tapinha na bunda, depois que Harry afastou para pegar outro preservativo na mesinha de cabeceira, que ficava ao lado da cama. 
Deslizou o látex em sua ereção pela segunda vez em poucas horas e não demorou a penetrar o outro, agora mais confiante de que não o machucaria. O lubrificante que vinha na camisinha junto à saliva que ainda deixava uma bagunça molhada no local, fez com que seu pau entrasse liso e devagar, sem muita resistência. A ansiedade de Louis em ser preenchido novamente também contribuiu para os músculos não ficarem tensos e para que sua entrada abrigasse o comprimento de Harry do modo mais fácil e confortável para ambos.
Ainda deitados de lado, Louis sentiu o maior iniciar os movimentos rasos com o quadril e só pôde gemer em alívio. Apesar dos movimentos lentos e curtos, eles estavam tão próximos, com os corpos tão colados, que Tomlinson conseguia sentir perfeitamente a espessura não muito grossa do pau do outro enquanto sua entrada apertava involuntariamente o canal, bem como o ângulo certeiro que, pelo tamanho avantajado, ele conseguia alcançar sem muito esforço. Os olhos azuis reviraram na própria órbita ao perceber que Harry tinha fechado o punho em seu pau, e ele não conseguia fazer outra coisa senão respirar descontroladamente e soltar palavras desconexas, perdido demais pelos dois estímulos tão diferentes. 
O início da penetração podia ser um pouco desconfortável, percebeu Louis, mas assim que aquele pontinho dentro de si era atingido em cada estocada, principalmente quando o cacheado pressionava apenas ali por um tempo e rodava o quadril, começava a fazer sentido o porquê das pessoas acharem tão bom. O fato de estar com uma pessoa confiável e que se preocupa com ele também fez com que o menor relaxasse e aproveitasse a experiência como um todo, deixando Harry morder e chupar seu pescoço e ombros por trás, apertar as nádegas até os dedos ficarem pálidos e foder sua consciência para fora do corpo, com a destra moendo sua ereção e o pau dele tomando tudo o que podia.
Os gemidos do mais novo corriam dos seus ouvidos direto para o sangue concentrado lá em baixo e o mesmo acontecia com Harry que decifrava, dentre vários gemidos, algumas súplicas e elogios ao seu pau que Louis nem percebia estar fazendo. O maior mantinha o mesmo ritmo, amando como não precisava de agressividade ou rapidez para fazer Louis tremer no colchão, e se deixando apreciar o aperto quente dele da forma mais demorada possível, pois sabia que uma hora aquilo iria acabar. 
Quando apertou o corpo do cantor contra o seu e passou a estocar de modo mais firme e espaçado, deslizando a outra mão pelas bolas cheias dele e massageando a área sensível, o cacheado sentiu exatamente o momento em que o outro gozou. O peso em sua mão se tornou repentinamente rígido, a mão em seu cabelo o fez enfiar o rosto ainda mais nos fios lisos e suados do outro, e a entrada dele sufocou seu pau, parecendo querer puxar ainda mais para dentro de uma forma que beirava ao absurdo. Ele continuou se movendo mesmo com o aperto incessante e depois de algumas - poucas - e firmes estocadas, sentiu o liquido quente formar uma poça dentro da borracha que lhe envolvia, gemendo grave entre os cabelos de Louis e permanecendo dentro dele até a respiração estabilizar. 
°°°°°
– Consegue mandar alguém fazer minhas malas? – Harry falava com a secretária no telefone. – Sim.. o bege não, por favor. – mais uma pausa. – Tudo bem, te vejo daqui a pouco. Eu nã- ok, beijos. – desligou com um suspiro cansado. 
Os óculos escuros escondiam a pele coberta por olheiras por conta da noite mal dormida e pela longa viagem, mas como ele não poderia tirar mais alguns dias de folga, estava esperando o carro chegar com as coisas que ele precisava para um outro trabalho. O modelo não sairia do aeroporto como todo mundo, só deveria pegar a mala que tinha mandado alguém fazer e voltaria imediatamente para o portão de embarque em direção à França. 
– Quer uma carona? Conseguiram trazer meu carro e Tristan levou os garotos no dele. – Louis se aproximou da onde o cacheado estava assim que viu ele desligar a ligação. 
– Ah, obrigado. – olhou para o menor, mas desviou rapidamente para as diversas pessoas transitando aquela garagem. – Na verdade eu não vou pra casa. Aparentemente eu tenho uma viagem marcada para daqui a 30 minutos para Paris. – bufou. – Cleo não explicou direito, mas acredito que tenha a ver com o desfile no outro mês. 
O peito de Louis apertou com um sentimento estranho ao lembrar que o namoro tinha prazo de validade. 
– Poxa..
– É..
As palavras pareciam se formar e dissolver milhares de vezes por segundo na boca do menor enquanto eles ficavam naquele silêncio desconfortável. Nunca tinha sido assim até agora, e quando lembrava que os dias da viagem foram ótimos e como eles se divertiram juntos, além de que definitivamente se aproximaram mais, então todo esse constrangimento não fazia o menor sentido.
– Tudo bem, então. Eu não preciso ir agora se você quiser que eu espere aqui contigo..
– Não. – interrompeu. – Quer dizer, realmente não precisa, mas obrigado. Eles não vão demorar e eu não quero atrapalhar de alguma forma. 
Louis franziu as sobrancelhas e analisou por alguns segundos aquela resposta. Harry estava estranho, com certeza, mas poderia ser apenas fruto do cansaço ou talvez ele estivesse em um mau dia. As respostas rápidas e cortantes que lhe deu não eram nada além de educadas, mas tão superficiais quanto aquelas usadas para tratar qualquer um. E depois de tudo, Louis não diria que era qualquer um para o outro. Podia estar enganado, entretanto, e seu cérebro sonolento e de ressaca estava inventando motivos para lhe deixar paranóico. 
Decidiu acreditar na última opção, se aproximou do outro para lhe abraçar e depositar um beijo no rosto como sempre faziam em despedida, notando como Harry tensionou de repente antes de acenar com a mão e sair dali a passos rápidos. Sim, seu cérebro. 
O cacheado também se sentiu confuso e praguejou diversas vezes enquanto despachava a mala e entrava em outro avião, pedindo desculpas a uma das aeromoças quando deixou os xingamentos saírem pelos lábios em frente aquela mulher simpática. Não tinha motivos para deixar tudo complicado ou estranho. Ele e Louis ficaram, e daí? Eles mais do que ficaram, mas qual é o ponto? Nada tinha que mudar só porque ele fodeu o cara uma vez. Tudo bem, duas vezes. 
Porra, seu cérebro estava fritando em um looping infinito que pareceu durar a viagem inteira até a Europa. 
Mas enfim o verão estava se despedindo e um vento fresco lhe recebeu ao chegar na capital francesa, lhe deixando um pouco mais disperso de todos esses pensamentos que rodam e rodam sem sair do lugar, e o colocando no modo trabalho. Os dias que passou na cidade do amor seguiram dessa forma, com pensamentos focados no trabalho e nas marcas que ele iria representar na Fashion Week, e quando chegava no hotel, já muito cansado, apenas conseguia comer algo rápido, tomar banho e dormir. Felizmente, sem sonhos. 
