#eu sei que é uma questão de tempo até *aquela* notificação chegar
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Recebi uma notificação do youtube do Sporting e quase caí de joelhos no lidl, mas era só o desafio da pepsi com a Brenda e o Matheus
#eu sei que é uma questão de tempo até *aquela* notificação chegar#mas quanto mais tarde melhor que assim posso continuar a negar que vou mesmo ficar sem o Paulinho#quando receber a notificação no entanto... it's over OVER
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Moral of the Story: Capítulo 2
Capítulo 1
Após chegar no aeroporto, Louis fez questão que eu viajasse com ele até Los Angeles.
Estávamos eu, ele e seus assessores no avião, junto com seus seguranças.
— Como você se sente? - A voz de Louis saiu baixinho. — É uma pergunta estúpida, eu sei, mas tem algo que eu possa fazer?
— Não Lou, já está fazendo mais do que o necessário. — Sorri sentindo meus olhos lacrimejarem.
Ele assentiu e desviou o assunto, xingando Niall com seu sotaque inglês que me fazia rir às vezes.
Em poucas horas pousamos em Los Angeles, Louis queria que eu fosse pra casa dele, mas agradeci e peguei um táxi para meu antigo apartamento.
Era em um bairro mais humilde em L.A, um condomínio fechado que há muito tempo eu não visitava. Em meus momentos de folga sempre ficava na casa de Niall, que até então eu acreditava ser meu lar.
O sol já estava se pondo, passei pela portaria me apresentando e caminhei até o prédio do meu apartamento.
Entrei no elevador e cliquei no botão para ir até o andar do meu apartamento, vi uma família correndo e segurei a porta.
A moça se parecia comigo, junto com um rapaz de cabelo castanho e de pele bem clara, de mãos dadas com ele havia um garotinho de olhos azuis que balançou a mãozinha pra mim.
Sorri o cumprimentando de volta e segurando o choro que subiu pela minha garganta.
— Você é nova aqui? — A mulher perguntou com um sorriso simpático.
— Não muito, tenho apartamento aqui há algum tempo, mas não venho muito pra cá. - Respondi baixo.
— Entendi. Se precisar de algo, sou Lauren, esse é Nicolas — apontou para o homem — E esse é nosso filho, Mathew.
Meu coração derreteu, eu meu via ali naquela família com Niall. Eu me via com filho quando sempre rejeitei crianças, mas gostaria de ter um fruto de amor com ele.
Balancei a cabeça positivamente e me despedi saindo do elevador.
Caminhei pelo corredor e parei em frente a porta branca do número “182” dourado e procurei minhas chaves na bolsa, as peguei abrindo a porta e pela primeira vez em horas, me senti confortável.
Meu apartamento era pequeno, os móveis forrados com lençóis brancos para protegê-los.
Bati a mão no interruptor e fechei a porta. Me virei a trancando e retirei a chave, colocando na mesinha ao lado.
Tirei a bolsa de meu notebook dos outros a deixando no chão, suspirei profundamente e comecei a retirar os lençóis tentando deixar o ambiente mais aconchegante possível.
🍂🍁🍂🍁
Depois de retirar o mais grosso da poeira, peguei meu celular que marcava pouco mais de meia noite. Meu corpo dolorido começava a reclamar novamente de todo o esforço.
Deslizei o dedo pela tela devido a inúmeras notificações até ver o nome dele.
Cliquei na notificação e desbloquei o celular, vendo as mensagens.
Revirei os olhos já marejados lendo aquelas mensagens. Eu sempre deixei claro a respeito de traição, mas ele foi e fez. Não teria volta. Não teria.
Bloquei o celular sem responde-lo. Peguei algumas roupas limpas na mala, precisava ligar para Simon me enviar minhas roupas que haviam ficado na casa de Niall.
Liguei o chuveiro do pequeno banheiro e comecei a soluçar, em 4 dias era pra ser o dia mais feliz da minha vida e agora eu estava me debulhando em lágrimas.
Lavei meu corpo e meus cabelos, sai do box após desligar o registro, minha cabeça estava latejando de dor. Coloquei meu pijama e deixei tudo como estava, deitei na cama do meu quarto e me encolhi, desejando dias melhores.
🍁🍂🍁🍂
Abri os olhos lentamente, estiquei meu corpo ainda confusa de onde eu estava. Olhei para as paredes brancas e como um tiro, todos os acontecimentos das últimas 42 horas passou por meus pensamentos.
Um som baixo ecoava, virei para o lado contrário da cama buscando por meu celular e ele não estava ali.
Me arrastei pra fora da cama, descalça, cambaleei até a sala onde havia deixado meu celular.
Era Kristen, minha ajudante na produção, havia mais 9 chamadas perdidas até seu nome brilhar na tela do aparelho novamente.
— Oi Kristen.
— (S/A)... onde você está? Pelo amor de Deus, te mandei inúmeras mensagens, todos estão loucos atrás de você, inclusive ele. - Kris disparou sem tomar fôlego.
— Eu pedi demissão, Kristen. — Disse sucinta.
— Onde você está? — Ela repetiu.
— No meu apartamento. — Encostei o corpo na porta de entrada e deslizei até o chão.
— Em Los Angeles? Estamos indo pra aí.
— Estamos quem, Kristen? Se você ainda me respeita e tem consideração por mim, não vai aparecer aqui. — Falei mais alto.
A ouvi suspirando do outro lado da linha e alguns grunhidos.
— Amor... — Ouvi a voz Niall e fechei os olhos, segurei minha cabeça com uma mão e fechei os olhos.
— Cadê a Kris? — Chieei.
— Amor, me escuta. — Niall murmurou.
Fechei os olhos e a dor na minha cabeça veio com tudo novamente.
— Pelo amor de Deus, pare de me ligar ou tentar contato comigo, Niall! Eu estou te pedindo com a pouca paciência que me resta. Acabou, entendeu? — Disse da melhor maneira que consegui.
— Me dê, Niall! — Ouvi a voz de Kris. — (S/N), desculpe ele pegou meu celular quando ouviu seu nome. Eu entendi, se precisar de algo só me ligar, está bem?
— Ok. Tchau. — Coloquei o smartphone na minha frente e desliguei.
Suspirei alto. O que ele queria? Não tinha mais nada a ser tratado. Ele fez o que fez, eu não estou errada, ele é que está.
Me levantei com as poucas forças que me restavam e voltei pra cama. Meu estômago estava dolorido, mas definitivamente eu não conseguiria engolir nada.
2 dias depois...
— Maya... por favor... — Lamentei através da videochamada, Liam estava fazendo um biquinho de choro nos fazendo rir.
Fazia 3 dias que eu estava na cama, algumas embalagens de comida japonesa ocupavam espaço na escrivaninha. Simon havia me ligado e enviado as minhas coisas para o apartamento, mas eu sequer havia aberto as caixas.
Eu podia ver alguns paparazzis de plantão no meu condomínio, Niall não havia mais tentado entrar em contato, para meu alívio e aperto no coração, eu sabia que sua insistência não iria longe, até porque ele tinha Hailee agora.
Liam, Maya e Louis sempre me ligavam, Kristen mandava mensagem de texto falando a loucura que estava tudo aquilo, mas eu levava mais como um desabafo do que uma súplica para que eu voltasse.
Agora, Maya havia me convidado para um jantar pois após uma pequena separação, ela e Liam irão noivar novamente e agora, vão direto pro casamento em algumas semanas.
Como eu os havia convidado para meu casamento com Niall, eles sentiram que deveriam me chamar para a comemoração deles, agradeci e recusei, mas eles insistiam.
— Liam, em nome dos anos de banda, acho que deveria chamar Niall, sabe? Eu adoro vocês e sou grata por todo apoio, mas...
— Sem mas (S/A), Niall provou não ser confiável para ser nosso padrinho. Tem outra pessoa que fará par com você, por favor! Bear sente sua falta e nós ficaríamos muito felizes! — Liam disse e Maya concordou com a cabeça dando um joinha.
