#me pego pensando nas aus mais nada a ver possíveis
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amethvysts · 7 months ago
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boa tarde minhas amigas hoje nesta bela tarde preguiçosa de domingo me peguei pensando em ser a esposa troféu dos meninos em uma mafia!au …
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nochusendhelp · 4 years ago
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Snowflakes, Fireworks & Shoots (One Shot)
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Park Sunghoon
Genêro: fluffy, universo paralelo (mais ou menos), romance, Park Sunghoon patinador e idol, patinador!au, hockey!au, porém nenhum dos dois exatamente...
Sinopse: Após um cochilo de 15 minutos que se transforma em 6 horas, Yubin se vê trancada no ginásio da escola na véspera de Ano Novo. Determinada a sair dali, ela testa todas as portas possíveis, disposta a encontrar uma saída seja ela qual fosse, para se livrar desse problema. O que ela não esperava era encontrar atrás de uma delas mais um para resolver.
Palavras: 7456
Avisos: muita covinha do Sunghoon, gelo, neve, ataques repentinos de estresse, e Park Jongseong!!!!
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A neve já está forte lá fora. Montinhos brancos que refletem a luz do Sol de forma intensa já se encontram por todos os lados, só não estão mais intensos que o meu sono, pois já fazem dois dias que eu não durmo da maneira que eu gostaria por estar treinando até mais tarde. O gelo pelo qual eu patino parece liso até demais, meus pés em alguns momentos parecem flutuar, mas eu tenho quase certeza de que é a minha mente que vai para longe por causa do sono. Gritando meu nome Yeri passa o disco para mim sem muita vontade, inferno, o que eu vou fazer agora? 
—  ACORDA YUBIN! — Heejin grita em meu ouvido assim que joga seu corpo de encontro ao meu, sem me dar muito tempo de decisão. A força do impacto é forte demais para o meu corpo mole de sono, e faz com que eu seja arremessada de encontro ao acrílico de proteção. — Você é patética. —  São suas palavras finais, somadas ao seu olhar de desprezo, antes dela virar as costas e patinar para longe. 
Maldita a hora que a minha mãe me deu a ideia de entrar para o time de hockey feminino da cidade —  “você sempre patinou no lago congelado que tem aqui perto de casa, você vai se dar bem!” —  disse ela. Claro, a Heejin, e todo o restante do time, acha a mesma coisa pelo visto! Todos os dias de treino são iguais, gritos na minha cara expondo o quão ruim eu sou comparada ao restante do time, é até irônico dizer que o que me mantém aqui é o treinador, que sempre me ouve, me apoia, e me mantém porque acredita que eu vou melhorar e alcançar as outras meninas. E é por isso que nesses últimos dias tenho treinado ainda mais. 
Duas horas de treino “oficial” e depois vou até o ginásio da escola, onde tem um rinque de patinação, para eu continuar treinando. Porém, hoje não estou conseguindo ver um palmo à minha frente de maneira estável. O gelo parece estar derretendo junto a luz do Sol, o caminho até o ginásio da escola que era uma calçada retilínea agora parece um zigue e zague em constante movimento. Olho o relógio do celular antes de colocá-lo na mochila — 15:00. Ao entrar no ginásio o silêncio comparado ao treino de hockey é ensurdecedor, a única coisa que escuto é o gelo sendo riscado pela lâmina dos patins, e não qualquer um, os patins de Park Sunghoon. 
Os fios escuros de seu cabelo flutuam com o vento conforme ele ganha velocidade para fazer mais um giro simples, seu olhar é intenso, completamente diferente da graça e leveza que seus movimentos demonstram. Sua postura perfeita faz com que eu ajeite minhas costas, como se naquele momento, se eu não ficasse também na postura correta, tudo daria errado no movimento seguinte. Atravesso a lateral do rinque até a parte debaixo da arquibancada, onde deixo minha mochila, meus equipamentos, e vou em busca de um colchonete para eu me deitar um pouquinho. 
— Yubinnie! — Jay chama meu nome, se colocando ao meu lado. — Como vai? — Ele levanta sua mão para um hi five que eu devolvo sem muita vontade. 
— Morrendo de sono, parece que o chão vai ruir a qualquer momento e eu vou cair em um buraco. E se eu cair, não vou ter forças para voltar.
— Você ainda não dormiu completamente, não é? — Ele pergunta, preocupado, mas eu apenas dou de ombros.
— Vamos ter o feriado, o recesso, vai dar tempo para descansar depois! — Paro em frente a pilha de colchonetes de alongamento, e me estico para pegar dois. Escuto a risada baixa de Jay atrás de mim, que prontamente me ajuda a pegar mais facilmente o que seria a minha cama nas próximas horas.
— Quer que eu busque alguma coisa para você comer? O Sunghoon vai demorar mais uns 15 minutos. — Ele coloca um dos colchões embaixo do braço e me estica o outro.
— Não precisa. Vou dormir com toda a certeza pelos próximos 15 minutos. Vocês têm treino hoje? — Digo em meio a um bocejo, o fazendo bocejar junto.
— Não! Heeseung hyung vem daqui a pouco também, vamos apenas sair juntos depois. Quer ir junto? — Jogo o colchonete no chão, próximo as minhas coisas, e pego o que estava com o Jay e coloco por cima.
— Nah. Vocês podem se divertir juntos! Não é como se vocês fossem me querer lá, nem também que eu me encaixaria lá. Seja onde esse “lá” for. — Procuro em minha mochila meu cachecol e a blusa extra que eu trouxe para caso o frio aumentasse ainda mais. Dobro ambos formando um montinho fofinho, meu travesseiro.
