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ranking de fofoqueiros do cast de lsdln
fonte: arial 12
10. enzo
desculpem irmãs e irmões, o enzo não gosta de fofoquinha - ou pelo menos é o que ele diz. quase nunca te conta nada de ninguém pq preza muito pelo respeito à privacidade alheia, a não ser que seja no intuito de dividir uma história ou fazer algum comentário por cima mesmo (e ele jura que tem diferença, viu?), e também quase nunca te dá muita bola quando vc chega anunciando "AMOR, VOCÊ NÃO SABE DA ÚLTIMA!". ele escuta, sim, com todo o amor do mundo (vc jura que os olhinhos chegam a brilhar algumas vezes) mas é só pq vc é o amorzinho dele e ele adora te escutar tagarelar sobre qualquer assunto, essa é a real. a grande sacada aqui é prender a atenção dele com teu charme e investir em contar só as maiores bombas - quando ele arregala os olhos na hora e chega até a colocar a famosa mãozinha no peito, vc sabe que tem ele todo ouvidos. quer saber apenas dos detalhes mais importantes senão sente que tá invadindo muito a vida dos outros e ele detesta isso. vai ficar com a história martelando no fundo da cabeça a noite inteira, no entanto, e na hora de dormir vai perguntar bem de mansinho, no escuro e quando os dois já estão deitados na cama, "mas vem cá, amor - ela falou aquilo mesmo?"
9. della
o della já é meio neutro - pra ele fofoca nem fede nem cheira, o importante é estar conversando e passando um tempinho de qualidade com vc. não repassa informações pq não vê sentido e só manda um "pô, foi mal, amor... não achei que você fosse ligar" quando vc fica sabendo que ele já sabia de algo e pergunta pq não te contou. é bem propenso a te informar só o que se passa com os amigos ou com a família dele (não liga nadinha de acompanhar a vida dos outros) e isso se não for muito grave (tem muito respeito pela privacidade deles também). mas ele vai ter que admitir que, dependendo, às vezes uma boa fofoca é legal, sim. se for muito absurda e inacreditável ou principalmente se for engraçada ele vai AMAR e vai ficar totalmente preso nas suas palavras; vai até apoiar o queixo na mão e te encarar com os olhinhos bem atentos, aguardando ansiosamente pelo desfecho. depois só vai soltar um "caraca... que doideira, né?" e seguir a vida dele
8. pipe
outro que fala que não liga muito mas na verdade ele só é bem seletivo - tem certos assuntos e pessoas que ele prefere morrer do que ter que te escutar discorrer sobre e outros que, meu Deus, só falta ele cair da cadeira de tão desesperado por saber o que foi que rolou. é o rei das expressões: arregala os olhos, tampa a boca com a mão, dá uma arfada e às vezes até chora de rir. dependendo do nível de tragédia da história é capaz dele ficar chateado e borocoxô o resto da noite, comentando um "poxa, amor... ele não devia ter feito aquilo, né? mó paia" no meio do filme que vcs estão assistindo e ainda responde como se fosse óbvio quando vc pergunta confusa do quê que ele tá falando. e depois que voltam a comentar horrores sobre o assunto, fica todo nervosinho quando vc aponta que ué, não era ele que não era de tititi? e só estala a língua e resmunga um "ih, nada a ver, você que começou! presta atenção lá no filme" na esperança de desviar o assunto. o mais fofinho é que ele confia 100% no teu arsenal de fofoca e assim que fica sabendo minimamente de qualquer coisa que o interessa já vem te perguntar o que vc sabe sobre o assunto e te pedir atualizações constantes <3
7. kuku
como já falei aqui e continuarei a defender até a minha morte: o kuku é muito de boa. tudo que vc quer pra ele tá ótimo. e se o que vc quer é uma sessão de fofoca edificante ele já está mais do que pronto para te dar exatamente isso. ele já vem com uma certa desvantagem pq não é muito ligado na vida alheia ou nos acontecimentos que não tem nada a ver com ele, por isso nunca chega com alguma fofoca prontinha pra vc. mas ele mais do que compensa essa desfalcada com o entusiasmo com o qual te ouve comentar sobre a mais nova do teu serviço, da tua faculdade, da tua família - qualquer assunto pra ele é dentro. faz perguntas e mais perguntas pq tudo que vc fala genuinamente interessa ele e pode contar que ele vai lembrar de tudo, viu? vai até te surpreender quando lança o "ah, aquela que bateu boca com o seu chefe uns tempos atrás?" mais despretensioso do mundo quando vc menciona alguém de quem não fala há meses. e fica todo felizinho quando vc elogia a memória e a animação dele e aceita de boníssimo grado o título de teu parceiro de fofoca 🎀 com o tempo vai começar até a tentar te trazer fofocas próprias! um ícone da evolução
6. rafa
introvertido que só ele, rafa passa mais tempo observando do que falando e por isso acaba pescando informações que só ele enxerga, pq está sempre prestando atenção. ele é o verdadeiro Eles Estão Diolho EmNois Da Silva. e essas informações, após filtradas, são quase todinhas passadas pra vc. é incrível como ele chega com uma carinha de sapeca diferente, de quem sabe o que vc não sabe (e realmente é isso) e apenas fala "adivinha", bem enigmático mesmo. rafa só não entrou no nosso top 5 pois, depois que ele já te passou as informações, não tem muito a acrescentar - não é muito de comentar da vida alheia ou julgar, então apenas espera quieto, fazendo um comentáriozinho ou outro, enquanto vc tira suas próprias conclusões e não se prolonga muito no assunto. quando vc chega para contar a mais nova, ele é meio da pegada do enzo e do della: vai ouvir, pode até fazer umas perguntas aqui e ali mas meio que fica só por isso mesmo. fofoca com ele é mais um serviço de delivery de informações, assim que já cumpriu o propósito dele (e cumpre bem), está pronto pra seguir com o dia
5. santi
a partir daqui, fofocar com qualquer um deles certamente curaria onde dói. e, para abrir nosso top 5, temos ele, o fofoqueiro mais caótico de todos: pode entrar, santiago! santi tem um jeitinho especial de enganar bem todo mundo: com a carinha de anjo, somada à afirmação constante de que não é de fuxico, acaba se tornando uma figura de confiança pra muita gente, até desconhecidos (não é raro ele chegar em casa te contando a história de vida de uma desconhecida que o alugou no caminho inteiro que o busão faz até a casa de vcs), mas mal sabem eles que tudo que entra pelo ouvido dele vai direto pro teu. e a energia caótica nem entrou pra jogo aqui ainda. não, ela aparece quando ele chega com uma overdose de informações, milhares de fofocas que ele coletou ao longo do dia e já te lança umas três diferentes logo de uma vez assim que abre a porta de casa. ele não liga de ser o maior provedor de buchicho na relação, mas vai querer essa reciprocidade de ser a primeira pessoa pra quem vc conta tudo também. e é o melhor ouvinte apesar do caos, tá? todas as teorias que ele cria na cabeça dele e vai despejando (e vc que se vire) só fazem parte de todo o charme de fofocar com o santi
4. pardella
agustín tem quase a mesma tática (mesmo que a dele seja até sem querer) que rafa e santi: é muito extrovertido, muito amigo de todo mundo, vereador mesmo, mas mesmo assim passa um ar de confiança e sabe quando ficar quieto. e é aí que ele pega as fofocas no ar. conta todas pra vc, claro, e ouve atentamente quando vc chega com as tuas também; não entrou no nosso top 3 justamente pq valoriza super esse momento de vcs e não é toda hora que faz, mas ao mesmo tempo isso é justamente o que o difere do resto e o coloca em 4º lugar. pra ele, esse é um momento todo especial, sagrado. fofoca, sempre que possível, não deve ser contada assim, crua, sem nada (salvo exceções quando realmente não dá pra segurar - ele ainda tem prioridades). mas, quando possível, ele cria todo um ambiente pra vcs se divertirem nessa fuxicada: seja tomando um café no fim de tarde, enquanto fazem hidratação facial com máscaras (que ele aprende a aplicar com vc, todo delicadinho apesar da pegada geralmente mais bruta) ou até mesmo na hora de dormir, enroladinhos um no outro debaixo dos lençóis enquanto recontam os momentos mais marcantes do dia de vcs. mas o que ganha mesmo é quando ele ocasionalmente se empenha até em reencenar os acontecimentos que chegaram aos ouvidos dele - com direito a vozes diferentes para cada personagem (e às vezes até figurino, se ele estiver muito disposto) e uma dramatização de como ele acredita que se sucedeu cada parte da história (fontes: ele sentiu no coração dele). aqui prezamos pela integridade do ranking e dependemos de desempates técnicos mas no meu coração, agustín, vc já foi coroado como o rei do tititi 👑
3. simón
chegamos ao top 3 e fofocar com qualquer um deles seria um sonho. simón é outro que jura que não é "fifi" e chama assim mesmo pq vê como algo negativo - imagina, ficar cuidando da vida dos outros? é muito adepto da frase "não me acompanha que eu não sou novela" e acha que isso é válido para todos em nome da boa convivência. mas ele simplesmente não consegue se conter quando tá perto de vc, mais ainda quando ele percebe como teus olhinhos brilham e tua atenção indisputada fica nele sempre que ele chega com um burburinho novo pra te contar. ele é apenas um homem, afinal, e um homem extremamente fraco por vc. então tudo que ele fica sabendo já manda logo um "tá sabendo da última, minha princesa? 👀" no seu whatsapp ou já chega bem discretamente em vc no meio do rolê mesmo pra comentarem os acontecimentos que estão rolando ali ao vivo. também ganha pontos pela exclusividade: como tem uma suposta aversão a fofoca, só faz quando tá contigo e com mais ninguém. ele só peca um pouco na falta de informações aqui e ali, não sabe explicar algumas coisas e chega com uns buracos nas histórias que deixam a desejar mas ele se esforça e isso nós devemos reconhecer 🙏🏼
2. matías
UM CASAL QUE FOFOCA JUNTO PERMANECE JUNTO! esse é o lema do matí. assume que é fofoqueiro mesmo (mas só pra vc) e é do tipo que até sai em busca da notícia pra chegar com ela quentinha pra vc, direto do forno. tem amizade com todas as senhorinhas da rua e todos os funcionários do condomínio e por isso sabe de todas as últimas de todos os vizinhos. do tipo que já vai correndo pra janela quando tem briga no prédio e até filma ou grava áudio pra te mandar quando vc não tá em casa. como eu disse nesse post aqui, fica TODO chateadinho quando descobre que vc sabia de alguma coisa e não contou pra ele, mais ainda fica mordidinho de ciúmes se descobre que vc contou primeiro pra outra pessoa. vai precisar de no mínimo aí umas 3 fofocas bem suculentas pra ele te perdoar, viu? vcs comentam da vida alheia mesmoooo e na maioria das vezes nem poupam palavras ou se preocupam de ter papas na língua - é uma ocorrência comum um de vcs falar pro outro "limpa que tá escorrendo o veneno aqui, ó" enquanto passa o dedo na boca após uma boa & velha sessão de edificação
1. fran
fofoqueiros não, HISTORIADORES CONTEMPORÂNEOS! é como vcs se chamam. fran acredita piamente que uma boa fofoca é a chave pra qualquer relacionamento saudável - é essencial pra ele ter uma pessoa em quem ele possa confiar pra contar tudo (até o que nem diz respeito a ele) e que confie nele de volta no mesmo tanto, dividindo tudo que sabe. é fã número 1 da forma de fofoca mais tradicional que existe: um cafézinho da tarde com direito a bolo e pão com manteiga, vcs dois sentados na mesa da cozinha e várias horas de assuntos e mais assuntos rolando até se esgotarem. qualquer um pode ser um bom fofoqueiro, mas o fran leva o 1º lugar pq pra ser um historiador contemporâneo é preciso organização e capacidade de ligar os dados para além da simples coleta - se ele começa a te contar uma fofoca nova pode ter CERTEZA que já vem com todo o contexto antes, pelo menos umas quatro tangentes diferentes no meio do assunto para ligá-lo com outras fofocas anteriores e como conclusão uma opinião extremamente profissional e bem pensada da parte dele sobre como a situação vai se desenrolar a partir dali, com direito a prints e outros tipos de provas sempre que possível. simplesmente o maioral!
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⁺.ׄ๑ᩧ⊰ Ares's message.
Bom, eu quero dizer primeiramente que eu te amo muito e que sou extremamente grata por você estar comigo até hoje, mesmo com todos altos e baixos que passamos, ao menos passamos juntas e é isso, sempre estivemos aqui uma pra outra, sempre nos apoiamos, nos amamos, nos consolamos. Todo mundo tem uma pessoa que é a ''sua'' pessoa, e você é a minha pessoa, minha metade, minha alma gêmea, sim esse termo não é só usado de forma romântica, mas existem diversos contextos e gosto de usá-lo com você, porque nós somos mesmo. Eu queria que você morasse aqui pertinho de mim, sabe por quê? Pra quando eu estiver triste, desanimada eu ir até você e ganhar aquele abraço que me conforta e ficar o dia inteiro do seu lado, mesmo sem fazer nada só ficar ali conversando, comendo, ouvindo musicas, essas coisas que amigas fazem sabe? Eu sei que quando estou mal, triste e chateada eu tenho você pra me colocar pra cima e não me deixar desistir, assim da mesma forma com você sabe que eu te vou ajudar em tudo, seja o que for, nos sabemos o quanto precisamos uma da outra! Posso dizer que todos os momentos que passei e passo com você, mesmo que de forma virtual, são os melhores e os que mais ficaram marcados. Eu tenho meus amigos aqui, mas nenhum substitui você. Eu sei que várias pessoas invejam uma amizade como a nossa, mais quem disse que queremos inveja? O que queremos é ter essa amizade para sempre uma amizade verdadeira sem mentiras sem traição, queremos que a nossa amizade seja assim para todo e sempre! Vamos aos agradecimentos mais uma vez? Obrigada por ser minha melhor amiga tanto em on quanto em of, por ser quem me entende, por me fazer rir quando o que mais quero é chorar. Por estar comigo mesmo estando longe, por fazer parte da minha vida e me deixar fazer da sua. Você é muito especial pra mim e sua felicidade resulta na minha, se você não estiver bem, eu também não vou estar. Acredito que em breve nos veremos e finalmente vou poder te dar aquele abraço apertado, quentinho e gostoso que nós tanto sonhamos e desejamos! Se tudo der certo, sim. Eu vi um textinho na internet uma vez que fui até pegar ele pra te mandar aqui, calmae.
''Sempre tem a melhor amiga.
Aquela que te faz rir quando você quer chorar. A que vira a noite na sua casa, que te conta os últimos babados assim que te vê. Sempre tem aquela que sai rindo alto com você no meio na rua, que tira as melhores fotos contigo. A melhor amiga que te quer bem, que quer te ver sorrindo. Que faz esquema com o garoto que você quer pegar, que te dá os melhores conselhos e que te diz se o tal garoto presta ou não. A melhor amiga que te protege, que te faz dar as melhores gargalhadas. Aquela que não desgruda do seu pé, e aquela que você quer ter perto até ficar velhinha. Sempre tem a melhor amiga de todas que te alegra, te agrada, te xinga, te abre os olhos, te ajuda, te bate mas te ama. A amiga que você confia, e que você ama de verdade. É essa amiga que a gente não quer perder nunca, e é a ela que a gente dá o título de melhor. Mais que uma simples colega de sala, ela é sua amiga de verdade, sua preferida. Mais do que uma amiga qualquer, ela é sua companheira, sua irmã. E que essa irmandade seja pra vida inteira!''
Eu não sei dizer quem escreveu, mas eu identifiquei tanto a nossa amizade com esse texto que quero dedicar ele a você, nesse diazinho tão especial. E aqui, eu deixo as minhas promessas; Fernanda gatinha da Sasá, eu prometo a você que estarei pra sempre bem aqui, ao seu lado, sempre e sempre, como no fim de tudo sempre resta nós duas, eu te prometo que se depender de mim e todas as vezes que algo acontecer, sempre será nós duas. Prometo cuidar de você, prometo te amar, e prometo principalmente, nunca, jamais e em hipótese alguma, soltar sua mão. Feliz aniversário meu amor, aproveite bastante seu restinho de madrugada, seu dia inteiro, seu momento, seu tempinho, SEU dia. Eu amo você com todo meu ser, aproveite muito, parabéns princesinha.
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Guerras de Midgard, Cap. 9: Voltar Para a Frente de Combate
Eu estou a começar a questionar que “guerras de Midgard” são estas porque a este ponto, tendo em conta que o capítulo abre na página 87, já teríamos uma indicação de que é que isto está a falar, mas a única guerra que vemos é a primeira, e aliás, lembram-se da praga de ratedo que eliminou toda a Islândia por causa de uma torre no capítulo um? Ainda não voltou a ser mencionado, portanto, nem sequer percebo qual é o propósito disso. Eu nem consigo dizer se ainda estamos no acto um ou onde é que vamos, mas continuando.
Questões e intervenções:
@rhythmlessgay disse: Espera lá, quando é que o Zuzas estabeleceu que dinossauros ainda existem???
Ele já no Filho de Odin tinha introduzido umas espécies mutantes de dinossauros ou que caralho era aquilo bem bizarras que apareceram do nada, portanto, nem vou questionar mais lmao
@reyavie disse: Dude não se percebe nada! Pk é k está gente está a ir para onde quer que estão a ir? Quem são? Onde estão? Mas o gajo está tipo a escrever com droga no bucho? ... Se o soldado no final é o Hitler outra vez, eu vou partir kk coisa
Imagina eu que levei uma eternidade a escrever isto porque passei a vida a virar páginas para trás e para a frente para ter a certeza de que li bem, e acredita quando te digo que estava mais preocupada em ser clara e fazer-vos perceber do que perder neurónios a entender este tronco.
@contrasinfonia disse: Isso do poema parece-me tb ser "influência" do senhor dos anéis. E a ampulheta pode ter saido harry potter
Em boa verdade, lançar feitiços tem aquela cena de ser sempre em poema, o que não consigo compreender. Spellcasting é sempre foda e orienta-se ou por mãos ou por voz, o que faz sentido, sendo que é necessário um veículo, mas porque é que tem de ser em poema??? E se não rimar??
...
Antevisão: no qual Jonatã 2.0 experiencia o Natal nos Hospitais em primeira mão.
James dorme durante três dias (LOL) e acorda numa cama da “ala hospitalar do exército inglês”, de olhos vendados. Um médico diz-lhe que não está cego, só todo rebentado, e que teve sorte. O médico acrescenta ainda:
-- Bem, está mesmo com sorte, capitão, por dois bons motivos. O homem que o salvou deveria conhecê-lo muito bem, pois só com grande dedicação o poderia ter transportado tão depressa até nós e, felizmente para si, acrescentou -- ficará com uma das nossas melhores enfermeiras à nossa disposição.
Eu vou ignorar aquela atrocidade de regras de sintaxe já que o Zuzarte ainda não percebeu que: travessão significa início do discurso directo, e para o interromper, coloca-se outro travessão, indica-se a deixa do narrador, e prossegue-se colocando outro travessão antes de continuar com o discurso directo do personagem. É realmente muito simples.
E ADIVINHEM LÁ QUEM É A ENFERMEIRA? Claro que vocês sabem a resposta:
-- Ah capitão, esta é a enfermeira Amy Isläimr, ela estará ao seu dispor sempre que precisar.
Amy olhou para o seu paciente e reconheceu-o logo: James Strongheart, o homem que ela sempre amara mas temeu quando se lembrou do demónio que tinha visto dentro dele.
1) viste-o FORA dele.
2) Nada, até agora, nos mostrou “amor”. À parte daquela cena hyper-cringe da chavala a sacar de um fio do pescoço tipo lenda do Green Ribbon e dizer “sOu eU a TuA pRenDa”, ou as demasiadas instâncias em que Dark Jonatã se comportou como um puto de 12 anos que descobriu uma erecção no cinema a ver uma filme com a Carmen Elektra em 2002, nada deu qualquer química entre os personagens. O narrador simplesmente disse com o mesmo tom com que um incel olha para a sua body pillow de anime enquanto lhe toca nas tetas 2D e murmura “tu amas-me não amas, yoko-chan?”
3) bebam um shot sempre que o Zuzarte diz o apelido Strongheart no texto. Vou começar a contar.
Preparem-se que isto vai ficar mais cringe.
Amy, embora cagada de medo ao primeiro contacto com este gajo, decide que está imediatamente “disposta a nunca mais o abandonar”. Os dias entretanto passam e James ainda não vê um cu porque continua com as ligaduras nos olhos e “Amy e James passavam muito tempo juntos e puderam conversar sobre as suas vidas” e Amy, desculpa lá fofa, mas tu não tens outros pacientes que atender?