Revirei os olhos e concordei. Eles gritaram em comemoração.
— Vou pedir pro meu motorista ir te buscar, querida! Esteja pronta as 7. — Concordei com a cabeça novamente — Um beijo! — Ele disse em português e acenaram, até encerrar a chamada.
Bloqueei a tela e suspirei tentando arranjar forças.
Levantei da cama e comecei a arrumar meu quarto. Joguei as embalagens no lixo, puxei os caixotes que Simon havia entregue e comecei a reoorganizar meu pequeno closet.
Havia algumas camisetas de Niall no meio de minhas roupas, sentei no chão e coloquei contra meu rosto. Ainda não tinha acreditado em como tudo acabou, havíamos chegado tão perto...
Senti o perfume que tanto amava e meus olhos se encheram novamente. Deitei no chão e me permiti chorar mais um pouquinho.
Solucei alto, ao lembrar da notícia, da foto dele no carro, da voz dele me chamando de “Amor” na ligação.
Utilizando meus braços como escora, levantei ficando sentada novamente.
Dobrei as camisetas dele que por vezes eu usei e deixei no canto. Iria deixá-las no fundo do armário, bem como meus sentimentos por ele.
Recolhi o restante das coisas, as guardando em seus respectivos lugares.
Peguei uma calça preta social, uma blusa de seda rosa de alcinhas e um casaquinho bege. Quanto menos chamativo, melhor. Fui ao banheiro e comecei a maratona de me preparar para o jantar de Liam e Maya.
🍁🍂🍁🍂
Duas horas e meia depois, eu estava pronta. Havia gasto boa parte da minha maquiagem para esconder as olheiras, a pele esquisita e o cabelo amarrotado depois da minha hibernação-pós-luto-de-relacionamento.
Havia solicitado a Lauren que comprasse algumas coisas pois não queria sair de casa naquele período, logo ela ligou os pontos e soube quem eu era e o motivo do meu retorno.
Trocamos poucas palavras, mas ela havia me servido como um ombro amigo e graças a ela, minha despensa estava cheia e havia algumas coisas como edredoms, toalhas, pratos, talheres e utilitário novos em meu apartamento.
Peguei uma água com gás e fui bebendo até que o porteiro anunciasse que o motorista de Liam estava alí pra me buscar, o que não demorou muito.
Peguei minha bolsa com documentos, dinheiro e celular, tranquei a porta e desci.
Pela minha sorte, os paparazzis haviam ido embora, então não precisei me preocupar com isso.
Cumprimentei o motorista de Liam e entrei no carro. Eu batucava os dedos rapidamente, eu não queria encontrar Niall, mas algo dentro de mim falava que ia acontecer algo essa noite.
🍁🍂🍁🍂
A meu pedido, o motorista de Liam entrou pelos fundos da enorme casa do meu amigo. Havia um som agradável e inúmeros fotógrafos na frente do condomínio mais luxuoso de Los Angeles.
Suspirei agradecendo e me dirigi até a porta de entrada da casa. Maya estava deslumbrante com um vestido rosa claro com alguns brilhos bem como Liam, com gravata e colete escuro.
Os abracei tentando abrir um sorriso. Eu estava feliz por eles, mas internamente parecia que estava revivendo tudo com Niall.
— Ficamos felizes que veio, (S/A)! Fique a vontade, daqui a pouco o jantar será servido. — Maya me disse e pediu licença, indo cumprimentar outros convidados.
— Como se sente? — Liam me deu uma taça de champanhe, a peguei molhando os lábios.
— Bem, na medida do possível. — Falei passando os olhos pelo lugar, havia alguns conhecidos, acenei brevemente e sem sinal de Niall, para minha sorte.
— Fique tranquila, ele não virá. Nós o convidamos, mas ele aparenta estar tão mal quanto você. — Liam seguiu meus olhos e também acenou.
Suspirei e Liam pediu licença pois iria ver onde Bear estava, fui caminhando com a taça na mão e cumprimentando brevemente quem eu me recordava.
Achei uma porta aberta que dava ao enorme quintal com uma piscina iluminada. Havia balões com as letras M e L com alguns corações.
Caminhei entre as pedras fincadas na grama descendo até a área da piscina, chegando perto das espreguiçadeiras marrom escuro. Me sentei em uma delas e encarei a água reluzente da piscina.
Havia algumas pessoas conversando ao redor, mas parecia que eu estava invisível ali, o que me deixou mais calma.
Balancei a taça de champanhe que já estava sem gás.
O céu estava limpo e estrelado, era uma bela noite... E pensar que, internamente eu ainda estav fazendo a contagem regressiva pro meu não casamento... Ri da minha própria desgraça.
Comecei a cantarolar Night Changes devido a situação.
— Does it ever drive you crazy... — Senti o choro descer entre o caminho já conhecido, minha bochecha e caindo no meu colo. Solucei abaixando a cabeça, como tudo aquilo ainda doía.
— Just how fast night changes... — Ouvi uma voz um pouco mais rouca do meu lado.
Vestido num terno rosa de camursa impecável, com uma camisa social preta com os 3 primeiros botões abertos, também acompanhado de uma taça com champanhe e anéis... lá estava ele.
— Harry.
Ele sorriu e por algum motivo, minhas pernas bambearam.
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Espero que tenham gostado! Comentem aqui suas opiniões, elas são importantes pra mim
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SAMAMBAIA
Apesar de ter chegado tão tarde de um rolê, por algum motivo meu corpo deu a entender que eu precisava despertar, e por incrível que pareça eu me levantei cedo.
Precisei ir a feira comprar algumas coisas para o almoço que pretendia fazer, assim, do nada. Afinal, todo domingo apesar da monotonia de um começo chato de semana, é sempre bom compensar com alguma coisa, começando pela parte mais importante, o paladar.
O que é estranho para quem ficou fora a noite inteira, e só ter pisado os pés no batente de casa com algumas poucas horas para o sol surgir e com a roupa toda impregnada com o cheiro daquele cigarro barato comprado no bar da esquina por acessíveis três reais.
O martírio de tentar colocar as matérias em dia da faculdade tem sido o pior pesadelo de quem ficou de cama por ter contraído a porra de uma virose.
Para quem possui um sistema imunológico forte o suficiente, não há problema algum para lidar com estas situações chatas. Muito comum para quem saiu com o corpo quente de debaixo das cobertas e foi direto à geladeira, para ver se tinha água gelada para matar aquela sede que dá durante a madrugada.
Procurei onde estava meu tênis no meio da bagunça que estava o meu recinto. Um All Star velho e surrado, do qual eu ainda tenho muito apego, apesar de ter outro novinho na caixa que sequer coloquei no pé desde que chegou pelo correio há mais de seis meses.
Quanto a situação da minha casa, não tive tempo de limpar, só sai de casa naquela noite de sábado pois precisava me espairecer urgentemente com qualquer coisa que surgisse no momento. Com ou sem bebida alcoólica, eu topava qualquer coisa que me aparecesse, desde que me tirasse daquele “maldi-bendito” lugar.
Antes que você me pergunte o que eu fiz no ultimo sábado.
Fomos a uma exposição de um quadrinista que resolveu fazer uma homenagem ao Stan Lee. E em seguida viramos a noite bebendo Corote junto com uma galera que estava fazendo um sarau de poesias numa praça ali perto. Tanto que o bolso da minha mochila estava abarrotado de zines e cordéis que peguei com alguns dos poetas e ilustradores que ali estavam, ainda não tive tempo de lê-los, mas pela capa parecem ser muito interessantes.
Acho que isto explica o porque deu ter acordado tão destruído como se tivesse apanhado de meio monte de fascistas travestidos de Policiais Militares.
Sem remoque, é claro. Mas não deixa de ser uma verdade. Só não vê quem não quer.
