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#crítico de cinema
edsonjnovaes · 1 year
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A PARTIDA
A Partida Filme Completo Dublado em Português Daigo Kobayashi (Masahiro Motoki) tem o sonho de tocar violoncelo profissionalmente. Para tanto se endivida e compra um instrumento, conseguindo emprego em uma orquestra. O pequeno público que comparece às apresentações faz com que a orquestra seja dissolvida. Sem ter como pagar, ele devolve o instrumento e decide morar, com sua esposa Mika (Ryoko…
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s-tarplatinum · 4 months
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Planeta dos Macacos - Saga (2011-2024)
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“Você nunca poderia convencer um macaco a lhe dar uma banana prometendo-lhe bananas ilimitadas após a morte no céu dos macacos.” — Yuval Noah Harari, Sapiens
​​Quanto tempo! Queridos leitores, cinéfilos e curiosos do blog s-tarplatinum (um total de duas ou três pessoas contando com a própria autora), estou de volta! Com um Senhor Texto, que me dediquei bastante para escrever e que acredito que valha a pena a leitura e o debate: sintam-se em casa.
Estarei analisando, em especial, o quarto filme da sequência Planeta dos Macacos que teve início em 2011, pois no dia 20 assisti o último lançado no cinema após maratonar descontroladamente todo o resto em casa. 
A saga conta com:
A Origem
O Confronto
A Guerra
O Reinado (mais recente)
E para começar, eu preciso que reflitamos sobre uma questão que não sei ao certo se vou conseguir a resposta para vocês, pois talvez a limitação do meu conhecimento não a alcance: "o que diferencia o ser humano dos outros animais?"
Dentro da minha área, a biologia, podemos explicar com a genética: o cariótipo dos chimpanzés conta com 48 cromossomos, enquanto o homo sapiens comumente possui 46. Levando em consideração o ancestral em comum que compartilhamos, o cromossomo humano 2 parece resultar de uma fusão. Além disso, outras diferenças determinadas pela cognição e comportamento.
A antropologia pode abordar a cultura e as práticas sociais — em que podemos encontrar padrões e organizações sociais próprias em grupos de diversos outros tipos de animais, possivelmente refutadores desse argumento. 
A psicologia, a linguística e a filosofia podem querer estabelecer a cognição e capacidades de planejamento, comunicação complexa ou reflexão, mas se formos utilizar diferenças para tratar o homo sapiens como especial, logicamente seria viável falar o mesmo de outras espécies.
Então, talvez, só talvez, a questão seja o problema. Vamos reformular: “o que faz o ser humano mais especial que outros animais?”
Vou listar coisas que não nos fazem especial:
Não somos os seres mais bem sucedidos biologicamente
Autoconsciência, uso de ferramentas, comunicação, inteligência e cooperação não são exclusivos da espécie humana
Nossas estruturas sociais complexas não são exclusivas e sendo bem sincera, estão ruindo por conta de todos os problemas sociais, políticos e econômicos consequência de muita história e de “cooperação” (aqui lê-se dominação) em larga escala…
Onde quero chegar com essa introdução?
Falta ainda muita percepção de que somos animais como qualquer outro (e com um grande potencial agressivo). Quando temos empatia por César, reconhecemos essa nossa verdadeira forma. E quando vemos o protagonismo do chimpanzé pela inversão de papéis na trilogia, então, podemos ter uma ótica do prejuízo que o especismo nos traz. Mas não falo dessa discussão rasa de vegano de twitter, me respeitem, por favor. Tenham senso crítico.
Sobre o filme:
Algumas gerações (cerca de 300 anos) após a morte de César — líder aclamado da revolução dos macacos vista na trilogia — vemos como as sociedades de macacos se desenvolveram quando nos apresentam a história de Noa, o filho de um ancião chefe de uma aldeia de macacos que criaram toda uma cultura em torno da convivência com pássaros, especialmente as águias.
Com alguns eventos estranhos acontecendo, como a presença de “ecos” (seres humanos primitivos), a aldeia de Noa é atacada — por outros macacos.
Existe uma dicotomia gerada por um conflito entre César e Koba na trilogia. É o “macaco não mata macaco” versus “César não sabe que precisa se vingar”. Isso gerou uma má interpretação de quem foi César e pelo que ele lutou, no que ele acreditava, que chegou até o presente, resultando nesse grupo de macacos com uma estrutura e governo completamente agressivos.
“O Reinado” trouxe mais abstrações que a trilogia. César se tornou um mito com legado praticamente esquecido e muito mal interpretado, sendo muito fácil de associar às práticas religiosas da atualidade. É um bom filme, mas ter o background é o que faz tudo melhor.
A trilogia tem um ritmo e um objetivo muito mais preciso, enquanto o mais novo percorre toda a jornada do herói, obrigando o pobre Noa a amadurecer para uma liderança que ele não almejava.
Aqui entro com algumas críticas e pontos que me agradaram:
Os macacos ainda estão em busca de tecnologias que tinham acesso quando em contato com humanos. “Essência”?
Certo, só temos um fragmento de uma parte do mundo que mostra uma sociedade que se organiza em aldeia e logicamente tem suas próprias tecnologias. O grupo antagonista é semelhante ao império romano, mas nenhum deles usa computador ou pistolas... Mostram toda a “criação humana”, ou “evolução” ansiada por Proximus isolada por um portão — não achei interessante, de onde saiu esse portão?
Seria uma suposta “essência selvagem”, entre muitas aspas? Não estou caracterizando-os como atrasados, nem nada do tipo, pelo contrário, eu acredito que muitas das suas habilidades ainda foram subvalorizadas. Quero dizer que, 300 anos depois de César morrer, não vimos macacos que se desenvolveram em cima dessas criações humanas, enquanto magicamente temos um grupo de humanos super “inteligentes” recolhidos em um lugar cheio de computadores, recuperando dados e mais. Isso me faz chegar em outro ponto:
Os humanos são muito avançados sem necessidade
Começando pela Mae, que usa blusa e calça, maquiagem e se comunica fluentemente. Vemos um desenrolar, uma transição na fala dos macacos, e os humanos simplesmente preservaram todas as características da fala. É uma pena, mas dado que os papéis estão se invertendo novamente… pode chegar a fazer sentido e passamos a ver nos humanos comunicativos nossa imagem de sempre vencedor.
O auge do desenvolvimento macaco-humano
No reinado, o imperador Proximus se utiliza de mão-de-obra escravizada para construir estruturas e destruir o portão. É retratada muita violência e onde eu acredito que os macacos chegaram no auge do desenvolvimento comparado humano: escravizar os seus. Nos filmes mais antigos, anteriores à trilogia que reiniciou toda a história, os macacos falavam fluentemente, usavam as tecnologias humanas e escravizavam humanos. A escravatura por si só já é um conceito absurdamente horroroso, escravizar outros animais já é terrível, agora imagine os seus semelhantes. E isso, imerso numa hipocrisia.
Proximus e a hipocrisia
O imperador aponta o dedo para Noa, ao descobrir sua “traição” arquitetada pela humana Mae, dizendo que ele cometeu um erro primordial: confiar em humanos. De fato, Mae é uma personagem não confiável (pelo menos para mim), mas em que momento Proximus não confiou em humanos? Lembrando que os macacos não leem, exceto talvez pelo Raka. Proximus tinha um humano para contar histórias sobre o império romano em seu ouvido dentro de uma grande biblioteca — e todos sabemos o que acontece se você deixar entrar na sua mente ideias que outro ser humano interpretou para você…
Revolta do gorila no dilúvio
Aqui entraria uma sugestão: talvez quando a água estivesse tirando as vidas de todos os macacos que não conseguiram escalar a tempo não fosse o melhor momento para macaco matar macaco… Eu gostaria de ter visto um choque de realidade da parte do gorila do reinado ou talvez uma lição de moral sobre a história de César que Noah poderia ter aprendido com o Raka.
Comparações
Sabemos bem que os filmes são analogias e metáforas sobre nós mesmos, de maneira geral podemos contemplar problemas sociais que nos acometem todos os dias, tais como a luta de classes e o racismo. Ambos capazes de serem definidos pela palavra “dominação”. Torcer para os macacos é ver que talvez nossa humanidade não seja especial, que subjugar nossos semelhantes não é o caminho. Macaco não mata macaco.
Por fim, posso concluir que é uma sequência da qual gostei muito. Tem bastante qualidade na produção e na criação dos enredos e que me faz refletir um bocado sobre os prejuízos da nossa espécie se reconhecer como algo à parte ao invés de outro animal com importância equiparada aos outros e morador de uma Terra que já não aguenta mais adoecer pelas suas ações.
