#feira de literatura em são paulo
Explore tagged Tumblr posts
geekpopnews · 1 year ago
Text
Primeira edição da Feira Subterrânea acontece em janeiro
A Feira Subterrânea acontece entre os dias 25 e 27 de janeiro na Galeria Metrópole e conta com entrada gratuita. Confira mais detalhes em nossa matéria. #FeiraSubterrânea
A FEIRA SUBTERRÂNEA, organizada pela Sobinfluência Edições e Descabeça Livros, terá sua primeira edição na Galeria Metrópole. O evento acontecerá nos dias 25, 26 e 27 de janeiro, reunindo mais de 20 editoras. Todas as editoras terão mesas para vender os seus livros. Além disso, irá contar com uma programação de debates literários, editoriais, políticos, exibição de filmes e lançamentos. Diversas…
Tumblr media
View On WordPress
0 notes
lune-sz · 2 years ago
Text
De Fernando Sabino para Clarice lispector
Nova York, 10 de junho de 1946
Clarice,
Esta é a quarta carta que inicio para responder a sua. A primei­ra eu deixei no Brasil, só trouxe a primeira página, que vai junto. A segunda eu rasguei. A terceira eu não acabei, vai jun­to também. Hoje recebi uma carta do Paulo [Mendes Campos], dizendo que não tinha mandado até agora a resposta dele. Positivamente somos uns cachorros irremediáveis. Você por favor não ligue para isso não. Pode ter certeza de que não te esquecemos. Ainda ontem me lembrei muito de você, porque um america­no me perguntou se o meu relógio era suíço. A Suíça existe mesmo? Serão daí mesmo os queijos suíços? Me escreva, Clarice, sou tão cínico que te peço para me escrever, me res­ponder com a pontualidade e a presteza que não tenho, con­tando tudo, suas aventuras e desventuras nessa poética Seminarstrasse.¹ Do Brasil não posso te contar nada, senão o que o Paulo me contou hoje na carta dele: que o Pajé² tem tomado aos domingos porres gigantescos, colossais. Que a sensação de um libertino ao acordar na segunda-feira é a pior coisa do mundo. Que houve um comício no largo da Carioca onde choveu bala sobre os comunistas, mataram um estudante.³ Que o Rubem Braga vai indo bem. Que num chá que os aca­dêmicos ofereceram a outros acadêmicos ninguém pergun­tou por você.
Daqui de Nova York não posso te contar nada além do que você calcula. Outro dia abri um livro do Erico Verissimo sobre literatura brasileira escrito aqui,⁴ mesmo na página em que ele fazia uma referência a você. Tenho sentido muita fal­ta de seu livro que deixei no Brasil,⁵ para plagiar uns pedaços quando vou escrever o meu. Tenho tido muitas dores de cabeça, tenho ouvido histórias de espantar. Uma: o homem mais gordo do mundo fez um regime para emagrecer, ema­greceu cinquenta quilos e morreu. Tenho dado muitas gafes aqui com o meu pobre inglês. Uma: entrei num drugstore para comprar remédio para dor de cabeça e acabei levando uma loção para cabelos. Tenho tido muitos pesadelos. Um: ontem sonhei com um rato encravado na parede, guinchando de dor. Tenho reformado muitos conceitos, por exemplo: o Jayme Ovalle não é tão chato como eu imaginava. Tenho imitado Otávio de Faria em tudo o que ele não faz. Tenho feito des­cobertas importantes, por exemplo: o pecado é simplesmente tudo o que Cristo não fez. Tenho conhecido sujeitos famosos, por exemplo: Duke Ellington. Tenho tido muito pouco dinheiro. Tenho tido muitas oportunidades de ficar calado. Tenho tido muita decepção com os Correios. Tenho tido can­saço, saudade e calma. Tenho bebido muito, muito, muito. Tenho lido os suplementos dominicais. Tenho tido vontade de voltar. Tenho escrito muitas cartas para você. Tenho dor­mido muito pouco. Tenho xingado muito o Getúlio. Tenho tido muito medo de morrer. Tenho faltado muita missa aos domingos. Tenho tido muita pena de Helena ter se casado comigo. Tenho tido dor de dente. Tenho certeza que não vol­to mais. Tenho contado muito nos dedos. Tenho franzido muito o sobrolho. Tenho falado muito com os meus botões. Tenho tido muita vontade de brincar. Tenho feito muitas manifestações de apreço ao senhor diretor.⁶ Clarice, estou perdido no meio de tantos particípios passados. Estou com vontade de fumar e o meu cigarro acabou, estou com vonta­de de namorar de tarde numa pracinha cheia de árvores, estou com muitas saudades de mamãe. Aqui na minha frente, na minha mesa do escritório, tem uma pilha de 1834 fichas me esperando para serem conferidas. São tão simpáticas, as fichinhas. Me esperam e sorriem burocraticamente: conhecem o meu triste fim. Sorrio também para elas, digo que esperem: agora estou indo para Seminarstrasse.
Só de pensar que você estará lendo esta carta muitos dias depois de ter sido escrita me dá vontade de não mandar. Mas mando, isso é uma desonestidade. Você nos escreveu há um mês. Juro que não faço mais isso, foi só da primeira vez, ago­ra não faço mais. Me escreva, que responderei imediatamente. Como vai indo o seu livro? O que é que você faz às três horas da tarde? Quero saber tudo, tudo. Você tem recebido notícias do Brasil? Alguém mais escreveu sobre o seu livro? É verda­de que a Suíça é muito branca? Você mora numa casa de dois andares ou de um só? Tem cortina na janela? Ou ainda está num hotel? Oh, meu Deus, Seminarstrasse será simplesmen­te um hotel? Qual é o cigarro que você está fumando agora? Pipocas, Fernando!⁷
Clarice, em Belém eu procurei no hotel uma carta do Mário [de Andrade] para você, não encontrei. Eu delirava se pudesse te dar essa alegria. Tinha certeza de encontrar e não encontrei.
Manuel Bandeira é um sujeito muito triste, Clarice. Também não me despedi de muita gente. Também me esque­ci de muitas coisas no Brasil. Quando eu era menino, chupei uma vez tanta manga verde que fiquei doente de cama por três dias, faltei ao grupo, só vendo. Eu tinha um coelhinho chamado Pastoff. Um dia meu pai pegou o coelho e deu para um amigo, fiquei triste mesmo, chorei muito, papai foi mui­to mau. A coisa que mais gostava era no tempo de frio sair fumacinha da minha boca. Pipocas, Fernando! Clarice Lispector é uma coisa riscadinha sozinha num canto, esperando, esperando. Clarice Lispector só toma café com leite. Clarice Lispector saiu correndo no vento na chuva, molhou o vestido, perdeu o chapéu. Clarice Lispector sabe rir e chorar ao mesmo tempo, vocês já viram? Clarice Lispector é engraçada! Ela parece uma árvore. Todas as vezes que ela atravessa a rua bate uma ventania, um automóvel vem, passa por cima dela, e ela morre. Me escreva uma carta de sete páginas, Clarice.
Fernando
***
Clarice Lispector. Correspondências. Rio de Janeiro: Rocco, 2002, pp. 82-85.
[1] N.S.: Seminarstrasse, número 30, sede da Legação Brasileira em Berna, Suíça, onde trabalhava o marido de Clarice.
[2] N.S.: Pajé era como Otto Lara Resende era chamado no grupo dos quatro mineiros, composto por ele, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos e Hélio Pellegrino.
[3] N.S.: No dia 26 de maio de 1946, a polícia reprimiu um comício de Imprensa Popular do Partido Comunista Brasileiro, no largo da Carioca. A violência resultou na morte da estudante Zélia Magalhães, de 22 anos, militante do Partido.
[4] N.S.: Brazilian Literature: An Outline. Nova York: MacMillan, 1945. Reúne as conferências de Erico Verissimo do período em que lecionou na Universidade da Califórnia. Publicado no Brasil com o título Breve história da literatura brasileira pela Editora Globo em 1995.
[5] N.S.: Trata-se possivelmente de Perto do coração selvagem (1943).
