Cover my eyes with your fingers so that I cannot see that I am losing you, nor see myself losing you, and thus will not lose myself.
Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta, and Maria Velho da Costa, from The Three Marias: New Portuguese Letter; “Letter 2”
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Adormeço tropeçando
no desejo
encostada ao teu pescoço
Respirando o teu dormir
vou bebendo devagar
o ácido cheiro do teu corpo.
Maria Teresa Horta, em Poesia Reunida
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É nos olhos
que fracassamos
o céu
Doentes de poeira
por cada onda
repousamos as mãos
Proibidos de estarmos
em cada dorso – vidro
é olfacto o conteúdo
dos cardos
Cansados de universo
Claros totalmente claros
e descobertos
Maria Teresa Horta
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Oferece-me nos lábios
os teus olhos
Dádiva, Maria Teresa Horta
In: As Palavras do Corpo (2012)
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As Três Marias: Maria Teresa Horta (1937), Maria Isabel Barreno (1939-2016) e Maria Velho da Costa (1938-2020)
Maria Teresa Horta, Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa (1972)
“Minhas irmãs:
Mas o que pode a literatura? Ou antes: o que podem as palavras? (…) Que tempo? O nosso tempo. E que arma, que arma utilizamos ou desprezamos nós? Em que refúgio nos abrigamos ou que luta é a nossa enquanto apenas no domínio das palavras?"
Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta, Maria Velho da Costa (Novas Cartas Portuguesas, 1980)
No Dia Internacional da Mulher, no ano das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril de 1974, evocamos Novas Cartas Portuguesas, obra que celebra cinquenta e dois anos e que demonstra o poder e ousadia das palavras na luta feminista e antifascista no país.
Um livro escrito por três mulheres que, por ousarem denunciar o silêncio, a exploração e violência que a identidade feminina era sujeita neste país, foram alvo de perseguição e censura política. Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa mostravam ser rostos da clandestinidade e emancipação feminina na época. Hoje, cinco décadas após a queda de um regime fascista com quase a mesma duração, celebramos a ousadia destas mulheres sem esquecer todas aquelas que permanecem emersas numa clandestinidade e precariedade que a norma obriga.
Resgatamos o poder da palavra como palco do empoderamento e alteridade feminina. São oito livros que escolhemos para assinalar este dia mas, também, este mês que é destinado a assinalar a história das Mulheres.
Jornalista Fialho Gouveia entrevista as escritoras Maria Teresa Horta, Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa sobre o caso "Três Marias", centrado no julgamento de que foram alvo após a publicação do seu livro "Novas Cartas Portuguesas" em 1972.
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Maria Teresa Horta
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This one washed up a few years ago, people on board. Was nuts but so creative
* * * *
And at times we feel a little like exiles; a
woman feels like that when she does not live up to the
image of her required by the times, when she does not
interpret it, and hence searches for paths, for other
“countries” where life for her will be different from
that in her own country, in the homeland given her by
her mother’s womb.
Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta, & Maria Velho da Costa · The Three Marias: New Portuguese Letters (1975)
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Book Review: Novas Cartas Portuguesas [PT]
Welcome to one more blossoming book review in Portuguese! This time, I bring you Novas Cartas Portuguesas (1972). Let me know if you're interested in a translation!
"(...) nosso intercâmbio - e toda a amizade de mulheres - tem um tom de uterino, de troca lenta, sanguinária e carente, de situação de princípio retomada."
Novas Cartas Portuguesas é um projeto a três, assinado por Maria Isabel Barreno, Maria Velho da Costa e Maria Teresa Horta. Publicado em 1972, foi proibido pela censura, pela sua linguagem e temas eróticos, feministas e anticoloniais, tendo sido aberto um processo contra as autoras.
Definir esta obra é uma tarefa quase a bordar o impossível, tendo em conta a pluralidade de vozes e formas e a intercalação contínua entre ficção e realidade. Projetada enquanto diálogo com As Cartas Portuguesas — romance epistolar do século XVII que reúne 5 cartas de amor de uma freira portuguesa, Sóror Mariana Alcoforado, dirigidas a um oficial francês —, a obra vai muito além desta intertextualidade. As "Três Marias" usam Mariana como pretexto para desenhar toda uma linhagem abstrata de mulheres (Marianas, Anas, Marias, Mónicas) que lhes permite explorar a condição feminina em várias épocas e contextos diferentes.
Desde a condição emocional e romântica da mulher, ao seu papel na sociedade, passando pela forma como estes aspectos estão interligados, NCP serve como um manifesto feminista escrito num momento de repressão ditatorial. Sobre este tema, destaco e sugiro a leitura da "Terceira Carta IV" (na qual se reflete sobre a relação entre homem e mulher como espelho da relação entre burguesia e proletariado), dos "Extractos do diário de Ana Maria, descendente directa da sobrinha de D. Maria Ana, e nascida em 1940" e da "Segunda Carta VIII".
