#conto de nostalgia
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Para vocês que também amam o pequeno príncipe, assim como para mim, nada no universo será o mesmo se em algum lugar, não se sabe onde, um carneiro que não conhecemos comeu, ou não, uma rosa...
O Pequeno Príncipe (Antoine de Saint-Exupéry)
#O Pequeno Príncipe#Antoine de Saint-Exupéry#Citação de livro#Contos#Amor#Rosa#Carneiro#Universo#Mistério#Amizade#Inocência#Saudade#Conexão#Aventura#Imaginação#Crescimento#Sabedoria#Filosofia#Criança#Nostalgia#Simplicidade#Sonhos#Relacionamentos#Essência#Reflexão#Solidariedade#Viagem#Fantasia#Curiosidade#Encantamento
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Jornada Rumo às Moradas que Doem
Em Jornada Rumo às Moradas que Doem, embarcamos em uma viagem introspectiva pelas emoções humanas. A narrativa nos conduz por moradas como amor, alegria, ansiedade, esperança, tristeza, vergonha, desprezo, raiva, nostalgia e medo. Cada parada traz ensinamentos e descobertas, convidando à reflexão sobre quem somos e a importância do autoconhecimento. Uma jornada única para explorar o coração das emoções e encontrar a verdadeira plenitude.
#introspective#introspecção#alegria#ansiedad#medo#escrita#pensamentos#vida#meus medos#raiva#nostalgia#esperança#vergonha#leitura#trecho de livro#livros#contos#escritor#leitores#frase de livro#citação de livro#emoções
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@mikeellee
@themousefromfantasyland
Finalmente eu encontrei!
Essa aqui era a versão do Elenco Rádio Teatral com Zaccarias e sua Orquestra de Branca de Neve e os Sete Anões, gravada pela RCA Victor, que eu escutava no CD Histórias Infantis Vol. 2 quando eu era criança!
Originalmente produzido em 1954, foi relançado em 1957...

...e em 1970, geralmente num lançamento de disco duplo que também incluia A Gata Borralheira.

Nesta versão, a voz de Branca de Neve foi feita por duas artistas: a cantora Heleninha Costa (1924/2005) e a atriz Daise Lucidi (1929/2020).
Elas provavelmente são até hoje as minhas vozes preferidas para a versão Disney da personagem, com a atriz Maria Alice Barreto (1932/2010) e a cantora Cybele Freire (1940/2014), que foram as vozes da personagem na dublagem de 1965 do filme de animação, vindo logo em seguida.
Essa gravação em disco traduziu as canções de forma diferente, tanto da dublagem original de 1938 (da qual podemos ter uma ideia de como era graças à gravação para a Coleção Disquinho, que aproveitou boa parte dos artistas da primeira dublagem, como João de Barro (Braguinha) e Dalva de Oliveira), quanto da dublagem de 1965 que foi preservada no filme em si.
O destaque vai para a tradução da canção Someday my Prince Will Come, que se tornou definitiva em minha memória afetiva:
Um dia encontrarei
O amor que eu sonhei
O meu Príncipe eu sei que virá
E pra sempre comigo estará
Feliz meu coração
As aves cantarão
E os sinos também irão anunciar
Que então meu amor chega
Para saber mais da história deste e de outras versões para rádio teatro gravadas em disco do filme Branca de Neve e os Sete Anões, eu recomendo o blog da pessoa que gentilmente compartilhou o áudio de sua cópia do disco na Soundcloud:
#themousefromfantasyland#rca victor#elenco rádio teatral#zaccarias e sua orquestra#branca de neve e os sete anões#contos de fadas#fantasia#nostalgia#SoundCloud
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Você é aquela sensação gostosa de frio na barriga quando estamos em uma montanha russa, você é o sabor da minha bala favorita, você é o sol que aquece a minha pele em um dia ensolarado, você é o barulho gostoso da chuva no telhado, você é o vento que sopra meu rosto de forma suave, você é aquela paisagem de outono que me dá a sensação de nostalgia, você é a minha flor favorita, aquela flor que eu uso no pingente do meu colar e uso sempre pra lembrar de você, você é o mês que eu nasci, porque eu nasci na primavera e você sempre me lembra um belo jardim porque o seu sorriso é mais brilhante que as pétalas de margarida, o castanho dos seus olhos são mais vibrantes que a beleza de um girassol, a pétala da rosa não chega aos pés da cor dos seus lábios, seu lábios tem a beleza de um campo de astromélia, minha canção favorita é o som da sua risada, aquela que você da quando eu conto uma piada que só você acha graça, você é o amor que transborda no meu peito sem esperar nada em troca, você é a lágrima que escorre dos meus olhos quando eu sinto sua falta, você é a razão pela qual eu ainda insisto, você é a inspiração dos meus versos mais difíceis, porque escrever sobre você é quase um delírio, você é o meu delírio mais lúcido, você é aquele sonho do qual eu nunca quero despertar, você é o motivo de eu querer sonhar porque sonhar com você me faz querer realizar, realizar uma vida onde finalmente seremos só você e eu, por que meu bem eu sou completa mas com você eu transbordo.
- Com amor, T 🌼
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Talvez esse fosse um dos meus maiores defeitos: eu não sabia a hora de desistir. Ou, em contrapartida, essa é a minha maior força e qualidade vindo de um fragmento que, pouco a pouco, foi sendo desprendido de mim. Ansiava por encontrar em um canto qualquer de minha personalidade fabricada àquela doce menina que residia em meu íntimo e que sufocada ao longo dos anos pelo mundo foi se tornando imperceptível. Apesar dessa distância o elo não foi rompido, eu jamais a esqueci. Meus olhos ainda brilhavam com a nostalgia daquele sabor de infância. A minha criança interior ingênua e pura, adorável que brincava a luz da Lua e esbanjava felicidade com tão pouco. Acreditava em magia, conto de fadas, sinônimo de alegria. Em meio ao caos externo ela permitia ser a calmaria em ímpetos de rebeldia. Enxergava a vida pela óptica da fantasia e seus conceitos e sabedoria com certeza não estavam errados, o mundo apenas que não os compreendia. Sabia que conseguia encontra-la em cada desenho, em cada quadro, em cada arte que eu procuro honrar hoje, pois sei o quanto ela amava os detalhes, as cores e seus amores. Espero que ela tenha orgulho de quem eu me tornei, e reinventei o nosso mundo por ela.
Não desisti de te alcançar, parte mais linda e sonhadora minha.
@cartasparaviolet
#espalhepoesias#lardepoetas#mentesexpostas#carteldapoesia#pequenosescritores#projetoalmaflorida#autorais#liberdadeliteraria#projetovelhopoema#damadolago#eglogas#poecitas#mesigamnoinstagram @cartasparaviolet_
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Happy Sweet 20 Letícia !
Primeiro post do blog com vinte anos, meus queridos amigos imaginários! O aniversário foi ontem, exatamente.
Eu não faço a mínima ideia do que vai sair daqui. Estou improvisando. É um momento de transição do blog também, uma vez que, mesmo inconsistente, eu consegui elaborar diversos textos opiniosos tal qual minha própria pessoa (ao menos isso considero uma conquista) e pretendo amadurecer no hábito da escrita e nos temas abordados, almejando sempre ir além da proposta.
