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sobre-a-poesia · 3 years ago

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Porto Seguro

Porto Seguro - A melhor viagem da sua vida (03/07/2017 - 10/07/2017)

1o dia (03/07) - Domingo:

Quando deu meia noite do dia 03 eu já tava na Letícia. Tínhamos que estar de pé 02:30. Eu e a Leh mal conseguimos dormir e levantamos com a maior disposição que pudemos ter no meio da madrugada. Mas obviamente conheço bem aquela família. Deixaram para arrumar o segredo da mala meia hora antes do horário do ônibus sair. Não deu certo. A alavanca travou e o tempo não parava de passar. Solução: pegamos outra mala e jogamos todas as roupas lá dentro de qualquer jeito e ela foi sem cadeado ou qualquer tipo de tranca. Pelo menos foi. Fomos as últimas a chegar no Coração. Estávamos em ônibus diferentes. Eu conheci a Purple nessa hora, quando ela me disse que somos xarás. Ela é a coisinha mais fofa que eu já vi. Toda meiguinha. Um pouco diferente de mim, apesar do mesmo nome. Entrei no meu ônibus e sentei no último lugar vago disponível:a primeira poltrona, na primeira fileira, com um cara da escola bem estranho. Conversamos um pouco.

Os meninos do fundo (Ricardo, Bellini, Caíque e companhia) colocaram funk pra tocar e a expectativa me ocupou pelo resto da viagem. No aeroporto eu reencontrei a Letícia, ainda vi as meninas da escola, mas como não temos intimidade, resolvi ficar com a Letícia mesmo. A galera do Imaculada tinha ido dia 02, confesso que me deixou bem perdida. Mas enfim, na fila do check in de Guarulhos eu vi o Igor pela primeira vez. Nessa hora eu paralisei. Talvez pelo fato dele estar absurdamente gostoso naquela camisa customizada mostrando os braços ou talvez por eu estar morrendo de vergonha de ter chamado ele umas semanas antes (num ato de impulso e saudade). O ponto é que eu evitei ele e ele logicamente percebeu e ficou no canto dele. Enquanto esperávamos o voo, troquei bastante ideia com uns amigos da Leh: o Julio, o Murilo e o Zé. O Julio é apaixonado por aviões e era sua primeira vez em um. Ele tava muito ansioso e me rendeu várias risadas. Quando ele tentou tirar uma daquelas fotos legais que brincam com o ângulo e perspectiva ou quando ele foi conversar com uma menininha aparentemente estrangeira e tentou falar em inglês com ela. No avião, o lugar que sobrou foi o mesmo: do lado do Gilson.

Eu queria muito ter visto a reação do Igor. Também era a primeira vez dele num avião. Ainda consegui olhar para a minha diagonal direita pra trás e ver ele umas duas ou três vezes, ou umas cinco ou seis. Aquela boca que tava morrendo para beijar de novo. O avião tava congelando mas não me impediu de tirar um cochilo mais que merecido. O Gilson ainda foi gentil e me emprestou o casaco dele. Desembarcamos e fomos pegar nossas malas. Nesse momento, recebemos o cronograma das festas e nos separamos. A Letícia e a galera do Integral tavam no Portobello, eu tava no Oceano (melhor lugar que eu podia ter caído). Peguei meu ônibus. Sozinha, meio perdida e do lado do Samir (o Samir e a vadia da minha irmã roubaram a minha erva). A paisagem confesso que naquele momento me decepcionou um pouco. Muita pobreza e muita sujeira. Mas a Bahia é a Bahia, não existe tristeza naquele lugar, e quando vi a placa enorme com os dizeres #PortoTodoDia, eu soube que não haveria nada que pudesse essa viagem. Chegando no hotel, fomos para a reunião. Para chegar na salinha, passamos pela piscina onde vi o Rodrigo fumando narga com uns outros meninos que eu não fiz questão de reconhecer. Nesse momento eu comecei a perceber o que realmente é Porto Seguro.

