#flashback w/: x-anthippe
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FLASHBACK tw: morte, incêndio, envenenamento, sangue.
Agora, sentada na mesa com seus corpos jogados pelo cômodo em uma tentativa histérica de conseguir ajuda, os homens que sempre pareceram gigantes para Daphne pareciam tão frágeis quanto uma concha implorando para ser quebrada sem palavras. Sua mente gira não só do veneno que também havia consumido mas também com as palavras que já havia ouvido tantas vezes “Olhar nos seus olhos é como olhar nos de sua mãe” dissera um dos marujos jogados no chão nesse momento; o reflexo borrado em um dos pratos muito usados durante os anos pela tripulação confirmou o que foi dito. Se levantar parecia impossível e sabia que não era apenas o peso em seus ombros do ato cometido mas também um dos efeitos do veneno em que tinha o frasco com o antídoto esperando para ser tomado em sua mão; o sangue que cospe na taça de vinho branco meio vazia denuncia o estágio avançado de envenenamento em que se encontrava e esperava que o sentimento de alívio que crescia em si fosse apenas o fato de estar alcançando a morte.
Foi apenas quando a adrenalina chegou em seu corpo que vários sentimentos atingiram a adolescente mas dentre eles nada parecido com arrependimento, sabia que se deixasse as caçadoras cuidarem dos homens seria apenas uma questão de tempo até que tivessem jovens como ela e outras dentro do barco roubando artefatos novamente, certo? ; sendo isso ou a sede de vingança que se expandiu tanto a ponto de explodir já era tarde demais, uma risada de puro escárnio muito parecido com o de sua mãe soou pela mesa com um banquete que não havia sido tocado antes que reconhecesse ser a própria.
#flashback w/: x-anthippe#estelle antes da terapia#xan que lute pra cuidar de mais um pirralho surtando kkkj
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Ouvir Xanthippe a chamar daquela forma fez com que seu sangue gelasse e parasse qualquer coisa que ia falar no momento, em um mundo onde convivera com tantos seres imortais era a primeira vez que fora tratada como uma criança, talvez chegassem a ter visto ela daquela forma pela falta de maturidade mas nunca ouviu alguém falar com tanta preocupação. Apenas após alguns segundos em choque conseguiu relaxar um pouco, nunca foi boa em confiar em pessoas por tudo o que já viu em seus anos de vida mas naquele momento todo o que queria era confiar na caçadora e assim o fez; acreditava por fim que cumpria ao menos alguns dos requisitos dos seres humanos ao ser um ser pensante e de constante mudança. "Você acredita que eu possa conviver normalmente no acampamento?" pergunta o que estava se passando por sua cabeça nos últimos dias, todos aqueles jovens com esperança, estilo e moralidade completamente diferentes dela chegariam algum dia a ver Estelle como uma deles? Sabia que tinha um longo caminho pela frente caso aceitasse ficar lá mas tinha uma certeza: Voltar a ser privada de sua liberdade não era uma opção.
Assim que os sentidos do corpo voltaram e a mão gélida da outra segurou seu braço, decidiu que ao menos daria uma chance ao acampamento e a si mesma; talvez tinha um lugar no mundo mortal no fim das contas. Quase soltou uma risada com o que a outra fala, afirmando com a cabeça em concordância "Que se fodam os deuses." repete mais para si mesma.
Xanthippe sentiu o coração se apertar numa pequena bolinha de angústia. Jovens, jovens, jovens. O peso do mundo em suas costas, o peso de uma realidade tão alternativa, tão mortal. Semideuses. Amaldiçoados pelos mesmos poderes que lhes foram dado pela sua condição não totalmente mortal, e não totalmente imortal. "Onde mais eu deveria estar, criança?" Falou, num tom exasperado. "É claro que estou aqui." Reafirmou, segurando a face da jovem semideusa. Escutou as palavras saírem dos lábios dela, as mesmas que repetira tantas vezes no passado. Uma boa pessoa. As freiras não achavam que ela fosse uma boa pessoa. Ela não achava que fosse uma boa pessoa. "Eles não são boas pessoas. Eles não eram boas pessoas. Eles mal eram pessoas." Disse. Ela podia quase ler seus pensamentos. "Mas isso prova que você tem uma consciência. O que é mais que se pode dizer de tantos outros."
Xanthippe já se esquecera do que viera buscar, e somente quando Estelle a mostrou, ela se lembrou. No baú que ela apontava, estavam as relíquias da missão. Entre elas, um bracelete da deusa Ártemis, um dos passaportes de Xan para a liberdade, mesmo que ninguém soubesse disso. A filha de Dionísio segurou o braço da mais nova com plena convicção. "Deixe de bobagens," falou, num tom igualmente repreensivo e maternal. "Vamos sair daqui juntas. Que se fodam os deuses."