Ainda que eu não tenha critério avaliativo nenhum para isso (risos), é como um hobby que me mantém ocupada e não permite que minha mente continue alugada como oficina do diabo (risos)... Digo isso destacando 3 semanas completas sem terapia (risos nervosos). Vamos sorrir de verdade aqui, por favor.
Uma coisa que aprendi durante essas duas décadas (uau) de vida, é que tudo começa no autoconhecimento. Tenho buscado em todos os lugares o que exatamente seria o eu. Me encontrei numa espiritualidade onde tudo fez sentido: minha natureza seria a constante guerra pela paz, a não conformidade, a cabeça por vezes quente e por vezes fria procurando equilíbrio.
Constantemente tenho focado nos meus defeitos e ultimamente não tenho me amado tanto. Mesmo no meu auge, eu não possuía muitos sentimentos bons sobre mim mesma e ainda costumo confundir as coisas — me perder por nada.
Isso me faz ter nostalgia pelo meu momento mais decadente, em que eu sofria, mas era eu independente do que achassem. A adolescência realmente deixa uma marca na sua personalidade e estou lutando para me enxergar como adulta, mesmo tendo mais responsabilidades que pessoas muito mais velhas que eu... Ao mesmo tempo que não consigo abraçar o mundo com as pernas.
Bom, também não quero revelar demais porque acabaria com minha postura misteriosa e com a graça de contar histórias ao longo do tempo. Por agora, serão 10 conselhos para quem está se aproximando dos 20 e 10 desejos meus tendo 20 anos.
10 conselhos para quem se aproxima dos 20
Autoconhecimento - o básico. Saber do que você gosta, do que não gosta, quem você quer ser e onde quer chegar. É uma tarefa complicada mas vale a pena se descobrir e se ater a isso. Focar em você.
Sabedoria - arrumar o que fazer! isso é sabedoria. Aprender e aprender incansavelmente para poder ter o que ensinar.
Sempre se reencontrar - provavelmente o mais difícil é não deixar se perder pois muita coisa pode te impactar durante os anos, sejam eles eventos traumáticos ou não, relacionamentos, mas é uma obrigação se reencontrar.
Se impor - esse eu ainda estou aprendendo com muita dificuldade (risos extremamente nervosos). Se poupem, por favor. Imponham limites e não deixem que ultrapassem, a única pessoa que sai prejudicada sempre é você.
Ver o mundo - mesmo sendo extraordinariamente introvertida e caseira eu AMO conhecer os lugares e passear, ter experiências e ver o mundo. Uma das minhas atividades favoritas da infância era simplesmente admirar o céu noturno com suas belíssimas estrelas. Infelizmente, hoje o céu não tem 1 unidade visível de estrela por conta da poluição, mas dependendo do passeio, pode te deixar menos triste, de verdade. Só me arrependo de não sair tanto de casa.
Dose a importância que você dá às coisas - essa é sensacional! se incomodar com coisas que ninguém está dando a mínima é um fator de estresse colossal que te transforma numa CHATICE de pessoa e vai prejudicar demais sua saúde mental (experiência própria).
Saia do mundo fantástico de Bob, pelo amor de deus - pare!!!!! pare imediatamente de fazer planos!!!!!! arrume o que fazer, pelo amor de deus!!!! acorde desse conto de fadas!!!!!!!!! saia do papel e vá para a vida perceber as coisas como são!!! aja em cima disso!!!! da realidade!!!!!!
Diferencie o que está sob o seu controle e o que não está - magnífico, deve ser um alívio tremendo. Saber exatamente suas responsabilidades ajuda bastante com o conselho 4 também e a não enlouquecer como no conselho 6. Está sob seu controle? tudo bem então, porque você dá conta. Não está? então tudo bem, não é problema seu!!!!!!! alívio!!!!
Saiba entrar e sair dos lugares, saiba quando e como falar - educação doméstica básica cada vez mais rara de se encontrar pode fazer você se destacar bastante (triste, né?). O cuidado com as palavras e o tom te evita MUITOS problemas, recomendo não se envolver com fofocas e outras coisas que podem te causar dor de cabeça depois. Esse tipo de paz não abro mão. Fora que te traz uma reputação de responsabilidade e confiabilidade.
Não esmague tanto seus sonhos e tenha disciplina - existem períodos da vida que precisamos nos concentrar em outras coisas ou mesmo as circunstâncias não nos permitem fazer tudo que nos preenche, mas vai chegar a hora, pelo menos eu acredito que sim, na minha vez (risos esperançosos). A disciplina e articulação da sua rotina para te servir vai ajudar bastante a esse momento se aproximar.
//
10 desejos aos 20
Desejo poder viajar mais no futuro
Desejo poder ver estrelas de novo
Desejo ter estabilidade para cuidar de mim e da minha família
Desejo ter uma boa saúde pelos próximos anos
Desejo não perder a fé
Desejo conquistar o que é meu
Desejo curtir meus sonhos
Desejo me amar
Desejo fazer alguma diferença significativa no mundo
Desejo fazer boas escolhas
*apaga as velinhas simbólicas com os dedos*
Nem sei como finalizar. Me sinto melhor depois dessa digitação toda, realmente. Fico por aqui. Espero que sirva de algo para alguém, ainda temos muito para aprender e amadurecer, mas só dá para alcançar isso vivendo... Boa sorte para nós!
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O INCRIADO
Rio de Janeiro , 1935
Distantes estão os caminhos que vão para o Tempo — outro luar eu vi passar na altura Nas plagas verdes as mesmas lamentações escuto como vindas da eterna espera O vento ríspido agita sombras de araucárias em corpos nus unidos se amando E no meu ser todas as agitações se anulam como as vozes dos campos moribundos.
Oh, de que serve ao amante o amor que não germinará na terra infecunda De que serve ao poeta desabrochar sobre o pântano e cantar prisioneiro? Nada há a fazer pois que estão brotando crianças trágicas como cactos Da semente má que a carne enlouquecida deixou nas matas silenciosas.
Nem plácidas visões restam aos olhos — só o passado surge se a dor surge E o passado é como o último morto que é preciso esquecer para ter vida Todas as meias-noites soam e o leito está deserto do corpo estendido Nas ruas noturnas a alma passeia, desolada e só em busca de Deus.
Eu sou como o velho barco que guarda no seu bojo o eterno ruído do mar batendo No entanto como está longe o mar e como é dura a terra sob mim... Felizes são os pássaros que chegam mais cedo que eu à suprema fraqueza E que, voando, caem, pequenos e abençoados, nos parques onde a primavera é eterna.
Na memória cruel vinte anos seguem a vinte anos na única paisagem humana Longe do homem os desertos continuam impassíveis diante da morte Os trigais caminham para o lavrador e o suor para a terra E dos velhos frutos caídos surgem árvores estranhamente calmas.
Ai, muito andei e em vão... rios enganosos conduziram meu corpo a todas as idades Na terra primeira ninguém conhecia o Senhor das bem-aventuranças... Quando meu corpo precisou repousar eu repousei, quando minha boca ficou sedenta eu bebi Quando meu ser pediu a carne eu dei-lhe a carne mas eu me senti mendigo.