— Yubin, já disse para você parar de dizer coisas assim. Isso é autodepreciativo! — Me sento no colchonete e vejo que Jay me olha de maneira séria. — Se eu estou te convidando é porque eu sei que você iria se divertir. O hyung e o Sunghoon com certeza gostariam de ser seus amigos também. Eu já falei de você pra eles, eles falaram que querem te conhecer um dia e eu sei que foi sincero! — Ele sorri gentilmente, tentando me passar um pouco de conforto.
— Jay-ssi, você sabe. Se aquele dia que você chegou com o Sunghoon-ssi mais tarde e eu quase te acertei com o disco, você, ao invés de conversar comigo tivesse brigado, nós não estaríamos aqui. Se você não tivesse puxado papo todas as outras bilhões de vezes que nos encontramos, nós dois não estaríamos conversando agora. Eu provavelmente já teria até mudado meu horário de treino só pra não ter que olhar mais na cara de vocês dois! Não consigo assim fazer amizade tão fácil. — Suas mãos estão em seus bolsos. Seu olhar é de cansaço, provavelmente por todas as vezes eu não aceitar o convite e ainda dizer coisas negativas que ele odeia. 
— Nem o Sunghoon. Mas nem por isso ele deixou de fazer as coisas ou sair! E essa mania de me chamar de "Jay-ssi" só pra não me chamar de "oppa"... Bom, não vamos discutir sobre isso agora, você visivelmente quer dormir, então vou te deixar dormir. Só por favor, me avise quando chegar em casa mais tarde, e vamos qualquer dia desses sair para tomar um café, ok? — Ele estica a mão em minha direção, e eu a seguro, ele então balança nossas mãos de um lado pro outro e sorri.
— Ta ok. — Solto sua mão e me deito. — Agora some por favor, você tem um amigo para ir encher o saco! — Fecho meus olhos e viro de lado. A risada anasalada de Jay é a última coisa que eu escuto.
Não sei que horas são quando eu acordo, mas percebo que o local está escuro demais. Me deito de costas e me espreguiço. Que horas são? Quando me sento, busco meu celular no bolso da mochila — 21:00. Meu Deus, os 15 minutos de sono viraram 6 horas! Coço meus olhos e logo vem um bocejo, quando abro meus olhos novamente o espaço ainda parece escuro demais, mas por qual motivo? A essa hora o ginásio ainda teria que estar aberto. 
Me levanto, pego as minhas coisas e vou em direção a porta. As únicas luzes acesas são as de apoio do corredor ao lado do rinque, quase nada. Forço a porta pra fora e pra dentro, nada. Tento ver se há alguma maçaneta ou coisa do tipo, nada, a única que tem é a barra de segurança contra incêndio, que teria funcionado se a porta não estivesse trancada. Caramba, me trancaram aqui, mas ainda não sei porque, não são nem 22:00! Sinto o celular, agora no bolso da minha calça, vibrar. Quando o pego na mão, o tal do mundo ruindo sob meus pés finalmente acontece.
“Yubin-ah, que horas você chega? Você vai ver a virada do ano com a gente perto do Rio Han, né? Por favor, vamos sim, é véspera de ano novo, último dia do ano, vamos sair!!!!”
A mensagem de Minji me deixa ansiosa, nervosa, devastada. Eu não acredito que esqueci que hoje é véspera de ano novo, e eu estou presa! Quando eles vão reabrir de novo? Não pode ser só na segunda que vem… Hoje é TERÇA!!! Acendo a lanterna do celular e procuro pelos papéis nas paredes perto da porta se existe alguma coisa com essa informação, e não demora muito para que eu encontre, já que o mesmo está escrito em letras maiúsculas e vermelhas:
NESTA VÉSPERA DE ANO NOVO FECHAREMOS ÀS 18H. REABRIREMOS APENAS NO DIA 3, SEXTA FEIRA, A PARTIR DAS 13H. BOAS FESTAS.
Será que dá para viver com a comida e as bebidas das máquinas automáticas até sexta?  Por qual motivo eu não li esse papel antes, meu Deus?
Praticamente jogo tudo no chão, todas as minhas coisas de repente pareceram estar pesadas demais, e me sento de frente para a porta, pensando como eu poderia sair dali. Se eu ligar para alguém com certeza a polícia será chamada, e eu não quero isso, não preciso virar notícia quando as aulas voltarem nas próximas semanas. Não tenho também um único amigo que poderia vir aqui me buscar, arrombar essa porta ou algo nesse sentido. Nem um contato com alguém da escola ou que conheça alguém com contato com alguém da escola.
  Olho o relógio novamente —  21:30. Faz meia hora que eu estou sentada aqui sem ter uma única reação. Minji já enviou mais duas mensagens, que eu ainda estou fazendo questão de ignorar por não saber o que responder. Me levanto e tento novamente abrir a porta, vai que em um momento de loucura eu não consegui abri-la, não é? Não é. A porta nem se mexe novamente. Acendo novamente a lanterna do celular para conseguir olhar melhor a minha volta, há várias portas fechadas pelo corredor, e em uma delas leio a placa localizada acima, “administração”. Caminho até a porta e para a minha surpresa ela está aberta, o interruptor ao lado da batente pelo lado de dentro da sala funciona, e a luz se acende. Vejo pilhas de papéis, quadros com diplomas nas paredes e todo o restante da mobília, aquilo parece mais com um arquivo gigante que administração, pois não há uma mesa, cadeira ou computador, e não chego nem perto de encontrar aquele tradicional quadro com chaves de todas as portas penduradas à mostra para que eu tentasse achar alguma que me ajudasse. 
