#material de capitão honestamente!!!
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maiteo · 2 years ago
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iacervo-meu-blog · 8 years ago
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XVIII: Resistir.
O barulho do aparelho bipava em compassos lentos e normais, a médica, conhecida como Barbara, tranquilizou a mim e aos demais dizendo que não havia necessidade de colocá-lo em tal aparelho, mas que o faria apenas por precaução e para poder pegar os batimentos cardíacos dele.
Peter.
Quem agora, desde o momento em que chegou sendo carregado nos braços por um homem enorme com uma blusa de caveira e armas nos coldres, estava desacordado com ferimentos por todo o corpo, provavelmente ficaria roxo e machucado por alguns dias, mas ele arrumaria alguma desculpa para sua Tia May, como sempre conseguira fazer. Peter agora se encontrava deitado na maca espaçosa, com uma roupa hospitalar: uma camisola grande e larga de algodão com bolinhas azuis pintadas na mesma. Seu uniforme tinha sido estraçalhado por Halloween e Polichinelo – outros que não conhecia e que faziam parte daquilo tudo – juntamente com seu corpo, e eu nunca tinha visto-o daquela maneira. Ok que não o conhecia há muito tempo e sabia que ele era o Homem-Aranha há menos tempo ainda, mas aquela parecia ser a maior surra que ele tinha levado até então, afinal, ele estava desacordado na sala improvisada da enfermaria do QG de Capitão. Seu uniforme havia sido levado para outro lugar onde a médica disse poder dar um jeito nos furos, rasgos e buracos enquanto o despia e eu permanecia na sala de costas para tudo aquilo.
Me recusei a sair de perto. Como um cão que senta e espera seu dono voltar do trabalho todas as noites – a la filmes que fazem a gente chorar desgovernados –, permaneci sentada na enfermaria o tempo todo desde que ele havia sido colocado na maca e imediatamente atendido. Foi a primeira vez que vi o pavor no rosto de Capitão enquanto ele gritava Barbara para socorrer Peter, a mulher loira de cabelos longos veio correndo com seu jaleco branco balançando e, assustada, conseguiu tomar controle da situação pedindo que o Justiceiro levasse Peter até a maca onde lá foi deixado pelo brutamontes.
Justiceiro, outro cara que não conhecia e nem tinha ouvido falar sobre, mas aparentemente era a única dentre todos. A exaltação de Falcão ao vê-lo sem acreditar de quem se tratava e a pergunta de Luke Cage se ele permaneceria ou não por ali me fez ter a breve sensação de que ele não era muito idolatrado entre os heróis. Mas ele não era meu foco, até poderia perguntar do que se tratava toda aquela surpresa e desconfiança com relação a ele, mas, honestamente, tudo o que eu queria era ver Peter acordado e bem logo para que depois pudesse pensar em outras coisas.
Minha atenção virou-se diretamente para a porta assim que a mesma se abriu, a médica entrava com uma caixa branca em mãos enquanto sorria me fitando. Ela parecia estar com pena de mim e eu me perguntava o porquê, mas não necessariamente gostaria de saber, pelo menos não naquele momento. Ela então parou ao lado da cama de Peter e próxima a cadeira confortável em que eu estava sentada, a fitei sem entender o que ela queria já que me fitava com a caixa em mãos como se estivesse esperando alguma ação de minha parte. Visto que eu me mantinha com as sobrancelhas erguidas sem falar nada, ela, gentilmente, pediu:
- A mão.
- O que? – perguntei confusa.
- Natasha disse que você quebrou a mão.
Então abaixei o olhar para minhas mãos. Uma delas estava inchada e foi quando me recordei que tinha machucado terrivelmente ao desferir um soco em um dos agentes da S.H.I.E.L.D. antes de entrarmos no QG do Capitão. Olhei para a mão direita de modo que observasse o quão inchado estava no canto direito, apenas ali, era como se tivesse um ovo de codorna por dentro da minha pele e foi quando me lembrei de como estava doendo.
