#muito sangue e horror e tesão
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Naquela noite Lírio fez algo que ela não fazia desde o dia que jurou não crer em mais nada: ela juntou as mãos, palma contra palma deitada na sua cama, debaixo do edredom pesado e a janela semi-fechada com as cortinas bem juntas, sobre a luz azulada da Lua e do abajur que ficava ao lado da sua cama, buscando as palavras certas para rezar:
— Deus, ou seja lá quem for, meu Anjo da Guarda, Luz Celestial, por favor, eu te clamo! Afaste de mim esses pesadelos, esse ser da escuridão que me perturba em meus sonhos, tudo que eu preciso é de descanso… Por favor, por favor, por favor! Eu te clamo e imploro! Interceda por meus pedidos, meu Anjo da Guarda e me faça adormecer sem vê-lo em meus sonhos. Por favor, por tudo que é mais sagrado a mim… Amém. — Engoliu uma ansiedade estranha, seus olhos esgueiraram pelos cantos escuros do seu quarto, fechando os olhos mais uma vez, sussurrando uma oração que decorou nos tempos de Catecismo, soltando um pesado e sono “Amém”, seguido do Sinal da Cruz antes de tentar dormir.��
No meio da noite quando abriu os olhos, o homem na sua figura esguia estava ali na sua frente, observando-a sentado em sua poltrona, imerso na escuridão apenas com íris incandescentes em uma luz branca, soltando fumaça pelos lábios curvados em um sorriso contemplativo, observando-a de longe. Lírio ergueu-se na sua cama, o coração disparado, sentindo a sombra da sua garra esgueirar por entre os lenços brancos que caíam em seu corpo nu, até chegaram e apertarem o seu coração, enquanto a figura imóvel começava a falar em uma língua estranha que ela compreendia muito bem, um tom fúnebre e debochado que dizia mesmo ela não vendo os lábios dele se movimentarem:
“— Você ousas chamar outro Anjo Protetor enquanto eu estou com você este tempo todo, minha amada? Sabia que isso pode ser considerado traição da mais alta blasfêmia contra eu, o seu Protetor? A sua sorte, minha Lírio, é que eu já pertenço a tanto tempo para saber que essas palavras que saem de seus lábios são vazias. Clamores vãos a um Deus que te abandonou…”
Com terror, ela estava imóvel. Viu-o se levantar, a fumaça se tornando uma névoa carmesim ao redor dele, o cheiro de sangue metálico misturando-se ao prata da Lua que penetrava diante as portas abertas da janela, onde o vento soprava uma tempestade, raios e uivos de lobos lá fora, o corpo dela pálido tomado pelas sombras em forma de garras que a puxavam e arranhavam a tez, fazendo surgir cortes que expeliam sangue. Ela levitava, sentindo-se frágil e manipulável, enquanto a sombra do homem a aguardava, mais uma vez abrindo os braços, mostrando mãos longas, dedos esqueléticos de unhas pontiagudas, a voz reverberando por todo o corpo dela:
“— Venha até mim. Venha até mim. Venha me alimentar da minha eterna fome. Venha até mim.”
"dead eyes, i only call you when you’re in my dreams, died too young, the culling then, it was obscene"
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"A mulher mais linda da cidade."
Das 5 irmãs, Cass era a mais moça e a mais bela. E a mais linda mulher da cidade. Mestiça de ��ndia, de corpo flexível, estranho, sinuoso que nem cobra e fogoso como os olhos: um fogaréu vivo ambulante. Espírito impaciente para romper o molde incapaz de rete-lo. Os cabelos pretos, longos e sedosos, ondulavam e balançavam ao andar. Sempre muito animada ou então deprimida, com Cass não havia esse negócio de meio-termo. Segundo alguns, era louca. Opiniões de apáticos. Que jamais poderiam compreendê- la . Para os homens, parecia apenas uma máquina de fazer sexo e poucos estavam ligando para a possibilidade de que fosse maluca. E passava a vida a dançar, a namorar e beijar. Mas, salvo raras exceções , na hora agá sempre encontrava forma de sumir e deixar todo mundo na mão. As irmãs a acusavam de desperdiçar sua beleza, de falta de tino; só que Cass não era boba e sabia muito bem o que queria : pintava, dançava, cantava, dedicava-se a trabalhos de argila e, quando alguém se feria , na carne ou no espírito, a pena que sentia era uma coisa vinda do fundo da alma. A mentalidade é que simplesmente destoava das demais: nada tinha de prática. Quando seus namorado ficavam atraídos por ela, as irmãs se enciumavam e se enfureciam, achando que não sabia aproveita- los como mereciam. Costumava mostrar-se boazinha com os feios e revoltava-se contra os considerados bonitos- "uns frouxos", dizia, " sem graça nenhuma. Pensam que basta ter orelhinhas perfeitas e nariz bem modelado..... Tudo por fora e nada por dentro.... " Quando perdia a paciência, chegava as raias da loucura; tinha um gênio que alguns qualificavam de insanidade mental. O pai havia morrido alcoólatra e a mãe fugira de casa, abandonando as filhas. As meninas procuraram um parente, que resolveu interná- las num convento. Experiência nada interessante, sobretudo para Cass. As colegas eram muito ciumentas e teve que brigar com a maioria. Trazia marcas de lâmina de gilete por todo o braço esquerdo, de tanto se defender durante suas brigas. Guardava, inclusive, uma cicatriz indelével na face esquerda, que em vez de empanar-lhe a beleza só servia para realça- la. Conheci Cass uma noite no West End Bar. Fazia vários dias que tinha saído do convento. Por ser a caçula entre as irmãs , fora a ultima a sair. Simplesmente entrou e sentou-se do meu lado. Eu era provavelmente o homem mais feio da cidade- o que bem pode ter contribuído.
- Quer um drinque?- perguntei.
-Claro por que não?
Não creio que houvesse nada de especial na conversa que tivemos essa noite. Foi mais a impressão que causava. Tinha me escolhido e ponto final. Sem a menor coação . Gostou da bebida e tomou várias doses. Não parecia ser de maior idade, mas, não sei como, ninguém se recusava a servi- la. Talvez tivesse carteira de identidade falsa , sei lá. O certo é que toda vez que voltava do toalete para sentar do meu lado, me dava uma pontada de orgulho. Não só era a mulher mais linda da cidade como também das mais belas que vi em toda minha vida. Passei- lhe o braço pela cintura e dei- lhe um beijo.
- Me acha bonita?- perguntou.
- Lógico que acho, mas não é só isso.... é mais que uma simples questão de beleza...
- As pessoas sempre me acusam de ser bonita. Acha mesmo que sou?
- Bonita não é bem o termo, e nem te faz justiça.
Cass meteu a mão na bolsa. Julguei que estivesse procurando um lenço. Mas tirou um longo grampo de chapéu. Antes que pudesse impedir, já tinha espetado o tal grampo, de lado, na ponta do nariz. Senti asco e horror. Ela me olhou e riu.
- E agora, ainda me acha bonita? O que é que você acha agora, cara?
