#justificativa vazia
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ela disse adeus
Lágrimas negras com rímel, lenços e mais lenços diante do espelho sujo. Se despedia do banheiro, do aparelho de barbear, das escovas juntas e do próprio rosto. Não havia tristeza real no ritual, apenas a certeza vazia da melhor escolha sem sinais de amor. Este já sepultado e esquecido, perdido nas mais longas conversas sobre o que era o veneno entre as flores. Ela disse mais uma vez o que podia, o que queria, o que precisava. Ela repetiu como prece as juras, tentou se convencer da mudança, até que morressem todas as borboletas. Ele se perdeu em justificativas, como se ainda houvesse pelo que lutar. Sempre o último a saber. Então ela chorou no banheiro, em frente ao espelho que não veria outra vez. Chorou por ninguém, só porque é triste o fim. Outro amor se acabou.
#liberdadeliteraria#espalhepoesias#pequenosescritores#eglogas#poecitas#projetocores#meuprojetoautoral#lardepoetas#lardospoetas#mentesexpostas#arquivopoetico#pescmembros#rvb#reverberando#musicais#ela disse adeus#os paralamas do sucesso
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The Story Of Us — Final
— Um amor para a vida inteira Segundo Ato: All of The Girls You Loved Before
notas: o final do último capítulo... uau. chegou mesmo! espero que gostem, e aguardem com tanta esperança o epílogo.
A claridade faz seus olhos doerem por um breve segundo, fazendo com que cerre as pálpebras novamente. Esqueceu de fechar a janela. O brilho do Sol e o vento gélido entram e bagunçam as cortinas, você se aperta contra o torso entrelaçado no seu, aninhando-se mais no peito em que adormeceu.
O cheiro tão único preenche seus sentidos, e você sorri para si mesma. Levanta o rosto, abrindo os olhos já confortáveis com a luz, encontrando os dele preguiçosamente fechados.
Desde que Renjun admitiu que ainda te amava até hoje, um caminho longo foi percorrido. De início, você escolheu não acreditar. Até fugiu para casa de sua mãe por uma semana, o tempo máximo que Kun conseguiu encobrir as faltas sem justificativa no trabalho.
Depois disso, fugiu dele novamente; evitando-o, no entanto, dessa vez. Não respondia as mensagens direito, não estava aberta a conversas, fingia que nada daquilo era real. A verdade é que a confusão na sua cabeça estava te sabotando, dando muito trabalho ao namorado. Mas ele conseguiu.
Custou um pouco até que conversassem, porém valeu a pena cada investida. Cada vez que ele apareceu de supetão na porta do seu apartamento, no escritório, que te levou para jantar, que jogou cantadas idiotas entre as esquinas vazias da cidade para te reconquistar. Custou muito, só que foi justo. Estar contigo é valioso demais.
— Bom dia… — a voz manhosa interrompe o filme que passa na sua cabeça. — Acordou tem muito tempo?
Você balança a cabeça ainda sorrindo, afastando os cabelos desgrenhados dos olhinhos pesados.
É real. Demais.
— Que foi, hein? — ele se ajeita, chegando o tronco para cima para poder te ver melhor. — Panqueca em troca do que você tá pensando.
— A gente concordou em parar com o suborno, Jun.
Ele solta uma risada sincera. Como algo poderia preencher sua mente senão este som, este sorriso, esta vida que escolheu reconstruir com ele?
— Já entendi. — o carinho no seu braço arrepiado aquece a área. — Mas vou fazer panqueca mesmo assim porque você merece. — os lábios desenhados deixam um selar amoroso nos seus, e ele deixa o quarto para cumprir a missão quase diária do café da manhã na cama.
Não demora até que volte, mas o capricho na bandeja te anima na manhã de Sábado. As panquecas douradas no seu prato estão adornadas com morangos cortados em formato de coração e um pouco de mel, além da companhia do café preto frutado que é o seu favorito.
— Obrigada, chef. Tá muito bonito. — diz ao passo que oferece ajuda para colocarem a bandeja no colchão sem derramar nada.
Renjun espera ansioso pela sua primeira garfada, ama quando você aprecia a comida dele. Por isso, sorri grande quando te vê fechar os olhos em apreciação e deixa alguns beijinhos na sua bochecha quando você rasga elogios para ele.
— Você pensou sobre… aquilo? — ele indaga enquanto mastigam, após um silêncio confortável ter caído sobre o cômodo.
Seus olhos batem na caixinha preta que exibe o diamante solitário sobre a cômoda ao lado de Renjun.
Se não fosse o calmante que Jaemin o forçou a tomar, com certeza teria desmaiado. Mal teve tempo de calcular tudo, quando viu, já estava com o joelho no chão, com a pequena caixa revestida de veludo aberta e com o estômago revirando à espera do seu sim.
Por volta do quarto mês do segundo namoro, Renjun decidiu te provar mais ainda que não estava brincando sobre o quanto te amava. Comprou o anel, te levou ao encontro mais privado possível e, quando não se aguentou mais, fez a pergunta que estava entalada na garganta.
Apesar das lágrimas emocionadas e da cara de choque, você ainda não tinha certeza se responder era o certo. Ajoelha-se e tira a caixa da mão dele, sem saber o que fazer e calculando cada palavra que viria a seguir.
— Meu amor, eu te amo tanto… — afaga as bochechas do namorado, que tem o olhar aterrorizado. — Ainda tem muito tempo pra gente… pra gente fazer isso.
— Você quer terminar?
— Claro que não, Jun. — suspira nervosa. — Só preciso de tempo pra pensar.
— Me perdoa, eu… eu estraguei tudo, né?
— Para de pensar besteira. — aperta as mãos dele nas suas. — Vamos dar tempo ao tempo.
Foi difícil por umas semanas, Renjun ficou com vergonha. Quem teve de reconquistar foi você, mas logo tudo ficou bem de novo. Às vezes ele tinha medo de tocar no assunto por receio de parecer que estava te pressionando a algo, portanto, nunca mencionava.
Entretanto, aquela caixinha vinha o assombrando demais nos últimos dias, por isso tomou coragem de lembrar da pendência que estava coberta desde então.
Você aperta os lábios, respirando fundo. Não é segredo que a insegurança de tomar decisões sempre fora um defeito seu, já machucou muitas pessoas por isso, também a si mesma. Queria fazer diferente daqui para frente.
Não foi há muito tempo que decidiu sua resposta, custou um choque de realidade e um tempo sozinha com os monstros da sua cabeça para enfrentá-los e enxergar o certo.
Voltou para seu quarto com a xícara quente de chá para Renjun, que encarava a parede tomada por inúmeras fotos que você havia tirado. Repousa a mão sobre o ombro forte, entregando-o a bebida com cuidado. Ele sorri em agradecimento, bebericando o líquido quente e voltando a mirar as memórias expostas no mural.
— Você é muito boa nisso. Essa é minha favorita. — ele aponta para uma de suas primeiras fotos, a borboleta exibindo suas asas coloridas no banco do parque.
— Tem um tempo que não tiro foto, devo ter perdido a mão. — sorri sem graça, corando com o elogio.
— Quem é esse? — Renjun joga a cabeça para o lado, pousando o indicador numa das fotos que tirou de Jaehyun na cabine de seu avô.
Ele estava rindo como uma criança de algo que passava na TV, as covinhas e as rugas no nariz seduziram sua lente em segundos, você se lembra.
— Um… amigo? Nem eu sei.
