Tumgik
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Baixou o Wilker #001 - Capitão América: Guerra Civil
Posso dizer que o filme tem tudo, exceto uma guerra civil. 
(Juro que não tem realmente spoilers)
A fotografia é excelente, é divertido, as falas dos personagens são bem marcadas com humor e suas personalidades diferentes, e as batalhas muito bem boladas, principalmente as da Viúva Negra (como sempre). Além disso, o filme se encaixa bem no contexto dos filmes anteriores, aproveitando ganchos deixados no enredo. Amarrando uma ou outra ponta solta. Fecha bem a trilogia do Capitão, mas não foi nenhum grande final, nada épico. Mas é um bom filme se você quer se distrair e divertir.
Vou começar a parte de criticar com o personagem que daria mais trabalho para encaixar na história: Feiticeira escarlate, que ficou mais para telecinética do que para FEITICEIRA. Durante o filme, a própria personagem diz: sabe que movo as coisas com a mente? Não consegui ver o poder de “alterar as probabilidades” dela, talvez na cena em que ela aumenta a densidade corporal de um deles (ou foi o que pareceu ocorrer). Quero combustão, rajadas de energia, alteração de estados da matéria e etc. Mesmo o roteirista dizendo que quer evoluir os poderes dela ao longo dos filmes, acho que errou na mão, pois ela faz vários carros voarem e escudo a prova de bala, mas não emite rajadas de energia. 
De acordo com a linha do filme, após a assinatura do tratado entre uma centena de países, os vingadores devem responder à ONU. Nem sei se preciso entrar em detalhes sobre isso, mas por via das dúvidas. Uma das missões da ONU é manter a paz, principalmente em territórios onde há conflitos ou recém cessados, mas ela não tem exército ou força de combate própria. Apenas voluntários quando surge uma questão ou outra. Vingadores não são uma força para manter a paz, são uma força de combate para derrotar inimigos que nenhum outro grupo conseguiria (quase o slogan do grupo. Hehe). Não sei se você leu a Guerra Civil nos quadrinhos, mas o registro inclui TODOS aqueles que possuem poderes, enquanto no filme, só abrange aos que fazem parte dos Vingadores. Não vou nem discutir a diferença entre tratado (filme) e projeto de lei (HQ) e as implicações de deixar de respeitar um ou outro, mas considero essa um alteração de alto impacto para a história.
O que é legal na guerra civil (HQ) é que nenhum lado parece totalmente certo ou errado. Todos tem excelentes argumentos para escolher um lado. O Homem de Ferro acredita em sua visão futurista, como gênio e inventor, ele consegue fazer projeções de futuro mais precisas. No filme, isso só é citado uma vez e em tom de sarcasmo. O Homem de Ferro é um dos maiores gênios da humanidade, herói, Vingador e está ao lado do governo, como não acreditar em um cara que usa seu dinheiro e intelecto avançado para tornar o mundo um lugar melhor? E os argumentos dele são: vamos nos registrar, pois precisamos de legalidade no que fazemos, além de supervisão para ter certeza de que sempre estamos agindo corretamente e que poderemos nos unir a qualquer indivíduo registrado que tenha poderes para salvar o mundo. Enquanto o Capitão América é o símbolo de retidão, o homem que não comete erros e que sempre luta pelo o que é certo, o maior exemplo que existe. Como não segui-lo? Mesmo quando ele está contra o governo, se o Capitão acredita no que está fazendo, nós temos que acreditar. É o Capitão América! Ele acredita que registrar os heróis é colocar um alvo em suas testas e de suas famílias. Além de tirar a liberdade de lutar pelo o que acreditam, se tornando “cães do governo”. E o pior? Governos mudam, gestões são modificadas, o que garante que os governantes serão justos? Entende onde quero chegar?
No filme, o Capitão pouco se importa em realmente lutar contra o registro, o mais importante é uma luta pessoal que envolve um amigo e uma trama arquitetada contra ele, enquanto que o Homem de Ferro começa falando de peso na consciência, mas no final das contas tenta impor que eles tem que aderir sem realmente defender os fundamentos de sua decisão. E os outros heróis? Não vou citar quem fica ao lado de quem e porque, mas posso dizer que foi tudo muito mais pessoal do que por ideais. Outro ponto interessante, homem de ferro diz que um herói sem supervisão traz potencial para acontecer acidentes, mas ele vai lá e recruta o homem aranha que só tem seis meses usando os poderes e nunca trabalhou em equipe  (Whaaat?!). Como último ponto a ser falado sobre o filme, a grande batalha não passa de uma “guerra de travesseiros” entre heróis, pois não tinha o clima de uma guerra, não tinha o pesar de um lutar contra o outro, não foi tenso, ninguém realmente pareceu estar em perigo. Pareceu mais um exercício de treinamento, todos mais preocupados em mostrar o que sabem fazer e inflarem o próprio ego, além de acharem graça durante o processo (o que tem de engraçado nisso?), sim, a luta é cheia de situações e falas engraçadas.
Mas e a Guerra Civil? Não consegui localizar no filme. Até mesmo o registro não tem tanta importância no filme. Eles falam ‘o tratado’, mas ninguém está realmente se importando se alguém está registrado ou não. Tudo começa com o homem de ferro tendo um peso na consciência e com um outro membro cometendo um erro crítico, entretanto, isso fica mais como conflito interno do segundo personagem citado do que uma reflexão do grupo e consequentemente do governo e da população. Não existe uma luta por ideais, não existem conflitos internos. Ninguém realmente está pensando nas consequências do ato de registro. Qual lado está certo? Existe lado certo? É uma briga por poder ou pelo o que é certo? Onde estão os questionamentos de uma guerra?
No final das contas, foi um filme do Capitão América correndo atrás de um vilão, enquanto no meio do caminho teve um “arranca-rabo” com outros heróis. 
Nada de Guerra Civil.
NOTA: 5
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