#elisa von randow
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Ibtisam Azem (ابتسام عازم), The Book of Disappearance, Translated by Sinan Antoon (سنان أنطون), And Other Stories, Sheffield, London, New York, NY, 2024 [Originally published in Arabic as Sifr al-Ikhtifa', Dar al-Jamal, Beirut, 2014] [Wardah Books, Singapore. do you read me?!, Berlin]
Series Cover Design: Elisa von Randow, Alles Blau Studio, Brazil, after a concept by And Other Stories Typesetter: Tetragon, London Typefaces: Albertan Pro and Linotype Syntax (interior) and Stellage (cover)
Free Palestine Reading List for November 29 – December 5, 2024
#graphic design#typography#book#cover#book cover#ibtisam azem#sinan antoon#elisa von randow#alles blau studio#and other stories#dar al manhal publishers#tetragon#2010s#2020s
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shirley jackson's brazilian covers by elisa von randow, with will barnet's art
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SOTAQUES PAULISTANOS DA BAUHAUS > Leonardo Finotti
A escola Bauhaus foi criada na Alemanha para produzir uma arquitetura funcional e design que respondesse à industrialização e produção em massa. Primeiro funcionou em Weimar, depois em Dessau de 1919 a 1933. Algo que acabou sendo ampliado, tornando-se um movimento atemporal e incorporando outras artes como a fotografia. Reuniu pessoas geniais como o arquiteto alemão Walter Gropius (1883-1969) seu fundador, Marcel Breuer (1902-1981), arquiteto e designer americano de origem húngara, o arquiteto prussiano, naturalizado americano, Ludwig Mies van der Rohe (1886-1969) além de artistas e fotógrafos como o húngaro László Moholy-Nagy (1895-1946). Quando foi forçada a fechar sob ameaça nazista, seus integrantes continuaram a difundir seus ideais funcionalistas.
Em meados da década de 1930 seus quatro líderes haviam mudado para os Estados Unidos e a Bauhaus “renasceu” em Chicago, no Illinois Institute of Technology (IIT), como a "New Bauhaus" em 1937 criada por László Moholy-Nagy. Como era de se esperar seus pensamentos espalhararam-se pelo mundo, chegaram ao Brasil se comunicando com arquitetos como o ucraniano Gregori Warchavchik (1896-1972) dialogando com o movimento modernista, como escreve o arquiteto paulista Marcos Cartum no livro Sotaques Paulistanos da Bauhaus ( Museu da Cidade+Obra Comunicação, 2020) do arquiteto e fotógrafo mineiro Leonardo Finotti, especialista na imagem de arquitetura.
A publicação tem nome homônimo à exposição na Casa Modernista (projeto de Warchavchik), uma das unidades do Museu da Cidade, com curadoria de Cartum (que dirige o Departamento dos Museus Municipais), direção geral do mineiro Henrique Siqueira e da paulistana Monica Caldiron. A expografia é de Michelle Jean de Castro ( Lama-SP), edição de imagens de Alex Souza e design do estúdio Alles Blau ( Elisa Von Randow e Julia Masagão). Uma edição de 200 exemplares numerada e assinada pelo fotógrafo, impressa na gráfica Cinelândia, em papéis Lux Cream, Tintoretto Neve e Opalina Evenglow. A mostra iniciou em agosto e teria ficado em cartaz até 5 de abril, não fosse interrompida pelas medidas contra a pandemia.
A fotografia Fine Art de arquitetura não é algo simples de produzir. Como qualquer outra de qualidade é algo mais consistente envolvendo várias ideias que, paradoxalmente, nem sempre estão conectadas: A imagem da arquitetura em si mesma e o conceito do que realmente é Fine Art. Envolve o lógico registro dos edifícios e seus detalhes, mas agrega o interesse por uma visão principalmente imaginativa, trabalhando com rigor seu lado necessariamente estético em parceria com o intelectual. Neste ponto, são raros os autores como Finotti que se deslocam do lugar comum, empreendendo algo mais engenhoso em parceria com a imprescindível informação, como notamos também em seu livro Uma Coleção de Arquitetura Moderna na América Latina ( Obra Comunicação/Dafne Editora, 2016) [ leia review aqui https://blogdojuanesteves.tumblr.com/post/152121536231/leonardo-finotti-uma-cole%C3%A7%C3%A3o-de-arquitetura ].