[6] N.S.: Alusão à primeira estrofe de “Poética”, de Manuel Bandeira, que se encontra no livro Libertinagem (1930): “Estou farto do lirismo comedido/ Do lirismo bem comportado/ Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e manifestações de apreço ao sr. Diretor.”
[7] N.A.: Referência à sua predileção por pipocas, que a levou um dia a me assustar com esta incontida exclamação de alegria infantil ao passarmos no meu carro em Copacabana diante de um pipoqueiro.
Fonte: https://correio.ims.com.br/carta/clarice-lispector-parece-uma-arvore/
14 notes · View notes
grupofilosofiaeliteratura · 2 years ago
Photo
Tumblr media
O sertão é uma figura estruturante da literatura brasileira pelo menos desde José de Alencar, passando por Euclides da Cunha, Graciliano Ramos e Guimarães Rosa, mas sua entrada nas letras produzidas no Brasil remete à preocupação dos colonizadores e dos jesuítas – entre eles, o padre Antônio Vieira – com o avesso monstruoso dos litorais abertos ao mundo, ou seja, com os impenetráveis sertões dos Brasis. Entidade geograficamente determinada, mas de difícil definição, ele designa, a um só tempo, uma utopia e uma atopia, um lugar originário e um não-lugar, bem como um modo de produção de sentido e de consciência. Embora muito explorado pelos estudos literários e políticos, essa figura ainda não despertou uma atenção correspondente na área da filosofia. Este minicurso propõe um breve percurso por alguns desses caminhos ainda pouco percorridos, examinado o conceito de sertão a partir da interseção entre sua abordagem literária e filosófica.
As aulas acontecerão presencialmente, segundas-feiras, de 17 de abril a 22 de maio, na sala 307 A, IFCS- UFRJ, Largo de São Francisco, n. 1, Centro - Rio.
O minicurso será dividido da seguinte forma:
17/04: Aula introdutória sobre o tema do curso.
28/04: As sedes do demônio: análise das narrativas produzidas pelos jesuítas a respeito do território assustador dos sertões, de suas características teológicas e políticas, e de como eles emergem como a dimensão mais desafiadora do processo de catequese e da violenta construção religiosa da identidade nacional. O texto-base para essa leitura será a Relação da missão da Serra de Ibiapaba, escrita por Antônio Vieira em 1660.
08/05: O contágio das multidões: investigar a figuração do fenômeno de Canudos, figurado por Euclides da Cunha, em Os Sertões, como um episódio de “psicose coletiva”, a qual teria afetado principalmente um agrupamento como aquele, pertencente a um “estádio social inferior” e “bárbaro”.
15/05: A ‘ideia’ de sertão em Maleita, de Lúcio Cardoso: uma dimensão contagiosa e crepuscular.
22/05: Aula de conclusão do curso, na qual uma síntese das três etapas anteriores será discutida, tendo em vista um esclarecimento mais geral do conceito de sertão.
Bibliografia:
CARDOSO, Lúcio. Maleita. Biografia, introdução e notas de Manuel Cavalcanti Proença, prefácio de Marcos Konder Reis e ilustrações de Lúcio Cardoso. Rio de Janeiro : Edições de Ouro, 1967. CARDOSO, Lúcio. Ignacio, O enfeitiçado e Baltazar. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002. CARDOSO, Lúcio. Diários. Organização, apresentação, cronologia, estabelecimento de texto e notas. Rio de Janeiro: Covilizaczo Brasileira, 2012. CUNHA, Euclydes. Os sertões. Edição crítica e organização: Walnice Nogueira Galvão. São Paulo: Ubu Editora/Edições Sesc São Paulo, 2016. VIEIRA, A., A missão de Ibiapaba, Lisboa: Almedina, 2006.
1 note · View note
antoniodatsch · 7 days ago
Text
Se A Radio Não Toca: "Cheguei na ABL com pelo menos uns 30 anos de atraso", diz Krenak
03/02/2025
"Cheguei na ABL com pelo menos uns 30 anos de atraso", diz Krenak
 
Agência Brasil
Literatura indígena é o tema do Caminhos da Reportagem desta segunda
TV Brasil
Publicado em 03/02/2025 - 17:38
Brasília
© Reuters/Ricardo Moraes
Reflexões de grandes nomes da literatura indígena pautam o Caminhos da Reportagem que a TV Brasil exibe nesta segunda-feira (3), às 23h. Para o programa inédito Palavras ancestrais, foram entrevistados autores como Ailton Krenak, Daniel Munduruku, Eliane Potiguara, entre outros.
A Academia Brasileira de Letras ganhou o seu primeiro imortal indígena em 2024. O escritor, filósofo e ambientalista Ailton Krenak foi eleito para a cadeira número 5 e deu visibilidade a um movimento que vem crescendo cada vez mais no Brasil, o da literatura produzida pelos povos originários.
“Para mim a entrada de pessoas indígenas nos espaços de decisão da vida política e cultural brasileira já entra atrasado. Eu cheguei na Academia Brasileira de Letras com pelo menos uns 30 anos de atraso. Na minha fala de agradecimento disse que iria levar comigo 305 povos”, avaliou Ailton Krenak.
Autor de mais de 60 livros e ganhador de prêmios literários, como o Jabuti, Daniel Munduruku escreve, principalmente, para crianças e adolescentes. O escritor paraense criou ainda um selo editorial e promove outras ações para estimular a produção literária de autores indígenas. “Nós somos hoje cerca de 120 autores indígenas e existem em torno de 350 títulos no mercado que são efetivamente reconhecidos como produção literária. E isso cresce a cada dia”, contabilizou Daniel.
Daniel Munduruku faz parte de um grupo de escritores indígenas considerado pioneiro na literatura dos povos originários. Junto com ele está Kaká Werá, que organizou o livro Apytama-Floresta de Histórias, ganhador do Prêmio Jabuti do ano passado na categoria infanto-juvenil.
Kaká destaca o papel dessa literatura como um instrumento de reflexão.
“A literatura indígena não é para contrapor o não indígena, é para colaborar com a sociedade como um todo”, disse.
Eliane Potiguara é reconhecida como a primeira escritora indígena a publicar um livro no Brasil, a cartilha A Terra é a Mãe do Índio, em 1989. Nos anos de 1970, ela trabalhou como professora e ativista em comunidades indígenas pelo país. “Foi justamente no período da ditadura militar, quando nós também sofremos muitos problemas. Naquele período eu entrei na militância e depois eu criei o Grumin (Grupo Mulher e Educação Indígena)”, contou.
Em nome de um grupo de escritoras indígenas, Eva Potiguara recebeu, em 2023, o Prêmio Jabuti na categoria Fomento à Leitura com o Álbum Biográfico - Guerreiras da Ancestralidade. “São muitas histórias de luta, de muito combate, mas de muita esperança também”, disse Eva.
Francy Baniwa pertence à comunidade Baniwa de Assunção do Içana, no Alto Rio Negro, no Amazonas. Ela é doutora em Antropologia pelo Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro e, em 2023, foi a primeira mulher indígena brasileira a publicar um livro de Antropologia, Umbigo do Mundo, pela Dantes Editora. “A antropologia chegou na minha vida como uma forma de falar sobre as narrativas a partir do meu ponto de vista como indígena, como mulher, muito também o intuito de falar por nós, falar sobre as nossas narrativas a partir dos nosso próprio entendimento, da nossa interpretação””, contou Francy.
“A gente gostaria que houvesse mais livros como Umbigo do Mundo, A Queda do Céu (de Davi Kopenawa e Bruce Albert) e Antes o Mundo não Existia (de Umusi Parokumu e Toramu Kehiri) . Muito mais dessa produção narrativa que tem muito a nos ensinar pelas diversas camadas de conhecimentos: botânicos, ecológicos e de pensamento filosófico”, avalia o antropólogo Idjahure Kadiwel. Para ele, o livro de Francy “é uma aventura que convida os leitores a redescobrir um pouco mais do que é o Brasil”.
