#finalmente saiu alguma coisa
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avisos: matias!amigo do irmão, oral f recieving, sexo desprotegido, spit kink leve.
notas: matias amigo do irmão será um tema que jamais estará batido nesse site!!!! demorei um pouquinho mais que o planejado pra terminar isso aqui, perdão por deixar vcs esperando. revisei só uma vez.
era o casamento do seu irmão mais velho, você deveria estar feliz por celebrar uma data tão especial mas simplesmente não conseguia. havia terminado um namoro de dois anos há pouco tempo, descobriu que seu ex estava te traindo com uma colega de trabalho e terminou na hora, apesar desse acontecimento ter sido o estopim para um relacionamento que afundava mais a cada dia.
desde que terminou você ficou com poucos caras e nenhuma das ficadas haviam sido satisfatórias. suas amigas viviam lhe dizendo que depois que terminaram tiveram as melhores transas da vida, os melhores beijos mas parecia que nada disso acontecia com você, se sentia estranha por ser assim, parecia ser a única. uma prima sua até tentou te arrumar um amigo da sua cunhada mas não rolou, você não sentiu nenhum tipo de atração pelo rapaz e mesmo se sentisse saberia que o final seria insatisfatório.
você bebia quase tudo que o garçom te oferecia, afinal poderia até terminar a noite sozinha mas definitivamente não terminaria sóbria. estava bêbada quando ouviu uma de suas músicas favoritas tocando, largou o copo meio cheio na mesa e foi em direção a pista de dança. cantava a música em voz alta, dançando sem sentir vergonha alguma, mas sentia de longe que havia alguém te olhando porém não conseguia dizer quem era, apenas sentia um olhar queimando sobre você.
assim que a música acabou olhou em volta tentando procurar o dono do olhar que estranhamente não era incomodo. você tinha certeza que era coisa da sua cabeça quando seu olhos finalmente se cruzaram com os dele, então era matias quem te olhava, o melhor amigo do seu irmão desde que vocês eram pequenos. você sorriu para ele, meio sem graça por saber que estava sendo tão observada assim, o viu sorrir de volta, bebericando o copo de whisky que segurava.
a verdade é que matias entrou em sua vida quando ainda tinha 9 anos. seu irmão o apresentou como seu melhor amigo e desde então a presença de recalt era recorrente em casa. desde a primeira vez em que o viu nunca mais o esqueceu, fosse o jeito implicante que lhe tratava ou aquele nariz grande que sempre te chamou tanto a atenção. você viu matias crescer, o viu sair de uma pré adolescente chato de 12 anos e se tornar um jovem adulto atraente, engraçado e charmoso.
nunca vai se esquecer do dia em que viu matias com a namoradinha da época, eles tinham uns 16 anos enquanto você estava com os seus 13. era o aniversário do seu irmão, em meio a festa você notou o sumiço de recalt e sua namorada. morrendo de ciúmes você resolveu ir atrás dos dois e dizer que estavam sendo procurados mas para a sua surpresa viu matias e a namorada em um canto isolado da festa se beijando, viu também os dedos dele dentro da saia da garota, fazendo alguma coisa ali dentro que a dava muito prazer já que ela gemia o nome dele e revirava os olhos.
vendo aquela cena você sentiu seu corpo inteiro esquentar de um jeito totalmente novo, se arrepiou inteira e sentiu algo acontecendo lá em baixo, sentiu uma vontade esquisita de fazer xixi e apertou as coxas com força. um gritinho quase escapou dos seus lábios quando ouviu matias dizer diversas frases que você nunca tinha escutado antes para a garota. saiu dali confusa, sem entender o que estava acontecendo com você e com o seu corpo. dias depois daquele ocorrido você se tocou pela primeira vez, pensando em como seria se você fosse aquela menina e estivesse sendo tocada por matias.
desde então você nunca mais conseguiu olhar para matias do mesmo jeito, sempre se lembrava do jeito bruto que ele tocava aquela garota e sentia a mesma coisa que sentiu naquele aniversário. mas depois de tantos anos, agora você já sabia exatamente o que estava acontecendo com você, sabia que o que sentia por matias era uma atração e um tesão sem tamanho.
resolveu se aproximar dele, visto que não haviam conversado desde que a festa começou. “aproveitando a festa?” perguntou educada, “estou e você?” assentiu evitando olha-lo nos olhos, na verdade você involuntariamente sempre evitava. “seu irmão me contou que terminou o namoro, sinto muito.” disse simpático, “ele te contou que eu fui corna? pelo visto esse idiota ama contar essa história.” revirou os olhos furiosa, odiava ficar lembrando disso o tempo todo. “ele não ama contar isso, bobona.” matias riu “ele me contou porque eu sou de casa. hora ou outra eu ia ficar sabendo.” concluiu “mas então eu to liberado pra fazer piada de corno com você?” perguntou escondendo o sorriso sapeca “nem adianta eu falar que não, né? você vai fazer de qualquer jeito.” ele riu.
“provavelmente. mas e ai, depois de dois anos comprometida, ta curtindo a vida de solteira?” perguntou parecendo estar genuinamente curioso “estou tentando, mas não tenho conseguido.” encolheu os ombros envergonhada, “por que?” ele perguntou “ah, não sei se sou eu que estou desacostumada a ficar com alguém por uma noite ou se são os homens que são péssimos nisso.” falou sem freio, se expondo demais sem querer. “como assim péssimos?” questionou franzido o cenho. sentiu suas bochechas corarem por ter falado demais e agora precisar se justificar assim.
apesar da bebida te dar mais coragem para falar ainda era com matias que você conversava, e ele te intimidava desde sempre. “p-péssimos ué. eu fico com um cara por uma noite e ele nem se propõe a tentar… você sabe, ser bom.” respondeu sentido uma vontade imensa de morrer, não acreditava que estava tendo esse tipo de conversa com matias. “com quantos caras você já ficou depois que terminou?” ele perguntou, seu tom de voz era diferente agora, não era mais o brincalhão de sempre, parecia mais firme. “quatro, por que?” finalmente olhou nos olhos dele, se arrependendo na hora, a timidez te dominando a cada segundo. “e quantos te fizeram gozar?” ele perguntou sem vergonha alguma, como se estivesse te perguntando as horas.
“o-o que? por que? no que isso importa?” você gaguejava, sentindo realmente as bochechas quentes “responde, cariño.” pediu, ignorando suas perguntas “n-nenhum.” respondeu olhando para baixo, ainda incrédula com a conversa “e você ta sentindo falta disso, hm? de ter alguém te fazendo gozar?” perguntou conforme se aproximava de você, enquanto olhava para o chão viu matias dando passos até estar praticamente colado com você. colocou a mão no seu queixo, puxando levemente seu rosto pra cima, a espera de uma resposta “sim.” foi tudo o que você conseguiu dizer, o calor de estar nessa situação com o cara que provavelmente foi o que você mais desejou se misturando com a vergonha.
“eu posso te ajudar nisso, você sabe né?” perguntou roçando os narizes, hora ou outra os lábios se esbarravam também. “p-pode? e o meu irmão? ele-“ tentou dizer, queria ter a certeza que aquilo realmente estava acontecendo. “com todo respeito, mas que se foda o seu irmão. ele ta tendo uma noite tão boa, é justo você ter também, não acha?” disse te dando um selinho demorado, só pra te deixar ainda mais burrinha de tesão. você apenas acenou para matias, já maluca para finalmente beija-lo, tentou aproximar os lábios dele mas o garoto se afastou um pouquinho, com um sorriso malandro no rosto. “calma princesa. preciso saber se você realmente quer a minha ajuda. fala pra mim.” “quero, por favor” falou desesperada, e você realmente estava. matias deu mais um sorrisinho antes de finalmente te beijar.
uma onda de choque pareceu percorrer todo o seu corpo, te fazendo agarrar recalt. levou suas mãos ao rosto dele, arranhando a nuca de levinho com suas unhas grandinhas e puxando os cabelos. matias enfiou a língua na sua boca devagarinho, te dando um beijo tão bom, conseguindo ser ainda melhor do que você havia imaginado por tanto tempo. as mãos dele passavam por todo o seu corpo, pelo seu vestido ser de um tecido bem fino você conseguia sentir perfeitamente os toques do mais velho. ele te puxava pela cintura, passava a mão por suas costas, apertava sua bunda, puxava seu cabelo, fazia carinho no seu rosto, eram tantos toques que você não conseguia nem raciocinar direito. conseguia apenas sentir que sua calcinha estava cada vez mais encharcada.
matias apertou sua bunda e te puxou para sentir a ereção dele presa dentro da calça de alfaiataria, estava descendo sua mão até lá quando se tocou aonde estavam. se afastou do beijo e olhou em volta, vendo algumas tias suas te julgando com o olhar, sabia que a qualquer momento seu pai poderia aparecer ali e não queria que ele visse a filha se atracando com um cara que era praticamente da família. “que foi, nena?” matias perguntou olhando em volta também mas não viu nada demais e começou a beijar seu pescoço enquanto você ainda olhava para os outros. “tem muita gente aqui. muita gente da minha família. não sei se fico confortável.” respondeu devagar, parando algumas vezes para respirar devido aos beijos lentos que recalt depositava no seu pescoço.
“vamos sair daqui então.” ele disse te puxando pela mão e saindo do salão de festa, o lugar era enorme e como todos os convidados estavam dentro do local seria fácil achar um lugar para vocês, por isso em poucos minutos já estavam se beijando de novo apoiados na parede do que parecia ser uma construção de pedra pouco iluminada. matias te apoiava na parede, te beijando com força. agora que estavam longe de todos recalt já apertava seus peitos por cima do vestido enquanto você massageava o pau duro por cima da calça.
matias tirou a mão dos seus peitos e se afastou um pouco, vendo seu rosto já acabadinho pela luz fraca. ele puxava a saia do seu vestido para cima, tendo certa dificuldade já que era um pouco justo. “vou rasgar essa merda.” disse bravo, puxando o máximo que conseguia “se fizer isso eu te mato.” você disse enquanto ria dele, sem ajuda-lo, apenas se divertindo com a cena. quando a saia do vestido jé estava toda para cima matias voltou a te beijar e levou finalmente a mão até sua buceta coberta pela calcinha úmida.
um gemido escapou dos seus lábios com o toque, matias massageava seu clitóris por cima da calcinha de um jeito que te impedia de continuar o beijando, conseguindo apenas gemer. se lembrou automaticamente da cena que viu quando você tinha 13 anos, se lembrou de matias com as mãos dentro da saia da menina e dos sons pornográficos que ela produzia e depois de tantos anos desejando, você finalmente era aquela garota.
com a memória te deixando ainda mais sensível e desesperada desabotoou a calça de matias e enfiou a mão lá dentro, massageando o pau totalmente duro por cima da cueca. ambos gemiam com os toques que recebiam, se sentindo agoniados por estarem fazendo tudo por cima das roupas íntimas. recalt arredou sua calcinha para o lado, espalhando todo seu melzinho por sua buceta. você gemia cada vez mais alto sentindo os dedos gelados tocarem sua intimidade quente de um jeito tão gostoso.
matias sorriu ao ver você fechar os olhos com força enquanto gemia, levou uma das mãos livres até seu pescoço, o apertando de leve te fazendo abrir os olhos e olhar para ele. “abre a boca.” mandou e você obedeceu, recalt se curvou e cuspiu dentro dela, te mandando engolir, o que você faz sem hesitar “me obedece direitinho. que bonitinha, amor.” de repente matias tirou os dedos da sua buceta e se afastou, olhando para você com um semblante que parecia orgulhoso.
você já ia perguntar o que houve quando o mais velho se ajoelhou e tirou sua calcinha, a guardando no bolso. matias chega mais perto e inala o cheiro gostoso da sua buceta antes de depositar um beijinho ali. ele pega uma de suas pernas e apoia no próprio ombro para ter acesso a você, logo recalt estava com a boca em torno do seu clitóris, ele até queria te provocar mais um pouco mas estava ansioso demais para isso.
a cena era totalmente erótica: matias ajoelhado no chão enquanto vestia o terno chique com o rosto enfiado no meio das suas pernas, você com um vestido de grife, arqueando as costas e gemendo alto com uma das mãos puxando o cabelo dele e uma das pernas apoiadas em seu ombro. sentia a pele queimando conforme era agraciada pela boca maravilhosa de matias te chupando como ninguém nunca havia feito antes.
sabia que não demoraria a gozar devido a sensibilidade e ao prazer imenso que sentia. enquanto brincava com o seu clitóris, recalt levava os dedos até seu buraquinho, apenas enfiando a pontinha e os tirando logo depois, se divertindo com seus gemidos cada vez mais desesperados. puxou o cabelo dele o afastando da sua intimidade, vendo o rostinho sapeca molhadinho com a sua lubrificação. ele sorriu, limpando o excesso com o paletó preto “que foi princesa? não tava bom?” perguntou te provocando porque ele sabia que estava bom, na verdade qualquer um que passasse ali por perto saberia já que seus gemidos não estavam exatamente baixos.
“vem cá.” você chamou com a voz ofegante, quase sem força para se manter de pé. matias se levantou e chegou perto de você, descendo a mão novamente até sua buceta encharcada, espelhando o melzinho por toda sua extensão. “me come logo matias, preciso muito sentir seu pau.” você implorou, esperou mais do que deveria por esse momento e não queria adia-lo por nem mais um segundo. ele sorriu com o seu desespero óbvio, abaixando um pouco a cueca, apenas o suficiente para tirar o pau pra fora.
matias o punhetou rapidamente, gemendo baixinho com o toque. deu pequenos passos até você, pegando novamente sua perna a segurou para cima para que pudesse se encaixar melhor. foi entrando aos poucos, sem dificuldade devido a sua lubrificação abundante, ambos gemiam conforme iam se unindo cada vez mais. você agarrou os ombros do mais velho, apertando a roupa com força sentindo uma leve ardência ao ser esticada pelo pau grande dele. matias não demorou para iniciar um ritmo gostoso, ia aumentando conforme você pedia entre gemidos.
você estava em êxtase, se sentindo totalmente preenchida depois de tanto tempo, matias era tão bom, conseguia acertar seu ponto g praticamente a cada estocada, te fazendo revirar os olhos. “porra, sua buceta é mais gostosa do que eu imaginei. já to viciado.” ele disse entre gemidos e estocadas fortes. você agarrou a cintura dele por cima da roupa e entrelaçou a perna em sua cintura, o puxando para mais perto querendo beija-lo enquanto era fodida com força. o beijo era desengonçado, ambos gemendo nos lábios um do outro, o prazer era tanto que simplesmente não conseguiam focar em mais nada.
matias sabia que não demoraria a gozar, estar fodendo a irmã do melhor amigo que ele secretamente desejou por muitos anos era demais para ele. matias também sabia que você não demoraria a gozar, fosse pela maneira que você o apertava sem parar ou por seus gemidos cada vez mais fora de controle. querendo que chegassem ao orgasmo ao mesmo tempo recalt tirou a mão que apertava o seu pescoço e a levou para sua buceta novamente, massageando seu clitóris.
suas pernas ficaram bambas e você jurou que fosse cair, mas matias te segurou com um sorriso. eram estímulos demais, toques demais, prazer demais, você se sentia prestes a explodir, o ar faltando em seus pulmões, as pernas fracas e o suor escorrendo por sua têmpora. nem precisou avisar quando gozou, matias já sabia. aquele provavelmente havia sido o orgasmo mais longo que já havia experimentado e com certeza o melhor. recalt não estava atrás, se sentindo levinho quando expeliu tudo dentro de você, te enchendo dele.
devagar matias saiu de dentro de você e te posicionou em pé novamente, ajeitando seu vestido e arrumando seu cabelo. você se sentia tão bem, finalmente poderia dizer que estava completamente satisfeita depois de tantas tentativas falhas. um sorriso bobo preenchia seu rosto, chamando a atenção de matias que se aproximou para um beijo depois de se vestir devidamente.
compartilharam um beijo terno antes dele se afastar, apoiando a testa na sua “não faz ideia do quanto eu esperei por isso.” revelou de repente, te deixando totalmente chocada. não sabia que a atração antiga que sentia por matias era recíproca, achava que ele só estava carente no casamento do melhor amigo.
no fim você soube que valeu a pena esperar por tanto tempo. o final sempre compensa.
#matias recalt#matias recalt smut#matias recalt x reader#matias recalt x you#lsdln#la sociedad de la nieve#the society of the snow#a sociedade da neve#oneshot#fanfic#smut
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oi soliee, boa noite!!
eu tive essa ideia meio específica e praticamente na hora lembrei de vc e seu jeitinho unico de escrever
eu tava imaginando mt um mingyu bsf de infância sabe, e quando eles chegam na juventude/ adolescência, tipo na tal fase que falam que é bom aproveitar a vida e beijar muito. vc com o auge da timidez morre de medo de beijar alguem e o mingyu todo paciente te ajuda
imaginei um gyu meio mulherengo mas ao mesmo tempo conservado ???? tipo não sei nem explicar, ele com sua skin premiada, obviamente ja teve algumas experiências mas nada absurdo. mas quando vc pede p ele te ajudar ele simplesmente 🤯🤯🤯🤯🤯 entra em uma combustão
amg POR FAVOR descreve bem esse beijo pq vc me deixa DOIDA quando escreve sobre beijos e amassos 🙏🙏🙌
OMG HIIIIII!!! cenário lindo e super gostosinho, PORÉM eu não consigo escrever com adolescente ou com gente que tenha -18 no geral, então digamos que vocês dois são jovens adultos e que, por algum motivo, a pp nunca beijou.
n/a: tô atualmente tentando lutar contra as alegações de que sou uma escritora que não escreve... saiu quase 2k de palavras sem querer
Se você estivesse sendo bem sincera, consideraria que convencer a si mesma deu muito mais trabalho do que daria tentar convencer Mingyu. Ele sempre teve fama de "topa tudo", então por que você se sentia tão nervosa? Passou a tarde inteirinha presa na borda, mas sempre que jurava estar prestes a se jogar e finalmente abrir a boca, acabava desistindo. Mingyu tinha mais medo de você que você dele, porém, nesse momento, ele esquisitamente parecia mais ameaçador que o usual — ou você finalmente havia enlouquecido.
Precisava ser corajosa, já havia repetido todos os lemas que conhecia para si mesma — "Quem tem boca vai a Roma" & derivados. Confessava que se sentia um tantinho patética por nunca ter feito algo assim, perdia alguns anos de vida sempre que o assunto aparecia nas rodas de conversa com seus amigos. Além disso, não aguentava mais colocar um fim em todos os flertes que você tinha simplesmente por não saber onde as coisas iriam terminar.
Mingyu estava bem ali, esteve por muitos anos. Gostava de encará-lo como uma oportunidade nesse momento — não que estivesse objetificando ele, que horror. Mas ele era experiente, sabia até demais. Você não conseguia imaginar outra pessoa na qual você tivesse tanta confiança para pedir algo assim. Mingyu era um patife as vezes, mas nunca te faria mal. Quem melhor para te tirar da ignorância?
E outra, você não havia perdido o sono na noite anterior com mil e um artigos humilhantes sobre como beijar pela primeira vez à toa — tinha muito a agradecer à barra de navegação anônima do seu celular. Agora encarava-se através do espelho, escovando os dentes como se fosse dia de dentista. Decidiu: finalmente daria um ponto final nessa história.
[...]
"Quero te pedir uma coisa.", olhava-o com hesitação, sentada como se fosse sua primeira vez naquele sofá.
"Eu não vou te emprestar meu Nintendo Switch de novo. 'Cê desconfigurou tudo da última vez.", Mingyu foi rápido em deduzir seu suposto pedido, o bico enorme já fazendo uma aparição. Você se ofendeu, mesmo que ele estivesse completamente certo.
"Para de mentir. Eu mal mexi em nada.", mexeu sim, o problema havia sido não saber onde estava mexendo.
"Fala isso pro meu progresso no Zelda."
"Você é um chato! Nem é isso que eu quero pedir.", cruzou os braços, havia aprendido a ser dramática assim com Mingyu. Ele suspirou meio arrependido, havia te acusado cedo demais.
"Diz então.", apoiou o rosto no encosto do sofá te olhando em expectativa.
"Você promete que não vai rir?", as palavras quase não saíram. Arrepiava-se inteira, já sentia vontade de desistir novamente. Gyu prendeu o lábio entre os dentes, o riso já ameaçava escapar.
"Prometo.", soltou um arzinho pelo nariz.
"Mingyu!"
"Calma! Deixa eu respirar então.", colocou as mãos sobre o peito hiperventilando de um jeito exagerado.
"Deixa, não quero mais.", queria rir daquele drama todo. Ameaçou levantar, mas ele te segurou pelo braço.
"Não tô rindo de propósito, juro.", esforçou-se para se recompor, forçando uma expressão séria. "Pode pedir. Prometo que não dou risada."
"Tá...", respirou fundo, o que era mesmo que você ia falar? A mente já havia entrado em pane. "Você já beijou, né?", nunca soou tão estúpida.
"Sim...?", Gyu te olhou em confusão, a testa franzida.
"Então você meio que já tem experiência e tudo mais... e eu tava pensando uns dias atrás e 'cê sabe que eu nunca fiz isso, né?", se enrolava inteira, perdendo-se em pausas aleatórias
"Sei. Bom, pelo menos é o que você me diz.", deu de ombros.
"Eu realmente nunca beijei ninguém. E, tipo, eu sei que isso pode ser muito, muito estranho e não é uma tentativa de te deixar desconfortável, juro. Inclusive, você não precisa aceitar, sabe?", nunca havia falado tanto em um espaço de tempo tão curto — outra característica que talvez tivesse aprendido com Mingyu.
"Não.", o semblante tão confuso quanto no início.
"Não?"
"Eu não entendi.", ele explicou.
"Ah.", se estivesse sendo bem sincera, nem você sabia mais o que estava tentando dizer. "Que saco, isso é tão vergonhoso.", murmurou para si própria.
"_____.", chamou. "Diz de uma vez.", você respirou profundamente pela vigésima vez.
"Você pode me ensinar a beijar?", evitou olhá-lo nos olhos. "Por favor."
"Ah... é só isso?", quase riu com a simplicidade do pedido, mas segurou — não queria te deixar mais amuada. Gyu confessa que sentiu uma pontadinha no coração, já se sentia animado até demais com a ideia e você mal havia dito algo. "Posso.", não era estúpido de negar.
"Sério?", o encarou, havia sido fácil demais.
"Com essa enrolação toda, eu jurei que você ia me pedir algo muito mais difícil.", explicou, como se a situação fosse comum — definitivamente não era. Reposicionou-se no sofá para sentar mais pertinho. "Pronta?"
"Espera. Agora?", contraditória demais.
"Sim. Já desistiu?"
"Não é isso. Pode ser agora."
"Perfeito. Primeiro, me diz: o que você já sabe?", perguntou com sinceridade, parecendo sério pela primeira vez desde o início daquela conversa.
"Olha, 'pra eu estar pedindo sua ajuda eu não devo saber nada.", soou ácida, foi o suficiente para te fazer rir sozinha — o rostinho ofendido de Gyu contribuindo para a risada. "Eu sei o suficiente. Acho que sei tudo em teoria. Mas todo mundo fala disso como se fosse um bicho de sete cabeças, então não tenho certeza.", explicou ao finalmente cessar o riso. Mingyu ponderou por alguns segundos, concordando com a cabeça.
"Okay. Vem aqui.", disse já se aproximando.
"Como assim? Você não vai me explicar nada?", seu jeitinho assustado quase fez ele rir também.
"Não tem o que explicar, _____. Se aprende fazendo.", proferiu simplista. Seu coração parecia querer sair pela boca, toda a preparação mental que você havia feito indo pro lixo. Mingyu circulou o braço esquerdo atrás do seu corpo no apoio do sofá, a destra envolvendo sua bochecha. "Tá nervosa?"
Você negou com a cabeça, de repente havia perdido toda a coragem de falar. Respirou fundo, tentando não fazer isso de uma maneira muito dramática. Mingyu precisava mesmo ficar te olhando desse jeito? Acha que nunca esteve tão perto dele na vida. Perto demais.
"Calma.", impediu, segurando o pulso dele.
"Tem certeza que quer fazer isso comigo?", questionou com sinceridade, acariciando seu rosto. Você concordou, não havia desistido — só precisava de um momento. "Então relaxa, vai...", aproximou-se de novo. "É igual daquela vez que eu te ensinei a andar de skate.", tentou exemplificar.
"Você me deixou cair.", você sussurrou de volta, o exemplo dele não era dos melhores.
"Não. Eu acidentalmente me esqueci de te segurar no final da rampa.", viu ele segurar o riso, quis rir também.
"Não. Você foi conversar com um amigo seu e me largou.", corrigiu-o, jogava aquilo na cara dele sempre que tinha oportunidade.
"Mas você tava indo bem! E nem me avisou nada.", essa desculpa era muito velha.
"Eu precisava avisar que tava caindo???", contestou numa irritação teatral.
"Já te falei que 'cê fica linda bravinha assim?", desconversou, o rostinho perto do seu te olhava atentamente.
"Você é ridículo."
"Sou?", o sorrisinho idiota te distraiu do fato de que ele estava quase colado em você. Nem deu para reagir, ele te roubou num selinho demorado, apertando os lábios molhadinhos contra os seus. "Tá vendo? É mais fácil do que parece.", sussurrou contra sua boca. Você se sentia paralisada, a eletricidade corria pelo seu corpo como nunca antes.
Mingyu sugou seus lábios algumas vezes, se afastando em cada uma delas só para ver sua reação. Ele inclinou o rosto, te beijando devagarinho. Seus olhos pesaram automaticamente, amolecendo com o contato. Havia certa estranheza, mas não era suficiente para apagar o fato de que era bom ser tocada assim. Ainda estava tímida, mas tentava retribuir, replicando as mesmas coisas que ele fazia com você. Era lento e cuidadoso, mas não falhava em te deixar meio fraca. Gyu cuidadosamente forçou seu queixo para baixo com o polegar.
"Abre a boquinha 'pra mim.", murmurou e você obedeceu hesitante, sem saber exatamente o que aquilo significava. "Isso.", voltou a te beijar com cuidado, estava indo tudo bem. Mas seus olhos saltaram assim que a língua quentinha dançou entre os seus lábios, o corpo saltou junto, sequer conseguiu esconder a surpresa. "Não gostou?", sorriu amoroso.
"Não é isso, só...", nem conseguia completar. "É bom, eu acho.", havia sido repentino demais para ter certeza.
"Acha? Faz comigo então.", te assistiu hesitar. "É simples, linda. É só fazer a mesma coisa, não precisa ter medo.", tentou te assegurar, as mãos não saíam do seu rostinho. Você acenou antes que Gyu voltasse a te beijar, o frio na barriga te fazia perder toda a sustentação do seu próprio corpo. Não sabia se era capaz de imitá-lo, mas tentou, ainda que meio acanhada. Mingyu sorriu, espaçando mais os lábios na tentativa de te estimular a fazer aquilo novamente. Seu coração pularia para fora, estava certa disso.
Repetiu o movimento, a língua dele agora ia de encontro a sua. Sentia-se quente, não entendia muito bem como as pessoas lidavam com toda a carga sensorial nesses momentos. Prestava atenção em tudo: na respiração morninha de Gyu batendo na sua pele, nas mãos que moldavam seu rosto, na descarga elétrica que sentia toda vez que ele sugava seus lábios, no quão esquisitamente gostoso era sentir a língua áspera tocando a sua... era demais. As mesmas mãos correram pelos seus braços, levando o calor da sua pele, Mingyu te agarrou pelos pulsos, trazendo suas mãos até o próprio corpo.
"Me toca.", franziu o rosto, a boca não saía da sua. Você travou novamente, não sabia como prosseguir — tudo o que você havia lido na noite passada sumiu do seu cérebro. Ele claramente notou, se separando para te deixar respirar. "Faz parte do beijo. Não precisa pensar muito, só faz o que você achar certo... eu vou gostar de qualquer jeito.", explicou paciente. Só agora você nota o rosto rubro e a boca igualmente vermelhinha, ele ficava atraente assim. Você apoia as mãos nos ombros dele, era um começo. "Assim."
Avançou em você novamente, dessa vez te segurando pela cintura — isso era novidade, mas era igualmente eletrizante. Tudo era um pouco mais confortável agora, seu corpo estava bem mais relaxado. Moviam-se num ritmo gostoso, percebia que era bom deixar Mingyu te dominar desse jeito. Os arrepios não cessavam, a possibilidade de parar sequer passava pela sua cabeça — queria passar a noite inteirinha assim.
Arriscou uma mordidinha fraca no lábio inferior dele, foi com receio — temendo estar fazendo errado. Mingyu produziu o som baixinho contra a sua boca, retribuiu a ação, mordendo e sugando a carne com vigor logo em seguida. Seu corpo tremeu, os dedinhos se emaranhando no cabelo dele por reflexo. Gyu te abraçou, o corpo colando no seu com um solavanco. O ósculo se tornou mais acelerado, mais desejoso. Ele te apertava entre os braços. Era meio difícil de acompanhar. Você até tentou, mas não deu conta, afastando-se com um empurrãozinho leve e um sorriso amarelo.
"Relaxa, eu não vou fugir.", ofegou entre risinhos. Mingyu estreitou os olhos, meio desacreditado com a audácia repentina — você estava engraçadinha demais para quem não sabia beijar quinze minutos atrás.
"Foi agindo assim que você caiu do skate.", rebateu, era competitivo demais para deixar passar. Desvencilhou-se do abraço, ameaçando levantar — ou tentando, pelo menos. Mingyu te impediu com prontidão, nem precisava de esforço para ser mais forte que você. "Tá indo 'pra onde? Sua aula ainda não acabou."
n/a²: mingyu se você tá lendo isso tira meu bv (eu pago)
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oioi rafaa, pode por favor fazer um smut do Blas com o tema dry humping no carro 🙏🏻🛐
— aviso: dry humping, size kink, dirty talking. tem partes mais fofinhas também.
— word count: 2,6k.
— nota: queria agradecer a diva que pediu isso aqui porque me trouxe de um bloqueio FUDIDO!! obrigada, loba.
esse smut aqui é na mesma linha do tempo do meu primeiro smut com o Blas (dá uma conferida se você ainda não leu hehe).
pela primeira vez em muito tempo a sua viagem anual de férias de verão com as suas amigas estava sendo substituída por uma viagem familiar. sua mãe não cabia em si de tanta felicidade e seu pai desconfiava que você iria pedir alguma coisa (um carro novo, talvez? aquela bolsa de marca famosa que tinha o preço de um carro popular? acesso ao camarote da fórmula 1 que equivalia à dez salários mínimos?), mas seu interesse era meramente na companhia. a viagem de inverno com os Polidori tinha sido um sucesso e lá estavam eles de novo dividindo com a sua família uma casa de veraneio na costa oriental da Europa. Split era a cidade da vez, na Croácia.
desde as férias de inverno do ano passado o filho do casal, o argentino de cabelos cacheados, não saiu da sua cabeça. vocês não tinham se visto desde então, embora não tivesse faltado vontade. Blas queria visitá-la em Madrid, mas você nunca tinha tempo com a grade pesada da faculdade de economia. você sempre dizia que iria para Argentina vê-lo, mas nunca realmente aconteceu. tinha que se contentar em assistir a vida dele através das telas. não mais naquele verão.
os primeiros dias foram como se você fosse uma adolescente. ficava nervosa ao lado do garoto, se pegava cuidado da sua aparência um pouco mais do que o normal e estava sempre usando saias curtas o suficiente para que ele sempre soubesse como era a parte de baixo do seu biquíni. Blas não facilitava. a olhava como olhava quando estavam nas montanhas, presos no quarto fazendo coisas inimagináveis para os seus pais. quando vocês bebiam um pouco demais, as mãos enormes encontravam suas coxas por debaixo da mesa enquanto os olhos continuavam sérios em seus pais. quando vocês pegavam o iate e se lançavam ao mar, ele sempre puxava a cordinha da parte de cima do seu biquíni e dizia que as europeias não tinham marquinha na parte de cima, que a moda lá era o topless.
era tudo um jogo, claro. a construção de um clímax e a antecipação de dar o que você queria era quase enlouquecedor. todas às vezes que vocês se aproximaram de fazer algo parecido com o que havia acontecido na montanha, Blas voltava atrás e a deixava cada vez mais com vontade, na borda do seu bom senso.
tinha acontecido quando ele te encontrou na lavanderia recolhendo seus biquínis da secadora e a beijou com tanta vontade que você pensou que ele te foderia ali mesmo. as mãos agarraram sua bunda com força, os lábios pressionaram os seus com luxúria e quando os incisivos alheios capturaram a pele do seu pescoço com tanta maestria que você finalmente se entregou, ele saiu de lá como se nada tivesse acontecido.
e quando vocês saíram para uma balada sem entender absolutamente nada da carta de drinques, apenas pedindo e bebendo, contando com a sorte. quando estavam bêbados o suficiente para sentir o costumeiro tesão que acompanhava o álcool, ele a beijou em um dos becos escuros da cidade, puxando o seu tomara que caia para baixo com facilidade. "viu? você ficou um tesão bronzeadinha do jeito das europeias." ele sussurrou rente a sua audição, sugando um dos mamilos com força antes de decidir que vocês deveriam voltar antes que amanhecesse.
você se divertia com a caça e com as recompensas. mas, tinham dias piores que os outros e de nada adiantava somente o prazer de brincar. você aproveitava do banheiro compartilhado entre os dois quartos, o seu e o dele, se tocando e torcendo para que ele ouvisse os seus gemidos ou entrasse pela porta destrancada. nunca acontecia. ele era muito, muito bom em jogar.
"vou sair para uma trilha. vamos?" naquela manhã o sol estava escondido por nuvens pesadas e ele estava tão lindo que suas pernas tremeram. seus pais a incentivaram a aceitar o convite e você não fez questão de negar. você odiava trilhas, mas e daí? era hoje que você colocava um fim na palhaçada.
escolheu o menor biquíni que tinha e uma saia menor ainda. borrifou um pouquinho de Light Blue para que o cheirinho de limão siciliano penetrasse nos seus poros e você ficasse um pouquinho mais irresistível. quando pulou no banco de carona do Fiat 500 Hire '57 alugado, você jurou ouvir o Polidori suspirar.
"para onde vamos, Blas?" os óculos escuros escondiam o seu olhar de completo êxtase.
"tem um lugar perto de uma praia que parece dar em uma cachoeira." ele se focou na estrada, tentando ignorar os seus seios explodindo de gostosos naquele biquíni minúsculo. "espero que você não tenha medo de altura."
"nada. eu adoro altura." um sorrisinho brincalhão surgiu nos seus lábios. "você tem 1,95, não é?"
"engraçadinha." ele batucou o volante.
seus pés encontraram o painel do carro. as unhas em francesinha causaram um desconforto abaixo da linha do umbigo do argentino. se ele seguisse o olhar por suas pernas ele veria, com facilidade, seu sexo coberto por uma fina camada de tecido. aquelas malditas saias o faziam te odiar por ser tão gostosa.
"não vai dizer que eu 'tô linda hoje?" um biquinho se formou nos lábios brilhantes de gloss. "ou gostosa..."
"você 'tá uma bela de uma patricinha hoje." ele brincou de volta, um sorrisinho inocente nos lábios. usualmente, você não se importava de ser chamada assim. até gostava. mas, com ele era diferente. você queria que ele te visse como uma mulher e não como uma garotinha.
a viagem seguiu em silêncio, você observando a paisagem afrodisíaca da península e Blas focado em chegar à maldita cachoeira antes que perdesse a compostura. estava sendo uma tarefa árdua. você estava tão cheirosa que era quase intoxicante. a pele bronzeadinha o fazia estremecer. a diferença do seu tamanho para o dele era um belo de um incentivo para o membro que se contorcia vez ou outra na bermuda. ele imaginou o quão pequenos os seus pés ficariam envolvidos pelas mãos deles, e como era satisfatório aquela diferença. o que o levou a pensar em como suas mãos encaixavam bem, mesmo a sua sendo bem menor. a respiração até pesou por alguns instantes.
o lugar era bem inacessível. segundo Blas, vocês iriam andar um pouquinho antes de achar a cachoeira. ou iriam, até as nuvens carregadas começarem a desabar. as gotas que tinham começado como uma leve garoa, ganhavam peso e força em segundos.
"por que viemos com todas essas nuvens, afinal? era meio óbvio." você cruzou os braços, retirando os óculos.
"porque nadar na chuva é incrível."
"na piscina, sim. mas na cachoeira existem cabeças d'água." o argentino a olhou com um sorrisinho, chocado por toda sua agilidade. "cachorro. você me trouxe aqui porque sabia que ia chover."
"só queria ficar sozinho com você." ele deu de ombros, os cachinhos balançando de um jeitinho que a fez derreter.
"pra ficar temperando e não comer?"
"você só pensa nisso, é? não gosta de conversar comigo?" as palavras eram sérias, mas o tom era brincalhão. ele sabia bem que vocês tinham conversado muito naquela viagem. você tinha se aberto com ele de maneiras inéditas.
não era surpresa que ele te impressionava. mesmo com a vida tão semelhante à sua, ele era tão diferente. vocês ficavam horas na espreguiçadeira conversando sobre os mais diversos assuntos. ele tinha até te ensinado a jogar xadrez nesses dias longos de verão. e quando vocês dois secavam a garrafa de vinho (que era comum acontecer toda noite), vocês falavam muito mais do que deviam. um dia, quando estavam mais bêbados do que o normal, Blas te deixou ensiná-lo como dançar agarradinho.
"para de se fazer de tonto." a frase saiu em um tom baixo, quase um muxoxo de descontentamento. te ofendia que ele insinuasse que você só pensava na relação carnal.
"ah, nena." ele imitou o seu biquinho de insatisfação, segurando o seu rosto entre as mãos enormes. "eu só estava brincando. não fica chateada, vai."
os lábios macios se uniram aos seus por alguns segundos. seguiram para as bochechas, beijando cada uma antes de descer para o pescoço. os selares ali foram depositados com maior entusiasmo, a saliva quentinha fazendo com que ele deslizasse por sua pele com facilidade, a marcando em cada centímetro.
"eu quero te foder mais do que tudo. você sabe." a voz grave soou rente a sua audição e você nem notou que ele tinha parado de te beijar. os olhos estavam fechados, o coração palpitava e as mãos tremiam inúteis em seu colo. "mas eu quero que seja melhor do que foi da última vez. pensei que te provocar seria interessante."
os dentes agarraram o lóbulo da orelha, mordendo levemente antes de deixar um beijinho no tragus. o carro estava abafado e as janelas começavam a embaçar. seu corpo era tomado por arrepios devido a sua temperatura corporal febril.
"se eu soubesse que você é uma putinha tão impaciente eu não teria nem começado..." você sentiu o âmago do estômago repuxar em desejo e o meio das suas pernas se aquecerem em resposta. aquele garoto sabia direitinho como te levar à loucura com as palavras certas.
"impaciente? eu?" você riu baixinho tentando manter a postura. Blas podia ter criado o jogo, mas às vezes o aprendiz superava o mestre. "eu sou bem paciente, gatinho. e tolerante, como você pode ver. eu me pergunto se você tem o mesmo autocontrole."
"eu não te comi até hoje." ele se afastou, te olhando com superioridade, balançando os ombros de maneira indiferente. "acho que eu 'tô me saindo bem. é você quem tá pedindo pica cada vez que me olha."
"então 'tá na hora disso mudar." suas mãos se espalmaram no peitoral do argentino, o empurrando para trás. você sempre tinha sido competitiva e não ia ser agora que você sairia de mãos abanando.
com uma agilidade e graça angelical, você subiu no colo dele. era cômico, pois Blas era muito alto e aquele carro era especificamente pequeno. mas, também era perfeito. seus seios estavam colados ao peito dele, as coxas apertadas entre a porta e o câmbio o prendendo com maestria abaixo de si. conseguia ver bem as bochechinhas queimadas de sol e a definição dos cachinhos tão queridos.
o beijo que se seguiu fez jus à toda privacidade e tensão que os cercava. as íris castanhas miraram as suas em total profundidade e houve um momento que você jurou ter parado de respirar. a visão era alternada entre os olhinhos lindos e a boca avermelhada. quando ele cessou o espaço, a pressa e desejo eram palpáveis, quase como se estivessem os assistindo do banco de trás do carro. os lábios quentes e macios foram um alívio e o ósculo era tão bem ritmado que você cogitou desistir do seu plano de vingança e puxar a calcinha para o lado.
as mãos de Blas não eram gentis dessa vez. apertavam seus seios, a cintura, a bunda, passavam pelas coxas e até pelos seus pulsos e calcanhares como se ele precisasse se certificar de que você era real. já estava tão profundamente obcecado em você que não duvidaria daquilo ser mais um dos maravilhosos sonhos que ele vinha tendo.
você era muito real, no entanto. e ele também. crescia desconfortavelmente em suas bermudas, você sentindo entre as suas pernas o objeto de desejo das incontáveis semanas que se sucederam à maldita viagem de férias de inverno. você não ficava para trás, a intimidade já estava tão molhada que o tecido do biquíni tinha se tornado um pouco menos incômodo. naturalmente, suas coxas buscaram por movimento no espaço ínfimo, roçando o seu sexo contra o dele com uma ânsia quase animal.
Blas não conteve o gemidinho arrastado contra a sua boca, fazendo você sorrir. claro, para você estava sendo um inferno na terra ficar tanto tempo longe dele. mas, de modo fisiológico, para ele era pior. estava tão sensível que você julgou que somente aquilo o traria tanto prazer quanto te comer.
"ay, amor..." seu tom de voz foi manhoso, expressando a falsa pena que fingia sentir. "você 'tá sensível, né?"
o garoto não respondeu. preferiu olhar para baixo e admirar o quão bem você se encaixava nele, movimentando-se para frente e para trás contra o pau rijo. ele sabia que não aguentaria muito. ficar semanas sem transar tinha uma consequência, afinal. os dedos ágeis procuraram a braguilha da bermuda, mas você não permitiu que ele se liberasse. segurou as mãos dele sobre a cabeça, ainda realizando movimentos torturantes com o quadril.
"não, nena. não faz assim." o tom de voz se tornou suplicante, assim como a expressão dos olhos. "me deixa te comer."
"quem tá pedindo por buceta agora?" o sorrisinho vitorioso o irritou tanto que você sentiu o pau dele tremer embaixo de si. "hoje você vai ter só isso, mi amor. só a vontade."
você o soltou, mas ele não fez menção de desobedecer. assistiu embasbacado enquanto você rebolava e gemia, arrastando seu pontinho sensível contra ele. a destra apoiou-se na janela e a condensação das respirações ofegantes e da chuva do lado de fora a moldou perfeitamente contra o vidro.
"seu pau é tão grande que mesmo todo vestido você me satisfaz direitinho." seu sorrisinho o fez estremecer.
Blas fez a única coisa que podia, se curvou sobre você e puxou a cortininha do seu biquíni para o lado para que os dentes pudessem agarrar seus mamilos com força. ele queria te punir, mas só serviu como estímulo para deixá-la com ainda mais tesão. seu corpo parecia derreter naquele momento e sua mente já começava a se enevoar, aquele nó gostoso abaixo da linha do umbigo sendo desatado aos pouquinhos.
"quando eu te pegar eu vou te colocar de quatro na minha cama e meter em você até você desmaiar." o garoto ditou, a voz comedida escondendo bem o quão hiper estimulado ele estava. "você lembra o quão devagarzinho eu metia em você para você aguentar tudo? e mesmo assim você chorava feito uma putinha na minha pica."
seus olhos se fecharam. ouvi-lo falar assim a deixou estranhamente excitada. ele era sempre tão contido, vê-lo daquele jeito fez a sua bucetinha deslizar com mais facilidade contra o tecido absorvível do biquíni. e nada era mentira: ele tinha que ser tão cuidadoso para não te machucar por ser tão grande. mas, pensar nele te fodendo sem dó causou um estranho desejo no fundo dos seus pensamentos.
"agora não vai ter mais isso, nena. você merece ser fodida como a cachorra que você é." a destra pressionou seu pescoço, impedindo a circulação do seu ar. sua cabeça latejou com a hipóxia, seu coração se desacelerando. você sentiu que não demoraria para gozar. "já que tá tão doida por pica, vou enterrar tudo nessa bucetinha apertada."
para Blas, era um alívio e uma tortura dizer aquelas palavras. era bom prometer vingança e imaginar como faria aquilo com você. por outro lado, toda aquela conversação o tinha levado à beira do orgasmo. ele gozaria em poucos segundos, precocemente. ele estava muito satisfeito, no entanto. ver você rebolando como uma cadelinha, com os biquinhos dos seios rijos, os olhinhos fechados e as bochechas perdendo a cor pela falta de oxigênio compensava tudo.