O interessante diálogo notado por Cartum nas imagens das construções de "inspiração bauhausiana" e a primeira casa modernista desenhada por Warchavchik, criam a possibilidade, segundo o arquiteto, de uma imersão poética singular que "potencializa a percepção de conceitos e princípios do programa da escola pertencentes a paisagem paulistana." Ainda que nem todos os projetos fotografados tragam afinidades diretas com o movimento alemão, nosso modernismo apresenta inspirações trazidas por Gropius e Mies van der Rohe. Sendo assim as demais analogias criadas pelo fotógrafo são igualmente atraentes.
São detalhes da já citada chamada Casa Modernista, de 1927, no bairro da Vila Mariana, como sua marquise; a fachada da residência Cunha Lima, projeto de 1958 desenhado pelo arquiteto paulistano Joaquim Guedes (1932-2008) onde quatro pilares quadrados definem a estrutura do edifício de três andares; o balanço da casa do construtor Helio Olga, projeto de 1987 do arquiteto paulista Marcos Acayaba ou a viga principal da célebre Casa Butantã, projeto do arquiteto capixaba Paulo Mendes da Rocha de 1964 entre outros. No livro há a inclusão da própria exposição compondo uma interação entre as imagens em cor deste registro e as em preto e branco expostas, com prints produzidos pelo atelier fine art Giglê.
A expressão do fotógrafo está reunida em bons momentos onde a harmonia e beleza, muitas vezes surpreendentes, nos mostram possibilidades de imagens abstratas. Como vemos no terraço projetado pelo genial artista plástico e paisagista paulista Roberto Burle Marx (1909-1994) desenhado para o Banco Safra em 1983, ou parcerias deste com arquitetos paulistas Rino Levi (1901-1965), Roberto Cerqueira Cesar (1917-2003) e Luiz Roberto Franco (1926-2001), para o muro da sede da FIESP de 1969; ou o terraço do antigo Hilton Hotel na avenida Ipiranga, centro paulistano, em parceria com a arquiteta italiana Maria Bardelli, de 1963. Esta última, autora do icônico Edifício Domus, no bairro de Higienópolis.
Como características, explica Marcos Cartum, havia a ênfase construtivista - guiada por rígidas premissas éticas que buscam a "verdade estrutural", com materiais puros e sem revestimento, fundadas no compromisso da forma com a função e no emprego das novas tecnologias" resultando aqui em uma geometria simples e volumes monolíticos. Um conjunto de orientações estéticas "que desdobra-se em expressões plásticas e técnicas que o amplia com sotaque diverso."
A fotografia de arquitetura, se é que podemos adotar essa etiqueta, não se resume na busca por linhas interessantes ou pelo simples registro de uma construção, ela é mais do que isso, e vem empreendendo destaque mundo afora. Certamente envolve a expertise do autor nas difíceis adequações da iluminação e da perspectiva, bem como o domínio intelectual de seu assunto, essencial para valorização do design a ser mostrado e localizado em seu entendimento contemporâneo, requisitos facilmente encontrados nas imagens desta publicação que se completa com seu interessante design gráfico, a nos lembrar do sotaque alemão em seu Zeitgeist.
Podemos notar a relevância da arquitetura como objeto idealizado já nos primórdios da fotografia com o trabalho do francês Eugène Atget (1857-1927) com imagens das ruas parisienses em elegantes perspectivas; o modernista americano Charles Scheeler (1883-1965), expoente do Preciosismo, com suas tomadas das estruturas metálicas (que assemelham-se a algumas imagens de Finotti como a passarela criada pela italiana Lina Bo Bardi (1914-1992) para o Sesc Pompéia em 1977) e cujo trabalho foi essencial no diálogo entre a pintura e imagem fotográfica.
Embora estes citados não se dedicassem exatamente a buscar uma síntese da fotografia de arquitetura, alcançamos esta com o americano Julius Shulman (1910-2009) conhecido por sua fotografia "Case Study House # 22", feita em Los Angeles em 1960 para o arquiteto Pierre Koenig (1925-2004). Sua imagem da chamada Stahl House, onde vemos duas mulheres através de paredes de vidro, com a cidade embaixo iluminadas durante a noite, é o epítome desse perfil imagético, reunindo técnica e composição refinadas. O trabalho do fotógrafo mostrou a Califórnia dos meados do século XX em todo o mundo. Através de seus muitos livros, como Julius Shulman - Architecture and its Photography ( Taschen, 1999) seu trabalho gerou uma nova apreciação pelo movimento, notadamente a partir da década de 1990. Outro importante fotógrafo foi o também americano Ezra Stoller (1915-2004), arquiteto pela New York University, quando começou a fazer cromos com lanternas e fotografias de modelos de arquitetura, desenhos e esculturas no final dos anos 1930.