Longe está o espaço onde existem os grandes voos e onde a música vibra solta A cidade deserta é o espaço onde o poeta sonha os grandes voos solitários Mas quando o desespero vem e o poeta se sente morto para a noite As entranhas das mulheres afogam o poeta e o entregam dormindo à madrugada.
Terrível é a dor que lança o poeta prisioneiro à suprema miséria Terrível é o sono atormentado do homem que suou sacrilegamente a carne Mas boa é a companheira errante que traz o esquecimento de um minuto Boa é a esquecida que dá o lábio morto ao beijo desesperado.
Onde os cantos longínquos do oceano?... Sobre a espessura verde eu me debruço e busco o infinito Ao léu das ondas há cabeleiras abertas como flores — são jovens que o eterno amor surpreendeu Nos bosques procuro a seiva úmida mas os troncos estão morrendo No chão vejo magros corpos enlaçados de onde a poesia fugiu como o perfume da flor morta.
Muito forte sou para odiar nada senão a vida Muito fraco sou para amar nada mais do que a vida A gratuidade está no meu coração e a nostalgia dos dias me aniquila Porque eu nada serei como ódio e como amor se eu nada conto e nada valho.
Eu sou o Incriado de Deus, o que não teve a sua alma e semelhança Eu sou o que surgiu da terra e a quem não coube outra dor senão a terra Eu sou a carne louca que freme ante a adolescência impúbere e explode sobre a imagem criada Eu sou o demônio do bem e o destinado do mal mas eu nada sou.
De nada vale ao homem a pura compreensão de todas as coisas Se ele tem algemas que o impedem de levantar os braços para o alto De nada valem ao homem os bons sentimentos se ele descansa nos sentimentos maus No teu puríssimo regaço eu nunca estarei, Senhora...
Choram as árvores na espantosa noite, curvadas sobre mim, me olhando... Eu caminhando... Sobre o meu corpo as árvores passando... Quem morreu se estou vivo, por que choram as árvores? Dentro de mim tudo está imóvel, mas eu estou vivo, eu sei que estou vivo porque sofro.
Se alguém não devia sofrer eu não devia, mas sofro e é tudo o mesmo Eu tenho o desvelo e a bênção, mas sofro como um desesperado e nada posso Sofro a pureza impossível, sofro o amor pequenino dos olhos e das mãos Sofro porque a náusea dos seios gastos está amargurando a minha boca.
Não quero a esposa que eu violaria nem o filho que ergueria a mão sobre o meu rosto Nada quero porque eu deixo traços de lágrimas por onde passo Quisera apenas que todos me desprezassem pela minha fraqueza Mas, pelo amor de Deus, não me deixeis nunca sozinho!
Às vezes por um segundo a alma acorda para um grande êxtase sereno Num sopro de suspensão a beleza passa e beija a fronte do homem parado E então o poeta surge e do seu peito se ouve uma voz maravilhosa, Que palpita no ar fremente e envolve todos os gritos num só grito.
Mas depois, quando o poeta foge e o homem volta como de um sonho E sente sobre a sua boca um riso que ele desconhece A cólera penetra em seu coração e ele renega a poesia Que veio trazer de volta o princípio de todo o caminho percorrido.
Todos os momentos estão passando e todos os momentos estão sendo vividos A essência das rosas invade o peito do homem e ele se apazigua no perfume Mas se um pinheiro uiva no vento o coração do homem cerra-se de inquietude No entanto ele dormirá ao lado dos pinheiros uivando e das rosas recendendo.
Eu sou o Incriado de Deus, o que não pode fugir à carne e à memória Eu sou como velho barco longe do mar, cheio de lamentações no vazio do bojo No meu ser todas as agitações se anulam — nada permanece para a vida Só eu permaneço parado dentro do tempo passando, passando, passando...
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POV - parte 1.
Deitada na banheira vazia do dormitório, Layla buscava privacidade para ouvir a melodia que ecoava dos fones de ouvido. O ipod estava sobre o peito, afagado por ambas as mãos sobrepostas como num abraço. Nos cantinhos dos olhos, brilhos perolados se amontoavam.
De vez em quando, adquiria no mercadão alguns itens vindos de Shadowland. Era uma seção escassa e de preços exorbitantes, mas itens geralmente inúteis. Admitia que divertia-se em presenciar o vendedor enfeitar de adjetivos os objetos mais mundanos.
"Este aqui? Oh, um engenhoso dispositivo de tortura!" diria ele com pompa, exibindo o mais vagabundo dos abridores de latas. Noutras, Layla via-se verdadeiramente intrigada, incapaz de discernir a verdade. "Este aqui, de tão profano, chega a ser ilegal do lado de lá. É como os humanos conseguem sua mágica!" dissera ele certa ocasião, com uma risada sombria e olhar ainda mais obscuro, dando petelecos num saquinho de ziplock transparente preenchido até a metade por um pó esbranquiçado. "Para onde acha que vai o pó dos contos que se esquecem do prazo de validade?"
Com os pelinhos dos braços eriçados e o coração desconfortavelmente acelerado, recusara o pó de gente morta, mas ao bater os olhos no reprodutor de música portátil, Layla soube que precisaria levá-lo. Havia ela própria morrido em meados de dois mil e onze, no auge da disseminação das redes sociais e da pirataria de mp3, e não só possuíra um daqueles como costumava carregá-lo consigo o tempo inteiro. Tinha playlists para as mais diversas ocasiões, fossem alegres ou tristes, enfadonhas ou animadas; para as intermináveis viagens de carro até os consultórios médicos ou para as aventuras épicas das páginas dos livros. Música era o grande combustível para sua imaginação, e confessava até, no começo, ter caminhado pelas ruas da Terra do Nunca sentindo falta do som baixo de uma orquestra lhe seguindo.
Mas aquilo que ouvia ali, observando o prateado da lua atravessar a janela alta e banhar calidamente as paredes do banheiro, era mais intenso do que qualquer sonata. Lágrimas rolaram pelas bochechas coradas.
"Baby, baby, baby, ooh…" Layla cantarolou baixinho, pondo-se a soluçar.
Tomada por uma nostalgia repentina, fechara as mãos nas bordas da banheira e se impulsiona para fora de sua cova improvisada, rumando em direção à porta. Os passos, decididos, tornavam-se mais e mais lentos a medida que de fato se aproximava, e demorou o dobro do tempo somente para encostar na maçaneta. Layla fechou os olhos e respirou fundo. Quando tornou a abri-los, estavam acesos como lavandas ao sol.
O frestear da porta também revelou uma claridade inesperada para a noite, marcando o chão do banheiro numa fina linha reta de luz. Do outro lado, não havia mais o quarto que compartilhava com Lector, mas sim aquele que a havia pertencido muitos anos antes, com suas cortinas brancas esvoaçando sobre janelas abertas e seu antigo computador de gabinete; com sua cama de lençóis coloridos e sua tímida estante repleta de brochuras; com parcela de uma parede oculta por posters de artistas como as Pussycat Dolls, os garotos do Big Time Rush e o próprio Justin Bieber, todos desbotados pelo tempo e descolando aqui e ali nas bordinhas - a única evidência real de que não tinha viajado para o passado.