A fitei dando um fraco sorriso esticando a mão para ela esperando pelo curativo, assim como quando uma criança espera pela mãe passar remédio após um arranhão. Ela sorriu amistosa e puxou outra cadeira de plástico em minha direção sentando-se na minha frente, olhei para Peter quem ainda estava inconsciente e tornei a olhar para a médica quem colocava suas luvas azuis claras descartáveis.
- Ele ficará bem – ela disse chamando minha atenção – ele se recupera muito mais rápido que uma pessoa normal e apesar de ter chegado completamente machucado, os hematomas já não aparecem tanto mais.
Fiz uma careta quando ela segurou minha mão apertando, levemente, o hematoma. Ela me fitou ao perceber minha respiração mudar e então perguntou se estava tudo bem. Balancei a cabeça positivamente, mentindo, porque só de encostar na mão ela doía.
- Como eu suspeitava você sofreu uma Fratura do Colo do Quinto Metacarpo, ou seja, uma fratura do boxer. Não é nada prejudicial, quero dizer – ela soltou uma fraca risada enquanto analisava minha mão – vamos fazer um raio x pra verificar, mas não creio que precise de cirurgia. Vou buscar a máquina.
Assenti em silêncio enquanto ela se afastava, mais uma vez olhei para Peter na esperança de que ele acordasse. Mas ele ainda estava inconsciente e parecia estar tão tranquilo, não era possível que ele tinha tomado toda uma surra com aquela cara. Ele parecia tão tranquilo e pacífico, o Peter amigável e tímido que eu conhecia. E, caramba, mais uma vez lá estava eu com medo de perdê-lo, por puro drama, talvez, já que a médica havia dito que ele estava bem e se recuperando rápido.
- Não se atreva a não acordar, Parker – sussurrei em um tom de voz audível.
A porta se abriu novamente, a médica voltava com algo em mãos que logo me explicou dizendo ser a máquina de Raio X, fitei a pequena caixa que mais parecia uma câmera e me surpreendi quando ela apertou um botão e um clique fora ativado, exatamente como uma câmera. Mantive minha mão inchada e esticada em cima de minha perna enquanto a observava ir até uma pequena mesa branca e azul em frente à cama de Peter retirando algo de dentro da suposta câmera que, na verdade, era uma máquina ultra moderna de raio x. Ainda a observando, olhava ela retirar o resultado do meu raio x ali na hora, ela puxava o papel escuro com meus ossos e o observava em silêncio e atenciosamente, se virou para mim com um sorriso dizendo que estava tudo bem:
- Você não vai precisar operar, como suspeitei – ela soltou uma risada breve e abafada – o que é ótimo porque eu não sei onde te operaríamos e com que material.
Sorri a fitando – Obrigada.
- Por nada – ela respondeu sorridente abrindo uma gaveta larga – vamos apenas colocar uma tala na sua mão porque deixa-la exposta assim não é muito bom, querendo ou não temos que voltar esse ovo pro lugar.
Assenti mais uma vez em silêncio, ela estava sendo atenciosa e simpática e era admirável que ela conseguisse manter a calma e tranquilidade com tudo aquilo que estava acontecendo. Mas também não era para se apavorar e perder o controle, eu estava um tanto quanto “desequilibrada” porque minha preocupação com Peter estava sendo maior do que minha preocupação com a Guerra ou de sermos pegos a qualquer momento.
Talvez a calmaria dela fosse o que as pessoas ali precisassem e eu estava, de certo modo, me mantendo distraída com ela pegando algumas coisas na gaveta, as coisas para enfaixar minha mão que eu observava se me atrapalhariam ou não, mas não importava, eu tinha que usar então era isso que o faria para melhorar logo. Não tinha lembrado do machucado, mas agora que estava sob cuidado sentia a dor incomoda e o latejar do mesmo.