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miguelsolano · 6 days
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o rock in rio virou um festival multicultural?
eu, como apaixonado por música desde que me entendo por gente, fiquei decepcionado com muitas das atrações do rock in rio deste ano. porém, o repúdio generalizado das pessoas pela inclusão de bandas de pagode, axé, trap e outros estilos, diferentes do que o nome do festival propõe, pode nos ensinar uma lição importante: não basta ser bom apenas no que faz, é preciso excelência em tudo!
muita gente reclamou que teve ivete sangalo, isa, jão, gloria groove, luísa sonza, ferrugem etc. mas, apesar de eu também concordar que não é um evento propício a tais estilos, não se pode negar que os espetáculos apresentados por todos esses artistas condenados pelos fãs do rock foram surreais! palcos lindos, trocas de roupa e de cenários, nada de playback, interação total com a galera… ou seja, apresentações realmente dignas de um festival com o porte do rock in rio. os palcos de ferrugem e gloria groove, por exemplo, foram uma obra prima! coisa de cinema! e, honestamente, eu nunca sequer tinha ouvido uma música de ambos até a transmissão pelo canal multishow. me dei a chance de conhecer e, apesar de continuar sem apreciar os estilos, fiquei embasbacado com o nível da produção. até onde eu vi, nenhum artista internacional superou a produção dos brasileiros. quem chegou mais próximo foi katy perry, porém, pecando em diversos aspectos (sobretudo na afinação e no uso excessivo de playback e backing track).
outro ponto a se destacar é a soberba da maioria das atrações principais. a impressão que dá é que esses artistas de palco mundo se acham especiais o bastante pra se preocuparem com cenário, interação, iluminação, figurino etc. como se apenas a presença física deles já fosse suficiente pra justificar o cachê, desprezando a necessidade de uma produção primorosa pra agradar o público em todos os sentidos. essa arrogância não se vê em nenhuma atração nacional, muito pelo contrário, é uma alegria gigantesca estar em contato com o público, mesmo com um cachê infinitamente menor.
na boa, eu fiquei muito mais impressionado com os palcos de ferrugem, ivete sangalo, iza e gloria groove do que com os de joss stone, charlie puth e ed sheeran. iza, inclusive, fez o show sob sérios riscos de dar à luz em pleno palco, tudo pra não deixar de fazer parte de um momento histórico. enquanto os brasileiros capricharam em efeitos especiais e entretenimento, as atrações principais só colocavam luzes e fogos meia-boca. o palco de cindy lauper foi lamentável: um power point atrás com o nome dela estampado e só, coisa que qualquer banda de casa noturna faz. o palco de charlie puth, também, outro exemplo terrível. o show pareceu uma longa passagem de som. enfim, não é sem motivo que os artistas brasileiros estão "roubando" o protagonismo do rock. estão assumindo a dianteira porque eles colocam a alma no palco, diferentemente dos gringos que se acham seres superiores aos meros mortais brasileiros. o artista brasileiro gosta de palco, de gente, de muvuca, de festa. qualquer oportunidade que tiver de fazer uma bela algazarra, ele fará. e todo produtor de evento quer o melhor pro seu festival, obviamente.
apesar de ed sheeran ter feito uma baita apresentação dentro das condições que propôs, achei de um menosprezo enorme fazer voz e violão num festival gigante e imponente como o rock in rio. pra mim, essa decisão só deveria ser aceita caso a filosofia da banda já fosse essa, pois o dono do festival contrataria sabendo se tratar de uma atração acústica. não sendo isso, nada justifica não trazer uma banda de apoio pra pra incrementar o show. ah, mas os fãs adoraram o show de ed sheeran! fãs nunca foram nem serão parâmetro em debates críticos. a idolatria os fazem achar tudo sempre lindo.
por isso que o sertanejo e o pagode têm crescido tanto no brasil. porque esses estilos não entregam apenas músicas, mas um espetáculo teatral completo! o mercado da música mudou completamente, modificando sobretudo os fãs e a forma de consumo. os artistas precisam entender que não podem mais somente comparecer e executar; precisam construir algo realmente grandioso (taylor swift é um exemplo disso) ou serão deixados pra trás aos poucos, sem motivo aparente.
o público de antigamente se contentava com qualquer coisa (e eu me incluo nessa parcela). já os consumidores de música de hoje precisa de um baita motivo pra sair de casa e prestigiar seu artista preferido ao vivo, visto que muitos shows estão disponíveis na internet, em qualidade absurda. atualmente, muita gente prefere ficar assistindo ao show em casa, no conforto do seu sofá, com som e imagem perfeitos, vários ângulos de câmera e nada de empurra-empurra do que se esforçar pra ir num show e apenas ver o artista de longe, do tamanho de um grão de areia. feliz ou infelizmente, é assim que muita gente raciocina hoje em dia e os festivais, como sempre, vão acompanhar as tendências.
que saudade eu sinto dos shows do iron maiden, com o gigante eddie passeando pelo palco; dos shows de michael jackson e madonna, artistas completos que sempre viram a música como entretenimento para os ouvidos e também para os olhos. percebe-se que a coisa está realmente complicada quando um apaixonado por rock escreve uma opinião a respeito de um dos maiores festivais de rock do mundo elogiando os shows das bandas de pagode. que fase…
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anivi02 · 15 days
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na minha cabeça eu e o menino felipe íamos ser ótimos besties críticos de cinema daqueles que "eai, o que tu achou do filme?" e íamos conversar horrores na praça de alimentação depois do filme
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reinato · 1 month
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9 dados sobre a importância do xadrez para a humanidade:
1. Desenvolvimento Cognitivo:
- O xadrez é conhecido pela sua capacidade de melhorar as habilidades cognitivas. Jogar xadrez estimula o cérebro, melhorando a memória, concentração e capacidade de resolver problemas. O xadrez também desenvolve pensamento crítico e planejamento estratégico, habilidades essenciais no dia a dia e nos ambientes de trabalho.
2. Educação e Aprendizagem:
- O xadrez foi integrado em muitos sistemas educacionais ao redor do mundo como uma ferramenta pedagógica. Ensine os alunos a pensar de forma lógica e sistemática, a prever as consequências de suas ações e a desenvolver paciência e disciplina. Além disso, estudos mostraram que o xadrez pode melhorar o desempenho acadêmico, especialmente em matemática e leitura.
3. Ferramenta de Inclusão Social:
- O xadrez é um jogo que transcende as barreiras culturais, económicas e sociais. Não requer equipamentos ou instalações dispendiosos, o que torna uma atividade acessível para pessoas de todas as idades e origens. Tem sido usado em comunidades marginalizadas para promover a inclusão social, ensinando valores de respeito, igualdade e espírito esportivo.
4. Promoção do Pensamento Estratégico e Tomada de Decisões:
- O xadrez é um excelente modelo para entender estratégia e tomada de decisões. Todo movimento requer uma análise aprofundada das possíveis consequências e da capacidade de se adaptar às ações do oponente. Essa habilidade se aplica em muitas áreas, desde a administração de empresas até a política e a vida pessoal.
5. Simulação de vida e guerra:
Historicamente, o xadrez tem sido uma metáfora para a vida e a guerra. Reis e generais o usaram para simular e planejar batalhas, e além disso, o xadrez ensina a lidar com a derrota e a vitória, a compreender o valor do sacrifício e a manter a perspectiva em situações adversas.
6. Desenvolvimento emocional e pessoal:
- Jogar xadrez também promove autocontrole, autodisciplina e capacidade de lidar com frustração e pressão. Os jogadores aprendem a enfrentar desafios, trabalhar suas fraquezas e celebrar suas conquistas de forma saudável, habilidades cruciais para o desenvolvimento pessoal e emocional.
7. Influência cultural e histórica:
- O xadrez influenciou a cultura e a história da humanidade, inspirando literatura, arte, cinema e filosofia. Figuras históricas e culturais, desde reis e imperadores até poetas e filósofos, encontraram no xadrez uma fonte de inspiração e um meio para expressar ideias complexas sobre a vida e a sociedade.
8. Conexão global:
- Na era moderna, o xadrez desempenhou um papel importante na globalização, conectando pessoas de diferentes partes do mundo através de torneios internacionais e plataformas online. Esta ligação promove a compreensão cultural e promove a paz e a cooperação internacional.
9. Prevenção e Tratamento de Doenças Mentais:
- O xadrez também tem sido usado como ferramenta terapêutica na prevenção e tratamento de doenças mentais, como Alzheimer e outras formas de demência. Manter a mente ativa através do xadrez pode ajudar a retardar a deterioração cognitiva e melhorar a qualidade de vida dos idosos.
Em resumo, o xadrez é muito mais do que um jogo; é uma ferramenta poderosa que contribuiu para o desenvolvimento intelectual, social e cultural da humanidade e continua a ser relevante no mundo moderno como meio de educação, inclusão e conexão global.
Link para a publicação original: https://www.facebook.com/photo/?fbid=999868848536893&set=a.114971287026658
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misslisinsanity · 1 month
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Memory box,
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não existiria Elis sem Christian, livros, livros e livros, bons roteiros, cinema, escrita afetiva & criativa, por do Sol, poesia, fotografias em preto & branco, chás de frutas vermelhas, Paris, praias de areias quente, romance sob a luz das estrelas, o sorriso dele, tatuagens, tequila, senso crítico, impulsividade, signos e mapa astral, geminiana, mãe de gêmeos, Rio de Janeiro, as mãos dele, perfumes doces, verde mar, carros esportivos, cinema francês, olhar aguçado, fidelidade, amarelo, nina simone, etta james, bob marley, dançar descalça, beijos na nuca, carinho nas costas, chamegos infindáveis, sonhos e análise.
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sobreiromecanico · 2 months
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Domingo de cinema
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Há uns dias conversava no escritório com uma colega de trabalho sobre as dificuldades de se viver hoje em dia em Lisboa (a habitação é um sarilho). Sei que continuo a viver no centro da cidade a prazo; mais dia menos dia quererei uma casa um pouco maior, preferencialmente minha (ou, com mais rigor, do banco até eu morrer ou pagar o crédito, o que quer que aconteça primeiro), e aí terei de abandonar a cidade onde vivo faz em Setembro 19 anos. Nem tudo é mau em viver na periferia, imagino: será decerto uma vivência mais calma, se bem que a famosa confusão da capital sempre tenha parecido um fenómeno algo exagerado. É claro que há inúmeras e óbvias vantagens de se viver no centro de uma cidade grande, e também por isso é mais caro (a pergunta que importa colocar é se devia ser tão caro); e depois há as pequenas vantagens, os benefícios discretos de que só nos apercebemos mesmo quando deixamos de os ter à mão. Por exemplo, sair de casa a meio da manhã e em pouco mais de dez minutos estar a entrar no cinema para ver a sessão das 11:00 de O Sétimo Selo, agora em reposição no contexto da grande retrospectiva de Ingmar Bergmam que tem decorrido no Cinema Nimas, um dos dois tesouros cinéfilos de Lisboa (o outro é a Cinemteca, evidentemente). Há anos que andava para ver este filme de 1957, e ter tido a oportunidade de vê-lo numa boa sala de cinema é um pequeno luxo: O Sétimo Selo é de facto um filme espantoso, com um Max Von Sidow jovem e magnético no papel de Antonius Block, um cavaleiro que regressa desencantado das Cruzadas e desafia a Morte para uma partida de xadrez que lhe poupe a vida, ou que pelo menos lhe dê tempo suficiente para encontrar um propósito para a sua breve passagem pela luz. E é durante essa partida que vagueia com o seu escudeiro, Jöns, por uma Suécia devastada pela peste negra e por um fervor religioso quase-apocalíptico, encontrando nos entretantos da partida de xadrez todo um conjunto de personagens que o vão acompanhando. Ver agora O Sétimo Selo lembra-me de quando vi, salvo erro em 2020, Os Sete Samurais e A Fortaleza Escondida de Akira Kurosawa (por sinal todos filmes dos anos 50 - e também num excelente ciclo do Nimas): é descobrir as pedras angulares do cinema moderno, as origens de inúmeras alusões, referências, piscares de olhos e até paródias de tantos e tantos filmes que se lhes seguiram, e que à sua maneira se tornaram icónicos. Enfim, é um grande filme, sem dúvida um dos grandes filmes, que vem reforçar uma convicção crescente: é bem possível que a década de 50 tenha sido a grande década do cinema. Ou não fosse a década que também nos deu, para além dos títulos já referidos, obras como The Night of the Hunter, Paths of Glory, Vertigo, Forbidden Planet, ou The Day the Earth Stood Still.