James pedira desculpa pelo que acontecera no baile de Natal e disse que não deveria de ter mais medo, o demónio que residia dentro de dele já não exista [OOF]. Amy disse-lhe que não era culpa dele e que agora já não tinha nada a recear, isso não interessava e deu-lhe um beijo.
A seco. O gajo diz-lhe: “Maria! Tem lá calma que eu já caguei o demónio!”
“Tens a certeza, Jaime? Aquilo foi tão feio da última vez que o vomitaste, e se isso será contagioso, tipo herpes?”
“Está descansada! Já foi! Estou livre da bicha! Anda cá e espeta-me com as beiças que estou com a tusa, fofa! Vamos lá!”
Pináculo do romance moderno.
E epá nUNCA SE DIZ “DEVIA DE” ISSO É DAQUELES ERROS QUE A GENTE CAGA QUANDO SE FALA PORQUE NÃO SOMOS PEDANTES MAS QUE QUALQUER PROFESSOR DE PORTUGUÊS CASCAVA NOS MIÚDOS QUE USAVAM ISTO QUANDO ESCREVIAM COMPOSIÇÕES.
O tempo passava devagar e James dizia que se sentia melhor, embora não tivesse já o dom de ver a longo alcance.
Fezlimente, com o tempo também haveria de recuperar a visão de águia que já vinha do avô.
Ele fala destas duas coisas como se fossem totalmente diferentes e sinceramente não percebo a intenção disto.
Amy, aborrecida porque aparentemente não trabalha, conta o que se passou com os amigos Harry e Gulliver:
Harry ingressou na RAF e vivia para servir o Rei de Inglaterra.
Pausa. A RAF é da segunda guerra mundial, que é dos serviços militares aéreos se calhar mais conhecidos. Antes da RAF---que já existia, mas com outro nome e organização---chamava-se Royal Flying Corps, e que eventualmente convergiu com outro ramo da força aérea para fundar a RAF, mas só em 1918.
Also,
Fora ele que encontrou James e o trouxera para a ala hospitalar quando este estava totalmente vulnerável devido ao gás mostarda.
“Fora ele que encontrou” isto é tipo... nível de quarta classe. Como é que este miúdo com 16 anos não sabia fazer concordância entre tempos verbais.
E agora, uma dica sobre tonalidade, suspense e cliffhangers.
Um cliffhanger é um final em aberto, com a promessa de ofertar uma solução no capítulo/volume seguinte. É para deixar o leitor agarrado, a tecer teorias e a tentar adivinhar o que aí vem. Sim, o objectivo é pôr a pessoa com vontade de ler o seguinte.
Se terminam um capítulo num cliffhanger, a solução desse cliffhanger TEM de ter destaque. Não me interessa se não está à altura do tom épico que estão a criar, nem isso é sequer necessário. O último capítulo terminou com James a cair na inconsciência enquanto um estranho lhe salvou a vida. Esta tonalidade foi reforçada pelo facto de terminar com reticências. Portanto, esperariam um major reveal de quem é esta personagem, certo? Faz sentido. É um momento duro de guerra, de um amigo a salvar o outro num instante de perigo extremo.
Em vez disso, Zuzarte quer tanto esfregar o pénis do seu alter-ego, que nos caga a informação aqui de forma tão seca que me deu assadura só de ler. Isto é o tipo de instâncias que dá potencial ao livro, mas que o autor caga neles repetidamente. São coisas que, numa boa obra, permite-se a mergulhar nas possibilidades de exploração psicológica e nos oferece uma profunda caracterização dos envolvidos. Acresce que estamos na PUTA DA GUERRA, que não há cenário mais ideal para isso que esse mesmo.
Infelizmente, estamos a falar de um miúdo com braços de franguinho, que se calhar sofreu bullying, ou uma vez levou com uma bolada na testa a jogar volley com as miúdas, e como não tem qualquer portento para ser gajo para andar à pancada mas claramente jogou demasiado WoW e sei lá que mais, onde as suas personagens eram claramente Barbarians com peitorais à Rob Liefeld, a guerra, para o Zuzarte, é palco de transpiração de macheza. É lugar para explorar os centímetros em falta do seu caracolzinho encarquilhado. O Zuarte é claramente daqueles putos que hoje, com 30 anos, se senta num rooftop a beber gin e diz casualmente “antigamente, havia valores verdadeiros, os homens eram os primeiros a pegar em armas e lutar pelo seu país, mas hoje isso perdeu-se, obrigado esquerda” mas ele próprio borrar-se-ia na cueca com um chunga na estação de Corroios a pedir-lhe 5 cêntimos para o MTS, certíssimo de que estava a ser assaltado, e provavelmente vota CDS mas tem vergonha de dizer porque se acha oprimido.
Adiante que já criei um plot novo com a minha divagação.
Quanto a Gulliver, este era capitão dos morteiros do Rei e era o principal fabricante de bombas e explosivos, sendo o autor da maiora dos engenhos que foram utilizados na I Grande Guerra.
E vende livros nas horas vagas, recordem-se.
Tu que leste Tolkien, estás a fazer o pobre homem, QUE COMBATEU NA PRIMEIRA GUERRA E VOLTOU DE LÁ COM TANTO TRAUMA QUE ESCREVEU O SENHOR DOS ANÉIS, revirar-se na tumba.
Já agora, pequena curiosidade: nunca o livro informou que Amy conhece Gulliver e Harry. São os três amigos de infância, sim, mas como o narrador indicou, James andou em Eton, que é uma escola só de rapazes, e de seguida informou-nos que Amy foi alguém que conheceu a brincar num parque, portanto, existe 0 de ligação entre ela e os outros dois. A ponto algum o narrador 1) referiu que se conhecessem, 2) mostrou instâncias que nos levassem a pensar “ok, eles sabem quem são”. Nada. Eu não faço ideia como é que ela sabe o que quer que seja destes dois.
James começa a ver após duas semanas, mas é obrigado a ficar mais uma, e o man começa a stressar porque “estava ansioso para lutar” e eu vou-te dizer isto com toda a honestidade que Deus me deu, Zuzarte: acredita em mim, o James é literalmente O ÚNICO homem em todos os “Aliados” da primeira grande guerra que está todo esfaimado para lutar. Acredita mesmo em mim quando te digo que é O ÚNICO.
E eu falo de uma guerra onde CENTENAS de gajos se alistaram porque acreditaram nela. Falo de uma guerra apoiada e impulsionada por o movimento Futurista Italiano. Aliás, sabiam que Amadeo de Souza Cardoso era a favor da guerra e chamou-a, inclusive, de “higiene do mundo”?
E sabem o que é que fez assim que a guerra estalou?
Raspou-se para Portugal. Pensem lá nisso.
Foi um momento de muita macheza e muito “bora lá rebentar com merdas” e isto era um sentimento baseado em algo que foi palco de exploração para os ideais dos fascismos que aí viriam (os Futuristas Italianos meteram Mussolini no poder, essencialmente). O pessoal que acreditava nesta guerra fazia-o porque cria que era necessária uma limpeza---sim, “higiene do mundo” era um termo utilizado comummente, não uma coisa que aparece numa ocasional carta do Amadeo. Foi um momento extremamente traumático, e aqueles que acabaram por se juntar porque acreditaram que a guerra e máquina eram necessários para limpar este mundo de gente, 1) voltaram traumatizados e mudaram de ideias (vejam a participação do Apollinaire na guerra, que inclusive levou com um balázio nos cornos que não foi nada bonito), 2) tornaram-se fachos.
E eu digo isto porque o Zuzarte está aqui a construir um fascistazinho.
James visita ainda os seus homens na ala hospitalar que
Mal o viram, ficaram felizes,
Vê, contudo, uma cama vazia (sim, de todo o seu batalhão, ninguém morreu. Nunca ninguém morre sob a alçada dos Strongdicks) que Amy diz pertencer a
um homem de nacionalidade egípcia cujo nome, de momento, não se recordava.
Tal como James pensou, era Rassid.
Foda-se,
génio.
Mas Rassid não bazou, só não gosta de estar deitado, e adivinhem lá onde é que o James o vai encontrar?
Rassid estava numa ala hospitalar de crianças a dar um espectáculo de fantoches.
Isto é muito giro mas eu gostava que me dissessem o que é que faz uma ala hospitalar de crianças num hospital militar. Não é que não houvesse crianças, evidentemente---e infelizmente---havia, era necessário, mas darem-se ao trabalho de criar uma ala hospitalar para crianças num hospital que, por definição (de campanha) tem de armar e desarmar tenda e andar de um lado para o outro, e ainda meter ali a Make a Wish para belprazer dos moços soa só conveniente para o plot para o esgalho do micro-pénis do Zuzarte que vem aí:
viram dois fantoches, um de James e outro do Rei Kaleth “Angïll” Durthang; os dois chocavam as suas espadas de pano, fingindo uma luta.
Aposto que crianças que acabaram de sobreviver a ataques aéreos, de gás mostarda e algumas delas possivelmente com estilhaços de bomba nos crânios estão a adorar ver um espectáculo infantil sobre pancada, né?
As crianças riam e torciam por James que também se ria.
-- Hãa! (sic) -- disse o fantoche de Kaleth. -- Eu vou utilizar o meu dragão para ganhar a guerra e destruir tudo e todos, incluindo as crianças que estão a ver este espectáculo HAHAHA! E não há ninguém que me detenha!
Crianças salvas de um cenário violentíssimo de guerra, algumas delas inclusive devem ter pedido famílias inteiras, inalado gases perigosos, possivelmente com queimaduras nos corpos e levado até com balas.
-- Eu vou deter-te, Kaleth, eu sou o grande Strongheart e vou ganhar esta guerra para o bem de todos.
Crianças vítimas de guerra, que escaparam por pouco a ataques horríveis.
O boneco que representava James espetou a espada no boneco de Kaleth e este foi arremessado para fora do pequeno palco.
CRIANÇAS QUE VIRAM VIOLÊNCIA QUE AS MARCARÁ PARA O RESTO DA VIDA.
MAS ISTO FICA MAIS CRINGE
Rassid apresentou um outro boneco, representando Amy, que as crianças tinham feito propositadamente para uma peça de teatro.
Rassid falou com uma voz aguda:
-- Oh! James, conseguiste derrotá-lo, derrotaste o Rei Kaleth! -- disse o boneco de Amy.
Já agora, quero relembrar que o Rei Kaleth foi introduzido no Filho de Odin, no penúltimo capítulo, e que foi o pai de Jonatã quem o matou.
O boneco de James ergueu a sua espada e disse:
-- HA! HA!! Não há ninguém que me ganhe no uso da espada, eu sou bom demais, HA! HA!
De repente, surgido do nada,
portanto, bem dentro do espírito deste livro,
Rassid mostrou mais um boneco, mas desta vez era um boneco dele mesmo:
-- Eras, até eu, o grande Rassid, chegar! Agora vamos ver quem é o melhor. HA! HA!
Este é o momento do livro em que alguém deveria simplesmente ter entrado pelo quarto do Zuzarte adentro e ter posto um fim a esta merda, mas infelizmente, ela aconteceu e aqui estamos.
Os dois bonecos iniciaram uma luta e caíram no exterior do palco imrpovisado. Rassid saiu do outro lado do palco e perguntou:
-- Quem ganhará a luta entre Rassid e o grande Strongheart? Não percam o próximo episódio.
ANTÓNIO SEMEDO*, DIZ A FRASE!
Entretanto, as crianças sem que tivessem oportunidade de responder, levantaram-se e voltaram para as suas camas
eu sinto que, cada vez que me deparo com uma frase destas, estou a ensinar o meu sobrinho de 7 anos a construir uma frase, porque isto é daquelas construções frásicas que nós sentimos como super estranha, algo não nos faz sentido, mas a razão pela qual nem sempre conseguimos apontar o porquê é porque... são coisas já gravadas no nosso cérebro, automáticas, sobre as quais não pensamos. Daí que explicar isto a uma criança, que está a desenvolver padrões de linguagem e português, faça sentido, mas a um puto de 16 anos é... ridículo.
“sem que tivessem oportunidade de responder” aqui é um complemente circunstancial, e é das raras instâncias em que este complemento pode ser colocado no início, fim ou meio da frase, que ela não perde o sentido, se o complemento estiver inserido entre vírgulas (coisa que o Zuzarte não faz, a vírgula deveria vir imediatamente a seguir a “crianças”). O que isto significa, nesta frase em específico, é que as crianças se levantaram e voltaram para as suas camas, mas houve uma circunstância que as levou a fazê-lo.
Eu já disse várias vezes que estou a usar terminologia antiga (a gramática portuguesa mudou no meu 12º ano, em 2007, e nunca me adaptei às mudanças por razões que vos devem ser óbvias). Tenho a noção que hoje estas coisas têm um nome diferente, que eu acho ser “modificadores”, mas não tenho a certeza. De qualquer forma, não estou muito preocupada porque me interessa mais que vocês percebam o que significa que chamarem as coisas pelos nomes certos (a menos que estejam na escola e isto seja matéria, nesse caso, vão consultar uma gramática e vejam lá como as coisas se chamam!).
A função dos complementos circunstanciais é mesmo essa (e atenção que isto é um tema bem mais complexo que eu agora também não me lembro de tudo, mas isto chega para o assunto em mãos). É indicar uma circunstância que delimita o sentido do sujeito/complemento directo. Afunila-nos o sentido da frase e ajuda-nos a perceber o contexto, ajuda-nos a entender não só o que a frase está a tentar comunicar, mas a anunciar o que vem de seguida.
Portanto, quando a primeira coisa que lemos é “sem que tivessem oportunidade de responder”, imediatamente o que este complemento circunstancial nos diz---e que nos vai definir o resto da frase---é que houve uma interrupção.
E depois lemos que elas “levantaram-se e voltaram para as suas camas”, sem qualquer indicação de que acção poderia ter interrompido a sua possibilidade de resposta. Logo, temos uma bela duma contradição que---epa caralho, e eu não estou a exagerar---um professor de português da quarta classe teria notado e chamado à atenção.
Fim da lição. Prosseguindo.
James aproximou-se e bateu-lhe [em Rassid] nas costas em sinal de camaradagem. Rassid voltou-se e os dois cumprimentaram-se e fingiram uma luta de boxe, fazendo momices, apostando que o seu próprio fantoche seria o vencedor.
Epa o absurdo desta frase é tipo galopante. Quando pensam que esta singela cena não passa de um trope ridículo e super desactualizado de masculinidade à pancada, o Zuzarte enaltece a virilidade mútua com uma luta de boxe simulada, e como se já não sentíssemos vergonha alheia suficiente até aqui, ele usa a palavra “momices”, que nos retira brutalmente da narrativa, e ainda manda fantoches lá para o meio, sem qualquer tipo de evidência que a “luta de boxe” simulada utilizasse mais que os próprios punhos cerrados.
Eu deliro com estes pedaços de escrita porque para mim é tipo BBC Vida Selvagem dos escritores. O Zuzarte fez tão, mas tão pouca revisão, que nós conseguimos ver o processo criativo dele. Claramente o gajo decidiu que haveriam os dois de andar à pancada amigavelente tipo
mas a meio deu-lhe qualquer coisa que o fez perceber que era estúpido e decidiu que afinal estavam a usar fantoches, mas como rever uma puta duma frase e alterá-la dá demasiado trabalho, inseriu a informação no fim, chamou-lhe um dia de trabalho, e foi afagar uma a ouvir Manowar.
E o resultado é tipo
James e Rassid, depois deste duelo de tomates, entendem que já estão prontos para voltar para a frente de batalha e
James aproveitou os últimos momentos para estar com Amy.
E pensam: bom, há aqui romance entre os dois, isto é uma guerra, como será essa despedida? Longa? Profunda? Tormentosa? Carregada de lágrimas e juras de amor?
Ao qual Zuzarte, categoricamente, responde: comam-me o cu.
James despediu-se pela última vez de Amy, jurando que viria vê-la assim que a guerra acabasse.
Nestas merdas é preciso ter MUITO CUIDADO com a linguagem que se usa. “despediu-se pela última vez” pode ser lido de duas formas: 1) ele despediu-se dela várias vezes, e esta foi a última. 2) É foreshadowing, e os dois não se voltam a ver.
Como conhecemos o portentoso esgalho hormonal que jorra das gónadas do autor, todos podemos afirmar com absoluta certeza que não será o último. Contudo, e porque eu estou a torcer para que o Jaiminho morra de uma morte horrivelmente lenta e dolorosa, isto deu-me falsas esperanças.
Rassid também viu Tekmet à saída do hospital.
PORQUE É QUE ESTA GAJA ENTRA E SAI DA NARRATIVA CONSOANTE TE APETECE? FODA-SE. FODA-SE.
O Medjay dispensou-a dos seus serviços e disse-lhe que podia voltar para casa. Ela agradeceu, dizendo que tinha sido uma honra lutar ao seu lado e partiu.
Literalmente não fez nada na narrativa. Ela só foi introduzida para mostrar que o Rassid é um tomate de aço fodido que lhe deu uma coça. Quando reaparece, a única agência que teve foi obedecer ao Rassid---QUE NÃO MANDA NELA---e ir ao Egipto buscar merdas que estavam em falta, usando um poderosíssimo feitiço---que O ZUZARTE ANULOU ALGUNS PARÁGRAFOS ANTES E NOS CONFIRMOU QUE ERA INVIÁVEL E PERTO DE IMPOSSÍVEL. Ele meteu-a na guerra e não nos disse uma única coisa que ela tenha feito. Enobreceu-a e depois retirou-lhe TODA a agência. E agora que o Rassid já está a arrastar os enormíssimos tomates e o Zuzarte já cresceu espontaneamente uma segunda pila, ela aparece para o Rassid---que repito: NÃO MANDA NELA---a dispensar, como se fosse seu superior.
E entretanto Tekmet não tem um traço de personalidade, mas sabemos que tem:
1) lâminas nos sapatos de couro
2) veste seda
3) é dançarina e bastante flexível
4) uma trança cuja ponta parece os espigão de um escorpião
5) a certo ponto usou um lenço a cobrir a cara
6) a pele é da “cor do mel dourado”
Não meto nesta lista que ela é “das melhores espadachins” porque embora o narrador tenha dito, e apesar das várias oportunidades de o mostrar, nunca o vimos.
É por estas merdas que dizemos “proíbam os homens de escrever sobre mulheres”.
Os dois soldados saíram do hospital francês,
TU DISSESTE NO SEGUNDO PARÁGRAFO DO CAPÍTULO QUE ESTAVA NA ALA HOSPITALAR DO EXÉRCITO INGLÊS. PORQUE É QUE NÃO DISSESTE LOGO “NUM HOSPITAL FRANCÊS, NA ALA HOSPITALAR” PORQUE SÓ AGORA, SÓ DEPOIS DE CINCO PÁGINAS DESTE CAGALHÃO, É QUE EU PERCEBI QUE ESTÃO NUM HOSPITAL A SÉRIO, E NÃO NUM DE CAMPANHA, O QUE TERIA FEITO SENTIDO SENDO QUE ESTAVAM NO MEIO DA PUTA DA GUERRA, CAGADOS NO MEIO DA ALSÁCIA OU LÁ QUE ERA eu quero tanto bater-te, meu nabo. Tanto.
E não é qualquer hospital, é o
do Mont Saint Michel
(é a primeira vez que uso esta imagem e só agora vi ali a marca de água do youtuber foda-se, quem é que faz marca de água a memes, caralho?)
Há muita coisa neste livro que está muito, mas muitíssimo pior, que o anterior, mas o que me está a irritar profundamente é que todas as frases---absolutamente TODAS---são construídas com qualquer informação mantida refém do leitor. Ler este livro é caminhar sobre cascas de ovos, sem saber para onde vamos. É ter sempre de pensar em todos os cenários possíveis para não sermos surpreendidos. O livro altera tanta informação, esconde outra, contradiz-se tão constantemente, e caga coisas novas nunca mencionadas tantas vezes, que chegamos mesmo ao ponto de não sabermos, genuinamente, se percebemos as coisas ou não, e andam como eu, para trás e para a frente, a reler passagens inteiras, para ter a certeza de que não somos nós que estamos loucos, mas que é mesmo o escritor que é uma merda.
Este livro está-me a fazer gaslighting.
Tinham deveres diferentes a cumprir: Rassid tinha de seguir o rasto do Dahaka e James tinha de voltar para a frente.
Terminámos o capítulo na página 91 e eu ainda, com toda a minha sinceridade, não percebi qual é o objectivo. A única possibilidade de objectivo que me foi apresentada já foi respondida, logo no primeiro acto (ou o que eu acho ser o primeiro acto, eu sei lá, caralho): ver-se livre do Dahaka.