Na reunião, conhecemos os monitores do nosso hotel (alguns deles), nos familiarizamos com o palm (o nosso grupo de saída, com controle eletrônico) e conheci minhas colegas de quarto: Giovanna Pierro e Sofia Rodrigues, além da Ana que eu já conhecia. Depois da reunião, fizemos o check-in e subimos para o quarto. Eu e as meninas tentamos nos conhecer um pouco e logo depois desci para encontrar a Helena. Daí, nós duas seguimos para o Axé Moi. E qual foi a primeira pessoa que eu dei de cara quando sai do hotel? Igor, lógico. No Axé Moi já rolava festa. Na verdade, o Axé Moi é um lugar onde a festa não para. De lá, a saída para a praia é bem fácil e nós fomos dar uma voltinha. A praia na frente do hotel não é das melhores. Tem muitas algas e muita sujeira. Eu, obviamente, acabei me molhando e aquela água deixou a minha bunda coçando, por isso logo voltamos para o hotel e encontramos o Fi, o Vitão, a Celine, a Amaral e o Shida para almoçar. Um lugar do lado do mercado que carinhosamente apelidamos de Flore: gostoso e barato.

A Helena me disse que o Enrico perguntou se eu ia, e que ele teria que se controlar porque agora ele namora. Foi aí que o nosso drama começou. Ficamos um tempo na piscina e depois da janta me arrumei para a festa, a Welcome to Porto, e como era por Palms, - u fui com a Gabi. Eu tava em processo de adaptação e resolvi não beber nessa festa. Ficamos eu, a Gabi e a Fabia dançando a noite toda e dando fora em caras aleatórios e inconvenientes. Foi quando eu vi o Enrico me olhando dançar. Sim, eu me iludi num ponto em achar que ali aconteceria alguma coisa. Cansadas de dançar, nós fomos sentar e encontramos Math, Dig e uns amigos deles. Não demoramos muito para ir embora. Começou a chover e a festa já tinha perdido a graça. Voltamos para o hotel para nos recompor.

A água da chuva já havia secado e eu e as meninas desistimos de tomar banho. Entrei no quarto com a Gabi e encontramos a Ana com os meninos (Bertini e Pedro). E como estávamos de pé desde as 2 da manhã, resolvemos dormir para aguentar mais uma festa. A teoria era essa, na verdade. A Ana deitou com o Bertini em uma das camas de solteiro. Só tínhamos mais dois travesseiros e éramos ainda três pessoas. Pedro perguntou de alguém dividiria o travesseiro com ele. Eu me prontifiquei. Pedro, eu e Gabi deitamos na cama nessa ordem. Eu fechei os olhos e realmente tinha a intenção de dormir, mas ele foi chegando mais perto. Pouco tempo depois, a Gabi saiu do quarto. Nessa hora, eu e o Pedro já estávamos nos beijando. Dois casais em um mesmo quarto. A Ana e o Bruno logo saíram e foram para o quarto dele. Eu e o Pedro estávamos a sós. Fiz coisas que não teria feito se não estivéssemos em Porto e não me arrependo de nada. Mas eu tinha noção de que eu não queria perder a virgindade em Porto com um cara que namora outra, embora eu estivesse excitada o suficiente para fazer qualquer coisa e deixá-lo fazer também. Ele respeitou meu limite. Disse que queria me fazer mudar de ideia, mas não conseguiu e me respeitou do jeito mais fofo possível. Fomos interrompidos pela Sofia e pelo Dé. Ele pediu que eu não contasse nada, eu retribui o pedido mas perguntei o porquê. Ele levantou da cama e foi ao banheiro falar com a minha colega de quarto. Voltou poucos segundos depois, me beijou e disse que apesar de ter passe livre da namorada, o que fizemos não foi exatamente beijar. Depois disso, ele colocou os sapatos e me beijou de novo antes de ir embora.

Eu sai do quarto pouco tempo depois e fui procurar a Helena pra contar o que eu havia feito. Depois de falar com ela, eu fui pata a recepção com a Gabi e as meninas. Nessa hora eu conheci o Rato. O melhor monitor que eu poderia pedir. Vou guardá-lo eternamente comigo, com todo amor e carinho possível. Ele tem aquele jeito fofinho de ser, e um jeito engraçado de dançar, moralmente seus valores são impecáveis e ele é o que se pode chamar deum cara “certinho”, se recusou a me ajudar com o Enrico porque sabia que ele namora. A partir desse momento, eu e a Gabi procuramos ele por todo o tempo, para tudo. Lá, ele foi nosso porto seguro. Saímos para o show do Felguk. Sensacional. Não peguei ninguém e ainda fingi que namorava a Gabi para fugir de um carinha. Mas nessa festa a gente já tinha bebido e já tavamo realmente curtindo aquele lugar.