— Vocês, é… vocês namoraram? — ele bebe outro gole do chá na esperança do comichão na barriga ir embora.
— Não foi muito bem isso. É uma história longa. — você confessa. — Não sei o que essa foto tá fazendo aqui ainda. — um pouco irritada pela lembrança, arranca a foto da parede e substitui por outra rapidamente.
— Tá tudo bem, ei… — Renjun abandona a xícara na escrivaninha e acaricia seu rosto para acalmá-la. — Eu também tive situações que terminaram mal.
— Sério? — com um risinho triste nos lábios, você o instiga a continuar a falar.
— Uma menina da Polônia… É complicado. — bufa e revira os olhos, odiava essa parte de sua vida. — A gente saiu uns dias, ela ficou meio obcecada, mas eu não vi isso na época. Inventou que tava grávida de mim, a família dela forçou um casamento…
— Renjun Huang, você é divorciado? — a risada que dá é nervosa, falsa que só. O coração apertou ao ouvir as palavras grávida e casamento.
— Não. Não! — aproxima ainda mais seus corpos, percebendo que você tinha tomado uma distância. — Acabou que o cara que era o pai da criança apareceu com teste de paternidade. O pai dela quase me deu um carro de presente pra pedir desculpas.
— Meu Deus…
A sua cara de susto aciona um alerta na mente de Renjun. Ele afrouxa o aperto e você vira de costas para ele, refletindo o que acabou de ouvir. Não está julgando, claro que não. Mas… quase casamento… uau.
— Tá… tudo bem?
Não estava. E não ficou por uns dias. Nem você entendia o motivo pelo qual aquilo tinha te abalado tanto. Ciúmes? Medo? O que exatamente era aquilo?
Como ironia do destino, em uma das noites que decidiu caminhar para espairecer, o clima frio beijava seu rosto quando avistou ao longe Jaehyun, sua agora esposa e… um bebê. Eles estavam saindo da loja, o homem com o filho no colo enquanto a mulher trancava a porta e ajeitava o carro. Antes que pudesse dar meia volta, a cena te prendeu mais uns instantes, e ficou impressa na sua mente por mais algumas horas.
As luzes das ruas se apagavam à medida que o alvorecer tomava conta do dia. A noite mal dormida lhe rendeu um coração arrependido depois de ter se lembrado do tempo que passou com Jaehyun. Ele foi quem te fez perceber mais ainda, na época, que Renjun foi quem mais te fez sentir amada. E ainda faz.
A história do casamento parecia tão pequena agora.
Assim que ficou pronta, saiu com pressa na direção contrária da editora, seu destino era outro. A agência mal tinha aberto as portas quando você chegou lá. Jaemin olhou assustado para a entrada, sem saber o que a teria levado ali tão cedo.
— O que hou…
— O Renjun tá aqui?
Ouvindo sua voz, Renjun aperta os passos e atravessa a porta que separa a área restrita da parte da frente do recinto. Ele te fita, você está esbaforida e o cabelo foi arruinado pelo vento. Ainda assim, nunca esteve tão linda.
— Me desculpa, Jun. Eu fiquei com ciúmes e… nossa, fui uma babaca. Me perdoa, eu não ligo pra nada disso, pra ninguém que veio antes de mim porque… porque eu te amo mais.
Ele sorri e passa as mãos pelos cabelos. Como é bobo.
— Eu te amo mais do que qualquer outra pode ter amado, Renjun. E pra mim… sempre foi você.
Renjun limpa a garganta, nervoso com o seu silêncio. Ainda aguarda que você diga algo.
— Você pensou ou…?
Controlando um sorriso, você se levanta e pega a caixinha, voltando para a cama com ela em mãos.
— Pensei, Jun. — entrega o objeto para ele, suspirando. O olhar esperançoso dele se desfaz aos poucos, entendendo tudo errado.
— Olha, eu… eu entendo. Tá tudo bem.
— Do que você tá falando? — você pergunta rindo. Estende a mão para o namorado, balançando os dedos. — Eu quero me casar com você.
Ele arregala os olhos, seguindo seu sorriso. Renjun toma você nos próprios braços num enlace apertado, nunca mais te deixaria escapar. Entre muitos beijinhos, ele abre a caixinha e põe o anel perfeito no seu dedo anelar.
— A gente tá noivo! — ele exclama baixinho, quase explodindo de felicidade.
Um dia antes do casamento, você esconde o vestido às pressas ao ouvir os passos de Renjun se aproximando do seu quarto bagunçado. A caixa com as pastas está na cama à espera dele, que insistiu para que você tomasse coragem para abrir.
— Por que não abre logo? — Ele indaga, escorado no batente da porta do quarto. Sorri de canto, mordendo os lábios, tímido. — Até eu tô curioso.
— Não vai ficar com ciúmes? — Você implica, fazendo o noivo revirar os olhos. Ele dá alguns passos até você, afasta a caixa para o lado e se senta na sua frente. Entrelaçam os dedos delicadamente, o carinho te acalma por inteiro.
— Talvez... — O homem estala os lábios, parece pensar no que dizer. Quer te convencer a tirar o band-aid de uma vez. — Vou te confessar que eu tô muito ansioso pra saber o que você escreveu sobre mim, sobre quando namoramos a primeira vez. — Ele esconde o rosto com as tuas mãos, rindo de nervoso.
— Então você tá me rondando por isso, é? — Gargalha quando ele expressa a culpa na face bonita. — E eu achando que você tava tentando me ajudar!
— Também. Todas essas memórias... — Ele acaricia tua mandíbula devagar, olhando cada detalhe teu. — Te trouxeram pra mim. Do jeito que você é.
As borboletas bem conhecidas despertam no teu estômago. Este homem é, sem dúvidas, o amor da tua vida. Por isso que, ao reencontrá-lo, não deixou que ele escapasse novamente.
Então, por que reviver o passado? Como ele disse, além de ele mesmo ter um espaço reservado dentro da caixa para o que viveram há algum tempo atrás, tudo aquilo te ajudou a descobrir o caminho até o teu agora, que em breve seria para sempre.
— Promete que não vai rir, nem me julgar, nem ficar com raiva, ou com ciúmes? — Você pede, quase abrindo a tampa. Sabia que ele riria em algum ponto e também que não te julgaria. Mas...
— Você vai me deixar ver? Sério? — Os olhos brilham de animação. Você apenas assente, e ele se aproxima ainda mais.
Deixa a tampa de lado depois de tirá-la e sorri, se lembrando da própria organização. As pastas coloridas, uma para cada amor, dispostas por ordem cronológica te trazem nostalgia, e você nota a garganta embargar. Já fazia algum tempo do último contato.
Pega a primeira de todas, rosa bebê, e lê o nome Jaemin Na na fronte, escrito com tua caligrafia adolescente. Nunca abriu esta pasta antes, apenas a fez para se lembrar do teu primeiro amor e a guardou. Olha para o noivo, que balança as pernas com nervosismo.
— Vamos começar pelo começo, então…
Passam por todos os seus amores, sem nenhum peso distorcendo suas memórias desta vez. Abrir a pasta de Renjun foi divertido, e não doloroso. Principalmente por saber que estariam juntos para sempre.
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Pessoas feridas só falam de si, pessoas curadas só falam de Ti.
Uma fala carregada de “eu”, onde minhas lutas e desafios são evidenciados, onde justificativas são enfatizadas, o foco em tudo que já superei e o quão forte sou, seja por vaidade ou autocomiseração. Acredite, eu sei como é estar nessa estrada.
