#definir o rosto
Explore tagged Tumblr posts
Text
✦ — "contar & recontar". ᯓ l. donghyuck.
— namorado ! hyuck × leitora. — 𝗰𝗮𝘁𝗲𝗴𝗼𝗿𝗶𝗮: fluff, smut & angst. — 𝘄𝗼𝗿𝗱 𝗰𝗼𝘂𝗻𝘁: 3899. — 𝗮𝘃𝗶𝘀𝗼𝘀: relacionamento recém estabelecido (mas vocês estão MUITO apaixonados mesmo), ciúmes, insegurança, choro, elogios & fingering (f) — a pp é virgem. — 𝗻𝗼𝘁𝗮𝘀: não assumo homem que tem melhor amiga (tive que ouvir música triste pra escrever esse aqui).
"... seis, sete, oito!", a pontinha do indicador acompanhava a contagem, saltando de uma pintinha para a outra. Hyuck sorriu mostrando os dentinhos e agarrou o seu rosto para te dar um selinho demorado — aquele era o seu prêmio. A ação remontava uma mem��ria anterior ao início do relacionamento de vocês, mais especificamente, referia-se ao primeiro beijo que Donghyuck te deu.
Quando ainda estavam presos na fase do "não somos só amigos, porém ainda não temos certeza do que somos", você e Hyuck tinham um problema sério em dar passos adiante. Propositalmente ignoravam o elefante no meio da sala, fingindo que não viviam suspirando de amor pelos cantos. Mesmo quem visse de longe saberia diagnosticar a relação entre vocês: eram dois idiotas completamente apaixonados.
Entretanto, antes que a paixão fosse tão perceptível assim, Donghyuck foi o seu "quase" por muito tempo. Ninguém em volta sabia definir o momento exato no qual a amizade deixou de ser só amizade. Somente aconteceu. Foi espontâneo e paciente, como uma corrente de água que vai aos poucos revelando as pedrinhas no fundo do rio — levando um grãozinho de areia por vez. De maneira parecida, a necessidade de ser um do outro foi aparecendo aos poucos, bem diante dos seus olhos. Vocês levaram um tempo para processar que os abraços estavam se tornando cada vez mais longos e que se soltar, de repente, havia se tornado uma tarefa muito inconveniente.
Você fingia não notar que Hyuck amava te dar cheirinhos no pescoço só para ficar mais perto de você, tudo isso sob a desculpa de que ele só estava tentando descobrir qual perfume você usava — ele sempre soube o nome e você nunca trocou de fragrância desde que o conheceu. Assim como Hyuck fingia não notar que você adorava ficar de mãos dadas com ele, sob a desculpa de estar brincando com os anéis que adornavam os dedos bonitos — curiosamente, você sempre esquecia de brincar com os anéis, optando somente por entrelaçar os dedos de vocês dois.
O círculo de amizades de vocês não estava "cansado" dessa situação. Não, não é a palavra certa — seria adoçar demais. Eles estavam de saco cheio mesmo. Ninguém aguentava mais ver vocês dois completamente presos no mundinho de vocês, agindo como se ninguém mais existisse. E não, não é que eles fossem contra o fato de vocês ficarem juntos, definitivamente não! Porém, afirmavam que se vocês iriam agir como um casal grudento toda vez que o grupo marcasse de sair, então que vocês ao menos se assumissem logo como um casal de verdade. E, interessantemente, foi numa dessas situações, onde o mundo era só seu e de Donghyuck, que as coisas finalmente mudaram.
✦ . ⁺ . ✦ . ⁺ . ✦ . ⁺ . ✦ . ⁺ .
Estavam jogados no sofá da sala de Chenle, sentadinhos lado a lado com as suas pernas em cima do colo de Hyuck — ele que insistia em colocá-las nessa posição sempre que vocês sentavam juntos. O restante do grupo estava do lado de fora curtindo o clima. Havia virado uma programação semanal: todo domingo tinha churrasquinho e piscina na casa do Zhong. E era para vocês dois estarem do lado de fora junto com o pessoal, mas Hyuck havia sofrido uma leve insolação recentemente, sendo assim, precisava evitar o sol.
Só que o moreno era teimoso, persistente na ideia de querer ir para fora, alegando que sobreviveria se passasse protetor solar suficiente. Porém, era você quem dava a última palavra. E considerando que não era necessário muito esforço para notar que o Lee estava parecendo um camarão, você refutou todos os argumentos fajutos do homem. Decidiu que ele ficaria dentro da casa e a birra acabou ali, ponto final. Habilidade que, em tempos passados, seus amigos considerariam digna de admiração. Entretanto, esse não era mais o caso, todo mundo já sabia que você era a única capaz de colocar Hyuck "na coleira".
Todavia, o fato de você ter conseguido dar fim à birra, não significava o mesmo que acabar com o jeito dengoso do homem. Ele não era bobo, não sairia dessa situação sem ganhar nada. Por isso, insistiu que só te obedeceria se você ficasse ali dentro, junto com ele. E você nem queria algo assim. Tsc, uma oportunidade de ficar sozinha com Hyuck? Claro que não! Até fez seu charminho, chamando ele de bebezão e tudo que tinha direito. Mas, Ei! A quem você queria enganar? Não demorou nada até estar na posição que se encontrava no momento, aproveitando os carinhos que o moreno fazia na sua perna enquanto reclamava todo bicudo sobre querer ir para a piscina.
"Cê nem quis testar a minha ideia. Era só passar bastante protetor, se começasse a arder eu entrava de novo.", murmurou manhoso, as bochechas infladinhas faziam ele parecer um garotinho.
"Não. Se começasse a arder você iria querer pagar de fortão lá fora e acabaria piorando a situação.", para você, o moreno já havia se tornado um livro aberto. Donghyuck bufou, fechou os olhos como se estivesse te ignorando — tudo isso sem cessar o carinho na sua pele, um ótimo ator. Você resvalou as pontas dos dedos nas pintinhas do pescoço do moreno, achava a característica um charme, as contava e recontava sempre que podia. "Pelo menos elas não ficaram queimadinhas também.", referiu-se aos tão amados sinazinhos. Hyuck sorriu. Um sorriso diferente. Um sorriso de quem estava prestes a aprontar alguma coisa.
"Quantas são?"
"Hm?", você ficou confusa com a pergunta repentina.
"As pintinhas. Se você acertar quantas são... eu te dou um prêmio.", propôs, o sorriso ladino nunca saindo dos lábios bonitos. Era a oferta mais boba que você já havia recebido em muito tempo. Quer dizer, elas estavam bem ali... qual era a dificuldade em contar? Nem achava que precisava, já havia feito o trajeto pelo rosto e pescoço de Hyuck inúmeras vezes. Porém o brilho diferente nos olhos do moreno te incitava a participar da brincadeira. Levantou indicador, prestes a traçar o mesmo caminho que costumava fazer quando contava os pontinhos, mas ele negou com cabeça.
"Com a boca.", te corrigiu. Levou uns bons segundos até que você processasse.
"Quê?", queria checar se havia ouvido corretamente, temia estar ficando louca.
"Dá beijinho 'pra contar.", esclareceu o pedido. Agora você tinha a certeza: estava ficando louca. Sua pele queimava tanto que você questionava a possibilidade da insolação ser uma condição contagiosa — ou se Lee Donghyuck era o próprio sol. Ficou sem reação, olhando-o completamente abobalhada. "Eu tô todo ardido, gatinha. 'Cê não quer me ajudar a sarar?", o rostinho manhoso foi suficiente para te arrematar.
Suspirou, aproximando-se do pescoço dele — havia decidido contar de baixo para cima. Conseguiu registrar o momento exato no qual Hyuck arrepiou, sentindo o ar quentinho pincelar a pele daquela área. O primeiro beijinho fez a respiração do homem ficar presa na garganta, mas você nem percebeu, estava ocupada demais tentando lutar contra o frio que sentia na barriga. Era uma ação tão simples, porém você jura nunca ter estado com os nervos tão à flor da pele. Os próximos selos arrancaram suspiros de vocês dois, Hyuck apertava os olhos, como se o contato fosse a coisa mais intensa que ele já sentiu na vida.
Os beijinhos chegaram ao rosto e você acreditava já ter se perdido na contagem de um número tão pequeno. As mãos dele, ainda paradinhas na suas pernas, apertavam a carne com certo vigor — espalhando calor pelo local. Ao soar do último estalinho, o Lee se virou vagarosamente. O narizinho bonito roçou contra a sua bochecha, era um pedido. Foi sua vez de apertar os olhos e abrir espaço, dando permissão para que Hyuck te beijasse.
Tudo começou com uma série de selinhos demorados, como se finalmente poder ser capaz de sentir sua boca na dele fosse o suficiente para apaziguar todo o desejo que ele sentia. Mas não era o bastante. Não para Hyuck. Não para você. Ele envolveu seu rosto com as mãos, as sobrancelhas franzidas davam um aspecto sofrido à expressão dele, como se o homem silenciosamente te pedisse por mais. Você entendeu e logo tomou os lábios dele com necessidade.
Hyuck era macio e molhadinho, a boca quente parecia te esquentar de dentro para fora. O ritmo era sensual e te deixava mole com facilidade. Ele sugava seus lábios, alternando-os, fazendo questão de te fazer sentir a língua geladinha entrando na sua boca. Sua cabeça não sabia lidar com o jeitinho gostoso que o beijo de vocês encaixou. O homem te consumia como se já houvesse feito isso um monte de vezes, era difícil não suspirar e era mais complicado ainda prender todos os sonzinhos satisfeitos dentro da sua garganta. Donghyuck finalmente sorriu ao te sentir segurando mais um gemidinho e descolou os lábios dos seus para te deixar respirar.
"Gostou do seu prêmio?", a proximidade do rostinho ainda te deixou ver ele arquear as sobrancelhas, sugestivo. Você estava presa entre se irritar com o jeitinho zombeteiro e morrer de vergonha bem ali. Sem pensar, estapeou o braço dele, voltando a si quando ouviu-o exclamar um som dolorido — a insolação.
"Meu Deus! Desculpa!"
[...]
Ficaram o restante do dia desse jeito. Roubavam beijos molhadinhos um do outro quando tinham certeza que ninguém estava por perto — pareciam até dois adolescentes namorando escondido. Estavam convencidos de que eram espertinhos o suficiente, até tomarem um baita susto com a porta de vidro da varanda se abrindo. Os minutos em que Jaemin atravessou o cômodo com uma cara super suspeita até voltar da cozinha segurando seis garrafinhas de cerveja de um jeito super desajeitado, foram os mais desconfortáveis da vida de vocês. O homem sustentava um "side-eye" sinistro e o fato de você e Hyuck não darem uma palavra sequer durante todo o percurso só piorava a situação.
O ruído da porta se fechando soou novamente e foi como um peso tirado das costas de vocês dois. Suspiraram aliviados, sorrindo cúmplices um para o outro. Sua mão tomou o rosto de Hyuck outra vez, não queria mais ter que ficar longe da boquinha bonita. Os lábios rosinhas encontraram os seus, quando enfim...
"VOCÊS NÃO VÃO ACREDITAR NO QUE EU ACABEI DE VER LÁ DENTRO!", Na Jaemin era uma peste.
✦ . ⁺ . ✦ . ⁺ . ✦ . ⁺ . ✦ . ⁺ .
Contar as pintinhas virou um hábito depois desse dia, especialmente quando vocês dois finalmente assumiram o namoro para os amigos de vocês — na ocasião, Hyuck foi jogado na piscina de roupa e tudo, um "presente" por ter deixado de ser frouxo. Mas não se tratava só de hábito, era uma linguagem que só vocês dois entendiam. As mãozinhas que puxavam seus dedos para tocar os sinais entoavam um "eu te amo" sincero, muito antes que as vozes de vocês fossem capazes de proclamar esse amor.
No entanto, a comunicação estava sendo constantemente interrompida ultimamente. Como uma mensagem que mal passava pelo filtro sem cair na caixa postal, o "eu te amo" silencioso de vocês começava a perder a intensidade. Para quem visse de fora, não era difícil perceber o que fez "a chave virar". Você não era uma pessoa tão discreta assim, porém não era suficiente para que Hyuck percebesse — e isso estava te torturando aos pouquinhos.
Era bem claro que você era um acontecimento relativamente recente na vida do homem e esse fato não te incomodava de maneira alguma — afinal tudo tem um começo. Porém, as coisas só são boas até serem comparadas numa métrica que não lhes cabe. E o seu erro estava sendo esse: comparação. O problema tinha nome, sobrenome e parecia conhecer Donghyuck como a palma da própria mão.
Kim Haewon era bonita, simpática e parecia ser uma ótima pessoa. A chegada repentina dela não te assustou, sabia da existência dela desde o início — bem como sabia que ela morava a algumas horas de distância. Só que uma coisa é ouvir a voz da mulher nas partidas que Hyuck jogava tão acirradamente com ela e mais alguns amigos e outra coisa é vê-la interagir pessoalmente com o seu namorado.
Você foi introduzida brevemente à história dos dois, não havia muito o que saber: os dois eram vizinhos e haviam sido criados praticamente juntos, só se separando quando Haewon se mudou para fazer faculdade. Saber disso não te tranquilizou em nada, era o repertório perfeito de uma história de amor. Não demorou para que você presumisse coisas e surgisse com as próprias teorias — sua mente mais uma vez sendo sua maior inimiga.
Até tentou passar por cima disso tudo, afinal era o que pessoas maduras faziam, não era? Não queria que Hyuck achasse que você era uma maluca, surtada de ciúmes. E a mulher sequer estava te dando motivos para se sentir dessa maneira, dava para perceber que a proximidade deles era meramente fraternal. Seu namorado também não havia mudado — ou pelo menos você tentava se convencer disso. Seu julgamento estava claramente enviesado, era complicado saber no que acreditar.
Só que a situação não demorou a enfraquecer todos os seus esforços para sair como confiante. Não dava para ignorar como Haewon parecia saber todas as coisas favoritas de Hyuck, ou todas as piadinhas internas que você sequer conseguia resgatar a razão, ou o modo como ele parecia facilmente rir de qualquer coisa que ela dizia e muito menos como, naquela noite, a família inteira de Donghyuck parecia tão alegre com a presença da mulher — foi mais do que suficiente para que você se sentisse uma completa intrusa.
[...]
Não queria ter ficado. Amava a companhia de Hyuckie e ficaria do lado dele para sempre se pudesse. Mas hoje, só hoje, você precisava muito estar sozinha. Sentia seus pensamentos te sobrecarregando e não sabia por quanto tempo conseguiria esconder isso do seu namorado. Não queria preocupá-lo com algo que, ao seu ver, era completamente imaturo da sua parte — e olha que você sempre se considerou uma pessoa muito compreensiva. Mas nesses momentos você era lembrada que não passava de um ser humano, tinha expectativas e desejos como qualquer outra pessoa. Então mesmo que considerasse esse sentimento completamente irracional, isso não era capaz de te tornar imune à experienciá-lo.
O moreno voltou ao cômodo, o cheirinho de shampoo espalhou-se pelo quarto no mesmo instante. Você fechou os olhos, fingia estar dormindo. Julgava ser melhor assim, não tinha coragem suficiente para interagir com ele nesse momento. Sentiu a cama sucumbir um pouco ao seu lado, Hyuck estava bem na sua frente. Quase praguejou, deveria ter se virado antes dele entrar no quarto — agora não sabia se conseguiria manter a atuação se ele ficasse te encarando.