Foi meio dificil, porém ainda dava tempo. Coloquei no pé e sai correndo como se não houve um amanhã, e pela pressa que eu estava o amanhã parecia estar mais perto do que eu imaginava. Nem vi se estavam amarrados direito, pois estava sujeito a tropeçar nos meus proprios cadarços.
Ao todo foram algumas poucas coisas que ao todo invalidaram todo o meu esforço de ter saído de casa correndo desesperado com medo da feira acabar e eu ter que recorrer aos poucos pacotes de miojo que restavam no meu armário, pois não teve como eu fazer compras tendo de ficar horas e horas com a bunda sentada na cadeira em frente ao computador, digitando desesperadamente a parte central da minha monografia que estava mais atrasada que todos os relógios de algumas regiões sempre que chega o horário de verão.
É de dar vergonha, pois lá estava eu, cansado, ofegante, caminhando pela feira, indo comprar apenas um vidro de extrato de tomate e uma porção de orégano, com um dos tênis desamarrado, com o corpo todo suado parecendo aquelas pessoas que acabaram de sair de uma academia.
Ainda bem que eu não estava fedendo, por causa do perfume que eu estava usando. Um daqueles perfumes fortes do qual você lava a roupa e o cheiro continua impregnado no tecido.
No fim terminei gastando todo o meu dinheiro com um monte de doces para evitar uma frustração um pouco maior, pois minha pessoa podia estar cansada, mas não estava morta.
Eu sentia um enorme frio na barriga, achava que meu dia estava horrível, estava triste por tudo parecer estar dando tudo errado. Mas era tudo consequência da bebida, já que não tinha almoçado direito ontem, e esta pseudo-tristeza era apenas um sono atrasado.
Sim, tem dias que eu sou uma daquelas pessoas que misturam vários tipos de bebidas ou bebem sem se alimentar. Porque eu acredito no meu potencial.
Passava das 9hrs da manhã, quando eu caminhava a passos lentos e de cabeça baixa pela rua, quando decidi pegar um caminho alternativo. Este caminho apesar de fazer com que eu demorasse mais para chegar em casa, era perfeito para que eu pudesse me reencontrar comigo mesmo. Pois eu estava tão longe. Talvez um suquinho de acerola pudesse me alcançar e trazer de volta as cores do meu mundo que estava tão monocromático por causa da ressaca.
No meio do trajeto, parei em frente a uma casa.
Uma casinha simples que havia ali naquela rua que demonstrava ser tão calma. Eu pudia sentir o cheirinho do café e do pão que havia acabado de ser comprado na padaria, acrescido de um radio ligado tocando “Sacrifice” do Elton John bem baixinho e abafado pela porta que estava trancada.
Na varanda daquela casa, haviam dois vasos suspensos com Samambaias, uma das minhas plantas favoritas. Das quais não tenho por motivos de que eu não tenho tempo nem para respirar, quanto mais para cuidar de uma planta que precisa de água, adubo e luz do sol para sobreviver. Ou talvez não, não sei.
Caralho, eu estou bêbado ainda, qual credibilidade eu tenho para dizer alguma coisa?
Desculpa...
Bem, fiquei um tempo observando cada detalhe daquela arquitetura simplória. Instantaneamente senti saudades de casa, da minha tradição no terreiro, do toré, da minha rede, de tomar banho na bica.
Mas nada eu podia fazer, a não ser observar aquelas plantas, aquela casa, aquela rua e consequentemente a sacola que pesava mais do lado esquerdo do que do direito, pois eu trazia mais guloseimas do que as coisas do almoço que queria fazer, que até aquela altura, eu tinha perdido até a vontade de comer.
Não demorou muito e uma garota que vinha em sentido oposto, veio até mim, e tocou de forma sutil em ombro, perguntando se eu estava perdido. Não me assustei, pois vi sua sombra de relance mesmo estando com a cabeça em outro mundo.
- Está tudo bem? Está perdido? Precisa de alguma ajuda? – Perguntou.
Respondi, ainda que sem graça por conta da situação que estava, que estava tudo bem e que estava ali apenas de passagem. Ela sorriu e só assim pude ver com clareza um pouco mais de seus belos e graciosos detalhes.
Ela era... como posso dizer? Linda? Não, acho que linda não explica totalmente o que ela é mesmo havendo mais de 112 sinônimos para esta palavra. Talvez nenhuma delas é suficiente para descrever tamanha maravilha que estava ali diante dos meus olhos, ofuscados pelo sol e ainda vermelhos por ter dormido tão pouco.
Caso você queira saber como que ela era, segue aqui as descrições de acordo com o que meus olhos viram e tiveram certeza que era a mais bela das pessoas que já estive a centímetros de distancia.
Ela usava uma camiseta branca com o contorno de um daqueles desenhos de cacto estampado no lado direito do peito acompanhada de um shorts jeans curto e um tênis similar ao meu, só que da cor branca. Usava tranças e uma maquiagem leve apenas para acrescentar um pouco mais de brilho a tamanha beleza que possuía.
Conversamos por um bom tempo, até que já eram mais de 10h30 da manhã e ainda estávamos ali parados no mesmo lugar. Eu precisava fazer minha refeição e ela precisava chegar ao local onde tinha um compromisso marcado. Trocamos contatos, nos seguimos no instagram, e dali mesmo nos despedimos combinando de nós encontrar mais tarde um bar que havia próximo da minha casa, numa distancia minima de duas quadras.
O dia seguiu como deveria seguir sem qualquer tipo de interferência. Porém, eu não tinha mais o que fazer, aproveitei para arrumar a bagunça que estava na minha casa, pois não aguentava mais ver aquele cenário apocalíptico que ia desde a sala de estar até meu quarto, que é onde eu passo maior do tempo, no caso, estudando.
Comecei primeiramente pela sala, que era onde estava a maior concentração da desgraça em forma de bagunça. Tirei aquele meio monte de copos descarteis de cima da mesa de centro, e fui tirando a poeira de tudo quanto era móvel.
Eu adoraria descrever tudo nos mínimos detalhes, mas você sabe como funciona uma faxina. Apenas fiz absolutamente tudo o que eu podia fazer até deixar minha casa brilhando mais que uma pedra de diamantes recém lapidada com cheirinho de lavanda.
Almoço pronto, casa arrumada, alguns trabalhos da faculdade feitos e outros já entregues, pronto. Não restava mais nada a não ser descansar até dar a hora de encontrar aquela menina que desde manhã não saia dos meus pensamentos. Deitado no sofá fiquei assistindo meus bons e velhos filmes de faroeste. Quantas saudades que eu estava de ver o Randolph Scott na minha TV.
Deixei tudo pronto para quando voltasse deste encontro que havia marcado pela manhã com esta garota que se chamava Jessica. E que pretendia não ficar até tarde novamente pois não estava em condições para madrugar novamente. Coloquei em minha cabeça que desta vez não passaria uma água de coco.
Se eu mesmo não me impor qualquer tipo de disciplina, quem vai?
Tranquei tudo antes de sair. Meu coração estava acelerado, estava nervoso. Mediante disto, pouco mais cedo do que tínhamos combinado. Eu tenho um certo apego com essa questão da pontualidade. Olhei para o relógio e ainda eram 6h45 e tínhamos marcado de nos ver as 7hrs em ponto.
Arrisquei em mandar uma mensagem para ela no WhatsApp, mas deixei para lá por medo de causar uma má impressão. Pior do que eu já estava eu não podia ficar. Fechei o aplicativo e fui ler alguns quadrinhos que estavam salvos na memoria, que não li por falta de tempo.
De principio achei que ela estivesse atrasada, mas não demorou muito e surgiu uma notificação dela, me mandando mensagem dizendo que já estava chegando, e me mandou sua localização junto de um print do perfil do motorista do Uber caso um dia eu precisasse. Tentei me manter o mais calmo possível.
Me adiantei e fui caminhando em direção ao bar. Sentei-me em uma das mesas e fiquei aguardando-a. Um carro de modelo sedan surgiu rua acima e pelo vidro dava para ver que ela estava no banco de trás.