Puxei o grampo, estancando o sangue com o lenço que trazia no bolso. Diversas pessoas, inclusive o sujeito que atendia no balcão, tinha assistido a cena. Ele veio até a mesa:
- Olha - disse para Cass,- se fizer isso de novo, vai ter que dar o fora. Aqui ninguém gosta de drama.
- Ah vai te foder, cara!
- É melhor não dar mais bebida pra ela- aconselhou o sujeito.
- Não tem perigo- prometi -
O nariz é meu - protestou Cass, - faço dele o que bem entendo.
- Não faz, não - retruquei, - porque isso me dói.
- Quer dizer que eu cravo o grampo no nariz e você é que sente dor?
- Sinto , sim. Palavra
- Está bem, pode deixar que eu não cravo mais. Fica sossegado.
Me beijou ainda sorrindo e com o lenço encostado no nariz. Na hora de fechar o bar, fomos para onde eu morava. Tinha um pouco de cerveja na geladeira e ficamos lá sentados, conversando. E só então percebi que estava diante de uma criatura cheia de delicadeza e carinho. Que se traía sem se dar conta. Ao mesmo tempo que se encolhia numa mistura de insensatez e incoerência. Uma verdadeira preciosidade. Uma jóia, linda e espiritual. Talvez algum homem, uma coisa qualquer , um dia a destruísse para sempre. Fiquei torcendo para que não fosse eu.
Deitamos na cama e , depois apaguei a luz, Cass perguntou:
- Quando é que você quer transar? Agora ou amanhã de manhã?
- Amanhã de manhã- respondi virando de costas para ela.
No dia seguinte me levantei e fiz dois cafés. Levei o dela na cama. Deu uma risada.
- Você é o primeiro homem que conheço que não quis transar de noite.
- Deixa pra lá - retruquei, - a gente nem precisa disso.
- Não, pera aí , agora me deu vontade. Espera um pouco que não demoro.
Foi até o banheiro e voltou em seguida, com uma aparência simplesmente sensacional- os longos cabelos pretos brilhando, os olhos e a boca brilhando, aquilo brilhando.... Mostrava o corpo com calma, como a coisa boa que era. Meteu- se em baixo do lençol.
- Vem de uma vez, gostosão.
Deitei na cama. Beijava com entrega, mas sem se afobar. Passei- lhe as mãos pelo corpo todo, por entre os cabelos. Fui por cima. Era quente, apertada. Comecei a meter devagar, compassivamente, não querendo acabar logo. Os olhos dela encaravam, fixos os meus.
- Qual é teu nome? - perguntei.
- Porra, que diferença faz? - replicou.
Ri e continuei metendo. Mais tarde se vestiu e levei-a de carro de novo para o bar. Mas não foi nada fácil esquecê-la. Eu não andava trabalhando e dormi até as 2 da tarde. Depois levantei e li o jornal. Estava sentado na banheira quando ela entrou com uma folhagem grande na mão - uma folha de inhame.
- Sabia que ia te encontrar no banho- disse, - por isso trouxe isto aqui pra cobrir esse seu troço aí, seu nuclista. E atirou a folha de inhame dentro da banheira.
- Como adivinhou que eu estava aqui?
- Adivinhando, ora.
Chegava quase sempre quando eu estava tomando banho. O horário podia variar, mas Cass raramente se enganava. E tinha todos os dias a folha de inhame. Depois a gente trepava. Houve uma ou duas noites em que telefonou e tive que ir pagar a fiança para livrá- la da detenção embriaguez ou desordem.
- Esses filhos da puta- disse ela, - só porque pagam umas biritas pensam que são donos da gente. - Quem topa o convite já esta comprando barulho.
- Imaginei que estivessem interessados em mim e não apenas no meu corpo.
- Eu estou interessado em você e também no teu corpo. Mas duvido muito que a maioria não se contente com o corpo.
Me ausentei seis meses da cidade, vagabundei um pouco e acabei voltando. Não esqueci Cass, mas a gente havia discutido por algum motivo qualquer e me deu vontade de zanzar por aí. Quando cheguei, supus que tivesse sumido, mas nem fazia meia hora que estava sentado no West End Bar quando entrou e veio sentar no meu lado.
- Como é, seu sacana, pelo que vejo você já voltou.
Pedi bebida pra ela. Depois olhei. Estava com um vestido de gola fechada. Cass jamais tinha andando com um traje desses. E logo abaixo de cada olheira, espetados, havia dois grampos com ponta de vidro. Só dava para ver as pontas, mas os grampos, virados para baixo, estavam enterrados na carne do rosto.
- Porra, ainda não desistiu de estragar tua beleza?
- Que nada seu bobo, agora é moda.
- Pirou de vez.
- Sabe que senti saudade? - comentou.
- Não tem mais ninguém no pedaço?
- Não , só você. Mas agora resolvi dar uma de puta. Cobro dez pratas. Pra você , porém é de graça.
- Tira esses grampos daí.
- Negativo. É moda.
- Estão me deixando chateado.
- Tem certeza?
- Claro que tenho ,po. Cass tirou os grampos devagar e guardou na bolsa.
- Por que é que faz tanta questão deesculhambar o teu rosto? - perguntei.
- Quando vai se conformar com a idéia de ser bonita.?
- Quando as pessoas pararem de pensar que é a única coisa que eu sou. Beleza não vale nada e depois não dura. Você nem sabe a sorte que tem de ser feio. Assim quando alguém simpatiza contigo, já sabe que é por outra razão.
- Então ta. Sorte minha né?
- Não que você seja feio. Os outros é que acham. Até que a tua cara é bacana.
- Muito obrigado. Tomamos outro drinque.
- O que anda fazendo? - perguntou.
- Nada. Não há jeito de me interessar por coisa alguma. Falta de animo.
- Eu também. Se você fosse mulher, podia ser puta.
- Acho que não ia gostar de um contato tão íntimo com tantos cara desconhecidos. Acaba enchendo.
- Puro fato, acaba enchendo mesmo. Tudo acaba enchendo.
Saímos juntos do bar. Na rua as pessoas ainda espantavam com Cass. Continuava linda talvez mais do que antes. Fomos para o meu endereço. Abri uma garrafa de vinho e ficamos batendo papo. Entre nós dois a conversa sempre fluía espontânea. Ela falava um pouco, eu prestava atenção, e depois chegava a minha vez. Nosso diálago era assim, simples, sem esforço nenhum. Parecia que tínhamos segredos em comum. Quando se descobria um que valesse a pena, Cass dava aquela risada- da maneira que só ela sabia dar. Era como a alegria provocada por uma fogueira. Enquanto conversávamos, fomos nos beijando e aproximando cada vez mais. Ficamos com tesão e resolvemos ir para a cama. Foi então que Cass tirou o vestido de gola fechada e vi a horrenda cicatriz irregular no pescoço - grande e saliente.
- Puta que pariu, criatura- exclamei, já deitado.- Puta que pariu. Como é que você foi me fazer uma coisa dessas?
