#convento do cristo
Explore tagged Tumblr posts
dedibelyegei · 1 year ago
Text
Tumblr media
Egy újabb debüt, az első portugál bélyeg itt, ráadásul éppen idén 50 éves! Én sokkal újabbnak gondoltam valamiért, dehát annyi baj legyen. A '73-as Városok és tájak sorozat harmadik tagjáról beszélünk a négyből. Portugália nevezetsségei láthatóak a bélyegeken, kis méretükhöz képest igen gondosan megrajzolva. Rendre a lisszaboni Aguas Livrés ókori vízvezeték viadukt (5 centavo), a Santa Maria da Feirea vár (2,50 escudo), a képen látható tomari Krisztus-rendi kolostor ikonikus ablaka (3,50 escudo) és a Guimaráesben található Braganzai Hercegek Palotája (4,50 escudo).
Tumblr media
Ez egy elég nagytömegben nyomott sorozat volt, úgyhogy nem mondható érdemben értékesnek, bár egy komplett négyes postatiszta állapotban, azért megüti az 1-2.000 forintot. Ennek ellenére az én példányomon szerintem tök menő a '74 szilveszteri dátumpecsét :)
Tomar egy Portugália közepén fekvő város, az azonos nevű község (talán a magyar járásnak megfeleltethető közigazgatási egység) központja. A városnak kb 20.000 fő, a községnek pedig mégegyszer ennyi a lakossága. A várost a XII. században alapították, éppen a Templomosok kolostorában, melynek díszablaka látható a bélyegen is. A XV. században volt jelentősége csúcsán, a portugál terjeszkedés egyik központjaként. A Krisztus-rendi Kolostor (Convento do Cristo), mint Portugália legjelentősebb történelmi és kulturális emlékhelye, 1983 óta a világörökség része. Ennek oka, hogy a kolostor a Templomos alapítás után, gyakorlatilag hét évszázadon át folyamatosan épült, bővült, így tulajdonképpen élő múzeuma a XII-XVIII. század közötti portugál építészetnek és szobrászatnak. Egyik legjelentősebb eleme a bélyegen látható tomari díszablak, melyet I. Mánuel király (1495-1521) alatt építettek egy bővítés részeként, és a róla elnevezett Mánuel-stílus legnevezetesebb alkotása. A szerzetesi élet 1843-ig tartott a kolostorban, ekkor Tomar grófja vásárolta meg az ekkorra Portugália legnagyobb épületegyüttesévé avanzsált komplexumot. Ő gondoskodott az épületek állagának megörzéséről, mígnem 1910-ben aztán az államra szállt. Íme az ablak:
Tumblr media
29 notes · View notes
skzoombie · 7 months ago
Text
Tumblr media Tumblr media
"Help me, Lord, from these fantasies in my head"
Tumblr media
Ele estava com um dos ombros escorado no pilar de pedra, com as pernas cruzadas e uma das mãos dentro do bolso traseiro da calça jeans.
Você permaneceu em silêncio observando distantemente o homem, quem passasse próximo perceberia que estava escondida, como se com medo de ser flagrada pelo mais velho.
Abraçou o próprio corpo sentindo o vento frio chegando juntamente com a chuva fraca que não parava de cair desde cedo. A noite sempre foi um momento de temor para você, não era apenas repleta de escuridão, mas durante esse horário satanás revelava todas as tentações contra a santidade.
Janela do dormitório sendo a visão para o inferno, para o homem que constantemente esquecia de fechar as cortinas e trocar as vestimentas em segredo entre ele e Cristo. O corpo era esculpido pelo salvador, a estrutura óssea perfeita, um rosto pintado com cuidado por Deus e uma voz doce e serena.
Você soltou um suspiro baixo, fechou os olhos e tentou lutar contra os pensamentos pecaminosos que pareciam não querer ir embora. Pareceu escutar um sussurro falando no ouvido para caminhar para próximo do homem, que permanecia ainda parado de costas.
Sem parecer sentir as próprias pernas, caminhou lentamente em direção ao pecado, abraçou o próprio corpo quando sentiu as gotas caindo no roupão de pano que usava como pijama, percebeu as luzes das janelas desligadas, todos dormiam tranquilamente. Você sempre foi a que mais teve dificuldade para descansar na escuridão da noite, muitas madrugadas ajoelhadas na capela rezando contra as adversidades.
Parou atrás do homem, seus passos foram silenciosos, ele não repararia em você se não houvesse um aviso prévio.
- No silencio do Senhor? – perguntou baixo assustando o homem que virou rápido e pareceu esconder algo da sua visão.
- Irmã, o que faz acordada essa hora? – rebateu sorrindo fraco, você apenas deu de ombros mostrando que nem a própria compreendia o motivo.
Você caminhou para mais longe e ficou debaixo do telhado que cobria o pequeno jardim de inverno aberto, no pátio do convento. Uma vela estava acessa para iluminar minimamente o local e não chamar atenção das pessoas que estavam dormindo.
- A quanto tempo o senhor fuma? – perguntou invasiva e mostrando que não havia motivo para ele esconder o que estava entre os dedos.
- Como você sabe? – riu fraco com a ousadia e balançou a cabeça achando inacreditável a sua atitude, tirou o cigarro escondido e continuou o que estava fazendo antes.
- Esqueceu que também já fui pertencente do mundo? Antes de ser uma ovelha resgatada por Deus – explicou fazendo um pequeno gesto em direção ao céu escuro.
- Irmã, você realmente acha que foi Deus que colocou você entre a vida e a morte? – ele perguntou soprando a fumaça pela boca.
- E quem mais seria? – rebateu confusa e tentando entender o questionamento dele.
- Que Deus é esse que vocês tanto me descrevem nas aulas? Como conseguem amar um ser que tira os pequenos prazeres da vida, coloca todos de frente com a morte e justifica que é para o bem?
- Eu teria morrido, Enzo! – respondeu instantaneamente.
Ele ergueu as sobrancelhas e abriu um sorriso fraco quando reparou no pequeno erro que você havia cometido.
- Você nunca me chamou pelo nome – falou finalizando o cigarro, pisou em cima e deixou em cima da mesa de pedra que estava ao lado.
- Desculpa – corrigiu quando percebeu o erro – Eu teria morrido, Senhor.
- Felizmente não aconteceu, e cá estamos nós dois – respondeu abrindo um sorriso, você retribuiu o sorriso falsamente e direcionou o olhar para a chuva que caia na grama verde e aparada, mas que aparentava sem cor por causa da noite.
Sentiu o olhar do homem ainda em você, ele parecia mover a cabeça para cima e para baixo, te observando como um todo.