Aquele era o ângulo da porta do armário, ela percebeu, e percebeu também que parecia seguro escancará-la. Mas algo a impedia. Layla estava dura como estátua de górgona, dilacerada entre o desejo de imergir naquele mundo e o medo de dar o primeiro passo. E se perdesse os poderes ao atravessar? E se ficasse presa? Conseguiria encontrar o caminho para o portal da floresta em menos de duas horas? O que aconteceria depois das duas horas? Por que só duas horas?
Todos esses questionamentos se embolavam na nova letra aos ouvidos, soando como contra-argumentos. “How many bags you packed just to take ‘em back, tell me that”, pedia Justin, incentivando-a ao inimaginável. “But no more! If you let me inside your world, there will be one less lonely girl.”
Layla enfim abriu toda a porta, e seus cabelos balançaram com a brisa de Shadowland.
[...]
#*pov#parte 1#fdkshfsd eu comecei isso aqui ouvindo moonlight sonata#onde foi que DESVIRTUEI KKKKKKKKKK
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Quem sou eu?
Antes de procurar entender este questionamento que talvez seja a pergunta que todas as pessoas que já viveram neste planeta já se fizeram, eu afirmo: “A religião é a tentativa de colocar toda a água do mar em uma garrafa. Espiritualidade é a percepção de que dentro de você existe um oceano”.
Esta afirmação que coloco aqui não tem como objetivo desrespeitar nenhuma pessoa que opta por ser religioso, mas sim provocar uma reflexão baseada na minha experiência pessoal.
Desde pequeno fui criado dentro de valores cristãos, o que não vejo como algo negativo, mas sempre senti uma resistência em aceitar as regras e dogmas do catolicismo. Não sei bem como isso nasceu dentro de mim, mas como minha mãe dizia eu era sempre do contra... rss.
Busquei um caminho solitário, diferente, pois nunca me senti bem dentro do cardume, pois isto me remete a um questionamento; como uma veste pode caber em todos de forma confortável se cada um tem uma medida?
Algo me dizia que eu deveria encontrar a minha verdade, mas o que isso significou?
Quando afirmo que a religião é a tentativa de colocar toda a água do mar em uma garrafa, quero dizer que as instituições religiosas procuraram criar regras, livros, mandamentos, para instruir as mentes de seus fiéis com o objetivo de um controle social antes de tudo. Mas como um livro, ou um conjunto de crenças pode estar acima do sentir, ou da sua conexão espiritual que está baseada na sua experiência existencial.
Somos diferentes em relação as experiências que escolhemos, tanto inconscientemente ou conscientemente.
Ao afirmar que espiritualidade é a percepção de que dentro de nós existe um oceano, quero dizer que para existir esta percepção, deve existir a experiência. É exatamente aí que se encontra para mim a encruzilhada.
Enquando a religião propõe a aceitação de um dogma, ou um conjunto de regras, para se conectar com Deus, a espiritualidade te joga na experiência, em um caminho individual e solitário, onde as suas escolhas acontecerão a partir da viagem que você decidiu fazer. Delegar o poder de fazer escolhas para mim é um ponto crucial para entender como funciona a mente humana atualmente.
Pois todo o desentendimento atualmente, seja no campo ideológico, religioso, ou social está ligado a um conjunto de crenças que foram plantados na mente humana e geraram comportamentos emocionais negativos, como a vitimização, o julgamento e a culpa. O resultado são apegos e controle.
Ao contrário, quando você escolhe o caminho solitário de se conectar com a sua espiritualidade, irá se deparar com o desafio do desapego, e caso você consiga se expressar sem apegos, o controle desaparecerá naturalmente.
Gerações e gerações foram contaminadas por crenças que não podiam ser questionadas, assim a humanidade substitui a experiência de sair sozinho em seus mares emocionais a fim de lutarem com seus dragões internos, pelo controle religioso.
Estas batalhas são essencialmente a experiência de procurar saber quem somos, pois elas nos colocam em situações limites despertando todas as nossas qualidades espirituais. E quais são elas? A confiança em si, a coragem, o auto perdão, e a autocompaixão. De que outra forma podemos despertar estes sentimentos?
Seria como dizer: “olha, você não precisa ir lá, eu te conto como é”
Mas ir lá é o aprendizado fundamental na existência, pois a viagem da alma esta baseada no livre arbítrio que se funde no aprendizado decorrente das escolhas que ela sente que deve fazer. Aprender é o ato mais sagrado que posso imaginar, pois é um ato de amor. Somente o aprendizado pode nos levar ao autoconhecimento de quem somos, e esta viagem do aprender é o próprio amor. Somente o amor pode transcender a dualidade.
Desde criança olho para as estrelas. No início as via de forma nostálgica, como se sentisse saudades de algum lugar. Hoje não sinto mais esta nostalgia, pois aquela Luz que parecia distante já não está mais longe. A minha percepção mudou, pois me lancei na experiência de buscar a verdade, e que na minha maneira de sentir, nenhum livro poderia substituir.
A verdade ainda está distante, percebo isso claramente, mas sei que ela está dentro de mim. Parece antagônico que algo distante possa estar dentro de mim, mas esta é uma Lei Hermética, a lei da correspondência. Toda imensidão de fora tem um espelhamento com o nosso mar de dentro.
Para saber quem sou ainda me falta navegar muito, muito pelos meus mares internos, e esta tarefa cabe apenas a mim, e para esta tarefa carrego a honra de estar vivo neste planeta.
Beto Pandiani
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@algumasblog @solevenus
@themousefromfantasyland
Quando eu era criança, eu escutava muito este CD que me foi dado, se não me engano, pelos meus avós:

No CD, estavam gravados áudios que originalmente eram de discos de histórias infantis da década de 1950, originalmente gravados pela companhia RCA Victor, com as vozes dos personagens interpretadas pelos atores da companhia Elenco Rádio Teatral, enquanto a música era função do grupo Zaccarias e sua Orquestra.
Nesta foto da parte de trás do CD, tem uma lista das histórias resgatadas:

Assim como na Coleção Disquinho, Branca de Neve e os Sete Anões e A Gata Borralheira eram recontos em rádio teatro das versões da Disney das histórias (com autorização do estúdio).
Já os outros contos eram com canções e roteiros originais, pois ainda não haviam sido adaptados como longas pela Disney.
A Flauta Mágica era um outro título para a história do Flautista de Hamelin.
O Soldadinho de Chumbo era uma fiel adaptação do conto triste de Hans Christian Andersen.
A Galinha dos Ovos de Ouro era um outro título para uma adaptação de João e o Pé de Feijão.
E A Onça e O Cabrito é um conto brasileiro hoje pouco conhecido.
Alguns dos áudios dessas histórias eu consegui encontrar no site Discografia Brasileira.