Claro que passar de uma sessão de O Sétimo Selo antes de almoço para ir ver durante a tarde (e apenas a uma estação de metro de distância) Deadpool & Wolverine será (foi) um exercício surreal de... sei lá, dissonância cognitiva? Não pretendo manifestar aqui o espírito de um dos críticos de cinema do Ípsilon (cruzes canhoto), mas será necessária muita generosidade para designar Deadpool & Wolverine como um filme: na melhor das hipóteses estará mais próximo de um sketch de duas horas e sete minutos que consiste em pouco mais do que referências internas aos últimos 26 anos de filmes de super-heróis da Marvel e de segmentos de humor cru com referências musicais irónicas (na definição moderna de ironia). Se quisermos desenvolver um pouco mais: é uma espécie de Ready Player One hiper-centrado nas versões cinematográficas de personagens da Marvel, com sangue, tripas e calão suficiente para justificarem a classificação R, e que vive apenas das piadas assentes nas referências, na violência, no innuendo e no constante diálogo com o espectador que se tornou imagem de marca de Deadpool. Resultou bastante bem no primeiro filme em 2016, quando o contraste com a restante oferta do Marvel Cinematic Universe trouxe algo de novo (até porque o MCU estava a ficar cada vez mais maçador), mas ao fim de três filmes a própria irreverência já se tornou formulaica, sendo embalada e servida ao público tal como o público a quer. Nada contra: eu também me ri em vários momentos (é preciso ser-se muito sisudo para resistir a 127 minutos de humor juvenil), achei a piada em redor de Chris Evans muitíssimo bem conseguida, e diria até que apanhei a esmagadora maioria das referências. Mas como filme, como objecto cinematográfico, é, passe a citação política, muito poucochinho.
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blogdojuanesteves · 3 months
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QUE PAÍS É ESTE? A câmera de Jorge Bodanzky durante a ditadura brasileira 1964-1985
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O paulistano Jorge Bodanzky aos 81 anos integra o cânone do cinema e da fotografia brasileira. Em Que país é este? A câmera de Jorge Bodanzky durante a ditadura brasileira  1964-1985 ( Instituto Moreira Salles, 2024) é a primeira vez sua produção deste período é mostrada em uma grande exposição multimídia que exibe trechos dos sete filmes dirigido por ele no período, como Iracema: uma transa amazônica (1974), codireção do baiano Orlando Senna, Jari (1979) e Terceiro milênio (1980), dirigidos em parceria com o alemão Wolf Gauer. A seleção apresenta ainda fotografias e projeções em Super 8* que integram o acervo do IMS, entre outros materiais, acompanhados do livro homônimo.
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Bodanzky me conta  que é um recorte de todas as mídias que estava trabalhando naquela época, e muito da energia e versatilidade do filme Super 8 e da câmera fotográfica. Começou como fotógrafo e até hoje continua trabalhando simultaneamente com estes dois suportes sem distinguir um e outro. Para ele, a exposição mostra que suas fotografias dialogam com os seus filmes com câmeras cinematográficas  complementadas com o Super 8.  "Eu acho que a ideia da disposição de filme e fotografia juntos é mostrar como eu trabalho. Como  que se vivia naquele tempo em função de terem passado 60 anos até hoje. O leitor conseguirá ver, principalmente os mais jovens, que tem um olhar crítico do período da ditadura militar."
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Com a curadoria de Thyago Nogueira, coordenador de fotografia do IMS e assistência de Horrana de Kássia Santoz, curadora de pesquisa e ação interdisciplinar da Coleção Ivani e Jorge Yunes na Pinacoteca do Estado, o livro pode ser dividido em três partes: inicia com uma sequência de fotografias. Continua com texto e entrevista de Nogueira com o autor que situam a produção deste, com pesquisa de Ângelo Manjabosco e Mariana Baumgaertner do IMS; texto de Santoz e Luara Macari, artista e estagiária em curadoria do IMS. Textos da pesquisadora e professora do Programa de Pós Graduação em Comunicação da UFMG Cláudia Mesquita, do cineasta Zito Araújo e uma entrevista com o escritor Ailton Krenak, também executada pelo curador que juntamente com os dois pesquisadores elaborou a cronologia ilustrada. A relação da filmografia da exposição e termina com uma grande série de frames dos filmes projetados, sejam eles em Super 8 ou câmeras de mais recursos. 
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Com uma ampla produção visual dedicada à investigação da cultura popular e os conflitos do país, Jorge Bodanzky vem há décadas percorrendo o país registrando histórias de personagens e lutas sociais, principalmente as que aconteciam fora dos centros urbanos. Durante a ditadura militar, viajou para as regiões Norte e Nordeste, retratando a violência no campo e a devastação ambiental causadas pelas políticas desenvolvimentistas dos governos autoritários. Jorge enfrentou a censura e a falta de financiamento nacional, concebeu obras que questionavam a ideia do progresso propagandeada pela ditadura e mostravam a realidade do país, além de tensionar os limites entre o documentário e a ficção confirmam os organizadores.
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A expografia foi montada para que o som do cinema simultaneamente proposto não interferisse em suas diferentes posições. Ambientes foram criados com suas particularidades  sonoras de cada filme. Para o autor, “ Com as projeções no ambiente aberto você tem uma mente aberta e ao mesmo tempo você tem o som isolado dependendo da posição. Foi um grande desafio, mas aumentou a originalidade da exposição pois não precisa do fone de ouvido.” Para ele, o espectador encontra uma  equivalência entre fotografias e os filmes em blocos temáticos entre os anos 1970 e início dos anos 1980. "Naquele tempo eu trabalhava muito para televisão alemã. Então antes, esses filmes foram coproduções com a Alemanha apesar de serem feitos no Brasil ou Estados Unidos a produção era de fora, inicialmente para programas da televisão. Posteriormente eu utilizei um filme ou outro em festivais para ser mais objetivo." revela Bodanzky.
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Um dado importante que estimulou a sua carreira no cinema e fotografia pelo viés social foi sua entrada na recém criada Universidade de Brasília, no curso de Arquitetura em 1963, explica Thyago Nogueira, onde encontraria como professores a artista paulista Amélia Toledo (1926-2017) e os cariocas Luís Humberto (1934-2021), fotógrafo e Athos Bulcão (1918-2008), pintor e escultor, que estimularam sua criatividade, com uma câmera emprestada pela Universidade, seus primeiros passos na fotografia. Desta época já surgem ensaios documentais sobre a prostituição na região do Gama e a exploração mais gráfica como alto contraste e forma obliquas e sinuosas da capital, como explica o curador. Brasília tornou-se então o ponto de partida para percorrer o interior do Brasil, ao qual se dedicaria com mais frequência.
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A curadora Horrana de Kássia Santoz discorre, como ela mesmo escreve,  sobre os entrelaçamentos dos caminhos do cineasta, elaborando argumentos sobre a representação visual brasileira, ao sugerir que o cinema de Bodanzky "está em sintonia com os valores e as preocupações contemporâneos e retrata dilemas que estão em evidência." salientando que sua significativa obra perdura para além deste período. Para ela, o aparato de produção de Bodanzky é singular. " demonstrando que fazer um "cinema a quente" - expressão usada pela professora Cláudia Mesquita durante entrevista a Thyago Nogueira - com poucos equipamentos e que circulava em cineclubes e associações religiosas, em um contexto de extrema repressão, podia ser uma forma poderosa de resistir às perplexidades e as sucessivas incertezas de um país."
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De fato, a publicação mostra experiências monocromáticas em alto contraste, da arquitetura da capital e imagens de movimentos da população como passeatas discutindo questões políticas em temas como a censura aplicada na época pelos militares, críticas ao então ministro do Planejamento, o cuiabano Roberto Campos (1917-2001) mais conhecido como "Bob Fields" pela oposição ao regime ditatorial; bem como imagens mais curiosas em cor, como alguém parecido com o beato cearense Padre Cícero ( Cícero Romão Batista 1844 - 1934), procissões acompanhadas por populares, arquiteturas vernaculares, vistas aéreas de Brasília ou de São Paulo;  tomadas de cidades de dentro do carro e imagens do povo que nos lembram algumas feitas pelo fotógrafo húngaro Thomaz Farkas (1924-2011) durante a construção do distrito federal, além de registros de atos políticos de estrangeiros como o general Hugo Banzer Suárez (1926-2002), então presidente da Bolívia e comícios no Chile, entre outras atividades, quase sempre em registros documentais sem maneirismos fotográficos. 
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No bloco final  do  cinema, imagens de Distúrbio ( 1967) dos alemães Hans Dieter Müller (1909-1977) e Günther Hormann; Hilter IIIº Mundo (1968) do paulista José Agrippino de Paula (1937-2007) cineasta, escritor e dramaturgo; Compasso de Espera ( 1969) de Antunes Filho ( 1929-2019) conhecido diretor de teatro paulistano; O Profeta da Fome ( 1969) do paulista Maurice Capovilla (1936-2021); e frames de seus filmes em Super 8, de 1970 ou com sua direção como Living Theatre Detido no Brasil (1971) e Situação Cultural no Chile (1971) e Entrevista com o General Hugo Banzer Suárez, La Paz, Bolívia ( 1971)  em parceria com o alemão Karl Brugger (1941-1984) correspondente estrangeiro alemão da rede ARD;  Situação Cultural no Chile (1971) e talvez seu filme mais conhecido Iracema: Uma Transa Amazônica (1974) em parceria com o cineasta e escritor e jornalista baiano Orlando Senna, entre outros. 