Enquanto arc pessoal do James, esse assunto está resolvido, mas não a 100%. O Dahaka saiu-lhe do cu, mas a bicha continua aí livre. Certo. Pensei: ok, então o arc está só semi resolvido. A libertação do dahaka é um plot point que conduz a outro, e esse outro certamente conduzirá ao midpoint.
Mas não. James caga a peçonhenta e instantaneamente fica a borrifar-se para ela. Ah e tal que o meu avô é Jonatã Tomates de Aço, somos Strongheart Multi-Pénis, libertadores do Mal (com M capitalizado) e mandriões fodidos, mas agora que já me vi livre do vírus, eu quero é que ele e os outros se fodam. Bazei.
E descarrega isso no Rassid.
Das duas uma: ou o Rassid se torna uma personagem central e vamos ver o seu desenvolvimento e percurso, ou ele esquece esta merda e nunca mais vemos o Rassid, que me parece mais Zuzarte.
A minha questão é: em que é que o Rassid vai contribuir? Ele tinha um objectivo, e a história está a ser narrada da perspectiva do James, o ocasional head-hopping que faz circunscreve-se sempre à volta do James, porque esta é claramente a história dele. Aquela merda nos telhados da cidade marroquina serviu apenas para nos introduzir Rassid. Vimos qual era o objectivo dele, e ele cumpriu-o a metade. Mas a história não é sobre ele, e até agora, ele não acrescentou em nada, não trouxe absolutamente relevância nenhuma, para esta merda---então para que caralho hei-de eu querer saber desta merda?
Eu só
Ponham fim ao meu sofrimento, rogo-vos.
*António Semedo era o narrador do Dragon Ball, eu ia escrever “Henrique Feist, diz a frase!” para vocês apanharem a referência, mas o meu namorado desatou aos berros comigo a dizer “RESPEITA O TRABALHO DO HENRIQUE FEIST. ELE É O VEGETA. ELE É INIGUALÁVEL” e pronto, espero que tenham apanhado a piada.
___________
Anteriores:
Capítulo 1 - Maré de Trevas
Capítulo 2 - Novo Herói
Capítulo 3 - Memórias
Capítulo 4 - Dahaka
Capítulo 5 - Medjay
Capítulo 6 - Emboscada
Capítulo 7 - Resistência em Lille
Capítulo 8 - Faíscas de Cimitarras
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A geometria perfeita das alcachofras
A simetria-mãe: como nos encaixamos no grande esquema das coisas
Eu entrei dentro de um yantra. Foi durante o retiro de Maha Shivaratri, que rolou nos dias do carnaval desse ano. Enquanto todo mundo tava cheio de glitter e catuaba, eu tava recitando mantras em posição de lótus.
Foi uma escolha difícil, confesso, e até doía a coluna algumas horas, mas não me arrependo.
Uma das atividades do retiro consistia em pintar um yantra, que é uma figura geométrica usada como ferramenta de contemplação e concentração. Tipo, você medita olhando pro desenho e, assim, sintoniza com a energia dele. É um mantra visual. É como se, ao olhar pra ele, você se debruçasse sobre uma janela aberta para o grande mistério das coisas.
Eu tava pintando mais especificamente o Sri Yantra, que representa o cosmos e o corpo. É um yantra formado por nove triângulos, que se entrelaçam entre si. No meio, tem um pontículo minúsculo conhecido como bindu, de onde os hindus acreditam que toda a energia é emanada, e onde é possível se conectar com o divino.
Tira um minuto pra meditar nessa imagem, sério:
Assim como os mantras (que são falados), os yantras nos colocam em uma vibração específica, direcionando nossa mente para o momento presente. Só isso explica o fato de eu ter caído tão fundo dentro do desenho.
Durante a pintura, eu me concentrei tanto que fui percebendo alguns padrões de comportamento que eu tenho. Tipo, comecei pintando as bordas, depois passei pro meio, e só depois eu voltei pras bordas pra terminar.
Eu me toquei que faço isso com tudo na vida: começo uma coisa e, antes de concluir, já tô atropelando tudo pra só depois voltar e terminar o que eu comecei. Entrei num processão pensando nisso.
Essa newsletter, por exemplo, é um corte de espada nesse padrão. É um esforço consciente que eu faço pra começar e manter uma coisa sem atropelos. Só Shiva sabe os recordes de regularidade que eu bati ao escrever essa décima nona edição — desconsiderando, claro, algumas edições que eu pulei, afinal, eu não disse que tinha alcançado a iluminação.
Os yantras deram um up no fascínio que eu sempre senti por formas geométricas. Não só eu, aliás, o ser humano é atraído por simetrias e padrões. Porra, olha uma alcachofra e diz se você não fica fascinado. Elas são perfeitas demais pra serem aleatórias.
Outro dia, por exemplo, o Felipe, meu amor, me deu uma concha com um buraco no meio. E o buraco era um hexágono perfeito.
Impossível não pensar que a inteligência que rege o Universo manja muito de matemática.
Os caras já achavam isso lá na Grécia antiga. Pitágoras, aquele do teorema, já dizia que a natureza era essencialmente matemática. Segundo ele, o trabalho dos filósofos era entender a estrutura numérica que forma o mundo.
Essa ideia de encontrar uma unificação universal foi bastante recorrente ao longo da história. Tem um trecho do livro O Fantasma de da Vinci, do jornalista Toby Lester, em que ele reflete sobre a ideia do Homem Vitruviano. Ele escreve:
Em um nível superficial, o Homem Vitruviano é um estudo simples das proporções individuais. Mas também é algo muito mais sutil e complexo. É um ato profundo de especulação filosófica. É um retrato idealizado no qual Leonardo se despe de sua essência, tira suas próprias medidas e, ao fazer isso, incorpora uma esperança humana atemporal: a de que talvez tenhamos a capacidade de descobrir como nos encaixamos no grande esquema das coisas.
É isso que eu e o André discutimos na terceira edição do podcast Brisas Cósmicas.
Falamos de como essa ideia de desvendar a geometria do cosmos acabou virando a busca pela famosa Teoria de Tudo. Essa ideia de que, por debaixo do caos do mundo, existe uma ordem. Ou como disse o Stephen Hawking, em Uma Breve História do Tempo:
Se conseguirmos apresentar uma teoria unificada da natureza estaremos vislumbrando a mente de Deus.
É a mesma ideia do véu de Maya. Segundo esse conceito do hinduísmo, a realidade que a gente conhece não passa de uma Grande Ilusão. É só quando a gente retira o véu que encobre essa ilusão, o véu de Maya, que a gente consegue contemplar a realidade como ela é.
Tipo, quando você percebe que todos os seus amigos estão combinando um rolê sem você, e você fica muito chateado, até chega a tratar mal alguns deles. Mas aí descobre que, na verdade, todos estavam organizando uma festa surpresa. Só depois de saber a verdade, você tem clareza total sobre a situação. Até lá, sua cabeça fica inventando mil cenários de traição e dor. E isso acontece com frequência nos mais diversos contextos. Quem é ciumento sabe.
Seguindo essa ideia indiana, ao retirar o véu, o que os cientistas encontrariam seria então essa clareza total, essa estrutura perfeita que mantém o cosmos e dissolve as ilusões.
O físico Marcelo Gleiser escreveu literalmente isso, nessa resenha do livro A Beautiful Question, do nobel de física Frank Wilczek:
O livro é um manifesto apaixonado, uma "meditação" na qual a busca pela unificação das forças da Natureza (...) só será alcançada quando for encontrada a simetria-mãe, que se esconde, sorrateira, sob o véu da realidade que percebemos.
Mas, apesar de reconhecer essa ideia, mais pra frente o Gleiser se pergunta: e se o que tiver por de baixo do véu não for uma simetria-mãe? E se não for uma coisa tão perfeita assim? Na verdade, ele escreveu um livro inteiro respondendo essas dúvidas. E aí minha crença na geometria ficou bastante comprometida.
Parte 2
Na primeira parte do texto, falei sobre essa ideia de que existe uma ordem por trás do caos do mundo. Uma unidade perfeita, que poderia ser descrita pela matemática. Uma Teoria de Tudo que uniria todas as forças da física e poderia explicar o Universo de uma forma simples e elegante.
Pro Stephen Hawking, se a gente conseguisse formular uma teoria assim, então a gente conseguiria contemplar a mente de Deus. De fato, as simetrias estão aí pra mostrar como a precisão da natureza pode ser virginiana quando ela quer.
Como falei, é só olhar pra uma alcachofra que a gente entende que existe, sim, uma simetria, uma ordem única que rege o mundo. Mas... E se não for bem assim?
No episódio 3 do podcast Brisas Cósmicas, que eu faço com o André (meu amigo que trampava comigo na Galileu), a gente discutiu exatamente isso.
Metade do programa, a gente se dedicou a falar do porquê a ideia de simetria faz sentido. Na outra metade, a gente falou porque essa mesma ideia também é meio absurda. Veja só, afinal, é um pouco de arrogância e prepotência querer reduzir toda a imensidão e complexidade do cosmos a uma coisa única, não é?
É aquilo que eu sempre gosto de lembrar: tudo que a gente conhece do Universo — deste celular que você tá segurando até a última estrela que os telescópios conseguem observar — é matéria visível, isso representa 4% do Universo. O resto é energia e matéria escura. A gente não sabe o que é, mas consegue medir indiretamente (pela gravidade, por exemplo). Ou seja, 96% do Universo é feito de coisa que a gente não tem a mais remota ideia do que seja.
E, talvez, não tenhamos nem capacidade ou instrumentos pra entender. Então, não seria absurdo assumir só por um milésimo de segundo, sozinho, no quarto, no escuro, que a gente simplesmente não sabe como funciona o Universo.
Tudo bem aceitar que tudo é um mistério às vezes. Talvez até possamos perceber algumas coisas. Mas dizer que sabemos tudo? Seria bem idiota.
Por isso, eu gosto da humildade do livro Criação Imperfeita, do físico Marcelo Gleiser, porque ele assume isso. Eu adoro essa palestra que ele deu na USP, falando sobre o livro. Uma hora ele diz:
Se existem assimetrias, se a Natureza é ligeiramente imperfeita, é porque a realidade física pouco se importa com a noção de perfeição. Perfeição é uma expectativa humana, apenas isso. A simetria é uma excelente aproximação, mas não expressa a realidade física mais essencial.
É verdade, porque, ao mesmo tempo que existem as alcachofras perfeitas, também existem os maracujás. E, putaquepariu, que fruta feia. É até sinônimo de pele mal cuidada. Ninguém acha maracujá bonito, nem Deus.
O próprio surgimento da vida se deu através de uma série de acidentes cósmicos. E se for isso? E se essa expectativa de encontrar uma simetria perfeita, uma Teoria de Tudo, seja só um ideal humano de perfeição.
Tipo, quando você é solteiro, daí conhece um boy, fica com ele uma vez, e já faz planos de casar, ter dois filhos que não choram e uma casinha rústica e elegante em Boiçucanga. Depois o boy diz que não quer mais te ver e você fica puto com ele, quando, na verdade, a expectativa era toda sua. A vida é feita de imperfeições, não de perfeições.
Outra coisa que o Gleiser fala:
Isso não significa que devamos abandonar a simetria como ferramenta de exploração da Natureza. Devemos, no entanto, tratar a simetria e a assimetria como aspectos complementares da realidade física. É da tensão criativa entre a simetria e a assimetria que emergem muitas das estruturas que vemos no mundo. Metaforicamente, podemos dizer que as duas são o yin e o yang da criação.
Gosto bastante dessa ideia de pensar de forma complementar e não excludente, tipo algo pode ser uma coisa "E" outra, não uma coisa "OU" outra.
Como uma partícula de luz que se comporta tanto como fóton quanto como onda, ela é as duas coisas.
Gosto também quando ele faz referência ao yin e yang (falei bastante deles nessa edição aqui), porque é aí que a gente vê como os orientais usaram vias totalmente diferentes para chegar em conceitos que a gente usa hoje na ciência ocidental.
Em um trecho do livro O Tao da Física, o Fritjof Capra cita o cientista Joseph Needham, em uma passagem que eu acho bem interessante:
Os astrônomos chineses não sentiam a necessidade de formas geométricas de explicação — os organismos componentes do organismo universal seguiam cada um o seu Tao, de acordo com sua própria natureza e podia-se lidar com seus próprios movimentos na forma essencialmente “não representacional” da álgebra. Os chineses estavam assim livres da obsessão dos astrônomos europeus pelo círculo como a figura mais perfeita, não estando igualmente subjugados à prisão medieval das esferas de cristal.
Acho legal isso, porque traz outra forma de pensar. E eu gosto quando a ciência, a natureza e a filosofia mostram que a gente pode estar totalmente errado sobre o que a gente pensa. É um murro no ego. Isso mostra que o Drummond pode, sim, estar certo quando ele fala, no poema A Máquina do Mundo, que as coisas dão a volta e tornam a se engolfar na estranha ordem geométrica de tudo. Mas não tem nenhum problema se a gente perceber que essa "estranha ordem geométrica de tudo", na verdade, seja puro caos.
Manter isso em mente e entender que nem tudo tem uma explicação lógica e racional pode ser libertador.
*Por Nathan Elias-Elias
Este texto foi publicado originalmente nas edições #19 e #20 da newsletter PunkYoga.
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Imagine - Harry Styles
Oi, gente! Já faz um tempinho que eu não apareço, né?! Bom, que acompanhou meus desabafos no Instagram sabe do que eu estou falando... Espero que gostem do imagine! Durante a semana eu vou liberando mais coisas. Lá no Wattpad, eu vou terminar - ainda essa semana - de liberar os capítulos revisados das fanfics que eu publiquei aqui, por que já tem fanfic nova no forno cof cof. Obrigada a quem ainda ficou e até a próxima. Beijos ❤
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Durante a meia hora restante de voo, encontrei sites e reportagens contando o máximo de coisa que eles conseguiam sobre minha vida; encontraram meu Instagram e sabiam até o café que eu estava tomando no aeroporto. Eu estava em choque!
Acabei fechando a guia com as minhas informações e passei a procurar mais sobre o curso que eu estaria indo fazer e quais seriam as coisas que eu precisaria providenciar para as aulas.
As aeromoças começam a se movimentar pelo avião e em seguida o piloto avisando que iriamos pousar.
"Preparada para os melhores dias da sua vida? H."
"Você é muito convencido..."
"Estava fazendo referência à Austrália."
- Que ótima maneira de começar, (S/N). - Murmurei apoiando a cabeça contra o acento da minha frente e acabei sendo uma das últimas a descer do avião; nunca tive paciência para as filas nos corredores.
Coloco as alças da mochila nos ombros e caminho até o a esteira para pegar minha mala. Os taxis paravam e arrancavam a todo instante e demorou alguns minutos para que eu finalmente consigo entrar em um para ir até a pousada que ficaria durante o mês.
O motorista era nervoso e agitado no trânsito, o que inicialmente me deixou apavorada, mas como eu era apenas uma passageira, eu não poderia opinar sobre nada que estava acontecendo.
Quando entrei na pousada, arrastando a mala, o cheirinho de café fez com que eu me sentisse em casa e completamente confortável depois de ser atendida por uma senhora e a neta.
- Você poderia parar de me ligar toda vez que sente minha falta? – Digo atendendo o telefone quando vejo o número de John piscando na tela.
- Queria saber se você chegou bem e se deu tudo certo. – Ele diz calmo e eu deixo meu corpo pesar sobre a cama.
- Está tudo bem. – Suspiro. – A viagem foi tranquila e eu aproveitei para recuperar meu sono. Melhor, impossível.
- Que maravilha! – Ele limpa a garganta de forma dramática e eu me sento na cama. – Bem, eu andei vendo seu cronograma de aulas e já agendei os dias que você vai passar um tempo com Harry; coisa de uma hora, duas no máximo. No seu e-mail, já te enviei todas as perguntas que precisamos que sejam feitas por você, mas obviamente, estamos abertos a novidades.
- Certo! Eu preciso organizar minhas coisas e dar uma caminhada aqui pela região, preciso comprar algumas coisas para o curso e para minha estadia. – Eu murmuro mechando na minha bolsa e vendo se tinha tudo que precisava dentro dela. – Pode me adiantar se tenho algum compromisso hoje?
- Não, meu bem. Não ia ser um cretino e marcar compromisso no dia que você está chegando em um país novo. – Ele diz e posso imagina-lo sentado atrás de sua mesa balançando a cabeça negativamente.
- Obrigada, John. Mais tarde eu mando notícias!
Me despeço dele e saio da pousada em direção a rua movimentada da cidade. Precisava encontrar um mercado e uma papelaria o mais urgente possível.
Encontro ambas as coisas sem muita dificuldade, além de um café muito aconchegante e uma porção de farmácias.
Depois de voltar para a pousada, me preparo para tomar um banho e guardar minhas roupas em um armário no quarto. Impaciente, acesso meu e-mail para ver o que o dia de amanhã me reservava e a resposta foi: duas horas exclusivas com Harry Styles.
Depois de ter o curso de produção editorial e de escrita diariamente por dez horas, ainda ia me encontrar cm Harry para conversarmos ou para as entrevistas que precisava entregar a John. Combinamos de separarmos o trabalho dos encontros quando íamos conversar sobre algo mais particular, ainda mais da vida de Harry que era um artista mundialmente conhecido.
- Sabe, preciso confessar que você é mesmo uma profissional, (S/A)... – Harry diz enquanto terminava de tomar sua taça de vinho.
- Você não pode dizer isso, não sabe o que eu mandei para meu sócio. – Digo dando de ombros enquanto saboreio meu macarrão.
- Sei que você não escreveu nada do que falei fora da entrevista, John já me mandou seu texto para saber se eu queria cortar algo. – Ele sorri quando nota minha expressão de surpresa.
- Essa é novidade para mim. – Eu digo pegando a taça. – Não sabia que agora você era editor de textos da nossa revista.
- Não seja cruel assim, mas eu conversei com John várias vezes antes de aceitar. Não queria minha vida pessoal exposta, precisava de alguém que quisesse apresentar o músico que eu sou.
- Eu entendo. Mas faz um mês que sou tratada como a garota desconhecida de Harry Styles; não passou da hora de fazer um anuncio e dizer que somos apenas amigos? – Eu digo suspirando. – Ou que apenas trabalhamos juntos por algum tempo...
- Não ficamos só no trabalho, (S/A). E você sabe disso...
- Mas não fizemos nada além de conversar sobre sua vida agitada e a minha abarrotada de trabalho. – Digo e noto que pelo meu tom de voz eu parecia uma garotinha birrenta.
- Gostaria de deixar claro que nada mais aconteceu por que você não me deu chance. – Ele fala e entorna sua taça.
- Como?
- Ah, é isso mesmo que você ouviu. – Ele franze a testa e me encara. – Não tomei nenhuma iniciativa por que você não me deu abertura. Acho você uma mulher incrível e depois desse mês não posso dizer o contrário. Você, definitivamente, superou todas as minhas expectativas.
- Obrigada? – Eu fecho meus olhos e me assusto a sentir a macies dos lábios dele sobre o meu. Harry, definitivamente, era um sonho de homem.
- Não, (S/A), sou eu quem agradece: pela sua companhia, sua delicadeza e sua capacidade de me ouvir sem julgar. – Ele sorri e segura minha mão. – Acredito, pelo que consegui conhecer de você, que você detesta exposição e provavelmente não vai querer levar um relacionamento a diante, mas não quero perder sua amizade e companhia.
- Não vai perder nada, Harry... Pode ficar tranquilo. – Evito passar pelo assunto relacionamento, por estar completamente abalada com aquela revelação, no quarto de hotel dele, onde depois não saberíamos quando nos encontraríamos novamente.
- Certo. – Ele sorri. – Fico feliz em saber.
- Eu também. – Murmuro baixinho para que ele não me ouça.
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Um e-mail para Caetano Emanuel
Creio ter, às vezes sem intenção (e, às vezes, com) 'espalhado muito prazer e muita dor'
É tudo sobre gente. Ou, pelo menos, devia ser. Sobre arqueologia, arqueologia sapiens, se é que o termo existe. Encontrar, escavar, manipular com delicadeza, se apropriar com cuidado, se deixar modificar, se responsabilizar em seguida, tornar cada encontro sagrado antes que nossos ossos virem coisas. Com ele foi assim. No primeiro — e até agora único — e-mail trocado entre nós, me preocupei exclusivamente em mostrar que eu sabia quem ele era, mesmo todo mundo sabendo também, só que do outro jeito. Outro jeito, aliás, que eu também sei, mas que não era o que eu tava falando, ou querendo falar ali. É claro que, além disso, eu queria que ele gostasse de mim, mas, sobretudo, me preocupei (sem a preocupação) que ele soubesse que eu o via, que eu o via profundamente, e que estava grata, emocionada e , principalmente, surpresa, por perceber que ele, que logo ele, me via também.