Sei como é ter o ego como guia, e tentar disfarçá-lo com uma roupagem bonita não muda o fato: ainda é sobre mim, tudo sobre mim. Isso não significa que nosso testemunho não seja legítimo. Muitas vezes, ao compartilhar o que Deus faz em nós, será necessário expor partes da nossa história, o que inclui falar sobre nós. Mas atenção: enquanto o assunto for apenas sobre você, a cura não será possível.
Somos especialistas em dar justificativas para quase tudo, e por experiência própria, pessoas feridas são mestres nisso. Alguns exemplos bíblicos me fizeram refletir sobre esse tema. Lembrei-me de Noemi, que declarou: “Não me chamem de Noemi, chamem-me de Mara, pois o Todo-poderoso tornou minha vida muito amarga! Parti de mãos cheias, mas o Senhor me trouxe de volta de mãos vazias. Por que me chamam de Noemi? O Senhor colocou-se contra mim! O Todo-poderoso me trouxe desgraça!” (Rute 1:20-21).
“Parti de mãos cheias, mas o Senhor me trouxe de volta de mãos vazias…” Foi fácil para Noemi encontrar um culpado para sua desgraça. Ela havia perdido marido e filhos, estava desamparada, e seu primeiro pensamento foi: “O Senhor está contra mim.” Noemi não conseguia enxergar além de si mesma e suas dores; não compreendia o todo de Deus, nem por quais caminhos Ele ainda a conduziria.
Somos assim, parecidos com Noemi. Esse é o nosso primeiro pensamento quando o ego nos conduz: alguém além de mim é culpado pelas minhas dores. Temos muitos “culpados”, mas, dentre todos, o Senhor parece ser o nosso alvo favorito. Marta de Betânia disse: “Se o Senhor estivesse aqui, meu irmão não teria morrido!”
No entanto, vemos o oposto na vida de outra mulher do Novo Testamento. Uma mulher ferida em sua identidade, perdida em relacionamentos desonrosos e em crise espiritual — a samaritana. Ela se escondia de seus compatriotas, buscando água em horários inadequados, vivendo em isolamento social. Mas estava prestes a ter um encontro transformador com Jesus (João 4:4-34).
Durante o encontro, Jesus, e não ela, fala sobre os aspectos de sua vida que provocavam dor. Ele, e não ela, expõe sua dura realidade, revelando a verdade que ela tentava esconder. Ela não se justifica diante Dele; ao contrário, ela simplesmente O reconhece: “Vejo que és profeta!” (v. 19). Jesus, em resposta, lhe oferece uma solução eterna: Ele Se oferece. E, com isso, testemunhamos uma das respostas de fé mais belas da Bíblia. Aquela mulher, que antes se escondia, decide se expor, não por si mesma, mas por Ele. Ela O anuncia: “Deixou, pois, a mulher o seu cântaro, foi à cidade e disse aos homens: Vinde, vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito. Não seria este o Cristo?” (v. 28-29).
A verdadeira cura gera um fiel testemunho.
Eu entendi que pessoas curadas não têm tempo para lamentar o que não aconteceu ou se queixar do que já passou. Pessoas curadas apontam para Cristo, testemunham — ou seja, declaram, confirmam, afirmam, constatam e evidenciam Ele!
Pense sobre isso e sobre como Deus quer usar as feridas cicatrizadas da sua história para curar e tocar ainda mais pessoas. Pessoas como você, que compreenderam que o foco não está em nós, nem nas muitas aflições deste tempo. Que todas as suas dores se tornem um caminho de graça, para que a estrada do ego seja interditada, e pessoas caminhem por vias restauradas por Aquele que faz novas todas as coisas.
Fernanda Zem
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"Esqueça sexo e beijo na boca. É incrível como é possível fazer essas duas coisas sem qualquer intimidade. Passar algumas horas pelados, beijando e transando não é o mesmo que tornar-se íntimo de alguém. A intimidade, para começar, nem é algo físico. Pode até se expressar fisicamente, mas nunca começa por aí. A intimidade mora na alma, na troca de olhares, no silêncio das conversas que dispensam palavras. Acontece no encontro do que há de mais profundo em mim com o que há de mais profundo em você. E isso, muitas vezes, acontece sem sexo. Intimidade é o espaço onde posso existir como sou, com minhas imperfeições, virtudes, posições, pensamentos e vícios. Intimidade é onde posso existir na medida em que o outro me abriga. É poder dizer ao outro aquilo que calo para os demais. De todas as intimidades possíveis entre duas pessoas, nenhuma é mais profunda do que a sinceridade. Intimidade é poder dizer a verdade. Não a verdade absoluta, porque ela não existe, mas poder dizer as minhas verdades. É ter a leveza de um lugar seguro, distante dos juízes que estão sempre prontos para me julgar. Intimidade é raiz que alcança o mais profundo da terra, firmando relacionamentos em solo estável, preparados para enfrentar os vendavais. É lugar onde as mentiras não precisam de justificativas e as verdades não precisam de defesa. E isso não acontece do dia para a noite. Intimidade é construção que demanda tempo e investimento. Por isso há cada vez menos pessoas íntimas: porque a velocidade e superficialidade de tudo colocaram os relacionamentos profundos em extinção. Tudo é líquido. A tragédia é que, sem intimidade, somos escravos da aparência, para agradar outros que também não passam de escravos. A vida sem intimidade é vazia, oca, ilhada – o tipo mais popular do momento." Que esta tarde embora fria nos seja leve! Paz luz e bem! Lucas Lima
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Não era você que sempre estava para quem precisava de ajuda? Que sentia um desejo incontrolável por quem estava vulnerável? Você não vê que quem precisa de ajuda agora sou eu? Ou essa era só sua desculpa para não estar comigo? Talvez fosse mais fácil colocar a culpa na minha dor, usar meu sofrimento como pretexto para a sua ausência. Mas, agora, estou aqui, vulnerável, implorando, enquanto você se esconde atrás de justificativas vazias. Será que a sua ausência é realmente sobre mim, ou é apenas mais uma desculpa para fugir de enfrentar o que sente? Porque, no fundo, a verdade é que quem sempre precisou de ajuda, quem sempre esteve perdido, era você. E agora, ironicamente, é a minha vez de pedir socorro, e você não está aqui para mim
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Baseado em um scenario IMUNDO de uma menina curando depressão com sentada, e eu tô com tanta RAIVA que tô TORCENDO pra autora achar e me mandar apagar por plágio. Bom dia. PRA QUEM?
As coisas iam ser tão mais simples se ela tivesse uma resposta de lá. Aquela altura do campeonato, naquela situação, ela acreditava mesmo que meia carta, um bilhete de uma linha, ia ser suficiente pra acalmar seu coração e fazer ela se sentir melhor; Mais amada, importante, uma preocupação pra ele. Algo que ele estimava, mesmo que só um pouco, a ponto dele se lembrar e mandar pelo menos um conjunto de sílabas perguntando se ela estava bem, mesmo que ele já soubesse da resposta.
E se ele sabia, por que ele não se importava mais? Se ele sabia ou só imaginava como era difícil, por que ele tinha se esquecido dela? Por que ele não conseguia se lembrar nem de terminar com ela? Ela não merecia nem ser libertada daquilo tudo?