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Assim como o genial Thomaz Farkas com sua "Caravana Farkas" iniciada no  ano de 1964, dando início à produção de quatro documentários essenciais na cinematografia brasileira: Memórias do cangaço, Nossa escola de samba, Subterrâneos do futebol e Viramundo, o interesse de Bodanzky, em seu  período posterior a este, amplia-se como cineasta e fotógrafo para uma visão mais humanista, pela abordagem mais próxima do fotojornalismo e da fotografia documental. "Esta visão passa a interagir com seus interesses estéticos e formais", como Sergio Burgi, coordenador de fotografia do IMS, refere-se ao primeiro quando escreveu em 2014 sobre o vasto acervo da instituição.
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Bodanzky me conta que  continua a fotografar e a filmar, mas adotando um celular. "Eu tenho os dois na mesma câmera, disse ele. "Fotografo sem filme sem nenhum preconceito. Agora é o que eu sinto, o que registra melhor aquilo que eu estou fazendo e muitas vezes uso os dois. Eu filmo e depois também tiro foto mas não como uma coisa urgente. É  mais como registro, depois eu vejo o que eu uso e seleciono ou vice versa.  Estou fotografando em filme também, mas eu não tenho preferência, eu tenho tenho prazer nos dois formatos. A oportunidade é mais importante naquele momento de filmar ou fotografar.", me diz o genial artista, durante a montagem de sua imperdível mostra que está em cartaz até dia 28 de julho deste ano na sede paulistana do IMS.
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Imagens © Jorge Bodanzky.    Texto © Juan Esteves
*O Super 8mm é um filme cinematográfico de tamanho pequeno, em formato cassette exclusivamente para uma câmera Kodak originalmente fabricada em 1965 para seu recém-introduzido formato de filme amador, que substituiu o formato de filme padrão de 8 mm
Uma curiosidade: "Que país é este?" é uma frase do filme “I compagni”dirigido pelo genial  Mario Monicelli, de 1963. Marcello Mastroianni, agitador subversivo, chegando de trem a Turim bagunçada por uma greve, pergunta: Que país é este?? A que Folco Lulli retruca: Este é um país de m...
INFOS BÁSICAS:
Organização: Thyago Nogueira e Horrana de Kássia Santoz ( Assistência)
Textos: Thyago Nogueira. Horrana de Kássia, Luara Macari, Claudia Mesquita e Zito Araújo
Produção Editorial: Núcleo Editorial IMS
Projeto Gráfico: Alles Blau, Elisa Von Randow, Julia Mazagão e Yasmin Dejean ( Assistência)
Tratamento de imagems : Núcleo Digital IMS
Impressão: Gráfica Ipsis em papéis Munken Linx Rough, Eurobulk e Masterblank. Tiragem de 1500 exemplares.
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glmoregrl · 2 years
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the 𝒕𝒆𝒏𝒂𝒄𝒊𝒐𝒖𝒔: stubborn and obstinate, someone who doesn’t change themselves or their mindset on something that easily; can also be considered persistent.  
(Margot Robbie, cis, ela/dela) PREPARE TO GET STARSTRUCK! Acabamos de ver [ANGELIC “ANGEL” GILMORE] passando pelo tapete vermelho! Com seus [30] anos, ela é uma [CANTORA E ATRIZ] conhecida pelos seus fãs por ser muito [OBSERVADORA E CARISMÁTICA], embora há quem diga que nos bastidores ela possa ser bastante [CALCULISTA E EXIGENTE]. Você ouviu o que os tablóides andam dizendo sobre ela? Não? Ah, eu te conto! Estão dizendo que [ENGRAVIDOU NA ADOLESCÊNCIA]! Será que isso é verdade? Hm… esperamos que não comprometa os seus futuros projetos porque realmente gostamos de vê-la no topo!
                                  musing || hcs/trabalhos passados || wanted cnns 
— Básico
NOME: Angelic Gilmore
NOME ARTISTICO: Angel
IDADE: 30 anos
SIGNO: touro
ORIENTAÇÃO SEXUAL: Bissexual
PROFISSÃO: Atriz
FAMÍLIA: Madeline (mãe, 51, estilista) - Edgar (pai, 54,   filantropo) - Michael (irmão, 20) - Anthony (irmão, 17)
—  Biografia Completa
Angelic Gilmore não tem só nome e rosto de modelo. A garota que parece um anjo na terra que cresceu em meio a sapatilhas de ballet e livros de etiqueta. Não poderia se esperar menos da filha de Madeline e Edgar Gilmore, a família perfeita, com a vida perfeita, trabalhos perfeitos e tudo como o mundo esperava, nada menos do que a perfeição era aceito pelos Gilmore. A mãe uma estilista americana de renome, que só tinha como clientes as mais famosas celebridades até membros da família real, e o patriarca da família que vinha de uma geração de milionários curadores de museus e arte. 
Angelic veio ao mundo durante a primavera, na cidade de Nova York, fora um grande evento, afinal a herdeira dos Gilmore surgia. E não demorou para que logo seu rosto fosse capa de diversas revistas e sites, afinal nunca houvera um bebê tão estiloso e com sorriso tão cativante quanto a pequena Angel, como fora apelidada pelos pais e mídia.
Desde muito jovem era possível notar que Angel tinha jeito para ser uma estrela, não só por conta do sangue que corria em suas veias, mas por sempre encantar as pessoas a sua volta, tinha jeito para as câmeras. Isso se tornou evidente quando com apenas 5 anos de idade, a jovem Gilmore foi convidada para modelar para grandes marcas, como Chanel, Marc Jacobs e Versace, viajando o mundo para desfilar e promover tais marcas.
Seu carisma chamava a atenção, não havia uma pessoa que passasse 5 minutos ao lado de Angel e não se encantasse completamente pela garota. E foi dessa maneira, que aos 5 anos conseguiu seu primeiro papel no cinema, dublando a Kiara, na sequência do aclamado Rei Leão. Seguiu fazendo pequenas dublagens de musicais, e aos 10 anos conseguiu seu primeiro grande papel em um filme Hollywoodiano, chamando muita atenção de diretores e críticos, e o que ainda gerou algumas premiações para o filme e para a jovem.
A atenção que o filme e premiações trouxeram, fizeram com que Angel se tornasse a nova anjinha de Hollywood, sendo chamada para os mais diversos papéis, e ela adorava aquela atenção toda, o fato de que audições eram apenas meras formalidades, mas ela sabia muito como escolher as produções que queria fazer parte, quanto mais música tivesse melhor, ela amava cantar, e quem diria, tinha uma voz angelical.
money. power. glory. Angel pode ser considerada uma boa adaptação atualíssima da monarquia exagerada e ostentadora, um verdadeiro clichê americano da garota bonita e popular, existem filmes e personagens que poderiam ter sido baseados em Angel. Para muitos, a morena é apenas um rostinho talentoso e bonito demais para ser real e egoísta ao extremo para perceber que ela mesma criou essa imagem para si, mas talvez, no fundo, ela queira ser mais do que isso, apenas não sabe como.
Angel foi criada dentro de uma bolha social inatingível, então mesmo o mundo real que ela terá que encarar, não será tão desafiador quanto o de muitos outros. 
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nikdragancv · 1 year
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♡  ⁄   𝐓𝐇𝐄 𝐒𝐂𝐑𝐄𝐀𝐌 𝐐𝐔𝐄𝐄𝐍 ミ your favorite nebobaby.
you see a 𝙨𝙞𝙜𝙝𝙩 that almost stops your 𝖍𝖊𝖆𝖗𝖙, you try to scream, but terror takes the 𝐬𝐨𝐮𝐧𝐝 before you..
𝙱𝙰𝚂𝙸𝙲 𝙸𝙽𝙵𝙾𝚂
nome de nascimento: nikolina adeline draganov. nome artístico: nik draganov. idade: vinte e sete. data de nascimento: 03/02/1996. ocupação: atriz e modelo. orientação sexual: bissexual.
𝙸𝙽𝚂𝙿𝙸𝚁𝙰𝚃𝙸𝙾𝙽
janet leigh e jamie lee curtis (mãe e filha, ícones dos filmes de terror), nepobabies: kendall jenner e jade picon. a maldição das rainhas do grito.
𝙿𝚁𝙾𝙹𝙴𝙲𝚃𝚂
Nik iniciou sua carreira como uma Devil da Cleopatra’s Secrets (2014-2017).
Neurose (2018, remake, paródia de Psicose), Nik interpretou Marylin Crane.
6 (2022), Nik interpretou Lorelai.
The Torment (2019-2022), Nik interpretou Nina e Daisy Crane.
𝙱𝙰𝙲𝙺𝚂𝚃𝙾𝚁𝚈
você provavelmente deve conhecer janet draganov, a atriz búlgara que brilhou na tela dos cinemas como marylin crane no filme neurose; a cena antagônica de sua personagem sendo assassinada por noah bait é lembrada até hoje, mesmo depois de 63 anos da estreia do filme. e então veio jamie lee draganov - aquela que foi pela primeira vez nomeada como scream queen depois de protagonizar inúmeros filmes de terror e slash. ainda que muitos a chamem pela nomeação, nik pode chamá-la de mãe.
nikolina cresceu assistindo a clássicos do cinema e este sempre foi o tema mais abordado nas reuniões familiares dos draganov. no entanto, a mesma não parecia ter interesse em estar imersa no contexto hollywoodiano. iniciou sua carreira como modelo fotográfica aos 14 anos e devido ao sobrenome não demorou para desfilar para as grifes de nomes como pierre cardin, elsa schiaparelli e yves saint laurent. mas foi só aos 18 anos que nik se tornou, de fato, uma celebridade. isso porque firmou contrato com a cleópatra’s secrets, tornando-se uma das devils da marca.
isso até ser convidada para as audições do remake de neurose que seria lançado nos cinemas em 2018. muitos achavam que tinha tudo para dar errado, nik não tinha experiência atuando para além de curtos comerciais de tv. sua escalação como marylin crane foi cercada por polêmicas e controvérsias - as coisas só vieram a mudar depois da estréia. sua atuação foi elogiada e seu carisma arrematou o grande público que tornou o remake de neurose um sucesso. a cena da morte de marylin foi bem construída e mais brutal que o original; o último frame capturou o contraste da pele pálida ensanguentada com os olhos azuis arregalados de nik e se tornou icônico não só na opinião de fãs de filmes de terror, como também de fãs de cinema no geral.