Leonardo Finotti, assim como Shulman, graduou-se em Arquitetura e Urbanismo. E foi na Universidade Federal de Uberlândia (UFU) em Minas Gerais, cidade onde nasceu em 1977, que interessou-se pela imagem arquitetônica quando aluno do fotógrafo americano Thomaz Harrell, que no início dos anos 1970 mudou para o Brasil, ministrando aulas nesta escola. Já nos anos 2000 o autor trabalha na Europa para importantes arquitetos como os portugueses Alvaro Siza, Aires Mateus entre outros, alcançando publicações internacionais. Ao retornar ao Brasil estreita as colaborações com importantes arquitetos brasileiros como Paulo Mendes da Rocha, Marcos Acayaba, Isay Weinfeld e Thiago Bernardes.
A importante documentação da arquitetura paulistana já tem início sistemático com o carioca Militão Augusto de Azevedo (1837-1905) como escreve Henrique Siqueira, Curador de Fotografia do Museu da Cidade, "já em 1862 captava as casas, comércio e rua de uma cidade com traços de seu período colonial. Uma série que inaugurou a fotografia urbana de São Paulo e que teve complemento, depois de transcorridos 25 anos, com o segundo grupo de imagens obtidas no mesmo lugar das primeiras- consagrando como relatou Rubens Fernandes Junior a primazia do método comparativo na fotografia internacional." O chamado Álbum Comparativo da Cidade de São Paulo- 1862-1887.
Siqueira também anota como importantes iniciativas na busca da imagem de arquitetura entre as ações promovidas pelo poder público e as investigações organizadas pelo Foto Cine Clube Bandeirante , embora de maneira não exclusiva, como ele salienta. Ele reconhece uma transformação quando "a arquitetura se desloca definitavamente com o sujeito da imagem" firmando-se como especialidade por meio da atividade do fotógrafo paulista Cristiano Mascaro. "seu vasto arquivo consolidou o elo entre a fotografia e patrimônio edificado brasileiro...".
Embora o próprio Mascaro não se considere exatamente um fotógrafo de arquitetura, penso que sua produção é mais que pertinente a este ideal. Entretanto, próximo de uma linguagem bem mais poética. Henrique Siqueira argumenta com razão que a estrutura do fotógrafo paulista "foi embasada na investigação da história da fotografia e na sua construção de conhecimento, resultado da observação de seus objetos retratados, e da própria linguagem arquitetônica". [ leia mais sobre Mascaro em https://blogdojuanesteves.tumblr.com/post/158976972376/portugal-cristiano-mascaro ]
O arquiteto Leonardo Finotti, continua acertadamente Siqueira, "integra esse time de autores que se envolveram com a especialidade. " O curador lembra dos estudos do fotógrafo nos anos 2000 na Bauhaus Dessau Kolleg (a universidade atual) e as importantes aproximações com curadores e editores. Estas o levam também a coleção no Museum of Modern Art ( MoMA) de Nova York e, com o livro aqui já comentado, se juntam outros como Oscar Niemeyer (Ed.Brasileira, 2016) e Rio Enquadrado ( Ed.Brasileira, 2016) além de imagens em revistas especializadas como a Monolito, Interni, Diseño Interior, Interior Design, Arquitectura y Diseño, Casa Vogue, entre outras importantes internacionalmente.
No ano passado, em abril de 2019, quando a Bauhaus completou 100 anos de criação, a arquiteta alemã Claudia Perren, diretora da Bauhaus Dessau Foundation desde 2014, lembrou que “Gropius disse que a escola não era um estilo, mas uma atitude. Seu legado consiste em permanecer aberto e buscar outras abordagens em todos os campos, da arquitetura à performance, para conseguir encontrar novas soluções para os desafios de hoje." Ao abrir novas portas para suas imagens Leonardo Finotti é coerente com esse pensamento e nos faz lembrar que a boa fotografia é também mais uma questão de atitude do que simplesmente empunhar uma câmera.