Fui “amada” por aquele elenco clássico: pai e mãe, dois ou três amores, meia dúzia de amigos, alguns cães labradores. Assim como na música “Tigresa”, cuja letra aliás foi ele que escreveu, também eu, creio ter, às vezes sem intenção — e, às vezes, com — “espalhado muito prazer e muita dor”. Mas a novidade, ao menos aqui na Narcisoland, minha e dos meus, é que, de uns tempos pra cá, no que acredito ser, como em um filme bom, “a vida sem as partes chatas”, passei a prestar atenção. Atenção, essa palavra linda, essa palavra discreta, essa palavra imensa, esse Deus sem Igreja.
Essas últimas aspas, a propósito, têm dono, e, não à toa, vêm exatamente da minha primeira parceria nesse modus operandi : Domingos José Oliveira. Domingos me viu, e começou a me ensinar a ver de volta. Assim como sei seu nome do meio, ele — e isso já tem vinte anos — olhou meus pedaços incompletos, os lados menos visíveis, o que ainda era meu pai em mim, os defeitos imensos, as intenções, o coração. Aliás, não só olhou (muitas vezes protestando) como ficou, o que faz toda a diferença.
E o que o leitor tem a ver com isso? Pois bem. É que depois de um vasto conhecimento a respeito de ansiolíticos, descobri uma receita simples, cristã e totalmente fora de moda, mas que mudou a minha humilde existência: o próximo. O próximo agora, o próximo hoje, o próximo às últimas consequências. E, se amá-lo como a si mesmo for impossível — creio que é, a não ser amar um filho — sugiro ao menos a observação, senão pela empatia, por puro interesse egoísta: sem afiná-la, sequer perceberemos os momentos em que somos vistos e amados de verdade, como o que vivi no e-mail da semana passada.
Fui ver “Rasga coração”, filme do Jorge Furtado baseado no texto de Oduvaldo Viana Filho. Sou fã do Jorge desde sempre, e acho que ele faz o cinema que o Brasil precisa, algo que não se divide entre comédias popularescas ou filmes pra nossa turma... Jorge comunica, e vai longe através do perto, dos personagens, do sentimento. Marco Ricca e Chay Suede me levaram às lagrimas algumas vezes, mas foi a frase proferida por João Pedro Zappa que me fez desabar: “pelo menos eu me importo”.
Em tempos tristes como esses nossos, gente que se importa e escreve palavras generosas, ah, isso muda tudo. Tuas palavras deram sentido à minha vida inteira, Caetano Emanuel. Estou de luvas diante de todos a quem quero bem, escavando com cuidado e descobrindo, só agora, o que é amar e ser amada.
https://oglobo.globo.com/cultura/um-mail-para-caetano-emanuel-1-23298679
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12/04/2021
Um dia após o aniversário do meu amor do momento. É estranho não? Escrever que o ama, mesmo que suas ações até aqui tenham demonstrado tanto, suas palavras mais ainda e seus pensamentos mais que muito mais ainda, e bem você já escreveu uma única vez que o ama, e ele nem percebeu, vai ser algo engraçado de contar se isso der em algo, e até mesmo se não der, afinal você ama rir de uma tragédia amorosa no final dela.
Mas bem, o que eu faço aqui nesse dia esplendoroso?
Venho contar um relato.
Afinal, eu não deixei de ser a garota que gosta de escrever a respeito de momentos para poder relembrá-los com maior riqueza de detalhes depois que tudo tiver terminado, não seria eu se eu não fizesse isso.
Bem, era dia de consulta no médico, fui ver o andamento da cirurgia e analisar meus lindos e novos peitos, tirei as fotos de depois e analisei junto com o antes, e meu deus, eu realmente virei outra pessoa, a liberdade de não se ter mais airbags é uma coisa surreal, e estou muito satisfeita com meu corpo no geral, já estava antes, mas agora eu não consigo medir a satisfação.
Eu contei uma história diferente para meus pais do que ia fazer depois do médico, disse que ia na Dom Helder pegar uns livros e esperar minha orientadora entregar um livro pro TCC, bem não foi isso que ocorreu. Eu estava na casa do Felipe, do meu lindo e amado Felipe, ai Deus, eu não me aguento. Afinal o aniversário dele tinha sido no dia anterior e eu tinha que entregar os presentes pra ele, não ia perder a oportunidade, não é mesmo?! Como eu gosto de dizer, quando eu quero algo eu consigo, bem essa é a verdade, eu queria muito vê-lo, não apenas por ser aniversário dele, mas sim, isso teve um peso, no entanto na noite do dia 10 para o dia 11 ele me chamou pra ir ficar com ele e por Deus, o tanto que eu queria ter ido e o quanto me senti culpada por não ir, não dá pra medir, e é nesses sentimentos inoportunos que eu vejo o quão eu realmente o amo, por mais incômodo que possa parecer, não é tão ruim assim.
Mas bem, fui no dia 12, afinal já tinha tudo planejado e arquitetado na minha brilhante mente, e cheguei no prédio dele primeiro que ele, já esperava por isso, afinal tinha planejado, né? Comi meu pão de queijo, masquei meu chiclete, escutei minhas músicas, passei meu perfume, fiz tudo que tinha planejado, sabe como sou metódica e penso em cada mísero detalhe, não é? Eu pensei e executei muito bem todos eles.
Só não ia prever que ele ia chegar quando eu estivesse no meio de um áudio, de costas pra ele e ele me assustar, né? Mas tudo bem, a gente só ri depois do susto mesmo. Eu pensei que ele ia demorar mais pra chegar, mas fiquei imensamente feliz que não demorou o tanto que eu previa, não queria desperdiçar nenhum tempo sem ele, piegas, eu sei.
Entramos no lindo prédio da criatura, e eu sei, não devia reparar em coisas tão comuns, mas ele abriu a porta do elevador e me deixou entrar primeiro, onde eu vou parar com tanto romance? Espero que em um conto de fadas, porque nesse mundico aqui ta foda. Mas, besteiras minhas a parte, reparei nisso, mesmo que ele não tenha feito com tamanha intenção, no elevador ele me perguntou sobre o médico e enfim, já meio que respondi no início do relato, foi o que contei pra ele, em partes, chegamos no apartamento e fomos para o quarto dele, onde coloquei minha mochila na cadeira e ele foi verificar se a mãe dele estava em casa ou não e eu fiquei meio, ok, onde eu fico?! Meu jeitinho de me sentir deslocada na casa dos outros é diferenciado, fiquei semi abraçada com a parede do quarto e da sala, uma graça ela.
Mas para nossa amada sorte, a mãe dele não estava em casa, o que foi uma beleza, mais liberdade, gosto assim. E depois de constatarmos isso, entramos no quarto dele e eu pedi uma água, enquanto ele foi buscar eu apenas retirei os presentes e os deixei separados para quando ele voltasse, ele voltou com a água e já veio querendo receber os presentes, o belo de um folgado, mas entreguei, primeiro a carta que a criatura jogou de lado, vontade de pegar pelo pescoço não faltou, depois o copo/caneco que ele pareceu gostar bastante (e ficou bolado por eu não aceitar beber com ele depois de um presente daqueles, sendo que nem ele bebeu no final das contas, eu mereço), e depois disso mostrei o segundo presente que ainda não chegou, e que por um acaso eu vou usar pra deixar meu cheiro na blusa, e ele pareceu gostar disso (já disse que ele me confunde? é uma incógnita do caralho, mas ok) depois entreguei minha linda calcinha, nessa hora ele estava guardando a carta juntos com as demais, depois de zoar com a minha letra minúscula, e foi onde peguei a carta da Sarah pra ler enquanto a criatura tomava um banho, ele não quis se mostrar pelado pra mim de pau mole, acredita? Homens... são uns bichos estranhos as vezes, viu?
Fiquei esperando o bonito tomar banho e enquanto isso li a carta da Sarah, que por sinal foi bem fofa, muito romantismo e ilusão, eu escrevia cartas daquele jeito, mais melosas e românticas ainda, eu sei colocar o que sinto pra fora, mas ela me deixou emocionada, pensar num Felipe que leu aquela carta e provavelmente ficou feliz com ela... a Sarah teve sorte de conhecer o lado romântico dele, espero que ela tenha aproveitado bem antes de tê-lo quebrado, mas tudo bem, após terminar de ler a carta fofa fiquei apreciando o céu, afinal tem uma vista incrível daquela janela e eu não ia perder a oportunidade de apreciar meu amado céu nunca na vida, no que fiz isso a tutuca apareceu e deitou comigo na cama e ficamos nós duas lá, inclusive desliguei a luz do quarto pra curtir melhor o momento.
Ele chegou de cueca depois do banho, sentou na cadeira dele e ficamos conversando sobre minha família, atualizei ele sobre tudo, até sobe o possível câncer da mamãe, não tinha falado pra ninguém ainda, ta vendo? pequenos malditos detalhes, confesso que não sei se essa parte da conversa foi logo quando chegamos ou se foi nesse momento, mas acho que foi antes, ele ainda estava de roupa nessa hora, pensando bem com a minha memória aqui. Mas ok, não vou alterar a ordem agora, to com preguiça, minha memória que lute quando eu for reler. Em algum momento a criatura deitou na cama de cueca e eu fiquei sentada perto das pernas dele, nesse momento não lembro do que estávamos conversando, e meu Deus eu fico muito sem jeito quando não estou no meu território, na minha casa eu já teria pulado em cima dele e o beijado, da última vez que fui lá a gente nem se beijou, acredita? Tudo porque fiquei sem graça, eu mereço - estou lembrando aqui, que no elevador ele ainda falou que eu estava descabelada (estava com o penteado fofinho), fdp, ne? - mas ok, existe sim uma Débora não assanhada dentro de mim, por mais impossível que possa parecer, mas aos poucos eu fui me aproximando dele, ai Deus, até parece que eu nunca tinha transado com o cara e mesmo assim eu fico tão sem graça ainda, ta vendo? pequenos malditos detalhes, eu amo/odeio, porque é neles que eu vejo quando amo alguém. Enfim, estávamos jogando conversa fora, inclusive ele me mostrou a cena de um filme que a mulher transa com o carro, fiquei chocada e excitada bem ali, kkkkkkk, eu amo meu corpo respondendo a essas coisas, e conversa vai e vem sobre o filme e o quão ele é ruim, e qual a lista dele de piores filmes (inclusive não lembro mais quais são, acho que estava mais concentrada na boca dele) até que em algum momento eu não lembro certamente, estávamos conversando sobre a Sarah ou quem quer que seja, foi nessa hora que avancei nele, meio que tipo “o que fulana faria?”, foi algo assim, no entanto meu cérebro até fez uma nota mental sobre isso - que momento Débora, vamos beijar o cara falando de outra - eu amo meu senso de humor, muito original.
Mas enfim, beijamos deitadinhos, tão fofo, já disse que não consigo beijar ele sem transar? É algo normal pra mim quando eu amo a porra da pessoa, era assim com todos os outros, eu me entrego pra caralho num beijo, intensa que nem a merda, vocês sabem disso, mas ai é que está, foi assim com ele desde o primeiro beijo, eu nem conhecia ele pra dizer que o amava, mas provavelmente foi o maldito segredo dele - que ele já me contou - que deve ter potencializado isso, mano ele enfiou os dedos dele dentro de mim no meio da rua que eu moro, quanto tempo eu não fazia uma loucura gostosa assim, detalhe, no primeiro encontro.
Mas enfim, momentos de distração a parte, nos beijamos gostosinho, até um cabelo meu entrar na boca dele, amo meu cabelo, mas transar de cabelo solto é um trem complexo. Mas paciência, nesse beijo eu dei uma apreciada maior no corpo dele, afinal são raras as vezes que consigo transar com ele todo pelado, e nossa, o corpo dele é deslumbrantemente lindo, ele tem a cintura marcada, a curva da costela dele acaba e entra na da cintura para seguir o quadril, é delicioso de passar a mão e ficar contornando, e enfim eu fiquei passando minhas unhas por ali, enquanto beijava ele, sentindo o pau dele ficar duro contra a minha coxa, até eu me impulsionar pra ficar sentada nele e intensificar o beijo com nosso sexos roçando, eu gosto disso, dessa parte que ainda tem as roupas e você perde o fôlego? encostando sua testa na da pessoa e as respirações se misturarem enquanto os quadris não param de se movimentar, é uma conexão gostosa que essa parte causa, em determinado momento minhas mãos foram descendo arranhando aquele peito/barriga delicioso - eu queria muito chupar ele, é algo que eu gosto pra cacete, e bem, não tem a porra de uma cara que eu tenha chupado que não me elogiou pra caramba, fora os que me elegeram o melhor, e não, não estou sendo iludida por eles, deixei todos de pernas bambas real, e bem nem lembrava como tinha sido meu primeiro boquete no Felipe, mas se não causou boa impressão eu tinha que mudar isso, e pelo visto causei uma impressão um pouquinho melhor que da primeira vez, mas não boa o suficiente pra mim, sabe o engraçado? tem coisas que eu amo ser a melhor, e tem coisas que eu pouco me fodo, essa eu gosto, então estou competindo com a Sarah diretamente, e é uma coisa meio escrota de se pensar, ah, os defeitos humanos sempre aparecem, não é mesmo?
Enfim, quando eu quero algo eu faço, não é? ele disse que nem precisava, que ele estava de boa já, bem fodas, eu queria, e fiz, ainda pedi pra ele ficar em pé, ah deus, ele ainda resolveu tirar onda com isso, que eu realmente estava no fetiche com isso, bem estava mesmo, na verdade, nesse eu SEMPRE estou, gosto de me ajoelhar e ficar com um pau na boca, é meio como se aquele fosse meu lugar no mundo?! É gostoso e me enche com um tesão absurdo, mas ok. Me ajoelhei e o filho da puta ainda veio com “vamos ver se você anda treinando”, ah mano, vontade de morder o pau dele não faltou, não nego, é mexer na porra do meu ego, não vai ser ele que vai pisar nos meus troféus particulares. Mas confesso, ainda não consegui fazer o pau dele encaixar certinho na minha boca, tenho que pegar mais o jeito para fazer o que gosto de fazer com a língua e ainda preciso de mais intimidade pra tocar nas bolas dele, não sei se ele curte, enfim, mas parece que ele gostou um pouco mais dessa vez.
Ele estava com a mão nos meu cabelos, poucos fizeram isso do início ao fim, eu gosto quando usam meu cabelo, homens, façam mais isso!! Até a hora que ele falou “é você melhorou”, ele é um grande filho da puta, por que diabos eu gosto dele? e depois disso fiquei de quatro pro gostosão, ai Deus, acho que ele nunca tinha me comido de quatro, mas porra, que delícia que foi. Ele sabe pegar no quadril e encaixar a merda do ritmo, fora a mão dele no meu cabelo, mano, eu AMO homem que usa meu cabelo, arqueando minha coluna, porra, mas porra, foi delicioso, eu estava escorrendo nessa hora, de tanto tesão, ficar de quatro é um fetiche tão grande e ficar assim depois de ter ficado de joelhos.... ai Deus, eu queria me foder, ne? Consegui com sucesso.
Bora se presentear com a capital de Tocantins inteira, mas enfim, depois dele me comer gostoso de quatro, fiquei deitada com as pernas nos ombros dele, odeio essa posição, normalmente, não me traz boas lembranças e normalmente sinto dor com ela, mas com ele foi gostoso, e não senti nenhuma dor, infernos, o que é dor? ele meteu tão fundo nessa hora, e foi tãããão bom, pelo amor de Deus, ele podia ter algum defeito nesse quesito, é mais fácil pra desapegar depois, mas não, ele gosta da perfeição e combina bem com ele.
Ele meteu gostoso em mim até cansar e depois foi o meu lindo turno, ah, eu amo ficar por cima, é como se o mundo entrasse num colapso, meu lugar é montada num pau depois de ter me ajoelhado com um pau na boca, não tenham dúvidas. Não foi uma montada sensacional essa, para minha infelicidade, a cama é mais estreita e eu precisava abrir mais as pernas e não tinha espeço suficiente, eu gosto de profundidade ne neném, não é atoa que a gente alonga pra abrir mais as pernas, kkkkkkk, eu sou um caso perdido ne? Bem, não foi a sentada da vida, mas dei meu jeitinho com o rebolado, não tem nada que a gente não encare, e rebolei até ele me encher de porra, eu gosto disso, ah, como eu gosto, a sensação de ser preenchida com o gozo de um cara, é algo surreal, eu gosto da possessividade, ne? Não tem como eu negar uma coisa dessas, quem me conhece sabe, eu gosto de ser de alguém na cama, isso que me enche de tesão, enfim.
Ele morreu depois da transa, kkkkkkkk, foi engraçado, ele simplesmente fechou os olhos e ficou ali respirando, eu fiquei do ladinho quieta só observando e tentando ao máximo não encostar nele, o pescoço dele estava suado, muito suado e exalava um cheiro delicioso, nossa, eu amei aquele cheiro, cheiro de homem, pós-sexo, com uma fragrância amadeirada, meu coração nem perde a merda da batida nessas horas, imagina.
Bem ele demorou um bocado pra se recuperar, tadinho, depois que levantou ainda comentou algo sobre até a pressão ter abaixado, e ele foi pegar mais água pra gente, enquanto isso eu só fiquei lá deitada, esparramada e gozada, do jeito que eu gosto. Quando ele chegou com a água, ele já tinha colocado a cueca de novo, eu levantei e peguei minha calcinha, já falei que estava com o meu conjunto de renda? eu amo aquele conjunto, me sinto a deusa do olimpo nele, mas ok, nenhum comentário da parte dele, perdeu ai em? mas a gente releva. Ficamos deitados abraçadinhos depois da água, não lembro mais sobre o que ficamos conversando direito, só lembro de ficar acariciando o peito dele com os pelinhos, fiquei fazendo corações nele, já disse aqui que quando faço carinho nele eu escrevo coisas? hahahhaha, já escrevi que amava ele no corpo dele e ele nem faz ideia, enfim a trouxa. Mas okay, realmente não lembro mesmo sobre o que estávamos conversando nessa hora, apenas lembro dele comentando que sou toda educada de não olhar ele mexendo no celular dele, porque ele olha mesmo e não está nem aí, um amor isso, kkkkkkk.
Eu estava mais ocupada contornando a tatoo dele (inclusive rolou pergunta de tatuagens futuras e a criatura ainda me inventa da gente fazer uma juntos com a frase “my best part “ dentro de um coração, ele gosta de tentar me iludir, mais um fdp), mas tudo bem. Em algum momento ele foi sentar na maldita cadeira dele para me mostrar algumas músicas, não recordo por qual começou, mas ele me contou babados de música, que uma é resposta da outra e tal, o que achei bem divertido, eu gosto de observar ele empolgado, e pior que gosto mesmo, não preciso nem fingir interesse, eu realmente acho lindo a empolgação dele, mais um pequeno detalhe pra conta, oh vida gostosa, e ficamos nisso o restante do tempo, ele me mostrando diversas músicas, lindas, lindas, lindas e outra só ok, mas impactantes pelo significado, uma inclusive contra o Bolsonaro que por sinal descobri que ele votou nele nos DOIS turnos, ainda bem que ele escondeu isso de mim até agora, nossa, eu fiquei com ódio, não nego, mas paciência, ele me apresentou o outro rapper que ele é fã, o NOG, inclusive ele conhece diversas músicas que não foram lançadas oficialmente, doido ne?
Em algum momento, não sei se foi antes ou depois dele sentar na cadeira maldita, ele colocou a mão dele no meu corpo, na parte da cintura, eu me derreti inteira, inferno, a mão dele encaixa tão bem nessa curva do meu corpo, ele nunca apreciou, sabe? meu corpo com as mãos, e foi um toque bem leve, nada intencional, mas a idiota aqui adorou e ficou toda derretida, meu lado romântico as vezes é demais, enfim, a trouxa². Mas foi realmente gostoso sentir a mão dele ali, enquanto ele me mostrava músicas eu fiquei agarrada no travesseiro dele, o tempo todo, queria sim deixar meu cheiro ali, não nego, e saber que ele real sonhou comigo naquela noite, HA, foi aquela vitória gostosa.