𝙰𝚃 𝚃𝙷𝙴 𝙼𝙾𝙼𝙴𝙽𝚃
você ouviu o que os tablóides andam dizendo sobre ela? não? ah, eu te conto! estão dizendo que nik não está nada feliz por ter sido pega pela maldição das scream queens. demonstrou insatisfação e incredulidade nos bastidores ao ser reprovada nos testes para caitlyn howard em epiphany e só conseguir atuar em produções de terror depois de se destacar em neurose!
de fato, nik nunca foi grande fã do terror, mesmo tendo sido acolhida pelo gênero. ela sabia que esse tipo de produção era ignorada pelos grandes críticos e premiações. por essa razão, depois das gravações de the torment of the house hill, nik tentou alguns papéis em produções mais dramáticas. a rejeição mais dolorosa foi a do papel de caitlyn howard em epiphany, pois escutou do diretor que ela não teria experiência para aguentar a carga emocional da personagem. gravou the torment of the bly manor a contragosto, por causa do contrato de renovação que fora assinado no ano da estreia da primeira temporada. inclusive, alguns boatos dizem que um dos fatores que levaram ao cancelamento fora a provável não participação da protagonista em futuras temporadas - boato este que foi negado por nik.
o convite para as audições de uma nova trilogia de terror veio para aumentar ainda mais a frustração da atriz - tornando-a alguém difícil de se trabalhar. a partir disso, nik passou a questionar até mesmo se foi uma boa ideia mergulhar de cabeça na carreira de atriz. até porque once a scream queen, always a scream queen.
𝙱𝙰𝙲𝙺𝚂𝚃𝙰𝙶𝙴
nik nunca foi alguém que não gostasse de chamar atenção, até mesmo antes de sua carreira como modelo deslanchar. sempre imersa no mundinho dos nepobabies, amigos famosos, namoros polêmicos. nada que tenha mudado depois do estrelato como atriz. é uma pessoa cativante, carismática, autêntica, intensa…portadora de uma magnetismo peculiar que é usado constantemente por ela. no entanto, com a convivência e olhando mais a fundo, sua intensidade é ao mesmo tempo uma qualidade admiradora e um defeito incômodo. em um dia te ama e no outro odeia, se joga de cabeça, decide de uma hora para a outra. inconstante, instável, temperamental e dramática; ter tido tudo o que queria enquanto crescia fez com que se tornasse alguém imediatista e mimada. um tanto controladora e ciumenta, nik tem dificuldade em cultivar relações saudáveis - talvez a vida amorosa conturbada da mãe tenha sido uma mal exemplo, afinal. e ainda que muito se fale sobre sua acensão em hollywood (ah, os privilégios…), nik opta por ignorar todos os comentários ácidos e se demonstra muito aplicada e estudiosa como atriz. claro que constantemente usa de sua língua de chicote para mandar um ou duas indiretas para seus haters em entrevistas, mas nada que se torne muito polêmico.
𝙷𝙴𝙰𝙳𝙲𝙰𝙽𝙾𝙽𝚂
conquistou uma fã base mais sólida durante as divulgações de neurose ao demonstrar ser uma grande fã de cinema e cultura pop.
nik se assumiu bissexual ainda na adolescência e sua lista de relacionamentos não tende a diminuir ou estagnar tão cedo.
a carreira de modelo fez com que nik se acostumasse com dietas muito restritas, então é mais fácil vê-la enchendo a cara de whisky do que tomando um copo de coca-cola (na cabeça dela faz todo sentido).
𝚆𝙰𝙽𝚃𝙴𝙳
alguma modelo que teve uma rivalidade com a nik no passado e atualmente são amigas.
uma mulher que possa ter partido o coração de nik.
um ex-namorado que terminou com ela por causa das crises intermináveis de ciúme dela.
alguém que os agentes de nik forçam aproximações, mas que ela não consegue gostar de jeito nenhum.
colega de hollywood que ajudou nik no início da carreira.
alguém que trabalhou com a nik e não se suportam.
amizade colorida.
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anahanbee · 1 year
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A Velha a Fiar é um curta-metragem brasileiro de 1964 dirigido por Humberto Mauro, com a música popular homônima cantada pelo Trio Irakitan. Uma joia do cinema brasileiro, esse curta-metragem chegou a ser considerado pelos críticos como um dos primeiros videoclipes do mundo.
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🎬: A Velha a Fiar (1964)
Dirigido por: Humberto Mauro
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edsonjnovaes · 8 months
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Bookie: Charlie Sheen interpreta a si mesmo?!?
A imagem do bon vivant despreocupado que adora jogos de azar, uísque e charutos se sobrepunha à personalidade do astro na vida real. terra – 19 nov 2023 Sitcom foi incialmente estrelada por Charlie Sheen, Jon Cryer e Angus T. Jones. Warner Bros. Television A série Two and a Half Men está atualmente disponível no catálogo do HBO Max. No ar entre 2003 e 2015, a produção americana é uma criação de…
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depredando · 2 years
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James Cameron lançará 4 filmes para dar sequência a “Avatar” (2009): é crível uma leitura decolonial e antimilitarista deste blockbuster em série?
 LEIA O ARTIGO EM A CASA DE VIDRO: https://acasadevidro.com/avatar
"O cineasta canadense James Cameron – nascido em 1954 em uma província de Ontario – é um fenômeno de bilheteria como poucos na história da indústria do entretenimento: Avatar (2009), com rendimentos de quase 3 bilhões de dólares, e Titanic (1997), que faturou 2 bilhões e 200 milhões, estão entre os 3 filmes mais rentáveis de todos os tempos. Agora, ele anuncia seu plano de lançar mais 4 sequências de seu maior sucesso: The Way of The Water (2022), The Seed Bearer (2024), The Tulkun Rider (2025) e The Quest for Eywa (2027). Na iminência desta enxurrada de Avatares, pareceu-me uma boa ideia reconsiderar criticamente o filme que agora nos aparecerá como o primeiro de uma série de 5 arrasa-quarteirões." - Leia no site d' A Casa de Vidro o artigo de Eduardo Carli de Moraes >>> https://acasadevidro.com/avatar
SIGA NA LEITURA:
“O que me surpreendeu no arrasa-quarteirão e papa-dólares Avatar, lá em seu lançamento em 2009 (que em 2022 vive um revival nas salas de cinema), foi a surpresa de perceber nele vibrações “decoloniais”. O filme que à época levou Cameron para além das alturas de sucesso comercial e crítico que tinha conquistado com o épico melodramático e papa-Oscar Titanic, tinha o curioso caráter de denúncia contra uma certa cultura hegemônica no meio social do qual o filme é proveniente. Avatar é uma estranha obra cultural que eclode dentro de uma indústria movida a lucro mas que surpreendentemente mostra-se como um soco no estômago do que Angela Davis chamaria de “o Complexo Industrial Militar”.
Curioso fenômeno: um crown-pleaser, vendedor de ingressos a rodo, não costuma confrontar o establishment ideologicamente. E Avatar ousa ser claramente um acusação contra a invasão imperial que os seres humanos machos e estadunidenses, fundamentalistas de mercado e fanáticos do extrativismo, realizam no Planeta Pandora. É uma hecatombe ecológica e um etnocídio brutal o que estão em tela. Os seres humanos, no filme, aparecem como ecocidas vomitadores de chamas e balas, perpetradores de genocídio e desmatamento. Eles buscam acalmar suas consciências pesadas pelo fardo do assassinato em massa cometido contra as populações nativas do planeta invadido perguntando: ora, não são apenas árvores, não são apenas índios, que importa massacrá-los?!?
Emblema fílmico do colonialismo, a obra é “didática” ao mostrar a invasão dos humanos como algo visto pelo viés dos Navi (as criaturas de peles azuladas e olhos verdes que povoam Pandora) como uma chocante intervenção alienígena. O desfecho do filme Avatar – atenção pro spolier! – mostra os humanos tomando um pé na bunda e sendo enfiados num foguete de volta pra casa. Os Navi dão um chega-pra-lá no imperialismo. Vazem, canalhas! Os minérios são nossos! A Resistência anti-colonial triunfa (ao menos por enquanto).
A graça do filme começa por aí: os seres que mais se parecem conosco, os espectadores, são os vilões do filme, e nós somos interpelados com um chamado ético para identificar-nos com os Navi. O “povo indígena” invadido e ameaçado, que vê a biodiodiversidade que sustenta sua existência coletiva começar a ser massacrado pelo ecocida invasor, é não apenas descrito com deslumbrância acachapante, mas sua sabedoria ecológica supera em muito a humana.
Os humanos é que são aqui os aliens. Com ganância nos corações e atirando muitas balas por seus rifles, estes trigger-happy humans representam para os Navi a hecatombe na forma de uma força bélica alienígena, vinda de fora do mundo.
Jake Sully, o protagonista do filme (interpretado por Sam Worthington), já de partida é descrito como alguém que foi moído pelo status quo da máquina bélica da Yankeelândia: está numa cadeira de rodas, seu irmão morreu recentemente, e ele vê-se confrontado com toda a prepotência tóxica do general que manda e desmanda nas tropas. Tem hora que Avatar beira a vibe de Full Metal Jacket de Kubrick – as opressões relacionadas com a rigidez da hierarquia militar fazem com que sujeitos subjugados a esta maquinaria busquem rotas de fuga.