O card de um evento marcado para o início de setembro chegou por uma mensagem no seu celular em uma dessas vezes em que ele se deixava relaxar na banheira do hotel. A vista da torre mais famosa do mundo em sua frente, lábios roxos pelo vinho que tomava e as mãos um pouco instáveis pelo nome que piscava na mesma notificação. 
Louis: Meu agente falou que vamos estar em Londres na mesma semana e eu pensei que poderíamos ir nessa festa juntos, o que acha?
Louis: Ah, meu colega de infância joga em um dos times que vão competir no dia, caso você esteja se questionando como eu consegui os convites. Nem precisei implorar dessa vez :)
O coração de Harry acelerou ao imaginar o sorriso infantil que o outro deveria ter no rosto ao fazer mais uma de suas, tão comuns, gracinhas. Droga. 
Harry: Claro, vamos sim. Vai ser ótimo.
Louis: Uh
Louis: Sem emojis? Se eu fiz algo errado, digite *. Se você foi raptado e precisa de ajuda, disque 190. 
Harry:🙄🙄🙄
Harry: Engraçadinho. 
Louis: Identidade confirmada! Hahaha
Louis: Então, se você não quiser ir, tudo bem pra mim. Sério. 
Harry: Eu quero, Louis. Nós vamos 😁👍
Desligou a tela e percebeu que estava prendendo um sorriso ao morder o lábio inferior com força. Droga. 
°°°°°
O combinado era de que chegariam juntos, pois, mesmo que não houvesse um tapete vermelho, sempre tinha repórteres e paparazzis esperando alguma celebridade completamente bêbada sair da festa pós-jogo, artistas traindo seus cônjuges com modelos mais novas ou uma simples briga entre jogadores de times rivais. 
Harry não quis se vestir formalmente, até porque a intenção da festa não era essa, e apostou em uma regata caxemira que tinha a gola grande em V e losangos amarelos e marrons como estampa. A calça ainda combinava com o colar de bolinhas, ambos no mesmo tom vibrante e alegre de amarelo. Nos pés ele resolveu moderar e calçou uma bota de saltos baixos na cor marrom. 
Sua personalidade era assim, às vezes extravagante e colorida, com uma alegria que tinha o poder de contagiar todos ao redor. Mas tinha os dias em que uma camisa branca e boxers era tudo o que lhe definia, com a simplicidade e leveza necessária para cada situação. 
Do outro lado do banco de trás do carro no qual eles estavam, Louis usava uma blusa azul petróleo, muito fácil de confundir com o preto, e tinha arregaçado as mangas até os cotovelos, mostrando as diversas e confusas tatuagens que possuía ao longo dos antebraços. Jeans escuros e vans eram mesmo o que o cacheado esperava que ele vestiria. Combinava com ele. 
A sensação de inquietude que Harry sentiu desde cumprimentar educadamente o motorista e o cantor ao seu lado só ficou menos incômoda ao entrar efetivamente na festa. Sentia a mão de Louis pesar na base da sua coluna quando ele o direcionou pelo local, fazendo questão de o apresentar a alguns conhecidos e mantendo o toque firme que estava lhe tirando do sério, sem nem saber o porquê. 
Foi por isso que na primeira oportunidade ele deu uma desculpa qualquer para as pessoas com quem o menor ainda falava e se afastou. Precisava respirar fundo e entender suas emoções, mas com Louis tão próximo tocando em seu corpo e o perfume amadeirado dele ocupando seus sentidos, era impossível. 
Passou alguns minutos rodeando o local e analisando as pessoas em sua volta. Alguns rostos ele conhecia, outros nem tanto, o que já era esperado para alguém que não acompanha o mundo dos esportes. Mas tinham também diversos modelos com quem ele já trabalhou alguma vez na vida e um suspiro agradecido saiu pelo seus lábios ao colocar um sorriso no rosto e puxar assunto com alguns deles. 
Harry mantinha os dentes alinhados em evidência mesmo que não prestasse muita atenção no que a loira em sua frente estava dizendo, seu copo já pela metade e os olhos verdes procurando por algum refúgio quando sentiu os pelos arrepiarem ao encontrar olhos azuis intensos lhe encarando de longe. Louis acenou pedindo para que ele se aproximasse e o maior, sem pensar muito, se despediu rapidamente da mulher com quem falava e foi em direção ao outro. O cantor conversava com um homem alto e forte, que tinha ombros largos e os braços quase completamente tomados por tatuagens, além do cabelo castanho que descia em ondas úmidas emoldurando o rosto másculo. 
Era grande e sexy como o inferno, Harry pensou, mas infelizmente o dono dos olhos castanhos intensos não fazia seu tipo. 
– Esse é Harry Styles, meu acompanhante essa noite.
Não era a primeira pessoa a quem Louis o apresentava naquela festa, mas a postura confortável que ele mantinha com o cara ao seu lado indicava um nível de intimidade que Harry não percebeu anteriormente, com direito a sorrisos de lado e olhares afetuosos. A apresentação não veio, mas tudo indicava que aquele seria o jogador e amigo de infância que o mais velho mencionou nas mensagens.
– Eu sou Liam, muito prazer. – a mão grande e com uma rosa estampada apertou a sua de maneira delicada, apesar da aspereza no tato. O jogador dedicou um olhar avaliativo desde suas unhas pintadas, passando pelas roupas chamativas até chegar em seu rosto, um pouco corado. – Não me leve a mal, mas você é modelo? – questionou, com sobrancelhas franzidas. – Acho que combinaria muito com você, deveria tentar. 
E Harry estava pronto para responder, mas Louis tomou seu lugar. A voz dele nunca esteve tão afiada como quando as palavras ácidas deixaram os lábios.
– Sim, ele é, Payne. Obrigado pelo elogio sutil ao meu parceiro, muito gentil da sua parte.
A resposta surpreendeu tanto os outros dois que ambos viraram para encarar o de olhos azuis, que encarava um ponto fixo entre eles. Só então Harry notou que sua mão estava aquecida e um pouco suada. Liam ainda não tinha lhe soltado. 
– Bom, Louis… eu posso falar por mim mesmo. – o modelo deu um sorriso pontual para o homem ao seu lado e voltou a olhar para o jogador, suavizando a expressão. – Obrigado, Liam. Eu certamente pensaria nessa profissão só pelo seu palpite se já não trabalhasse com isso.
Todos que estavam há um raio de dois metros provavelmente ouviram o bufo raivoso que Louis deixou escapar, sem acreditar que seu namorado estava tentando flertar com o melhor amigo. Liam olhou do menor para Harry algumas vezes com a sobrancelha erguida e resolveu que não era da sua conta, se afastando logo após com uma despedida rápida. 
– Certo.. eu vou falar com os caras do time, mas aproveitem a noite. Depois a gente se vê, mate. 
