#literatura e antropologia
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vixen-academia · 1 year ago
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Aulas online gratuitas da USP que achei interessantes
This post will be 100% in portuguese because so are the classes. This is a list of online classes from one of the best colleges in Brazil.
Literatura
Literatura Comparada I
Introdução aos Estudos Literários II: aqui e aqui
Introdução aos Estudos Clássicos
Literatura Comparada II
Introdução aos Estudos Comparados de Língua Portuguesa I
Introdução aos Estudos Literários I
Ciências Sociais
Antropologia e Literatura: Trânsitos e Contaminações
Antropologia, Mitologia e Narrativa
Cinema e Geopolítica Latino-Americana
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ddb-celiapalma · 9 months ago
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As Mulheres de Maria Lamas
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Exposição que mostra a obra fotográfica de Maria Lamas (1893–1983). 26 jan – 28 mai 2024 Biblioteca de Arte Gulbenkian
"Maria Lamas (1893–1983), jornalista e escritora, pedagoga e investigadora, tradutora e fotógrafa, lutadora pelos direitos humanos e cívicos em tempos de ditadura, foi porventura a mais notável mulher portuguesa no século XX. Enquanto perdura uma certa memória da sua afirmação e ação políticas durante o Estado Novo (anos 1930–1960, que a levou à prisão em 1949, 1951 e 1953) e do seu exílio em Paris (1962–1969), a sua obra literária e jornalística está praticamente esquecida. Muito poucos dos seus livros – mais de uma vintena de obras entre poesia, ficção, literatura infantil, antropologia social, tradução – se encontram disponíveis no mercado."
«O Amor exprime para mim a vida, explica a minha existência assim como define a minha personalidade»
Escreve a própria, em outubro de 1984, para publicação através de Helena Neves (Biblioteca Nacional de Portugal, Espólio E-28, caixa 53).
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elcitigre2021 · 4 months ago
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Como se afastar do DESPREZO em absoluto SILÊNCIO | CARL JUNG | Sabedoria...
Neste vídeo você vai conhecer 9 Lições de Vida de Carl Jung. Ele fundou sua própria escola de psicologia, chamada psicologia analítica e sua filosofia é apelidada de “filosofia junguiana”. Seus conceitos podem ser aplicados a muitos tópicos abordados nas ciências humanas e sociais. 
Então, com isso em mente, aqui estão 9 lições importantes que podemos aprender com Carl Jung - 01. Olhe primeiro para dentro de você 02.Integre seus contrários 03.Analise seus sonhos 04. Aprenda a enfrentar a realidade 05.Esteja ciente das superstições 06.Pense, não julgue 07.Evite o orgulho excessivo 08. Tenha vontade de envelhecer 09.Conte sua história.
 Espero que tenha gostado de assistir o vídeo e que essas 9 Lições de Vida de Carl Jung agreguem valor à sua vida. Carl Jung, juntamente com Sigmund Freud e Alfred Adler, é um dos 3 fundadores da psicanálise, que é um conjunto de teorias e métodos psicológicos que visam liberar emoções e experiências reprimidas - em outras palavras, tornar consciente o inconsciente. 
Jung nasceu na Suíça em 1875 e morreu em 1961, deixando grandes obras nas áreas de psiquiatria, antropologia, arqueologia, literatura, filosofia, psicologia e estudos religiosos. Jung teve Freud como mentor durante boa parte de sua carreira, mas depois se afastou dele. Essa divisão foi dolorosa para Jung e o levou a fundar sua própria escola de psicologia, chamada psicologia analítica, como um sistema abrangente separado da psicanálise. 
Se a psicanálise clássica se concentra no passado do paciente, já que as primeiras experiências são muito importantes no desenvolvimento da personalidade, a psicologia analítica se concentra principalmente no presente, na mitologia, no folclore e nas experiências culturais, para tentar compreender a consciência humana. 
Uma das ideias mais importantes da psicologia analítica fundada por Jung é o processo de individuação, que é o processo de encontrar o eu - algo que Jung considerou uma tarefa importante no desenvolvimento humano. Embora não tenha formulado uma filosofia sistemática, ele é, no entanto, considerado um filósofo sofisticado - sua escola de pensamento apelidada de “filosofia junguiana”.
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porralaudely · 4 months ago
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Há um PIB mundial de chatice no mundo, produzido por gente chata de vários países. Pindorama lidera o ranking de gente chata, especialmente nos espaços públicos. E não é de hoje. A chatice tem que ser pensada como categoria teórica e incorporada pela Antropologia, Sociologia etc para um certo entendimento disto aqui. Por exemplo, o "malandro carioca". É uma figura mítica da literatura, do teatro, do cinema. Clichêzão adorável idealizado pela pequena burguesia progressista dos anos 50. Na real, não existe. O que há de mais parecido é muito, muito chato. Mas até hoje funciona romantizado para incaut@s.
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azulmiosotis · 7 months ago
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                              ⠀ׅ⠀⠀⠀𝆬⠀⠀⠀ᘏ⠀⠀abt me!⠀⠀ׅ⠀⠀⠀𝆬⠀⠀⠀֢
oioi, meu nome é salomé. tenho 18 anos, sou libriana e meu eneagrama é 4w5. gosto de literatura, cinema, psicologia, história e antropologia. eu já acompanhava a comunidade aq, ent decidi mostrar a cara e tentar escrever alguma coisa eu tbm e interagir
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declivar · 1 year ago
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Humanismo e a vanguarda do sonho
(04 de Julho de 2023)
¿Quién ha robado el grito del hombre, sacándolo desde la laringe con baba y encías? – Xavier Abril
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Por ter havido uma “Revolução Humanista” no repertório intelectual, espiritual e artístico entre os séculos XVI e XVIII, acredita-se que os pensadores humanistas estavam no centro da mudança de paradigma do teocentrismo para o antropocentrismo, ou, em outros termos, na transição entre história medieval e a modernidade, entre feudalismo e capitalismo. Mas e depois disso?
Lembremos da importância da metáfora como ferramenta legítima de especulação sobre o real. Dada a impossibilidade de uma mimese absoluta, a linguagem só pode ser essencialmente metafórica em sua função dêitica. Assim, todo conhecimento que passa pelo instrumento da linguagem é, necessariamente, metafórico. É por isso que o humanismo retórico buscou romper com a distinção entre o discurso lógico-formal e o retórico. A centralidade do projeto humanista estaria numa “espécie de antropologia de resgate dos valores imanentes e essenciais do homem” (FERREIRA FILHO, 2017, p. 68). Desse modo, há uma revalorização da literatura e da retórica como instrumentos legítimos de conhecimento.
O patrimônio intelectual construído pelos humanistas se debruça nas preocupações sobre o homem em sua totalidade e em conjunto com a natureza – em suma, sobre a humanidade. Antes de tudo, é uma forma de conhecimento que preza pela experiência e pela linguagem prática. Nesse sentido, a tradição humanista valorizou o conhecimento produzido por pessoas em situação de “pessoalidade”. Por ter havido uma “Revolução Humanista” no repertório intelectual, espiritual e artístico entre os séculos XVI e XVIII, acredita-se que os pensadores humanistas estavam no centro da mudança de paradigma do teocentrismo para o antropocentrismo, ou, em outros termos, na transição entre história medieval e a modernidade, entre feudalismo e capitalismo.
O sujeito desconjuntado é uma das características atribuídas à modernidade, segundo a fundamentação de Marshall Berman (2007). Um novo período, com novas tecnologias e novas formas de ser e agir no mundo, estava dado. O sujeito lírico estava diante do desconhecido, da efemeridade e da mudança trazida pelas grandes revoluções. É perceptível no romance moderno, em parte conforme Lukács (2009), que a elaboração narrativa tenha traços cada vez mais introspectivos. São várias décadas dessa angústia sintomática, que desagua na poética modernista europeia, cujas ressonâncias foram percebidas no Ocidente como um todo.
Assim, por ter sido um período frutífero para o nascimento de vanguardas, o início do século XX foi marcadamente criativo. No Brasil, a vanguarda triunfante foi o modernismo, que teve caráter nacionalista e profundamente experimental. Impactado por uma refinada autoconsciência do modo como a produção artística se dava, o modernismo brasileiro foi composto por artistas que consideravam a posição de dependência cultural do Brasil em relação à Portugal e a outros países da Europa como um todo. Daí que o caráter nacionalista e antropofágico, somado ao ímpeto de constituir uma identidade nacional brasileira independente, fosse uma das principais motivações da Semana de 22.