Imagens © Leonardo Finotti Texto © Juan Esteves
*Além da edição normal, foi editada uma especial, mais alentada, que traz uma placa da impressão recortada de algumas imagens assinadas, com edição de apenas 200 exemplares, para aquisição só contatar o autor pelos e-mail [email protected] ou via imbox no perfil @lama.sp do Instagram
* nestes tempos bicudos de pandemia e irresponsabilidade política vamos apoiar artistas, pesquisadores, editoras, gráficas e toda nossa cultura. A contribuição deles é essencial para além da nossa existência e conforto doméstico nesta quarentena *
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Em breve: "Um crime da solidão: Reflexões sobre o suicídio", de Andrew Solomon⠀ ⠀ Uma seleção inédita de textos do extraordinário autor de "O demônio do meio-dia" e "Longe da árvore", que discutem com sensibilidade e empatia os vários aspectos do suicídio e da depressão.⠀ ⠀ 📚 Lançamento: 9/11. Já em pré-venda.⠀ ⠀ Saiba mais:⠀ ⠀ "O demônio do meio-dia" foi um livro divisor de águas sobre a depressão. Seu autor, Andrew Solomon, tratou de forma singular e inédita sobre esse mal que afeta milhões de pessoas no mundo, mas que, muitas vezes, ainda não é tratado com a seriedade devida. O suicídio é o extremo a que a doença pode levar, e é muito mais comum do que imaginamos: a cada quarenta segundos, alguém tira a própria vida. ⠀ Nestes artigos que foram reunidos em livro pela primeira vez, numa edição exclusiva para o Brasil, Solomon reflete sobre casos recentes de suicídio de personalidades, como Anthony Bourdain, Robin Williams e Kate Spade, assim como de literatos, entre eles Sylvia Plath e David Foster Wallace, e ainda Virginia Woolf, que “tentou salvar-se pela arte” mas que sofria de um mal clínico intolerável e escolheu a água como um meio de morrer. Com sua narrativa fluida e seu olhar sempre empático, ele relata e analisa uma série de casos de pessoas que acabaram partindo antes da hora.⠀ ⠀ Tradução de Berilo Vargas.⠀ Capa de Elisa Von Randow sobre arte de Thiago Rocha Pitta.⠀ ⠀ #umcrimedasolidão #odemoniodomeiodia #longedaarvore #suicídio #depressão #andrewsolomon #ensaios #psicologia #companhiadasletras https://www.instagram.com/p/BpQDiBxBa5j/?utm_source=ig_tumblr_share&igshid=bs0fjqnbfotg
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Elaine Ramos é arquiteta de formação e desde o seu processo de graduação, já desperta maior interesse pelas matérias ligadas ao design gráfico, do seu curso. Em seu projeto final, desenvolveu, pela primeira vez, um livro, ainda sem saber que dedicaria sua carreira aos estudos da forma e a produção editorial deste objeto.
Poucos meses após formada, Elaine inicia sua jornada dentro da editora Cosac Naify, onde permaneceu por 16 anos, até o fechamento da empresa. Nesse período, foi responsável pela direção de arte de grandes títulos e de exemplares premiados, além de ter idealizado e produzido o conceituado livro "Linha do Tempo do Design Gráfico no Brasil".
Quando a editora fecha as suas portas, o que poderia parecer um momento trágico a qualquer profissional, para ela no entanto, foi apenas o marco do início de um novo capítulo da sua vida, quando, decide pôr em prática todos os aprendizados adquiridos nos seus anos de dedicação ao mercado editorial, e fundar a Ubu, uma nova editora independente e um espaço de autonomia, para as suas três sócias, no qual, dentro das capacidades da empresa, é possível experimentar coisas novas, projetos nos quais se acredita e que sejam democráticos dentro da sua proposta geral.
Mais em: www.ubueditora.com.br/
Na Ubu, vocês serem três sócias mulheres foi algo pensado? Você acha que isso fortalece ou influência de alguma forma o modo como as pessoas consomem a editora?
Foi totalmente coincidência. Eu acho que existe uma visão de mundo, uma coisa muito comprometida e envolvida, que talvez tendam a ser características mais femininas. Não foi um projeto fazer a editora só com mulheres, nem nada disso, agora, na prática só tem mulher trabalhando nesse lugar inteiro. Não tem nenhum homem. Então eu acho que talvez sim, isso pode influenciar a forma como as pessoas enxergam a Ubu, mas a gente não fez disso uma bandeira. Não é uma editora feminista, mesmo que nos interesse discutir gênero. É uma discussão contemporânea e interessante, mas é só uma das possibilidades e a editora não é focada nisso.
Você acha que o fato de você ser mulher influencia no estilo do seu trabalho?
Eu acho que não. Eu não diria isso, porque eu nem me encaixo num estereótipo feminino, que talvez seria o da delicadeza. Eu nunca olhei para o meu trabalho com esse filtro, mas não imagino que uma pessoa intua que eu sou mulher, vendo o meu trabalho sem me conhecer.
Quando você realiza os seus projetos, você tem consciência do seu lugar social? Busca algum tipo de militância através do seu trabalho?
Eu tenho total consciência. Pra mim, por exemplo, sempre foi uma questão o fato de que a Cosac tinha a imagem de ser uma editora de elite. Eu sempre tive em mente a vontade de combater isso, no sentido de que a gente tinha uma preocupação real de fazer livros que fossem muito acessíveis ao seu público, com um preço de capa compatível e que fossem de ampliação de público. E acho que, sim, é importante fazer um livro de arte que pouca gente vai acessar e que contenha uma informação e uma reflexão cultural, mas cada projeto precisa ser feito dentro da sua esfera.