- Nunca tinha visto você sem o hábito – ele comentou e você olhou para o homem concordando e lembrando das vestimentas obrigatórias.
- Vou precisar de longas rezas para pedir perdão, por estar me expondo desta forma para o senhor – falou séria e escutou um riso fraco do homem.
- Você fica bonita de cabelo solto, pecado é ficar escondido de baixo daquela vestimenta – Enzo disse esticando o braço e tocando na sua cabeça como forma de carinho.
Você imediatamente afastou, olhou fixo para ele surpresa com o toque repentino, fechou os olhos por segundos e rezou o pai nosso mais rápido da sua vida.
- Irmã, não precisa disso – ele falou caminhando para mais perto enquanto você se afastava.
- Se afasta em nome de Deus, o diabo não vai ter esse poder sobre mim – colocou a mão no peito e esticou uma mão na direção do peitoral dele para impedir que caminhasse para mais próximo.
Ele parou quando sentiu o toque, pegou a própria mão e levou até a sua, direcionou para perto do rosto e fechou os olhos quando sentiu o seu toque. Em completo êxtase, você não pareceu ter forças para parar o toque e apenas começou acariciar o rosto dele.
Lentamente e silenciosamente caminhou para perto, ele abriu os olhos e sorriu fraco quando percebeu a proximidade. O olhar ficou mais sério e como se pedisse autorização, levou uma das mãos para a sua cintura, puxou seu corpo para colar no dele.
- De perto ainda mais bela – elogiou acariciando sua cintura e uma das mãos foi para o seu cabelo, onde ele passou os dedos e foi rastejando para o rosto.
- Enzo – falou baixo e quase sem forças enquanto fechava os olhos com a sensação do carinho, que não sentia há quase quatro anos.
- Fala meu nome de novo – ele pediu sorrindo.
- Enzo – repetiu já sem retrucar e sentindo as forças indo para longe.
Ele sorriu e levou um dos dedos para seus lábios, contornou lentamente e sem parecer pensar nos próprios atos, puxou seu rosto para um beijo. Você não lutou, não tinha resistência para impedir. Reaprendeu novamente a como beijar e relembrou a sensação de prazer do ato.
Você levou as mãos para a nuca dele e o puxou para perto, aumentando a intensidade e força do movimento dos lábios. Ele colocou os braços na volta do seu corpo e abraçou você, quase fundindo os corpos.
- S/n – ele gemeu baixo separando os lábios e sentindo você puxando o cabelo dele para trás e deixando pequenos beijos na mandíbula.
Você pareceu sentir a ficha cair e afastou o corpo rapidamente, começou a arrumar o cabelo e tentar desamassar o pijama. Enzo riu com o desespero e balançou a cabeça parecendo reprovar atitude.
- O que você tem tanto medo? – perguntou.
- Inferno – respondeu pontualmente e fechando os olhos quando sentiu lágrimas se acumularem.
Sempre que se sentia nervosa e incapaz de lidar com algo, começa a chorar incontrolavelmente, não acontecia com frequência na frente de outras pessoas, principalmente do convento, porque gostava de aparentar que tudo estava indo bem.
Porém, todo aquele amor reprimido estava machucando você, cada dia que encontrava Enzo pessoalmente, toda as suas lutas diárias pareciam multiplicar de tamanho.
- S/n, você acha que vivendo diariamente por baixo daquelas roupas, sendo alienada por homens velhos que não chegam nem próximo de uma vida senta, e rezando quase vinte e quatro horas por dia, vai ter um lugar guardado no paraíso? – questionou ironicamente.
- Não fale assim, Enzo – rebateu com um tom de indignação – Você não sabe o que é viver para Cristo.
- Realmente, eu não sei o que é viver totalmente para Cristo, mas sei qual a sensação de um amor genuíno que apenas ele poderia me oferecer na terra – falou aproximando novamente ambos – Um amor puro, que ele permitiu que todos os seus filhos sentissem uma vez na vida.
Fechou os olhos e começou a chorar sem parar, não conseguia lutar contra aqueles sentimentos confusos e conflitantes, só percebia o amor pelo homem crescer cada dia mais e não queria se deixar levar.
- Por favor, s/n – falou quase suplicando quando percebeu você chorando – Para acabar com nosso sofrimento, quero que diga alto e em bom tom que não deseja seguir com isso.
Você continuo chorando e parecia de tornar mais incontrolável a cada segundo. Inconscientemente abraçou o corpo de Enzo e ficou soluçando baixo.
- Eu não deveria sentir isso, estou confusa demais, não aguento mais ficar de joelho rezando para Deus me tirar desse vale de provações – explicou quase suplicando por ajuda.
- Eu já disse que você não precisa sentir culpa, esse não é um vale de provações, é apenas Deus mostrando que possivelmente isso tudo não seja para você – falou tentando aliviar a sua culpa – Talvez seu lugar seja ao lado de outra pessoa.
Você ergueu o rosto e ficou olhando para o homem na sua frente, não sabia o que responder ou como proceder com aquele sofrimento que tomava o peito.
- Mas preciso que diga que não quer continuar com tudo isso, e eu prometo ir embora para sempre. – pediu novamente levando as mãos para o seu rosto e fazendo com que continuasse com olhar nele.
- Eu não consigo, Deus – respondeu para si mesma e fechando os olhos com força – Eu não consigo deixar ele ir embora.
Enzo percebeu a sua confissão em voz alta com Deus e sorriu fraco.
- Eu não vou embora – respondeu e puxou seu rosto para um beijo como o anterior.
77 notes · View notes
mireoceu · 8 months ago
Text
Santos para conhecer na Semana Santa:
Beata Ana Catarina Emmerick
Tumblr media
• 08/09/1774 - 09/02/1824
• alemã
• Freira agostiniana, mística, visionária
Desde a infância era atraída pela oração e já na adolescência queria entrar no convento, porém o pai não queria e, por sua pouco escolaridade, muitos conventos não permitiram sua entrada. Quando foi morar com um organista, conseguiu entrar no convento das Agostinianas, pois a filha dele iria entrar lá e Ana lhe contou de seu desejo de tornar-se freira. E conseguiu.
No convento fazia os trabalhos mais pesados, e suportava em silêncio os rechaços que as irmãs lhe faziam por não ser formada... Em 1811 o convento foi suprimido e Ana foi morar na casa de um sacerdote, onde trabalhava como empregada. Nesse período recebeu os estigmas de Cristo e dores atrozes. E a ter muitas visões.