Experimentei uma noite, com um caco de garrafa. Não gosta mais de mim? Deixei de ser bonita?
Puxei- a para a cama e dei- lhe um beijo na boca. Me empurrou pra trás e riu.
- Tem homens que me pagam as dez pratas, aí tiro a roupa e desistem de transar. E eu guardo o dinheiro para mim. É engraçadíssimo .
- Se é - retruquei, - estou quase morrendo de tanto rir... Cass , sua cretina eu amo você... mas para com esse negócio de querer se destruir, você é a mulher mais cheia de vida que já encontrei. Beijamos de novo. Começou a chorar baixinho. Sentia - lhe as lágrimas no rosto. Aqueles longos cabelos pretos me cobriam as costas feito mortalha. Colamos os corpos e começamos a trepar, lenta, sombria e maravilhosamente bem. Na manha seguinte acordei com Cass já em pé, preparando o café. Dava a impressão de estar perfeitamente calma e feliz. Até cantarolava. Fiquei ali deitado, contente com a felicidade dela. Por fim veio até a cama e me sacudiu.
- Levanta cafajeste! Joga um pouco de água fria nessa cara e nessa pica e venha participar da festa!
Naquela dia convidei-a para ir á praia de carro. Como estávamos na metade da semana e o verão ainda não havia chegado, encontramos tudo maravilhosamente deserto. Ratos de praia, com a roupa em farrapos, dormiam espalhados pelo gramado longe da areia. Outros, sentados em bancos de pedra, dividiam uma garrafa de bebidas da tristonha. Gaivotas esvoaçavam no ar, descuidadas e no entanto aturdidas. Velhinhas de seus 70 ou 80 anos, lado a lado nos bancos, comentavam a venda de imóveis herdados de maridos mortos há muito tempo, vitimados pelo ritmo e estupidez da sobrevivência . Por causa de tudo isso, respirava- se uma atmosfera de paz e ficamos andando, para cima e para baixo, deitando e espreguiçando-nos na relva, sem falar quase nada. Com aquela sensação simplesmente gostosa de estar juntos. Comprei sanduiches, batatas frita e uns copos de bebida e nos deixamos ficar sentados, comendo na areia. Depois me abracei a Cass e dormimos encostados um no outro durante durante quase uma hora. Não sei por que , mas foi melhor do que se tivéssemos transado. Quando acordamos, voltamos de carro para onde eu morava e fiz o jantar. Jantamos e sugeri que fossemos para a cama. Cass hesitou um bocado de tempo, me olhando, e ai então respondeu, pensativa:
- Não. Levei- a outra vez até o bar, paguei-lhe um drinque e vim- me embora . no dia seguinte encontrei serviço como empacotador numa fabrica e passei o resto da semana trabalhando. Andava cansado demais para cogitar de sair á noite, mas naquela sexta- feira acabei indo ao West End Bar. Sentei e esperei por Cass. Passaram- se horas. Depois que já estava bastante bêbado, o sujeito que atendia no balcão me disse:
- Uma pena o que houve com sua amiga.
- Pena por que?
- Desculpe . Pensei que soubesse.
- Não.
- Se suicidou. Foi enterrada ontem.
- Enterrada? - repeti Estava com a sensação de que ela ia entrar a qualquer momento pela porta da rua . Como poderia estar morta?
- Sim, pelas irmãs .
- Se suicidou? Pode- se saber de que modo?
- Cortou a garganta.
- Ah! Me dá outra dose.
Bebi até a hora de fechar. Cass a mais bela das 5 irmãs, a mais linda mulher da cidade. Consegui ir dirigindo até onde morava. Não parava de pensar. Deveria ter insistido para que ficasse comigo em vez de aceitar aquele "não". Todo o seu jeito era de quem gostava de mim. Eu é que simplesmente tinha bancado o durão, decerto por preguiça por ser desligado demais. Merecia a minha morte e a dela. Era um cão. Não, para que por a culpa nos cães? Levantei, encontrei uma garrafa de vinho e bebi quase inteira. Cass, a garota mais linda da cidade, morta aos vinte anos. Lá fora, na rua, alguém buzinou dentro de um carro. Uma buzina fortíssima, insistente. Bati a garrafa com força e gritei:
- MERDA! PÁRA COM ISSO, SEU FILHO DA PUTA!
A noite foi ficando cada vez mais escura e eu não podia mais fazer nada.
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As Orgias do Senhor Dindin
Corpo?Presente!Quem falou?O espírito do morto, imagino...Isso não existe! Foi algum pervertido, amigo dele. Talvez se considere seu mensageiro. Presunçosos e charlatões estão por toda parte.São verdadeiros os comentários na cidade?Não desta vez. Os boatos são inconclusivos. Eu diria melhor: insuficientes. Ele foi vítima de overdose.Então talvez ainda esteja alucinado e o "presente" é um efeito tardio. O cérebro humano é misterioso o bastante para isso ser possível. Muitos defuntos roncam, alguns arrotam, peidam... Já falei sobre isso noutro conto.Dindin não usava drogas. Estou falando de uma overdose de sexo, uma orgia macabra, violência extrema.Ele continuou mesmo após ser decepado por Gilda?Grande Gilda! Mas, e daí? O pênis é a essência de sua vida sexual?Você sabe que não. Faço com você e já fiz com Gilda, Flora...Flora? Flora é sua píton!Esqueça!Esqueça? Você está envolvida sexualmente com sua cobra de estimação? Irei denunciá-la.Sim e não. Não deveria ter citado Flora. Veja! Temos aqui um cadáver falante, libidinoso e sem pau. E eu estou eufórica para obter mais informações. Era gay? Ou bi?Era tudo. Seria preciso acrescentar letras ao alfabeto para definir sua sexualidade.Vão doar a coleção de vibradores? Eu quero!Essa pergunta é degradante! Melhor não falar sobre isso por aí. E ele detestava vibradores, usufruía de outras opções e era bem criativo.Afinal, qual a causa da morte?Esganadura, embolia pulmonar, as porradas, todas imploradas por ele. Havia hematomas, coágulos de diversos tamanhos por todo o corpo E encontraram grande quantidade de esperma em seus pulmões, quantidade suficiente para matar uma baleia. Seu sistema respiratório estava todo fodido: sangue, porra, cocaína, o Diabo a mil! E tem mais: um de seus tímpanos foi esfacelado, possivelmente por algum brinquedo sexual; sua língua foi perfurada dezenas de vezes por uma agulha de seringa, o legista detectou Lidocaína injetável no órgão. Otávia! Seu pênis!? Por favor! Está visível Tente contê-lo.Estou excitada! Isso é demais para mim, para ele...Deixe para mais tarde.Irá me ver?Pode ser...Continue! Tenho certeza de que há muito mais.Controle sua excitação. Vamos nos afastar um pouco do caixão. Em síntese e sem a mínima pretensão de concluir: seus mamilos descolaram devido a queimaduras de terceiro grau, muito possivelmente feitas por chamas de isqueiro; seu tórax parecia um cinzeiro humano, mais de duzentas feridas frescas e nem tão frescas, algumas