Harry não desviou os olhos do rosto do menor, que, por sua vez, encarava qualquer lugar que não fosse o homem à sua frente. 
– O que foi isso, Louis? – questionou de maneira incisiva. 
– O que? – deixou que uma falsa confusão se formasse em seu semblante, e Harry quase riu pela coragem. 
– Fala sério, você não precisava ser grosso. O cara não é seu melhor amigo ou algo assim? 
– Ele estava dando em cima de você. – Falou com dificuldade por tamanha força com que seu maxilar estava travado. 
– Não, não estava. – explicou, sério. – Mas qual é o ponto? E se estivesse? Isso não te dá o direito de ser desagradável com as pessoas.
Louis não podia acreditar que estavam tendo essa discussão em meio a uma festa quando podiam estar dançando e bebendo, aproveitando assim como fizeram na viagem. Inconformado e furioso com as perguntas do cacheado, ele não pensou muito nas palavras que deixou escapar. 
– Você é meu namorado, esqueceu? Eu não posso ver uma pessoa te secando e simplesmente não fazer nada. 
– Falso. Namorado falso, você quis dizer.
Essa fala foi como um soco em seu peito, era verdade afinal. Mas ele ainda se sentia possessivo por uma pessoa que não era sua e seu coração idiota não parecia entender a real situação. Louis sequer conhecia o sentimento obscuro e feio que preencheu sua pele ao observar a maneira com que o amigo avaliava e elogiava Harry, nunca tinha sentido algo assim antes e estava rezando para não ser ciúmes. Não tinha esse direito. 
– Me desculpe, você tem razão. – baixou os olhos, envergonhado e confuso, tentando controlar o que passava em sua cabeça. – Eu não sei porque agi daquela forma.
Harry analisou os ombros tensos, olhos nublados e sobrancelhas juntas. Parecia que o menor estava em uma luta consigo mesmo sobre algo além do seu controle, e o cacheado só esperava não ter fodido com ele, metaforicamente, de uma forma irreversível. 
– Talvez nós devêssemos adiantar a parte do acordo em que terminamos o namoro, sem brigas ou pivôs da separação. – ele quebrou o silêncio quando já estavam no carro após a festa. Louis foi pego desprevenido, achava que ainda teriam mais um mês juntos.
– O combinado era ficarmos até o desfile. – pontuou, a voz baixa e um pouco temerosa. – Se foi pelo o que aconteceu hoje, eu garanto que não vai se repetir.  Acho que eu- é só que talvez eu tenha confundido as coisas por um momento, mas já estou sob controle, prometo. – tentou dar um sorriso confiante, apesar de não se sentir assim. 
– Você estar se sentindo confuso é o problema.. eu não queria te colocar nessa situação, sabe? Entendo que por tudo o que aconteceu entre a gente a linha tênue entre o que é real ou não pode ficar borrada, então é melhor que acabe de uma vez antes que alguém se machuque. 
Louis ia contestar, até abriu a boca para tal, mas o modelo continuou. 
– Não vai prejudicar nós dois, sério. O convite para desfilar nas três cidades da semana da moda já chegou na agência, os números de ouvintes no seu Spotify continua crescendo e a música nova se mantém no topo das mais ouvidas em diversos países mesmo após vários meses. – Louis sabia o que ele iria falar em seguida e não tinha certeza de que queria ouvir. Era apenas o combinado, no final das contas. – Nossas metas com esse acordo meio que já foram cumpridas e o fato de termos vindo a esse evento juntos vai mostrar que não foi um término agressivo ou desrespeitoso. 
Fazia sentido e era um bom plano, mesmo que não quisesse admitir. Após alguns minutos em silêncio, Louis engoliu o bolo que tinha se formado em sua garganta, sorriu de lado e disse. 
– Foi um prazer ser seu namorado por um tempo, Harry Styles. 
IX
Dormir, definitivamente, estava sendo a pior parte.
O cacheado estava acostumado com o silêncio dos quartos de hotéis desde muito novo e, por incrível que pareça, ele passou as últimas semanas estranhando aquela rotina solitária que vivia há anos. O barulho de gente conversando e rindo, além dos carros em movimento, sempre foi o plano de fundo dos lugares onde ele se hospedava, e daquela vez não foi diferente, pois o que tinha mudado era a forma como ele olhava essas situações.
A vista da sua varanda era estonteante, prédios chamativos e ruas bem iluminadas geralmente eram tudo o que os turistas reparavam. No entanto, dali de cima, Harry com uma taça na mão e aproveitando o balançar do vento fresco em seu pijama, observava os dois velhinhos sentados na praça em frente ao hotel, o senhor com um livro nas mãos e com o braço sobre os ombros dela e a esposa apenas fazendo companhia, observando com devoção e carinho palpável as pessoas que circulavam pelo local. 
O senhor, que Harry imaginou que tivesse um nome elegante como Gerard, tirava o braço do apoio confortável que era os ombros da sua amada a cada poucos segundos para lamber uma listra rápida em um dos dedos e em seguida virar a folha do exemplar que estava lendo. Nesses poucos segundos sem contato, a senhorinha de aparência amigável virava o rosto com um sorriso e depositava um beijo doce no rosto magro do marido.   
Uma coisa tão simples e casual, eles estavam ali não necessariamente conversando ou fazendo algo em conjunto, mesmo que estivessem juntos, se é que isso faz sentido. Mas para Styles, fazia. 
Ele não tinha sonhado em ter algo como aquilo com Sam nos dois anos que se envolveu com o outro modelo, também nunca imaginou que iria querer se sentir tão íntimo de alguém a ponto de envelhecerem juntos e ainda ser confortável apenas a companhia silenciosa um do outro. A verdade é que a vida que levava não permitia sonhos tão simples, a menos que esse outro alguém dividisse, ou pelo menos, entendesse a rotina louca que iria acompanhar o relacionamento por longos anos, talvez décadas, até finalmente chegarem na etapa de aproveitar a tranquilidade que aquele casal de velhinhos representava. 
Algumas crianças corriam e gritavam por ali, com sorrisos contagiantes nos rostos e um fôlego juvenil invejável, mas algo lhe chamou atenção e ele sacou o celular para tirar uma foto. Um garotinho que acabara de apoiar o skate debaixo do braço tinha parado de brincar com os amiguinhos para observar um artista de rua que estava começando a tocar, com sua guitarra plugada em uma pequena caixa de som e a bolsa do instrumento aberta no chão. A feição apaixonada da criança lhe fez imaginar uma pessoa que provavelmente tinha sido assim quando mais novo, então ele abriu o aplicativo de mensagens no contato de Louis e estava pronto para enviar.
Digitou e apagou diversas variações das frases “lembrei de você” ou “imagino que você tenha sido assim”, mas não enviou, faltou coragem. Desligou a tela com o coração acelerado e a garganta seca, acreditando e repetindo para si mesmo que não seria prudente aparecer mais uma vez na vida do menor já que tinha deixado ele confuso e bagunçado da última vez que se viram. 