De várias perspectivas, as vanguardas modernistas buscavam algum tipo de libertação (material ou espiritual) através da arte. E isto não aconteceu apenas no Brasil. As linguagens artísticas encontraram um terreno fértil para a combinação entre si, de modo que não foi incomum expressões de surrealismo e cubismo em poesia, com experimentações tipográficas, colagistas e sinestésicas em texto, por exemplo. E, embora o surrealismo não possa ser considerado um movimento ou escola literária, sua expressão estilística impactou a poética de vários escritores modernistas do período.
“Manucure”, do português Mário de Sá-Carneiro, é um poema tipicamente modernista. Alguns de seus traços revelam a desconjuntura do real em imagem onírica. Ora, é uma mudança de rota tipicamente moderna na disciplina da epistemologia: o eixo sujeito-objeto é invertido, de modo que se admite que o conhecimento do mundo se dá através de um observador, não por uma verdade em si mesma. Desse modo, fundamenta-se a ideia de que a realidade não tem suporte em si mesma. Isso significa, no poema, uma percepção fluída como o Ar. O sujeito lírico perde o lastro consigo e consolida uma narrativa que explora a experiência a partir de sua despersonalização: é, agora, Ar.
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Isso tudo é colocado graficamente de maneira peculiar e bastante típica da vanguarda: o autor brinca com as formas, com a tipografia, com onomatopeias, e direciona o conteúdo de seus versos em busca de algo que condiz com o futurismo, outra vanguarda modernista. O futuro é o Ar. O Novo é o Ar. E este é impossível de se realizar na escrita. Além disso, também é perceptível que a colagem aparece como um recurso técnico para a composição do poema, outro elemento que situa a arte no modernismo. Não obstante, a colagem também parece compor a imagem abstrata desse sujeito deformado. Se pensarmos que a colagem nada mais é do que a sobreposição de múltiplos planos em simultaneidade, entendemos que este é um procedimento que as poéticas de vanguarda (Apollinaire e posteriormente Breton e os surrealistas) extraíram da pintura cubista.
O surrealismo surge em um contexto de “desvalorização da realidade”, com poetas engajados em se opor ao racionalismo do real – este, que empreende uma limitação à liberdade imaginativa. Assim, a atividade poética do surrealista viabiliza a materialização de uma res poética que não está subordinada à mera mimesis da realidade: estamos falando de uma arma lírica, uma alquimia mágica da palavra, a favor da libertação artística do homem. Antes de tudo, trata-se de uma prática que busca conhecer o oculto e o profundo que não foram suficientemente explorados na materialidade; é a dimensão ilógica que abarca o inconsciente, o maravilhoso, o místico, a loucura, o sonho e a alucinação. André Breton complementa essa ideia, dizendo que “o essencial, para o surrealismo, foi convencer-se de que havia tocado com as mãos a ‘matéria-prima’ (no sentido alquímico) da linguagem” (apud CAVALCANTI, 2011, p. 4).
Este surrealismo, que é também um humanismo surrealista, é uma prática. Sim, uma prática em que a “atitude espiritual", como abordava Octavio Paz, está no centro da relação do Homem com a Natureza. Por se tratar de uma práxis, o surrealismo não pode ser uma escola ou um movimento artístico, já que é um conjunto de princípios que lapidam uma ideologia com uma posição diante do mundo. O surrealismo seria capaz de trazer essa felicidade incondicional junto ao exercício da sensibilidade em um mundo metamorfoseado em princípios de prazer (OLÓRTEGUI, 2009, p. 10). Mas não se engane! O surrealismo não foi concebido para ser metafísico.
André Breton propunha, já no Manifesto de 1924, que o principal objeto surrealista seria a condição humana. Trata-se de um chamado a um novo homem, a uma nova humanidade. As preocupações do surrealismo são bastante materiais, como já indica sua disposição em desempenhar um posicionamento diante do mundo – e isto se deve ao materialismo histórico e dialético, amplamente difundido entre os artistas surrealistas. Assim, o humanismo surrealista busca reafirmar a totalidade humana através de matéria da linguagem através de uma atitude revolucionária e artística. A vida é uma obra de arte. Um dos entusiastas do surrealismo no Peru, César Moro considera que a práxis surrealista implica, além do ataque à razão, também em um “mundo livre, delirante, edênico, onde a poesia é naturalizada e permite, por isso, uma harmonia entre o homem e a natureza” (apud OLÓRTEGUI, 2009, p. 11).
Considera-se que o surrealismo ocupa um entrelugar na tradição literária brasileira. No entanto, Glauber Rocha (1981) pontua a força do surrealismo concreto por este aspecto surreal, um fato dentro da realidade da América Latina e do Terceiro Mundo: “Existe um surrealismo francês e um outro que não o é. Entre Breton e Salvador Dali tem um abismo. E o surrealismo é coisa latina. Lautréamont era uruguaio e o primeiro surrealista foi Cervantes. Neruda fala de surrealismo concreto. É o discurso das relações entre fome e misticismo. O nosso não é o surrealismo do sonho, mas a realidade”.
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Lautréamont foi um dos precursores do surrealismo e concebeu uma das obras seminais da literatura fantástica, Les Chants de Maldoror (1869). A obra é composta por um universo mórbido, com descrição de cenas brutais e de violência extrema. Os críticos entendem essa “vontade de agressão” como uma metafísica do ataque. Nas palavras de Bachelard (apud ALMEIDA, 2005, p. 292), se “Lautréamont é um risco”, é porque nele “a poesia se revela como um sincretismo psíquico natural. É este sincretismo que se reproduz em certas experiências de endofasia e de escrita automática. A poesia primitiva é sempre uma experiência psicológica profunda” (grifo meu). É nesse sentido que o surrealista peruano Xavier Abril pergunta: “¿Quién ha robado el grito del hombre, sacándolo desde la laringe con baba y encías?”.
Se o surrealismo é coisa latina, também o humanismo surrealista o é. Octavio Paz dizia que o surrealismo procura um sagrado extrareligioso fundamentado na liberdade, no amor e na poesia. Talvez seja nessa perspectiva que, no Brasil, o modernista Murilo Mendes efetive sua poesia. Mendes foi um poeta de inspiração mística e de realização surrealista (dentre outras coisas), nos moldes de uma imaginação mágica que transborda os limites do texto. Por ter vivido no início do século XX, Murilo Mendes era sensível ao desenvolvimento da guerra e dos avanços que professavam o desastre da tecnologia. Os críticos dizem que o autor realizou uma poética onírica e alucinatória, unindo as relações platônicas cristã e clássica a um forte erotismo e a uma visão de matriz surrealista que dá vasão ao rompimento da lógica cotidiana pela perspectiva imaginativa da linguagem.
O intercâmbio estilístico das vanguardas modernistas é responsável pelo trânsito de artistas em várias escolas literárias e plásticas, como o dadaísmo, o cubismo, o expressionismo e o futurismo. Nesse sentido, como em “Manucure”, é comum que seja difícil de se definir uma composição em termos de classificar a que movimento ela pertence. Diz-se que a complexidade de imagens criada por Murilo Mendes tem como nó a irregularidade de um artista que viveu o auge do modernismo europeu e latino-americano. Por isso, sua visada estética de perspectiva teológico-filosófica tem como alicerce a ideia de simultaneidade, tão cara às vanguardas que tratam da visão de múltiplos planos da realidade num mesmo instante, como as poéticas de Apollinaire, Breton e Picasso. Nada disso é coincidência na obra de Mendes.
Tal qual a simultaneidade, o essencialismo é uma forma de conhecer a totalidade de um objeto. Abarcar essa forma de conhecimento na expressão poética faz da simultaneidade um procedimento formal útil, possibilitando o desvendamento de realidades ocultas ao poeta visionário. De certa forma, aderir à totalidade é conhecer a essência das coisas, já que é a “redução do tempo à unidade”, nas palavras do próprio poeta (CAVELAGNA, 2017, p. 4). Mário de Andrade certa vez disse que Murilo Mendes aproveitou o surrealismo em suas lições mais básicas, quais sejam: a anulação de perspectivas psíquicas lógicas e do intercâmbio de todos os planos. Nesse esquema, o abstrato e o concreto se misturam e formam imagens de complexa beleza e de defeitos, de irregularidades. Na avaliação do autor de Macunaíma, essa aproximação é característica de uma igualdade absoluta, já que tanto a beleza quanto os defeitos fazem parte da integralidade do ser humano.