Avatar é a rota de fuga de Jake Sully neste épico espacial, nesta odisséia em Pandora. Seu alter-ego, seu avatar, a partir de quem ele pode andar, voltar a pular e a corre com uma agilidade que sua condição de paraplégito impede, o seduz como uma fuga para um mundo melhor. Ele é um militar mutilado, sugado pelos assuntos da guerra por ser um peão nela. Mas… vive nesta guerra a posição rara, extraordinária, do invasor que acaba aliado ao povo invadido e que acaba por liderar a Resistência contra o invasor. Não apenas sua mutilação, suas pernas imóveis, seus ferimentos de batalhas pregressas, conduzem-no a uma consideração negativa do belicismo dos U.S.A. (United States of Aggression), mas também o enamoramento em que ele sucumbe diante da mocinha Navi chamada Neytiri (interpretada por Zöe Saldaña).
Avatar mostra o conluio do fundamentalismo de mercado com o Estado capitalista imperial invadindo o mundo Pandora de maneira semelhante ao que ocorre na conquista de Marte descrita nas Crônicas Marcianas de Ray Bradbury (obra-prima da literatura fantástica). Jake Sully consegue esquivar-se do destino comum do soldadinho máquina-mortífera, exterminador de quem difere dele, pois sua disability, sua deficiência, o torna muito mais um objeto de chacota dos outros soldados do que alguém que tenha “glória” no Exército. Se Avatar certamente pode ser descrito como sci-fi, como estou convicto, não é apenas pelo futurismo envolvido nestas star wars, mas é também pois o filme questiona o campo científico que está enrolado no rolê todo. A ciência é descrita aqui como mancomunada ao aparato bélico, mas também é mostrada em seus ímpetos de biohacking, de reinvenção da carne, numa ânsia de formar uma Cronenbergiana new flesh.
Neste seu O Vermelho e o Negro futurista, Jake Sully é seduzido por estes dois mundos: o Exército e a Ciência. Eles o puxam em suas direções, mas ele também, neste meio campo onde está sendo disputado pelas Forças Armadas e pelo Laboratório de Ciências Cibernéticas, está em sua própria jornada existencial de busca por “redenção” – e novas pernas, de preferência.
Este paralítico das pernas, este ser que não anda senão por procuração (através de seu avatar), quer ser Ícaro. Seu avatar poderá planar nos céu sobre dragões. Mas ele, Jake Sully, morreria sem oxigênio se precisasse andar 10 passos até a máscara – como naquela dramática cena, no fim do filme, em que ele quase morre sem ar com a máscara de oxigênio a poucos centímetros de distância. O filme coloca em tema, pois, o que sociólogos tem chamado de gameficação, ou seja, o desejo de fuga ou escape de condições degradadas ou mutiladas de existência, causadas justamente pelo predomínio do capitalismo heteropatriarcal belicista, fugas estas que envolvem uma outra vida que o sujeito “comanda” a partir de seus avatares eletrônicos. Só que Cameron dá concretude a isto ao invés de propor apenas um simulacro.
Parece-me que Jake Sully, por seu corpo queer, é um corpo um pouco estranho ao sistema de guerra: por ser um mutilado ainda imiscuído nos combates, uma cicatriz viva das agruras bélicas e das feridas fundas que estão em sua carne, ele é atraído pela ciência alternativa dos indígenas.
Jake Sully se interessa no que ela pode ter de mais interessante para ele, pragmaticamente: a cura. A xamânica cura de quem está conectado à Internet da Natureza. Há quem taque pedras em James Cameron por este seu suposto “eco-sentimentalismo”. Mas vejamos mais a fundo. A jornada toda de Jake controlando remotamente seu Avatar evidencia, é claro, sua pertença à classe dos militares – ele se apresenta aos Navi como warrior. Mas ele parece muito mais atraído pela classe científica e também pela classe dos médicos ou curandeiros. Apesar das desavenças que possui com a cientista-chefe interpretada por Sigourney Weaver, vê-se que Jake está mais alinhado a ela do que ao general.
Ele prefere enlaçar-se em afetos ardentes com uma Navi, que talvez possa curá-lo, muito mais do que adere ao projeto do Exército. Ele é um pouco como um corpo estranho no setor bélico onde desenham-se os últimos modelos de robôs de guerra a serem comandados no combate contra os Navi, em prol de seu deslocamento forçado, para que os poderes colonizadores se apossem dos recursos minerais. Se não quiserem sair do caminho, serão chacinados – dizem os humanos ao Navi. Não surpreende que Jake fique um pouco envergonhado por ser humano e passe para o lado dos Navi, como um herói da resistência anti-colonial. Ironia da história, que a História registra muitos episódios parecidos.
Avatar, assim, fala sobre o passado: ensina de maneira acessível o que significou a Conquista da América, ainda que seu enredo esteja situado no futuro. O passado da invasão imperialista do “Novo Mundo” – também maravilhosamente cinematografado por Terence Mallick em The New World, um dos que rivaliza com Cameron pelo posto de mais impecável cineasta tecnicamente falando.
Está em Avatar também uma ressonância da invasão da América no massacre dos nativos, a chacina dos indígenas (Navi). Matá-los não é algo que o poder invasor-imperial se proíba. Para acessar as riquezas minerais do subsolo, os humanos-alienígenas impõe em Pandora um regime de genocídio. Ou os Navi vazam daquela terra, ou os humanos vão torrar tudo com seus mísseis teleguiados e lança-chamas. Tem hora que Avatar quase fede a gás lacrimogêneo (se o cinema apelasse a nosso olfato, em algumas cenas passaríamos mal de tanta tosse!). E a gente acaba torcendo pelos Navi – cheios de piedade pelos indígenas de pele azulada que os humanos desapiedados massacram sem dó em prol dos lucros.
Para além disto, o filme inclui ainda pitadas de ecologismo e doutrinas hippie-chique: Cameron irá descrever os Navi como profundamente conectados com a biodioversidade de seu mundo – e os invasores humanos como destruidores do ecossistema deslumbrante onde os Navi existem. Ou seja, Avatar talvez participe de um movimento que inclui Greta Thunberg, Fridays for Future, New Green Deals: prepara o terreno para uma espécie de tomada do mainstream pela cultura pop environmentaly conscious.
Os que estão cientes das monstruosidades relacionadas ao desmatamento, ao extrativismo, à extinção de espécies animais e vegetais, podem encontrar em Avatar enredo que enreda os sistemas produtivos humanos, e as ideologias a eles grudadas, na teia mortífera de uma destrutividade insana. Avatar registra estas atrocidades com aquelas cenas perfeitamente coreografas, maravilhosamente montadas, que fazem Cameron superar o excesso de Rambices de Aliens (o segundo filme da série inaugurado por Ridley Scott com Alien – 8º Passageiro). Deixando Tarantino no chinelo, chutando para escanteio o cinema ultra-violento do autor de Kill Bill, Cameron faz um uso da violência fílmica que é ético e pedagógico.
Agora, ao fim de 2022, James Cameron pousa novamente no cenário cinematográfico. Traz na bandeja a sequência de Avatar, O Caminho das Águas, e promete ainda outros dois (pelo menos). Teremos, assim, no mínimo uma tetralogia – como Matrix já é. Reassitir o filme de 2009 vale a pena, por todas as razões que tentei expor acima, mas por uma última que me parece crucial: este ecologismo hippie-chique que o filme veicula com seus deslumbrantes efeitos visuais fala sobre o amor inter-espécies, aproximando-se assim do que Donna Haraway conceitua sob o nome de “espécies companheiras”. Jake Sully e sua namoradinha Navi simbolizam um pouco deste amor que atravessa a fronteira da espécie. Um amor para além do especismo. O filme ainda sugere em Pandora a existência de algo parecido com o Reino dos Fungos em nossa Terra: no subsolo, uma espantosa Internet conecta o mundo vegetal numa web que é quase world wide. Os Navi de Pandora estão plugadões nesta Internet que não necessita de modem, mas sim de uma cosmovisão que nos antene e sintonize com o cosmos complexo que habitamos.
Para os Navi, como Jake aprendeu, a energia não se possui, a energia só se usufrui provisoriamente. A energia flui. Nossos corpos interdependentes dançam na realidade e a interconexão não é wishful thinking, é fato da existência. A interconexão é coisa da Vida. Teria Joseph Campbell adorado este filme?
James Cameron nos fornece representações muito vívidas disto, da interconexão como fato da vida. Por isto as chamo de cenas “pedagógicas”, no sentido de que tem o poder de ensinar, ou a pretensão de educar, quando mostra por exemplo a conexão entre os Navi e seus “dragões de estimação”. Há operando em Avatar um sistema de plugagem biológica, organismos plugando-se uns nos outros, e é isto que Jake Sully, o forasteiro do mundo humano, paraplégico em busca de redenção, começa a tentar dominar, tendo sua namorada por mestra, iniciadora, parceira xamânica. Ele que em Pandora “esconde-se” por dentro, como piloto oculto, de uma criatura feita à imagem e semelhança de um Navi.
Avatar parece pintar diante de nossos olhos, através das funduras de seu 3D, uma espécie de Antropoceno modelo exportação: a humanidade levando para outros rincões do Universo o que fudeu seu planeta de origem, entregando às corporações mineradoras e ao aparato industrial-militar do Estado neoliberal-neofascista os destinos do povo infeliz que leva sua vida em meio à Árvore Sagrada,sob a qual as toneladas de riqueza mineral de mais de 1 trilhão de dólares repousa, convocando a carnificina.
Não sabemos pra onde irá o enredo de Avatar, mas James Cameron parece ter apostado as fichas do resto de sua vida na transformação da série de filme no seu Star Wars, rivalizando com Lucas, ou no seu magnum opus potencialmente “triunfador” sobre a tetralogia Matrix.
Com seu gosto pela bombast, seu ecologismo hippie-chique, seu “lirismo” neo-romântico e tecno-xamânico, o “cara” vem aí para balançar de novo o cinema mundial com sua megalomania. Neste caso, estamos diante de um artista com poder raro de enfeitiçar as massas e de consagrar-se como autor de alguns dos maiores sucessos comerciais da história da 7a arte, pau a pau com Spielberg.
