#contoslucknow
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O Médico
Naquela noite, Daliya acordou com uma carta de Xerxes em sua cabeceira. Ela se perguntou como ele a deixou ali, talvez ele fosse muito furtivo.
No bilheite, pedia que se encontrassem. Ela queria revê-lo e beijá-lo novamente. Observou se o marido dormia, chamou-o, mas ele continuou roncando.
De fininho, ela saiu da cama. Tomando cuidado para não acordá-lo.
Pegou um véu do seu guarda-roupa, para caso uma pessoa tentasse vê-la na rua, não conseguiria reconhecê-la.
Os dois se encontraram escondidos na floresta.
O romance se repetiu por várias noites, principalmente nas lua cheias, quando Xubair desaparecia misteriosamente.
Se encontraram em vários lugares diferentes para que não fossem pegos e após semanas, ninguém nunca descobriu o romance deles.
Algum tempo, Daliya começou a se sentir mal. Uma ardência no estômago e muito enjoo. Temia que pudesse desmaiar novamente ou ter uma gastrite.
Mas o que seu médico revelou era pior do que qualquer gastrite ou doença no coração.
"Você está grávida."
"Não posso estar grávida!" ela reclamou.
Quem ela queria enganar? Ela estava casada com um homem que desejava ter filhos e o único método contraceptivo que tinha em 1890 era o coito interrompido que usava com Xerxes. Qualquer um dos dois podia tê-la engravidado.
"O senhor vai me ajudar a tirar!" disse Kavita.
"Senhora Ali Shah?! A senhora está maluca? Como pode ter coragem de dizer algo assim? A senhora é casada, o objetivo de um casamento é ter filhos. Seu marido ficaria tão feliz ao saber da notícia..."
Daliya teve uma dor de cabeça, precisava se lembrar que naqueles tempos as mulheres não tinham muitas opções de escolha, ter filhos era a função de uma pessoa do sexo feminino.
Kavita resolveu soar mais amigável com o médico, ele podia ajudá-la no futuro.
"Desculpa, estou assustada." não era mentira "Nunca fui mãe, e estou casada há três meses apenas."
"Acalme-se." pediu o médico "É normal ter medo, mas não precisa se preocupar. A senhora pode contar comigo para ajudá-la com a gravidez. Já lidei com os dois partos da minha esposa, não há nenhum misterio para mim na área da obstetrícia."
Kavita gostou de como o médico foi solicito a ela, mesmo sendo um homem inglês.
"Agradeço por cuidar de mim, doutor." disse a ele.
Dentro do quarto ela encarou o espelho e se perguntou o que faria agora.
"Não surta, Kavita!" pediu para si "O filho é da Daliya, não seu, quando voltar para o meu tempo eu não estarei grávida."
Kavita nunca teve vontade de ser mãe, não se imaginava grávida, mas infelizmente naquele lugar e período onde estava não existia pílula anticoncepcional.
Havia outro problema: como contar a Xubair que estava grávida?O filho podia não ser dele e sim de Xerxes.
"Não se preocupe com isso." pensava consigo mesma "Se for filho de Xerxes, ele nunca vai reparar já que são gêmeos."
Daliya não podia esconder por muito tempo, o médico vinha com frequência para sua casa, a barriga estava crescendo e os enjoos só pioravam, ou ela contava ou o médico contaria. Melhor ser por ela ou aquele inglês podia contar a ele que ela pensou em tirar o bebê.
Ela contou a notícia e ele recebeu super bem e feliz. Ele sempre quis ser pai e agora realizava seu desejo.
"Tenho certeza de que me dará um filho homem, forte e inteligente para assumir o título de nawab." disse ele a esposa.
Kavita se perguntou se deveria contar a gravidez para Xerxes ou deixar que ele soubesse por Xubair. Para quê? Ele não poderia assumir a criança mesmo que fosse dele.
Em uma tarde o médico Don trouxe sua esposa, como forma de acalmar Daliya sobre a gravidez, já que sua esposa passou pela experiência duas vezes.
Melle, a esposa do médico, disse que Daliya não devia se preocupar, ele era um ótimo médico e iria cuidar bem dela e da criança.