Encontrei o Dig e o Pedro uma hora e o Pedro fez menção de tentar algo. Deixei ele segurar minha cintura enquanto eu dançava, mas ele nos poupou de um fora. Depois de passar um tempo perdida de todo mundo, encontrei o Dig e o levei pra sentar em uns tapetes que tinham por lá. Ele já não tava muito bem. Ele deitou no meu colo e ficamos lá por um tempo. Vi o Leozinho pela primeira vez e o chamei para sentar com a gente. Eu fazia cafuné no Dig quando ele quis retribuir e começou a fazer carinho nas minhas pernas e costas. Eu deixei, nada que considerei absurdo. Pouco tempo depois, eu voltei para o hotel. Peguei meu celular, que tinha deixado com a Gabi, no #209 e fui para o #140 passar a noite. Meu quarto costumava ficar bem ocupado a noite, a tarde também, enfim.

2o dia (04/07) - Segunda

Fomos à praia de manhã. Encontramos o Vitão, a Celine e a Amaral lá. Tomamos um pouco de sol (não que tenha melhorado a minha cor de palmito) e fomos almoçar. Depois fui ao passeio histórico com o meu palm. É lindo, a vista é perfeita e na volta ainda vimos um arco-íris que acabava no mar. Assistimos a uma roda de capoeira bem surpreendente. Mais pra frente, perto da Igreja, comprei fitinhas. 8. Uma eu amarrei na grade, outra no braço, outra na perna e outra eu dei pra Helena. O resto tá guardado com muito amor. Ainda tomei suco de Morangola (Morango + Graviola), o melhor suco já inventado, e experimentei o delicioso chocolate puro da Bahia. Encontrei o pessoal do outro palm e sentamos na grama para esperar o tempo passar, da maneira mais linda: rindo.

Eu e a Luisa achamos que o nosso palm sairia antes e estávamos voltando quando conheci uma figura chamada Gabizinho. Ele se juntou a nós, mesmo sendo do outro palm (no fim, todo mundo acabou voltando junto) e no caminho parou para comprar sementes de pau brasil. Ri. Muito. Pensa numa pessoa e muito louca ao mesmo tempo. É ele. E eu me encantei por essa combinação. De volta pro hotel já era hora de comer e se arrumar. O dia era do Borel. Saímos para a festa, todos juntos. Bebemos na frente da festa porque era bem mais barato por lá. Depois entrei com a Helena e prometemos não nos separar. Só deu certo até encontrarmos o Math. Ele tava meio alterado e se jogou em cima de mim como se eu pudesse segurá-lo e começou a chorar porque ele se muda para Araraquara no fim do mês.

O Pedro e o Dueñas me ajudaram a carregá-lo até um banco. Ele começou a chorar horrorres pelo irmão dele que morreu e eu não sabia muito bem como agir. Os meninos levaram ele pra vomitar no banheiro e nessa hora eu aproveitei e fui também. Quando eu sai, não encontrei mais ninguém e comecei a procurar por eles. Cruzei com o Enrico duas vezes enquanto procurava. Ele aparentemente ficou com dó e perguntou se eu não queria andar com ele e com o Shida. Eu não quis. Depois de um tempo eu encontrei a Helena e desisti dos meninos. Fiquei com a Helena e o Alves e os convenci a contar para o João (que é afim da Helena) que eles estavam ficando. O João tava meio bêbado, mas o recado foi dado. Depois disso eu fui procurar o Igor. O meu Igor. A Helena falou com ele e ele disse que apesar de gostar muito de mim, ele não queria nada. Obviamente eu não aceitei isso. Eu vi ele indo em direção aos bancos. No banco da frente do que ele sentou tava o Enrico, que até fez menção de me chamar, mas percebeu que eu não tava ali por ele.