Ela desceu do carro, e no mesmo instante que ela caminhava em minha direção, eu a via como uma modelo da Victorias Secret’s na passarela.
- Oi. – saudou-me. - Ô... Olá – respondi com uma voz tremula. - Demorei? - Imagina. Tem dias que Recife é assim mesmo, volta e meia sempre tem transito. - Adorei sua camiseta. – eu usava uma camiseta do meu jogo favorito, God of War, que tinha vindo em um pacote que encomendei junto com alguns jogos do PlayStation. - Serio? - Errrr... obrigado. Não quer sentar, tomar alguma coisa? - Claro. – concordou.
Começamos uma conversa branda sobre futilidades. Nada demais, apenas comentamos sobre o ultimo jogo da serie Red Dead Redemption e o quanto gostávamos de Mythbusters. Começamos a conversar sobre nós mesmos, para saber quais gostos tínhamos em comum. E enquanto ela falava, eu via o quanto sua pele era muito bem cuidada, sedosa, hidratada. Aqueles olhos castanhos, vibrantes. Aqueles lábios delineados. Seu cheiro era deslumbrantemente embriagante. Tudo o que existia nela, era o suficiente para prender toda a minha atenção ao ponto deu não ouvir quase nada do que ela tinha me dito até então.
Estávamos ali há um bom tempo, pedimos para o garçom nos trazer algumas bebidas.
Ela pediu um Gatorade, e eu uma água de coco.
Levando em consideração o meu estado deplorável enquanto pessoa. Ela notou que meus olhos estavam vermelhos.
- Por que seus olhos estão assim tão vermelhos? – perguntou curiosa. - Ah, é que eu tinha saído ontem a noite e bebi tanto que não consegui dormir, pois passei mal por causa da bebida. Dai quando a gente se encontrou naquela rua eu estava parecendo um drogado. - Serio? - Não que eu seja, mas todo mundo é um drogado em potencial. - Chocada, eu não sabia que você bebia! - Dificilmente eu bebo. E se eu chego a beber eu não consigo beber nada que seja muito forte como Pitu e essas outras coisas que o pessoal bebe como se estivessem bebendo água num dia de calor.
O tempo passava e cada vez mais eu percebia o quanto ela tinha um ótimo bom gosto para musica, cinema, literatura, comidas, bebidas e até como mastigar um pedaço de pizza.
Não tínhamos mais o que fazer naquele bar. A banda que tanto estávamos curtindo fazendo aquele covers incríveis de The Strokes já tinha encerrado sua apresentação há mais de dez minutos, por sorte eles deixaram alguns EP’s físicos para quem se interessasse no trabalho deles.
O pior é que depois que tudo terminou, ficou restando apenas aqueles bebados chatos que ficam implorando para o dono do bar colocar mais uma dose fiada para eles, com a promessa de que pagariam no dia seguinte.
Tudo balela.
Só assim entendi o significado e decifrei aquele enigma daquele cartaz de que dizia “fiado só amanhã” ou “fiado somente para pessoas maiores de 100 anos acompanhada dos pais”.
Nos dirigimos até uma praça que ficava a poucos metros do bar.
Das pouquíssimas vezes que tive tempo de estar naquela praça, sempre via os punks reunidos produzindo tranquilamente seus zines e de quebra discutindo sobre politica de forma uma tão lucida e eloquente que me dava vontade de me juntar a eles, pois gostava de ouvir o que eles tinham a dizer.
Nos acomodamos em um dos bancos do qual dava para ver perfeitamente quem ia e quem vinha. A lua estava clara, dando a nós uma sensação boa de aconchego.
Ficamos em pleno silencio por alguns instantes, apenas ouvindo nossos respirações ofegantes depois da longa caminhada.
- Cansou? - Um pouquinho! – respondeu-me sorrindo ainda com o canudo na boca - Tem uma praia aqui perto, se quiser a gente pode ir lá depois daqui. - Eu adoraria.
Ficamos observando o brilho daquele luar em meio a brisa que fazia para aliviar-nos do calor da caminhada. Enquanto ela olhava para a lua, eu olhava para ela de forma discreta, de relance, para que ela não percebesse o quanto eu a admirava, de longe mesmo estão tão perto.
- Você... errrr... gosta de observar a lua? - Ai eu adoro! – respondeu com tanto entusiasmo que até eu fiquei contagiado. - Sabe. Tem dias que eu simplesmente paro tudo o que estou fazendo para ficar co pensando se o Neil Armstrong realmente pisou nela ou não depois que lançaram a Apollo 87, quando ainda havia a Guerra Fria entre Estados Unidos e União Sovietica. - Sabe o que é mais engraçado? - Não, o que? - Você é tão nerd, mas ao mesmo tempo é tão legal. Não sei como consegue. - Todo dia me faço esta mesma pergunta.
Perguntei como ela estava se sentindo ali naquele momento. Disse que estava tudo bem, não havia nada do que reclamar. Aproveitando a deixa, perguntei se ela estava lendo algum livro no momento, e ela me mostrou um livro do Charles Bukowski. O que de longe despertou minha atenção, pois não sabia que ela amava esse tipo de literatura mais sentimental só que de proporções muito mais profundas. Só não esperava que ela perguntasse o mesmo para mim, já que tínhamos conversado sobre tudo quanto era coisa que se pudesse imaginar. Lembrei que tinha uma barra de chocolate em minha mochila, que tinha comprado mais cedo. Ate que por acidente eu deixei meu Kindle ligado dentro dela, e ela viu que eu estava lendo um livro de poesias chamado "Primário".
- Eu amo este livro! - Jura? – respondi com uma expressão de surpresa misturada com espanto. - Eu vi quando o autor lançou. Até dei amei no post que ele fez no Facebook. - Faz bastante tempo que eu não vejo os últimos lançamentos. Não sei nem o que eu comi ontem pra ser sincero. Meu Goodreads ta mais abandonado que uma casa no meio da floresta.
Ela riu e logo me respondeu de forma branda. Eu seguia perplexo.
- Não tem problema, em casa eu tenho meio monte de livros que li e que nunca mais revisitei, caso você queira, eu te dou meu endereço e a gente separa alguns volumes. - Tá, agora eu só preciso ver onde que eu vou colocar estes livros, já que em casa não cabe mais nada além de mim mesmo.
Eu não tinha dito nada demais, mas ela começou a rir de uma forma tão descontrolada, que até eu fiquei pensando no que havia de tão engraçado para que ela começasse a rir ao ponto de lacrimejar e levar as mãos até sua barriga.
O sorriso dela era tão contagiante, que mesmo sem perceber, lá estava eu, rindo, da minha própria desgraça. Rimos bastante, ao ponto de atrair os mais diversos olhares de julgamento daqueles que caminhavam pela praça.
Estávamos praticamente em crise.
Não era normal alguém encontrar-se em uma situação tão aleatória quanto aquela, mas não havia formas mais peculiares de atrair a atenção de tanta gente, que no mesmo instante que nos via, não fazia ideia do porque estávamos rindo, por ser uma coisa tão restrita que cabia somente a nós mesmos.
Ainda era cedo quando perguntei se ela não queria ir a praia, para ficar lá até mais ou menos umas 10hrs. Já que o tempo parecia demorar a passar, mais do que demora quando falta energia e gente somente e base de velas e candeeiros a gás.
O mar estava agitado. As ondas faziam com que a água batesse com força nas pedras, mostrando o quanto Iémanjá estava feliz neste dia.
Nos sentamos na areia e olhamos para aquela imensidão e ali ficamos observando os barcos que ali ficavam atracados.
Até que lentamente ela se deitou na areia, e fechou seus olhos. Há poucos instantes eu percebia o quando seu olhar estava longe, assim como seus pensamentos.
Não quis de forma alguma interferir naquele que era um momento introspectivo que pertencia somente a ela, do qual também quis para mim.