"ainda vou te encher de leite até te deixar pingando." o Polidori sussurrou, largando seu pescoço antes que você desmaiasse. você abriu os olhos e se deleitou com o rostinho de prazer alheio. foi o suficiente para que você atingisse seu ápice e gemesse arrastado ao envolvê-lo em um abraço necessitado. "gozou antes de mim, é?"
as mãos seguraram sua cintura com força, o quadril do argentino ondulando abaixo de você, buscando pelo orgasmo que você tinha acabado de atingir. os gemidos roucos eletrizaram o seu corpo por uma última vez, anunciando que ele também tinha terminado.
“você me deve uma foda sensacional, Blas.” você sussurrou, deixando um beijinho no pescoço dele. a pele quentinha dele te fez arrepiar.
“não te preocupa, hoje mesmo você vai ter.”
#blas polidori smut#blas polidori#blas polidori x reader#lsdln cast#lsdln#a sociedade da neve#la sociedad de la nieve
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⸻ ❝ 𝒅𝒐𝒄𝒕𝒐𝒓𝒂𝒍 𝒓𝒆𝒔𝒆𝒂𝒓𝒄𝒉 ❞
esteban kukuriczka ₓ f.reader ₓ fernando contigiani
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prompt: onde você é uma intercambista na argentina prestes a bombar em duas matérias e perder sua bolsa, mas por sorte tem professores muito bonzinhos pra te ajudar.
obs.: oiii minhas gatitas melindrosas! sim, depois da direção do conselho das lobas de wall street @idollete e @creads decidirem que esta canetada ficaria por minha conta eu comecei o trabalho! saiu rápido por uma infinidade de motivos, dentre eles: levei ban do lol e não posso mais jogar depois de dizer que o pinto de um menino ia cair🤣🤣
obs.²: gostaria de dizer que > na minha cabeça < o desenvolvimento fez sentido, e que apesar de ter revisado duas vezes eu não encontrei mais nenhum erro além do que vcs provavelmente irão encontrar, e espero muuuito mt mt mt que vocês gostem e tenham uma boa experiência lendo! um beijo e até mais ver <3
tw.: smut, linguagem chula, manipulação, nipple play, sexo oral (recebendo e dando), manhandling, face sitting, light spanking se você estreitar os olhos, p in v, dupla penetração, sexo desprotegido (não façam isso plmdds), portunhol duvidoso, e se tiver algo mais me avisem pfvr. MDNI
— bom dia. — esteban disse alto adentrando a sala de professores segurando um copo descartável com café quase até a beira.
— tá atrasado. — o moreno respondeu sem levantar os olhos de sua prancheta onde ele tinha algumas anotações e folhas quadriculadas presas.
— ah sim, fernando, eu vou bem também, obrigado por perguntar. — o docente de biologia orgânica soltava de maneira sarcástica olhando o colega com o canto dos olhos enquanto abria seu armário e pegava apostilas e outros materiais.
— tenho uma pergunta. — o outro continuou, sem dar muita atenção ao vitimismo leviano. — tem alguém bombando na sua matéria esse semestre?
o kukuriczka que ajeitava as coisas no colo e virava quase metade do copo de café goela abaixo parava no caminho até a saída e franzia o cenho estalando o dedo quando se lembrava.
— tem uma sim, a intercambista se não me engano, por quê?
— ela tá por um fio de bombar na minha. achei que a gente pudesse fazer algo pra ajudar. — fernando se levantou, finalmente encarando o rapaz. — você sabe, se a gente não fizer nada ela tá...
— fodida! eu tô fodida, cara!
do outro lado da faculdade, em um dos bancos do pátio, você enfiava o rosto nos resultados que acabara de imprimir em seu dormitório, choramingando para suas duas amigas, sofi e claudia. como é que você explicaria que não conseguiu estudar porque ser uma intercambista na argentina era muito cobiçado? duas festas no final de semana antes das provas finais do semestre e uma ressaca horrível.
— não queria ser essa pessoa... mas, nós meio que te avisamos, gatinha. — o comentário de claudia apenas te fez resmungar mais. — olha, se te conforta, o professor contigiani nunca reprovou ninguém... muito menos o kukuriczka.
você levantou sua cabecinha sustentando uma expressão devastada e um biquinho que logo se recolheram enquanto seu coração se enchia de uma esperança incerta.
talvez eles te passassem algum trabalho juntos, ou então pedissem que você ficasse como auxiliar deles por alguns dias. já tinha corrido boatos de pessoas que escaparam das dp's virando capachos de alguns professores, tendo que imprimir atividades, buscar café, comprar almoço. e para alguns, parecia até desumano, mas você bem sabia que haviam regras pra que a instituição mantivesse sua bolsa de intercâmbio, e uma delas era que em caso de pendências, ela seria cortada e o valor total da mensalidade mais os custos de habitação seriam cobrados diretamente no seu cpfzinho.
12:15pm era quando o intervalo para almoço começava e você sabia que encontraria o professor contigiani no estacionamento, encostado em seu carro, lendo e fumando. se aproximou devagar do homem que estava concentrado em um exemplar de "topologia geométrica", seja lá o que isso fosse, mas antes de o abordar brecou nos próprios pés e se virou para um dos carros por onde passava, checando sua franja e sua maquiagem no vidro da janela.
ficara implícito, mas as notas baixas tinham um outro motivo também, e este muito mais compreensível! fernando contigiani e esteban kukuriczka eram dois homens de trinta e poucos anos, com corpos atléticos e uma beleza que beirava o surrealismo. na sua cabeça era injusto e desleal que fossem professores, ou acadêmicos no geral, já que toda a atenção que os alunos deviam ter na matéria acabava se deslocando para como suas calças sociais ficavam justas e modelando suas coxas, ou então para quando suas mãos grandes e cheias de veias pousavam sobre os cadernos quando se ia tirar alguma dúvida com eles.
respirou fundo uma última vez e o cutucou, sorrindo nervosamente quando o maior abaixou o livro para fazer contato visual.
— hola, professor. eu sei que agora é sua pausa, mas eu prrcisava muito conversar sobre uma forma de recuperar minha nota. — a expressão indiferente do moreno não mudando um milímetro sequer fez com que você parasse o fatório e lembrasse que ele muito provavelmente não se lembrava da sua existência até meio minuto. — nossa! eu já ia me esquecendo, são tantos alunos, você não deve saber meu nome, né? eu sou a
— fiquei sabendo que suas notas com o esteban estan una mierda también. — o corte veio seco como um golpe te fazendo arrepiar os pelinhos da nuca. — eu me pergunto o motivo. — e a provocação do mesmo fechou com chave de ouro, fazendo com que o gosto da bile se alastrasse por sua boca.
— a-ah... é, ha ha... — você forçou um riso sem graça e observou quando o mais velho fechou o livro, deixando o cigarro preso no canto dos lábios, puxando a prancheta de anotações de cima do carro, pegando uma caneta do bolso e começando a escrever algo.
quando terminou, rasgou metade da folha e te entregou, voltando a segurar o tabaco e tragar.
— se você tiver mesmo afim de continuar estudando por aqui, é claro. — fernando disse por fim, te dando as costas e entrando no veículo para sair.
depois que o carro arrancava, com você ainda meio embasbacada pela forma como ele tinha te massacrado, a coragem para abrir o bilhete escrito as pressas vinha. "edifício luna, av. di'angeli, apartamento 114. sábado agora, 18hrs". estava ali, sua chance de não colocar tudo a perder. mordeu o lábio felizinha e saiu correndo, voltando para a biblioteca onde suas amigas esperavam para saber se tinha dado certo ou não.
"vai de calça, se você for de saia, ainda mais essas curtas que você usa pode parecer que tá se oferecendo!"
"nada a ver! vai de saia mesmo, talvez eles até gostem de ver um par de pernas brasileiras e te dêem um crédito a mais"
sofi e claudia não tinham sido muito prestativas no quesito "o que eu visto?", o que te levava até a presente situação onde você tinha escolhido um vestido bem levinho e fresco para usar junto com seus companheiros de guerra: um par de all stars surrado. além disso, sua ecobag e alguns materiais na bolsa.
olhou para o prédio à sua frente depois de descer do táxi e pegou o bilhete só para confirmar o endereço mais uma vez. era ali. foi até a portaria e se prostou no batente esperando que o senhor de dentro da cabine conversasse consigo pelo interfone.
confirmou seu nome e pouco depois era liberada para subir. caminhou pelo hall e entrou em um dos elevadores. o espelho de dentro que pegava sua figura por completo te fez ainda mais autoconsciente da situação. e se aquele fosse o apartamento do professor contigiani? e se estivesse sendo um saco pra ele ter de ocupar um dos únicos dias livres na semana com você? esperniou de levinho, mas murmurou um "fica calma" quando a porta se abriu novamente.
o andar se acendeu sozinho e o apartamento 114 era no fim do corredor. seu indicador temeroso se afundou na campainha e não muito depois a porta se abria, mas para a sua surpresa quem aparecia era esteban kukuriczka.
— olha só! e não é que a brasileña veio mesmo? entra. póngase cómoda. — a mão do loiro te segurou e te guiou para dentro antes que ele fechasse a porta atrás de si.
— nem tão a vontade assim. — a voz familiar de fernando soou da cozinha, te fazendo olhar naquela direção.
entre vocês dois e o moreno uma bancada de mármore branco, uma tábua com queijos, duas taças de vinho postas e uma vazia, aparentemente te esperando. você olhou em volta rapidamente e assentiu sorrindo de levinho.
— você tem um apartamento lindo, senhor contigiani. — disse encolhendo os ombros e apertando as alças da bolsa contra o corpo num claro sinal de nervosismo.
— hm? — fernando ergueu a sobrancelha de leve e riu soprado antes de se aproximar. — primeiro, o apartamento é do kuku. — ele olhava o rapaz que estava ao seu lado brevemente. — segundo, por mais que seja uma graça ter você sem jeito assim, ver essa bolsa pendurada no seu ombro tá me irritando.
disse estendendo a mão esperando que você se desgrudasse e o entregasse antes de levar para algum lugar da sala. se aquele não era o apartamento dele então ele certamente tinha muita liberdade com o outro professor.
— vem, toma um pouco de vinho com a gente. você bebe, né? — esteban disse mais baixinho perto de seu ouvido e voltou a te guiar, segurando seus ombros, fazendo com que você se aconchegasse numa das banquetas ali perto.
diferente de quando eles dois estavam na faculdade e precisavam usar trajes mais sociais, esteban estava de blusa de flanela e jeans enquanto fernando usava calça moletom e uma camisa lisa. era tão casual que parecia errado, mas pelo menos você teria assunto para fofocar no grupo de amigas depois.
assim que fernando voltou, se sentando no banco do outro lado, de frente pra você e o kukuriczka os dois desatavam a conversar. você aproveitava para tomar o vinho tinto e doce que descia facilmente, beliscando alguns queijinhos e azeitonas aqui e acolá. não se arriscava a entrar no assunto de nerds que eles trocavam, e provavelmente não teria nada a acrescentar que eles já não soubessem, então apenas esperou que um deles abordassem o tema das suas notas.
acontece que esse momento parecia não chegar. você estava na sua segunda taça já, com o corpo começando a ficar febrio quando esteban se virou para si perguntando o que você achava.
— ahn? desculpa, eu acabei me desviando do assunto. — respondeu engolindo o vinho de súbito, se virando para o loiro com o rostinho apoiado numa mão, abrindo e fechando os olhos como quem se esforça para voltar ao foco já que por meia hora, pelo menos, sua única capacidade fora a de observar o perfil dele com aquele nariz deliciosamente grande, e como os dedos de fernando rodeavam a borda da taça em que ele bebia, já há algum tempo vazia.
ele sorriu e então encarou o amigo, como se conversassem telepaticamente. era adorável para ambos a forma como você tentava e, até que conseguia, se esquivar de situações embaraçosas, era ainda melhor ver que você estava absolutamente tão desesperada que ficara em completo silêncio enquanto eles conversavam sobre os assuntos menos empolgantes pra um sábado à noite. e continuava ali, sentadinha, como uma boa menina, só esperando para saber quais seriam as instruções.
— acho que é melhor conversarmos sobre suas notas então. — fernando deu um tapinha na bancada e se levantou. — vamos pra sala, minhas coisas estão na mesinha. traz ela, kuku.
— claro. vamos, lindinha... vamos ver o que a gente pode fazer por você. — e te ajudou a descer do assento altinho.
a sala não estava um completo breu graças aos dois abajoures que sustentavam uma meia luz alaranjada no ambiente e também porque a sacada estava aberta, fazendo com que um pouco das luzes noturnas da cidade entrassem por lá. fernando se sentou no sofá e esticou o braço pelo encosto, te medindo enquanto você arrastava os pés temerosos até lá e se sentava à quase três palmos de distância. coxas juntas, mãos unidas sobre o colo e uma carinha de dar dó. esteban se sentou na outra extremidade.
— então... — você começava.
— nós revisamos as suas avaliações e suas atividades do semestre. — o matemático era o primeiro a falar depois do breve silêncio. — parece que seu problema foi unicamente no dia das provas.
— então nós pensamos em algo pra você conseguir alguns pontos... — esteban continuava.
você fazia que sim a com a cabeça.
— nossa, nem imaginam o quanto vai significar pra mim! eu aceito qualquer coisa. passar na gráfica pra pegar atividades, ajudar a corrigir redações, pegar café, almoço... — falava rápido dando infinitas possibilidades de como eles poderiam te fazer útil na faculdade, alternando entre olhar para o contigiani e o kukuriczka para ter a certeza de que a oferta parecia agradável.
e mais uma vez eles faziam aquilo, se entreolhando em completo mutismo, mas sabendo exatamente o que o outro pensava. só você de fora. seus polegares roçaram um no outro ansiosamente e você apertou os lábios.
— sobre isso... acho que você não tem muita utilidade pra nós na faculdade. nossas matérias não são tão teóricas e nós não almoçamos lá.
— ao invés disso, pensamos que você pudesse nos ajudar hoje, hm?
sem que você notasse, a distância de quase um metro de cada um deles ia se encurtando mais e mais enquanto eles apresentavam a ideia.
— c-como eu poderia ajudar...? — sua voz falhava vergonhosamente quando você finalmente conseguia responder.
devagar, fernando deslizava para o seu lado, ao ponto em que ele precisava apenas inclinar um pouco a cabeça para estar com os lábios grudados em sua orelha, enquanto esteban minuciosamente colava seus corpos, espalmando uma mão em sua coxa coberta pelo tecido de poliéster fino.
— eu e o professor kukuriczka estamos fazendo uma pesquisa de campo muito importante para o nosso doutorado. não é, kuku? — o moreno colocava uma mecha do seu cabelo atrás da sua orelha reparando em como suas iris se encontravam dilatadas e um leve rubor surgia em suas bochechas.
— uhum... é uma pesquisa sobre anatomia... — a mão do loiro em sua coxa subindo e descendo devagar num carinho. a voz dele se tornando baixa conforme o mesmo se aproximava de seu rosto também.
— queremos saber quantas vezes uma mulher consegue gozar numa noite... — fernando detalhou enquanto a mão que estava no encosto do sofá passava a rodear-te a cintura.
— se a intensidade é a mesma como na primeira vez, ou se a sensibilidade diminui... — kuku especificou deslizando a ponta do nariz por sua bochecha até o seu pescoço. — seria tão boa pra nós se nos ajudasse, nena...
— mas se não quiser, vamos entender. — o contigiani sorriu de canto, sabendo que àquela altura você não podia se dar ao luxo de escolher muito. — você pegaria dp por dois pontos só, não atrapalharia seu score, sim? — ele fazia de propósito, te dando a falsa opção de recusar a proposta.
e, caralho! você até consideraria pensar em formas de fazer um empréstimo estudantil se o vinho já não tivesse impregnado em cada um dos vasinhos do seu corpo e se eles não fossem dois putos gostosos muito sacanas. no entanto, seu corpo, antes mesmo que você desse uma resposta verbal, já sinalizava o que seria com um bocado incômodo de lubrificação sendo liberado por sua entrada.
você se arrepiou e pressionou uma coxa na outra segurando o ar antes de soltar. eles em contrapartida esperavam, sem se distanciar.
— o quê... eu tenho que fazer? — perguntava num fiozinho de voz, dando o consentimento que eles tanto queriam.
a primeira vez que você gozava naquela noite era sentada no colo de esteban, as coxas apoiadas por cima das dele, a cabeça tombando sobre o ombro do biólogo e fernando por baixo da saia de seu vestido, com o rosto enfiado entre suas pernas, lambendo e chupando sua intimidade mais do que encharcada por cima do tecido da calcinha. uma completa humilhação já que sequer haviam precisado tirar suas roupas.
— você é tão sensível, pequena... — kuku sussurrou antes de te espalhar alguns beijinhos pela lateral do rosto, recebendo apenas alguns choramingos em resposta, se aproveitando do seu estado molinho para brincar com os seus biquinhos marcados, beliscando-os e rodeando.
— devia estar sem dar umazinha há um tempo pra ter gozado fácil assim. — fer caçoou depois de reaparecer dali debaixo com o queixo todo babado.
te levavam para o quarto do kukuriczka onde ele tinha uma cama king size, grande o suficiente para que três homens parrudos dormissem como bebês. te ajudavam com a roupa, manuseando seu corpo como se fosse o de uma boneca, tirando o vestido que deslizava e a calcinha que estava tão socada e empapada que um som lascivo ecoava assim que se desgrudava da sua pele. tiravam suas camisas também, tornando quase uma missão impossível não reparar nos sinais espalhados pelo peitoral pálido de kuku e pelo happy trail no abdômen definidinho de fer. se estavam te manipulando escaradamente por quê tinha que ser tão bom?
cada um deles aproveitando para te beijar e te tocar, sentindo seu corpo e observando suas reações. os beijos do professor de biologia eram libidinosos, ele tinha pouco pudor e sua mão dedilhava sua virilha, brincando de vez ou outra avançar sobre seu sexo exposto, só pra fazer com que você ansiasse mais. já com o professor de geometria os beijos eram profundos e intensos, este enfiando os dedos por dentre seus cabelos, segurando e apertando os fios, aproveitando de todas as vezes que você arfava para enfiar ainda mais a língua em sua boca.
a segunda vez vinha quando esteban se deitava e com a ajuda de fernando te colocava para sentar em sua cara. seu olhar preocupado e suas mãos que tremiam de tesão só fazendo com que os dois quisessem ainda mais te devorar.
— e se ele ficar sem ar? — perguntou baixinho.
— ele não vai, pode confiar. — fernando segurava em seu quadril forçando para baixo e sorrindo largo quando sua expressão se contorcia depois de encaixar a bucetinha na boca do outro. — além disso... — se curvava para morder seu inferior e ralhar pertinho de ti. — seria uma morte foda pra caralho, sim?
nos primeiros minutos ele te ajudava, segurando seu quadril e te fazendo rebolar na boca do loiro que apertava e estapeava suas coxas e bunda, mas quando a necessidade tomava o lugar da vergonha e da preocupação seu impulso era o de se roçar com vigor, a língua morna do kukuriczka se afundando em ti e seu pontinho de nervos roçando gostoso no nariz dele a cada investida. fernando escorregava a boca até seus seios, capturando um para mamar enquanto você usava os ombros dele como apoio já que a cama não tinha cabeceira. ele te encarava e ria sempre que suas palavras saíam desconexas.
na terceira vez, não existia qualquer parte em seu consciente que não quisesse o que estava acontecendo, mesmo quando os olhares que eles te lançavam disessem explicitamente o quanto te achavam uma puta, era delicioso e você precisava de mais... de mais pontos, óbvio.
esteban te colocava de quatro, entre eles dois, puxando seu cabelo para trás o suficiente para que conseguisse te segurar o queixo e cuspir na sua boca, deixando que fernando te colocasse pra o chupar assim que você voltava. o membro teso, pulsando enquanto você dava lambidinhas, testando as águas. ele olhava, com a mesma expressão indiferente do dia em que você fora pedir ajuda, mas você não podia ligar menos quando era preenchida por kuku sem aviso prévio.
— carajo... muito apertada. — soprava rouco quando terminava de deslizar o comprimento, te deixando empaladinha com o pau até a base.
— vai me fazer passar vontade assim? — fer brincou olhando para o amigo.
— não é como se você não fosse foder ela daqui uns minutos... — e deu de ombros, começando a mover a pelve para frente e para trás, ouvindo um somzinho típico de engasgo vindo ali de baixo.
a cada vez que kuku estocava fazendo seu corpo impulsionar para frente sua boca deslizava pelo pau do contigiani, fazendo com que a glande inchada dele batesse bem no fundinho de sua garganta com lagrimazinhas formando no canto dos seus olhos. o moreno adorava a cena apesar de não demonstrar tanto, seus gemidos eram contidos, mas o agarre em seu cabelo não afrouxava, obrigando-te a manter o contato visual o tempo todo.
— que perrita es... — deu dois tapinhas em sua bochecha com a mão livre. — aposto que essa sua cabeça tá um caos por dentro... sem conseguir decidir ao que dar atenção.... se é no meu pau te fodendo a garganta, ou se é no pau dele te fodendo a buceta.
você se arqueava toda quando uma onda de choque percorria seu corpo. estava tão sensibilizada que podia sentir a corrente se formando no cortéx e descendo pela espinha até que estourasse o nó que se formava em seu baixo ventre. empedida de se afastar de qualquer um deles, mesmo que sua mão apertasse a coxa de fernando e seu quadril ameaçasse ceder contra o colchão. um te segurava a cabeça e o outro as ancas, fazendo com que aguentasse até que ambos tivessem gozado.
depois daquilo você virava uma bagunça permanente. porra escorrendo pela parte interna de suas coxas, pelo seu queixo e até de seu nariz já que tinha engasgado com a quantidade de leite que fernando lhe dava. na opinião deles, estava ainda mais gostosa agora.
a quarta vez era um desrespeito. um desrespeito bom pra caralho, mas que te deixara sem qualquer dignidade. um na frente e o outro atrás. fernando com o abdomen colado nas suas costas segurando suas pernas por debaixo dos joelhos enquanto, depois de muito custo e um terço do tubo de lubrificante, o pau grosso dele tinha se acomodado em sua entradinha traseira. este selava seus ombros e mordiscava sua nuca, ao passo que esteban na frente maltratava sua boquinha inchada, escorregando mais uma vez o falo para dentro de sua buceta, dedando seu clitóris em movimentos circulares.
— seu cuzinho é tão apertado... vai acabar me sufocando assim. — soprou em seu ouvidinho, fazendo com que seus dois buraquinhos piscassem.
— ela gosta quando você fala essas coisas. — kuku que observava cada uma de suas expressões, instigava.
— gosta, é? eu sabia que era uma vagabunda na faculdade, mas fora dela também?
ambos sopravam risos cúmplices antes de voltar ao que faziam, tateando seu corpo miúdo encaixado entre eles, sussurrando putaria e combinando o tempo das estocadas só pra terem o prazer de te ver puxando o ar sempre que eles estavam bem fundo em ti, fazendo com que seu ventre ficasse visivelmente estufadinho.
depois de dois rounds a mais desse mesmo jeito os três se encontravam completamente devastados, fer gemendo falho e balbuciando xingamentos, kuku soprando um milhão de "es tan linda", "tan buena", e você que não conseguia ficar meio minuto sem rolar os olhos com um filetinho de baba escorrendo no canto da boca de tão burrinha que estava.
era impossível dizer quando tinha terminado, só que haviam apagado exaustos e que no outro dia os dois te acordavam com uma bandeja de café da manhã, uma pílula do dia seguinte e um envelope com seu novo boletim.
#selo geniousbh ✩#lsdln smut#lsdln x reader#kuku esteban reader#kuku esteban smut#fernando contigiani reader#fernando contigiani smut#professor x student#argentinos brainrot
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Três é par.
Warning: Oral, masturbação, sexo desprotegido (sempre isso n é?) , palavrões e threesome (eu acho q isso seria um trio seila)
*Não revisado
O frio da argentina passava pelas suas pernas, e o vento bagunçava seu cabelo.
"Porra Esteban!" Pensava, devido a demora do argentino para liberar sua entrada no prédio.
Após mais de 5 minutos, finalmente pode entrar no modesto prédio, e começar a subir as escadas para encontrar de vez com ele e Fernando.
Ah... a quanto tempos não via eles. Após Fernando ter ido prestigiar uma peça na qual você foi a roteirista, nunca mais se desgrudaram. E claro, não demorou para ele colocar Esteban na sua vida também
Assim que chegou a frente da porta do apartamento de Kukuriczka, deu algumas batidinhas e esperou que alguém atendesse.
"Ola nena" Fernando abriu a porta sorrindo
"Oi...Fer" Disse pausadamente enquanto encontrava com um Fernando de cavanhaque
Entrou no apartamento e retirou o casaco pesado, e a touca que usava.
"Quanto tempo" O mais velho te abraçou apertado.
Tá bem, seria uma grande mentira dizer que nunca nada havia acontecido entre vocês. Mas foi uma vez, depois disso jamais tocaram no assunto...
"Olha só essa visita" Esteban saiu da cozinha com um pano de prato nos ombros, mas logo o jogando para longe e indo te abraçar
"Esteban" A surpresa era tanto porque a tempos não falava pessoalmente com o argentino, e também, por conta da barba dele que estava de maneira considerável maior "É peça nova?" Perguntou pegando nas barbas de ambos
"Estilo meu anjo, estilo" Fernando disse te fazendo rir
Logo, os 3 entraram uma conversa na sala de Kukuriczka enquanto tomavam um mate.
Era sobre peça, filme, apartamentos e bichos de estimação. Até o tópico que mais era difícil para ti.
"Como assim você não quis transar com ele?" Esteban perguntou em um tom um pouco alto "Você tava a mês falando dessa cara"
"Ai, não sei Esteban" Disse se levantando da poltrona que estava para deixar o mate na mesinha "Ele era estranho pessoalmente. Além de que tava todo suado, fedendo, um nojo!"
Riram com o seu comentário e se entre olharam. Enquanto para Fernando você era uma anjinha, que ele desejava muito que fosse dele, Esteban sentia um desejo carnal grande por ti.
Sabia dos sentimentos do melhor amigo por você, e por isso tiveram uma conversa sobre a possibilidade de algo rolar. Segundo o moreno estava tudo bem, contanto que fosse só até vocês dois terem algo mais sério. (A fé do Fernando sendo TUDO)
Enquanto Esteban se levantava para levar as coisas na cozinha, você se sentou no sofá que Fernando estava, e se encostou nele.
Ele com você no meio das pernas, e suas costas no peito dele enquanto o mesmo fazia carinho em ti.
"Então você tá todo esse tempo na seca?" Kukuriczka perguntou voltando para a sala
"Sim, infelizmente... E você?"
"A mesma coisa gatita"
"Fer?"
"Pior que os dois"
Logo um silêncio se formou na sala. Esteban se sentou no sofá deixando suas pernas no colo dele, e ligou a TV deixando um programa qualquer de comédia argetina passar.
Enquanto o carinho de Fernando te fazia se sentir acolhida e com o coração cheio de carinho, o ruivo a sua frente passava os dedos pelas tuas pernas, e de vez em quando apertando-as.
Começou então a fazer carinho nos braços de Contigiani e mexer no colo de Esteban.
Não demorou muito para que a tensão sexual se mostrasse mais forte naquele ambiente. O homem que acariciava suas pernas te olhou com os olhinhso cerrados, e cheio de tesão. Sentiu então algo tocar seu tornozelo. Sorriu para Esteban, mas logo mudou seu foco para Fernando, após sentiu algo na parte de trás do teu corpo. O membro do homem atrás de ti latejava de desejo, e os suspiros do mesmo te mostrava que não faltava muito para o tesão tomar conta totalmente do corpo dele
Foi então que tirou os pés de cima de Esteban e se virou para Fernando. Olhou ele no fundo dos olhos, e então o beijou.
Sentiu a língua dele adentrar sua boca, e explorar cada canto possível.
Poucos segundos depois, o som da televisão sumiu, e o toque de Kukuriczka foi sentido nas tuas costas, enquanto os lábios dele deixavam pequenos beijinhos no teu pescoço.
Enquanto você subia as mãos pelo torço do moreno a sua frente, ele rápido tocou seus seios e apertou eles, logo mudando os apertos para tuas coxas, onde sabia que era seu lugar mais sensível.
"Fernando..." Gemeu baixinho
Tentando manter a justiça, desceu sua mão para baixo e pegou no pau dele ainda por cima da calça. E enquanto fazia isso, se virou e começou a beijar Esteban.
Um beijo calmo, mas cheio de desejo.
"Vira" Kukuriczka ordenou
Fez o que foi mandando e ficou de frente para ele. Logo ele tirou sua blusa e sua camiseta, te deixando com os seios expostos para ele
"Ah nena" Gemeu sorrindo
Logo ele foi te deitando em Fernando. Estavam quase que na mesma posição de antes, mas dessa vez mais deitados que sentados.
Esteban então foi tirando sua calça junto da calcinha. Deixando beijos pela sua pernas, e mordidas na parte interna das suas coxas.
Para completar o prazer, Fernando te provocava apertando seus seios, deixando beijos no teu pescoço, e te provocando dizendo coisas no seu ouvido
"Sabe quanta saudade eu senti de ouvi você gemer assim? Te sentir arrepiada de tanto tesão?" Perguntou mordendo o lóbulo da sua orelha no final
Foi no meio das provocações de Contigiani que sentiu a boca de Esteban na sua buceta, te chupando e lambendo inteira.
Lambia seu clitóris com tanta suavidade, que te deixava louca. Hora ou outra te chupava forte, e lambia você desde a sua entrada até o final do seu botaozinho
"Esteban..." Gemeu o nome dele, apertando o rosto do mesmo no meio da tua pernas
Não demorou muito para que ele usasse as mãos para te provocar. Introduziu dois dedos dentro de ti de uma vez, te fazendo gemer alto e segurar no homem atrás de ti
"Quando o Fernando me contou que você era apertada" Pausou a fala para dar mais algumas lambidas em ti "Não imaginei que fosse tanto assim"
Enquanto sentia seu orgasmo se aproximar, arravanha o braço de Fernando, e puxava o cabelo de Esteban, perdida em seu prazer.
Quando Kukuriczka aumentou a intensidade da boca dele e dos dedos, foi quando você se perder. Fechou as pernas por instinto e gemeu alto, chamando por ele.
O moreno próximo de ti perdido no pequeno ciúme que apareceu te beijou na boca abafando seus gemidos.
Assim que seu corpo te acalmou, ele mesmo te tirou do colo dele, e de deixou de joelhos no chão.
Após meses novamente viu Fernando tirou a calça e a cueca, deixando a mostra o pau dele.
As veias que saltavam devido ao tesão, te deixavam ainda mais louca. Não demorou muito para ele se sentar no sofá e te puxar para começar a chupa-lo.
Fazia tudo com calma. Queria sentir aquele momento, para poder ter a lembrança viva. Os gemidos dele te deixavam louca, e as mãos controlando sua cabeça te faziam se movimentar da maneira perfeita para ele.
Não demorou muito para sentir Esteban atrás de ti. Agora, completamente nu, ele puxou você com delicadeza a deixando praticamente de quatro.
Quando sentiu o pau dele entrar dentro de ti, devagar e preenchendo cada pedaço, gemeu no pau de Contigiani causando ainda mais gemidos nele.
"Ah que buceta deliciosa gatita" Esteban fez carinho na sua bunda logo dando um tapa nela
"Esteban por favor" Pediu manhosa para ele, sentindo ficar cada vez mais molhada
"Por favor o que em?" Fernando se involveu na conversa, enquanto puxava delicadamente seu cabelo para te afastar do pau dele
"Kuku...me fode vai" Quando a frase saiu de sua boca, foi como se os dois homens tivessem entrando em êxtase.
Enquanto Esteban metia em você forte e rápido, Fernando te fazia engasgar com o pau dele indo até o fundo da sua garganta.
"Que saudade dessa boquinha" Ele gemeu enquanto senti você o chupa-lo com todo desejo do mundo
"Porra" Ouviu Esteban gemer e apertar você ainda mais forte
Não conseguindo se concentrar em Fernando devido ao prazer que o outro homem te fazia sentir, resolver continuar apenas batendo uma para ele, mas tomando todo cuidado do mundo para não fazê-lo gozar logo.
"Assim Este...assim vai" Gemeu sentindo seu clímax chegar outra vez
Olhava para Fernando com tesão enquanto continuava a masturbar ele, mas logo mudava a direção do olhar para Esteban que ficava louco com seu olhar.
"Posso" Engoliu a seco movimento o pomo de Adão dele "Posso gozar dentro?" Kukuriczka perguntou fechando os olhos
Olhou para o homem a sua frente em busca da aprovação ou negação dele.
Querendo estar ele logo dentro de ti, Fernando apenas fez que sim com a cabeça e acariciou seu rosto.
"Pode Kuku" Sorriu ainda olhando para Contigiani "Goza em mim vai! Por favor"
Por alguns segundos deixou Fernando e aproximou seu corpo do deu Esteban, que te abraçou e continuou a te foder daquele jeito até gozar em ti.
"Desculpa não te fazer gozar assim" Falou dessa vez tímido no seu ouvido
"Ta tudo bem" Fernando disse se ajeitando no sofá "Deixa que eu cuido dela agora"
Esteban te deu mais um beijinho na bochecha e logo te deixou livre para o amigo
Se levantou e sentou então no colo de Fernando.
Sentia o pau dele entrar dentro de ti.
Gemeu com a sensação e segurou nos ombros dele.
"Fernando" Gemeu no ouvido dele enquanto começava a quicar
O barulho dos teus gemidos, os gemidos dele e os tapas que de vez em quando ele dava em ti, te faziam se sentia louca.
"Que saudade disso" Ele comentou te segurando e logo te dando um beijo
Percebia a diferença. Esteban te beijava por tesão. Por querer teu seu corpo próximo do dele.
Já Fernando te beijar por querer que você seja dele!
"Eu vou gozar" Gemeu em meio ao beijo
"Goza gatita. Goza no meu pau vai" Segurou seu rosto e fez você olhar direito para ele "Goza vai, pra eu gozar juntinho com você"
Aumentou a velocidade que ia com seu quadril e logo sentiu aquele aperto na barriga.
Olhou para trás, do seu lado esquerdo e viu Esteban apenas de cueca olhando tudo aquilo, sentando no chão.
Sorrindo pervertido, achando aquela cena o prazer mais profano dele.
Fechou seus olhos e encostou a testa na de Contigiani.
Logo sentiu aquela sensação novamente. Gemeu mais alto e apertou o pau dele enquanto sentia seu orgasmo bateu no seu corpo.
Fernando não demorou muito e gozou também. Gemendo e apertando suas coxas.
Assim os 3 ficaram por alguns segundos.
Esteban no chão olhando os amigos respirarem após toda aquela cena.
Fernando fazendo carinho em você e trocando um olhar com Esteban, sabendo que aquele seria um dos melhores e mais memoráveis momentos da amizade entre ele.
E você. Perdida no prazer de ter tido dois homens dentro de você em uma só noite, e desejando que aquilo acontecesse novamente.
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lembro de alguém ter me dito um dia que certas coisas acontecem porque você tem que aprender mas que algumas lições específicas, elas precisam de reforço. tipo um teste. hora de você colocar a prova superações que você achava estar tirando de letra e já nem eram grandes preocupações pra você. como revirar um álbum antigo, mexer numa ferida que estava esquecida mas continuava aberta de alguma maneira. foi assim que vi graça nas últimas semanas quando percebi estar vivendo um dejavu. quando comecei a perceber que estava assistindo alguém próximo passando por uma situação extremamente familiar pra mim. você já se sentiu assim? é quase como se a sua maturidade estivesse te dando um ingresso pra assistir de camarote uma situação que você já viveu muito e achou ter SUPERADO, só que agora enxergando de fora. eu, por exemplo, sempre fui apegada demais a essa história de encontros e desencontros. meu império romano até hoje é pensar em como a sua vida pode virar e mudar completamente só por consequência de alguém ter saído da sua vida. ou será que esse alguém só saiu da sua vida porque você precisava que sua vida mudasse e virasse? eu sempre fiquei presa aqui nessa dúvida. como se eu quisesse sempre estar desvendando um enigma, tal como aquela história do efeito borboleta que pode estar causando um furacão do outro lado do mundo. chega a ser cômico também pensar que justo as relações mais intensas é que costumam ser sempre afetadas, já reparou? sempre alguém que você não conseguia imaginar fora da sua vida. de repente, a ausência dela aconteceu e você sofreu por isso, mas acordou no dia seguinte e depois no outro dia, no outro mês, até só se lembrar disso quando a vida te prega peças como alguém do seu lado que esteja passando exatamente pelo mesmo processo e que dê observar a situação de fora, faz você sorrir com tristeza e pensar em como a gente realmente não entende nada de vida. também faz a gente abrir os olhos pra realidade e entender de uma vez por todas que diferente dos filmes, a vida não é feita de um elenco só e é por isso que casais desencontrados acabam de reencontrando com facilidade na ficção, amizades desentendidas desatam seus nós ao longo do enredo e também se resgatam no fim do filme com uma praticidade tão invejável que faz com que a gente não só acredite piamente nisso como também fazem com que a gente se desgaste tentando manter o que nem sempre tem futuro. às vezes uma despedida é só uma despedida mesmo. às vezes dois melhores amigos que se combinavam tanto deixam se combinar num domingo qualquer em que finalmente notam que já não estavam mais combinando há muito tempo e só tentavam prolongar o que não tinha mais continuidade. e o lance do dejavu talvez seja uma forma da vida te fazer pensar sobre essas coisas de novo e te lembrar que não, não foi o fim do mundo como você pensava e que na verdade te reiniciou em muitos sentidos.
#carteldapoesia#textosdaval#conhecencia#projetocartel#projetoversografando#julietario#procaligraficou#procaligrafou#projetosonhantes#ecodepoeta#mardeamor#mardeescritos#lardepoetas#mentesexpostas
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Omg hiiiiii guys 😛😛 então gente,esse é meu primeiro imagine aqui e eu ainda tô aprendendo a escrever aqui, então tenham paciência com a lenda aqui😓 Espero que gostem 💋
Avisos :smut,Enzo vizinho gostosão, sexo desprotegido (não façam isso),age gap e outras coisinhas.
Você e Enzo eram vizinhos de porta, tinham uma boa relação de vizinhos, não eram amigos próximos mas sempre que se encontravam no elevador ou em qualquer outra parte do prédio sempre se comprimentavam e às vezes conversavam um pouco sobre coisas aleatórias,mas nada além disso.
Enzo era um homem muito bonito,deixava qualquer mulher louca só um um sorrisinho de puto que ele tinha. E com você não seria diferente,na primeira vez que você viu ele no elevador já sentiu um calor no meio das pernas e uma quentura no seu rosto. Toda vez que vocês interagiam você se sentia uma adolescente na puberdade,sedenta pelo toque dele mas jamais tomaria iniciativa por achar que ele te rejeitaria, já que você era mais nova alguns anos. Mas o que você não sabia é que ele também te desejava, até mais do que o normal. Ficava louco toda vez que te via sair com um shortinho curto cobrindo apenas metade das coxas grossas, só faltou te devorar quando acidentalmente te viu de toalha uma vez. Mas ele se achava velho demais pra você,achava que você ia rejeita-lo pela diferença de idade.
Até que em uma sexta-feira qualquer você estava entediada em casa,suas amigas da faculdade estavam estudando pra uma prova que teria na segunda e você deveria estar fazendo o mesmo, porém não conseguia,seus pensamentos eram todos nele,seu vizinho de porta. Deitada no sofá "assistindo" série sem ao menos conseguir se concentrar no conteúdo da televisão ,imaginava ele ali com você,deitado do seu lado metendo bem lentinho até te encher todinha de porra. Não estava mais aguentando o tesão de 100 virgens e foi tomar um banho pra tentar abaixar o fogo no meio das pernas. Tomou um banho quentinho e relaxante aproveitando pra fazer uma esfoliação na pele com seu novo esfoliante de maracujá. Saiu do banho e foi vestir algo confortável , já que já era tarde da noite e você ia passar a noite deitada no sofá, vestiu um shortinho de pijama curtinho e um sutiã de renda que tampava apenas os biquinhos dos seus peitos. Deitou no sofá e deu play na sua série que passava na televisão , quando estava finalmente conseguindo se concentrar na tv a campainha tocou e você levantou confusa se perguntando quem poderia ser a essa hora da noite,abriu a porta e colocou apenas a cabeça pra fora já que não estava apropriadamente vestida e se surpreendeu quando viu Enzo segurando uma taça de vinho nas mãos.
_ah... Oi, é que eu tava em casa sem fazer nada e resolvi tomar um vinho, fiquei pensando se você não queria tomar comigo..._Ele disse meio sem graça erguendo a garrafa.
_nossa você salvou minha noite,eu tava quase morrendo de tédio no sofá,vem entra._Você deu espaço pra ele entrar e só quando ele te olhou de cima a baixo você se lembrou que tava quase pelada.
_meu Deus,me desculpa eu não estava esperando visita a essa hora._ você disse tentando esconder seu busto.
_tudo bem nena, não precisa se desculpar,por mim tá tudo bem você estar vestida assim..._.Os olhos dele desceram pras suas pernas a mostra e você pra disfarçar disse que ia pegar as taças e que ele podia se sentar no sofá.
Uns minutos depois você voltou da cozinha com duas taças e alguns petiscos pra vocês comerem enquanto bebem. Se sentou do lado dele enquanto ele enchia as taças,logo ele te entregou uma delas. A tenção sexual era perceptível,por mais que os dois tentassem disfarçar, era impossível não sentir o que tava rolando alí.
Depois de algumas taças e muita conversa vocês dois já estavam soltinhos,riam de um comentário que Enzo fez sobre um morador do prédio. Quando você se deu conta suas pernas estavam sobre as dele enquanto conversavam,ele tomou coragem pra fazer uma pequena massagem nos seus pés e você involuntariamente soltou um gemido pelo contato gostoso.
_como sua pele é macia chiquita..._ Aos poucos ele foi subindo a massagem e sua respiração foi ficando pesada, até que as mãos dele pararam na sua coxa apertando firme a carne. Ele foi aproximando o rosto do seu , tocando o nariz grande no seu,mas de repente se afastou de pressa e você ficou sem entender.
_não podemos fazer isso,me desculpa, não era minha intenção _. Você cortou a fala dele quando se sentou no colo dele e agarrou os cabelos sedosos.
_xiiiiiu...eu quero isso tanto quanto você,me beija Enzo..._ Você disse manhosa mexendo os quadris em cima dele. Ele te olhou com desejo e logo devorou sua boca,o beijo era quente e molhado,o gosto do vinho deixava tudo mais gostoso. Ele desceu as mãos pra sua bunda e deu uma bela apertada, você quase gemeu pelo contato , totalmente sensível aos toques do mais velho. As mãos grandes foram para seus peitos onde ele apertou e pressionou os biquinhos por cima do tecido, logo ele tirou seu sutiã e quase babou quando viu seu mamilos durinhos, ele praticamente devorou seu mamilo esquerdo enquanto massageava o outro,te causando sensações absurdas.
Ele te deitou no sofá e já foi tirando seu shortinho,dando de cara com sua bucetinha molhada e brilhante de tanto melzinho , a boca dele salivou ,doido pra se afogar no seu meio molhado.
_porra mami...que delícia hein, tá toda melada ._ Sem nem esperar ele caiu de boca na sua bucetinha, passando a língua por toda a extensão molhada e logo introduziu uma dedo grande em você, fazendo um barulhinho gostoso ecoar pela sala. Ali ele se esbaldou te chupando, sugando seu clitóris cheio de tesão e as vezes enfiando a língua no seu buraquinho apertado, até você não aguentar mais e gozar na boca dele , fazendo ele gemer em satisfação.
_agora eu vou te comer gostosinho amor,te deixar bem cheinha hum? É isso que você quer putinha? _. Ele disse apertando sua Buchecha te fazendo olhar pra ele. Ele tirou a calça moletom e a cueca revelando o pau rosadinho com a cabecinha inchada e fazendo pré gozo pela ponta, pegou o membro teso e passou pela sua bucetinha melada, fazendo você estremecer pelo contato, deu batidinhas na sua entradinha ameaçando entrar.
_me fala nena,oq você quer hm? Quero ouvir da sua boquinha linda_. Continuava te provocando.
_me come vai...me enche de porra_. Praticamente choramingou manhosa sedenta por pica. Ele meteu em você de uma vez só,sem dar tempo pra você se acostumar com o tamanho. Metia freneticamente,sem dó nenhuma,o barulho das peles se chocando ecoava e deixava tudo mais gostoso e exitante. Ele desceu a mão pro seu grelinho inchado sedendo por atenção e massageou , fazendo você gozar e jorrar seus líquidos molhando ele e o sofá e logo ele te encheu com a porra dele gemendo grave no seu ouvido.