A médica sentou-se na minha frente, na mesma cadeira de antes, colocando gaze, álcool e alguns outros materiais em cima da cama de Peter, pois não havia nada além da cama para ela apoiar as coisas. Ela limpou a pele com alguns produtos e o auxílio da gaze e então começou a enfaixar, bem apertado, minha mão o que fez com que eu fizesse algumas caretas em alguns momentos. Certo momento, enquanto ela apertava em uma das últimas voltas, ela puxou assunto e eu sabia que era no intuito de me distrair:
- Acho que sabe que eu sou a Barbara, e sei um pouquinho sobre você quando Capitão me contou que Natasha estava te trazendo.
- Achou que ele era louco por envolver uma menina de quinze anos nisso?
Ela riu com a cabeça abaixada enfaixando minha mão – Um pouco, sim. Mas não sou eu quem arrisco minha vida, então – ela me olhou brevemente – a decisão é de Capitão.
- Mas você não concorda.
- A partir do momento em que aceitei apoiá-lo, concordo com tudo o que ele diz. Ele sabe o que é bom para nós – mais uma vez, ela me olhou, aparentemente procurando a fita para colar um pedaço no outro – Stark está errado e agora... Bem, agora após esse garoto...
Ela fez uma pausa, a fitei percebendo que ela não queria falar do ocorrido com Peter por mais que ele estivesse ali, na minha frente, completamente esfolado. Em contrapartida ela puxou outro assunto:
- Você o conhece, certo?
Olhei para Peter enquanto ela pegava a tala para colocar em minha mão – Sim.
- Vocês são amigos?
- Melhores amigos – desviei o olhar sentindo uma pontada quando a tala reta fora colocada em minha mão de modo que cobrisse de meu dedo mindinho até o pulso.
- E como melhores amigos ficam em lados opostos?
- Bem – soltei uma fraca risada – quando tem ideias opostas, eu acho. Isso é o mais óbvio, não?
Ela riu assentindo – Claro.
- É só... Sei que ninguém devia julgar ninguém. Quero dizer... Tony está fazendo coisas que ele acredita ser o certo e que, de certo modo, não é tão errado – a fitei enquanto ela finalizava o fechamento a tala – não me entenda errado, jamais iria para o lado dele, estou certa do que acredito.
- Entendo o que quer dizer. Estamos no meio de uma batalha louca e não há lado certo ou lado errado, estou ciente disso – ela então encostou as costas na cadeira e sorriu – mas creio que o essencial é o que realmente acreditamos. E porque acreditamos em algo em comum, nos encontramos no mesmo lado.
Forcei um sorriso a fitando – Não poderia concordar mais.
Ela, então, ficou de pé arrastando a cadeira para onde tinha pego-a, sorriu de volta e guardou o restante de coisas na gaveta dizendo que estava tudo certo, explicou que eu tinha que manter minha mão em repouso o máximo de tempo em que conseguisse e que, apesar de saber que estava no meio de uma Guerra entre super-heróis, eu não podia desferir nenhum golpe com a mão recém-machucada. Olhei para minha mão, agora envolta em uma tala branca da metade para o lado, e apenas respirei fundo. De fato, aquilo não seria problema, afinal, eu sempre preferi utilizar meus poderes de longe porque, mesmo treinando com Peter, nunca fui sequer boa em artes marciais, só sabia o básico para o caso de precisar me defender se fosse pega por alguém. Mas nunca foi meu estilo de luta, mão a mão, golpes bruscos e pesados, como Natasha arrasa ao fazer.
Barbara apontou para a porta ao lado dizendo que voltaria a seus estudos enquanto Peter não acordava, mas pediu para que a comunicasse quando ele abrisse os olhos, pois ela tinha que analisá-lo ao acordar. Assenti em silêncio me perguntando o que ela estudaria na pequena sala ao lado da enfermaria improvisada, mas me dei conta de que, na verdade, não me importava, apenas a observei entrar na sala e puxar a porta metálica me deixando sozinha com Peter, mais uma vez.