Se estava fadada a passar o resto de sua adolescência implorando por aquelas migalhas de atenção e tentando se curar de algo que tinha sido um divisor de águas em sua vida, ela preferia que fosse em silêncio e sem dar trabalho pra ninguém além de sua terapeuta e pais. Tinha isso em mente quando as meninas paravam ela no corredor pra conversar, quando seus professores perguntavam se ela estava se adaptando bem e principalmente quando Aizen Kuchiki se oferecia pra acompanhá-la por aí.
Ninguém precisava saber que estava sofrendo por um menino que não a amava mais, nem que seu coração tinha sido partido por ele mesmo com toda aquela água e terra separando os dois, mas era complicado.
— Ele é meu primeiro namorado, sabe? Acho que só falta compreensão da minha parte, já que eu nunca tinha feito isso antes. — Comentava com o garoto mais alto, abrindo um meio sorriso sem graça, porque ela queria tudo, menos fazer alguém sentir pena dela. — Talvez todos os relacionamentos passem por isso e cobrar não seja um papel que eu tenha que assumir agora. Acontece.
Acontece. Era sua justificativa pra tudo, até pra pequena lágrima que desceu por seu rosto quase sem ela perceber, e que deu brecha pra Aizen aprofundar mais o assunto e só lhe dizer o óbvio: esse garoto te odeia e você merece mais. Muito mais.
E ele não precisou dizer que era sobre ele pra ela saber e o beijar quando o espaço entre os dois acabou. Seria poético se não fosse melancólico, o beijar na praia no fim de tarde, sentindo ele a puxar contra seu corpo antes de tocar seu rosto e afastar todas as lágrimas de suas bochechas. Com carinho e cuidado, do jeito que ela merecia, e do jeito que ele podia e queria proporcionar pra ela. Não era uma das promessas vazias de Hwan, nem um de seus ataques disfarçados de eu sou assim mesmo. Aquilo transbordava cuidado, e pela primeira vez em meses, ela queria se deixar ser cuidada.
E se era naquela sessão de amassos na praia que levou os dois pro dormitório dela, era um mistério, mas com certeza virou um esconderijo quente e seguro: onde ela não podia ser julgada por estar sentada no colo de um garoto que não era seu namorado, devorando a boca dele com tanta fome quanto as mãos dele tocavam e apertavam sua bunda por baixo do tecido do vestido, soltando um gemido baixo cada vez que ele empurrava os quadris dela pra baixo pra encontrar os dele, fazendo ela rebolar em cima dele.
Só aquilo podia mandar a paz de espírito dela pra bem longe, só o calor e todo o desejo transbordando naquele quarto era suficiente pra deixar ela maluca, mas não era suficiente. Ela precisava de mais.
— Eu quero dar pra você. — Ela confessa, os dentes puxando o lábio inferior dele com força, decretando que a Byul chorona na praia tinha sido substituída por outra. — Quantas vezes você quiser me comer.
A Byul de agora sequer lembrava que tinha um namorado, só queria aquele garoto entre suas pernas, e quando ele a jogou por cima da cama e se acomodou entre suas coxas meio nuas, não fez nada pra impedir ele de tirar sua calcinha e cair de boca em sua buceta nem um segundo depois. A Byul de agora só sabia gemer e gritar por Aizen enquanto ele a chupava e lambia, segurando os lençóis com força antes de segurar os cabelos dele, como se ele pudesse sair dali e deixá-la vazia. A Byul de agora sabia que ninguém nunca tinha a dedado daquele jeito, que sua buceta nunca ficou tão molhada e que ela nunca gozou tão rápido na boca de alguém.
— Então esse é o melhor…? — Ela o provoca com um sorrisinho, ainda sentindo as pernas meio trêmulas e a pele queimando com o orgasmo, se apoiando nos cotovelos pra beijá-lo depois que ele desgruda a boca de seu clitóris. — Então eu posso te retribuir com o melhor também, não é?
Ela não se importava com o tom inocente e doce que escorria de suas palavras em um momento tão sujo, ela gostava de parecer uma putinha inofensiva, como se Aizen Kuchiki não tivesse nada pra se preocupar no momento que ele toma a posição de pessoa na cama e ela a de pessoa entre as pernas dele, tocando o contorno de seu caralho por cima da calça, então da cueca, até ela tirar todas as peças de roupa e ele ficar nu. Nu e duro, só pra ela. Só por causa dela, que não faz cerimônia antes de arrastar a língua pelo comprimento do pau, chupar a ponta e o levar pra dentro da boca quente e úmida, mamando com vontade e propósito cada centímetro. Ela não se importa de olhar pra ele com olhos grandes, batendo os cílios longos enquanto o leva dentro e fora da boca, lambendo habilmente onde ela descobre que ele é mais sensível, antes de deixar ele tocar o fundo de sua garganta e ficar lá empalado. Ela quer que ele saiba que ela é uma vagabunda que queria mamar ele daquele jeito desde a primeira vez que o viu, e que ela não se importa com mais nada além dele.
— Você é tão grande. Eu quero sentir você na minha bucetinha… — Pede mais uma vez, deixando o pau dele escapar da boca com um “pop” sugestivo, o punhetando devagar. — Mete em mim, quero tanto seu pau me arrombando sem dó. Por favor.
A voz era carregada de manha e os gemidos também, quando ele a virou e forçou seu rosto contra os travesseiros, deixando seus quadris pendurados no ar e a mercê dele, que começou a descer tapas em sua bunda sem aviso algum até ter ela sem fôlego e soluçando de tesão, balançando a bunda como uma forma de chamar a atenção dele pro quão necessitada ela estava. Uma agonia que termina assim que ele encaixa a ponta em sua entrada e investe para frente nela de uma só vez, abrindo um caminho deliciosamente largo dentro dela, fazendo ela perder o fôlego e rolar os olhos e abrir a boca num gemido mudo.
— Aizen… Aizen… Aizen… — Ela choraminga feito uma cadelinha, a mente nublada com o peso dele dentro dela, empalado tão fundo que suas paredes sensíveis o apertam com força. — Soca dentro, por favor. Soca forte.
Ela aguentava, ela sempre aguentava, mesmo que fosse maior e melhor que seu amante anterior, ia dar aquela buceta como ninguém e fazer ele implorar por ela, porque era tão molhada, tão apertada e chupava o cacete tão gostoso quanto a boca dela, só o incentivando a ir mais fundo e abrir ela toda. Abrir ela pra acomodar só o pau dele, pra ela não querer mais ninguém além dele, porque ninguém ia macetar ela tão gostoso assim.
— Isso! Isso! Assim! Porra, bota lá dentro, mete mais — Gritava de prazer, movendo os próprios quadris pra encontrar os dele, soltando um gemido mais desesperado que o outro ao sentir sua umidade escorrer por suas pernas e o quarto ficar cheio daquele barulho úmido e imundo quando ele atende todos os pedidos dela. — Fode, fode mesmo! Não para! Enche minha bucetinha de porra!
E é naquela troca de desejo e prazer que ela descobre, da forma mais simples e clara, que não precisava de uma resposta do lado de lá pra continuar levando a vida que ela tinha agora. Só precisava encontrar outra pessoa que se importasse com ela, enchendo ela de porra, e depois perguntando como ela está porque ela era uma prioridade, no fim das contas.
Era só trocar de namorado, oras.
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“They don't regret hurting you. So don't feel guilty about cutting them off."
tw: menção indireta à aborto.