Amo quando meus planos funcionam, mas ok. Eu tinha levado umas coisas pra fazer massagem nele e eu lembrei disso, mas ele não saía daquela cadeira e eu não ia pedir isso pra ele que optei por deixar pra lá, afinal o território não era meu.
Na hora de ir embora a tutuca apareceu de novo, e ficou lá com a gente, subiu na cama e ficou toda, toda pra mim, ainda bem que ele mencionou que a tutuca faz isso com todas, ela é um amor e é enorme, hahahah, ficamos os dois dando carinho pra tutuca, até dar a hora de ir-me embora, fui no banheiro e lavei meus braços e pescoço pra tirar um pouco o cheiro de tutuca e sexo, e depois foi a vez de dar descarga e acabar com a água da caixa d’água, kkkkkk, afundei o trem da descarga mano, que lindo, nem sei onde ia enfiar minha cara se ele não tivesse conseguido tirar o bagulho de lá, Débora e suas merdas, amo. Mas ok, me arrumei bonitinha, guardei minhas coisas e pedi o Uber. Ele colocou uma calça de pijama, que Cristo, eu amo calça cintura baixa em homem, tomar no cu, seria mais sexy sem a cueca, mas paciência, queria ter ficado, ah como eu queria, não queria ir embora mesmo, queria ter deitado e dormido com ele, queria ter memorizado cada merda de detalhe daqueles rosto e daquele corpo, sei la quando vou ter essa oportunidade de novo. Mas enfim, toda farsa tem um fim, e essa não seria diferente, minha mãe já estava no meu pé e lá fui embora.
Ele me levou até lá embaixo, antes, ele me atualizou sobre a moça de 30 e tantos anos, que na verdade também estava fazendo o golpe nele e tal, enfim farinhas do mesmo saco, mas foi engraçado e me deixou contente ele não ter partido o coração dela, menos mal e muito engraçado, na recepção ele me falou de mais uma das princesas dele ter feito 16 anos, e ele ficou arrasado, real a mina é linda demais, pesares de ser de maior, não? Pelo menos o cara tem consciência, e bem foi isso, o Uber chegou e assim que entrei só senti aquela merda de vazio e saudade de alguém que acabei de ver, foda. Mas é isso, foi muito bom.
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Esses dias me deparei com um texto antigo que escrevi para o meu “primeiro amor” e fiquei surpresa com tudo que estava escrito, confesso que não lembrava nem da metade e me deu uma sensação muito doida ler aquilo e ver que hoje é completamente diferente. Consequentemente me deu uma vontade enorme de escrever para o meu “amor atual”, mas, mesmo que eu sempre tenha me dado bem com as palavras, tá difícil encontrar uma forma de como começar a falar desse.
Esse texto antigo ao qual me referi foi publicado em 2013, eu tinha 13 anos, pensa só.. Era bobinha de tudo. Mas naquela época, eu jurava que ele era o amor da minha vida. Lembro que a gente nem chegou a ter um relacionamento sério, mas tivemos um rolo durante 2 anos entre idas e voltas. E eu sofri, ein? Mas a vida é realmente engraçada, a gente sempre acha que é o fim do mundo, que vai durar pra sempre e olha hoje? Nossas vidas trilharam caminhos completamente opostos e ninguém morreu por isso. Cada um seguiu sua vida da sua forma. E daí, depois de 6 anos, quando eu já estava com 19, eu conheci ELE.
Eu não pretendia conhecer uma pessoa nova, não pretendia me relacionar com ninguém, não tinha pretensão nenhuma de nada.. Simplesmente aconteceu. Comecei a faculdade em 2018 e ele também, já tinha o visto por lá umas 2x no máximo mas em 2019 que passei a realmente ver. E, por incrível que pareça, nosso primeiro contato não foi na faculdade, viu? Foi no famoso tinder (risos). Não lembro a data exata da primeira vez que conversamos, mas não demorou muito depois disso e no dia 21.02.2019 demos o primeiro beijo. Um beijo no meio de tantas pessoas, numa recepção de calouros, quem diria que esse beijo faria tanto estrago no meu coração, ein?
Não deu outra, começamos a ficar praticamente todo dia na faculdade, rolaram alguns desentendimentos também mas logo começou a surgir aquele sentimento e quando fomos ver, já estávamos namorando. Dia 21.05.2019, a data oficial de namoro, posso dizer sem medo de estar sendo exagerada que a partir dessa data muita coisa mudou na minha vida.
Sabe quando uma pessoa chega do nada e muda completamente sua vida? Ele me tirou da minha zona de conforto, me fez enxergar algumas coisas com outros olhos, me ensinou, me fez ter mais vontade de viver, me proporcionou momentos únicos, me fez sentir coisas que eu nem sabia que era capaz, me mostrou um outro lado da vida, literalmente. Aliás, eu nunca tinha estado em um relacionamento antes. E o mais importante de tudo, fez eu me sentir amada pela primeira vez na vida e me permitiu amá-lo também. Ele simplesmente roubou todo o meu coração para ele.
Mas, como sabemos, nem tudo é perfeito.. Tivemos também nossos momentos ruins, brigas, desentendimentos, separações.. Hoje já não estamos mais juntos e isso foi um dos motivos que me deu tanta vontade de escrever e me fez pensar tanto.. Será que algum dia ele vai ser para mim como o menino de 2013? Sera que algum dia nossos caminhos vão ser diferentes? Sera que algum dia tudo o que restará serão apenas as memórias? Sera que algum dia o sentimento acaba?
São tantas perguntas, tantos questionamentos.
Eu não posso prever o futuro, mas eu sei o que eu sinto no presente.
7 meses, são 7 meses que já não estamos mais juntos e ele ainda faz tanto barulho no meu coração. Como é possível? já rolou tanta coisa nesse tempo mas aqui dentro parece que nada nunca muda. Eu já o amei, já o odiei, já o odiei MUITO mas também amo MUITO.
Eu sinto que eu o amo de verdade.
Sabe, não dá pra gente controlar nada nessa vida, não dá pra gente saber o que vai ser e o que não vai, não dá para entendermos algumas coisas.. Mas, apesar das coisas ruins, o que importa é tudo que foi vivido. Eu sinto que eu conheci um lado diferente dele do que as outras pessoas conhecem ou conheceram, não sei se esse lado é real, não sei se é uma invenção minha, mas só eu sei o que senti e o que vivi.
Só eu sei o que senti todas as vezes que olhava naqueles olhos com aquela pinta do lado que eu sempre dizia que queria que nosso filho puxasse, só eu sei o que eu sentia toda vez que estava naqueles braços que eu chamava de meu lar, meu lugar preferido.. Só eu sei o que sentia quando ele cuidava de mim, ou quando eu cuidava dele. Só eu sei o que senti quando ele foi parar no hospital e eu larguei tudo e fui correndo ficar com ele.. Só eu sei o que senti quando fizemos 5 meses e ele escreveu uma cartinha a mão para mim e colocou na minha bolsa sem eu ver para me surpreender. Só eu sei o que senti quando ficamos até tarde na praia só nós dois rindo e nos divertindo. São tantas coisas, mas só eu sei o que senti. E só ele sabe o que sentiu também.
A gente tá tão acostumado a ver nos filmes que o casal que se ama sempre acaba junto, mas na vida real tudo acontece tão diferente. Como eu já disse, o futuro é muito incerto, não da para saber o que nos espera mas por enquanto a gente fica com a gratidão por tudo que já foi vivido.
É difícil, mas a gente aprende a lidar e conviver com esse sentimento que quase transborda de tão intenso.
- Ao meu atual amor, esse é sobre você. Quem sabe para sempre seja.
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Paula Fernandes vai diminuir o ritmo de shows após a pandemia: ‘Sucesso não é agenda lotada’
Depois de Juntos (e Shallow Now), a cantora Paula Fernandes escreveu uma versão bem brasileira da música Jingle Bell Rock e, claro, bombou nas redes sociais. Em tom de brincadeira, a artista ressaltou na música que o Natal brasileiro é bem diferente do que é visto nos filmes americanos. “Aqui não tem neve, não tem urso e o Papai Noel pode usar regata e ser meio tatuado”, brincou a sertaneja. Em entrevista à Jovem Pan, Paula deu detalhes de como está planejando seu Natal junto com a família judia do seu namorado, o empresário Rony Cecconello. A cantora também falou que aprendeu muito durante a pandemia causada pela Covid-19 e que os meses fora dos palcos a fez perceber que precisa desacelerar: “Para mim, a palavra sucesso hoje não é uma agenda lotada, sucesso para mim é ter uma vida equilibrada”. Passando mais tempo confinada, a dona do hit Pássaro de Fogo afirmou que está se saindo uma ótima dona de casa e que seu relacionamento só se fortaleceu nesse período. “O casal que sobrevive à pandemia sobrevive a qualquer coisa”, enfatizou. A artista também explicou por que decidiu congelar os óvulos, falou da experiência de levar o Grammy 2020 na categoria Melhor Álbum de Música Sertaneja e revelou seus planos e parceiras para 2021.
Confira a entrevista completa com Paula Fernandes:
Paula, como foi dar um toque brasileiro em uma música tão clássica como Jingle Bell Rock? A música foi um pedido para uma campanha de Natal. Eu quis fazer algo que fosse a minha cara e remetesse à brincadeira do Juntos e Shallow Now. Fui incumbida de fazer a versão nacional da música e passamos pelo menos 20 horas gravando o clipe. É uma canção que fala sobre o nosso Natal, porque ele é tão legal, animado e divertido, mas a gente acaba festejando um Natal que não é da gente. Aqui não tem neve, não tem urso e o Papai Noel pode usar regata e ser meio tatuado. Ah, e sempre sobra uma comidinha para as visitas (risos).
Falando em Natal, como você costuma comemorar a data? Quais são os planos para este ano? Eu vou passar com a família. Não sei se a minha mãe vai conseguir vir, porque ela teria que pegar um avião, e tem toda essa questão da pandemia, então ainda estou vendo isso. Na verdade, vou passar com a família do meu namorado e, embora eles sejam judeus, a gente sempre faz um jantar. Acho que o importante é a união, é a gente estar junto, celebrar a vida e a saúde que a gente tem, já que está todo mundo bem, graças a Deus.
Esse ano foi muito atípico e a pandemia fez o mundo desacelerar. Como foi esse período para você longe dos palcos? Eu já vinha refletindo bastante sobre o tempo, porque acredito que o tempo é o nosso maior patrimônio. Eu não tenho nada do que reclamar, considerando tudo o que eu vivi até agora, porque foi um tempo de muitas conquistas, mas acabei ficando muito tempo na estrada, convivia pouco com a família. Tudo tem seus prós e contras, eu não me arrependo de absolutamente nada, mas acredito que a pandemia aguçou mais a minha vontade de equilibrar vida pessoal com profissional. Sei que os shows em breve vão aparecer, as coisas devem voltar ao normal, eu preciso e quero voltar a trabalhar, não só por mim, mas por uma equipe inteira que vive do meu trabalho, mas quero voltar com equilíbrio para ter mais qualidade de vida.
Você estava vivendo uma rotina muito puxada? Eu cheguei a fazer dois shows em um dia só. Fiz 220 apresentações em 2011. Isso é humanamente impossível, então, para mim, a palavra sucesso hoje não é uma agenda lotada. Sucesso, para mim, é ter uma vida equilibrada, com um show impecável para os meus fãs.
Qual a maior lição que você tira dessa pandemia? Foi difícil, é doloroso ver tanta gente doente. Eu rezo e peço para que passe logo e que a gente tire um ensinamento disso, que a gente possa evoluir como ser humano e identificar quais são nossas verdadeiras prioridades. Eu sentia que tudo estava muito em cima do material, do dinheiro, as pessoas não estavam convivendo com a família, estavam sem amigos, sem afeto, sem emoções. Foi bom aproveitar esse momento para refletir a vida.
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Você aproveitou esse período para compor músicas novas e pensar em novos projetos? Estou preparando música nova que eu devo lançar no início do ano que vem. Estou fazendo um dueto agora com a Naiara Azevedo e compus uma música com o Elias Inácio e o Bruno Martini. Está muito bacana essa parceria, é diferente de tudo o que eu já fiz, mas sem deixar de ser a minha cara. Tem muita coisa boa vindo por aí. Também aproveitei esse período para criar e para desenvolver novas habilidades também.
E qual habilidade você desenvolveu? Como estou muito em casa, estou virando uma ótima dona de casa. Tenho dois enteados e esse lado mais maternal está me fazendo muito bem também. Não tinha tempo para o básico, então estou fazendo essas coisas do dia a dia que antes eu não fazia. Hoje, tenho horário para dormir, horário para comer, sempre buscando melhorar minha qualidade de vida. Esse período tem me ensinado bastante.
Já que seu lado maternal está aflorado, deu vontade de ter um filho? Estou curtindo meus enteados e, por ora, ainda não me deu vontade de ser mãe, não. Eu congelei meus óvulos para me garantir e para que eu possa pensar com calma, mas estou feliz em ter só enteados (risos). Meu namorado tem a guarda compartilhada dos filhos, então a gente está tendo tempo de construir uma relação.
Como passaram mais tempo juntos, como foi esse período com o seu namorado? Olha, o casal que sobrevive à pandemia sobrevive a qualquer coisa. Tem um ano e sete meses que a gente se conhece e acho que está sendo, além de prazeroso, muito construtivo, porque estamos criando mais laços e, com isso, vamos nos tornando mais companheiros. Tem momentos difíceis, sim, mas eu não acredito em relacionamento de porta-retrato. Tem dias que temos nossas discussões, mas o que prevalece são os momentos bons e é bom ter noção disso. Sou bem pé no chão e isso ajuda no meu relacionamento. Nada de vida de Instagram, por mais que eu poste coisas do meu trabalho, eu tenho uma vida bem real.
Você ganhou o Grammy este ano pelo álbum “Origens”, mas bem na hora do anúncio, sua conexão caiu. Como recebeu a notícia? Que aperto que eu passei! Teve vários testes para saber se a conexão estava boa e eu acompanhei as outras categorias com aquele frio na barriga. Quando anunciou a categoria de Melhor Álbum de Música Sertaneja, a conexão simplesmente caiu e eu estava lá, bonitinha, na frente da câmera. Quando reconectou, já tinham falado quem era o ganhador, uma foto minha estava no telão e estavam dizendo: “Vamos entregar seu prêmio em casa”. Eu falei: “Eu ganhei” (risos). Não sabia se eu chorava, se eu ria, comecei a pular com meu vestido, foi muito engraçado. Fiquei em êxtase, foi um momento muito feliz.
Para finalizar, depois de Jingle Bells Rock e Shallow, que música sonha em traduzir para o português? Eu escolheria Always, do Gavin James. Como eu amo essa música! Estou meio que namorando ela, quem sabe, né? (risos).
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20 de novembro de 2020
“Eu só queria que você soubesse que sempre terá uma parte de você em mim. E sou grato por isso. Seja lá quem você se tornou… Onde quer que esteja no mundo, estou te mandando amor.” ~ Theodore, em “Her”
E hoje completaríamos 1460 dias de nós. Não consigo parar de pensar em você, no quanto sinto sua falta.
Esses meses sem você foram meio complicados (emocionalmente) para mim. Bem, você sabe das pedras que encontramos nessa nossa estrada. Depois que começamos a namorar, eu passei a ser muito emotiva então acho que me senti e agi do jeito que agi porque acabei não segurando aquele turbilhão de acontecimentos, sentimentos e mudanças. Queria ser mais forte.
Nós brigamos, nos ofendemos, nos ignoramos e chutamos o pau da barraca. Nós erramos, os dois. Eu sei que falei muita bobagem e sei que isso te machucou, você ainda tem um coração, certo, Shrek? Ouvir que você não queria continuar comigo, fez meu mundo girar, sacudir e cair em menos de um segundo. Fiquei sem ar, sem chão.
Há alguns dias atrás eu li certos arquivos que guardo do que você um dia escreveu para mim. Sabe, ali também te senti pleno, sem disfarces. Eu li tudo como se fosse a primeira vez, como se tudo fosse inédito e com motivo outra vez. Eu leio e releio para não deixar nunca de acreditar, pra lembrar de como as coisas eram e ter certeza do que eu quis, senti e amei. Eles são como o certificado, a certidão de nascimento do amor que eu senti e não precisa autenticar nem nada, porque seria impossível validar mais tudo o que você escreveu no papel e dentro de mim. Um dia eu desejei te escrever para sempre. Eu quis ficar de verdade, sem pausas ou rodeios ou clichês. Fiquei, também, por culpa do verbo “querer”. Quis você, quis seus erros, quis seus acertos, quis nossas coisas, quis seus carinhos, quis seu sorriso, quis até sua raiva. Eu só precisei querer pra ser sua. Meu amor foi o que eu te entreguei e o fiz até quando foi permitido. Eu sei que não tenho porque levantar motivos para tristeza, não agora.
Ainda é um pouco difícil pra mim escrever algo pra você. Óbvio que os clichês sempre funcionam, mas eles são minúsculos perto de tudo o que aconteceu, o que nos trouxe até aqui. A história é comprida, coisa de filme, coisa de livro.
Você chegou tão de surpresa, tão quieto. Ainda é difícil aceitar como você, que chegou tão de repente, conseguiu um dia se apoderar de coisas tão minhas: minha alma, pensamentos, corpo e coração. Em algum lugar, talvez, eu sempre soube que nossa hora chegaria. Você chegou, finalmente, e fincou sua bandeira no meu território. Me tornei sua.
Muitas águas rolaram desde o nosso primeiro encontro, muita coisa floresceu. Eu lembro exatamente como foi nosso primeiro date. Lembro exatamente de como combinamos de ir, do friozinho na barriga. Eu absorvi cada pequeno movimento, seu riso e seu jeito.
Lembra quando estávamos no Outback no dia anterior? A gente ainda não tinha nada concreto, mas o afeto já era visível. “Que teu afeto me afetou, é fato”.
Temos tanta coisa pra contar, tantas histórias bonitas, meio malucas, meio molhadas. Nesse tempo que vivemos um na vida do outro, escrevemos muitas aventuras, sejam elas dormindo de conchinha, ou você correndo comigo no colo na chuva. Nós fomos grandes e fortes.
Eu sei que nossos últimos meses não foram os melhores, mas eu não poderia vivê-los longe de você e do seu brilho. Sempre tive tanto amor pra te entregar que parecia loucura não depositá-lo no homem da minha vida: você.
Nós brigamos muito, perdemos a razão. Falamos coisas horríveis e destrutivas, que eu nunca vou esquecer. Mas ao mesmo tempo estivemos juntos em todas as lutas enquanto deu, brigando juntos por algo que era nosso: o amor.
No início eu jamais poderia imaginar até qual ponto chegaríamos. Eu não era capaz de desenhar, na minha mente, traços que fomos riscando ao longo do tempo, nas nossas saídas, nos nossos beijos, no seu riso, nos abraços. Eu era incapaz de enxergar as coisas boas que viriam, as más, o nosso elo que foi tão forte. Mas, talvez, num breve instante eu tenha desejado isso. Não imaginava, mas queria.
Eu senti medo, raiva, mas todo o amor que pintei contigo me serviu de alimento. Em todo desencontro eu pensava no cara cujo o sorriso me fazia tão maravilhosa. Em todo caminho ruim eu lembrava de como era andar de mãos dadas, do abraço quente, dos beijos. Se tudo era cinza eu fazia colorir com minhas lembranças e amor incondicional.
Hoje sinto que não existe uma parte de mim que não esteve ligada à você. Cada pedaço de mim amou te fazer sorrir e sofreu te vendo chorar. Esses pedaços que eram tão meus, e foram tão seus, só quiseram plantar um carinho honesto, um amor sincero nesse teu peito inquieto.
Quis estar com você pra te sustentar, contar algo irrelevante, sorrir com o canto da boca, brincar na cama, comer japonês, abraçar do nada, ler um livro que você nunca leu, contar piada, dar mais beijos, planejar a vida, não planejar, tomar café da manhã, admirar o céu e te fazer tirar fotos da lua, ver o mar num dia frio, beijar no cinema. Quis estar com você pelo simples prazer de estar, porque aquecia o peito e moldou dois sorrisos, os nossos.
Não foi planejado te amar o tanto que amei e, agora, sei que foi a melhor coisa, o melhor sentimento que a vida resolveu me apresentar. Hoje eu só tenho a agradecer, pelos carinhos, novidades, pelas brigas e pelas sensações que passei a conhecer. Você foi o melhor de mim, a razão por trás de todas as tentativas de ser uma pessoa melhor (e ter conseguido). Você foi a causa. Você foi o amor. Amor em forma de pessoa. Obrigada por ter acreditado e apostado nesse amor.
Para sempre e mais um dia.