Um dos contos que eu queria destacar é A Galinha dos Ovos de Ouro, porque ele tinha três detalhes criativos: ao invés de João, o herói era chamado de Luisinho (se querem saber minha opinião, eu acho uma boa alternativa, pra gente não confundir esse herói com o João de João e Maria), no lugar de um pé de feijão, a árvore era um pinheiro gigante, e ao invés de uma harpa mágica, havia uma flauta mágica que tocava sozinha (belos sambas e boleros).
Quem tiver curiosidade, para ouvir A Galinha dos Ovos de Ouro, os links estão aqui:
#themousefromfantasyland#rca victor#contos de fadas#fantasia#zaccarias e sua orquestra#elenco rádio teatral#nostalgia
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Arboreality: uma pequena ode ao mundo em declínio

Houve uma altura em que não ia passar o fim-de-semana ao Alentejo sem levar comigo o portátil, a pesar na mochila, nas horas de ida-e-volta do Intercidades (agora que conduzo e tenho carro, e que troquei as quatro horas de leitura da viagem para ganhar a capacidade de transportar aquilo que bem me apetecer de cima para baixo e de baixo para cima, deixo quase sempre o portátil na secretária em Lisboa. O que talvez diga qualquer coisa a meu respeito, não sei bem o quê). Desta vez teria dado jeito para escrever o rascunho deste texto, quiçá para publicá-lo logo no blogue algures durante o Domingo. Assim, como não só deixei o computador em casa como também me esqueci do caderno de bolso que anda quase sempre comigo, tive de recorrer a um dos meus cadernos antigos dos tempos do Secundário (já lá vão mais de 20 anos!) que ainda tenho na estante do quarto em casa dos meus pais. Enfim, é o que se arranja.
(Nestas alturas noto quão má se tornou a minha caligrafia. Eu sei que consigo fazer bem melhor - tenho de praticar isto.)
Mas a ideia hoje não é falar sobre a escrita à mão nos cadernos da adolescência, ou sobre as vantagens e desvantagens do comboio face ao transporte próprio, mas sobre o livro que li durante o fim-de-semana. E esse livro é Arboreality, da canadiana Rebecca Campbell.
Cheguei a este livro através da lista de finalistas do Prémio Ursula K. Le Guin de 2023. Tive a esperança de que o extraordinário The Spear Cuts Through Water, de Simon Jimenez, levasse a distinção - é um livro espantoso, um dia destes falarei dele aqui - mas quem acabou por ganhar o prémio foi este pequeno livrinho de pouco mais de cem páginas. Nele, Campbell recupera o conto An Important Failure, publicado originalmente em 2021 na revista online Clarkesworld e já então distinguido com o Prémio Theodore Sturgeon, expande-o para trás e para a frente através de contos interligados (quase como as árvores entrelaçadas que ganham relevância no texto), e cria uma narrativa multigeracional de sobrevivência durante o longo e inevitável desastre ecológico que talvez seja o nosso futuro colectivo. E fala de árvores. De imensas árvores.
Admito: as duas primeiras histórias, Special Collections e Controlled Burn, deixaram-me a pensar como diabo teria o livro chegado à nomeação, quanto mais à vitória. São bons contos, atenção - bem escritos, com uma voz melancólica cativante, ainda que isoladamente não me tenham parecido extraordinários. Mas a meio da leitura da terceira parte, a tal An Important Failure, tudo se encaixou na perfeição. Como se as sementes discretas que a autora foi semeando nas duas primeiras partes germinassem ali de forma quase explosiva.
E digo quase porque nada em Arboreality é apressado - algo que talvez só notemos mais tarde, e que é espantoso. Ao ler as palavras de Campbell vamos descobrindo um mundo em declínio acentuado, assustadoramente plausível - pode ser o nosso numa mão-cheia de anos -, seja através de uma biblioteca inundada ou pelo abandono progressivo de um subúrbio, entregue à flora e ao fogo. Vemos esse mundo a encolher em redor das personagens, até a pequena ilha e as paisagens que os seus olhos vêem se tornarem em quase tudo aquilo que conhecem. Arboreality não é um livro de acção - não há heróis e vilões no sentido convencional do termo, não há esforços hercúleos para impedir uma catástrofe iminente. A catástrofe já chegou - lenta, pesarosa inevitável. O que aquelas personagens fazem é sobreviver no desastre, tentando abrandar o declínio em seu redor por mais um pouco, criar algo local no meio da devastação global. A prosa de Campell, limpa e evocativa, encerra uma imensa melancolia, tanto pela nostalgia de um passado de abundância que se perdeu, mas que perdura na memória, como pela incerteza de um futuro que está longe de estar ganho. Personagens, e situações são descritas com uma economia assinalável, sem esforço aparente (mas bem sei quão difícil é escrever de forma tão simples). E assim, em 114 páginas, se conta uma história - várias histórias - belíssima, nostálgica, algo triste mas ainda assim cautelosamente optimista. É um prodígio de síntese, de eficácia narrativa, de beleza da palavra.
Não seria talvez minha escolha para vencer o prémio, mas uma vez lido não tenho dúvidas: Arboreality é um justíssimo vencedor. Mais do que isso: é um livro que Ursula K. Le Guin decerto apreciaria.
(A fotografia foi tirada no Domingo, com o livro nos braços de um sobreiro jovem que vai crescendo perto da casa dos meus pais, no Alentejo. Pareceu-me um lugar apropriado, dado o tema deste livro maravilhoso.)
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Oi oi, booklovers!
Hj vamos falar dos meus livrinhos de conforto, vulgo os que releio com uma frequência preocupante. Tem uns até que não gosto muito, mas era o que tinha pra ler na época (quarentena, sem ir pra biblioteca, coisa e tal).
🤎| Pollyanna Moça
Pollyanna é um dos meus xodós mas, para ser sincera, quando releio ele, não releio inteiro (pq o começo é meio entediante), só de "O Monstro de Olhos Verdes" pra frente - pra vcs terem noção, tem até um marcador no capítulo, um negócio que eu devo ter feito com uns 10 anos.
Diferente do primeiro volume de Pollyanna, aqui o jogo do contente não é tãoooo abordado, afinal, ela cresceu. Por outro lado, temos novos personagens e, é claro, aquele romance básico que todo mundo ama.
🧡| A Menina que Roubava Livros
Releio muito esse livro, nem só pela nostalgia ou pela poesia - não sei se é exatamente poesia, mas sei lá...a forma que o Markus Zusak descreve as coisas de um jeito diferente dos outros, sabe? Tipo "o céu parecia uma sopa", "ruas engorduradas" e coisas assim. Até a própria diagramação do livro contribui pra levar a gente pra outro mundo. Uma verdadeira obra de arte. - mas pra lembrar das coisas, já que o livro é enorme e alguns detalhes vão se perdendo com o tempo.
🤎| Crônicas de Avonlea
O único da saga Anne que se "salvou".
Tá entre aspas pq, apesar de ser um dos meus livros de bolsa, não gosto de todos os contos. No máximo, A Pressa de Ludovic e aquele da Lucinda (se vc não encontrar por esse nome, esses são os nomes dos personagens). Mas enfim, levo junto pra qualquer lugar pq é uma coisinha bem tranquila :)
🧡| Amor e Gelato
Sinceramente, faz um tempinho desde a última vez, pq eu lia DIRETO na pandemia, - era isso ou o MVFS1 que peguei da biblioteca do colégio e acabou passando dois anos comigo 🤡 - quase decorei.