O silêncio muitas vezes é a pior arma para se usar contra alguém. Gothel bem sabia, bem usava dessa artimanha quando se tratava de lidar com o filho. Quando criança, o tratamento de silêncio era algo rotineiro, aprendeu então a conversar sozinho, com seus poucos brinquedos ou com algum amigo imaginário que inventava. Dessa vez pelo menos ela mantinha o silêncio com todos da academia, deixando os legados em completo escuro quanto ao acontecido.
Naquela manhã, no entanto, o silêncio foi quebrado. O anúncio oficial da academia não solucionava suas dúvidas, não explicava nada, apenas uma justificativa fraca que Raven não engoliu muito bem. Talvez esse tenha sido seu primeiro erro, não aceitar a desculpa esfarrapada e seguir em frente. Ir até a sala da diretoria e insistir para falar com Gothel foi o segundo erro.
Após uma certa insistência de sua parte, ela finalmente lhe mandou entrar. Detrás da mesa de mogno, o olhar exasperado da mulher subiu para encontrar o do filho. "O que você quer?" questionou em um tom frio, desinteressado.Já esperando e acostumado com isso, Raven apenas se aproximou da mesa com o cenho franzido. "Por que vocês estão mantendo o dragão da Beren afastado dela? Por que demorar três dias pra dizer algo tão besta como Themys foi destruída e vamos reconstrui-la? Eu mandei algumas mensagens, você não viu?" perguntou diretamente. Sua mãe apenas desviou a atenção e voltou a focar nos papéis que lia e assinava, não sabia o que eram mas não deviam ser tão interessantes quanto ela fingia naquele momento.
"Não vi. Não tenho tempo para ficar no ePhone, Jabez. E o que aconteceu foi o que você viu, o dragão daquela garota idiota é louco, isso que dá tentar domar um dragão selvagem." o desprezo na voz alheia era evidente, quase lhe fez se encolher pois seu plano de virar um domador pelo visto não seria bem aceito.
Tentou não deixar nada transparecer na face, mesmo que ela não lhe olhasse, o reflexo era sempre parecer com a expressão dura, vazia. "Não fale assim, essa é a primeira vez que acontece. Separar alguém de seu dragão é cruel." teimou.
Para sua surpresa, porém, Gothel riu. O olhar da mãe subiu para encará-lo, o deboche brilhando nos olhos dela. "E o que você saberia sobre isso? Foi tão inútil quanto ela em eclodir seu ovo. Não que me surpreenda, já esperava algo assim, seu nome combina bem com você, afinal."
Ah, um dos seus pontos fracos. Ser apontado isso era como jogar sal em uma ferida aberta. Jabez, aquele que traz dor e sofrimento. Os punhos ferraram cerrados e um passo para frente foi dado, não abaixava o olhar pois aprendeu a confrontar as palavras da mãe por mais que doessem. "Posso não saber o que é ter e perder, mas entendo o que é não ter." assim como ela antes, a voz saía agora pesada. Mas para seu descontentamento, a mãe atirou: "Você veio aqui só para me irritar? Eu poderia punir você junto com aquela garota. Acha que eu não vi as roupas que ela vestia, Jabez? O que tinha na cabeça ao fazer isso? Não cansa de me envergonhar?"
As palavras cortavam o ar como uma adaga afiada. Raven deu finalmente um passo para trás, como não recebeu nenhuma repreensão, achava que esse detalhe tinha passado despercebido. Antes, porém, que dissesse algo, Gothel continuou: "Lamento profundamente o dia que confiei em Úrsula quando ela disse que aquela maldita poção me daria uma criança como aquela garota mimada. Desde que você nasceu, nunca fez nada direito, até mesmo uma poção dada como certa você conseguiu estragar." a irritação agora era evidente na voz da mulher. Parecia com raiva de suas antigas atitudes, mas pelo visto com raiva ao ponto de colocar a culpa no filho. O que ela queria dizer com aquilo, afinal? "Eu devia ter escolhido a poção para me livrar de você, não te fazer ter o poder dela." o complemento lhe fez finalmente demonstrar alguma emoção. Surpresa. Gothel tinha tentado mexer com magia para influenciar em seu dom?
Embora não entendesse o porquê daquela mulher gerar uma criança se iria odiá-la pelo resto da vida, não imaginava que havia algo mais por trás disso. Engolindo em seco, apertou mais os punhos fechados, as unhas teriam machucado suas palmas se a luva não protegesse os dedos. "Talvez devesse ter me jogado na floresta quando viu que eu não sai do jeito que queria." disparou. Não ficou para trás para ouvir mais palavras ruins, aquele olhar de desprezo podia ser algo que cresceu vendo, mas combinado com tais palavras que tinha ouvido? Doía. Com passos pesados e firmes, saiu dali daquela maldita sala, a porta batendo atrás de si enquanto marchava para longe.
Talvez agora aprendesse que embora o silêncio pudesse ser doloroso, palavras bem manipuladas também podiam trazer agonia e tormento.
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Um dia depois da minha morte
Eu acordo. Ou talvez eu não acorde. Não de uma maneira como antes. Não de uma maneira que eu possa compreender. Eu sinto um vazio profundo, uma sensação de ausência que preenche tudo ao meu redor. Estou aqui, mas não sou mais. Eu sinto a dor das coisas que já não existem mais, mas não posso mais tocá-las. Eu vejo, mas ninguém me vê. Eu sei, mas ninguém sabe. Tudo parece estar acontecendo ao meu redor, mas eu não posso mais interferir.
Eu observo, então. O primeiro lugar onde estou: o meu enterro. Eu vejo o caixão fechado, as flores que já não têm mais significado. As pessoas que eu um dia conheci estão ali, em pé, com os rostos baixos, tentando disfarçar a tristeza ou, talvez, o alívio. As mesmas pessoas que me ignoraram quando eu mais precisei, agora tentam carregar o peso de algo que nunca entenderam. Meus olhos passam por cada uma delas, mas ninguém olha de volta.
Eu vejo minha mãe, com os olhos vermelhos, os ombros tremendo, mas a dor dela não parece ser a mesma dor que eu sentia. Eu vejo os amigos que ainda guardam risos falsos, palavras vazias. Eles lamentam a perda, mas não lamentam o que aconteceu, não lamentam as palavras não ditas, os gestos que eu nunca recebi. Eles dizem “ele estava tão bem”, mas eu sei que ninguém os escutou quando eu tentei gritar silenciosamente por ajuda.
No meio daquelas pessoas, eu vejo rostos inesperados. Aqueles que eu pensei que nem se importavam. Aqueles que me trataram como se eu fosse invisível quando estava vivo, mas agora estão lá, com as caras tristes, tentando encontrar alguma justificativa para o que nunca foi dito. As publicações da internet começam a aparecer na minha mente, como flashes. “Sentiremos falta dele”, “Nunca imaginei que ele fosse capaz disso”. Palavras escritas por mãos que nunca se estenderam quando eu mais precisei. Palavras vazias, palavras que eu vi tantas vezes, mas nunca acreditei que chegariam a ser verdadeiras. Eles estavam lá, todos ali, fingindo que sabiam, fingindo que se importavam.
Eu observo, agora, as imagens nas telas. As postagens que começam a surgir em meus perfis, as palavras de lamento que inundam as redes sociais. Eu leio os “sentimentos” compartilhados por aqueles que nunca me viram de verdade, os comentários de quem não soubera o que era estar no meu lugar, mas agora se apressam para mostrar que “sentem” minha falta. Eu sinto raiva, mas não posso fazer nada. Apenas observo. Vejo aqueles que eu pensei que amavam, aqueles que eu achei que conheciam minha dor, agora tentando se desculpar, tentando fazer algo que já é tarde demais. Mas eu sei, lá no fundo, que isso não os faz mais próximos de mim. Eles estavam lá no final, mas não estavam lá quando eu precisava de uma mão, um abraço, uma palavra.