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Eu sei que você nunca vai ler esse texto simplesmente porque você não olha meu tumblr a procura de algo pra você há mais de um ano, mas isso é justamente o que tá me fazendo escrever pra você. Eu te amo. Você mudou a minha vida.
Desde antes de nos conhecermos, quando eu estava caminhando pra casa dele e ele me disse que tinha um amig que não queria nunca que eu conhecesse porque esse amigo era tudo o que eu sempre quis e ele não era. Baixista, barba ruiva, super inteligente, divertido, uma ótima pessoa. Nunca perguntei quem era esse amigo até que te conheci e percebi que era você.
Lembra daquela mensagem de Boa Tarde que me mandou do nada porque vocês três decidiram zoar as namoradas uns dos outros.Nunca entendi como ele topou fazer isso sabendo que isso nos deixaria em contato e ele tinha medo de eu gostar de você mesmo antes de eu te conhecer. Enfim, nos demos tão bem. Você lembra? Você me pediu pra eu fazê-lo escutar Biffy Clyro. Eu disse que adorava, inclusive citei Black Chandelier. Você ficou encantado. Eu só queria impressionar os amigos dele, mostrar que eu era legal, mas com você foi diferente.
Você me mandava mensagem todos os dias e nós conversávamos muito. Tipo, muito mesmo. Ao ponto dos meninos começarem a zoa-lo dizendo que tínhamos um caso e eu nem sabia de nada. Você veio a SG pra fazer um trabalho na casa dele, mas qual era a necessidade? Ele podia ter ido a sua casa, por que veio a São Gonçalo? Ah, é, porque era quinta feira. Eu sempre ia pra casa dele as quintas feiras. Esse foi o dia que nos conhecemos pessoalmente.
Eu não ia a casa dele esse dia. Nós tínhamos discutido mais cedo eu literalmente só fui por você e eu sei que você só foi por mim. Nesse dia você já tinha terminado o namoro. Já tinha me contado isso antes de contar a qualquer outra pessoa. Já tinha tempo que nós competíamos pra ver quem dormia mais tarde. Já fazia tempo que eu tinha começado a puxar assunto quando você não puxava porque eu sentia necessidade de falar com você. Eu já gostava de você, e depois descobri que você já gostava de mim.
No ano seguinte, passamos a estudar juntos. Bem, não juntos juntos, mas na mesma faculdade e isso nos tornou mais próximos ainda. Ou pelo menos virtualmente. Eu nunca fui capaz de te dar um abraço direito pessoalmente, você era a única pessoa de toda a faculdade com quem eu sempre evitei ao máximo qualquer tipo de contato físico. As brincadeirinhas e os flertes de zoeira sempre existiram, mas eu sempre evitei encostar em você. Eu gostava de pensar que era eu mostrando a ele que não precisava se preocupar conosco, mas na verdade, era meu mecanismo de defesa. Era eu querendo afastar qualquer pensamento sobre nós que eu pudesse ter. Da mesma forma que eu me afastava de você quando estávamos próximos demais. Eu não podia me deixar levar. Eu namorava. Você era não só meu melhor amigo, mas o melhor amigo do meu namorado.
Durante esse período, você “reencontrou” sua crush de adolescência. Nesse meio tempo você não só pintou seu cabelo de azul como também fez um sidecut. E foi a SG pela segunda vez, mas dessa vez, foi a minha casa mesmo. Foi assistir The Godfather comigo, com uma amiga minha e teoricamente, com ele, mas ele só chegou depois. Quando saiu da minha casa, você foi a casa dela e ele ficou lá em casa. Você a encontrou e eu discuti com ele sobre você e sobre os ciúmes que ele sentia que eu me forçava a dizer que era infundado mas que eu sabia que não era.
Você escreveu a primeira música pra mim nessa época. Você estava inspirado, me pediu um tema. Eu disse que queria uma música sobre uma cerejeira japonesa. Não quis falar Sakura, não que eu ache que você faria algo óbvio como utilizar animes na música, mas eu não queria que ninguém imediatamente pensasse em Naruto ou Sakura Card Captors quando ouvisse a minha música. Na música, eu era a cerejeira. Eu ainda tenho seu vídeo cantando essa música com sua barba meio ruiva, seu cabelo azul com um sidecut e seu sorriso.
“Ah, eu quero isso pra mim / Ela é uma cerejeira japonesa sem fim / Ah, eu quero isso pra mim / Ele é um guerreiro samurai de armadura carmim / Serenos e frenéticos eu vi / Mas o olhar / Não esqueci.”
Voltando a moça, eu vi você se apaixonar por ela e ela por você. Eu vi o sentimento dos dois crescendo aos poucos. E eu percebi que eu não tinha que sentir nada quanto a isso a não ser alegria por vocês. Eu tinha um namorado que me amava e a quem eu amava e você tinha encontrado alguém especial. Acho que dá pra sermos amigos, isso vai ser bom. Você a pediu em namoro em agosto. Eu não sei porque eu lembro disso, só sei que eu lembro. Eu fiquei meio mal quando soube, até. Mas depois disso, passou.
Voltamos ao ciclo: conversar muito > sentir algo > me afastar > voltar a conversar muito. Ok, nem sempre era eu quem me afastava, mas esse era nosso ciclo. Nós funcionávamos bem assim.
No ano seguinte você veio aqui em casa de novo, no meu aniversário, mas dessa vez com ela. Foi tudo tão tranquilo, estávamos todos aqui conversando, brincando, estava tudo bem. No dia seguinte, na faculdade, você me deu um chapéu de papel porque eu amo chapéus. Metade francês, metade japonês. O chapéu da dama Lari.
Meses se passaram, você veio aqui novamente. 21 de outubro de 2015. O dia em que Marty Mcfly chegou ao futuro. Dia de fazer maratona de uma das minhas trilogias preferidas. E você veio, apesar de tudo. Apesar de ser uma quarta feira, apesar de estar no meio do período e ter provas perto, apesar de ser em SG, você veio. Você se assustou comigo assistindo Harry Potter e falando todas as falas. Você me deu apoio quando me viu chorar porque meu pai, que deveria maratonar comigo, não esteve presente. Você assistiu aos filmes comigo até tarde da noite só porque eu estava extremamente animada com isso, você nem ligava pra Back To The Future. Mas você veio.
Em novembro teve show da sua banda. Foi a primeira vez que fui a Lapa. Fomos eu e ele assistir seu show. Chegamos lá e encontramos a todos. Nossos amigos em comum, sua namorada, você. Nós pedimos que tocasse a música da cerejeira, você fez suspense no palco e tocou uma outra música de brincadeira que não era da banda. Quando acabou o show, você desceu do palco e me abraçou. Forte, muito forte. Nunca tínhamos nos abraçado daquele jeito. Só então você abraçou sua namorada. Ninguém falou nada sobre isso. Na verdade, acho que ninguém nem reparou, só nós dois.
Ainda em novembro, eu terminei meu namoro. Eu já queria terminar há muito tempo, mas alguns problemas pessoais envolvendo uma menina me fizeram dizer chega. E eu disse. E acabou. E ele fez chantagem emocional. E eu me senti culpada. O namoro ainda existia, mas pra mim já estava morto e enterrado. Eu só estava presa no rótulo de namorada que já não significava mais nada pra mim.
Você foi a minha casa novamente duas vezes esse ano. Uma para irmos juntos assistir a estréia de The Force Awakens e outra só porque marcamos de jogar Just Dance. Depois da estréia, nós fomos a uma pizzaria e um amigo meu que foi conosco percebeu logo que havia algo errado ali. No dia do Just Dance ficou ainda mais óbvio ainda para ele, mas eu nunca soube disso até muitos meses depois.
Bem, os flertes e as brincadeiras se acentuaram cada vez mais. Em Janeiro (maldita greve que nos fez ter aulas até fevereiro) nos encontramos na faculdade e as coisas ficaram cada vez mais pesadas. Pesada não é bem a palavra certa, mas são 01:38 e eu não tô com cabeça pra pensar em uma palavra melhor. Você disse que procuraria uma sala pra gente, e você falou a verdade, mesmo que eu não soubesse. Eu torcia pra que fosse verdade e achei que tivesse me iludindo.
Um dia, você me chamou pra explorar a faculdade e ficamos cerca de duas horas a toa andando juntos procurando cantinhos escuros, mas fingindo que não estávamos procurando nada. Eu te falei que seria legal ir ao sétimo andar, você não me deu muita atenção. Isso foi numa terça feira. Na quarta você foi ao sétimo andar com sua namorada. Na quinta você foi comigo. Na quinta nos beijamos pela primeira vez.
Estávamos no sétimo andar, olhando a vista. Fomos pra um bequinho e ficamos conversando até que você me pôs contra a parede e quase me beijou. Mas então você hesitou. Os dois estavam tremendo. Eu tô nervoso, rs. Eu também estava. Você tem certeza disso? Tenho. E aconteceu. De repente, todos os anos de brincadeiras, flertes, insinuações, amizade, piadas, suporte, carinho, conforto, de repente tudo fez sentido. De repente eu era sua e você era meu. Não parecia que estávamos ambos nos jogando naquilo que viria a destruir nossa vida por um tempo. Tudo era tão certo naquele momento.
Isso se prolongou por um tempo, nós juntos no sétimo andar da faculdade. Nós conversando o tempo inteiro em casa. Nós assistimos Her falando pelo celular. Nós tivemos um date real e fomos ao cinema assistir The Boy. Eu fui a sua casa duas vezes. Nós ouvimos o Canções de Apartamento pelados e abraçados. Puro e simples assim. As pessoas falam muito sobre sexo sem amor, isso era amor sem sexo. E apesar de estar extremamente claro que nós não só estávamos apaixonados há muito tempo, como também nos amávamos de verdade, os dois negavam isso incessantemente.
Foi nesse momento que escreveu a segunda música pra mim. Atrito. A música que sua banda adorou e, até a última vez que perguntei, era a música favorita da banda. Você conseguiu fazê-los acreditar que a música era sobre o ócio apesar de isso não fazer nenhum sentido. 7 horas, no relógio do parque Sankaku. Na música você diz que não sabe ser real sem machucar ninguém. Olhando pra trás, eu acho que na verdade, quem não sabe ser real sem machucar ninguém sou eu.
Um dia, numa madrugada de sexta pra sábado, decidimos que talvez fosse melhor parar de nos falar um pouco. Já não nos víamos havia um tempo por causa das férias e tínhamos que dar mais atenção aos nossos respectivos namoros. Isso aconteceu às 03:22. Passaríamos uma semana sem nos falar. Foi extremamente difícil e eu passei o sábado e o domingo inteiro escrevendo pra você e apagando as mensagens. No meio da semana, você me mandou uma falando que talvez isso fosse bobagem, não devíamos parar de nos falar. Isso estava te remoendo tanto quanto estava me remoendo. Você criou a sua versão de Ensaio Sobre Ela, você criou um diário onde descrevia o que sentia e eu tenho tudo anotado aqui. Todas as suas palavras estão gravadas num caderno que, no momento, está no meu campo de visão, mas pode deixar, não vou escrever nada aqui. Suas palavras são hoje um segredo só meu, nem mesmo você ainda as tem e eu vou guarda-las pra sempre. Durante esse período, você escreveu a terceira música pra mim.
Nosso caso se estendeu até a noite do Oscar daquele ano. Você pediu pra terminarmos tudo enquanto assistíamos ao Oscar juntos, mas separados. Você falou tudo isso enquanto a Lady Gaga cantava ‘Till It Happens To You e eu chorei mais que em qualquer término de relacionamento da minha vida, até hoje.
Muitas coisas aconteceram que o levaram a contar a sua namorada sobre a gente. Ela me falou que sabia e me pediu pra contar pro meu namorado porque ela mesma contaria caso eu não o fizesse. Eu o fiz. Em partes. Eu não tive coragem de contar tudo. Eu sou uma covarde, eu sei. Ela contou o que eu não contei. E depois uma outra pessoa contou o que faltava. E foi nesse momento em que nossas vidas virou um inferno.
Estávamos proibidos de nos falarmos. Ambos seguiram seus relacionamentos mas estávamos sendo forçados a fingir que nem nos conhecíamos. Na verdade, eu estava. O que era ruim pra sua namorada era ainda pior pro meu. A namorada dele e seu melhor amigo, o cara a quem ele sempre admirou e a quem ele sempre temeu que roubasse sua moça. Ele surtou. Não o julgo. Foi muito pra ele assimilar. A vida dos quatro virou um inferno. O mínimo contato com ela me fazia chorar desesperadamente pelos corredores da faculdade. Estudar contigo (literalmente dessa vez) e não poder falar com você me corroía. Encarar meu namorado, a quem eu amava mas não da forma que devia, me fazia sentir nojo e vergonha de mim mesma.
Passamos meses assim, praticamente sem nos falar, só nos falávamos esporadicamente e quando acontecia, gerava uma confusão gigante. Meu namorado fez de tudo para que eu sofresse o máximo possível, não vou dizer que por querer, mas fez. E eu aguentei tudo porque eu acreditava que eu merecia. Eu era um lixo. Um ser desprezível que merecia sofrer por tê-lo feito sofrer. E eu tentei parar de gostar de você. E eu tentei me dizer que você não prestava. Mas isso só me fazia pensar quem era isso que fazia com que déssemos tão certo. E aí eu pensava que não, você era bom demais pra mim. E o efeito que isso surtia era uma fagulha de esperança que dizia que com você eu podia melhorar. Eu tentei te superar. De verdade. E falhei miseravelmente.
Quando você terminou com sua namorada, eu novamente fui a primeira a saber. Você não terminou com ela por mim. Você terminou com ela por você, porque era o certo, era a hora. Eu era outra história, uma história pausada e que merecia que fosse apertado o play. E você me disse que queria que eu terminasse. E você me disse que era meu. E eu sabia que eu era sua. E ainda assim eu apareci com o discurso de que pessoas não pertencem a outras pessoas. Escrevendo isso agora percebo que eu estava citando a Audrey Hepburn em Breakfast At Tiffany’s.
Eu só percebi tarde demais que eu não era responsável por cuidar do meu namorado. Eu só percebi tarde demais que deixar ele me fazer sofrer não ajudava ninguém. Era pra eu ter terminado antes. Tudo seria diferente se eu tivesse terminado antes. Ou não. Não sei. Não quero pensar nisso.
Tô escrevendo esse texto para pedir desculpas por ter te feito sofrer tanto, principalmente nesse final que eu praticamente não falei sobre. Dói muito falar sobre esse final. Eu não consigo falar dele realmente com ninguém. A dor que eu sinto ao lembrar dele é extrema. Tudo o que eu queria era voltar pro começo de agosto daquele ano e me deixar ser sequestrada por você. Teríamos nosso dia no apartamento da sua mãe. Você ia cozinhar pra mim. Você chegou a comprar um vinho pra gente. E não aconteceu. Queria voltar praquele dia que nos devíamos ter nos encontrado no plaza pra ir a um motel e não transar, só conversar sobre tudo e nos sentir em casa um no outro mais uma vez. Queria voltar pra quando você me disse que independente de eu não acreditar nisso, você era meu e você me amava apesar de tudo e por causa de tudo e queria nesse momento terminar meu namoro e correr pros seus braços. Queria voltar pra quando eu terminei meu namoro e cumpri minha promessa de sentar no seu colo caso acontecesse, mas te dar um beijo de verdade. Te abraçar e chorar nos seus braços do jeito que eu queria fazer e não fria do jeito que eu fui. Mas algo em mim dizia que você ficaria melhor sem mim, e hoje eu percebo que talvez estivesse certa. Eu te amo. Eu sempre vou te amar. Você sempre vai ser o amor da minha vida que eu nunca tive. E é por te amar tanto assim que eu quero que seu namoro de agora volte a dar certo. Essa menina te faz feliz da forma que eu deveria ter feito e não fiz. Ou quase. Suas palavras “o que eu sinto por ela é o mais próximo que cheguei do que eu senti por você”. Eu te entendo. Não sei se vou chegar a sentir por alguém o que senti por você. E tá tudo bem, vou sobreviver. Só não se esqueça nunca que eu sempre te amei, apesar de todas as minhas escolhas erradas, eu sempre te amei.
Eu acho que ainda tenho o barbante aqui comigo, no fim das contas.
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Carta aberta
Quando fecho os olhos ainda consigo reviver toda a nossa trajetória, desde aquele domingo ensolarado em que eu transbordei de alegria pensando que finalmente eu seria a única a ocupar teu coração. Como eu havia esperado por aquele momento!
Eu não teria mais que aguentar tu dizer o quanto eu era especial, mas tapar os olhos e os ouvidos pra todas as mulheres com quem tu saía....
Foi um verão intenso o de 2015, e eu nunca tinha vivido tal coisa até então, lembro claramente do brilho nos teus olhos, hoje foscos e cansados, quando eu te conheci, tamanha motivação e excitação eles carregavam. Tuas veias pulsavam enquanto tu cantava “your naughty little whore”. Deixei tu me conduzir, porque tudo que vinha de ti era loucura e inusitado.
Tudo foi um turbilhão: noites te acompanhando, te vendo cantar e aprendendo que o som grave ao fundo era teu, tocando baixo, momentos só nossos no sol, vinho, pearl jam de trilha sonora, black...Absolutamente tudo em ti me encantava, até teu jeito de respirar.
“Eu não vim pra ser tua brisa, vim pra ser tua tempestade.”
O outono chegou, as folhas caíram das árvores e meu coração foi esmagado, tal qual um pedaço de papel amassado no fundo da gaveta. Nosso amor tão forte foi abalado pela primeira vez, e mal sabia eu que aquele seria o primeiro evento inoportuno de tantos que tu me causaria naquele ano. O dono dos olhos que eu tanto amava não mediu esforços para me trair e machucar como bem entendesse. Entretanto, nada era suficiente para nos separar. Tu sempre chegava com flores e cartas, e eu, abria meu coração e te abrigava de volta. No meu universo de menina inocente eu tentava te proteger, e pensava “se eu não ajudar ele a deixar de ser assim, quem vai?”. A verdade cruel, que eu aceitei muito depois, é que tu não queria ser ajudado.
Depois de muitas dores meu coração parecia estar se refazendo, ficando inteiro pra ti de volta. Só que sempre tinha algo errado, pra ti eu era menina demais, insegura demais, dramática, possessiva, “Gabriela, para de procurar aprovação alheia!”. E eu, comecei a acreditar ser todas essas coisas que tu cuspia na minha cara. Em paralelo, eu era tua, mas não por completo. Hesitava em te abraçar quando tu chegava, em demonstrar o amor tão grande que eu nutria, em dar opiniões, falar e interagir quando saíamos, em puxar um papo mais profundo contigo. E tu, veja só, me culpava por tudo isso também! Enquanto eu tentava não me fechar e me diminuir cada vez mais, tu não entendia que eu lutava para me recuperar e o que eu mais precisava era do teu apoio...
Não vou negar os inúmeros momentos bons que passamos juntos e tantas situações em que tu me ajudou, mas é justamente dessa forma que chego a um dos pontos principais: Tu sempre me deixou CONFUSA! Eu não sabia quando estaria com o homem amável, que se importava, e me reconfortava ou com o homem que pisava nos meus sentimentos e na nossa relação sem a menor responsabilidade e tentava recompensar com um texto qualquer. O fato é que eu acho que a junção desse teu jogo de confusão e do meu amor tão sincero por ti foi o que me fez ficar por tanto tempo. Como nada nunca estava totalmente claro, eu, esperançosamente, acreditava que o teu lado ruim era só um exagero meu e que tudo iria passar. Não passou. As crises sempre voltavam, cedo ou tarde.
Eu suponho que talvez tu ainda não consiga admitir teus piores traumas e problemas com álcool pra ti mesmo. Tu acha que são pequenas crises aleatórias que logo passam, comuns na vida de todo mundo. Leia uma coisa: esse teu jeito intoxica as pessoas ao teu redor e arruína tuas relações. Demorei pra entender que o problema não era eu. Na verdade, enquanto tu for assim, qualquer pessoa com quem tu se relacionar emocionalmente corre o risco de passar por tudo que eu passei contigo. Por ti mesmo, procure uma ajuda de verdade, profissional, eu sei mais do que ninguém o quanto tu precisa.
Nós tivemos mais fins do que começos, e eu odiava isso.
Houve um tempo de crescimento e mudança, tu dizia que eu era tua família.
Família.
Quão forte e significativo aquilo soava, eu me sentia parte de ti, da tua vida. Jurou tantas vezes que eu era o amor da tua vida, e falava de uma forma tão verdadeira que nem mesmo parecia clichê de casal. Eu sentia que tinha preenchido o posto de mais alto patamar no teu coração, que só podia ser ocupado uma única vez, e os teus erros do passado pouco importavam.