Ela viu detalhadamente muitos fatos ocorridos na história da salvação. Viu o nascimento de Jesus, fatos da vida dos apóstolos, viu com precisos detalhes como Jesus viveu a sua Paixão, Morte e Ressurreição. Identificava facilmente relíquias dos Santos, verdadeiras e falsas. Viu inclusive fatos que ocorreriam tempos depois de sua morte. E por aí vai...
Apesar de tudo, a grande característica dela era seu amor por todos. Quem ia visitá-la saia de sua presença encorajado e confortado. Uma de suas visitas foi Clemens Bretano, um grande escritor, que a visitou por 5 anos para poder escrever tudo o que ela tinha visto.
Em 1823 Ana debilitou-se ainda mais. E uniu suas dores as de Jesus oferecendo pela redenção da humanidade. Em 09.02.1824 ela faleceu, deixando o exemplo de unir-se totalmente a Jesus e ser um bom devoto de Maria.
Beata Ana Catarina Emmerick rogai por nós 🙏🏽
7 notes · View notes
miscellaneous-art · 1 year ago
Text
Tumblr media
''Livro das escrituras da Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo mandado fazer por D. Sebastião ao Dr. Pedro Álvares do seu desembargo e cavaleiro professo da Ordem de Cristo [Military Order of Christ (Portugal), former order of Knights Templar]'', 1560-1568, Ordem de Cristo e Convento de Tomar, liv. 235. © Arquivo Nacional da Torre do Tombo (ANTT)
20 notes · View notes
todademariablog · 2 months ago
Text
15 DE OUTUBRO: SANTA TERESA D'ÁVILA
Tumblr media
Santa Teresa de Jesus, nascida Teresa de Ahumada em Ávila, em 1515, era a terceira dos dez filhos de Alonso de Cepeda e Beatriz de Ahumada. Cresceu em um ambiente profundamente religioso, que despertou seu interesse pelo transcendente desde cedo. Aos 13 anos, perdeu sua mãe, o que foi um golpe significativo em sua vida. Esse evento, junto com as crises próprias da adolescência, intensificou os conflitos internos que a acompanharam até sua conversão definitiva. Teresa, com sua beleza e habilidades sociais, experimentou desde cedo as vaidades do mundo, mas sentia um profundo desejo de encontrar um caminho que a levasse à salvação.
Com 20 anos, apesar da oposição de seu pai, decidiu ingressar no Carmelo da Encarnação. Em 1537, um ano após professar, enfrentou uma grave doença que quase a levou �� morte. Ela acreditava que se recuperou graças à intercessão de São José, embora tenha ficado com sequelas para o resto da vida. Durante esse período, Teresa conheceu o misticismo franciscano, que a introduziu à oração de recolhimento.
Mesmo após retornar ao mosteiro, sentia insatisfação por não encontrar o ambiente de solidão e oração que desejava. Ao longo dos anos, passou por um processo de transformação espiritual, que culminou em 1554, quando contemplou uma imagem de Cristo “muito chagado”. A partir desse momento, deixou de ser movida pelo temor e foi impulsionada por um profundo amor a Cristo. Em 1556, sua conversão se tornou definitiva, e sua alma se abriu à ação do Espírito Santo.
Após sua conversão, Teresa iniciou uma série de reformas no Carmelo, fundando novos mosteiros de descalças, começando pelo convento de São José em Ávila em 1562. Em sua missão, enfrentou dificuldades como problemas de saúde, viagens extenuantes, falta de recursos e a vigilância da Inquisição. Ao longo de sua vida, fundou diversos conventos e escreveu obras como Livro da Vida, Caminho de Perfeição e O Castelo Interior, que se tornaram referências na espiritualidade cristã.
Santa Teresa de Jesus faleceu em 4 de outubro de 1582, em Alba de Tormes. Foi beatificada em 1614, canonizada em 1622 e, em 1970, tornou-se a primeira mulher a ser proclamada doutora da Igreja, em reconhecimento por sua profunda contribuição à fé e à espiritualidade.
***
Nada te perturbe,
nada te espante,
tudo passa,
Deus não muda,
a paciência tudo alcança;
quem a Deus tem,
nada lhe falta:
SÓ DEUS BASTA.
Eleva o pensamento,
ao céu sobe,
por nada te angusties,
nada te perturbe.
A Jesus Cristo segue,
com grande entrega,
e, venha o que vier,
nada te espante.
Vês a glória do mundo?
É glória vã;
nada tem de estável,
TUDO PASSA.
Deseja as coisas celestes,
que sempre duram;
fiel e rico em promessas,
Deus não muda.
Ama-o como merece,
Bondade Imensa;
quem a Deus tem,
mesmo que passe por momentos difíceis,
sendo Deus o seu tesouro,
nada lhe falta.
SÓ DEUS BASTA!
Santa Teresa de Jesus, rogai por nós!
4 notes · View notes
joseandrestabarnia · 2 months ago
Text
Tumblr media
TÍTULO: Cristo en la tumba entre dos ángeles. AUTOR: Pedro Berruguete FECHA: Alrededor de 1480 MATERIAL Y TÉCNICA: Pintura al óleo sobre lienzo DIMENSIONES: 71x62 cm INVENTARIO: 233
Pedro Berruguete es un pintor español que se trasladó a Urbino donde pudo haber pintado las manos de Federico da Montefeltro en el Retablo de Piero della Francesca expuesto en la Sala XXIV. Originalmente la pintura se encontraba en el convento de San Girolamo en Sant'Agata Feltria y luego en Rimini en Romaña. Antiguamente estuvo asignado a Rafael, luego fue atribuido convincentemente a Pedro Berruguete.
Información e imagen de la Pinacoteca de Brera.
2 notes · View notes
nossasenhoraaparecida · 1 year ago
Text
Tumblr media
🙏✝️10 DE SETEMBRO✝️🙏
🙏✝️São Nicolau de Tolentino, protetor das almas do purgatório✝️🙏
✝️Origens✝️
Nicolau nasceu nas Marcas, em 1245, na diocese de Fermo. Ainda adolescente, conheceu os Agostinianos e foi atraído pela vida monacal, à qual se consagrou em Tolentino. Foi um asceta de sorriso amável, de longas orações e jejuns, sempre acompanhados pela simpatia e a caridade.
✝️Infância e Juventude✝️
Desde os sete anos de idade, suas preocupações eram as orações, o jejum e uma enorme compaixão pelos menos favorecidos. Nisso se resumiu sua vida: penitência, amor e dedicação aos pobres. Virtudes alinhadas a uma fé incondicional em Nosso Senhor e na Virgem Maria. Aos quatorze anos, foi viver na comunidade dos agostinianos de Castelo de Santo Ângelo, como oblato, isto é, sem fazer os votos perpétuos, mas obedecendo às Regras. Mais tarde, ingressou na Ordem e, no ano de 1274, foi ordenado sacerdote.