Eu parei diante do Igor e perguntei por que ele tava fugindo de mim. Ele negou e começamos a conversar. Sobre nós dois. Não demorou muito pra ele me interromper com um beijo. Nessa hora eu percebi que a Helena falava com o Enrico, que me encarava. O Igor quis ir para um lugar mais reservado, não que fosse muito possível, mas longe do Enrico pra mim já tava ótimo. Saímos de lá e sentamos em um lugar com menos gente. Ele e eu no colo dele. Ali eu ganhei meus dois chupões. Sorte que o terceiro não marcou. Nós conversamos bastante, principalmente sobre como iríamos nos comportar em Campinas. Eu disse que chamaria ele pra conversar, mas sinceramente ainda não sei se vou.

Pouco tempo depois, fomos cada um pra um lado. Nessa hora o Rodrigo me chamou, sentado em um banco. Ali, eu podia ter realizado um desejo reprimido desde a quinta série, mas a minha cabeça era só Igor e eu fui embora. Encontrei a Helena e ficamos esperando o Borel entrar. Demorou bastante e a gente já não tinha mais saco de ficar lá. Mesmo assim esperamos ele entrar, mas antes do show acabar, já estávamos voltando pro hotel. Foi o primeiro dia que pedimos pizza. A larica batia forte de madrugada e pizza era um ótimo jeito de curá-la. Repetimos isso em todos os outros dias. Ficamos no #140 conversando até alguma hora e depois capotamos, exaustos.

3o dia (05/07) - Terça:

Acordamos faltava meia hora pra acabar o café. Saímos que nem uns loucos do quarto até o refeitório. Depois disso fomos para o Beat Beach aproveitar a manhã. Eu não aproveitei muito. Dormi em cima da mesa. Mas antes, eu e a Helena fomos dar uma volta na beira do mar. Ela me contou que conversou com o Enrico e ele disse que eu tava beijando o “cara”, o Igor no caso, e olhando pra ele. E que o Igor era meio trouxa porque se fosse ele no lugar ele teria feito outras coisas comigo. Depois de ficar sabendo, eu fiz questão de mostrar meus dois chupões pra ele, quando encontramos ele e o Halabi enquanto voltávamos pra mesa.

Já sentadas, chegou um homem com um passarinho azul na mão e o colocou na minha. Me apaixonei na mesma hora. Depois daí, fomos para o Flore almoçar. Eu e Helena. Então voltamos para o hotel e em pouco tempo começou a rolar o Sunset no Oceano. Nós fomos pra piscina e dançamos pacas, de biquíni mesmo. As meninas dançando, os meninos olhando enquanto fumavam. Aquela música boa, aquele sol lindo, aquele hotel lotado de gente bacana e aqueles monitores sensacionais. Eu não queria mais nada. Na verdade, nem podia querer. Não havia “mais” para eu querer. Depois do Sunset, eu fui tomar banho no #209 e desci pro #140 pra me arrumar lá. Eu e a Helena estávamos de vestido, e realmente gostosas naquela noite. Na festa do Catra, fomos todos juntos, e sentamos eu, Helena, Rebecca e Celine. A Bequinha e o Defendi começaram a discutir enquanto dois meninos se aproximavam.

Um sentou na mesa pra conversar comigo e com a Helena. O nome dele é Lucas e provavelmente nunca mais vou vê-lo, mas ele é um cara muito bacana. Sorte de quem o tem na vida. E, como maldição, pra onde quer que eu olhava eu via o Enrico. Uma hora encontrei a Ana ficando com um amigo da Letícia do Integral. A Fábia dormia no banco do lado e vomitou logo que acordou.. Eu e a Ana saímos de lá na hora, procuramos o Pedro e fomos esperar o Catra. Eu e o Pedro estávamos num clima meio estranho desde o que aconteceu no quarto, mas ele trocou de lugar com a Ana e me beijou de um jeito absurdo que eu não esperava. Depois disso ele ficou atrás de mim e eu dancei pra/com ele. Não demorou muito pra eu olhar pro lado e ver o Rodrigo dançando com a Sofia. Não demorou muito pra ele me ver também. Ele me encarou enquanto eu rebolava e logo foi atrás de mim, deixando a Sofia sozinha. Mas nós dois sabíamos que nada ia acontecer. Não do lado do Pedro e da Sofia.