"Cê sabe que dá 'pra ver seu olho mexendo, né?", a voz doce te assustou, acompanhando uma risadinha quando Hyuck viu seu corpo saltar um pouquinho. Seus olhos se abriram, mas o rosto se mantinha inexpressivo. Deu para perceber que ele estava confuso com a sua falta de reação. A mão dele executou o mesmo movimento que já havia sido repetido dezenas de vezes entre vocês dois, enlaçou os seus dedos, trazendo-os até o pontinhos do rosto. E você queria ter forças para retribuir, jura que sim, mas a ação só fez o nó preso na sua garganta crescer mais ainda. Recolheu o próprio braço para cobrir o rosto, sentindo as lágrimas se tornando abundantes demais para serem contidas.
Sentiu os braços dele te envolverem e te trazerem para perto, o corpo balançava junto com os soluços. O coração parecia muito pesado para ficar quieto dentro do peito. Você se sentia uma criança novamente, egoísta. Detestava a ideia de dividir Hyuck, queria que ele fosse só seu — queria que ele quisesse ser só seu. O sentimento era incômodo demais de se carregar, nunca havia se sentido assim sobre ninguém. As mãozinhas se agarraram à camiseta dele, como se o homem fosse sumir a qualquer momento.
Ele tentava te consolar, ainda muito confuso sobre tudo, acariciava seu corpo e selava o topo da sua cabeça. Não sabe por quanto tempo chorou, mas o homem não te soltou por um segundo sequer.
"Me desculpa.", seu namorado foi o primeiro a quebrar o silêncio que se instalou. Finalmente criou coragem para levantar o rosto e olhá-lo, o rostinho choroso quebrou Hyuck em pedaços. "Foi algo que eu fiz, não foi?", você negou imediatamente, não o culpava pelo que sentia. "O que aconteceu?", questionou suave, como se você fosse quebrar a qualquer momento. Abriu a boca algumas vezes, mas não sabia como colocar tudo em palavras sem soar como uma completa idiota. "Você sabe que eu te amo, não sabe?", a frase pareceu te tirar de órbita, ainda não havia ouvido essa exata sequência deixar os lábios de Hyuck.
"Ama?", balbuciou, ainda meio descrente.
"Porra, claro que sim. Eu te amo tanto, meu amor. 'Tô me sentindo um babaca de só ter falado isso depois de ter te machucado.", franziu o rosto em desapontamento.
"Eu também te amo, Hyuckie.", suspirou a confissão. Ele hesitou, a mão timidamente segurou a sua — você sabia o que ele queria te pedir. Não deixou que ele completasse o movimento, segurou o rosto do homem, puxando-o para um beijo carente. E foi tão reconfortante, é como se dentro do beijo dele você pudesse ter a confirmação de Hyuck era só seu. Não podia imaginar ele apropriando-se de alguém do mesmo jeitinho que ele fazia com você.
Era difícil explicar, a língua inquieta parecia desenhar cada uma das letras do nome dele dentro da sua boca e as digitais que se afundavam na sua cintura faziam força o suficiente para ficarem marcadas para sempre na sua pele. Hyuck era seu e você queria dar cada uma das suas partes para ele — até as que você não gostava.
Por outro lado, Haechan era consumido pela necessidade de cuidar de você. Não superava o fato de ter feito você chorar e, ainda que estivesse sentindo o próprio coração quebrado, ele estava mais preocupado em juntar os seus pedacinhos. Queria te mostrar todo o amor que ele tinha, queria que você se sentisse bem — de todas as maneiras possíveis. Foi instinto aprofundar ainda mais o beijo, sugava seus lábios com fervor e esfregava a língua na sua sem nem se preocupar com a bagunça que fazia.
Os estalinhos molhados foram interrompidos com o homem posicionando o corpo em cima do seu. Hyuck enterrou o rostinho no seu pescoço, sorvia e mordia todos os lugares possíveis. Tentava provar que era capaz de fazer você se sentir bem, que te merecia. Todos os contatos entre vocês ainda não haviam avançado para nada sexual, porém nesse momento parecia tão certo querer te dar prazer que o homem sequer se questionou. As mãos entraram pelo tecido fino do seu pijama, apalpando os seios macios com carinho. Massageava os biquinhos com as pontas dos dedos quando voltou a te beijar.
Um frio na barriga insistente te fazia arrepiar, era bom, queria que a sensação se espalhasse pelo seu corpo inteiro. Tentava retribuir a sensação gostosinha circulando as pernas na cintura do seu namorado, forçou o quadril dele contra o seu, sentindo o volume rígido roçar bem em cima do seu íntimo. O grunhido entoado entre os seus lábios te incentivou a repetir a ação, movia-se necessitada, querendo sentir o carinho de Hyuck naquela parte também. Mas ele te impediu, predendo sua cintura contra a cama. Os dedos acariciaram sua bucetinha por cima do tecido, você gemia ansiosa, sentindo seu pontinho pulsar.
"Hyuckie, faz direito...", o pedido manhoso fez o homem sorrir. O jeitinho faminto que seu namorado te olhava fazia você se melar inteira, não entendia como ainda não havia observado esse lado dele. Assistiu-o levar dois dedos à própria boca, a sucção molhadinha te deixava hipnotizada, sentiu a própria boca umedecendo — queria chupar os dedos dele também. Ele colocou essa mesma mão dentro do seu shortinho, não conseguindo esconder o sorriso ao perceber que você não usava calcinha. Os dígitos meladinhos acariciaram as dobrinhas, espalhando a saliva do seu namorado por todos os cantinhos.
"Sua bucetinha é tão gostosa, meu amor. 'Tá toda molhadinha.", a outra mão fazia um cafuné gostoso no seu cabelinho. O homem ainda fazia questão de encher seu rosto de beijinhos, como se você fosse uma boneca. "Porra, é tão boa pra mim.", desenhava círculos lentinhos no seu clitóris, vendo suas pernas se abrindo mais ainda.
"Hyuckie...", choramingou dengosinha, não queria nada, só parecia natural chamar pelo seu namoradinho — era estranhamente gostoso gemer o apelidinho fofo.
"O Hyuckie pode colocar um dedinho, amor?", você acenou de automático, tentando se abrir mais ainda para ele. O dedo médio foi forçado na sua entradinha, entrando com calma. "Que buraquinho apertado, princesa. 'Cê é tão gostosa, porra. Eu te amo.", franziu a testa, ainda selava seu rostinho — tentando descontar a pulsação persistente dentro da calça. Você se sentia bobinha pelo tesão, ouvir seu namorado falar desse jeito te tirava o foco. Forçou-se contra a mão dele, queria gozar ouvindo a voz do homem. "Fica tão linda sendo fodida, amor. Nem acredito que essa bucetinha é só minha..."
"Mais forte, por favor.", a voz parecia um miadinho, olhava-o por baixo dos cílios.
"Quer mais forte, meu amor? É tão bonitinha pedindo. Quer que o Hyuckie coloque outro dedinho em você também?", você concordou com as duas ofertas, mas dava para ver que mal conhecia os seus limites. Suas mãos agarraram o cabelo de Hyuck assim que sentiu outro dedo te invadir, machucava gostosinho — a dor ia acabar te fazendo gozar, tinha certeza.
Ele entendeu os sinais, tanto que socou devagarinho, não queria machucar mais a princesinha dele. O homem passou a estimular seu pontinho com a palma da mão, sem cessar o movimento dos dedinhos. Precisou te beijar para abafar seus chorinhos — as paredes eram finas, não queria que ninguém te ouvisse. Você lamuriava uma série de "Hyuckie's" contra a boca dele, sentindo um orgasmo gostoso te tomando. O corpo tremia, forçava os quadris contra os dedos dele, mesmo sentindo o buraquinho arder — queria Hyuck te arruinando.
"Foi tão boa 'pra mim, meu amor. Tão boa... eu te amo tanto, minha princesa.", selava o seu rosto inteirinho, te distraindo da aflição ao tirar os dedinhos bem devagar. Você ofegava afoita, os olhos quase não se abriram novamente. Ainda sentia o corpo tomado pela euforia, quando suas mãos desceram até a barra do short que ele usava, os olhinhos escuros te enchiam de excitação — queria tudo de uma vez com Hyuck. Sentiu ele segurar seus pulsos, levando-os até a altura do rosto. O homem selou as palmas das suas mãos, fazendo você abraçar as bochechas dele com elas.
"Eu não te mereço agora, amor. Ainda não.", dava para ver a sinceridade nos olhos dele. O Lee sentia o desejo corroendo a própria carne, mas se achava incapaz de se livrar do sentimento de culpa. Só queria que você se sentisse bem e isso não implicava que ele ganharia algo em troca.
"Não é culpa sua.", tentou argumentar.
"Eu sei que é.", Hyuck era teimoso, sempre foi. Você suspirou, não poderia fugir do assunto por tanto tempo quanto queria.
"A Haewon...", murmurou meio cabisbaixa, não conseguia afastar o pensamento de que estava sendo infantil. Ele levou alguns segundos para processar a menção repentina à mulher, mas pareceu juntar os pontos.
"Quer que eu converse com ela?", sugeriu e você negou veementemente, provavelmente se sentiria ridícula se ele tivesse que fazer algo assim.
"Ela é sua melhor amiga.", argumentou.
"E você é o meu amor." , te refutou quase que de imediato. "É importante 'pra mim."
# — © 2024 hansolsticio ᯓ★ masterlist.
n/a: eu fui tão melosa aqui, ewwwwww 😖
#ꫝ ' solie writes.#♡ ' pedido.#nct dream smut#nct dream x reader#nct smut#nct x reader#lee haechan x reader#haechan smut#haechan x reader#donghyuck x reader#donghyuck smut
213 notes
·
View notes
Text
amor fati
minha pele pálida sob o mesmo céu que a tua era um sinal da temporalidade a nosso favor. vendo os mesmos sóis e luas, sentindo o mesmo ar cercar e encher nossos pulmões. te encontrar foi destino. primeiro vi tuas mãos nervosas, depois os olhos cor de café quente, um toque de casa. bebi de seu olhar em momentos roubados, foi o suficiente para meu coração ser preenchido. nossos dedos magnéticos, nossos rostos se encontrando, nossas palavras tão mudas. não precisávamos delas, você sabe. vivi anos em segundos mergulhados nos planos que tracei enquanto te vi pela primeira vez, enquanto me demorei em ti. nos vi nas galáxias distantes e aqui, nesse chão tão conhecido, cheio de gente como nós que só quer ser e viver algo maior que o que cabe no peito. você não me coube no peito. [no lo puedo definir pero hace un instante me enamoraste] após um pequeno instante, uma fração de existência, te quero com tudo que era, sou, vou ser. tua presença expandia pelos meus membros, minha pele, meus ouvidos. foi fazendo de mim casa, morada, lugar de descanso da alma. pintou aquarelas escorrendo suavidade com cores em fusão. os amarelos, os azuis, os verdes. topázios, safiras e esmeraldas. cultivar nossos minutos era natural, precioso, desígnio. contemplando nosso mosaico ainda incompleto, temi o vazio da sua ausência, que fosse embora sem nos dar chance de terminá-lo. nossa sina é morar um no outro, você sabe. [no te vayas de mi vida, déjame quedarme en ti] tudo em mim já era teu desde a chegada, antes de qualquer palavra que pudesse ser dita meus pensamentos já desenhavam nossas linhas se encontrando e tornando-se uma. te entregando minha alma como abrigo.
#arquivopoetico#eglogas#lardepoetas#mentesexpostas#liberdadeliteraria#projetocores#pequenosescritores#reverberando#rvb#espalhepoesias#poecitas#meuprojetoautoral#lardospoetas#pescmembros
247 notes
·
View notes
Text
In a world of boys, he's a gentleman
uma coisa mais soft pra comemorar o fim do meu bloqueio criativo 🤍
“Jae…” Você se aperta na multidão de pessoas, tentando manter os dedos entrelaçados aos dele. Flashes atingem o seu rosto mesmo que jaehyun se esforce pra te manter segura deles.
— Quando acordarmos amanhã as manchetes vão falar de nós dois – se acomoda no banco do carro — e no Twitter meu nome vai estar como “vagabunda”.
Jaehyun entende a sua preocupação, ele te vê crua e com medo dos julgamentos. Todo o desespero para não serem vistos juntos, todas as vezes que vocês dois momentaneamente abriram mão de encontros elegantes para estar no sigilo da casa do homem, todas as vezes que você deixou de viajar com ele.
— Querida – tom de voz doce. Ele é doce. A mão que não segura o volante encosta na tua coxa desnuda, com a ponta dos dedos ele acaricia tuas pernas — não quero que olhe essas coisas, tente não pensar muito sobre os comentários, eles não vão definir nada sobre nós dois.
— Eles vão comentar o quanto sua nova garota não é tão bonita ou tão elegante.
O homem estaciona o carro na garagem da tua casa, antes que tu pense em abrir a porta, ele põe a mão pra impedir, vira teu corpo pra ficar mais perto do corpo dele, os olhos se encaram, e você tem certeza que nunca vai acostumar com a beleza dele.
— Eu posso jurar de joelhos que você é a coisa mais linda que eu já conheci, eu viajei pra lugares, conheci paisagens e nada – ele suspira — nada se compara com a tua beleza.
Os lábios bonitos tocam os seus, a língua dele esfrega os teus lábios pra te beijar mais, as mãos puxam a tua nuca, tu sente os carinhos do homem no teu cabelo, no teu rosto e descendo pelo teu colo.
Ele esfrega o rostinho no teu rosto, sente teu perfume, suspira alto quando as tuas mãos fazem carinho nos cabelos dele, o homem deixa a cabeça cair pertinho do teu peito, ouvindo os batimentos do teu coração.
Teus olhos enchem de água, você sabe que escolheu bem, sabe que acertou quando resolveu dar uma chance pra ele mesmo sem saber onde estava se metendo. Jaehyun não é desse mundo, em mundo de meninos, ele é um cavalheiro.
112 notes
·
View notes
Text
"So you don't want no heat with me, Jolene"
-Mon amour, onde estava? - escutou o marido questionar enquanto entrava pela porta do apartamento.
Swann estava com um sorriso no rosto quando virou para você, mas repentinamente fechou a expressão quando viu o seu estado em frente a ele.
-O que aconteceu? - ele apagou o cigarro rápido e levantou da cadeira que estava próxima da janela.
Tentou se aproximar de você mas foi impedido por sua mão erguendo para bloquear o caminho até próximo. Caminhou para longe do homem e foi até a cozinha, pegou uma taça no armário e encheu de vinho com a garrafa que estava em cima da mesa de mármore.
-Sabe o que eu acho engraçado? - perguntou de forma retrógrada - Para ser a futura mãe dos seus filhos, eu sirvo.
O homem fechou os olhos quando percebeu onde a conversa chegaria, suspirou alto e começou a procurar o celular no bolso da calça.
-Cogite ligar para alguém e a coisa vai piorar para o seu lado também - ameaçou, tomou um gole do líquido e pousou a taça em cima da mesa.