"Meu marido se sente honrado de servir a família do nawab de Lucknow." ela falou.
E ele provou que realmente iria cuidar muito bem de Daliya.
A frequência de contato fizeram os dois se tornarem muito próximos...
Xubair decidiu levar Daliya para conhecer um amigo de seu marido, que também tinha uma esposa muito dedicada e do lar. Xubair achava que se Daliya ficasse amiga dessa mulher poderia se inspirar.
A família que visitavam era do político Cid Khan e sua esposa Saira Khan.
Daliya não se sentiu tão a vontade, Cid era um homem que gostava de usar do humor até da falar das coisas terríveis da sua vida, como por exemplo, como ele conseguiu aquela cicatriz no rosto.
"Lutei contra cães ferozes para salvar minha irmã caçula." contava ele.
Saira percebia o desconforto da convidada
"Ele é só um piadista." dizia ela.
Os homens deixaram as mulheres a sós para que interagissem. Saira também estava grávida do primeiro filho e as duas compartilharam o quão assustadas estavam com aquela experiência, mas para Saira o medo era bom.
"Levei muitos anos de casada para conseguir engravidar." ela conta "Minha mãe estava decepcionada comigo, tentei todas as simpatias possíveis, até que finalmente Alá nos abençoou. Estou com inveja que você engravdiou logo nos primeiros meses de casada."
Daliya só pôde rir de nervoso.
"Na verdade eu nem sei como me sentir em relação a essa criança, eu nem queria engravidar agora." Daliya desabafou, acreditando que teria uma amiga naqueles tempos desconhecidos.
"Deixe de ser ingrata! Você é uma sortuda! Tenho certeza que seu marido agora a enche de joias e mimos. Apenas torça pra ser um filho homem, assim você nunca vai perder o poder na sua família."
Daliya pediu licença e preferiu ficar sozinha para pensar. Precisava se lembrar que as mulheres naquele tempo não tinham a mesma cabeça que as mulheres de 2023, seu foco era na família e filhos. Daliya fechou os olhos e segurou o choro por um momento, sem amigos, grávida e sem uma máquina do tempo para voltar para casa, ela se sentia sem esperanças.
(Ignorem o microondas, eu nem vi na hora das fotos e aí ele ficou :/)
Pelo menos, ela começou uma amizade e um romance com o médico Don. Ele era o único que se interessava por descobertas cientificas, era um europeu com cabeça mais aberta sobre as mulheres e além disso tudo era romântico com Daliya, fazendo-lhe companhia quando Xubair não estava.
Capítulo 7 __//__ Capítulo 1 __//__ Capítulo 5
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Volta no Tempo
Kavita Bean trabalha no antigo laboratório de sua mãe, em busca de algo que possa ajudá-la em seu objetivo.
A mãe de Kavita era cientista e tinha uma laboratório pessoal em casa.
Mãe e filha eram bem próximas e muito amigas.
Mas infelizmente sua mãe faleceu quando ela ainda era muito jovem.
Deixando-a apenas com as boas memórias de sua infância.
Kavita não aceitou a morte prematura de sua mãe, decidiu seguir a mesma profissão e se formou em física com nota máxima.
Seu objetivo é desvendar os mistérios do laboratório de sua mãe e criar uma máquina do tempo, com uma máquina de viagem a mundos alternativos que sua mãe criou no passado e que escondia em seu laboratório.
Após meses de trabalho sem descanso, ela finalmente conseguiu acessar o laboratório secreto de sua mãe.
Um sentimento de nostalgia invadiu o coração de Kavita, ela suspira e desejaria que sua mãe estivesse ali, na sua frente, trabalhando em seu laboratório.
"Espero conseguir atingir os meus objetivos, não irei desistir!" disse Kavita a si mesma.
Ela investigou o portal e viu que mesma apesar dos anos, ele continuava funcionando.
Kavita começa a trabalhar no portal, foram mais meses de trabalho.
E finalmente ela sente que seu trabalho foi concluido com sucesso.
Kavita atravessou o portal.
Ela mal podia esperar para rever sua mãe.