Traçando a rota da parte para o todo, Murilo Mendes entende que o essencialismo representa noções permanentes que permitem que sua arte aponte para a universalidade – mas também a um caminho de descoberta para a própria essência. E, apesar de seu lema ser “restaurar a poesia em Cristo”, Murilo Mendes não tinha nada de ortodoxo em suas crenças, atribuindo um forte imaginário herege à sua poesia, através de cenas do apocalipse, do pecado e da visão ativa do homem religioso perante o governo e a sociedade. Sua visão, fundamentada em leituras do marxismo, era de que a religião poderia servir como percepção consciente das coisas, capaz de mudar ativamente a sociedade (CAVELAGNA, 2017, p. 5).
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No Brasil, os intelectuais foram amplamente influenciados pela Revolução de 1917, de modo que, a exemplo de Murilo Mendes, muitos eram adeptos do marxismo revolucionário – a grande vanguarda da Idade Moderna, segundo Berman. Em suma, a luta do homem de fé é a luta de classes contra a opressão. Os estudiosos apontam duas características que seriam centrais em um poema típico de Murilo Mendes, poeta da geração 30: “o aparente esgarçamento da composição e a tonalidade religiosa” (MOURA, 1996, p. 105), isto é, a conciliação entre vanguarda e expressão religiosa. Nesse sentido, o poema “Vocação do poeta” é objeto ideal de cotejo da pesquisa estética da obra do autor.
VOCAÇÃO DO POETA Não nasci no começo deste século: Nasci no plano eterno, Nasci de mil vidas superpostas, Nasci de mil ternuras desdobradas Vim para conhecer o mal e o bem E para separar o mal e o bem. Vim para amar e ser desamado. Vim para ignorar os grandes e consolar os pequenos Não vim para construir a minha própria riqueza Nem para destruir a riqueza dos outros. Vim para reprimir o choro formidável Que as gerações anteriores me transmitiram. Vim para experimentar dúvidas e contradições. Vim para sofrer as influências do tempo E para afirmar o princípio eterno de onde vim. Vim para distribuir inspiração às musas. Vim para anunciar que a voz dos homens Abafará a voz da sirene e da máquina, E que a palavra essencial de Jesus Cristo Dominará as palavras do patrão e do operário. Vim para conhecer Deus meu criador, pouco a pouco, Pois se O visse de repente, sem preparo, morreria.
Os versos “E que a palavra essencial de Jesus Cristo / Dominará as palavras do patrão e do operário” marcam a visão do poeta. O discurso religioso aparece como um meio e um fim da práxis revolucionária. No poema em questão, o poeta vem para “ignorar os grandes e consolar os pequenos”, de modo que o tempo histórico é fundamental para o desenvolvimento da fé (e vice-versa); o contato com a espiritualidade é a vocação necessária para o poeta interferir no mundo e atingir a salvação divina da humanidade.
Hoje, a união teórica entre o cristianismo e a teoria materialista histórico-dialética é difundida como “teologia da libertação”, vertente teológico-filosófica que surgiu nos anos 60 e ficou conhecida amplamente na América Latina. Para a época, era um sincretismo polêmico. Neste escopo, observa-se uma confluência entre o plano propriamente transcendental da fé e o plano materialista da realidade, que juntos caracterizam a poética de vanguarda do autor, explícita em Vocação do poeta. Trata-se, mais uma vez, de uma visão da literatura como obra alquímica, capaz de transformar a inconsciência do homem individual em uma consciência poética total.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, Fábio Ferreira de. Bachelard e o Lautréamontismo. Sofia, Espírito Santo, Brasil, v. 4, n. 2, 2015. DOI: 10.47456/sofia.v4i2.11564. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/sofia/article/view/11564. Acesso em: 4 jul. 2023.
BERMAN, Marshall. Tudo o que é sólido desmancha no ar. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
CAVALCANTI, Augusto de Guimaraens. Surrealismo e filosofia: Uma nova história a ser contada. Revista Escrita, PUC-Rio, Rio de Janeiro, n. 12, p. 1–15, 2011. Disponível em: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/18063/18063.PDF. Acesso em: 04 jul. 2023.
CAVELAGNA, Rodrigo. O essencialismo e outros conceitos estéticos na obra de Murilo Mendes. A Palo Seco, Sergipe, Espírito Santo, n. 9, p. 51–62, 25 nov. 2017. Disponível em: https://seer.ufs.br/index.php/apaloseco/article/view/8084/pdf. Acesso em: 04 jul. 2023.
FERREIRA FILHO, Eduardo Cesar Maia. Ernesto Grassi e a reabilitação da tradição humanista: literatura e retórica como formas de conhecimento. A Palo Seco, Sergipe, Espírito Santo, n. 10, p. 62–72, 25 nov. 2017. Disponível em: https://seer.ufs.br/index.php/apaloseco/article/view/8257/pdf. Acesso em: 04 jul. 2023.
LUKÁCS, Georg. A teoria do romance. São Paulo: Editora 34, 2009.
MOURA, Murilo. Os jasmins da palavra jamais. In: BOSI, Alfredo (org). Leitura de Poesia. São Paulo: Ática, 1996.
OLÓRTEGUI, Christian Alexander Elguera. El autómata: la mirada surrealista, la crítica humanista. Espéculo: Revista de Estudios Literarios, Madri, Espanha, n. 43, p. 1–17, 15 ago. 2009. Disponível em: https://www.academia.edu/48456554/El_aut%C3%B3mata_la_mirada_surrealista_la_cr%C3%ADtica_humanista. Acesso em: 04 jul. 2023.
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chaodecaco · 2 years ago
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16/01/2023
carma cármico
tudo em você me remete a mais pura antropologia. você busca minha história. somos sociologicamente distintos. nossa linguagem é erudita. estabelecer comunicação parece mais fácil na prática. o desejo nos atravessa. teu corpo salgado é mar e o meu é rio a te encontrar. nossa geografia. a Grécia é em ti. és a mais bela escultura de marfim. finalmente, torno-te minha literatura. tu és minha poesia.
tudo em você me remete a mais pura ciência. através de você eu volto às aulas do meu ensino médio. o atrito dos nossos corpos transforma-se em energia térmica. fervemos. é quase como se eu pudesse escutar a voz do meu professor de física lecionando o princípio de impenetrabilidade: dois corpos não ocupam o mesmo lugar. mas tentamos. tentamos tanto até o gosto do seu corpo me relembre das aulas de bioquímica. ainda que no escuro, eu leio as fórmulas em você. tua ocitocina. nessa soma, nos tornamos apenas um. complexo matemático.
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escritordecontos · 3 years ago
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Coisas da telinha
TELEVISÃO -- Juma já era sapatão da outra vez que passou Pantanal na televisão (1990)? E a muda é ou vai ser a namorada dela? Que graça tem ser sapatão e ser muda? Nem vai poder ser cantora de música popular brasileira. Aqui no prédio tem um casal de sapatonas, só que elas não moram juntas, alugaram apartamentos próximos, dormem uma no apê da outra e de vez em quando brigam feito sapatão. Sabe o que sapatão leva no segundo encontro? A mudança. É uma piadinha, mas é tão verídica. Aqui morou uma outra sapatão, muito queridona, que é daquele tipo de sapatão que nunca está sozinha, sempre está entrando ou saindo de um relacionamento que dura pouco, sempre muito intenso e problemático, até porque ela tem preferência por mulheres que já foram casadas com homens e tem filhos. Da primeira vez que ela morou aqui por alguns meses e achou uma mulher no padrão que ela gosta, separada e mãe, se conheceram e logo ela foi morar na casa da outra. Não deu certo, durou uns três meses e ela voltou, conseguiu alugar outro apartamento, desta segunda vez ficou menos tempo, quando se mudou de volta já estava com uma namorada também separada e com filho, novamente foi morar com a mulher. Eu acho que ela é o tipo de pessoa que acredita no amor, sim, há pessoas que acreditam em cada coisa, até no amor, o amor é uma coisa tão abstrata é efêmera e ainda assim as pessoas acham que é o sentido da vida. Acho que aprendi cedo, aprendi que o amor é uma ilusão que criamos para nos penitenciar e para foder com o nossa vida. O amor leva muitas pessoas à falência, outras a fazer loucuras seja para o bem ou para o mal. Eu prefiro acreditar no sexo, mais ainda na punheta. No amor, jamais.
TELEVISÃO 2 -- vejo pouco o BBB, o que sei, sei pelo Twitter. Não levo muito jeito, acho que sou movido pelos meus conceitos a achar as coisas, tipo, quando vi A Fazenda achei que o Gui Araújo ia vencer aquele reality show, eu estava enganado, o Gui naufragou logo, não "jogou" bem e teve uma passagem medíocre. Agora no Big Brother de cara achei que a Jade seria um fiasco, depois mudei de idéia rápido e passei a achar que ela iria vencer o reality, ela ou o Scooby, mas o Jade foi catapultada do BBB22 bem mais cedo do que muitos outros insignificantes, alguns continuam até hoje fazendo hora extra, já o Sooby seguiu e parecia que ia à final, porém acabei de ver uma pesquisa que dá que ele será o próximo eliminado. Acho que a Luana Piovani não estava fazendo direito o papel dela, o papel da bruaca é de cabo eleitoral do surfista.