✝️Semeador da Palavra de Deus✝️
Nicolau possuía carisma e dons especiais. Sua pregação era alegre e consoladora na Providência Divina, o que tornava seus sermões empolgantes. Tinha um grande poder de persuasão, pelo seu modo simples e humilde de viver e praticar a fé, sempre na oração e na penitência, cheio de alegria em Cristo.
Com seu exemplo, levava os fiéis a praticar a penitência, a visitar os doentes e encarcerados e a dar assistência aos pobres. Essa mobilização de pessoas em torno do ideal de levar consolo e a Palavra de Deus aos necessitados dava-lhe grande satisfação e alegria.
✝️Vida Penitente✝️
Comia tão pouco, que ficou doente. O seu prior quis dar-lhe um pouco de carne, mas em vão. Chamou-se o prior geral. Nicolau, vencido pela santa obediência que professava, consentiu e engoliu um pedacinho: “Já obedeci, não me aborreçam mais com gulodices”. E Deus curou-o, jejuava a pão e água às segundas, quartas, sextas-feiras e sábados em honra a Maria Santíssima.
Tanta austeridade trouxe-lhe dores articulares do estômago e da cabeça e ainda perturbações na vista. Perguntava a si mesmo se tanto rigor agradava ou não a Deus, mas o Senhor apareceu-lhe em sonho e confortou-o.
Caindo ele de novo doente, curou-se, por indicação de Nossa Senhora, comendo um pedaço de pão molhado em água, depois de fazer o sinal da cruz. Daí veio o costume de benzer pães em honra de São Nicolau, destinados a robustecer os fracos. Nicolau trazia sobre a pele cadeias metálicas, tecidos ásperos e irritantes. Rezava entre as horas canônicas, a que era notavelmente fiel: de completas ao canto do galo, de matinas até a aurora, da Missa (se não tinha confissões) até terça, e de noite até às vésperas (se não tinha obrigações impostas pela obediência). Rezava na Igreja, perto dum altar ou na cela.
✝️Apóstolo do Confessionário✝️
Em 1275, devido à saúde debilitada, foi para o Convento de Tolentino, onde se fixou definitivamente. Lá, veio a tornar-se um dos apóstolos do confessionário mais significativos da Igreja. Passava horas repleto de compaixão para com todas as misérias humanas. A fama de seus conselhos e de sua santidade trazia para a paróquia fiéis de todas as regiões ansiosos pelo seu consolo e absolvição. A incondicional obediência, o desapego aos bens materiais, a humildade e a modéstia foram as constantes de sua vida, sendo amado e respeitado por seus irmãos da Ordem.
✝️Páscoa✝️
No dia 10 de setembro de 1305, ele fez sua última prece e entregou seu espírito nas mãos do Senhor, antes de completar sessenta anos de idade. Foi enterrado na sepultura da capela onde se tornara célebre confessor e celebrava suas missas. O local tornou-se meta de peregrinação, e os milagres atribuídos a ele não cessaram de ocorrer, atingindo os nossos dias.
✝️Via de Santificação✝️
No ano de 1446, São Nicolau de Tolentino foi finalmente canonizado pelo Papa Eugênio IV. A festa dedicada ao santo foi mantida para o dia de sua morte.
✝️Corpo Incorrupto✝️
A prodigiosa notícia que temos de São Nicolau de Tolentino diz que, quarenta anos após sua morte, seu corpo foi encontrado ainda em total estado de conservação. Na ocasião, durante os exames, começou a jorrar sangue dos seus braços, para o espanto de todos. Mesmo depois de muitos anos, os ferimentos sangravam de tempos em tempos. Esse milagre a ele atribuído fez crescer sua fama de santidade por toda a Europa e propagou-se por todo o mundo católico.
🙏✝️Minha oração✝️🙏
“São Nicolau, recorro a ti pelas almas dos meus familiares, aqueles que já faleceram e estão no purgatório esperando a sua purificação. Que alcancemos, pela tua intercessão, a salvação das famílias e dos pecadores. A ti recorremos e pedimos. Amém!”
🙏✝️São Nicolau de Tolentino, rogai por nós!✝️🙏
5 notes · View notes
Text
Tomar - Convento de Cristo
O Convento de Cristo (século XII – século XVIII) é a denominação atribuída a um conjunto de edificações históricas situado na freguesia de São João Baptista, cidade de Tomar. O início da sua construção remonta a 1160 e está intimamente ligado aos primórdios do Reino de Portugal e ao papel então desempenhado pela Ordem dos Templários, onde tinha a sua sede portuguesa, tendo subsequentemente sido…
Tumblr media
View On WordPress
3 notes · View notes
cres-cen-do · 1 year ago
Text
Tumblr media
“Aconteceu-me que, quando entrei um dia no oratório, vi uma imagem de Cristo coberto de chagas, que ali estava para ser exposta numa certa festa que se fazia no convento. Era uma imagem tão devota que, quando a contemplei, fiquei profundamente comovida por vê-Lo assim, porque representava bem o que passou por nós o Crucificado. Quando me dei conta do muito pouco que lhe agradecia por aquelas chagas, senti um desconforto tão grande como se me fosse partir o coração; joguei-me, então, a Seus pés, numa torrente de lágrimas e a suplicar-lhe que me desse forças, de uma vez por todas, para não mais O ofender.”
— Capítulo IX, LIVRO DA VIDA, Sta. Teresa D'Ávila.