Caminhou para perto do marido e parou na frente dele, deixou alguns fios do cabelo sujo cair no rosto. Sentiu o gosto de metal, passou a língua no canto da boca e deixou arder levemente no machucado.
-S/n, você precisa de um médico - ele falou levando a mão nos machucados do rosto e sujando a mão com um pouco de sangue quando passou nos cabelos também.
Você fechou os olhos quando sentiu o contato físico, puxou o ar com força e levou o rosto no peito dele, sujando todo o moletom cinza e algumas partes do pescoço e queixo do homem.
-O que você fez com ela? - Swann perguntou acariciando o cabelo da esposa.
-Vivíssima, pode ficar tranquilo - sentiu ele acalmando a respiração através do rosto deitado no peito - Vai comer de canudinho por um certo tempo.
-Meu Deus, precisa parar com isso - o tom de voz do homem engrossou e você afastou o rosto observando sério a reação dele.
-Eu preciso parar? Quem sabe você aprende a não ser tão provocativo e cafajeste - rebateu ríspida e ele baixou a cabeça reprovando com um movimento a fala.
Se afastou do marido e foi tirando a roupa suja, amaçada e com cheiro e gosto de metal.
-Você é tão responsável por tudo isso, quanto eu - continuou a desabafar - Comentei inúmeras vezes o quanto estava desconfortável com aproximação dela, mas você seguiu negando a situação, até o momento que deixou escapar a bendita festa de calouros.
Permaneceu apenas de lingerie na frente dele e cruzou os braços em baixo dos peitos naturalmente fartos, dei uns passos próximo novamente e apertou um dos dedos no peito dele.
-Deixei toda a minha vida para trás, larguei faculdade, me afastei da família e desfiz amizades, para viver inteiramente ao lado de um homem duas vezes mais velho que eu. Você não vai fazer comigo o que fez com sua ex mulher, ficou traindo ela com uma aluna da universidade - você virou o dedo para si mesma relembrando quem era a amante.
-Pare de criar teorias na sua cabeça - ele permaneceu em um tom calmo e desviando o assunto da ex mulher.
Swann tinha esse costume de nunca elevar o tom de voz, ele comentava sobre ter respeito com as mulheres mas sabia muito bem que tudo era milimetricamente calculado, tudo para você parecer a louca da situação. Então decidiu agir como a louca que ele achava que era.
-Espero estar criando teorias mesmo, porque você sabe muito bem do que sou capaz - ameaçou apenas com o olhar - Nunca escondi minha verdadeira personalidade, não tente me provocar novamente.
-Pare de ser tão insegura, nunca vou te deixar - o marido falou se aproximando e levando os dedos para os seus cabelos puxando para trás.
Com o pescoço esticado e a boca entre aberta, você percebeu a atração do homem pela situação, ele gostava de sentir que ainda tenha um leve poder sobre suas decisões, e como podia definir seu humor apenas com algumas ações.
-É precaução, mon amour - respondeu em francês - Não perdi quase dez anos da minha juventude pra jogar tudo fora tão facilmente.
Ele soltou umar pelo nariz e concordou com a cabeça. Puxou rosto para perto e tocou seus lábios, não beijou mas apenas provocou o desejo.
-Toma um banho e depois comemos uma coisa - ele orientou e você apenas riu.
-Você vai me dar um banho, querido - respondeu com um tom autoritário e óbvio.
Ele riu alto, levou uma mão para sua cintura e puxou seu corpo para colar no dele. Você gemeu baixo por uma dor fraca que sentiu na cintura com um apertão forte do marido.
-Com todo prazer.
48 notes
·
View notes
Text
A divina existência
É muito estranho estar vivo. Compreender como é possível estar aqui, ciente e consciente de si mesmo. Não saber se somos fruto do acaso ou criação de algo único, perfeito e divino. Perfeitos nós não somos, mas esse é o chiste, é o que torna tudo tão importante, o que justifica nossos atos e define nossos anseios. Sem a imprevisibilidade, as emoções, o paradoxo, viver não seria essa aventura complexa, e nós não seriamos seres tão inteiros, tão cheios de nós mesmos. As nossas contradições nos fazem ser aquilo que somos. É difícil enxergar propósito em algo que você não planejou, escolheu e nem sabe de onde vem ou para onde vai, algo que estava com você desde que você se lembra e o acompanha até este exato momento: a vida. Se nós somos seres biológicos, adaptados a um mundo hostil e controverso, uma espécie que evoluiu através de milhares de anos e aos poucos dominou a caça, desenvolveu a tecnologia, criou a linguagem, a sociedade, a violência. Se somos esse modelo que aprendeu a viver aos poucos, ergueu civilizações, fundou templos, criou ritos, templos, religiões. Se somos parte de algo muito maior do que qualquer um de nós um dia sonhou, então como podemos ser tão frágeis, maldosos, corruptíveis? Se nós aprendemos a dar sentido à tudo a nossa volta, por que por tantas vezes é tão difícil dar sentido à própria vida? As perguntas para as quais não temos respostas nos amedronta, nos assombra. Um dia nascemos, passamos a vida inteira tentando sobreviver, buscando caminhos e meios de estar no mundo, mas quando chega o fim da vida, o que acontece? Para onde vai essa imensa efusão de pensamentos, idealizações, de mundos inteiros que existem dentro de nós? Para onde vai a nossa consciência? Consciência essa que se desenvolve rapidamente ao passo em que crescemos, mas que, com a finitude, se esvai. Muitos dizem que ela continua viva dentro do nosso espírito, essa forma que vibra em outra sintonia, que emana uma energia de outro mundo, que tem a forma do nosso corpo, nossos traços, nosso rosto, e ali repousa após a morte. Mas e se isso não for possível, então o que acontece com quem somos quando nosso tempo termina? Ficamos eternizados na história, viramos memória, saudade no peito daqueles que nos amaram? E quando o tempo passar, o mundo girar e pó for tudo aquilo que conhecemos, quem ira se lembrar de nós? Para onde terá ido nossa história, tudo aquilo que construímos? Eu me recuso a crer que somos reflexo da casualidade, apenas massa, ossos e carne. O que somos capazes de fazer: a arte, as línguas, a poesia, o cinema, a música... O que nós sentimos, o que expressamos, o amor... Tudo isso está além da nossa própria compreensão, é como se fosse algo natural à existência humana. Ninguém é capaz de explicar como seres tão complexos, imperfeitos e fúteis, são capazes de criar, criar... A criação é algo tido como divino, e de divino nós não temos nada, ou quase nada... Mas a vida, quem pode explicar a origem da vida? O que é a vida? No princípio, era o verbo, e o verbo... Puf! Vida! É difícil definir o que somos. Somos causa e consequência, indivíduos predestinados, sorte e azar? O meu peito se nega a aceitar outro significado que dê sentido a nossa existência que não seja o deleite, o desfrute, o gozo, o prazer, o amor. Todas aquelas coisas que nos movem, a ira, a raiva, o tesão, a dor, tudo isso traz sentido ao que somos, nos faz ser mais do que pensamos ser, nos leva além, e todas as coisas boas que esse emaranhado conflituoso nos faz sentir, imaginar, faz com que tudo ganhe sabor, que a vida ganhe brilho e que viver seja uma recompensa por algo que sequer fizemos esforço para ter. Eu sei, há coisas tenebrosas no mundo, mas eu tenho certeza que não deveria ser assim, que não nascemos para ver isso. É aí que entra a casualidade, afinal, Deus lança dados? Quem é Deus? Onde ele está e como ele consegue se comunicar com a gente? Ele nos criou ou nós criamos ele? Isso importa? Todos esses questionamentos só são possíveis porque um dia eu vi a luz, segui a luz, e aqui estou. Que outra atribuição eu deveria dar a minha existência?
#criador#pequenosescritores#liberdadeliteraria#projetoalmaflorida#arquivopoetico#poecitas#mentesexpostas#velhopoema#cronicas#novosescritores
44 notes
·
View notes
Text
Eu sempre sonhei em sentar àquela mesa no canto do restaurante italiano que ele nunca quis visitar comigo. Hoje, eu estou aqui, sozinha, mas não sinto vazio. Sinto liberdade. O garçom me sorri e eu sorrio de volta, sem precisar dividir meu olhar com ninguém. Peço o prato que eu sempre quis experimentar e, enquanto espero, observo as pessoas ao meu redor. Uma família rindo, um casal se beijando, um homem lendo um livro. Eu me sinto parte de tudo isso, sem precisar de ninguém para me completar.
Me lembro de como eu sempre queria ir ao parque com ele, sentir o sol no rosto e a grama sob os pés. Ele nunca quis, mas ontem eu fui, sentei em um banco, ouvindo os pássaros cantarem. Uma criança passou correndo e sorriu para mim, e eu sorri de volta. Uma senhora idosa se sentou ao meu lado e começamos a conversar sobre o tempo. Eu me senti conectada, sem precisar de um parceiro para me validar.
Estou redescobrindo coisas que eu nunca fiz porque ele não queria. Estou aprendendo a gostar de mim mesma, a me fazer feliz. É estranho, mas é libertador. Eu não preciso mais esperar que alguém me leve a lugares, me faça rir ou me dê atenção. Eu estou fazendo tudo isso sozinha e é incrível.
Eu não estou mais presa à ideia de que precisava de alguém para ser completa. Eu estou completa, sim, mas de uma forma diferente. Estou completa em minha solidão, em minha liberdade. Eu estou aprendendo a amar a minha própria companhia e é um sentimento incrível.
Ainda sinto saudades, sim. Mas não é mais uma saudade que me faz querer voltar. É uma saudade que me faz lembrar de como eu cresci, de como eu me tornei forte. Eu estou me redescobrindo e é um processo lindo, doloroso, mas lindo.
Estou aprendendo a ser eu mesma, sem precisar de ninguém para me definir. E é isso que é mais incrível. Eu estou sendo eu, sem máscaras, sem expectativas. Eu estou sendo eu, e é suficiente.
(Texto autoral-Inspirado em um poema).
#minhas autorias#pensamentos aleatórios#mentesexpostas#textos#pequenasescritoras#autorias#versografando#meustextos#pequenospoetas#literature#texto en tumblr#texto de amor#poesia#spotify#lardepoesias#lardepoetas
9 notes
·
View notes
Text
para ALTHEA DE GUZMAN, uma CAMBION, FILHA DE UM DEMÔNIO DA ENCRUZILHADA, o universo inteiro é uma página aberta. com um salto de fé, sua especialidade em TOCAR O VIOLINO DEPOIS DE MATAR fica um pouco mais forte. por TRINTA ANOS, ela sobreviveu a um mundo de magia com sua DILIGÊNCIA, SIMPATIA E ASTÚCIA, assim como sua PERSONALIDADE TEMPERAMENTAL, JUVENIL E CARENTE. trabalha como FIXER DO IMPÉRIO FORTUNATO, mas esperamos que logo mais, ela possa mudar seu destino ! se uma música pudesse a definir , certamente seria NEW WOMAN , de lisa. vamos esperar por suas conquistas ! quem é você , um vencedor ou um pecador ?
aesthetics: luzes de led vermelhas, sangue nas mãos e no rosto, o cheiro sutil de fumaça, jaquetas de couro, tatuagens de anjos, uma veia dramática, disposição teatral, o empilhar de corpos, tons de voz gentis, dependência emocional juvenil, o anseio de ser amada, o peso da grandeza, a força em proteger o legado da família.
os anos 90 estavam apenas começando quando a crise de opioides atingiu os estados unidos, e a família fortunato - mais importante , sua matriarca , pediu por um filho forte que carregasse o legado da grande farmacêutica, e tivesse sucesso onde eles falharam. os fortunato se safaram de julgamento ao que a alma de liezel era levada para tortura no inferno, logo depois de dar a luz a uma menina , filha de um demônio da encruzilhada. aquela menina, que já nasceu com uma veia de maldade, assustou a muitos quando depois dos nove anos, começou a tirar do caminho os inimigos dos fortunato sobre o pseudônimo ' valdez ' . pelas manhãs, ela era treinada pelo pai, e nas noites cuidava do legado da família , afinal, era para isso que tinha nascido . aos dezesseis , seu pai partiu, decidindo que ela era mais que capaz de cuidar-se sozinha, mas o abandono foi sentido com vingança . ela o seguiu até a cidade de arcanum, onde havia uma filial fortunato , e começou a fazer de tudo para chamar sua atenção. inclusive atrair estranhos atrás de dinheiro para sua mansão, onde ocorrem os banhos de sangue quais todas as criaturas da noite estão convidadas a atender.
#、 ✰ 𝑻𝑯𝑰𝑺 𝑰𝑺: ⠀althea ⠀ ⠀« threads »#、 ✰ 𝑻𝑯𝑰𝑺 𝑰𝑺: ⠀althea ⠀ ⠀« musings »#、 ✰ 𝑻𝑯𝑰𝑺 𝑰𝑺: ⠀althea ⠀ ⠀« visuals »#、 ✰ 𝑻𝑯𝑰𝑺 𝑰𝑺: ⠀althea ⠀ ⠀« pov »#、 ✰ 𝑻𝑯𝑰𝑺 𝑰𝑺: ⠀althea ⠀ ⠀« task »#、 ✰ 𝑻𝑯𝑰𝑺 𝑰𝑺: ⠀althea ⠀ ⠀« evento »#、 ✰ 𝑻𝑯𝑰𝑺 𝑰𝑺: ⠀althea ⠀ ⠀« about »#、 ✰ 𝑻𝑯𝑰𝑺 𝑰𝑺: ⠀althea ⠀ ⠀« info »#、 ✰ 𝑻𝑯𝑰𝑺 𝑰𝑺: ⠀althea ⠀ ⠀« edit »#、 ✰ 𝑻𝑯𝑰𝑺 𝑰𝑺: ⠀althea ⠀ ⠀« answered »
7 notes
·
View notes
Text
⠀ ⠀⠀ ⠀⠀ ⠀⠀ ⠀⠀ ⠀⠀
⠀ ⠀⠀ ⠀⠀ ⠀⠀⠀ ⠀────﹕────⠀ ⠀⠀ ⠀⠀ ⠀⠀
❝ O jeito que vivenciamos memórias, às vezes, não é linear. Não contamos a história nós mesmos, já conhecemos a história, apenas estamos a vendo em flashes sobrepostos. ❞
⠀⠀ ⠀⠀ ⠀⠀ ⠀⠀────────────
Avisos: essa é uma shortfic inspirada no álbum chamado "blond" do cantor e compositor Frank Ocean, recomendo escutar as músicas citadas aqui conforme for passando os quatros atos. Fanfic predominantemente angst, no entanto também tem alguns resquícios de smut. Trabalhei muito nisso daqui e fiz com todo meu coração porque Blond é meu álbum preferido, espero que gostem e tenham uma boa leitura.
⠀⠀ ⠀⠀ ⠀⠀ ⠀⠀────────────
⠀────── 𝒃.
4 atos até o declínio.
1. nights.
2. close to you.
3. siegfried.
4. selfcontrol.
⠀────── 𝒃.
Nights — 01.