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UPDATE _ a bruaca Luana Piovani está sim pedindo a permanência do ex no reality.
UPDATE 2 _ estou feliz, não, não fiz nenhuma maldade, estou feliz com a minha segunda nota (são três ao todo) da avaliação de módulo do (da pós) MBA em Marketing, que foi um 10 para minha análise de caso, que tratou do impacto sobre ações imersivas (realidades aumentada e virtual); a idéia de fazer Marketing foi justamente ir para outra área, diferente das que sempre chafurdei -- filosofia, literatura (Letras), antropologia, teologia...
UPDATE 3 _ recomendo o >> SPLASH para você saber o que Chico Barney tem a dizer sobre o Scooby e BBB 22.
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blogdojuanesteves · 3 years ago
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A FOTOGRAFIA E O VERME> NORVAL BAITELLO JUNIOR
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Imagens acima Heloísa Ramalho
Não deve o leitor, a princípio, assustar-se com o título A fotografia e o verme ( Fotô Editorial, 2021), do professor, escritor e teórico da comunicação paulista Norval Baitello Junior, pois não há nada de escatológico nem da helmintologia no livro.  O autor tem um longo percurso acadêmico, através da literatura comparada, da semiótica da cultura e da mídia, que ultrapassa nossas fronteiras para Rússia, Áustria, Portugal e Espanha. É um especialista na obra do filósofo checo Vilém Flusser (1920-1981) e diretor científico de seu arquivo, localizado em São Paulo.
 O livro, como já explica em seu prefácio a professora e pesquisadora da imagem Fabiana Bruno, do Departamento de Antropologia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas -IFCH-Unicamp, editora e organizadora do volume, é uma "aposta ensaística, tendo como inspiração a concepção flusseriana das fábulas" em uma analogia e conexão entre o verme e fotografia, concebida como um "vertiginoso diálogo" entre texto e 81 fotografias, produzidas por 12 artistas visuais, alunos do grupo de estudos do Ateliê Fotô, dirigido por ela e pelo curador Eder Chiodetto, fruto de longos estudos e debates, tendo como inspiração o "conceito do verme" provocado pelo autor e  orientador, a partir da obra do filósofo.
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Imagens acima Ana Lúcia Mariz
Flusser chegou ao Brasil como muitos outros pensadores, fugindo da guerra, em especial do nazismo. Deixou sua Checoslováquia natal em 1939, primeiro para Inglaterra e no ano seguinte para São Paulo, aproximando-se dos intelectuais brasileiros já no início do anos 1950 e ao longo do anos 1960 como professor em vários departamentos da Universidade de São Paulo (USP) da qual foi afastado em 1970, por conta de uma reforma burocrática interna. Em 1963 publicou  o primeiro de seus inúmeros livros,  Língua e Realidade, pela editora Herder. Nesta década, ajudou a fundar a Faculdade de Comunicação e Marketing da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). Seu bestseller- entre os fotógrafos que procuram entender conceitualmente a imagem fotográfica- continua sendo A filosofia da Caixa Preta- Ensaios para uma futura filosofia da Fotografia ( Hucitec,1983).
 O grupo orientado por Baitello Junior que ilustra a publicação é bem heterogêneo, assim como as suas imagens editadas para o livro. Entre profissionais e não profissionais que se envolvem com a fotografia, nomes conhecidos do meio publicitário e editorial como Maurício Nahas, Ana Lúcia Mariz e Roberta Dabdab; artistas transmídias que incorporam a fotografia em suas experiências, como Norma Vieira,  JuVasconcelos,  e Beatriz Calil; pesquisadores da academia, artistas visuais emergentes como Alice Grou, Heloisa Ramalho, Juliana Jacyntho, Fábio Messias e médicos e fotógrafos diletantes como  Lala Bradshaw e Juvenal Antunes, alguns dos quais com livros já publicados e premiados ( veja alguns links no final).
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Imagens acima de Laura Bradshaw
Norval Baitello Junior, coloca cinco pequenos textos como propostas. O primeiro, A zoologia do Humano e os cenários desenhados por Flusser, uma versão revisada de Photography and the worm, seu texto na coletânea Something other Than Photography: Photo & Media (Galeria Edith-Huss-Haus, 2013), organizado pela mineira Claudia Giannetti, diretora do Media Centre d'Art i Disseny, de Barcelona, especialista em arte contemporânea; segundo, As núpcias do verme e o aparato; terceiro  Caixas pretas e vermes; quarto, O aparato e a apropriação do outro e quinto A imagem fotográfica como porta de entrada para o dilúvio das imagens, capítulos intercalados por ilustrações e imagens fotográficas dos diferentes autores.
  Em primeiro lugar, a proposta coloca-nos diante da aplicabilidade das ramificações entre texto imagem, como já vimos em Imagens Ocasiões (Fotô Editorial,2017) do filósofo francês Georges Didi-Huberman [leia aqui review https://blogdojuanesteves.tumblr.com/post/170575587911/imagens -ocasi%C3%B5es-georges-didi-huberman ] e principalmente na posição de Flusser como um dos pensadores contemporâneos cuja obra se torna de extrema importância no entendimento dos processos interativos entre ser humano e máquina, entre a técnica e o homem, projetando com suas ideias uma ciência da mídia. Entre seus questionamentos, a ideia da imaginação versus conceito, imagens que tornam-se essenciais para as mediações entre o homem e o mundo, a crítica sobre o papel da escrita em relação à imagem fotográfica e, em meio a tudo isso, o surgimento das "tecno-imagens" estruturadas por uma "tecno-imaginação."
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 Imagem acima de Beatriz Calil
 O propósito foi desenhar com artistas, ao lado do autor e da editora, outras formas de pensar e desdobrar, por e com imagens, o conteúdo do livro, diz Fabiana Bruno. Segundo ela, "As imagens incorporadas como experimentações fotográficas dão corpo e contaminação as páginas que acompanham a escritura da obra." Por sua vez, continua ela, "o texto reage ao corpo das imagens desmanchando colunas eretas." Uma elevada descrição, ainda que nem sempre as relações entre imagem e conceito declarado possam estruturar-se em completude. No entanto, muitas das imagens nos trazem referências a outros artistas, como a paulista Lenora de Barros e seus trabalhos Silêncio e Cala Boca, dos anos 1990, a gaúcha Didonet Thomaz, com suas eletromicrografias de 2017, ou do paranaense Guilherme Gerais, com seu The best of Mr.Chao (Ed.Madalena, 2019), o que aumenta significativamente a discussão à luz do  pensamento flusseriano.
 Baitello Junior esclarece no início de seu primeiro capítulo que “ inúmeras analogias com o mundo animal povoam a extensa e diversificada obra de Vilém Flusser. Suas referências ao moluscos e sua "pretensa cultura" das profundezas, comparada a pobre cultura humana, ganharam um nobre livro Vampyroteuthis infernalis, de 1987." [ publicado pela edição alemã da European Photography em 2018.] ilustrado pelo algeriano Louis Bec, pesquisador que descreveu a vida artificial sob o ângulo da epistemologia. O nome é uma referência científica a uma espécie de lula conhecida como lula-vampira-do-inferno, por ser toda preta.
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Imagem acima de Juliana Jacyntho
Longe de ser uma narrativa fantasiosa, explica o professor, trata de um cenário elaborado, uma ''antropologia invertida" em que se utiliza o recurso da mudança radical de perspectiva, tão presente nas fábulas. Para ele não é o caso de discutir a propriedade do título, sob o ângulo antropozoológico de Flusser. "Apenas cabe questionar se se trata de ficções, seja quando ele escreve sobre olhares animais, seja quando ele escreve sobre olhares de ambientes criados por objetos maquínicos "como a caixa preta ou ambiente de múltiplas dimensões.
 Assim, alguns animais são simbólicos para mostrar procedimentos humanos, sendo que, segundo Baitello Junior, o animal que se aproxima mais do entendimento humano no pensamento zoológico flusseriano é o verme. "Através dele, que se mostra visível o metabolismo e funcionamento  do "reino do lixo", logo após os reinos da natureza e da cultura. "O verme que devora os próprios excrementos por não possuir a memória histórica de que os mesmos já são o resultado de uma devoração pregressa, é o quase perfeito modelo da sociedade industrial, impropriamente chamada de sociedade do consumo..." Flusser escreveu: "Imagino a massa como um verme gigantesco. Pela goela entram informações que atravessam a cavidade do corpo e são excretadas indigestas pelo ânus..."