Quando acabou eu tive absoluta certeza de que te amava, como doeu. Não suportei encarar teus chinelos de canto na porta do meu apartamento, nossas garrafas de vinho ou as cartas que tu me escreveu. Precisei queimar qualquer vestígio de papel com a tua letra e descartar todo o resto.
Mesmo tendo um ponto final definitivo eu me sentia de certa forma acolhida, tu mantinha nossas fotos e o nosso colar, e eu ainda acreditava ser teu amor insubstituível. E então tu me provou o contrário e me despedaçou mais uma vez. Como tu se atrevia? Depois de tudo? Depois de tirar tanto de mim? E as tuas promessas? E as tuas críticas ferozes às pessoas mesquinhas que saíam de um relacionamento e já entravam em outro por não conseguirem sequer ficar sozinhas?
Quando eu te questionei tu nem sequer conseguiu responder, mas tu sempre foi assim: Quando as coisas apertam, ou tu mente, ou vira as costas.
Por um tempo me perguntei como tu conseguia entrar tão rápido em um relacionamento sem ao menos curar as feridas de outro? É impossível superar quatro anos em semanas e sair amando outra pessoa assim. Agora já me dei conta: Tu não tem feridas pra curar, quem foi estraçalhada, fui eu. Pessoas assim procuram de maneira automática, ainda que inconscientemente, outro alvo que sirva de recipiente pra depositar seus interesses, pra ser outra peça. Hoje eu nem sequer acredito que tu um dia me amou.
Parei de me fazer perguntas e comecei a achar graça. Graça do homem que tu é. Sempre repetindo as mesmas coisas desde que eu te conheço, rodeado de pessoas e vazio por dentro. Graça de que hoje eu tô aqui, me reerguendo, mais forte do que nunca, cercada de gente que eu amo. Graça de que eu consigo muito bem ficar sozinha, porque tenho a consciência limpa e também não preciso de ninguém pra me preencher.
Fim de semana nenhum enchendo a cara anula as inúmeras pílulas que tu toma pra ter que lidar com a pessoa que tu é.
Graça porque por trás da tua pose eu sei como tu se sente.
Graça porque sei que quando tu fecha teus olhos antes de dormir, os demônios que tu mesmo criou, não só comigo, mas também com outras pessoas, te atormentam.
E me sinto ainda melhor comigo mesma por ser tão incrível que nem tudo isso foi capaz de me derrubar.
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Diferente dos outros mil textos que já escrevi pra você, este eu queria começar diferente, sabe? começar sem que você leve por um lado cansativo, que já esta cansado de ler, sem levar pra um lado, que você, leve como clichê. Cara, eu já escrevi mil vezes todos os pequenos detalhes, de todos os pequenos momentos que juntos vivemos, acho que um por um, talvez eu tenha esquecido de algum, mas ambos sabemos de tudo, creio eu(?) Eu fico pensando, como a vida é hilária, e como a cada vez que eu venho até aqui escrever pra você, eu estou “um pouco” mais madura, e com os pensamentos mais certos sobre muitas coisas, inclusive, claro, por primeiro, sobre você, sobre você, que já iniciou um outro relacionamento, que já conseguiu mostrar a sua felicidade aos quatro cantos, e mostrar pra mim mais uma vez, que a fila andou, que a fila literalmente andou, e que aquele menino que já quis meu amor, estava em outra, com um novo amor! e eu concordo com isso, acho que a vida é feita de fases, e temos que nos entregarmos de alma a cada uma delas, e vejo o quão amadurecido você ficou com esse novo relacionamento, sabe? Você não é mais aquele menino que eu conhecia, até porque nós mudamos, e você hoje é um homem, com pensamentos MUITOS diferentes do que tinha antes, na verdade, completamente diferentes, e eu acho isso maravilhoso, porque NÓS crescemos e mudamos todos nossos pensamentos, de anos pra cá. não sei absolutamente nada mais sobre você, e talvez seja um pouco disso que me prende a você, eu não te conheço mais, mudamos tanto nesses anos e nossos costumes também, você começou a fumar e a beber frequentemente, e eu a dançar feito uma doida e a sair pra fora em shows com amigas minhas de fora, que algumas você nem chegou a conhecer, você, o menino que eu conheci, tem outros pensamentos e prioridades hoje, eu a menina inocente e criança, agora vê malicia em muitas coisas, também! acho que eu me cobro isso, te conhecer, e observar suas mudanças, porque eu acredito que você quanto eu, mudamos em em vários, MUITOS aspectos, mas algo da nossa essência ainda deve ser o mesmo, ninguém muda 100%, até porque não tem como isso, quando se é algo, mudamos os gostos, jeitos, mas a essência, lá no fundo, sempre permanecerá a mesma. com esse seu relacionamento, eu fiquei ainda mais sem te conhecer, e diferente de mim, nunca ouço falar sobre você, e já eu, não sei o que falaram ou falam de mim pra você, e meu medo é esse, muitas coisas cujas faladas, é o dobro do que verdadeiro é! me entende? eu sempre penso, naquele seu sorriso de canto, todo envergonhado, e aquela suas pintinhas que eu gostava (inclusive a do pescoço, que é bem evidente) eu sempre penso, e imagino você com seus antigos perfumes, coffee e ferrari hahaha, é louco né? mas acredita, que as vezes até vem o cheiro do nada? eu vou te confessar uma coisa, eu estou escrevendo e morrendo de sono, mas eu passei o dia pensamento que pra me aliviar eu precisava te escrever e enquanto eu não colocar tudo pra fora, eu não vou sossegar, entende? acho que já virou rotina eu começar textos pra você e dizer sobre nossa história, afinal, já sabemos de tudo, e sabemos dos nossos erros, e por falar em erros, eu acho que nunca tive a cara de te pedir perdão dos meus né? dos meus que me afastaram cada vez mais de ti! pois perdão, perdão, eu quero que entenda que eu não estou dizendo da boca pra fora cara! eu queria a oportunidade de poder te conhecer de novo, não to dizendo pra você ter um romance comigo, porque eu sei que não sou bem vista por você, mas acho que merecemos esse reencontro, essa oportunidade de nos conhecermos novamente, afinal, mudamos tanto, mas tanto, que chega a ser fútil seguirmos com o pensamento um do outro de coisas passadas, acho que devemos ter sim alguma conversa, seja ela so pra jogar papo fora, pois acho que ganhamos maturidade e estamos ganhando a cada dia mais, sabe? e eu mesma, não sou aquela criança louca por Luan Santana que você conheceu, e eu acho que nem você o menino que era viciado em games onlinne né? eu acho que todos temos que ter chances de se reconhecermos novamente, ver quais as diferenças, ver o quão maduros ficamos. as vezes que te vi nesses tempos, antes de vir pra cá, eu pensava em te pegar e te abraçar como uma mãe abraça seu filho, e te dar todo aquele amor no abraço, sim cara, o amor! amor, cujo meu, que é seu, ele te pertence, mesmo você negando ele hoje, e dando o seu a outra pessoa, infelizmente a vida tem dessas, e acho que não é o bastante, as vezes acho que a vida vai me jogar ainda mais baldes de águas frias! lembra das músicas que me mandava? duas que eu gravei e não esqueço é: me namora do Natiruts, e Não existe adeus - Hateen. eu paro pra prestar atenção na letra de ambas, todas as vezes que tocam na minha playlist! separei esses trechos, não pra você cantar, e sim como eu, ENTENDER: Eu fico o tempo todo a imaginar, o que fazer quando te encontrar, mas se eu fizer o que vai dizer, será que é capaz de entender? Mesmo se não for eu vou tentar, vou fazer você me notar (…) Eu penso estar vivendo uma ilusão, sem saber se me quer ou não? quem dera se a resposta fosse sim, mas acho que já nem liga pra mim (…) Abra os olhos, veja quem te adora E sonha com você no mundo a fora (…) E você sabe muito bem, que não existe adeus, enquanto um de nós ficar aqui (…) E nada vai mudar nem mesmo se você quiser, e nada vai ter fim, pelo menos não pra mim (…) E nada vai mudar nem mesmo se você quiser E nada vai ter fim, e nada vai trazer de volta o que a gente viveu, não é facil assim, não pra mim. entende ambas? no final da segunda música, nada vai trazer de volta o que a gente viveu, mas eu acho que poderíamos ter a oportunidade de tentar ao menos se conhecer novamente, eu acho que ninguém é tão frio ao ponto, de não conseguir sentir uma pequena consideração a alguém que já disse amar, e eu não acredito que tenha sido algo mentiroso, pois nesse ano novo eu vi em seu olhar, que no fundo de toda angústia que você tem de mim, algum pequeno sentimento, nem que seja ele de carinho você tem! Você me disse ao final do ano passado, que as coisas mudaram e que não são as mesmas, e eu concordo, eu não sou mesmo nada do que você conheceu, nem você do que eu conheci, mas eu te garanto que esse amor que eu tenho no peito por você, ninguém, jamais irá ter, você tem noção de que mês que vem vai fazer 5 anos do primeiro beijo que eu te dei? e você tem noção, de que eu me lembro exatamente de como seu beijo é? 5 anos, é tempo pra burro, e eu tento lutar contra isso, mas todos os fatos me levam a ele, tudo me leva a ele, o amor, me entende? Mas se não for nem um um pouco recíproco que ele passe uma hora, e não importa, se esse sentimento que eu tenho comigo passar, saiba que você me ensinou muitas coisas com ele, inclusive a lutar por ele de alguma forma que seja. na carta que você me escreveu, você me disse que quem te ensinou a amar foi eu, justamente eu, aquilo foi em vão também? porque eu aprendi a amar com você também, você acredita que eu não consegui dizer sim pra outro namoro, por ter você em mente? é louco, viagem, mas eu pensei, que namorando um outro alguém, me afastaria de alguma forma, ainda mais de você! Claro que entendemos o que é amor ou não, no dia a dia das nossas vidas, com a convivência, mas não nego ele, mesmo não tendo isso. cara, que vontade de te ver, te ligar, trocar uma mensagem, e eu acredito que não seja uma nostalgia que vai passar, porque essa saudade insiste em caminhar ao meu lado, você tem noção de que eu estou do outro lado do mundo, LITERALMENTE e você veio aqui, comigo? de alguma forma? minha mãe sempre me disse, que estava em meu olhar, toda vez que seu nome era citado a vontade que eu tinha de te ter por perto, antes de eu vir pra cá, você estava na esquina da minha casa curtindo um futebol, eu queria olhar pro lado só pra te procurar, mas eu sou orgulhosa e não olhei, não te procurei! já ouviu que “o amor é sofredor, é benigno, o amor não é invejoso…” “tudo sofre, tudo cre, tudo espera, tudo suporta” esse trecho bíblico pra mim é verdadeiro e forte sabe? eu estive, como estou sentada a tempo vendo a vida passar e você ir e vir de um relacionamento e meu coração pulsa pra fora quando descubro que você esta “solteiro” e porque ele fica alegre assim? porque???? Não me leve a mal, eu não quero sua infelicidade, pelo contrário, mas certas coisas não somos nós quem controlamos. você tem a noção de que eu to aqui longe de você e você faz parte dos meus pensamentos? pois bem, você me ignora, não me quer na sua vida, mas eu penso que se você não tiver 1% de algum pequeno sentimento por mim, que seja ele de carinho, eu esteja daqui uns 10 anos rindo desse episódio, e não me matando de pensar em você ainda, porque querendo ou não, de alguma forma isso me consome entende? me corrói. me machuca ainda mais a sua frieza comigo, mas eu não te culpo, afinal, você devolve o que recebeu, né? Acredite que você tem boa parte de participação em "off" por eu estar aqui fora esse tempo, tem de alguma forma porque eu quis me afastar de tudo o que vivia rodeada, parar pra conhecer coisas novas e me conhecer também, ver quais eram realmente minhas prioridades, meus sentimentos, meus gostos, ver meus erros, ver meus acertos, quis sair pra fora para ganhar um amadurecimento que eu sabia que continuando ai eu não iria ter, talvez nunca sabe? Á vontade de ao menos conseguir uma conversa sincera contigo que seja me fez vir pra cá também, claro que tem outros fatores, mas você me fortaleceu pra vir, foi uma maneira que eu vi de fugir do meu mundo, se arriscar, e mudar a minha pessoa, talvez pra melhor, me entende? Sumir dos holofotes que me cercavam por ai. Queria que todos tivessem a oportunidade de sair pra fora, ficar longe e pensar e repensar sobre si mesmo. Sabe, e estando longe nos pensamos cada dia em alguma pessoa ou alguma parte da nossa vida, e ver o que poderia ter feito ou não, até se arrepende de muitas coisas em ficar pensando, mas vê que você tinha que viver aquilo, tinha que passar por aquilo, pra chegar aonde chegou, sempre digo que Deus nunca falha em nada, ele nos dá opções e nos escolhemos elas, mesmo Ele já sabendo qual nosso destino, ele nos dá a opção, e eu agradeço a Ele por ter me dado a oportunidade de vir pra longe e enxergar minha vida de uma maneira que eu nunca iria enxergar. São muitas coisas que se for colocar todas elas aqui, eu acabo é nunca. Eu queria voltar desta temporada fora e te encontrar, como se fosse te conhecer novamente, e te entender, saber suas novas visoes e seus novos gostos, queria reconquistar um pouco do que eu perdi, alias, do muito que perdi, nem que fosse ela sua amizade, entende? Porque quando passo por ti, me sinto um ET hahah por justamente nossa frieza um com o outro, bom menino de 15 anos, hoje tem 20! Acho que ele tem muitas coisas diferentes a me passar hoje. enfim, me perdoa por todas as falhas. vamos nos apresentar novamente? prazer, me chamo Ketlyn
- Wuhan, Hubei / 02:22 AM 06.set.2017
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A pedra preciosa Eu sempre achei que comemoraríamos os seus 99. E que poderíamos comemorar os 100. As crianças volta e meia me perguntavam, alegres, como se já convidadas para um evento único: “Mãe, a gente vai ao centenário do Vovô Xará?”. Eu respondia dizendo que achava que sim. Porque achava que sim. Iríamos à sua casa para um almoço. Na chegada você viria nos receber na porta. Talvez você estivesse mais frágil, mas o sorriso ao me ver seria o mesmo. Você estaria vestindo dois pulôveres, um cardigã por cima de um colete de lã e de uma camisa de botão. Eu seria acolhida pelo seu abraço apertado. “Ô, Clarisse, que bom ver você!” Já haveria uma garrafa de vinho tinto aberta, respirando, envolta em um guardanapo de linho branco em cima do aparador. A conversa entraria noite adentro. E eu voltaria para casa já com saudades. O mês de julho sempre foi o nosso mês. O seu, o meu e o do seu xará. O mês de celebrar você no dia 24, eu, que, apesar do desejo explícito da minha mãe de que nascesse no mesmo dia, teimei e nasci dia 22, e o seu xará, que escolheu um dia só para ele, tornando o mês de julho ainda mais especial para todos nós com uma celebração sem fim. Você me ligaria para me dar os parabéns, que eu retribuiria dois dias depois. No dia 31 nos falaríamos novamente quando você telefonaria para me dar um beijo pelo seu xará. Julho chegou diferente este ano. Foi como se eu não notasse a sua chegada e ainda estivéssemos em junho, não sei, talvez maio ou abril, quando você ainda estava aqui. Este ano julho chegou em silêncio junto com o frio. A sua ausência e a sua presença atravessam o nosso dia a dia. Sei que elas seguirão comigo num emaranhado de amor e dor. E é por isso que a cada novo mês de julho eu celebrarei você, meu avô. Julho de 1975. Ele parou a Brasília vinho recém-comprada no acostamento. Chovia muito. “Vamos esperar um pouco. Assim não dá para seguir. Tenho uma carga muito preciosa aqui”, disse, olhando para o banco de trás, onde estávamos eu e minha mãe a caminho de Poços de Caldas. “A carga preciosa era você, e não eu”, minha mãe me disse, anos depois, achando graça. Muito já se escreveu e certamente ainda se escreverá sobre Antonio Candido. Além da dimensão familiar, onde o Vovô Candido é tão nosso, ele é caro a muitos, e sua ausência será sentida para sempre. Mas é no âmbito familiar que se encontra a nossa relação. Onde nasce o afeto entre avô e neta. Entre um avô que dá nome ao filho da neta que tem o nome da mãe do avô. E é a presença dele que se coloca para nós. Na trama da nossa história, tecida ao longo dos anos, passamos pelo Rio de Janeiro, onde nascemos os dois, por Poços de Caldas, onde passei todas as férias da minha infância – com algumas idas inesquecíveis a Araraquara –, e por São Paulo, onde ele morou a maior parte da vida e que para mim estará para sempre ligada a ele e ao melhor lugar da cidade: a sua casa. Em Poços eu gostava de ficar com ele no escritório onde havia a coruja de louça cujos olhos acendiam de noite. Pedia histórias sem parar. Tantas que tinha pesadelos: ia para a cama com a cabeça povoada por contos chineses, princesas que dançavam a noite toda e gastavam a sola dos sapatos, rainhas más, dragões furiosos, peixes voadores e feiticeiras horrendas com verrugas no queixo. Ele contava e encenava as histórias. Lia e inventava com prazer. A voz mansa, a dicção perfeita, o timbre só dele. Lembro de umas férias em que minha avó Gilda precisou me dar chá de alface à noite – várias noites –, das piores coisas que já tomei, e ligou para minha mãe no Rio reclamando: “Assim não é possível, ela ouve histórias do seu pai o dia inteiro e à noite acorda com pesadelos”. Depois de repreendidos os dois, avô e neta, fizemos, contrariados, uma combinação: “só” três histórias por dia. Uma de manhã, uma à tarde e uma à noite. Funcionou. Quando ele se referia a essa época, dizia feliz: “A Clarisse parecia um canguruzinho quando era pequena. Não desgrudava de mim”. E completava: “Ela sempre teve necessidade de avô”. Bem pequenininha, ganhei um pincel para fazermos a barba juntos. O meu era uma versão menor do dele. Base de osso e pelo natural. Era um ritual matutino em Poços. No quarto dos meus avós, em frente ao espelho da mobília cor de mel, passávamos espuma no rosto todo e, enquanto ele tirava a dele com a navalha, eu passava as costas de um pente retirando meticulosamente a espuma, copiando os gestos que eu via pelo espelho. No Rio era a alegria pelo afeto daquele avô que vinha sempre e tinha um apartamento no terceiro andar do nosso prédio. Ele que descia a rua comigo para irmos à papelaria e à Ondinha. Na Ondinha, uma pequena loja de doces que compõe o cenário da minha infância, eu podia escolher o que quisesse. Guaraná Antártica ou Coca-Cola na garrafinha de vidro pequena, croquete de carne, doces à vontade. E ainda subíamos a ladeira com uma bandejinha embrulhada em papel branco e vermelho e mais docinhos para comer em casa. Ele gostava dos caramelados, e comíamos ouriços felizes da vida. Na papelaria não era diferente. Eu podia uma Bic de cada cor, lápis, borracha, papel almaço, durex e cola Pritt. Tudo para brincar de escritório na escrivaninha dele, cedida sem a menor hesitação. Ele era o avô que abria a porta para mim com um sorriso doce e me abraçava apertado, alegre por me ver. Lembro do toque da campainha e dos passos dele ou da minha avó a caminho, a chave girando e a porta rangendo para abrir porque agarrava um pouquinho no chão. Aí, o calor do seu abraço. Em São Paulo tenho uma lembrança querida da casa da vila. Estávamos no escritório, no segundo andar, onde ficava a escrivaninha paulista e a televisão. Então ele abriu o armá- rio e, quando olhei, ele vestia o que para mim pareceu um chapéu, feito sob medida, pois cobria exatamente a parte onde não havia mais cabelo. Era de seda azulão com estrelinhas amarelo-douradas bordadas. Fiquei encantada e não ousei, naquele momento, fazer qualquer pergunta. Não precisava. Afinal, eu sabia que era o seu chapéu de sábio. Anos depois comentei esse episódio com a minha mãe, que caiu na gargalhada me explicando que aquilo era um quipá que ele tinha ganho de um amigo querido e usava em cerimônias judaicas ou para aquecer a cabeça quando estava em casa no inverno rigoroso de São Paulo. A imagem dele circulando pela casa da vila com seu chapéu de sábio permanece comigo. Um dia, já adulta, numa viagem a Paris, passeando pelo Marais, entrei numa lojinha e avistei um peso de papel redondo de vidro maciço no mesmo azulão e com as mesmas estrelinhas amarelo-douradas do seu chapéu de sábio. Trouxe de presente para ele e então contei minha fantasia infantil e toda a história sobre o chapéu de sábio. Rimos muito, juntos. Há outra lembrança paulista mais recente. Meus filhos, Antonio Candido e Valentina, hoje com 9 e 7 anos, circulando pelo apartamento onde ele morou nos últimos 20 anos. Comecei a levá-los a São Paulo para visitar o “Vovô Xará” em 2012, quando tinham 5 e 2 anos. De início entravam ressabiados naquele que para eles era um território desconhecido e não se aproximavam muito do bisavô. Aos poucos foram se soltando e me pediam para ir a São Paulo. Abraçavam as pernas do Vovô Xará ao chegar e ao sair, ouviam interessados as histórias, a conversa dos adultos e exploravam a casa à vontade. Numa tarde avistei os dois Antonios Candidos sentados lado a lado nas poltronas de costas para a varanda. Meu avô contava para o meu filho que havia dez Antonios Candidos na nossa família e que ele, seu bisneto, era o décimo. Lembro do olhar do meu filho para o bisavô, da roupa que vestiam e da chuva que se preparava para cair lá fora. No meu casamento os bem-casados foram embalados, a meu pedido, em papel crepom branco e envoltos com uma fita fina de cetim vermelho. Ele não pôde vir ao Rio naquele junho de 2005. Minha avó, com a saúde abalada, precisava dele perto. Fiz então uma homenagem silenciosa ao colocar as fitas vermelhas nos bem-casados, lembrando do conto chinês O Lago das Pedras Preciosas, contado por ele inúmeras vezes a meu pedido, que narrava a história de amor em que os personagens centrais tinham sido ligados de forma mágica e invisível ao nascer por uma fita fina de cetim vermelho amarrada ao tornozelo esquerdo de cada um, o que, de acordo com a crença local, determinava o destino amoroso das crianças chinesas. Foi uma homenagem a ele – que esteve presente no meu casamento dessa forma – e também a meu marido, a quem eu estava dizendo, de maneira silenciosa, que nosso encontro esteve traçado desde sempre, como no conto chinês, pois sempre estivemos ligados por uma fitinha fina de cetim vermelho. Através de uma das suas histórias, meu avô serviu de inspiração para o amor que se celebrava naquele dia. Hoje de manhã esbarrei nos cartões de visita onde ele costumava escrever nos meus aniversários. Guardo esses cartões no meu armário junto com uma foto dele com minha avó e uma imagem de Santo Antônio. Arranjei ali, há muito tempo, um altar particular para aqueles de quem sou devota. Na sua letra precisa, desejos de felicidade para mim em todas as suas variações ao longo dos anos. Neste outono não tem chovido. Os dias têm estado deslumbrantes. De uma beleza cortante como só quem vive no Rio pode entender. Dolorosamente belos. Olho para trás. Caberá a mim, a partir de agora, cuidar de uma carga preciosa. Toda a trama desse tecido de vida que você generosamente dividiu conosco. Meu avô dizia acreditar que “quando morre acaba” e eu sempre pensei dessa forma. Ao me deparar com a morte dele, a repercussão dentro e fora do círculo familiar, vejo que terei que rever a minha posição. Dentro da zona cinzenta da sua ausência, que me fez enxergar o mundo em câmera lenta, o que sentimos é, na verdade, a sua presença. É “essa grandeza que ainda vamos levar muito tempo para assimilar” – palavras de José Miguel Wisnik das quais eu me aproprio. Não saberia ser mais precisa. Ouso dizer, porém, que ele não acabará nunca e seguirá conosco, presente em todos os lugares, nos transformando sempre. Clarisse Escorel (neta mais velha de Antonio Candido).