A gente vive um momento no Brasil, hoje, em que dá vontade de atuar mais, no sentido militante. Agora, por exemplo, eu acabei de fazer no SESC Pinheiros uma exposição chamada "Todo Poder ao povo", sobre o movimento negro nos Estados Unidos dos anos 60. Então pra mim é muito mais legal quando eu consigo casar o tema do meu trabalho com uma coisa em que eu acredite, mas claro que eu também tenho que pagar as contas, então muitas vezes tenho que fazer o que aparece e não consigo ter esse controle.
Na Ubu eu também tenho essa possibilidade. Como a gente pode inventar os próprios projetos, não é uma editora que pretende fazer uma militância política direta, mas sim uma militância cultural, de defesa da cultura. Eu acho que abrir uma editora na atual situação do país, no sucateamento total da cultura que o Brasil está passando, só isso já é uma militância em algum nível.
Você sente dificuldade em equilibrar a vida pessoal e a profissional?
Ah, eu sinto, sim, acho que essa é uma questão pra todo mundo. Eu tenho dois filhos e eu sempre gostei muito do meu trabalho, então pra mim nunca foi uma opção deixar de trabalhar pra ficar cuidando das crianças; eu nunca me imaginei fazendo isso.
Quando os filhos são pequenos, é uma luta e é super difícil de equacionar. Agora, criar os filhos, no meu caso, foi totalmente uma parceria com meu marido. Até quando eles eram pequenos, meu marido ficava muito mais em casa do que eu, então nunca teve uma coisa de eu ter que ser a pessoa que segura a onda. Meu marido sempre teve horários flexíveis e a gente sempre dividiu muito bem essa questão.
Ter filhos influenciou de alguma forma a sua carreira?
Os filhos drenam uma energia, mas eu acho que é uma coisa super positiva. Você deixa de ter essa energia, no trabalho, como se sua vida dependesse daquilo. Isso traz muita maturidade e te torna mais flexível. Eu acho que filho relativiza muito o sentido da vida, então a maternidade tem esse significado mais profundo.
Eu sempre fui super workaholic, mesmo quando eles eram pequenos eu trabalhava muito. Isso porque eu gosto do meu trabalho e também porque eu sempre tive uma ideia de criar os filhos pro mundo; nunca quis ser uma mãe super protetora que cria o filho embaixo da asa.
Você se lembra de alguma situação ou alguma dificuldade relacionada ao fato de você ser mulher, durante sua carreira?
Não. Como eu trabalhei numa empresa por muito tempo… eu acho que os salários das mulheres eram mais baixos que os salários dos homens e acredito que as mulheres trabalhavam mais que os homens, lá. Isso, para mim, é uma questão super séria. A Cosac, mesmo sendo uma editora cujo dono é muito esclarecido e mesmo sendo o contrário de uma empresa careta, ao longo do tempo e conforme eu fui ficando mais próxima do grupo de direção da editora, eu percebi que existia uma diferença entre os salários das mulheres e dos homens que era significativa.
Não acho que era uma decisão do Charles Cosac, do dono, acho que ele não tinha nem consciência disso. Era dos diretores financeiros, alí, mas acho que isso é uma coisa que está naturalizada na sociedade e que é muito grave, muito séria. Porque na Cosac, as mulheres eram quem levava a editora nas costas e ganhavam menos, mesmo.
Você se considera feminista?
Eu acho que sim, no sentido de que eu reconheço a existência de uma luta super necessária e importante, sobretudo nas condições de trabalho dos homens e das mulheres, que, no Brasil, é muito injusta. Não só as condições de trabalho, né? As condições na família, também, em tudo.
Bom, agora depois do último discurso do nosso presidente, você vê que não tem como não ser feminista, na verdade, porque tem aí uma luta mesmo, que precisa ser feita. Existe um espaço que precisa ser conquistado. Então, nesse sentido, sim, mas na prática, eu não tenho um trabalho sistemático nessa área.
Quais suas principais referências para o seu trabalho?
Eu sempre tenho dificuldade em elencar referências muito específicas. Primeiro, porque eu acho que é importante você ter um trabalho que se alimenta também de outras áreas e não só especificamente do design e também porque eu sempre tive uma relação com influência e com informação mais múltipla. Eu nunca fui fã de carteirinha de uma coisa específica, de ficar pesquisando e tal, mas eu sempre gostei muito do design holandês, do Wim Crouwel e do Total Design, em geral, do Karel Martens, também, enfim… o design holandês é uma coisa que eu acompanho bastante.