3 notes · View notes
jaime-funes · 2 years ago
Photo
Tumblr media
La Iglesia de San Francisco, es el monumento más antiguo de la ciudad de San Francisco de Campeche, fundado en 1546. En este recinto, en la parte que ahora corresponde al atrio, el fraile Alonso González ofició, el 22 de marzo de 1517, la primera misa en tierra firme en América. Asimismo nació en el convento de esta iglesia Jerónimo Cortés, nieto del conquistador Hernán Cortés e hijo del segundo Marqués del Valle de Oaxaca, Martín Cortés. Asimismo, el templo y convento de San Francisco ha jugado un papel trascendental en la vida histórica de Campeche. En sus inicios fue un asiento principal franciscano, punto de partida de las primeras misiones evangelizadoras del siglo XVI en la península. El convento, aparte de ser fortaleza espiritual de la iglesia militante, también fue fortaleza defensiva contra los ataques piratas. La fachada principal consta de una puerta de arco de medio punto y portón terrado; cuenta con una ventana coral con barandal de madera y una espadaña de dos cuerpos conopiales. Su interior es de una sola nave techada con bóveda de cañón corrido con rollizos y soportada por cuatro arcos. El altar mayor fue construido en los años 40 del siglo pasado. Fuente: www.guiajero.com #SanFranciscoDeCampeche #Campeche #Templo #CristoNegro #México #MéxicoDesconocido #MéxicoMágico (en Iglesia Del Cristo Negro De San Roman) https://www.instagram.com/p/CosuebQpFnbYnLpAq1mjGR9qMaUs-cfH8eQCq80/?igshid=NGJjMDIxMWI=
5 notes · View notes
cyprianscafe · 2 days ago
Text
A oração como forma de indexar a presença do Divino
Como Deus é invisível, a interação e a devoção ao divino fornecem um enigma único que o distingue de outros tipos de interação. Ao interagir com Deus, as freiras estavam envolvidas com um interlocutor invisível que, nas palavras da antropóloga Tanya Luhrmann, “não dá nenhum dos sinais comuns de existência” (2012, xi). Ao interagir com humanos copresentes, a comunicação geralmente é recebida com respostas verbais ou incorporadas, como um aceno ou olhar ou com marcadores de discurso como “oh” ou “mm-hmm”. Quando as freiras rezavam juntas na missa ou em pequenos grupos, Deus não mostrava nenhum dos sinais típicos de absorção conversacional. Não havia aceno, nem “mm-hmm”, nem olhar do divino.
Assim como em outras formas de linguagem religiosa, a invisibilidade de um interlocutor divino molda a maneira como a comunicação se desenrola. Por exemplo, nas petições que registrei no convento, 65% delas se dirigiam ao divino pelo nome: alternadamente “Senhor”, “Deus” ou “Cristo”. Esses termos serviam para invocar Deus e para serem apresentados publicamente ao público na missa ou no grupo de oração ao qual estava sendo dirigido; era como se os oradores estivessem rotineiramente lembrando ao grupo (e/ou ao divino) que Deus era aquele a quem se orava. Além disso, as orações incluíam o ritualmente repetido “Nós oramos” e o refrão ritual “Senhor, ouve nossa oração”, que chamava a atenção para o ato que estava sendo realizado enquanto era realizado. Isso é metapragmático, significando que o ato que estava sendo realizado (oração) era anunciado publicamente enquanto estava ocorrendo (por meio das palavras “Nós oramos”). Esta afirmação metapragmática da ação da oração “confirma a vontade coletiva e o desejo coletivo de se envolver na oração” (Corwin 2014, 183).
Essa estrutura linguística afirmava a existência do divino de duas maneiras. Primeiro, enquanto a oradora realizava a petição, pedindo que o divino intercedesse, ela estava tornando público para a comunidade seu entendimento de que o divino estava presente, ouvindo e poderia interceder no mundo. Segundo, enquanto o público se juntava ao ato de fala recitando “Por isso oramos” em uníssono, eles também afirmavam a presença ou possível presença do divino. Por meio desse ato performático, o divino — um interlocutor invisível que, diferentemente dos seres materiais, não podia ser visto ou ouvido publicamente — era indexado, ou apontado, como presente e como um destinatário viável da oração por todas as partes participantes da oração. As petições, portanto, funcionavam para confirmar a existência e a presença do divino para os participantes, tornando um interlocutor invisível publicamente disponível para comunicação. Em termos mais simples, ao anunciar rotineiramente que estavam orando a Deus, as freiras estavam comunicando que Deus, embora invisível, estava disponível para ser falado.
Este processo é um exemplo da coconstrução do mundo vivido. Há algo muito poderoso sobre a ratificação coletiva de um interlocutor divino, mas invisível; tem o potencial de fazer a presença e a existência do divino parecerem mais reais para os presentes. Por exemplo, Susan Harding, uma pesquisadora ateísta que trabalhou com cristãos evangélicos que estavam seguindo o Rev. Jerry Falwell, escreve sobre um incidente em que entrevistou um homem que — em vez de responder às perguntas que Harding fez — tinha “testemunhado” para ela, tentando convertê-la ao cristianismo. Harding escreve que, enquanto dirigia para casa naquela noite, ela evitou por pouco se envolver em um acidente de carro. Enquanto se recuperava de quase ter sido atingida, ela se pegou pensando: “O que Deus está tentando me dizer?” Harding interpreta essa experiência como o processo de aquisição de uma nova linguagem, a linguagem dos cristãos que ela passava os dias estudando (2000, 32, 34). Esta anedota demonstra como, mesmo sem tentar conscientemente se adaptar a uma comunidade cultural, as práticas habituais dos membros da comunidade com quem se passa tempo podem ser incorporadas aos hábitos e práticas de alguém.
O momento de Harding de falar e pensar como a comunidade que ela estava pesquisando não produziu, é claro, uma transformação duradoura; Harding não se tornou cristã. Como Luhrmann, que também estuda cristãos evangélicos, sugere, o processo de aprender a se tornar parte de uma cultura na qual as pessoas ouvem e falam com Deus abrange um processo de aprendizagem dinâmico e incorporado envolvendo tanto o corpo quanto o envolvimento emocional (Luhrmann 2004, 2012). Por meio da anedota de Harding, começamos a ver como nosso mundo vivido e realidades ontológicas são coconstruídos com nosso ambiente; ao longo do tempo, os indivíduos são moldados pelas práticas habituais nas quais se envolvem como membros de uma comunidade cultural. À medida que as irmãs falavam coletivamente com o divino, essas práticas habituais moldavam sua linguagem e suas experiências do divino. O momento de comunhão de Harding com Deus não durou, mas para os católicos para quem o divino sempre foi uma presença duradoura, a indexação coletiva de sua presença sem dúvida renova essa experiência. Dessa forma, as palavras de uma petição poderiam tornar Deus mais presente para as freiras.
Embracing Age: How Catholic Nuns Became Models of Aging Well - Anna I. Corwin
0 notes
mireoceu · 8 months ago
Text
Santos para conhecer essa semana:
Tumblr media
Santa Gemma Galgani
• 12/03/1878 a 11/04/1903
• Italiana
• Virgem e Mística
Menina de saúde frágil e pobre, sofria bullying pela sua devoção e pelos frequentes êxtases que tinha. Tudo ela buscava consolo na Sagrada Comunhão e nesses momentos conseguia ouvir a voz de Jesus como se Ele estivesse sentado ao seu lado. Aprendeu a amar Jesus a partir de sua mãe que lhe contava sempre a história d'Ele.