Desligo a luz, fecho a porta e resolvo então que vou abrir todas as portas que existem no corredor. Almoxarifado, escritório, armário de vassouras, sala de equipamentos, sala de reuniões. Abro a porta seguinte sabendo bem que é o vestiário feminino, e que não tem ali nenhuma porta secreta ou janela que dê para sair, porém, já ouvi várias vezes que os meninos fugiam dos treinos e ninguém nunca descobriu por onde, será que era pelo vestiário masculino então?!
Assim que abro a porta do vestiário masculino vejo que a luz dali está ligada, devem ter esquecido. Verifico as paredes que separam o banheiro do jardim externo, tateando para ver se não tem nenhum tijolinho solto, mas nenhuma passagem secreta se abre como nos filmes. Empurro as janelas basculantes para ver se alguma abre mais do que deveria, mas são exatamente iguais as janelas do vestiário feminino. Nada nos chuveiros, nem nos vasos sanitários. Talvez atrás de um armário? Tento puxar alguns que estão mais perto das janelas, mas nenhum se mexe.
— QUE INFERNO! —  Grito e chuto a porta de um dos armários. Pego o celular e olho o horário de novo — 21:45. — Que droga, eu nunca vou sair daqui até sexta feira…
— Você pode então me tirar daqui? — Uma voz masculina me assusta, ela vem de um dos armários que ficam na parede no fundo do vestiário. Caminho em direção a esse armário com cuidado para que meus passos não façam barulho. Percebo então que, apesar de a porta ser igual a todas as outras, aquela era de uma sala. “Depósito” diz a placa.  — Olá? Por favor, me tira daqui! Olá… — Observo a porta de onde vem a voz, o cadeado está fechado. A voz não me é estranha, nada está fazendo sentido. — Aish… O Jay me paga… — Ele disse Jay? Mas quem vai conhecer o Jay se não o…
  — Park Sunghoon? — Digo surpresa e minha voz sai mais aguda do que eu esperava.
—  Oh… Sim, eu! Quem é? — O escuto se mexer dentro do armário.
— Yubin… Shim Yubin. — Estou neste momento a dois passos da porta do armário. Minha postura nunca esteve tão perfeita, estou petrificada, minhas expressões faciais de confusão e desespero são as únicas coisas que demonstram que eu não virei uma perfeita estátua. 
— Ah… Er… Yubin-ssi, tem como você me tirar daqui? — Ele soa tão confuso quanto eu.
— Eu… Não tenho a chave. Você sabe onde está a chave?
— Talvez dentro da minha bolsa? — Sua voz também sai algumas notas acima. — Ela deve ser a única no vestiário inteiro. — Olho em volta e vejo que há de fato uma bolsa sobre o banco atrás de mim. 
— Algum bolso em específico? — Me mexo pela primeira vez, me sentando no banco para poder procurar melhor a tal chave.
— Nos menores, nos da frente, não deve estar em um lugar muito complicado.
— Ok, deve ser essa… — Pego a chave que estava na rede lateral da mochila, sozinha. Me levanto, coloco a chave no cadeado e a giro. É a chave certa. Assim que tiro o cadeado a porta a minha frente se abre. Dou passos apressados para trás, assustada, e sinto minha batata da perna bater contra o banco. Sunghoon despenca para fora do armário, ele devia estar encostado na porta, e cai em meus pés, deitado de costas no chão. Os fios de seu cabelo estão em maioria grudados em sua testa devido ao suor, suas bochechas estão levemente rosadas e sua respiração pesada.
— Obrigado! Ali dentro estava ficando muito quente já. —  Ele coloca uma mão sobre seu próprio peito, como se estivesse verificando que seu coração verdadeiramente batia. Eu espero que sim, pois o meu já mandou abraços. Estou mais ofegante do que ele.
— Ah… Sim… Imagina. Quer ajuda? — Estico minha mão de forma abrupta em sua direção, o assustando um pouco. Mas ele logo a segura e eu o puxo para cima. 
— Obrigado, de novo. É… Se não for incomodo, que horas são? A bateria do meu celular acabou faz algumas horas. — Busco o meu celular no meu bolso, passando levemente minha mão suada contra minha calça.
— São 21:55 da noite. — A expressão de Sunghoon em primeiro momento é de assustado, mas logo em seguida ele senta no banco e apoia seus cotovelos em seus joelhos e seu rosto em suas mãos, derrotado pela notícia. — Desculpa a pergunta, mas o que você estava fazendo ali dentro?
— Ah, a perfeita ideia de Park Jongseong…— Sunghoon joga seu corpo para trás e apoia suas mãos no banco, não perdendo a oportunidade de passá-las por seu cabelo, enquanto estica suas pernas. —  Ele apostou comigo que eu não conseguiria dar 20 voltas no rinque antes de 1 minuto. Eu obviamente também duvidei que conseguiria, mas fui tentar, e não consegui. Ele e o Heeseung hyung ficaram então rindo e falando que eu teria que pagar um café para cada. Dai o Jay veio ao vestiário, e eu resolvi pegar a oportunidade de assustá-lo e ter uma pequena vingança, mas ele me descobriu antes de eu perceber e me trancou no armário. Não era um grande problema, já que eles só iriam ao café a apenas três quadras daqui e depois voltariam, só que eles não voltaram.
—  E por qual motivo não voltaram? — Me sento ao seu lado, o mais distante possível. 
