#esse período vai ser o motivo de eu trancar
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guys why no one warned me there was so much stuff about cells in pharmacy (the medicine acts In Them)
#esse período vai ser o motivo de eu trancar#OQ ERA PRA PASSAR EM 6 MESES#TAO PASSANDO EM 3#EU VO MORRE DE TANTA PROVA NESSE CARALHO#mal acaba as provas de um módulo e já começa as provas de outro módulo#all that being said if there wasnt such a tight deadline for me to learn everything#id be loving it with all my heart#i recognize it's mostly the stress talking rn lmao#college
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| E SE OS IRMÃOS SAKAMAKI ENFRENTASSEM A "TPM" E MENSTRUAÇÃO?
O título da publicação está explicitando o conteúdo de toda essa postagem, mas vou me isentar de responsabilidade e avisar a todos os possíveis gatilhos: sangue, clicos menstruais , tensão pré-menstrual, ações OCC com intuito humorístico.
Todos nós sabemos que pessoas que nascem com um pênis não passam por nenhum período pré menstrual e assim por diante, entretanto, tenha em mente que tudo o que está sendo escrito nessa publicação é apenas uma especulação cômica inspirada em um comentário feito por uma amiga chamada @eyelessdoll-y em uma de suas postagens mais recentes: essa! Resumo da opera: é uma postagem sobre headcanons, consuma meu conteúdo com uma colher de chá, o material original está aqui caso queira conferir, e, mais uma coisa: alguma suspensão de descrença pode ser necessária.
AYATO:
Quando Ayato está na TPM, ele simplesmente não percebe que está acontecendo. O seu comportamento não muda devido aos hormônios, entretanto, seu corpo sim! Uma das primeiras coisas que ocorrem é que devido a retenção de líquido, o corpo se torna mais "volumoso" — diga-se: ele fica mais cheiinho.
“Será que eu exagerei quando resolvi comer aquela porção extra de takoyaki?”
A segunda coisa que ele irá notar, será como seus próprios peitos estão mais cheios, ele também poderá notar uma certa sensibilidade, mas novamente: ele ainda não percebeu o que de fato está acontecendo.
“Hehe... Meus peitos estão maiores que os peitos da chichinashi, mas não é preciso muito esforço para superar uma tábua.”
Como o Ayato se enxerga nesse período:
Uma vez que Ayato atinge aqueles dias temidos os quais ele tem seu clico menstrual, você pode ter certeza absoluta de que Ayato não tentará ser discreto sobre o assunto, nâo, Ayato vai revelar isso a todos fazendo um escândalo, não será nada pacífico! Nosso querido ore-sama vai esbravejar e reclamar, motivo? Simples: ele nunca lembra a data do próprio clico e nem procura saber quando será para evitar problemas ou sujeira, mas ele ficará absolutamente irritado quando alguma peça de roupa favorita dele se suja ou quando os lençóis se mancham.
“HAH-... mas o quê? Que merda é essa?! Eh? Esse sangue todo sujou minha roupa, che! OE, LAITO! Você tem um daqueles absorventes?”
Ele possivelmente vai se gabar do fato do seu ciclo ser super intenso e como ele dura por mais dias que o de todo mundo na mansão, basicamente Ayato é como uma criança discutindo com a outra sobre quem tem a maior pontuação em um jogo de fliperama.
“O seu clico dura apenas três dias? Você realmente já chegou na puberdade? O clico do ore-sama dura por sete dias seguidos! Três dias não são nada se comprados com isso.”
Enquanto muitos dos irmãos estão lidando com os seus próprios problemas envolvendo seus próprios ciclos menstruais Ayato irá fazer chacota com as dores alheias, sempre afirmando que o grande ore-sama não sente dor alguma em seus clicos.
“O quê?! Você está sentindo dor? O grande ore-sama não sente nada, você está sendo dramático.”
Entretanto, quando ninguém está olhando para ele, uma das primeiras coisas que Ayato vai fazer será: se trancar no seu quarto e sofrer em silêncio com suas cólicas menstruais enquanto abraça seu travesseiro em formato de takoyaki, ele simplesmente se recusa a pedir um pouco dos remédios que Reiji tem para essas situações.
“Uhg... Eu realmente odeio esses dias, por quanto tempo isso vai durar? Só se passaram dois dias...”
KANATO:
Kanato possiu uma TPM extrema, esse pequeno indivíduo se torna um demônio. Os irmãos Sakamaki têm um estoque secreto de doces para casos de emergência, mas quando o estoque acaba — evento que ocorre de três em três meses, os irmãos Sakamaki precisam correr contra o tempo e sair comprar doces quase imediatamente para aplacar a fúria desse bebezão! Todos sabem quando ele está com TPM, e ninguém se atreve a enfrentá-lo.
“Eu não me importo se eles estão atrás de doces nesse exato momento... EU QUERO DOCES AGORA!”
Faltando um dia para o início da menstruação de Kanato, todo o ódio acumulado dentro do seu ser será amplificado, momentaneamente Kanato irá juntar forças com Subaru e juntos ambos irão se tornar os maiores destruidores de propriedade da mansão Sakamaki — é nesse momento que Reiji pensa: como eu vou pagar pelos danos que estes dois estão causando? Sera que é uma boa ideia dopar ambos e evitar mais danos?
“Tudo me perturba, eu quero que todas essas coisas simplesmente saiam do meu caminho... Ei, Teddy! O que você acha de destruir algumas coisas?”
Destruir tudo realmente ajudará Kanato a e acalmar, contudo, isso será sempre uma faca de dois gumes porque ele não pensa muito sobre o faz quando está em seu estado de puro ódio destruindo todas as coisas que ele vê pela frente — incluindo objetos pessoais ou seus doces.
“Eles estão um pouco amassados, mas ainda estão deliciosos... Eu só não posso dizer o mesmo da minha cama.”
Quando a menstruação de Kanato descer esse ódio vai se dissipar aos poucos trazendo com ele situações de vulnerabilidade e tristeza, kanato irá buscar conforto pressionado Teddy contra seu peito enquanto suavemente cantarolará uma melodia suavemente para tentar se distrair de tudo e dormir — se algum dos gêmeos descobrir sobre isso, Kanato irá negar veementemente, ao mesmo tempo que ele ficará feliz com a companhia deles. Kanato não vai admitir isso voz alta, mas ele teme não receber atenção o suficiente estando nesse estado caótico, isso sempre o faz se lembrar de uma parte conturbada da sua infância.
“Vocês são tão irritantes! Parece que eu não tenho escolha se não tolerar a companhia de vocês até vocês se cansarem de perturbar a mim e Teddy.”
Kanato sempre teve dificuldade para escolher a marca certa de absorventes, ele não tem um fluxo intenso como Ayato, mas se torna difícil escolher um absorvente correto quando grande parte o material usado neles lhe dá sérios problemas de alergia — depois de muito debate a melhor escolha para ele foi usar coletores menstruais, mas não é uma tarefa fácil encontrar produtos como estes em lojas de utilidade comuns.
“... grrrr! Ppr que eles são tão difíceis de se encontrar?! Essa maldita alergia só me trás problemas!”
Nos dias finais Kanato finalmente irá recobrar parte do seu estado de espírito até finalmente voltar a normalidade, ele odiou algumas partes dessa experiência, mas não achou tão ruim quanto ele pensou que seria.
LAITO:
O nosso querido pervertido de chapéu fedora não sofre com alterações de humor drásticas, não sofre com inchaços ou necessidade por doces, mas nem tudo será um mar de rosas para Laito, após alguns dias antes do início da sua menstruação seja dois dias antes ou até quatro dias antes da data prevista, Laito sentirá um início de mal estar e muitas dores de cabeça, isso inclusive pode o deixar indisposto para praticar suas “travessuras”.
“Hum... Nós não temos que ir tão longe ainda bitch-chan~ que tal você deixar eu te acariciar um pouco mais?”
Laito se torna mais errático em relação ao seu tratamento com seus irmãos e vítimas, sendo este, um período onde ele irá evitar contato com qualquer ser. Laito não sabe por que está fazendo isso, claro, ele tem uma reputação de pervertido para defender, mas essa situação ao qual ele se prende sempre parece estar indo longe demais, ele já fez coisas assim antes, mas Laito não quer pensar sobre isso, esse é o seu mecanismo de enfrentamento, enquanto Laito não pensar sobre o que aconteceu estará tudo “bem”, mas toda essa situação ainda o faz se lembrar dela, isso apenas piora tudo.
“Nfu~ qual o sentido em fazer uma coisa dessas quando eu não posso 'dominar' sempre que quiser...?”
Assim que Laito perceber o que causou sua falta de ânimo repentina, o seu próximo movimento será roubar alguns dos medicamentos que Reiji guarda para emergências como essa.
“Nfu~ Reiji provavelmente sentirá falta de três ou quatro comprimidos do seu estoque, mas algumas ações são necessárias.”
No início do seu ciclo menstrual ele irá sentir uma necessidade maior por contato físico, se uma explicação for necessária eu direi: “o estrogênio, cai no início do período menstrual e começa a subir gradualmente no segundo ou terceiro dia, promovendo a libido e o desejo.” você afirmar facilmente que Laito é como um cachorro no cio.
“Fufu~ isso pode parecer auto-indulgência, mas meu corpo anseia por isso... Por que eu estou desejando mais do seu toque bitch-chan? Você é uma garota muito má por me fazer sentir assim~”
“M-mas eu não fiz absolutamente nada!”