O episódio também estará disponível no YouTube.
https://searadionaotoca.blogspot.com/2025/02/cheguei-na-abl-com-pelo-menos-uns-30.html
0 notes
hotnew-pt · 3 months ago
Text
Adaptação musical de 'Dom Casmurro', obra de Machado de Assis, estreia em São Paulo #ÚltimasNotícias #Brasil
Hot News Uma das obras-primas da literatura brasileira, ‘Dom Casmurro’de Machado de Assisestreia em versão musical nesta segunda-feira (4). O espetáculo fica em cartaz até o dia 27 de novembro não Teatro Estúdioem São Paulo. Desenvolvido ao longo de três anos, o projeto busca não apenas adaptar, mas também reinterpretar a história de Bentinho, Capitu e Escobar por meio de uma nova linguagem. A…
0 notes
schoje · 6 months ago
Text
 O Theatro Municipal de São Paulo estreou na última sexta-feira (30), um novo tour virtual pelo complexo cultural. Com narração da atriz Marisa Orth, a visita em 360 graus pode ser feita pelo site da instituição de forma gratuita, e permite aos visitantes percorrer por todos os espaços do Theatro, que em 2021 completa 110 anos. A visita passa pela Sala de Espetáculos, onde acontecem os concertos e as óperas, pelo Salão Nobre, com suas pinturas decorativas, pedras originárias da Itália, cristais belgas e pintura no teto assinada por Oscar Pereira da Silva (1867-1939), além da Cúpula, localizada na estrutura circular que recobre o teto do teatro e que está fechada ao público. Além de ver o interior do prédio, o visitante sobrevoa a região central da cidade, passando pela Praça das Artes para conhecer edifício, inaugurado em 2012 com projeto arquitetônico premiado pela Icon Awards, de Londres e que serve de extensão às atividades do Theatro Municipal. Há ainda opções de livre itinerário ou interativa com desafios para teste de conhecimentos. O edifício do Theatro Municipal de São Paulo está localizado na Praça Ramos de Azevedo, no centro de São Paulo e é um edifício histórico, patrimônio tombado. Com seu valor arquitetônico e grupos artísticos permanentes, é direcionado à ópera, à música sinfônica orquestral e coral, à dança contemporânea e aberto a múltiplas linguagens conectadas com o mundo atual, como teatro, cinema, literatura, música contemporânea, moda, música popular, outras linguagens do corpo. O objetivo é oferecer diversidade de programação e atrair público variado. Para obter mais informações sobre o tour virtual basta acessar o link  www.theatromunicipal.org.br
0 notes
preferianao · 7 months ago
Text
Questões de Filosofia Moderna (PPGFIL, UERJ)
Tumblr media
Curso Feminismos Seiscentistas
Professora: Carmel Ramos
Local: PPGFIL/UERJ
Horário: quintas-feiras das 9h às 12h20
Ementa: O curso pretende examinar os discursos feministas desenvolvidos ao longo da assim denominada primeira modernidade filosófica, tomando como base sobretudo autoras e autores da cena francesa. Trata- se de propor uma leitura atenta e posterior discussão dos argumentos presentes tanto na Querela das Mulheres quanto na Querela dos Antigos e dos Modernos, partindo, assim, da interação entre filosofia e literatura. Nessa paisagem conceitual, questões como a defesa da racionalidade das mulheres, da igualdade entre os sexos, do acesso à instrução formal, bem como uma descrição particular da dinâmica das paixões e, por fim, uma crítica ao modelo do casamento, serão analisados com o objetivo de apresentar uma alternativa à certa visão tradicionalmente aceita segundo a igual houve pouca ou nenhuma contribuição de mulheres filósofas e escritoras na confecção daquilo que se entende por modernidade. O curso também tem por intenção refletir sobre a escrita, discutindo a originalidade formal das obras das autoras, as quais frequentemente preferiram apostar em gêneros textuais que não se confundem com o tratado filosófico, tais como a autobiografia, o panfleto, a carta e o romance.
Bibliografia primária
CARDOSO, A. FERREIRA. M.L.R. (org.). Medicina dos Afetos. Correspondência entre Descartes e a Princesa Elisabeth da Boémia. Tradução de Inês Cardoso e Paulo de Jesus. Revisão científica por Adelino
Cardoso e Maria Luísa Ribeiro Ferreira. Oeiras: Celta Editora, 2011.
GOURNAY, M.L.J. “A queixa das damas”. Tradução de Cinelli Tardioli Mesquita e Martha Tremblay-
Vilao. Revista outramargem, v. 5 n. 8 (2018): 1o e 2o Semestres de 2018.
______________. “Igualdade entre homens e mulheres”. Tradução e nota introdutória de Clêmie Ferreira
Blaud. In : Modernos & Contemporâneos, Campinas, v. 4, n. 10., jul./dez., 2020.
______________. Apologie pour celle qui escrit. Œuvres complètes, Tome I, GOURNAY (Marie de), p.
1375-1406. Paris: Classiques Garnier, 2024.
LA BARRE, P. De l’égalité des deux sexes, De l’éducation des dames, De l’excellence des hommes. Édition, présentation et notes par M.-F. Pellegrin. Paris: Vrin, 2011.
LAFAYETTE, M. A Princesa de Clèves. Tradução e introdução de Leila de Aguiar Costa. São Paulo: Edusp, 2010. ______________. La Princesse de Clèves et autres romans. Préface et notices de Bernard Pingaud. Paris : Gallimard, 1972.
Bibliografia secundária
ARAÚJO, C. DEPLAGNE, L. MARINHO, A. (org.). Pequenos Ensaios Sobre Grandes Filósofas. Vol. 4. Campina Grande: EDUEPB, 2024.
BEAULIEU, J.P. “Marie de Gournay ou l'occultation d'une figure auctoriale”. New Series / Nouvelle Série, Vol. 24, No. 2, 2000, pp. 23-34 (12 pages).
______________. “« Moy Traductrice » : le façonnement de la figure auctoriale dans le paratexte des traductions de Marie de Gournay”. Renaissance and Reformation / Renaissance et Réforme, vol. 35, 4, 2012, p. 119–134.
______________. FOURNIER, H. “« Les interests du sexe » : dédicataires féminins et réseaux de sociabilité chez Marie de Gournay”. New Series / Nouvelle Série, Vol. 28, No. 1, 2004, pp. 47-59.
BIRCHAL, T.S. “O Promenoir de M. de Montaigne de Marie de Gournay”. Disponível em: https://germinablog.files.wordpress.com/2020/10/texto-telma-sobre-gournay-1.pdf.
BOLOGNE, J.C. Histoire du mariage em Occident. Mesnil-sur-l’Estrée: Éditions Jean-Claude Lattès, 1995. BROAD, J. Women Philosophers of the Seventeenth Century. Cambridge: Cambridge University Press,
2002.
COSTA, L.A. Antigos e Modernos. A cena literária na França do Século XVII. São Paulo: Nankin : Edusp, 2009.
DEJEAN, J. Tender Geographies. Women and the origins of the Novel in France. New York: Columbia University Press, 1991.
______________. Antigos contra Modernos. As Guerras Culturais e a construção de um fin de siècle. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.
DEPLAGNE, L.C. “Querelle des femmes: Mapeamento em português”, In: Blogs de Ciência da Universidade Estadual de Campinas: Mulheres na Filosofia, V. 7, N. 2, 2021, p. 28- 42.
______________. MILLER, N.K. (ed.). Displacements. Women, Tradition, Litteratures in French.
Baltimore & London: The Johns Hopkins University Press. 1991.
DORLIN, E. L’évidence de l’égalité des sexes. Une philosophie oubliée du XVIIe siècle. Paris: L’Harmattan, 2000.
DUBOSC-HAASE, D. VIENNOT, E. Femmes et pouvoirs sous l’ancien régime. Paris: Éditions Rivages, 1991.
. “Intellectuelles, femmes d'esprit et femmes savantes au XVIIe siècle”. Clio [En ligne],
EBBERSMEYER, S. HUTTON, S. (ed.). Elisabeth of Bohemia (1618–1680): A Philosopher in her Historical Context. Springer, 2021.