O Paul Rand é um designer cujo trabalho eu já olhei muito, o próprio Herb Lubalin, a turma do Push Pin e daí eu acho que nem é muito influência, é mais uma coisa que eu gosto e que eu admiro. Depois eu acho que tem os russos, também, eu sempre admirei muito as coisas mais gráficas do Alexander Rodchenko, por exemplo.
No Brasil, eu acho que o trabalho do Aloísio Magalhães é muito inspirador, até por conta da amplitude da atuação dele. No Linha do Tempo eu descobri muita coisa, né? Que eu nem conhecia, como os livros do Di Cavalcanti, o próprio papel do Monteiro Lobato no mundo dos livros, depois eu acho que a poesia concreta é uma inspiração, também.
De mulheres, eu admiro muito o trabalho da Elisa Von Randow, da Paula Tinoco do Estúdio Campo, a Flávia Nalon do PS2, que tá com um bebê pequeno agora, né? Ela é super legal. Tem a Luciana Facchini, a Flávia Castanheira, que na verdade trabalha aqui também, tem umas gerações mais novas, da Julia Masagão, que trabalha às vezes com a Elisa, mas que também tá fazendo um bocado de coisa legal, da Gabriela Castro… Essas trabalharam comigo na Cosac e agora tem estúdios próprios.
Qual é a sua opinião sobre a produção de bibliografia em design, hoje, no brasil?
Está crescendo muito, não é? Na época em que eu comecei a publicar design na Cosac, não tinha quase nada. Aquele livro do Rafael Cardoso, o "Design Antes do Design" foi o primeiro sobre design brasileiro e era uma coletânea de textos de pesquisas, mas ainda tinha pouca pesquisa em design. A produção cresceu muito de lá pra cá.
Eu vejo muito o "Linha do Tempo" como um mapa para pesquisas posteriores. Ele tem muitas portas de entrada e espero que as pesquisas sigam esses caminhos. Claro que eu também não sei tudo o que está sendo produzido. Como eu não estou no meio acadêmico, não vou nos encontros de pesquisa e tal, pouco chega pra mim.
O que você gostaria de mudar no mundo do design gráfico? Qual seria a situação ideal pra você?
Para mim, um assunto importante do design é um pouco a velha questão da sociedade como um todo entender o papel do designer. Se você é um médico, você recebe um paciente e às vezes ele vai tentar dizer pro médico o que ele tem, mas é muito claro que eu, como paciente, não tenho domínio do que o médico sabe sobre a minha saúde. Isso está muito mais claro e eu acho que o design tem esse problema: Muita gente não entende o que é, acha que sabe e que pode fazer. É uma batalha nossa, de todos os designers, fazer com que as pessoas entendam o nosso papel, o conhecimento que existe por trás daquilo, a expertise e a experiência que o trabalho exige.
No caso do designer gráfico, especificamente, eu acho que é importante pensar a atuação do designer no sentido de que ela não seja descartável. Infelizmente, boa parte dos formados em design gráfico ainda se dedicam a coisas que vão pro lixo em pouquíssimo tempo.
Então, assim, é importante tentar pensar a profissão de modo mais abrangente. Por exemplo, a partir da minha experiência, com o privilégio de ter atuado como designer, mas com muita autonomia, com a possibilidade de atuar na direção da empresa em que eu estava e também, agora, como micro empresária, eu noto que o raciocínio do design é útil para toda a estrutura da empresa. Para as decisões financeiras, para que os projetos se configurem. Não se trata apenas de ocupar um quadrado de 16 x 23. Eu acho que o buraco é mais embaixo. O que me instiga no design é um raciocínio sobre o projeto, que inclui desde o público que ele vai atingir, até o orçamento que ele tem, que preço de capa ele pode atingir… uma equação inteira, que não se resume a "olha, faça essa capa, o formato é 16:23 e o briefing é esse", sabe? Eu acho que existe um espectro enorme no qual o designer pode atuar e, para mim, o que precisa melhorar é a nossa conquista dessa atuação que é mais profunda. Não se trata de ocupar o campo bidimensional e lidar com a superfície do trabalho.