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oii xexy! me deparei com seus headcanons há pouquíssimo tempo e já devo ter lido todos, de tão maravilhosos que são! pelo fato de que eu gostei tanto dos headcanons que li, pensei em pedir uns também! queria saber se você poderia escrever como seria os meninos namorando uma brasileira belíssima, assim, um mulherão mesmo, dessas que chama toda a atenção em cada lugar que pisa. sei que essa ideia é bem fraquinha, mas acho que seria uma coisa interessante de se ler, sei lá! (confesso que também estava pensando muito em como seria ser uma brasileira trabalhando com os meninos no ‘a sociedade da neve’, mas acho que isso é papo pra outro dia) é isso amg, obrigada desde já! 💛
wn: oiiiiii! demorei mas finalmente cheguei no seu headcanon <3 espero que você goste, viu?
meninos do cast x namorada brasileira
fem!reader headcanon
tw: nenhum :)
enzo:
fã número 1 do cinema brasileiro e, além de pedir recomendação de filmes, gosta de assistir junto com você. começou a ser mais sensível e atento a artistas plásticos e fotógrafos brasileiros também, por sua influência.
gosta de saber de histórias e vivências suas no seu país de origem - acha sua bagagem cultural incrível. e também acha interessante a vivência de outro país da américa latina.
atraído sim pela sua inteligência, mas pela sua beleza também.
inclusive, é um bocado ciumento dos olhares que você atrai na rua, mas tenta não deixar isso impedir de nada e nem criar uma situação chata entre vocês.
acha seu sotaque absolutamente adorável mas não em tom de provocação, em tom de adoração mesmo. leva a mão ao coração e aperta os olhinhos sempre que te escuta soltar uma palavra ou outra em português.
agustin:
desde o primeiro momento que te conheceu e soube que você era brasileira, quis viajar o brasil com você.
inclusive, a primeira viagem de casal que organizaram foi pelo litoral do nordeste.
vai, inclusive, postar foto sua de bíquini em toda a rede social que possa postar. não é do ciúme em relação a isso. que sorte a dele ter uma mulher bonita como você ao lado (e vai deixar o mundo saber disso).
ponto importante: acha vocês dois o casal mais bonito do mundo e sente muito orgulho em te exibir por aí.
adora música brasileira em especial jorge ben jor e bossa nova! não entende nada de nada, mas cantarola e te faz dançar sempre que possível.
fran:
adora ouvir você falando português e sempre que possível pede que só fale na língua materna - mesmo que ele não entenda nada de nada.
(baixou o duolingo e está se esforçando pra aprender o máximo de frases e palavras a fim de que consigam se comunicar em pt - não te contou ainda porque quer que seja surpresa.)
muito curioso sobre a culinária brasileira principalmente no que se refere à guloseima e salgadinho. gosta de experimentar tudo e te levar em restaurantes e mercados brasileiros em buenos aires.
completamente admirado pelo seu cabelo e pele - foi inclusive um dos primeiros pontos que fez ele conversar com você. fofo.
você o pega te olhando com admiração, distraído, de vez em quando.
mati:
fez e faz todas as piadas possíveis do mundo envolvendo a rivalidade brasil x argentina começando pelo futebol e ampliando para todos os outros aspectos possíveis.
claro, fica do lado da argentina. diz que a única coisa boa que saiu do brasil foi você.
não gosta dos olhares que você recebe e tende a fazer muita cara feia pra curiosos na rua. acha um saco.
pede pra você cozinhar coisas típicas do seu país, mesmo que você não saiba. te estimula a aprender e tenta junto com você. as tardes na cozinha são sempre muito divertidas.
é implicante com seu sotaque e vai sim, sempre que possível, repetir quarenta vezes algo que você sem querer falou “errado” em espanhol.
kuku:
tem datas e feriados brasileiros anotados na agenda e calendário para lembrar de não esquecer e comemorar com você.
sabe que ficar longe de casa é complicado, e tenta sempre que possível minimizar sua saudade.
aprende algumas palavras chave em português para participar das chamadas de vídeo com sua família.
fica sem jeito com os olhares que te dão na rua, mas fica feliz em saber que, no final, quem segura sua mão é ele.
tentou todo orgulhoso fazer um pão de queijo artesanal pra você e falhou miseravelmente por falta de ingredientes. comprou um congelado, disse que foi ele, vocês riram e ficou por isso mesmo.
#enzo vogrincic x reader#enzo vogrincic#agustin pardella x reader#agustin pardella#matias recalt x reader#matias recalt#fran romero x reader#fran romero#esteban kukuriczka x reader#esteban kukuriczka#lsdln#lsdln cast#hc
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Omega Sukuna Ryomen × Jujutsu Sorcerer Reader.
Maldições só poderiam ter filhos com seu par predestinado, isso era óbvio para todos, tanto feiticeiros quanto para as maldições.
Foi uma surpresa para ele, que então, quando seu corpo finalmente teve um cio, e Sukuna, que durante o cio transou com o novo feiticeiro sem usar nenhum preservativo e, até então, engravidou. Depois de anos transando, não tomando chás, misturas e até então conhecido controle de natalidade.
Quais eram as chances de ele engravidar quando inúmeras nunca existiram? Quando tentou desde a época que era um humano?
Então ele acordou algumas semanas depois, com o corpo ainda dolorido por ter montado aquele pau grosso por uma semana seguida e ontem à noite, apenas para sair correndo do conforto de seu ninho e vomitar em uma lixeira. [Nome] ficou tão preocupado que o levou diretamente para Shoko, carregando-o como uma princesa.
Com o quão horrível seu estômago estava embrulhado, e o Ryomen não tinha uma única gota de vontade de ir lá.
— Parabéns — anunciou a mulher após ter medido seus sinais vitais — Você está com cerca de 9 semanas agora.
O cheiro de alfa angustiado desapareceu rapidamente sem deixar vestígios, apenas para ser substituído por choque e pura felicidade. O lindo rosto de [Nome] se contraiu enquanto lágrimas perfeitas, estilo daqueles desenhos que o mesmo vê, caíam de seus olhos.
Ah, bem... a história deles estava apenas começando.
Se ele já havia sido mimado como um gato doméstico antes, era agradável desde que saiu do corpo de Itadori. Agora estava sendo mimado como um imperador, tendo mimos e agrados de como os tempos sombrios a qual reinava.
Sukuna raramente andava - [Nome] certificava-se de que seus pés nunca tocassem o chão e o carregava para qualquer lugar, usando sua nuvem dourada e até mesmo aquele tapete feupudo grande que aparentava ter humor próprio.
Quando seu pobre estômago ansiava por algo que ele não conseguia mais colocar em suas mãos, o dono de cabelos [claros/escuros] ficou furioso tentando recriar o que o rosado descreveria ansiosamente. As leves lágrimas em seus olhos motivaram ainda mais o homem até que ele finalmente criasse a receita perfeita, mas definitivamente não conseguiria.
O balde de frango frito do KFC, agora estavam nas mãos de Ryomen, e se tornaram tão populares entre as pessoas comuns que até apareceram em vários filmes e a popularidade aumentou ao saber que vários ômegas grávidos tinham desejo.
E o pior da gravidez, além dos desejos esquisitos era os hormônios a flor da pele, qualquer coisinha o deixando exitado. Isso o irritou profundamente, qualquer coisinha que [Nome] fazia, o homem poderia estar apenas cozinhando e automaticamente iria reparar nas costas largas, no corpo e logo sentiria a lubrificação natural descer como uma cachoeira.
Foi ainda pior quando seu peito começou a doer até que um dia o líquido começou a vazar e manchar suas vestes. A única maneira de ele se livrar da dor era que o que fez ficar dessa maneira, sugasse seus mamilos até ficar sem leite.
Era humilhante demais usar aquelas maquininhas estranha desse novo século, mas mesmo assim o feiticeiro o fazia usar. Sukuna tinha muito leite, leite de mais para o início de uma gestação, então era entregue para Shoko e a mulher entregava os litros e mais litros de leite a maternidades após fazer uma inspeção.
Nesse momento.
— Belos seios, amor. — A voz saiu arrastada e logo as mãos em seus seios começaram a massageá-los suavemente.
O rosto do ômega corou e ele soltou um suspiro trêmulo.
— O que aconteceu com 'Olá'? 'Como vai você'? — Ele virou a cabeça para olhar para seu marido, meio envergonhado com a questão de ser tocado de tal maneira em um momento aleatório.
[Nome] riu e deu um beijo na bochecha do rosado. — Desculpe, é difícil pensar em outra coisa quando vejo suas enormes tetas, estão belos Sukuna, tão cheios.
O rosto do temível rei das maldições ficou mais vermelho quando ele disse isso. Tetas? Ele não é uma vaca! Essa foi uma das coisas estranhas do marido? O que ele estava insinuando?
— Tetas?
Os movimentos do homem de fios [claros/escuros] pararam. Ele olhou para o amado com um sorriso safado.
— Sim. — Ele fez uma pausa, como se estivesse debatendo se deveria continuar. — Na verdade, aposto que poderia ordenhar você ~
A respiração do Imprevisível engatou. Ordenhar ele? Como uma vaca? Ele está insinuando que deseja que ele amamente? Como seria possível?
— O quê? Isso é... estranho. — Ryomen desviou o olhar de [Nome], esse que fez um beicinho e deixou suas mãos caírem até a cintura do rosado.
— Vamos, querido! Tenho certeza que vai ser bom~ — Ele girou Sukuna para encará-lo, um sorriso malicioso descansando em seu rosto. O Ryomen mordeu o lábio, contemplando as palavras de seu marido. Isso seria realmente viável para ele? E se o que você queria não fosse possível para ele e ele o decepcionasse?
Ele olhou para você. [Nome] ficaria desapontado? Tecnicamente, não seria culpa dele se ele não conseguisse amamentar por agora… Não, ele conseguiria, já fizeram isso tantas vezes e todas as vezes ele realmente parecia uma vaca, considerando a quantidade de leite que saía.
— Ok, só não morda meus mamilos. — Sukuna disse vendo um pequeno sorriso nascer em seu rosto.
— Então vamos levar você para algum lugar mais confortável, amor.
Ryomen riu e agarrou a mão do dono de fios [claros/escuros], levando-o para o quarto. O quarto estava escuro, mal iluminado por uma luz noturna. O ômega sentiu um frio na barriga, provavelmente apenas nervosismo, eles já haviam feito tal coisa antes.
O rosado sentou-se na cama, tentando acalmar os nervos. Foi como se fosse a primeira vez que eles fizeram sexo. Ele se sentiu como um adolescente estúpido em seu primeiro encontro, exceto que estava prestes a ser... ordenhado.
— Não se preocupe, querido, eu prometo que vai ser bom. — O feiticeiro falou em meio a risadas, ele se abaixou e beijou os lábios do marido. Suas mãos foram até a camisa e começaram a desabotoá-la.
Você tirou a camisa e jogou-a para o lado, logo empurrou-o suavemente Sukuna para a cama. [Nome] ficou em cima dele e começou a dar beijos calmos no queixo e pescoço do amado, descendo até chegar naqueles peitorais enormes.
A maldição não negaria que mordeu o lábio inferior na tentativa de suprimir um gemido. O toque suave de seu marido em seu corpo enviou sensações eletrificadas por todo o corpo. Ele sentiu suas calças ficarem mais apertadas conforme sua ereção se formava.
Senhor, se o alfa idiota não se apressasse, ele iria perder o controle.
[Nome] sorriu antes de dar uma longa lambida no mamilo inchado, causando estremecimento no ômega que estava prestes a amaldiçoar o homem a qual se casou. O feiticeiro deu mais uma lambida no mamilo antes de segurá-lo, o dono de olhos [claros/escuros] começou a chupá-lo enquanto massageava suavemente o local cheio, foi assim até o leite jorrar, dando goles profundos pela forma como sua garganta balançava proeminentemente.
Ryomen teve que puxar o cabelo do alfa para longe, atitude aparentemente recatada, mas aqueles olhos escuros sempre permaneciam abertos, suas habituais estrelas brilhantes em nenhum lugar à vista. Com uma luz divertida, mas tortuosa, em seus olhos, ele passava a língua contra seu mamilo duro e agarrava sua cintura, massageando sua pele e deixando rastros quentes em seu rastro.
— Porra.
Como ele já estava com alguns meses de gravidez, o máximo que eles faziam eram punhetas patéticas e alguns dedilhados lamentáveis, já que o feiticeiro não queria machucá-lo. Ele tinha libido alta e isso não diminuiu com a gravidez, e aparentemente seu homem não estava tão disposto a alivia-lo.
[Nome] tem mãos bonitas, com dedos grossos e hábeis que sabiam como provocar seus pontos sensíveis, às vezes esfregando-os até que ele gozasse sozinho. Mas por que diabos alguns dedos seriam suficientes depois de tomar aquele Pilar Celestial inúmeras vezes?! Seu corpo se acostumou a ficar cheio, seu buraco se esticando para ser a manga perfeita para seu nó gigantesco, e ele acha que os dedos são SUFICIENTES?!
Agora ele continuava acordando no meio da noite cercado pelo cheiro suave e calor de seu marido, um braço forte agarrando-o e seus mamilos doendo por causa de todo o leite que estava produzindo agora, totalmente excitado, mas sem esperança de fazer algo substancial a respeito.
A menos que--
— Amor?
Você se mexeu, acordado pela inquietação de Sukuna. Fumaça e sangue inundaram seu nariz, com uma forte dose de açúcar quente e a mais nova adição, leite cremoso. De repente, ele percebeu como o rosado se movia, esfregando seu pau que endureceu rapidamente.
— Sukuna!
— Calma e seja bonzinho, alfa idiota! — ele retrucou. Com força desumana, [Nome] foi empurrado de costas, o Ryomen montou nele imediatamente, bamboleando um pouco para atingir seu objetivo. Apesar de suas preocupações, o dono de cabelos [claros/escuros] agarrou seus quadris automaticamente, estabilizando-o enquanto ele cambaleava levemente antes de se acomodar adequadamente.
A gravidez, com todas as suas complicações e o esforço constante do corpo, deu ao ômega um brilho diferente de qualquer outro. Ele sempre foi elegante, mesmo quando o ameaçava e quase arrancava o pau, mas agora parecia um gato manhoso.
Seu apelo cresceu quando seu perfume assumiu um tom cremoso, ficando ainda mais profundo sempre que seu peito estava cheio de leite. Doce e inebriante, permaneceu na língua do feiticeiro horas depois de ter sido extraído diretamente da fonte.
#leitor masculino#male reader#fanfic#imagine#dom reader#alpha reader#sukuna#sukuna ryomen#sukuna ryoumen x reader#lactophilia#male lactation
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Lulu tava pensando em como seria o Simon tentando conquistar uma leitora muito difícil, que nao quer papo nenhum com ele
Na minha cabeça ele ia dar tudo de si pra conseguir um beijinho dela kkkkkkkk fale sobre isso pra nós 💖💖
oii anon! adorei a ask, obrigada por mandar!!
inclusive gente, minha ask ta aberta! podem mandar, fico super feliz 💗
e isso aqui ta enorme! eu me empolgo muito 😞✋🏻
não revisado!
a primeira vez que o simón te viu foi quando ele foi devolver um livro na biblioteca da faculdade, te viu estudando em uma das mesas. ele ficou encantado com você, em como você lia tudo concentrada com seu o óculos que ja tava na pontinha do seu nariz.
depois desse dia ele ficou obcecado, te procurava em todo o campus, perguntava pros amigos se alguém te conhecia mas parecia que você havia sido uma alucinação do rapaz. até que finalmente, em uma sexta a noite em um barzinho em frente a faculdade simón te viu.
ele tentou não demonstrar a felicidade que tava sentindo, nem falou com ninguém e foi até você, que estava em pé em frente o bar conversando com algumas amigas. simón chegou devagarinho, puxando conversa aos poucos, tentando ser o menos invasivo e esquisito possível.
ele até tentou, e tentou mesmo mas tudo o que conseguiu tirar de você foi o seu @ no instagram, e ainda assim foi difícil pra caralho. simón não era um complemento egocêntrico mas sabia do potencial que tinha, nunca havia sido esnobado assim por ninguém. ao invés de afastá-lo você só o aproximou de você, agora ele tinha a missão interna de te conquistar.
ele te seguiu no instagram no mesmo dia que te conheceu mas você só o seguiu de volta três dias depois. ele ficava de olho no seu perfil para ver se você postaria algum storie em que ele pudesse curtir ou responder. mas nada, durante o próximo mês ele não te viu nem no instagram e nem na faculdade.
simón sabia que não seria fácil mas ele não desistiria. depois que o garoto coloca alguma coisa na cabeça ninguém tira.
em uma sexta-feira qualquer simón foi novamente para a faculdade, desanimado com a semana chata que havia passado. logo pipe, seu amigo de curso se aproximou dizendo que tinha uma resenha pra eles irem hoje a noite, simón negou dizendo que não tava no clima mas assim que pipe mencionou o seu nome o desanimo desapareceu e o rapaz logo já estava confirmando que ia.
quando chegou a tal resenha viu que seria fácil se aproximar de você, visto que não tinha muita gente ali. ele te viu conversando com uma amiga, uma das que você estava no barzinho. simón não chegou de primeira, apenas acenou para você de longe. ficou um bom tempo na dele, conversando com alguns amigos e bebendo cerveja.
em determinado momento decidiu que já havia esperado o suficiente, afinal estava ansioso para falar com você. assim que sua amiga foi ao banheiro ele se aproximou, você foi educada como sempre mas não deu bola nenhuma pra ele, parecia realmente não estar nem um pouco interessada.
em determinado da conversa você apenas acenou com a cabeça e disse “aqui, vou atrás da amiga. foi bom conversar com você” e saiu, deixando simón parado com a maior cara de tacho do mundo, os amigos riam dele de longe, o que serviu para o deixar ainda mais puto.
não demorou muito para ele ir embora, a noite havia sido um fracasso. você mal falou com ele, os amigos o ficaram zoando e começou a esfriar demais e simón não havia levado um casaco.
os meses foram passando e simón simplesmente não conseguia te tirar da cabeça, você era linda, e apesar de não dar muita bola pra ele era sempre tão educada e simpática. era certo dizer que você havia alugado um triplex na cabeça de simón hempe.
durante os meses que passaram ele até chegou a te encontrar algumas vezes, sempre conversando com você e tentando alguma coisa, mas você nunca dava abertura. até suas amigas já estavam começando a ficar com pena de hempe, tentando ajuda-lo nas investidas mas ainda assim você não cedia.
simón não conseguia entender o porque de você ser tão fechada, obviamente não era burra e sabia que ele estava dando em cima de você. ele apenas queria entender porque você não o deu um fora ainda e era isso que ele iria fazer, te perguntar de uma vez e tirar essa história a limpo. já estava cansado de tentar insistir em algo que não levava a nada.
estavam em mais uma resenha, dessa vez no apartamento de um amigo de vocês, todos estavam na sala menos você, que estava na varanda com uma amiga sua que assim que viu simón se aproximando saiu dali e sussurrou um “boa sorte” para o rapaz.
“oi simón!” você disse educada, se colocando na ponta do pé para um abraço. ele te cumprimentou e pigarreou nervoso “posso te perguntar uma coisa?” você acenou “por que você ainda não me deu um fora?” perguntou sem rodeios, aproveitando o pequeno pico de coragem. “o que?” quem perguntou foi você, confusa. “eu… eu sei que você sabe que eu quero ficar com você, e isso já tem muito tempo. to sempre conversando contigo, tentando alguma coisa e você sempre sai de perto mas por algum motivo ainda não me disse não. eu só queria sei lá, entender. já to nessa tem tempo demais.”
você piscou os olhos devagar, envergonhada por ter sido enfrentada assim de repente. achava simón bonito, gostava de conversar com ele e até tinha sim certo interesse mas simplesmente não conseguia passar da linha da conversa, fosse porque você só tinha beijado uma pessoa em toda a sua vida ou porque não gostava de ficar por ficar.
“nossa simón” você riu meio sem graça “olha, você é um cara legal, de verdade. eu gosto mesmo de conversar com você mas isso de ficar com alguém assim não é pra mim e eu sei que você faz bastante isso sabe? não é por mal, eu só não gosto mesmo. mas podemos continuar sendo amigos, que tal?” você explicou com calma.
simón concordou com a cabeça meio decepcionado “desde que eu te vi eu nunca pensei em ficar com você só por ficar, na real desde que eu te vi eu não fiquei com mais ninguém.” ele contou, não era mentira afinal. ele nunca ficou tanto tempo sem beijar alguém desde que te viu, depois de você ninguém pareceu tão interessante.
assim que ouviu isso sua expressão mudou para choque e certo alívio, conhecia simón antes mesmo de começarem a se falar, sabia que ele era um libertino e isso o deixava totalmente desinteressante para você mas saber que desde que se conheceram ele não ficou com mais ninguém mudava muito as coisas. “é sério?” perguntou atônita, simón concordou com um sorriso.
simón percebeu que aquilo havia te afetado - positivamente - e resolveu tentar se aproximar um poucos e dessa vez você não saiu de perto. você murmurava frases enquanto simón se aproximava ainda mais. quando olhou para cima viu o quão pertinho ele estava, conseguindo sentir a respiração quente batendo no seu rosto “você não vai se afastar agora, né?” ele perguntou e você apenas negou com a cabeça esperando o próximo movimento.
quando sentiu seus lábios pela primeira vez simón quase revirou os olhos, sem acreditar que aquilo estava realmente acontecendo. ele te beijava devagarzinho, enfiando a língua aos pouquinhos dentro da sua boca para não te assustar. segurava seu rostinho com as duas mãos enquanto aprofundava o beijo. você agarrava a blusa dele com uma mão enquanto com a outra puxava os pequenos fios de cabelo, se inclinando para frente sem perceber.
simón se afastou de você só um pouquinho para conseguir ver seus lábios vermelhinhos e inchados, dando um sorrisinho que logo você deu também. quando ia voltar a te beijar ouviu do lado de dentro da casa seus amigos aplaudindo e gritando por vocês, já que todos ali sabiam o quanto simón esperava por aquilo. suas bochechas esquentaram e a vergonha tomou conta de você quando viu todos gritando, escondeu o rosto com as mãos e abraçou simón enquanto murmurava “que vergonha”.
somente depois de quase sete meses de namoro vocês transaram pela primeira vez, simón já era bem mais experiente o que te causou certo conforto mas ao mesmo tempo insegurança por não saber se seria boa para ele. conversaram muito antes de finalmente rolar então simón sabia tudo o que se passava na sua cabeça então quando finalmente aconteceu, no seu quarto em um domingo em que passaram juntos ele foi extremamente compreensível e cuidadoso.
por saber que seria sua primeira vez ele foi devagar, cuidando para não te machucar. te fez gozar com a boca duas vezes antes de enfiar os dedos em você e te fazer gozar com eles também. quando se enfiou dentro de você sentiu que pudesse explodir de tanto prazer, era tao apertadinha, tão estreita que o pau até doía.
você sentia uma ardência incomoda mas simón estava sendo tão bom que em instantes tudo e que você conseguia fazer era gemer e sentir um prazer único. ambos gozaram quase ao mesmo tempo e dormiram agarradinhos, acordando bem cedo amanhã para irem pra aula mas simón já estava tão viciado em você que te comeu rapidinho antes de se levantarem.
e simón sabia que havia sido difícil, muito difícil te conquistar mas ele também sabia que valeu a pena.
#my asks#simon hempe#simón hempe smut#simón hempe#lsdln#la sociedad de la nieve#oneshot#smut#the society of the snow#a sociedade da neve
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ᝰ.ᐟ song mingi — "ausência".
— namorado ! mingi × leitora — gênero: smut. — conteúdo/avisos: sexo desprotegido (não pode, hein!), menção à somnophilia, creampie, linguagem imprópria. — word count: 1461. — nota da autora: é consenso que: "sexo com saudades é um acontecimento"?
O contato geladinho nas suas costas te fez despertar, a mente ainda estava aérea, nem se lembrava de quando havia caído no sono. Mesmo de bruços e com o quarto quase que completamente escuro, conseguiu assimilar que os selares na sua pele eram de Mingi. O sorriso veio de imediato, era tão bom finalmente tê-lo em casa. Não sabia ao certo que horas eram, mas, julgando pelo silêncio, acreditava que ainda não havia amanhecido.
Seu corpo estava meio dormente e sabia que seus músculos eventualmente reclamariam de todo o esforço feito desde o momento em que viu seu namorado atravessar a porta naquela manhã. Ficar mais de três meses sem sentir a presença do homem te fez entrar em um estado de "abstinência" — sim, com todo o drama do mundo, o amor de vocês era exagerado. Deixou Mingi te tomar de todos os jeitos e em todos os lugares existentes naquela casa, os corpos empenhados em tentar sanar uma saudade que vinha da alma. Nada parecia ser capaz de suprir a vontade, vocês dois compartilhavam da mesma fome.
O selares desciam vagarosamente, mas não demorou para que Mingi chegasse às suas coxas — uma das obsessões dele. Sentia os dentes puxando a pele com delicadeza, enquanto o homem apertava sua bunda com a mão cheia. Vocês sequer cogitaram se vestir antes de deitar, estavam exaustos e tinham consciência de que seria em vão.
"Gi?", sua voz finalmente rompeu o ambiente, ainda grogue de sono. Ouviu um 'hm?' inquisitivo, mas Mingi não cessou os carinhos. "O que foi?", perguntas retóricas...
"Eu quero mais.", ...exigem respostas previsíveis.
"Você precisa descansar, amor.", você deixou que o lado racional finalmente assumisse o controle. Ele não dormiu por mais de três horas seguidas desde o momento em que chegou, você não conseguia nem imaginar de onde que ele estava tirando toda essa energia.
"Não consigo. Fico sonhando com você. Só mais um pouquinho, por favor...", como que faz para negar qualquer coisa com ele pedindo tão bonitinho? Você não sabia — isso sem nem falar na voz grave, que ficava mais rouca ainda por conta do sono.
"Só um pouquinho e depois você vai dormir, tá bom?", não era sua primeira tentativa de colocar ele nas rédeas naquele dia (foco em "tentativa"). Ouviu ele murmurar em concordância, as mãos indo para o interior das suas pernas num carinho indecente. "Como você quer?", questionou já sentindo seu íntimo ficando molhado — era como se Mingi tivesse alguma espécie de controle maluco sobre o seu corpo.
"De ladinho. 'Cê fica tão apertadinha... gostosa 'pra caralho.", te beliscou de leve, como se isso fosse motivo para punição. Mal se virou e você já sentiu dois dedos te penetrando com carinho. Mingi distribuía beijos molhadinhos na sua nuca, começado a mover os dedos com cautela. Você já não sabia se estava mole pelo sono ou pelos estímulos. Ele alternava: ora te fodia com os dígitos, ora circulava o seu pontinho para te deixar mais molhada.
"Não precisa me preparar, Gi. Eu já tô pronta.", a ansiedade para tê-lo dentro de você parecia ser interminável, não importa quantas vezes a ação houvesse se repetido naquele mesmo dia. Sentiu um beijinho casto abaixo da sua orelha, seguido de uma vozinha rouca no seu ouvido:
"Eu sei que tá, princesa. Provavelmente ainda tem porra minha aqui dentro, não tem?", sentiu os dedos se ondulando junto com a pergunta. "Relaxa. Só tô brincando com essa buceta porque eu gosto."
"Mingi...", saiu mais como gemido que como chamado. Ouviu ele soltar um risinho.
"Que foi? Já quer meu pau?", sem hesitar, você respondeu um 'quero' super dengosinho. O sono sempre te deixava mole assim — um dos motivos pelos quais o homem adorava te foder na madrugada. "Vou te dar então", sentiu os dedos saindo. A sensação de vazio te fazendo soltar um murmúrio em tom de reclamação, completamente indecisa — Mingi achava uma graça.
A mesma mão abriu suas bandinhas com cuidado, você suspirou sentindo a glande roçar na sua entradinha. Os olhos já fechados se apertaram mais ainda assim que sentiu ele entrar devagarinho, só sossegando quando se enfiou inteiro dentro de você. Sentia ele espasmando e você o apertava em resposta. Mingi te puxou para um beijo desajeitado, a posição não favorecia, mas não deixava de ser gostoso.
"Tava com tanta saudade de você.", confessou pela milésima vez naquele dia, porém as palavras ainda faziam seu coração palpitar, mesmo que repetidas. "O que foi que 'cê fez comigo, hm? Não consigo parar de pensar em ti.", começou a se mover, entrava e saía bem lentinho, mas fazia questão de ir fundo. O braço que anteriormente estava embaixo do vão do seu pescoço — já que vocês dormiram de conchinha —, não demorou a contornar sua garganta. Mingi te segurava numa "chave de braço" carinhosa, pois era mais fácil controlar seu corpo desse jeito. Você arfava baixinho sentindo ele ir e voltar dentro da sua entradinha. A intensidade da experiência te deixava tonta, o sono e a saudade fazendo seu corpo ficar sensível demais.
"M-mais forte.", a vozinha grogue fazendo seu namorado pulsar. Aumentou a cadência das estocadas, vendo seu corpo balançar.
"Eu 'tava agindo igual a porra de um pervertido, amor. Só conseguia dormir depois de bater uma 'pra você.", confessou com uma sinceridade que só poderia ser manifestada se ele estivesse dentro de você, era quase um feitiço. Você o apertou com a revelação, saber que Mingi ficava tão mexido com a sua ausência fazia coisas com a sua cabeça. "Não parava de pensar nessa bucetinha, princesa. Em encher esse buraquinho com a minha porra até escorrer.", a posição não te permitia ver o rosto sofrido e vermelhinho do seu namorado. Se enfiava por completo e com brusquidão, os estalos molhadinhos enchendo o quarto. Folgou o braço que estava ao redor do seu pescoço, forçando dois dedinhos na sua boca sem pedir licença. Enfiou até onde conseguiu, a mente nublada de tesão só conseguia pensar no quão forte ele socaria o próprio pau na sua boca se você não estivesse tão cansada. Mingi não se sentia assim há muito tempo, ficar longe de você o deixava mais perto da insanidade.
Sua saliva escorria entre os dedos do homem. Você também já estava burrinha de tesão, involuntariamente rebolava contra o quadril do seu namorado, os olhos incapazes de se abrir. Mingi sabia que não iria durar muito, mas tinha que te trazer junto com ele. Adentrou a mão livre no vão entre as suas pernas, começando a desenhar círculos apertadinhos no seu clitóris. Sorriu quando você molhou ele ainda mais, metendo com mais necessidade. Seus gemidos saindo abafados contra os dedos dele, estava fazendo uma bagunça. O orgasmo começando a consumir seu corpo, você sentia Mingi em todos os lugares te dominando por completo. Ele retirou os dedos da sua boca, os gemidos dengosinhos ecoando pelas paredes do quarto enquanto você gozava sem controle.
"Cê aguenta só mais um pouquinho, não aguenta? Deixa eu usar sua bucetinha, amor?", você concordou sem nem conseguir pensar, completamente derretida contra o corpo forte. Sentiu o braço dele envolver seu pescoço novamente, te mantendo parada no lugar, te apertando contra o corpo atrás do seu. Estocava sem dó, entorpecido com a sensação.
"Mingi..."
"Eu sei, princesa, eu sei. Só mais um pouquinho. Deixa eu- Ah!", te sentir apertando não deixava o homem raciocinar direto. Grunhia no seu ouvido, os olhinhos começando a revirar pelo prazer. Mal conseguiu segurar quando esporrou dentro de você. A cinturinha se movia involuntariamente, fazendo o líquido vazar para fora. Levou um tempinho para que ele se acalmasse, finalmente parando de estocar. Você sentia sua entradinha pulsar depois de tanto estímulo, mas a dorzinha gostosa sempre valia à pena — valia se Mingi fosse a causa. O corpo fraquinho já voltava a cair no sono, quando você sentiu o homem começar a se retirar de dentro de você.
"Não.", resmungou meio atordoada, não queria se sentir vazia. Mingi deu uma risadinha soprada.
"Você precisa descansar, princesa.", usou as mesmas palavras que você havia oferecido à ele no começo. Tão confusa... você não conseguia identificar o tom de sarcasmo.
"Dorme dentro.", o máximo de vocabulário que sua mente foi capaz de processar.
"E se eu acordar duro, princesa? Desse jeito eu vou ter que te comer de novo.", a voz era mansinha. Mas você conhecia o homem, sabia que ele ia acabar fazendo isso de qualquer forma.
"Me come então, eu deixo.", bocejou as palavras. Mingi resolveu ignorar a pulsação que sentiu entre as pernas, te ouvir dizer que ele podia usar seu corpo quando quisesse quase deixando ele maluco. Aninhou seu corpo num abraço apertadinho. O "eu te amo" sussurrado contra o seu cabelo infelizmente não foi ouvido por você, a mente já inconsciente indo longe.
#ꫝ ' solie writes.#♡ ' pedido.#ateez smut#ateez x reader#atz x reader#atz smut#ateez scenarios#song mingi x reader#mingi x reader#mingi smut#mingi scenarios
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Como eu acho que o WayV reagiria a leitora tendo uma crise.
WayV!Namorados × Leitora!Autista.
experiências pessoais servem para conteúdo sim 🥹☝🏻
Kun:
Kun ficaria assustado ao ver você se batendo. Nunca havia presenciado um momento assim, então ficou desesperado, com medo de que você se machucasse.
Acabou que aconteceu mesmo, você se machucou. De tanto bater em seus ouvidos, eles acabaram sangrando e te causando mais dor.
Quando te levou ao hospital, ficou sentindo uma culpa imensa. Sentia que não havia conseguido cuidar de você. Desde então ele aprende tudo o que pode para poder te dar o suporte necessário.
Ten:
Chittaphon perceberia que você estaria meio estranha, logo ele ficaria mais atento, sabendo que algo não estava certo.
Quando te viu sentada no chão, com as pernas em W, se arranhando ao ponto de várias linhas de sangue começarem a se formar, ele se sentou na sua frente, segurou suas mãos e juntou as testas de vocês.
Ficou ali, apanhou vez ou outra, mas não saiu do seu lado até que você se acalmasse e conseguisse reorganizar seus pensamentos. Depois de tudo, te ajudou a limpar o sangue e te fez curativos, dando um beijinho na sua cabeça quando se sentaram para assistirem Bob Esponja juntos <3
Winwin:
Winwin notaria você andando de um lado para o outro, mas não como você faz normalmente. Você parecia... Perturbada com algo. Tentou falar com você, mas sem sucesso, o que fez com que ele ficasse perdido.
Só foi perceber que você estava tendo uma crise quando a Bella andou até você e começou a te lamber. Foi aí que ele foi até você e te deu um abraço apertado.
Depois que você se acalmou, ele pediu desculpas por não ter percebido sua crise antes, e te deu um selinho demorado.
Xiaojun:
Este homem é formado em você 🫵🏻 saberia que você estava tendo uma crise só pelo som dos seus passos pela casa.
Iria até você e te sentaria no sofá com ele, fazendo massagem nos seus braços enquanto estão em completo silêncio. Afinal ele sabia que você precisava por os pensamentos no lugar.
Quando viu que você começou a chorar, te abraçaria fortemente e ficaria o tempo que fosse necessário alí. Quando você se acalmou e decidiu contar para ele o que havia acontecido, ele se sentiu a pessoa mais sortuda do mundo. Ele amou saber que você confia tanto nele ao ponto de compartilhar algo tão íntimo.
Hendery:
Não ia perceber sua crise de primeira. Só ia perceber quando escutasse seus murmúrios. Ele perguntaria se poderia ajudar, mas quando viu que não teria resposta, apenas foi até você e te sentou no chão, se sentando na sua frente.
Ficou de mãos dadas com você enquanto escutava você falar sozinha, para ter certeza que não começaria a se bater.
Quando viu que você já estava calma, perguntou se queria comer alguma coisa. No final a cozinha ficou uma bagunça por conta de vocês <3
Yangyang:
O coitadinho ia ficar desesperado quando escutasse o primeiro barulho de tapa. Ia ir correndo atrás de você, vendo a marca que você havia feito em seu rosto.
Te abraçaria com força, levando todos os tapas em seu lugar, sem reclamar em nenhum momento. Teve um momento que ele chorou enquanto implorava para você não se machucar.
Quando você finalmente já estava calma e viu como ele ficou, começou a chorar junto com ele enquanto pedia desculpas. No final vocês deitaram na cama para pararem de chorar, mas acabaram dormindo agarradinhos <3
#๑ pensamentos da madrugada#wayv kun#wayv ten#wayv winwin#wayv xiaojun#wayv hendery#wayv yangyang#wayv scenarios#wayv reactions#wayv angst#kpop#kpop scenarios#kpop imagines#wayv#nct wayv#Spotify
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Blas Polidori - Basquete
oi galerinha, tudo bem? eu tava querendo fazer um imagine de algum dos meninos e queria fazer algo com o basquete. inclusive, eu sei que a foto ali da camisa do Blas não é de basquete, mas finjam que simKKKKKKKK
perdoe-me os termos de basquetes errados, se tiverem (muito capaz de ter). eu não entendo nada de basquete, só queria fazer uma história com algo que aconteceu com a minha prima
+ a questão é que eu nunca escrevi algo, então ne... pode estar ruim
avisos: smut, size kink, diferença de idade, sexo sexo sexo sexo, handjob m, dirty talk, fingering, termos em espanhol, só porque sim.
não interaja se for menor de idade!
seu grupo de amigos é composto por você e mais alguns garotos: matías recalt, fernando contingiani, agustin pardella e por fim, esteban kukuriczka - chamado de Kuku por vocês e seus amigos. - vocês estão todos na quadra de um parque da cidade de onde moram, um parque bem frequentado, principalmente nos dias de sábado, que é o caso de hoje.
você está usando um short preto colado. o short não é curto, mas suas coxas groasas fazem com que a peça suba constantemente (nada exagerado, nada que te deixe desconfortável). o seu cabelo curto e ondulado está solto, porém por não estar definido, ele está armado. por mais que as vezes a insegurança fale alto em relação ao seu cabelo, hoje o clima está perfeito para usar o cabelo solto.
seus olhos encontram o corpo alto de um garoto que por mais que aparente ser jovem, ele é com certeza mais velho, além de mais alto. você se considera alta com os seus 1,70m, mas aquele garoto parecia ter pernas de pau no lugar das verdadeiras pernas. ele está jogando, porém erra a cesta. não consegue segurar de um tsc escapar dos seus lábios.
- ¿qué paso? - era pardella que reparou na sua revirada de olhos olhando para um ponto específico da quadra.
- aquele garoto de cabelo cacheado.
- AQUELE ALI? - Matías gritou, apontando para o dito cujo. como se não bastasse ser atazanado, ele consegue ainda se comportar como uma criança boca de sacola. as vezes, a vontade de bater no recalt é grande demais.
- cala a boca, matinhos recalque! - você o repreendeu e o viu mostrar o dedo do meio para você.
todos os garotos ali riram. você se virou de costas para aquele que estava olhando - encarando - para poder conversar com os seus amigos. não conversar, responder direito a pergunta do pardella.
- ele errou a cesta de uma forma muito fajuta, cara! eu teria acertado.
fernando e kuku apenas sorriram concordando.
- duvido. - Matías respondeu.
- meu pau no seu ouvido, otário! - agustin catou uma bola do chão que até o momento não estava lá, mas quem liga? e a jogou contra o peito do argentino mais baixo. depois disso, simplesmente saiu, seguido pelo matías.
fer e kuku ficaram lá rindo, até que você percebeu o loiro tocando "disfarçadamente" no tórax do outro. que porra eles estão fazendo?
- mas sério, gente. tinha que ser homem para errar uma cesta tão óbvia! - você ria.
esteban apontou para o que parecia ser algo que estava atrás de você. claro que a curiosidade fala mais alto e foda-se que o gato morreu por causa dela, você não é um gato. mas passou a entender o coitado do animal assim que se virou. talvez o gato não tivesse morrido, apenas quisesse.
olhou o rosto do rapaz a sua frente, analisando as pintinhas espalhadas na face, os cachos que te fazem pensar seriamente em se deitar ali e ver se é tão macio quanto parece. ele estava suado, mas não parece noejento, muito pelo contrário. deve ser por ele não estar fedendo, ou o seu nariz está entupido. a camisa azul do uniforme combinava com a cor da pele do garoto. ele está lindo. quanto ele deve ter de altura, afinal?
não precisou nem se virar para saber que seus amigos, fernando e kuku, tinham vazado dali. palhaços.
- perdeu alguma coisa? - você finalmente quebrou o silêncio.
o garoto abriu um sorriso convencido, quase te fazendo revirar os olhos. ele parece ter o peito todo cheio de ego, só por esse sorissinho desgraçado já da pra saber.
- curiosidade. e também, a minha bola foi parar com o seu amigo loiro de barba que parece ser algum viciado da paulista.
uma risada sincera escapou dos seus lábios ao ouvir a forma como pardella foi chamado. será que esse cacheadinho lindo faz ideia de que agustin realmente fuma um baseado na paulista quando vai para o Brasil?
- curiosidade?
- hm, é. – ele deu de ombros. – afinal, de quem o seu amigo baixinho nanico tava falando quando apontou 'pra mim?
no fim, ele percebeu. claro que iria perceber! matías é um desgraçado mesmo, certeza que fez de propósito! é um palhaço, um imbecil.
você apenas deu de ombros.
- então você não falou de mim?
- não. claro que não! - você é péssima em mentir.
- mentirosa. - ele riu.
você revirou os olhos, puta da vida. afinal, ele estava certo.
- 'tá! carajo... eu só disse que você errou aquela cesta de uma forma ridícula! tipo, 'tava fácil demais, cara!
ele apenas te olhava.
- acha que consegue fazer melhor?
você quis rir, claro que conseguiria.
- óbvio!
- então me mostra.
- 'tá querendo jogar comigo? - você cruzou os braços, desacreditada.
- não, amor. 'to querendo jogar contra ti. - ele deixou um toque leve no seu queixo. - ¿vamo?
não poderia perder essa oportunidade. estava já naquela quadra fazia vários longos minutos esperando a sua vez para jogar e nunca podia. ele deve ser otário por achar que você não iria aceitar.
- bora, meu filho. – você falou na sua língua nativa, o português, o que fez com que ele te olhasse confuso, mas apenas virou de costas e se preparou.
você finalmente notou o polidori escrito na camisa, mas sabe que aquele é o sobrenome. qual o nome daquele cara? você chamou seus amigos – que estavam rindo de longe te encarando –, tomou uma água e se preparou para o jogo.
[...]
houve uma hora, o qual estavam empatados e combinaram que a última cesta decidiria o verdadeiro vencedor e entre apenas você e polidori, o melhor. mas as pernas degradadas e o tamanho avantajado fizeram com que ele passase por você mais rápido do que você pôde acompanhar e marcou uma cesta. o time do garoto inteiro comenorou, o seu reclamou, jogando a camisa no chão e fazendo aquelas idiotices que homens fazem quando perdem. ele se aproximou de você e perto do seu ouvido disse:
- homens, né? - e um arzinho foi deixado por ele no pé do seu ouvido, te fazendo arrepiar.
ele não deixou que você o respondesse, pois se virou para comemorar a vitória em conjunto e pessoal com os amigos. você mostrou o dedo do meio para o lado da quadra onde ele está, indo ao encontro dos seus amigos.
- estamos pensando em sair pra beber. topa? - fernando falou sorrindo, animado. - queríamos assistir o jogo do bar.
claro, o jogo de futebol do time que os meninos praticamente babam, o qual não se lembra o nome apenas sabe que a camisa do uniforme do time é branca e vermelha, seria hoje.
- claro! bebida grátis!
- quem chegar por último, paga a conta! - esteban anunciou e saiu correndo, te puxando pela mão junto dele.
- ¡CARAJO! isso não é justo! - Matías saiu atrás, sabendo já que iria perder.
Dito e feito. matías chegou por último por apenas alguns segundos, o que te fez rir deliciosamente da cara do amigo. vocês escolheram um lugar para sentar com certa dificuldade, mas no fim acharam uma mesa grande que coubesse vocês cinco. a mesa já estava ocupada, então estavam dividindo com mais algumas pessoas: um garoto magro de cabelos loiros e olhos verdes, que só parecia estar ali porque foi arrastado; um garoto com o cabelo parecido com o do brian may e com um violão atrás dele – brian may latino? –; um de cabelos cacheados alto e magricelo, um de... opa! cabelos cacheados e magricelo?! você voltou a olhar para o garoto e percebeu quem ali estava. Polidori, óbvio.