Os lençóis estavam frios quando ele deitou naquela noite, assim como em todas as outras daquelas semanas. Semanas? Parecia uma eternidade. E seguindo o roteiro que sua cabeça criou para conseguir adormecer, mesmo a contragosto, ele sonhou com um corpo quente entre seus braços e fios curtos fazendo cócegas no nariz. Com o perfume amadeirado povoando seus sentidos, ele adormeceu.  
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A garçonete não sabia quem parecia mais acabado entre os dois rapazes sentados na mesa do canto. Sempre que ia atendê-los, voltava com mais e mais bebidas na comanda e um aperto no peito, infelizmente era comum ver jovens desolados descontando suas frustrações no álcool, mas não deixava de ser preocupante. O motivo para a bebedeira podia variar, dizia sua experiência, às vezes era o trabalho cansativo, em outras as notas baixas na faculdade, ou até problemas familiares. Mas olhando para aqueles homens fortes que estavam juntos, mas sem realmente trocar conversa, ela sabia que o único motivo para estarem ali naquela noite era o amor. 
Levou mais ou menos um mês, ele não tem certeza, para Louis conseguir lembrar do olhar do seu amigo para Harry sem fechar os punhos com raiva, e só então ele criou coragem para conversar. A intenção nunca foi ser grosso ou ríspido com alguém que sentiu tanta falta durante os anos e quando mandou mensagem pedindo para encontrar Liam em um pub qualquer de Londres, se sentiu realmente com medo de que ele não aceitasse, com medo de ter estragado tudo. 
Por sorte, estavam ambos sentados a pelo menos dez minutos, com alguns copos vazios de cerveja espalhados pela mesa e muito envoltos nos próprios dramas pessoais para ainda haver qualquer conflito pendente entre eles. Uma desculpa rápida assim que chegou foi o bastante para o amigo lhe olhar com os castanhos profundos e lhe deixar desabafar o porque agiu todo territorial daquela forma.
– E aí ele começou a agir estranho comigo, sabe.. Na verdade, Harry sempre é educado e gentil, você dificilmente vai ver ele desrespeitando ou sendo nada menos que doce com alguém, mas eu percebi a mudança.
Ele não tinha certeza se Liam estava lhe escutando, os olhos escuros estavam voltados em sua direção, mas o outro não parecia focado no que falava. Ainda assim, Louis estava bem em desabafar com um amigo, mesmo que ele não prestasse atenção, e por isso continuou falando. 
– Você não deve imaginar como é isso, por motivos óbvios, mas cara.. a gente tem essa- essa coisa, essa conexão desde o começo de tudo e eu via o afeto crescer cada vez mais a cada dia que a gente se encontrava para algum trabalho, entende? E eu sei que era recíproco! –  tomou um longo gole da cerveja que não estava mais tão gelada. – Só que aí ele me fodeu e pronto, era pra eu estar surtando, não ele! Qual é? O caminho comum não é o hétero surtar depois de dormir com um cara? Então porque ele quis terminar tudo assim, sem- sem.. porra, a gente ainda tinha tempo. 
Liam piscou algumas vezes e passou a ouvir o que o amigo falava a partir da frase “me fodeu”, franzindo o cenho e tentando acompanhar o que tinha perdido. 
– O que? – perguntou, confuso. Se Louis pudesse retomar uns cinco minutos do discurso, ele tinha certeza que conseguiria entender o que estava rolando, mas o outro não pareceu escutar. 
– Eu- eu não sei se já passei por algo assim antes. Quer dizer, eu tenho certeza de que não passei. – suspirou. – É só.. estar com ele era simples, a gente ria na mesma medida em que tínhamos conversas profundas, sem parecer de fato um trabalho. Eu falei coisas e ele me falou coisas que não acho que outras pessoas saibam.. e o clima nunca ficava desconfortável por isso. Quando a gente dormiu junto eu não pensei que pudesse ser tão bom acordar com outra pessoa ocupando um espaço ao meu lado, mas agora eu praticamente acordo todos os dias ansiando por isso. 
Louis apenas deixava as palavras tomarem forma e saírem por seus lábios, sem pausa. 
– Por sentir o corpo quente dividindo os lençóis, por observar como ele faz um biquinho enquanto dorme, por ter alguém pra dividir momentos.. Não alguém, ele. – agora Louis deslizava os dedos pelas gotículas de água que se formaram por fora do copo, desenhando padrões sem muita atenção. – Ele é tão forte Payno, e tão sensível também.. não acho que já tenha conhecido alguém como ele, tão- tão..
– Único? Apaixonante? – arqueou uma sobrancelha e sorriu calmo, em contraste com os olhos arregalados do outro. Louis finalmente conseguiu sua atenção e parecia um pouco constrangido por isso. 
– Eu não diria que estou, é.. eu não, sabe? Só n-
– Olha.. – endireitou a coluna e encarou os olhos azuis confusos, tentando passar uma certeza que sequer possuía na própria vida particular. – Se você sentiu tudo isso, não deixe passar, sério. E não me importa se você é gay, ou bi, ou um papagaio falante. – o amigo sorriu agradecido. – Você estava feliz nesses meses e ele também, então.. porra eu não sou bom com isso, mas acho que deve correr atrás da felicidade? Sei lá, eu sempre vejo isso nos filmes, então os roteiristas de Hollywood devem estar certos, né? 
Um brilho diferente cruzou as orbes azuis assim que o maior acabou de falar, algo muito parecido com determinação e coragem. Louis ainda não sabia o que ia fazer, mas não podia só esperar que o outro tomasse uma decisão pelos dois. Ele queria se afastar? Então teria que dizer na sua cara um motivo bem melhor do que “conseguimos bater as metas”. Ele teria que lhe provar que o que viveram também foi tão falso quanto o relacionamento, um detalhe que Harry teve a audácia de lembrar da última vez que se viram. Só então Louis poderia aceitar e se deixar sofrer por algo que pelo menos tentou. 
– Tô te devendo uma, irmão. 
Levantou da mesa e saiu pela porta apressado, não se preocupando com as cervejas que pediu ou mesmo com a conta para pagar. 
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– De verdade Tommo, é impossível conseguir isso. – o loiro olhava para o homem decidido em sua frente como se ele fosse louco. – Você sabe que eu quero o melhor pra banda e isso seria simplesmente maravilhoso.. – se desculpou com o olhar. – mas tem coisas que nem eu posso fazer. 
– Tris, eu confio em você, cara. – Louis percebeu que precisava mudar a abordagem. Implorar como um cachorrinho sem dono não estava funcionando, então decidiu apelar para o ego. – A única pessoa que nos deu uma chance no início foi você. Quem nos colocou na rádio pela primeira vez foi você. Porra, quem ajudou nosso som a entrar no top 10 anual com toda a promoção e divulgação foi você. – o outro soltou uma respiração resignada, Louis sabia que estava quase conseguindo o apoio, faltava apenas finalizar corretamente. – É só você piscar esses olhinhos e soltar essa lábia que estamos dentro, eu tenho certeza. 
– Na Fashion Week? Sério? – Evans tinha o semblante exasperado, sem acreditar que realmente estava cogitando a ideia. O contraste com a pose confiante de Louis era cristalino como água. 