A calmaria se perdurava de uma forma tão intensa que só dava para ouvir os ambientes do lugar que logo se poluíam pela buzina dos carros. A orla estava tomada por estudantes formandos das UFPE que se sentavam em roda e pessoas que só estavam ali por estar, já que não queriam ficar em casa suportando tendo de suportar seus pais discutindo politica ou simplesmente reclamando de qualquer coisa que aconteça no mundo com frases abarrotadas de puro conservadorismo.
Juro por alguma força sobrenatural que não é implicância. É apenas um fato que se tornou muito comum em nossa sociedade da qual muitos não querem enxergar por estarem cegos por puro orgulho e por achar que estão sempre certos mesmo quando estão errados.
Ela estava ali, ao meu lado. Criamos um laço de amizade tão forte em tão pouco tempo que eu sabia que eu estava sentimentalmente seguro.
Ela levantou-se, e encostou-se em mim, ainda tirando o pouco de areia que ficara acumulado em seus braços. Encostou sua cabeça em meu ombro, pude sentir seus cabelos em meu pescoço.
- Tudo bem? – perguntou ela.
Fazia tempo que ninguém perguntava como eu estava. Era algo totalmente raro.
- Estou bem, só um pouco pensativo. - Não quer compartilhar comigo? - Bom... – dei uma leve risada – geralmente eu penso em muitas coisas, em maioria delas são coisas banais. - Pode ser a que esta mais se destacando no meio desta nevoa. - Okay. - Estava pensando o por que da Netflix investir em tanta serie ruim e cancelar as que são boas. Depois que eu falei isto ela sorriu e olhou para mim e depois deu de ombros pois sabia que eu não estava falando sério. - Tá brincando, né? – indagou me dando um leve tampinha em meu ombro. - Tô, desculpa – respondi rindo.
Contei sobre como tenho passado nos últimos tempos, da forma que estive lidando com meus problemas, com minha atual situação que é desesperadora. E ela reagiu de uma forma compassiva. Se é que existe esta palavra. E ficamos conversando até que perdemos a noção do tempo. Quando fomos nos dar conta do horário, já era mais de duas horas da manhã.
Eu nem me importava mais em chegar tarde em casa, e por consequência, perder um dia de aula na faculdade em plena segunda-feira. Afinal, todos os trabalhos eram para ser entregues a partir de quarta-feira em diante, e maior parte deles já estavam prontos, então não havia com o que se preocupar, já que eu só tinha que enviar um arquivo do Word para o e-mail dos meus professores. Havia um quiosque ainda aberto próximo ao calçadão. Como ainda tínhamos dinheiro sobrando desde que saímos do bar, resolvemos comprar uma Coca Cola de dois litros e ficarmos tomando ali mesmo, sentados na areia.
Estávamos tão conectados, um completava o outro de uma forma tão impressionante. Era como se tivéssemos o poder de advinhar o que o outro pensava.
Era algo totalmente impressionante de se ver.
Até que o dia enfim amanheceu. O frio da primeira horas da manhã ja era evidente com o vento que fazia com que nossos cabelos ficassem bagunçados como se estivesse de frente com um ventilador.
Se deixasse eramos capazes de passar o dia inteiro ali, mas a vida tem dessas de sempre querer nos cobrar para que estejamos sempre a par de nossos compromissos. Então só tínhamos tempo o suficiente para continuar contemplando aquele misto de cores que fazia no céu, nuvens em um tom leve de rosa e roxo sobreposto sobre um cinza metálico.
Seguimos caminhando descalços com nossos tênis nas mãos. Não estávamos tão longe, já que eu conhecia muito bem cada atalho daquele lugar depois de tanto me perder nos primeiros dias em que estive nesta cidade.
Não demorou muito. Depois de uns poucos minutos de caminhada, vinte para ser honesto, estávamos novamente naquela rua e em frente a mesma casa que nos encontramos pela primeira vez - só que três horas mais cedo e em um silêncio absoluto.
- Bem, eu odeio ter que te dizer isto, mas eu odeio despedidas. - Para, sabe que vamos ter outras oportunidades de nos ver. Concordei sem exitar. - Sim – balançando a cabeça como se fosse uma lagartixa -, mesmo ambos estando mais ocupados que alguém que trabalha em uma multinacional e não tem tempo nem pra piscar os olhos? – respondi gesticulando. Ela riu. Eu não podia perder a oportunidade de ver aquele sorriso novamente antes de ir para casa e dormir pelo resto do dia. - Como você tem meu numero do WhatsApp a gente pode ficar conversando por lá, dai a gente pode marcar outro rolê, que tal? - Formidável! – respondi com o maior entusiasmo do mundo.
A partir dali eu queria que o tempo parasse, para que continuássemos ali, eu não queria me despedir dela e nem ela de mim. Tivemos um dia tão incrível, que estava sendo um porre ver tudo isto acabar e eu ter de voltar para a minha realidade chata e monótona, onde eu passo maior parte do tempo embriagado ou com a cara afundada nos livros.
- Tchau – disse dando-lhe um abraço bem apertado.
E dali cada um seguiu seu rumo. Com a certeza de nos reencontraríamos novamente, assim que a vida nos desse uma nova oportunidade. Assim como foi mais cedo em frente aquela casa branca decorada por Samambaias.
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Carta para um alguém
(texto em formato de carta) (texto autoral)
Olá pra você que achou essa carta. Espero que cuide bem dela pois você está prestes a me conhecer.
Eu era apenas mais um garoto qualquer, que sonhava em entrar numa faculdade federal e assim, traçar a sua carreira. Sem outras pretenções.
Essa carta conta um pouco de minha história. A história de um garoto que prometeu nunca se apaixonar novamente e falhou consigo mesmo.
Meu nome é Humberto, tenho vinte anos e sou estudante de Direito numa faculdade federal de São Paulo. Faço parte de um grupo na faculdade que é responsável por organizar eventos extracurriculares (a famosa balbúrdia), essa foi a melhor maneira de escapar de meus pensamentos turbulentos e se alinhar com a minha afinidade para festas.
Meu primeiro dia de aula foi uma loucura! Meus veteranos foram super receptivos comigo, me senti como se fosse parte daquele corpo acadêmico há pelo menos uns quatro períodos mas naquela data se inciava o meu primeiro. Ali conheci dois de meus grandes amigos, eles me ajudariam a suportar as dificuldades de se estar passando por um momento novo como é a faculdade.
No quarto dia conheci ele. Ele estava junto de alguns amigos prestes a apresentar uma palestra para calouros. O auditório estava escuro e a única luz que permanecia acesa parecia estar direcionando meu olhar a ele. "Como pode ser tão lindo?", pensei logo após ele começar a falar. Logo, me perdi totalmente do conteúdo pois só conseguia admirar ele e toda sua beleza. A palestra passou voando, me perdi no tempo. Começei a me questionar como eu chegaria nele para que nós pudessemos nos conhecer melhor, mas em minha mente começava a ecoar se ele era gay ou não. O que ele poderia pensar caso eu desse em cima dele e ele fosse hétero? Ficaria feio para mim, obviamente! Logo, me resguardei.
Tempos se passaram e eu fiquei sabendo da existência desse grupo responsável pelas festas extracurriculares da faculdade, ali eu encontraria um refúgio para as dores de uma grande perda que atormentava minha mente. Ali eu me distrairia fazendo algo que gosto, organizando eventos.