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Imagem acima de Fábio Messias
Interessante notar os gatilhos de Flusser para sua fabulação, amparada também por máquinas e tecnologias, que são agentes  de novos porvires - o que nos remete também aos estudos do franceses Gilles Deleuze (1925-1995) e sua fabulação realizante usando como comparativo o cinema, imagens-movimento, imagens-tempo e o fracasso do mecanicismo e Henri Bergson (1859-1941), com sua "memória" que sugere a fabulação no pensamento - Todos de cunho epistemológico, que tensionam a prazerosa leitura proposta por Baitello Junior, o que torna o livro mais  interessante do que uma possível confluência e adaptação de imagens e textos, visto que os portfólios são autônomos. Ainda lembrando do próprio Flusser em seu livro A escrita: Há futuro para a escrita? (Annablume, 2010): " O texto não tem destino, ele é "um destino." cabe ao leitor completá-lo.
 A fotografia e o verme, é, em essência, um apelo crítico sobre viver diante da voracidade das imagens que povoam o mundo...", escreve Fabiana Bruno. "Uma leitura, segundo ela,  “que nos leva a um mergulho abissal sobre a força e a sedução dos aparatos, estes que avançam, como nunca, ao confinamento do espaço de nossas casas..." O que nos faz pensar no  segundo capítulo,  As núpcias do verme com o aparato, quando o autor pergunta-se sobre a fotografia: "A grande porta para explosão da imagem onipresente, possui algo em comum com o famigerado verme?" Revelando Flusser e suas adjetivações épicas: "ela é esta porta para a importante marcha triunfal da imagem contemporânea, a imagem onipresente, a materialização do "furacão dos media" (Orkan der Medien), os ventos enfurecidos que tornaram nossas habitações inabitáveis, configurando uma terceira grande catástrofe da humanidade, ainda sem nome, de tão recente, e tão devastadora como as duas anteriores."
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Imagem acima de Alice Grou
No terceiro capítulo Caixas pretas e vermes, as mesmas são o artefato por onde surge a fotografia, uma moderna versão de câmera obscura, sendo esta um simulacro artificial do verme. Já temos referências deste aparato com mais detalhes desde meados do século XVI, onde seria popular entre os pintores deste tempo. Mas na metáfora flusseriana, ela tem um orifício de entrada e um produto final "excretado" resultante de um processamento interno (na obscuridade) diz  Baitello Junior, sendo o olho o orifício de entrada, e o produto final somente amigável ao olhar, advindo de uma "complexa" digestão em seu interior. "Aparato", nos lembra o autor sobre o livro A filosofia da Caixa Preta, em sua etimologia  apparatus, oriundo do verbo adparare, "prontidão para algo"  implica em estar a espreita, " o animal feroz para dar o bote", diz ele. O resultado é nosso conhecido snapshot. Uma pena que o filósofo não viveu o tempo dos impulsos gerados pelo smartphone, ainda que suas análises continuem sendo atualíssimas, quando, por exemplo pensamos no compartilhamento de dados.
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Imagens acima de JuVasconcelos
Baitello Junior utiliza um texto de Flusser, de 1982,  sobre escritos do filósofo judeu Hillel  (Sec. I a.C), em seu quarto capítulo, O aparato e a apropriação do outro,  discutindo o dilema de "assumir a alteridade sem perder a identidade." uma questão que, para ele, parece estar próximo da antropofagia "uma dinâmica radical de apropriação do outro." Sua identificação se dá pelo intermedio da arte, da ciência, da ideologia e da técnica, um meio de procurar-se a sim mesmo. Por meio do aparato técnico, para o filósofo checo, há a afirmação da fotografia, como toda outra imagem, no auxílio da criação desta alteridade, "uma apropriação do outro, uma devoração do outro para constituição do si mesmo." Uma questão também proposta por outros pensadores como a americana  Susan Sontag (1933-2004), que já escrevia em seu On Photography (Anchor Books, 1977) que "(...) as fotos são, de fato,  experiência capturada, e a câmera  é o braço ideal da consciência, em sua disposição aquisitiva. Fotografar é apropriar-se da coisa fotografada. Significa por a si mesmo em relação ao mundo..."
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Imagens acima de Maurício Nahas
A imagem fotográfica como porta de entrada para o dilúvio de imagens, o quinto capítulo, já inicia com uma pergunta baseada em como operam as imagens fotográficas e qual seu papel na sociedade contemporânea, na vigência da terceira catástrofe anunciada por Flusser: De onde vem seu o enorme poder de captura? A radical facilitação dos procedimentos de criação que além de barateamento do custo dos equipamentos, provoca também o barateamento das imagens e sua onipresença, como os textos que geraram uma inflação textual. A estratégia para povoar o mundo de imagens, se encontra, segundo o autor, na "futura filosofia da fotografia", onde a mesma é referência para outros tipos de imagem, com seu rompimento com a inflação textual e a imagem tradicional.
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Imagem maior acima de Juvenal Antunes
A tal ideia do tradicional aqui, segundo Baitello Junior, "circunscrita a redutos restritos, como os templos iconófilos ou os museus, e público reduzidos, iniciados nestas duas esferas." Mas é por meio da fotografia que a imagem se universaliza e ocupa os espaços privados e públicos. Tal qual os dilúvios textuais, a fotografia segue em seu barateamento (aparente) favorecendo sua inflação. Entretanto, para Flusser, em sua Caixa Preta, a imagem magiciza o mundo quando o transfere para superfície, escreve o autor. "Aprisiona o momento e por ser através do aparato, o faz duplamente."
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Imagem acima de Roberta Dabdab
O filósofo recorre ao consagrado Fausto do poeta alemão Johann Goethe (1749-1832): " O sol se detém sobre o vale  Jotapata, em cada fotografia, ou, como o disse Goethe "{... direi ao momento, perdura, tu és tão belo, então me tomará em grilhões, então com prazer perecerei." É isto que faz a fotografia. Toda fotografia diz para o momento: Perdura! E ele perdura, isto é mais que o poder de Deus. "
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Imagens acima de Norma Vieira
 Imagens © dos autores   Texto © Juan Esteves
 https://blogdojuanesteves.tumblr.com/post/619305869806567425/onde-jaz-meu-c%C3%A9u-estrelado-juliana-jacyntho
 https://blogdojuanesteves.tumblr.com/post/615294813623975936/veredas-m%C3%A1gicas-norma-vieira
 Informações técnicas básicas:
 Editora: Fotô Editorial
Autor Norval Baitello Junior
Fotografias e ilustrações: Alice Grou, Ana Lúcia Mariz, Beatriz Calil, Fábio Messias, Heloísa Ramalho, Juliana Jacintho, JuVasconcelos, Juvenal Antunes, Laura Bradshaw, Maurício Nahas, Norma Vieira, Roberta Dabdab
 Publisher: Eder Chiodetto
Coordenação editorial: Elaine Pessoa
Projeto gráfico, Fábio Messias
Impressão: Skenazi Industria Gráfica
Papel:  Offset, Supremo Alto Alvura
 Onde adquirir o livro:
 www.fotoeditorial.com.br
 * nestes tempos bicudos de pandemia e irresponsabilidade política com a cultura vamos apoiar artistas, pesquisadores, editoras, gráficas e toda nossa cultura. A contribuição deles é essencial para além da nossa existência e conforto doméstico nesta quarentena *
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armstronghq · 4 years ago
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   𝘼𝙍𝙈𝙎𝙏𝙍𝙊𝙉𝙂𝙃𝙌 𝙊𝙋𝙀𝙉𝙄𝙉𝙂 𝙏𝘼𝙎𝙆: 𝒄𝒍𝒂𝒔𝒔 𝒔𝒄𝒉𝒆𝒅𝒖𝒍𝒆
                    ❛ todo início de período é a mesma correria: montar grade, pesquisar se tal professor é bom mesmo, enviar o formulário preenchido para a secretaria dentro do prazo e cruzar os dedos, torcendo para ter conseguido os melhores horários. com vagas tão disputadas, não é nenhuma surpresa que todos alunos tenham pressa ! ❜
para dar início a essa nova fase, a task de abertura serve como desenvolvimento da carreira ideal que seu personagem pretende alcançar. dessa forma, a escolha de quais aulas participar é de extrema importância para qualquer universitário ! dessa lista, vocês podem escolher entre CINCO e DEZ opções das quais seu personagem oficialmente está inscrito e mais CINCO das quais ele ponderou ou ainda quer cursar. lembre-se que nem todas precisam necessariamente estar dentro da área escolhida, visto que é possível escolher carreiras que misturam diversas áreas. boa sorte com a escolha !