FERRARO, A. R.. “Querela das Mulheres, Igualdade e Direito à Educação: França, 1399 a 1793”. Educação & Realidade, 46 (Educ. Real., 2021 46(3)), 2021.
GOURDE,, S. “Écriture contre parole. Marie de Gournay et son autodéfense dans Apologie pour celle qui escrit”. Tangence, n. 77, 2005, p. 61–72.
GRANDE. N. Le roman au 17ème siècle: L'exploration du genre. Mesnil-sur-l'Estrée, Bréal, 2018. HABERT, M. “La relation au savoir d’une femme du début du XVIIe siècle”. Genre & Éducation, édité par
Paul Pasteur et al., Presses universitaires de Rouen et du Havre, 2009. Cartesian Women: Versions and Subversions of Rational Discourse in the Old Regime. Ithaca:
KEEBLE, N.H. The Cultural Identity of Seventeenth-Century Woman. A reader. London: Routledge, 1994. Élisabeth de Bohême face à Descartes : deux
philosophes ? KONTIC, S.Z. “Autoridade, paixão e a igualdade dos sexos em Poulain de la Barre”. Revista Seiscentos.
Vol. 1, n. 1, 2021, p. 19-39.
MATTOS, E. I. “O discurso feminista no cartesianismo de Poulain de la Barre”. Griot: Revista de Filosofia, [S. l.], v. 19, n. 3, p. 338–349, 2019.
OFFEN, K. “ O’NEILL, E. “Disappearing Ink: Early Modern Women Philosophers and Their Fate in History”.
KOURANY, J.A. (ed.). Philosophy in a Feminist Voice. Princeton: Princeton University Press, 1998.
______________. “Women Cartesians, ‘Feminine Philosophy’ and Historical Exclusion”. BORDO, S. (ed.). Feminist Interpretations of René Descartes. University Park, PA: Pennsylvania State University Press, 1999.
OSTROWIECKI, H.B. “Ignorant and intractable”. Elisabeth in her Letters to Descartes”. Arts et Savoirs, 6,
2016.
13, 2001.
DUGGAN, A.E. Salonnières, Furies, and Fairies. The Politics of Gender and Cultural Change in Absolutist
France. Newared: University of Delaware Press, 2021.v
HARTH, E.
Cornell University Press, 1992.
KOLESNIK-ANTOINE, D. PELLEGRIN, M.-F. (ed.).
. Paris : Vrin, 2014.
Sur l'origine des mots « féminisme » et « féministe »”. Revue d’Histoire Moderne &
Contemporaine Année 1987, 34-3, pp. 492-496.
PAL, C. Republic of Women: Rethinking the Republic of Letters in the Seventeenth Century. New
York/Cambridge: Cambridge University Press, 2012.
PELLEGRIN, M.F. “Poulain de la Barre: Un féminisme philosophique”. In : POULAIN DE LA BARRE, F. De l’égalité des deux sexes, De l’éducation des dames, De l’excellence des hommes. Paris: Vrin, 2011, pp. 11–48.
_____________. “La ‘Querelle des femmes’ est-elle une querelle? Philosophie et pseudo-linéarité dans l’histoire du féminisme”. Seventeenth-Century French Studies, 35:1, 69-79, p. 70-71, 2013.
_____________. “La science parfaite: Savants et savantes chez Poulain de la Barre”. In: Revue philosophique de la France et de l’étranger, 138(3), 2013, 377–392.
______________. (org.). Poulain de la Barre. Égalité, Modernité, Radicalité. Paris : Vrin, 2017. RAMOS, C.S. “Elisabeth da Bohemia: epistolografia e escrita de filósofas mulheres”. Blogs de Ciência da
Universidade Estadual de Campinas. Mulheres na Filosofia, V. 6 N. 10, 2020, p. 14-30. ______________. “Poulain de la Barre: feminismo lógico e préciosité”. Cadernos De Ética E Filosofia
Política, 42(2), 84-100, 2023. ROVERE, M. (org.). Arqueofeminismo. Mulheres Filósofas e Filósofos Feministas. Séculos XVII-XVIII.
São Paulo: n-1, 2019.
SÁNCHEZ, A.V. e DURÁN, J.S.. “Los precedentes de la Querelle des Femmes en la poesía románica medieval: las trobairitz”. Voces masculinas y feministas entre Italia y Europa en las Querelle des Femmes, Volumina. pl, 2018, pp. 11-26.
SCHURMAN, A.M. Whether a Christian Woman Should Be Educated and Other Writings from Her Intellectual Circle. Edited and Translated by Joyce L. Irwin. Chicago & London: The University of Chicago Press, 1998.
SHAPIRO, L. “Some Thoughts on the Place of Women in Early Modern Philosophy”. ALANEN, L. WITT, C. (ed.). Feminist Reflections on the History of Philosophy, pp. 219-250. Netherlands: Kluwer Academic
Publishers, 2004.
STANTON, D. “Autogynography: The Case of Marie de Gournay’s Apologie pour celle qui escrit”. French
Litterature Series, Vol. 12, p. 18-31, 1985.
______________. (ed.). The Female autograph : theory and practice of autobiography from the tenth to the
twentieth century. Chicago : University of Chicago Press, 1987.
STUURMAN, S.
______________. François Poulain de la Barre and the Invention of Modern Equality. Cambridge, MA: Harvard University Press, 2004.
WILSON, K.M. WARNKE, F.J. (ed). Women writers of the seventeenth century. Athens: University of Georgia Press, 1989.
“L’égalité des sexes qui ne se conteste plus em France. Feminism in the seventeenth
century”. AKKERMAN, T. STUURMAN, S. (ed.). Perspectivers on Feminist Political Thought in
European History. From the Middle Ages to the Present. London: Taylor & Francis e-Library, 2003.
ZIRBEL, I. “As Obras de Marie Le Jars de Gournay”. Disponível em: https://germinablog.files.wordpress.com/2020/09/as-obras-de-marie-de-gournay.pdf
_____________. “Provar algo não significa convencer o público: lições de pensadoras ‘feministas’ do século XVII”. Cadernos De Ética E Filosofia Política, 39(2), 190-202, 2021.
0 notes
katherinefunke · 8 months ago
Text
Lançamento de 2024: "Flor também (cinco contos e um romance)", oitavo livro de Katherine Funke
Tumblr media
GÊNERO: Ficção | FORMATO: 14x21 | ANO: 2024 | PÁGINAS: 192 | PAPEL: Pólen soft 80
SINOPSE: Flor também (cinco contos e um romance) é uma antologia de textos ficcionais de diferentes naturezas, publicados antes em diferentes formatos e aqui reunidos pela primeira vez.
Entre os contos estão desde narrativas curtas, como “Coração de galinha”, até uma breve novela, “Compra-se sonhos”. A capa traz uma foto de Petrus Pires tirada durante a Ocupação Coaty, quando os sonhos deste conto foram projetados nas paredes do Coaty, prédio desenhado por Lina Bo Bardi e instalado na Ladeira da Misericórdia, em Salvador.
Já o romance “Viagens de Walter”, escrito em 2013 e reescrito em 2024, se passa em Salvador, Recife e Florianópolis e conta a jornada de superação de traumas vivida por um jovem médico.
Com orelha de Luci Collin, este livro vem recomendado também por Sérgio Tavares, Elisa Tonon, Alcides Buss e Patrícia Claudine Hoffmann. É o oitavo livro de Katherine Funke, escritora nascida em Joinville, também jornalista, editora e doutora em Literatura. 
em breve disponível para compra direto com a autora
já em pré-venda no site da editora Penalux
LANÇAMENTO EM SÃO PAULO Sábado, 20 de julho de 2024 Ria Livraria - Rua Marinho Falcão, 58
LANÇAMENTO EM JOINVILLE: Sexta-feira, 02 de agosto de 2024 Livraria O Sebo - Rua Dr. João Colin, 572
LEIA A ORELHA, por Luci Collin Cinco em flor e então também. A palavra soprada não mais secreta abriu-se busca antiga e sugestão de sentir. Flor assim é palavra pura invenção em espécie e em antologia. Rito de investigação das máscaras coerentes, algumas em doses perfeitas: poetas favoritos, rotações, vinis. Um freezer no lugar, às vezes. Estar garçom e desafios das coisas. Harleys, instantes para além da esquina fazem dos planos a janela da frente. Anoitece e o telefone anotado, amanhece e feitiço. Bate o sino e insistem ladeira e o objetivo proposto. São histórias de paisagens de dentro. Juventude e olheiras. Berimbau e luzes que se acendem.