Kavita acordou em uma cama luxuosa, ela espreguiçou-se sentindo cansada.
Ela olhou ao redor e notou um quarto antigo, não era mesmo quarto de sua infância, nada daquilo fazia parte de suas memórias.
Uma dor de cabeça latente a atingiu.
"O que está acontecendo? A máquina do tempo deu errado?" ela se perguntou. Então novas lembranças pipocaram em sua mente.
Ela não era mais Kavita Bean, e sim Daliya Begum. Ela acabou de casar com o Nawab de Lucknow, Mir Xubair Nawab Ali Shah.
Eles se casaram na noite passada e naquela noite tiveram um momento de amor, ele a deixou adormecida e saiu do quarto.
"Mas que merda! Eu não queria estar em 1890! Eu só queria voltar alguns anos, por que voltei tanto?'' Ela gritou para si mesma "Por que sou essa tal de Daliya? E ainda tinha que estar casada com um nawab?"
"Não acredito que falhei" Kavita chora ao perceber o fracasso da sua máquina do tempo "Como voltarei para casa estando em 1890? Aqui não tem as mesmas tecnologias"
"Não, Kavita, você não pode se deixar ser derrotada." ela se esforça para levantar da cama "Eu preciso dar um jeito de voltar, eu não sou Daliya Begum, não quero estar casada com um homem que nem conheço e muito menos ficar em um período tão retogrado".
Seu estômago roncou. Ela se sentiu envergonhada ao se lembrar do motivo de sua fome, tinha acabado de ter uma intensa atividade física. Ela se perguntou onde estaria seu marido, preferiu que quanto menos o visse melhor, então decidiu ir até a cozinha preparar algo para comer.
Ficou feliz de encontrar chá quentinho na cozinha e se serviu.
"Irmão? Por que o chá está demorando tanto?" alguém invade a cozinha.
kavita tenta manter a calma, imaginando que seria seu marido, apesar de terem o mesmo rosto, percebeu que era um homem diferente.
"Por Alá! Eu não sabia que a minha cunhada estaria na cozinha..." O homem fecha os olhos imediatamente ao perceber quem era "Me desculpa, achei que fosse uma empregada"
Capítulo 2
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Desafio das décadas - Reboot
É com muito prazer que eu anuncio o retorno do meu desafio das décadas, mas não com a família Khan, resolvi trazer uma nova história, um novo começo com Daliya Begum e o Nawab Mir Xubair Ali Shah,
Kavita Bean, uma garota do séc. XXI, que vivia em Windenburg com seu pai, desejando trazer de volta sua mãe, que faleceu quando ela ainda era muito pequena. Kavita vai ao laboratório antigo de sua mãe, que era cientista, e acaba voltando demais no tempo, até a Índia de 1890.
A menina acorda com henna nas mãos e descobre que naquele tempo ela é Daliya Begum, a recém-casada esposa do Nawab de Lucknow.
Ela deseja voltar para seu tempo, mas será que isso não é possível e ela tem que aprender a lidar com sua nova realidade e um marido desconhecido?
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Sei que não seria bom tom dar desculpas, mas estarei dando mesmo assim. Abadonei a história da família Khan por estar passando por problemas pessoais e financeiros, meu psicologico ficou super abalado. Tentei novas gameplays, mas não me apeguei a nenhuma delas. Mesmo aquelas que não compartilhei aqui.
Não consegui gostar da história de Caim e Abel, não consigo voltar para a família Khan, e nem consegui fazer a história da Aurora no the sims (mas está completa no wattpad). Mas eu sentia falta de me apegar e criar histórias, então resolvi fazer um reboot da minha gameplay mais longa, agora estudei mais (porque pretendo transformar a família khan em livro) e espero que tudo saia mais organizadinho.
Previsões para as fotos não há, ainda estou passando por alguns problemas e criar a história é meu refúgio, portanto, farei no meu tempo, apenas por diversão.
Talvez eu volte com Aurora, não com a história completa, mas com fotos de algumas cenas do livro, acho que o motivo de eu não estar gostando é porque as coisas não saiam como eu imaginava devido a limitação do the sims.
Espero que gostem na nova série que sairá em breve!