“MEN-TI-RO-SA! Parece que não tenho escolha a não ser te disciplinar~”
Ao contrário do seu irmão Ayato, Laito não sofre com cólicas intensas nesse período — na verdade a existência delas é altamente insignificante, mas isso não o impede de usar cólicas como uma desculpa para manipular os outros ao seu redor, para fazer com que os outros se dobrem a sua vontade por sentirem do pena dele, “Coitadinho do Laito... Olha como ele está sofrendo com toda essa dor.” Laito é uma Drama Queen de primeira categoria.
“... Huh... Eu não me sinto muito bem. Parece que meu abdômen vai se partir ao meio, minha barriga... dói muito, você poderia dar uma olhada e ver se está tudo bem? Eh? Sério? Nada? Vamos, olhe mais de perto.”
Quando o sangue parar de escorrer Laito irá comemorar por essa bomba emocional ter terminado — até ele se lembrar que esse é um acontecimento mensal e que ele terá que lidar com isso até o final da sua imortalidade.
“Parece que isso não pode ser simplesmente parado...(é uma lástima, tudo durou por apenas por três dias, não consigo acreditar nessa situação e eu não quero repetir a dose tão cedo.)”
REIJI:
Reiji é facilmente o homem mais preparado contra qualquer percalço causado pela menstruação ou TPM, depois de um tempo de observação e estudando as reações e dias mais derivados de seu ciclo e do clico de seus irmãos. Ele provou a todos na mansão que ele é a melhor pessoa para lidar com essas.
“...Francamente Ayato você já deria ter se prevenido desde o início para evitar bagunças como esta! Eu vou precisar colocar um calendário no seu quarto para que você não se esqueça?"
“Cale a boca quatro olhos! A culpa não é minha se o sangue simplesmente resolveu sair!”
Ainda assim, cenas como essas são comuns na TPM do Reiji:
Isso não acontece por mudanças hormonais, não, todo esse ódio será gerado pelo descontentamento causado pelos seus irmãos nesse período.
“Eu vou falar pela última vez: Ayato, se você fizer mais uma gracinha, vão existir consequências...(Se controle, você não pode matá-lo ou sofrerá as consequências)”
Reiji não lida com cólicas ou qualquer sintoma de uma tensão pré-menstrual, ele tem um calendário no seu quarto com a data exata do seu próprio clico, ele sempre se certifica de tomar os remédios na hora e data exata para se prevenir dos sintomas desagradáveis.
Reiji sempre faz uma dose extra de medicação e ele sabe que Laito têm o costume de saquear seu estoque.
“Três comprimidos sumiram... Como sempre, você não é nem um pouco discreto Laito.”
Reiji não faz isso porque ele se importa com seus irmãos, nós estamos falando sobre Reiji Sakamaki! Ele sempre pensa em uma maneira criativa de punir Laito pelos seus roubos.
“Parece que seu comportamento malicioso não pode ser evitado... Um disciplinamento adequado será necessário.”
Laito:
Além disso, como esse indivíduo é a pessoa mais "tranquila" em seu período menstrual, entre muitas aspas, porque esse homem estará sendo movido na força do ódio até o final desse inferno de mudanças hormonais, para a infelicidade do vampiro ele sempre será o encarregado de cuidar dos seus irmãos quando eles estão no período — porquê a biologia ordenou que todos os irmãos Sakamaki iriam ter os clicos sincronizados, então ele é o encarregado de comprar absorventes para todos enquanto lida com seu próprio ciclo.
“Eu vou falar seus nomes apenas uma vez, então é melhor que todos escutem com atenção: Laito, venha pegar seus absorventes internos, Ayato, seus absorventes de fluxo noturno, Kanato, não tinha no supermercado a marca que você normalmente usa, você terá que se contentar com estes coletores menstruais e Subaru, esses são os absorventes que você pediu.”
Sim, ele não fará nada para ajudar o Shuu.
“Eu não me importo com o que você está sentindo, apenas arranje algum absorvente por conta própria e não torne minha a existência torturante.”
Essa é reação de Reiji quando tudo termina:
SUBARU:
Subaru Sakamaki não tem ódio quando passa pela TPM, ele tem: RAIVA! Que é a abreviação de um termo técnico que pode ser explicado como:
REAÇÃO
ADVERSA
INDUZIDA por
VAGINA com sangramento
ABUNDANTE.
Toda essa chuva de hormônios causa um descontrole de raiva crônica, em um nível que se torna quase impossível ter uma conversa com mais de quatro frases com Subaru sem ele destruir alguma coisa.
“...”
“Fufu~ olá Subaru-kun, como você está se sentindo hoje?”
“APENAS CALE A BOCA E ME DEIXE EM PAZ!!!”
Subaru apertou a mandíbula rangendo os dentes com ódio e "BAM!" — outra parede foi destruida por suas mãos. O vampiro notou que mais uma vez, sua raiva provocou um novo rastro de destruição, seu próximo pensamento foi: o Reiji vai me matar...
“Eu posso saber o motivo de tanta... Subaru, eu tinha acabado de pagar pelo conserto desta parede.”
“Fufu~ me parece que Subaru-kun está na T-P-M~”
Normalmente, uma das formas de aplacar a fúria de Subaru nesse período tão complicado é executada por meio da força bruta, ele muitas vezes será confinado dentro masmorras da mansão, para sua própria segurança e para garantir a segurança das paredes.
“EI, ME TIREM DAQUI AGORA! ISSO É UMA ORDEM, EU VOU ACABAR COM VOCÊS QUANDO EU SAIR DAQUI!!!”
No segundo dia de confinamento ele será de escapar e todo o clico de destruição retorna, de novo e de novo — ninguém consegue o impedir porque a adrenalina mesclada com a RAIVA tornam Subaru uma fera sedenta por sangue completamente implacável contra qualquer ataque exterior.
“SAIAM DA MINHA FRENTE, AGORA!”
Subaru é o irmão Sakamaki com o ciclo menstrual mais curto entre todos os seus cinco irmãos — isso é uma bênção, porque se durasse por mais tempo a mansão Sakamaki não estaria mais em pé.
“Você destruiu doze paredes, quatro almofadas, um sofá, dez estantes e em três ocasiões diferentes você e Kanato quebraram exatamente trinta portas.”
“Tudo isso aconteceu em um período de três dias?!”
“Não, seu idiota! Isso foi o que você fez na contagem do primeiro dia, em um único dia você conseguiu fazer meu travesseiro ser reduzido a cinzas.”
Subaru também tem o costume de se meter em brigas nesse período:
SHUU:
Quando Shuu está com TPM, suas ações são frias, Shuu apenas deseja permanecer deitado em cama em posição fetal, por conta da dor que ele sente, tanto física quanto emocional.
“Eu não me importo, apenas me deixe em paz...”
Esse será um período conturbado para o primogênito da mansão Sakamaki porque é nesse período que as memórias antigas voltam para sua mente.
“Eu gostaria que tudo acabasse... de uma vez por todas”
Cada pequena ação, o simples ato de respirar, comer e muitos outros irão se tornar cada vez mais difíceis de serem feitos.
“...(por que eu existo?)”
Quando a menstruação de Shuu finalmente descer, ele irá odiar cada segundo dessa sensação, um dos seus primeiros pensamentos será ir até a banheira e permanecer no local até que o sangue pare de escorrer, mas ele desiste dessa ideia depois do segundo dia e resolve comprar absorventes.
“Eu estou todo molhado... e ficar aqui não está ajudando.”
Quando Shuu sair para comprar absorventes, será esperado que ele fique fora por horas — os motivos são variados, mas preguiça é um deles. Quando ele chegar ao corredor de produtos de higiene íntima, Shuu ficará parado pensando. por quê? Simples, esse vampiro não conhece nada sobre absorventes e não sabe qual marca deve comprar.
“Isso é exaustivo... Por que existem tantas marcas para um único item...?”
Então, ele vai pegar o telefone e começar a digitar, tentando pesquisar qual marca mais aquedada para sua situação, mas o Google não ajuda em nada. Enquanto ele está em seu estado de confusão, uma simpática senhora irá se oferecer para ajudá-lo, percebendo o quão perdido ele está — ele ainda fica lá por mais um tempo e escolhe algumas marcas diferentes, apenas por precaução.
“Obrigado...”
Ao fim desse clico de tortura constante de tentar encontrar a marca certa para o seu "problema", Shuu finalmente irá descansar em paz, ele ainda pensa um pouco sobre seus problemas, mas ele não quer pensar sobre isso, ele só quer dormir — além disso ele está grato pela ajuda que recebeu.
Shuu:
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Pedido: oi vidinha poderia fazer um com o liam, ele sendo professor dela na faculdade daí eles namoram escondido e ela tem muito medo de estragar a profissão dele e por ele ser bem mais velho que ela também. daí um dia a ex mulher dele flagra s/n e liam no cinema e arma a maior confusão mas no final tudo se revolve. p.s: menina sua escrita é perfeita sério eu amo demais 💖
Imaginação foi a mil escrevendo esse imagine, então obrigada por isso xu KKKKK. Espero que goste amor. Se der, me fala o que achou ok? Aliás, muito obrigada por mandar o pedido e pelo elogio, me deixou muito muito feliz 🥰❤️
Boa leitura❣️
____________________
Sabe quando sua cabeça desliga e tudo ao seu redor não passa de barulhos sem importância, que você sequer os ouve direito? Era exatamente assim que me sentia agora.
Meus olhos estavam fixados no parafuso preso na cadeira em minha frente e meus pensamentos caminhavam sempre para a mesma direção. Liam James Payne, meu professor de Química Geral. O homem que se tornou meu cerca de cinco meses atrás. Entretanto, só nós dois tínhamos o consentimento disso.
Namorar um cara mais velho nunca esteve nos meus planos, mas foi impossível descartar a possibilidade dele ser o amor da minha vida, já que o universo enviou todos os sinais imagináveis, e até um pouco assustadores, para que nossos caminhos se encontrassem.