🤎| O Cão dos Baskerville
Meu xodó do Sherlock kkkkkkk eu amo O Cão dos Baskerville por vários motivos - acho que nem vou dizer nada pra não dar spoiler -, mas principalmente a amizade do Watson e o Sherlock (qualquer coisinha sobre eles eu já tô tipo: "🛐").
~ obs: amo a amizade, não quer dizer que shippo os dois, tá? São duas coisas completamente diferentes (até hj n entendo qm shippa, mas deve ser coisa do fandom de Sherlock da BBC - nada contra a série, a caracterização é incrível mesmo se passando nos tempos atuais)
🧡| O Último Caso de Sherlock Holmes
Por coincidência (ou não) O Último Caso tbm é o único outro livro da saga que tenho físico. Tem vários contos, mas meu preferido é o dos Planos de Bruce-Partington. Provavelmente é o conto que eu mais lembro da história.
☕| Quais livros vcs acham que valem a pena ler de novo?
Bjs e boas leituras <333
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Jáouviu falar de Junji Ito? Considerado um dos maiores mangakas de terror japonês da atualidade, Ito é famoso por criar diversas estórias de terror, exaltando uma genialidade que constrói uma personalidade única e cativante presente em todas os seus quadrinhos, reunindo leitores ao redor do mundo e formando uma poderosa base de fãs. Suas páginas de mangás foram impressas e traduzidas em vários países, popularizando cada vez mais seu nome. Eventualmente, diversos estúdios apareceram para fazer adaptações em live action e anime, esperando pescar parte dessa grande audiência e também divulgar a grandeza do autor. Desde os anos 2000, o mangaka teve mais de 20 obras adaptadas, o que não é pouca coisa.
“Maniac” ou “Histórias Macabras do Japão” é a mais atual delas, uma animação original Netflix de 20 contos divididos em 12 episódios, buscando trazer uma experiência assustadora para os amantes de Junji Ito.
Automaticamente, toda adaptação provoca alguns questionamentos, como: “Será que isso é fiel ao mangá?” ou “Será que o mangá é melhor?”.
Ao assistir “Maniac”, a primeira surpresa são características técnicas: pouco de detalhamento na arte, baixa quantidade de frames e uma trilha sonora genérica, visto que estamos em uma geração de animes gananciosa no uso de tecnologias em cores, texturas e rápido movimento.
No material original, é evidente a qualidade que Ito entrega na composição sombras, texturas e expressões faciais. Ver “Maniac” garante um choque instantâneo nesse quesito, mas não um grande descontentamento.
Nesta adaptação, podemos ver ótimos episódios como “Balões Pendurados” e alguns contos de Tomie e Souichi (personagens recorrentes de Ito) nos concedem uma pontinha de nostalgia.
Alguns contos conseguem se sustentar, considerando os roteiros e o pouco da personalidade de Ito, mas este pouco não sustenta uma experiência completa.
“Maniac” tenta trazer uma animação complexa e assustadora, abraça a nostalgia dos fãs e apresenta uma pequena fração do autor, mas, nesse caso, o mangá é bem melhor.
Levando tudo em consideração, pontuamos “Maniac” com 2/5, pipoquinhas: é uma adaptação interessante para os que não conhecem a obra de Ito, mas dificilmente agrada aos fãs.
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A Morte de Um Editor
Quem se dá ao trabalho de ler um livro, hoje em dia? As notícias, as histórias, os comentários, os boatos, entram-nos pelos olhos e ouvidos adentro, a toda a hora, pela televisão, pelas redes sociais, pela velha rádio, que ainda mexe com a imaginação de alguns, em conversas banais e quotidianas, que substituem as que se não tem em casa, ou com os amigos.
A leitura deixou de ser um prazer, a menos que cumpra os requisitos de um qualquer programa televisivo ou filme de Hollywood. Tem que ter ação alucinante, sexo desenfreado, violência gratuita, psicopatas à solta, pelas ruas negras da imaginação doentia dos leitores.
R. escrevia contos tristes, mas com um toque poético. Ele gostava de escrever, sentia-se feliz por verter, por escrito, narrativas fantasiosas, que lhe soavam como versos surreais, nascidos em sonhos, dormidos ou acordados.
Mas se os apresentava a algum editor, a resposta era sempre a mesma. Onde estava a paixão, o sangue, o ardor que quebra a banalidade das vidas e preenche os sonhos e os pesadelos dos outros? Quem quer hoje ler sobre as frustrações e depressões alheias? A quem interessa um toque de poesia, nas suas vidas correntes e recorrentes, de azáfamas, invejas e ambições, consumos desenfreados e competições infindas?
Era preciso alinhar a escrita com os interesses dos leitores, dar-lhe aquilo que eles queriam ler, paixões, terrores, crimes, triunfos sobre a banalidade da vida, ou derrotas estrondosas, que os fizessem sentir bem com a sua impotência.
O escritor tinha que conseguir extrair da vida a adrenalina que faltava aos que lêem os seus livros. Levá-los num carrossel de emoções, numa montanha russa de pesadelos, num reality show de vida e de morte. Sem essa vitalidade, esse calafrio, que percorre a espinha e faz virar avidamente as páginas, em busca de mais uma orgia emotiva, um medo doentio ou uma alegria contagiante, não vale a pena escrever. Ninguém lê.
Longe vão os tempos das aventuras, dos amores, das viagens, da poesia. Agora o leitor quer sexo, humilhação, medo, violência gratuita. Quer usufruir de um livro que lhe proporcione uma dose de adrenalina, superior a um filme de terror, a uma série de suspense, a um jogo de vídeo, pleno de sangue e de cabeças cortadas.
Os pensamentos, as reflexões, as nostalgias, são para consumo de meia dúzia de alucinados, que vivem no mundo do faz de conta e não no ritmo frenético da atualidade. Não há mercado para esses produtos, fora de validade. Leiam os clássicos, se quiserem, que estão recheados de virtudes e moralidades caducas. Quem quiser vender livros, tem que verter sangue!
Ao ouvir estes conselhos, de mais um editor que recusava o seu trabalho, R. teve a ideia mais luminosa da sua carreira. Pegou num pisa papéis, que estava em cima da secretária, e agrediu brutalmente o editor, sobretudo na cabeça, ao ponto de lhe desfazer o crânio. O sangue e a massa encefálica escorriam-lhe pelo corpo inerte e deixaram R. completamente salpicado, de morte e de inspiração.
Fugiu rapidamente, perante o espanto geral de quem o via naquela figura, coberto de sangue, sem compreenderem o que tinha acabado de suceder. Quando finalmente alguém descobriu o cadáver do editor, com a crânio desfeito, já R. tinha deixado o edifício e buscado refúgio em parte incerta.