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Não era o que esperava
As duas conversaram por um bom tempo. Kavita estava feliz de ter a sua mãe, mesmo que fosse em 1890.
Infelizmente naquele lugar ela não era uma cientista, não podiam partilhar o assunto sobre tecnologias. Sua mãe gostava de falar dos cuidados da casa e casamento. Bom, eram o que as mulheres faziam nessa época, certo?
Kavita estava confusa sobre como se sentir, era a sua mãe, ao mesmo tempo que não era ela. Isso a desorientou, por um segundo pensou em desistir de ir para casa.
"Não posso, por mais que ela se parecesse coma minha mãe, não era ela" tentou impor esses pensamentos a si mesma.
Assim que Nawab chegou em casa, notou a esposa triste. Mal imaginava ele que uma confusão atingia sua mente e coração, ele acreditava ser apenas saudades da casa de sua mãe.
"Homens sempre tiveram pensamento limitado" pensou Kavita.
"Querida, vá se arrumar, vamos sair para tomar chá." anunciou ele. Acreditava que um passeio faria bem a sua esposa.
Saíram para uma casa de chá, ele a levou para uma sala privativa, assim ninguém poderia vê-la além dele.
O Nawab a encheu de galanteios, por algum motivo Kavita estava gostando de ser tão paparicada. Nenhum homem com quem saiu na adolescência e faculdade a elogiava tanto quanto o Nawab.
"Está gostando do ambiente, minha querida?" ele perguntou.
"Sim! É diferente de tudo que já vi! Você tem bom gosto, Xubair."
Houve uma pausa dramática.
"Você me chamou pelo nome?" ele perguntou.
Kavita pôs a mão sobre a boca, ao esquecer que não estava mais em Copperdale de 2023, mas sim em Lucknow de 1890.
Os momentos com Xubair foram divertidos, ele era engraçado e não se importava que Daliya falasse sobre o espaço, planetas e tempos.
"Pronta para ir para casa?" ele perguntou. Kavita não queria ir embora, ainda era cedo e ela estava se divertindo muito, sabia que Daliya mal saia de casa, aquela era uma oportunidade única.
"Só mais um pouco, meu querido." pediu ela.
O nawab não conseguiu resistir a voz doce de sua esposa, aproveitou que a sala era privada para beijá-la, o que a pegou de surpresa. Kavita sentia seu coração sambar em seu peito.
Não! Ela não podia ter sentimentos por Xubair enquanto tivesse uma missão a cumprir.
"Marido!" ela o afastou "Não estamos no nosso quarto."
"Ninguém está nos vendo."
"Eu sei, mas não é certo. Hum, estou com fome e sede. Poderia trazer algo para comermos e um chá?"
"Ah... tudo bem."
Kavita tinha um plano, iria aproveitar que o nawab sairia para pedir chá e comida, pularia a janela e iria buscar cristais e metais para criar uma nova máquina do tempo.
Seu plano funcionou, ela estava do lado de fora da loja de chá
Ela encontrou uma rocha com cristais e cavou em busca de algo bom.
Infelizmente foi encontrada por Xubair, que rapidamente percebeu o seu sumiço e foi procurá-la.
"O que está fazendo do lado de fora?" ele a questionou "Volte imediatamente para a nossa sala."
"Por que está gritando comigo? Eu só quis dar uam volta, a noite está linda."
"Uma mulher casada não deve se exibir por aí, Daliya, sua mãe não te criou direito? Eu já te levei pra passear, o mínimo é ficar na sala privada."
"Caramba, Xubair! É só uma voltinha, não estou me exibindo para ninguém, deixa de ser ciumento."
"Você quer me fazer de trouxo, Daliya? O que as pessoas vão pensar de mim se virem a minha esposa andando pelas ruas sozinha e ainda me chamando pelo nome? Quer que eu perca o respeito? Entre no riquixá, agora! Vamos para casa!"
"Você não é meu pai para mandar em mim! Eu não vou sem antes coletar esse cristal..."
"Eu sou o nawab de Lucknow!" ele a interrompeu "Eu mando nesta cidade e mando em você também! Agora, entre no riquixá! Eu não vou mandar uma terceira vez."