"De Mariana tiramos o mote, de nós mesmas o motivo, o mosto, a métrica dos dias. Assim inventamos já de Mariana o gesto, a carta, o aborto; a mãe que as três tivemos ou nunca e lha damos."
Apesar de dividido por "cartas", a obra não pode propriamente ser considerada epistolar, tendo em conta a sua faceta anacrónica e polifónica. Cada "carta" é completamente imprevisível e independente da prévia ou da seguinte, podendo consistir tanto em prosa quanto em poema, seja num tom narrativo ou ensaístico. A linguagem utilizada é sempre complexa e muitas vezes quase experimental. Várias cartas utilizam um tom metalinguístico, nas quais as autoras conversam entre si e refletem sobre a própria obra.
Novas Cartas Portuguesas parece-me um texto único dentro do panorama literário português que, apesar de ser de difícil absorção enquanto obra integral, é na sua essência tão fragmentado que pode ser lido de forma aleatória e espontânea — e, diga-se de passagem, muito beneficiaria o povo português em ver algumas das suas passagens inseridas no sistema educativo.
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Nunca afinal eu soube
que eras tanto
nem que vinhas da noite
e eras cedo
Um braseiro de rosas
ou a esperança
Um bálsamo de cânfora
ou o medo
Nunca afinal eu soube
que eras tanto
nem que vinhas de noite
e eras tempo
Por isso te pergunto
já sem esperança
O que hei-de fazer
com um coração aceso?
-Maria Teresa Horta
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Morrer de amor
ao pé da tua boca
Desfalecer
à pele
do sorriso
Sufocar
de prazer
com o teu corpo
Trocar tudo por ti
se for preciso.
— "Morrer de amor", de Maria Teresa Horta, no livro "As Palavras do Corpo: Antologia de Poesia Erótica". (Ed. Dom Quixote; 1.ª edição [2012]).
Obra de Sergey Galanter
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Maria Teresa Horta
“Poesia Reunida”
(ed. Dom Quixote)
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Feminist demonstration in Parque Eduardo VII promoted by the Women's Liberation Movement, founded in 1974 by Maria Velho da Costa, Maria Teresa Horta and Maria Isabel Barreno (4th image, from left to right).
January 13, 1975.
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"Morrer de amor
ao pé da tua boca
Desfalecerà peledo sorriso
Sufocarde prazer
com o teu corpo
Trocar tudo por ti
se for preciso"
Maria Teresa Horta
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já dentro da alegria
novamente a tristeza
a espuma do escuro
onde os ombros se acolhem
os escolhos – os escombros
o dilúvio obscuro?
que tempo me importa
onde os outros não olham?
maria teresa horta, in: por dentro da alegria
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Morire d'amore
davanti alla tua bocca
Sciogliere
la pelle
di sorrisi
Soffocare
di piacere
con il tuo corpo
Cambiare tutto per te
se necessario.
Maria Teresa Horta
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Maria Teresa Horta (1937)
Militante da causa feminina, escritora e poetisa, Maria Teresa Horta foi perseguida pela PIDE com livros censurados. “Minha Senhora de Mim”, o nono livro de poesia de Maria Teresa Horta, foi editado em Abril de 1971 pela Dom Quixote, na colecção «Cadernos de Poesia» tendo nesse mesmo ano, meses depois, sido objecto de um auto de busca e apreensão por parte da PIDE/DGS.
Na sequência do escândalo provocado pela obra, Maria Teresa Horta junto com Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa decidem mexer com tabus e puritanismos vigentes para reivindicar o direito da mulher a ter corpo e pensamento publicando “Novas Cartas Portuguesas”.
Ao seu romance As Luzes de Leonor, a Marquesa de Alorna, uma sedutora de anjos, poetas e heróis (2011), foram atribuídos os prémios D. Dinis e Máxima de Literatura.
POEMA DE INSUBORDINAÇÃO
Preto
sem submissão
palavra de relevo agudo
nas ruas
Preto
de água de vento de pássaro
de pénis
de agudamente preto
de demasiado
como um cardo submerso de
som
Preto de saliva na ogiva
dos lábios
Objectos solares
quentes interiores marítimos
curvos inseguros
preto
o tempo dos desertos
facetados na boca
lento
por dentro das pedras
a suporar de luz
[...]
Preto
em perpendicular
aos ombros das janelas
jamais sinónimo
de noite
e nunca mole
em diagonal aos dedos
dedos habitados
pelo útero
dedos rasgados onde o
preto
começa
Húmido
Latejante
Entumescido branco
Preto
somente numa praça
a vagina da erva
Da ironia da viagem
do espelho do cuidado
no perder exacto
do inverno sem seios
sem sombra
[...]
Preto
de apertar na mão
e introduzir no sexo
Monge de sedução
a deslizar nos olhos
monge
de planície de pranto
de perante o dia
Preto
anca demasiada na lâmpada
De ciúme
Preto
oceano
Preto clínico
Preto
missão de apenas a sensação
no vácuo
apenas o desequilíbrio
dos cornos das cidades
dos cornos rosados dos
gladíolos abertos
[...]
(Tatuagem)
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