- ai, porra. - resmungou.
- surpresa em me ver, ¿nena? - aquele sorriso. maldito gostoso. como ele poderia fazer as suas pernas tremerem apenas com um sorriso?
não foi a atitude mais adulta que você teve, mas mostrou-lhe a língua, o que fez rir balançando a cabeça negativamente. talvez ele não seja um idiota, talvez ele só esteja te enchendo o saco porque não tem mais nada de mais interessante pra fazer. vocês pediram algumas bebidas e outras, e outras, e outras... aproveitar o jogo e estavam todos bebendo, então não é um problema absurdo.
- acho que ele 'tá flertando com você. - pardella falou perto do seu rosto, para que você conseguisse escutá-lo melhor.
- tadinho. - você riu.
- é sério!
você balançou a cabeça, negando e rindo. que ideia absurda. bebeu mais um pouco da sua bebida e já estava começando a ficar meio aérea, mas não em um nível preocupante, apenas estava começando a ficar bêbada. você murmurou algo para o argentino, mas ele já estava vidrado novamente no jogo passando na televisão.
pode ser o efeito do álcool ou os pensamentos que já estava tendo por esse homem de cabelo cacheado que só é chamado pelo sobrenome pelos amigos, mas agiu sem enrolar e tirou o sapato que usava do pé direito, ficando apenas com a meia branca de cano alto que usava. por sorte, polidori havia trocado de lugar minutos atrás com o garoto que você descobriu se chamar francisco romero, então o que significa que polidori estava bem na sua frente, te encarando, girando o copo de vidro transparente. abriu um sorriso aberto e sugestivo para o garoto, que não esboçou nenhuma expressão a qual você pudesse ler e interpretar, então levou seu pé vestido apenas com a meia, para uma das coxas do garoto – que abaixou o olhar para se certificar de era mesmo o seu pé ali.
seu pé foi parar lentamente no colo do garoto, massageando o membro dele que, para a sua surpresa, já estava duro. você consegue sentir perfeitamente a extensão do pênis do cacheado. polidori continuou olhando para os movimentos que fazia, tendo que tocar em você por debaixo da mesa e te fazer parar, depois de momentos e expressões que você pode jurar que o viu fechando os olhos e mordendo os lábios, mas sua mão sempre deslizava novamente e te deixava tocá-lo. você olhou para a televisão disfarçando o calor crescente que surgia entre suas pernas. ele empurrou seu pé para o lugar onde ele deveria estar, o chão, e se retirou da mesa.
- vou ao banheiro, gente. - anunciou, te olhando e você entendeu perfeitamente o recado.
não deu nem dois segundos, você também se levantou e dando a mesma desculpa, o seguiu até o banheiro. assim que chegou lá, o garoto te puxou pelo pulso até uma das portas, dado pelo lado esquerdo, chutou que seria o banheiro masculino. olhou em volta rapidamente enquanto pôde, estava vazio pelo o que conseguiu olhar. mal pode analisar o local, porque polidori te puxou para uma cabine, trancando vocês lá e logo atacou seus lábios de uma forma veroz e intensa. não se conteu ao deixar um gemido fraco e abafado pelo contato das bocas. se afastaram assim que a falta de ar lhe fizeram presente.
- Qual o seu nome? - você perguntou enquanto ele deixava beijos na área inteira do seu pescoço, enquanto a mão grande dele desceu para o seu seio esquerdo, o apertando sem machucá-la.
- Blas. - Ele te olhou, sorrindo.
- Belo nome. - Seu sorriso alargou mais ao ouvir o elogio.
Blas continuou as carícias pela área do seu pescoço, enquanto descia ambas as mãos para a barra da sua camisa, a tirando. O olhar do garoto se prendeu no seu sutiã, praticamente babando. Foi então que você levou suas mãos para o fecho da peça, a abrindo e retirando o tecido que segurava seus seios. olhava pra ele e ele, ainda vidrado no seu corpo.
- você é linda.
você sorriu com o elogio, mas sinceramente? agora não é hora para tais tipos de elogios, quer apenas aquela boca chupando seu corpo todo, não quer que Blas seja gentil, quer que ele te foda até voltar para àquela mesa de pernas bambas de tanto estar fodida. dito isso, levou sua mão até os cachos dele fazendo um leve carinho ali, sentiu um calor crescendo mais ainda no seu ventre ao ouvi-lo praticamente ronronar com o cafuné e fechando os olhos, o puxou em direção aos seus seios. porra, blas estava quase salivando com aquilo e não foi preciso um pedido verbal para que ele entendesse o recado e abocanhasse o mesmo seio que ele estava apertando momentos atrás, enquanto beliscava e apertava o seio direito. gemidos escapavam dos seus lábios, o que fazia com que a ereção no meio das pernas do garoto ficasse mais dolorida. porra.
blas sabia muito bem usar a língua e já havia percebido isso na hora que ele te agarrou e a beijou. não gosta de comparar, mas sem dúvidas, ele usava a língua muito melhor do que seu ex, e a apertava sem a machucar, o que causava ainda mais excitação. sua calcinha já estava enxarcada e por deus, que vergonha já estar assim apenas com umas chupadinhas aqui e ali. blas deixou uma mordida leve na sua pele, fazendo com que um gemido mais alto escapasse de seus lábios e um aperto forte fosse deixado no cabelo cacheados do mais alto.
- blas... - você o chamou. - eu preciso que vá mais rápido.
ele assentiu, puxando seu shorts juntamente com a calcinha para baixo e os retiraram. ele abaixou a calça, junto com a cueca, mas não a tirou. ele te fez sentar na privada sentada e se ajoelhou na sua frente, agora sim vocês estavam no mesmo tamanho. ele se aproximou das suas coxas, deixando selares leves e dóceis na parte interior de ambas as pernas, você mordeu o lábio inferior quando o viu lamber os próprios lábios e ainda a olhando, se aproximou da sua buceta enxarcada.
- hm... já 'tá toda molhadinha pra mim, é? - ele deixou uma lambida por toda sua parte íntima, usando os dedos para separar os lábios. um gemido contido se fez presente naquela cabine, um gemido seu. blas sorriu convencido e logo começou o trabalho.
começou chupando e sugando todas as partes que conseguia da sua buceta, ameaçou a usar a língua na sua entrada para te foder com ela e a visão disso era perfeita. o garoto alto ajoelhado na sua frente, a fodendo com a língua. porra, é quase impossível manter o contato visual quando isso acontece.
- porra, faz isso logo. - você pediu, já impaciente.
- que putinha. - ele riu, mas atendeu ao seu pedido. colocou um dedo, seguido de mais um logo depois, enquanto chupava e maltratava seu clitóris. os dedos iam e voltavam e você forçava cada vez mais o rosto do garoto contra seu sexo, arrancando gemidos baixos e roucos do garoto.
olhou para a única peça de roupa que escondida seu pênis da sua visão, levando novamente o pé até a área coberta, massagenando o sexo do rapaz, o que resultou em uma dedada certeira em você.
- puta merda.
quando ele ameaçava retirar o rosto para respirar, você o forçava ali de novo. suas pernas já estavam bambas e era impensável deixá-lo sair. ele percebeu que seu orgasmo estava próximo quando os movimentos deferidos a ele estavam praticamente esquecidos, suas pernas ficando bambas e seu peito subindo e descendo. ele deixou um tapa leve seu clitóris e retirou os dedos, arrancando lhe um gemido de frustração e um xingamento, mas logo ele calou sua boca por ter levado a língua até sua entradinha, a fodendo com ela mesmo, enquanto fazia movimentos circulares em seu clitóris. e aquilo, ah, aquilo foi o ápice para você. gozou com aquilo gemendo alto e satisfeita, sujando a boca bonita do garoto, que a lambeu inteira tomando todo o seu líquido e depois que se afastou, lambeu os próximos lábios, terminando de tomar todo o requisito de você. lambeu os dedos anteriormente utilizados, mantendo contato visual e aquilo é quase como uma visão dos céus.
ele se levantou, deixando um selar nos seus lábios e assim que se afastou, passou o dedo pelo local beijado. sua boca entreaberta, a respiração ainda ofegante.
- me deixa sujar seu rostinho com a minha porra, deixa. - ele pediu rouco, perto do seu ouvido. como negar esse pedido? quando blas polidori pergunta se pode te deixar suja com o leitinho dele, óbvio que você deixa.
já estava burrinha e apenas murmurou um "uhum". te mantendo sentada ainda, blas retirou aquela única peça que faltava e se masturbou um pouco, um gemido mudo escapando da boca dele. por mais que adoraria vê-lo se tocar na sua frente até que gozasse, não queria ficar ali parada olhando, então retirou a mão dele dali e começou a fazer o trabalho você mesma. deixou um beijinho na cabeça do pau do garoto, que a olhava de cima, com desejo. passou então a lamber toda a extensão dele e foi aí que você percebeu que aquilo que suas amigas falavaram era verdade: garotos magros e altos têm um pau de foder. blas levou uma de suas mãos até o seu cabelo, ditando os movimentos e para não ficar com as mãos abanando, passou a massagear os testículos do polidori.
- la puta madre... porra. - com essa ação, blas passou a foder de fato a sua boca, fazendo com que se engasgasse vez ou outra. lágrimas já se faziam presentes nos seus olhos dado ao prazer de ter a boquinha fodida por blas. ele estava com os olhos fechados e a cabeça tombada para trás. - n-nena... - sentiu suas pernas tremerem por ouvi-lo gaguejar pela primeira vez. tinha feito mesmo blas polidori gaguejar?
você respondeu com um aperto mais forte nos testículos do rapaz. arrancando um gemido alto dessa vez. depois de alguns minutos, ele afastou seu rosto do pênis dele, vendo uma fitinha de saliva unindo a sua boca ao membro do homem. ele soltou seus fios e passou a se masturbar, "porra, eu vou gozar.", ele anunciou e você não tardou em colocar a língua para fora numa linda cena pornografica. aquilo foi o cúmulo, gozou na hora, em um jato quentinho indo até a sua língua. por sorte que não a sujou muito, blas tentou acertar mais na sua língua e nos seus seios do que outra área. você engoliu todo o líquido despejado na boca e se limpou com os dedos, o imitando e chupando os próprios dedos sem quebrar o contato visual.
vocês se arrumaram e voltaram juntos para a mesa. o jogo já estava quase acabando.
- demorou, hein?! - pardella lançou um olhar malicioso para você.
- posso nem ir no banheiro mais. - você lhe mostrou o dedo do meio, e agustin riu.
olhou para o garoto à sua frente, blas polidori. sorriu e voltaram a beber. no fim da noite, trocaram seus números com a promessa de que repetiriam aquele dia com mais detalhes.
#matias recalt#agustin pardella#lsdln cast#la sociedad de la nieve#francisco romero#enzo vogrincic#felipe otaño#a sociedade da neve#lsdln imagine#lsdln smut#lsdln x reader#lsdln fanfic#blas polidori#blas polidori smut
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hcs // libby
random headcanons — ft. libby harrington
— o primeiro beijo de Libby foi aos catorze anos. Na época, os amigos de Matt estavam obcecados por jogar verdade ou desafio nas festas feitas nas casas de algum deles. libby nunca gostou de participar, se achava inocente demais para esse tipo de jogo e tinha pânico de acabar sendo desafiada para um dos famosos sete minutos no paraíso. porém, após meses ouvindo matt falar que ela devia participar, libby finalmente aceitou entrar na roda. e foi um desastre: uma das meninas (que claramente gostava de matt), desafiou olivia a beijar um dos meninos que estava fora do jogo, um que todo mundo achava extremamente esquisito. libby aceitou o desafio e foi até ele, mas não conseguiu sequer falar oi antes de ouvir risadinhas no fundo. foi nesse momento que entrou em pânico e saiu correndo para o lado de fora. matthew acabou indo atrás dela e libby, que se sentia extremamente envergonhada e humilhada, confessou que aquele seria o seu primeiro beijo. não tinha a ideia de que só beijaria alguém quando casasse ou algo do tipo, mas não suportou a ideia de que acontecesse daquela forma, com alguém que achava asqueroso. foi nesse momento, talvez em uma tentativa de fazê-la melhor, que matt a beijou. até hoje libby não sabe por que ele fez isso, mas se sentiu muito agradecida pelo gesto do melhor amigo.
— libby é apaixonada por musicais desde a infância e, quando criança, um de seus filmes favoritos era uma gravação de uma peça inspirada no mágico de oz. quando se mudou para nova york, prometeu a si mesma que iria ao maior número de shows da broadway que conseguisse. por anos, comprou ingressos de última hora por preços ridículos que eram vendidos quando faltava poucos minutos para começar uma peça. aquele era um dos únicos programas que gostava de fazer nas noites de sexta.
— morou no dormitório estudantil da columbia durante toda a sua graduação. mesmo que quisesse alugar um apartamento maior, um aluguel era completamente fora de seu orçamento e precisou se adaptar. durante todos aqueles anos, sua colega de quarto foi uma aluna da área de química, mackenzie bedford. libby e kenzie sempre foram muito diferentes, apesar de ambas estudarem coisas relacionadas à ciência. kenzie adorava sair nos fins de semana, deixava suas tarefas todas para última hora e nunca sabia onde suas chaves estavam. porém, era completamente brilhante e sempre tinha alguma ideia para contribuir às pesquisas de libby. após se formarem, kenzie se mudou para a california para seu mestrado e doutorado. até hoje, as duas mantém contato, ainda que seja bem menor do que na época em que moravam juntas.
— fez duas viagens para o exterior em sua vida adulta, ambas para congressos/conferências. a primeira foi aos vinte e seis anos, quando levou um de seus trabalhos para uma conferência em paris. aproveitou para tirar férias e acabou ficando vinte dias passeando na frança. a segunda foi para londres, que foi para acompanhar o seu namorado na época, já que ele iria palestrar em um dos dias do congresso. amou todas as palestras, mas não há como negar que amou passar dez dias na capital britânica.
— libby usa em seu pescoço uma correntinha que ganhou de seu pai pouco antes dele falecer. faz quase vinte anos que ela a usa todos os dias e hoje já a considera praticamente parte de seu corpo.
— libby tem uma única tatuagem em seu corpo, que fez no seu aniversário de vinte e cinco anos. fez uma flor de hibisco na lateral de seu peito, no lado direito. nunca imaginou que teria vontade de fazer uma tatuagem, mas foi visitar mackenzie na california e a acompanhou em um estúdio quando se apaixonou por um desenho que viu lá. passou alguns dias pensando sobre a ideia, mas decidiu fazer antes de voltar a nova york.
— libby nunca se imaginou sendo mãe. ela tem uma relação muito complicada sobre a sua visão de futuro para si mesma e, por mais que brinque dizendo que está bem solteira, no fundo ela é apavorada pela possibilidade de ficar sozinha para o resto da vida. assim, prefere pensar que não gostaria de ter filhos como mecanismo de defesa à chance de nunca vir a tê-los. quando era mais nova, tinha a ideia de ter filhos com nomes em homenagem a cientistas famosos e sonhava em ter um menininho chamado stephen, mas na vida adulta tal sonho se tornou mera lembrança de uma outra época de sua vida.
— durante sua infância e adolescência, todo mundo, seja família, amigos ou conhecidos, chamava-a como libby. até mesmo seus professores na escola, praticamente ninguém a conhecia como olivia. porém, nos seus últimos anos de faculdade quando se inseriu em um grupo de pesquisa um dos seus professores, percebeu que não era muito levada à sério por seu apelido. assim, passou a se apresentar como olivia. seus amigos mais próximos seguem chamando-a por libby, mas o restante do meio acadêmico a conhece como olivia.
— libby é completamente fascinada pelo espaço, mas é absolutamente amedrontada pelo oceano. seu pior pesadelo é se ver em alto-mar, sem nenhuma terra a vista. só a ideia de ir a um cruzeiro já lhe faz ter calafrios e não consegue entender como tem gente que gosta tanto de se aventurar mar adentro.
— já teve uma tartaruga de estimação quando criança, ela se chamava sra. finkle. nunca soube de onde surgiu aquele nome, ela tem certeza de que foi ideia do seu irmão e ele jura que foi coisa dela.
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Sob Holofotes
Em Sob Holofotes, acompanhamos a trajetória de dois jovens extraordinários cujas vidas colidem em uma sessão fotográfica para uma renomada revista. Um talentoso cantor que trocou a agitação de Londres por uma busca musical nos Estados Unidos e um deslumbrante modelo com raízes americanas, mas que cresceu entre os encantos britânicos devido ao trabalho.
O enredo se desdobra quando a oportunidade de uma colaboração fotográfica surge, levando-os a encenar um namoro falso para ganhar visibilidade na internet. A fachada de um romance falso se torna o ponto de partida para reflexões mais profundas sobre identidade, amor e a complexidade das relações na era das redes sociais.
Enquanto ambos enfrentam suas próprias jornadas pessoais, suas vidas se entrelaçam em uma trama de flashes e melodias, numa história que revela os desafios por trás da imagem pública, enquanto os protagonistas descobrem que, por trás das câmeras e dos holofotes, as verdadeiras melodias da vida continuam a ecoar.
Essa história contém: Fake dating (namoro falso); Htops; Lbottom; Smut gay, obviamente; Slow burn (as coisas demoram um pouco para acontecer); Possíveis gatilhos com relação aos encontros (tomei como base os stunts da vida real).
WC: + 34K de palavras. (Pegue a pipoca e fique confortável)
Comentários e votos são sempre importantes, então não me poupem.
Aproveitem!
I
A vida de um homem que resolveu não seguir o que a sociedade havia escolhido para si não era nada fácil. O adolescente magrelo e pálido não queria outra coisa senão andar de skate, fumar maconha e tocar guitarra. Quando jovem adulto, no auge dos seus dezenove anos, resolveu não enviar a carta para as faculdades e no lugar disso ele juntou algumas economias com as apresentações que fazia nos bares da cidade e gravou uma demo.
A bandinha de garagem, como muitos chamavam, era composta por alguns amigos que a vida lhe deu. Entre muitos experimentos, idas e vindas, dramas sobre quem iria ser a cara da banda, sobrou ele, Louis; Matthew, um velho amigo que se juntou à família quando começou a namorar a prima de Louis, apesar de agora serem apenas desconhecidos que se conhecem demais; Nick, o cabeludinho de moletom que certo dia, no ensino médio, pediu para fazer um teste e tocar com eles; e Jamie, o colega de turma de um dos seus melhores amigos e segundo guitarrista que tiveram, logo depois do anterior não aceitar dividir uma fama que sequer havia chegado.
O Louis Tomlinson de quase 20 anos, assim que criou coragem e terminou de enviar a demo para pelo menos dez rádios locais e outros vários empresários conhecidos por apoiar a carreira de artistas iniciantes, se reuniu com seus parceiros de todas as horas na velha garagem tão bem conhecida, abriram uma caixinha de cerveja e se deixaram sonhar, mas o fato de arriscar tudo o que tinha e, na verdade, todo o seu futuro, fazia o rapaz se sentir apreensivo, não queria estar só. Sabia que a família ainda não aceitava muito bem sua escolha, e ele se pegava pensando se havia necessidade de ter sido tão radical ou ele poderia ter feito como Jamie que, mesmo na banda, acabou de ser admitido em duas faculdades.
Ou como Matthew, que tocava muito bem, mas não dispensava qualquer outra oportunidade de emprego, sempre pensando na hipótese da vida de artista não dar certo, coisa que Louis nunca se deixou pensar para não atrair. Como Nick ele nem ousava comparar, era impossível haver realidades mais discrepantes. O amigo só era meio esquisito e misterioso, e com isso mascarava a riqueza da família muito bem por trás dos fios cumpridos oleosos e roupas desgastadas.
Então era de se imaginar que quando finalmente ele recebeu um email que tinha como remetente um produtor local, lágrimas gordas saíram sem pedir licença pelos olhos azuis e uma respiração longa demonstrou quanto peso saiu das suas costas. A primeira comemoração aconteceu entre ele, seu velho notebook e uma garrafa de cerveja, enquanto respondia o email sem enxergar muito bem as letras por sua visão continuar cada vez mais embaçada. Depois, ele se recolheu em um canto do sofá manchado e sorriu entre as lágrimas que representavam nada mais que alegria e realização. Ele finalmente pôde sentir que era capaz.
Hoje, após ter recém completado 25 anos, Louis olha para trás e fica feliz com sua pequena trajetória. Do subúrbio de Londres ele se mudou para Los Angeles logo após lançar o primeiro álbum de verdade, vendo como o produtor estava certo em dizer que aquele tipo de som faria mais sucesso nos Estados Unidos e, conforme era de se esperar, eles iriam aonde fosse necessário por um sonho.
A saudade da família era uma questão a ser trabalhada já que a grana não era boa o suficiente para custear viagens tão longas e caras, mas pelo menos as principais comemorações tentavam passar juntos, tentando amenizar pelo menos um pouco a saudade que sentia da mãe, do padrasto e suas irmãs mais novas. Também foi meio que por eles o surgimento do nome oficial da banda, Arctic Monkeys, mas ninguém precisava saber que ele confundiu o Atlântico, aquele oceano que divide os dois continentes onde seu coração batia, com o Polo Ártico. Geografia nunca foi o seu forte mesmo.
– Ei, Tommo! Consegui um job perfeito pra você, vai me agradecer depois. – Tristan Evans chegou sorrindo.
O homem de cabelos loiros e olhos azuis gélidos era seu agente de relações públicas e secretário, na verdade o amigo meio que fazia tudo o que estivesse ao seu alcance para elevar a carreira da banda e dos meninos individualmente. Ele parecia novo demais apesar de ser poucos anos mais velho que Louis, já na casa dos trinta, e o estilo jovial com aquele sorriso de dentes pequenos contribuem para essa imagem.
– Vamos lá Evans, me dê uma boa notícia de verdade dessa vez. – o menor sorriu descrente.
Louis tinha acabado de fechar as cartas que chegaram no estúdio cobrando aluguel e outros financiamentos, nem tudo eram flores para bandas menores, e o agente sabia bem disso. O loiro corria para cima e para baixo procurando as mais diversas oportunidades para colocar os seus músicos preferidos às vistas do público, independentemente de como isso se daria, pois ao seu ver o importante era ser conhecido. Foi assim, inclusive, que Jamie acabou em um comercial de pasta de dente na TV e Nick teve que fazer diversos posts patrocinados no Instagram.
– Você lembra da Attitude Magazine, certo? Então, eu consegui o contato de um dos redatores da revista e agora você tem um ensaio fotográfico na próxima semana. – o homem de cabelos rebeldes sorriu orgulhoso ao passo em que pegava o celular para mostrar a conversa com o tal redator.
– Attitude.. aquela revista britânica LGBT? É dessa Attitude que você tá falando? – o olhar irônico estampava o rosto do moreno. – Por que eles iriam querer fotos minhas, um cara que deixou seu país para viver o sonho americano e ainda por cima nem representa a comunidade?
– Você ainda é um filho da coroa, não é? Olha, Tommo.. confia em mim, eu sei o que estou fazendo. – sentou ao seu lado no sofá marrom que ficava atrás da mesa de som, fora do espaço de gravação, e pousou uma das mãos no ombro estreito do mais novo. – A revista não estampa apenas pessoas LGBT, apesar de que sua capa não vai ficar tão distante...
– O que você quer dizer com isso? – rebateu, confuso.
Louis até teve uma pequena experiência quando mais novo, mas não chegou a considerar os beijos trocados com o seu antigo guitarrista em uma onda de maconha e álcool como algo válido. Na verdade ele nem desconfiava que alguém poderia saber do ocorrido já que naquele dia Matthew e Nick estavam tão chapados que sequer podiam lembrar os próprios nomes ou como mirar o pinto para mijar no lugar certo, quem dirá o que aconteceu entre os dois colegas. De qualquer maneira, mesmo que não tenha se interessado em repetir a dose com qualquer outro homem, sua vida sexual ou romântica não era pauta para o público, nunca foi.
– Eles querem mostrar um pouco do jovem cantor que largou a vida em Londres para trás e passou a cantar sua história na América, e esse é você caso não tenha percebido. Mas também teremos outro jovem que tem raízes nos Estados Unidos e vive praticamente na Inglaterra desde muito novo por conta do trabalho.. são histórias bonitas e até que parecidas.
– Ainda não entendi em que ponto a comunidade se encaix-
– Ah sim, claro. Ele é um homem gay assumido desde criança praticamente, então é uma grande referência para várias pessoas.
– E nós vamos fazer as fotos juntos? – perguntou o que já sabia apenas para confirmar.
– E vocês vão fazer as fotos juntos! – Tristan sorriu brilhante. – O estilo das fotos depende muito do fotógrafo que vamos conhecer apenas no dia, então você deve estar preparado para glitter, roupas estranhas, pouca roupa.. sei lá o que passa na cabeça desse povo. Nada que você não possa lidar, com certeza.
– Bom.. ok?! Pelo menos não vou ter que fazer vídeos para as redes sociais só para mostrar a marca que estou vestindo. – a alfinetada no companheiro que nem estava presente rendeu boas risadas até que ele se deu conta de um detalhe. – E o americano que vai fazer as fotos comigo, quem é?
– Oh, sim.. você provavelmente não conhece, moda não é muito sua área. – o loiro falou com ênfase ao encarar de cima a baixo as roupas que o mais novo estava usando, desde o conjunto de moletom cinza até a meia não mais tão branca.
– Ha ha ha, como você é hilário. – a feição séria em conjunto com o revirar de olhos deixava claro o quão engraçado achava o que acabou de ouvir.
– Harry Styles, ele é modelo.
A mera ideia de ser fotografado para estampar uma capa de revista já não fazia muito sentido na cabeça de Louis. Ele lembrava do adolescente magro e baixo que sempre estava com o cabelo escorrido tapando boa parte do rosto e queria rir desse absurdo. Mas o tempo foi bem gentil consigo, não iria ser modesto e negar que envelheceu muito bem.
Os fios agora se mantinham mais curtos, a barba rala que envolve o rosto anguloso lhe deixa com uma feição mais máscula e menos infantil, a pele menos pálida graças ao sol que não conhecia quando morava na Inglaterra, os olhos azuis que sempre foram sua parte mais chamativa, sem contar as diversas tatuagens que estampam seus braços contribuindo para uma imagem mais estilosa de si mesmo. Sabia que era objetivamente bonito, mas não ao ponto de sequer pensar em modelar um dia, ainda mais ao lado de um profissional.
– E eu vou ter que posar ao lado de um modelo, obrigado Evans, obrigado mesmo.
II
– Oi mãe… sim, eu também sinto muita falta de vocês.. é, talvez eu consiga, quer dizer- sim, vou estar nos Estados Unidos por alguns dias e posso passar em casa para ver como vocês estão.. tudo bem, eu também te amo, beijos.
A foto em família que estampava a tela quando estava em ligação com a mãe desapareceu assim que o celular foi desligado, encerrando a chamada. Os dedos longos que contava com um esmalte azul clarinho já descascado brincaram com o aparelho mais um pouco antes de levar os dígitos até o rosto e esfregar os olhos pelo cansaço. A parte mais difícil da distância para Harry poderia facilmente ser a diferença de fuso horário. Enquanto em Manchester, onde morava, já se passava da meia noite, os pais estavam acabando de chegar do trabalho por volta das 18h nos Estados Unidos, mais precisamente em São Francisco.
A cidade californiana foi palco para sua infância e pequena parte da adolescência, mas infelizmente ele não a reconhecia como lar. Desde muito novo o garotinho delicado de bochechas grandes e róseas foi visto como sinônimo de beleza, e isso meio que moldou todas as suas escolhas dali em diante.
Crescer numa família marcada por prodígios da medicina e da área da saúde em geral não lhe influenciou tanto quanto alguns parentes gostariam. A linhagem dos Styles era conhecida na cidade inteira pelos diversos consultórios que existiam nas principais avenidas, todos muito modernos e de arquitetura refinada, além de este ser um sobrenome comum de concorrer aos prêmios acadêmicos e no campo da pesquisa. Seu pai mesmo vivia viajando e compartilhando todo o conhecimento que possui sobre odontologia com o mundo em palestras e conferências. Emma, sua mãe, apesar de não ter afinidade com a área teórica, ainda sim era sócia majoritária do maior hospital da Califórnia inteira e por vezes atendia em seu próprio consultório para não ficar entediada em casa.
Harry tinha apenas uma irmã mais nova e ela, seguindo o que já era esperado, estava cursando a faculdade de odontologia e pretendia seguir os passos dos pais. Mimada como sempre foi, não seria difícil achar boas referências para se espelhar e bons cargos para trabalhar no futuro. Clara sempre foi tudo o que Harry não pôde ser.
Ela era pequena, um tanto tímida, inteligente e esforçada em seus objetivos muito desejados. Diferente do irmão que quando mais novo abria mão de visitar o trabalho dos pais para ficar em casa experimentando diversas roupas e deslizando pelo corredor entre os quartos como se fosse um desfile de alta costura, ela implorava para a mãe lhe deixar ajudar no trabalho quando sequer tinha altura para subir sozinha na cadeira do consultório. O primeiro presente que ele lembra de ver a mais nova pedindo foi um conjunto de estetoscópio com tesouras e bisturi… o seu, naquela mesma idade, tinha sido uma máquina fotográfica e um kit de costura.
A partir dali a família já tinha uma noção do que poderiam esperar para o futuro e não foi surpresa quando, aos 8 anos de idade, o pequeno Harry Styles venceu o primeiro concurso de beleza na escola, chegando em casa com uma coroa de príncipe, bochechas rosadas e uma faixa. Os anos seguintes contaram com um mesmo ganhador invicto de rei do baile, garoto mais bonito da sala e da escola inteira. E como se tratava de uma instituição bastante renomada e conhecida, não demorou para olheiros desse mundo reconhecerem o grande potencial que aquele garoto possuía.
Com 14 anos ele chegou a implorar para que a mãe lhe increvesse no concurso de Mister e Miss Califórnia, que ele, com seus olhos verdes e sorriso de covinhas, obviamente ganhou. Aos 15 a competição ganhou abrangência nacional e ele representou sua cidade natal ao desfilar em Nova York e ganhar a faixa de Mister América, com direito a olhos brilhantes, um sorriso choroso e uma revelação do que queria seguir como carreira.
Além de talento e beleza, ele teve sorte que logo após um ano conseguiu fechar contrato com uma pequena empresa britânica que gerenciava modelos e que definitivamente abriu todas as portas possíveis para si.
No entanto, nem tudo são flores e o processo de emancipação foi doloroso em casa. O pai, Peter Styles, não era muito a favor mas tinha consciência que oportunidades assim não surgem sempre, sua mãe, assim como a irmã, não conseguiam ajudar a fazer as malas sem desabar em choro e o fato de que seu garotinho de ouro raramente pararia em casa de agora em diante contribuía para tal. Já a escola sinceramente foi a melhor parte, nada que antecipar diversas provas e ter um sobrenome de peso não resolvesse.
Assim, com 16 anos e um sonho para realizar, Harry se viu entrando em um voo para outro país, o primeiro de muitos que ele visitou graças ao trabalho. Algumas lágrimas salgaram o seu rosto e um frio na barriga se fez presente, mas sem arrependimentos apesar da insegurança comum.
Hoje, aos 23 anos e alguns calos da vida, ele muitas vezes encontrava seu lar em quartos de hotéis, já muito acostumado para estranhar as diversas camas em que dormia, mas tinha um apreço especial por seu apartamento em Manchester. A verdade é que sua secretária, Cleo, provavelmente passa mais tempo no local do que ele mesmo, porém sempre que surge uma oportunidade imperdível de mais de 48 horas sem ter que ficar numa mesma posição em frente às câmeras ou segurar uma postura impecável enquanto desfila, ele aproveitava e voava de volta ao seu imóvel.
Eram raras as vezes que conseguia tempo o suficiente para visitar a família, sua relação com eles, apesar de amá-los com todo o seu ser, acabou esfriando com a distância e ocupações dos dois lados. As ligações geralmente eram rápidas e objetivas, os horários dificilmente coincidiam e os feriados eram as épocas em que o modelo mais tinha a agenda lotada, dificultando ainda mais uma reunião.
Ninguém tinha culpa nisso, o destino agiu de forma sorrateira ao tirar um adolescente do seio familiar, jogá-lo no mundo e esperar que ele amadurecesse sozinho. Sorte que Harry não precisou quebrar muito a cara para aprender a se virar, mas isso não tornou sua jornada mais fácil.
Ser um garoto gay de gostos peculiares poderia ter sido mais problemático em outro mundo, mas desde que seu passatempo favorito era calçar os saltos da mãe e pisotear todo o assoalho de madeira envernizada quando criança, o mundo da moda lhe recebeu muito bem, como era esperado.
Os olhares tortos não lhe incomodavam há tempos, sempre teria alguém para lhe julgar ou querer lhe dar uma rasteira, então ele aprendeu a usar isso como combustível e tudo o que essas pessoas conseguiam era um sorriso brilhante e uma postura cada vez mais segura. Styles teve que aprender a desviar a atenção das palavras más e focar na luz que lhe direcionavam, teve que aprender, também, a identificar aqueles que queriam lhe ajudar no seu trabalho e aqueles que só esperavam um primeiro deslize.
A competição entre modelos era algo pouco divulgado, mas as consequências psicológicas e de convivência poderiam ser bem sérias se você não soubesse lidar.
Esse foi um dos principais motivos para o modelo ter aceitado a proposta de contar um pouco da sua jornada para uma das revistas mais renomadas do Reino Unido. Além de agraciar seu “antigo eu” que pendurava as capas da Atittude na parede do quarto, seria importante mostrar como um garoto americano teve força o suficiente para fazer do mundo sua casa em prol de um sonho.
Obrigado pelo carinho! Eu adoraria posar para vocês e com certeza estarei no ensaio segunda-feira, podem esperar por mim.
Com amor, HS.
Era o que dizia o email que ele enviou respondendo àquela proposta pouco antes de se deixar adormecer pelo cansaço.
III
O final de semana anterior ao ensaio foi marcado por um reencontro entre Harry e a família. Assim que ele deixou a Inglaterra na sexta pela noite após mais uma prova de roupas para um próximo trabalho, partiu direto para o aeroporto com um sanduíche natural em mãos, óculos escuros e uma cartela de analgésicos para lidar com a dor de cabeça que já sentia após horas trabalhando.
Chegou em São Francisco na tarde do mesmo dia, o que poderia soar um tanto confuso, mas era um fato que ele desistiu de entender desde o seu primeiro ano como modelo. Um dos eventos mais recorrentes em sua rotina desde que se viu nesse mundo era justamente lidar com a loucura do fuso horário e o maldito jet leg, ainda era estranho esse esquema de quase viagem no tempo, então o cacheado só não perdia muito tempo pensando nisso. O táxi lhe deixou em frente a uma casa grande e elegante, quem via de longe podia presumir o tanto de dinheiro que quem vivia ali possui. A porta de madeira escura combinava muito bem com o tom de bege claro que estampava as paredes, e o jardim minimalista e bem iluminado conferia uma graça ao local quase intimidante.
Assim que tocou a campainha um sentimento bom lhe aqueceu o peito e apesar de não estar tão acostumado com o ambiente, ainda assim lhe trazia boas lembranças. A porta abriu com a visão de uma mulher deslumbrante, na casa dos 45, mas que exalava beleza, inteligência e elegância.
– Hazza!! Meu bebê, finalmente você chegou! – foi recebido com um abraço sufocante que tanto sentiu falta. Era desse carinho que ele precisava quando sua vida estava de cabeça para baixo e tudo parecia desmoronar, mas nem sempre tinha ao seu alcance.
Emma tinha os cabelos soltos, um tom de castanho quase loiro e algumas mechas mais claras dando luz ao visual, olhos verdes que foram espelhados no filho mais velho, e um sorriso grande.
– Oi, mãe! Que saudade que eu tava da senhora.. parece que faz tanto tempo, mas eu estive aqui há uns dois meses atrás. – soltou uma risadinha enquanto se soltava do abraço para pegar as malas e finalmente entrar naquela casa que ainda tinha o mesmo cheiro da sua infância.
– Depois que saiu de casa fica cada vez mais difícil voltar né, senhor Styles. – brincou a mulher, enquanto subiam as escadas para o quarto do maior e começavam a organizar suas coisas no cômodo. – Infelizmente seu pai acabou de sair para uma exposição na Universidade de Nova York, o voo foi adiantado mas ele deve voltar amanhã ou depois. Você ainda vai estar aqui, não é?
– Então.. – assim que a palavra saiu pelos seus lábios, sua mãe parou de desfazer a mala em cima da cama para lhe encarar com aquela postura que todas as mães conhecem, como se esperasse uma explicação muito boa para uma traquinagem que o filho fez. – Na verdade eu tenho um ensaio em LA na segunda e aproveitei para marcar uma reunião que estou adiando há tempos no domingo à noite. Então eu meio que só posso ficar aqui até domingo pela manhã, desculpa.
Ele se sentia um tanto culpado por isso, o que costumam chamar de ossos do ofício. Vinha adiando uma reunião importante faz meses por conta da agenda lotada e quando viu essa oportunidade, não podia deixar passar. Sua mãe ficaria triste por alguns instantes, sua irmã também, ele provavelmente não veria o pai, mas todos eles lhe entenderiam. Fazia parte do trabalho e se tem uma coisa que os Styles levavam a sério, era isso: trabalho.
Ainda que poucos, os dias em família naquele final de semana fizeram diferença no humor de Harry. Foi bom passar um tempo com a mãe, assistindo filmes e conversando, até mesmo tentando não ser um desastre na cozinha quando ela resolveu dispensar os empregados para ter aquele momento com seus dois filhos. Clara, sua irmã, contou sobre como estava sendo o tempo de caloura na faculdade, totalmente empolgada sobre as matérias e colegas que tinha feito.
No sábado eles fizeram uma vídeo chamada com o pai enquanto este aproveitava uma pausa entre duas apresentações na NYU, amenizando um pouco a saudade e finalmente coincidindo os horários. O homem bem arrumado e com a barba sempre alinhada era um poço de educação, o que foi grande exemplo para Harry ser quem era hoje, gentil e empático.
A tarde logo passou e eles resolveram sair para jantar em família, num restaurante renomado, cujo chef era um velho conhecido. As duas lindas mulheres certamente não estavam acostumadas a esperar para comer enquanto algumas pessoas vinham atrapalhar a refeição para tirar foto com o primogênito mas, mais uma vez, eram as consequências da profissão. Tiveram um domingo marcado pelas despedidas tão comuns, sem mais lágrimas e resmungos porque tal cena virou algo habitual naquela família, e o modelo partiu de seu descanso para voltar ao mundo real.
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– E essa foi a nova música do Arctic Monkeys, pessoal! Vou lembrar novamente a todos os nossos ouvintes que essa belezinha já está disponível em todas as plataformas digitais para vocês ouvirem sem parar em casa! E agora para os românticos de plantão, a próxima música está no topo das paradas desde o lança..
O volume do rádio foi abaixado até se tornar apenas um zumbido insistente no cômodo. Os garotos tinham acabado de se ouvir na rádio pela centésima vez, mas sempre parecia surreal, cada nova chance de alcançar mais pessoas e conseguirem mais reconhecimento no trabalho que amam era especial.
Dia de sábado para uns poderia ser dedicado para descansar, sair com os amigos ou encher a cara. No entanto, para Louis era o principal dia de trabalho, porque quando não estavam fazendo shows ou viajando para fazê-los, estava em reunião com os colegas da banda e o agente, geralmente fechando alguns contratos ou criando novas músicas. Naquele sábado em específico eles estavam se sentindo realizados com o novo lançamento que prometia bombar muito, já que com menos de 24h de lançado, os fãs já conseguiram subir a hashtag para uma das rádios mais ouvidas de LA tocar em plena manhã.
Eles viam o burburinho nas redes sociais e ainda não parecia real que tanta gente os acompanhavam e realmente gostavam das produções, inclusive essas mesmas pessoas queriam sempre mais. Quando uma música era lançada sozinha, primeiro vinha os pedidos por clipe, depois teorias sobre a letras, para no fim terem milhões de pedidos por um próximo álbum. E isso se repetia toda santa vez. Louis sempre apreciou muito todo o carinho e dedicação dos fãs e tentava agradá-los o máximo possível, era por isso que estavam discutindo sobre um próximo clipe para esse lançamento caso a música consiga continuar nas mais ouvidas pelo menos durante essa primeira semana.
E depois de horas e horas de reunião, Jamie teve a brilhante ideia de pedir pizzas e cerveja já que ficariam no estúdio/escritório por, pelo o que parecia, a noite inteira. Era como se eles ainda fossem os mesmos amigos de 20 anos em uma garagem, com a cerveja mais barata que se podia achar e manchas gordurosas nas roupas por causa dos lanches duvidosos, quando por vezes esquecem de toda a pressão por serem uma banda de crescente sucesso e se deixavam trabalhar em suas melhores formas.
Mas quando Louis acordou no domingo com um incômodo na cabeça e no estômago, ele repensou as atitudes da noite passada, julgando estar velho demais para pensar em projetos enquanto enche a barriga de comida gordurosa e cerveja de péssima qualidade. Então o dia foi bastante preguiçoso, trocou algumas mensagens com a família, o que lhe deixava sempre com um gosto amargo na garganta por estar tão longe e lembrando das irmãs e dos pais com carinho, apesar do aperto no peito. Falou com os rapazes sobre o próximo ensaio, já que estavam chegando cada vez mais perto do próximo show, e respondeu as mensagens de Tristan, seu agente.
O loiro estava o lembrando mais uma vez da sessão de fotos que teria no outro dia pela tarde, porque Louis tinha o costume de esquecer das coisas, talvez sua adolescência rebelde e maconheira tenha certa culpa nisso, mas ele deixou essa persona para trás. Só que assim como alguns fantasmas do passado, esse assunto de ser fotografado lhe deixava um tanto desconfortável.
Já tinha respondido o email com as perguntas que sairiam na matéria e, pelo visto, todas tinham um cunho bem pessoal. Foi perguntado sobre sua infância e como conheceu seus companheiros de banda, o que ele teve muito orgulho de contar e sentiu até uma certa nostalgia, respondeu também sobre como resolveu largar tudo e vir para os Estados Unidos por conta da música, lembrando de dar os devidos créditos aquele que lhe deu tal chance, e, perguntaram, ainda, sobre possíveis arrependimentos após essas escolhas, o fazendo lembrar da família e de como costumava ser apegado a todos eles antes de fazer um sacrifício pelo próprio futuro. Para essa questão ele respondeu que não considerava um arrependimento, no entanto.
Mas ele não tinha costume de ser tão aberto sobre sua vida pessoal e não sabia o que esperar das fotos amanhã, se usariam alguma coisa remetendo a sua infância, se tentariam lhe deixar confortável com as câmeras ou se seria uma coisa totalmente diferente do que as perguntas lhe fizeram imaginar.
Tomlinson dormiu por longas horas e acordou na segunda-feira com esses mesmos questionamentos na cabeça, nem um pouco mais tranquilo depois de descansar, mas pelo menos as olheiras não estavam tão presentes como sempre, então a maquiadora responsável pelo ensaio provavelmente ficaria feliz. Não conseguiu comer muito no almoço tanto pela ansiedade, quanto pelo receio de parecer inchado nas fotos, coisa que sequer passaria pela sua cabeça em outra ocasião. Isso só o fez admirar ainda mais quem trabalhava com isso pois se ele, que nunca teve problemas desse tipo, estava agora inseguro com a própria aparência, imagina quem vive disso.. não deve ser nada fácil lidar com as pressões internas e externas.
Assim que chegou no estúdio onde faria as fotos, para sua felicidade não seria algo exposto ao público, foi muito bem recebido pelo fotógrafo e todo o pessoal que trabalhava com ele. Da porta já conseguia ver diversos equipamentos que deviam ser muito caros e profissionais, um fundo infinito, luzes espalhadas, uma poltrona vermelha e um piano de cauda, o que lhe deixou ainda mais curioso sobre o que o homem de dreads pensou para o cenário deles.
– Vem comigo, vou te mostrar as opções que pensamos para a primeira e segunda parte da sessão. Espero mesmo que você goste! – a moça baixinha de olhos puxados e cabelo platinado falou, logo depois de lhe apresentar para todos ali.
– Eu também espero gostar. – tentou descontrair e conseguiu alguns sorrisos das pessoas que estavam por perto.
Lhe levaram para ver as trocas de roupa que tinham planejado, mas sempre deixando muito claro que ele usaria apenas o que se sentisse confortável, a escolha ainda era sua, e apenas depois de vestir o primeiro look que usaria nas fotos, ele foi levado para fazer o cabelo e maquiagem.