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Daphne, o nome tinha um gosto amargo na boca com as lembranças que tinha na ilha e naquele mesmo navio, onde havia tido a liberdade arrancada apenas por puro luxo de pessoas que haviam passado tanto tempo na terra que se entediavam fácil; o fato era que havia apagado este nome da sua história por querer deixar tudo aquilo no passado mas o ouvir novamente trouxe um tipo de reconforto: não importava o quanto Estelle se tornasse frequente em sua vida, nunca seria esquecida como Daphne, nunca esqueceria o que havia passado e aquela parte de si. Segundos se passaram com sua mente no limiar entre a morte e a vida antes que conseguisse de fato ouvir uma voz distante vinda de uma mulher, virando o olhar espantado para a caçadora que havia a salvado uma vez falando palavras que não entendia até que tomasse o conteúdo do frasco. O mundo voltou aos poucos a ser visto por alguma coisa além de borrões e o som do coração voltando aos batimentos normais foi a primeira coisa que ouviu, respirando fundo algumas vezes antes que conseguisse se mover de fato. "Não devia estar aqui..." foi tudo o que o choque de sua quase morte permitiu que falasse em um tom impressionantemente estável, seu olhar passando pelos corpos na sala ao finalmente os ver claramente. "Deveria ter me deixado ir, não sou uma boa pes..." poderia realmente se chamar de pessoa? era claramente apenas uma extensão do poder de sua mãe, seu troféu quando fazia as coisas certas.
Presumiu que a caçadora estivesse ali pelo que procuravam, apontando com o braço trêmulo até o baú no canto do quarto cheio de itens roubados pelos piratas que residiam ali; usando toda força que ainda restava em uma tentativa falha de se levantar "Precisa sair daqui, não podem te ver aqui comigo."
No acampamento que haviam montado para passar a noite, uma de suas irmãs caçadoras a cutucara para assumir o turno de vigília. Não que ela tivesse dormido muito; quando uma ameaça tão iminente estava tão próxima, ela apenas descansava os olhos, prestava atenção nos pequenos sons noturnos, e meditava---como lhe era costumeiro fazer. Não um sono de verdade, apenas um relaxar. Um relaxar que fora perturbado algum tempo antes, com o levantar furtivo de uma certa jovem semideusa que se esgueirara além da segurança do acampamento, além dos olhos da vigília, para buscar a imprudência no navio pirata. Jovens, pensou. Jovens.
Assim que a outra caçadora se acomodou num sono profundo, Xanthippe vestiu sua jaqueta, armada com o arco e flecha prateado que brilhava a luz da lua, e deixou o acampamento em direção ao navio. Xan não saberia explicar à deusa Ártemis porquê fazia aquilo sem as demais companheiras. Mas talvez ela lesse seu coração e entendesse. Ela é jovem, Xan pensara, dessa vez com menos irritação. Tão jovem. E os jovens fazem coisas inconsequentes, imprudentes, perigosas. E por mais que ela sinta a vontade de puxar-lhes as orelhas de volta a segurança, eles também merecem... Ser guiados.
Xan escalou o navio até pular no deque, em alerta. Pisando suavemente sobre as tábuas velhas da embarcação, com as mãos preparadas para atirar, ela não ouviu nada, nem o roncar de um único marinheiro. Ela seguiu a trilha até uma sala onde as luzes estavam acesas e cuidadosamente abriu a porta, uma flecha no arco pronta para ser atirada. A visão que teve foi inesperada, mas não totalmente; Estelle na mesa, e os piratas atirados ao chão. Morte em seus semblantes. Inclusive no da jovem semideusa, embora respirasse. Xan abaixou o arco e deu um pequeno chute na cara de um dos piratas no chão para confirmar sua teoria, e de volta para a semideusa que anos atrás resgatara desse mesmo navio. O quebra-cabeça não foi difícil de resolver.
"Estelle," chamou uma vez, quase um segredo entre elas. "Daphne." Ela parecia assombrada. Xan se aproximou dela, cautelosamente. Viu a taça inacabada na frente da garota, os lábios roxos dela, e se ajoelhou em sua frente. Estava pálida, gelada, mas viva e assustadora. Desespero tomou conta de Xanthippe; jovens semideuses sem compasso, com tão pouca referência, com referências como a própria Circe, um ser amoral, imoral, imortal... O que aquela garota, tão jovem, tão frágil, tão forte, aprendera? O que ela sofrera, nas mãos da deusa, nas mãos dos piratas? Xan apertou as laterais do rosto dela. "Estelle, está me escutando? Preciso de você comigo." chamou outra vez, ainda mais enfática. "Me escute. Beba. Agora." Afirmou, segurando o frasco do antídoto em seus lábios. "Vamos resolver isso." Afirmou. "Juntas." E que a missão delas que se danasse. Xan não olhou ao redor procurando pelo artefato roubado. Ela repetiu: "Preciso de você comigo, understood?"
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