Bebe mais do vinho, acordado novamente durante a madrugada, fazia mais de um mês que havia trocado a noite pelo dia e de como parecia estar entrando em um loop, porque a noite o abraça 'alto enquanto o dia beija seu rosto com ressaca e fechando os olhos tudo volta a se repetir, não parece ter um fim. A princípio Jaehyun reconhecia que não era para estar nessa situação, foi pacífico, tranquilo e apesar de ver as lágrimas mais verdadeiras que um dia viu saírem dos olhos brilhantes dela, ainda conseguiu manter-se firme no fim, no término.
Mas era impossível negar o quanto a presença feminina era cômoda em sua vida. Vivia as mesmas coisas que ela, quando chorava sabia que ela estaria lá para consolá-lo, quando ele fazia o jantar era ela quem estaria ali para saborear, quando ela chegava animada para conversar, ele sabia que era sobre o álbum favorito dos dois e Jaehyun sempre esteve disposto para ouví-la, quando ele chegava em casa banhado na luxúria era apenas ela quem recebia de bom grado e quando ela trazia purpurina era ele a companhia perfeita.
Perde o foco da agulha riscando o vinil, este que rodava sem parar no toca disco. Jaehyun bebeu mais do vinho, encara o celular, pensa bastante sobre o que cogitou fazer naquele momento, mas não faz, afasta a ideia, é orgulhoso, fora que foi ela que havia colocado um ponto final e só aceitou porque não fazia diferença, se sentia uma péssima pessoa em admitir que carregou todo aquele relacionamento por interesse.
Não o culpe, tudo era cômodo demais, foi inevitável.
── Acordado de novo? ── Não respondeu Johnny, o encarou impaciente, como se não fosse óbvio.
── Não, 'tô sonâmbulo. ── Johnny ri soprado, pega a taça de vinho e se senta junto a Jaehyun enchendo o copo com a bebida alcoólica.
── Qual é cara, tu disse que não tava sofrendo. ──
── E eu não 'tô, deve ser alguma coisa sobre beber vinho demais ou qualquer merda, não sei. ── Reclama baixinho.
── Conta outra, nunca te vi assim em outros términos. Admite, ela mexeu contigo. ── Mexeu? O aperto no peito toda vez que lembrava dela se enquadra em alguma coisa ou só é o peso de ter sido potencialmente alguém ruim pra ela?
── Foi ela quem acabou. Você sabe o motivo de eu ter aceitado isso, não me enche.
Para Johnny já era mais que claro, entortou a cabeça descrente, sabia que Jaehyun era orgulhoso e uma das piores pessoas para expressar e entender sentimentos, negligenciando até o próprio, mas não esperava que essa percepção limitada fosse capaz de não fazê-lo perceber o óbvio em meio a toda aquela situação.
── 'Tá com medo isso sim. Medo que ela tenha percebido que você foi egoísta durante todo o relacionamento e ter acabado por conta da sua negligência. ── Johnny bebe o resto do vinho e se levanta para deixar a sala de estar. ── Vou ser sincero com você, porque nenhum outro amigo teu é, Jaehyun. Pare de negligenciar sentimentos, seja o seu ou o dela. Não sou sommelier de relacionamentos, você sabe, mas sua ganância, comodismo, egoísmo e qualquer palavra que seja capaz de definir sua intenção com esse relacionamento foi o motivo de ter acabado. 'Cê tá sofrendo e não quer admitir porque teu orgulho ainda vai ser o motivo da tua morte. Kendrick fala.
Procura conforto nas batidinhas que sente no ombro, não o acha. Johnny deixa Jaehyun sozinho novamente, o obrigando a pensar sobre, nocauteado com as palavras e verdades na qual não queria encarar, não agora. Ele de fato não esperava por aquilo.
⠀ ⠀⠀ ⠀⠀ ⠀⠀ ⠀⠀ ⠀────── 𝒃.
"Então, o Daniel Caesar fez Freudian no intuito de confundir quem escuta, acredita? Porque 'cê não vai conseguir distinguir em algumas músicas se ele fala sobre o relacionamento tóxico dele com a mãe ou com a namorada. " Profere empolgada, assim que a música do álbum termina.
"Por isso que o nome do álbum leva o nome de Freud? Pra explicar como o relacionamento familiar afeta no relacionamento romântico?" Concorda engatinhando de volta para os braços de Jaehyun.
"Incrível" Ambos dizem ao mesmo tempo e caem na gargalhada logo em seguida.
Jaehyun achava sensacionalista demais todo o assunto envolta do álbum, família e relacionamento, ambos tóxicos, para ele era uma certeza absoluta que conseguia separar essas duas coisas, no entanto se interessava em como a menina conseguia explicar de forma tão eloquente um assunto na qual amava. Música e a genialidade por trás dessa arte era seu maior domínio, o mínimo que ele poderia fazer era escutar, potencialmente deslumbrado.
"Acha esse papo real? Do álbum e Freud."
"Claro, sua versão criança diz muito sobre isso. Às vezes é tão normal para ti que 'cê nem consegue perceber, Daniel fala do quão destrutivo pode ser para as duas pessoas no relacionamento. Muito apego ou pouco apego, falta de afeição ou a não percepção dela, tudo." Jeong pensa, cercado com possibilidades e incertezas acerca daquele assunto.
"E quem sai machucado no final?" Pergunta.
"Os dois sofrem, apenas um demora para perceber e talvez acabe sofrendo mais por isso… é um assunto delicado, não acha?" Responde reflexiva.
"Uhum, acho."
⠀ ⠀⠀⠀ ⠀ ⠀⠀ ⠀⠀ ⠀────── 𝒃.
── Diz, diz que sente minha falta…── Retém o gemido, ofega tanto que a frase falha mas ainda se mantém firme, perto o suficiente de sua orelha.
── Ah Jae… sinto muita falta… ── Admite, boba, com lágrimas nos olhos, perdida em seus próprios pensamentos e entorpecida na ritimagem perfeita que o pau tinha em meter fundo em sua bunda enquanto a mão grande massageava a buceta.
É judiada pra valer, vindo de Jaehyun naquele momento até gosta, a mão firme apertando o pescoço, os olhos castanhos encarando os seus de volta, via um misto de sentimentos com predominância no prazer, mas ainda sim ele era uma incógnita.
Maneja o corpo da forma como o agradava, sem parar os estímulos, apenas queria te ter de quatro, a ideia de poder observar o pau entrando e saindo por trás dela com perfeição e estímulo máximo infla o ego e aumentava o tesão existente naquele quarto. Agarra a pele da bunda feminina com urgência indo cada vez mais fundo. Por pouco seu corpinho permanecia equilibrado, gemia manhosa, deixa cada súplica escapar da boca sem ligar muito, sabia que Jaehyun gostava de ouví-la quando ficava burra por um caralho, especialmente o dele.
A porra do Jeong é despejada em todo o canal, é quase como uma carga elétrica, arrepia todos os pelos possíveis do corpo, não tem outra opção, goza logo depois, com as pernas tremendo, relaxa sob os lençóis gelados ainda aproveitando a sensação.
Ele a observa, em uma situação parecida, entorpecido com sua beleza, saberia expressar aquilo? Desvia o olhar, deita do seu lado sem falar uma palavra, não restava dúvidas, era diferente agora. O peito pesava, sua mãe sempre disse "O coração vai ser um fardo pesado" e passando tempos sem entender aquela frase, agora conseguia.
── Você sentiu minha falta também? ── Pergunta baixinho, esperando por uma resposta.
Jaehyun ficou em silêncio, a garganta secou e novamente se sentiu confuso.
── Fala sério. Bateu na minha porta às duas da manhã, me beijou antes de falar qualquer coisa e não sente minha falta?! ── O encara indignada, com a mente bagunçada.
── Eu… ── Suspira derrotado. ── Não sei.
── Por que quando se trata de mim, de nós, tu nunca sabe de nada? ── Caça a camisa do pijama que usava antes, a fim de vesti-la.
── Quer saber o por quê? ──
A sensação de prepotência, de mais uma vez não falar o que passa em sua mente o irrita.
── Claro que quero! É o mínimo depois que cê come alguém. ── Dispara igualmente irritada.
── Interesse, porra! Foi por interesse, comodismo. ──
── Ahn…?
── Ter você era cômodo pra mim! não entendeu? Eu não precisava de muita coisa, nem explicar muita coisa, nunca precisei. Você preenchia um espaço que eu era carente e por isso continuei… ── expele o ar, com os sentimentos a mil. ── continuei até aqui, porque eu precisava saber se tu sabia disso, se tinha acabado por esse motivo, eu tava com a consciência pesada.
Ela não disse nada, encarou Jaehyun com um desespero oculto, torcendo para que aquilo não fosse verdade, no entanto, pela primeira vez em todos os dias de relacionamentos que dividiram, ele falava a verdade. Talvez esse fosse o momento mais verdadeiro que presenciou junto a Jaehyun.
Os olhos que o admiravam choravam pela segunda vez, como uma menininha.
── Não sabia, terminei porque você nunca pareceu se preocupar comigo de verdade, sempre parecendo supérfluo. ── funga despedaçada, repudia está próximo dele, como também repudia a si mesma. ── Nunca percebeu que eu dediquei minhas melhores músicas para você? E o que tu me dava em troca? Um obrigado, era sempre assim. Não sirvo pra aguentar a ausência, agora eu entendo.
Jaehyun se cala, apesar da tristeza que pouco a pouco surgia dentro dele, não se sente arrependido, devia aquela explicação, aquele desabafo, sabia que machucaria, mas acreditava num machucado maior caso a menina descobrisse mais a frente. Incontestado com o momento, o que poderia fazer?
── Agora sua consciência deve tá limpa, né? Cê descobriu que eu acabei porque fui trouxa e pensava que você não gostava mais de mim, mal sabia que tu nunca gostou. ── Enxuga as lágrimas ainda insistentes em cair, caminha até a porta apenas para abri-la. ── Vai embora, a parte da sua carência já deve ter sido preenchida.
── Me entenda, por favor.
── Me entenda você, Jaehyun. Vá logo embora!
𝗰𝗹𝗼𝘀𝗲 𝘁𝗼 𝘆𝗼𝘂 — 02.
⠀ ⠀⠀ ⠀⠀ ⠀ ⠀⠀⠀ ⠀────── 𝒃.
"Minha mãe uma vez me disse como eu deveria me portar em sociedade." Jaehyun coloca os fios castanhos atrás da orelha de volta, encarando o rosto feminino parcialmente sonolenta que se esforçava para manter-se acordada. "Sempre bem polido, de postura soberba, ignorar definitivamente aqueles que não fossem capazes de me proporcionar algo e sobretudo ser indecifrável, a fraqueza está nos sentimentos."
De forma inconsciente Jeong entendia que havia canalizado o aprendizado forçado para dentro de si próprio.
"E você gostava de viver assim?"
"Nunca gostei."
"Então, seja você mesmo. Não seja o que os outros querem. Cê consegue ser mais lindo quando tá sendo você." Sorri por tão pouco tempo que você não consegue perceber.
"E quando eu tô sendo eu?" Sussurra calmo.
"Agora. Contando sobre sua vida."
⠀⠀ ⠀⠀ ⠀⠀ ⠀⠀ ⠀ ────── 𝒃.
Roda a chave do carro entre os dedos, ignora qualquer aviso que Johnny tenha que dar justo naquele momento quando estava saindo, Jaehyun sabia que era para o seu bem, muitas coisas eram ditas para o seu bem, mas agora ele não queria ouvir nenhuma, ainda estava com raiva, inconformado e cheio de mágoas, dar conselhos por mais sábio que fossem naquele momento não era adequado. O destino no momento era o mais longe possível, curiosamente havia sido convidado para um encontro de amigos, se fosse um dia habitual como os outros ele negaria sem pensar duas vezes, por isso Taeyong ficou surpreso quando Jeong aceitou de imediato.
Afinal, Jaehyun tinha motivo para recusar agora? Talvez conversar com outros amigos fosse o fazer bem e se parasse para pensar, tinha tempos que não sentava na areia morna da praia e observava o mar, precisava daquilo. Fez isso da última vez acompanhado, por um momento as lembranças trouxeram um vislumbre daquele dia.
Passou a sexta-feira toda lá, depois de matar algumas aulas na faculdade, não precisava de muita companhia, apenas a dela já era ótima para Jaehyun. Lembrou de ter a elogiado pela primeira vez, muito provavelmente, porque havia ficado perfeita no biquíni e o ar praiano combinava tanto com ela, a alegria que as ondas transmitia podia ser vista facilmente no rosto feminino, na forma como corria pela areia, puxando ele pelo braço, a voz sempre melodiosa o chamando era tão gostosa de ouvir, "Vem amor… a água tá geladinha!" Como uma sereia e Jaehyun ia sem reclamar, deixava ser guiado enquanto fazia questão de capturar tudo para lembrar depois. No final, lembrou de ter ficado até o escurecer, beijou ela na água do mar, ouviu o primeiro eu te amo desde que nasceu e observaram as estrelas. Estava realmente lembrando depois.
── Cê veio! Quanto tempo mano. ── O abraçou de lado, Taeyong precisou falar um pouco mais alto por conta da música. ── Deve ter ficado ocupado por esses tempos.
── Fiquei, muita coisa aconteceu, ainda bem que tamo se vendo de novo. ── Senta de frente para a fogueira.
── Tá sendo de boa morar em Compton? Se mudar pra lá deve ter sido uma barra. ── Franzi o cenho discordando.
── Compton por incrível que pareça é tranquilo, tem coisas legais por lá. ── Pega um copo de plástico para colocar o máximo de álcool que o corpo suporta, bebendo um pouco. ── Continua a mesma coisa por aqui em Santa Mônica?
── Uhum, não tem nada de novo nessa merda. ── Ri e bebe junto com Taeyong.
Escutava a fogueira crepitar, dividia a atenção com as chamas e o mar escuro, vez ou outra enchia mais o copo até chegar ao ponto de se sentir tonto, o que era uma surpresa porque ele sempre foi resistente demais com bebidas.
O que estava fazendo ali?
Não era ali que queria estar.
── O Rapunzel reapareceu por essas bandas!
── Não vai encher o saco dele Yuta, parece que ele tá de coração partido. ── Taeyong brincou depois de saber toda a história ou uma pequena parte dela.
── Ih… Cê não veio aqui pra ficar desse jeito. ── O japonês se senta do lado de Jaehyun, passa os braços pelos ombros e oferece um cigarro bem boladinho. ── Toma, um desse daqui e você esquece essa mina. Dou cinco minutos!
Pondera, olha para o beck, depois para Taeyong que sorria divertido e por fim para o mar.
── Já fumei muito dessa, não vai bater legal.
Yuta nega, pegando o isqueiro.
── Não bestão, você fumou as de Compton, essa daqui é de Santa Mônica! Você vai ver como é diferente, vai por mim.
É convencido pelo papinho de mercador, assim que o cigarro é acendido Yuta oferece novamente, Jaehyun é o primeiro da roda a usufruir, da três tragadas e passa para o Nakamoto, tosse um pouco, não era inexperiente, apenas havia parado de usar, ficou desacostumado muito rápido.
── Cê vai adorar essa, daqui a pouco já bate. ── Decide confiar nas palavras de Taeyong, volta a encarar o fogo em sua frente esperando pela sensação.
"Já te disse pra parar de usar isso. A gente combinou. Do que você foge, amor?"