Louis estava vestindo regata em um vermelho escuro, jaqueta de couro preta e uma calça jeans na mesma cor, e nos pés ostentava um coturno pesado. Era como se tentassem retratar toda a rebeldia que ele experimentou na adolescência, o couro cintilando para demonstrar a ousadia, o cabelo espetado como qualquer adolescente que não liga muito para a aparência e só quer se divertir, e os coturnos representando o peso e marca das suas escolhas, mesmo que tão jovem. Se olhar no espelho foi como ver seu eu mais novo, não pelas roupas já que ele não costumava se vestir assim, mas pelo significado que elas pretendiam passar.
Quando estava finalizando os últimos detalhes da maquiagem leve, apenas para não brilhar com tantas luzes fortes sobre si, notou uma comoção na entrada do local, onde algumas pessoas largaram seus afazeres para cumprimentar quem tinha chegado. Até mesmo o fotógrafo parou de configurar as diversas câmeras que possuía e estava dando um abraço caloroso no outro homem, um tanto mais alto, mas ainda escondido atrás de dreads e roupas coloridas que quase lhe engoliam.
Um burburinho de falas animadas podia ser ouvido e um sotaque mesclado entre o britânico e o americano se destacou. Assim que se separaram do abraço, Louis conseguiu ver um homem alto e esbelto, com fios enrolados no topo da cabeça, deixando o topete charmoso e bagunçado na mesma medida. Ele tinha olhos verdes marcantes e um sorriso largo ao conversar apressadamente com todos ali, parecia que estava em seu habitat natural e agia de forma certeira ao andar pelo estúdio, tão diferente de si.
Aquele deveria ser o modelo com quem seria fotografado.
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– Então.. esse é seu primeiro ensaio? Porque você me parece um pouco tenso e isso com certeza vai aparecer nas fotos. – o modelo falou enquanto eles davam uma pausa para mudar o ângulo das luzes, na tentativa de ajudar. Harry usava um terno completamente colorido e repleto de formatos geométricos com a calça fazendo parte do conjunto caótico, porém bonito. E ele informou a Louis, logo depois de se apresentarem, que aquela era uma releitura da peça que usou quando ganhou o primeiro concurso a nível nacional, aos 15 anos.
– Digamos que eu não tenho tanta afinidade assim com as câmeras, meu negócio mesmo é o microfone, luzes piscando e o som estourado nos meus ouvidos. – ele falava ao passo que tentava relaxar os ombros e fazer com que o vinco entre as sobrancelhas sumisse. O maior até tentou lembrar se já havia visto o rosto interessante do outro em algum local, mas pelas roupas que via ele vestir, não parecia ser o tipo de música que ele consome.
– Mas você leva jeito, vai.. vamos! Solta bem o ar – pousou a mão no diafragma do mais baixo para direcionar aquele exercício. – Isso, agora levanta o queixo, mas sem travar o maxilar, deixa leve.. sim.. sente seus músculos se soltando junto com a sua exalação, muito bem.
– Obrigado mesmo, Styles. – retribuiu o sorrisinho que lhe foi oferecido. – Se você não tivesse aqui eu provavelmente estaria com cara de constipado nas fotos ou então seria expulso daqui na base da vassourada depois de alugar o pessoal por tanto tempo e sem resultado.
– Não precisa do Styles, agora somos quase colegas de profissão, hm? – provocou risonho. – Harry é o suficiente.
– Ok, colega. – revirou os olhos em deboche. – Vamos acabar logo com isso.
Apesar do desconforto inicial Harry era muito bom em puxar assunto para diminuir a tensão que o outro sentia, então vira e mexe ele direcionava e posicionava o rosto de Louis, cochichava baixinho onde ele poderia colocar as mãos e pés, já que as fotos ainda estavam sendo tiradas do fundo branco infinito e poderia ser difícil conseguir uma boa posição. Nessa primeira parte as fotos foram majoritariamente separados, mas a ajuda do outro foi imprescindível para que aquele ensaio não durasse uma eternidade e Louis ficou bastante grato.
– Agora eu preciso de vocês dois juntos aqui, por favor. – o homem de pele negra os chamou para próximo do piano de cauda. Louis sequer tocava aquele instrumento, mas obedeceu. — H, quero você encostado aqui onde as luzes estão posicionadas de cima e o Tomlinson vai ficar sentado como se estivesse tocando, com as luzes por baixo. Vamos testar dessa forma.
E eles se posicionaram como instruído. O segundo look de Louis era um tanto mais maduro que o primeiro e procurava refletir suas mudanças ao longo do tempo, então ele vestia uma blusa completamente preta de mangas longas e gola alta, e agora tinha os cabelos em um topete não muito formal. Sua calça, no entanto, seguia a pegada que talvez nunca deixasse de fazer parte da sua vida, era um tecido que reluzia como o couro, deixando o visual imponente e, ainda assim, elegante.
Já Harry foi vestido em um macacão de mangas longas e gola alta, todo branco e rendado, deixando a pele alva aparecer entre os furos do tecido bem trabalhado. Nos pés, o salto alto tipo agulha completava a mistura entre delicadeza e poder que o modelo transmitia em todo o visual. A renda simbolizava a beleza que seu universo atual pedia, mas tinha a pele por baixo, à mostra, dizendo que nem tudo precisa ser perfeito. O calçado mostrava aonde chegou e a força que era necessária para se manter de pé naquele lugar de julgamento e competitividade, e o gloss labial, o mesmo que cintilava em sua versão mais jovem com a outra roupa, mostrava que apesar de tudo, ainda era o mesmo.
A forma como eles foram posicionados estava perfeita nas câmeras. O ângulo escolhido pegava bem o corpo sentado no banco do piano, com as mãos pousadas na teclas e sendo iluminado por uma luz quente que vinha de baixo, projetando sombras bonitas e deixando visível apenas alguns detalhes do rosto de Louis, como o queixo, maxilar e o nariz bem desenhado. Do outro lado, encostado na cauda do piano e olhando para cima, estava o corpo esbelto devidamente iluminado com uma luz fria acima da sua cabeça, projetando sombras no chão e deixando todos os seus detalhes à mostra. As roupas e a iluminação contribuindo para um contraste nada mais que belo.
E quando finalizaram o dia, tudo o que sentiam era uma sensação de dever cumprido. Por ambos.
O resultado não demorou a sair e na semana seguinte tudo o que se falava nas redes sociais era sobre a nova capa da Attitude e aqueles que a estamparam. Os fãs que acompanhavam a banda pela turnê no Reino Unido passaram a se sentir um pouco mais próximos do vocalista com os fatos revelados na matéria e agora tinha fotos novíssimas para virar plano de fundo dos seus celulares.
No entanto, os boatos não giravam em torno apenas disso. Os sites de fofoca que reportaram a capa ajudaram a engajar ao mencionar como os dois homens ali eram queridos e desejados por muita gente, então como um bônus por todo o falatório, a equipe de fotografia resolveu que era uma boa ideia postar o making off das gravações, e realmente foi. Ver como seu ídolo era tão desinibido nos palcos, mas que ficava todo desajeitado em frente às câmeras foi engraçado para o público do cantor e por isso ficaram super gratos ao modelo assim que tiveram acesso aos takes em que se podia perceber ele ajudando Louis de fundo.
Eram alguns segundos de Harry posicionado atrás do fotógrafo e falando o que Louis poderia fazer; Outros segundos deles dois conversando e sorrindo, visivelmente tranquilos e amigáveis; e mais alguns do modelo com a palma sobre a barriga do outro enquanto ajudava ele com o exercício de respiração. Bastou isso para seu instagram se encher com novos seguidores, todos muito agradecidos pela consideração que ele teve com o mais velho, e, além desses seguidores, diversos comentários de como eles pareciam fofos e quentes juntos passou a surgir.
– Então.. o que acha, Cleo? Na minha opinião vai ser benéfico pros dois como, na verdade, já está sendo. – Tristan falava enquanto tinha a mulher de cabelos curtos, quase raspados em sua frente.
– Eu posso ver os números, mas não sei se continuaria assim a longo prazo. Pode ser que tudo dê errado e acabe prejudicando eles ao invés de ajudar, você sabe. – Cleo, como gostava de ser chamada, relembrou.
Eles estavam em uma cafeteria qualquer de Londres, aproveitando que o agente de Louis estava na cidade acompanhando a banda em turnê e resolveram se encontrar para resolver algumas coisas sobre negócios.
Todo o burburinho na internet chamou a atenção não só dos dois principais envolvidos, mas das pessoas que também cuidavam das suas carreiras, no caso, Tristan e Cleo. Os números de seguidores de ambos não parava de crescer a cada dia, o que gerava uma visibilidade absurda para os projetos que eles se envolviam e a revista que eles deram a entrevista juntos já tinha batido o record de vendas dos últimos tempos em menos de uma semana. Era incrível e surreal a força que um casal poderia ter na internet nos dias atuais.
O loiro sempre procurou o melhor para seus clientes, tinha noção do quanto o mercado da música poderia ser desonesto com quem tinha talento, porque só isso não bastava para a indústria, então se acostumou desde cedo a lutar com todas as armas que tinha. Cleo não era diferente, fazia cinco anos que auxiliava Harry no lado profissional e além de uma ótima secretária/assessora, ela também se considerava uma boa amiga.
Esteve em grande parte dos momentos difíceis que via o cacheado passar e o ajudava como podia. Então aquela ideia que o outro propunha não era a mais insana que já presenciou durante toda sua experiência convivendo com diversos artistas.
– É uma loucura dizer isso, mas acho que você tem razão. – a mulher concordou com uma careta depois de refletir mais um pouco. Aquela pequena reunião já durava horas e as quatro xícaras de café em cima da mesa eram provas disso.
– Loucura seria desperdiçar essa oportunidade. – pontuou o outro. Ele sabia quando uma ideia merecia sua insistência.
– Ok.. vamos fazer isso então. Só espero não me arrepender dessa decisão. – suspirou. – Harry e Louis vão engatar um namoro em alguns dias.
IV
– Esse show foi simplesmente insano, caras! – Jamie falou com um sorriso contagiante enquanto entravam no camarim após mais um show esgotado na capital inglesa.
– Definitivamente entrou pro top 10, talvez 5 hein – Concordou Nick, não perdendo tempo em abrir uma das garrafas de vodka que estava ali e propor um shot em grupo. – Aos próximos shows e que todos eles sejam fodas como esse!
– Aos próximos shows!! – todos os outros três repetiram em um só som, virando os copinhos com o líquido transparente em seguida.
– Um minuto pessoal, eu já volto. – Louis disse.
Ele estava sentindo seu celular vibrar desde que pegou ele com um dos seus seguranças na saída do palco e aquilo estava lhe deixando impaciente e com a coxa quase dormente porque aquilo não parecia acabar nunca.
Quando finalmente ligou a tela para ver qual a possível emergência, revirou os olhos com força. Desde a publicação daquela matéria e das fotos, alguns dias atrás, ele notou suas redes sociais bombando e uma série de notificações sem fim, mas como não era muito ativo no Instagram ou twitter, principalmente nas épocas em que estava ocupado trabalhando, ele apenas limpava a barra de notificações antes mesmo de ler do que se tratava.
Por isso não notou os números de seguidores no Instagram subindo cada vez mais, nem os comentários que pareciam se multiplicar em suas últimas fotos. As menções que marcavam seu arroba também não estavam diferentes, havia uma série de curiosos desesperados por qualquer interação e não descansariam enquanto não tivessem uma confirmação para o que cogitavam ou uma resposta afiada negando tudo.
E depois de todo esse tempo tendo visto apenas a versão final da matéria e das fotos, notando que não tinha ficado nada mal, uma curiosidade se instalou em seu âmago e ele resolveu usar daquele tempinho livre enquanto os amigos deviam estar virando todo aquele litro de bebida, para verificar qual o motivo de tanto alarde. No entanto, Louis sequer teve trabalho. Bastou desbloquear o celular que mais uma série de notificações chegaram logo após ter esvaziado as anteriores, então ele apertou na primeira ao seu alcance, o que lhe levou direto a um tweet com várias respostas num mesmo sentido.
“Eu juro que acho que eles são um casal de verdade, vejam como ambos se olham nos olhos! #Shipando"
"Não sei se é só amizade irmãs, mas esses dois estão lindos juntos! #LouiseHarry #Attitude"
"Alguém mais percebeu a química entre eles? Acho que temos um novo casal no pedaço! #SinaisDeAmor #ShippandoMuito"
"Estou pegando fogo com as fotos deles juntos! Será que há algo mais? #Attitude #lgbt”
Louis precisou de um tempo até entender a conexão entre essas mensagens e suas menções, e só então relacionou com as fotos que tinha feito em colaboração ao modelo Harry Styles. Ele quis rir, desacreditado, mas as mensagens como essas não paravam de surgir e ele se viu na obrigação de verificar se suas outras redes também estavam sendo bombardeadas por essas ideias malucas, porque sinceramente não lembrava de haver um mísero momento em que as fotos tenham dado a entender esse absurdo.
Ao abrir seu perfil pessoal onde costumava postar fotos, a primeira postagem que apareceu para si foi o making off que o fotógrafo tinha publicado dias atrás, mas como Louis o seguiu recentemente, mesmo os posts relativamente antigos ainda costumam ter destaque no feed do cantor. Talvez tenha sido por aquele vídeo que os boatos passaram a surgir, já que ali era o único lugar onde mostrava trechos, muito rápidos por sinal, de qualquer interação que tenha ocorrido entre o cantor e o modelo.
Ele quase passou batido pelos poucos segundos em que essas cenas apareciam e teve que rever o vídeo pelo menos duas vezes para tentar enxergar o que seus fãs estavam vendo. Não conseguiu, no entanto. O máximo de contato ou olhares que tiveram, como falavam pela internet, foi quando Harry lhe ajudou a quebrar a tensão que lhe deixava travado, sempre agindo muito profissional e respeitoso, o que, ao seu ver, não havia motivos para tantas conspirações. Por isso Louis decidiu desligar o celular mais uma vez, repensando se tinha sido mesmo uma boa ideia ter procurado saber o que estava acontecendo naquela terra de ninguém que é a internet, e sentindo uma leve dor de cabeça surgindo atrás dos seus olhos.
Mas assim que a tela se apagou e ele deu meia volta, já direcionando seus passos ao camarim novamente, seu celular tocou aquela música que ele definiu especificamente para ligações de um único contato, seu agente.
– Fala Evans, beleza? Cara você não imagina como o show hoje foi insano, você deveria ter ficado, sério. – atendeu empolgado, pouco lembrando das questões que povoavam sua cabeça segundos atrás.
– Hey, Tommo. Fico feliz cara, mas é.. eu tenho mesmo que falar contigo. – a voz um tanto robótica exalou hesitação.
– Ô-ou.. esse tom de voz não pode ser coisa boa. Sinceramente, você pode deixar pra amanhã? É que agora eu e os garotos vamos sair para comemorar e não quero que você quebre o clima, sem ofensas.
– O que eu tenho pra te falar é melhor que seja pessoalmente mesmo, mas só preciso que você consiga um tempinho para me encontrar depois de amanhã na hora do almoço, porque é o único horário que eles podem então-
– Calma aí, garotão. Do que você tá falando? Eles quem?
– Você vai saber no dia, só me garanta que vai estar lá ok? Vou fazer as reservas naquele restaurante que a gente costuma ir quando viemos à Londres, aquele perto do London Eye.
– Já que não tenho escolha.. – tentou brincar para aliviar a tensão que o outro parecia sentir. – Tudo bem, Evans. Nos vemos lá então, cara.
– Hm, ok.. certo. Parabéns pelo show de hoje novamente, avisa aos outros que eu estou parabenizando eles também. Até.
– Até. – desligou a chamada. – Que estranho. – saiu resmungando baixo, mas sem se deixar abalar. Tinha um after para curtir.
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Harry tinha acabado de vestir seu hobby após uma sessão de fotos para uma marca de cuecas, nem sempre sua profissão girava em torno da alta costura e passarelas, afinal para ser conhecido por tantos públicos diferentes ele precisava estar em ambientes diversificados. O ar estava geladinho no estúdio e até que foi bom ter companhia ao seu lado, ele pensou ao olhar para os outros três modelos trabalhando nessa campanha, mas por incrível que pareça nenhum deles lhe chamou muito a atenção.
Ele sabia ser discreto e profissional em seu ambiente de trabalho, porém nada o impedia de sair com tais colegas se tivesse vontade, ainda assim estava sempre respeitando todos em sua volta e não demorando um tempo muito perceptível ao analisar seus possíveis interesses. Para sua infelicidade, o corpo bronzeado e musculoso de um dos modelos era incrivelmente bonito, mas nada atraente para si. O outro, mais magro e ruivo, tinha a voz um tanto enjoada e Harry ficou com dor de cabeça só de imaginar sair em um jantar e ter que ouvi-lo por horas. O terceiro era praticamente a medida do Styles, um pouco mais baixo, não muito forte, nem magro demais, mas sua namorada estava orgulhosa acompanhando a filmagem nos bastidores. Então é.. não teria companhia por hoje.
Mas quando estava pronto para se despedir dos garotos e de todos envolvidos na produção, lhe chamaram numa rodinha de conversa que os outros modelos pareciam estar. Ele, como não queria parecer rude ou esnobe, foi.
– Styles! Vem aqui, gatinho. Estávamos justamente falando de você. – a voz irritante soou e ele nem imagina de onde aquele apelido surgiu, já que intimidade não tinha com ninguém ali. Identificou também os sorrisos falsos tão recorrentes naquele ambiente de trabalho, onde muitos forçavam uma simpatia inexistente para conseguir contatos.
– Oi gente, eu só vim me despedir mesmo.. já estava de saída. – sorriu simpático, querendo se desvincular daquele círculo.
– Que isso, não precisa ir tão rápido. – o moreno falou. – Pensamos que talvez você possa vazar alguma informação pros seus queridos amigos aqui, hm? – levantou e desceu as sobrancelhas para demonstrar interesse.
– Desculpa, cara. Não queríamos ser inconvenientes nem nada, mas é que só se fala nisso nos últimos dias, meu twitter só aparece seu nome e ter você bem aqui é uma oportunidade e tanto. – o outro falou, parecendo ser o mais sensato e sincero. Era uma pena já ser comprometido, Harry certamente poderia se dar bem com esse.
– Não sei se eu entendi, meninos. Do que vocês tão falando? Se eu puder esclarecer alguma coisa, vou tentar, mas não acho que sei de alguma informação sobre qualquer coisa nova no momento, desculpa.
Harry era mesmo um poço de educação e gentileza e falava com calma e eloquência mesmo em momentos onde queria ser tudo, menos amigável.
– Estamos curiosos sobre você e o Tomlinson, bobinho. – o ruivo voltou a tagarelar. – Não se fala em outra coisa desde aquelas fotos que vocês fizeram juntos, fazem um belo casal, à propósito. – e se o sorriso amarelo não fosse o suficiente, sua pele quase ficando verde mostrava a inveja que sentia com todo esse sucesso do outro.
– Fico feliz que vocês gostaram das fotos, mesmo! Mas sinto dizer que não somos um casal, na verdade nenhuma das fotos chega perto de insinuar isso. – Harry ia dizendo e quando o moreno estava prestes a interrompê-lo, continuou com a voz mais imponente. – Inclusive soa até desrespeitoso cogitar uma coisa dessas só porque um homem gay está ao lado de outro homem em uma foto, vocês mais do que ninguém deveriam ter mais maturidade para enxergar nosso trabalho apenas como o que ele é: trabalho.
E se os outros não estavam sem graça até então, bastou o telefone de Harry tocar e ele acenar em despedida enquanto atendia para os rostos dos rapazes se tornarem vermelhos, não tiveram chance nem de se desculpar antes que o cacheado saísse do local.
Assim que pegou o elevador para descer os cinco andares que o levariam até a garagem do prédio em que estava, Harry só deu um tempo para que o sinal da ligação se estabelecesse e voltou a falar com sua secretária e amiga. Cleo estava o lembrando que ele deveria pegar o destino direto para um restaurante conhecido por ambos próximo ao olho de Londres, senão chegaria atrasado para o compromisso que ela tinha lhe avisado.
Eles dois tinham uma agenda compartilhada em suas contas profissionais, onde basicamente a mulher colocava seus compromissos e Harry aceitava o que viesse, confiando totalmente em sua parceira de negócios há anos. Eles funcionavam bem assim, então o modelo geralmente descobria o porquê dos compromissos e reuniões quando chegava no local marcado e dessa vez não foi diferente.
O restaurante escolhido tinha um arquitetura antiga, parecia um casarão com enormes paredes brancas e uma vista de tirar o fôlego, além disso ficava praticamente atrás do London Eye e a mesa que eles reservaram na parte externa do local tinha a roda-gigante de observação e a margem sul do Rio Tâmisa como plano de fundo. Harry se pegou encantado com o azul claro do céu refletido no rio enquanto era direcionado à mesa por um dos garçons e só recobrou sua atenção quando ouviu uma voz que ele recordava de algum lugar, em conjunto com a tão conhecida voz da sua secretária e uma outra que ainda não ouvira.
Styles sorriu um tanto surpreso ao encontrar Cleo e Louis, o mesmo que participou consigo da matéria para a Attitude, além de um outro homem muito bonito, loiro de olhos azuis, sentados na mesma mesa circular. Cumprimentou com um singelo “bom dia” e se sentou ao lado da mulher e em frente ao cantor, um tanto curioso para descobrir o motivo daquelas presenças em um almoço de negócios. No entanto, não precisou esperar muito, pois logo que o garçom se despediu levando os pedidos de cada um e desejando um bom apetite, a mulher começou a falar.
– Então, Harry, esse é Tristan Evans, o agente do Tomlinson. Acredito que você deve se lembrar, certo? – os apresentou de maneira educada.
– Sim, como vai Louis? É um prazer, senhor Evans. – sorriu contido e os outros dois lhe responderam da mesma maneira. – Nós temos negócios a tratar? Desculpe, mas não achei que nos veríamos novamente.
– É uma surpresa pra mim também, na verdade. – Louis respondeu, parecendo que sabia tanto quanto Harry sobre aquela situação. Ele olhou para seu agente e o maior desviou seus olhos para sua secretária, os dois esperando algum esclarecimento do que aparentemente havia sido organizado por eles.
– Então garotos, eu sei que vocês perceberam o sucesso tremendo que foi as fotos de vocês para a revista… Eu e o senhor Evans pensamos muito nisso, discutimos todos os prós e contras e agora temos uma proposta para vocês.
A mulher continuaria a falar, mas precisou dar uma pausa quando o garçom voltou trazendo seus pedidos e depositou sobre a mesa. A comida estava apetitosa, o cheiro dava água na boca, porém esse breve minuto de intervalo entre o assunto que tratavam não deixou nenhum deles apreciar o sabor assim que o funcionário lhes deixou à sós novamente.
– Bom.. a revista de vocês vendeu mais cópias em uma semana do que tinham conseguido com a matéria sobre a família real, que era o último record deles. Fora isso, nós tivemos um grande aumento de visualizações nos perfis pessoais e profissionais dos dois, além da enorme quantidade de vezes que o nome de vocês apareceram juntos na barra de pesquisas, o próprio Google me forneceu essa informação. – Cleo ia listando os fatos e os mais novos mal acompanhavam o raciocínio, lembrando que a matéria tinha saído uma semana atrás e todo esse sucesso era realmente espantoso.
– Louis, você recebeu 3 milhões de novos seguidores no Instagram e Harry, você ganhou quase 5 milhões, além de várias propostas para colaborar com outros músicos em fotos, clipes, marcas de roupas e por aí vai. – Tristan citou, encantado com toda a repercussão. – Mas, mais que isso, esses números não seriam alcançados se as fotos fossem solo ou a matéria abordasse a vida de apenas um dos dois, vocês entendem?
– Não, quer dizer, sim.. isso é foda pra caralho! É meio inacreditável quando vocês falam todos esses números, mas fico feliz em saber que fizemos tanto sucesso assim. – Louis disse com um sorriso orgulhoso no rosto, finalmente se deixando apreciar a comida que havia pedido ao ver que o assunto não era nada ruim e sendo acompanhado pelos outros.
Harry, entretanto, estava há mais tempo nessa indústria do que podia lembrar e foi forjado a desconfiar de toda boa notícia. Estava feliz com o sucesso, claro, mas não era ingênuo de pensar que dois profissionais sérios se juntariam com seus agenciados apenas para lhes parabenizar sobre isso, tinha algo a mais e ele só estava analisando a postura de cada um ali , com seus olhos verdes que, apesar de jovens possuíam muita experiência, e esperando a bomba que provavelmente viria.
– E foi por tudo isso que eu acabei ligando para a Cleo dois dias atrás e oferecendo uma proposta que-
– Que eu disse que poderia dar certo, mas a escolha ainda é completamente de vocês garotos. – ela interrompeu.
– Vamos logo com isso, eu não tenho todo o tempo do mundo. – Harry cansou de toda essa ladainha e disse firme, logo após descansar seu guardanapo em cima da mesa. – Do que realmente se trata tudo isso?
– Nós concordamos que promover um namoro entre vocês poderia ser benéfico para as duas carreiras nesse momento. – Cleo falou de uma só vez e Louis, que estava bebendo um suco de laranja, foi obrigado a se desculpar depois de quase cuspir o líquido inteiro de volta na taça. – A banda de Louis está com a primeira turnê fora da América marcada e seria bom ter o alcance de públicos dos outros lugares. E Harry, nós lutamos muito para que você consiga desfilar nas três cidades da fashion week e sabemos muito bem que talento não é suficiente, eles querem views, alguém que esteja na boca do povo, que leve mais gente até as marcas.
Ela falou sem se deixar ser interrompida. De início estava um pouco resistente a essa ideia, mas depois de analisar bem os benefícios que trariam, não havia porquê negar.
– Gente, se eu entendi direito.. vocês querem que um cara de uma banda de rock, e que aparentemente nunca namorou alguém em público, de repente comece a namorar um modelo internacional e ainda por cima homem? Vocês só podem estar de brincadeira com a minha cara. – Louis estava quase rindo de nervoso, sem acreditar que tudo aquilo era sério. A feição dos outros três, por sua vez, eram sérios o suficiente.
– Eu concordo com ele. Entendo que isso é muito comum na indústria musical, mas não sei se daria certo. – Harry começou a falar. – Não esqueçam que o público que a banda alcança pode não ser tão receptivo com a causa LGBT e isso acabaria nos prejudicando mais que qualquer coisa. Sem contar com todas as outras variantes como-
– Nós pensamos em tudo isso, Styles. Eu não daria sugestão de nada que pudesse prejudicar os meus meninos, lembre-se que isso também me prejudicaria e eu tenho minha família para sustentar. – Tristan achou de bom tom esclarecer. – Não estamos aqui para brincar de casinha ou tentar a sorte, nós fizemos pesquisa de mercado, analisamos os números, discutimos sobre tudo que poderia dar errado e decidimos que vale a pena tentar, basta vocês aceitarem.
– O que me dizem, meninos? – Cleo finalizou. – A resposta final é de vocês.
Harry encarou Louis, ambos em silêncio. O modelo já tinha passado por muita coisa e sabia que uma oportunidade como aquela poderia ser valiosa e não duraria muito tempo, a chance de conseguir desfilar em não só uma, mas três Fashion Week lhe fazia brilhar os olhos. Quando criança ele soube aproveitar a oportunidade de ser agenciado e precisou sair de casa, deixar a família e se mudar de país para conseguir o que queria, um namoro falso seria nada perto disso. Então deixaria a escolha para o outro que, pelos olhos azuis nublados e tempestuosos, parecia debater internamente se valeria mesmo a pena.
Louis tinha muito a perder. Lutou desde sempre para que sua bandinha de garagem desse certo e fossem levados à sério e quando finalmente conseguem isso, surge uma ideia que pode alavancar de vez seus nomes para todo o mundo ou lhe enterrar completamente no limbo dos músicos que tinham tudo para fazer sucesso e deram azar. Ele não tinha um contato tão íntimo com sua base de fãs, mas sabia que eles não seriam preconceituosos. Porém é diferente você apoiar um casal gay que está vivendo a vida deles sem lhe influenciar em nada e apoiar seu ídolo numa mudança tremenda da mesma forma, por isso estava inseguro.
– Tristan, olha pra mim. – Louis virou para o outro homem, mostrando toda a vulnerabilidade e relembrando ao loiro daquele garoto de 20 anos que ele escolheu ajudar. – Me prometa pelo seu marido que pensou em absolutamente todas as consequências e essa maluquice não tem chance de estragar com tudo. Eu preciso que você me prometa!
– Eu não faria isso com vocês, Tommo. Mas se é isso que você quer, eu prometo. – Louis estreitou os olhos em sua direção. – Pelo Brad, eu prometo, ok?!
– Ok, então. Se estiver tranquilo pra você, Harry.. não quero que se sinta pressionado ou algo do tipo. – aceitou com um suspiro.
– Acho que pode dar certo. Vamos fazer isso. – o modelo concordou, dando de ombros.
– Que ótimo, menos uma coisa na minha lista. – Cleo agradeceu enquanto retirava duas pastas de dentro da bolsa, entregando para os mais novos, e esfregou as têmporas, tentando tirar a tensão do local. – Agora estudem isso, fizemos um plano para a história de amor de vocês. Eu coloquei os encontros baseados nas datas de folga que coincidiram entre os dois, mas pode ser que um precise viajar vez ou outra pra isso dar certo. Também esvaziei uma semana pro Harry acompanhar a tour que você, Louis, tem na Ásia, já que ele morou lá por alguns meses e tem bastante fãs por todo o continente. O plano inicial é de seis meses, começando agora em abril e finalizando antes da Paris Fashion Week, em outubro.
Ela ia falando sem parar e os olhos de Louis quase dobraram de tamanho, realmente não estavam lidando com nenhum amador e tudo aquilo era quase uma missão do FBI, com datas, planos, metas.. tudo devidamente organizado e traçado. Dessa maneira ele até se sentia mais confiante por ter aceitado.
– Aqui não diz exatamente como nós começamos a sair, vocês estavam imaginando usar as fotos que fizemos? Porque eu não sei se colaria, nós quase não nos falamos lá e muita gente percebeu. – Harry questionou ao passar os olhos por todas as letras, gráficos e fotos que compunham aquelas folhas em sua mão.
– Nada disso. O Arctic Monkeys tem um clipe para gravar esse mês e pensamos que você poderia ser um dos protagonistas, a história de vocês começaria dali. – Evans esclareceu com um sorriso satisfeito. – Temos um acordo, então?
– Temos. – os mais novos responderam ao mesmo tempo e se olharam em seguida.
V
O aluguel dos três cenários para o clipe foi reservado para apenas dois dias e as cenas que Louis teria que gravar sozinho ou com os outros colegas de banda tinham ocorrido no dia anterior. A música que tinha feito grande sucesso desde o lançamento e que foi alvo de vários pedidos por um MV tinha um ritmo sensual e envolvente, apesar do significado por trás da letra.
Nem sempre a composição de uma música retrata vivências do seu compositor, isso era certo, mas às vezes sim. Por isso, a história desenvolvida para o clipe pretendia contar sobre uma relação tumultuada e decepcionante, em que o protagonista expressa ter sido enganado e traído por quem mais amava. Destacando, ainda, que, apesar de ter se considerado tolo, agora está no controle do jogo e pretende mostrar à outra pessoa as consequências de suas ações. O refrão expressa todo esse sentimento de forma clara ao afirmar que a outra pessoa precisa dele, do protagonista, mas este já reconhece que é um amor falso e promete derrubá-la quando ela mais precisar.
Como um personagem magoado e querendo vingança, Louis gravou as cenas onde frequentava bares com os colegas, fumava cigarros e virava shots de alguma bebida transparente, que na gravação era representada por água. Sua barriga saiu tão cheia na noite anterior, depois de repetir os mesmos takes várias vezes para terem mais opções na hora de editar, que hoje ele agradecia pelas próximas gravações não precisarem da ingestão de nenhuma bebida “alcólica”.
Para o primeiro cenário do dia, Louis estava vestido em um conjunto de terno composto por tecido liso e cor terrosa, um marrom mais claro, que ajudava a destacar seus fios castanhos em um topete arrumado. A gravação aconteceu em uma balada de luzes baixas e vermelhas, onde muitos figurantes foram contratados para encher o local e bebidas caras preenchiam as mesas, além de ter máquina de fumaça deixando o ambiente mais pesado e íntimo para as várias pessoas seminuas que dançavam em pole dances.
A intenção era representar que seu companheiro era uma pessoa em casa, alguém que Louis conhecia como amoroso e fiel, mas na verdade tinha uma persona por trás disso e que foi descoberta bem ali, naquele local. Por isso Harry, que seria o outro protagonista do clipe conforme o combinado, estava ali substituindo a ideia original de ser uma mulher ocupando o papel, mas que ele faria muito bem.
Sua roupa combinava com a obscenidade do lugar, uma blusa rendada preta de mangas longas que, com toda a transparência, deixava suas tatuagens e mamilos aparecendo, vestia também uma espécie de tanga masculina de vinil, cobrindo basicamente suas genitais e só. Tinha os fios ondulados úmidos e uma máscara preta lhe cobria a face, deixando apenas os olhos verdes e a boca rosada à mostra, assim como os outros dançarinos e dançarinas, que também usavam o acessório misterioso, e trabalhavam na balada ocupando os palcos circulares com a barra de ferro.
As câmeras rodavam pelo local capturando os corpos dançantes que giravam e se penduravam no pole dance de uma maneira invejável, além de utilizar como plano de fundo para a filmagem os demais figurantes que bebiam e jogavam dinheiro cenográfico em cima dos homens e mulheres quase nus. Nesse mesmo espaço de tempo, enquanto Harry passeava elegante pelo local e sentava em outras mesas com vários homens, Louis era gravado andando pela balada, com a feição séria e à procura de alguém. Contudo, no momento seguinte ele já estava em uma mesa contendo apenas um sofá vermelho como assento e uma garrafa de wiskey muito caro na frente, ao passo que um certo modelo desfilava em sua direção com movimentos confiantes e prontos para seduzir quem quer que assistisse aquilo.
O diretor da filmagem indicou que Harry sentasse ao lado, com as pernas jogadas em seu colo e um cigarro entre os lábios, tragando o filtro e jogando para cima enquanto Louis recitava baixinho a letra da própria música que tocava ao fundo. Na luz vermelha os olhos verdes ficavam ainda mais bonitos e Louis podia jurar que os cílios do modelo pareciam pintados e maiores de tão perto. O próximo movimento que deveriam fazer lhe deixou um tanto inseguro, Harry tinha acabado de sentar em seu colo e se aproximou até ter os lábios quase colados aos seus, lhe passando toda a fumaça que tinha prendido nos pulmões.
Louis não era um bom ator, mas foi meio que automático entreabrir a boca e se deixar inspirar aquela névoa.
O máximo de contato que tiveram durante essa primeira etapa das filmagens foi esse, o resto se perdeu em cenas sozinhos e de olhares que diziam muito. Mas ao anoitecer daquele mesmo dia, em um quarto alugado, eles tiveram que terminar o clipe com as cenas que faltavam. Agora era a hora de retratar o casal que o protagonista conhecia e a maneira que eles viviam antes de ter descoberto o outro lado do companheiro. As cenas entre o quarto e a boate seriam intercaladas no final e dariam aquela impressão fascinante de lembrança do passado em choque com os acontecimentos do presente, independentemente da ordem em que foram gravadas.
– As luzes e câmeras estão posicionadas, garotos. Avisem quando estiverem prontos. – o diretor do clipe avisou. Ele era bons anos mais velho e tinha duas assistentes mais novas, talvez sejam universitárias do curso de cinema, que ficavam sempre passeando pelo quarto para garantir que tudo saísse conforme o planejado.
O quarto era bem básico, tinha uma TV de modelo antigo sobre a cômoda, uma cama grande com cabeceira de madeira e lençóis claros, um espelho retangular bem acima e alguns quadros na mesma paleta de bege e marrom preenchendo a parede ao lado. Louis vestia uma blusa cinza que facilmente passaria por um pijama e uma calça de tecido leve no mesmo tom. Já Harry vestia uma blusa larga demais para ele na cor branca em um tecido simples que chegava até o topo das coxas e não mostrava a boxer da mesma cor que usava por baixo.
Ambos tiveram seus cabelos minuciosamente bagunçados pela equipe de produção e nenhuma maquiagem foi passada, todos os detalhes estavam postos para tentar mostrar a convivência e intimidade de quem dormia e acordava junto.
– Tudo bem pra você, Harry? A gente pode falar com ele se for muito desconfortável, sabe.. – Louis falou baixinho para o rapaz ao seu lado na cama, em cima dos tecidos propositalmente desordenados. Eles tinham lido o roteiro há pouco tempo e sabiam muito bem como teriam que agir agora, o que explicava as faces um tanto coradas.
– Tá tranquilo, eu acho. Não deve ser mais constrangedor do que se trocar na mesma sala que diversos outros modelos julgando os corpos uns dos outros. – deu um risinho sincero, ele realmente acreditava que nada seria pior que aquilo, mas era compreensível que o outro estivesse tenso. Sendo um homem gay prestes a encenar uma pegação forte com um cara hetero, apesar de não ter certeza sobre esse fato, era até fofo que o outro queira lhe deixar confortável.
– É.. ok, estamos prontos então. – Louis disse ao diretor, que rapidamente soltou mais uma vez a música que, de tanto ouvirem, parecia ter se infiltrado no cérebro de todos ali presentes, e iniciou a gravação.
O ambiente, por ser mais calmo e íntimo, dava um ar diferente das cenas anteriores. Não tinham luzes piscando, nem máscaras cobrindo os rostos ou pessoas dançando e gritando. Na verdade, as luzes amareladas eram aconchegantes e claras ao ponto de Harry conseguir enxergar cada mínima sarda que apontava nas bochechas de Louis, e que ele não pôde perceber antes.
O modelo estava mais uma vez no colo do cantor, com menos vergonha do que anteriormente, já que não tinham muitas pessoas no ambiente no momento, apenas o pessoal necessário para cuidar das câmeras e luzes, e eles dois. Ainda era estranho ouvir uma voz mais grave e rouca gritando para que Louis passasse as mãos devagar pelas suas pernas nuas, e ele estava um pouco vermelho e arrepiado depois de senti-lo repetir o mesmo movimento mais duas vezes para que gravassem de ângulos diferentes.
Assim que finalizaram essa pequena parte, eles foram direcionados a deitar de uma forma que Louis ficasse por cima, tentando a todo custo não depositar todo o peso sobre si, segurando uma das suas pernas para cima e fazendo-a descansar nas costas cobertas pelo tecido cinza. A virada, no entanto, teve que ser refeita pelo menos três vezes porque na primeira Harry caiu em cima do próprio braço, na segunda Louis se enroscou um pouco e não conseguiu virá-los no tempo certo da música, o que ocasionou uma crise de riso nos dois, e na terceira tentativa o joelho do maior acabou acertando sem querer uma área muito sensível do cantor, mas ele pediu desculpas logo após.
Após esses momentos que ajudaram a dar leveza ao clima, eles finalmente acertaram o movimento e foi lindo como o encaixe se mostrou na câmera. O diretor até abaixou o tom de voz quando mandou que Louis raspasse os lábios nos vermelhos de Harry, para não quebrar a atmosfera e química que eles estavam criando juntos. Ao seguir o comando, o menor viu o momento exato em que a língua de Harry deixou um rastro molhado pelo lábio inferior, um segundo antes de Louis se inclinar devagar e deslizar a boca entreaberta por ali, decidindo ousar e fazer o que não foi pedido quando agarrou aquela carne macia entre os dentes pontudos e puxou de leve. Ele sentiu a respiração de Harry ser solta de uma só vez pouco antes de uma das assistentes soprar algo como “isso foi muito bom, Louis”.
Eles não estavam com os corpos colados, então ainda existia um resquício de espaço pessoal resguardado entre ambos, mas quando Harry teve que deslizar a camisa pelas costas do mais velho, esse espaço precisou diminuir. Sua coxa direita estava mais uma vez apoiada sobre o quadril do outro, mas agora ele conseguia sentir uma pequena parte da pele quente que lhe pressionava na cama enquanto Louis sussurrava a letra da música próximo ao seu ouvido e pescoço, deixando o ar quente arrepiar a pele clara de tal maneira que Harry não lembra quando exatamente fechou os olhos para apreciar o momento.
Mas logo acabou, porque eles tinham que trocar novamente de posição e o diretor sabia bem o que fez quando colocou essa cena para o final. Seus anos de experiência devem ter lhe dito que após alguns minutos gravando eles estariam mais soltos e dispostos àquilo, sem tanta timidez.
Harry estava mais uma vez sentado sobre Louis, que tinha as costas apoiadas na cabeceira da cama, e os lençóis fofinhos estavam amontoados ao redor deles deixando a visão ainda mais bonita. O modelo passava as mãos por toda a pele nua do torso e braços do menor, com três câmeras apontadas em sua direção e cada uma posicionada para filmar de um ângulo diferente. Uma delas tinha foco no perfil dos dois que se encaravam tão de perto que Louis cogitava, seriamente, estar um pouco vesgo. A outra, mais de longe e dando a completa visão das costas do cacheado, pegava também toda a cama desarrumada, as mãos do modelo pressionando os ombros de Louis e as mãos deste, que subiram a camisa branca de Harry até mostrar a faixa da cueca boxer, apertando a cintura fina da forma mais caricata possível para que não restasse dúvidas do desejo que seu personagem sentia.
A última câmera estava sobre a cama, filmando desde os tecidos até o alto da cintura dos dois. E se não tivesse música rolando no fundo do quarto alugado, os dois no centro do móvel não ouviriam nada naquele momento.
A música tinha as batidas fortes e sensuais ricocheteando no coração do maior, que parecia seguir a mesma melodia enquanto ondulava os quadris assim como estava descrito no roteiro. Ele seguia fielmente o que leu em todas aquelas folhas e por isso começou a rebolar um pouco tímido no começo, mas logo depois pegou o mesmo ritmo do que ouvia e se movimentou com mais segurança e angulação, de uma maneira que tinha certeza que ficaria bonito no clipe.
Louis sentia as mãos emaranhadas nos seus cabelos, desarrumando ainda mais os fios, e sua respiração estava um tanto ofegante enquanto o cacheado deslizava devagar para frente e para trás em cima de um tecido tão fino que era sua calça, o que não podia ser considerado uma real barreira entre eles. Por não estarem debaixo dos lençóis, foi indicado que Harry soltasse todo o peso das pernas e realmente sentasse em Louis, pois se assim não fosse, daria para ver na filmagem a resistência entre ambos e não pareceria real.
O cantor estava cuidando para não apertar demais a cintura do outro, mas suas mãos estavam inquietas e passeavam pelas pernas macias e quadril de Harry até se fecharem nos cachos bagunçados. Do outro lado, o maior sentia a pele arder e não sabia se era pelos toques de Louis ou pelo esforço de se manter em movimento por tantos minutos ou, ainda, se era fruto das respirações que saíam num mesmo espaço de tão próximos que estavam e pareciam que eles respiravam o mesmo ar quente. Muito quente.
Nesse momento uma das câmeras sinalizou que a bateria tinha acabado e a moça que filmava com ela pediu uns minutos para trocá-la, então o diretor também deu esse tempinho para os artistas descansarem um pouco. No entanto, apesar da oportunidade de saírem das posições e poderem esticar as pernas, os dois homens no centro da cama não se mexeram.
– Droga, eu realmente sinto muito por isso Harry. – Louis estava visivelmente constrangido e em dúvida se pedia para Harry sair do seu colo ou agradecia por ele não tê-lo feito ainda. – Sério, meu deus, que vergonha! – deu uma risadinha sem graça e tirou as mãos do cacheado, procurando trazer uma almofada mais para perto do seu corpo. – Não foi intencional, sabe.. eu só, eu-
– Ei, calma. – Harry riu. – Eu não tô ofendido ou algo assim, relaxa. – viu o outro soltar a respiração que tinha prendido, mas com esse ato seu quadril se movimentou involuntariamente e ele sentiu seu pescoço corar também. – Eu não tenho experiência com esse tipo de trabalho, mas deve ser normal, né?
Louis concordou com a cabeça e levou as duas mãos para o rosto, um pouco tímido e sem jeito, torcendo para finalizarem de uma vez as gravações. Fazia alguns minutos que Harry sentiu um volume embaixo de si, mas não tinha prestado atenção com toda a atmosfera envolvente que a música alta e a dança erótica deixava em seus ouvidos e pensamentos.
Ele só se deu conta que cada movimento - principalmente quando deslizava para frente até ter colado o peitoral junto ao do outro, pendendo sua cabeça acima da de Louis para logo ondular lento de volta e arrastando todos os centímetros de pele em contato - cada movimento como esse deixava o volume ainda mais presente e firme, além de deixar Louis mais corado e ofegante. Só então ele reconheceu o incômodo entre suas nádegas e quis rir, se sentindo um pouco lisonjeado até, mas não deixou transparecer.