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todos nós adorávamos caubóis, carol bensimon (2013)
#literatura brasileira#road novel#elisa von randow#carol bensimon#book cover#capa de livro#companhiadasletras#literatura contemporânea
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ARQUIVO PETER SCHEIER
Peter Scheier (1908-1979) nasceu em Glogau, Alemanha e desembarcou no Brasil em 1937, dois anos antes do início da Segunda Guerra Mundial. De origem judaica, como muitos outros chegou ao país escapando da ascensão nazista. Em pouco tempo, o então comerciante transformou-se em fotógrafo somando-se a autores também refugiados, entre eles, os também alemães Alice Brill (1920-2013) e Hans Gunter Flieg e as suíças Hildegard Rosenthal (1913-1990) e Claudia Andujar, que estruturaram toda uma geração no país e cujas obras estão no acervo do Instituto Moreira Salles ( IMS)
Em 1933 Peter Scheier comecou a fotografar como amador na cidade alemã de Hohenau, na fronteira com a Áustria. A lenda familiar, diz seu neto e também fotógrafo paulista Lucas Lenci, é que o avô voltou a fotografar no Brasil por conta dos abajures que vendia para não carregá-los pelas ruas de São Paulo. Seus filhos Bettina Lenci e Thomas Scheier fundaram o Instituto que leva seu nome. Com eles ficaram cerca de 30 mil negativos e documentos. Os restantes, cerca de 35 mil negativos, estão com a guarda do IMS.
Seus arquivos foram comprados pelo IMS por volta de 2012. Originalmente Scheier havia deixado seu legado para a Fundação Victor Civita. Conta Lucas Lenci, que a família, anos depois preocupada com o abandono do mesmo, mudou o acervo para o Arquivo Histórico Judaico Brasileiro (AHJB) em São Paulo, do qual seus negativos e cromos foram adquiridos. O valor pago, com a concordância da família, foi convertido nas necessárias reformas do próprio lugar. "Os arquivos hoje estão cuidadosamente armazenados na reserva técnica do IMS no Rio de Janeiro" explica o neto e principal articulador da mudança.
Cerca de 300 itens, a maior parte extraídos destas duas fontes, compõem a mostra e o livro Arquivo Peter Scheier ( IMS, 2020), inaugurada em 25 de janeiro, em cartaz até 24 de maio deste ano na sede paulista do IMS com organização e curadoria de Heloisa Espada, assistida por Marina Barzon e equipe do instituto. É a primeira retrospectiva do fotógrafo em 50 anos que finalmente coloca o fotógrafo no cânone oferecendo uma maior amplitude, mostrando tanto seu trabalho profissional quanto aquele mais intimista e familiar, a maioria inédito.
Para Lenci, o olhar do avô era de um estrangeiro curioso e fascinado pelo Brasil. "além do trabalho de arquitetura pelo qual ficou mais conhecido, o livro resgata o lado mais humano, o interesse pelas pessoas." É importante lembrar, no entanto, a relação profissional do fotógrafo com grandes arquitetos como a italiana Lina Bo Bardi (1914-1992), o ucraniano Gregori Warchavchik (1896-1972) e os paulistas Rino Levi (1901-1965) e Oswaldo Bratke (1907-1997).
O livro traz imagens inéditas da arquitetura moderna em São Paulo, bem como vemos que o fotojornalismo é quase onipresente na seleção de imagens da curadora Heloisa Espada, que embora tenha resgatado e contextualizado exemplarmente as fotografias que até mesmo a família confessou desconhecer, "um imenso, variado e disperso arquivo" como ela diz, as vezes exagera no número de sequências de imagens, algumas delas dispensáveis na compreensão do assunto mais completo.
"A mobilidade que as novas câmeras alemãs Leicas ofereciam deixavam meu avô inquieto." conta Lucas Lenci. "Além de trabalhar com o 35mm, também usava o 6X4,5 da câmera sueca Hasselblad, e confeccionava seus próprios álbuns. Era o que a gente podia chamar de "geek"." Entre os destaques da exposição estão 23 álbuns produzidos por ele em papel fotográfico. Trabalhos pessoais, álbuns de família, viagens e trabalhos comissionados para empresas, além de seus portfólios para cada área de atuação, uma organização compartilhada com sua segunda esposa Gertudre Willheim e mais tarde com a filha Bettina que foi sua assistente.
O livro aproxima-se destes albuns (inclusive reproduzidos am algumas páginas), montado em um formato médio e espiralado ( mas com uma preciosa proteção externa), design de Elisa von Randow, Julia Mazagão e Alexandre Mendes/Alles Blau, impresso na gráfica Ipsis em papel Eurobulk, Superbond e Masterblank para a capa. Tem um articulação facilitando a leitura dos textos escritos pela curadora, pelo arquiteto Eduardo Augusto Costa, especialista em coleções de arquitetura e design; Ilana Feldman, que tem pós-doutorado em Teoria literária; Marina Barzon, pós graduada em Estética e História, assistente da curadoria no IMS e Solange Ferraz de Lima, doutora em História e diretora do Museu Paulista da USP.