Anúncios de missão, a escrita vem ver mais de perto e conta do portão gradeado, da arte na parede o pagamento dos sonhos feito licor. Manual de feituras encontrado: brotam retalhos de papel delicados e sorridentes. Vertem milímetros selvagens e mais os silêncios e o tempo. As histórias indeterminam. Atender a todos os chamados. Chamam. É apenas um passo ante o que se desconhece. Dar-se e mover-se querendo. Sinceramente sem limite. Na plateia de ratos o tigre bocejará. Escolher os abraços. Acariciar as chaves.
Que presente esse livro que vem nitidamente. Katherine Funke inaugura eternidade do fósforo riscado e as dores da alma se aceitam gestos. Quanto menos bagagem. Quanto mais exercício de estrada. Som do mundo. Vamos olhando pela janela do ônibus. Estaria lotado. Ver-se as borboletas. Veja e caminhe junto.                                                     Luci Collin
1 note · View note
silviaportfolio · 9 months ago
Text
Atividade Assessoria de Imprensa Release
A ideia da atividade seria criar um release de algum evento cultural, como seria o texto desse release e quais mídias seriam adequadas para o release
Biblioteca de São Paulo apresenta: Semana da Leitura Brasileira
São Paulo, 03 de Maio de 2021
Em comemoração ao dia da Literatura Brasileira (1 de maio) a Biblioteca de São Paulo está lançando a semana da leitura brasileira, a partir de segunda-feira (3 de maio) será lançado lives com diversos especialistas, como contadores de histórias, professores e autores, o evento será aberto para o público e não haverá restrições de idade. Com passagens desde os clássicos de Machado de Assis até as obras atuais, cada dia será apresentado duas obras distintas, na quais haverá uma roda de discussão e citações de trechos famosos, o intuito é estimular o público a ter interesse pela leitura, principalmente a nacional.
Segunda:
O mundo lúdico da leitura, livros: Reinações de Narizinho, Monteiro Lobato; O Menino Mágico, Rachel de Queiroz
Terça:
Leitura para adolescentes: Sozinha no Mundo, Marcos Rey; A Bolsa Amarela, Lygia Bojunga
Quarta:
O amor está nas letras: O Cortiço, Aluísio Azevedo; A Rainha do Ignoto, Emília Freitas
Quinta:
Relembrar é ler: Holocausto Brasileiro, Daniela Arbex; Liberdade por um fio: história dos quilombos no Brasil, João José Reis e Flávio Gomes
Sexta:
Viagem literária: Sétimo, André Vianco; A Paixão Segundo G.H, Clarice Lispector
Mídias de divulgação:
Facebook, Jornal Impresso, Youtube, Televisão
Facebook: Por ser uma rede social onde se posta muitos textos, presume-se que os usuários leem com certa frequência, a estratégia seria criar uma postagem enaltecendo a literatura brasileira, criando uma linha do tempo com os principais autores do país e seus marcos na literatura do país, logo em seguida, postar trechos dos livros que serão abordados na live, fazendo com que o leitor tenha a curiosidade aguçada, já que esses trechos serão convidativos, para assim sentir a vontade de assistir.
Jornal Impresso: Com enfoque na trajetória da biblioteca, seria feito uma reportagem sobre a importância da leitura e como esse órgão foi uma grande porta de acesso para a população, mostrando dados de quantas pessoas visitavam o espaço, e de como foi a queda quando veio a chegada da pandemia. Informar aos leitores de que a biblioteca também está na internet, e que em comemoração ao dia da literatura brasileira, vai haver uma semana dedicada ao universo dos livros brasileiros. O jornal impresso normalmente possui um público mais exigente, que gosta de ter informações adicionais, como gráficos, dados, etc, nos dias atuais os veículos impressos possuem versões para web também, o que poderia auxiliar maior acesso ao evento, para aqueles que leem os jornais impressos pela internet.
Youtube: Por ser justamente a plataforma onde a live vai ser residida, é de suma importância criar uma estratégia para esse site, através de vídeos curtos dos diversos convidados lendo breves trechos das obras e convidando-o para assistir, os vídeos precisam ser breves para gerar expectativa e também serem fáceis de compreensão, já que normalmente quem consome conteúdo do youtube, prefere algo mais rápido.
Televisão: Uma reportagem contando a importância da leitura, mostrando que ela aumentou nos tempos da pandemia, já que pode ser uma grande válvula de escape para o dia a dia, para assim chegar até o fato de que a biblioteca de São Paulo possui um acervo público na internet, e de que todos podem acessa-lo, logo em seguida anunciando a novidade, que é o evento da leitura brasileira. Esse tipo de mídia tem público alvo em pessoas que gostam de informações rápidas, logo a ideia seria uma reportagem com um linguajar mais descontraído e convidativo também, já que muitos expectadores não possuem o hábito de leitura, a intenção da reportagem é mostrar que o ato de ler pode ser algo muito prazeroso, além disso, ele é bom para todos, independente da idade do telespectador.
0 notes
geekpopnews · 5 months ago
Text
Editora Aleph lança o selo infantil Glida
Editora Aleph celebra 40 anos com o novo selo infantil Gilda! Conheça as novidades que estarão na Bienal do Livro de São Paulo, incluindo a série 'Gatos Alados' de Ursula K. Le Guin. 📚 #EditoraAleph #BienaldoLivroSp
Em 2024, a Editora Aleph celebra seu 40º aniversário com uma grande novidade: o lançamento de Glida, seu selo dedicado à literatura infantil. De acordo com Betty Fromer Piazzi, fundadora da editora, “o selo era um desejo antigo e agora se torna realidade”. Portanto, Glida fará sua estreia na 27ª Bienal do Livro de São Paulo.  A chegada de Glida à feira literária reforça o compromisso da Editora…
1 note · View note
universomovie · 9 months ago
Text
Por onde começar a ler Alice Munro, Nobel de Literatura que morreu aos 92 anos
Canadense foi reconhecida como uma das maiores mestras do gênero conto e comparada a Tchékhov A escritora Alice Munro, morta aos 92 anos, em fotografia de 2013 – Ian Willms/The New York Times SÃO PAULO – A escritora Alice Munro morreu nesta segunda-feira, aos 92 anos, segundo anúncio feito por seus agentes literários nesta terça. A autora, que se notabilizou sobretudo como mestra dos contos,…
Tumblr media
View On WordPress
0 notes
conexaorevista · 9 months ago
Text
Na noite desta terça-feira, 07, a Secretaria Municipal de Educação e Cultura, realizou a primeira escuta pública sobre a Política Nacional Aldir Blanc. O encontro aconteceu no Centro Cultural, sob a coordenação do Diretor de Cultura, Marcos Vignatti, e com a participação de especialistas em políticas culturais, artistas, professores e representantes da comunidade, o encontro foi marcado por debates e sugestões de ações para a promoção da cultura em Corbélia. Uma das primeiras iniciativas destacadas foi a demonstração do uso do projetor, adquirido com recursos da Lei Complementar 195/2022 – conhecida como Lei Paulo Gustavo. Em seguida, o especialista em políticas culturais, Warlley Melo, conduziu uma palestra sobre os temas elaborados para o encontro, abrindo espaço para discussões e sugestões. “As sugestões para o uso dos recursos disponíveis foram variadas e abrangentes. Desde o incentivo à literatura e festivais, até projetos específicos para regiões periféricas” conta o Diretor. “A inclusão de medidas de acessibilidade nos projetos também foi discutida, com enfoque na diversificação dos recursos e na maximização do impacto cultural.” O planejamento futuro do Centro Cultural também esteve em pauta, com menções a reformas e melhorias estruturais. Marcos Vignatti ressaltou a importância de um enfoque inicial na aquisição de bens para o Centro Cultural, visando sua modernização e adequação às necessidades da comunidade. “Foi um momento de muito aproveitamento de ideias e sugestões para as aplicações dos recursos que virão. Foi importantíssimo para nós, gestores da cultura, mas será ainda melhor para quem atua com a cultura do nosso município quando ver suas sugestões sendo colocadas em prática” finaliza. A reunião encerrou com anúncios importantes, incluindo a data da eleição do conselho municipal de cultura que acontece nesta quinta-feira, 09, no Centro Cultural. Fique por dentro das notícias que são destaques em Corbélia e região. Clique Aqui e siga nosso Canal no Whatsapp.