já cicatrizadas... E o pior: a hemorragia retal.Enfiaram um cactos no cu dele?Não! Uma garrafa de cerveja. O imbecil não satisfeito em transbordar o cu do Dindin, tentou tirar a garrava para enfiar no próprio orifício, estava delirando de tesão, quase gozando. Gozou quando puxou pela segunda vez e viu as vísceras do aparelho digestivo de nosso bom amigo sugadas pela garrafa.Como assim? A sucção foi capaz de extrair seu reto, intestinos, estômago, esôfago e até sua faringe?Não tudo isso. Estou falando de uma garrafa não de um sugador de fossa. Você está empolgada demais.Foi homicídio culposo?Tudo foi gravado. Claro que ninguém será preso. Dindin tinha problemas com a justiça, e diversos envolvimentos sexuais com ela.Ela? A justiça?Indiretamente. Era amante do Coronel J.B. Lobo, da Juíza Telêmaca. Há outros, mas esses são suficientes.Alguns deles estavam lá? Ou um ao menos?Dois. E não direi seus nomes. Dois e ponto.Tudo bem. Estou pensando: será que ele gozou?Quem?O Dindin?Imagine! Gozou muitas vezes. Morreu gozando.Como sabe? Estava lá? Estava?Cale a boca!Estava?Sim.E o que faz aqui?Metade dos presentes estava lá. Todos fantasiados, góticos mascarados e muito bem maquiados. Você não imagina o poder de certos tecidos, cremes, maquiagens... Dão trabalho à justiça, entende?Sim, e não me importo tanto com isso. Estou preocupada com seus minutos finais. Ele gritou? Pediu para parar?Ele gritou muito, vociferou num delírio fascinante de prazer e horror extremos. O cara da garrafa era um sádico, enorme mas com um pinto de musaranho.Musaranho?Musaranho, um mamífero menor que um camundongo, seu pênis ��mede 5 milímetros. O incrível foi ver aquele desgraçado ejacular como um elefante e uivar como um lobo. Foi tão assustador que um vizinho decidiu chamar a polícia. O filho do tal vizinho estava lá, e um de seus irmãos nos avisou. Partimos para o plano emergencial. Dindin e a desconhecida foram deixados para trás. O socorro logo chegaria.De que desconhecida está falando?Uma jovem estranha para mim. Ela estava passando muito mal, sangrando muito, foi levada para o hospital e, durante os exames, os médicos identificaram diversas lesões sérias iniciadas no monte de vênus, passando pelas trompas de falópio até chegar ao útero, onde encontraram o negócio dele num tubo quebrado.O que encontraram? Como essa infeliz tinha "o negócio dele" num tudo em cacos dentro de si? Que "negócio" era esse? Você está omitindo informações.Não estou, não! Tenha paciência! Após Gilda tê-lo mutilado naquela noite, nosso dedicado amigo foi hospitalizado, tratado... e, quando voltou para casa, trouxe seu pau num tubo feito sob medida: 18 centímetros de comprimento e 4 de diâmetro. Seu companheiro permaneceu firme e ativo até dois dias atrás. Talvez tenha sido por maldade, afinal, eu sei, o tudo era muito resistente. Por isso DIndin não gostava de vibradores. Era como se seu pênis tivesse vida própria após ter sido separado de seu corpo. Ele não o ofenderia de modo algum; costumava protegê-lo num segundo tubo durante esses encontros, ou essas orgias furiosas.Olhe! A porta! O padre está chegando? Terá missa de corpo presente.Privilégios de um homem com muitos amigos íntimos.O padre?...Sim. O padre.
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A mulher mais bonita da cidade
Das 5 irmãs, Cass era a mais moça e a mais bela. E a mais linda mulher da cidade. Mestiça de índia, de corpo flexível, estranho, sinuoso que nem cobra e fogoso como os olhos: um fogaréu vivo ambulante. Espírito impaciente para romper o molde incapaz de rete-lo. Os cabelos pretos, longos e sedosos, ondulavam e balançavam ao andar. Sempre muito animada ou então deprimida, com Cass não havia esse negócio de meio-termo. Segundo alguns, era louca. Opiniões de apáticos. Que jamais poderiam compreendê- la . Para os homens, parecia apenas uma máquina de fazer sexo e poucos estavam ligando para a possibilidade de que fosse maluca. E passava a vida a dançar, a namorar e beijar. Mas, salvo raras exceções , na hora agá sempre encontrava forma de sumir e deixar todo mundo na mão. As irmãs a acusavam de desperdiçar sua beleza, de falta de tino; só que Cass não era boba e sabia muito bem o que queria : pintava, dançava, cantava, dedicava-se a trabalhos de argila e, quando alguém se feria , na carne ou no espírito, a pena que sentia era uma coisa vinda do fundo da alma. A mentalidade é que simplesmente destoava das demais: nada tinha de prática. Quando seus namorado ficavam atraídos por ela, as irmãs se enciumavam e se enfureciam, achando que não sabia aproveita- los como mereciam. Costumava mostrar-se boazinha com os feios e revoltava-se contra os considerados bonitos- "uns frouxos", dizia, " sem graça nenhuma. Pensam que basta ter orelhinhas perfeitas e nariz bem modelado..... Tudo por fora e nada por dentro.... " Quando perdia a paciência, chegava as raias da loucura; tinha um gênio que alguns qualificavam de insanidade mental. O pai havia morrido alcoólatra e a mãe fugira de casa, abandonando as filhas. As meninas procuraram um parente, que resolveu interná- las num convento. Experiência nada interessante, sobretudo para Cass. As colegas eram muito ciumentas e teve que brigar com a maioria. Trazia marcas de lâmina de gilete por todo o braço esquerdo, de tanto se defender durante suas brigas. Guardava, inclusive, uma cicatriz indelével na face esquerda, que em vez de empanar-lhe a beleza só servia para realça- la. Conheci Cass uma noite no West End Bar. Fazia vários dias que tinha saído do convento. Por ser a caçula entre as irmãs , fora a ultima a sair. Simplesmente entrou e sentou-se do meu lado. Eu era provavelmente o homem mais feio da cidade- o que bem pode ter contribuído. - Quer um drinque?- perguntei. -Claro por que não? Não creio que houvesse nada de especial na conversa que tivemos essa noite. Foi mais a impressão que causava. Tinha me escolhido e ponto final. Sem a menor coação . Gostou da bebida e tomou várias doses. Não parecia ser de maior idade, mas, não sei como, ninguém se recusava a servi- la. Talvez tivesse carteira de identidade falsa , sei lá. O certo é que toda vez que voltava do toalete para sentar do meu lado, me dava uma pontada de orgulho. Não só era a mulher mais linda da cidade como também das mais belas que vi em toda minha vida. Passei- lhe o braço pela cintura e dei- lhe um beijo. - Me acha bonita?