Uma semana após a minha admissão ao grupo teriamos o nosso primeiro grande evento ocorrendo e eu estava na equipe sem conhecer ninguém. Eu estava passando por experiências totalmente novas e aquilo estava sendo uma grande mistura de sentimentos (felicidade por estar fazendo algo que gosto numa proporção enorme e tristeza pois eu não tinha superado a dor que me assombrava). O grupo se mostrava ser bastante unido e receptivo com as outras duas pessoas novas além de mim. As pessoas começaram a chegar e eu me encaminhei para a entrada pois queria ser solicito e também conhecer quem faria parte daquela "grande família". Tudo ocorrendo bem, ocorre a primeira troca de plantão e lá ia eu me direcionando para o caixa do evento quando ele cruza o meu caminho. Ele me cumprimenta chamando-me pelo meu nome e na hora meu coração gela. "Como ele sabe meu nome?", pensei. Ele se apresenta. Théo é o nome dele. Ele se oferece pra pegar uma bebida pra mim e obviamente eu aceito, queria que ele voltasse mas eu precisava ir para o caixa. Ele disse que me encontraria lá e assim eu segui rumo ao meu destino, esperando que ele voltasse com a nossa bebida. Ficamos um bom tempo conversando mas nada que me fizesse sentir firmeza em avançar rumo ao primeiro passo. O último DJ sai do palco e ele se despede de mim. A festa foi um sucesso! Ainda repercurte até o dia em que escrevi essa carta.
Minha vida voltava a mesma rotina chata mas com um acréscimo: ele sabia quem eu era.
Semanas passaram e eu continuava a pensar em cada detalhe daquele sorriso que ele esboçava ao final de cada frase dita na nossa conversa. O que estava acontecendo comigo?
Atualmente, os jovens utilizam as redes sociais como principal maneira de flerte, principalmente o Instagram. Em um determinado dia me surpreendo com a notificação de que Théo tinha começado a me seguir no Instagram, logo eu retribui mas sem nenhuma esperança do que aquilo poderia ser.
Passaram alguns eventos menores e eu ficava procurando por ele, só queria conversar com ele e nada mais. Acabei desenvolvendo algumas amizades em comum e numa dessas festas uma amiga dele me revela, sem querer, que ele queria ficar comigo. Minha cabeça deu um nó completo. Como assim ele teria se interessado por mim? Logo por mim?
Dias se passaram e vinha mais um grande evento. Eu estava apreensivo pois não sabia o que viria acontecer. Passado todo o nervosismo de se organizar uma grande festa, resolvi descontrair um pouco. Eis que ele surge em minha direção, com aquele mesmo sorriso da primeira vez que nos conhecemos, com aqueles olhos verdes-acastanhados que me faziam paralisar (e que me fizeram entender perfeitamente a música Ocean Eyes de Billie Eilish) e com aquela boca totalmente desenhada e que ficaria linda junto à minha. Théo me abraça e eu sinto que havia algo diferente mas não sabia o que. A nossa conversa flui e ele aparenta estar bem empolgado com a festa. Passam as horas, bebidas descem pela garganta de todos presentes no evento, o dia escurece após um show fascinante que Théo e seus amigos nos apresentam. Acontece um fato inesperado. Uma amiga nossa recebe a notícia de que poderia ser demitida por um erro de terceiros e cai em prantos, logo eu saio ao encontro dela e tento acalma-la pois não gosto de ver meus amigos tristes. Ela se acalma, me abraça e resolve voltar a comemorar.
Logo que volto ao espaço principal da festa, vejo Théo de longe. Lá estava ele, lindo, com sua bebida em mãos e me olhando. Obviamente retribui o olhar e pensei "É agora ou nunca" e caminhei em sua direção. Ele percebe e vem andando em minha direção também.
Ao chegar perto de mim, não conseguimos disfarcar a atração que sentíamos um pelo outro e o beijo foi precedido dele perguntando se eu estava ocupado. Como eu estaria ocupado se estava indo ali justamente para beija-lo? Eu ficaria ocupado por muitos minutos beijando aquela boca e sentindo a sua mão me perseguir enquanto realizávamos uma vontade que parecia ser antiga para ambos. Eu não queria que aquele momento acabasse nunca. Aquele momento estava perfeito e eu não queria parar. Já reparou como o tempo passa rápido nos melhores momentos sem que a gente sinta? Mas infelizmente as responsabilidades me chamavam e tivemos que parar, mas deixando bem claro novamente que eu não queria. Havia uma festa pra terminar e eu ia terminar ela no melhor estilo pois alguém tinha feito todo esforço do meu dia valer a pena.
Dias se passaram e ele resolve manter contato, juro que foi totalmente inesperado pois achei que na cabeça dele aquilo tudo não se passaria de momentos. A nossa conversa via mensagens de texto durava horas e se prolongava por dias. Parecia nunca morrer e realmente acreditei que nunca morreria, até que então ele resolve me encontrar na faculdade num final de noite para que nós nos víssemos e matássemos a saudade.
Aquele dia ficou gravado em minha cabeça pois foi algo diferente, eu senti uma energia tão leve e gostosa, acho que foi naquele dia em que eu me perdi nele. Ficamos por horas conversando sobre diversos assuntos num pátio externo da faculdade enquanto o tempo passava e nós nos beijávamos. Eu conseguia sentir ele e sentir os seus sentimentos. A luz externa iluminando os seus olhos deixando-os mais bonito ainda, o sentimento de que eu tinha ele ali comigo aflorava e junto vinha um outro sentimento que é algo extremamente perceptível ao longo dessa carta inteira. Era ali que eu cavava a última pá suficiente pra perceber que estava apaixonado por ele. O beijo dele naquele dia tinha se intensificado e foi o suficiente pra que eu matasse a vontade que me perdurava desde o último evento grande organizado por mim. Perdemos a hora, a faculdade fechou e dava quase meia noite quando decidímos ir embora antes que o transporte público nos deixasse na mão. Tudo continuaria uns dias depois e eu estava feliz por isso. Eu iria ver ele novamente em questão de dias e tudo que eu queria era isso. Queria que as nossas conversas continuassem fluindo junto ao nosso beijo e olhares trocados. Ele me apresentou todos os seus amigos mais próximos e logo surgiu uma dúvida em minha cabeça.
A essa altura do campeonato, fraco como sou, o sentimento já havia me dominado e eu me entreguei totalmente pois ele me dizia coisas bonitas e ideias tão inteligentes que faziam com que eu me imaginasse numa situação de extrema felicidade ao lado dele. Até os amigos dele diziam isso. Talvez essa ideia só tenha surgido graças aos amigos dele, os mesmos que me disseram lá no começo que ele queria ficar comigo, então por que não acreditar? Diante de comentários como "Vocês deveriam namorar", "Vocês são tão lindos juntos", "Cara, ele fala muito de você", "Vocês são incríveis" e "Vocês são meu casal favorito! Quero eternizar esse momento e tirar uma foto com vocês, posso?", como não me convencer da situação que estava acontecendo?
Eu ficava triste sem a presença dele. Um exemplo foi quando cheguei primeiro na nossa choppada e ele demorou mais de três horas para chegar. Isso foi o suficiente para que eu ficasse triste pois queria compartilhar daquele momento com ele. Quando Théo chegou, meu sorriso se instalou de forma instantânea e eu quis passar todos os segundos daquela noite ao lado dele mas dessa vez o compromisso chamava por ele.
"Tudo bem, eu fico aqui te esperando." Eu disse pra ele.
Vimos o amanhecer juntos e aquele momento foi inesquecível, guardo cada segundo em minha mente. Te ver indo embora comigo de mãos dadas alimentou a esperança que eu não queria que fosse alimentada. As pessoas nos olhavam e comemoravam. O que eu poderia esperar?
Parece que as coisas começaram a dar errado após esse dia e eu não sei o motivo. Théo começou a demorar pra responder minhas mensagens e a nossa conversa parecia que não durava mais. Depois disso começaram os famosos "vácuos" que são acompanhados de um significado que pra bom entendedor, meio sinal basta. Eu lutei com meu orgulho e com minha mente e automaticamente vieram os pensamentos de que ele não me queria mais. Tudo bem, eu não posso obrigar uma pessoa a ficar comigo. Após isso, os sintomas de minha depressão começaram a se evidenciar novamente.
Théo e eu nos encontramos mais uma vez após esses curtos episódios acontecerem e tudo parecia bem, logo me convenci de que seria apenas um delírio de minha mente turbulenta. Mas adiantando, não era. Então resolvi convidar Théo para ir a um evento comigo e ele disse talvez não poder pois teria outro compromisso no dia.