Scheier inicialmente fazia imagens de casamentos, batizados e formatura, como vários fotógrafos da chamada era moderna, entre eles o paulistano German Lorca seu contemporâneo. Mas já no final da Guerra ele entra para a revista O Cruzeiro onde ficou de 1945 até 1951 produzindo cerca de 100 reportagens sobre esportes, religião, saúde e problemas sociais. Assim como seu conterrâneo Flieg, foi responsável pelo registro do crescimento urbano de São Paulo na década de 1940.
Nas fotografias estão os cortiços do bairro do Brás, o surgimento do bairro de Santo Amaro, na zona sul paulistana e eventos mais curiosos como treino das atletas de luta livre nos anos 1950. Imagens da arquitetura de Brasília e de seus personagens como o presidente Juscelino Kubitschek (1902-1976) almoçando, em 1958; o comércio e o cotidiano da incipiente cidade já em 1960, reforçam sua posição de fotojornalista e distanciam esteticamente das tomadas mais elegantes feitas pelo francês Marcel Gautherot (1910-1996), cujo acervo também pertence ao IMS.
Além do acervo familiar, da coleção do IMS, a curadora trabalhou com imagens do Instituto Lina Bo e P.M.Bardi , da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP) e do Museu de Arte de São Paulo (MASP). De 1947 a 1955, Scheier fotografou o museu ao lado do italiano Pietro Maria Bardi (1900-1999), diretor da entidade e que se tornaria seu amigo pessoal, conta seu neto.
As fotografias para o MASP são registros mais formais. Mas, além das exposições e peças do acervo, ele também fotografou eventos em outros museus, entre eles flagrantes históricos que mostram os americanos Renné D'Harnoncourt (1901-1968) e Dorothy C. Miller (1904-2003), respectivamente diretor e curadora do Museum of Modern Art (MoMA) de Nova York, na primeira Bienal do Museu de Arte Moderna (MAM) de 1951, em meio a obras do artista francês Yves Tanguy (1900-1955) e do americano Alexander Calder (1898-1976).
Para a curadora Heloisa Espada as fotografias , sobretudo as de arquitetura, da indústria e da metrópole paulistana de um ponto de vista formal "constroem uma imagem idealizada dos "anos dourados" no Brasil." Entretanto, há o contraponto com as contradições que o processo do crescimento econômico denotava em fotografias para a revista O Cruzeiro "seja por reportagens sobre as misérias do país ou pelo viés preconceituoso e sensacionalista que caracterizava a publicação.”
A curadora também sugere paralelos entre as arquiteturas modernas em dois contextos: imagens da construção Brasília entre 1958 e 1960 e uma reportagem em Israel de 1959. Para ela há um simbolismo de um futuro promissor entre um país fundado em 1948 e a construção da nova capital. "Dois grandes projetos utópicos do século XX que logo revelaram contradições de difícil solução." De fato, uma grande produção não somente em seu tamanho, mas nas tramas que alteram as drásticas mudanças urbanas e sociais dos dois países, cuja escolha dialógica da curadoria nos parece mais que sensata.
Curiosamente, nas imagens de 1959 feitas em Israel, o fotógrafo parece mais livre e à vontade para experimentações, como a câmera no plano do chão, enquadramentos mais elegantes, snapshots bressonianos capturados em Eilat, Haifa, Beer Shiva, Shikun & Binui e Tel Aviv. Uma nítida diferença para os anos anteriores ao lermos o comentário de Ilana Feldman que em 1943, em plena ditadura Vargas, dois anos antes de trabalhar para a pestigiada revista O Cruzeiro, Scheier deixa de ser um perseguido "judeu alemão" para se tornar, aos olhos das autoridades brasileiras um "alemão no Brasil" o que obrigava o mesmo a ter autorização para carregar seu equipamento da Superintendência de Segurança Política e Social, "sendo proibido de fotografar qualquer local ou evento que ponham risco a idéia de segurança nacional." entre eles, estradas, viadutos ou desfiles militares.
Fotógrafo multifacetado, Peter Scheier começa a ter um merecido estudo com mais profundidade, algo essencial tanto no contexto da ação modernista brasileira como nos vários segmentos que o documental e o fotojornalismo pode sustentar. É um trabalho amplo como o próprio autor, que no final da vida retirou-se com sua mulher Gertrude Willheim, grande colaboradora e organizadora fundamental de seus arquivos, para a aprazível Airing, pequena cidade na borda da Alemanha com a Áustria, por sinal um lugar que, como o Brasil que o abrigou, serviu como campo de refugiados após a Segunda Guerra.
Imagens © Peter Scheier Texto © Juan Esteves
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