Kavita odiou o jeito como Xubair se dirigiu a ela, mas ela sentia que Daliya possuia um respeito por ele e entendia que tais atitudes eram normais daquela época. Resolveu que seria melhor abaixar a cabeça e obedecer, não planejava ficar naquele lugar por muito tempo.
Daliya e Xubair não se falaram mais durante o restante da noite, na manhã seguinte eles continuaram sem se falar, até que o nawab encontrou Daliya cambaleando pela cozinha.
"Daliya?" ele chamou por ela, que não respondeu.
Ela caiu para a frente, mas ele foi rápido o suficiente em segurá-la.
"Por Alá, Daliya! Você está ardendo em febre!"
"Xerxes! Chame o médico!" ele gritou para o irmão.
O médico foi chamado para analisá-la, eles a levaram para cama e o médico conseguiu descobrir qual era o problema de Daliya.
"Aparentemente Daliya tem um problema no coração." disse o médico.
"O quê?!" Xubair não conseguia acreditar "Mas a mãe dela nunca me disse nada."
"Não é um problema fácil de descobrir, ela só reagi de forma negativa a situações que exijam muito do seu emocional. Talvez ela tenha tido uma vida calma com a mãe e isso nunca aconteceu..."
De repente Xubair foi tomado pela culpa ao se lembrar da discussão da noite anterior.
"Não se preocupe senhor Ali Shah, ela só precisa ter uma vida tranquila e sem excessos, uma boa alimentação e a vida de uma dona de casa vai acalmá-la, só evite situações muito estressantes."
Nawab se sentia traído ao descobrir da doença da esposa, mas ele já estava de coração entregue a ela e não conseguiria devolvê-la a sua mãe, Daliya precisava se comportar em casa ou essa situação se repeitiria.
Capítulo 4 __//__ Capítulo 1 __//__ Capítulo 2
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Esquecimentos
"Uma empregada?" ela o questionou "Não precisa ser tão cuidadoso comigo, eu não mordo."
O homem achou graça.
"A senhora é diferente das outras mulheres, qualquer uma teria se escondido para não vê-la de camisola." ele continuou a falar de olhos fechados, ao menos, tentou, de vez enquanto, seus olhos se abriam para apreciar a beleza de Daliya.
Kavita se lembrou que estava em 1890, onde homens e mulheres possuiem o minimo de intimidade. Não era como o século XXI, onde relações casuais, ou festas do pijamas mistas eram comuns.
"A senhora está bem? Posso chamar o meu irmão se precisar de algo, podemos conversar melhor amanhã, mas nesse momento..." ele já não conseguia desviar o olhar de Daliya "Meu irmão me mataria se a vesse com roupas de dormir."
"Tudo bem, Xerxes." Kavita soltou o nome de sua boca sem dificuldade, Daliya sabia quer Xerxes era o irmão gêmeo do nawab, apesar de só tê-lo vistos pelas fotos e de relance no casamento. "Não falarei nada para o meu marido, pode continuar o que estava fazendo antes de me ver."
"Oh, a senhora é muito boa, desculpa de novo em vê-la desse jeito, a culpa foi minha..." ele deu passos para trás em direção a porta, suas pernas cambalearam e ele quase dirigiu o olhar para ela novamente, suava frio e seu coração palpitava só de vê-la com os cabelos caídos pelos ombros. "Desculpa mais uma vez." e se retirou.
O estômago de Kavita ainda roncava, ela foi preparar uma comida. Viveu sozinha em um apartamento enquanto estava na faculdade e cozinhava todas as suas refeições, mesmo que seu pai sempre mandasse alguns biscoitos de criança.
Após a refeição ela voltou para o quarto, encontrou um homem dormindo na cama que acordou. O reconheceu como seu marido, com muito sono, ignorou que não o conhecia e deitou ao seu lado.
Demorou a conseguir fechar os olhos, por algum motivo seu coração acelerava ao assisti-lo dormir. Kavita disse a si mesma que eram os sentimentos de Daliya, estava claro que ela gostava do marido, só que ela não era Daliya e sim Kavita, ela não sentia nada por aquele homem, tudo o que queria era voltar para casa.