Olha para o lado assustado, não vê ninguém, de repente a voz não está mais do lado e sim ali no fogo, consegue ver perfeitamente o rostinho admirável, o sorriso, corpo, tudo. Jaehyun fecha os olhos, deixa um sorriso escapar mas aquilo estava mais pra descrença do que alívio ou alegria. Quando pararia de vê-la em tudo? Quando pararia de sentir falta? E aquele sentimento era saudades ou mais uma vez o ego e interesse próprio agindo?
"Não se aproxime de pessoas que não vão te oferecer nada de bom, seja interesseiro, o mundo é assim com todos, garoto."
── Te falei! Olha só como você tá alto já. ── A voz de Yuta sai distorcida e até engraçada para o momento.
── Bateu mesmo, cara?
Concorda rindo, aquela merda era diferente mesmo, não era mentira.
── Que merda, Yuta! Essa porra não é só maconha. ── É chacoalhado pelo Japonês que ria junto, não tão submerso porque com certeza já era acostumado com a erva ou qualquer besteira que aquilo fosse.
A partir dali tudo se torna um borrão pouco definido, ainda continua olhando para o mar, mesmo dançando junto com a música, fumando mais e misturando tudo com álcool. Como sempre o vazio que sentia fora preenchido e estava tudo bem até ali, não precisava se preocupar mais ou sentir aquele aperto no peito desde a primeira semana do fim, também não precisava se preocupar com o que a mãe acharia daquilo ou de sua vida, ela não estava lá para ver o filho único prodígio decair a cada minuto. Era um nirvana e Jaehyun podia jurar ser Buda.
── Agora, pra experiência ficar completa, eu quero te apresentar a Anya, ela tá disposta a te fazer esquecer de vez essa sua ex mina lá. ── Cambaleando Yuta trás uma garota consigo, também no mesmo estado que todos ali.
O Jeong a encara, duvidoso sobre a ideia, sobre a menina, era até bonita, parecia com ela, parecia tanto que ele estava começando a suspeitar que haviam trocado de rosto, mas não, ela se vestia mal e a menina que dominava seu coração não misturaria jeans colorido com jaqueta de couro.
"Cê vai me procurar em outros rostos, mas não vai me encontrar, nunca vou ser igual a elas, te marquei de forma diferente, Jae."
Desmancha o sorriso, ultrapassaram a barra, talvez demais. Era óbvio que ele estava chapado o suficiente para esquecer o próprio nome, as chaves do carro ou qualquer outra coisa, entretanto, tudo havia sido tão recente, se Jaehyun se esforçasse ainda conseguia sentir o calor da pele cheirosinha sob a dele e caso aceitasse Anya, estaria a usando, já havia usado pessoas demais.
Yuta entende o recado, dispensa a menina e deixa o amigo sozinho, mentalmente o chamando de cabaço, de qualquer forma, que seja, era a vida dele.
Os pés parecem pesados, Jaehyun não consegue ficar em pé por muito tempo, volta a se sentar perto da fogueira, expira sufocado, olha de novo a fogueira, sente conforto ali por breves segundos. Do outro lado, meio translúcido podia ver a silhueta feminina familiar e levantando um pouco o rosto via que ela o encarava de volta. Ah que merda, não conseguia fugir.
Não era real, nada do que via era real.
Se contentou com o efeito da droga, abraçando a ilusão de tê-la tão perto, Jaehyun não falou nada por muito tempo, estava ocupado demais encarando e encarando, preso em um loop. Talvez, o que queria não estava ali no meio e sim em outro lugar.
── Taeyong, acho melhor cê ajudar esse seu amigo, o cara tá parecendo uma estátua, talvez não seja mais legal continuar aqui. ── O Lee concorda, a primeira vez fumando aquilo nem sempre é uma experiência boa.
── Vou levar ele pra casa. Diz pro Yuta que não tenho hora pra voltar. ──
Os braços de Taeyong seguram Jaehyun forçando-o a se levantar dali.
── Não consigo cara, a minha bunda tá colada na areia. ── O Lee acha engraçado, mas levantar Jaehyun dali com certeza não foi uma tarefa fácil.
── Vou te levar pra casa, cê mora com um tal de Johnny, né? Me dá seu celular, deixa eu ligar pra ele. ── Jeong não pensa muito, tira o iPhone do bolso e entrega para o amigo enquanto andavam até o estacionamento.
Por coincidência vê duas chamadas perdidas de Johnny na barra de notificação, Taeyong pensou que precisaria pedir a senha e se estressar sabendo que Jaehyun com certeza não saberia dizer nada racional no momento, para sua surpresa o celular não tinha senha, deslizou o dedo para cima e já havia desbloqueado. Sorri com pena, observa a foto que o amigo tinha escolhido como tela inicial, era uma sua dormindo e abrindo a galeria, curiosos do jeito que era, encontrou mais fotos em uma pasta na qual carregava o apelidinho de godness, ali tinha mais fotos da suposta garota do que do próprio Jaehyun em todo o celular, parou para encará-lo, havia acabado para ele mesmo?
"Jaehyun, fui dormir. A porta tá trancada mas cê tem a chave. Se algum dos seus amigos irresponsáveis for te trazer de volta, o endereço do apartamento fica dentro de algum compartimento do teu carro, se vira idiota, eu avisei"
𝘀𝗲𝗶𝗴𝗳𝗿𝗶𝗲𝗱 — 03.
Pra conseguir entrar no apartamento a chave é derrubada várias vezes até finalmente abrir a porta, com passadas incertas vai até o próprio quarto e entra no banheiro, precisa de um banho. Havia perdido a noção das horas a partir do momento que cochilou e já acordou no estacionamento do residencial, agradeceu a Taeyong e até disse que o compensaria outro dia, permanecia feliz, até entrar no elevador e caminhar para o apartamento. Sentia novamente o peito pesar e a respiração ficar densa, suava frio também e se sentia sufocado com aquele tanto de roupa, ainda bem que conseguiu entrar a tempo.
"Pensa direito Jaehyun, talvez você esteja perdendo alguém que ama de verdade por situações do passado que te atormentam."
"Só não deixa de ser feliz por conta dela, você merece."
Afunda o corpo na água, pensando nas palavras ditas, a sensação gelada pouco a pouco traz sobriedade, tirando o efeito de tudo que usou o mais rápido possível. Abraça os próprios joelhos, talvez estejam certos, de Daniel Caesar sobre seu relacionamento podre com a mãe, até Taeyong o aconselhando depois de tanto tempo. Passou mais que a metade da vida sendo o que sua mãe totalmente autoritária e narcisista queria que fosse e acabou canalizando tudo para si mesmo, agia por interesse com os outros, não demonstrava sentimentos com medo de ser fraco, os bloqueava e negligenciava outras pessoas, isso tudo porque a própria progenitora havia o ensinado, o obrigado para ser mais verdadeiro.
E agora toda aquela merda guardada dentro de si misturada com os sentimentos após término, a culpa de ter acabado tudo e os resquícios de drogas em sua mente estavam prestes a sair como uma bomba, explodindo tudo de vez.
Ama, ama de verdade você, te venera secretamente como uma deusa, vive para ser o motivo do seu sorriso mais bonito. Era verdade que começou tudo por interesse sim, mas aprendeu a te amar, sentia o amor e friozinho na barriga aumentar cada vez que se encontravam pra passar tempos juntos, nem que fosse pra não falar nada e ficar apenas olhando a cara do outro. Foi de você que ouviu o primeiro "eu te amo" ou "cê é tão incrível" , por isso sua presença era algo indispensável para Jaehyun, tinha constância e certeza que era muito amado independente do que fosse e agora que havia perdido tudo, perdido você, nada mais fazia sentido. De repente se viu criança chorando por não ter o que observava em seus coleguinhas e como aquilo o machucava.
A barriga embrulhou e a angústia terrível subia do estômago até a garganta, inclinou a cabeça para fora da banheira e vomitou ali mesmo tudo o que tinha consumido, ficou minutos assim, desesperado sem conseguir parar enquanto tossia igualmente.
── Que barulho é esse Jaehyun, cê tá bem? ── Johnny abre a porta do banheiro, passa segundos entendendo a situação. ── Tu se drogou pra caralho né?
Suspira derrotado quando viu que nem o responder seria possível, sentiu pena, deveria parar de ser tão coração mole daquele jeito.
── Eu te acordei? ── O Jeong pergunta aéreo, entre tosses e respirações aceleradas. ── Sinto muito.. não queria ter feito isso…
── Tá tudo bem, você costuma ser irresponsável assim…
── Sinto muito Johnny… Eu sinto muito, não deveria ter te acordado… merda, sinto muito…
── Eu já entendi Jaehyun, tá tudo bem. ──
Não era sobre ter acordado Johnny.
O mais velho percebeu que Jaehyun não pararia com aquilo e o que parecia impossível tinha acontecido, pela primeira vez pode escutar o soluçar baixinho do amigo até se transformar em um choro embargado de sentimentos presos e outras coisas. Jaehyun chorou como um homem, foi corajoso para expor o que tanto sentia e não tinha coragem de explicar, contradizendo tudo o que sua mãe acreditava, era angustiante vê-lo assim e libertador ao mesmo tempo.
Johnny deixou tudo de lado, reclamações, avisos, desabafos e foi até ele, o abraçou porque via quanto precisava.
── Tá tudo bem cara, a gente limpa isso depois. ──
── Eu amo tanto ela, Johnny. Amo de verdade, como nunca amei ninguém, nem minha mãe. ── Agarra o amigo mais forte, o molhando com as lágrimas. ── Sinto tanto por ter a machucado com minhas palavras, eu fui um cuzão. Pensei que não a amava…
O Seo até pensou em falar, mas temia interromper esse momento de desabafo vindo logo de uma pessoa difícil de expressar seus sentimentos como Jaehyun, por isso se propôs a ficar calado e escutar cada palavra que ele tinha para falar.
── Me sentia incapaz de receber amor, minha mãe nunca me ensinou, nunca mostrou pra mim, eu confundi e não consegui falar nada até agora. ── Johnny permanece calado, lutando contra a vontade de chorar também. ── Eu não quero perder ela… não posso.
── E o que você vai fazer?
── Qualquer coisa, faço qualquer coisa por ela, até se for no escuro. ──
⠀ ⠀⠀⠀ ⠀ ⠀⠀ ⠀⠀ ⠀────── 𝒃.
Aceita o copo de bebida que oferecem a ele, a casa que a festa rolava era pequena e somando tantas pessoas num ambiente só deixava tudo claustrofóbico, Jaehyun havia acabado de chegar, mas já queria ir embora. Engoliu aquela vontade, ter novos amigos na faculdade deve servir pra alguma coisa.
Já que não poderá se mudar nem tão cedo de Compton, que pelo menos conheça novas pessoas.
Arruma um espacinho no sofá da sala, observa cada pessoa ali, era bom nisso, tão bom que às vezes poderia deduzir a próxima decisão da pessoa. Antes de ter uma vida independente, com muitas aspas, Jaehyun não podia fazer nada além de observar, dito isso fez dessa situação sua maior especialidade.
Entre todos ali apenas uma se destacava, talvez fosse sim por sua roupa com pedrinhas brilhantes, meio transparente, ousada demais, linda, pelo penteado diferente e a maquiagem criativa, mas não era só por conta disso, vendo você de longe conseguia sentir, de forma estranha, o quanto era parecida com ele. Não era a aparência, nem o jeito como falava com a amiga e se perguntassem o que era, naquele momento, Jaehyun não saberia responder, talvez mais tarde sim. Só que, droga…algo em ti chamava por ele.
Você o encara de volta, sorri toda bonitinha, Jaehyun bebe mais do álcool sem quebrar o contato dos olhos, sorri também, hipnotizado.
"Vem aqui, vem." Consegue ler os seus lábios junto com o gesto das mãos, por que negar aquele convite?
Levanta, caminha espremido pelas pessoas, segue a silhueta feminina, até as escadas e corredor, desacreditado, bobo com a risadinha divertida que saía dos seus lábios tão convidativos, percebe o quanto se diverte com a ideia de está sendo seguida naquele lugar.
"Gostou de me encarar?" Alfineta, já dentro de um quarto.
"Cê ainda pergunta? Eu não teria te seguido aqui por nada."
"Sabe aproveitar as oportunidades, né?" Vai se aproximando de Jaehyun até ficar perto o suficiente.
"Posso aproveitar mais."
"É?"
"É."
A cintura é rodeada, trás pra mais perto, gosta da sensação que o tecido translúcido causa na pele junto com o roçar das pedrinhas brilhantes. Jaehyun encara os seus olhos femininos, desce para a boca e volta a encarar os olhos, tudo isso de propósito, só pra deixar no ar um gostinho de desejo misturado com ansiedade. Beija com vontade, de forma mais gostosa impossível.
Aproveita a pegada maravilhosa, do quanto vai se tornando urgente e já não aguenta mais beijar só a boca, o Jeong desce pro pescoço, morde, marca, beija ali, sente o desejo crescer e o corpo esquentar.
Prende o corpinho feminino na parede, as mãos grandes saem da sua cintura e sobem até os seios, apertam por debaixo do tecido, desliza o polegar no biquinho durinho, você estremece, deixa um gemidinho baixo escapar, soa como música, uma das melhores. Não deixa barato, apesar do estímulo ainda sente forças pra provocar ele também.
É ainda mais ousada, espera Jaehyun vacilar, põe a mão por dentro da calça moletom que ele usava, expondo o cacete úmido, teve que esconder a satisfação de tê-lo assim.
"Caralho…" pausa a fala, vacila no que ia dizer pois a sensação da sua mão macia o punhetando faz perder o raciocínio."cê é perigosa, princesa."
E talvez fosse mesmo, talvez você gostasse de ter aquela pequena sensação de poder, mesmo que depois tudo fosse pro ralo junto com a postura de marrenta. Cruzou caminho com vários, entretanto, por algum motivo ele era diferente.
Desce e sobe mais rápido, sente a respiração ofegante e o hálito de menta de Jaehyun bater contra o seu pescoço, causa arrepios tão bons, aumenta o tesão. Da boca dele é capaz de ouvir mais alguns xingamentos seguido de um gemido rouquinho, sabia que ele estava perto.
Para a masturbação antes que Jaehyun pudesse gozar, leva os dedos até a boca, lambe alguns, limpando o pré gozo dali.
"Nem tão rápido, amorzinho. A gente acabou de se conhecer."
"Qual foi, linda…"
Admitia para si mesmo que sempre estava fugindo de algo, por isso nunca ficava fixo em algum lugar, passou por tantos lugares que até o inferno podia ser considerado como moradia em algum momento da própria vida. Mas, talvez ali, naquele momento, com aquela garota, com você, Jaehyun tivesse encontrado um motivo pra ficar em Compton mais um pouco.
⠀⠀ ⠀⠀ ⠀⠀ ⠀⠀ ⠀────── 𝒃.
⠀
𝙨𝙚𝙡𝙛𝙘𝙤𝙣𝙩𝙧𝙤𝙡. — 04.
Jaehyun deixa a melodia do disco vagar por toda a sala de estar, troca o vinil de lado na medida que escuta todas as faixas o quanto achar necessário, nunca tinha parado pra escutar Lauryn Hill antes, mas sabia o quanto você gostava e agora era inegável não lembrar de ti.