- perguntou. - Lógico que acho, mas não é só isso.... é mais que uma simples questão de beleza... - As pessoas sempre me acusam de ser bonita. Acha mesmo que sou? - Bonita não é bem o termo, e nem te faz justiça. Cass meteu a mão na bolsa. Julguei que estivesse procurando um lenço. Mas tirou um longo grampo de chapéu. Antes que pudesse impedir, já tinha espetado o tal grampo, de lado, na ponta do nariz. Senti asco e horror. Ela me olhou e riu. - E agora, ainda me acha bonita? O que é que você acha agora, cara? Puxei o grampo, estancando o sangue com o lenço que trazia no bolso. Diversas pessoas, inclusive o sujeito que atendia no balcão, tinha assistido a cena. Ele veio até a mesa: - Olha - disse para Cass,- se fizer isso de novo, vai ter que dar o fora. Aqui ninguém gosta de drama. - Ah vai te foder, cara! - É melhor não dar mais bebida pra ela- aconselhou o sujeito. - Não tem perigo- prometi - O nariz é meu - protestou Cass, - faço dele o que bem entendo. - Não faz, não - retruquei, - porque isso me dói. - Quer dizer que eu cravo o grampo no nariz e você é que sente dor? - Sinto , sim. Palavra - Está bem, pode deixar que eu não cravo mais. Fica sossegado. Me beijou ainda sorrindo e com o lenço encostado no nariz. Na hora de fechar o bar, fomos para onde eu morava. Tinha um pouco de cerveja na geladeira e ficamos lá sentados, conversando. E só então percebi que estava diante de uma criatura cheia de delicadeza e carinho. Que se traía sem se dar conta. Ao mesmo tempo que se encolhia numa mistura de insensatez e incoerência. Uma verdadeira preciosidade. Uma jóia, linda e espiritual. Talvez algum homem, uma coisa qualquer , um dia a destruísse para sempre. Fiquei torcendo para que não fosse eu. Deitamos na cama e , depois apaguei a luz, Cass perguntou: - Quando é que você quer transar? Agora ou amanhã de manhã? - Amanhã de manhã- respondi virando de costas para ela. No dia seguinte me levantei e fiz dois cafés. Levei o dela na cama. Deu uma risada. - Você é o primeiro homem que conheço que não quis transar de noite. - Deixa pra lá - retruquei, - a gente nem precisa disso. - Não, pera aí , agora me deu vontade. Espera um pouco que não demoro. Foi até o banheiro e voltou em seguida, com uma aparência simplesmente sensacional- os longos cabelos pretos brilhando, os olhos e a boca brilhando, aquilo brilhando.... Mostrava o corpo com calma, como a coisa boa que era. Meteu- se em baixo do lençol. - Vem de uma vez, gostosão. Deitei na cama. Beijava com entrega, mas sem se afobar. Passei- lhe as mãos pelo corpo todo, por entre os cabelos. Fui por cima. Era quente, apertada. Comecei a meter devagar, compassivamente, não querendo acabar logo. Os olhos dela encaravam, fixos os meus. - Qual é teu nome? - perguntei. - Porra, que diferença faz? - replicou. Ri e continuei metendo. Mais tarde se vestiu e levei-a de carro de novo para o bar. Mas não foi nada fácil esquecê-la. Eu não andava trabalhando e dormi até as 2 da tarde. Depois levantei e li o jornal. Estava sentado na banheira quando ela entrou com uma folhagem grande na mão - uma folha de inhame. - Sabia que ia te encontrar no banho- disse, - por isso trouxe isto aqui pra cobrir esse seu troço aí, seu nuclista. E atirou a folha de inhame dentro da banheira. - Como adivinhou que eu estava aqui? - Adivinhando, ora. Chegava quase sempre quando eu estava tomando banho. O horário podia variar, mas Cass raramente se enganava. E tinha todos os dias a folha de inhame. Depois a gente trepava. Houve uma ou duas noites em que telefonou e tive que ir pagar a fiança para livrá- la da detenção embriaguez ou desordem. - Esses filhos da puta- disse ela, - só porque pagam umas biritas pensam que são donos da gente. - Quem topa o convite já esta comprando barulho. - Imaginei que estivessem interessados em mim e não apenas no meu corpo. - Eu estou interessado em você e também no teu corpo. Mas duvido muito que a maioria não se contente com o corpo. Me ausentei seis meses da cidade, vagabundei um pouco e acabei voltando. Não esqueci Cass, mas a gente havia discutido por algum motivo qualquer e me deu vontade de zanzar por aí. Quando cheguei, supus que tivesse sumido, mas nem fazia meia hora que estava sentado no West End Bar quando entrou e veio sentar no meu lado. - Como é, seu sacana, pelo que vejo você já voltou. Pedi bebida pra ela. Depois olhei. Estava com um vestido de gola fechada. Cass jamais tinha andando com um traje desses. E logo abaixo de cada olheira, espetados, havia dois grampos com ponta de vidro. Só dava para ver as pontas, mas os grampos, virados para baixo, estavam enterrados na carne do rosto. - Porra, ainda não desistiu de estragar tua beleza? - Que nada seu bobo, agora é moda. - Pirou de vez. - Sabe que senti saudade? - comentou. - Não tem mais ninguém no pedaço? - Não , só você. Mas agora resolvi dar uma de puta. Cobro dez pratas. Pra você , porém é de graça. - Tira esses grampos daí. - Negativo. É moda. - Estão me deixando chateado. - Tem certeza? - Claro que tenho ,po. Cass tirou os grampos devagar e guardou na bolsa. - Por que é que faz tanta questão deesculhambar o teu rosto? - perguntei. - Quando vai se conformar com a idéia de ser bonita.? - Quando as pessoas pararem de pensar que é a única coisa que eu sou. Beleza não vale nada e depois não dura. Você nem sabe a sorte que tem de ser feio. Assim quando alguém simpatiza contigo, já sabe que é por outra razão. - Então ta. Sorte minha né? - Não que você seja feio. Os outros é que acham. Até que a tua cara é bacana. - Muito obrigado. Tomamos outro drinque. - O que anda fazendo? - perguntou. - Nada. Não há jeito de me interessar por coisa alguma. Falta de animo. - Eu também. Se você fosse mulher, podia ser puta. - Acho que não ia gostar de um contato tão íntimo com tantos cara desconhecidos. Acaba enchendo. - Puro fato, acaba enchendo mesmo. Tudo acaba enchendo. Saímos juntos do bar. Na rua as pessoas ainda espantavam com Cass. Continuava linda talvez mais do que antes. Fomos para o meu endereço. Abri uma garrafa de vinho e ficamos batendo papo. Entre nós dois a conversa sempre fluía espontânea. Ela falava um pouco, eu prestava atenção, e depois chegava a minha vez. Nosso diálago era assim, simples, sem esforço nenhum. Parecia que tínhamos segredos em comum. Quando se descobria um que valesse a pena, Cass dava aquela risada- da maneira que só ela sabia dar. Era como a alegria provocada por uma fogueira. Enquanto conversávamos, fomos nos beijando e aproximando cada vez mais. Ficamos com tesão e resolvemos ir para a cama. Foi então que Cass tirou o vestido de gola fechada e vi a horrenda cicatriz irregular no pescoço - grande e saliente. - Puta que pariu, criatura- exclamei, já deitado.