Apesar dos contratempos que surgiram durante esse período de desencontros e amor enjaulado dentro de nós, finalmente conquistamos o tão aguardado relacionamento, que ainda não fora assumido de fato por conta de fatores externos. E eram esses malditos fatores os responsáveis por me tirarem da Terra, até chamarem minha atenção e trazerem-me de volta.
- Senhorita, S/S? - era tão estranho ouvi-lo dizer meu sobrenome em vez do apelido carinhoso que saia de sua boca ao final do dia, que chegava ser frustrante respondê-lo.
- Sim. - direcionei minha atenção a ele, que estava sentado em sua mesa, com meu trabalho em mãos.
- Sua atividade. - disse chacoalhando o maço de papel para que eu fosse buscá-lo enquanto a classe inteira conversava ou dormia sobre a carteira. - Está tudo bem com você? - perguntou disfarçadamente enquanto fingia corrigir outro trabalho quando cheguei próximo de sua mesa.
- Está. - menti, com os olhos fixados no piso da sala. Não conseguia encará-lo aqui.
- S/A, você sabe que não me engana. Por que está tão longe? - dessa vez Liam olhou dentro dos meus olhos e eu senti meu corpo inteiro tremer. O medo dentro de mim com certeza fora percebido pelo meu namorado quando respirei fundo e disse para conversarmos em minha casa após a aula.
E foi com o coração apertado e cabeça quase explodindo de tanta informação que abri a porta do meu apartamento, deixando um Liam ansioso entrar.
- Ei, por que está tão nervoso? - perguntei ao trancar a fechadura e observá-lo sentar no sofá.
- Estou preocupado com você! -explicou. - Mal falou comigo hoje, está distraída e sinto sua angústia de longe. O quê foi que aconteceu, S/N? - não podia ignorar o fato de que a distância entre nós dois aumentou nos últimos dias, mas no momento era o melhor a se fazer. No entanto, para tranquilizá-lo, caminhei até onde Liam estava e sentei ao seu lado, pronta para contar tudo o que estava preso dentro de mim. Ou pelo menos tentar.
Sem dizer nada, peguei suas mãos inquietas e as segurei firme para que meu choro fosse adiado. Não seria nada bom começar esta conversa aos prantos.
- Você me ama? - minha pergunta saiu quase sem som e meus olhos já estavam marejados, imaginando os próximos passos que teria que tomar.
- É claro que eu te amo. Eu terminei meu casamento para ficar com você, S/A.
- Não me lembra disso Liam, por favor. - pedi e direcionei meu olhar para baixo. Odiava saber que fui a causa da separação de um casal que teve uma longa história juntos.
- Amor, você não tem culpa. Já conversamos sobre isso.
- Eu sei, Liam.. Mas.. - minha fala travou e mais nenhuma palavra foi dita. Meus batimentos estavam rápidos e eu sentia que o choro estava prestes a sair.
- Você precisa me dizer o que está te incomodando, babe. Eu não aguento te ver neste estado. - suas mãos acariciaram meu rosto e seu sorriso leve me deu forças para libertar-me daquela agonia.
- Nosso relacionamento. É isso que está me incomodando. - disparei de uma só vez.
- Você quer terminar? - perguntou surpreso, arregalando os olhos.
- Não! Eu te amo mais que tudo, amor! - abracei Liam antes que ele fizesse qualquer coisa e sinto seus braços em contato com meu corpo, retribuindo o ato. - O quê está me incomodando é o fato de estarmos fazendo isso às escondidas. - afastei-me dele e logo entrelacei nossos dedos para continuar a conversa. - Mas eu sei que se abrirmos uma parte da nossa vida pessoal para os outros você perderia seu emprego, e eu não quero que isso aconteça por minha causa. Não quero interferir na sua vida. De novo.. - meu namorado soltou um suspiro profundo e puxou-me para deitar em seu peito, sendo essa uma das atitudes que mais me acalmavam quando minha vida se tornava relativamente difícil. Sua mão direita fazia cafuné em meu cabelo e a outra acariciava meu braço na intenção do carinho servir de consolo.
Sabia que ele não tinha o que me dizer diante daquela situação. Nos envolvemos sem pensar nas consequências e agora sentíamos todas ao mesmo tempo. - Minha mãe sempre me avisou que não deveria namorar alguém mais velho.
- Que besteira. - Liam riu e eu o encarei confusa. - Nós temos apenas seis anos de diferença, amor, isso é quase nada. Sem contar que conheço vários casais que tem uma diferença enorme de idade mas que são super felizes. Essa não é a causa do nosso problema.
- Como não? Se fôssemos da mesma idade, poderíamos ter um relacionamento normal como todo mundo, sem medo de sermos julgados, sem receio de sairmos e sermos pegos por conhecidos ou por você acabar na rua depois de anos trabalhando! - esse assunto realmente estava acabando comigo e não pude conter a irritação ao comentar sobre ele. - Desculpa, amor. Eu sei que você não tem como ajudar e ...
- Tudo bem, babe. Eu te entendo perfeitamente. Está sendo difícil para mim também. Sabe que eu odeio o fato de não podermos ser nós mesmos fora de quatro paredes. Mas quando esse assunto me aflige, eu penso em todas as barreiras que nos impediram de ficarmos juntos. E nós vencemos todas elas, amor! Isso vai passar e vamos ser muito, muito felizes juntos. Eu te prometo! - suas palavras, de alguma forma, conseguiram me tranquilar e parte daquele sufoco foi embora, o que já era muita coisa para mim.
- Eu te amo, Liam. Te amo de verdade!
- Eu também te amo, babe. Amo muito! - nossos lábios se encontram de maneira calma e sensível depois de horas sem contato. Era ótimo te-lo comigo, ainda mais em momentos que eu precisava tanto dele quanto Liam precisava de mim. - O que acha de irmos ao cinema agora? - perguntou animado.
- Agora? - o questionei rindo. - São quase dez da noite, amor.
- Então temos trinta minutos para pegarmos o último horário de hoje. Vem! - Liam levantou rapidamente e me puxou para a porta, fazendo com que eu deixasse tudo em casa e saísse somente com a roupa do corpo.
[...]
- Adivinha quem comprou dois ingressos para a última sessão com direito a pipoca e doces? - meu namorado chegou com um sorriso enorme no rosto enquanto eu o aguardava sentada perto da bilheteria. Sua felicidade não demorou nada para contagiar-me e soltar uma gargalhada ao vê-lo tão feliz.
- Que filme você escolheu? - perguntei levantando do banco e enganchando meu braço no dele enquanto andávamos até a loja de conveniência do cinema.
- Não sei. - respondeu rindo. - Comprei o primeiro que vi. - deu de ombros. - Não estou preocupado com o filme, e sim em sair com você pela primeira vez, sem medo e preocupações. Somente eu e você, em um programa normal que os casais fazem. - sorri fraco ao escuta-lo e deitei minha cabeça perto de seu ombro, agarrando seu braço ainda mais.
- Você não precisa provar para mim que somos um casal normal, babe.
- Não estou fazendo isso. Eu só quero que você pare de pensar naquele problema, nem que seja por algumas horas. - ele acariciou minha mão, que estava apoiada em seu braço antes de continuar a falar. - Aos poucos nós vamos encontrar uma solução para essa situação, meu amor. Pode ficar tranquila. - um beijo foi depositado em minha cabeça e mais uma vez o sorriso surgiu em meus lábios. A maneira como esse homem conseguia sumir com as minhas aflições e deixava tudo perfeito em pouco tempo era inacreditável.
A cada atitude linda que ele fazia por mim, meu coração aumentava e deixava-me mais apaixonada, fazendo com que não controlasse minhas ações quando sentia minha alma ser preenchida com tanto amor.
Por esse motivo, fiz questão de beija-lo em público quando paramos na frente da entrada do cinema, pegando-o desprevinido.
- Nem sei como te agradecer por ser essa pessoa tão maravilhosa.
- Não precisa agradecer. Sabe que eu faria tudo por você.- seu olhar se encontrou com o meu como da primeira vez que senti a conexão forte entre nós dois.
Com um sorriso fraco, Liam me beijou mais um vez, deixando qualquer impedimento de lado e dando atenção apenas para nós. Naquele instante era só eu e ele. E a sua ex esposa.
- Liam? É você? - a voz de Cheryl fez com que nos separássemos e o frio na barriga veio quase que instantaneamente.
- Droga. - ele disse baixinho.
- Você está com uma de suas alunas Liam? É isso mesmo? - a indignação dela era nítida tanto fisicamente quanto em sua fala. Ela me conhecia pelo fato de ter me visto muitas vezes com seu ex marido quando o visitava na faculdade, já que trabalhavam no mesmo local.
- Cheryl, nós terminamos. Você não tem mais nada a ver com a minha vida e principalmente com as minhas decisões.
- É, mas o nosso chefe tem! - ela o ameaçou. - Você me trocou por uma garota Liam? O quê você tem na cabeça?
- Amor Cheryl! Eu tenho amor! E não está só na minha cabeça. Eu estou repleto de amor por todo o meu corpo, inclusive no meu coração. Porque sim, eu achei alguém que me valorizasse e que me amasse de verdade!
- E você acha que esse amor idealizado vai permitir que você continue no seu emprego? - Liam ficou em silêncio e abaixou a cabeça.
Claramente todas as esperanças que sentíamos antes dessa confusão acontecer foram para o ralo. Era difícil imaginar um tempo em que tudo desse certo em relação a nós. Eu queria acreditar nas palavras de Liam, porém as barreira eram tantas que chegava a ser doloroso manter pensamentos positivos em nosso relacionamento. Mas eu não deixaria de lutar por eles.