Sorri, morrendo de saudades. Desbloqueia o celular, vai até seu perfil no Instagram pela primeira vez depois do término, o peito aperta, controla a felicidade em vê que nada mudou, sente uma pontada de esperança quando vê as fotos de vocês dois no feed, cada uma mais espontânea que a outra, mas era fato, a alegria era presente em todas, como pôde ser tão burro consigo mesmo para não perceber o quanto era feliz? As fotos não mentiam.
Por outro lado, se todas elas não estavam excluídas ou arquivadas e continuavam ali no perfil, significava que você ainda não havia aceitado o fim, não era? Cria coragem, pega no celular e com toda confiança que tinha clica no teu número.
Chamada sendo encaminhada.
"O número que você ligou está fora de área ou desligado"
Tudo bem que é madrugada e qualquer pessoa estaria dormindo agora, mas Jaehyun esperava por sua voz, nem que fosse um pouco.
"Eu sinto, eu sinto muito sua falta, linda."
"Perdão por ter demorado tanto, cê não sabe a falta que me faz te ter longe de mim."
Morde o interior da bochecha, aflito, vê perfeitamente a mensagem sendo visualizada, como também vê os três pontinhos, espera por um retorno, mas não o tem, então Jaehyun decide ligar de novo.
── Cê tá me escutando? ── Diz com urgência, mas tudo o que escuta do outro lado da linha é o barulho da TV e sua respiração por longos segundos.
── Não me machuca de novo, não liga pra mim se você vai me comer, dizer coisas horríveis e ir embora como da última vez, eu sofro com nosso fim e não mereço ser feita de escape. ── O timbre calmo não engana o Jeong, porque ele te conhece e reconhece quando sua voz fica embargada pelo choro.
Jaehyun também choraria.
── Eu também sofro, todos os dias eu sofro sem você comigo, eu tava confuso e fui um merda, mas me deixa te ouvir, deixa eu ir aí e te ver, quero falar com você, princesa. ── A linha fica em silêncio de novo, causando maior ansiedade.
── Não demora.
E não iria, Jaehyun foi rápido como um tornado, saiu de casa tão depressa que por pouco não deixou a porta aberta. Pôde perceber a semelhança com o dia que foi te ver na última vez, angustiante lembrar de como aquele cara era tão diferente do que costumava ser realmente. Agora Jaehyun sentia que seria diferente porque algo nele havia mudado, sido libertado, o importante ali não era a si mesmo como sempre foi convencido de que era e sim você, devia a verdade, os sentimentos sinceros e uma explicação.
── Sobre o que você quer saber? ── Pergunta com o intuito de quebrar o silêncio ali.
── Sobre o que eu quero saber? ── Você repete a frase, irritada com o questionamento. ── Já começa assim, Jaehyun?
── Não, olha. Cê tá entendendo errado. Tenho muito o que falar eu só não sei por onde começar, calma. ── Diz mais para si mesmo, passa a mão pelos fios de cabelo, atordoado.
Ao menos te ver o confortava, talvez na mesma medida que machucasse o coração.
── Eu senti sua falta. ── Admite de uma vez. ── Quando você me perguntou naquele dia e eu não soube responder, eu senti sua falta sim, o tempo todo. Não conseguia dormir direito, vivia bebendo, não tocava no meu celular porque eu sabia que ia ficar horas olhando pra suas fotos e me perguntando o que fiz pra ter acabado, mesmo sabendo o que eu tinha feito pra acabar.
── E por que não me contou, Jaehyun? Quer dizer, por que não me contava nada sobre o que sentia?
── Porque expor o que eu sentia me tornava fraco. ── Pausa a frase, Jaehyun respira fundo. ── Era o que eu pensava. Cresci com uma mãe que me proibia de várias coisas, inclusive de ter sentimentos, ela era horrível comigo, cê não tem noção. Então, o primeiro contato com o amor que eu tive veio de você. confundi o que eu sentia e pensei que era interesse, eu ainda tava preso no que minha mãe queria que eu levasse comigo pra sempre e não percebi de verdade o que ter você como minha namorada significa pra mim.
Ao encarar Jaehyun, percebeu o quanto estava sendo sincero, nunca tinha o visto tão sentimental daquele jeito, o olhando nos olhos via que todos os sentimentos vindo dele já não eram mais uma incógnita. Senta no colo dele e o abraça tão forte, matando uma de várias saudades.
Jaehyun a abraça de volta como um tesouro, chora nos ombros femininos como chorou nos de Johnny, estava aliviado.
Havia quebrado um ciclo.
Passa um tempo o consolando, faz carinho nos cabelos dele intercalando com batidinhas nas costas, não liga muito se o moletom está encharcado, na verdade prefere mil vezes o exagero de sentimentos do que a falta dele.
── Eu te amo, se você me der mais uma chance, prometo que nada vai ser como antes, eu quero te fazer feliz e quero que saiba disso todos os dias, sem mais confusões, machucados, nada. ── Jaehyun volta a falar assim que se acalma com as lágrimas.
── Eu também te amo, Jae. Não te quero mais longe, não é pra mim, não sei lidar com a saudade. ── Ri enxugando o rosto tão bonitinho que ele tinha.
── Vamos com calma, ok? Eu quero fazer do jeito certo agora, você merece isso. ──
Concorda, une os lábios em um beijo tão apaixonado quanto o primeiro que deram.
⠀⠀ ⠀⠀ ⠀⠀ ⠀⠀ ⠀────── 𝒃.
"Você está equivocado, Jeong Jaehyun. Acha que sem mim você é capaz de viver sozinho? Você precisa de mim." A voz autoritária gritava da forma mais irritante possível.
Ela era possessiva e maluca, não o via como filho, via como propriedade na qual poderia desferir os piores xingamentos e ordens sobre-humana e ele estaria ali para cumpri-las e escutar calado. Crescer e perceber isso vindo de sua própria mãe era algo triste demais para suportar, mesmo assim Jaehyun suportava.
No fundo, viver com ela até o fim da adolescência e o começo da vida adulta tinha uma razão, era inconformado com o fato de não ser amado e adorado como qualquer filho tinha o direito de ser, sofria porque sabia o motivo desse ódio, não tinha culpa se de alguma forma era tão parecido fisicamente com o pai, ex marido de sua mãe.
"Eu já aguentei demais, vivi como um verme na casa que cresci, ninguém merece passar por isso, Mãe. Você é a pessoa mais horrorosa que eu já convivi" Cospe todas as palavras na cara dela enquanto arruma as próprias malas.
O rosto arde com o tapa estralado, fica estático, havia sido agredido diversas vezes, só que no rosto era a primeira vez.
"Desfaça sua mala e volte para o quarto, se me obedecer posso até pensar em um castigo mais brando. Eu sabia que esses seus amigos não seriam boas influência para você."
"Não caralho. Eu não vou desfazer nada, vou embora daqui e nunca mais vou voltar, você merece sofrer com o fardo de não ter sido nada na minha vida além de um empecilho."
Engole o choro, fecha a mala e a carrega para fora de casa, não quer olhar para trás, sabe que irá se arrepender de agir por impulso.
"Boa sorte então. Tudo o que tenho para lhe dizer é que realmente não volte, você não me dá orgulho em nada, nem foi digno de ter meu amor, não fará diferença longe."
Jaehyun precisava ter escutado cada palavra daquela para ter certeza que seu lugar não era ali, às vezes ter uma mãe não é sinônimo de conforto e confiança como esperava que fosse. Ficou ali até o momento porque esperava ser finalmente amado ou respeitado, fazia de tudo por sua mãe porque sabia que sem ela não teria mais ninguém, no entanto, até quando um coração é capaz de aguentar tanta individualidade? Não sabia, mas para o próprio coração, aquele dia já era o máximo.
"Não preciso do seu orgulho, nem do seu amor. Um dia Mãe, um dia eu vou encontrar alguém que sinta tudo o que a senhora se recusou a sentir de mim, vou ser amado sem precisar desmaiar de cansaço. Você verá."
⠀ ⠀⠀ ⠀⠀ ⠀⠀ ⠀────── 𝒃.
── Eu cumpri com o que disse, mãe. Não preciso do seu amor agora e finalmente sou amado, nem tudo é sobre interesse, de uma coisa eu tenho certeza, não quero viver sozinho como você, ter ela em minha vida já é suficiente. ── Jaehyun sussurra solene, observa o mar sem a angústia de antes resolvido consigo mesmo.
── Vai ficar sentado aí ou vem mergulhar logo?!
#nct#pt br#nct 127#kpop#kpop imagines#nct smut#jung jaehyun#jeong jaehyun#blond#blond frank ocean#frank ocean#angst#short fic
147 notes
·
View notes
Text
Na sombra muda de um coração em pedaços, Pelos corredores gélidos do desespero, selado, exato. Onde a mais tênue esperança é implacavelmente devorada, Só me resta a certeza cruel de um destino marcado.
Busquei um rosto, encontrei apenas espectros, Cada olhar pesa, um julgamento severo. Na asfixiante escuridão, jazem os destroços, De sonhos desfeitos, amores traídos, um panteão do desespero.
Quando tento gritar, minha voz é apenas um sussurro parado, Sufocado pelo silêncio de um mundo que se despiu de almas. Se amor houve, foi veneno em meus lábios depositado, Deixando minha alma em brasas, meu coração em cinzas calmas.
A realidade, carrasca com sua lâmina pronta, A cada tic-tac, uma estocada, uma lágrima que desponta. Cada pensamento, uma cela, uma fortaleza de dor monta, E a agonia me faz companhia, eterna, a alma assombrando.
Por que existir em um orbe tão cruelmente vazio? Onde cada riso é farsa, cada toque, frio desafio? Em minha essência, a indiferença cósmica, o fio Que tece a solidão, lembrança de que sou sombra no frio.
Busquei alguém para ver, para sentir, Mas cada olhar se abre como um vazio a engolir. No fundo de cada íris, a escuridão a definir Um abismo onde sorrisos se perdem, sem existir.
E na busca de ser algo, talvez um sopro imaterial, Perco-me no nada, na solidão terminal. É o amor uma falácia, um luto ritual? Ou é minha visão que pinta um mundo tão desigual?
A realidade me fere com seu gelo cortante, Todos buscam algo, exceto o essencial vibrante. Mas aqui jazo, ansiando por alguém tão distante, Um ser inexistente, um sonho delirante.
Por que é tão amarga, esta busca incessante? Por um ser que nunca surge, que sempre se evade? Cujo silêncio me convence, persuasivamente constante, De que sou apenas um, perdido na imensidão da cidade.
E ao final, confrontado no espelho, a visão que fere: Não há sentido em amar, pois mesmo amar perece. E ao encarar o reflexo, um espectro me aparece: A face da desesperança, do nada, onde o amor não merece.
Paulo de Brito
#escrevinhar#espalhepoesias#poetaslivres#liberdadeliteraria#arquivopoetico#lardepoetas#amor#paixao#intensidade#poesia#amor profundo#autorias#prosa#pensamentos#pequenosescritores#meusescritos#novosescritores#escritos#escritos de amor#escritores#escrita#solidao#mentesexpostas#novospoetas#meustextos#carteldapoesia#feeling alone#desamor#escrituras#frases
17 notes
·
View notes
Text
Inseguro - JJH
Seus passos chateados entram em casa furtivos, caminham em direção ao quarto e você permanece em silêncio. Não sabe como começar a verbalizar aquela ideia, aquela sensação que recai sobre você e te deixa tão angustiada. Jaehyun vem ao seu encalço, também em silêncio, joga o sobretudo pesado sobre a poltrona do quarto, o cachecol que o protegia do inverno coreano. E ele não entende porque você de repente ficou tão quieta e sem expressão durante aquele jantar de noivado de amigos próximos. Você sai do cômodo, vai até a cozinha. O corpo é recostado contra a ilha de mármore enquanto você bebe um copo de água. Está tão absorta que não nota os passos de Jaehyun se aproximando. Ele para na parte oposta a você, as mãos dentro dos bolsos da calça de flanela do pijama que já havia colocado. Te olha, preocupado. – Tudo bem? Encara-o por alguns segundos, impassível. Suspira. – Você acha que tá tudo bem? Jaehyun surpreende-se com a resposta seca e rude. E sabe que você só age daquela forma quando sob muita raiva. – Eu não entendo, antes do jantar você estava tão bem... – Jaehyun, você sabe que eu nunca te cobrei nada no nosso relacionamento? Nós sempre entendemos muito bem a necessidade um do outro, não é? – Sim… Concorda, ainda sem entender. – Por que você nunca se interessou em me apresentar pro seus pais? – É direta. – Nós estamos juntos a dois anos, e um deles é morando juntos... – Você nunca se interessou em conhecê-los. Dá de ombros. – Não. – Nega com a cabeça, repousa o copo sobre a ilha, antes de virar as costas e sair completando. – É mais do que isso. Não sou eu quem deveria pedir por isso. Jaehyun permanece na cozinha por um tempo, as sinapses trabalhando, raciocinando o que havia sido aquilo. Suspira, antes de caminhar outra vez atrás de você. Quando encontra-a arrumando já pronta para deitar, te dá toda verdade. – Eu não achei que esse relacionamento fosse dar certo. E aí está um lado de Jaehyun que você não conseguia definir se gostava ou não: A sinceridade seca. Não conseguia mentir, mesmo que isso significasse magoar alguém. – Mesmo que desde do começo eu sempre tenha sido sincera com você? Sobre os meus sentimentos. – Vira-se para ele, acusatória. – É por que eu sou estrangeira? Você achou que não poderia me manter séria num compromisso? – Não é isso. Eu- – Tenta, mas para ao ver seu rosto magoado. Tenta, mas a falta de argumentos, os olhos que parecem ter já um pedido de desculpas pronto, te dão certeza da acusação. Assente com a cabeça, compreensiva. – Foi o que eu pensei. Larga os travesseiros, os lençóis que arrumava para se deitar, passa por Jaehyun numa irritação quieta e magoada. – Onde você vai? Tenta segurar seu braço, mas você se esquiva. – Eu não quero ficar perto de você hoje. Senta-se sobre o sofá, a garganta fechando angustiada. Os olhos ardem, mas você não chora. Aperta as unhas sobre o próprio braço, respira fundo. Sinceramente não sabe o que pensar, a única pergunta que te circunda agora é como vai continuar um relacionamento onde só você via um futuro.
138 notes
·
View notes
Note
Ask game das areas
Como se define um agente para a área de IA?
A área é a minha ou a sua? É alguma coisa de programação? Não faço ideia
Se for em relação à minha área, eu acho uma questão interessante da perspectiva do direito, embora eu não tenha estudado a fundo e nem seja usuária de IA, então perdoe a reflexão rasa.