- Puta que pariu. Como é que você foi me fazer uma coisa dessas? - Experimentei uma noite, com um caco de garrafa. Não gosta mais de mim? Deixei de ser bonita? Puxei- a para a cama e dei- lhe um beijo na boca. Me empurrou pra trás e riu. - Tem homens que me pagam as dez pratas, aí tiro a roupa e desistem de transar. E eu guardo o dinheiro para mim. É engraçadíssimo . - Se é - retruquei, - estou quase morrendo de tanto rir... Cass , sua cretina eu amo você... mas para com esse negócio de querer se destruir, você é a mulher mais cheia de vida que já encontrei. Beijamos de novo. Começou a chorar baixinho. Sentia - lhe as lágrimas no rosto. Aqueles longos cabelos pretos me cobriam as costas feito mortalha. Colamos os corpos e começamos a trepar, lenta, sombria e maravilhosamente bem. Na manha seguinte acordei com Cass já em pé, preparando o café. Dava a impressão de estar perfeitamente calma e feliz. Até cantarolava. Fiquei ali deitado, contente com a felicidade dela. Por fim veio até a cama e me sacudiu. - Levanta cafajeste! Joga um pouco de água fria nessa cara e nessa pica e venha participar da festa! Naquela dia convidei-a para ir á praia de carro. Como estávamos na metade da semana e o verão ainda não havia chegado, encontramos tudo maravilhosamente deserto. Ratos de praia, com a roupa em farrapos, dormiam espalhados pelo gramado longe da areia. Outros, sentados em bancos de pedra, dividiam uma garrafa de bebidas da tristonha. Gaivotas esvoaçavam no ar, descuidadas e no entanto aturdidas. Velhinhas de seus 70 ou 80 anos, lado a lado nos bancos, comentavam a venda de imóveis herdados de maridos mortos há muito tempo, vitimados pelo ritmo e estupidez da sobrevivência . Por causa de tudo isso, respirava- se uma atmosfera de paz e ficamos andando, para cima e para baixo, deitando e espreguiçando-nos na relva, sem falar quase nada. Com aquela sensação simplesmente gostosa de estar juntos. Comprei sanduiches, batatas frita e uns copos de bebida e nos deixamos ficar sentados, comendo na areia. Depois me abracei a Cass e dormimos encostados um no outro durante durante quase uma hora. Não sei por que , mas foi melhor do que se tivéssemos transado. Quando acordamos, voltamos de carro para onde eu morava e fiz o jantar. Jantamos e sugeri que fossemos para a cama. Cass hesitou um bocado de tempo, me olhando, e ai então respondeu, pensativa: - Não. Levei- a outra vez até o bar, paguei-lhe um drinque e vim- me embora . no dia seguinte encontrei serviço como empacotador numa fabrica e passei o resto da semana trabalhando. Andava cansado demais para cogitar de sair á noite, mas naquela sexta- feira acabei indo ao West End Bar. Sentei e esperei por Cass. Passaram- se horas. Depois que já estava bastante bêbado, o sujeito que atendia no balcão me disse: - Uma pena o que houve com sua amiga. - Pena por que? - Desculpe . Pensei que soubesse. - Não. - Se suicidou. Foi enterrada ontem. - Enterrada? - repeti Estava com a sensação de que ela ia entrar a qualquer momento pela porta da rua . Como poderia estar morta? - Sim, pelas irmãs . - Se suicidou? Pode- se saber de que modo? - Cortou a garganta. - Ah! Me dá outra dose. Bebi até a hora de fechar. Cass a mais bela das 5 irmãs, a mais linda mulher da cidade. Consegui ir dirigindo até onde morava. Não parava de pensar. Deveria ter insistido para que ficasse comigo em vez de aceitar aquele "não". Todo o seu jeito era de quem gostava de mim. Eu é que simplesmente tinha bancado o durão, decerto por preguiça por ser desligado demais. Merecia a minha morte e a dela. Era um cão. Não, para que por a culpa nos cães? Levantei, encontrei uma garrafa de vinho e bebi quase inteira. Cass, a garota mais linda da cidade, morta aos vinte anos. Lá fora, na rua, alguém buzinou dentro de um carro. Uma buzina fortíssima, insistente. Bati a garrafa com força e gritei: - MERDA! PÁRA COM ISSO, SEU FILHO DA PUTA! A noite foi ficando cada vez mais escura e eu não podia mais fazer nada. Charles Bukowski
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Éh! Durante nossa passagem como forma de vida cometemos
Todo tipo de insanidade impensada e sem o menor critério.
Todavia sempre, sempre pensamos primeiro em nosso bem
Estar. Dificilmente encontramos alguém que adira nossa causa
E nos ajude a manter nossos direitos. Todavia devemos sempre
Buscar a coerência e lisura de nossas ações durante nossa vida.
Entendo de forma abnegada que viver em paz e respeitando
Os direitos dos nossos semelhantes até ao ponto em que
Nos, sintamos como nossos direitos assistidos respeitados,
Quando nosso bom senso detectar que há um abuso
Dos direitos assistidos pelo nosso semelhante, então concluímos,
Que o seu direito nunca deve ou pode cercear e sobrepor
Aos meus direitos.
Podemos nos valer de nosso bom senso na regulação dessa causa
Mas há ai uma controvérsia como diria Chico Milani, grande humorista e pianista, pois se não temos bom senso para entender,
Que estamos usurpando o direito alheio, certamente não haverá
Conversação que nos leve mudar o comportamento confuso
E inconsequente.
Casapê! É ai que comoçamos de vislumbrar seus sexto desejo,
O que podemos esperar de uma pessoa que viveu sem saber
E sem o que é bom senso e sem entender que o direito dele
Finda quando o nosso começa. Mas vamos tentando mudar
Alguns costumes desordeiros e que nunca sabe onde
Realmente estar e fala pelos cotovelos.
Mas o mundo é uma escola e por mais que não aprendamos
A viver coerentemente a vida, vai-nos punindo com alguns
Eventos como chamamos popularmente de castigo, mas na
Verdade é uma maneira de que nos sintamos em dado
Momentos Impotentes perante nossos erros e de nossas
Atitudes mal tomadas e impensadas.
No decorrer de nossa existência diante dos nossos erros
Vamos concomitantemente tendo a oportunidade de
Nos, reconciliarmos com a verdade e com uma vida digna,
Mas deparamos sempre com pessoas irrecuperáveis
E que até sentem prazer em ser um estorvo para a verdade
E o bom senso. Mas não nos cabe como humano punir
Ou sentenciar pessoas que nos macularam.
E assim vamos construindo o que aqui viemos fazer.
Que é viver e servir.
Jocabras 27-04-2016
Assim nos ascendemos para o mundo
Pois sempre Vida e vivência!