Depois do show incrível do Catra, eu e a Ana encontramos o Figo, o Rafa e mais uns meninos e fomos quase expulsos da festa. De volta pro hotel, eu menstruei. Sensacional. Peguei absorvente com uma monitora e remédio com a Helena e logo partimos para o show do Henrique e Diego. No começo da festa eu fiquei no ponto de apoio esperando a cólica passar. Quando passou, eu achei a Helena e fui beber. A Helena foi procurar o Alves e eu fui atrás do Rato. Tinha um monitor gato com ele, o Edson e mais um menino que eu não lembro. Eu e o Rato sentamos no chão mesmo, no meio de todo mundo, e ficamos conversando até a hora dele ter que rodar.

Não demorou muito pra eu achar a Helena de novo. Fomos para a praia e alguém gato se aproximou. Disse que tava apaixonado e e pediu um motivo pelo qual eu não ficaria com ele. Eu disse que ele tava fumando. Ele jogou o cigarro no chão na hora e colocou um chiclete na boca. Ai ele me beijou. Detalhe que o Pedro tava sentado atrás da onde a gente tava. Eu sabia que ele não tava nem aí pra mim ou pro que eu fazia, mas foi bom mostrar pra ele que eu também não tava. Eu e a Helena dançamos loucamente na areia até subirmos pro show. Lá em cima alguém me disse que mesmo sabendo que não conseguiria ficar comigo, precisava falar que eu era a mina mais linda que ele já tinha visto. Confesso que fez muito bem pra minha autoestima.

A Helena tava meio chateada porque quando ela foi procurar o Alves, ele não deu exatamente a atenção que ela queria. Quando eu o avistei de onde a gente tava, eu não tive dúvidas. Fui falar com ele e ele foi falar com ela. Encontrei a Gabi, o Rafa, o Figo, a Rafa, o Dig, o Chico e mais uma galera. Dançamos tanto que eu não aguentava mais pular. Eu, meio retardada, tinha tirado o absorvente e senti que começou a descer pacas e com a cólica voltando, achei melhor voltar pro hotel. Quando cheguei no #140, Vitão tava desmaiado na cama. Fui até a sacada quando ouvi a voz do Rodrigo. Ele me cumprimentou e fiquei um pouco lá. Depois entrei e aproveitei pra tomar um bom banho e tirar aquela roupa suja. A Helena não demorou pra voltar e pedimos nossa pizza de lei.

Estávamos a caminho da recepção pra esperar a pizza lá, quando dei de cara com o Enrico no corredor (acontecia com frequência, felizmente) e começamos a conversar. Ele foi comigo até a recepção e sentou do meu lado. Foi o começo da melhor noite. Começamos a falar sobre vários nadas. Mas depois a conversa ficou mais intensa. Ele admitiu que era louco por mim na oitava série, mas que a vergonha e a insegurança o impediram de fazer algo a respeito. Admitimos um para o outro que era difícil controlar o que queríamos, e queríamos (queremos) um ao outro. Ele até soltou um “é muita tentação”. Ele me contou como a Duda sempre foi louca por ele também e que indiretamente competia comigo por ele (mesmo sem ter total consciência na época), e como ela se ofereceu pra passar a noite com ele lá. Ele foi sincero (pela Luisa) e disse que se ela quisesse era só aparecer no quarto, mas que o interesse dele era só come ela mesmo. Logicamente ela não foi, e eles não se falaram a viagem toda. Ele ainda disse que ela já havia tentado acabar com o namoro dele duas vezes. A pizza já tinha chegado e geral foi pro quarto comer, mas eu me recusei a sair dali. Como meu palm sairia pro Pradiso às oito, eu não teria muito tempo pra dormir de qualquer jeito. e decidimos virar a noite. A melhor parte foi quando a Duda entrou na recepção e só tinha nós dois lá. Abraçados. Rimos pacas.

Continuamos a conversar. Contei como a Furlan também era louca por ele e como eu fiquei puta quando ela disse que eu e o Enrico faltaríamos com respeito aos pais dela na casa dela. Foi quando eu disse: como se eu fosse fazer alguma coisa que desrespeitasse os pais dela. Ele respondeu: você eu não sei, mas eu sei o que eu faria com você. Me arrependi de não ter ido no role. Ele ainda disse que a Carol Silva deu em cima dele naquele dia, mas que ele nunca ficaria com ela porque ele sabe escolher. Meu ego agradeceu.