– Eu preciso disso. – respirou fundo. – Por favor? 
– Caralho, Louis. – passou a mão pelos cabelos, bagunçando os fios em um gesto impaciente. – Eu vou ver o que posso fazer. – mas ao ver o sorriso enorme que surgiu na feição do outro, continuou. – Não se anime. – e saiu com o celular na mão, digitando furiosamente. 
Seria difícil não se animar, entretanto. Louis passou a última semana praticamente trancado dentro do quarto, só saindo para comer e fazer suas necessidades. Por sorte, a agenda de shows não voltaria a lhe ocupar por algum tempo e, em teoria, era pra ele estar trabalhando de outras formas. 
Ele até estava.. mas não pelos motivos certos. Quer dizer, se é que existe um motivo certo para compor uma música inteira dedicada a uma pessoa. No final, entraria para o repertório da banda, não entraria? Então meio que ele estava trabalhando sim.
A ideia surgiu logo após sair correndo do bar em que esteve com o amigo outro dia, e o taxista que lhe deixou em casa deve ter dormido com dor de cabeça depois de ouvi-lo tagarelando sobre as milhões de qualidades que lhe fizeram se apaixonar e criando melodias com a boca o caminho inteiro para não esquecer. 
A primeira coisa que fez ao chegar no seu apartamento de Londres, no lugar de tomar um banho e engolir comprimidos para não sentir ressaca no dia seguinte, foi pegar o violão e começar a compor. Depois de alguns minutos, decidiu que com a guitarra ficaria melhor, mas não fazia muito sentido cantar e tocar guitarra ao mesmo tempo. Por isso, em alguns dias ele finalizou apenas a melodia, anotando as cifras em uma partitura um tanto confusa com rabiscos disformes e só depois partiu para concluir a letra. 
Compor geralmente não era uma tarefa fácil para ele, tinha muitas rimas que não achava legal, ou não ficavam sonoramente bonitas e uniformes, e em outras vezes existia um sentimento que ele não conseguia passar para o papel da forma que queria, forte e esmagador, fiel à realidade. Mas dessa vez foi diferente, ele tinha motivo, propósito e uma “musa”. Bastou transferir tudo isso em palavras, combinar com o arranjo que se amoldava ao estilo de som que a banda tocava e estava pronto. 
No mesmo dia em que finalizou tudo, exatamente uma semana após a conversa com Liam, correu atrás do seu agente para implorar por mais um favor. De acordo com seus planos, e não faria sentido não segui-los, ele e os garotos tinham um dia para ensaiar com todos os instrumentos no estúdio e Tristan tinha apenas dois para conseguir lhes levar para Paris, com entrada liberada para um desfile específico e com o crachá indicando que iriam se apresentar lá. 
Ele estava ansioso, impaciente e um pouco inseguro. Se nada disso funcionasse para o cacheado aceitar lhe dar uma nova chance, real dessa vez, pelo menos estariam promovendo um pouco mais a banda e lançando um novo som. Além de um coração partido, pelo menos não haveria mais prejuízos. 
X
Louis não tinha a resposta definitiva quando embarcou no primeiro avião do dia com destino a Paris, na França. Os colegas de banda sequer chegaram a questionar esse impulso, sempre confiantes demais em seu líder para duvidar das suas decisões, mas mal sabiam eles que não foi a esperança cega de que Tristan ia conseguir o show que o fez comprar as passagens em um piscar de olhos, na verdade o que lhe moveu foi algo mais feio e também mais forte. 
Olhando para o assento da classe econômica em sua frente e com os olhos vidrados em algo além da tela que exibia algum filme de bilheteria milionária disponibilizado pela companhia aérea, ele só conseguia lembrar daquela maldita foto. 
Mais ou menos duas horas atrás Louis estava no estúdio passando mais uma vez a música que compôs naquela mesma semana e durante uma pausa necessária para trocar a corda do baixo que tinha arrebentado, ele teve a brilhante ideia de vasculhar o Instagram. Não procurava nada específico e a intenção era apenas passar o tempo. Além da bolinha sempre vermelha indicando notificações não abertas e mensagens não visualizadas, o círculo roxo mesclado com laranja ao redor de uma foto conceitual de Harry lhe chamou atenção e ele clicou para conferir o que o perfil profissional do outro tinha publicado.
O story tinha sido postado há apenas 28 minutos e mostrava apenas um vídeo filmando toda a plateia, dezenas de pessoas amontoadas e com seus iphones nas mãos, que esperava pela chegada dos modelos e demais artistas no local do desfile, além mostrar também uma prévia do cenário e da passarela onde ocorreria os desfiles daquele dia. Não tinha nada muito interessante no vídeo, eram apenas pessoas arrumadas demais em um estilo excêntrico, diversas cadeiras posicionadas em fila para os convidados irem sentando à medida que chegavam no local, uma passarela longa e lustrosa em tons de cinza que dava a volta por entre os assentos, e só.  Louis atualizou a página uma vez após fechar a aba e o perfil do modelo apareceu novamente em primeiro lugar, dessa vez com uma foto que alguém, provavelmente sua secretária, tinha acabado de postar na conta do cacheado.
Várias araras com roupas e tecidos que não faziam muito sentido sem estar no corpo de alguém emolduravam a foto. Alguns camarins e penteadeiras com luzes fortes e diversos produtos espalhados pelos móveis também eram possíveis de ver no local. O conjunto formava basicamente uma imagem dos bastidores do desfile que tinha como fundo vários homens e mulheres, alguns vestidos e outros com roupas íntimas na cor das suas peles, desfocados pelo provável movimento na hora que a captura foi feita. 
Mas seus olhos pareciam ser chamados para analisar com atenção o canto esquerdo da foto, onde um corpo alto e esguio, não muito musculoso, foi reconhecido imediatamente, mesmo com o borrão sobre a tela. Harry estava com uma cueca bege assim como o rapaz com quem conversava, ambos com sorrisos largos e cheio de dentes no rosto. A distância entre eles foi a segunda coisa a notar, estavam próximos demais.
Não parecia certo, mas seus dedos tremeram um pouco e seguiram o caminho independentemente do cérebro que mandava comandos para que parasse. Abriu o perfil da marca que Harry desfilaria nessa noite e foi atrás das marcações mais recentes. Outros modelos tinham marcado nos stories assim como Cleo acabara de fazer e por isso não foi difícil achar o que, inconscientemente, procurava. 
Olhos verdes, não tão vívidos e nem de longe tão bonitos quanto os de Harry. Pele clara, apesar do visível bronzeado não tão recente. Cabelos lisos de tom caramelo arrumados em um topete bagunçado. Barba por fazer contornando um sorriso galante. Covinhas dando graça ao perfil másculo, deixando o visual um pouco mais suave. Sam Claflin era o nome estampado no topo do perfil. 