"Bom dia, minha princesa" foram com essas palavras e com toques delicados no rosto que acordaram Kavita naquela manhã.
Ainda desorientada pelo sono, se perguntou quem era aquele homem ao seu lado. Nem em seus antigos encontros casuais na faculdade ela deixou que um homem acordasse ao seu lado.
Em um ato insano de medo, ela o mordeu. Seu pai sempre a incentivou a praticar aulas de autodefesa na sua adolescência para se proteger dos assediadores.
Xubair levantou da cama em um pulo, Kavita percebeu o que acabou de fazer. Por um momento se esqueceu que era uma viajante do tempo e uma mulher casada.
"Por que me mordeu, Daliya?" ele perguntou.
"Oh! Me desculpa! Eu me esqueci que tinha marido."
"Como pode esquecer que tem um marido, Daliya?"
"Estamos casados apenas alguns dias, ainda não me acostumei."
"Ainda não se acostumou ao fazermos amor todas as manhãs?" ele contornou os lábios dela com o polegar "Achei que você me mordeu por estar sendo sexy, mas foi forte demais."
Ele se aproximou dela, com os narizes quase encostando um no outro.
"Pode me morder mais vezes se quiser, só seja mais carinhosa."
A sua aproximação fez o coração de Daliya saltitar, o que deixou a mente de Kavita confusa. Parecia que os olhos de Xubair brilhavam contra a luz das janelas e a pele dele contra a sua a queimava.
Percebendo a abertura que sua esposa deixou, o nawab se aproximou e a beijou. Daliya retribuiu o beijo com paixão, enquanto o corpo de Kavita tremia cheia de emoções diversas.
Ele a jogou na cama e segurou os seus pulsos. Kavita quase perdeu o ar, como ela podia se sentir tão vunerável e tão cheia de desejos por um homem que mal conhecia? Ao mesmo tempo que a mente de Daliya a confundia com memórias entre os dois amantes.
"Ainda vai esquecer que tem um marido agora?"
Daliya arfou só de sentir a vibração da voz dele em seu ouvido. Seu corpo tremulada a cada toque enquanto ele retirava sua camisola.
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Em poucos minutos, Xubair precisou ir trabalhar. Kavita teve que cuidar das tarefas domésticas.
"Eu devia estar procurando um jeito de voltar para casa, não varrendo o chão. Que merda de tempo que não tem aspirador!" ela falava consigo mesma "Será que eu conseguiria construir uma máquina do tempo? Pode levar anos, mas... acho que é o único jeito"
Kavita elaborava um plano de construir uma nova máquina do tempo enquanto lavava as roupas. Precisava de alguns metais e cristais, se ela conseguisse um tempo para escavar por aí... poderia ter uma chance!
Ela não teve tempo de sair para explorar, pois anunciaram que uma mulher veio visitá-la.
Uma mulher? Quem seria?
Kavita mal conteve as lágrimas ao receber a visita. A mulher a sua frente se assemelhava com sua falecida mãe, aquela que ela tentou trazer de volta a vida, estava bem ali na sua frente, mais velha do que se lembravam, mas ainda era ela.
"Seu marido me avisou que você não parecia bem esta manhã, então vim cuidar de você." disse a mulher "Você me parece bem, como tem sido seus dias de casada, Daliya?"
"Não acredito que é você, mum! Não acredito que está aqui!"
"Você está chorando, filha? O que aconteceu? Seu marido falou que você andou esquecida, será que precisamos chamar um médico? Sua memória sempre foi excelente..."
As falas da mãe foram interrompidas por um abraço apertado da filha.
"Achei que nunca mais iria vê-la!" Kavita dizia em meio as lágrimas.
"Minha filha, está tudo bem com você?"
"Não quero te perder nunca mais, mum!"
Kavita começou a achar que a máquina do tempo funcionou de alguma forma. Naquela nova realidade, elas eram mãe e filha novamente, o melhor: ela estava viva!
Capítulo 1 __//__ Capítulo 3
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Contos de Lucknow
1890
Personagens
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
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