A ferramenta de inteligência artificial não é um sujeito de direito e não pode ser responsabilizada por nada, então você poderia olhar para a "cadeia produtiva", uma ideia muito usada no direito do consumidor aqui no Brasil, já que nós reconhecemos a responsabilidade da cadeia toda por danos ao consumidor, não só o elo que teve contato direto com o comprador final ou com a vítima de algum defeito
Você tem uma pessoa jurídica vendendo IA como um produto ou fornecendo um serviço (novamente, não sei nada sobre o aspecto tecnológico), e essa pessoa jurídica é composta por pessoas físicas que podem ser responsáveis dependendo da situação, e você ainda tem o usuário final
Em um caso grave como alguém se utilizar de um gerador de imagens para produzir nudes falsas com o rosto de uma pessoa real, você poderia dizer que foi o usuário final que fez essa prompt (?) asquerosa, mas eu acho difícil dizer que a empresa que disponibiliza o serviço que possibilita algo assim está isenta de responsabilidade
É lógico que além dos danos na esfera civil, um caso desses provavelmente teria consequências criminais muito importantes, mas eu não sou criminalista
Ainda não há leis especificamente sobre IA até onde eu sei, então é mais uma ponderação teórica sobre como ela se relacionaria com a legislação vigente
Ainda tem toda aquela questão sobre direitos autorais, direitos à marca e direitos à imagem, é uma situação bem complexa. Admitindo novamente a minha total falta de conhecimento sobre o funcionamento interno dessas ferramentas, e eu não sou nem expert nessa área do direito, eu acho que o que ocorre dentro da caixa preta da IA tem uma importância limitada para se determinar se houve uma violação de direitos ou não, porque a IA não tem agência ou responsabilidade
Para mim é mais importante olhar para as ações e consequências que ocorrem antes do "input" e depois do "output" de informações. Definir se a utilização de obras não licenciadas para o treinamento de uma IA para fins comerciais é em si uma violação de direitos, ou se somente será se um dado resultado é próximo o suficiente de uma pessoa ou obra existente para caracterizar plágio ou mal uso da imagem, por exemplo
7 notes
·
View notes
Text
G O L D E N A G E
NCT Fanfiction
Capítulo 3
{isso é ficção! recapitulando: anteriormente, você saiu para jantar com Doyoung e Taeyong, mas o resultado não foi bem como o esperado... não importa, afinal, agora você tem que lidar com coisas mais sérias do que isso...}
Dois meses depois...
Se apressam aos tropeços com o fôlego que resta após três voltas completas na pista de caminhada do parque da cidade.
Você solicita tempo com um sinal, para recuperar a respiração descompassada e beber água da sua garrafa. Doyoung vem de atrás arrastando as pernas. Nenhum de vocês é fã de exercício físico, porém, ele não topou uma aula experimental de yoga - que na sua opinião seria bem mais adequado -, então, aí estão vocês fazendo caminhada no final da tarde.
Doyoung indica o banco mais próximo embaixo da sombra de uma frondosa árvore para descansarem.
Quase não conversaram durante as voltas, uma vez que o intuito era se exercitar. Pediu que Doyoung te tirasse de casa, pois estava a ponto de surtar, sozinha.
Começa a falar enquanto puxa as meias soquetes para cima, mas seus ombros caem: já fazem dois meses desde que ele foi te buscar na rodoviária. É recente, sim, no entanto, não consegue se acalmar com sua falta de oportunidade de emprego. Quando estava longe, pensou que por Mer ser uma cidade menor, se encaixaria rápido em algum comércio local, mas como se enganou... Seus pais saem de casa para trabalhar e a maior parte do seu tempo tem de lidar sozinha com esses pensamentos. Hoje lembrou que isso não era um fato. Doyoung está bem ali para você.
— Você tá muito apressada pra quem acabou de se formar... — diz ele. Você desconfia que o diga apenas para diminuir sua ansiedade. — Tá largando seu currículo, só resta esperar... Isso não tá no seu controle.
— É fácil dizer porque você começou a trabalhar logo que saiu da escola — lamenta. — Talvez eu não devesse ter feito faculdade. Quanto mais tão específica...
— Escuta, você se esforçou tanto pra ser aceita lá. Que desperdício com seu eu do passado, hein?
Desvia o olhar. Conhece o jeito simples e amoroso de Doyoung te puxar as orelhas. Por isso ele é a quem recorre quando precisa colocar os pensamentos no lugar.
— Olha aqui pra mim — pede ele. — O seu eu de onze anos ia ficar tão decepcionada de saber que você pensa assim agora. Aliás, seus pais te dão apoio. Essas coisas demoram! E nem pensa em se comparar comigo, viu? Eu nunca tive um sonho como você tinha o seu.
É cedo para definir se o amigo tem razão ou não. Por isso, admira o horizonte enquanto não encontra o que dizer. É verdade por um lado: vocês não conversaram sobre o assunto antes de você partir. Recorda de colocar essa ideia de entrar na Academia CT na cabeça, e de que entraria a qualquer custo. Doyoung trabalhava meio período em uma sorveteria, dava duro nela. Quando ganhou o primeiro salário, depois de guardar uma parte, te levou para tomar sorvete lá. Você nunca perguntou quais as intenções dele quando decidiu guardar o dinheiro. Não perguntou suas aspirações futuras. Quando deu por si, estava em outra cidade, vivendo outro mundo. As mensagens se tornaram menos frequentes e tudo o que sabia sobre Doyoung era por intermédio de redes sociais.
— Você têm sonhos, Doyoung? Mal me falou sobre você naquela noite. — Se refere ao jantar com ele e Taeyong, primeira e última vez em que se viram desde que chegou em Mer.
Doyoung, naturalmente, trabalha em horário integral agora, o que torna difícil conseguirem sair, mesmo nos finais de semana. Isto é, por que você respeita os momentos que ele tem de descanso da labuta, então prefere que ele te chame quando está livre. Hoje é um caso excepcional. Pelo menos as mensagens de texto voltaram a ser frequentes. Se mandam memes e etc. Aos poucos encontram uma forma de retornar ao cotidiano um do outro.
É a vez de Doyoung desviar do seu olhar e sincera averiguação. Percebe as sardinhas diminutas no rosto dele, mais evidentes por causa do sol. Ele sorri, encabulado.
— Nesses anos todos nós nunca falamos sobre isso — você percebe, decepcionada. — Nunca tivemos uma conversa à respeito. Você lembra? Simplesmente passei o ano todo estudando enquanto você ralava no seu trabalho na sorveteria. Depois, me mudei.
— É. Essas coisas acontecem, é a vida.
Contemplam os fatos.
— Eu quero ter uma família. Uma família minha. Desde que eu deixei de dividir o apartamento com o Taeyong, eu penso nisso, sabe? Já tá na hora.
Sente algo incômodo cutucar o estômago porque a resposta te pega desprevenida. O que Doyoung quer dizer com estar na hora? Não basta, talvez, adotar um pet por agora?
— Você é tão novo. — É o que consegue falar sem soar rude ou transbordar egoísmo. Na sua cabeça ainda têm experiências a viver com ele antes disso. Mas não depende de você, não mesmo.
— Sou, mas eu aproveitei muito minha adolescência. — Doyoung ri solto.
Faz um apontamento mental de perguntá-lo o que quer dizer com esta outra afirmação também. E porque ele dá risada.
— Eu tenho uma vida muito estável agora, que posso oferecer pra alguém. Não tô fazendo algo sem pensar.
— Doyoung, estamos falando do pacote inteiro? — você se certifica. — Quero dizer casa, filhos e tudo mais?
— Sim.
Isso realmente é uma novidade para você. É egoísta, sabe disso, mas não pode evitar se sentir abandonada. Engole o suspiro profundo, no entanto. Seu amigo parece feliz com a decisão.
— Então o que está te impedindo de começar?
— O quê?! Hã, bom... eu nunca pensei sobre isso. Acho que perdi o jeito, sei lá. — Ele volta a rir, meio nervoso. — Não sei por onde começar.
Você tem a ideia no ato:
— Faz um perfil no Finder!
— É o quê?! — Agora ele gargalha. — Sério, de todas as pessoas, você é a última de quem eu esperava ouvir isso...
— Ah, devemos nos modernizar, não? Eu te ajudo, empresta o seu celular!
Juntam-se para cima do smartphone no intuito de baixar e entrar no aplicativo de encontros. Doyoung te observa focada na missão. Não é como se ele jamais houvesse feito isso antes, mas saber que foi você quem deu a ideia o anima mais - faz ele acreditar que você também confia nos sonhos dele.
Logo, ele precisa escolher as fotos para seu perfil.
Quando Doyoung abre a galeria do celular você não sabe o que esperar além do óbvio: uma infinidade de memórias. Nota que ele não é muito organizado, mas você também não é lá essas coisas para julgá-lo. Os álbuns são separados por datas e nada mais. Entre fotografias de contas a pagar e as tremidas tiradas ao acaso, você percebe a frequência de Taeyong nelas. Também as fotos de seus tios - pais de Doyoung - que te fazem perceber o quanto eles envelheceram desde a época em que achava que todos os adultos eram imortais. Há selfies e outras fotos em lugares que você nunca imaginou seu amigo frequentando. As partes dele das quais você ficou de fora por ordem do destino. Você se pergunta se esse rapaz a sua frente realmente é seu amigo desengonçado Doyoung. Ou se ele realmente deveria estar formando uma família agora.
— Você não tem uma foto mais... modesta?
Doyoung quer rir, porém, não sabe se compreende o que você quer dizer.
— Como assim? Não tão boas? Ah, não me vem com essa conversinha de que eu sou feio, isso é tão quinta série...
— Não, Doyoung, você é um dos rapazes mais bonitos que eu conheço, a questão é que-
E nem bem termina a frase, tem vontade de retirá-la imediatamente e lavar a língua depois disso. Em uma das fotos da galeria você vê um rapaz - um lindo por sinal - que não é Doyoung.
— Quem é? Desse seu amigo você não falou. — Aponta.
— Ah! — Doyoung se aproxima da tela, apertando os olhos. — Jaehyunie! Jaehyun, irmão mais novo do Taeyong.
Então quer dizer que seu nêmeses tem um irmão... Que parece, simplesmente, um príncipe?!
— Eles não tem nada a ver... nadinha mesmo. Enfim, o que eu dizia era que, se você quer atrair uma pessoa séria para se relacionar e formarem uma família, você tem que deixar isso muito explícito! — frisa.
— Não sei se eu entendi.
— Quer atrair uma esposa ou uma ficante? Vê só, fotos na esbórnia vão dar a impressão de que você faz isso com frequência, que você não é sério ou confiável, logo, atrairá pessoas que não buscam por algo tão sério. Tudo bem sair para beber todas, mas ninguém precisa ficar sabendo. Você é um rapaz familiar — diz. — Precisa demonstrar isso. Nada de colocar gírias e convites na sua descrição. Apenas seja sucinto.
Doyoung arregala os olhos, abismado. Em poucos segundos, alguns de seus encontros e experiências começam a fazer sentido.
— Genial.
Optam por mais fotos em que ele aparece com roupas menos casuais. Uma, apenas, mostra Doyoung no quintal do Sr. e Sra. Kim, assando churrasco.
— Onde aprendeu essas coisas?
Vermelhidão toma conta do seu rosto. É fato que sua universidade, renomada no assunto, te proporcionou aulas de regras de etiqueta, que te deram base para criar outras. Porém, você nunca testou as suas teorias: faz suposições baseadas no que observa por aí. Doyoung é inteiramente o seu cobaia. Seu silêncio faz com que ele complemente:
— A faculdade te ensinou muita coisa, hein?
Na falta do que responder, dá risada.
#golden age#nct longfic#taeyong longfic#doyoung longfic#juro nada te prepara pra quando um dos seus amigos diz que vai ter um filho mesmo que já sejam adultos
20 notes
·
View notes
Text
02.09
Ainda tô pensando sobre o que deveria escrever desse show do dream, mas não consegui montar um roteiro então só vou compartilhar aqui essa montanha russa de sentimentos.
Esse ano tenho sofrido bastante com a minha ansiedade e confesso que ela afetou muito meu lado fã também. Quando saiu lá em fevereiro que eles viriam eu achei que até maio ia morrer pq eu sabia que esse show seria meu refúgio no meio do caos. Chegou o dia da compra de ingresso e deu tudo certo, mas com o anuncio que não teria a grade separando e tal eu fiquei MUITO preocupada e isso abalou meu ânimo.
De maio até agora eu passei por muitos baixos e não me senti nada merecedora de várias coisas, inclusive de ir nesse show. fiquei tão focada nisso que acabei sendo desleixada e quase não arrumei jeito pra ir, mas no final deu tudo certo! falei com uma menina do show do 127 da minha cidade e me juntei ao bonde dela. As meninas foram incríveis, super parceiras, gente boa, uns anjos.
Durante o tempo na fila, pensei várias vezes que não tenho mais idade pra isso kkk, meus pés estavam moídos bem antes de começar o show, minha lombar dolorida, mas foi anoitecendo e veio aquela sensação muito boa de meu deus tô aqui!!!
Quando entramos a gente não conseguia acreditar no lugar bom que pegamos, foi surreal e foi o mais perto que eu fiquei de um artista que eu amo (até agora tô sem acreditar)
Quando o show começou, eu que não sou de chorar na hora, chorei MUITO pq sério eu tava desacreditada que tava vendo eles tão de perto, não era possívellllll. Os celulares levantados atrapalharam muito em alguns momentos, mas sempre que abria um espacinho na minha vista, algum deles encaixava lá. Serio surreal 😭
Eles são exatamente iguais o que a gente vê só que ainda mais maravilhosos. Percebi que estavam bem descansados e confortáveis tbm 🥰
Mark transborda amor e carinho pelo olhar, extremamente querido e ele ama muito o que faz , é inegável. ele AMA nosso jeito também, é mto nítido.
Jiji, ai gente como cresceu esse menino. antes do primeiro discurso dele, flagrei ele murmurando algumas coisas pra si mesmo, acho que tava treinando o português, a coisa mais ricaaaaa. Ele abria cada sorrisão que nossa.
O jaemin que homemmmm, charmoso, lindo, simpático, um amor. ele tem uma aura muito magnética vc fica vidrada vendo ele dançar.
O jeno eh tao fofo e tão imponente ao mesmo tempo, ele eh sério, mas adorável um doce tb.
lele ficou mtoooo pro meu lado, ele parece uma porcelana, o rosto muito marcante, os traços bem intensos e ele eh mais fortinho do que eu imaginava 👀 um amor tb, aproveitou demais.
o haechan ahhhh o haechan eu até agora não sei como definir esse moço. ele eh o puro suco do artista, ele BRILHA no palco não tem como, eh fora do normal. eu acho engraçado tb que ele tem uma postura mto mais séria nas apresentações do que em programas e essas coisinhas. Surreal de maravilhoso.
Enfim, obrigada nct dream, obrigada, obrigada e obrigada pela noite mais do que mágica 💚✨️
5 notes
·
View notes
Text
É oficial, me ferrei.
Sou o tipo de pessoa que quando tenho meu momento eureka (seja genial ou não) eu não consigo tirar da cabeça a ideia que tive até conseguir concretizá-la ou desistir após um longo período de persistência.