– Para finalizar eu quero uma cena romântica, garotos. Deitem de lado e fiquem de mãos dadas, isso. – eles se arrumaram em uma espécie de conchinha, onde Louis deixou que Harry deitasse sobre seu braço direito estendido. Com o esquerdo ele abraçou o maior, tentando não pressionar seu membro no final das costas do outro, mas a risadinha que o modelo deixou escapar, pressionando os lábios um no outro e mostrando uma das covinhas, mostrou que Louis não teve tanto êxito assim. – Tá ótimo assim, brinquem um pouco com os dedos entrelaçados.. perfeito.
Era reconfortante para Harry ser aconchegado daquela forma, mesmo que sentisse a ereção do outro, que já se desmanchava, lhe cutucando um pouco por trás. Mal lembrava a vez em que se sentiu confortável numa posição tão vulnerável, sendo abraçado e sentindo a respiração lenta de outra pessoa em sua nuca. Isso poderia ser familiar para muita gente, mas para ele não era. Se perdeu um pouco olhando seus dedos deslizarem pelos do outro com um sorriso mínimo no rosto e depois de alguns segundos foi despertado quando as luzes fortes se apagaram, só restando a iluminação comum da lâmpada do quarto.
– Temos o suficiente, vocês foram ótimos. – o diretor sorriu e as suas assistentes esbanjaram agilidade em desmontar os equipamentos ao redor do cômodo. Louis e Harry pareciam estar lerdos demais em comparação. – Eu devo combinar com o Tristan a edição e entrega do material pronto, Tomlinson?
– Eu.. é, sim. – tossiu para limpar a garganta. – Isso, ele vai combinar contigo, mas acredito que o prazo máximo é de duas semanas.
O outro concordou com a cabeça e se aproximou para apertar a mão dos dois, Louis até levantaria para abraçá-lo, mas era melhor não. Harry já estava de roupa trocada, a rapidez com que ele fez a mudança devia ser alguma habilidade adquirida com a profissão, já Louis, entretanto, esperou todos saírem do quarto após uma rápida despedida, para finalmente levantar, tropeçar na confusão de tecidos sob seus pés, e vestir suas próprias roupas.
– Nos vemos em duas semanas então? – Harry perguntou antes de sair. Ele tinha um óculos escuro segurando os fios rebeldes em sua cabeça e uma ecobag nos ombros.
– Sim.. obrigado por hoje e me desculpe mais uma vez. – ele pediu novamente, não queria imaginar a possibilidade do outro ter se sentido assediado ou algo do tipo. Harry dispensou com as mãos. – Em provavelmente duas semanas o clipe estará pronto e vão começar os boatos.. – o modelo arqueou uma sobrancelha. – quer dizer, aumentar os boatos. Daí nós vamos jantar e pronto, estamos namorando.
– Parece tão fácil, né? – os dois soltaram um suspiro em conjunto. – Bom.. suponho que eu deveria ter o número do meu futuro namorado.
– Ah, claro. Na verdade, Tristan já me passou o seu.. eu vou te mandar uma mensagem e você salva.
– Tudo bem. Nos vemos depois então. – o outro se despediu da mesma forma, mas foi um tanto constrangedor quando o modelo não se decidiu entre um abraço ou aperto de mãos e Louis teve o mesmo problema. Ficaram naquela dança esquisita por poucos segundos e logo depois, com sorrisos envergonhados, eles deram um abraço rápido e saíram, cada um para um lado.
°°°°°
A primeira semana após a gravação do clipe foi relativamente tranquila, Louis terminou a etapa de shows que restavam nas demais cidades da Inglaterra e apesar de não terem diminuído as especulações sobre sua vida amorosa nas redes sociais, nenhuma nova informação ou foto foi vazada, o que era uma boa notícia e mostrava que até agora o plano estava sendo seguido completamente.
Depois disso, ele finalmente teve alguns dias de intervalo e aproveitou para visitar a família, na intenção de passar o máximo de dias possíveis com eles para amenizar um pouco da saudade.
A casa do subúrbio de sua infância, de paredes escuras e um jardim na frente, deu lugar a um belo imóvel planejado em um condomínio na parte mais rica de Londres. Esse foi o primeiro presente que deu aos pais quando melhorou de vida e, contra o que todos costumam pensar, não foi tão difícil quanto parece deixar suas memórias para trás. O quarto cheio de posters de bandas de rock para onde ele levava as namoradinhas de escola, a escada onde ele costumava correr atrás das irmãs em uma brincadeira não muito segura de pega-pega, e, não menos importante, a garagem na qual seus sonhos tiveram início.
Mais do que qualquer lembrança antiga, o cantor priorizava sua família. A segurança e bem-estar deles sempre foi um dos seus principais objetivos, e mesmo que sua mãe tenha ficado reticente em aceitar a mudança drástica de cenário, ainda preocupada com a carreira instável do filho, ela se encantou de pronto com o presente e talvez isso tenha contribuído fortemente para que a mulher aceitasse melhor o caminho que Louis resolveu trilhar. Andy era uma mulher madura que teve seu primeiro filho muito cedo e o namorado na época não quis arcar com a mesma responsabilidade, então ela contou com a pouca ajuda que tinha na casa dos pais, não entrou na faculdade e se contentou com qualquer emprego que lhe aceitasse naquelas condições.
Sua vida foi de abdicações em prol da pequena família que estava criando até o garotinho completar 10 anos, quando conheceu um homem apaixonante e que não demonstrava ser igual aos outros. O padrasto de Louis, Ben, lhe aceitou como filho assim que venceu as barreiras emocionais da mulher e pôde se aproximar de verdade, depois não demorou muito para eles morarem todos juntos e saírem da casa dos avós do menino, mas claro, seguindo o que as condições financeiras do momento permitiam.
Alguns anos mais tarde, Andy descobriu estar grávida de duas lindas meninas e Louis, depois de se recuperar da crise de ciúmes, realmente adorou a ideia de ser irmão mais velho. Chloe e Cassie nasceram idênticas, a pele mais morena e os olhos castanhos como o pai, eram a paixão do pequeno Louis, que não economizava energias ao brincar e se divertir com as duas à medida em que foram crescendo.
Mas ao sair de casa com 20 anos, deixando as mais novas na faixa dos 8, ele sentia que perdeu grande parte da evolução das meninas e isso o deixava um tanto emotivo só de pensar que elas já podem ter passado pelo primeiro amorzinho de infância ou até mesmo um primeiro beijo. Não ajudava lembrar que ele não teve a oportunidade de aterrorizar garotinhos de, agora, 13 anos. Pelo menos a etapa da faculdade ele não tinha perdido ainda e faria de tudo para não o fazer.
Quando enfim ele entrou na casa nova - não tão nova assim - dos pais, foi recebido com um abraço duplo animado que sentiu tanta falta.
– Lou! Lou! – as duas pré-adolescentes gritavam e pulavam ao seu redor, fazendo com que o homem deixasse as malas na entrada e se rendesse àquela euforia. – Você veio pro nosso aniversário? Eu queria fazer das meninas malvadas, mas a Cass quer que seja daquela banda chata que ela gosta. – a gêmea poucos segundos mais velha falou revirando os olhos.
– Você pode mandar essa feia não falar assim deles? – a outra rebateu enfurecida, com braços cruzados e tudo. – Eu não pedi pra você nascer comigo, então não tenho culpa do nosso aniversário ser em conjunto. Se você acha tão ruim assim pode ir morar com outra família. – Cassie saiu batendo os pés e Louis queria rir, mas não o fez. Era engraçado como irmãos tem esse costume de brigar por coisas tão simples a qualquer hora do dia.
– Ô mãe!! – a outra menina correu atrás, esquecendo completamente que o mais velho tinha acabado de chegar.
– Lar, doce lar. – Louis falou com um sorriso no rosto e um suspiro contente.
A festinha de aniversário aconteceu dois dias antes que Louis precisasse voltar para Los Angeles, e fazia um ano que ele não conseguia estar presente nessa data, mas agora estava tudo dando certo. Ele fez questão de trazer dois presentes diferentes, pois conhecia a personalidade de cada irmã, e ainda levou flores para a mãe e uma lembrancinha para o padrasto.
A despedida, no entanto, foi regada a lágrimas das mais novas, que atrasaram o quanto puderam o irmão ao se agarrar nas pernas do mais velho e sequestrar uma de suas malas. Sua mãe se despediu com um abraço rápido e logo saiu para a cozinha, mas Louis percebeu que a mulher estava se segurando para não chorar na frente de todos, sempre se fazendo forte para a família.
O voo de pouco mais de 11 horas era exaustivo, mas ele conseguiu descansar pelo menos um pouco antes de seu cérebro voltar a pensar nos eventos seguintes na linha temporal tão bem definida que sua vida seguia agora. O videoclipe ficou pronto enquanto ele estava aproveitando com a família, por isso a missão de revisar e aprovar a edição ficou para Tristan e os outros garotos da banda, então a próxima etapa seria a publicação assim que ele chegasse em Los Angeles. Com isso viria a primeira aparição pública dele com Harry, aproveitando que o modelo estava na cidade a trabalho, o que traria, segundo a secretária do cacheado, mais pesquisas em seu nome assim que eles fossem flagrados juntos e mais pessoas acessando a página no youtube, conhecendo a música nova e, consequentemente, o trabalho da banda.
A primeira pessoa que encontrou quando chegou no estúdio, logo depois de dormir por algumas - poucas - horas em seu apartamento, foi Tristan. A televisão do estúdio, que ficava no alto da parede, mostrava a contagem regressiva para a estreia do vídeo no YouTube, tinham cerca de três horas de pura ansiedade até o clipe estar disponível e Louis assistir pela primeira vez, mas enquanto isso o Loiro quis acertar os últimos detalhes sobre o que viria depois.
– Eu falei com o Zak e o Antony para fazerem as fotos hoje. – Evans disse. – Vocês dois provavelmente não vão vê-los, eu pedi para serem o mais discretos possível.
– Só dois? Vindo de você eu esperava uma chuva de paparazzis e flashes, helicópteros, tapete vermelho e gente gritando. – Louis riu ao enumerar.
– Engraçadinho.. Esse primeiro passo deve ser o mais cuidadoso, senão vai foder com tudo. – Ele passou a mão pelos cabelos bagunçados, apesar de toda a cautela com que estavam seguindo o plano, se alguma coisa saísse de maneira não natural para o público, seria o fim. – Se vocês virem alguma coisa entre arbustos ou do outro lado da rua, não olhem diretamente. Sério, Tommo, faça questão de parecer apaixonado pelo Styles e não deixe sua curiosidade lhe fazer encarar qualquer outra pessoa.
– Ei! Eu vou fazer tudo certo, relaxa.
A programação do dia para Louis era: estreia do MV às 13h, almoço com os caras para comemorar, passar a tarde vasculhando os comentários sobre o clipe no Twitter, mas isso era um segredo seu, e às 20h encontraria Harry em um restaurante conhecido por atrair pessoas famosas.
Em um relacionamento real ele duvidava que o lugar seria sua primeira escolha para um encontro, mas como era praxe alguns artistas serem vistos por lá, não criaria desconfianças em cima dos paparazzis, pois eles podiam ficar de tocaia lá sempre atrás de algum furo interessante. Mas como não era real, para Louis não importava muito aonde iriam.
Quando pôde riscar a primeira linha imaginária da sua lista de tarefas para o dia, o cantor se surpreendeu com o resultado do vídeo. O jogo de câmeras e luzes foram tão necessários para dar o tom que a história pedia que ele nunca mais reclamaria sobre o preço de se contratar uma boa equipe. As cenas que mudavam entre o passado e o presente ficaram perfeitas e os olhares que as câmeras capturaram deixou tudo tão real que ele até se sentiu um pouco envergonhado quando a televisão foi preenchida completamente com a cintura de Harry sobre a sua, rebolando de maneira condizente com a batida da música, tão sensual, e ele ouviu um coro de “uou!” e “se deu bem” entre as risadas imaturas dos amigos.
Dizer que os fãs do shipp enlouqueceram com tudo isso foi um eufemismo. O celular dos dois parecia que podia travar a qualquer momento de tantas notificações e mensagens nas mais diversas redes sociais e quando já estava perto do horário marcado para o jantar, Louis o colocou no modo avião e foi se arrumar.
O cantor não sabia muito bem o que vestir e por isso apostou no básico que lhe deixava confiante. Uma blusa vinho lisa e calça preta com a jaqueta jeans claro para espantar o vento frio que não era tão comum na primavera californiana, mas que apareceu naquela noite. Porém, enquanto ele esperava sentado em uma das mesas próximo à sacada do restaurante, logo atrás dos vidros que tinham vista para a rua, notou um homem se aproximar pela visão periférica.
Ele tinha acabado de deixar o sobretudo com um dos funcionários do local e vestia por baixo uma camisa preta com alguns botões abertos mostrando o colar com pingente de cruz que Louis nunca o viu sem, calça também na mesma cor, mas com listras verticais brancas, o que o dava a impressão de ser ainda mais alto, e nos pés o sapato lustroso passava a impressão de ser muito caro.
Louis quase escondeu seus vans por baixo da mesa, mas escolheu sorrir ao levantar para cumprimentar o outro.
– Você poderia ter me avisado que viria assim para eu tentar me vestir um pouco melhor, não acha? – Foi a primeira coisa que disse ao segurar a cintura de Harry e depositar um beijo no rosto do modelo.
– Essa é a sua forma de me elogiar? – Styles riu, graciosamente. – Você também está muito bonito, Louis.
Eles estavam próximos o suficiente para gerar suspeitas e o mais alto apoiou a mão no ombro do outro.
– Acha que podemos sentar agora? Já deve ter dado tempo de tirarem algumas fotos, eu acho. – Harry se inclinou para falar no ouvido de Louis, o que deixou o outro com uma visão privilegiada e com detalhes do colar que ele usava, além dos botões abertos logo abaixo. O modelo também aproveitou para sentir o perfume de Tomlinson e aprovou o bom gosto.
– É, sim. deixa eu só.. – Respondeu ao puxar a cadeira em sua frente para o cacheado sentar e revirou os olhos quando o outro pousou as mãos no coração, tentando fazer graça com o gesto educado.
As unhas dele estavam pintadas de um rosa alaranjado, algo como salmão, e alguns anéis enfeitavam ainda mais os dedos. Louis não imaginava que aquela cor poderia ficar bonita em esmaltes, mas se fosse para ficar, é óbvio que seria em alguém como Harry Styles.
Eles fizeram os pedidos e Louis descobriu que o outro seguia uma dieta de carnes brancas, só comia peixe e muito raramente aceitava frango ou outro animal. Isso foi pauta para alguns minutos de conversa enquanto esperavam os pratos chegarem, o maior falava de maneira calma e de uma forma que prendia a atenção de qualquer um, dando algumas bicadas no vinho que pediram vez ou outra. Do outro lado da mesa, Louis também o acompanhava na bebida e lhe ouvia de uma maneira que o cacheado não estava acostumado, ele gostava de demonstrar que estava ouvindo e por vezes seguia os lábios do outro com o olhar para entender melhor o que era dito. Proposital ou não, aquela atenção pode ficar meio desconcertante se durar por longos minutos como acontecia ali.
Por isso Harry também passou a questionar coisas comuns sobre a carreira e vida pessoal do cantor, queria o conhecer melhor já que o relacionamento duraria, pelo menos, seis meses.
– E quando eu pedi pra repetir, ela simplesmente levantou a blusa. – Louis contava aos risos. – Não, sério. Eu realmente não tinha entendido o que ela tinha falado, não era pra ser uma confirmação a seja lá o que aquela doida ofereceu.
Eles estavam no meio do prato principal e o menor ria e gesticulava muito com as mãos e olhos enquanto contava sobre a vez que uma fã resolveu mostrar os peitos no meio do show. Aparentemente a moça estava muito animada, talvez um pouco bêbada, e quando ele parou o show para ver se estava tudo bem, ela começou a falar algo que ninguém da banda tinha entendido, mas assim que Louis se aproximou pedindo para ela repetir, a garota abaixou o tomara que caia branco que usava. Harry riu tanto que sentiu suas bochechas doerem, imaginava que a vida de um rockstar devia ser muito louca, mas não era pra tanto.
– Sinto em dizer que meu trabalho pode ser entediante comparado a isso. – o modelo foi parando de rir aos poucos e começou a contar quando foi perguntado sobre alguma história parecida com a do outro. – O máximo de emoção que tive provavelmente foi quando meu salto quebrou no meio do desfile. – Louis fez uma careta de dor. – Pois é, meus tornozelos ficaram doloridos por alguns dias depois disso.
Na hora em que o garçom perguntou se pediriam a sobremesa, o menor encostou o suficiente para sussurrar no ouvido do outro de forma divertida.
– Seria muito meloso dividirmos uma sobremesa no primeiro encontro? – dava pra sentir o sorriso arteiro em seu rosto.
– Não sabia que você era desses caras, Tomlinson. Espero que não queira economizar na sobremesa com as garotas que você sai, ninguém gosta de homens assim. – Harry implicou.
– Cala a boca, é romântico, vai. – eles falavam tão próximos que Louis se viu enrolando um cachinho do outro e puxando, numa intimidade que ele raramente desenvolvia em tão pouco tempo. O empurrão discreto em seu ombro que recebeu logo em seguida foi merecido, no entanto.
– Vamos querer esse creme de papaia com cassis.. sim, só um, nós vamos dividir. – o modelo sorriu educado para o garçom e Louis deu um sorriso vitorioso em sua direção. A alegria, no entanto, só durou até descobrir que a sobremesa parecia mais algo que uma senhora pediria e não uma bomba de açúcar como ele imaginava. Nunca mais deixar o modelo escolher sua sobremesa, anotado.
A noite foi mais divertida do que eles esperavam, a companhia era agradável e o clima não foi tão constrangedor quanto poderia ser. Ambos estavam satisfeitos com isso e poderiam até dizer que uma amizade estava surgindo a partir dali.
Alguns flashes foram percebidos assim que Louis abriu a porta para que Harry entrasse em seu carro, não tinham combinado que ele levaria o mais novo para casa, mas o improviso caiu bem.
– Está entregue, são e salvo. – destravou as portas e se virou para o cacheado que estava no banco do carona.
– Muito obrigado pela carona e pelo jantar Louis. Eu realmente acredito que poderia ter sido pior. – Harry sorriu provocante e revirou os olhos quando o outro se fez de ofendido, com as mãos no rosto e tudo.
– Para você é namorado, não Louis. – rebateu com uma sobrancelha erguida.
– Então te vejo depois.. – ele se aproximou lentamente e completou próximo à orelha – namorado. – deixou um beijo estalado no rosto do cantor e saiu do carro.
VI
Harry: (Foto)
Harry: Nós estamos na Times Square!!!!!!!!
Harry: Nunca pensei que ficaríamos tão bem nas telonas 👍👍😁
Louis: Isso é foda pra caralho! Ficamos realmente muito bem ;)
(...)
Louis: Ei, eu vi seu desfile ontem. Aquela apresentadora definitivamente não sabe de nada.
Louis: Ah! e eu aposto que aquela roupa feia dela ficaria melhor em você.
Harry: Obrigado, Louis 🙂
Harry: Mas nunca mais fale assim de uma Gucci na minha frente 😡
Louis: Eu tô te defendendo aqui, tá bom?! Não seja ingrato, haha
Harry: 🙄🙄
Harry: Sua risada não tem a menor graça assim, você pode usar emojis como todo mundo que está vivo no século XXI sabia?
Louis: Obrigado, mas não, obrigado.
(...)
Harry: Cleo me deu o ingresso para o show na sexta. É muito ruim se eu disser que não conheço a banda??
Louis: Na verdade, sim, Styles. Infelizmente nosso relacionamento precisa acabar aqui.
Harry: Não seja palhaço 🙄🙄
Harry: Só preciso saber as principais músicas pra não passar vergonha, Louis. Me ajuda!! 🙏😁
Louis: Meu deus.
Louis: Vou compartilhar minha playlist com você, mas não abusa.
Harry: 👍😍
Louis revirou os olhos com um sorriso mínimo no rosto e enviou o link do spotify com a pergunta brilhando num letreiro neon na sua mente “Quem diabos não conhece Imagine Dragons?!”. Fazia quase um mês desde a última vez que viu o modelo pessoalmente e os boatos sobre o namoro pareciam estar esfriando, então veio a calhar que um dos seus colegas conhecia alguém que conhecia outro alguém que trabalhava com Dan Reynolds, o vocalista. No fim, ele estava com cinco ingressos VIPs para assistir o show e além da sua própria banda, seria um ótimo programa para levar também o namorado.
Os dias depois do lançamento do clipe foram os mais agitados e caóticos que ele já experimentou durante toda a carreira. Além do estrago nas redes sociais que ele já previa, percebeu que em todos os shows dali em diante teriam várias pessoas e celulares voltados a qualquer parte considerada especial em busca de uma certa presença. De qualquer forma, Louis não deixou de ficar grato quando a procura de ingressos pros camarotes em cada setor e cada show ficou bem maior que o comum, não dava para reclamar se as pessoas querem gastar tanto dinheiro assim só para tentar achar seu “namorado”. Como se ele não fosse ficar exatamente na frente do palco ou então lá em cima com os produtores caso estivesse realmente lá.
E depois de quase um mês, com os ânimos mais calmos, os fãs teriam mais algumas fotos para voltarem a surtar. Foi o que Louis pensou ao ver o carro vermelho e blindado parar na porta do seu prédio, e ele completou o pensamento de que deveria ter imaginado que Harry, aquele Harry, certamente não dirigiria um carro preto ou que fosse de algum modo.. sem graça.
Entrou no carro com um assobio na ponta dos lábios e elogiou a escolha do automóvel, brincando que esperava um dia ter tanto dinheiro quanto o cacheado para comprar um do mesmo modelo. Harry sorriu ladino e uma covinha charmosa despontou na bochecha. Os cachos estavam estrategicamente dispostos pela cabeça dele e não tão definidos, e o dress code preto parecia ter sido combinado, já que ambos se encontravam vestindo a mesma cor. Se não fosse os pequenos brilhos prateados que eram discretos, mas aparentes, por toda a camisa do cacheado e a blusa de manga longa com gola portuguesa que Louis usava, podia-se dizer que eles combinaram em usar calças skinny jeans e vans.
– Eu descobri porque a banda do show de hoje não era tão desconhecida assim pra mim. – Harry disse logo após iniciar a rota pelo GPS e dar partida no carro.
– Então eu ainda posso ter esperanças sobre algum possível bom gosto seu? Ei! – Louis riu ao ser beliscado na coxa.
– Não exatamente.. eu só lembrei porque uma das músicas da sua playlist era a preferida do meu ex. Bem.. tipo ex. É complicado.
– Ele era o cara com bom gosto da relação então.
Harry acenou com a cabeça, mesmo um tanto confuso sobre a última fala do cantor. Não pareceu ser apenas sobre música aquele comentário.
– Vocês ficaram juntos por muito tempo? Ah, meu deus! Foi tipo um namoro super falado do mundo da moda e eu estou passando vergonha por não conhecer? – continuou Louis, apreciando a risada que o cacheado soltou com sua forma exagerada de falar.
– Não para a primeira pergunta. Talvez para a segunda. – deu uma olhada rápida em Louis e se deparou com os olhos azuis voltados para si, depositando toda a atenção no que falava. – Ele também é modelo.. basicamente trabalhávamos juntos em muitas campanhas e desfiles, éramos um casal bonito e todas as marcas queriam o contrato em conjunto.
– Consigo imaginar algo assim.
– É.. só que com tudo isso nós começamos a nos aproximar e nos relacionar. De verdade. – Não tinha uma carranca no rosto, tampouco um sorriso. A feição serena como se estivesse contando sobre o tempo deixou Louis curioso e até espantado sobre o quão bem resolvido Harry demonstrava ser sobre o assunto.
– Deixa eu adivinhar, então isso deixou de ser comercial e vocês foram naturalmente se afastando?
– Ah, não! Não mesmo. Nós ainda trabalhamos juntos às vezes. – soltou um sorriso com a careta confusa que Louis fez. – Sam não tinha realmente a intenção de algo sério quando me pediu em namoro, ele sempre amou sair com várias pessoas e quando eu penso em solteiro só consigo imaginar ele como personificação da palavra. Eu era muito novo, passamos algum tempo juntos mas sem realmente sermos exclusivos.. bem, pelo menos ele não era exclusivo.
Louis ainda prestava atenção em cada palavra que saía dos lábios cheios do outro, querendo ouvir toda a história. Ele conseguia demonstrar devoção e interesse de uma maneira tão simples que era basicamente confortável de se conversar qualquer assunto, desde enfeites de natal a assassinatos em série.
– Eu não podia cobrar nada, na verdade. – Harry continuou. – Depois de dois anos nesse rolo, quando ele resolveu me pedir em namoro, eu não aceitei e resolvi terminar qualquer envolvimento romântico e sexual que tínhamos. Por isso o “tipo ex”.
– Oh, uau. – Louis desviou o olhar para a estrada, de sobrancelhas erguidas e só um pensamento rondando sua mente. – Ele realmente era o cara com bom gosto, mas não soube fazer boas escolhas.
Harry sentiu sua bochecha esquentar e manteve os olhos nos faróis que ocasionalmente iluminavam todo o carro.
– E quanto a você? Nenhum relacionamento para contar história?
– Eu nunca namorei. – deu de ombros. – Tive algumas pessoas aqui e ali, mas meu foco sempre foi minha música e carreira. Não apareceu ninguém que me fizesse ter interesse em algo mais sério e duradouro.
– Vendo pelo lado bom, ninguém precisa surtar de ciúmes quando seus fãs resolvem fazer um strip pra você. – levantou e abaixou as sobrancelhas, lembrando da história que o outro lhe contou no restaurante um mês atrás, e riu ao ouvir uma série de “hahaha” sair dos lábios alheios.
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Os amigos de Louis eram super divertidos e rapidamente criaram uma intimidade digna de anos de amizade com Harry.
O show tinha sido eletrizante, apesar de não fazer muito o estilo do cacheado, as batidas fortes e a energia surreal da plateia fazia qualquer um se render e curtir como nunca. Todos eles ficaram na parte frontal do espaço, antes mesmo da primeira grade que dividia o palco dos fãs que provavelmente estavam acampados na fila há dias para ficar o mais perto possível do seu ídolo. Harry tentou aproveitar da maneira mais discreta possível a visão do vocalista na passarela, dançando e cantando de maneira definitivamente sexy demais para qualquer um que tenha olhos funcionais.
Dan Reynolds estava muito suado, com toda aquela pele alva a mostra, sem camisa e sem nenhuma tatuagem visível. O shortinho preto parecia algo que o modelo costumava usar em suas corridas ou sessões de yoga, e mesmo que o tecido leve fosse igual, o caimento em ambos era uma coisa totalmente diferente. O cantor tinha um corpo forte e todos os músculos definidos no lugar certo, o que geralmente não fazia o tipo de Harry, mas após algumas cervejas e uma visão muito próxima daquele monumento que chamavam de homem, ele estava com medo de sair babando pelo cantor errado nas fotos que alguém devia estar tirando.
Louis pareceu sentir o mesmo medo, pois tinha passado menos da metade do show quando ele pressionou as costas do cacheado em seu peito, passando os braços pela cintura marcada dele e soprando um “se comporte” baixinho no ouvido. Ficaram naquela posição pelo resto da apresentação inteira e quando Harry dançava desengonçado, apenas para provocar o outro que aparentemente não curtia passar vergonha em público, Louis era obrigado a acompanhar o movimento já que seus braços não sabiam o caminho de volta para o lado do próprio corpo e permaneciam segurando com firmeza o outro.
– E teve aquela vez que o Louis roubou o carro do padrasto e mandou o Liam dirigir até a cidade vizinha porque nós fomos chamados para cobrir o show de uma outra banda que tinha cancelado de última hora no festival da cidade. – Jamie disse, rindo.
Eles estavam em uma espécie de festa mais reservada após o show, o lugar tocava uma música eletrônica mas não era alta o suficiente para impedir as conversas que rolavam pelo local. Tinha poucas pessoas, provavelmente só os convidados pelos músicos do Imagine Dragons tinham acesso a essa parte mais intimista e exclusiva, então a banda de Louis resolveu contar algumas histórias sobre sua trajetória enquanto o cacheado se divertia como mero ouvinte.
– Tecnicamente não foi um roubo e você está sendo generoso em chamar aquela merda com aproximadamente 50 pessoas presentes, sendo que metade devia estar tão chapada que não faria diferença sermos nós ou um pendrive tocando, de festival. – protestou Nick.
– Detalhes.. ainda assim o Tommo aqui conseguiu assumir toda a culpa pelo nosso sumiço de várias horas e acho que até hoje meus pais não sabem aonde a gente foi. – finalizou Jamie com um semblante pensativo, apesar de grato.
Louis ouvia as histórias e a forma como os amigos falavam com um sorriso de canto fixo no rosto e por vezes revirava os olhos em divertimento, mas a postura não deixava de ser confortável. Ele se sentia bem em apenas deixar os outros terem seus momentos falantes, mesmo que os temas lhe digam respeito, e continuava bicando o copo de energético com vodka calmamente.
Harry sempre se considerou um bom observador e graças a isso ele percebeu como Tomlinson, pelos relatos, sempre se manteve presente e constante na vida daqueles outros homens. Podia não parecer de longe, mas o cacheado agora tinha certeza que cada pequena atitude que Louis tomou e toma em sua vida tem como principal preocupação as pessoas em sua volta. Isso era simplesmente puro e belo.
E não é como se o cantor quisesse crédito por nada disso. Gastou literalmente todas as economias para gravar a demo e não aceitou que os outros se comprometessem tanto assim, assumiu a responsabilidade quando alguma aventura era descoberta e provavelmente pegou todo o castigo para si sem dedurar os outros garotos, incentivava todo mundo a se manter acordado por várias noites nos pubs de Londres apenas esperando uma brecha na programação para que fossem encaixados, como se os equipamentos encostados no meio fio não estivessem alí por horas sendo nutridos por um pequeno fio de esperança. Louis Tomlinson foi a força que os liderou até onde chegaram e merecia cada olhar de gratidão, mesmo que demonstrasse fazer pouco caso.
Quando Harry o deixou em casa naquela madrugada, sem paparazzis os perseguindo dessa vez, se sentiu ainda mais admirado e comovido pelo Louis que a cada dia conhecia mais um pedacinho.
O tempo praticamente voava entre trabalhos aqui, shows ali, uns desfiles acolá e mais tantas publicidades. Por isso, os próximos dois meses foram preenchidos por exatos três encontros rápidos entre os dois artistas.
– Sua mão é sempre tão gelada? E tão grande.. sério, espera um pouco, não é tão fácil achar uma posiçã- isso. Melhorou – Foi o que Louis disse enquanto eles estavam passeando pelas ruas de Los Angeles. Harry tinha um suco verde nas mãos e o cantor bebia seu café gelado aos poucos, ambos curtindo o clima ameno e o vento que balançava os grandes coqueiros que enfeitam a maioria das avenidas da cidade.
– Não precisa segurar elas se estiver difícil para você com essas mãos tão miúdas. – as covinhas atrevidas faziam questão de enfeitar o rosto bonito do outro.
– Como ousa? – e simplesmente iniciaram uma disputa muito séria, e não verbal, sobre qual mão ficaria na frente enquanto andavam. Os braços se esbarravam com velocidade e os risos ficavam cada vez mais altos.
Na próxima vez que se viram, Louis estava acompanhando o lançamento da coleção sazonal de alguma marca parceira do maior. O evento era em Nova York, a grande maçã, e felizmente coincidiu com a agenda de shows da banda, então sem problemas quanto a isso.
O problema em si veio à tona quando alguns conhecidos apareceram para cumprimentar Harry, com sorrisos brilhantes e olhares afiados, dignos dos vilões da Disney. Até Tomlinson, que não se considera muito atento, foi capaz de notar a maneira com que a postura do modelo ficou ainda mais ereta e imperturbável, se é que aquilo era possível, e como ele fixou um sorriso educado no rosto, mas que depois de alguns dias vendo a forma como as covinhas se mostram e os olhos apertam, Louis sabia que não era real.
– Argh! Pensei que eles não fossem sair nunca. – o menor falou próximo ao ouvido do cacheado, mesmo que, com sua teimosia por não querer ficar na ponta dos pés, tenha chegado no máximo no maxilar rígido dele.
Foi quase de imediato que as sobrancelhas de Harry relaxaram e o sorriso plastificado finalmente saiu do rosto. Ninguém nunca tinha se concentrado e percebido as singelas mudanças, mas Louis sim. Aparentemente havia um Harry, aquele divertido e brincalhão que se tornou seu amigo nos últimos meses e embarcou nessa loucura com ele, e existia o Harry Styles, a personificação da palavra modelo, alguém que exalava perfeição e em quem todos se inspiravam, aquele que não cometia erros. Devia ser tão cansativo, o menor só queria poder espalhar as mãos sobre os ombros do outro e fazê-lo relaxar toda essa tensão para fora.
Quando se viram na próxima vez, já no início de agosto, o verão estava com tudo na Califórnia e pegar uma praia foi uma ideia muito bem-vinda. Venice Beach era completamente surreal e estonteante, a areia clara e fininha onde os banhistas caminhavam com calma ou simplesmente deitavam para tomar sol, o mar tão azul e intenso que diversos surfistas se divertiam praticando por ali, além de diversos esportistas, desde o skate ao patins, deslizando pelas pistas e contribuindo para a energia contagiante do local.
A praia era muito frequentada, o que foi uma escolha óbvia para os fins do relacionamento dos dois, mas não tão cheia como Santa Mônica, que por ser um destino certo para os turistas, provavelmente tiraria qualquer resquício de privacidade dos artistas e poderia ser até perigoso em certo ponto. Então Louis e Harry conseguiram se divertir um pouco, mesmo com algumas pessoas cochichando em sua direção às vezes e com outras não sendo nada discretas ao tirar fotos do casal.
– Eu não sei.. só senti que devia aproveitar, entende? – os olhos verdes desviaram da bela vista em sua frente, o oceano vasto e algumas crianças correndo, e se virou para Louis. – Esse tipo de oportunidade não aparece a todo momento e eu precisei voar mais cedo que o esperado, mas pode ser bem difícil às vezes. – voltou novamente a fitar o mar.
Eles tinham essa coisa de mudar de assuntos divertidos e engraçados à dramas familiares num piscar de olhos, sem, contudo, pesar o clima ou ficarem desconfortáveis. Styles nem lembra qual foi a última vez que conseguiu falar sobre sua vida pessoal sem temer ter alguma informação vazada ou que a pessoa se aproveitasse de alguma forma do que foi dito para tirar vantagem.
– Eu realmente entendo. Não a parte de aprender a viver por si só na adolescência, mas sobre as oportunidades. Você sente muita falta de casa? – Louis perguntou, genuinamente curioso. Ele, diferente do mais novo, não apreciava a visão da natureza que o local proporciona, apenas mantinha suas orbes fixas na maneira como os lábios cheios articulavam cada vogal de maneira mais enfática, enquanto as consoantes saiam por um espaço apertado, deixando a voz mais grave.
Por vezes ele se perdia no brilho do sol refletido no colar delicado que pendia sobre o pescoço do outro, mas não se deixava apreciar o resto do corpo do cacheado vestido num shorts amarelo curto demais ao ponto de mostrar outras tatuagens que ele desconhecia a existência e os ombros largos que ficavam a mostra pelo caimento da saída de praia bege, no estilo de uma blusa meio larga e elegante. Não apreciava de maneira consciente, pelo menos.
– Eu sinto falta de um lar. – Harry sorriu, um tanto corado. Esse era um assunto que o deixava tímido. – A casa dos meus pais, onde eu cresci, não me traz aquela sensação de preenchimento.. deixa meu coração em paz pelos, sei lá, três dias que consigo ficar, mas não aquece. Meu apartamento em Londres, também, é aconchegante e confortável, um lugar onde posso ser eu e descansar de qualquer persona minha.. mas, não sei, falta algo.
As sobrancelhas bem feitas se crisparam e ele voltou o olhar para a areia entre as próprias pernas, brincando um pouco com os grãos e não percebendo como a garganta de Louis subiu e desceu com dificuldade ao que ele engoliu em seco.
– Eu sinto mais falta das minhas irmãs, eu acho. – Louis virou para frente, na mesma posição que o cacheado, e chegou mais próximo, quase encostando o seu braço com o de Harry que estava apoiado no chão. – Não consegui acompanhar tudo o que eu queria sobre o crescimento delas, no fundo eu tenho medo de me tornar aquele parente que as pessoas sabem o nome mas não conhecem de fato. Alguém que está sempre longe e por isso é fácil substituir.
Harry olhou nos olhos azuis, sentindo uma coisa que nunca habitou seu peito antes. Talvez seja a cumplicidade e a forma fácil com que eles conseguiam conversar, talvez fosse a vulnerabilidade recíproca do momento, ou talvez tenha sido os olhos azuis que pareciam lhe conhecer de uma forma que ninguém conhecia. Nada precisou ser dito, a brisa do mar e o barulho das ondas fizeram fundo musical daquela cena de maneira perfeita e condizente.
Eles estavam se deixando serem conhecidos e ao mesmo tempo colocando em palavras as inseguranças e medos que nunca tiveram coragem de expor nem quando estavam sozinhos com a própria companhia.
Quando deixou Harry em frente ao hotel onde ele teria uma reunião, logo depois de implorar para que o dono de uma barraca na praia deixasse o modelo usar o chuveiro e trocar as roupas leves que usava pelas que ficaram no carro durante a tarde, Louis lembrou do próximo compromisso com o maior. Ele estava estranhamente ansioso para vê-lo novamente.
– Daqui a duas semanas, então? – quase pareceu esperançoso demais.
– Sim.. começamos por Tóquio, não é? – Harry respondeu enquanto apoiava os cotovelos na janela do lado do motorista, onde Louis estava.
– Isso. – um flash disparou na direção deles, vindo da direção traseira do carro. – Eles estão aqui, você acha que é suspeito eu te deixar em um hotel e não seguirmos direto pra minha casa ou para a sua? Não lembro de Tristan ter contratado mais paparazzis depois do restaurante, então não podemos confiar na narrativa que eles vão vender.. Droga, tecnicamente eles não sabem que você tem trabalho agora, então é provável que falem que-
– Eu vou fazer uma coisa, não se irrite por favor.
– O que? Harry, o assunto é sério. Talvez você devesse entrar e aí eu dou a volta e te deixo nos fundos porque por lá não-
O cacheado deu um suspiro resignado, revirou os olhos de uma maneira afetada e se aproximou de Louis, interrompendo todo aquele discurso com um selar de lábios. Foi tão rápido que Louis não conseguiu fechar os olhos a tempo e Harry já tinha se afastado, mas isso não impediu diversos cliques de serem ouvidos e definitivamente não impediu sua boca de formigar pelo menos um pouco.
– Oh, ok. Tóquio, então. – acenou com a cabeça em confirmação para a própria fala umas duas vezes, então Harry sorriu dando as costas.
– Tchau, Louis.
VII
Podia se tornar um pouco sufocante e dolorida a forma como as luzes nunca são apagadas nessa cidade. É como se pegassem a Times Square, com todos aqueles letreiros, telas gigantes, anúncios e muita energia sendo consumida, e multiplicassem por toda uma cidade. Era assim que Louis estava enxergando Tóquio em sua primeira vez visitando o local.
Harry podia estar um pouco mais acostumado já que esteve na cidade algumas vezes, mas não a tornava mais tolerável. Por um dia ou dois era incrível, deslumbrante e inovador, mas tente por uma semana ou mais que se torna aterrorizante. Nunca parece anoitecer, as ruas são muito populosas, os hotéis muito caros pelo pouco espaço que oferecem, e chega um ponto em que os ouvidos e cabeça começam a latejar depois de serem bombardeados por muito tempo com um idioma tão diferente do usual.
Eles estavam há dois dias hospedados no mesmo hotel, em quartos vizinhos que mais parecia separá-los com folhas de papelão no lugar das paredes, e saíam juntos em toda oportunidade. Podia ser apenas pelo contrato, mas eles realmente gostavam da companhia um do outro e talvez tenha sido por esse costume, de fazer as aparições em conjunto, que Harry se sentiu um tanto desnorteado no show daquela noite.
Foi o primeiro show em que ele realmente teve que acompanhar a banda e, por isso, ficou estrategicamente exposto em frente ao palco. E mesmo com a companhia de algumas pessoas da produção ao seu lado, sem Louis a vulnerabilidade tomou conta do corpo do cacheado e ele agradeceu por estar em um país que prezava tanto a educação, pois não tinha certeza se aguentaria qualquer coisa que fosse mais intimidante do que os olhares tímidos e rápidos que as fãs lhe davam.
O modelo não conseguiu se soltar de primeira e passou grande parte do tempo tentando normalizar a respiração e dar vazão àquele incômodo persistente que sentia. Não era incomum estar em posição de destaque, nem se tratava apenas disso.. era só que com aquelas milhares de pessoas ao seu redor tentando bisbilhotar um aspecto tão íntimo da sua vida, ainda que falso, Harry ficou quase sufocado. Entretanto, como tudo em sua vida, ele só precisava de um pouco mais de persistência e tempo para se acostumar.
No último dia em Tóquio, algumas horas após o show, todos decidiram ir a uma boate indicada pelos empresários, um lugar mais reservado e “premium”, onde não teria gente filmando e poderiam agir da forma mais confortável possível. Claro que Harry e Louis não iriam correr o risco de serem vistos com outras pessoas, mas não havia a pressão de parecerem legítimos, seria só diversão, pura e simples. Assim, depois de algumas rodadas com pelo menos dois shots para cada um e uma garrafa de champanhe estourada para comemorar o início da primeira turnê fora da Europa e América do Norte, os corpos de ambos ficavam cada vez mais leves e dançantes.
Louis não costumava dançar nem quando estava bêbado e talvez a companhia, ou a euforia por tudo o que estavam conquistando, tenha lhe influenciado de alguma forma. O corpo ainda estava arrepiado pela adrenalina que correu em suas veias durante todo o show e que não parecia querer abandoná-lo tão cedo, um sorriso contagiante estava fixo em seu rosto sem hora para ser desfeito e nas músicas super animadas ele se deixava até pular um pouco numa rodinha improvisada com os amigos. Quando não estava se divertindo dessa maneira, se contentava em deixar Harry movimentar seu corpo do modo mais conveniente para o modelo, que aparentemente tinha uma queda por lhe guiar em passos vergonhosos.
– É só seguir a música, viu? Não tem que ser complicado. – Harry disse ao deslizar as mãos pelo próprio corpo enquanto deixava a batida lenta, mas ritmada, direcionar o movimento dos seus quadris.
– É fácil pra você falar. – Louis bufou. – Não tem nada que você não saiba fazer, mas eu? A sorte é que não tem ninguém sóbrio aqui pra lembrar desse mico que eu tô passando.
– Não seja dramático, olha. – se aproximou ainda balançando o corpo e segurou as mãos de Louis, levando elas até sua cintura e deixando-as ali. – Vem comigo, me segue.
Louis sentiu a garganta apertar enquanto seus olhos acompanhavam as mãos tocando aquela parte delicada e sentindo o tecido de seda que o outro vestia. Era macio e gostoso de deslizar entre os dedos, e ele estava realmente apreciando o toque. Talvez a bebida tenha lhe deixado um pouco chapado demais, ou talvez tenha sido outra coisa. Quando levantou os olhos, Harry estava sorrindo em sua direção, todo brilhante e iluminado, como se as luzes escuras do local não fizessem diferença alguma, e então Louis engoliu em seco, focou nos olhos verdes, quase vítreos demais, e se deixou embalar pelo corpo do outro.
Durante a primeira música ele ainda estava desajeitado e Harry apenas ria e o ajudava com as mãos nos ombros, fazendo ele não pensar demais. Depois de alguns minutos, o menor já não sabia quanto tempo ou quantas músicas já tinham passado, porque os dois corpos estavam tão próximos que Louis podia sentir no hálito do maior o doce da bebida que ele tomava, lhe desligando do ambiente ao redor e lhe induzindo a chegar cada vez mais próximo, tentado a sentir o sabor com a ponta da língua. Mas de repente o modelo virou as costas.
– Eu amo essa!! – Harry gritou animado ao pegar o copo que estava na mão de Nick, sem mesmo saber o que o rapaz estava bebendo, e virou o que restava na própria boca.