— Eu não sei exatamente. Eu sei que depois de quase meia hora mandei uma mensagem para o Jay. — Ele coloca a mão do bolso e pega o celular, mas assim que aperta o botão lembra que ele está sem bateria. — Ah, é verdade, acabou a bateria… Mas enfim, ele me respondeu que já estavam para voltar, a fila estava muito grande quando eles chegaram e ao invés de tentar outro lugar resolveram esperar. Ele ia te comprar um café também, avisou que você estava dormindo embaixo da arquibancada e qualquer coisa era pra te pedir para esperar.
— Entendi. — Disse na intenção de terminar a conversa, já que não sabia o que responder. Mas o silêncio não durou muito, de repente Sunghoon virou rapidamente sua cabeça em minha direção e disse assustado:
— Esse é o vestiário masculino! O que você está fazendo aqui dentro? — Me levanto em um pulo, também lembrando dessa informação. Mas, espera.
— Porque eu achei que não teria mais ninguém aqui! E eu estava procurando um lugar para sair do ginásio. — Nos olhamos confusos.
— A porta da frente?! —  Ele diz debochado, pois a resposta óbvia. — Aliás, vamos que logo vão fechar isso aqui! — Ele realmente nem faz ideia. Sunghoon se levanta, arruma as pernas de suas calças, pega a sua mochila e começa a andar em direção a porta do vestiário.
— Sunghoon-ssi… —  Ele para antes de abrir a porta e olha para mim. — O ginásio fechou às 18:00. Feliz véspera de Ano Novo. — Seus olhos ficam arregalados por alguns segundos, antes de seu semblante mudar para total confusão. 
Sunghoon é rápido. Ele abre a porta do vestiário e sai correndo em direção a porta do ginásio, enquanto corre olha a sua volta, e percebe que tudo está escuro. Pacientemente acompanho todas as suas fases pelas quais eu já passei: empurra a porta, puxa a porta, empurra, puxa, empurra puxa. Visivelmente nervoso ele passa a mão pelos cabelos, e por impulso tenta ligar o celular, mas percebendo novamente que ele está sem bateria, guarda com raiva o aparelho na mochila.
Me sento perto das minhas coisas, e no momento me sinto despreocupada, ou conformada, com a situação em que nos encontramos. Não vi mais nenhuma saída em toda e qualquer porta que abri, acabei encontrando aliás mais um trouxa que ficou preso no ginásio na véspera de ano novo. Não quero chamar a polícia. Não quero virar notícia. Vou fazer o que?
— O que você está fazendo sentada? Temos que sair daqui! —  Ele diz irritado, apenas dou de ombros.
— Obrigada por me notificar de algo que já sei a pelo menos uma hora, talvez? Não tenho certeza. Eu estava exatamente tentando achar uma saída quando entrei no vestiário masculino, todas as outras portas só tem as janelas abertas, e eu pelo menos não passo por nenhuma. — Pego meu celular e olho o horário. — Agora são 22:00, perfeito, estamos presos oficialmente em qualquer época do ano. E eu estou só com 5% de bateria...
— Espera, você tem bateria. Liga pro Jay! — Sunghoon anda rapidamente em minha direção, e tenta pegar meu celular, mas sento em cima do mesmo antes que ele consiga.
— Ei, pera ai. E ele vai fazer o que? Além de ficar preocupado.
— Vai logo, antes que acabe a bateria! — Ele da pulinhos no lugar, nervoso.
— Ta… Ok. —  Pego o celular e procuro o número de Jay. Não eram os meus planos chamar a polícia, mas muito menos ter mais alguém aqui comigo. — Jay-ssi? É a Yubin… Tá tudo bem comigo… 
— Coloca no viva voz! — Sunghoon praticamente ordena. Coloco no viva voz e viro a tela do celular para ele.
— Yubin? Você está com o Sunghoon? — Jay pergunta confuso, parece estar em um local com mais pessoas, vozes com conversas incompreensíveis balbuciam ao fundo.
— Yah, Jay-ya, me escuta! Eu e a Yubin-ssi estamos presos no ginásio da escola, você precisa tirar a gente daqui! — Sunghoon se inclina em direção ao telefone, como se aquilo fosse preciso para Jay escutá-lo melhor. 
— O QUE? — Ele de repente grita, mas alguém fala algo bravo com ele, e ele logo se desculpa e volta a falar em um tom normal, mas nervoso. — Como vocês ficaram trancados aí? Você não respondeu nem mais uma mensagem que eu te mandei, alias.
— Acabou minha bateria! Mas não importa isso no momento, o que importa é que você tem que tirar a gente daqui, tipo, o mais rápido possível!
— Aish…. Eu não sei como vou fazer isso… Tem várias pessoas aqui em casa, meus pais não vão me deixar sair agora. Eu vou tentar falar com o Heeseung hyung! Ta ok?
— Sim! E… E avisa a minha mãe, não sei exatamente o que, fala que eu estou com você talvez, e-eu não sei. — Sunghoon falava e andava de um lado pro outro, vez ou outra passava a mão pelo cabelo, lambia os lábios, e quando posicionava suas mãos ao lado das pernas batucava a ponta dos dedos contra as coxas. 
— Okay, eu vou falar com a sua mãe também, só que Sunghoon, e-... — As palavras de Jay de repente são cortadas. Viro rapidamente a tela do celular em minha direção, assustada com o corte repentino.
— Acabou a bateria. — Acabo falando mais baixo, com medo da reação de Sunghoon.