Porém, com pouca idade ficou órfã dos pais. E a doença veio também sobre ela. Gemma apegou-se ainda mais a fé. Sentiu o desejo de tornar-se freira depois que Nossa Senhora apareceu a ela lhe pedindo isso, quis entrar na Ordem Passionista, mas o convento negou a entrada. Por si, decidiu então viver como tal, fazendo os votos próprios da congregação e assumindo isso em sua vida.
Em suas orações se cercava de luz, conversava com anjos, via Nossa Senhora das Dores e Sai Gabriel da Virgem Dolorosa. Recebeu os estigmas de Cristo e ficou muito doente... Porém era o que mais desejava: sofrer com Cristo.
Mesmo doente, ainda fazia penitências que juntamente com seus sofrimentos físicos consumiram sua vida. Ela faleceu num Sábado Santo, e imediatamente a devoção a ela surgiu. À "Virgem de Lucca" eram devidas várias graças que as pessoas alcançavam.
Santa Gemma, rogai por nós e nos ajude a viver essa Semana Santa.
Curiosidade: ela foi aluna da Beata Elena Guerra
3 notes · View notes
todademariablog · 4 months ago
Text
Santa Clara de Assis
Uma das santas mais amadas é, sem dúvida, Santa Clara de Assis, que viveu no século XIII, contemporânea de São Francisco. Seu testemunho mostra-nos o quanto a Igreja deve a mulheres corajosas e ricas na fé como ela, capazes de dar um impulso decisivo para a renovação da Igreja.
Tumblr media
Quem foi então Clara de Assis? Para responder a esta pergunta, temos fontes seguras, não apenas as antigas biografias, como a de Tomás de Celano, mas também os autos do processo de canonização promovido Papa já pouco depois da morte de Clara e que contêm o testemunho dos que viveram ao seu lado por muito tempo.
Nascida em 1193, Clara pertencia a uma família aristocrática e rica. Renunciou à nobreza e à riqueza para viver pobre e humilde, adotando a forma de vida que Francisco de Assis propunha. Apesar de seus pais planejarem um casamento com algum personagem de relevo, Clara, aos 18 anos, com um gesto audaz, inspirado pelo profundo desejo de seguir a Cristo e pela admiração por Francisco, deixou a casa paterna e, em companhia de uma amiga sua, Bona di Guelfuccio, uniu-se secretamente aos frades menores junto da pequena igreja da Porciúncula. Era a tarde de Domingo de Ramos de 1211. Na comoção geral, realizou-se um gesto altamente simbólico: enquanto seus companheiros tinham nas mãos tochas acesas, Francisco cortou-lhe os cabelos e Clara vestiu o hábito penitencial. A partir daquele momento, tornava-se virgem esposa de Cristo, humilde e pobre, e a Ele totalmente se consagrava. Como Clara e suas companheiras, inumeráveis mulheres no curso da história ficaram fascinadas pelo amor de Cristo que, na beleza de sua Divina Pessoa, preencheu seus corações. E a Igreja toda, através da mística vocação nupcial das virgens consagradas, demonstra aquilo que será para sempre: a Esposa bela e pura de Cristo.
Em uma das quatro cartas que Clara enviou a Santa Inês de Praga, filha do rei da Bohemia, que queria seguir seus passos, ela fala de Cristo, seu amado esposo, com expressões nupciais, que podem surpreender, mas que comovem: “Amando-o, és casta, tocando-o, serás mais pura, deixando-se possuir por ele, és virgem. Seu poder é mais forte, sua generosidade, mais elevada, seu aspecto, mais belo, o amor mais suave e toda graça. Agora tu estás acolhida em seu abraço, que ornou teu peito com pedras preciosas… e te coroou com uma coroa de ouro gravada com o selo da santidade” (Lettera prima: FF, 2862).
Sobretudo no início de sua experiência religiosa, Clara teve em Francisco de Assis não só um mestre a quem seguir os ensinamentos, mas também um amigo fraterno. A amizade entre estes dois santos constitui um aspecto muito belo e importante. Efetivamente, quando duas almas puras e inflamadas do mesmo amor por Deus se encontram, há na amizade recíproca um forte estímulo para percorrer o caminho da perfeição. A amizade é um dos sentimentos humanos mais nobres e elevados que a Graça divina purifica e transfigura. Como São Francisco e Santa Clara, outros santos vivenciaram uma profunda amizade no caminho para a perfeição cristã, como São Francisco de Sales e Santa Giovanna de Chantal. O próprio São Francisco de Sales escreve: “é belo poder amar na terra como se ama no céu, e aprender a amar-nos neste mundo como faremos eternamente no outro. Não falo aqui de simples amor de caridade, porque este devemos tê-lo todos os homens; falo do amor espiritual, no âmbito do qual, duas, três, quatro ou mais pessoas compartilham devoção, afeto espiritual e tornam-se realmente um só espírito” (Introduzione alla vita devota III, 19).
Após ter transcorrido um período de alguns meses em outras comunidades monásticas, resistindo às pressões de seus familiares que no início não aprovavam sua escolha, Clara se estabeleceu com suas primeiras companheiras na igreja de São Damião, onde os frades menores tinham preparado um pequeno convento para elas. Nesse mosteiro, viveu durante mais de quarenta anos, até sua morte, ocorrida em 1253. Chegou-nos uma descrição de primeira mão de como estas mulheres viviam naqueles anos, nos inícios do movimento franciscano. Trata-se do informe cheio de admiração de um bispo flamengo em visita à Itália, Santiago de Vitry, que afirma ter encontrado um grande número de homens e mulheres, de toda classe social, que, “deixando tudo por Cristo, escapavam ao mundo. Chamavam-se frades menores e irmãs menores e são tidos em grande consideração pelo senhor Papa e pelos cardeais… As mulheres… moram juntas em diferentes abrigos não distantes das cidades. Não recebem nada; vivem do trabalho de suas mãos. E lhes dói e preocupa profundamente que sejam honradas mais do que gostariam, por clérigos e leigos” (Carta de outubro de 1216: FF, 2205.2207).