Pois entendemos nossa existência
Como uma batalha em que vamos a ela todos os dias.
Eu autobiograficamente gosto de retroceder-me
Na década de setenta, pois a de oitenta,
Me, seria comprometedor comentar, mas negar não!
E nessa idade vivemos muito em grupos
Ou quase um bando de maritacas
Alguns de boa fluência, outros introvertidos,
Mas na nas revoadas éramos todos iguais.
Eu nasci e convivi efetivamente
Com pessoas que cabia etariamente dentro do grupo
Dividíamos segredos, fazíamos confissões.
Em alguns casos nos declarávamos
Sobre um desejo ou um sentimento quase inocente
E à parte da turma trocávamos uma intimidade maior
Mas chegávamos à intimidades mais adiantadas.
Dentro desse grupo se sorria muito
E quase sempre sai um de casa não sabendo
Que seria a bola da vez, aquinhoado para ser zoado.
Mas havia em nosso convívio meninas
Que se sobressaiam bela beleza
Pelo sorriso ou mesmo, por usar trajes sensuais
E atrai para si assédios com cantadas mansas.
E havia uma bela adolescente com corpo de jovem
Bem talhado, uma tez morena clara e tentadora,
E alguns e me incluo gostávamos de cortejá-la sem êxito
Mas confesso a ânsia de uma aproximação
Era sempre cogitada, todavia a mesma era lisa
Que parecia um sabonete ladeira abaixo e molhada.
O tempo passou e nos dispersamos
Cada um tomou um rumo sabido,
Porém não havia smartphone e nem Whatsapp.
Alguns perdemos de vez o contato com o outro
E hoje já decorridos quase quatro décadas
Esses fatos ainda estão vivamente assanhados
Em minha mente e alma.
Uma das pessoas a que me refiro e a faço especial
E ao deparar com sua foto no face alvoroçou-me
Reavivar um tempo jamais premeditado, mas vivido
Intensamente, pois parece que jovem tem pressa,
Mas essa pressa tem preço, pois envelhecemos,
Emboramente, tenhamos nascidos para isso,
Crescer e multiplicar, embora o crescer aqui
Tenha um sentido muitíssimo amplo.
O grande mote disso tudo não é ser piegas
E exacerbadamente saudosista
Mas simplesmente não esquecer nosso tempo
Onde aprendemos a formar nossos valores e convicções.
Son nuestros soñhos de niño que moriram pelo camino
Mas certamente muitos de nós mudamos de metas
Alguns abraçaram os negócios familiares
E de forma drástica mataram seus sonhos.
Mas a minha inquietação e vida propensa
Me, levaram a conhecer e morar por tempos
Em várias cidades e metrópole
Não obstante ter conhecido tudo que busquei
Nunca ocorreu-me agarrar-me ao futuro antecipadamente
Sempre entendi viver o dia que despontou lindo
E que certamente seguira até ao anoitecer feliz.
Também pensei na noite!
E adorava frequentar ambientes noturnos
Passar as noites assistindo a lua nos parecer mover.
Posso dizer que vivi desde proficuamente
Até insanamente e a devassidão como companhia.
Eu conheci o mundo e o submundo da noite
Mas também deixei que a noite me conhecesse.
Sempre, sempre gostei muito de ser livre
Sempre gostei de experimentar com limites
Nunca fui dado à bebida
E nunca dei a desculpa de socialmente.
Em São Paulo conheci tudo que chamou atenção
Av. Ipiranga, os hotéis destinados aos latinos,
Pois estudei español, italiano, latim e Frances,
Então eu acompanhava turistas advindos
Da America do sul.
Aprendi muito, tinha ótimas gorjetas pelas companhias,
Algumas simples companhia, pois conhecia a cidade
Outras uma noitada onde tudo valia a pena
E morava na Av. Brigadeiro Luiz Antonio (centrão SP)
No hotel Arpede.
Mas o tempo passou
Muita coisa perdeu o sentido
Pois já me completava ou satisfazia
E já sentia outras necessidades
Já havia estudado, resolvi complementar
E fui para o mercado de trabalho aos 24 anos.
Voltei para o interior de Minas trabalhar
Mesmo assim as viagens era uma eminência
Constante em minha vida
Passava vários dias em São Paulo
Rua Augusta, castelinho, meu amor
Aquilo tudo se reavivou e eu não resisti.
As noites! Essas noites
Onde tudo é permitido
Mormente quando alguém não nos vê.
Praia, praia não me seduzia nunca
Tinha alergia ao sol
E depois de uma hora inchava o rosto
Então São Paulo foi meu primeiro casamento
Sem rotina, todavia a retina esticada,
A mirar mais uma aventura.
Não lamento por nada
Não acrescentaria mais nada
Vivi a vida que recebi de Deus pai.
Só dei uma incrementada
Cabelos bem longos
Roupas, sempre muito discretas.
Sem vício algum.
Hoje, creio eu não ir a são Paulo
Há uns vinte anos, mas o mapa do centro
Está vivo como se cravado em meu cérebro.
Quando falo de São Paulo
Meu ser todo se alegra e sente saudade.
Jocabras 30-04-2016
jocabras
Minha vida que parece muito calma Tem segredos que eu não posso revelar Escondidos bem no fundo de minh'alma Não transparecem nem sequer em um olhar Vive sempre conversando à sós comigo Uma voz eu escuto com fervor Escolheu meu coração pra seu abrigo E dele fez um roseiral em flor A ninguém revelarei o meu segredo E nem direi quem é o meu amor
Minha vida, essa vida, parece agitada
não tenho segredos a revelar
livres meus pensamentos afloram em min’alma
não transpareço ser liberal
e talvez nem seja tanto quanto gostaria
vivo sempre respondendo os questionamentos de min’alma
Perguntas sobre um grande amor
que escolheu meu coração ´par abrigar-lhe
e fez uma quadra de girassóis qual os de Vincent
Ando livre como se não tivesse segredo
e se inquirido falaria de meus girassóis!
jocabras
jocabras
Não quero amar, não! Nunca mais que esse negocio de amor já não se faz sem punhais. Mister dos mistérios tais Ah! Eu nasci perdedor. Pra que mentir de fingidor das dores tão reais. Que romantismo e insolência torna-se o amor em violência só à paixão luz natural tesão de deusa pagã que vence o amor a La D.Juan certeza e gloria de fazer o mal. Amor que move o sol e outras estrelas... Ah! Quem penou a luz delas, esses eu conheço de outros carnavais. Deixem-me ser aprendiz do amor perverso, do amor feliz. Lugar comum de anjos e animais.
Não quero amar, não! Nunca mais
Esse negócio de amor, paixão traição,
Já nos faz ensandecidos e violentos
Empunhamos punhais pérfidos
Não quero amar, não,
Essa coisa de amar deixa-me aprendiz
Aprendiz de fatos e coisas que nunca
Vi, assisti como sangue suores.
Não, não quero mais amar
Nem ser aprendiz desse vil amor
Quero apenas viver e ser feliz
Pra que mentir
E fingir fingidor desse dor vil.