- Liam é um ótimo profissional! Ninguém em sã consciência dispensaria um professor renomado como esse homem. - Cheryl, com certeza fora de si, deu uma risada alta e forçada antes de dirigir palavras à mim.
- Uma criança está te defendendo, Liam? Seu nível realmente caiu muito.
- Criança? A única imatura aqui é você, que está exaltada. Diminui o seu tom de voz para falar comigo!
- Olha aqui garota, você destruiu meu casamento, acabou com a minha vida e ainda quer que eu saia com fama de louca? Se enxerga! Além de ser mais velha e mais experiente que você, eu possuo muita voz na faculdade em que você estuda. E eu posso muito bem interferir na sua vida acadêmica como eu quiser!
- Se você fizer alguma coisa com ela ou contra ela, eu juro que você vai pagar por cada dano que causar, está me ouvindo? - Liam se aproximou da mulher, devagar e totalmente irritado.
- E o que você vai fazer? Me dedurar porque descobri o seu joguinho sujo? Quem descumpriu regras trabalhistas foi você. E eu estou pronta para acabar com o pouco que você tem, idiota! - Cheryl aumentou seu tom de voz, chamando ainda mais a atenção da pequena multidão que assistia a discussão comendo pipoca, literalmente. - Jared vai ficar de queixo caído quando souber que você transava com a sua aluninha na sala dos professores.
- Isso não é verdade! - me meti na história novamente, indo em sua direção com o sangue fervendo, mas Liam me impediu antes de chegar próximo dela.
- E você acha que o diretor acreditará em quem? Vê se cresce, garota! Você não está dentro dos livros infantis, em que o príncipe encantado aparece e todos vivem felizes para sempre. Liam não terá paciência para você daqui a pouco. Com o passar dos anos ele vai te deixar e irá procurar outra vadia para satisfazer os desejos dele, exatamente como fez comigo! Seu canalha!- Cheryl não aguentou segurar toda aquela raiva acumulada e partiu para agressão, batendo de forma descontrolada no peito de Liam, enquanto o xingava de tudo que é nome.
Tentei afasta-la dele mas apenas piorei a situação, fazendo com que eu virasse o alvo. Felizmente, algumas pessoas interviram e os seguranças tiraram Cheryl de perto de nós.
- Vem, amor. Vamos embora. - disse assim que a mulher foi levada para outra área do shopping, enquanto gritava feito louca.
O silêncio foi absoluto do caminho do shopping até entrarmos em casa. Provavelmente os pensamentos de Liam estavam a milhão e eu sabia que tocar no assunto naquele momento não o deixaria bem.
Assim que fechei a porta, o vi sentar no sofá e respirar fundo, levando as mãos até o rosto, demonstrando sua preocupação, que era gigante e cem por cento entendível.
- Me desculpa.. - disse quando cheguei próximo dele, tirando-o de onde quer que estivesse e destinando sua atenção para a minha pessoa.
- Vem cá. - Liam sorriu fraco e me puxou para um abraço apertado. - Não precisa se desculpar, meu amor. Você não fez nada.
- Se eu tivesse ficada quieta ela não ficaria tão zangada.
- Ela já estava brava antes de você sequer abrir a boca, S/A. Ela é estourada assim mesmo. Sempre foi. - falou de modo decepcionado.
- Acho que não temos muitas opções a não ser terminarmos. - tentei esconder o choro, falhando miseravelmente.
- Você quer mesmo terminar, S/N? - perguntou apreensivo. - Já é a segunda vez que você toca no assunto.
- Claro que não, Liam. Mas olha o que aconteceu. Não podemos fazer mais nada! - falei em um tom desesperado e o abracei forte. - Eu não quero te perder, amor..
- E não vai! Eu confio nos meus colegas e eles entenderão o meu lado. - tentou me passar confiança, mesmo que não tenha sido muito convincente.
- E se eles não entenderem?
- Aí eu perco meu emprego. - ele deu uma risada nervosa.
- Se eu não tivesse te contando nada sobre isso estaria tudo bem. - comentei, deixando escapar meu arrependimento pelo tom da minha voz.
- Quer parar de se culpar? Nós nos apaixonamos, S/N, isso é completamente normal e acontece todo tempo por aí. Se a faculdade não me aceitar, eu procurarei outro emprego e recomeçarei minha vida, não tem nada de absurdo nisso. - por mais que eu soubesse o andamento das coisas a partir de agora, se tornava muito complicado para mim interferir dessa forma na vida da pessoa que amo. Entretanto, após Liam encerrar a fala, concordei com a cabeça e fiz meu cérebro aceitar aquela possibilidade, que era bem possível.
- Você acha que tem chance de me expulsarem?
- Não. Eles não podem fazer isso. E quanto a Cheryl, não se preocupe. Ela foi bem avisada. - dei um sorriso de lado e o abracei novamente.
- Obrigada por me defender, amor. Foi tão lindo!
- Eu que agradeço por ter enfrentado aquela mulher por minha causa. Achei super sexy! - seu jeitinho sem graça ao mencionar seu sentimento fez com que risadas surgissem e por um momento esquecemos a onda de problemas que nos atingia, focando apenas no que realmente importava.
- Nós vamos conseguir, não é? - perguntei a ele, olhando dentro dos seus olhos, que se encheram de lágrimas de forma quase que imperceptível.
- Eu prometi, não prometi? - meu sorriso, que praticamente fazia parte da minha rotina com Liam, veio pela décima vez naquele dia. E foi exatamente naquele instante que percebi que, ao lado dele, tudo se resolveria e eu seria a mulher mais feliz do mundo.
________________________
xoxo
Ju
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Capítulo 3.1
Ethan viu que estava quieto lá fora e se moveu rapidamente como um rato. Arrumou a comida na cozinha e guardou em seu quarto. Ele tracou a porta e ficou por lá. Decidiu sobreviver com a comida que havia preparado.
Pensou em fugir de casa sozinho, mas concluiu que não era razoável. Se soubesse que tinha fugido, não tinha ideia do que Carlyle faria. Ele percebeu em um instante quando foi à pizzaria do Bill, esta área estava obviamente na palma das mãos de Carlyle. Ele não sabia o que aconteceria quando saísse de casa, então optou por se rebelar com uma tímida autoconfiança no quarto. Se estivesse no quarto, estaria na casa, quem pode dizer algo? No quarto, Ethan estava entediado e parecia morrer, mas pelo menos estava satisfeito por estar em paz.
Mas essa paz não durou muito. Enquanto estava sentado frente à mesa lendo um livro, ouviu uma batida e a maçaneta chacoalhou. Ethan estava muito nervoso. Foi Carlyle ou Scott quem bateu na porta de Ethan? Logo ficou quieto, em silêncio. Você se foi..? Foi quando ele manteve os olhos fixos na porta sem relaxar.
Bang! A maçaneta... Foi quebrada. Sua boca estava aberta. A porta abriu com força. Além disso, Carlyle estava sorrindo como Satanás. Lúcifer. O apelido que ouviu vagamente no bar fazia sentido.
Como diabos você quebrou a maçaneta !? Era um trabalho que exigia não apenas força, mas também habilidade, e ele o fazia com muita facilidade. Não era uma habilidade, ele havia quebrado uma ou duas vezes.
"Ethan, você está na puberdade?"
Carlyle inclinou a cabeça. Está muito velho para ser um adolescente. Trancar a porta é um sintoma da puberdade. Um momento em que você quer esconder algo de seus pais e construir seu próprio espaço. Era inaceitável para Carlyle. Carlyle queria saber tudo de Ethan.
“… Carlyle. ”
Ele não sabia que arrancaria a maçaneta da porta com ignorância. Não, ela quebrou!? Ethan largou o livro que segurava nas mão e encarou a porta bagunçada.
"Eu te disse, eu não gosto que você faça as coisas sem eu saber."
Essas crianças sempre dão dor de cabeça.
Ser atingido nas costas por uma gangue significa morte. Como tal, era um assunto delicado para Carlyle.
Eu acho que é certo tirar o seu quarto. Carlyle tomou uma decis��o.
O plano de Carlyle era simples.
Primeiro, o dinheiro, compre muitas coisas boas.
"Filho. Vamos fazer compras com o papai. Você não usa o cartão, mesmo se eu te der. Vou te ensinar como gastar dinheiro."
Os olhos de Ethan estavam cheios de dúvidas. Você quebra a maçaneta e depois quer ir às compras? Carlyle, que sorria docemente, era particularmente deslumbrante. Ele é o tipo de pessoa que normalmente administra e cuida bem, mas hoje ele parecia um ator que acabou de sair do ensaio fotográfico, talvez porque lhe deu uma força especial. Você é um vampiro...? Seu corpo tremia enquanto lembrava do quanto gostava de chupar seu sangue no outro dia. Em todo caso, ele nunca se pareceu com um pai aos 37 anos.
Dadas as circunstâncias, não havia como Ethan escapar de Carlyle. Ele respirou fundo e se levantou.
Carlyle continuou a sorrir e levou Ethan para a garagem.
“… Tudo isso é seu, Carlyle? ”
Os olhos de Ethan se arregalaram. Os carros próximos a eles eram luxuosos. Quanto é isso tudo…? Com certeza é um preço revelador. Eles foram todos polidos e estavam brilhantes.
"Sim, são todos meus. Você quer um?
"Sério?"
"Claro, eu não minto. ”
Ethan também era um garoto comum de 19 anos, então ele ficou animado quando viu os carros. Ele andou ao redor da garagem, pensando com cuidado. Não consigo acreditar que posso ter um desses! Após deliberação, Ethan timidamente apontou para um carro.