Por tudo isto aqui esboçado, fiquemos atentos! Avatar é mais que o popcorn descartável com que normalmente a indústria de Hollywood nos empanturra. Algo do destino da consciência das massas no futuro imediato está inextricavelmente linkado com a recepção que centenas de milhões de consciências, plugadonas na cultura pop contemporânea, farão desta re-entrada em cena de Avatar. Ela se faz em um momento chave do Antropoceno, quando estamos perto do ponto-de-não-retorno e onde o cinema talvez se alce à pretensão de que não pode mais se esquivar: ensinar alguns caminhos para fora do buraco do já-corrente Caos Climático.
Os caminhos que nos serão sugeridos, é evidente, estejamos prontos a criticá-los! Mas sem ignorar que a maioria dos espectadores irá sugar estes filmes com os afetos mais do que com o cérebro, com a ânsia do coração mais que com a frieza de uma razão criticante. E que talvez esta seja a lição que Avatar nos lança: através da ficção científica, pode-se ensinar algo relevante para nossa sobrevivência em meio à teia de interconectividades que as atitudes hegemônicas de extrativismo, desmatamento, poluição, ecocídio e genocídio estão aniquilando.
Por Eduardo Carli de Moraes Outubro de 2022
QUERO LER MAIS!!!
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animaletras · 1 year
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Hoje é o dia do cinema brasileiro, e quando a gente fala de cinema brasileiro, qual o primeiro filme que você pensa? Uma comédia cheia de palavrões? Um drama cheio de cenas explícitas? Ou uma releitura biográfica com muitas drogas? Ninguém pensa num filme de animação, não é?
Mas a verdade é que o Brasil já produziu grandes animações durante a sua história, animações importantes, reconhecidas e premiadas. A grande questão, que esperamos que deixe de ser um clichê, é: o Brasil não valoriza sua arte. Sem investimento é quase improvável que o resultado de um filme de animação passe de apenas uma ideia.
Mas apesar dessa falta de envolvimento financeiro do Estado, o Brasil se destaca em algumas muitas animações. Vamos citar três: Brasil Animado (2011), que conta a história de Relax e Stress viajando o Brasil, esse filme foi o pioneiro no Brasil em animações com live action, para época, um feito extraordinário.
O Menino e o Mundo (2013), conta a emocionante história de um menino que, ao procurar por seu pai trabalhador, descobre um mundo onde a realidade não é brincadeira, esse filme foi tão aclamado que concorreu ao Oscar de Melhor Animação!
E por último, História de Amor e Fúria (2013), que conta a história de um casal destinado a se reencontrar várias vezes através do tempo e lutar contra as desigualdades, essa teve uma pré indicação ao Oscar, mas não chegou a ser aceita, porém, levou três outros prêmios internacionais como Annecy International Animated Film Festival, Festival Europeu de Cinema Fantástico de Estrasburgo e o 4th Brapeq Brazilian Film Festival in China.
Tudo isso o Brasil fez sem muito apoio financeiro, e sabemos que isso não acontece, pois um povo aculturado é um povo mais inteligente e crítico, e isso incomoda os nossos governantes.
Vamos lutar por mais investimentos em cinema nacional de animação, o Brasil tem o potencial para ser ainda mais do que ele já é! Vamos sempre cobrar por melhores condições para as produções nacionais! E qual o seu filme nacional de animação preferido?
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zanicto · 2 years
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Relatos Pretensiosos de um TCC em Destruição, Parte 1
Anos atrás, submerso nos processos de realizar meu trabalho de conclusão do curso de cinema e audiovisual, escrevi uma série de memorandos a fim de clarear minhas ideias sobre o projeto e manter meus orientadores atualizados sobre o andamento deste. Na ocasião os nomeei ‘Relatos Pretensiosos de um TCC em Destruição’, o que não poderia ser mais correto. Uma vez prolixas minhas escritas nesses momentos de crise, achei válido tirá-las do limbo de textos perdidos na máquina e publicá-las aqui, de forma serializada e seguido de alguns comentários póstumos. Peço perdão pela falta contexto no que diz respeito ao projeto em si, mas uma camada a mais de confusão talvez seja interessante. Divirta-se.
21/01/2021
Deveras é tardio o momento em que me posto a redigir este documento, mas redigido ele teria de ser, qualquer que fosse o momento, e talvez agora, após ter sido posto para fora de um sono já não agradável para regurgitar meus estresses na privada em plena hora do lobo, seja um momento apropriado.
A seguir, irei regurgitar o que vem, veio e virá a minha cabeça a respeito do meu maldito projeto de conclusão de curso, entituliado Bermas, até então. Até então também, pois agora já não penso que utilizarei este título. Gosto de seus sentidos e expressão, porém não me atrai sua sonoridade, nunca me atraiu. Lembro-me sempre de Bergman, que não por acaso, penso ser terrível com os títulos de suas obras, entre eles ‘A Hora do Lobo’. Me atrai mais e talvez melhor se aplique às estéticas do projeto, algo que remeta mais aos títulos de Magritte, como “Time Transfixed”, se é que foi ele quem intitulou a obra, coisa que geralmente crítico que faz. Portanto, no momento, algo mais claro do que Bermas, mas igualmente embrenhado, como “Ecoar no Vazio da Concha” me soa mais interessante, ainda que talvez direto demais e, convenhamos, demasiado pretensioso. De qualquer maneira, o filme irá iniciar com um close de uma concha oca, so that is that…
Enfim, já se vai mais de um semestre desde que eu parei de ativamente reescrever este filme, não parei de alterá-lo todavia. Era certeza que alguns elementos do filme iriam mudar, é o destino de qualquer coisa deixada ao tempo, porém temo em afirmar que o filme de um semestre atrás e o filme que pretendo realizar agora são bastante distintos. Não me entenda mal, as bases referenciais e temáticas são as mesmas, ainda que agora ampliadas; a sequência de eventos é a mesma, porém a montagem difere em algo daquela apresentada pela decupagem de fotografia, mas isso também era esperado; e a estética, ao menos o que se limita a atmosfera e tom, não foram alterados. No mais, tudo foi reconstruído, ou melhor, será, eu espero. As duas mudanças mais drásticas dizem respeito a estética (a mudança mais complicada) e a narrativa (não o enredo, devo deixar claro). 
Pois, irei discorrer primeiramente sobre a narrativa: O diálogo, que permeava todo o segundo ato do filme, nunca me agradou. Ele surgira mais como um desabafo das minhas aflições pessoais na época, do que portento de real motivo para estar ali, o que me foi alertado por Ramayana, se bem me lembro, que implicou a possibilidade do filme ser mudo tal qual os experimentos de Maya Deren. Mas naquele momento, o roteiro ainda estava em seu estágio embrionário e mantive o diálogo acreditando que era um melhor mecanismo para captar a atenção do espectador e de informá-lo, a bem dizer, expô-lo a certas informações que pensava relevantes. Tentei transpor o diálogo do ambiente de enredo no qual ele se punha à um ambiente mais integrado a narrativa do recorte fílmico ali representado, aplicando mais uma camada de “confusão” a narrativa do filme como um todo, o que foi por sua vez incentivado por Daniel justamente como uma maneira de deixar o espectador mais intrigado. Contudo, o diálogo ainda precisava ser trabalhado, e um semestre mais tarde, decidi desfazer-me dele. Não completamente, afinal “um diálogo" ainda está lá, a ligação acontece, as metáforas se mantém, apenas as palavras faladas é que se vão.
Primeiramente pelo fato de ele não necessitar estar lá, como Ramayana e tantos filmes que assisti desde de então reforçam (show, don’t tell… if really needs to be shown, that is); depois, pois não sou capaz de redigir nada do calibre de Virginia Woolf, a quem tanto deste projeto se deve, tampouco irei me usufruir diretamente de seus escritos; e por último, mas - do meu ponto de vista - não menos relevante, pois diminui dores de cabeça advindas da produção, afinal “um filme mudo” derruba as barreiras linguísticas de veiculação da obra, minha atriz não irá precisar decorar falas e pode se concentrar completamente em sua fisicalidade, inclusive, ela pode muito bem ser completamente muda, aliás, é realmente necessário uma atriz? O que nos leva a segunda grande mudança do projeto, a estética.
Como mencionei anteriormente em termos de atmosfera e tom nada foi alterado, talvez apenas um mergulho mais profundo no surrealismo, não necessariamente o movimento, que muito embasou a primeira fase do projeto, mas sim da maneira como ele tem sido explorado pelo cinema, que - me parece ser o caso - muito se tensiona em linha tênue com o experimentalismo e o simbolismo. O que - novamente, ao meu ver - é coerente, visto que o surrealismo se sustenta como força motora para criação, mas depois de criado, o que quer que seja, este em contraste com o mundo torna-se automaticamente um experimento, sempre incerto de quais serão seus efeitos no mundo. No que diz respeito ao cinema, cito aqui não somente os trabalhos pioneiros de Maya Deren, mas também os projetos de Peter Tscherkassky; obras mais narrativas como as de Bergman e Resnais; e mesmo os momentos avulsos nos - a bem dizer, inquietantes - filmes de Leos Carax. Citaria também o ‘Limite’ de Peixoto, mas estou a meses protelando assisti-lo por medo de encontrar o que procuro. Do que eu falava mesmo, ah, pois bem, a estética.
Quem melhor me conhece sabe da minha fascinação pela animação. Anos atrás, quando primeiramente me foi informado da necessidade de se produzir um curta metragem ao final do curso, minha primeira intenção foi realizar uma animação. Com o tempo acabei me encantando por outras coisas e outras pessoas, mas animei, em todo caso, uma nano obra que - ainda me surpreendo com tal fato - repercutiu sem vezes mais do que eu pudesse imaginar.
Mesmo depois de Welles ter me convencido de que eu precisava arranjar uma capa e um chapéu e dar uma de Mojica frente às câmeras como TCC, eu ainda queria utilizar de animação aqui e acolá, como mencionei algumas vezes em memorandos antigos, semelhantes a este. E agora, mesmo com um projeto totalmente distinto do que esperava ser meu TCC, mais do que nunca, frente a uma pandemia interminável, a uma carreira profissional sem grandes bases ou prospectos, sem certeza de estrutura humana, financeira ou psicológica para gravação do projeto e, até o presente momento, com tempo nas mãos, mais do que nunca, quero fazer uma animação.