— AH NÃO! — Ele visivelmente mais nervoso passa as duas mãos nos cabelos e grita. — AAAAH QUE DROGA! — Seu grito ecoa por todo o ginásio, e isso me assusta um pouco. O grito parece drenar toda a sua força, pois ele encosta suas costas na proteção do rinque e escorrega até o chão, coloca sua cabeça entre os joelhos e assim fica por alguns segundos, em silêncio.
— Desculpa. — São suas primeiras palavras. — Mas, eu realmente não quero ficar preso aqui. Não queria ser agressivo também, só que… Enfim, desculpa. — Ele finalmente ergue a cabeça, e seu semblante já não lembra nada o Sunghoon nervoso de alguns segundos atrás, ele agora está chateado, com o lugar, com a atitude.
— Não precisa se desculpar. Eu também estava estressada quando te encontrei no vestiário. Eu chutei o armário aquela hora, por isso fez todo aquele barulho! Já passei por todas essas fases e agora estamos na mesma. — Ele sorri levemente, estica suas pernas e apoia suas mãos no chão.
—  Espero que o Jay consiga fazer alguma coisa…
— Eu acredito que ele consegue sim.
— E o que nós fazemos até lá?
Paro para pensar na pergunta de Sunghoon, e a única coisa que me vem à cabeça é fazer aquilo que ainda não cumpri, meu treino. Me levanto, vou até minha mochila e ali pego os meus patins. Enquanto os calço, o patinador sentado à minha frente me encara confuso. 
— Vai patinar? Mal tem luz aqui.
— Deve ter algum interruptor ou algo do tipo na sala de serviço. — Amarro o cadarço do pé esquerdo. — Vou ligar a luz e treinar! — Amarro o cadarço do lado direito. — Eu sei que parece loucura, mas é a única coisa em que pensei e foi o que eu vim fazer aqui mais cedo. E teria feito… Se eu não tivesse dormido. — Me levanto e caminho até a sala de serviço, onde realmente há a caixa de disjuntores. Testo um por um, até encontrar todos  os que acendem as luzes que ficam acima do rinque.  
— O que vai treinar? — Sunghoon pergunta, enquanto se levanta e me olha tirar as proteções das lâminas dos patins e entrar no rinque.
— A maior crítica das minhas amáveis colegas de time é a  minha falta de habilidade com o disco, basicamente o básico para se jogar hockey. E você já presenciou o quão ruim eu sou aqui! — Patino em sua frente e ele sorri, balançando a cabeça concordando, lembrando do dia que eu quase acertei ele e Jay com o disco. — Então é isso que eu treino sempre, depois que você acaba o seu treino e deixa o rinque livre, domínio sobre o disco.
— Isso com certeza vai soar rude, mas se você não sabe o básico para se jogar hockey, por qual motivo você está no time? — Sunghoon se apoia na parte da proteção que não tem o acrílico.
— Não tem problema, não é o primeiro a perguntar. — Me estico para pegar meu taco e disco. — É que eu sou rápida o suficiente. Na verdade, eu sou a mais rápida do time, no teste que rolou uma vez eu ganhei de todas, então o treinador resolveu me manter no time. Ele é muito querido comigo. — Jogo o disco no chão e começo a bater levemente nele de um lado para o outro, para que ele não deslize para muito longe. — O problema é que nessa parte eu sou horrível, e correr junto com o disco eu fico pior ainda! 
— E o que te motivou a entrar num time de um esporte que você não sabe jogar?
— Minha mãe! Ela teve essa brilhante ideia para eu me familiarizar com as pessoas, e socializar mais. Só que é meio ao contrário, ali ninguém gosta muito de mim.
— Comecei a patinar porque minha mãe queria a mesma coisa, que eu socializasse mais. Só que não deu muito certo. A maioria eram meninas, e eu quase não conversava com ninguém, acabei conversando mais com a minha irmã mais nova do que com todos os outros! — Olho para Sunghoon e o vejo sorrir, como se ele estivesse lembrando de algo bom. 
             Não conto o exato tempo que fico treinando, mas ficamos conversando durante ele todo. Sunghoon começou a treinar por causa da mãe, e começou com o hockey e outros esportes de patinação, mas depois preferiu a patinação artística no gelo, tem uma irmã mais nova, e aparentemente está na tv desde criança. Agora, mesmo com uma belíssima carreira formada, ele pensa parar tudo e tentar virar um idol de kpop. Falei que era loucura, é óbvio que não fui a única, ele disse, mas é algo que ele realmente quer. Saio do rinque para ver que horas são, mas assim que pego meu celular lembro de que acabou a bateria. Vou até o relógio do corredor então — 23:00.
— Já faz uma hora e nada. — diz Sunghoon. Me viro na direção que ele está sentado, e percebo que ele está colocando os patins.
— E dai vai treinar também? — Caminho até ele, e me sento ao seu lado, para tirar os meus patins.
— Não treinar. Mas vou patinar um pouco, distrair. — Ele olha para mim e sorri. Enquanto ele caminha até o rinque e começa a patinar, vou até minha mochila, procurar alguns trocados para finalmente usar as máquinas automáticas. 
Um pacote de haribo e uma água sem gás é o que me sustenta enquanto assisto Sunghoon patinar. Não sei o que está na cabeça dele no momento, mas algumas vezes que ele passa pela minha frente parece estar murmurando alguma música, talvez a última que ele fez a apresentação na competição. Não sei também se ele repara que ainda não parei de observa-lo, é simplesmente indescritível a paz que se cria em mim o assistir patinar, ele é como a neve, leve, intenso, é lindo. Dizem que a beleza é subjetiva, mas eu acredito que ela se define em Park Sunghoon.