Santiago de Vitry tinha captado com perspicácia um traço característico da espiritualidade franciscana, a que Clara foi muito sensível: a radicalidade da pobreza associada à confiança total na Providência divina. Por este motivo, ela atuou com grande determinação, obtendo do Papa Gregório IX ou, provavelmente, já do Papa Inocêncio III, o chamado Privilegium Paupertatis (cfr FF, 3279). Em base a este, Clara e suas companheiras de São Damião não podiam possuir nenhuma propriedade material. Tratava-se de uma exceção verdadeiramente extraordinária em relação ao direito canônico vigente, e as autoridades eclesiásticas daquele tempo o concederam apreciando os frutos de santidade evangélica que reconheciam na forma de viver de Clara e de suas irmãs. Isso demonstra também que nos séculos medievais, o papel das mulheres não era secundário, mas considerável. A propósito disso, é oportuno recordar que Clara foi a primeira mulher da história da Igreja que compôs uma Regra escrita, submetida à aprovação do Papa, para que o carisma de Francisco de Assis se conservasse em todas as comunidades femininas que iam se estabelecendo em grande número já em seus tempos, e que desejavam se inspirar no exemplo de Francisco e Clara.
No convento de São Damião, Clara praticou de modo heróico as virtudes que deveriam distinguir cada cristão: a humildade, o espírito de piedade e de penitência, a caridade. Ainda sendo a superiora, ela queria servir em primeira pessoa as irmãs enfermas, submetendo-se também a tarefas muito humildes: a caridade, de fato, supera toda resistência e quem ama realiza todo sacrifício com alegria. Sua fé na presença real da Eucaristia era tão grande que em duas ocasiões se comprovou um fato prodigioso. Só com a ostensão do Santíssimo Sacramento, afastou os soldados mercenários sarracenos, que estavam a ponto de agredir o convento de São Damião e de devastar a cidade de Assis.
Também esse episódio, como outros milagres, dos quais se conservava memorial, levaram o Papa Alexandre IV a canonizá-la só dois anos depois de sua morte, em 1255, traçando um elogio a ela na Bula de canonização, onde lemos: “Quão vívida é a força desta luz e quão forte é a claridade desta fonte luminosa. Na verdade, esta luz estava fechada no esconderijo da vida de clausura, e fora irradiava esplendores luminosos; recolhia-se em um pequeno monastério, e fora se expandia por todo vasto mundo. Guardava-se dentro e se difundia fora. Clara, de fato, se escondia; mas sua vida se revelava a todos. Clara calava, mas sua fama gritava” (FF, 3284). E é precisamente assim, queridos amigos: são os santos que mudam o mundo para melhor, transformam-no de forma duradoura, injetando-lhe as energias que só o amor inspirado pelo Evangelho pode suscitar. Os santos são os grandes benfeitores da humanidade!
A espiritualidade de Santa Clara, a síntese de sua proposta de santidade está recolhida na quarta carta a Santa Inês de Praga. Santa Clara utiliza uma imagem muito difundida na Idade Média, de ascendências patrísticas, o espelho. E convida sua amiga de Praga a se olhar no espelho da perfeição de toda virtude, que é o próprio Senhor. Escreve: “feliz certamente aquela a quem se lhe concede gozar desta sagrada união, para aderir com o profundo do coração [a Cristo], àquele cuja beleza admiram incessantemente todas as beatas multidões dos céus, cujo afeto apaixona, cuja contemplação restaura, cuja benignidade sacia, cuja suavidade preenche, cuja recordação resplandece suavemente, a cujo perfume os mortos voltarão à vida e cuja visão gloriosa fará bem-aventurados todos os cidadãos da Jerusalém celeste. E dado que ele é esplendor da glória, candura da luz eterna e espelho sem mancha, olhe cada dia para este espelho, ó rainha esposa de Jesus Cristo, e perscruta nele continuamente teu rosto, para que possas te adornar assim toda por dentro e por fora… neste espelho resplandecem a bem-aventurada pobreza, a santa humildade e a inefável caridade” (Quarta carta: FF, 2901-2903).
Agradecidos a Deus que nos dá os santos, que falam ao nosso coração e nos oferecem um exemplo de vida cristã a imitar, gostaria de concluir com as mesmas palavras de benção que Santa Clara compôs para suas irmãs e que ainda hoje as Clarissas, que desempenham um precioso papel na Igreja com sua oração e com sua obra, custodiam com grande devoção. São expressões das que surge toda a ternura de sua maternidade espiritual: “Bendigo-vos em minha vida e depois de minha morte, como posso e mais de quanto posso, com todas as bênçãos com as que o Pai de misericóridas abençoa e abençoará no céu e na terra seus filhos e filhas, e com as quais um pai e uma mãe espiritual abençoa e abençoará seus filhos e filhas espirituais. Amém” (FF, 2856).
Papa Bento XVI
2 notes · View notes
irunevenus · 1 month ago
Text
Giordano Bruno: A Vida e a Condenação do Filósofo da Infinitude
Giordano Bruno, nascido em janeiro de 1548 na cidade de Nola, no sul da Itália, foi um filósofo, matemático, poeta e astrônomo que se destacou por suas ideias revolucionárias sobre o universo. Ele ousou questionar as noções tradicionais do cosmos, defendendo teorias sobre a infinitude do universo e a multiplicidade dos mundos — ideias que, na época, desafiaram não só a ciência, mas também a doutrina católica dominante. Este artigo busca introduzir sua vida e trajetória, desde sua formação inicial até a condenação final que selaria seu nome na história como um dos mártires do pensamento livre.
Infância e Formação
Filho de Giovanni Bruno e Fraulissa Savolino, nasceu Filippo Bruno (nome que ele mudaria para Giordano ao entrar na vida religiosa) em uma família modesta, e desde cedo demonstrou inclinações para o estudo e a filosofia. Em 1562, com 14 anos, ingressou no convento de São Domingos, em Nápoles, uma ordem católica dedicada ao ensino e ao estudo. Lá, começou a se aprofundar na filosofia escolástica e na teologia, estudando a fundo Aristóteles e Tomás de Aquino, mas também nutrindo interesse pelas ideias menos ortodoxas de antigos filósofos gregos como Heráclito e Pitágoras.
Sua formação na Ordem dos Dominicanos moldou grande parte de seu pensamento inicial. Ele se dedicou com rigor aos estudos e à prática religiosa, mas seus questionamentos sobre certos dogmas da Igreja logo começaram a despertar controvérsias.
Conflitos com a Igreja e Fuga da Itália
Bruno começou a criticar publicamente certas doutrinas católicas, especialmente questões como a transubstanciação, a Trindade e a natureza de Cristo, desafiando verdades consideradas inquestionáveis na época. Além disso, ele mostrava interesse por temas como a arte da memória — técnicas mnemônicas que ajudavam a expandir a mente e organizar o conhecimento de forma estruturada e simbólica — e pela filosofia hermética, associada ao pensamento místico e alquímico.