“Eu sei que é caro.”
Carlyle sorriu e jogou a chave do carro que Ethan havia escolhido. Ele agarrou as chaves do carro com uma expressão animada. Bom, a resposta é boa. Com essa atmosfera, acho que o dinheiro vai funcionar.
“Eu vou dirigir hoje. Vamos lá. ”
Carlyle abriu educadamente a porta do passageiro do Roll Royce*. Era o carro favorito de Carlyle. Ethan entrou no carro com uma expressão animada no rosto. Como é a sensação do passeio no Roll Royce!? Seu coração disparou. Carlyle apertou afetuosamente o cinto de segurança. Ethan sentiu o cheiro de feromônios emanando como perfume quando ele se aproximou. Embora tenha o mesmo cheiro, é muito mais confortável do que antes.
*Roll Royce: é uma empresa automobilística inglesa subsidiária do grupo alemão BMW, sendo uma das mais conceituadas do mundo. A marca, sinônimo de qualidade e alto padrão de conforto, tornou-se também famosa pela fabricação de automóveis de custo elevado e geralmente destinados a membros da realeza e chefes de Estado em todo o mundo.
Ele falou o nome da marca para se referir ao carro, é a mesma coisa quando falamos “Bombril” em vez de palha de aço.
Então a porta traseira se abriu e Scott entrou.
“Oh, Scott virá comigo. Será o carregador."
Carlyle, que disse abertamente que traria o irmão mais novo como carregador, ligou o motor e assumiu o volante. Scott estava sentado com os braços cruzados com uma expressão indiferente. Scott, que raramente abria a boca, tinha uma presença fraca, como se não existisse. Sempre foi assim, houve momentos em que esquecia que ele estava lá.
O carro saiu suavemente. Ethan estava curioso sobre o carro, então abriu os olhos e olhou em volta. Sem nenhum motivo, ele abriu a gaveta do banco do passageiro e encontrou algumas armas, ele ficou assustado e fechou-a novamente.
*
Ethan ficou pasmo.
Ele não sabia que fazer compras poderia ser tão difícil. Nunca pensou na falta de força física na sua vida, mas isso era muito difícil mentalmente. Carlyle fez uma comparação séria com as roupas que pareciam semelhantes as de Ethan, e experimentou cada uma que pareciam agradar os olhos do filho.
“Oh, todas as roupas ficaram bem em você.”
“É difícil dizer que um produto específico fica bem a você. É muito superficial...”
Os funcionários conversavam alegremente com a chegada dos convidados. O cliente principal era tão bonito, com membros longos e esticados como um modelo, por isso foi divertido vê-lo se arrumando. Foi um caso raro.
Ethan foi inicialmente surpreendido pela famosa marca de luxo e o preço assustador, mas depois mudou mecanicamente para um rosto preto e morto. Carlyle parecia animado em brincar com seu brinquedo. Scott estava no canto com uma expressão entediada no rosto, como se estivesse familiarizado com isso.
A princípio, Ethan, que expressava sua opinião por curiosidade, começou a falar pouco, então Carlyle pegou as roupas que gostava e pagou imediatamente de uma só vez. Fez isso em várias lojas que passaram. Quando terminou de comprar as roupas, vieram os sapatos, quando comprou os sapatos, foi a vez das bolsas e relógios caros...
Carlyle não está cansado? Sob a forte iluminação da loja de departamentos, sua presença brilhava intensamente. Uma estatura de espírito livre, um corpo bem proporcionado com ombros largos e um rosto angelical. Os olhares arregalados das pessoas permaneceram no Carlyle irreal. Em seguida, seus olhares curiosos mudavam para Ethan, que se parecia com ele.
"Carlyle, estou com fome ...”
Ele estava tão cansado e faminto. Ethan queria sentar e descansar. Ele fez tanta coisa nas compras que nem se comparava com seu trabalho de meio período.
"O que você quer comer?"
Ele tinha uma atitude de querer comprar tudo o que Ethan quisesse comer. O Carlyle de hoje foi muito generoso.
Ethan pensou muito. Já fazia um tempo que não comia fora, havia tantas coisas que ele queria comer. Existem muitos sabores que não podem ser feitos com ingredientes caseiros. A resposta de Ethan foi bastante rápida em comparação com suas preocupações.
"Hamburger? Eu quero comer no McDonald’s. ”
Era algo que costumava comer com frequência. Só de pensar nisso, ficou com fome. Sentiu falta do sabor único.
“… … . ”
Carlyle ficou em silêncio por um momento. E perguntou gentilmente.
“Você quer comer esse tipo de lixo … ? ”
“… … . ”
O que você quer dizer com lixo?
"Não vou comer nada assim, eu não posso. Terei que mudar seus hábitos alimentares.”
Tendo crescido pobre, o gosto de Ethan era muito barato para os padrões de Carlyle. McDonald's! É isso que os sem-teto comem. Se você comer alimentos tão baratos, envelhecerá rapidamente e morrerá em breve.
Ethan ficou constrangido com a reação inesperada e intensa. Não, todo mundo come ...
Carlyle levou Ethan e Scott à lanchonete artesanal. Eles vendem hambúrgueres finos e vegetarianos no estilo de Los Angeles. O tempo estava tão bom que os três se sentaram no terraço. Havia tantas sacolas de compras que ocuparam duas cadeiras. Ele parecia ansioso como se fosse cair a qualquer momento.
CONTINUA...
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Eu não queria ter depressão
Eu não queria ter depressão. Eu não queria ser essa garota que se sente fraca e insuficiente para qualquer situação. Eu não queria lutar contra minha mente todos os dias e perder todos os dias. Eu não queria ser fraca. Eu não queria ter vontade de me matar. Eu não queria mais me perder por conta dessa doença. Eu não queria ter desenvolvido depressão através de crises de ansiedade por gatilhos da crueldade humana.
Vocês, que não conhecem isso e nos apontam, não tem ideia de como é viver assim. Aliás, eu não vivo. Eu existo. E por que eu existo? Por que eu tô aqui? Se aqui não é meu lugar e eu não estou pronta pra isso?
Eu me pergunto o tempo inteiro que porra eu estou fazendo aqui se não for só pra ser infeliz. É, eu nunca descobri a felicidade. Obviamente, já passei momento felizes mas não me vem à memória algum período de mais de 2 semanas em que fui feliz. E isso é triste né?! Vai por mim, é bem triste.
Eu queria que conseguissem mais ou menos entender o que se passa comigo.
Eu tenho ansiedade. Falta de ar, coração batendo acelerado. Vontade de chorar. Dor no peito. Dormência nas pontas dos dedos. Dor de cabeça. Muitas vezes, se for forte a crise, paralisia total dos membros e da fala. Vontade de cometer suicídio. Já tentei duas vezes. As duas, pessoas que moravam comigo, chegaram na hora. Me cortar? Coisa que eu achava que era desnecessária, já perdi as contas de quantas vezes fiz. A ansiedade veio dando lugar à depressão e eu não sei em que momento ela fez morada na minha mente, mas quando percebi já era tarde. Eu só queria dormir, quando eu conseguia, pois não via motivo nenhum em levantar. Todos os dias eram cinza. Eu não amava nada e só comia pois era o que tinha a fazer. Meus cachorros, as criaturas que eu mais amo nesse mundo, eu nem saía de casa os ver eles ou brincar. Meu ex namorado, que na época morávamos juntos, se fodia trabalhando e eu não fazia absolutamente nada. Porque eu não tinha vontade. Eu não conseguia pensar que meu ex tava se matando de trabalha e por nós e merecia uma comidinha quando chegasse, não, eu só pensava em morrer. Em parar de respirar. E assim foi indo... até de pobre mimada fui chamada. Fui engordando. Fui brigando com meu ex cada vez mais. Até que nos separamos. Aí então eu achei que seria livre que melhoraria. Conheci várias pessoas mas nenhuma delas conseguiu preencher esse vazio. Uma coisa que escutei muito foi "tu tem que se amar" vocês tem noção do quanto isso é difícil? Eu tentei. Tentei tanto que canso. Mas não adianta! Eu não amo meu cabelo, eu não amo meu corpo, eu não amo minha pele. Não amo minha cor. Não amo meu rosto. Não amo minha alma. Pois é, isso é chocante né?! Não pra mim. Porque eu convivo com isso todos os dias.
Aí, eu fico solteira, começo a depositar toda a dor, que achava que não tinha, em sexo. Começo a cometer loucuras e que me tiveram consequências. Sabem por que eu fazia isso? Por eu mesma não me dar valor. Ninguém me queria/quer do lado, "uma guria que não valoriza, quem vai valorizar?" E vocês sabem quanto isso pesa na minha auto estima? Muito! Porque eu não sei ser amada. Se eu chego num lugar, já acho que estou sendo a chacota entre os bolinhos de pessoas, e as vezes tô sendo mesmo. Mas eu finjo pra mim mesma que tá tudo bem, que não tá acontecendo nada. Mas a auto estima tá tão baixa que eu me ataco da ansiedade, como mais, roo minhas unhas, ficando mais feia pra mim mesma. Por que eu não consigo me aceitar?