O fitei, novamente, com os esparadrapos no rosto inchado, seus olhos estavam fechados e o supercílio do olho direito estava machucado com o sangue já seco em volta, a médica tinha conseguido estancar o sangue, mas como era uma área muito sensível ele voltou a coagular-se, seus lábios estavam cortados, tanto o de cima quanto o debaixo, em cortes um pouco fundos e que, com certeza, ficariam marcados por um tempinho, sua maçã do rosto esquerda tinha um corte ainda maior, tanto de espessura quanto de largura, precisou de cerca de cinco pontos antes de tampá-lo, também, com o esparadrapo. Seus braços estavam machucados, suas mãos, que ainda mantinham o lançador de teias preto, e parte de seu pescoço, ele tinha tomado uma surra realmente enorme. E vê-lo daquela maneira, todo machucado, me machucava também. Mas aquele era um péssimo momento para ficar de drama.
Fiquei de pé sentindo minhas costas e minha bunda doerem por permanecer tanto tempo sentada, estava ali desde que ele chegou, há algumas horas. Esticando-me como um animal qualquer caminhei em direção à uma prateleira ali presente, dentro dela haviam algumas fotos de agentes, algumas medalhas e certificados, tudo exposto como se fossem prêmios e, provavelmente, eram. Em todas as fotos havia um homem com um tapa-olho em um dos olhos, em nenhuma das fotos ele sorria e estava sempre com as mãos para baixo.
- Aposto que é um sujeito muito carismático – ironizei sussurrando para mim mesma.
Mudei meu olhar de direção para a porta metálica e pesada que se abria automaticamente ao meu lado, era a porta pelo qual Peter havia entrado às pressas e que mantinha a enorme mesa da sala de reunião do outro lado. Capitão América, com sua máscara, sua roupa patriota e o braço suspenso por um pano, entrava na enfermaria improvisada que, aparentemente, era a sala de alguém no passado.
- Olá Luna – ele me cumprimentou sério andando em direção a maca de Peter – como ele está?
Virei-me em sua direção me mantendo parada perto da estante – A médica diz que ele está estável e se recuperando rápido.
- Aparentemente o fator de cura dele é avançado.
- É – sussurrei cruzando os braços enquanto sentia um pouco de frio – cara sortudo.
Capitão então se manteve em silêncio enquanto observava um desmascarado Homem-Aranha. Para a médica cuidar de seus ferimentos ela teve que despir Peter e vesti-lo com roupas de hospital e isso incluía retirar sua máscara para fazer curativos. Aparentemente Capitão não o conhecia, pois olhava para cada parte de Peter com seus olhos azuis como se estivesse tentando decifrar um enigma.
- Vocês são amigos?
- Sim – respondi balançando a cabeça positivamente enquanto o fitava observar Peter – estudamos juntos e somos vizinhos.
- Queens – Capitão virou-se até mim com um pequeno sorriso.
- Isso – confirmei forçando um breve sorriso – eu não acredito que Stark fez isso.
- Não diretamente. Dois vilões fizeram isso, e estão com total apoio e suporte do Governo e do Stark – Capitão andou em minha direção – as coisas estão se intensificando.
- Então agora os vilões estão do lado da lei?
- Me parece que há uma espécie de redenção para aqueles que optarem por assinar o Tratado.
- Você só pode estar zoando comigo – resmunguei descruzando os braços completamente incrédula.
- Gostaria de estar – ele parou na minha frente completamente sério – aparentemente Homem-Aranha foi encurralado por Halloween e Polichinelo. Dois bandidos que estão no programa de restauração do Governo.
- Como eles podem pensar que isso é uma boa ideia? – perguntei furiosa e surpresa – sério, como…?
- Eu sei, eu sei – Capitão me interrompeu – é loucura e, de maneira alguma, representa quem somos. Mas, infelizmente, este não é o nosso maior problema.
- Há algo errado?
- Não ainda – ele respondeu – Stark agora estará atrás do garoto o tempo todo. Ele viveu com Tony, conhece seus planos, suas táticas, seus movimentos. Por mais que Tony modifique tudo e seja precavido ele ainda assim não desistirá dele, porque ele o traiu. Não interessa se ele lutará conosco ou não, Stark irá atrás dele.