Não deixou Louis se afastar, no entanto. Logo após limpar as gotas que acabaram por escorrer pelo queixo, ele puxou novamente as mãos do mais velho até tê-las em volta da cintura e fez questão de guiar a palma numa espécie de carícia por todo o abdômen e mais em cima. O cantor queria manter uma distância respeitosa, mas com toda aquela intimidade que ele já tinha desenvolvido com o outro, se deixou aliviar tais preocupações. Se em algum momento Harry se sentisse desconfortável, tinha certeza que ele mesmo falaria. Com isso em mente, pressionou o modelo por trás, trazendo em um abraço o corpo leve e, com a permissão implícita, acompanhou os movimentos que ele fazia com os quadris, embalados por algum som sensual demais para não aproveitar.
Quando finalmente se trancou no quarto de hotel depois de chegar da balada, Louis sentiu seu corpo sobrecarregado e com os nervos à flor da pele. A excitação do primeiro show em um local diferente, a aceitação do público, a alegria de dividir essa conquista com seus melhores amigos, a realização de mais uma etapa do seu sonho.. tudo isso estava deixando seus sentidos em êxtase, completamente acordado e sem conseguir descansar a mente. Ele definitivamente precisava dormir por pelo menos duas horas antes de voar para a cidade do próximo show, mas estava se revirando há algum tempo na cama e ainda assim não conseguia.
Foi um tanto automático que aconteceu. Em um segundo ele estava resmungando, bêbado, e rolando pelos lençóis macios do hotel, e no outro notou a própria mão deslizando pela boxer preta que usava. Não foi difícil ficar excitado, a mão que pressionava e esfregava a ereção quase completamente formada, parecia tremer um pouco, o que só podia ser resultado de todas as emoções que viveu durante o dia, e rapidamente ele deslizou o tecido pelas pernas, um tanto desajeitado e sem poder esperar.
Louis espalhou as penas pelo colchão, deixou sua cabeça cair no travesseiro fofinho e fechou os olhos, soltando um suspiro aliviado quando envolveu totalmente o membro com o punho e o apertou com a segurança de quem conhece o próprio corpo e sabe do que mais gosta. A outra mão ele aproximou dos lábios e lubrificou três dedos com a língua, para logo depois rodear só a glande com os dígitos molhados. Ele esperava que seu vizinho de quarto não pudesse ouvir os gemidos baixos que saiam sem restrição pelos lábios finos.
Era uma tortura gostosa provocar apenas a cabecinha rosada até ficar tão sensível que tudo se tornava quase doloroso, para só então deslizar a outra mão para cima e para baixo com fervor, numa velocidade e rigidez nada comparada à delicadeza inicial. Em seus pensamentos geralmente não vinha nada, ele gostava de focar só no que o corpo estava sentindo, nos calafrios que subiam pelas costas ou na ardência entre as pernas pouco antes de gozar, mas daquela vez foi diferente. O aperto que sua mão fazia na base do membro era muito semelhante ao que sentiu da última vez que transou com alguém e a imagem daquela mulher veio à tona. Sequer lembrava o rosto dela, mas as ondas do cabelo castanho que ele puxou enquanto a fodia por trás era inesquecível e Louis se viu aumentando os movimentos de sobe e desce que estava fazendo.
As pernas se dobraram na cama e ele passou a foder o punho que segurava com firmeza a ereção, cuspindo mais um vez nos dedos e só os deixando pressionados ao frênulo, uma parte tão sensível que sempre lhe fazia tremer um pouco. De olhos fechados e lábios entreabertos, com a respiração rasa e alguns gemidos desconexos, a lembrança que projetava em sua mente começou a modificar. Os cabelos amarronzados grandes diminuíram de comprimento e ele quase podia sentir o cheiro novamente, tinham um perfume forte e semelhante ao que ele sentiu enquanto dançava com Harry mais cedo naquele dia, bem quando as costas do modelo estavam pressionadas em seu peitoral e seu rosto estava rente à nuca do outro.
As suas mãos, ou pelo menos a maneira com a qual se lembrava de segurar a cintura bronzeada da mulher, agora estavam segurando uma mais firme e masculina, aquela que ficou acostumado a tocar nos últimos tempos. Quando ele tentou espiar o rosto de quem seria ali, mesmo tendo consciência que poderia ser qualquer pessoa, já que não lembrava o rosto da que foi sua última, Louis se surpreendeu ao encontrar olhos verdes, vidrados e completamente tomados pela pupila. “Vem comigo, me segue”, o cérebro fez questão de reproduzir e ele não teve escolha.
As pernas tremeram e o líquido quente jorrou com uma força que ele não lembrava já ter gozado de tal forma anteriormente e, muito confuso, Louis abriu os olhos.
°°°°°
Tóquio, Jacarta, Pequim e Singapura. Essas foram as capitais onde o Arctic Monkeys teve o prazer de tocar em um intervalo de 7 dias, o que, por si só, já era uma loucura.
A noção de sono de qualidade, tempo de descanso e uma refeição bem feita foi perdida em algum momento durante essa semana de shows e viagens intensas. Eles estavam muito ocupados entre idas e vindas do aeroporto, check in e check out em hotel, passagem de som e show, além das comemorações após cada uma das apresentações que não podia faltar.. tão ocupados que Louis sequer teve tempo de analisar e refletir o que aconteceu no segundo dia de viagem. Também não parou para entender porque seu corpo associou a imagem de Harry a um momento tão íntimo seu.
Ele só assumiu que sua mente bêbada e cansada pegou a pessoa mais próxima que ele não considerasse um irmão, como acontecia com seus melhores amigos e colegas de banda, e resolveu lhe pregar uma peça. Era isso.
Então quando, no último dia da viagem, eles foram novamente para uma baladinha comemorar o fim dessa etapa, o cantor não ficou estranho com o cacheado, nem demonstrou qualquer mudança no comportamento. Os toques carinhosos e abraços demorados já eram parte da rotina normal, afinal.
Naquele dia houve um imprevisto no voo e eles não tiveram tempo de passar no hotel antes de ir direto para o local onde aconteceria o show, então as malas ficaram apertadas no camarim e até Harry teve que tomar banho e se virar por lá. Com esse pequeno contratempo e tendo em vista o sucesso dos shows no continente asiático, Tristan, que acompanhou os meninos apenas nos dois primeiros dias da viagem e voltou para a Inglaterra logo após, teve a ideia de reservar um hotel, que está na lista dos mais bonitos e caros do país, para a equipe e os artistas descansarem e curtirem o resto da estadia ali.
O Capella Singapore fica localizado na Ilha de Sentosa, pouco mais de duas horas de carro do local do show. O hotel era simplesmente a coisa mais paradisíaca e tropical que Louis e Harry já tinham visto, e o luxo de ter mais de 120 mil metros quadrados de floresta rodeando o local fez valer todo o dinheiro gasto.
Do grande salão onde estavam, Harry tinha a vista privilegiada de uma piscina em cascata que parecia infinita aos seus olhos, além dos enormes jardins paisagísticos que esbanjavam amor pela natureza e também sofisticação. O garçom muito atencioso que lhe servia naquele balcão tinha um sotaque engraçado ao falar inglês e Harry queria sorrir por qualquer coisa, talvez pelas bebidas que já tinha tomado ou apenas pela magia que sentia ao estar ali.
– Será que sou eu que vou ter que te tirar pra dançar dessa vez? – Harry ouviu a voz brincalhona sussurrar atrás de si e sentiu sua nuca arrepiar.
– Não acho que você tenha essa coragem até ter bebido pelo menos três doses. – virou com um sorriso nos lábios e sobrancelhas arqueadas.
– Hoje é seu dia de sorte então. – Louis o levantou, puxando com delicadeza uma das mãos do cacheado e segurando o copo dele com a outra. – Tomei quatro. – e virou o copo de Harry, que negou com a cabeça, mas não se fez de difícil e acompanhou o outro.
A noite estava fresca, bem no clima tropical que todo mundo imagina quando pensa em uma ilha, e Harry sentia os cabelos balançarem pelo vento e sua camisa grudar em seu corpo. O salão estava escuro e uma música eletrônica tocava alto, o som se esforçando para dominar o cômodo aberto. Os corpos de ambos já tinham se acostumado com aquela dança, tinha virado uma espécie de rotina: eles começavam separados, Louis sempre um pouco mais tímido e travado, depois Harry ia se aproximando aos poucos e não precisava mais direcionar as mãos do outro até sua cintura, a essa altura elas sabiam o caminho de cór; depois eles colavam ainda mais os corpos, viravam shots, davam risadas e se perdiam em uma sintonia que era ditada pelo ritmo da música do momento.
As vezes Harry dava as costas e se deixava ser abraçado, às vezes era o contrário. E foi em uma dessas trocas, quando ele girou Louis de forma exagerada para fazê-lo rir, que o cantor sentiu Harry lhe segurar pela cintura, com o peitoral colado em suas costas, cabeça apoiada no ombro, e guiando com o quadril o movimento dos dois.
Era diferente sentir o corpo alto por trás e podia até parecer estranho o encaixe, mas Louis não queria pensar nisso. Depois de alguns minutos com as mãos grandes e enfeitadas por anéis ocupando grande parte do seu tronco e barriga, ele nem conseguia pensar, na verdade. A atmosfera parecia estar cada vez mais abafada e ele sentia sua regata colando no corpo, os poros trabalhando para deixá-lo sóbrio mais rápido e ele fazendo o caminho inverso ao propor mais e mais brindes com o cacheado.
Em certo momento ele já tinha perdido as contas de quantos copos e quais tipos de bebidas viraram juntos, na verdade os sabores se misturavam de tal forma que não fazia diferença. As horas também já não eram muito claras, ele até tentou olhar em um relógio de canto pomposo que tinha no caminho para o banheiro, mas não identificou se estava em algarismos que desconhecia ou só sua mente bêbada que não quis ajudar a decifrar os números. Louis só sabia que os amigos já tinham ido para os quartos descansar, um deles talvez tenha ido para um quarto diferente com uma moça com quem estava conversando, mas Harry não lhe abandonou.
O modelo parecia estar tão sóbrio quanto o outro. Sorrindo à toa, olhos brilhantes e lábios inchados por uma mania de morder e lamber eles a cada poucos segundos quando está bebendo, fato que o menor não demorou a perceber. Styles dançava sorrindo e olhando para Louis de uma forma que o lembrou dias atrás, quando gozou com olhos verdes na cabeça, e isso lhe deixou um pouco tonto.
Quando voltaram a dançar juntos, não importava que ainda houvesse poucas pessoas ao redor, era como se fosse só os dois, o clima quente, o álcool no sangue e a música alta. O maior tinha a testa colada na de Louis e deixava a respiração sair por entre os lábios abertos, a poucos centímetros dos finos e secos do outro. Suas mãos faziam uma bagunça nos fios lisos e por vezes puxavam até que o menor levantasse mais o rosto e alinhasse as duas respirações.
Os quadris não eram diferentes. Louis sentia suas mãos formigando enquanto estavam apoiadas na cintura de Harry, ele apertava o tecido fino da camisa do outro e puxava de encontro ao próprio corpo até sentir que não passaria um fio de cabelo entre eles, pois não teria espaço. A essa altura a música não definia a forma como eles dançavam, mas apenas a fricção gostosa que começava a animar demais o corpo de ambos e deixá-los ainda mais ofegantes.
– Harry. – Louis engoliu em seco. Provavelmente não foi ouvido por causa da música alta, mas o outro estava com os olhos fixos em seus lábios, então não perdeu seu nome sendo murmurado.
– Sim.. – lubrificou mais uma vez a boca vermelha e olhou nos olhos azuis. – Você quer-
– Vamos sair daqui? – impaciente, Louis completou. O peito subindo e descendo de forma exasperada.
– Mhm. – acenou positivamente com a cabeça três vezes e puxou Louis pelo braço até pegarem o elevador.
A porta se fechou e após Louis apertar o andar do quarto onde estava hospedado, eles encararam o espelho. O cantor estava descabelado e ofegante, a regata parecia um tanto elastecida e ele nem lembra em que momento o outro pode ter puxado. Já o modelo tinha os cachos um pouco colados na testa pelo suor e a camisa folgada estava com a barra presa acima do cós da calça. Olhar para aquela direção lhe deixou ainda mais vermelho, portanto rapidamente desviou as orbes verdes um pouco para o lado e soltou a respiração, eles estavam iguais. Ambos com volumes nem um pouco discretos.
Assim que o cartão magnético liberou a entrada no quarto, Harry mal teve tempo de admirar o cômodo e foi surpreendido com duas mãos lhe puxando em direção a cama. No meio do caminho e ainda sem acender as luzes, tendo apenas a claridade da lua que vinha da varanda dupla que tinha no quarto, Louis se viu faminto e foi de encontro aquela boca chamativa que lhe tomou a atenção durante toda a noite.
O beijo começou bagunçado por toda a euforia e descontrole dos dois, demorando algumas tentativas para que o encaixe das línguas se tornasse perfeito e mais consciente. A bebida que tinham ingerido sendo mais um combustível para todas as sensações e desejos despertarem com força.
– Hm, espera. – Harry riu ao tentar soltar os lábios e perceber que Louis o seguia de olhos fechados, tentando capturar seu rosto novamente. – Você quer mesmo fazer isso?
– Sim, vem cá. – respondeu Louis, sem pensar muito.
Ele deitou o modelo na cama grande e foi por cima, deixando beijos molhados agora por todo o pescoço de Harry. Os lábios estavam trabalhando rápido e o maior se viu fechando os olhos pra aproveitar a pressão que a língua e os dentes de Louis faziam na pele alva, mas assim que notou os dedos trêmulos abrindo os botões da sua camisa, foi obrigado a agarrar os fios da nuca do outro e puxá-lo até ter os olhos azuis focados em si.
– Louis. – advertiu. – Quero que me garanta que isso não é um desejo fruto da bebida e do qual você vai se arrepender depois.
Não tinha espaço para brincadeiras ou palavras dúbias.
– Eu quero, prometo. – tentou transmitir toda a certeza pelo olhar, suspirando quando os olhos verdes suavizaram a expressão e a mão que lhe apertava passou a acariciar seus cabelos. – Não acho que qualquer bebida teria o poder de fazer isso comigo. – pressionou o pau rígido como pedra no do outro, que não estava diferente.
Harry mordeu os lábios para não gemer e Louis sorriu ladino, sussurrando um “solta” pouco antes de devorar o outro com a língua mais uma vez.
O trabalho de soltar os botões e de puxar a regata para cima ficou mais fácil com os dois trabalhando em conjunto, mesmo que a ideia de parar o beijo não tenha passado pela mente de nenhum dos dois naquele momento. Louis podia dizer que ficou surpreso ao notar quatro mamilos, mas a verdade é que esse detalhe passou despercebido depois que seus lábios acharam caminho por cada tatuagem que marcava as clavículas e abdômen do maior, deixando a língua deslizar de forma lenta por cada gominho que encontrou e sentindo a pele abaixo tremer.
Quando ajoelhou na cama para se despir do resto que vestia e deixar Harry fazer o mesmo com a calça apertada que marcava muito bem o corpo esbelto, ele franziu os lábios lembrando que não tinha experiência suficiente nesse tipo de situação e mesmo que já tenha feito penetração anal em mulheres antes, talvez o cacheado gostasse de algo diferente. E se homens precisassem de mais preparação? Porra, ele nem sabia se tinha levado lubrificante na mala. O hotel sequer oferecia camisinha como serviço de quarto?
– Se você estiver surtando, pisque duas vezes. – a voz grave lhe tirou do transe e ele piscou para afastar os pensamentos, terminando de descer o jeans, já que tinha parado na metade, e tirando as meias.
– Eu não estou surtando. – a voz vacilou um pouco ao que Harry lhe puxou de volta para a cama. – Bem, eu tô. Mas não é sobre o que você pensa.
– Hhm.. – o barulho dos beijos desleixados que Harry estava deixando pelo corpo bronzeado ecoavam no local. – Eu tô ouvindo.
– Eu tô tranquilo sobre você ser um homem. – sentiu uma mordida leve no topo da sua barriga.
– Sim?
– Eu só, hm, Harry.. – gemeu ou suplicou, ele não sabia. Talvez os dois. Sua destra fez caminho até os cachos suados que já estavam na altura do seu pau e ele fechou os olhos e agarrou, com a outra mão, o edredom para conseguir finalizar sua fala.
– Você pode falar, Lou. Eu não estou te impedindo. – mordeu agora a pele fina que cobre o ossinho do quadril.
– Seu provocadorzinho de mer-ah! – respirou fundo. – Eu só não estou seguro de que vou saber te preparar do jeito certo para não machucar, nem sei se aqui tem lubrificante ou se deveria ser de um tipo específico. Quer dizer, existe um tipo específico?
Assim que terminou de falar, Louis sentiu o sopro de uma risada exatamente no ponto mais sensível do seu membro e se segurou para não gemer com aquilo. Harry subiu novamente o tronco até encarar o rosto corado do menor e falou de maneira calma.
– Você não vai precisar se preocupar com isso. – percebendo a careta confusa de Louis, continuou. – Eu não costumo ficar por baixo, Lou. Desculpa se eu deveria ter avisado antes ou algo assim, mas não se sinta obrigado a prosseguir se você não estiver confortável com isso. – selou os lábios finos logo após perceber que ele engoliu com dificuldade a informação.
– Eu não sei.. – Louis se sentia excitado e confuso.
– Se você me deixar mostrar como eu gosto, eu farei ser prazeroso pra nós dois. – voltou a depositar beijos no pescoço de Louis enquanto falava e fez sua mão vagar por entre os corpos colados até que pudesse agarrar o pau ereto do cantor. – Saiba que pode me parar a qualquer momento e nada vai ficar estranho, tudo bem? – recebeu um aceno em confirmação e passou a deslizar o punho para cima e para baixo vagarosamente, – Muito bem.
Harry sentiu o membro vibrar na sua palma, grosso e quente, e aquilo estava lhe deixando com água na boca. Observando as feições prazerosas de Louis e os pequenos suspiros que ele soltava assim que os dígitos passavam pela glande rubra, o maior desconfiou que pudesse ser ali o ponto mais sensível do outro e aproveitou a chance para testar o local.
Primeiro fechou a mão de maneira mais firme na base e depois aproximou a língua bem molhada até sentir o gosto de pele e algo a mais na ponta do músculo. Foi devagar e com cautela, deixando lambidas gordas em volta da cabecinha até ter toda aquela parte lubrificada e só então se deixou brincar com aquele pontinho de ligação entre a glande e o resto, geralmente uma área bastante sensível e prazerosa. Não estava errado.
A mão ainda estava fechada em punho e ele começou a sentir as veias engrossando na ponta dos dedos, assim como as fisgadas involuntárias que Louis tinha e que seu próprio pau espelhava em sintonia. Louis era bem responsivo com as carícias focadas em uma só área e Harry precisava dele o mais excitado possível para que não se machucasse depois, por isso continuou com os mesmos movimentos circulares e pequenas sucções apenas ali até ouvir os gemidos dobrarem de volume e a mão fortalecer o aperto em seus cachos.
– Você tá indo muito bem, Lou. É tão gostoso te chupar, eu passaria horas fazendo isso. – sentiu o outro forçar sua cabeça para baixo ao mesmo tempo em que ele gemeu exasperado.
– Eu quero foder sua boca, por favor. Deixa H., por favor? – gotas de suor brilhavam no peitoral que mostrava a respiração ofegante dele e Harry, com aquela visão, teve que pressionar o próprio membro no colchão para se controlar por mais tempo.
– Hoje não, babe. Eu preciso te preparar e você não pode gozar agora, Ok? – não esperou resposta, apenas desviou o olhar por alguns segundos, só o suficiente para deixar uma grande quantidade de saliva escorrer dos lábios para os dedos, direcionando eles até a entrada do outro logo após.
Harry subiu até encaixar a boca de Louis com a sua, dando início a mais um beijo bagunçado e cortado pelos gemidos. Se posicionou entre as pernas abertas do menor e deixou seus dedos massagear com cautela a entradinha apertada dele, enquanto tentava alinhar os membros juntos para começar uma fricção e tirar o foco de qualquer possível dor. Estava tão focado nas reações do corpo de Louis que percebeu o momento exato em que ele tensionou e tentou fechar as pernas, o que o fez se afastar o suficiente para entender o que estava errado.
Procurou sinais de arrependimento, não achou. Conferiu se o cantor ainda estava no clima, e o membro cada vez mais curvado e vermelho foi um bom indicativo que sim. Focou então no rosto dele, que estava muito corado, mas isso não respondia muita coisa, também tinha os lábios franzidos e olhos baixos, como se não quisesse encarar Harry. E antes que ele pudesse perguntar algo, o mais velho se adiantou.
– Eu não tô, sabe.. eu não sabia que isso ia rolar então eu não – tomou fôlego e olhou para o teto do quarto, só então percebendo o lustre bonito que tinha ali. – Sabe.. preparação, depilação, essas coisas.. eu não sei como você gosta dos seus parceiros, então achei melhor avisar porque talvez você prefira..
E Harry se pegou sorrindo com aquele homem que começa tagarelar quando está nervoso, achando um pouco fofo que ele tivesse essa preocupação com algo tão banal quanto isso. O modelo sentiu a obrigação de agarrá-lo como se fosse seu até tirar todo o fôlego dele com a boca.
– Não me importo com essas bobagens, eu quero você. – apertou a bunda farta e apenas naquele momento lembrou que não tinha tirado seus anéis.
Para provar o que disse, recomeçou as carícias na pele quente entre as nádegas dele, aproveitando da sua saliva para deslizar um dedo até sentir Louis tremer um pouco, percebendo que o ouro em seus dedos devia estar gelado em contraste com a pele nua do menor, o deixando com ainda mais tesão. Não contente em marcar apenas o pescoço com mordidas fracas, Harry desceu os lábios por todo o peitoral, sendo ainda mais incisivo com as marcas já que aquele local não ficaria visível, até chegar onde queria. Dessa vez ele não se conteve em provocar apenas a cabecinha e assim que deslizou outro dedo na entrada do menor, desceu a boca na ereção dele até ouvir um gemido gritado.
O álcool há muito não estava mais presente no corpo de ambos, parecendo que aquela tortura já durava uma eternidade e, impaciente, Louis passou a estocar sem ritmo dentro da boca quentinha de Harry, fixando os olhos nos lábios grossos esticados para lhe engolir e mal notando a ardência de ter três dedos lhe fodendo. E quando estava pronto para se perder em um orgasmo, Harry, sendo o filho da puta provocador que Louis descobriu ser, parou tudo o que estava fazendo. Tomlinson se sentiu frio e vazio.
– Tem camisinha aqui? – o cacheado perguntou, afobado.
– Eu, hm.. – piscou algumas vezes e lambeu os lábios, tentando fazer seu cérebro compreender a pergunta e não surtar ao ver o tamanho do pau que iria lhe penetrar. – Eu não sei, talvez na minha mochila. Na parte da frente.
Harry assentiu e foi procurar no local onde o outro disse, achando um pacote fechado com três unidades, realmente uma pena não gastar todas, mas ele se contentaria. Era mais do que ele esperava para a viagem, afinal. Se aproximou enquanto colocava o preservativo, massageando um pouco o membro para acomodar bem o látex e tirar um pouco da ansiedade que sentia, não era o momento para ser afoito e descuidado.
– Relaxa, babe. – ele disse, segurando com força a cintura fina e o mantendo parado, enquanto seu outro braço lhe dava apoio para permanecer acima do menor. – Porra, eu tô me segurando pra caralho pra não te foder do jeito que eu quero.
– Harry! – o gemido quebradiço de Louis saiu baixo e a resistência em seus músculos diminuiu, deixando o modelo penetrar mais alguns centímetros do que não parecia chegar ao fim nunca.
– É tão- hm- tão apertado, Lou.. Eu sinto cada tremor em sua pele, cada pulsação sua é minha também. Consegue sentir? – estocou tudo o que restava para dentro e Louis sufocou, com olhos brilhantes e palavras não ditas.
Os minutos de espera enquanto se acostumavam foram quase eternos, nas suas percepções. Louis notava como aos poucos sua entrada ia relaxando e acomodando com menos dificuldade o pau do outro, que mesmo sem ter experiência no assunto, parecia algo enorme para ter dentro de si. Harry, por sua vez, contava as respirações, com músculos tensos e olhos fechados, até sentir que o aperto ao seu redor não mais o faria querer tomar à força todo espaço que Louis tinha para dar.
E bastou testar as primeiras estocadas, ainda de modo calmo e contido, para Louis decidir que aquilo podia até ser doloroso no início, mas também lhe deixava vendo pontinhos pretos na visão de tanto prazer. Em poucos minutos ele distinguiu, entre os gemidos e arquejos, uma voz pedindo por mais e só então reconheceu ser a sua. Viu seus braços agarrados aos ombros de Harry e trazendo o corpo grande para mais próximo, nunca sendo o suficiente, e prendeu as pernas atrás das costas do outro, vendo que assim ele conseguia ir ainda mais fundo e certeiro naquele ponto que lhe fazia querer gritar, se já não o estivesse fazendo.
– Eu não vou aguentar muito, H– sua voz se perdeu ao sentir os lábios fecharem em seu pomo de adão, lhe forçando a levantar o pescoço e ceder a passagem que o outro queria. A voz rouca veio em seguida, rente a sua pele.
– Não precisa segurar, Lou.. Você tá sendo tão bom pra mim. – beijou o maxilar. – Você sente como meu pau te preenche tão bem? – chupou o lóbulo da orelha e, por fim, sussurrou. – Parece que ele foi feito pra te foder, babe.
As palavras mal foram registradas por seus ouvidos e ele sentiu algo que nunca tinha experimentado antes. A pressão em seu interior, a ardência nos músculos que não ia embora, mas fazia parte do momento, o estômago revirando e fazendo sua respiração engatar, o orgasmo escorrendo por sua coluna até ser liberado. Intocado.
Para Harry não foi difícil seguir o outro. A mordida no ombro que Louis lhe deu, somado ao aperto sufocante em seu membro enquanto o cantor se perdia ao gozar, foram incentivo mais que suficiente para que ele deixasse seu prazer preencher a camisinha, com um gemido sôfrego que saiu do fundo da garganta e um revirar de olhos.
VIII
O sol ainda não tinha nascido completamente quando Harry foi acordado. O modelo abriu os olhos, confuso sobre o que tinha lhe feito despertar tão cedo, esfregou o rosto para conseguir afastar um pouco o sono e, depois de horas, finalmente observou com atenção o quarto onde estava.
A suíte de Louis naquele hotel era como um refúgio de luxo, envolvido pela atmosfera de elegância e conforto. As paredes de vidro que se estendem do chão ao teto revelavam um espetáculo natural incrível: as copas das árvores tropicais que preenchem a paisagem até onde a vista é capaz de alcançar. A luz natural do início da manhã banha o quarto, destacando cada detalhe da decoração cuidadosamente escolhida e é como se estivesse imerso na própria natureza.
Os tons neutros com toques de preto, verde e terra faziam do ambiente um lugar ainda mais sereno e relaxante, e o cacheado quase deixou o sono vencer aquela batalha, lhe convidando para voltar a dormir. Mas, como se sentisse as intenções do outro, Louis ficou inquieto mais uma vez, mexendo o corpo sem parecer ligar para as consequências disso.
Eles tinham rolado na cama logo após se recuperarem do orgasmo e se aconchegaram em uma conchinha quente e um pouco melada, na esperança de descansar por poucos minutos e levantarem para limpar aquela bagunça. No entanto, esses minutos em silêncio viraram talvez uma hora, que se transformaria em até mais se o menor não estivesse esfregando sua bunda no corpo grande atrás dele. Poderia ser algum pesadelo ou só sua personalidade incapaz de ficar calmo mesmo quando está dormindo, então Harry tentou a todo custo segurar o quadril dele e afastar o seu próprio.
– Quietinho, shh.. – deixou beijos calmos no ombro do mais velho e parou os movimentos que ele fazia mais uma vez.
Não adiantou, entretanto. Por sorte o lençol fino que os cobria da cintura para baixo não deixava Styles observar a forma como Louis procurava um jeito de se aproximar novamente até que suas nádegas estivessem espremendo a virilha do cacheado, mas infelizmente não impediu que o sangue descesse até aquele ponto, inchando e endurecendo rapidamente seu membro.
Vencido pela insistência, o modelo desistiu de se afastar repetidamente e soltou uma respiração trêmula ao sentir sua ereção completamente formada encaixando perfeitamente entre as bochechas gordinhas da bunda de Louis. Sem um movimento da sua parte, percebeu que, para alguém inconsciente, a respiração engatada e os movimentos um pouco desengonçados eram bastante suspeitos, então arriscou.
– Eu deveria imaginar que você é do tipo que acorda alguém só pra não passar vontade, não é? – sua voz estava ainda mais grave e falhada por ter acabado de acordar, mas ele despejou as palavras diretamente no ouvido do outro, observando com atenção os pelinhos do pescoço se eriçarem assim que terminou de falar.
O mais velho não respondeu propriamente, apenas um murmúrio abafado saiu dos lábios dele ao passo que Harry alisava o abdômen quentinho e firme do cantor, se deixando aproximar o suficiente do corpo menor até sentir cada pequena respiração dele como se fosse sua. Ele estava receoso de que Louis tivesse se arrependido do que fez ou de que culpasse a bebida pelas atitudes impensadas, mas sendo isso ou não, poderiam aproveitar dessa desculpa por mais algumas horas.
– Você não ficou dolorido, Lou? Eu não sou exatamente pequeno para uma primeira vez e ainda assim você quer mais. – deixou os dedos abrirem espaço entre as nádegas e gemeu de olhos fechados ao encontrá-lo um pouco aberto e molhado. – Está duro por mim, babe?
Harry passou a mão esquerda por baixo do corpo dele até conseguir abraçar por inteiro o tronco, aproveitando para apalpar a pélvis e deslizar a mão pelo membro já ereto do outro.
– Na verdade.. faz um tempo que tô assim. Você não é muito fácil de acordar, sabia? – Louis sentiu a garganta arranhar e sua voz sair um pouco estranha pelo tempo sem uso. Harry achou sexy e se viu querendo ouvir a voz fina e rouca mais vezes em situações como aquela.
– Era pra você estar dormindo, não se esfregando em mim até eu te comer de novo. – o tom repreensivo da fala não combinava com os dois dedos que ele estava inserindo na entrada do cantor, mas ambos foram ditos e feitos num ritmo lento que era característico do modelo.
– E-eu, porra.. não iria conseguir dormir, de qualquer forma. – a respiração aumentando assim como os movimentos em sua bunda. – Você parece um cachorrinho quando ganha um urso de pelúcia, todo braços e pernas em cima de mim, encoxando até me deixar com tesão mais uma vez. – sentiu o sorriso de Harry na sua nuca e sua barriga revirou ao que os, agora três, dedos encontraram sua próstata.
– Não foi a intenção, desculpa. – a graça na voz tirava qualquer credibilidade da sua fala. A mão esquerda esfregando e puxando os mamilos de Louis também não ajudavam. – Vou te ajudar com isso.
– Muito bem, obrigado. – Louis riu ao receber um tapinha na bunda, depois que Harry afastou para pegar outro preservativo na mesinha de cabeceira, que ficava ao lado da cama.
Deslizou o látex em sua ereção pela segunda vez em poucas horas e não demorou a penetrar o outro, agora mais confiante de que não o machucaria. O lubrificante que vinha na camisinha junto à saliva que ainda deixava uma bagunça molhada no local, fez com que seu pau entrasse liso e devagar, sem muita resistência. A ansiedade de Louis em ser preenchido novamente também contribuiu para os músculos não ficarem tensos e para que sua entrada abrigasse o comprimento de Harry do modo mais fácil e confortável para ambos.
Ainda deitados de lado, Louis sentiu o maior iniciar os movimentos rasos com o quadril e só pôde gemer em alívio. Apesar dos movimentos lentos e curtos, eles estavam tão próximos, com os corpos tão colados, que Tomlinson conseguia sentir perfeitamente a espessura não muito grossa do pau do outro enquanto sua entrada apertava involuntariamente o canal, bem como o ângulo certeiro que, pelo tamanho avantajado, ele conseguia alcançar sem muito esforço. Os olhos azuis reviraram na própria órbita ao perceber que Harry tinha fechado o punho em seu pau, e ele não conseguia fazer outra coisa senão respirar descontroladamente e soltar palavras desconexas, perdido demais pelos dois estímulos tão diferentes.
O início da penetração podia ser um pouco desconfortável, percebeu Louis, mas assim que aquele pontinho dentro de si era atingido em cada estocada, principalmente quando o cacheado pressionava apenas ali por um tempo e rodava o quadril, começava a fazer sentido o porquê das pessoas acharem tão bom. O fato de estar com uma pessoa confiável e que se preocupa com ele também fez com que o menor relaxasse e aproveitasse a experiência como um todo, deixando Harry morder e chupar seu pescoço e ombros por trás, apertar as nádegas até os dedos ficarem pálidos e foder sua consciência para fora do corpo, com a destra moendo sua ereção e o pau dele tomando tudo o que podia.
Os gemidos do mais novo corriam dos seus ouvidos direto para o sangue concentrado lá em baixo e o mesmo acontecia com Harry que decifrava, dentre vários gemidos, algumas súplicas e elogios ao seu pau que Louis nem percebia estar fazendo. O maior mantinha o mesmo ritmo, amando como não precisava de agressividade ou rapidez para fazer Louis tremer no colchão, e se deixando apreciar o aperto quente dele da forma mais demorada possível, pois sabia que uma hora aquilo iria acabar.
Quando apertou o corpo do cantor contra o seu e passou a estocar de modo mais firme e espaçado, deslizando a outra mão pelas bolas cheias dele e massageando a área sensível, o cacheado sentiu exatamente o momento em que o outro gozou. O peso em sua mão se tornou repentinamente rígido, a mão em seu cabelo o fez enfiar o rosto ainda mais nos fios lisos e suados do outro, e a entrada dele sufocou seu pau, parecendo querer puxar ainda mais para dentro de uma forma que beirava ao absurdo. Ele continuou se movendo mesmo com o aperto incessante e depois de algumas - poucas - e firmes estocadas, sentiu o liquido quente formar uma poça dentro da borracha que lhe envolvia, gemendo grave entre os cabelos de Louis e permanecendo dentro dele até a respiração estabilizar.
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– Consegue mandar alguém fazer minhas malas? – Harry falava com a secretária no telefone. – Sim.. o bege não, por favor. – mais uma pausa. – Tudo bem, te vejo daqui a pouco. Eu nã- ok, beijos. – desligou com um suspiro cansado.
Os óculos escuros escondiam a pele coberta por olheiras por conta da noite mal dormida e pela longa viagem, mas como ele não poderia tirar mais alguns dias de folga, estava esperando o carro chegar com as coisas que ele precisava para um outro trabalho. O modelo não sairia do aeroporto como todo mundo, só deveria pegar a mala que tinha mandado alguém fazer e voltaria imediatamente para o portão de embarque em direção à França.
– Quer uma carona? Conseguiram trazer meu carro e Tristan levou os garotos no dele. – Louis se aproximou da onde o cacheado estava assim que viu ele desligar a ligação.
– Ah, obrigado. – olhou para o menor, mas desviou rapidamente para as diversas pessoas transitando aquela garagem. – Na verdade eu não vou pra casa. Aparentemente eu tenho uma viagem marcada para daqui a 30 minutos para Paris. – bufou. – Cleo não explicou direito, mas acredito que tenha a ver com o desfile no outro mês.
O peito de Louis apertou com um sentimento estranho ao lembrar que o namoro tinha prazo de validade.
– Poxa..
– É..
As palavras pareciam se formar e dissolver milhares de vezes por segundo na boca do menor enquanto eles ficavam naquele silêncio desconfortável. Nunca tinha sido assim até agora, e quando lembrava que os dias da viagem foram ótimos e como eles se divertiram juntos, além de que definitivamente se aproximaram mais, então todo esse constrangimento não fazia o menor sentido.
– Tudo bem, então. Eu não preciso ir agora se você quiser que eu espere aqui contigo..
– Não. – interrompeu. – Quer dizer, realmente não precisa, mas obrigado. Eles não vão demorar e eu não quero atrapalhar de alguma forma.
Louis franziu as sobrancelhas e analisou por alguns segundos aquela resposta. Harry estava estranho, com certeza, mas poderia ser apenas fruto do cansaço ou talvez ele estivesse em um mau dia. As respostas rápidas e cortantes que lhe deu não eram nada além de educadas, mas tão superficiais quanto aquelas usadas para tratar qualquer um. E depois de tudo, Louis não diria que era qualquer um para o outro. Podia estar enganado, entretanto, e seu cérebro sonolento e de ressaca estava inventando motivos para lhe deixar paranóico.
Decidiu acreditar na última opção, se aproximou do outro para lhe abraçar e depositar um beijo no rosto como sempre faziam em despedida, notando como Harry tensionou de repente antes de acenar com a mão e sair dali a passos rápidos. Sim, seu cérebro.
O cacheado também se sentiu confuso e praguejou diversas vezes enquanto despachava a mala e entrava em outro avião, pedindo desculpas a uma das aeromoças quando deixou os xingamentos saírem pelos lábios em frente aquela mulher simpática. Não tinha motivos para deixar tudo complicado ou estranho. Ele e Louis ficaram, e daí? Eles mais do que ficaram, mas qual é o ponto? Nada tinha que mudar só porque ele fodeu o cara uma vez. Tudo bem, duas vezes.
Porra, seu cérebro estava fritando em um looping infinito que pareceu durar a viagem inteira até a Europa.
Mas enfim o verão estava se despedindo e um vento fresco lhe recebeu ao chegar na capital francesa, lhe deixando um pouco mais disperso de todos esses pensamentos que rodam e rodam sem sair do lugar, e o colocando no modo trabalho. Os dias que passou na cidade do amor seguiram dessa forma, com pensamentos focados no trabalho e nas marcas que ele iria representar na Fashion Week, e quando chegava no hotel, já muito cansado, apenas conseguia comer algo rápido, tomar banho e dormir. Felizmente, sem sonhos.
O card de um evento marcado para o início de setembro chegou por uma mensagem no seu celular em uma dessas vezes em que ele se deixava relaxar na banheira do hotel. A vista da torre mais famosa do mundo em sua frente, lábios roxos pelo vinho que tomava e as mãos um pouco instáveis pelo nome que piscava na mesma notificação.
Louis: Meu agente falou que vamos estar em Londres na mesma semana e eu pensei que poderíamos ir nessa festa juntos, o que acha?
Louis: Ah, meu colega de infância joga em um dos times que vão competir no dia, caso você esteja se questionando como eu consegui os convites. Nem precisei implorar dessa vez :)
O coração de Harry acelerou ao imaginar o sorriso infantil que o outro deveria ter no rosto ao fazer mais uma de suas, tão comuns, gracinhas. Droga.
Harry: Claro, vamos sim. Vai ser ótimo.
Louis: Uh
Louis: Sem emojis? Se eu fiz algo errado, digite *. Se você foi raptado e precisa de ajuda, disque 190.
Harry:🙄🙄🙄
Harry: Engraçadinho.
Louis: Identidade confirmada! Hahaha
Louis: Então, se você não quiser ir, tudo bem pra mim. Sério.
Harry: Eu quero, Louis. Nós vamos 😁👍
Desligou a tela e percebeu que estava prendendo um sorriso ao morder o lábio inferior com força. Droga.
°°°°°
O combinado era de que chegariam juntos, pois, mesmo que não houvesse um tapete vermelho, sempre tinha repórteres e paparazzis esperando alguma celebridade completamente bêbada sair da festa pós-jogo, artistas traindo seus cônjuges com modelos mais novas ou uma simples briga entre jogadores de times rivais.
Harry não quis se vestir formalmente, até porque a intenção da festa não era essa, e apostou em uma regata caxemira que tinha a gola grande em V e losangos amarelos e marrons como estampa. A calça ainda combinava com o colar de bolinhas, ambos no mesmo tom vibrante e alegre de amarelo. Nos pés ele resolveu moderar e calçou uma bota de saltos baixos na cor marrom.
Sua personalidade era assim, às vezes extravagante e colorida, com uma alegria que tinha o poder de contagiar todos ao redor. Mas tinha os dias em que uma camisa branca e boxers era tudo o que lhe definia, com a simplicidade e leveza necessária para cada situação.
Do outro lado do banco de trás do carro no qual eles estavam, Louis usava uma blusa azul petróleo, muito fácil de confundir com o preto, e tinha arregaçado as mangas até os cotovelos, mostrando as diversas e confusas tatuagens que possuía ao longo dos antebraços. Jeans escuros e vans eram mesmo o que o cacheado esperava que ele vestiria. Combinava com ele.
A sensação de inquietude que Harry sentiu desde cumprimentar educadamente o motorista e o cantor ao seu lado só ficou menos incômoda ao entrar efetivamente na festa. Sentia a mão de Louis pesar na base da sua coluna quando ele o direcionou pelo local, fazendo questão de o apresentar a alguns conhecidos e mantendo o toque firme que estava lhe tirando do sério, sem nem saber o porquê.
Foi por isso que na primeira oportunidade ele deu uma desculpa qualquer para as pessoas com quem o menor ainda falava e se afastou. Precisava respirar fundo e entender suas emoções, mas com Louis tão próximo tocando em seu corpo e o perfume amadeirado dele ocupando seus sentidos, era impossível.
Passou alguns minutos rodeando o local e analisando as pessoas em sua volta. Alguns rostos ele conhecia, outros nem tanto, o que já era esperado para alguém que não acompanha o mundo dos esportes. Mas tinham também diversos modelos com quem ele já trabalhou alguma vez na vida e um suspiro agradecido saiu pelo seus lábios ao colocar um sorriso no rosto e puxar assunto com alguns deles.
Harry mantinha os dentes alinhados em evidência mesmo que não prestasse muita atenção no que a loira em sua frente estava dizendo, seu copo já pela metade e os olhos verdes procurando por algum refúgio quando sentiu os pelos arrepiarem ao encontrar olhos azuis intensos lhe encarando de longe. Louis acenou pedindo para que ele se aproximasse e o maior, sem pensar muito, se despediu rapidamente da mulher com quem falava e foi em direção ao outro. O cantor conversava com um homem alto e forte, que tinha ombros largos e os braços quase completamente tomados por tatuagens, além do cabelo castanho que descia em ondas úmidas emoldurando o rosto másculo.
Era grande e sexy como o inferno, Harry pensou, mas infelizmente o dono dos olhos castanhos intensos não fazia seu tipo.
– Esse é Harry Styles, meu acompanhante essa noite.
Não era a primeira pessoa a quem Louis o apresentava naquela festa, mas a postura confortável que ele mantinha com o cara ao seu lado indicava um nível de intimidade que Harry não percebeu anteriormente, com direito a sorrisos de lado e olhares afetuosos. A apresentação não veio, mas tudo indicava que aquele seria o jogador e amigo de infância que o mais velho mencionou nas mensagens.
– Eu sou Liam, muito prazer. – a mão grande e com uma rosa estampada apertou a sua de maneira delicada, apesar da aspereza no tato. O jogador dedicou um olhar avaliativo desde suas unhas pintadas, passando pelas roupas chamativas até chegar em seu rosto, um pouco corado. – Não me leve a mal, mas você é modelo? – questionou, com sobrancelhas franzidas. – Acho que combinaria muito com você, deveria tentar.
E Harry estava pronto para responder, mas Louis tomou seu lugar. A voz dele nunca esteve tão afiada como quando as palavras ácidas deixaram os lábios.
– Sim, ele é, Payne. Obrigado pelo elogio sutil ao meu parceiro, muito gentil da sua parte.
A resposta surpreendeu tanto os outros dois que ambos viraram para encarar o de olhos azuis, que encarava um ponto fixo entre eles. Só então Harry notou que sua mão estava aquecida e um pouco suada. Liam ainda não tinha lhe soltado.
– Bom, Louis… eu posso falar por mim mesmo. – o modelo deu um sorriso pontual para o homem ao seu lado e voltou a olhar para o jogador, suavizando a expressão. – Obrigado, Liam. Eu certamente pensaria nessa profissão só pelo seu palpite se já não trabalhasse com isso.
Todos que estavam há um raio de dois metros provavelmente ouviram o bufo raivoso que Louis deixou escapar, sem acreditar que seu namorado estava tentando flertar com o melhor amigo. Liam olhou do menor para Harry algumas vezes com a sobrancelha erguida e resolveu que não era da sua conta, se afastando logo após com uma despedida rápida.
– Certo.. eu vou falar com os caras do time, mas aproveitem a noite. Depois a gente se vê, mate.
Harry não desviou os olhos do rosto do menor, que, por sua vez, encarava qualquer lugar que não fosse o homem à sua frente.
– O que foi isso, Louis? – questionou de maneira incisiva.