O alarme soou e iniciou-se uma busca incessante pelo criminoso. Mas R. não regressou a casa, nem buscou refúgio junto de nenhum familiar ou amigo, nem tentou fugir de avião, ou de comboio, ou de autocarro. O seu carro estava no sítio habitual, sem que ninguém lhe tocasse há semanas. R. desaparecera quase por encanto e por mais iniciativas da polícia, anúncios televisivos com a foto do fugitivo, acusações recíprocas de incompetência, entre as autoridades criminais, o assassino não dava sinal de vida.
Na verdade, R. estava encerrado num quarto anónimo, que sabia desocupado, dedicado à tarefa obsessiva de escrever. Sobreviveu com dificuldade, reduzido a uma dieta frugal, feita de tudo o que conseguiu encontrar, no seu esconderijo, passível de ser consumido para fins de sobrevivência. Tinha água e meios para escrever, bolachas, algumas conservas, massas, arroz, enfim, tudo bem racionado, dava para sobreviver algumas semanas, ainda que perdendo uns quilos de peso.
Mas foi o suficiente para escrever a sua história. "A morte de um editor", onde relatava os esforços insistentes, que tinha empreendido, para escrever as mais belas memórias biográficas, carregadas de ironia e poesia, a forma como as mesmas foram recusadas, impiedosamente, por sucessivos editores, os conselhos destes para obter o sucesso junto do público atual, a forma bárbara como assassinou o último deles, no seu próprio gabinete, desfazendo-lhe o crânio com um pisa papéis e finalmente, a história da sua reclusão, durante mais de um mês, em condições de frágil sobrevivência, oculto da intensa perseguição policial que lhe era movida.
Quando achou que a história estava completa e suficientemente sangrenta para interessar uma editora, assinou-a a sangue e saiu, finalmente, com grandes dificuldades, dirigindo-se aos correios e enviando o manuscrito para a editora.
De seguida, entregou-se, exausto e mal nutrido, às autoridades, tornando-se, de imediato, o assunto do momento, tal como o manuscrito por ele enviado à editora, onde contava, detalhadamente, todos os pormenores do crime, das suas motivações e do mês de reclusão que passou a escrever.
O caso chocante encheu os jornais, as televisões, as rádios, ultrapassou fronteiras e fez de R. uma celebridade mundial.
Com tamanha publicidade, a editora não resistiu a publicar o manuscrito, com a macabra história da morte do seu próprio editor. Foi um tremendo sucesso, rapidamente traduzido para dezenas de línguas e alcançando o top de vendas em vários países.
Entretanto R., enquanto aguardava julgamento, dedicou-se à escrita de novo livro, no qual relatava detalhadamente todos os momentos do processo, desde que se entregou à polícia, até que foi finalmente julgado e condenado a vinte anos de prisão, pelo crime de homicídio qualificado do editor.
Também este livro foi um sucesso. Os leitores, chocados com o crime violento e a forma minuciosa como foi descrito por R. no seu anterior best-seller, queriam conhecer todos os detalhes do processo criminal, de que ouviam falar, recorrentemente, na televisão e nas redes sociais, contados na primeira pessoa, pelo próprio homicida condenado. Desde os interrogatórios, às varias prisões por onde passou, sem esconder os mais macabros pormenores da experiência, até ao julgamento e à sentença, as conversas com o advogado de defesa, com os outros presidiários, com os guardas prisionais, até com os jornalistas que, insistentemente, o visitavam na prisão, em busca de mais detalhes exóticos do crime e do processo.
O segundo manuscrito deu entrada na mesma editora e vendeu-se quase tão bem como o relato do crime. O assunto não deixava de despertar o interesse dos leitores e a editora encarregava-se de promover diligentemente o seu produto, com conferências de imprensa, críticas nos jornais, debates televisivos. Decididamente, o caso do escritor que assassinou, barbaramente, um editor, apenas para arranjar um tema para uma obra de sucesso, apaixonava toda a gente: os leitores, os jornalistas, os comentadores televisivos, os sociólogos, os psicólogos, os políticos, os outros escritores. Gente que nunca tinha lido um livro na vida, foi comprar um exemplar da "Morte de um Editor", só para conhecer, pela mão do próprio assassino, todos os pormenores doentios do crime e poder exprimir uma opinião fundamentada, sobre o tema que apaixonava a opinião pública.
Os lucros, dos milhões de exemplares vendidos, fizeram de R. um homem rico, que nem sequer foi condenado a pagar qualquer indemnização, pelo crime cometido, porque o editor era um homem solitário e sem família, pelo que ninguém reclamou danos patrimoniais ou morais, decorrentes da sua morte.
O dinheiro foi lentamente avolumando, na conta bancária de R., enquanto este cumpria a pena.
Ainda escreveu mais um volume, dedicado ao longo período passado na prisão e aos efeitos psicológicos que sofreu, em consequência do crime e da sua enorme mediatização, o qual foi sugerido pela editora e escrito, a meias, com um reputado psicólogo, apaixonado pelo caso. Também este volume foi um sucesso assinalável, embora menor que os anteriores. O tema começava a perder interesse para o grande público e a tecnicidade deste terceiro volume sobre o crime, tornava-o apetecível apenas para uma faixa mais específica de leitores, constituída por juristas, psicólogos, sociólogos, criminologistas e estudantes destas matérias. Ainda assim, motivou acesos debates na imprensa e televisão, embora já despidos do sensacionalismo dos dois primeiros volumes. Do escândalo, passou-se gradualmente ao estudo do caso e o debate subiu, das ruas, para as universidades e para a bibliografia especializada.
Por bom comportamento e um relatório psicológico favorável, R. saiu da cadeia, em liberdade condicional, após doze anos de pena cumprida, para encontrar a sua conta bancária recheada de vários milhões de euros e uma agenda interminável de entrevistas, seminários, colóquios e debates televisivos.
Continuou a escrever livros sobre a sua experiência pessoal, que não tinham qualquer dificuldade em arranjar editor e vendiam suficientemente bem para alimentar um interesse moderado do público e da comunicação social. R. era uma celebridade e, nessa condição, foi convidado a participar em reality shows e até para se candidatar a um cargo político, por parte de um partido populista, desejoso de capitalizar, em votos, a notoriedade do candidato.
A sua história era tão famosa, em todo o mundo, que originou vários exemplos de mimetismo. Pelo menos três escritores, em outros tantos países diferentes, foram condenados pelo homicídio ou tentativa de homicídio, de editores, originando assim um estilo literário de sucesso, que proliferava, a ponto de vários governos terem proposto, com sucesso, a criação de um novo tipo legal de crime, destinado a punir, de forma agravada, os crimes de homicídio, mesmo sob a forma tentada, quando praticados com fins publicitários ou de promoção de obras literárias ou artísticas. Estranhamente, passou a ser punido de forma mais gravosa o homicídio gratuito, para fins de publicidade pessoal ou do trabalho do autor, do que o cometido com um móbil mais tradicional, como o roubo, a extorsão, ou a vingança entre membros de associações criminosas.
Consequência lógica, em tempos deformados pela informação massificada e sensacionalista.
2 de Fevereiro de 2025
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O Que o Eneagrama 4 Deve Fazer para se Manifestar: Transforme a Nostalgia em Arte Profética
Sua saudade do que nunca existiu não é defeito: é matéria-prima. Crie obras que capturem essa beleza do inatingível (ex: escreva um conto sobre um amor que só existe em universos paralelos, pinte paisagens de sonhos não sonhados).