Sam. Sam. Então esse era o ex de quem Harry falou certa vez, aquele cujo relacionamento terminou de uma forma tão amigável que agora eles se encontravam rindo ao trabalhar juntos. Louis sentiu seu sangue latejar nas têmporas e os dedos fecharam com força ao redor do celular, apertando sem querer o botão de desligar a tela. Assim que o visor escuro espelhou sua feição raivosa, ele se forçou a respirar e contar até 10. Talvez até 20 funcionasse melhor. 
A devoção e confiança que os amigos depositavam nele foi o que lhe fez seguir o impulso de comprar as passagens, despachar os instrumentos necessários para uma apresentação rápida, pouco importando se teria ou não as caixas de som ou iluminação adequada no local, e se viram embarcando num avião comercial, o que também não era comum, mas foi o que a urgência em seu sangue pediu. O seu desespero parecia não caber no curto espaço da cadeira padrão de uma classe econômica, mas alguns sacrifícios precisam ser tomados quando se planeja alcançar algum objetivo. 
Assim que desceram no aeroporto internacional de Paris, o celular de Louis apitou com três mensagens, uma seguida da outra, sem lhe dar intervalo para assimilar as palavras. 
Você tá me devendo um ENORME favor, entendeu?
E pode apostar que eu vou cobrar!! Não sabe o quanto eu tive que me humilhar pra essa porra, Louis.
Mas é.. pode afinar os instrumentos, vocês sobem no palco exatamente às 21h15. Boa sorte, parceiro. 
Piscou os olhos azuis. Então piscou novamente, tomando um tempo para reler a mensagem mais algumas vezes até assimilar o conteúdo. Quando enfim seu cérebro pareceu funcionar corretamente, um sorriso largo floresceu em seu rosto e ele virou para os outros caras. 
– Vamos lá, temos um show pra fazer!
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O ambiente dos desfiles em geral e, principalmente, durante a semana de moda ainda era predominantemente feminino e, apesar das parcerias remotas com diversas outras marcas de luxo, a única que resolveu ousar contratando modelos masculinos para desfilar com as peças foi a Peter Do. 
Harry passava os olhos verdes por todo o visual androgeno que era padrão em todas as modelos, com seus cabelos penteados para trás com gel e maquiagens feitas para apagar os traços mais femininos e realçar linhas que são mais comuns serem marcadas em homens, e sentia uma fagulha de ansiedade acender em seu peito. Ele já estava com o figurino que iria usar no desfile, assim como todos ao seu redor, e apenas esperava, não tão pacientemente, o momento em que a tela plana da TV anunciasse seu nome como o próximo a desfilar.
Sam, ele e um outro modelo de traços finos e asiáticos eram os únicos homens desfilando no segundo dia da Fashion Week e isso tornava o momento ainda mais emocionante. Harry até ouviu notícias de alguns tablóides especulando que a escolha desses três nomes, especificamente, se deu por conta dos traços faciais fáceis de manipular e tornar mais femininos, como os olhos grandes e as maçãs do rosto saltadas, mas ele preferia acreditar que seu talento lhe levou até ali e nada mais. 
A escolha para as roupas não era o que ele estava acostumado a desfilar, já que a marca optou por peças minimalistas, com tons predominantemente em preto e branco, além de detalhes em vermelho. O estilo todo rico em alfaiataria e transparência eram complementados com bolsas de mão e botas sem salto.  
Assim como todos, Harry também tinha seus cabelos jogados para trás em um penteado com gel para dar a impressão de molhado, porém elegante, tinha o rosto delicadamente esculpido e alguns pontos com uma iluminação muito sutil, que complementava de forma singela as roupas completamente pretas. O torso nú era visível por entre a abertura do blazer desconstruído e de formato não convencional que ele usava, e sua cintura parecia ainda mais fina pelo botão que começava a partir daquele ponto e pela impressão ótica que o caimento largo nos ombros dava. A calça de alfaiataria de cintura alta lembrava muito o estilo militar de décadas atrás, com a marcação das linhas de costura que faziam volume nas pernas, totalmente condizentes com o coturno preto pesado e de solado alto que calçava nos pés. 
Bastou pisar no revestimento lustroso e cinza da passarela para seu estômago girar da maneira gostosa que ele sonhava desde menino em sentir. Ainda não tinha entrado em destaque, estava esperando as modelos anteriores darem a volta e saírem para ele e a colega em sua frente, que usava roupas iguais às suas, finalmente serem alvos dos milhares de holofotes que haviam ali. 
Respirou fundo e contou até cinco. Sorriu confiante para a mulher menor que lhe olhava com o semblante nervoso. Endireitou a coluna e deixou o rosto numa feição neutra, sem sorrisos ou marcas de expressão. Esperou os acordes soarem pelo local por exatos dois segundos, só o tempo de acenar para a garota indicando que seria agora, e deu o primeiro passo. 
Com tantas luzes em sua direção, da passarela e das câmeras fotográficas, ele não conseguia visualizar nenhum rosto em meio a multidão. Era por isso, também, que nos ensaios gerais os modelos eram incentivados a refazer todo o percurso algumas vezes até estarem seguros com o material do revestimento no chão e com o caminho que fariam no momento certo. Ainda assim, nem todo o treino anterior foi capaz de não lhe fazer vacilar o passo quando reconheceu a voz que estava cantando ao fundo. 
O primeiro instinto do cacheado foi o de vasculhar todo o salão com os olhos até encontrar de onde vinha aquela voz que ele já conhecia tão bem, mas felizmente ele se impediu de arruinar o desfile de tal forma. Se algum crítico ou repórter percebeu o momento em que ele travou a respiração e recuperou a coordenação motora, voltando ao seu caminho, ele descobriria depois nos jornais. Ou quando seu nome não fosse mais cotado pelas marcas. 
Visualmente ele continuava esplêndido, com passos delicados e naturais, deslizando sobre o piso como se fizesse isso todo dia. Mas por dentro Harry sentia o estômago cheio de bolhas lhe fazendo querer gritar, o coração pulando tanto que ele estava com medo de ser possível perceber pela abertura do terno e a cabeça girando, tentando decifrar com rapidez cada palavra da música que, aparentemente, era o seu tema de fundo daquela noite. Ele notou ser uma canção nova pois não existia no repertório do Arctic Monkeys até o mês anterior, quando ele ainda tinha certo contato com o vocalista, então esse detalhe lhe fez procurar com mais ênfase por qualquer pista que o fizesse entender o que estava acontecendo. 
Com a face em branco, ele conseguiu pegar algumas frases que Louis cantava. “Eu sei que você diz que me conhece, me conhece bem.. Mas esses dias eu nem me conheço, não”. Ele não teria feito uma composição como essa durante o tempo que estavam separados, teria? Harry se pegou questionando. 
“Mas então eu fico tão entorpecido com todas as risadas, Que eu esqueço da dor”, ele seguia cantando e o coração do cacheado não tinha como acelerar ainda mais, mas as lembranças dos momentos na praia ou dentro do carro quando eles tiveram as conversas mais profundas da sua vida lhe fizeram pensar que podia sim. 