A vontade, além de ser despertada por uma breve redescoberta da animação e do ato de desenhar em si, surgiu em parte quando dei de encontro com uma série de micro animações que Emmanuel Lantam, um designer e animador francês, realizou em parceria com a Washington National Gallery. Pequenos episódios animados de uma jocosa personagem chamada Pipine tendo como fundo pinturas clássicas de paisagem. Relativamente falando, meu projeto tem como referências visuais - em pinturas, fotografias e arquivos pessoais - uma abordagem muito mais direta aos materiais referenciados (como, sei lá, Peter Greenaway faz, por exemplo) do que simplesmente uma fonte de inspiração (a lá Eric Rohmer). Não obstante, eu sei que que em uma gravação convencional nunca teria a minha disposição o controle da imagem ao nível que anseio, e jamais conseguiria replicar as imagens que criei para o storyboard do filme, que a bem dizer, está mais para um moodboard ou um cenário propriamente dito do que um storyboard. 
Portanto, sem mais motivações ou desculpas, proponho que o projeto assuma o status de animação de uma vez por todas. a seguir discorramos sobre as particularidades e necessidade desta que, num contexto geral, me parece ressoar mais harmoniosamente com o projeto.
Tal qual a série com Pinipe se constrói sobre uma base já pronta, os próprios quadros nos quais enquadra as vinhetas de animação, proponho esta mescla de mídias, que eu tenho certeza de já ter visto em outro lugar, mas não consigo me recordar. Sim grande parte do cinerários ainda será “pintado a mão”, mas há uma grande possibilidade de espaço não somente para o encaixe dos materiais referências, como pinturas ou fotografias, bem como vídeos em domínio público, e também - creio até, em uma maior escala - fotografias e vídeos de arquivo pessoal.
Os melhores ambientes para usos desses materiais, se dão durante as sequências mais realistas do filme. Na praia, onde os trabalhos de Frederick J. Waugh ou Gustave Courbet, tem relevância, por exemplo; e na residência da protagonista, onde os trabalhos Wilhelm Hammershøi e Edward Hopper são preferíveis. Novamente, arquivos pessoais serão favorecidos, não somente os já arquivados, como possíveis materiais a serem ainda captados, o que, suponho, esteja gerando alguma confusão neste momento, afinal, se irão ocorrer gravações, porque já não gravar o filme inteiro? Veja bem, essas imagens já pré produzidas, seja de arquivo pessoal ou não, podem e irão ser modificadas para construção do produto final, quase um processo Duchamp de “ready-mades”, mas claro, em se tratando apenas de imagens, algo que inclina-se mais as colagens deste dadaísmo.
Melhor ilustrando, pense na animação de uma figura que movimenta-se sobre a fotografia de uma praia deserta, cujo céu é recortado da parte de uma pintura a óleo de Courbet, e o movimento das ondas no mar é um recorte de ‘The Unchanging Sea’, de 1910, ou algo nesses moldes. Portanto, materiais a serem ainda captados, individualmente por este vos escreve, com sua pequena câmera digital ou mesmo celular, num final de semana qualquer se fazem passíveis de serem utilizados. Uma gravação completa do filme não poderia ser realizada desta maneira, primeiramente pela necessidade de uma equipe mínima, também pela necessidade de reter-se a certas datas, a falta de consistência ou mesmo baixa qualidade do trabalho, vide a menor escala. Dito isso, o contraste claramente existente entre uma figura animada a mão, uma fotografia, uma pintura a impressionista e um filme em película do início do século passado, ainda que seja minimizado ao máximo por vias de edição de imagem, existirá e será abraçado como escolha estica, não por necessidade, mas por real desejo. Assim como acabo inclinando-me mais ao surrealismo enquanto estética visual, vide os trabalhos mais experimentais de Man Ray ou a maior parte da obra Dave Mckean. 
Além do que, o contraste entre as células de animações cartunescas e os cenários pintados por Eyvind Earle em Bela Adormecida ou Kazuo Oga em Princesa Mononoke, nunca foram um problema, bem pelo contrário. Até mesmo as animações em computação gráfica de hoje em dia ainda contrastam personagens cartunescos, com cenários hiper-realistas que chegam a dar água nos olhos.
De toda forma, parte desse contraste será naturalmente harmonizado pelas edições de imagem referentes a geração de atmosfera, tom e textura. Já mencionei parte destas em outros textos divagantes sobre o projeto onde melhor expresso seus propósitos e motivações, portanto somente citarei o factual dos elementos. Primeiramente, a distorção da imagem e a perda de foco (principalmente nas arestas do quadro) semelhante aos efeitos causados por lentes anamórficas e mais agressivamente por lentes tilt-shift; segundamente, serão utilizadas vinhetas e mudanças irreais de exposição da imagem; terceira e por-ultimamente, interferências sobre a imagem, como grão e ruído ou intervenções diretas como sobreposições de outros elementos sobre a imagem base. Em resumo, não é uma imagem limpa, é uma imagem que carrega impressões de uso e marcas de desgaste, que carrega fantasmas de uma dimensão material a um ambiente onírico.
E em muito essa impressão fantasmagórica estará presente na animação em si, não somente compondo ao escopo estético da obra. A animação será realizada a 12 frames por segundo e transporta para 24 frames por segundo via software (ou assim eu espero) e efeitos colaterais advindos deste processo serão abraçados. Uma vez que não há cor com a qual se trabalhar (lembrando que é um filme preto e branco), a animação poderá se concentrar nas formas e valores de luz e sombra, por conseguinte favorecendo o uso de figuras menos complexas, mais remetentes a silhuetas de forte contraste dos valores de claro e escuro.
Uma das razões para que eu acabasse levando o filme aos caminhos da animação era o fato de não querer enquadrar a personagem as limitações fisionômicas de uma atriz em específico. Tendo a possibilidade de dar o rosto que eu bem entender a personagem, pretendo dar-lhe a face das diversas pintoras que compõem o referencial da personagem, as quais ainda estou estudando e melhor me familiarizando tal qual pretendo familiarizar o espectador. Logo, o rosto da personagem não será um, mas vários, o que consequentemente acaba eliminando a necessidade de uma consistência mais firme no que tangia a fisicalidade de um rosto único representado de distintos ângulos.
Eliminar é a palavra chave aqui, diminuir ao máximo o volume de produção é a intenção. Inclino-me, então, a um maior uso planos still e cenários sem qualquer movimento, a truques de movimento que independem de um trabalho a mão, e substituições de exposições complexas por sugestões simples, seguindo os ditados populares que todo estudante de cinema conhece: “menos é mais” e “você não precisa de um helicóptero para fazer uma cena de perseguição de helicóptero".
Encontrar mecanismos para conter esse amontoado volume de trabalho que é sinônimo de animação será o foco durante os próximos meses. Creio que softwares terão grande papel nessa resolução de problemas, e digo apenas “creio”, pois terei de reaprender a utilizar esses softwares, tanto é o tempo que não vislumbro suas interfaces. Mais informações sobre essa parte do processo em memorandos futuros.
E com esta nota, afirmo que, a curto prazo, o foco será em pesquisa e experimentação. Tenho ainda alguns livros para ler e infinitos filmes para assistir, fora uma série de materiais para pesquisar e empecilhos narrativos e de produção para resolver. Em paralelo a isso pretendo reescrever o roteiro a maneira da montagem final do filme, não as cenas a serem interpretadas, mas sim o que se vê e como se vê, o que se ouve e como se ouve; redesenhar o storyboard, dessa vez mais simples, porém mais completo; e realizar um animatic para poder trabalhar os efeitos narrativos de som e montagem, e ter estabelecido o ritmo e tempo do filme. Isso tudo até o final deste primeiro semestre, para que possa passar o segundo semestre de fato realizando o filme. Até lá mais memorandos como este serão redigidos, é bom ir descansando os olhos.
Este filme acima descrito hoje encontra-se total e completamente submerso em lixo, chorume e demais dejetos, nem sequer próximo da gaveta, onde guardo tantos outros filmes, ele se encontra. Mas outros projetos, todos ainda em andamento e, espero, sem o mesmo destino, surgiram dele, narrativa e esteticamente, o mais interessante nessa releitura de tais ideias foi perceber que ainda tenho interesse, até mais do que antes, em explorar esses conceitos de mixmidia, justando fotos, filmes, pinturas e animação. Nada se cria, tudo se transforma.
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frankloko · 2 years
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Liv Rundgren Tyler (nascida Liv Rundgren; Nova Iorque, 1 de Julho de 1977) é uma atriz e ex-modelo infantil norte-americana. Ela é filha do vocalista do Aerosmith, Steven Tyler, e da modelo Bebe Buell. Liv Tyler começou uma carreira na modelagem com 14 anos de idade, entretanto, concentrou-se sua carreira na atuação em menos de um ano. Depois de sua estreia no cinema em Silent Fall (1994), ela apareceu em papéis secundários nos filmes Empire Records (1995), Heavy (1996) e That Thing You Do! (1996). Liv mais tarde obteve reconhecimento crítico no papel principal em Stealing Beauty (1996) de Bernardo Bertolucci, interpretando uma adolescente visitando os amigos de sua falecida mãe na Itália. Ela seguiu atuando em papéis secundários, incluindo Inventing the Abbotts (1997) e Cookie's Fortune. Foto: internet Fonte: Wikipedia Colorização: @coresdopassado1 • • • • • #livtyler #livtylerfans #livtyleredit #livtylerofficial #livtylerstyle #livtylerfeet #cultura #cinema #história #PhotoRepair #oldpictures #colorizada #colorized #colorization #colourised #colorizationdigital #vntagemovies #movie #colorizedhistoricalphotos #VintagePhoto #usa🇺🇸 #usa #brasil #brasil🇧🇷 (em Brazil) https://www.instagram.com/p/CnnCpHhPb9V/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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