– O que? – deixou que uma falsa confusão se formasse em seu semblante, e Harry quase riu pela coragem.
– Fala sério, você não precisava ser grosso. O cara não é seu melhor amigo ou algo assim?
– Ele estava dando em cima de você. – Falou com dificuldade por tamanha força com que seu maxilar estava travado.
– Não, não estava. – explicou, sério. – Mas qual é o ponto? E se estivesse? Isso não te dá o direito de ser desagradável com as pessoas.
Louis não podia acreditar que estavam tendo essa discussão em meio a uma festa quando podiam estar dançando e bebendo, aproveitando assim como fizeram na viagem. Inconformado e furioso com as perguntas do cacheado, ele não pensou muito nas palavras que deixou escapar.
– Você é meu namorado, esqueceu? Eu não posso ver uma pessoa te secando e simplesmente não fazer nada.
– Falso. Namorado falso, você quis dizer.
Essa fala foi como um soco em seu peito, era verdade afinal. Mas ele ainda se sentia possessivo por uma pessoa que não era sua e seu coração idiota não parecia entender a real situação. Louis sequer conhecia o sentimento obscuro e feio que preencheu sua pele ao observar a maneira com que o amigo avaliava e elogiava Harry, nunca tinha sentido algo assim antes e estava rezando para não ser ciúmes. Não tinha esse direito.
– Me desculpe, você tem razão. – baixou os olhos, envergonhado e confuso, tentando controlar o que passava em sua cabeça. – Eu não sei porque agi daquela forma.
Harry analisou os ombros tensos, olhos nublados e sobrancelhas juntas. Parecia que o menor estava em uma luta consigo mesmo sobre algo além do seu controle, e o cacheado só esperava não ter fodido com ele, metaforicamente, de uma forma irreversível.
– Talvez nós devêssemos adiantar a parte do acordo em que terminamos o namoro, sem brigas ou pivôs da separação. – ele quebrou o silêncio quando já estavam no carro após a festa. Louis foi pego desprevenido, achava que ainda teriam mais um mês juntos.
– O combinado era ficarmos até o desfile. – pontuou, a voz baixa e um pouco temerosa. – Se foi pelo o que aconteceu hoje, eu garanto que não vai se repetir. Acho que eu- é só que talvez eu tenha confundido as coisas por um momento, mas já estou sob controle, prometo. – tentou dar um sorriso confiante, apesar de não se sentir assim.
– Você estar se sentindo confuso é o problema.. eu não queria te colocar nessa situação, sabe? Entendo que por tudo o que aconteceu entre a gente a linha tênue entre o que é real ou não pode ficar borrada, então é melhor que acabe de uma vez antes que alguém se machuque.
Louis ia contestar, até abriu a boca para tal, mas o modelo continuou.
– Não vai prejudicar nós dois, sério. O convite para desfilar nas três cidades da semana da moda já chegou na agência, os números de ouvintes no seu Spotify continua crescendo e a música nova se mantém no topo das mais ouvidas em diversos países mesmo após vários meses. – Louis sabia o que ele iria falar em seguida e não tinha certeza de que queria ouvir. Era apenas o combinado, no final das contas. – Nossas metas com esse acordo meio que já foram cumpridas e o fato de termos vindo a esse evento juntos vai mostrar que não foi um término agressivo ou desrespeitoso.
Fazia sentido e era um bom plano, mesmo que não quisesse admitir. Após alguns minutos em silêncio, Louis engoliu o bolo que tinha se formado em sua garganta, sorriu de lado e disse.
– Foi um prazer ser seu namorado por um tempo, Harry Styles.
IX
Dormir, definitivamente, estava sendo a pior parte.
O cacheado estava acostumado com o silêncio dos quartos de hotéis desde muito novo e, por incrível que pareça, ele passou as últimas semanas estranhando aquela rotina solitária que vivia há anos. O barulho de gente conversando e rindo, além dos carros em movimento, sempre foi o plano de fundo dos lugares onde ele se hospedava, e daquela vez não foi diferente, pois o que tinha mudado era a forma como ele olhava essas situações.
A vista da sua varanda era estonteante, prédios chamativos e ruas bem iluminadas geralmente eram tudo o que os turistas reparavam. No entanto, dali de cima, Harry com uma taça na mão e aproveitando o balançar do vento fresco em seu pijama, observava os dois velhinhos sentados na praça em frente ao hotel, o senhor com um livro nas mãos e com o braço sobre os ombros dela e a esposa apenas fazendo companhia, observando com devoção e carinho palpável as pessoas que circulavam pelo local.
O senhor, que Harry imaginou que tivesse um nome elegante como Gerard, tirava o braço do apoio confortável que era os ombros da sua amada a cada poucos segundos para lamber uma listra rápida em um dos dedos e em seguida virar a folha do exemplar que estava lendo. Nesses poucos segundos sem contato, a senhorinha de aparência amigável virava o rosto com um sorriso e depositava um beijo doce no rosto magro do marido.
Uma coisa tão simples e casual, eles estavam ali não necessariamente conversando ou fazendo algo em conjunto, mesmo que estivessem juntos, se é que isso faz sentido. Mas para Styles, fazia.
Ele não tinha sonhado em ter algo como aquilo com Sam nos dois anos que se envolveu com o outro modelo, também nunca imaginou que iria querer se sentir tão íntimo de alguém a ponto de envelhecerem juntos e ainda ser confortável apenas a companhia silenciosa um do outro. A verdade é que a vida que levava não permitia sonhos tão simples, a menos que esse outro alguém dividisse, ou pelo menos, entendesse a rotina louca que iria acompanhar o relacionamento por longos anos, talvez décadas, até finalmente chegarem na etapa de aproveitar a tranquilidade que aquele casal de velhinhos representava.
Algumas crianças corriam e gritavam por ali, com sorrisos contagiantes nos rostos e um fôlego juvenil invejável, mas algo lhe chamou atenção e ele sacou o celular para tirar uma foto. Um garotinho que acabara de apoiar o skate debaixo do braço tinha parado de brincar com os amiguinhos para observar um artista de rua que estava começando a tocar, com sua guitarra plugada em uma pequena caixa de som e a bolsa do instrumento aberta no chão. A feição apaixonada da criança lhe fez imaginar uma pessoa que provavelmente tinha sido assim quando mais novo, então ele abriu o aplicativo de mensagens no contato de Louis e estava pronto para enviar.
Digitou e apagou diversas variações das frases “lembrei de você” ou “imagino que você tenha sido assim”, mas não enviou, faltou coragem. Desligou a tela com o coração acelerado e a garganta seca, acreditando e repetindo para si mesmo que não seria prudente aparecer mais uma vez na vida do menor já que tinha deixado ele confuso e bagunçado da última vez que se viram.
Os lençóis estavam frios quando ele deitou naquela noite, assim como em todas as outras daquelas semanas. Semanas? Parecia uma eternidade. E seguindo o roteiro que sua cabeça criou para conseguir adormecer, mesmo a contragosto, ele sonhou com um corpo quente entre seus braços e fios curtos fazendo cócegas no nariz. Com o perfume amadeirado povoando seus sentidos, ele adormeceu.
°°°°°
A garçonete não sabia quem parecia mais acabado entre os dois rapazes sentados na mesa do canto. Sempre que ia atendê-los, voltava com mais e mais bebidas na comanda e um aperto no peito, infelizmente era comum ver jovens desolados descontando suas frustrações no álcool, mas não deixava de ser preocupante. O motivo para a bebedeira podia variar, dizia sua experiência, às vezes era o trabalho cansativo, em outras as notas baixas na faculdade, ou até problemas familiares. Mas olhando para aqueles homens fortes que estavam juntos, mas sem realmente trocar conversa, ela sabia que o único motivo para estarem ali naquela noite era o amor.
Levou mais ou menos um mês, ele não tem certeza, para Louis conseguir lembrar do olhar do seu amigo para Harry sem fechar os punhos com raiva, e só então ele criou coragem para conversar. A intenção nunca foi ser grosso ou ríspido com alguém que sentiu tanta falta durante os anos e quando mandou mensagem pedindo para encontrar Liam em um pub qualquer de Londres, se sentiu realmente com medo de que ele não aceitasse, com medo de ter estragado tudo.
Por sorte, estavam ambos sentados a pelo menos dez minutos, com alguns copos vazios de cerveja espalhados pela mesa e muito envoltos nos próprios dramas pessoais para ainda haver qualquer conflito pendente entre eles. Uma desculpa rápida assim que chegou foi o bastante para o amigo lhe olhar com os castanhos profundos e lhe deixar desabafar o porque agiu todo territorial daquela forma.
– E aí ele começou a agir estranho comigo, sabe.. Na verdade, Harry sempre é educado e gentil, você dificilmente vai ver ele desrespeitando ou sendo nada menos que doce com alguém, mas eu percebi a mudança.
Ele não tinha certeza se Liam estava lhe escutando, os olhos escuros estavam voltados em sua direção, mas o outro não parecia focado no que falava. Ainda assim, Louis estava bem em desabafar com um amigo, mesmo que ele não prestasse atenção, e por isso continuou falando.
– Você não deve imaginar como é isso, por motivos óbvios, mas cara.. a gente tem essa- essa coisa, essa conexão desde o começo de tudo e eu via o afeto crescer cada vez mais a cada dia que a gente se encontrava para algum trabalho, entende? E eu sei que era recíproco! – tomou um longo gole da cerveja que não estava mais tão gelada. – Só que aí ele me fodeu e pronto, era pra eu estar surtando, não ele! Qual é? O caminho comum não é o hétero surtar depois de dormir com um cara? Então porque ele quis terminar tudo assim, sem- sem.. porra, a gente ainda tinha tempo.
Liam piscou algumas vezes e passou a ouvir o que o amigo falava a partir da frase “me fodeu”, franzindo o cenho e tentando acompanhar o que tinha perdido.
– O que? – perguntou, confuso. Se Louis pudesse retomar uns cinco minutos do discurso, ele tinha certeza que conseguiria entender o que estava rolando, mas o outro não pareceu escutar.
– Eu- eu não sei se já passei por algo assim antes. Quer dizer, eu tenho certeza de que não passei. – suspirou. – É só.. estar com ele era simples, a gente ria na mesma medida em que tínhamos conversas profundas, sem parecer de fato um trabalho. Eu falei coisas e ele me falou coisas que não acho que outras pessoas saibam.. e o clima nunca ficava desconfortável por isso. Quando a gente dormiu junto eu não pensei que pudesse ser tão bom acordar com outra pessoa ocupando um espaço ao meu lado, mas agora eu praticamente acordo todos os dias ansiando por isso.
Louis apenas deixava as palavras tomarem forma e saírem por seus lábios, sem pausa.
– Por sentir o corpo quente dividindo os lençóis, por observar como ele faz um biquinho enquanto dorme, por ter alguém pra dividir momentos.. Não alguém, ele. – agora Louis deslizava os dedos pelas gotículas de água que se formaram por fora do copo, desenhando padrões sem muita atenção. – Ele é tão forte Payno, e tão sensível também.. não acho que já tenha conhecido alguém como ele, tão- tão..
– Único? Apaixonante? – arqueou uma sobrancelha e sorriu calmo, em contraste com os olhos arregalados do outro. Louis finalmente conseguiu sua atenção e parecia um pouco constrangido por isso.
– Eu não diria que estou, é.. eu não, sabe? Só n-
– Olha.. – endireitou a coluna e encarou os olhos azuis confusos, tentando passar uma certeza que sequer possuía na própria vida particular. – Se você sentiu tudo isso, não deixe passar, sério. E não me importa se você é gay, ou bi, ou um papagaio falante. – o amigo sorriu agradecido. – Você estava feliz nesses meses e ele também, então.. porra eu não sou bom com isso, mas acho que deve correr atrás da felicidade? Sei lá, eu sempre vejo isso nos filmes, então os roteiristas de Hollywood devem estar certos, né?
Um brilho diferente cruzou as orbes azuis assim que o maior acabou de falar, algo muito parecido com determinação e coragem. Louis ainda não sabia o que ia fazer, mas não podia só esperar que o outro tomasse uma decisão pelos dois. Ele queria se afastar? Então teria que dizer na sua cara um motivo bem melhor do que “conseguimos bater as metas”. Ele teria que lhe provar que o que viveram também foi tão falso quanto o relacionamento, um detalhe que Harry teve a audácia de lembrar da última vez que se viram. Só então Louis poderia aceitar e se deixar sofrer por algo que pelo menos tentou.
– Tô te devendo uma, irmão.
Levantou da mesa e saiu pela porta apressado, não se preocupando com as cervejas que pediu ou mesmo com a conta para pagar.
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– De verdade Tommo, é impossível conseguir isso. – o loiro olhava para o homem decidido em sua frente como se ele fosse louco. – Você sabe que eu quero o melhor pra banda e isso seria simplesmente maravilhoso.. – se desculpou com o olhar. – mas tem coisas que nem eu posso fazer.
– Tris, eu confio em você, cara. – Louis percebeu que precisava mudar a abordagem. Implorar como um cachorrinho sem dono não estava funcionando, então decidiu apelar para o ego. – A única pessoa que nos deu uma chance no início foi você. Quem nos colocou na rádio pela primeira vez foi você. Porra, quem ajudou nosso som a entrar no top 10 anual com toda a promoção e divulgação foi você. – o outro soltou uma respiração resignada, Louis sabia que estava quase conseguindo o apoio, faltava apenas finalizar corretamente. – É só você piscar esses olhinhos e soltar essa lábia que estamos dentro, eu tenho certeza.
– Na Fashion Week? Sério? – Evans tinha o semblante exasperado, sem acreditar que realmente estava cogitando a ideia. O contraste com a pose confiante de Louis era cristalino como água.
– Eu preciso disso. – respirou fundo. – Por favor?
– Caralho, Louis. – passou a mão pelos cabelos, bagunçando os fios em um gesto impaciente. – Eu vou ver o que posso fazer. – mas ao ver o sorriso enorme que surgiu na feição do outro, continuou. – Não se anime. – e saiu com o celular na mão, digitando furiosamente.
Seria difícil não se animar, entretanto. Louis passou a última semana praticamente trancado dentro do quarto, só saindo para comer e fazer suas necessidades. Por sorte, a agenda de shows não voltaria a lhe ocupar por algum tempo e, em teoria, era pra ele estar trabalhando de outras formas.
Ele até estava.. mas não pelos motivos certos. Quer dizer, se é que existe um motivo certo para compor uma música inteira dedicada a uma pessoa. No final, entraria para o repertório da banda, não entraria? Então meio que ele estava trabalhando sim.
A ideia surgiu logo após sair correndo do bar em que esteve com o amigo outro dia, e o taxista que lhe deixou em casa deve ter dormido com dor de cabeça depois de ouvi-lo tagarelando sobre as milhões de qualidades que lhe fizeram se apaixonar e criando melodias com a boca o caminho inteiro para não esquecer.
A primeira coisa que fez ao chegar no seu apartamento de Londres, no lugar de tomar um banho e engolir comprimidos para não sentir ressaca no dia seguinte, foi pegar o violão e começar a compor. Depois de alguns minutos, decidiu que com a guitarra ficaria melhor, mas não fazia muito sentido cantar e tocar guitarra ao mesmo tempo. Por isso, em alguns dias ele finalizou apenas a melodia, anotando as cifras em uma partitura um tanto confusa com rabiscos disformes e só depois partiu para concluir a letra.
Compor geralmente não era uma tarefa fácil para ele, tinha muitas rimas que não achava legal, ou não ficavam sonoramente bonitas e uniformes, e em outras vezes existia um sentimento que ele não conseguia passar para o papel da forma que queria, forte e esmagador, fiel à realidade. Mas dessa vez foi diferente, ele tinha motivo, propósito e uma “musa”. Bastou transferir tudo isso em palavras, combinar com o arranjo que se amoldava ao estilo de som que a banda tocava e estava pronto.
No mesmo dia em que finalizou tudo, exatamente uma semana após a conversa com Liam, correu atrás do seu agente para implorar por mais um favor. De acordo com seus planos, e não faria sentido não segui-los, ele e os garotos tinham um dia para ensaiar com todos os instrumentos no estúdio e Tristan tinha apenas dois para conseguir lhes levar para Paris, com entrada liberada para um desfile específico e com o crachá indicando que iriam se apresentar lá.
Ele estava ansioso, impaciente e um pouco inseguro. Se nada disso funcionasse para o cacheado aceitar lhe dar uma nova chance, real dessa vez, pelo menos estariam promovendo um pouco mais a banda e lançando um novo som. Além de um coração partido, pelo menos não haveria mais prejuízos.
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Louis não tinha a resposta definitiva quando embarcou no primeiro avião do dia com destino a Paris, na França. Os colegas de banda sequer chegaram a questionar esse impulso, sempre confiantes demais em seu líder para duvidar das suas decisões, mas mal sabiam eles que não foi a esperança cega de que Tristan ia conseguir o show que o fez comprar as passagens em um piscar de olhos, na verdade o que lhe moveu foi algo mais feio e também mais forte.
Olhando para o assento da classe econômica em sua frente e com os olhos vidrados em algo além da tela que exibia algum filme de bilheteria milionária disponibilizado pela companhia aérea, ele só conseguia lembrar daquela maldita foto.
Mais ou menos duas horas atrás Louis estava no estúdio passando mais uma vez a música que compôs naquela mesma semana e durante uma pausa necessária para trocar a corda do baixo que tinha arrebentado, ele teve a brilhante ideia de vasculhar o Instagram. Não procurava nada específico e a intenção era apenas passar o tempo. Além da bolinha sempre vermelha indicando notificações não abertas e mensagens não visualizadas, o círculo roxo mesclado com laranja ao redor de uma foto conceitual de Harry lhe chamou atenção e ele clicou para conferir o que o perfil profissional do outro tinha publicado.
O story tinha sido postado há apenas 28 minutos e mostrava apenas um vídeo filmando toda a plateia, dezenas de pessoas amontoadas e com seus iphones nas mãos, que esperava pela chegada dos modelos e demais artistas no local do desfile, além mostrar também uma prévia do cenário e da passarela onde ocorreria os desfiles daquele dia. Não tinha nada muito interessante no vídeo, eram apenas pessoas arrumadas demais em um estilo excêntrico, diversas cadeiras posicionadas em fila para os convidados irem sentando à medida que chegavam no local, uma passarela longa e lustrosa em tons de cinza que dava a volta por entre os assentos, e só. Louis atualizou a página uma vez após fechar a aba e o perfil do modelo apareceu novamente em primeiro lugar, dessa vez com uma foto que alguém, provavelmente sua secretária, tinha acabado de postar na conta do cacheado.
Várias araras com roupas e tecidos que não faziam muito sentido sem estar no corpo de alguém emolduravam a foto. Alguns camarins e penteadeiras com luzes fortes e diversos produtos espalhados pelos móveis também eram possíveis de ver no local. O conjunto formava basicamente uma imagem dos bastidores do desfile que tinha como fundo vários homens e mulheres, alguns vestidos e outros com roupas íntimas na cor das suas peles, desfocados pelo provável movimento na hora que a captura foi feita.
Mas seus olhos pareciam ser chamados para analisar com atenção o canto esquerdo da foto, onde um corpo alto e esguio, não muito musculoso, foi reconhecido imediatamente, mesmo com o borrão sobre a tela. Harry estava com uma cueca bege assim como o rapaz com quem conversava, ambos com sorrisos largos e cheio de dentes no rosto. A distância entre eles foi a segunda coisa a notar, estavam próximos demais.
Não parecia certo, mas seus dedos tremeram um pouco e seguiram o caminho independentemente do cérebro que mandava comandos para que parasse. Abriu o perfil da marca que Harry desfilaria nessa noite e foi atrás das marcações mais recentes. Outros modelos tinham marcado nos stories assim como Cleo acabara de fazer e por isso não foi difícil achar o que, inconscientemente, procurava.
Olhos verdes, não tão vívidos e nem de longe tão bonitos quanto os de Harry. Pele clara, apesar do visível bronzeado não tão recente. Cabelos lisos de tom caramelo arrumados em um topete bagunçado. Barba por fazer contornando um sorriso galante. Covinhas dando graça ao perfil másculo, deixando o visual um pouco mais suave. Sam Claflin era o nome estampado no topo do perfil.
Sam. Sam. Então esse era o ex de quem Harry falou certa vez, aquele cujo relacionamento terminou de uma forma tão amigável que agora eles se encontravam rindo ao trabalhar juntos. Louis sentiu seu sangue latejar nas têmporas e os dedos fecharam com força ao redor do celular, apertando sem querer o botão de desligar a tela. Assim que o visor escuro espelhou sua feição raivosa, ele se forçou a respirar e contar até 10. Talvez até 20 funcionasse melhor.
A devoção e confiança que os amigos depositavam nele foi o que lhe fez seguir o impulso de comprar as passagens, despachar os instrumentos necessários para uma apresentação rápida, pouco importando se teria ou não as caixas de som ou iluminação adequada no local, e se viram embarcando num avião comercial, o que também não era comum, mas foi o que a urgência em seu sangue pediu. O seu desespero parecia não caber no curto espaço da cadeira padrão de uma classe econômica, mas alguns sacrifícios precisam ser tomados quando se planeja alcançar algum objetivo.
Assim que desceram no aeroporto internacional de Paris, o celular de Louis apitou com três mensagens, uma seguida da outra, sem lhe dar intervalo para assimilar as palavras.
Você tá me devendo um ENORME favor, entendeu?
E pode apostar que eu vou cobrar!! Não sabe o quanto eu tive que me humilhar pra essa porra, Louis.
Mas é.. pode afinar os instrumentos, vocês sobem no palco exatamente às 21h15. Boa sorte, parceiro.
Piscou os olhos azuis. Então piscou novamente, tomando um tempo para reler a mensagem mais algumas vezes até assimilar o conteúdo. Quando enfim seu cérebro pareceu funcionar corretamente, um sorriso largo floresceu em seu rosto e ele virou para os outros caras.
– Vamos lá, temos um show pra fazer!
°°°°°
O ambiente dos desfiles em geral e, principalmente, durante a semana de moda ainda era predominantemente feminino e, apesar das parcerias remotas com diversas outras marcas de luxo, a única que resolveu ousar contratando modelos masculinos para desfilar com as peças foi a Peter Do.
Harry passava os olhos verdes por todo o visual androgeno que era padrão em todas as modelos, com seus cabelos penteados para trás com gel e maquiagens feitas para apagar os traços mais femininos e realçar linhas que são mais comuns serem marcadas em homens, e sentia uma fagulha de ansiedade acender em seu peito. Ele já estava com o figurino que iria usar no desfile, assim como todos ao seu redor, e apenas esperava, não tão pacientemente, o momento em que a tela plana da TV anunciasse seu nome como o próximo a desfilar.
Sam, ele e um outro modelo de traços finos e asiáticos eram os únicos homens desfilando no segundo dia da Fashion Week e isso tornava o momento ainda mais emocionante. Harry até ouviu notícias de alguns tablóides especulando que a escolha desses três nomes, especificamente, se deu por conta dos traços faciais fáceis de manipular e tornar mais femininos, como os olhos grandes e as maçãs do rosto saltadas, mas ele preferia acreditar que seu talento lhe levou até ali e nada mais.
A escolha para as roupas não era o que ele estava acostumado a desfilar, já que a marca optou por peças minimalistas, com tons predominantemente em preto e branco, além de detalhes em vermelho. O estilo todo rico em alfaiataria e transparência eram complementados com bolsas de mão e botas sem salto.
Assim como todos, Harry também tinha seus cabelos jogados para trás em um penteado com gel para dar a impressão de molhado, porém elegante, tinha o rosto delicadamente esculpido e alguns pontos com uma iluminação muito sutil, que complementava de forma singela as roupas completamente pretas. O torso nú era visível por entre a abertura do blazer desconstruído e de formato não convencional que ele usava, e sua cintura parecia ainda mais fina pelo botão que começava a partir daquele ponto e pela impressão ótica que o caimento largo nos ombros dava. A calça de alfaiataria de cintura alta lembrava muito o estilo militar de décadas atrás, com a marcação das linhas de costura que faziam volume nas pernas, totalmente condizentes com o coturno preto pesado e de solado alto que calçava nos pés.
Bastou pisar no revestimento lustroso e cinza da passarela para seu estômago girar da maneira gostosa que ele sonhava desde menino em sentir. Ainda não tinha entrado em destaque, estava esperando as modelos anteriores darem a volta e saírem para ele e a colega em sua frente, que usava roupas iguais às suas, finalmente serem alvos dos milhares de holofotes que haviam ali.
Respirou fundo e contou até cinco. Sorriu confiante para a mulher menor que lhe olhava com o semblante nervoso. Endireitou a coluna e deixou o rosto numa feição neutra, sem sorrisos ou marcas de expressão. Esperou os acordes soarem pelo local por exatos dois segundos, só o tempo de acenar para a garota indicando que seria agora, e deu o primeiro passo.
Com tantas luzes em sua direção, da passarela e das câmeras fotográficas, ele não conseguia visualizar nenhum rosto em meio a multidão. Era por isso, também, que nos ensaios gerais os modelos eram incentivados a refazer todo o percurso algumas vezes até estarem seguros com o material do revestimento no chão e com o caminho que fariam no momento certo. Ainda assim, nem todo o treino anterior foi capaz de não lhe fazer vacilar o passo quando reconheceu a voz que estava cantando ao fundo.
O primeiro instinto do cacheado foi o de vasculhar todo o salão com os olhos até encontrar de onde vinha aquela voz que ele já conhecia tão bem, mas felizmente ele se impediu de arruinar o desfile de tal forma. Se algum crítico ou repórter percebeu o momento em que ele travou a respiração e recuperou a coordenação motora, voltando ao seu caminho, ele descobriria depois nos jornais. Ou quando seu nome não fosse mais cotado pelas marcas.
Visualmente ele continuava esplêndido, com passos delicados e naturais, deslizando sobre o piso como se fizesse isso todo dia. Mas por dentro Harry sentia o estômago cheio de bolhas lhe fazendo querer gritar, o coração pulando tanto que ele estava com medo de ser possível perceber pela abertura do terno e a cabeça girando, tentando decifrar com rapidez cada palavra da música que, aparentemente, era o seu tema de fundo daquela noite. Ele notou ser uma canção nova pois não existia no repertório do Arctic Monkeys até o mês anterior, quando ele ainda tinha certo contato com o vocalista, então esse detalhe lhe fez procurar com mais ênfase por qualquer pista que o fizesse entender o que estava acontecendo.
Com a face em branco, ele conseguiu pegar algumas frases que Louis cantava. “Eu sei que você diz que me conhece, me conhece bem.. Mas esses dias eu nem me conheço, não”. Ele não teria feito uma composição como essa durante o tempo que estavam separados, teria? Harry se pegou questionando.
“Mas então eu fico tão entorpecido com todas as risadas, Que eu esqueço da dor”, ele seguia cantando e o coração do cacheado não tinha como acelerar ainda mais, mas as lembranças dos momentos na praia ou dentro do carro quando eles tiveram as conversas mais profundas da sua vida lhe fizeram pensar que podia sim.
Harry estava lá na frente, dando a volta pelo circuito entre as cadeiras onde dezenas de pessoas lhe assistiam com olhos rigorosos e atentos, e nesse momento, ao parar poucos segundos para girar e fazer o caminho de volta, ele rezou para não estar corando ao que seus ouvidos registraram a voz quente ditar “você me fode” e algo como “eu não sei como fazer isso parar” entre o conflito claro na melodia sobre amar e odiar todos esses sentimentos.
Sua garganta estava seca o suficiente para ele querer virar dois litros de água de uma só vez, e em seu caminho de volta, ao conseguir enxergar a banda que tocava ao vivo no canto do espaço, o que ele sentiu foi um misto entre desespero, paixão, descrença e uma súbita revolta. Em sua cabeça ainda existia a confusão das palavras captadas na letra da música, numa junção com os dias em que ele passou sozinho sentindo falta do que teve durante alguns meses, e seu cérebro ainda batalhava com a possibilidade do outro ter lhe usado mesmo depois do fim para chegar até ali. Ele não queria retirar o crédito dos garotos porque, bem, eles claramente tem potencial para tematizar seu desfile, mas o cacheado não queria aceitar que Louis, especificamente, tem todo o poder de o desestabilizar durante um trabalho. Um trabalho que Harry não costumava admitir nenhum deslize.
Com todos esses questionamentos tomando conta do seu corpo e mente, Styles ainda conseguiu vislumbrar o rosto de Louis bem no momento em que a música terminava e sua participação na Semana da Moda de Paris também. “Eu apenas continuo voltando pra você” foi a última frase que saiu pelos lábios finos do cantor quando o azul encontrou o verde em uma troca de olhares rápida, porém intensa.
°°°°°
– Só me deixa falar, tá legal?
Depois do curto show e após todos os modelos terem passado mais uma vez, agora juntos, pela passarela e se dirigirem aos fundos do espaço, Louis pediu para os amigos irem guardando os instrumentos e deu um jeito de encontrar Harry em um dos camarins. Não foi fácil, seu crachá não autorizava a entrada naquela área, mas pode-se dizer que ele aprendeu alguns truques com Tristan Evans no que diz respeito a conseguir o que quer. Não lhe deixou satisfeito que alguns euros pudessem ter feito um dos funcionários deixar qualquer desconhecido passar, era um risco para a segurança dos modelos afinal, mas foi bem útil naquele momento, então não iria reclamar.
Quando entrou na sala pequena encontrou Harry com uma toalha branca com listras pretas em volta da cintura e em posse de alguns lenços que ele levava até o rosto, retirando qualquer resquício de maquiagem existente. Primeiro a feição do maior se contraiu em confusão para, logo depois, mudar para um misto entre cansaço e decepção.
– O que você quer, Louis? Eu já falei, a gente conseguiu o que queria e, inclusive, olha só.. parabéns, você tocou no maior evento da moda da atualidade. Não é o suficiente? Não tá feliz?
– Não, porra. – se aproximou alguns passos da onde o outro continuava sentado olhando pelo espelho e virou a cadeira até Harry estar de frente para si. – Minha carreira tá ótima, é verdade. Os números não poderiam estar melhores, mas eu não estou satisfeito, Harry.
O olhar do cacheado era cuidadoso, não sabia o que esperar dessa entrada repentina, então não falou nada. Com uma respiração inconformada, Louis viu que o outro não iria abrir a boca e continuou.
– Nada disso é o suficiente e você sabe porque?
– Não.. – o maior balançou a cabeça, com os olhos grandes em um conflito interno. Ele tinha compreendido a letra da música, fez conexões com o que eles viveram juntos, mas até então poderia ser apenas coincidência. Não queria dizer nada, talvez nem tenha sido Louis quem a compôs.
– Caralho, H. – pousou a mão no rosto dele com delicadeza e o fez levantar o olhar até encontrar o seu. – Como eu poderia me contentar apenas com sucesso e dinheiro se eu passei os últimos meses dividindo minha vida e criando momentos com uma pessoa extraordinária que deixou de estar presente pra mim? Como eu posso sequer sonhar em nunca mais ter uma das nossas conversas super sérias, mas que nunca são tão sérias assim?
Harry engoliu em seco, a veia palpitante no pescoço mostrando o quando seu coração estava batalhando para não parar completamente naquele momento.
– Como eu poderia ficar feliz por tocar na porra da Fashion Week se eu passei o último mês rastejando pelos cantos com você na minha cabeça? Eu estava vivendo para colocar os meus sentimentos em palavras, mas não foi tão simples assim. Me diz, pelo menos entendeu a música que eu fiz pra você? – continuou.
– Você tá confuso, Lou. – Harry parecia querer convencer seu próprio coração de que aquilo não era sério e ele não podia simplesmente derreter ao ouvir essas palavras. – Eu entendo que a gente passou um tempo junto e o que aconteceu depois também pode ter deixado você um pouco-
– Sente. – agarrou a mão do cacheado e levou até o próprio peito, tendo certeza de que as batidas descompassadas seriam sentidas sem o menor esforço. – Sente isso. Eu não tô confuso, sério. Lembra de quando a gente conversou sobre um lar e sobre como sempre falta algo? Eu quero ser essa pessoa.. me deixa ser essa pessoa, H. – e Harry sentiu nas batidas sob a palma da mão como cada palavra era verdadeira.
– Eu- eu.. – o maior queria dizer que sim. Que nunca tinha sonhado com um relacionamento longo e feliz até passar aqueles meses com Louis. Que o tempo separados lhe deixou um vazio infinito no peito. Que sonhava todos os dias com Louis estando aconchegado ao seu corpo e acordava sentindo a falta dele entre os braços.
Ele não pôs em palavras, mas seu olhar pareceu transmitir o mais sincero sentimento. Dominante da arte da música e da poesia como Louis era, captar os sinais a partir de olhos brilhantes e feição devota não foi complicado.
– Eu quero ser insubstituível pra você.. quero fazer planos, quero que a gente viaje mais vezes e que fiquemos bêbados juntos novamente. – sorriu, nostálgico. – Eu quero que você não precise ser forte quando chegar em casa e que possa desabafar comigo sobre seu trabalho e o quão cansado você está. Quero ser o cara que vai te fazer massagem enquanto apoia todas as reclamações, mas que no outro dia não te deixa desistir do seu sonho.
Harry não notou, mas suas bochechas brilhavam molhadas pelas lágrimas solitárias que desciam sem alarde.
– Eu quero que minha família veja como eu fico quando estou apaixonado por alguém, porque, você sabe, eles nunca presenciaram isso. E quero conhecer a sua família também, saber de onde veio essa personalidade encantadora e forte que você me fez gostar tanto de você desde o primeiro contato. – Lembrou da forma confiante que Harry entrou naquele estúdio fotográfico e suspirou. Era como se tivesse acontecido em vidas passadas, há tanto tempo.
– Você tem certeza? – a voz não era mais do que um sussurro completamente emocionado. – Eu- eu não posso prometer que vou ser o melhor namorado, eu nem sei como fazer isso com a nossa rotina, Louis.
– A gente teve uma prévia de como pode ser, não foi? – Harry assentiu. – Basta você querer, H., só que de verdade agora.
Louis se aproximou um pouco mais do rosto que ainda segurava, até sentir a respiração ofegante dele bater em seu rosto, e com a confirmação tácita de Harry, beijou com delicadeza os lábios gordinhos, sentindo o gosto salgado das lágrimas que o modelo não conseguiu segurar e deixando seu peito enfim explodir numa felicidade que não tinha experimentado até então. Entre selinhos castos, a sua voz, também embargada, saiu por entre os lábios, dizendo:
– Eu quero te amar longe dos holofotes dessa vez.
Epílogo
O carro estava com os vidros fechados começando a embaçar e a luz do fim da tarde manchava os bancos de couro com tons alaranjados, contribuindo para aquecer ainda mais os corpos que queimavam juntos dentro do automóvel.
– A gente tá atrasado, amor. – as palavras saíram ofegantes pelos lábios de Louis. – Hhm, isso.. espera, deixa e- eu segurar seu cabelo.
Harry sentiu seus cachos, um pouco maiores do que estavam no ano anterior, serem puxados para trás, deixando sua visão livre para apreciar como o namorado ficava inquieto e barulhento enquanto ele levava a ereção grossa e rígida até o fundo da garganta, e como ele ficava repentinamente silencioso e estático, com os olhos vidrados e lábios abertos, quando as leves sucções eram depositadas apenas na ponta vermelhinha. Os meses se passaram, mas a sensibilidade de Louis naquele local nunca diminuiu.
– Não estaríamos tão atrasados assim se você aguentasse algumas horas sem precisar que eu te fizesse gozar, não acha? – Provocou Harry. Os lábios inchados eram outra coisa que Louis simplesmente adorava, além da voz grave sussurrando obscenidades ou apenas brincando com sua paciência. A saliva ligando eles, as almofadas babadas e vermelhas, ao seu pau era apenas um detalhe ainda mais favorável.
– Isso não é exatamente culpa minha- porra! – o gemido escapou alto demais para o lugar em que estavam. O estacionamento atrás do estádio de futebol em Londres não era exatamente o lugar mais reservado para uma aventura como essa, mas ali estavam eles: atrasando ainda mais a chegada no jogo para o qual foram convidados especialmente pelo casal de amigos que iriam, pela primeira vez, estar jogando do mesmo lado, e não mais em times opostos, pela seleção inglesa.
– Vamos lá, Lou.. eu amo seu gosto na minha boca, mas não temos muito tempo. – dito isso, Harry passou a investir com a cabeça, descendo rápido e forte, engolindo todo o membro, enquanto uma das suas mãos apertavam a coxa firme por baixo da calça jeans que seu namorado usava e a outra forçava dois dedos entre os lábios finos dele. Louis tendia a ser barulhento quando estava muito próximo do ápice.
Alguns minutos depois, com os olhos brilhantes e rosto corado, o menor abria espaço na arquibancada, pronto para ver a segunda metade do jogo. Harry, que tinha uma das mãos entrelaçadas a do menor, com a outra desembalava um chiclete para tirar o gosto distrativo que permanecia na sua língua, era isso ou lidar com uma ereção pelos próximos quarenta e cinco minutos.
Eles sentaram logo atrás da grade, nos lugares que tinham reservado, e a multidão azul e branco bradava com orgulho seu hino nacional. O placar apontava 3x1 quando ele conseguiu reconhecer os números dos seus amigos nos uniformes da Inglaterra. Os sobrenomes Malik e Payne estampavam as camisas de números 9 e 10, respectivamente.
Não foi exatamente uma surpresa, mas seu coração aqueceu em orgulho quando, ao final da partida e em uma comemoração inédita no cenário do futebol, ele viu o amigo de infância beijar o homem por quem anunciou publicamente, um ano atrás, estar perdidamente apaixonado. Algumas vaias foram ouvidas, mas seu coração batia mais forte e mais alto que qualquer ato ofensivo. Tinha amor vibrando no seu peito, assim como no gramado, e Louis tinha certeza que mais gente naquela arquibancada se sentiu representado pelo ato de coragem.
Com os olhos límpidos e brilhantes pelas lágrimas não caídas, ele virou para Harry com um sorriso emocionado e encontrou as duas esmeraldas mais preciosas já lhe encarando.
– Eu te amo, babe.
– Amo muito você, H.
Fim!
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Me digam o que acharam, por favor.
Sentiram uma mudança na escrita ou nem?
Além disso, reconheceram alguém da história anterior? Algum palpite de qual personagem vai ser a próxima?
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Note
izzy por favor faça qualquer coisa que envolva os dojaejung eu imploroooo
as formas do amor I dojaejung
n/a: pensei em fazer uma parte contando a história de cada um. querem?
você olha para a câmera com nervosismo, por que é que aceitou isso? tudo bem que o dinheiro que lhe ofereceram fora ótimo, mas agora se questiona se realmente valia a pena.
antes que pudesse desistir, o time que conduz o experimento chama sua atenção, dizendo que o vídeo já fora iniciado. não tem mais jeito.
"é muito simples. nós vamos te fazer algumas perguntas, como uma entrevista. a gente só quer produzir esse conteúdo pra mostrar ao pessoal do canal como o amor pode variar ao longo do tempo." o diretor explica.
"tudo bem." você suspira, se preparando sem saber o que viria pela frente. tudo que sabe é que vai falar sobre experiências amorosas.
"então, primeira pergunta." uma jovem anuncia, sendo seguida por alguns barulhos de tambor improvisados pelos colegas.
todas as câmeras capturam sua reação tensa, bem enquadradas no seu rosto.
VOCÊ ESTÁ APAIXONADA ATUALMENTE?
você sorri aliviada, deixando um pouco de ar escapar pelo nariz. uma das câmeras flagra o momento exato que sua postura relaxa e muda da água para o vinho. "sim."
um coro de 'aw' preenche o recinto, e você esconde o rosto com as mãos.
POR QUEM?
"pelo meu noivo, kim jungwoo." pronuncia o nome com delicadeza, aproveitando para mostrar o anel de diamante para as câmeras. só de pensar nele fica visivelmente mais feliz e à vontade, permitindo que sua personalidade fosse vista pelos pesquisadores.
QUANDO SE CONHECERAM?
o sorriso bobo aumenta as expectativas dos ouvintes, que além de registrarem as mudanças na sua linguagem corporal para explicar melhor o experimento aos inscritos no canal quando o vídeo saísse, também prestam o máximo de atenção simplesmente por curiosidade.
"foi há alguns anos, eu tinha acabado de terminar com o melhor amigo dele."
uma das meninas deixou uma expressão surpresa escapar, fazendo todos rirem ao fundo, te levando junto também.
"o jungwoo morava fora quando eu namorava o dito cujo, então a gente nunca se encontrou. eles eram próximos, então acabou que criei uma amizade com ele também. quando terminei, continuei amiga do jungwoo, até que ele voltou pra casa, e a gente saiu junto como amigos." o risinho disfarçado não engana ninguém.
SÓ AMIGOS?
"tá..." você confessa com timidez. "confesso que quando eu o vi pessoalmente pela primeira vez, eu fiquei meio balançada. ele é lindo de doer, qual é." pausa para rir com gosto, a lembrança é muito feliz. "demorou até que eu admitisse que tava gostando dele, também não sabia como ele ia reagir. não é todo mundo que aceita ser talarico assim." você ri mais, porém se arrepende da piada e olha para uma das câmeras. "desculpa, amor, é brincadeira." o time te acompanha na risada. "ele odeia que eu fale isso."
COMO VOCÊS COMEÇARAM A NAMORAR?
"isso é engraçado porque, como eu disse, eu não queria admitir. só que a gente começou a passar tanto tempo junto que os nossos amigos repararam que tinha alguma coisa ali. eu, boba, não vi que ele também gostava de mim. daí ficamos nesse joguinho até que a gente brigou feio porque ele achava que eu tava com ciúmes da namorada nova do jaehyun." ao pronunciar o nome do ex, você põe as mãos na boca. "meu Deus, censura o nome dele."
o staff da produção ri de tudo que você diz, e isso te ajuda a se abrir, mas também faz cosquinha no seu ego, fica se achando.
"enfim... socorro." toma um gole d'água na garrafinha disponibilizada para você. "a gente brigou feio, discutimos na frente de todo mundo num churrasco. no dia seguinte ele tava na minha porta com cara de cão arrependido, me pediu desculpas e me beijou."
outro coro, desta vez de urros de comemoração, te interrompeu.
"pois é, né. passamos por todas as fases: ficantes casuais, ficante sério, premium, premium plus... e, finalmente, namorados."
E O PEDIDO DE CASAMENTO?
"ai, olha..." sente as pálpebras arderem, e pede um momento para se concentrar. "pra começar, foi em Paris. a viagem foi um presente de dois anos de namoro, e é aquilo né... ele me deu uma viagem romântica de presente ou ele vai me pedir em casamento? eu tentei fugir das expectativas, mas no fundo a gente sempre sabe. foi no nosso quarto do hotel, na nossa penúltima noite na cidade. eu tava na varanda admirando a vista pra torre, e ele me surpreendeu com o anel."
nesse momento, algumas lágrimas já haviam caído. a entrevistadora se levantou, te deu um abraço e ofereceu um lencinho de papel antes de voltar ao seu lugar.
JUNGWOO É O AMOR DA SUA VIDA?
você concorda com a cabeça enquanto se recompõe. "com toda certeza."
PARA ACHAR O AMOR DE VERDADE, A GENTE PASSA POR POUCAS E BOAS. VOCÊ SE ARREPENDE DE NAMORAR COM O SEU EX?
"não, não o jaehyun." olha em volta, buscando uma reafirmação de que o nome dele seria cortado. "se não fosse ele, eu não teria conhecido o jungwoo." você ri junto com a produção. "não, mas, sério... jaehyun foi um cara legal. ele não foi o cara, mas..." balança os ombros.
ESSA HISTÓRIA É PRA OUTRA HORA.
"mistérios..." você gesticula para a câmera, fungando logo depois, ainda se recuperando do chororô recente. "tem muita história pra contar."
SE VOCÊ NÃO SE ARREPENDE DESSE EX, DE QUEM VOCÊ SE ARREPENDE?
a pergunta te pega completamente desprevenida, fazendo com que engasgasse com a água, tossindo com a ansiedade que a resposta já definida te causou.
"que perguntas são essas, misericórdia." você brinca para esconder o desconforto com as memórias, mas as expectativas da resposta já estão altas.
outra vez, a mudança na linguagem corporal é notada. o jeito que você ajeita a postura e cruza as pernas não passa despercebido pelo time, nem a inquietação nos dedos que batucam o joelho. se antes você estava feliz e relaxada, agora não era mais a mesma.
"vocês me garantem que os nomes não serão expostos?" recebendo a confirmação pela enésima vez, você sorri amargamente. "o meu maior arrependimento sempre vai ser ele, kim doyoung."
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