Harry estava lá na frente, dando a volta pelo circuito entre as cadeiras onde dezenas de pessoas lhe assistiam com olhos rigorosos e atentos, e nesse momento, ao parar poucos segundos para girar e fazer o caminho de volta, ele rezou para não estar corando ao que seus ouvidos registraram a voz quente ditar “você me fode” e algo como “eu não sei como fazer isso parar” entre o conflito claro na melodia sobre amar e odiar todos esses sentimentos.
Sua garganta estava seca o suficiente para ele querer virar dois litros de água de uma só vez, e em seu caminho de volta, ao conseguir enxergar a banda que tocava ao vivo no canto do espaço, o que ele sentiu foi um misto entre desespero, paixão, descrença e uma súbita revolta. Em sua cabeça ainda existia a confusão das palavras captadas na letra da música, numa junção com os dias em que ele passou sozinho sentindo falta do que teve durante alguns meses, e seu cérebro ainda batalhava com a possibilidade do outro ter lhe usado mesmo depois do fim para chegar até ali. Ele não queria retirar o crédito dos garotos porque, bem, eles claramente tem potencial para tematizar seu desfile, mas o cacheado não queria aceitar que Louis, especificamente, tem todo o poder de o desestabilizar durante um trabalho. Um trabalho que Harry não costumava admitir nenhum deslize.
Com todos esses questionamentos tomando conta do seu corpo e mente, Styles ainda conseguiu vislumbrar o rosto de Louis bem no momento em que a música terminava e sua participação na Semana da Moda de Paris também. “Eu apenas continuo voltando pra você” foi a última frase que saiu pelos lábios finos do cantor quando o azul encontrou o verde em uma troca de olhares rápida, porém intensa. 
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– Só me deixa falar, tá legal?
Depois do curto show e após todos os modelos terem passado mais uma vez, agora juntos, pela passarela e se dirigirem aos fundos do espaço, Louis pediu para os amigos irem guardando os instrumentos e deu um jeito de encontrar Harry em um dos camarins. Não foi fácil, seu crachá não autorizava a entrada naquela área, mas pode-se dizer que ele aprendeu alguns truques com Tristan Evans no que diz respeito a conseguir o que quer. Não lhe deixou satisfeito que alguns euros pudessem ter feito um dos funcionários deixar qualquer desconhecido passar, era um risco para a segurança dos modelos afinal, mas foi bem útil naquele momento, então não iria reclamar. 
Quando entrou na sala pequena encontrou Harry com uma toalha branca com listras pretas em volta da cintura e em posse de alguns lenços que ele levava até o rosto, retirando qualquer resquício de maquiagem existente. Primeiro a feição do maior se contraiu em confusão para, logo depois, mudar para um misto entre cansaço e decepção. 
– O que você quer, Louis? Eu já falei, a gente conseguiu o que queria e, inclusive, olha só.. parabéns, você tocou no maior evento da moda da atualidade. Não é o suficiente? Não tá feliz? 
– Não, porra. – se aproximou alguns passos da onde o outro continuava sentado olhando pelo espelho e virou a cadeira até Harry estar de frente para si. – Minha carreira tá ótima, é verdade. Os números não poderiam estar melhores, mas eu não estou satisfeito, Harry. 
O olhar do cacheado era cuidadoso, não sabia o que esperar dessa entrada repentina, então não falou nada. Com uma respiração inconformada, Louis viu que o outro não iria abrir a boca e continuou.
– Nada disso é o suficiente e você sabe porque? 
– Não.. – o maior balançou a cabeça, com os olhos grandes em um conflito interno. Ele tinha compreendido a letra da música, fez conexões com o que eles viveram juntos, mas até então poderia ser apenas coincidência. Não queria dizer nada, talvez nem tenha sido Louis quem a compôs. 
– Caralho, H. – pousou a mão no rosto dele com delicadeza e o fez levantar o olhar até encontrar o seu. – Como eu poderia me contentar apenas com sucesso e dinheiro se eu passei os últimos meses dividindo minha vida e criando momentos com uma pessoa extraordinária que deixou de estar presente pra mim? Como eu posso sequer sonhar em nunca mais ter uma das nossas conversas super sérias, mas que nunca são tão sérias assim?
Harry engoliu em seco, a veia palpitante no pescoço mostrando o quando seu coração estava batalhando para não parar completamente naquele momento. 
– Como eu poderia ficar feliz por tocar na porra da Fashion Week se eu passei o último mês rastejando pelos cantos com você na minha cabeça? Eu estava vivendo para colocar os meus sentimentos em palavras, mas não foi tão simples assim. Me diz, pelo menos entendeu a música que eu fiz pra você? – continuou. 
– Você tá confuso, Lou. – Harry parecia querer convencer seu próprio coração de que aquilo não era sério e ele não podia simplesmente derreter ao ouvir essas palavras. – Eu entendo que a gente passou um tempo junto e o que aconteceu depois também pode ter deixado você um pouco- 
– Sente. – agarrou a mão do cacheado e levou até o próprio peito, tendo certeza de que as batidas descompassadas seriam sentidas sem o menor esforço. – Sente isso. Eu não tô confuso, sério. Lembra de quando a gente conversou sobre um lar e sobre como sempre falta algo? Eu quero ser essa pessoa.. me deixa ser essa pessoa, H. – e Harry sentiu nas batidas sob a palma da mão como cada palavra era verdadeira. 
– Eu- eu.. – o maior queria dizer que sim. Que nunca tinha sonhado com um relacionamento longo e feliz até passar aqueles meses com Louis. Que o tempo separados lhe deixou um vazio infinito no peito. Que sonhava todos os dias com Louis estando aconchegado ao seu corpo e acordava sentindo a falta dele entre os braços. 
Ele não pôs em palavras, mas seu olhar pareceu transmitir o mais sincero sentimento. Dominante da arte da música e da poesia como Louis era, captar os sinais a partir de olhos brilhantes e feição devota não foi complicado.  
– Eu quero ser insubstituível pra você.. quero fazer planos, quero que a gente viaje mais vezes e que fiquemos bêbados juntos novamente. – sorriu, nostálgico. – Eu quero que você não precise ser forte quando chegar em casa e que possa desabafar comigo sobre seu trabalho e o quão cansado você está. Quero ser o cara que vai te fazer massagem enquanto apoia todas as reclamações, mas que no outro dia não te deixa desistir do seu sonho. 
Harry não notou, mas suas bochechas brilhavam molhadas pelas lágrimas solitárias que desciam sem alarde. 
– Eu quero que minha família veja como eu fico quando estou apaixonado por alguém, porque, você sabe, eles nunca presenciaram isso. E quero conhecer a sua família também, saber de onde veio essa personalidade encantadora e forte que você me fez gostar tanto de você desde o primeiro contato. – Lembrou da forma confiante que Harry entrou naquele estúdio fotográfico e suspirou. Era como se tivesse acontecido em vidas passadas, há tanto tempo. 
– Você tem certeza? – a voz não era mais do que um sussurro completamente emocionado. – Eu- eu não posso prometer que vou ser o melhor namorado, eu nem sei como fazer isso com a nossa rotina, Louis. 