Eu sinto tudo isso. Eu estou aqui, mas não estou. Eu sinto a tristeza da minha mãe, a angústia dos meus irmãos, a dor dos poucos que realmente se importavam. Mas também sinto a falsidade daqueles que tentam se encaixar em um papel que nunca entenderam. Sinto a frieza das palavras de quem nunca me viu, de quem nunca me deu uma chance de ser visto.
E, no fim, eu me pergunto: por que tudo isso aconteceu? Por que ninguém realmente me viu quando eu estava vivo? Eu me vejo ali, em silêncio, gritando para o vazio. Mas não há resposta. Não há retorno. Só a dor silenciosa que se mistura com a paz de quem já não sente mais a angústia, mas ainda assim, no fundo, sente o peso de tudo o que foi perdido.
Eu percebo que, no final, fui isso que eu sempre fui: uma sombra, um espectro invisível aos olhos dos outros. Uma alma perdida, tentando encontrar seu lugar em um mundo que nunca me viu de verdade.
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Entenda os sinais. Decifre os silêncios, eles carregam verdades que a boca não têm coragem de falar. Observe como te tratam, como reagem à sua dor e lidam com suas emoções. O respeito e o cuidado não precisam de justificativas; eles existem ou não. A falta de tempo é uma resposta. A falta de consideração também. Não caia na armadilha de desculpas vazias ou promessas adiadas. Aprenda a ser sozinho. Não como forma de desistência, mas como um gesto de amor próprio. — Rogério Oliveira
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"Esqueça sexo e beijo na boca. É incrível como é possível fazer essas duas coisas sem qualquer intimidade. Passar algumas horas pelados, beijando e transando não é o mesmo que tornar-se íntimo de alguém. A intimidade, para começar, nem é algo físico. Pode até se expressar fisicamente, mas nunca começa por aí. A intimidade mora na alma, na troca de olhares, no silêncio das conversas que dispensam palavras.
Acontece no encontro do que há de mais profundo em mim com o que há de mais profundo em você. E isso, muitas vezes, acontece sem sexo. Intimidade é o espaço onde posso existir como sou, com minhas imperfeições, virtudes, posições, pensamentos e vícios. Intimidade é onde posso existir na medida em que o outro me abriga. É poder dizer ao outro aquilo que calo para os demais. De todas as intimidades possíveis entre duas pessoas, nenhuma é mais profunda do que a sinceridade. Intimidade é poder dizer a verdade. Não a verdade absoluta, porque ela não existe, mas poder dizer as minhas verdades. É ter a leveza de um lugar seguro, distante dos juízes que estão sempre prontos para me julgar. Intimidade é raiz que alcança o mais profundo da terra, firmando relacionamentos em solo estável, preparados para enfrentar os vendavais. É lugar onde as mentiras não precisam de justificativas e as verdades não precisam de defesa. E isso não acontece do dia para a noite. Intimidade é construção que demanda tempo e investimento. Por isso há cada vez menos pessoas íntimas: porque a velocidade e superficialidade de tudo colocaram os relacionamentos profundos em extinção. Tudo é líquido.
A tragédia é que, sem intimidade, somos escravos da aparência, para agradar outros que também não passam de escravos. A vida sem intimidade é vazia, oca, ilhada – o tipo mais popular do momento."
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Por Que Você Não é Cristão
Há ensaios e sermões cristãos intitulados “Por que sou cristão”. Às vezes isso é feito em resposta ao “Por que não sou cristão” do Russell, mas nem sempre, uma vez que o título é muitas vezes relevante independentemente deste contexto. Em qualquer caso, o “por que” é ambíguo e pode ser enganador no contexto da teologia cristã.
Se a palavra significa “como”, ou “por qual razão”, ou “por qual causa” eu me tornei cristão, então a resposta, é claro, é a preordenação de Deus na eternidade, que ele realizou por meio de sua onipotência na história, e que resultou na minha conversão por meio de sua Palavra e Espírito. Se a palavra significa “como”, ou “por qual razão”, ou “por qual causa” eu ainda sou cristão, então a resposta, claro, é a preordenação de Deus na eternidade, que ele agora sustenta pela sua omnipotência na história, e que resulta na minha continuidade na fé por meio de sua Palavra e Espírito.
A palavra “por que” pode referir-se à causação metafísica ou à justificação intelectual, e parece que um simples “por que” está mais apropriadamente associado à causação do que à justificação, especialmente num contexto cristão. Isso porque a Bíblia ensina que Deus é aquele que converte um pecador, que faz com que uma pessoa creia no evangelho e se torne cristã. Ele pode associar a conversão e a perseverança de uma pessoa com argumentos em apoio da fé, mas os argumentos em si nunca são a causa, ou o “por que”, da conversão e da perseverança de uma pessoa. A verdade está aí, e há argumentos para apoiá-la, mas a conversão e a perseverança de uma pessoa nunca são creditadas, em qualquer grau, à sua própria apreciação dos méritos racionais da fé cristã.
Assim, um título mais adequado para estes ensaios e sermões seria “Por que eu estou certo em ser cristão”. Também é aceitável “Por que eu sou racional em ser cristão”. Ou, para ser mais preciso, “Meus argumentos intelectuais comunicáveis que constituem uma justificativa racional para ser e permanecer cristão (embora eu não tenha me tornado e não permaneça cristão por causa desses argumentos, mas sim pela promessa e pelo poder de Deus)”. Neste caso, a precisão destrói a concisão, mas vale a pena preservar a honra de Deus e evitar implicações enganosas.
Não importa o quanto uma pessoa goste do argumento cosmológico, e não importa o quanto ela aprecie a evidência histórica da ressurreição de Cristo, ela não se tornará e não pode se tornar um cristão com base nesses argumentos e com base no seu próprio acordo com eles. Estes argumentos não têm poder para convertê-lo, e ele não tem poder para se converter. Se nada mais acontecer além da sua apreciação destes argumentos, então o único efeito possível é que ele ficaria mais convencido do que antes de que está condenado ao inferno. Ele estaria tão longe da salvação quanto antes. Deus é o único poder que salva, e ele salva através da mensagem de Jesus Cristo com ou sem argumentos.
Agora, apesar da sua presunção e confiança, o não cristão não tem compreensão das causas da incredulidade. Ele pensa que é um não cristão porque discorda deste ou daquele argumento, ou porque acredita na evolução, ou em alguma outra visão científica tola ou religião estúpida. Mas ele realmente não tem ideia do “por que” ele é um não cristão. Ele só pode oferecer argumentos sobre por que ele pensa que é correto e racional em ser um. Como eu enfatizo constantemente, devemos atacar estes argumentos com uma força esmagadora e devastar completamente o orgulho do não cristão e a sua avaliação da sua própria inteligência.