Tumblr media
View On WordPress
0 notes
ocombatente · 10 months ago
Text
Itaú Cultural homenageia Maria Bethânia com exposição sensorial
Tumblr media
“Meu Deus, me dê a coragem de viver 365 dias e noites, todos vazios de Tua presença. Me dê a coragem de considerar esse vazio como uma plenitude”. São esses versos de Clarice Lispector, declamados na doce voz de Maria Bethânia, que ecoam agora no primeiro andar do Itaú Cultural e abrem a nova exposição do espaço, toda dedicada à cantora. A Ocupação Maria Bethânia abre ao público nesta quarta-feira (13) à noite, em São Paulo, e destaca a força da palavra e da literatura na vida dessa cantora, celebrada como um dos maiores nomes da música brasileira. A curadoria é do Núcleo de Curadorias e Programação Artística do Itaú Cultural e da diretora Bia Lessa, com pesquisa audiovisual de Antônio Venâncio. “A Bethânia é um extrato de Brasil muito relevante para nosso imaginário e para nossa noção identitária e cultural”, disse Galiana Brasil, gerente do Núcleo de Curadoria e Programação Artística do Itaú Cultural e integrante da equipe curatorial da mostra. Essa exposição, afirmou, pretende reforçar o legado da cantora e celebrar sua trajetória de 60 anos de carreira. “Ela traz essa importância da identidade vocal e de pensamento. É uma artista que imprime um pensamento sobre o que faz. Nada do que faz é gratuito”, reforçou. Para essa mostra foram destinados dois espaços expositivos. O primeiro deles está no andar térreo, onde se apresentam 98 fotos que flutuam pela sala, suportadas por cabos de aço até a altura do público. As fotos apresentam a família de Bethânia, seu lugar de nascimento (a cidade de Santo Amaro, no Recôncavo Baiano), seus amigos, seu cotidiano e imagens de shows. Os cabos de aço também sustentam saquinhos de água e de terra, onde se lê o nome da cantora. “Esse é o espaço do território. Aqui é muito a força de Santo Amaro no que constitui a Bethânia”, explicou Galiana, em entrevista à Agência Brasil. Para cada uma dessas fotos há uma frase refletida no chão, criando um contraponto entre o que se vê e o que se escreve. Entre elas, uma dita pela própria cantora: “Pessoas do Recôncavo você distingue imediatamente”. Estão ali também frases de vários escritores, compositores e poetas como Clarice Lispector, Guimarães Rosa e Mário de Andrade, e que inspiraram a artista. Enquanto explora esse espaço, o público será envolvo em sons que remetem ao mar e à música. No caminho entre o térreo e o primeiro andar, onde se encontra a segunda parte da exposição, o visitante vai se deparar com ventiladores, que foram espalhados pela escadaria. A ideia, explicou Galiana, é reforçar a ideia de natureza, que é tão importante no universo da artista. São Paulo - Itaú Cultural homenageia Maria Bethânia com exposição sensorial - Foto Itaú/Divulgação Por sua vez, o primeiro andar foi todo ocupado por uma instalação composta de 47 monitores com imagens documentais de diferentes períodos da obra e da vida de Bethânia, reforçando seu diálogo com a poesia e a literatura. A produção tem duração de 1h45min e é rodeada por um espelho d’água. Uma leve brisa envolve o ambiente. “Esse espaço é um convite para que as pessoas vejam a Bethânia além daquele lugar ou de idolatria ao qual o olho já está mais treinado para vê-la. Aqui vamos vê-la em partes, por meio da cidade de Santo Amaro, das pessoas, da família e de suas grandes influências”, explicou Galiana. É nesse andar também que serão apresentados dois bordados feitos por Bethânia durante a pandemia: Rotas do Abismo e O Céu de Santo Amaro, nos quais a artista exprime, por meio de linhas, agulhas e tecido, sua intimidade com a palavra. “Chamar isso que faço de bordado é engraçado, é uma ofensa a quem realmente sabe bordar”, disse a cantora, em nota que apresenta a exposição. “Gosto de bordar palavras, de escrever com linhas, de inventar. É um desabafo, um modo de me expressar. Como artista, além do isolamento e da solidão, ser proibida e não conseguir me expressar é insuportável para mim. São bordados que se relacionam com o presente.” Atividades Além da exposição, o Itaú Cultural preparou programação especial para celebrar a vida e a obra de Maria Bethânia com ateliê de bordados e shows, entre eles, o de Moreno Veloso, que ocorre na sexta-feira (15) e no sábado (16), às 20h. Também será apresentado o filme Os Doces Bárbaros, que poderá ser assistido online na plataforma Itaú Cultural Play. “Temos também a dimensão do site que vai trazer conteúdos super exclusivos e que não estão aqui, em nenhum dos pisos, tais como depoimentos e artigos”, explicou Galiana. A mostra, que tem entrada gratuita, permanece em cartaz até o dia 9 de junho. Mais informações sobre a exposição podem ser obtidas no site do Itaú Cultural. Fonte: EBC GERAL Read the full article
0 notes
antoniodatsch · 7 days ago
Text
Se A Radio Não Toca: "Cheguei na ABL com pelo menos uns 30 anos de atraso", diz Krenak
03/02/2025
"Cheguei na ABL com pelo menos uns 30 anos de atraso", diz Krenak
 
Agência Brasil
Literatura indígena é o tema do Caminhos da Reportagem desta segunda
TV Brasil
Publicado em 03/02/2025 - 17:38
Brasília
© Reuters/Ricardo Moraes
Reflexões de grandes nomes da literatura indígena pautam o Caminhos da Reportagem que a TV Brasil exibe nesta segunda-feira (3), às 23h. Para o programa inédito Palavras ancestrais, foram entrevistados autores como Ailton Krenak, Daniel Munduruku, Eliane Potiguara, entre outros.
A Academia Brasileira de Letras ganhou o seu primeiro imortal indígena em 2024. O escritor, filósofo e ambientalista Ailton Krenak foi eleito para a cadeira número 5 e deu visibilidade a um movimento que vem crescendo cada vez mais no Brasil, o da literatura produzida pelos povos originários.
“Para mim a entrada de pessoas indígenas nos espaços de decisão da vida política e cultural brasileira já entra atrasado. Eu cheguei na Academia Brasileira de Letras com pelo menos uns 30 anos de atraso. Na minha fala de agradecimento disse que iria levar comigo 305 povos”, avaliou Ailton Krenak.
Autor de mais de 60 livros e ganhador de prêmios literários, como o Jabuti, Daniel Munduruku escreve, principalmente, para crianças e adolescentes. O escritor paraense criou ainda um selo editorial e promove outras ações para estimular a produção literária de autores indígenas. “Nós somos hoje cerca de 120 autores indígenas e existem em torno de 350 títulos no mercado que são efetivamente reconhecidos como produção literária. E isso cresce a cada dia”, contabilizou Daniel.
Daniel Munduruku faz parte de um grupo de escritores indígenas considerado pioneiro na literatura dos povos originários. Junto com ele está Kaká Werá, que organizou o livro Apytama-Floresta de Histórias, ganhador do Prêmio Jabuti do ano passado na categoria infanto-juvenil.
Kaká destaca o papel dessa literatura como um instrumento de reflexão.