– A gente teve uma prévia de como pode ser, não foi? – Harry assentiu. – Basta você querer, H., só que de verdade agora. 
Louis se aproximou um pouco mais do rosto que ainda segurava, até sentir a respiração ofegante dele bater em seu rosto, e com a confirmação tácita de Harry, beijou com delicadeza os lábios gordinhos, sentindo o gosto salgado das lágrimas que o modelo não conseguiu segurar e deixando seu peito enfim explodir numa felicidade que não tinha experimentado até então. Entre selinhos castos, a sua voz, também embargada, saiu por entre os lábios, dizendo: 
– Eu quero te amar longe dos holofotes dessa vez.
Epílogo
O carro estava com os vidros fechados começando a embaçar e a luz do fim da tarde manchava os bancos de couro com tons alaranjados, contribuindo para aquecer ainda mais os corpos que queimavam juntos dentro do automóvel. 
– A gente tá atrasado, amor. – as palavras saíram ofegantes pelos lábios de Louis. – Hhm, isso.. espera, deixa e- eu segurar seu cabelo. 
Harry sentiu seus cachos, um pouco maiores do que estavam no ano anterior, serem puxados para trás, deixando sua visão livre para apreciar como o namorado ficava inquieto e barulhento enquanto ele levava a ereção grossa e rígida até o fundo da garganta, e como ele ficava repentinamente silencioso e estático, com os olhos vidrados e lábios abertos, quando as leves sucções eram depositadas apenas na ponta vermelhinha. Os meses se passaram, mas a sensibilidade de Louis naquele local nunca diminuiu.
– Não estaríamos tão atrasados assim se você aguentasse algumas horas sem precisar que eu te fizesse gozar, não acha? – Provocou Harry. Os lábios inchados eram outra coisa que Louis simplesmente adorava, além da voz grave sussurrando obscenidades ou apenas brincando com sua paciência. A saliva ligando eles, as almofadas babadas e vermelhas, ao seu pau era apenas um detalhe ainda mais favorável. 
– Isso não é exatamente culpa minha- porra! – o gemido escapou alto demais para o lugar em que estavam. O estacionamento atrás do estádio de futebol em Londres não era exatamente o lugar mais reservado para uma aventura como essa, mas ali estavam eles: atrasando ainda mais a chegada no jogo para o qual foram convidados especialmente pelo casal de amigos que iriam, pela primeira vez, estar jogando do mesmo lado, e não mais em times opostos, pela seleção inglesa.
– Vamos lá, Lou.. eu amo seu gosto na minha boca, mas não temos muito tempo. – dito isso, Harry passou a investir com a cabeça, descendo rápido e forte, engolindo todo o membro, enquanto uma das suas mãos apertavam a coxa firme por baixo da calça jeans que seu namorado usava e a outra forçava dois dedos entre os lábios finos dele. Louis tendia a ser barulhento quando estava muito próximo do ápice. 
Alguns minutos depois, com os olhos brilhantes e rosto corado, o menor abria espaço na arquibancada, pronto para ver a segunda metade do jogo. Harry, que tinha uma das mãos entrelaçadas a do menor, com a outra desembalava um chiclete para tirar o gosto distrativo que permanecia na sua língua, era isso ou lidar com uma ereção pelos próximos quarenta e cinco minutos. 
Eles sentaram logo atrás da grade, nos lugares que tinham reservado, e a multidão azul e branco bradava com orgulho seu hino nacional. O placar apontava 3x1 quando ele conseguiu reconhecer os números dos seus amigos nos uniformes da Inglaterra. Os sobrenomes Malik e Payne estampavam as camisas de números 9 e 10, respectivamente. 
Não foi exatamente uma surpresa, mas seu coração aqueceu em orgulho quando, ao final da partida e em uma comemoração inédita no cenário do futebol, ele viu o amigo de infância beijar o homem por quem anunciou publicamente, um ano atrás, estar perdidamente apaixonado. Algumas vaias foram ouvidas, mas seu coração batia mais forte e mais alto que qualquer ato ofensivo. Tinha amor vibrando no seu peito, assim como no gramado, e Louis tinha certeza que mais gente naquela arquibancada se sentiu representado pelo ato de coragem. 
Com os olhos límpidos e brilhantes pelas lágrimas não caídas, ele virou para Harry com um sorriso emocionado e encontrou as duas esmeraldas mais preciosas já lhe encarando. 
– Eu te amo, babe. 
– Amo muito você, H.
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Fim!
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Me digam o que acharam, por favor. 
Sentiram uma mudança na escrita ou nem? 
Além disso, reconheceram alguém da história anterior? Algum palpite de qual personagem vai ser a  próxima? 
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asianvillehq · 2 months ago
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Bom dia, boa tarde, boa noite, meus amores! (Não sei que horário vão ler isso)
Estávamos aqui, Max e Mad, seguindo com a vida, e tivemos um estalo criativo.
O que vocês acham de um rpg que se passasse em HONGDAE? Focado na cultura artística e alternativa da região.
Seria o mesmo feeling de comunidade unida como era na Asianville, se passaria nesse bairro coreano, que nasceu devido a universidade Hongik, uma universidade de artes muito famosa, onde grandes artistas coreanos que admiramos, se formaram. Nosso plot giraria em torno da BITNA HOUSING, um pequeno e singelo complexo de moradias para estudantes de baixa renda, artistas iniciantes que estão tentando viver de sua arte, trabalhadores estrangeiros que foram para Coreia em busca de sonhos e aqueles chaebols rebeldes que abriram mão de seus luxos para correr atras de uma carreira artística. O dia a dia dessas pessoas morando no Bitna Housing, seguindo suas vidas tentando crescer e alcançar seus sonhos (ou só fugir das mazelas da vida adulta.)
Hongdae é uma região muito livre da Coreia, é onde a maior parte dos estrangeiros se concentra, também um dos poucos lugares onde LGBTs e outras minorias, conseguem exercer seu direito de ser e se expressar como quiserem, sem ser barrados de oportunidades e julgados por olhares na rua. Como o Japão tem Harajuku, a Coreia tem Hongdae. Acreditamos que a atmosfera coincide com o que pensamos quando criamos o distrito de Asianville.
Como sempre falamos para vocês, se não fosse a vida ooc exigindo da gente nunca iriamos fechar nossa central. Sempre foi nós duas sozinhas para tudo, porque nunca confiamos em outras pessoas para nos ajudar a moderar, mas gostamos muito (sim somos that crazy) e queríamos voltar. Porém, dessa vez um pouco diferente, dando um voto de confiança para players que estiveram com a gente durante as 3 versões da comunidade. Então se estiverem interessados que lancemos essa nova central, gostaríamos da ajuda de vocês, vamos abrir 3 vagas para estagiários, que vão nos auxiliar, mas sem o peso de ser moderadores, apenas para ajudar a manter o básico do básico.
Feliz ano novo, esperamos que tenham entrado nesse 2025 da melhor forma possível, com muita saúde e oportunidades de prosperar!
Amamos vocês e aguardamos o feedback.
Um beijo e um cheiro da Mad & Max ♥
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