Não podemos esquecer da tão disputada faculdade. Quando eu consegui a vaga para veterinária, um curso que nunca passou na minha cabeça mas que me fez feliz em alguns momentos, foi só alegria. Alegria momentânea. Já que nunca sai da minha cabeça a dívida gigantesca que eu tenho com o governo por conta disso. Mas mesmo assim, eu, pobre e que veio da vila, conseguiu uma vaga. Sabem o quão difícil isso é de acontecer? Pois bem, quando consegui a vaga, nem passava pela minha cabeça que seria isso que acabaria com toda a minha saúde mental. Minha saúde essa, que já era prejudicada por causa da depressão e ansiedade. Ela esgotou. Ela sumiu. Com ela, sumiu tudo que eu achei que gostava. A veterinária, os animais? Parei de me importar. Depois de 4 anos, voltei a comer carne e nem pensava mais em animais mortos como pensava antes. A faculdade que eu tinha conseguido, virou um pesadelo em que eu agora eu só penso em trancar e sair daquele ambiente tóxico que não é pra mim. Sabe o que mais dói? Eu ser fraca. Eu me iludir achando que era forte mas não ser. Eu sou fraca. Esse mundo de lutas diárias que nos fortalecem, não é pra mim.
Tantas pessoas que eu sei que gostariam de estar no meu lugar. Que tem uma mãe que apoia e faz faculdade e faz estágio na área. Mas eu que vivo isso não gosto. Eu que levanto todos os dias apenas por levanta e fingir que ainda estou viva, não quer mais isso. Não aguenta mais isso. Não quer mais sentir que não pode ser amada. Que é apenas um depósito para homens se aliviarem. Que não tem força de vontade pra estudar e fazer por merecer a vaga que eu consegui. Eu simplesmente não consigo mais.
Eu cheguei ao fim do poço muitas vezes. Já travei muitas batalhas com a minha mente e ganhei algumas, afinal ainda estou aqui. Porém, acho que perdi a guerra. Acho que essas doenças conseguiram me consumir. Tudo de mim. Não só minha consciência e minha mente. Mas meu corpo por inteiro. Eu sinto que não tenho mais salvação.
E quer saber de uma coisa? Acho que eu nem quero mais que me salvem.
Eu cansei.
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Minha história com a dança do ventre
1. Introdução
Eu acho que algumas coisas precisavam sair da minha mente e o Tumblr é o lugar perfeito pra isso. Eu acho que ninguém visita aqui mesmo, então posso postar qualquer coisa que ninguém vai dar a mínima pro que eu disser, o que facilita na hora de dizer algumas coisas, mesmo em um ambiente infestado de SJWs como é aqui. Mas enfim, minha história com a maravilhosa (não to sendo irônico) arte da dança do ventre começa em algum ponto entre 2006 e 2007.
Esse período, pra quem me conhece, foi o pior da minha vida. Estava sendo vítima constante de abuso moral em vários lugares, ninguém queria estender uma mãozinha se quer, e estava a 2 passos de me tornar um suicida. Com 12 anos de idade. A coisa era bem feia, no ponto que nem sua família, e muito menos seus ditos amigos, poderiam estender uma mão. A coisa, como diria Pe. Zezinho, estava: “E quem pode não quer ajudar [...] E quem pode não quer nem saber“.
Foi nesse período que graças a internet, tive meus primeiros contatos com as artes circenses, mais notavelmente o contorcionismo, e com o ballet através do excelente trabalho da Paloma Gonzalez, mantenedora do então Fotolog e hoje blog e página Mulher-Borracha, ao qual sou muito grato por me livrar ao menos por algumas horas do meu sofrimento pessoal. Minha relação com as artes circenses é assunto pra outra hora, mas a partir do trabalho da Paloma eu me deparei com o yoga, e tudo começou com uma foto no Fotolog de um madhyana nauli kriya (a foto em questão também foi postada na Desciclopédia, já que o Fotolog já era) que fora postado por ela. Impressionado com o movimento, e como que o abdômen ficara ao executar, fui pesquisar a respeito e fui apresentado ao yoga. Hoje (tento) praticar yoga, e durante um bom tempo fui capaz de fazer um nauli kriya completo - para caras espantadas de alguns colegas de classe, mas isso também é assunto pra outra hora.
Acontece que o nauli kriya tem similaridades com um movimento da dança do ventre conhecido como tamborzinho (em inglês: belly flutter, ou shimmie abdominal), e não demorou a eu ser apresentado pelas recomendações do YouTube a cobrinha, um movimento da dança do ventre (belly roll) e vários vídeos demonstrando. E foi aí que a coisa começou.
Em questão de horas já estava vendo apresentações de Rachel Brice e Didem Kinali, e ficando cada vez mais encantado com a dança do ventre.
2. A vontade de ser um dançarino
Após ser apresentado, não demorou muito até que eu, no conforto - e segurança - da minha casa eu tentasse reproduzir aqueles movimentos precisos e impressionantes das dançarinas nas horas que eu passava procurando sobre e consumindo conteúdo relacionado. Então, o inevitável aconteceu: já que eu adoro essas coisas, devia fazer aulas. E então decidi que um dia, eu faria aulas de dança do ventre.
Foi nessa época que decidi que um dia faria aulas que conheci os primeiros dançarinos, caras como Ilan Rivière, Steve Eggers e Rachid Alexander. Sempre soube que homens estavam nessa, e que era possível sim eu fazer aulas e tudo mais, mas não tinha conhecimento profundo da causa, mesmo assim, ver esses caras mandando a ver e sendo excelentes dançarinos só aumentou minha vontade de fazer aulas e de ser como eles, então fui alimentando meu desejo interno de fazer aulas de dança
O tempo passou, e em 2016 começei a fazer yoga. No mesmo espaço tinha aulas de dança do ventre, então a coisa começou meio a ficar fora de controle dentro da minha mente. Tinha chegado a hora e o momento de fazer as benditas aulas? Milagrosamente tive o apoio da minha então professora de yoga e de minha melhor amiga, mas não senti a coragem devida pra chegar perto e falar pra professora de dança “Oi, tudo bem? Quero fazer aulas!“
Mas as coisas começaram a desandar logo de cara: tive que trancar as aulas de yoga por causa da faculdade e 2 meses depois, quando pude voltar, minha professora tinha saído do espaço e fui alocado com outro professor - esse não foi tão bem com a idéia.
3. A professora e o choque de realidade
Era Janeiro de 2017. Lembro bem no meio desse mês que um dia estava saindo de uma aula de yoga quando me deparei com ela: A Professora de Dança do Ventre.
Eu adoraria, mas adoraria MESMO revelar quem é, mas como trata-se de uma pessoa bem conhecida no meio e essa uma história pessoal minha, vou deixar seu nome em segredo. Mas vai um spoiler: ela colaborou comigo.
Estava bem enferrujado na época, e o meu tamborzinho estava saindo não muito bem. Encontrei ela. Finalmente, uma dançarina que poderia me tirar a dúvida que eu tinha a respeito, se o tamborzinho era feito com os pulmões vazios ou cheios.
Me apresentei, ela se apresentou, “Muito prazer!“. “Tem problema se eu tirar uma dúvida com você? Sei que é um pouco estranho, já que eu sou um rapaz e tal...“ e então veio minha primeira surpresa: ela poderia. Fiz minha pergunta e ela respondeu, com detalhes, e aproveitei e já emendei a segunda, que era sobre o relacionamento entre o uddiyana bandha e o tamborzinho “Sim, eles são parecidos“ e no final tive a chance de fazer a pergunta das perguntas: se eu poderia fazer aulas.
“JURA!?“ ela respondeu, com uma cara de espanto e felicidade ao mesmo tempo, dobrando-se à direita, olhando diretamente ao meu rosto. E disse que sim. Ela foi aberta e senti que ela tinha me acolhido naquele momento.
Só que ela estava de férias naquele momento e não poderia me dar aulas, então eu teria que esperar até Fevereiro, e assim o fiz.
Então chegou fevereiro e na primeira chance que eu tive de ver ela, o que aconteceu lá pro meio do mês, perguntei sobre a chance de eu fazer uma aula experimental, e ela me disse que “Sim“, mas eu teria que pensar bem porque, mesmo que seja uma arte magnífica, poderia causar um “desequilíbrio energético“ e poderia me trazer problemas. A realidade estava batendo à minha porta. A coisa tinha, literalmente, virado uma negociação, mas não porque ela não queria me dar aulas.
Eu me toquei disso e pensei “Como isso tá sendo negociado, se eu conseguir já é uma vitória“ então pra facilitar as coisas eu comecei a ir também nas aulas de meditação, e lá a realidade escancarou as portas da minha mente e se apresentou em sua forma crua: a coisa tinha virado completamente contra meu favor e agora, estava difícil. Primeiro, o dia que eu escolhi para ser o dia da minha aula experimental era justamente o Dia Internacional da Mulher e minha presença atrapalharia a aula (justificado...), e marquei pra outro dia. Nesse meio tempo, a professora promoveu um sarau de dança no fim de semana e nesse dia conversou com algumas alunas como elas se sentiriam se fizessem aulas com um rapaz ao lado, e a resposta delas foi negativa. A professora, vendo que não seria possível dar a aula, e dado o tempo limitadíssimo dela, tentou de me convencer do contrário, dada a impossibilidade.
Era o fim da coisa.
4. O difícil desapego
Vendo que tudo tinha ido pro ralo, mesmo com a ajuda de uma das melhores professoras que esse estado de roça tem, desisti oficialmente da coisa em meados de Março de 2017. Era o fim? Talvez. Era a morte dos meus planos? Talvez. Eu continuei alimentando a coisa, com outra professora no mesmo nível dela, e ela poderia também me indicar alguém dada o quanto ela é conhecida e se comunica com outros professores aqui da região, mas acontece que as aulas dela são voltadas pra o Sagrado Feminino e nem estudando a respeito do tema e de seu relacionamento com o Sagrado Masculino me animei. Então algo muito ruim aconteceu: a coisa estava começando a, literalmente, me fazer mal.