Jocabras 05-05-2016
Onde será que isso começa A correnteza sem paragem O viajar de uma viagem A outra viagem que não cessa Cheguei ao nome da cidade Não a cidade mesma espessa Rio que não é Rio: imagens Essa cidade me atravessa Será que tudo me interessa Cada coisa é demais e tantas Quais eram minhas esperanças O que é ameaça e o que é promessa Ruas voando sobre ruas Letras demais, tudo mentindo O Redentor que horror, que lindo Meninos maus, mulheres nuas A gente chega sem chegar Não há meada, é só o fio Será que pra meu próprio Rio Este Rio é mais mar que mar
Meu rio, que faliu
meu rio, mesmo assim é meu mundo
todavia suas margens já não acolhem
casais, que peladamente lindos
se amavam como meninos maus
e meninas ainda adolescente
lindamente nuas e um dentro do outro
sem precaução, assim como desprecavido
faleceu de qualquer espécie de vida.
jocabras 05-05-2016
Existem coisas que o amor diz Com aquela coisa a mais De quem é feliz Jóias caras produzidas no coração Tiaras sem fim Guardo essa luzes pra te servir É tanta coisa que o amor faz Vem como um rio, em sua calma voraz Timidez mas, sabe voar Pra fugir da sombra do não querer Ademais, quem é que quer sofrer? Você, o sonho Meus pés, o chão Mesmo que bravo O mar vira na canção Mística rosa, ave rubra Meu Deus do céu da boca rubi Beijo esperado me leve a ti É um sacrifício dizer um não Em seu ofício de obedecer à paixão Seja como for, sempre se faz por prazer Tudo o que o amor diz Aliás, quem não quer ser feliz? É um sacrifício dizer um não Em seu ofício da obedecer à paixão Seja como for, sempre se faz por prazer Tudo o que o amor diz Aliás, quem não quer ser feliz?
Mesmo bravio o mar é uma canção
Poluída rosa se arrefece na boca do sol
Seja como for, faço por prazer
Alias, quem não quer ser feli?
Não precisa presentes caros
Tiaras de rubis, anel de brilhante,
O beijo esperado mostra o excesso de ouro.
Ah! o amor sempre parece nos deixar feliz
Mas há algo a questionar
Não seria uma ilusão e sim uma empolgação
Momentânea e passageira
Com quem embarca num trem
Sem destino e no desatino
Percebeu que não era feliz
E mais, percebeu que era iludido e enganado.
Não, não quero mais falar de amor
tiaras de rubis anéis de toda sorte
não, não o amor não se compra
o amor não se troca por pedras
o amor nasce, pode ser perene
ou pode ter fim, depende de dois.
Jocabras 05-05-2016
Eu quero o futuro Quero o futuro como um cesto Multiplicando seus pães Eu quero um país Eu quero um país futuro Seus passarinhos pelos ares Eu quero a América Eu quero a Futura América Seus peixinhos todos nos mares Eu quero a terra Quero o futuro da terra Multiplicando as manhã
e o homem transcorrendo seu dia
eu quero esse homem
com um cesto cheio de alimentos
eu não quero ver no futuro uma América de fome. Não quero a história dos crimes Eu quero Bolivar e San Martin Los Hermanos de Zumbi Los Hijos de Tiradentes Como a história dos meninos Como a história dos Irmãos Grimm Como a história de um cine A história de um índio Na Cordilheira dos Andes Dos Incas, Ianomamis Eu quero um futuro grande Eu quero o futuro Quero o futuro como um cesto Multiplicando seus pães Eu quero um futuro grande Eu quero o futuro Quero o futuro em meu peito Multiplicando as paixões
Eu quero um futuro de sanidade
eu quero um futuro fartura
eu quero um futuro em min’alma
multiplicando boas ações.
Jocabras
Lá na Casa dos Carneiros Onde os violeiros Vão cantar louvando você Em cantiga de amigo Cantando comigo Somente porque você é Minha amiga mulher Lua nova do céu que já não me quer Dezesete é a minha conta Vem minha amiga e conta Uma coisa linda pra mim Conta os fios dos teus cabelos Sonhos e anelos Conta-me se o amor não tem fim Madre amiga é ruim Me mentiu jurando amor que não tem fim Lá na Casa dos Carneiros Sete candeeiros Iluminam a sala de amor Sete violas sem clamores Sete cantadores São sete tiranas de amor Pra amiga em flor Qui partiu e até hoje não voltou Dezessete é minha conta Vem minha amiga e conta Uma coisa linda pra mim Pois na Casa dos Carneiros Violas e violeiros Só vivem clamando assim Madre amiga é ruim Me mentiu jurando amor que não tem fim.
Lá na casa dos Almeida
onde nos juntávamos todas as noites
Vinha tio Tião com um embornal de frutas
Vinha a Fiinha e seu marido Tião
falávamos por minutos
e depois em seguida a
ai então assistíamos TV.
Não era um unanimidade
mas era um meio de ficarmos reunidos
pondo os assunto do dia em dia.
jocabras, 06-05-2015
O mundo é grande para os nossos desencontros A arte é longa, vida breve fim Mas como pode um mar tão grande Caber num mundo pequenino assim Meu violão não pesa muito Carrega tantas canções Fico pensando Se um amor dos grandes Pode habitar pequenos corações Meu sapato carregado de distâncias Meu chapéu cheio de sonhos sem fim Fico pensando Que por mais que eu ande Eu não consigo me afastar de mim
Não consigo me afastar de você.
Meus sapatos empoeirados
De tanto caminhar
Distancio de quem me incomoda
Fujo daqueles que não comungam
Das comunhões que traçamos.
E reitero pra mim mesmo
Como pode um coração tão pequeno
Amar com amor tão intenso.
Jocabras
jocabras
O pensamento abaixo traduz uma realidade bem maior
do que sugere o bilhetinho abaixo. Porque lendo
tão somente o texto deparamos com um desalinho
e já foi tema de músicas românticas da segunda metade
do século passado, mas se nos debruçarmos com mais afinco
e mexermos um pouco com a ordem das palavras
depararemos com uma realidade muito comum nesse século.
Hoje, pensamos individualmente e buscamos cruelmente
somente satisfazer a nossa individualidade e nosso interesse
pessoal. Então muitas vezes estabelecemos relacionamentos
de toda sorte , sendo mais eminente os de ordem pessoal.
Porquê? porque buscamos atender e entender somente
os nossos interesse e então nesse contexto tolhemos
de nossas necessidade intimas e pessoalíssimas para
manter um status de vida falso, andamos acompanhados
interesseiramente acompanhados de pessoas que não
nos fazem bem, não alegram nossa alma e nem comungam
virtude alguma, Então abrimos mão de nossa felicidade
pessoal ou a dois para vivermos falsamente em busca
tão somente do nosso conforto material na busca de
uma comodidade que pode nos anular com ser humano.
Não é um fato que devia provocar mais surpresa
pois hoje infelizmente vivemos de aparências.
jocabras 06-06-2016
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