- A troco de que? – perguntei lançando um breve olhar para Peter – vingança? Justiça?
- Pelo que ele julgar necessário – Capitão respondeu – Homem-Aranha agora é, oficialmente, um fugitivo da lei, assim como nós, mas por razões pessoais Stark o caçará para prendê-lo com mais força do que ele nos caça.
- Droga – sussurrei preocupada – droga!
- Vim para aconselhar o garoto, caso ele quisesse ouvir meu conselho, mas ele ainda está inconsciente – ele fez uma breve pausa olhando para Peter e em seguida me fitou – Vocês dois cuidavam do Queens a noite, certo?
- Bem… Eu meio que o acompanhava. Nada demais. Ele quem sempre fez tudo, desde prender os bandidos a ajudar os velhinhos – dei um fraco sorriso tornando a olhar para Peter – ele é a pessoa mais corajosa que conheci, sem falar no bom coração. Não é justo o que fizeram com ele.
Capitão pousou sua mão boa em meu ombro chamando minha atenção para seus olhos azuis – Você também é corajosa e de bom coração, garota. Seu amigo ficará bem rápido e faremos justiça à essa ação, assim como lutaremos por nossos direitos. Te prometo.
Sorri o fitando – Obrigada, Capitão. Por tudo.
- Eu quem agradeço, criança – ele sorriu andando em direção a porta – fique com seu amigo. Ele vai precisar ver alguém conhecido quando acordar.
Assenti em silêncio o observando sair da enfermaria com um pequeno sorriso no rosto. Capitão havia dito algo que não tinha pensado antes: e se Peter preferisse lutar e fugir por si só? Sem querer a ajuda de ninguém ou se juntar ao grupo do Capitão? Sei que ele sabe o que é melhor para si e o apoiaria em sua decisão, mas era algo realmente egoísta desejar tê-lo por perto?
E o que eu estava pensando? Por que queria tanto Peter por perto? Sei que éramos amigos e que agora, ainda mais após sua surra, minha preocupação estava a mil, mas sabia que não estava tudo normal. Pelo menos não dentro de mim e não após aquele beijo que fez com Jullie nos odiasse. E ainda odeie. Mudando meu pensamento, sobre como compreender que diabos estava acontecendo dentro de minha cabeça e coração em relação à Peter, lembrei de Jullie. Mesmo com todo ódio e palavras que me machucaram me preocupava com ela, longe de ser algo relativo à essa Guerra que estava inclusa, mas como ela estava se sentindo. Sei que ela tem outras amigas como Liz Allen, Maria Leon e Amanda Justice, mas também sei que para nenhuma dessas ela conta dores pessoais como contava para mim, ou segredos, ou acasos da vida. Éramos melhores amigas e consegui arruinar isso também. Mas, diferentemente de antes, não me culpava mais, estava em um momento pouco propício para me rebaixar e, por mais mesquinho que isso possa soar, estava pensando em mim naquele momento. Meus pensamentos sobre Jullie foram interrompidos quando escutei uma voz muito familiar fazer uma piada:
- Você anotou a placa do caminhão que passou por cima de mim?  Por favor, diz que sim.
Virei-me imediatamente na direção da maca e meu olhar encontrou o de Peter de modo que o visse já sentado na cama, com as pernas para baixo, me fitando com sua roupa hospitalar. Ele tinha um sorriso no rosto machucado, seu sorriso amigável de sempre, ainda se mantinha ligado aos aparelhos e ao recipiente de soro que caía direto em sua veia braçal, e coçava a cabeça deixando seu cabelo ainda mais bagunçado do que já estava.
Impulsivamente corri em sua direção parando na sua frente, por uma fração de segundo, me perguntando se o abraçava ou não. Mas isso não era algo digno de dúvida e então joguei meu corpo para cima do seu o abraçando fortemente.
