#nãosoumae
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Estou me sentindo bem melhor, indo à terapia, tomando meus remédios e tentando algumas alternativas para amenizar ainda mais a minha ansiedade. Ando fazendo meditação, coisa que tinha abandonado há alguns anos atrás juntamente com a yoga. Reiki quase todos os dias (falei para vocês que sou reikiana nível três?) e escutando um podcast muito interessante de uma monja bonitinha, como ela mesma costuma dizer.
Durante um deles fiquei muito feliz ao ouvir que devemos sempre questionar. Abraçou minha alma rebelde na hora, fazendo com que eu me sentisse menos mal em meio a tantas perguntas que habitam a minha cabecinha ultimamente. Outra coisa boa que me ajudou levemente (devagar porque eu estou tentando voltar) a querer trilhar o caminho da fé foi ter ouvido a seguinte frase: “se Deus é onisciente e onipresente, porque a gente fica o tempo todo pedindo as coisas? Ele não sabe de todos os nossos anseios? Nós somos muito pequenos e não sabemos o que é melhor para nós mesmos o tempo todo.”
Não foi exatamente com essas palavras, mas foi isso que ela quis dizer e que meu coração quis entender. Não é que bateu aqui bem fundo? Fiquei engasgada com essa fala por uns bons dias.
Parece que eu estou mais serena, não super conformada, mas mais calma. Afinal de contas, o que a minha ansiedade vai conseguir mudar sem que eu tome algumas atitudes? Nada.
Tudo bem que tem remedinhos aqui fazendo um empurra-empurra, levando a serotonina para bailar, abaixando meu nível louco de ansiedade, mas eu sinto que bem lá no fundo, estou participando de tudo isso, até para que quando os medicamentos forem retirados, eu possa me equilibrar melhor na corda da vida.
Como nem tudo são flores, ontem sonhei que eu tinha ido à médica e ela tinha me dito que eu não tinha mais nenhum óvulo. Chorei o sonho inteiro, perdida, gritava, puxava os cabelos... acordei com um nó na garganta. Logo tentei afastar esse pensamento. Deve ter aparecido porque eu tinha marcado uma consulta que teve que ser suspendida por tempo indeterminado por conta do coronavírus. Estou em casa, em quarentena como muitas pessoas do mundo todo e com muito tempo para pensar besteira, mas, respirando fundo e tentando pensar que está sendo como tem que ser.
“Let it be”. Tenho tatuada essa frase no meu pé esquerdo. Ironia do destino.
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Angústia descoberta: eu teria de ficar indo e vindo de São Paulo por quase um mês. Um mês porque o médico nos sugeriu o “duostim”, que, de forma bem resumida, “é uma técnica que pode aumentar as chances de gravidez para más-respondedoras. É a realização do estimulo ovariano em dois momentos dentro do mesmo ciclo menstrual: primeiro, no início do ciclo, tal como ocorre tradicionalmente em ciclos de fertilização clássicos. Segundo, três a cinco dias após a coleta de óvulos, na fase pós-ovulatória do mesmo ciclo de tratamento.”
Eu gostei muito do médico, mas não gostei nada dessa ideia. Será que não teria ninguém tão fofo-capacitado-humano aqui na nossa cidade?
Tinha/Tem sim. Uma médica. Procurei na internet “clínica de reprodução em São José do Rio Preto” e logo vi a carinha dela. Já fui de cara com a cara dela.
Marcamos a consulta e levamos na minha famosa pastinha rosa (que já está quase branca, coitada) com todas as centenas de exames já feitos anteriormente e então, chegou o dia.
Ela era mesmo uma fofura de pessoa, mas já foi contra o que o médico de São Paulo havia dito sobre o “duostim”, porque de nada adiantaria, se eu não tivesse folículos (ou se fossem poucos – meu caso) para serem estimulados. Entendi. Concordei. Gostei dela. Decidimos começar tudo de novo. Dessa vez, iríamos começar o tratamento aqui e terminar em Ribeirão Preto, mas tudo bem, Ribeirão é tão pertinho. Animei.
Vou pular a parte toda do tratamento, porque é sempre tudo igual: injeções, punção, espera para ver se tem alguns óvulos maduros e se tiver, faz a fertilização e vê se algum embrião se desenvolve.
Tive também por volta de sete, oito óvulos no total (nunca me lembro ao certo e estou com preguiça de procurar na pasta), desses, dois maduros. Até aí, tudo bem, já era esperado. Foi feita a fertilização e voltamos até Ribeirão para transferir o (s) embrião (ões).
Nessa clínica, eles não acompanham a evolução dos embriões, então a gente tem que, obrigatoriamente, voltar no terceiro dia após a fertilização e ver se tudo deu certo e tem um embrião pelo menos bem divididinho para aí, podermos transferir. Qual a minha surpresa, ao entrar a médica com a prancheta na mão e dizer que, infelizmente, nenhum dos dois embriões se desenvolveu?
De novo nenhuma explicação além da já dada das outras vezes: pode ser que a qualidade dos óvulos não estava boa e pode ser por nada em especial mesmo. Só não se desenvolveram.
Só para a gente se situar, porque esse não foi o pior dos acontecimentos: esse tratamento aconteceu em janeiro de 2019.
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