CADEIRAS POR ÁREA:
HUMANAS: introdução à filosofia, introdução à sociologia, história geral, geografia I, psicologia I, ciências sociais, antropologia, civilizações antigas, cultura, recursos humanos, movimentos sociais, antropologia cultural, cidadania.
CIÊNCIAS: laboratório, química I, física I, biologia I, introdução à ciências da saúde, anatomia, botânica, informática, introdução à fisioterapia, introdução à medicina veterinária, laboratório de análises clínicas, bioestatísticas, introdução a farmacologia, genética I.
EXATAS: cálculo, álgebra I, geometria I, matemática aplicada, desenho industrial, business, introdução à economia, logística, finanças, desenho de construção civil, fundamentos de contabilidade, fundamentos básicos da engenharia, fundamentos da programação, robótica I.
LINGUAGENS: técnicas de comunicação oral, oficina de escrita, literatura, introdução ao jornalismo, introdução à publicidade e propaganda, marketing, inglês I, espanhol I, francês I, alemão I, italiano I, português I, latim I, grego I, ASL I, mandarim I, coreano I, análise textual, filosofia da educação.
GOVERNO: introdução ao direito, legislação, história da constituição, ciências políticas, políticas públicas, resolução de conflitos, pensamento político, ética geral, governança global, teoria do crime I, relações públicas, política externa, sistemas partidários e sistema eleitoral.
ARTES: expressão vocal, prática de encenação, improviso, canto, figurino, história do teatro, música e ritmo, arte lírica, musicoterapia, desenho I, escultura I, cerâmica I, introdução a regência de banda, introdução a regência orquestral, instrumentos de sopro, instrumentos de percussão, instrumentos de corda, teoria musical, história da arte, fotografia I, introdução ao cinema.
𝙊𝙊𝘾 𝙄𝙉𝙁𝙊.
recordando: cada personagem pode escolher de CINCO a DEZ classes para cursar esse semestre. além disto, deve mencionar em seu post mais CINCO, sendo essas as que gostaria de ter se inscrito, ainda vai cursar em algum momento, etc.
para CADA classe escolhida, coloque UM headcanon, ou mais, do que o seu personagem espera dela, porque escolheu, o que ela significa no seu futuro... por qual motivo escolheu essa em vez das outras ?
não se esqueçam de nos marcar ( @armstronghq ) e colocar as tags AIAS: TASK e AIAS: CLASS SCHEDULE para sinalizar seu post.
reblogue ou coloque o link de seu post no blog @aiasreblogs !
não há um prazo para esta task você pode realizá-la a qualquer momento ! 
divirtam-se.
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Projeto Escola Montessori
Clique aqui para acessar vídeo animado
Clique aqui para acessar as imagens renderizadas e desenho técnico.
Softwares utilizados:
Auto Cad 2019 | Revit 2019 | SketchUp 2019 | Lumion 8.0 | Photoshop 2020 | Illustrator 2020
O município de Presidente Prudente encontra-se na porção oeste do Estado de São Paulo, com latitude 22° 07′ Sul e longitude 51º 23’ Oeste, localiza-se sob um regime de clima tropical numa área de transição climática, sofrendo a atuação da maioria dos sistemas atmosféricos presentes na América do Sul, sua sazonalidade climática pode se definir como  duas estações do ano bem definidas, verão quente e chuvoso, de outubro a março, e inverno ameno e seco, de abril a setembro. Em relação ao conforto térmico o município apresenta 20% do ano em desconforto por frio, 54% do ano em conforto térmico e 26% do ano em desconforto por calor, para solucionar estas condicionantes vê-se a necessidade de apresentar no projeto, elementos que auxiliem na ventilação natural durante o período quente além de sombreamento para evitar ganhos solares nos períodos mais quentes sem prejudicar a iluminação natural no edifício ou evitar a entrada dos raios solares no período de inverno, e por fim a  inércia térmica para diminuição das amplitudes térmicas internas e um atraso térmico no fluxo de calor  durante o período frio.
O local de implantação deste projeto situa-se em uma área no interior do campus da Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho” de Presidente Prudente. Optou-se pela área próxima ao CEMAARQ (Centro de Museologia, Arqueologia e Antropologia), por se tratar de uma área de menor fluxo viário e maior proximidade ao bosque, além de ser um equipamento pouco frequentado pelos estudantes da Universidade, porém, é frequentemente visitado por escolas infantis, dessa forma, seria relevante integrá-lo no projeto, assim como o Centro de Estudos em Leitura e Literatura Infantil e Juvenil, uma biblioteca infantil localizada ao lado do Museu, elaborando-se  um programa de integrações destes elementos com a área escolhida. Em relação ao bosque ele se adequa a metolodologia de ensino montessoriana, pois tem em uma de suas diretrizes fundamentais o contato com a natureza,o terreno seria benéfico para o aproveitamento de uma natureza proveniente do local, e ao mesmo tempo, ajudando a recuperar uma área que encontra-se degragada e abandonada.  O local escolhido tem predominância de ventos de leste, portanto, para a implantação, é necessário considerar as questões térmicas e de orientação solar em relação as possíveis aberturas no projeto.
O projeto possui 3.702,50m²,  com com 10 salas, do período “agrupada I” ao 5º Ano com crianças de 1 a 9 anos (creche + fundamental 1) cada sala contando com capacidade máxima para 24 alunos. Optou-se por utilizar o portão já existente nos fundos do campus, de modo a criar um fácil acesso para a entrada e saída de pais e alunos, assim como a ampliação deste, para a maior comodidade destes. Logo a direita da via que leva ao portão, localiza-se um estacionamento, e ao atravesar a via encontra-se o bloco de aulas, com integração com o CEMAARQ e a biblioteca infantil. Já a esquerda, na porção sudoeste, junto ao bosque, está localizada a horta, local para realização de aulas de meio ambiente, além de promover um espaço de contato com a natureza, preexistente do bosque. O projeto conta com estrutura em alvenaria convencional, utilizando tijolos ecológicos, um teto-verde para melhor conforto térmico, visual e sensorial, e para proteção das fachadas com maior incidência solar, projetou-se elementos que formam uma trama verde para proteção e fomenta questões lúdicas nas crianças.
O método montessoriano foi desenvolvido pela médica e pedagoga Maria Montessori, caracterizado por “dar ênfase na autonomia, liberdade com limites e respeito pelo desenvolvimento natural das habilidades físicas, sociais e psicológicas da criança.”
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elcitigre2021 · 2 years ago
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Carl G. Jung - Holismo
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Carl Gustav Jung (Kesswil, 26 de julho de 1875 — Küsnacht, 6 de junho de 1961) foi um psiquiatra suíço e fundador da psicologia analítica, também conhecida como psicologia junguiana.
Jung propunha uma atitude humanista frente aos pacientes psiquiatricos. O médico deveria "propor perguntas que digam respeito ao homem em sua totalidade e não limitar-se apenas aos sintomas".
Desde cedo ele já adiantava a idéia do que hoje está ganhando força em todos os campos com o nome de "Holismo", o ponto de vista do homem integral.
Evitava generalizar um método, uma panaceia para um determinado tipo de anomalia psíquica. Cada encontro é único e, sendo assim, não pode incorrer em qualquer tipo de padronização, essa era a linha de seu tratamento.
A compreensão da criação de símbolos era crucial para o entendimento da natureza humana, observou ele.
Então explorou as correspondências entre os símbolos que surgem nas lutas da vida dos indivíduos e as imagens simbólicas religiosas subjacentes, sistemas mitológicos, e mágicos de muitas culturas e eras.
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O inconsciente pessoal inclui conteúdos mentais adquiridos durante a vida do indivíduo que foram esquecidos ou reprimidos, enquanto que o inconsciente coletivo é uma estrutura herdada comum a toda a humanidade composta dos arquétipos - predisposições inatas para experimentar e simbolizar situações humanas universais de diferentes maneiras.
Há arquétipos que correspondem a várias situações, tais como as relações com os pais, o casamento, o nascimento dos filhos, o confronto com a morte. Uma elaboração altamente derivada destes arquétipos povoa todos os grandes sistemas mitológicos e religiosos do mundo.