- Uau! – escutei sua voz abafada em meus cabelos enquanto passava meus braços em volta de seu pescoço, Peter apoiou uma de suas mãos na maca quando seu corpo fora forçado para trás, devido ao impacto do abraço, e logo senti sua mão direita envolver minha cintura de modo que o abraço ficasse ainda mais completo.
Ficamos em silêncio e eu conseguia escutar tudo ao nosso redor, Capitão falando com Luke Cage sobre o Justiceiro, Jessica Jones conversando com Sue e Johnny Storm sobre não ser uma boa ideia mantê-lo por perto, Natasha conversando com alguém sobre manter algum local fechado para evitar a entrada da S.H.I.E.L.D., as teclas do computador da médica sendo batidas à medida que sua voz saía baixa ditando o que escrevia – algo sobre fraturas expostas. Mas o que mais me chamava atenção era como nossos corações estavam acelerados, quando o coração de Peter começava a saltar em seu peito sempre me distraia e me pegava escutando-o porque, na maioria das vezes, como acontecia naquele exato momento, nossos corações batiam em compassos iguais.
Eu queria beijá-lo. Mesmo sabendo que aquilo machucaria Jullie, mesmo sabendo que aquele não era um momento apropriado para isso, mesmo não sabendo se ele queria também. Eu queria beijá-lo. Soltei-me do abraço e encontrei seus olhos alegres, Peter tinha algo naqueles olhos castanhos que eu não conseguia explicar, por mais que tentasse. Olhei para seus lábios de modo que observasse seu sorriso que tanto gostava. Estávamos perto o suficiente. Na verdade, estávamos perigosamente perto. Podia sentir sua respiração próxima aos meus lábios e escutava nossos corações baterem acelerados, parecia até combinado.
O beijei tão rápido que mal deu tempo de Peter reagir, mas mantive os lábios juntos, em um beijo, pronta para que ele me empurrasse e dissesse que éramos amigos e nada mais. Mas ele não o fez. Apenas afrouxou sua mão na minha cintura levando-a para meu rosto fazendo com que eu arrepiasse com o toque gélido de seus dedos. Em seguida ele iniciou o beijo fazendo com que nossos lábios se abrissem e se movessem em sincronia.
Com as mãos em seus ombros relaxei o corpo de modo que aproveitasse aquele beijo que tanto queria. Sem pensar em nada e nem em ninguém, só em como era bom tê-lo ali e em como isso me afetava positivamente. Me recusava a admitir para mim mesma o que sentia, por mais que eu já soubesse, mas aceitava o fato de ser uma sensação boa, um sentimento bom que sempre fugia ao encontrá-lo em outras pessoas.
- Luna, quando você…
Nos soltamos bruscamente. Parecia que estávamos fazendo a coisa mais errada do mundo, mas sabíamos que também não era algo certo por causa de Jullie. Virei-me na direção da voz de Capitão quem estava parado à porta com um pequeno sorriso.
- Ei, Capitão! – Peter o cumprimentou visivelmente nervoso, mais uma vez fez a bateu continência colocando a mão direita aberta na cabeça, como um soldado – olá!
Sorrindo, Capitão entrou no local e pude perceber que atrás dele, Natasha, Jessica e Luke Cage sorriam com a mesma feição, o que indicava que eles também haviam visto o beijo.
- Desculpa atrapalhar eu realmente… – ele fez uma breve pausa pigarreando, ele olhava para nós dois alternando o olhar – não pensei… Acabei de sair e você estava desacordado ainda.
- Acabei de acordar – Peter sorriu abaixando a mão – obrigado por não me chutar daqui.
- Jamais faria isso, filho – ele parou ao meu lado ficando de frente para Peter – Como se sente?
- Bem – Peter coçou a nuca sorrindo – me sinto ótimo, na verdade.