Aqui também recomendo que acrescentemos ao nosso repertório ensaios e sermões sobre “Por que você não é cristão”. O cristão pode apresentar pontos específicos adaptados ao seu público, mas a maioria deles deve enquadrar-se em três categorias:
Primeiro: “Você não é cristão porque você não é inteligente”. Uma pessoa é não cristã porque é estúpida. Como Paulo escreve: “Os seus pensamentos se tornaram tolos, e a sua mente vazia está coberta de escuridão. Eles dizem que são sábios, mas são tolos” (Romanos 1:21–22 NTLH). A fé cristã é verdadeira, e obviamente verdadeira, mas o não cristão não pode ver isso porque é uma pessoa estúpida. Ele não tem inteligência para compreender os princípios mais simples e perceber os fatos mais claros. Sua mente é débil. Ele é uma pessoa defeituosa. A Bíblia o chama de moros. O não cristão é um idiota.
Segundo: “Você não é cristão porque você não é uma pessoa justa”. Uma pessoa é uma não cristã porque é pecadora, ímpia e totalmente má. Esta característica opera intimamente com a anterior. Como Paulo também ensina, o não cristão suprime a verdade por causa da sua impiedade. Isto é, porque o não cristão é uma pessoa má e porque ele não é bom, ele se recusa a ver a verdade. Quando a verdade o confronta, ou quando surge em sua mente, ele a reprime e a expulsa de sua consciência, e força um sorriso no rosto, fingindo que nada está errado. O não cristão é de fato uma pessoa estúpida, desonesta e patética.
Quando testemunhamos os argumentos vãos e os comportamentos vis de um não cristão, isso nos lembra que já fomos como ele, um pedaço de lixo, intelectual e eticamente falido. Isso nos lembra que o que Jesus Cristo fez por nós, e o que ele continua a fazer por nós, é nada menos que uma salvação graciosa e um resgate poderoso. É uma remoção da vergonha. Olhando para o não cristão, percebemos que sem Cristo seríamos… aquilo. Nosso Senhor nos ensina que sem ele não somos nada. Este ditado é verdadeiro e não nos ressentimos disso. Em vez disso, quando somos lembrados desta verdade, a gratidão irrompe dos nossos corações, as lágrimas dos nossos olhos e o louvor dos nossos lábios.
Terceiro: “Você não é cristão porque você não foi escolhido”. Deus destinou e criou algumas pessoas para a salvação, e destinou e criou todas as outras para a condenação. Esta é a doutrina da predestinação, ou a doutrina da eleição e da reprovação. A Bíblia diz que Deus é como um oleiro, que da mesma massa faz alguns vasos para fins nobres e outros para uso comum. Entre outras finalidades, os vasos nobres eram usados como decoração, para exibir a riqueza e a cultura do proprietário. Estes são como os cristãos, os escolhidos, que demonstram a graça, a sabedoria, o poder e a justiça de Deus. Depois, entre outras finalidades, os vasos comuns eram usados como vasos sanitários, para conter os excrementos e coisas assim. Estes são como os não cristãos, que contêm a sujeira deste mundo e estão cheios de coisas grotescas e repulsivas.
Assim como uma massa de barro não se divide e se transforma em vasos para diversos fins, nenhum homem escolhe o que será. Pelo contrário, Deus faz de alguém um vaso de honra, para ser um portador de sua graça e poder, e através do qual ele demonstra sua misericórdia e perdão divinos, e faz de outro um vaso de desonra, para ser um recipiente de lixo espiritual e intelectual, e para ser alvo da sua ira e do seu castigo eterno. A Bíblia faz disto a verdadeira explicação de por que uma pessoa é não cristã e por que permanece não cristã. As duas razões anteriores também são explicações bíblicas, mas são secundárias e são efeitos desta. Um réprobo é estúpido e pecador, e permanece estúpido e pecador, porque Deus o faz assim.
Um vaso não pode dizer ao oleiro: “Por que você me fez assim?”. Da mesma forma, ninguém pode contestar a decisão de Deus de transformar uma pessoa num réprobo, num vaso de desonra e de ira. Quem grita que é dono da própria alma e capitão do próprio destino, diz isso com a boca cheia de fezes. Aquele não cristão que ri e afirma que não há argumentos racionais para a fé cristã faz isso com excrementos escorrendo pelo seu rosto. Depois, há aquele que diz que tem demasiada resistência para se tornar cristão, enquanto dá um grande gole de urina. E há quem diga que tem educação demais, ou que é convicto de outra religião, enquanto se delicia com a sujeira no chão do banheiro. A imagem é cômica e desagradável. Quando Deus quer escrarecer algo, ele não o faz de maneira incompleta.
— Vincent Cheung. Why You are Not a Christian. Disponível em Sermonettes — Volume 2 (2010), p. 33-35. Traduzido por Luan Tavares (24/06/2020).
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Quanto vale não te ter?
Qual o preço de te tirar daqui?quanto valem as noites em claro, as crises de ansiedade e as trilhões de vezes que justifiquei as suas palavras jogadas para que conseguisse te perdoar?qual o valor da sua oscilação de personalidade que,constantemente, fazia com que eu me interrogasse sobre a minha própria importância?realmente precisava haver essa interrogação?quanto vale tanta grosseria,gritaria?estresse,ignorância?o excesso de desinteresse que se confundia com a falta de tempo?talvez, o preço de te tirar da minha vida esteja em uma eterna promoção que não vejo,em black fridays infinitas que prefiro não acompanhar…talvez, o valor da sua saída seja o preço para o meu encontro,com a solitude,com uma vida sem você,com o susto da sua ausência e a leveza de um caminho sem tantas justificativas vazias.
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É como estar preso num eco constante de promessas quebradas e desculpas vazias. Você observa cada justificativa, cada palavra que ele tenta lançar, tentando te convencer que ainda existe uma parte sua dentro dele. Mas todas essas palavras soam ocas, porque, no fundo, você sabe que o que vocês foram, o que vocês construíram, era muito maior do que qualquer rótulo ou desculpa. Era algo sem limite, algo que sempre encontrou um jeito de existir.Então, por que agora, de repente, não encontra mais? Por que parece que tudo virou uma negação e uma tentativa desesperada de se agarrar a algo que não tem mais verdade? É cruel se ver nesse limbo, saber que está estagnado num lugar onde as palavras bonitas perderam o sentido, onde até o toque parece superficial. E o pior de tudo é essa luta interna, essa raiva que cresce a cada dia, por você ainda estar aqui, por ainda acreditar numa faísca que, talvez, só você enxergue.O mais doloroso, talvez, seja perceber que vocês dois são ruins um para o outro, que se sustentam nesse caos como se ele fosse uma zona de conforto disfarçada. Fica esse “e se” suspenso, te mantendo preso, como uma promessa que nunca chega, mas que também nunca vai embora de verdade. Talvez o que mais machuque não seja nem o que ele faz, mas o fato de você ainda estar ali, ainda esperando, mesmo sabendo que as palavras dele são vazias.
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Eu sinto muito, eu sinto tudo. ⠀
Eu ja desejei não ser assim, já chorei,
esperneei, tentei mudar meu jeito e
não sentir nada e nem me importar,
mas eu sempre falho. ⠀
Tive que aceitar que isso está enraizado
em mim, que não tem como ser eu sem
essa sensibilidade a tudo.⠀
Hoje eu vejo isso como uma benção!
Estar atento ao outro, saber se colocar no
lugar de outra pessoa, ter a capacidade de se
doar além do necessário, isso é mesmo uma dádiva. ⠀
Eu desejo sorte para quem assim como eu,
vive tais coisas.
Sentimos demais em uma época
em que a maioria não demonstra nada, mas desejam
ter reciprocidade em tudo.