Assim que acabo meu pacote de ursinhos de gelatina resolvo me sentar perto do pilar, e assim, me deitando no chão, coloco minhas pernas para cima, apoiadas na estrutura. Elas estão latejando um pouco, talvez por todo o esforço de mais de uma hora entre treino e admirar meu, talvez agora, amigo patinador. Deitada ali consigo ver novamente que horas são — 23:20. Será que vai ser assim? Ficaremos presos, patinando e nos alimentando de doces e bebidas das máquinas automáticas até sexta? Será que o Jay vai chegar e nos tirar daqui? Ou o Heeseung-ssi? Será que chamaram a polícia?
— Yubin-ssi? — Sunghoon chama meu nome, quebrando minha linha de pensamento. Me sento e viro em sua direção, ele ainda está no rinque. — É… Nada. — Ele se vira e volta a patinar para longe.
— Yah, não se chama uma pessoa, diz que não é nada, e patina para longe! — Levanto e bato a minha mão pela calça, tentando tirar toda e qualquer sujeira que estiver em mim. — Pode falar agora!
— Não é nada demais.
— Park Sunghoon! Me diga o que é! — Ando até a proteção e fico apoiada ali, o encarando. Ele então vem patinando e para em minha frente, não havia reparado de longe que ele estava tão ofegante.
— Eu só… Eu só ia perguntar se… Você não quer patinar comigo?! 
Eu tenho certeza que após sua pergunta eu até pisco mais devagar, não acreditando no que meus olhos e ouvidos acabaram de me proporcionar. Tenho certeza também que minha boca está um pouco aberta, pela minha incredulidade com a pergunta, pois sinto os cantos da minha boca ficarem levemente secos. Mas antes que eu pudesse ter qualquer outra reação mais racional, Sunghoon já começa a falar novamente.
— Não é nada demais, é só que você estava ali, deitada, parecia sozinha e chateada com a situação, mas enquanto eu te vi patinar, que dizer, você estava patinando na minha frente né, você estava mais relaxada apesar de concentrada, e também… 
— Podemos patinar sim! — Corto suas palavras que estão sendo lançadas para fora como um bando de cabritos desgovernados, suas bochechas estão enrubescidas e eu tenho certeza que não é pela patinação e nem pelo frio. — Só vou colocar os patins de novo, ok? — Sorrio e me viro, indo em direção aos meus patins largados próximos ao banco. 
Assim que entro no rinque é como se fosse a primeira vez, minhas pernas estão bambas e o frio parece ser muito maior ao que eu estou acostumada, a diferença é que dessa vez eu sei que o que fazer para não cair. Sunghoon parece tenso demais, parece que ele mesmo pode escorregar e cair a qualquer momento.
— E o que podemos fazer? Só patinar e conversar? — Estamos parados no meio do rinque. Sunghoon está agora com as mãos no bolso, e apenas levanta os ombros num sinal de “não sei”. — Quer apostar uma corrida?
— Corrida? — Ele me olha e ri. — Por que isso agora?
— Ué, você falou que fez aquele esporte de corrida, de patinação, não sei. Vamos testar quem é mais rápido! — Começo a patinar para mais longe.
— Yah, mas eu fiz a muitos anos atrás, e eram aulas! 
— Mas agora você sabe patinar bem, então acelera! — Grito e começo a patinar mais rapido. 
Acho que as regras nem existem, mas fica claro que é para dar a volta completa no rinque. Começo a patinar mais rápido e Sunghoon não demora para perceber que estou falando sério, então começa a patinar também. Ele me alcança logo e começamos a patinar um ao lado do outro, sinceramente, as pernas dele por serem mais compridas não lhe garantem alguma vantagem?
— Sunghoon-ssi, você está roubando! — Reclamo quando tenho que freiar um pouco pois ele corta a minha frente.
— Isso não é roubar, é estratégia! — Sua voz é pura alegria, e ele sorri a todo momento.
— Ah claro, estratégia! — Acelero novamente, conseguindo agarrar sua blusa. — Vale se eu der uma puxadinha em você?
—  Nem pense nisso, nós dois vamos cair! — Ele então diminui a velocidade. Aproveito e passo por ele, rindo. 
Na brincadeira ele tenta segurar meu braço, mas eu não estava esperando. Acabo sem querer virando demais meu pé esquerdo e acertando meu pé direito, e isso faz com que eu perca o equilíbrio e caia. A pancada não é a mais forte que já levei, mas está longe de ser o tombo mais simples, meu cotovelo esquerdo arde, e a parte de trás da minha cabeça parece latejar. Acho que estou tonta.
— Yubin-ssi! — Escuto Sunghoon falar mais alto, assustado, e não demora para seu rosto aparecer na minha frente, ou sobre mim nesse caso. — Desculpa, não era pra isso acontecer, machucou alguma coisa? Você está bem? — Seu semblante é completamente diferente de alguns segundos atrás, ele agora está sério, e preocupado com a minha situação. 
— Me dá uma ajudinha! — Peço, erguendo a minha mão direita. Ele se levanta e me ajuda a sentar. Estralo meu pescoço e apoio minhas mãos no gelo, estou menos tonta.— Estou bem! Só um pouco tonta, mas não foi tão feio assim. Acho que só… — Olho meu cotovelo esquerdo, erguendo a manga da camiseta, ralado, mas nada demais. — Tudo em ordem!