Percebendo que suas ideias estavam se tornando perigosas em um ambiente tão ortodoxo, Bruno abandonou a ordem e, em 1576, fugiu de Nápoles para evitar um processo de heresia. Sua vida a partir daí foi marcada por uma constante movimentação pela Europa, onde procurava refúgio em diversos países, como França, Inglaterra, Suíça e Alemanha. Em cada lugar, ganhava a vida lecionando, escrevendo e compartilhando suas teorias, ao mesmo tempo em que escapava das ameaças da Inquisição.
Principais Obras e Teorias Revolucionárias
Entre suas obras mais famosas estão De l’infinito, universo e mondi (Sobre o Infinito, o Universo e os Mundos), De la causa, principio e uno (Sobre a Causa, o Princípio e o Uno) e De umbris idearum (Sobre as Sombras das Ideias). Nessas obras, Bruno abordava ideias que, hoje, parecem se alinhar mais com a cosmologia moderna, especialmente o conceito de pluralismo cósmico — a crença de que o universo é infinito e que existem múltiplos mundos habitados.
Além disso, Bruno rejeitava o geocentrismo, a ideia de que a Terra estava no centro do universo, defendendo que o cosmos não tinha um ponto central e que as estrelas eram sóis de sistemas planetários independentes. Para ele, a infinitude do universo era um reflexo da infinitude divina, uma visão que desafiava as estruturas filosóficas e teológicas da época, pois se afastava de um universo fechado e hierárquico controlado diretamente pela divindade.
Retorno à Itália e Prisão
Depois de muitos anos viajando pela Europa, Giordano Bruno retornou à Itália, aceitando um convite para lecionar em Veneza, o que muitos consideram um erro fatal. Em 1592, ele foi denunciado por heresia às autoridades da Inquisição em Veneza e, em seguida, transferido para Roma, onde passaria os últimos sete anos de sua vida na prisão, enfrentando interrogatórios e tortura.
A Igreja Católica via em Bruno uma ameaça não só teológica, mas também social. Suas ideias místicas e sua visão do cosmos subvertiam as noções cristãs tradicionais e ameaçavam a estrutura de poder religiosa e política. Durante seu julgamento, Bruno foi acusado de uma série de crimes, incluindo a negação da doutrina da Trindade, a rejeição da condenação eterna e o apoio a teorias cosmológicas que violavam as escrituras.
Condenação e Execução
Em 1600, após anos de tentativa de fazer com que ele se retratasse, Bruno foi condenado à morte por heresia. No dia 17 de fevereiro, foi levado ao Campo de' Fiori, uma praça em Roma, onde foi queimado vivo. Até o último momento, recusou-se a abjurar suas ideias, o que o tornaria um dos grandes símbolos do livre pensamento e da liberdade de expressão.
Ao ser levado para a execução, é dito que Bruno olhou para seus inquisidores e declarou: “Vocês talvez sintam mais medo em pronunciar esta sentença do que eu ao ouvi-la.”
Legado de Giordano Bruno
Giordano Bruno é hoje lembrado como um dos primeiros mártires da ciência e da liberdade de pensamento. Suas ideias sobre o universo infinito e a pluralidade dos mundos foram redescobertas e celebradas com o avanço da astronomia moderna, e ele é reverenciado como um visionário que esteve à frente de seu tempo.
Embora tenha sido condenado pela Igreja, o impacto de Bruno não foi apagado, e sua vida e morte representam a luta contra a opressão do conhecimento e a busca incessante pela verdade. Ao desafiar a visão de mundo de sua época, ele deixou um legado que ainda inspira pensadores, cientistas e defensores da liberdade intelectual em todo o mundo.
0 notes
nossasenhoraaparecida · 1 year ago
Text
Tumblr media
🙏✝️22 DE SETEMBRO✝️🙏
🙏✝️São Maurício e companheiros mártires, soldados de Deus✝️🙏
✝️Origens✝️
Maurício, Exupério, Cândido, Vitor, Inocêncio, Vital e outros eram oficiais e soldados do exército que foi encarregado, em 287, de reprimir a revolta dos Bagaudas (Bagauda vem da palavra céltica bagad, que significa multidão). Tratava-se, com efeito, de uma multidão de aldeões, pastores e escravos, que se revoltaram contra os seus senhores em certas partes da Gália, ameaçando a dominação romana.
✝️A Ordem✝️
Foi Maximiano Hércules quem recebeu ordens de Diocleciano para sufocar esta insurreição. Depois de atravessar os Alpes, interrompeu a marcha na Suíça, a fim de dar descanso de três dias às tropas. A guarda avançada acampou em Agaunum, a cerca de quinze milhas do Lago de Genebra. Era a esta guarda que pertenciam Maurício e os companheiros. Formavam um destacamento constituído inteiramente por cristãos, tirados, ao que parece, dos exércitos egípcios que guardavam habitualmente as fronteiras meridionais da Tebaida, daí o nome, que lhes deram, de Legião Tebana.
✝️Páscoa✝️
Antes de entrar em combate, Maximiano Hércules deu ordens para que todas as tropas se concentrassem em Octodure, a fim de sacrificarem aos deuses e prestarem juramento. Com a Legião Tebana, se recusou a tomar parte nessa cerimônia: “Somos seus soldados, mas também servos de Deus”, eles disseram.
Eles foram dizimados por ordem do comandante. Não tendo este castigo alterado as posições dos soldados, Maximiano mandou dizimá-los pela segunda vez. Os sobreviventes, porém, não deram mostras de se quererem acomodar aos desejos do comandante e, por isso, foram todos passados pelas armas.
✝️Igreja e Relíquias✝️
O campo ficou forrado de sangue e cadáveres. Naquele lugar e naquela época, foi erguida uma igreja em honra e culto a esses santos mártires do cristianismo, encontrada somente por volta do ano 1893. A maioria das relíquias dos corpos dos soldados cristãos da legião tebáica, atualmente, é venerada no Convento de São Maurício de Agaunum, na região do Valese, atual Suíça. Especialmente no dia 22 de setembro, determinado pelo calendário oficial da Igreja de Roma.
🙏✝️Minha oração✝️🙏
“Ao pelotão de soldados que deram testemunho da verdade e da verdadeira luta, sede auxílio no tempo de guerra e de combate da fé. Intercedei para que, se necessário, saibamos dar a nossa vida em favor de Cristo e da Igreja, fiel à vontade Divina. Amém!”
🙏✝️São Maurício e companheiros mártires, rogai por nós!✝️🙏
2 notes · View notes
portugalconfidential · 2 months ago
Link
0 notes