“A literatura indígena não é para contrapor o não indígena, é para colaborar com a sociedade como um todo”, disse.
Eliane Potiguara é reconhecida como a primeira escritora indígena a publicar um livro no Brasil, a cartilha A Terra é a Mãe do Índio, em 1989. Nos anos de 1970, ela trabalhou como professora e ativista em comunidades indígenas pelo país. “Foi justamente no período da ditadura militar, quando nós também sofremos muitos problemas. Naquele período eu entrei na militância e depois eu criei o Grumin (Grupo Mulher e Educação Indígena)”, contou.
Em nome de um grupo de escritoras indígenas, Eva Potiguara recebeu, em 2023, o Prêmio Jabuti na categoria Fomento à Leitura com o Álbum Biográfico - Guerreiras da Ancestralidade. “São muitas histórias de luta, de muito combate, mas de muita esperança também”, disse Eva.
Francy Baniwa pertence à comunidade Baniwa de Assunção do Içana, no Alto Rio Negro, no Amazonas. Ela é doutora em Antropologia pelo Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro e, em 2023, foi a primeira mulher indígena brasileira a publicar um livro de Antropologia, Umbigo do Mundo, pela Dantes Editora. “A antropologia chegou na minha vida como uma forma de falar sobre as narrativas a partir do meu ponto de vista como indígena, como mulher, muito também o intuito de falar por nós, falar sobre as nossas narrativas a partir dos nosso próprio entendimento, da nossa interpretação””, contou Francy.
“A gente gostaria que houvesse mais livros como Umbigo do Mundo, A Queda do Céu (de Davi Kopenawa e Bruce Albert) e Antes o Mundo não Existia (de Umusi Parokumu e Toramu Kehiri) . Muito mais dessa produção narrativa que tem muito a nos ensinar pelas diversas camadas de conhecimentos: botânicos, ecológicos e de pensamento filosófico”, avalia o antropólogo Idjahure Kadiwel. Para ele, o livro de Francy “é uma aventura que convida os leitores a redescobrir um pouco mais do que é o Brasil”.
O episódio também estará disponível no YouTube.
https://searadionaotoca.blogspot.com/2025/02/cheguei-na-abl-com-pelo-menos-uns-30.html
0 notes
milenaazevedome · 1 year ago
Text
Inscrição aberta para a I Jornada de Literatura Feminina da PUC-SP
Tumblr media
O ano de 2024 começou a mil. E o mês de março vem aí com eventos bem bacanas.
Eu sou uma das convidadas da I Jornada de Literatura Feminina, organizada pelo PPG de Letras da PUC de São Paulo. O evento será on-line e gratuito, no dia 08 de março (quinta-feira), com direito a certificado. Serão três mesas, e estarei na última, que acontecerá das 15h30 às 17h30.
Quem tiver interesse em se inscrever, pode fazê-lo clicando aqui.
0 notes
ligianogueira · 1 year ago
Text
Uma nova história
[Texto publicado na Revista da GOL em fevereiro de 2024]
Enquanto a venda de livros aumenta e as grandes livrarias fecham as portas, a gente se pergunta quais os novos caminhos da indústria editorial. Entre clubes de assinaturas e espaços especializados, uma coisa é certa: a curadoria personalizada nunca esteve tão em alta
Por Lígia Nogueira
“Quero um livro que conte a história de alguém que saiu do nada e conquistou tudo”, pediu o homem. Pensando em algumas biografias com esse tipo de narrativa, as livreiras sugeriram “Esforços olímpicos”, em que a autora Anelise Chen narra a trajetória de uma imigrante taiwanesa que usa o esporte como metáfora para refletir o que é vencer e o que significa desistir. “Gostei, vou levar”, disse, satisfeito, o leitor, passeando entre as prateleiras dedicadas a Oriente Médio, Ásia e Imigrantes deslocados da livraria Aigo, inaugurada no fim de julho em São Paulo. Se tivesse sido aberta há cinco anos, dizem as proprietárias, teria sido ainda mais desafiador encher as seções com a curadoria atual. Boa parte do acervo da loja, que se define como migrante diaspórica, é de livros lançados recentemente. 
Tumblr media
“Só para ficar em um exemplo, ‘A vegetariana’ (Todavia), da coreana Han Kang, que ganhou o Man Booker International Prize, um importante prêmio literário internacional, em 2016, foi provavelmente o primeiro livro coreano traduzido para o português que nós lemos. A partir de leituras como essa a gente pôde se reconectar com um país que apenas conhecíamos de segunda mão”, diz Agatha Kim, 38 anos, sócia da Aigo ao lado de Yara Hwang, 37, e de Paulina Cho, 32. Filhas de imigrantes coreanos, as três cresceram no Bom Retiro, deixaram o bairro e agora retornam ao local para ressignificar a relação com as suas origens e empreender, apostando na curadoria cada vez mais especializada e no atendimento ainda mais próximo do leitor. Por todo o espaço, há cartões escritos à mão pela equipe e por visitantes da vizinhança com indicações de leitura, uma prática comum em livrarias de bairro em outros países.
“Ler nos coloca em contato com a vida íntima daqueles que seriam nossos conterrâneos, vizinhos e amigos se nossas famílias não tivessem emigrado. E nos faz querer que mais pessoas tenham essa experiência”, continua Agatha, que, assim como Yara e Paulina, não era do mercado editorial e deixou um emprego na área de publicidade para cuidar do novo negócio. Elas também estão aos poucos trazendo livros em outros idiomas para suas prateleiras, para ampliar o acesso a quem não tem o português como primeira língua. “A ideia é expandir as narrativas literárias”, contam as sócias, que costumam receber pessoas de todos os lugares do Brasil e de fora, principalmente aos sábados, quando o movimento é maior. As estudantes Ana Paula Jacobson, 25 anos, e Giovanna Pires, 26, de São Paulo, aproveitaram o fim de semana para conhecer a livraria e aprovaram a visita. “Amei a experiência. O espaço passa uma sensação muito afetiva, é possível sentir o esforço que fazem para se conectar com a comunidade local de leitores e receber as pessoas”, diz Giovanna, que levou três publicações para casa. Ana Paula, que nunca tinha estado em uma livraria independente antes, comprou dois títulos por indicação das sócias. 
A livraria de 60 m² fica no Centro Comercial do Bom Retiro, uma galeria com projeto do arquiteto polonês Lucjan Korngold inaugurada na década de 1960 onde estão instalados cafés, salões de cabeleireiro, brechós e restaurantes como o Prato Grego. Muita gente acaba passando por lá rumo à Feira do Bom Retiro ou incentivada pela cultura do k-pop. Para André Conti, editor e sócio da Todavia, esse movimento faz parte de uma tendência mais geral da indústria do livro no Brasil. “No caso de autoras e autores coreanos, temos visto a popularização dessa cultura por aqui, seja pela música, pelos doramas [espécie de novela], por onde for, então é natural que se publique também a literatura daquele país”, diz ele, lembrando que outras editoras vinham fazendo isso anteriormente – o próprio "A Vegetariana" teve uma edição pela Devir.
Assim como as donas da Aigo, o advogado Leo Wojdyslawsk, 50 anos, também contou com uma consultoria especializada antes de ingressar no mercado editorial e apostou em um local emblemático para abrir, em dezembro de 2022, a Eiffel, que ocupa uma loja térrea no prédio de mesmo nome assinado por Oscar Niemeyer na Praça da República, região central da capital paulista. Acostumado a frequentar o edifício, sonhava ver ali uma livraria independente focada em arquitetura, urbanismo, design e paisagismo, até que decidiu ele mesmo concretizar a ideia. “Liguei para vários clientes do mercado editorial para mapear o setor e muitos me deram força, mas outros disseram que eu não teria retorno. Não sei quem é mais meu amigo”, brinca Leo, que hoje reúne 4.500 títulos no acervo e enxerga o momento atual com otimismo. “A boa surpresa é que as pessoas estão voltando a ler sobre arquitetura e foi possível perceber que havia uma carência nesse nicho com o fechamento da livraria que funcionava dentro da sede do IAB/SP (Instituto de Arquitetos do Brasil), aqui no Centro.”