— Você ralou! Quer fazer um curativo? Devem ter alguma coisa, com certeza! — Ele pergunta enquanto me ajuda a ficar de pé.
— Ta tranquilo, mesmo! — Apoio minhas mãos em minhas costas e inclino para trás, para dar uma alongada. Nesse momento que olho para cima, vejo que há janelas acima da arquibancada, que não parecem tão distantes para alcançar, e muito menos são pequenas. — Sunghoon! Olha, por aquelas com certeza a gente passa! — Digo em euforia, dando batidinhas em seu ombro e apontando para as janelas, para que ele olhasse logo.
— Eeei, mas como vamos alcançar aquilo? Não tem como! 
— Dá sim! Vamos, deve ter alguma escada, ou a gente empilha alguma coisa, pelo menos você alcança aquilo! — Patino até a porta do rinque e saio, e enquanto eu tiro os patins Sunghoon vem vindo também, mas com bem menos esperança e vontade. 
Assim que acabo de tirar os patins, me levanto e começo a guardar todas as minhas coisas, se tudo der certo a gente sai daqui com tudo. Meu parceiro de confinamento não parece tão animado, Sunghoon vai fazendo as mesmas coisas que eu de uma maneira desacelerada, ele parece pensativo, não disse mais uma palavra depois da descoberta da janela. Levo minhas coisas até o último andar da arquibancada e tento ver o quão alta é a janela, não vamos precisar de muito, principalmente para o Sunghoon, que qualquer coisa ele sai e pede para me buscarem depois.
Desço a arquibancada e vou até o corredor em busca de alguma escada ou algo que pode ser empilhado, e no passo desacelerado, o patinador ainda está subindo a arquibancada para deixar suas coisas. Abro novamente porta por porta no corredor, e revisto principalmente as salas que parecem ter materiais de limpeza e coisas de manutenção, mas nenhuma parece querer me dar uma escada e facilitar essa fuga.
— Sunghoon-ssi, tinha alguma escada no armário que você estava? — Grito para meu desanimado colega sentado na arquibancada do outro lado do rinque, enquanto fecho a porta do vestiário feminino.
— Não me lembro. — Responde sem muito pensar.
Abro a porta do vestiário masculino levemente irritada pelo Sunghoon não estar me ajudando em nada, que inferno, ele que estava aos berros no telefone pedindo pelo amor de Deus pro Jay nos tirar daqui! A porta do armário havia ficado aberta, então assim que entro no vestiário percebo que ali dentro tem uma escada. Carrego o nosso objeto salvador até a arquibancada, e com um leve esforço subo os degraus.
— Você poderia me ajudar… — Digo sugestivamente,mas de forma direta à Sunghoon, que se levanta e realmente me ajuda. Ele abre a escada embaixo de uma das janelas, e eu subo, percebendo que com um pouco de esforço eu consigo também alcança-la. — Ok, você vai primeiro, acho que consegue com mais facilidade.
— Ok. 
— Qual o problema? — Desço os degraus e ele olha para mim. — Até a algumas horas atrás você estava tão chateado quanto eu de estar preso aqui, o que mudou?
— Nada. Isso s�� vai dar errado. — Ele diz sem olhar na minha direção.
— Isso não vai dar errado! Mente pro Jay depois, mas não pra mim agora. — Digo séria. Toda essa mudança repentina de humor dele começa a me irritar.
— É que… Aaah...— Ele suspira, soltando todo o ar de seus pulmões, e apoia a testa no último degrau da escada. — É só que você estava sempre evitando de sair com a gente, digo, eu, o Jay e o Heeseung hyung, todas as vezes você negava, e aqui eu finalmente consegui conversar com você! — Agora ele me olha nos olhos, de maneira séria, e ao mesmo tempo preocupado. — Eu não sei exatamente o porquê de você sempre negar, mas é que… Você ainda vai conversar comigo depois daqui? — Sua pergunta é sincera. Engulo seco, confusa com toda a situação e sem saber o que responder.
— Sunghoon-ssi eu… Eu não sabia que te chateava eu não sair com vocês. Eu sei que é algo que incomoda o Jay, mas não sabia que chegava em você.
— Muitas vezes fui eu que falei pro Jay te convidar! O passeio no aquário, o em Hongdae, a ida ao Lotte World… Foram ideias minhas, que eu achei que você ia se animar, mas você recusou todas também. Então eu fiquei pensando, você falou comigo aqui porque era a única opção, mas e depois? —  Cada resposta me deixa mais desnorteada, não sabia que alguns convites partiam do Sunghoon.
— Eu… Desculpa. Eu realmente não queria te chatear, ou o Jay, e talvez o Heeseung, nunca nem cheguei a conversar com ele, só não me sentia segura, nunca me sinto. O que mais escuto todo dia é coisa ruim sobre mim e por isso mesmo eu vivo com um discurso depreciativo, como diz o Jay, então acho que acabei trazendo isso pro meu dia a dia. 
— Eu sei, o Jay sempre reclama disso, de verdade. — Ele sorri um pouco, provavelmente lembrando das reações do amigo quanto a mim. — Mas então promete, que saindo daqui você ainda vai conversar comigo, e vai sair com a gente? Ou… comigo? — Ele volta a ficar mais sério, mas eu sorrio dessa vez.
— Prometo. Eu prometo! — Sunghoon sorri novamente, um sorriso largo, que faz sua covinha da bochecha direita aparecer. — Agora vai, sobe logo e sai daqui!
— Não, você tem que ir primeiro, eu seguro a escada!