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Oi,
Mota. Tudo bem por aí? Como é que você está? É sério, é tudo no que eu só consigo pensar nessas várias horas, depois de tudo o que aconteceu. Quero saber se passa bem, se anda sonhando, se anda pensando demais... Tá fazendo isso? Do fundo do meu coração, espero que sim.
Não sou boa para começar, por mais que eu ame escrever. Acho que você sabe disso, né? Eu sou sempre a que falo merda e que faço merda, mas a minha teoria é maravilhosa. Deve ter sido aí que eu errei. Achei que, por mais que tudo fosse real demais, poderíamos ser aquele conto de fadas maravilhoso, onde teríamos altas histórias para contar e, que no final, tudo daria certo. Mas enfim, eu não sou uma princesa, você não é um príncipe e, bem, estamos no mundo real. Não existe varinha de condão, mágica ou um autor que simplesmente resolve como as coisas vão acontecer. Só existe a gente, quem decide o que vai acontecer somos nós e nós temos que conviver com as consequências, por mais que elas não sejam tão boas.
Sabe, Mota, você apertou tanto a tecla que o problema era você, mas isso nunca entrou na minha cabeça. Eu tentei entender, tentei colocar toda a culpa em você, tentei enfiar na minha mente que eu poderia viver com essa ideia de que você não era o suficiente. Mas essas palavras mexeram tanto comigo que eu não consegui me conformar, não consegui entender e agora... talvez eu saiba o porquê. A culpa foi nossa, Matheus. É dolorido admitir, mas a verdade sempre dói, né? Suas razões estavam certas, entretanto. Realmente, eu sentia muito a sua falta. Por mais que eu estivesse ali com você, eu sentia que eu estava te atrapalhando, que eu tinha que dividir sua atenção. Aquilo me doía, mas eu fiquei quieta, por achar que era coisa da minha cabeça.
E foi aí que eu errei. Por que, infernos, eu fiquei quieta? Eu deveria ter chacoalhado sua cabeça e ter falado “ei, eu tô aqui! ”. Mas eu não fiz, não o suficiente. Talvez eu tenha mencionado, mas não chegamos a discutir, nenhuma vez, sobre isso. Eu simplesmente fui empurrando com a barriga, achando que um dia você iria cair na real. E, bem, você caiu. E caiu fora também. Talvez você tenha simplesmente enxergado a minha não-persistência e achou que era o errado. Não, não era só você. Como eu disse, ambos estávamos errados.
Também pequei em não te contar outras coisas, como por exemplo os sonhos que eu tinha para nós dois. Não seria fácil, Mota, mas na minha cabeça nós iríamos passar tudo isso juntos, assim como todos os casais lindos dos livros de romance que eu leio. Foi horrível perceber que você não queria ser incluso nos meus sonhos, ou pelo menos, não sentia que fazia parte deles. Errei em não dizer o futuro que queria para nós dois. Diferente de você, eu fui a burra que fui deixando tudo para a última hora, achando que até lá você entenderia. Como se você pudesse entender sem que eu te explicasse, né?
E, meu Deus Matheus, quando eu percebi isso, foi como se meu coração fosse arrancado de mim. Mais do que ler tudo o que você escreveu, perceber os reais motivos do porquê você ter escrito tudo aquilo me fodeu. Eu simplesmente, por alguns momentos, não tive força. E, como uma covarde, eu tentei, mais uma vez, jogar tudo para longe. Queria ter deixado a culpa em você, queria ter deixado essa porra toda em branco e até tentei arrumar um jeito de apagar tudo o que a gente viveu (por isso os bloqueios, me desculpe por essa covardia, se puder). Mas adivinha? Não dá para apagar coisas que foram tão reais da memória. Não sozinha, não com a própria força de vontade e muito menos, com falta de coragem.
Eu estava cometendo o mesmo erro, só que dessa vez, de dizer para mim mesma o que estava acontecendo. E quando eu percebi tudo isso, deixei isso bem claro na minha cabeça, vi que era tarde demais. Vi que, como mencionei lá em cima, que você tinha caído na real muito tempo antes de mim e tinha metido o pé. Como diz Clarice Falcão: “Eu não queria que você fugisse de mim. Mas se fosse eu, eu fugia. ” E eu te entendo, Mota. Por mais que eu não quisesse que você fosse embora, se eu estivesse na mesma situação que você, eu também sairia correndo. Uma retardada dessas não merece você. De verdade, foi sempre eu que não mereci você, Mota. E que bom que você percebeu isso. Por mais que me doa, eu te entendo.
Então, eu só quero pedir desculpas, no final das contas. Me desculpa por não ter corrido atrás, por não esclarecer e não contar para você tudo aquilo que passava na minha cabeça. Desculpa por ter engolido tudo aquilo que eu tinha a obrigação de ter vomitado. Desculpa tentar ser uma salada saudável para você, ao invés de admitir que você nunca iria gostar de salada. Nem com, nem sem tempero. Aliás, me desculpe tentar ser só a salada, enquanto eu poderia ser toda a sua refeição. Poderia ter sido o seu prato favorito.
E falando em refeição, você sabia que você era toda a minhas refeições, né? Eu me alimentava de você no café da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e desjejum. Você era tudo isso para mim, e, principalmente, você era minha sobremesa. A minha parte favorita. E eu, burra, só me dei conta disso quando eu passei fome, necessidade de você. Por mais que seja “cedo” falar isso, é comprovado que alguém só consegue viver sem comida por 5 dias. Parece que eu vou ter que ficar sem me alimentar direito para o resto da minha vida.
Lembra da promessa que eu fiz para você? Quando eu te prometi, sentada no sofá da sua sala, que meu coração nunca seria de mais ninguém? Pois é, essa é uma verdade tão nítida como o fato de que a areia é incontável ou que o céu é infinito. Por mais que eu não me esforçasse em demonstrar, não te contasse sempre o que eu sentia, isso vai permanecer, Matheus. E nesse meu coraçãozinho tão fútil e idiota, ainda vai ter todo aquele amor que eu ainda sinto por você, e que ainda eu vou sentir. Não me sinto segura ou confiante e creio que nunca me sentirei ao me entregar, de corpo e alma, para alguém que não seja você. Isso é sério.
Espero, do fundo do meu coração, que você esteja bem. Por mais que não seja algo fácil (bem, para mim não está sendo), se é isso que te deixou bem, então eu ficarei bem também. Vou guardar, com todo o carinho, tudo o que passamos juntos. Todos os apelidos, as piadas internas, as risadas, os choros, as brigas, e principalmente, todos os nossos momentos bons. Quero lembrar da gente rindo, da gente se divertindo e da gente sendo feliz, mesmo que isso só fique no passado. Espero, do fundo do meu coração, que essa seja a última vez que eu esteja chorando por causa da gente, pois o que eu vivi do seu lado foi muito mais do que eu esperava. Foi perfeito, por mais imperfeito que fosse. Espero que as pessoas que estejam do seu lado estejam te ajudando e te apoiando, assim como as pessoas que me cercam estão fazendo comigo. E, do fundo do meu coração, espero que você encontre uma pessoa perfeita. Aquela que realmente te mereça e que faça tudo isso ser eterno, que te faça sentir completo, como eu não fui capaz de fazer. E cuide bem do meu coração, tá bom?
Te desejo toda a felicidade do mundo e que em seus sonhos, você sempre possa contar com pessoas que te façam bem. Sei que Deus te abençoará em tudo que você decidir. Se cuida, e não esqueça de que eu te amo. Desculpa ter escrito demais e não ter coragem de te dizer tudo isso cara a cara, mas é a única coisa que eu sei fazer. Até qualquer dia.
OBS: serei a menina que você vai ter orgulho de ter terminado, de verdade.
Eternamente sua,
Daniela.
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Sobre Johnlock, queerbait e o fight entre shippers e non-shippers johnlock.
Queria dizer algumas palavras, que podem ser repetidas, [mas quais sãos as palavras que nunca são ditas?] sobre toda essa guerra entre johnlockers e não-johnlocker e do queerbait descarado que foi a série e algumas ideias que surgiram por aí. Espero não ser mal interpretada, mas estou disposta a esclarecer quaisquer pontos duvidosos e fazer um debate tão são quanto possível e agradeço desde já quem ler porque é textão sim.
Vou jogar aqui umas ideias que fui tendo. Aliás, achei impressionante – provavelmente por causa da porcaria que foi essa temporada, desculpa quem não achou – que eu passei a “perder” meu tempo pensando em Sherlock da BBC, quando tava viajando olhando pro mato na estrada, quando tava tentando dormir... vinham ideias, vinham interpretações, vinha indignação... e então, o texto não vai tá muito coeso, confesso, mas tentei fazer cada ponto tenha pelo menos um pouco de coerência em si.
Alguém disse que x artista não é donx de sua obra, uma vez exibida, elx não passará a eternidade ao lado dela, explicando o que quis dizer quando a criou. Ou seja, quando a vemos, fazemos nossas próprias interpretações, baseadas no que somos, em quem somos, em nossas vivências, em nossos desejos, em nosso mundo. Para além das obras de artes tradicionais, acredito que com livros, filmes, sérios, isso é muito real, especialmente agora, na Era da Informação, onde além de compartilhar o conteúdo rapidamente, compartilhamos também ideias e percebemos mais rapidamente ainda, várias pessoas compartilham do mesmo mundo.
1. Tudo o que não foi o ACD quem escreveu. TUDO. TUDINHO MESMO, é interpretação das palavras dele. Interpretação feita pelas pessoas que tiveram a permissão, a felicidade e a grana de produzir coisas relativas a mais admirada obra dele. E cada uma dessas pessoas teve sua própria interpretação a respeito. E em Sherlock (aqui especificamente o da BBC) é feita uma interpretação da interpretação pelo fandom.
2. Sempre fui da opinião que fã ENXERGA coisas. Fã CRIA coisas (taí fanarts e fanfics pra provar), NÓS vemos muito além do que o criador da coisa queria passar e depois de filmada, editada e exibida, a arte ganha vida própria, seja lá o que eles quiseram passar quando criaram, extrapola a intenção deles e passar a ser passível de novas interpretações. Daí surge os fandons que coadunam um monte do mesmo tipo, fazendo com que as coisas ganhe proporções maiores ainda.
3. Shippers fazem sua interpretação do ACD, non-shippers fazem o mesmo. Shippers enxergam que o Doyle deixou claro (!) em suas entrelinhas o relacionamento, com veias amorosas, do Holmes e Watson, escondido por causa da época. Non-shippers não veem essas entrelinhas, apenas leem aquilo que o Doyle escreveu.
Coincidência ou não, shippers são em sua maioria, mulheres não-héteronormativas, quero dizer, mesmo quando héteros, são “elfos livres”, apoiam ou sinceramente, acham que a sexualidade alheia concerne apenas a pessoa, ou são pessoas fora do padrão heteronormativo. Do lado contrário, non-shippers (e shippers haters) são em sua maioria homens, cis, héteros, e muitos acham que só existem dois sexos e duas “opções” sexuais. Observe que eu coloquei opções aspeada, porque é assim que normalmente definem.
Ninguém esteve na cabeça do Doyle, ninguém nunca disse, e mesmo que tenha dito, não saiu diretamente da boca do homem, o que ele quis dizer ou não com aquele relacionamento entre dois caras que foram morar juntos e viviam aventuras policiais. Seja lá o que foi, morreu com ele, assim como, pelo que se sabe até o momento, Machado morreu com o segredo de Capitu. Há teses e mais teses a respeito da suposta traição, não teria tudo sido invenção de Bentinho? A loucura do ciúmes o fazia ver coisas? Só Machado podia responder isso e sempre me pergunto se ele um dia, pensou que criaria toda uma cizânia a respeito disso. Da mesma forma acredito ter acontecido com o ACD, imaginaria ele que veríamos (e aqui me coloco, porque sou shipper sim) um relacionamento amoroso entre os dois? Foi proposital e ele imaginou que ninguém ia perceber, ou melhor, que aqueles que NÃO DEVERIAM, nunca veriam? Ou ele nunca quis dizer nada disso, nadinha mesmo? Nunca saberemos.
Quem está certo nisso? Shippers ou não shippers? Acho que todo o hate parte justamente da cegueira de uma parte para com a outra, cada uma defende ardosamente o seu lado e esquece a tal empatia e o que sobra é o desrespeito. Tradicionalmente, o desrespeito vem mais da parte non-shippers, mas o que não falta é shipper destilando veneno por aí e, digo, por experiência, até enxergando hate onde não tem.
4. Acredito na produção do queerbait. I mean, acredito que as produções de livros, filmes e, em especial, de séries – que é um produto de longo prazo de exibição -, hoje em dia, tem jogado uma grande quantidade de queerbait na cara de todo mundo, visto que os telespectadores, especialmente os formados por grupos de minoria social, estão exigindo cada vez mais representação, parece ocorrer aos responsáveis por trazer essa representação, que eles REALMENTE podem “jogar pistas”, e até “fazer piadinhas” queer para agradar ao público e que este que vai [ou deveria] ser conformar e ficar feliz em ter aquela PSEUDO representação na tela.
Especificamente sobre Sherlock (da BBC), TODO MUNDO envolvido com a série NEGA o envolvimento romântico do Sherlock e John, e o que é pior ainda em minha opinião, NEGA que o Sherlock sinta algo pelo John e – acredito que dado ao crescente movimento Johnlocker – quiseram, inclusive, “abafar”, finalizar de uma vez por todas, tudo isso até desenterrando a Irene na série, cara!!!! Depois de todos aqueles olhares, todas aqueles closes, todas aquelas ideias sobre serem um casal, todas aquelas PISTAS [ISCAS?] que jogaram na cara de todo mundo, durante a exibição de 3 temporadas inteiras? Como é que se pode negar que ESSA PORRA ERA QUEERBAIT?
Eles sabem que a gente pensa assim, eles sabem o que estamos falando e o episódio “The empty hearse” é a maior prova disso, eles jogaram VÁRIAS TEORIAS DE FÃS na série pra “brincar” sobre como o Sherlock falsificou sua morte e tem até gay version – sem beijo FOR REAL, porque beijo só na versão hétero.
Os argumentos utilizados por um canal no You Tube, chamado AreTheyGay são, para mim, bastante esclarecedores, a respeito da atração do Sherlock pelo Jonh, especialmente quando cita o especial de Natal, “The Abominable Bride”, no qual o episódio que se passa, quase inteiramente, na cabeça de Sherlock. Esclarecedores de a) not just friend e b) era queerbait e c) tão pouco se lixando para o que a gente pensa.
5. A ideia de todo mundo hétero no seriado me deixou extremamente desconfortável também. Especialmente porque, uma vez, jogaram a ideia de o John ter uma irmã lésbica. E a Irene? A irene nera lésbica? Cara, acho que se era para ela ser hétero, ou bissexual por que não deixar isso claro logo? Pra que ela confessar que é gay (oi?) e depois jogar “paixonite” pelo Sherlock? Na verdade, aqui a gente já tinha a GRANDE pista de que era tudo queerbait, enxergamos? Hein? Nós enxergamos?
Eu não me importaria, sinceramente, que eles fizessem uma Irene hétero, apaixonada pelo Sherlock DESDE QUE NÃO JOGASSEM A IDEIA DE ELA SER HOMO PRIMEIRO. É A INTERPRETAÇÃO deles, eu aceito, basicamente não sabemos NADA sobre ela além das coisas que o Watson soube, para ele Sherlock e The Woman, nunca mais tiveram contato, mas vale lembrar que o Watson não vivia grudado no Sherlock e basicamente conhecemos o Sherlock pelas palavras do Watson, eles podem sim, ter feito contato no livro, ok, MAS SE ELA ERA LÉSBICA, PRA QUE ISSO, PRODUÇÃO?
Nem vou entrar no mérito sobre o Mycroft hétero porque concordo com quem diz que ele não tinha obrigação nenhuma em ser gay só porque o Gatiss é. Entretanto, contudo, todavia, no entanto, concordo que ele também não tinha obrigação qualquer em ser hétero, ACHEI SIM uma grande bosta aquele envolvimento dela com aquela mulher, foi muito “What the f…?” Deixava pra lá, velho!!!
Finalmente, EU INTERPRETO que no livro o John parece ter um sentimento muito mais forte pelo Holmes e este também assim o demonstra, ou melhor, o John vê também assim. Da mesma forma que o Sherlock na série parece amar o John para além de apenas amizade. Foi o que a produção quis mostrar propositadamente? Foi só queerbait (acredito que sim), ou foi só a gente com nossa mente e coração de shipper que viu o que não havia?
Seja lá se o problema for que shippers enxergam coisas que não existe, ou são os non-shippers que não enxergam, vamos viver sem saber, ao que parece.
Aos shippers, resta fazer um crowdfunding, uma petição ou sei lá mais pra fazer, para quem sabe, a Netflix produzir uma série sobre o Sherlock Holmes tão boa quanto foi a da BBC (tirando a quarta temporada aqui, lógico) em que eles façam logo o que a gente quer ver, Sherlock e John vivendo suas aventuras policias e amorosas numa Londres vitoriana ou contemporânea.
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