Carl Gustav Jung morreu a 6 de junho de 1961, aos 86 anos, em sua casa, nas margens do lago de Zurique, em Küsnacht após uma longa vida produtiva, que mudou radicalmente conceitos na Antropologia, na Sociologia e na Psicologia, bem como nos campos da Arte, da Literatura e da Mitologia.
Não preciso dizer que sou fã do trabalho desse humano. Uma mente a frente de seu tempo que nos dá hoje as respostas que precisaremos amanhã.
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filipedama · 4 years ago
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Marte. Aquarela, acrílico e óleo sobre tela 50x50x2cm. Dezembro, 2018. A arte opera seu milagre de modo radicalmente diferente. Ela não se orienta por campo dos ideais, mas pelo real: aquilo que não engana... o que às vezes é um mistério até para o próprio artista. Marte retrata uma busca identitária acerca da fé; do amor; da literatura; do ser homem; do sertão; da geografia humanista; da relação com a terra e toda cultura que envolve essa relação. Sendo o próprio criador o principal ser em análise a partir das relações interpessoais com Marte; a mãe; a vivência do 1° Encontro de Estudos Rurais da UFVJM; a obra O Grande Sertão Veredas de Guimarães Rosa; o cenário da Serra do Espinhaço em contraste a zona rural de Peçanha-MG e finalmente com questões subjetivas(?) com a trilha sonora de Déa Trancoso @deatrancoso_oficial e sua ligação com religiões de raízes africanas e indígenas. Seu enredo musical foi de grande inspiração, sua música falada com a presença de um silêncio profundo, que exerceu o papel de uma voz acusmática que promove um contato com o que nos constitui internamente através do som. Marte é dotado de um caráter subversivo, transformador, é a tradução de manifestação primitiva de origens psíquicas e espirituais por meio da arte! Marte é filosofia, religião, arte, ciência e sobretudo sentimento! #OleoSobreTela #OilPainting #OlioSuTela #HuileSurToile #Painting #Peinture #Painter #Pintor #Peintre #Pittore #Quadro #Cuadro #Pintura #Marte #Mars #March #Philosophy#Science #Religion #Faith #Arte #Artist #Gallery #ContemporaryArt #GeografiaHumanista #Sertão #DéaTrancoso #Sublimação #Sublimation  #Antropologia #Antropology #Cultura #Culture
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caiquesouza · 4 years ago
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A vida bate forte e não está pra brincadeira.
“Ninguém vai bater mais forte do que a vida. Não importa como você bate e sim o quanto aguenta apanhar e continuar lutando; o quanto pode suportar e seguir em frente. É assim que se ganha.”
Rocky Balboa
Poucos filmes na história do cinema mundial são tão expressivos e atemporais quanto “Rocky: Um Lutador”.
O desenrolar da trama não guarda qualquer enigma. Rocky segue, basicamente, a ideia da “Jornada do Herói”, usada em diversos filmes, partindo da filosofia - se é que posso chamá-la assim- do professor Joseph Campbell, mitologista, escritor, conferencista e professor universitário norte-americano.
Entretanto, eu não estou aqui para falar sobre antropologia da religião, literatura, filosofia ou qualquer outro assunto complexo digno de ser discutido numa mesa de bar, depois de tomadas umas sete garrafas de uma cerveja ruim qualquer; é sobre a vida, e, principalmente, sobre como ela pode te nocautear - ou pelo menos tentar.
A verdade é que somos eternos entusiastas treinando - rigorosamente ou não - para continuar de pé, queda após queda.
Cada esforço incessante para se manter em pé é imprescindível. O décimo quinto assalto estará sempre muito distante.
A torcida estará repleta de apostadores, uns contra e outros a favor. Alguns querem apenas um belo show. E nós daremos isso a eles.
Uma queda, duas quedas, socos, sangue e muito suor, mas nos mantenhamo de pé. Este azarão um dia cairá, mas não será hoje que daremos esse gostinho a eles.
Aos que apostaram a favor: paciência. Vocês terão a sua parte. Amanhã serei eu na plateia e vocês aqui no ringue.
Rocky é sobre o cotidiano de um homem comum, desafiado pela vida e necessidade de superação. Apollo Creed não é - e nunca será - o antagonista mais proeminente; é a vida: desafiadora, sagaz, imprevisível e imbatível.
No final das contas, eu não espero que - como Rocky - vençamos no décimo quinto assalto. Diante de um adversário tão nobre, eu me contento com um singelo prêmio de consolação.
Texto: Caique Souza
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renansalotto · 4 years ago
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livro a dádiva - como o espírito criador transforma o mundo
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A Dádiva. considerada a obra-prima de Lewis Hyde. parte da premissa que toda obra de arte é uma doação e não um produto. A partir de referências à história. à literatura e à antropologia. o autor constrói seu argumento de que o produto do fazer artístico é uma doação e não uma mercadoria. Hyde ainda mostra como o "comércio do espírito criativo" funciona na vida dos artistas e na cultura como um todo. O conflito. tanto na arte quanto no cotidiano. entre oferecer dádivas e vender commodities foi o que motivou o autor a escrever esta obra multidimensional. A publicação do livro nos EUA. na década de 80. causou grande impacto. As ideias de Hyde foram atacadas em uma feroz crítica no New York Times. rebatida por uma carta na revista The Times. O texto que ganhou status de manifesto foi escrito por um grupo de artistas que acolheram o livro. Entre eles. nomes de peso: Robert Pinsky. Donald Hall e Gary Snyder. Uma das bases do pensamento de Hyde consiste na ideia de que a troca de dádivas difere da troca de commodities porque cria um vínculo emocional. ao passo que comprar ou comercializar coisas não. Um dom que não pode ser doado deixa de ser um dom. Esta conclusão suscitou diversas discussões no meio artístico norte-americano que reveleram o seguinte dilema: "Se os trabalhos criativos não necessariamente possuem qualquer valor de mercado. como os artistas sobrevivem"? Hyde dá exemplos de criadores que não se submeteram ao mercado. Ao analisar a vida e a obra dos escritores Walt Whitman e Ezra Pound. ele examina o papel do artista como benfeitor público. Apesar de analisar estas duas figuras radicais. em sua reflexão Hyde também mostra caminhos que apontam para um ponto de equilíbrio entre o fazer artístico e o mercado.
https://www.amazon.com.br/D%C3%A1diva-Espirito-Criativo-Transforma-Mundo/dp/8520008240/ref=sr_1_1?__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&crid=3RL6W33LQAZ0A&dchild=1&keywords=a+d%C3%A1diva+como+o+esp%C3%ADrito+criador+transforma+o+mundo&qid=1601843241&sprefix=a+d%C3%A1diva+%2Caps%2C267&sr=8-1
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antifaputin2020 · 5 years ago
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O que foi o movimento de eugenia no Brasil: tão absurdo que é difícil acreditar
O que foi o movimento de eugenia no Brasil: tão absurdo que é difícil acreditar
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Eugenia é um termo que veio do grego e significa ‘bem nascido’. “A eugenia surgiu para validar a segregação hierárquica”, explica ao VIX a pesquisadora Pietra Diwan, autora do livro “Raça Pura: uma história da eugenia no Brasil e no mundo”.
Por TIAGO FERREIRA, do Vix
Como a eugenia nasceu
A ideia foi disseminada por Francis Galton, responsável por criar o termo, em 1883. Ele imaginava que o conceito de seleção natural de Charles Darwin – que, por sinal, era seu primo – também se aplicava aos seres humanos.
Seu projeto pretendia comprovar que a capacidade intelectual era hereditária, ou seja, passava de membro para membro da família e, assim, justificar a exclusão dos negros, imigrantes asiáticos e deficientes de todos os tipos.
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Para isso, ele analisou a biografia de mais de 9 mil famílias.
“Galton pretendeu estender as implicações da teoria da seleção natural, indicando que os seus estudos demonstravam que além da cor do olho, feição, altura e demais aspectos fisiológicos, também traços comportamentais, habilidades intelectuais, poéticas e artísticas seriam transmitidas dos pais aos filhos”, descreveu o pesquisador Valdeir del Cont, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
O projeto da eugenia foi apresentado ao mundo pela Grã- Bretanha e colocado em prática pela primeira vez nos Estados Unidos.
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Movimento de eugenia no Brasil
O Brasil não só ‘exportou’ a ideia como criou um movimento interno de eugenia.
Médicos, engenheiros, jornalistas e muitos nomes considerados a elite intelectual da época no Brasil viram na eugenia a ‘solução’ para o desenvolvimento do país.
Eles buscavam, portanto, respaldo na biogenética (ou seja, nos estudos e resultados de pesquisa de Galton) para excluir negros, imigrantes asiáticos e deficientes de todos os tipos. Assim, apenas os brancos de descendência europeia povoariam o que eles entendiam como ‘nação do futuro’.
