#dps me chama pra combinarmos algo novo hehe
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Se aquilo fosse uma nova prova de que estava ficando louca, Freyja acreditaria sem a menor dificuldade, mas era tão real que quase podia sentir a magia indo contra sua face enquanto Elewen se transformava, retransformava. Estava tão chocada para falar que apenas a encarou estática, mal piscando, e as palavras que ela dizia não fazendo sentido algum para sua mente. Aquilo explicava muita coisa e ao mesmo tempo faltava muito a ser explicado. Quando colocasse os neurônios em ordem, teria tantas perguntas que não saberia nem por onde começar, mas não agora. Entendia completamente os motivos de Elewen desejar segredo para algo tão único e exclusivo, algo que Freyja nunca tinha visto antes. A transformação foi tão sutil que quase não percebeu a mudança de traços e semblante, a versão masculina de Elewen sendo praticamente a mesma coisa. Como não havia percebido? Sentia-se um tanto tola e mal por ter insistido tanto no assunto que forçara Elewen a revelar o seu maior segredo. O peito subia e descia devagar como se doesse para respirar, e precisou mexer uma das pernas antes que a mesma ficasse dormente pela falta de movimento, já fazendo os músculos repuxarem-se para os lados. Abriu a boca diversas vezes e nenhum som saiu devido ao choque, e honestamente, não tinha o que dizer. Pediria desculpas? A elogiaria? Tudo queria sair, só não faziam sentido. Sentiu a língua secar pelo tempo que ficou de boca aberta e fechou os lábios, engolindo em seco sem tirar os olhos da princesa. Precisou olhar ao redor uma outra vez apenas por garantia já que estava convicta de que tinha perdido a noção de vez.
"Não odeio você." Respondeu sutilmente, a voz falhando com a sensação amarga a comprometendo. Negou com a cabeça algumas vezes e passou a mão pelo rosto, tateando os próprios sentidos para se trazer à realidade outra vez. Os olhos encararam o chão por um tempo longo demais. "Isso é..." Começou, procurando os dizeres que pareciam ter desaparecido de sua mente. "Demais." A palavra serviu para elogiá-la ao mesmo tempo em que a alertava que estava com uma turbulência pessoal pela revelação. A máscara que era usada servia como um escape e, aparentemente, se tornara um vício. Elewen brincava com a própria sorte assim como Caelan e Vincent. Queria entender o que se passava na mente deles, mas ela poderia fazer pior se tivesse o mesmo poder de nascença e, claro, o literal. Os ouvidos zumbiram algumas vezes com a hipotensão invasiva e ela deu alguns passos para trás. "Não vou contar nada. Só... Só preciso de um tempo." Gaguejou involuntariamente pelo baque que recebia. Estava procurando a maçaneta ainda de costas e precisou se virar para fazê-lo corretamente, não antes de olhar para a loira por cima do ombro: "Você precisa ser mais cautelosa ou vai acabar sendo pega." Murmurou. Ainda tinha uma preocupação enorme com Elewen, afinal, ainda que precisasse acalmar o coração para compreender a novidade, o que supreendeu a si mesma. Não a odiava de verdade e provavelmente nunca conseguiria, embora precisasse do próprio espaço, da mesma maneira que ela precisou anteriormente. Saiu do quarto como um gato, silenciosa e passando despercebida pelos demais — na verdade, estava tão atordoada que sequer reparou outros olhares.
ENCERRADO.
Embora quisesse respondê-la sobre sua dúvida, observando a esperança que nascia no olhar de Freyja, optou por permanecer em silêncio e dar continuidade ao seu plano impulsivo, pois assim a privava de mais uma mentira. O buraco que havia cavado com as próprias mãos já era fundo demais para continuar a procura por algo que jamais alcançaria. Apenas no momento em que se viu diante da antiga amiga dentro do dormitório, foi percebendo o quão alarmante aquela situação se tornava. O que estaria pensando e sentindo se fosse ela a ser arrastada até um quarto por um completo desconhecido? Os dedos das mãos encontraram o rosto para esfregá-lo, visivelmente consternado com tudo que acontecia. Quanto mais tentava se livrar daquela situação, pior a deixava. Talvez esse fosse seu talento especial, digno do orgulho de toda família real. Pacientemente deixou que ela respondesse à altura da absurdidade que vivia, apenas esperando pela confirmação de que era seguro prosseguir. Nunca seria. Vendo-a avançar em sua direção, inconscientemente se agarrou à maçaneta com a destra. Como era assustador seria o alvo da fúria de Freyja! Um gosto de sangue parecia invadir o seu paladar, enquanto sentia o coração bater em uma velocidade vertiginosa. E com a permissão do ultimato, lançou-se com medo em direção ao abismo cavado. ── É quase isso! ── Hesitante, fez menção à suposição absurda levantada por ela, que estava mais próxima da verdade do que poderia imaginar. Enfrentando o último obstáculo a se erguer diante de si, fechou os olhos para vencer o instante de hesitação que quase a fez recuar. Aquilo já havia ido longe demais. ── Eu sou a Elewen. ── A voz trêmula expôs a verdade. E num sopro, sua ilusão se desfez, a imagem de Roderic se dissipando no ar feito fumaça e alguns pontos de luz, para revelar a imagem da princesa vestindo as roupas do rapaz. Um peso pareceu sair de seus ombros, para se alojar em seu peito.
Mesmo que suas pálpebras parecessem pesar toneladas, Elewen abriu os olhos para fitar a outra khajol, nas írises azuladas surgindo a sombra da culpa e apreensão. Não sabia o que esperar da reação de Freyja e não o faria. Sentindo-se sufocada com a distância limitada que as separava, afastou-se da porta para caminhar em direção à própria cama, retirando sua bolsa a tiracolo enquanto se deslocava. ── Há muito tempo eu venho usando minha ilusão e esse disfarce para tentar levar pelo menos parte da minha vida sem o peso de ser uma princesa, de ser uma mulher. E assim que descobri o doce sabor dessa liberdade, acabei caindo num buraco sem fundo, pois nunca mais consegui me renegar este prazer. ── Feito torrente, as verdades deixavam sua boca sem o menor resquício de irresolução. Voltando a mirá-la, agora à uma distância mais confortável, retomou. ── E você esteve tão próxima de descobrir esse segredo, que minha reação foi te isolar da minha vida, pois não sabia se era seguro compartilhá-lo com você. ── Assim, descobria que admitir a atrocidade cometida contra aquela amizade era mais difícil do que revelar a existência de seu alter ego. Percebendo a voz falhar, inspirou profundamente, de modo a se recompor. Sentia-se uma idiota em escrúpulos por ter agido com tamanha covardia. ── Quer dizer, o que poderia acontecer se ele fosse exposto e você apontada como minha cúmplice? ── Engoliu seco. Revelar a realidade era o mesmo que encará-la, tão doloroso quanto. ── Eu também tinha medo de que me odiasse por ter mantido isso de você por tanto tempo. Mas, no final acabou me odiando de qualquer jeito, não foi? ── Um nó se formava na garganta, mas os olhos se recusaram a lacrimejar. Se alguém tinha o direito de chorar e esbravejar, era Freyja. ── Bom, pelo menos agora sabe a verdade e tem mais um motivo para me ressentir, mas não precisa mais se perguntar o que diabos tem acontecido ou se culpar por isso. ── Concluiu com um suspiro, pronta para enfrentar as consequência de seus atos e a fúria da outra.
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