Capitão me fitou sorrindo com o comentário de Peter. Senti meu rosto queimar e eu não sabia onde enfiar minha cara tamanha vergonha. Ele então virou-se para Peter puxando a máscara azul para cima e deixando-a ao lado dele, Peter ficou sério com as sobrancelhas erguidas e Capitão ergueu a mão para ele para um cumprimento.
- Meu nome é Steve Rogers e eu sou o Capitão América.
Peter então voltou a sorrir ao apertar a mão dele – Oi Capitão Rogers. Eu sou Peter Parker e sou o Homem-Aranha.
- Prazer em conhecê-lo, Peter – Capitão soltou as mãos – precisamos falar sobre você. Sobre o que aconteceu no esgoto.
- Sim, claro, eu...
- Não precisa ser agora – Capitão sorriu pegando sua máscara – na verdade vim falar que suas roupas estão na sala ao lado – ele me lançou um breve olhar e tornou a colocar a máscara.
- Suas roupas? – perguntei confusa com o plural da frase.
- Sim – ele assentiu sorrindo – todos temos uniformes para os momentos de ação e pensei que pudesse ser uma boa ideia se unir à nós com a roupa nova e um codinome.
Sorri o fitando – Uau, isso é… Obrigada.
- Você é uma heroína, Luna. E uma de nós da Resistência – Capitão então lançou um breve olhar para Peter – quando estiver preparado estarei aguardando-o do lado de fora.
- Sim, Capitão! – Peter engrossou a voz mais uma vez batendo continência.
Capitão apenas riu saindo da sala mais uma vez, parecia estar de bom humor apesar da situação em que nos encontrávamos, esperava que Peter lhe contasse algumas coisas, mas Peter estava certo de querer um pequeno tempo para se recuperar e colocar as ideias em ordem. A porta se fechou e tornei a virar-me em direção de Peter completamente sem graça, tínhamos sido pegos por Capitão fazendo algo que, normalmente, já nos deixaria sem graça quando parássemos.
- Isso foi… – Peter riu fazendo uma breve pausa.
Antes que ele pudesse retomar o interrompi – Como se sente?
Ele sorriu me fitando – Bem. Só algumas dores pelo corpo, mas nada que não melhore rápido.
- Fator de cura avançado, certo? – perguntei sorrindo.
- Você falou com palavras bonitas que eu nunca tinha pensado – ele riu – mas sim, isso ai.
- Palavras de Capitão – justifiquei apoiando as mãos na cintura mantendo o sorriso nos lábios – estou feliz que está bem.
- Eu também – ele balançou as pernas – e tô feliz porque tô aqui.
- Acredite, eu também.
- Eu estava errado, Luna – o sorriso amigável sumiu de seus lábios e ele abaixou a cabeça fitando suas mãos – eu estava errado e demorei para perceber isso. Por mais que você tenha dito e exposto as coisas para mim, eu não quis acreditar ou aceitar. Tony para mim foi como… Sei lá, os conselhos, a roupa, a visita à minha casa, parece bobeira, mas ele foi o mais perto de um pai que eu tive desde que o tio Ben morreu e…
Ele fez uma pausa engolindo seco, andei em sua direção pronta para afagá-lo porque ele parecia que iria chorar, mas então ele ergueu sua cabeça sorrindo novamente, mas não tão confiante quanto antes.
- Eu estava errado e agora vou lutar pelo que é certo. Não importa o que isso me custe.
- Eu sei que vai, Pete – sentei ao seu lado na maca olhando para meus pés – e não se culpe por ter errado. Todo mundo comete erros, o importante é o que fazemos após percebermos que estamos errados.
- Obrigado, Luna – ele sussurrou virando seu rosto para me fitar.
Fiz o mesmo fitando nos olhos – Estarei do seu lado, não importa o que decida. Jamais estarei contra você, Pete.
Ele sorriu respondendo a pergunta que, talvez, todo mundo estivesse fazendo naquele momento. Ele respondeu-a com seu sorriso amigável me olhando nos olhos:
- Estou do seu lado agora, Luna. Vamos lutar contra Stark juntos. Vamos resistir.
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