Ritual: Toda vez que a melancolia apertar, grave um áudio de 1 minuto descrevendo-a como se fosse uma personagem mitológica.
Abrace o Papel de Estrangeiro Existencial
Aceite que você não foi feito para se encaixar — sua missão é lembrar ao mundo que a autenticidade dói, mas liberta.
Ação: Use roupas/cores que expressem seu humor interno, mesmo que "não combinem". Seu corpo é um manifesto ambulante.
Cultive Jardins Secretos de Beleza
Crie micro-espaços onde sua sensibilidade reina:
Um playlist para cada estado de alma (ex: "Chuva de Setembro", "Raiva Dourada").
Um altar com objetos que só você entende (ex: uma pedra achada em um dia triste, uma carta rasgada).
Use a Inveja como Bússola
Quando sentir inveja, pergunte: "O que essa pessoa tem que me revela sobre um desejo meu adormecido?". Transforme a dor em direção (ex: inveja de um escritor → comece um diário de frases soltas).
O Que o Eneagrama 4 Deve Aprender: A Diferen��a Entre Ser Especial e Ser Real
Armadilha: Buscar a singularidade a qualquer custo leva ao autoexílio.
Antídoto: Pratique "banalidade sagrada" — faça algo comum (ex: lavar louça) com a devoção de um monge zen.
Honrar a Dor sem Habitá-la
Exercício: Quando mergulhar em sofrimento, defina um temporizador de 20 minutos. Ao terminar, faça algo que exija corpo (ex: dançar, modelar argila).
Lidar com o Vazio sem Preenchê-lo com Drama
Técnica: Em momentos de vazio existencial, repita: "Isso não é um buraco, é um portal. O que ele quer me mostrar?". Anote insights sem julgamento.
Transformar o Auto-Olhar Crítico em Curadoria Afetiva
Prática: Trate suas falhas como obras em exposição:
Nomeie uma "Galeria das Imperfeições" (ex: Sala 1: Minhas Inseguranças em Tinta Aquarela).
Convite mental: "Veja como minhas rachaduras filtram a luz de modo único."
Ciclo de Transformação do 4 (Fases Arquetípicas): Fênix Ferida (Estado Desintegrado):
"Ninguém me entende" → Isolamento, autopiedade.
Saída: Escreva uma carta para a Fênix, perguntando: "Que cinzas precisam ser frias para que você renasça?".
Trovador da Sombra (Criatividade em Caos):
Usa a arte para exorcizar, não para transcender.
Saída: Crie uma obra sobre alegria — mesmo que artificial no começo.
Alquimista do Eu (Integração):
Transforma a angústia em conexão universal.
Saída: Mentore alguém mais jovem que repita seus padrões — você verá sua própria jornada com novos olhos.
Rituais para o Eneagrama 4: Noite das Máscaras Quebradas:
Uma vez por mês, destrua simbolicamente uma "máscara" (ex: queime um papel escrito "A Poetisa Trágica"). Dança sobre as cinzas.
Banho de Lua com Afirmações Brutais:
Na lua cheia, mergulhe em água com sal grosso e declare: "Sou comum e extraordinário. Minha dor não me torna melhor — torna-me humano. Aceito que até a insuficiência tem seu lugar no cosmos."
Galeria das Versões Alternativas:
Desenhe/cole imagens de "vocês" em vidas paralelas (ex: a cantora de jazz, a agricultora, a nômade). Dialogue com elas em um caderno.
Afirmações-Chave: "Minha intensidade não é excesso — é o combustível dos Deuses que moram em mim."
"Eu permito que a alegria seja tão complexa quanto minha tristeza."
"Ser autêntico não requer sofrimento — requer coragem de brilhar sem desculpas."
Último Aviso Arquetípico: Querido 4, Você não é um erro da natureza — é um experimento ousado dos deuses. Sua melancolia é o preço por carregar a chave de um jardim que poucos ousam entrar. Não tente se consertar: aprenda a assinar suas cicatrizes com orgulho. O mundo precisa da sua coragem de sentir o abismo… e ainda assim compor sinfonias com seu eco. 🖤
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Conta Comigo
EUA, 1986
Rob Reiner
8/10
Um Clássico dos Anos 80
Stand by me terá sido o primeiro grande sucesso de Rob Reiner, como realizador, abrindo caminho para uma carreira invejável como diretor, depois de ter sido estrela televisiva, na década de 70, na série All in the Family.
Quase quarenta anos depois, o filme mantém o charme da nostalgia de infância, a que junta a oportunidade de ver vários jovens atores que se tornaram estrelas mais tarde, John Cusack, Kiefer Sutherland, Jerry O'Connell, além do saudoso River Phoenix, falecido aos 23 anos, quando era já uma das mais promissoras estrelas de Hollywood.
Classificado geralmente como um coming of age, sobretudo pela forma como lida com a morte do jovem Denny Lachance (John Cusack) na ótica do irmão mais novo Gordie Lachance (Will Wheaton), mas também com os problemas sociais e familiares dos pre-teens Chris Chambers (River Phoenix) e Teddy Duchamp (Corey Feldman). Na verdade, o mais equilibrado do grupo, acaba por ser o gordinho, infantil e medroso Vern Tessio (Jerry O'Connell), que é também o personagem mais divertido, até pela interação com os seus amigos bullies/traumatizados.
Uma história que evoca uma infância perdida, na década de 50, baseada num conto de Stephen King (embora a reconstituição da época seja pouco convincente, mas também pouco importante para a narrativa, que podia passar-se perfeitamente nos anos 60, 70 ou 80, bastava mudar os modelos de automóveis e de comboios), narrada por Richard Dreyfuss, um ator consagrado na época.
Pode bem dizer-se que Stand by Me amadureceu suficientemente bem para se tornar um clássico.
A Classic from the 80s
Stand by me was Rob Reiner's first major success as a director, paving the way for an enviable career as a director, after having been a television star in the 70s on the series All in the Family.
Almost forty years later, the film maintains the charm of childhood nostalgia, added to the opportunity to see several young actors who later became stars, John Cusack, Kiefer Sutherland, Jerry O'Connell, as well as the late River Phoenix, who died at 23, when he was already one of Hollywood's most promising stars.
Generally classified as a coming of age, mainly due to the way it deals with the death of young Denny Lachance (John Cusack) from the perspective of his younger brother Gordie Lachance (Will Wheaton), but also with the social and family problems of pre-teens Chris Chambers (River Phoenix) and Teddy Duchamp (Corey Feldman). In fact, the most balanced of the group ends up being the chubby, childish and fearful Vern Tessio (Jerry O'Connell), who is also the most fun character, even due to his interaction with his bully/traumatized friends.
A story that evokes a lost childhood, in the 50s, based on a short story by Stephen King (although the reconstruction of the time is not very convincing, but also not very important for the narrative, which could perfectly take place in the 60s, 70s or 80s, all you had to do was change the models of cars and trains), narrated by Richard Dreyfuss, a renowned actor at the time.
It could very well be said that Stand by Me has matured well enough to become a classic.
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