Claro que todos terão
suas justificativas, cada um tem as suas cicatrizes,
e eu respeito isso. ⠀
A verdade, é que neste século, quem se importa
demais é visto como fraco ou ingênuo.
Ah, se conseguissem entender a importância de
ser o amor de alguém, de ter a admiração ou
confiança de alguém.
Talvez não veríamos tantas
histórias que deram errado por imaturidade,
egoísmo, ou medo.
E com sorte, não haveriam
tantas pessoas arrependidas, partidas ou vazias.⠀
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O chá sem volta!
De longe, observei tudo. Não como quem participa, mas como quem assiste a um drama cujas cenas se desenrolam com o peso de algo inevitável. Adam era um homem comum, mas seu coração, ah, seu coração era um baú de histórias. Era fácil perceber o quanto ele amava Gustavo.
No início, era como assistir a um conto de fadas. Gustavo tinha um jeito encantador, com brincadeiras leves que faziam os olhos de Adam brilharem. Eles compartilhavam as refeições com sorrisos cúmplices e caminhavam lado a lado, como duas metades que finalmente se encontraram. Até as discussões eram adoráveis — risadas em meio a desentendimentos que nunca duravam mais que alguns minutos.
Mas tudo mudou quando Gustavo adoeceu. Vi Adam ao lado dele no hospital, segurando suas mãos com desespero, como se pudesse impedir o inevitável. E então, em uma noite fria, Gustavo partiu. Não era apenas uma morte; era o rompimento de um fio que sustentava a alma de Adam.
Os anos que se seguiram foram um vazio. Adam se tornou um homem fechado, cercado por sombras e memórias. Ele recusava amizades, negava qualquer possibilidade de alegria. E eu, de longe, via a dor transformá-lo em um casulo de solidão.
Até que Peter apareceu. Era como se o sol tivesse atravessado a escuridão. Peter era um jovem sorridente, com uma energia que parecia capaz de curar qualquer ferida. Eles se encontraram por acaso, mas a amizade cresceu como uma planta que floresce sem esforço. Adam, pela primeira vez em anos, sorriu de verdade.
“Adam, você parece tão sério o tempo todo!” dizia Peter, rindo.
“É o que acontece quando se vive tempo demais, Peter.”
“Então viva menos sério. Você ainda tem tanto a oferecer.”
Eles se falavam todos os dias, e eu via a vida voltando aos olhos de Adam. Mas o destino, cruel como sempre, arrancou Peter da vida de Adam de forma brusca. Um acidente, disseram. E mais uma vez, Adam foi jogado ao abismo.
Foi aí que ele começou a procurar respostas. Não em livros, não em pessoas, mas no Divino. Ele ouviu falar de um chá, um ritual capaz de levá-lo a Deus. E ele foi.
A sala era vazia, como se o espaço tivesse sido apagado para que restasse apenas ele e a Voz.
“Por quê?!” gritou Adam, sua voz cheia de dor e raiva. “Por que você tirou Gustavo de mim? Por que Peter? Você me dá algo tão bonito e, então, arranca de mim. Que tipo de Deus é você?”
A voz não era alta nem grave; era serena, mas carregava uma força indescritível.
“Adam, você acredita que amar é possuir?” perguntou o Todo-Poderoso.
“Não, mas amar não deveria ser perder! Eles eram tudo para mim. Por que você os levou?”
“Eu não os tirei, Adam. Eles cumpriram o tempo que lhes foi dado. Mas não percebe o presente que recebeu? Você viveu o amor com Gustavo. Viveu a amizade com Peter. Eles foram parte da sua jornada, não toda ela.”
“Parte? E o que resta para mim? Solidão? Dor?”
“Você escolhe o que resta. Gustavo está vivo em suas memórias. Peter está vivo em seus risos, que você esqueceu como dar. O amor não morre; ele se transforma. Você carregará isso consigo, se decidir carregar.”
“Isso é uma mentira!” Adam gritou, com os punhos cerrados. “Se você é realmente Todo-Poderoso, poderia ter deixado eles comigo. Você só queria me fazer sofrer! Que tipo de Criador coloca alguém para amar e depois arranca, como se fôssemos peças descartáveis? Eu não aceito isso, não aceito suas justificativas vazias!”
Houve um longo silêncio na sala. Apenas a respiração pesada de Adam preenchia o vazio. Então, a Voz falou novamente, mas desta vez, havia uma gravidade que parecia esmagar o próprio ar.
“Você ousa questionar a teia que conecta o universo? Você ousa negar o propósito de sua existência e o que lhe foi dado? Se não consegue enxergar além da sua dor, Adam, então talvez ainda não esteja pronto para voltar.”
“Pronto? Para quê? Para viver nesse mundo cheio de perdas? Não quero viver em um universo onde tudo o que amo me é tirado!”
“Então, Adam, não viverá mais nele.”
De repente, a sala começou a mudar. Não era mais vazia; tornou-se um labirinto de sombras e ecos, as vozes de Gustavo e Peter ecoando ao longe, mas distantes demais para alcançá-las.
“Gustavo? Peter?” Adam chamou, correndo em direção aos sons. Mas quanto mais corria, mais longe eles pareciam.
“Você terá a eternidade para entender o que recusou aceitar,” disse a Voz, com uma tristeza que parecia pesar mais que qualquer julgamento. “Aqui, neste lugar entre mundos, você permanecerá até aprender que o amor não é posse, nem perda. E que a vida, com toda a dor que traz, ainda é um presente.”
E Adam ficou. Ele não voltou. Preso naquele limbo, condenado a buscar incessantemente as vozes que amava, mas sem nunca alcançá-las.
De longe, eu observei. Não com alegria, não com alívio, mas com a estranha certeza de que talvez, apenas talvez, um dia, ele entenderia. Mas, até lá, Adam estava perdido.
#anonimo#pensamentos#depressao#books#tristeza#solidao#literature#borderline problems#love poem#alémdamáscara
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O OUTRO LADO DA INTIMIDADE
A intimidade, para começar, nem é algo físico. Pode até se expressar fisicamente, mas nunca começa por aí. A intimidade mora na alma, na troca de olhares, no silêncio das conversas que dispensam palavras. Acontece no encontro do que há de mais profundo em mim com o que há de mais profundo em você. E isso, muitas vezes, acontece sem sexo. Intimidade é o espaço onde posso existir como sou, com minhas imperfeições, virtudes, posições, pensamentos e vícios. Intimidade é onde posso existir na medida em que o outro me abriga. É poder dizer ao outro aquilo que calo para os demais. De todas as intimidades possíveis entre duas pessoas, nenhuma é mais profunda do que a sinceridade. Intimidade é poder dizer a verdade. Não a verdade absoluta, porque ela não existe, mas poder dizer as minhas verdades. É ter a leveza de um lugar seguro, distante dos juízes que estão sempre prontos para me julgar. Intimidade é raiz que alcança o mais profundo da terra, firmando relacionamentos em solo estável, preparados para enfrentar os vendavais. É lugar onde as mentiras não precisam de justificativas e as verdades não precisam de defesa. E isso não acontece do dia para a noite. Intimidade é construção que demanda tempo e investimento. Por isso há cada vez menos pessoas íntimas: porque a velocidade e superficialidade de tudo colocaram os relacionamentos profundos em extinção. Tudo é líquido.
A tragédia é que, sem intimidade, somos escravos da aparência, para agradar outros que também não passam de escravos. A vida sem intimidade é vazia, oca, ilhada.
Amir Jafari Akin
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