Dias se passam, as conversas morrem e a tristeza se intensifica. Minha amiga resolve me acompanhar a esse evento. Tudo fluindo bem até que a gente se atrasa e chega tarde no evento, a casa já estava cheia e a primeira pessoa que enxergo no meio de uma multidão é justamente ele, Théo, que disse não poder vir. Ele solta um sorriso diferente daquele sorriso que tinha me prendido. Parecia que eu era indesejado naquele ambiente que eu havia convidado dele para ir comigo. Ignorei pois eu já estava mal o sufuciente para pensar sobre toda aquela situação. Minha amiga encontra o namorado dela no ambiente e resolve se encontrar com ele mas por desavenças passadas eu resolvi ficar em outro canto com outros amigos que também eram amigos de Théo. Passando algum tempo, esses amigos resolvem se juntar fazendo com que eu e Théo ficássemos cara a cara. Eu evitava direcionar o olhar para ele pois não queria ser um peso na noite dele. Se ele não queria ir comigo, logo ele não queria minha presença ali, se ausentando então de ficar perto de mim e eu não queria ser um peso pra ninguém. Como os mais velhos dizem, "A noite é uma criança".
Théo não conseguiu segurar por muito tempo a atração que sentimos e logo veio em minha direção e eu não consegui resistir ao poder que aqueles olhos encantadores têm. Nos beijamos e os mesmos comentários voltaram a ser ditos pelas amizades ali presente. Depois dessa noite a nossa relação nunca mais foi a mesma. Todo momento ao lado de Théo se tornava algo inesquecível pra mim porém eu trafegava numa via de mão única à partir daquele dia.
Théo e eu nos afastamos. A nossa conversa rendia no mínimo grande tempo de espera e falta de resposta. Obviamente, me levou ao buraco do sofrimento e a confusão de entender o que se passava. Até o dia em que nos encontramos num campeonato e as únicas palavras trocadas entre nós foi um "Oi" acompanhado daquele abraço que me preenchia por inteiro e fazia com que eu me sentisse nas nuvens, extremamente confortável. Tivemos várias oportunidades pra conversar, vários momentos em que ele visivelmente não estava fazendo nada, porém, Théo me ignorou durante um dia inteiro e isso fez com que todo o meu sentimento viesse a tona sendo percebido por todos ao meu redor, exceto por ele. Comecei a me questionar se ele não queria me enxergar. Então, decidi ir embora e meu olhar cabisbaixo contaminava o ambiente. Diversas pessoas vinham me perguntar se estava tudo bem até que uma pessoa me parou e me recomendou conversar com ele após isso tudo. Sim, estava perceptível que eu gostava dele e a ausência dele me fazia mal.
Assim que sai, o encontro e me despeço dele. Nesse momento, ele me percebe. Sigo andando para a saída quando sinto que seu olhar me perseguia então olho pra trás e vejo que lá está ele, me olhando. O que será que passava em sua cabeça? Caio no choro após isso tudo, minha cabeça está uma confusão. Não consigo raciocinar quanto é 1+1. Minha mente foi totalmente embaralhada.
Ao chegar em casa, o meu celular toca. Era ele me mandando uma mensagem.
"Ei, você chegou bem? Estou preocupado. Me desculpe se hoje eu te deixei mal."
Essas foram as nossas últimas palavras.
Seriam as nossas últimas palavras caso eu não tivesse ficado chorando por três semanas seguidas até resolver dar o ponto final que essa história merecia.
Na indecisão de chamar ele ou não, preferi me arriscar do que ficar imerso naquele sofrimento.
Minha mente gravaram as nossas últimas palavras.
"Você é muito importante pra mim. Sinto muito por isso tudo, tá? Eu não estou num momento muito bom e sei que você merece mais."
Infelizmente não tive a oportunidade de dizer antes tudo que eu sentia por ele. Talvez tivesse sido tudo diferente.
Férias começam, o momento ideal pra superar ele.
Tempos se passam e minha depressão não me abandona.
Os sentimentos e pensamentos suicídas se afloram e não sei mais como fugir deles. Todo dia é uma luta constante. Parece que dentro da minha cabeça habitam vozes que querem me ver ferido, como já fiz uma vez mas não obtive sucesso.
Primeira vez que nos vemos num grande período de tempo em que eu só conseguia pensar em duas coisas: Auto-depreciação e ele.
Achei que estava tudo bem, as pessoas me perguntavam sobre nós e eu dizia que achava ter acabado. Porém, numa dessas, eu disse pra pessoa errada. Nesse mesmo dia, em uma festa escura encontro duas grandes amigas e começamos a conversar. A conversa flui até que sinto alguém me esbarrar. Era você, beijando a pessoa que vinte minutos atrás havia me perguntado sobre nós. O beijo de vocês estava intenso, daquele mesmo jeito que nós nos beijávamos. Ali percebi que não tinha te superado ainda. Senti as lágrimas escaparem de meus olhos e o ódio me dominar. Eu só queria fugir dali. E assim fiz. Fui para um canto chorar e aliviar todo aquele ódio e tristeza. Me afoguei em lágrimas por você.
Caro Théo.
Se você achar essa carta, saiba que estou tentando te matar dentro de mim mas parece que tem algo que não me deixa desistir. Tento matar isso antes que isso me mate por inteiro. Não sinto raiva de você, acho que até preferiria, mas eu não consigo. Caso essa carta tenha parado em suas mãos, pode ter acontecido algo comigo e eu não pude ter a oportunidade de lhe olhar nos olhos e dizer que ainda te amo.
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E eu acabei me Apaixonando sem querer!
Eu nunca pensei de verdade que quando eu entrasse em um aplicativo como o tinder encontraria alguém como você, assim, na real pensei que a maioria das pessoas que usavam esse aplicativo eram vazias e procuravam só por coisas casuais, eu já havia baixado uma vez o tinder mas me decepcionei, enjoei e acabei apagando, e em uma segunda tentativa encontrei você e você se mostrou totalmente diferente das outras pessoas que já havia conversado e que bom que baixei o aplicativo de novo, acho por isso que as pessoas sempre fazem questão de dizer que Deus escreve certo por linhas tortas, talvez se eu tivesse optado por não baixar de novo nem teria lhe conhecido, e já pensou como a tua vida seria sem graça? HAHAHAHAHA, NÃO SACANAGEM, ou ate poderia ter te conhecido né, porque quando a vida quer ela dá um jeito das coisas acontecerem. Quando eu falei contigo pela primeira vez no dia 19 de Julho, eu não fazia ideia de que hoje estaríamos como estamos. Em menos de um mês você me fez mais feliz do que muita gente que já passou pela minha vida. Você por vezes é a parte boa dos meus dias. Eu te trago comigo como um amuleto da sorte, que faz tudo ficar como deveria ficar, e eu sou muito feliz por você ter aceitado continuar na minha vida. Você é minha notificação favorita, você por vezes é meu eu em outro corpo. Você é a minha sunshine e é tão incrível ter você mesmo que só como amiga. Com você é tudo fácil, amar é leve, ser feliz é simples, nada se torna um fardo difícil de carregar. Você não tem noção do tamanho do meu carinho e admiração por você e eu não faço ideia de como te mostrar a dimensão dele. Você por vezes é minha super-heroína que me salva todos os dias dos meus próprios demônios mesmo que sem saber, sua “presença” me ajuda muito. Obrigada pela paz que você me transmite. Obrigada por existir e iluminar a minha vida. Eu quero cuidar do teu coração como se fosse o meu, ou até melhor que isso. Eu quero te fazer feliz todos os dias, só para tentar retribuir esse bem que você me faz.