Voltei a estudar a coisa em casa mesmo, e me voltei ao YouTube, sites e fóruns espalhados por aí, mas a coisa sempre na minha mente voltava “Eu sou um rapaz e NUNCA, NUNCA, NUNCA VOU PODER FAZER ESSAS AULAS!“. Um choque de realidade tremendo desse me fez efeitos, e ainda mais que tenho depressão clínica a coisa tomou um rumo destrutivo: eu comecei a ter ataques de pânico quando via algum vídeo de algum movimento ou tinha uma crise depressiva toda vez que eu pensava em tudo que aconteceu e na realidade da coisa toda. Ilan Rivière e outros são é caras de muita sorte, em serem aceitos nesse meio onde se você é homem nem sonhe em entrar que as portas vão se fechar. Se se abrirem, vai ser com desconfiança. Existem poucas pessoas como a professora que eu conheci.
Eu tinha desanimado profundamente, mas ainda tinha aquela ponta de esperança.
Então 2018 chegou e aquelas resoluções de ano novo que sempre aparecem eu fiz. Tem espaço pra dança do ventre? “...“. Ficou de fora. Mas aquela ponta de esperança ainda estava lá viva e me dizia “E aí, quando tu vai fazer as aulas? Será que dá?“. Cheguei a ver um outro lugar onde a professora dá aulas, mas os horários são proibitivos. Deixei de lado e continuei tendo minhas crises de pânico e momentos depressivos e tristes até que um dia isso foi tão forte que passei a me odiar por ser homem e me interessar por isso tudo. Questionei minha terapeuta e estávamos chegando na resposta, até que eu tive uma dessas crises e pedi a ajuda a minha melhor amiga.
A ajuda dela foi: “Desapega e seja feliz“.
Ok. Talvez seja o momento certo de largar de vez a coisa e ficar livre disso tudo. Começei fazendo uma limpa no meu Instagram: eu seguia a professora, a Alla Kushnir, dançarina ucraniana fantástica, e outra dançarina fantástica. Dei unfollow em 2, deixei a professora porque sou grato por ela ter me estendido a mão lá atrás e ter me tentado ajudar. No Facebook, não acesso mais as páginas que eu costumava acessar sobre dança, e o perfil pessoal da professora - que eu tava seguindo - eu deixei pelos mesmos motivos que no Instagram. Aqui no Tumblr eu dei unfollow em TODOS os Tumblrs que tinha de dança. No container criptografado que mantenho minhas coisas de circo, dança, etc, eu salvei os links e não pretendo visitar eles por um bom tempo, o que não faço tem meses. Se aparece alguma coisa relacionada na busca do Instagram, eu ignoro sem remorso.
Isso me trouxe um alívio. Tive que matar meus planos em nome de minha sanidade mental.
5. Concluindo...
Hoje eu terminei de desapegar da dança do ventre dando unfollow nos Tumblrs que eu seguia e escrevendo esse texto, porque senti vontade e necessidade de faze-lo. Certamente estou mais aliviado, mas estou inconformado em como algo tão bom pra mim virou algo tão tóxico, capaz de fazer eu direcionar meu ódio a mim mesmo. Isso é uma coisa que nunca entendi e nunca vou entender, mas na vida tem coisas que você simplesmente nunca entende e nunca vai entender porque elas simplesmente acontecem.
Eu não tenho esperanças mais de um dia entrar em um estúdio de dança, botar um cinto de moedas na minha cintura e shimmar, isso pra mim foi algo que passou e se um dia voltar aos meus planos simplesmente voltou porque não sei, a vida tem disso. Por mais que eu seja uma pessoa as vezes fria e o tempo todo lógica e analista, tem coisas na vida que simplesmente acontecem e você nunca vai saber o porque.
Eu também não espero que um dia os planos de fazer aulas de dança do ventre voltem, e não vou ficar tendo crises de ansiedade mais esperando por esse dia que sei que nunca pode chegar. Simplesmente não vou.
Estou aprendendo, ainda que tardiamente, a me amar como eu sou, homem, com um monte de interesses no universo feminino, mas a dança do ventre infelizmente não faço mais questão de ter na minha vida.
Se a vida vai enfiar ela na minha frente de novo, não sei e é melhor não saber, em nome de minha saninade.
Agradeço profundamente a Professora, que me ajudou e estendeu a mão, e foi sincera e me mostrou que algumas coisas simplesmente não acontecem nem na hora, nem da forma que a gente quer.
Esse texto, eu acho, vai ser a última vez que vou revisitar a maravilhosa arte da dança do ventre.
É hora de dar tchau. Se esse tchau vai soar como um adeus, só a vida sabe.
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1:16 – 21 de março
Hoje é um início, não há nada há ser falado... não há nada que eu queira falar. Mas sinto que é um bom momento de começar a escrever, talvez seja mais fácil iniciar sem tantas vozes querendo sair.
Tentei achar um caderno com folhas limpas e pequeno o suficiente {pra estar sempre comigo} e eu escreve, mas não achei... Seria um ótimo motivo pra desistir, mas queria começar mais uma coisa nova.
Sim, mais uma coisa, voltei a ler Deuses Americanos, espero que dessa vez eu o termine. Como espero que eu continue escrevendo aqui.
Não vou deixar o Tumblr privado. Estou tentando escrever sem tanta abreviação {pra talvez, no futuro, n sentir tanta vergonha alheia}, não decidi quantas linhas pular pra escrever e nem se uso chaves ou colchetes ou parenteses {que são os mais corretos}. Mas vou continuar escrevendo, eu espero.
Hoje o dia foi parado e eu estou feliz por isso, eu dormi {como venho falando pra todo mundo que queria} e foi bom, mas talvez eu devesse dormir mais... Eu continuo cansada, mas leve. Acho que desistir da eletiva que eu tanto criei expectativa me deu isso.
A oportunidade de fazer essa escolha {que vai me fazer perder uma matéria} tem um "que" de rebeldia (sqn), mas supri um pouco da minha revolta com a vida. Por mim eu pararia tudo, infelizmente não é possível, então esse pequeno ato contra o sistema me deixa leve o suficiente pra não querer {por hora} trancar o período.
Eu estou apaixonada também, e amando. Como eu achei que não ia mais acontecer, no início eu achei que era dependência, mas é diferente de tudo que aconteceu antes. Espero que não tenha um fim {ou que esse fim sempre a chegar sabe?}. Eu estou muito feliz com isso. Ela é meio raio de luz no meio da escuridão do poço.
Sim, ainda estou no fundo do poço, mas acho que agora estou sentada {posso voltar a deitar a qualquer momento}, porém estou sentada e talvez reunindo forças pra subir de volta.
Quinta eu tenho psicóloga. 16hrs. Lucélia. Eu stalkiei ela, ela tem um Lattes enoooorme e pela foto parece uma boa pessoa. Espero não desistir dessa vez, eu preciso de ajuda.
Eu preciso de ajuda.
Tá ficando tarde, preciso dormir, acho que é um bom começo, não quero revirar nada ainda, enquanto estou bem. Depois eu volto, eu espero, eu prometo.
Com amor, Gabi.
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PCC, CV e milícias ganham status legislativo: Moro dá bois aos nomes!
Na semana passada, levantei algumas questões persistentes sobre o pacote “anticrime” do ministro Sergio Moro. Falei sobre presunção de inocência, sobre plea bargain, sobre fixação de regime inicial em abstrato, e, claro sobre o gravíssimo dispositivo que legitima (ainda mais) uma prática que faz de nossa polícia a que mais mata no mundo. Por incrível que pareça, há ainda mais a ser dito, razão pela qual prometi que voltaria ao assunto. Ao trabalho.
Ao falar sobre sua proposta, o ministro da Justiça, professor de Direito, disse buscar “efeitos práticos”, e não “agradar professores de Direito”. Bom, ele mesmo é professor de uma Universidade. Ele mesmo agora não é mais juiz. Quando sair do ministério, talvez vá ter que lecionar, ser professor e, quem sabe, advogar. É bom o hoje ministro não desdenhar da função de professor, cuja tarefa é fazer perguntas incômodas! A tarefa do professor é dizer que o rei está nu, apontar o elefante na sala. Principalmente quando o elefante se esconde atrás de um abajur.
1. A falta de prognose do pacote legislativo
Moro não quer agradar seus colegas professores. Quer “efeitos práticos”. Pois bem. Qualquer efeito prático pretendido deve ser defendido, e sua defesa é, necessariamente, teórica.
Quais serão os efeitos práticos do pacote “anticrime”, que trabalha com conceitos dentro dos quais cabe qualquer coisa e deixa a possibilidade de alegação de legítima defesa mais adiantada que goleiro desesperado em disputa de pênaltis?
Minha prognose, penso, ficou bem clara na última coluna. Qual é a prognose do pacote? Ah, o elefante na sala. Prognose. Essa é a primeira grande questão.
O ônus está sempre com aquele que propõe alguma coisa. A pergunta natural não é “por que não?”. É sempre “por que sim?”. Insisto, pois: qual é a prognose que sustenta o pacote “anticrime”? Qual é a pro-gnose, ou seja, qual é o saber-que-vem-antes? Qual é o fundamento teorético-prático que serve de base aos “efeitos práticos” que busca o Ministro?
Porque, muito embora o mundo esteja olhando para nós como um país com os olhos voltados ao passado, com um anti-intelectualismo obscurantista que luta contra um comunismo (que nunca existiu) em favor de um passado idílico (que nunca existiu), a proposta de Moro é prospectiva. Olha para a frente. Propõe mudanças.