— Mas é mais fácil pra você! E tem que ver se tem alguma coisa para nós cairmos em cima, ou botar o pé pelo lado de fora, pois direto pro chão é muita altura.
— Ah ok, mas você vai primeiro! — Ele diz enquanto sobe a escada. Ao chegar no último degrau, e observar lá fora, sua constatação é de que há pilhas de neve embaixo das janelas, pois logo ao lado passa a rua de entrada para o estacionamento da escola. Se há neve do outro lado da rua, há desse lado também, ele diz com confiança.
Enquanto subo os degraus, Sunghoon se posiciona na parte de trás da escada e a segura para mim. Assim que chego no último degrau vejo que se eu for tentar passar com todas as coisas não vai dar certo, então, pela janela do lado, começo a jogá-las o mais perto da parede possível, para que eu não atinja nenhuma delas quando cair. O som do impacto lá fora não é muito alto, pode ser que tenha neve mesmo. Dou alguns pulinhos antes de conseguir me apoiar na parte debaixo da janela, e consigo apoiar meus cotovelos, mas me falta força para jogar minhas pernas.
Meu agora colega de fuga apoia então suas mãos abaixo dos meus pés e os impulsiona para cima, me possibilitando então jogar um dos joelhos e o apoiar, a esquadria da janela é desconfortável sob meu peito, mas nada que uma pomada contra pancadas não ajude depois. Assim que consigo jogar a primeira perna para fora da janela, sinto meu corpo todo escorregar junto, pela espessura da parede não ser das maiores, e não tenho muito tempo de reagir, só consigo me empurrar para um pouco mais longe da janela, com o cotovelo, e torcer para que a pilha de neve realmente esteja lá embaixo.
— Yubin-ssi, tá tudo bem? Shim Yubin! — Sunghoon grita de dentro do ginásio. A neve fofa e gelada sob meu corpo parece me anestesiar, o ar frio me congela. Não acredito que estou do lado de fora, finalmente. Estou deitada paralelamente a parede, mas o mundo a minha volta de repente parece imensurável.
— Eu to bem! — Finalmente grito de volta. — Tem neve, pode vir! Mas vem por outra janela, se não acho que você cai em cima de mim.
A mochila de Sunghoon é então arremessada junto as minhas coisas pela janela que está para o lado dos meus pés, e não demora muito para eu ver a sua perna passar pela janela acima de mim, depois o braço, e de repente um corpo inteiro cair. Rolo o mais rápido que posso para o lado, o suficiente para desviar do corpo do patinador desastrado.
— Seu trouxa, eu não falei para usar outra janela! — Dou um tapa em seu braço e deito novamente de costas na neve.
— Desculpa, acho que não ouvi essa parte! — Ele está ofegante, mas sorrindo. — Que horas são será? — Ele olha para mim, então olho para o céu.
— Não tenho ideia… Meia noite? — Mal podemos ver as estrelas, se elas estão pelo céu esta noite, as luzes de Seoul não as permitem brilhar.
— Será? — Nossa pergunta é respondida com fogos estourando no céu. Não há gritos, nem risadas, apenas o barulho dos fogos. — Uaaaa, é realmente meia noite! 
Olho então novamente para Sunghoon, que agora encara os fogos que explodem acima de nossas cabeças. A covinha de sua bochecha direita está aparente com o sorriso largo que se sustenta em seu rosto, provavelmente uma mistura de alívio por estar finalmente do lado de fora com a euforia que os fogos causam. Estou perdida demais em seu rosto para perceber o movimento de quando ele volta a me olhar. Ele arregala seus olhos por alguns segundos assim como eu, pois nenhum dos dois esperava por aqui.
— Ah… Feliz Ano Novo, Yubin! — Ele sorri.
— Yubin? Só Yubin? — Me sento rapidamente, fingindo surpresa, quando na verdade eu queria estar dando risada.
— Não, desculpa, Yubin-ssi… — Sunghoon se senta, balançando as mãos como se tivesse dando tchau para alguém, nervoso. Eu não aguento e começo a rir.
— Calma, não tem problema! — Ele respira aliviado e sorri de novo. — Mas você é mais velho que eu, então se for assim… Feliz Ano Novo… Oppa! — Faço questão de falar com ênfase a última palavra, que faz suas bochechas corarem. 
— Argh, não, não, vamos continuar como antes Yunbin-ssi! — Ele diz rindo. 
— Ok, a gente precisa ter mais intimidade pra isso. — Nossa conversa é interrompida então por um carro que, pelas luzes, é possível ver que é a polícia. — Ah, droga, eu sabia que a saída dele seria chamar a polícia.
— Do Heeseung hyung? — Sunghoon pergunta, se levantando e batendo em seu corpo para tirar a neve acumulada. 
— Não. — Me levanto também. — Park Jongseong. — Dizemos juntos.
Assim que o carro estaciona, dois policiais, Jay, Heeseung, e uma mulher, descem do carro e começam a andar em direção a porta de entrada do ginásio. Com um tapa na testa Sunghoon resmunga pela sua mãe estar ali, e assim descubro quem é a mulher. Para descer a pilha de neve, sem pensar muito, Sunghoon segura minha mão, e de mãos dadas andamos até o carro da polícia, Jay já está aos berros na porta de entrada, nos chamando.
— Ah… — Sunghoon suspira e ri ao ver a cena que o amigo está fazendo. — Feliz Ano Novo, de novo, Shim Yubin. — Ele olha para mim, sorrindo, e segura mais forte minha mão.
— Feliz Ano Novo, de novo, Park Sunghoon. 
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