Eu não sei muito bem o que vai acontecer entre a gente, mas quer saber eu não tenho tanta pressa de descobrir e olha que sou mega impaciente, mas sei la, contigo é diferente, você é uma daquelas pessoas que a gente só quer esta perto independente de qualquer coisa e como você já disse um dia vamos ver no que dá, se será namoro ou amizade e mesmo sabendo que você esta satisfeita com a sua vida de solteira eu me arrisco nesse sentimento, e parece louco, não acha? Como uma pessoa tão desapegada como uma sagitariana se encontra gostando de outra pessoa sem ter nenhuma certeza e continua ali sem duvidas nenhuma que quer permanecer no mesmo lugar mesmo sabendo que tudo pode dar errado, que você pode ir embora ou pode encontrar outra pessoa, nossa, que louco, olha so o que tu tem me feito, e na boa se você ler tudo isso, não te assusta e não se sinta nunca pressionada a tentar ter algo comigo, porque você não precisa, o mais importante é você só permanecer sendo você, sendo do meu lado ou não. E confesso que tem sido interessante esse teu jeito porque assim eu crio menos expectativas (ou pelo menos finjo isso, heuaheuha). Sei que a vida fará o que será melhor pra nos duas. E que o tempo dirá, assim como diz na musica do Tiago Iorc “E nada como um dia após o outro, Pra quê apressar? Se não sabe onde chegar, Correr em vão se o caminho é longo [...] Pode esperar, O tempo nos dirá, Que nada como um dia após o outro”, é isso, só o tempo nos dirá.
Deixa eu te contar uma coisa, quando eu te conheci e comecei a conversar com você eu dizia pra minha amiga que eu iria fazer você se apaixonar por mim (Coraggyyy), que eu te queria, que éramos muito parecidas e que tu era aquela mulher que todos queriam e desejavam e que na real eu estava longe de ser a exceção porque eu te desejava também assim como varias outras pessoas. Mas sabe tu fez todo esse pensamento se transformar, porque sei lá contigo sou uma pessoa diferente, que pensa diferente, e que é capaz de deixar qualquer desejo de lado, você fez com que eu enxergasse uma amizade antes de qualquer paixão, me fez enxergar uma parceria, você me faz querer estar perto sem precisar ser muita coisa, e agora eu só consigo perceber que o que tiver que ser será, que se você quiser e tiver que ser apaixonar será porque entende meus defeitos, curte minhas qualidades e aceita meu jeito. A única certeza que tenho, na boa, é que quero preservar toda essa amizade que a gente esta construindo e que se a gente tiver que ter algo é porque a vida quis dessa forma, e que independente de qualquer sentimento eu quero cuidar de você e tentar fazer com que você fique sempre bem.
Às vezes chega a ser engraçado a forma como a vida insisti em deixar claro que não podemos controlar nada do que sentimentos, não podemos manipular os fatos, não podemos mandar no coração. Nos preocupamos tanto em tentar não sentir que acabamos sentindo tudo aquilo que não esperávamos. Acho que foi justamente por querer evitar, que o sentimento veio de uma forma tão simples. Mas sabe não me arrependo de absolutamente nada do que aconteceu, e não me arrependo de talvez tiver me apaixonado por ti. “Se tu soubesse que eu durmo pensando em te ter, Se tu soubesse faço tudo pra não te perder”. Sunshine, eu não posso ser ingênua e dizer que não sinto nada, mas também não tenho certeza de nada (ou tenho e não confesso pra mim mesma) Eu sei que sinto algo, mas ainda não desvendei o que, não sei se é paixão ou se é uma confusão, mas sei que antes de qualquer coisa quero teu bem e a tua felicidade e se isso não for comigo que sejamos amigas e que você seja muito feliz com quem tiver que ser. Meu desejo maior só é te proteger, ficar do seu lado e te ver feliz, eu gosto tanto de você ao ponto de deixar você livre para viver sua vida com quem você quiser meu sentimento não é nada egoísta.
Eu tentei juro que tentei não me apaixonar, mas acho que a missão foi failed, você me conquistou meu amor, você é incrível e não cansarei de dizer isso, você é linda mesmo não acreditando nisso, seu cabelo, seu sorriso, seus olhos, olhar, sua boca, seu sorriso, suas covinhas, seu queixo, suas caras de sedução que você acha que não tem, heuahueha, é um misto de coisas e sensações que essas suas características me causam, mas na real o que me encanta de fato é teu jeito, sabe, a forma como você é livre e respeita a liberdade, as tuas besteiras, tua humildade, até a forma que você não se acha bonita e pensa que não arrasa, me encanta, gosto da tua forma de pensar e encarar a vida, tua fala, tua forma de agir, acho incrível como você faz parecer que as coisas não te incomodam, como você é de boa, gosto de como as vezes você é difícil e de como as vezes parece que nunca esta interessada, e confesso que as vezes isso me deixa sem saber o que fazer. Eu não consigo te desvendar e às vezes isso é ate bom porque me instiga, mas às vezes isso me deixa confusa, você é aquela garota que consegue abalar meu psicológico, e sabe T.B, as vezes gosto que as pessoas me digam o que querem, o que gostam, o que esperam, mas você não é assim, você parece sempre esta esperando algo sem estar esperando e quase nunca sei o que falo ou faço. E não precisa pedir desculpa por isso!
Eu confesso que gosto do jeito em que viramos amigas, porque acho que a amizade é à base de tudo, mas às vezes sinto falta de saber o que você quer de verdade comigo. Na boa, qual a tua? O que tu deseja de mim? Qual o próximo passo que devo tomar? Continuo aqui ou recuo? Continuo insistindo ou seremos só amigas? Seja sempre clara comigo! Tu consegues me bagunçar legal. Se isso é bom? As vezes sim, tu me instiga, me provoca, me deixa com vontade de te desvendar, mas as vezes preciso de clareza, nem todos os dias acordamos bem pra desvendar e as vezes só queremos tudo as claras.
Quando foi que eu percebi que estava apaixonada por você? Não sei ao certo. Mas acho que foi quando comecei a esperar pelo seu “bom dia” todas as manhãs, mesmo sabendo eu você não enviaria. Ou foi quando eu ria de qualquer bobagem que você escrevesse, e depois ficava relendo a conversa só para rir novamente. Ou quando eu dava play repetidas vezes nos seus áudios, só para poder escutar sua voz mais e mais vezes. Ou foi quando eu acabei com um cara, que eu tinha conhecido um pouco antes de você ter entrado na minha vida, porque mesmo você à quilômetros de distância, já conseguia despertar sentimentos em mim, que, ele que estava bem ao meu lado não conseguiu. Ou talvez foi quando eu vi que a galeria do whatsapp tinha fotos suas, e eu não conseguia apagar nenhuma delas. Ou foi quando eu me vi dirigindo toda a minha atenção para você, para tudo que você fazia ou falava, mesmo com tantas outras pessoas querendo conversar comigo, era só a sua mensagem que eu esperava. Ou talvez quando eu notei que passava muito tempo com você em minha mente. Ou quando eu comecei a falar de você para a minha amiga. Ou quando comecei a ficar acordada até tarde, te esperando, só para receber o seu “boa noite, dorme bem” mesmo sabendo que você não enviaria se eu não enviasse, porque só assim é que eu ia dormir bem e com o maior sorriso bobo no rosto. Ou talvez tenha sido quando me vi escrevendo o meu primeiro texto para você. Aquele que mais parecia um alerta para o bobo do meu coração, que estava cometendo um tremendo erro, escolhendo justamente você para ocupá-lo. Bom, embora eu não saiba ao certo quando ou como foi que você acabou invadindo meu coração, o fato é que entrou em minha vida, e se eu pudesse voltar no tempo, e impedir que você entrasse nela, eu não o impediria. Porque por mais que eu saiba que você que você não quer nada comigo. E não tenho mais medo que você acabe se tornando mais uma cicatriz na minha vida.
“Ainda ontem sonhei com você, Vi a resposta depois me esqueci Você não sabe dizer que não quer, Mas não responde dizendo que sim, Eu não entendo minha própria fé, Acreditar no que você me diz, Sabe morena, pensei em você, Logo depois tive medo de mim.”
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