Que não se diga que, ao exigir prognose do ministro, estou inventando coisa. Na Alemanha, por exemplo — e o ministro gosta de exemplos europeus, vide suas constantes referências italianas —, fala-se em controle constitucional do processo legislativo que, para além da questão substantiva, analisa o procedimento, os motivos subjacentes ao processo de promulgação do texto legal qua texto legal. Resumindo, a racionalidade da proposta legislativa. Não se trata apenas de uma revisão de constitucionalidade (apenas) de primeira ordem, mas (também) de segunda ordem. Não se aborda (apenas) o resultado do processo legislativo, mas (também) o procedimento que gerou o resultado. Racionalidade procedimental. Justificabilidade legislativa. Nada mais, mas nada menos que isso.
Digo isto porque o Direito não é produzido por ocasião. Por conveniência. Dworkin, em Law’s Empire, chama as leis feitas “a bangu” de checkerboard legislation, legislação de tabuleiro. Porque é produzida como se fosse um jogo entre interesses opostos e nada mais que isso. E, por assim ser, carece de coerência e integridade. Não tem coerência com relação ao ordenamento que pretende ingressar, não tem integridade interna. Nessa linha, Dworkin diz que é responsabilidade do legislador prestar atenção à coerência do Direito como um todo.
O que diz Dworkin, e o que se discute na Alemanha sobre a racionalidade legislativa, esses dois pontos levam-me à seguinte questão: A um, é preciso apresentar as evidências que servem de base à proposta. A ratio. A dois, é preciso ter em mente que aquilo que se apresenta está sendo apresentado em um paradigma constitucional.
De modo que me parece nada mais que legítimo insistir: Moro apresentou evidências para sustentar suas propostas? Ou o projeto-pacote se sustenta no prestigio pessoal do ministro?
Porque, ao distinguir a esfera teórica dos “efeitos práticos”, Moro assume uma distinção entre ser e dever ser. Qual é a argumentação lógica que liga fato e valor no pacote “anticrime”?
Explico. Na prática. Além dos jargões que serviram de base a grande parte da campanha do governo atual, existe algum estudo, alguma pesquisa, alguma evidência prática que sustente que flexibilizar a legítima defesa — para ficar em apenas um aspecto do pacote — contribui, acrescenta à sociedade no combate à criminalidade?
“Ora, há muitos crimes no Brasil!”. Certo. Inegável. Mas e qual é a argumentação lógica que deriva disso que a solução é “matar os malfeitores”? Porque se é verdade que os índices de criminalidade no Brasil são altíssimos, e é, também é verdade que temos a polícia que mais mata no mundo. Há um problema aí na (falta de) prognose do Ministro, não?
Insanidade é insistir na mesma prática e esperar resultados diferentes. Temos (i) muitos crimes e (ii) a polícia que mais mata no mundo. A solução para o problema da criminalidade é uma polícia que mata mais? Veja-se o recente episódio do Rio (14 mortes em uma ação policial), criticado pela pena de Reinaldo de Azevedo com a contundência que eu não conseguiria. Também a Defensoria do RJ aponta para a brutalidade da ação policial. E houve uma chacina a cada 6 dias no Rio em 2017.
Portanto, onde está a prognose? Quais são as evidências? Não vale algo tipo Dirty Harry ou Charles Bronson.
2. Questões que ainda persistem
Moro propõe o acréscimo de alguns incisos ao § 1º do artigo 1º da Lei 12.850/2013. Em um deles, sugere definir como organizações criminosas aquelas que se valham da violência ou da força de intimidação do vínculo associativo para adquirir, de modo direto ou indireto, o controle sobre a atividade criminal ou sobre a atividade econômica, como o Primeiro Comando da Capital, Comando Vermelho, Família do Norte, Terceiro Comando Puro, Amigo dos Amigos, Milícias, ou outras associações como localmente denominadas.
Na semana passada, falei sobre a inadequação de conferir estatuto jurídico às organizações criminosas que Moro menciona em sua proposta de artigo de lei. Só que o diabo está nos detalhes. Tenho outra pergunta: as organizações ali mencionadas já não estavam contempladas na redação original do artigo de lei? A proposta de novo inciso, antes de dar nome aos bois, dá uma boa margem interpretativa para classificar organizações como criminosas. Na verdade, o projeto quer dar “bois aos nomes”. Elio Gaspari, na Folha de domingo último, diz que o projeto dá CNPJ às quadrilhas. Não preocupa quando isso vem de um governo que já acenou por diversas vezes à ideia de criminalizar movimentos sociais legítimos?
Outra questão: Moro propõe subordinar a progressão de regime prevista na lei dos crimes hediondos “ao mérito do condenado e à constatação de condições pessoais que façam presumir que ele não voltará a delinquir”. Mérito do condenado? Condições pessoais? O discurso de trancafiar quem pratica crime hediondo pode soar bem aos ouvidos das pessoas, mas será que estamos dispostos a assumir, de vez, um direito penal do inimigo?
Porque o caminho parece ser mesmo esse. Moro propõe que o juiz esteja autorizado a negar liberdade provisória ao agente envolvido na “prática habitual” de delitos. E o que define essa “prática habitual”? De novo: trancar bandidos é o discurso fácil. Qual é a prognose? Veja-se: em 1989, tínhamos um décimo dos presos. Aumentamos dez vezes e a coisa piorou. Isso não quer dizer exatamente o contrário do que diz o super-ministro?
O que dizer da “escuta ambiental”, que permite “a captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos”, que poderá, vejam bem, ser realizada “no período noturno ou por meio de operação policial disfarçada”? Vai na mesma linha da autorização que o projeto planeja conferir às autoridades de, em presídios federais, gravar as conversas entre advogado e cliente.
Gravar advogado. Agente do Estado disfarçado praticando “escuta ambiental”. Além de uma espécie de “licença para matar”, o projeto “anticrime” é atingido pelo Fator Big Brother. Isso porque, além do policial disfarçado que, à la Grande Irmão, tudo escuta, também se pretende que seja possível agora a prática do agente encoberto. De novo: o discurso é bonito. Na prática, a teoria é outra.
O projeto também é atingido pelo Fator Black Mirror. Afinal, o Pacote sugere que os condenados por qualquer crime doloso, sem que se exija o trânsito em julgado, sejam submetidos, obrigatoriamente, à identificação do perfil genético.
Não se está a confiar um pouco demais no poder do Estado? Não se está a contradizer todo o duro caminho trilhado pelas conquistas da democracia liberal? Ou o totalitarismo pode quando se dá com o sinal invertido?
Esse é o ponto.
E tem mais. Moro é um ministro do Estado. Propõe-se a enfrentar o problema da segurança pública. Certo? Ora, o problema da segurança pública no Brasil, contra tudo que todos os organismos especializados têm dito já há anos, pode ser resolvido à base da bala?
Qual é a novidade? Já ouvi de mais de um taxista, de mais de um sujeito de meia idade na fila do mercado, que o negócio mesmo é a polícia matar bandido. Radialistas, então, só falam (d)isso... Agora a coisa vai, diz-se.
Falando sério, este, simplesmente, não é um projeto de segurança pública. Não resolve a questão da inteligência, da articulação e coordenação dos trabalhos das polícias, das atribuições dos estados e municípios, do papel da União, não apresenta um dado, não apresenta uma evidência.
Sobre segurança pública mesmo, sobre o que realmente uma discussão séria sobre o assunto exige, nada foi dito. Nem exposição de motivos tem.
Moro disse que não se trata de “licença para matar”. Tudo bem. Mas sobre a declaração do então candidato Bolsonaro (“Se alguém disser que quero dar carta branca para policial militar matar, eu respondo: quero sim”), nada foi dito.
Sobre o endurecimento penal que leva a um óbvio aumento da população carcerária, de modo que, além de estatuto jurídico, o projeto entrega de bandeja novos integrantes às facções, nada foi dito. A Folha de São Paulo tem um interessante editorial no domingo último.
O que foi, sim, dito foi o que levantei na coluna passada e nesta de agora. Uma pedra sobre a presunção de inocência, polícia que mata mais do que já mata, acordos entre réu e MP que não precisa ser isento, flexibilização do que é organização criminosa, escutas disfarçadas, gravações de advogados, discricionariedade ao juiz para decidir com base em “condições pessoais” do acusado (juiz legislador para cada caso!), autoridade quase irrestrita do Estado em contradição direta a garantias constitucionais adquiridas a duras penas. Sem prognose, sem integridade e racionalidade que sustente a proposta legislativa.
Moro não está preocupado em agradar os professores. OK. Ele tem esse direito. Mas eu estou bastante preocupado com os efeitos práticos por ele buscados.
Post scriptum. Ainda sobre o plea bargain. É simplesmente inegável que o devido processo legal é um dos pilares da democracia. Certo? Também é inegável que compõem o due process as ideias de jurisdição e de juiz natural. Certo de novo, não? É, então
[i]mpossível [...] que o acusado da prática de um crime o confesse e dispense a produção de provas, sem controle judicial e fora do crivo do contraditório, e seu direito de recurso, para o fim de cumprir pena privativa de liberdade. Um acordo jamais pode ser considerado uma ‘sentença condenatória’. Trata-se de um direito indisponível, irrenunciável até mesmo pela parte interessada.
Quem diz isso? Em nota, quem diz é o Transforma MP, conjunto de membros do... Ministério Público. Com base em quê? Com base no Supremo Tribunal Federal, em orientação emanada do julgado no HC 94.016.
Quem concorda com a força normativa de nossa Constituição concorda também com o devido processo legal. Quem concorda com o devido processo legal concorda também com o juiz natural, o contraditório e ampla defesa.
Quem concorda com isso tudo vai também concordar que a proposta de modificação do artigo 395-A é inconstitucional.
FONTE: Por Lenio Luiz Streck – jurista e professor de Direito Constitucional e pós-doutor em Direito, em Carta Maior
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