O que pinta dessa vez é o seguinte:
Tenho um plot que estou desenvolvendo a um tempo. Será uma fanfic bakugou x reader onde o loiro é o príncipe do clã bárbaro que viaja junto ao seu melhor amigo shifter de dragão, em busca de... umas parada aí 👀. A protagonista, que no caso é a leitora, esconde um segredo junto a irmã mais nova a qual ela protege de pessoas que querem usá-la por conta do poder que ela tem. Como podem ver se trata de uma fantasy au. Não estou com ela 100% pensada e planejada, mas o que eu tenho já é o suficiente pra começá-la e talvez ir postando aos poucos. Mas, toda história, seja ela original ou fanfic, precisa de um rosto certo? Uma capa para as pessoas reconhecerem se familiarizarem e tudo mais... e aqui jaz o problema:
A ACÉFALA aqui, resolveu simplesmente que quer DESENHAR ela mesma a capa. 👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼 *aplausos raivosos*
O pior é que a ideia me deixa super empolgada e já sinto que não vou dormir direito pelos próximos dias. De 0 a 10, eu diria que sei desenhar alguma coisa em torno 5 ou 6 (talvez esteja me superestimando). Não vou colocar nenhum personagem na capa, pois além de exigir muito do que não tenho, pensei em algo mais simples, mas com simbologias e significados escondidos.
Vou definir para mim uma meta. Me darei 5 dias (começando por hoje) para concluir essa loucura, se não conseguir, farei uma capa simples editada mesmo.
Já comecei a rascunhar alguns objetos e possíveis cenários. Talvez eu poste algumas coisas aqui e/ou o processo de desenho, tudo dependerá da minha competência e autoestima. Vou compartilhar mais informações ao longo da semana e é isso.
Espero que dê certo, espero que alguém acabe se interessando, e se alguma alma de bom coração puder me dar umas dicas e conselhos, sou toda ouvidos. Estarei desenhando no Ibis paint, pelo celular mesmo. (sou pobre, tenha dó e não me esculache por favor)
No momento é o que tenho pra contar, me deseje sorte e fique ligado nas atualizações sobre essa loucura, porque dos dois um, ou vai dar certo, ou vai ficar uma 💩
#bakugou x reader#kirishima eijirou#bakugou katsuki#dragon kirishima#barbarian bakugo#mha fantasy au#cafeína delirante#meus monstrinhos#um mergulho no caos#allie ^-^
7 notes
·
View notes
Text
Teste final - Background
3ª semana de dezembro
Dia do julgamento. Todos os documentos haviam sido entregues ao tribunal um mês antes e os adicionais poderiam ser entregues no prazo de uma semana antes do julgamento. Meu orientador, como o esperado, estava ansioso, nervoso e suando frio. Não podia negar que também não estava, afinal era o momento que iria definir se eu estaria ou não formada em advocacia. A sentença do julgamento também era a minha sentença de formação.
Foram longos meses trabalhosos em parceria com a ProLegis Advocacia, uma renomada empresa de advocacia dedicada, principalmente, a casos pro bono e com noventa e cinco porcento de sucesso. Minha supervisora, Marceline Louise, estava ao meu lado me dando apoio e segurança.
Estávamos no Tribunal Superior de Justiça, Cameron Street, Upper West Side. Era horário de almoço e seria o quinto julgamento do dia. Meu caso era delicado, iria colocar muitos nomes públicos em cheque, colocar o meu nome e a minha carreira na mira. Quanto mais olhava para os arquivos, mais me preocupava. Podia passar horas em uma mesa de cirurgia, mas ali eu poderia colocar o nome da minha família e da empresa em jogo.
- Victoria Wayne. Está na hora.
Todos já estavam acomodados na plateia do julgamento. Os últimos, sendo os advogados de acusação, as testemunhas, o júri e os advogados de defesas. A juíza Marshall se fez presente, todos se levantam e a aguardam se sentar.
- Senhoras e senhores, iniciaremos o caso pro bono de Victoria Wayne em parceria com a ProLegis Advocacia. Dra. Wayne, a palavra é sua.
- Obrigada, Vossa Excelência. Membros do júri, permitam-me guiar vocês pelas evidências que sustentam as alegações. Por favor, acione a exibição de slides. – A apresentação se inicia com todos os detalhes que eu havia colocado em conjunto com a minha supervisora. – Começaremos com o reconhecimento facial obtido das câmeras de segurança das empresas. – Apresento imagens dos funcionários envolvidos nas fraudes os identificando respectivamente pelos seus nomes verdadeiros. – Aqui estão os rostos dos indivíduos que se repetem em todas as empresas que abriram falência. Pessoas que, apesar de parecerem rotativas, estavam conectadas por um fio invisível.
O advogado acusador da NébulaFin e dos tais funcionários se levanta exacerbado e me interrompe.
- Imagens manipuladas! Essas tecnologias podem ser facilmente adulteradas.
- Silêncio, Dr. Tegan. Continue, Dra. Wayne.
- Entendo suas preocupações, mas os registros foram verificados por especialistas forenses independentes. Além disso, apresentamos depoimentos de ex-funcionários que confirmam a coerção sofrida para participar do esquema. Melhor dizendo, para manterem o silêncio.
- Testemunhos são subjetivos, Dra. Wayne. – Disse Tegan, hesitante. – Eles podem ser fabricados.
- Concordo que testemunhos podem ser desafiados. – Digo assertiva. – Por isso, avancemos para as certidões e identidades falsas. – Exibo os documentos na tela. – Aqui estão as evidências de documentos forjados, usados para encobrir a verdadeira identidade dos réus.
- Isso não prova nada! – Tegan se revolta e toma um tom de ignorância para cima de mim. Isso só faz com que eu veja que estou no caminho certo. Seu medo é a minha vitória. – Pode ser um descuido administrativo.
- Desculpe, mas não é um descuido administrativo quando observamos uma empresa fantasma chamada NébulaFin. – Exibo registros bancários e documentos de constituição. – Esta empresa, aparentemente de investimentos, é, na verdade, uma fachada para a distribuição ilegal de recursos.
- E quem garante que não seja uma coincidência? – Diz ele, ardiloso. – Como podemos confiar na integridade de uma estudante de advocacia que pode muito bem ter sido persuadida pela ProLegis Advocacia? – Ele acabava de ter se jogado no fundo do poço. A ProLegis era renomadíssima no ramo.
- Protesto, excelência.
- Aceito. Se continuar interrompendo a defesa com sua postura inadequada, teremos que fazer uma pausa para que se recomponha. Continue, Dra. Wayne.
- Senhoras e senhores, não se trata de coincidência, mas sim de um padrão que se repete em diversos casos. Agora, se me permitem, – Exibo gravações de câmeras de segurança – essas imagens mostram os réus em atividades suspeitas nas empresas que faliram.
- São apenas pessoas circulando pelos corredores. Onde está a evidência concreta? – Comenta apontando para as imagens.
- Vamos ampliar essa imagem. Aqui vemos os réus acessando sistemas e fazendo alterações. Isso não é apenas circulação, é manipulação dos registros que levaram à falência das empresas. Peço que considerem as provas e ponderem sobre o que é justiça para vocês. Termino por aqui, Vossa Excelência.
- O júri se retirará para deliberar. Retornaremos com o veredicto em breve.
- O júri chegou a um veredicto unânime. Considerando as evidências apresentadas, este tribunal declara os réus culpados pelos crimes de fraude, desvio de verba, coação e outros delitos correlatos. Caso encerrado.
Aquelas três batidas do martelo me trouxeram alívio. Toda a tensão do corpo se esvaiu. Olhei para o júri sentindo-me satisfeita e realizada.
- Agradeço ao júri pela atenção e sabedoria.
- Além disso, reconheço a excelência da Dra. Victoria Wayne durante todo o processo. Parabéns pela condução impecável deste caso. E, em uma nota positiva, tenho o prazer de dar a notícia de que também está aprovada no curso de advocacia da Universidade de Gotham. Parabéns, senhorita Wayne. Fez um ótimo trabalho.
- Agradeço pela oportunidade de servir à justiça. Que este caso inspire outros a buscarem a verdade, mesmo quando escondida nas sombras.
A juíza Marshall pediu para que eu me aproximasse para entregar meu diploma. Estava assinado pelo reitor, pelo meu orientador e por ela. Havia uma grande nota de felicitação pelo feito. Isso me fazia sorrir.
Já com o tribunal vazio, vi meu pai, Dick, Tim, Alfred e, mais ao canto, Conner completamente disfarçado de civil com um boné, camiseta branca e jeans. Ainda estávamos abalados pelo que havia acontecido, mas ele fez questão de se fazer presente. Corri para os braços da minha família grata por todo esforço que houve para que eu chegasse ali.
- Jantar em família! Temos que comemorar! – Dick disse todo animado. Ele bagunçava meu cabelo cheio de alegria. Orgulho também emanava dele.
- Vá convidar Conner, filha. – Aperto meus lábios e o vejo se aproximar com cautela. Encaro meu pai e ele me dá aquele olhar significativo de que ele tem razão. Em seguida, ele faz sinal para que os outros o sigam e me deixa sozinha com Conner.
- Você foi muito bem hoje.
- Obrigada. – Passo a mão pelo meu pescoço e respiro fundo. – Vamos jantar para comemorar meu diploma.
- Quer mesmo que eu vá? – Abaixo a cabeça. – Nos vemos na Caverna. – Diz se retirando, mas o impeço segurando seu braço.
- Quero. Você é importante para mim. Eu amo você. É importante que vá. Que esteja ao meu lado. – Lhe ofereço a mão e ele a aceita um pouco relutante. – Vamos para casa.
#batman#batfam#books#dc comics#damian wayne#dick grayson#jason todd#tim drake#projetocaos#bruce wayne#fanfic#fanfiction#dear diary#dc robin#red robin#red hood#gotham#victhecaosproject#vicprojetocaos#dc joker#batman x joker#coringa#dc universe#lex luthor#conner kent#kon kent#kon el kent#kon el#superboy
11 notes
·
View notes
Text
Eu não vou esquecer você
Voltei aqui pra escrever sobre você. Mal tenho te visto, e quando te encontro, te noto distraído, distante, um contraponto ao seu jeito enérgico e agitado de ser. Parece estar preocupado, apreensivo com alguma coisa. Eu capto seus sinais te olhando meio de lado, lendo seus gestos lentamente, com o receio de sempre, com o medo de invadir seu espaço. Por que a gente age assim um com o outro, como se cada um tivesse um espaço que é inacessível ao outro. O foda é que estamos constantemente aproximando nossos espaços, num flerte natural que flui entre o espontâneo e o ensaiado. A gente nunca pode avançar. Existe algum acordo, um contrato silencioso, que nos impede de avançar. Nós podemos nos importar, podemos desabafar, flertar, zoar, choramingar e até mesmo analisar o mapa astral um do outro, mas não estamos permitidos de demonstrar qualquer sentimento. É um ímpeto reprimido, velado, que nos escapa por entre olhares, mas que preenche o ambiente em que estamos. A energia, a química, se torna palpável, escorrega no ar, ninguém segura. Pelo contrário, as pessoas notam, comentam, perguntam. Um sorrisinho no canto da boca, um brilho no olho, é a empolgação estampada no seu rosto ao me contar uma coisa banal, é a sinergia que a gente troca ao conversar trivialidades nos curtos espaços de tempo em que nos encontramos. Esse ciclo se repete semana após semana, desde que descobri seu nome. E no meio de um papo casual, sem querer, o pronunciei na frente de todos e notei o seu estranhamento, já que você não precisou se apresentar formalmente. Desde então, você demonstrou certa confiança, foi ganhando intimidade, conversa após conversa, piada após piada, papo mole atrás de papo mole. Confesso, no início fiquei encantado, me concentrava em cada palavra que saía da sua boca, não conseguia desviar o olhar dela. Você falava e falava, e meus olhos percorriam o seu rosto como o olhar aguçado do crítico analisa uma obra de arte. Você percebia e gostava, eu via os pensamentos escapando da sua cabeça. Por vezes, te vi sem graça, te vi corar, desviar o olho, engolir as palavras. Enquanto isso, eu me podava, tentava não demonstrar tanto, já estava dando na cara. As pessoas começaram a me relacionar a você, a ponto de me perguntar qual o seu paradeiro quando me viam sozinho. E eu não sabia, eu não sei. Não é esse tipo de relação que nós temos. Ao nos ver juntos, notam a intimidade, o apreço, a química. Essa coisa se tornou dinâmica, virou costume, passou a ser cotidiana. Outro dia alguém comentou que formávamos um bom “time”. Eu fiquei confuso com o que isso queria dizer, mas você se preocupou mais com que isso queria dizer sobre você. Nesse ponto, eu já não tenho mais argumentos para me defender, não tenho como fingir que não gosto de você, que não alimento essa narrativa clichê e ultrapassada de romance platônico unilateral. Não consigo me esconder das problemáticas sugestivas que nossa dança silenciosa causa. Eu quis definir isso como uma dança, por que é assim que me sinto. Alguns dias damos passos para lá, depois passos para cá. Nossas trocas tem uma cadência quase musical, nosso contato cria uma melodia silenciosa, mas harmônica, que me deixa suspenso no ar. Esse manejo nos movimenta de acordo com o sentimento, como se os acordes estivessem produzindo, dia após dia, passos ritmados numa pista de dança, onde não tem mais ninguém além de nós dois. Como eu desconfiava, tem algo acontecendo na sua vida, você me deu pistas sobre mudanças, pistas do que pode acontecer daqui pra frente. Como um bom time, estávamos ensaiando passos repetidos, quase sincronizados, e de tanta sintonia, parecia que estávamos fazendo tudo espelhado. Em certo momento, nossas mãos se tocaram, mas diferente de outrora, não repelimos o toque, já passamos dessa fase. Apenas continuamos ensaiando. O que não contávamos é que alguém viu, e por achar engraçado, filmou. “Olha só, nesse momento, parecia que vocês estavam de mãos dadas”. Eu vi o desespero no seu rosto. Parece que ela pronunciou as palavras que jamais poderiam ser ditas. Fomos notados. Não é como se fosse a primeira vez, mas a cada vez que algo assim acontece, é um lembrete. Não para mim, mas parece que você regride dois passos atrás, se afasta mais um pouco. Eu não sei que sensação é essa que você reprime, mas sei que foi o suficiente para não olharmos mais um para o outro naquele dia. Confesso que também fiquei constrangido, afinal, como alguém pode supor ou mesmo insinuar qualquer envolvimento romântico entre a gente? Nós estamos cada um ocupando o próprio espaço, se esforçando para não invadir o do outro. Mas como lidar com esse instinto quase selvagem de me achegar no seu espaço e ver finalmente seus olhos de perto? Apesar de manter uma distância necessária, meu desejo sempre foi estar no centro do seu espaço, em um lugar tão próximo que seria possível encostar meus cílios nos teus. Como eu queria que fosse possível chutarmos as barreiras que nos mantém separados e dar fim de uma vez por todas nas cercas que nos prendem cada um no seu canto. Depois disso, como um ato final que anuncia o fim de um show, ainda sem me olhar no olho, você me revela o motivo da sua apreensão: você não sabe qual a próxima vez que nos veremos. Seus horários mudaram, e dessa vez, ao invés de um até logo, damos adeus, no meio de um misto de sensações que me deixou confuso, sem reação lógica. Te vi dar as costas e sair, e comigo ficou apenas o apanhado de palavras encaixadas, frases soltas, parágrafos programados e todo esse texto desajeitado que eu me esforcei a dar vida para tentar expressar minimamente essa relação.
#cronicas#criador#liberdadeliteraria#novosescritores#projetoalmaflorida#projetoflorejo#pequenosescritores
75 notes
·
View notes