Segundo a antropóloga social Lilia Schwarcz, a eugenia oficialmente veio ao país em 1914, na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, com uma tese orientada por Miguel Couto, que publicou diversos livros sobre educação e saúde pública no país.
Couto via com maus olhos a imigração japonesa e anos mais tarde, em 1934, seria um dos responsáveis por implementar um artigo na Constituição da época que controlava a entrada de imigrantes no Brasil.
Nos primeiros anos do século XX, porém, havia no Rio, então capital brasileira, a ideia de que as epidemias brasileiras eram culpa do negro, recém-liberto com a abolição da escravatura (1889).
Portanto, para parte da elite intelectual da época, a eugenia seria uma forma de ‘higiene social’, tanto que “saneamento, higiene e eugenia estavam muito próximas e confundiam-se dentro do projeto mais geral de ‘progresso’ do país”, conforme assinalou a pesquisadora Maria Eunice Maciel, professora do Departamento de Antropologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Renato Kehl: o pai da eugenia no Brasil
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Quando se deparou com a tese orientada por Couto, o médico e sanitarista Renato Kehl (1889-1974), considerado o pai da eugenia no Brasil, achou que a comunidade científica tinha que se esforçar mais.
Ele acreditava que a melhoria racial só seria possível com um amplo projeto que favorecesse o predomínio da raça branca no país.
A professora Maria Maciel enumera algumas das ideias de Kehl: “segregação de deficientes, esterilização dos ‘anormais e criminosos’, regulamentação do casamento com exame pré-nupcial obrigatório, educação eugênica obrigatória nas escolas, testes mentais em crianças de 8 a 14 anos, regulamentação de ‘filhos ilegítimos’ e exames que assegurassem o divórcio, caso comprovado ‘defeitos hereditários’ em uma família”.
Kehl conseguiu trazer diversas autoridades médicas para levar o projeto de eugenia adiante: um deles é Gonçalves Vianna, da então Liga de Higiene Mental do Rio Grande do Sul. Outra figura bem conhecida era o radialista Roquette-Pinto, que liderou o Congresso de Eugenia no Rio, em 1929.
Nesse congresso, que reuniu dezenas de médicos e biólogos favoráveis à ideia de eugenia, eles classificaram pessoas com deficiência, como cegos, surdo-mudos e pessoas com deficiência mental, por exemplo, de ‘tarados’ – ou seja, um mal a ser combatido para que a ‘raça superior’ prevalecesse.
Mulheres eram tidas como ‘procriadoras’ e a eugenia, para eles, era uma forma de “advertência do perigo que ameaça a raça com o feminismo”, como assinalou Maciel.
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Na mesma época, chegou a ser organizado um “Concurso de Eugenia” que serviria para premiar as 3 crianças que “mais se aproximassem do tipo eugênico ideal”, conforme anunciava o cartaz.
As ‘vencedoras’ do concurso eram todas garotas, brancas, que foram classificadas como “boas procriadoras”.
Segundo Pietra Diwan, em escala nacional e política a eugenia era um “superprojeto”, porque permitia identificar as características raciais e físicas consideradas ‘ruins’ pelos mais ricos da época e “cortar o mau para desenvolver apenas as boas características em cada pessoa”. Intelectuais contra e a favor da eugenia
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Quem era a favor
Nas décadas de 1920 e 30, o pensamento eugenista cooptou muitos nomes influentes, como Júlio de Mesquita, proprietário do jornal O Estado de S. Paulo; Oliveira Vianna, jurista e sociólogo considerado ‘imortal’ pela Academia Brasileira de Letras; e o fundador da Faculdade de Medicina em São Paulo, Arnaldo Vieira de Carvalho – que dá nome à conhecida “avenida doutor Arnaldo”, no centro da capital paulista.
O renomado autor de “Sítio do Picapau Amarelo”, Monteiro Lobato, não só era bastante próximo de Renato Kehl, como chegou a escrever um livro baseado nas ideias de eugenia.
Publicado em 1926, “O Presidente Negro – O Choque das Raças” falava de um homem negro que assumiria a Casa Branca no ano de 2228 e uniria todos os brancos dos Estados Unidos a ponto de esterilizar e exterminar os negros de seu país.
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Pouco depois de lançar o livro, Lobato menciona o amigo em termos que hoje soam assustadores:
“Renato, tu és o pai da eugenia no Brasil e a ti devia eu dedicar meu Choque, grito de guerra pró-eugenia. Vejo que errei não te pondo lá no frontispício, mas perdoai a este estropeado amigo. Precisamos lançar, vulgarizar estas ideias. A humanidade precisa de uma coisa só: póda. É como a vinha”.
Não tinham opinião clara
Após a proclamação da República, o Brasil vivia um novo momento. Os negros recém-libertos disputavam mercado de trabalho com imigrantes de diversas partes do mundo (como Japão, Itália, Síria e judeus refugiados, para citar alguns), fazendo com que a unidade brasileira fosse repensada.
Foi nesse contexto, em 1933, que o escritor pernambucano Gilberto Freyrepublicou “Casa Grande e Senzala”, livro que revolucionou a antropologia brasileira ao mostrar como a miscigenação tornou-se um traço único do Brasil.
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Pietra Diwan afirma, porém, que as ideias de Freyre não se tratavam de um contraponto à eugenia. “É controverso. Na minha visão, ele tenta justificar o preconceito no Brasil através da miscigenação. Ele critica sim a segregação. Mas o perigo da miscigenação nesse contexto é o branqueamento, que se tornou a proposta de alguns: ‘bom, vamos miscigenar porque branqueia e elimina os caracteres ruins da sociedade’”.
Freyre era próximo de Renato Kehl e considerado um dos grandes gênios brasileiros por Monteiro Lobato. Ainda assim, diz Pietra, “Freyre não era do movimento eugenista. Digo que ele é entendedor”.
Nem mesmo os modernistas, que tinham como proposta enaltecer a ‘raiz’ do Brasil no campo da literatura e das artes plásticas, foram totalmente contra a eugenia. “Grande parte dos modernistas seguiu em busca de um país natural, puro, das imagens dos indígenas, mas eles excluem completamente os negros. Eles não contemplam a totalidade da sociedade brasileira naquele momento”, reflete Pietra.
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Quem era contra
Um dos maiores opositores ao ideal de eugenia foi o médico sergipano Manoel Bonfim. Em 1905, ele publicou uma obra que irritou a comunidade médica: o livro “A América Latina: males de origem”. Ele chamou a eugenia de “falsa ciência” e expôs o preconceito declarado dos europeus em relação aos latino-americanos.
“O livro é uma analise das causas da miséria e do atraso geral do continente, em que desmascarava o chamado racismo cientifico”, explica o sociólogo Jefferson Medeiros, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). “A formulação dada por Bomfim em contraposição ao que era vigente na época sobre o fator das raças serem as causas do subdesenvolvimento leva-o a formular a tese do parasitismo social”.
(Parasitismo social é a ideia de que os países ricos invadem as nações para extrair a riqueza e fazer dos nativos uma classe dominada.)
(h4>Eugenia na atualidade
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Relatos e provas da violência generalizada devido ao Holocausto promovido pela Alemanha nazista fizeram com que houvesse um “constrangimento internacional em relação à eugenia”, segundo Pietra.
De qualquer forma, esse pensamento persiste, sim, em nossa sociedade. “Se hoje não existe uma eugenia institucionalizada, existe um pensamento eugenista incrustado na mente do brasileiro. Não nos damos conta porque ele é tão naturalizado, que a gente vê sempre como uma piada ou uma justificativa de diferenciar o seu lugar em relação ao outro”, explica a pesquisadora.
Piadas corriqueiras como “segunda-feira é dia de branco” ou “sou pobre, mas sou limpinho” são alguns exemplos de como a eugenia chegou aos nossos tempos.
Pietra atribui a persistência desse discurso aos programas televisivos, ou seja, “a indústria de consumo e a cultura de massa no Brasil”. Mais uma vez, trata-se de uma herança norte-americana. “Essa cultura vem essencialmente dos Estados Unidos, através de Hollywood e dos bens de consumo”, diz a pesquisadora.
“O termo eugenia pode ter desaparecido, mas as perguntas, o pensamento e a preocupação permaneceram”, diz a pesquisadora brasileira, que atualmente trabalha sua tese de doutorado relacionando a eugenia nos Estados Unidos.
Pietra diz que, naquele país, a eugenia é institucionalizada nas relações sociais – algo que se comprova com a clara distinção entre brancos e negros em todas as esferas.
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