Mais do que um lugar onde se vendem livros, a livraria é um espaço de encontros, descobertas e de conexões reais entre as pessoas, algo que ficou ainda mais claro depois da pandemia do Coronavírus que afetou a economia de modo geral e manteve as lojas de portas fechadas por um longo período. Segundo uma pesquisa feita pela Nielsen Bookscan, conhecida como Painel do Varejo de Livros no Brasil, divulgada pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), houve um crescimento de 8,33% no faturamento do mercado editorial brasileiro em 2022, em comparação a 2021. Já um balanço divulgado pelo SNEL em setembro mostra que 2023 não foi um ano tão bom quanto o anterior, mas os números seguem animadores. Em 2022 houve um número alto tanto de faturamento quanto de volume de livros comercializados devido principalmente ao fenômeno dos álbuns de figurinha da Copa do Mundo. O 9º Painel do Varejo de Livros no Brasil de 2023 mostra um volume 16,96% menor e uma queda de 11,41% na arrecadação para o setor. 
Mesmo diante dos obstáculos, os empresários do setor se mostram resilientes e permanecem investindo, o que tem colaborado com o aquecimento do mercado. 
Desde o segundo semestre de 2021, as livrarias físicas estão se recuperando e voltando a crescer. Em 2022, foram inauguradas cerca de 100 novas livrarias no Brasil – no mesmo ano em que a Bienal Internacional do Livro de São Paulo bateu recorde de público, com mais de 660 mil pessoas. A Bienal do Rio, em 2023, reuniu mais de 600 mil pessoas que levaram para casa cerca de 5,5 milhões de livros, uma média de nove títulos por visitante, de acordo com a organização.
Isso mostra que, se o brasileiro passou a ler mais durante a pandemia, a tendência é que mantenha o hábito da leitura daqui para a frente.
Beneficiados com o isolamento e a consequente procura por mais livros, os clubes de assinatura tiveram um aumento significativo em seus números a partir de 2020. Um exemplo é a TAG, que chegou a dobrar de tamanho e alcançar quase 70 mil associados. Fundada em 2014, a empresa tinha 10 mil assinantes em 2016 e hoje conta com aproximadamente 30 mil leitores. Em quase uma década de funcionamento, já enviou mais de 3 milhões de caixinhas e passou recentemente por uma fusão, anunciada em agosto, com a Dois Pontos, criada em 2021 como a primeira livraria 100% virtual do Brasil, com forte presença em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte e 150 mil títulos em seu portfólio. “A estimativa, com a fusão, é de faturar entre R$ 45 milhões e R$ 50 milhões anualmente a partir de 2024”, afirma Rafaela Pechansky, publisher da TAG.
As últimas pesquisas de venda do setor editorial de 2022, promovida pelo SNEL, CBL e Nielsen, apontam para um aumento da participação das livrarias virtuais nas compras gerais de livros para o patamar de 35% do mercado. Foi a primeira vez que a venda por e-commerce ultrapassou a de livrarias físicas. “Sabemos que isso é reflexo da consolidação da Amazon como vendedora de livros no Brasil e que esse foi um movimento acelerado pela pandemia que  preocupa o setor livreiro por conta da política de preços praticada por essas empresas, usando o livro como produto de entrada do cliente na plataforma”, analisa Ana Rocha, diretora de operações da TAG-Dois Pontos. 
A desvalorização do produto livro para aquisição de clientes é uma prática que prejudica a saúde das livrarias. Ao mesmo tempo, continua Ana, no mesmo período, se observou nos grandes centros o nascimento de livrarias de rua com foco em atendimento ao leitor, qualidade de curadoria e cuidado com os espaços. “Há uma valorização desse serviço do livreiro e do cuidado que as livrarias dedicadas têm, muito diferente do que vemos nas lojas que vendem tudo onde o verdadeiro serviço oferecido é o de logística.”
O Brasil conta hoje com 2.972 livrarias físicas espalhadas pelos cinco cantos do país, de acordo com a 5ª edição do Anuário Nacional de Livrarias, lançado em agosto de 2023 pela Associação Nacional de Livrarias (ANL). No intervalo de uma década, entre 2013 e 2023, a queda no número de livrarias no país foi de 1,8%, um declínio considerado mínimo por Marcus Teles, presidente da ANL. De acordo com os dados do anuário, que tem por objetivo mapear a localização das livrarias e identificá-las, além de contribuir para ações empresariais futuras de investimento no setor livreiro, a região Sudeste lidera com 1.814 espaços, seguida por Sul (561), Nordeste (334), Centro-Oeste (165) e Norte (98). Foram considerados dados entre o segundo semestre de 2022 e o primeiro semestre de 2023 – desde então, houve uma movimentação no setor com a confirmação do decreto de falência da Livraria Cultura, a Saraiva fechando diversos endereços e a Travessa, com lojas no Rio e em SP, indo na direção contrária. 
“Nos últimos dois anos abrimos cinco novas unidades, o que levou a um aumento significativo do faturamento. Fazendo um exercício de considerar apenas as unidades já existentes verificamos que os bons números de 2019 se mantiveram”, avalia Rui Campos, que fundou a Travessa em 1975. Segundo ele, de setembro de 2022 a setembro de 2023 a empresa vendeu 1,5 milhão de livros e teve um faturamento de R$ 110 milhões. “Assistimos a grandes mudanças no setor com o desaparecimento de empresas que se tornaram inviáveis por estratégias equivocadas e o surgimento ou crescimento de outras mais adaptáveis aos tempos atuais”, diz. “Todo esse poder de mobilização que o livro suscita nos alerta para operações de e-commerce que o utilizam para atrair novos clientes, mas que comprometem a sustentabilidade desse mercado que não pode prescindir das livrarias, que é onde o encontro entre o leitor e o livro se dá.”
Outro veterano do setor, Samuel Seibel, que fundou a Livraria da Vila em 1985 no bairro paulistano da Vila Madalena, relaciona a longevidade do negócio à experiência do cliente em loja. “Oferecer acolhimento ao leitor é o nosso dia a dia”, afirma. “Nos últimos anos, com a saída dessas empresas, vemos que um número razoável de novas livrarias de uma loja só, independentes, se espalharam, não só em São Paulo, mas em vários lugares. Elas já nascem com essa vocação natural – são pessoas que têm no livro uma paixão como nós temos, mas pensando em vender títulos só para mulheres, como a Gato Sem Rabo, por exemplo, pensando em um público mais específico. O que tem em comum hoje no mercado é isso, essa certeza de que o atendimento pessoal é fundamental no nosso setor.”
Referência em Porto Alegre quando se fala em livraria independente, a Baleia se especializou em temáticas de gênero, sexualidade e direitos humanos. Foi fundada em 2014 pela jornalista e produtora cultural catarinense Nanni Rios, que já havia trabalhado na Câmara Catarinense do Livro, atuando em feiras e eventos literários por todo o estado, e na gaúcha L&PM Editores, como editora de mídias sociais, e decidiu abrir um espaço que fosse “diferente das lojas convencionais”. “Queria algo como uma biblioteca de casa, sem o ar comercial das livrarias que eu conhecia”, conta. Saiu, então, em busca de móveis usados, sofás e tapetes, dispensou o balcão e criou um lugar totalmente voltado para as conversas sobre livros e o contato com autores e autoras. A livraria precisou se reinventar na pandemia e está sem sede fixa desde agosto de 2022, quando passou a funcionar dentro de um trailer. A previsão é inaugurar a loja nova, no Centro Histórico da capital gaúcha, em janeiro de 2024 e assim retomar o modelo de negócio original. “Foi o que sempre garantiu à Baleia o seu diferencial, que é estar conectada à produção literária contemporânea por meio de encontros e eventos na loja e fora dela”, diz Nanni, que, assim como tantos livreiros pelo país, continua investindo em curadoria especializada, clubes de leitura e na relação humanizada como principais estratégias – algo que o leitor sempre desejou e que agora finalmente está encontrando em muitas livrarias.
Tumblr media
1 note · View note