Eu quis pegar uma meia e ele disse que me levava até o quarto pra eu pegar, mas que se a gente chegasse lá, a gente não ia sair mais. Foi bem tentadora a proposta, mas obviamente não iria acontecer e eu fui buscar minha própria meia. Ele namora e infelizmente não esqueceu isso. E a Larissa tava no quarto com o Caio e não ia gostar de nada de me ver por lá. Foi bom porque falamos disso também, de como ela passou a ter rancor de mim. A parte importante foi que ele disse que não importava o que nós duas disséssemos uma da outra, o que ele sentia por cada uma não ia mudar. Senti um alívio e um aconchego deitada naquele peito. Ted apareceu e começou a conversar com a gente. O verdadeiro monitor parceiro. Nos contou sobre vários casos e os perrecos de trabalhar com jovens sem controle. Nós dois passamos a noite toda fazendo carinho um no outro e verdadeiramente se provocando.

Ted passou uma hora e perguntou há quanto tempo a gente ficava ou se a gente tinha se conhecido lá. O Enrico respondeu que a gente se conhecia fazia tempo. E eu respondi que a gente não se pegava e soltei um “infelizmente”. Ted fez um furdunço. Era a minha intenção. Enrico sorriu. Depois eu ainda disse que ele também queria, só não podia. Depois que o Ted saiu, Enrico me olhou e disse que eu só tinha falado aquilo pra não ficar mal, eu respondi: “só falo verdades”. Ele não negou e ainda disse: “cê acha? Se a gente tivesse ficando a gente tava num quarto, não aqui”. E ele tava certo.

4o dia (06/07) - Quarta

Ficamos abraçados até o dia clarear. Logo que abriu o café, ele quis comer e eu o acompanhei. Depois disso foi cada um pro seu quarto e a gente se trombou no corredor quando saímos pra tomar café (ele de novo, no caso) e culpamos um ao outro pelo cansaço de uma noite em claro. Depois do café, sai com o meu palm para o club paradiso e fiquei esperando meus amigos do outro palm. Quando a Helena chegou, fizemos vários nadas juntas. Nós fomos andar no mar. É uma praia linda com um banco de areia que vai muito longe e você anda bem no meio do mar. Paraíso. Vi o Igor andando no mar também, mas fingi que não vi. Eu não sabia muito bem como reagir a ele.

Quando voltamos pra nossa mesa, a Helena dormiu um pouco e como eu não consegui achar uma posição confortavel, fiquei olhando meus crushs. Muitos crushs no mesmo lugar: Igor, Henrique, Rodrigo e Caíque, além do Pedro. Sorte a minha que eu tava de óculos de sol. Quando a Helena acordo, encontramos o Fi e o Alves e pedimos nosso almoço. Mas tínhamos que ir buscar. Dei de cara com o Igor nessa hora. Cumprimentei, claro. Depois do almoço, deitei no banco e capotei. Absurdamente. Acordei com o Rato rindo de mim quando foi reunir a galera pra ir embora. Chegando no hotel, ia ter festa da espuma. Eu tava menstruada e resolvi não ir. Aproveitei pra tomar um bom banho e conversar com a Ana, que também não tinha ido.

Quando todo mundo voltou da festa, já era hora de se arrumar para o jantar do troca. Todo mundo pedindo e emprestando roupa. Eu não quis brincar, mas achei engraçado. A galera fez um desfile e ficamos esperando o refeitório esvaziar porque não cabia todo mundo de uma vez. Nesse momento, o Gui Halabi veio falar comigo. Sentamos na borda da piscina e começamos a conversar sobre nada de útil. Todo mundo se afastou como se fosse rolar alguma coisa. Claro que não aconteceu nada. É o Halabi e eu.

Pouco tempo depois já deu pra gente ir comer. Depois do jantar fomos à Passarela do Descobrimento (mais famosa como Passarela do Álcool, mas lógico que menores não bebem). Fui com a Helena. O lugar é bem bonito. O paraíso da bebida alcoólica. A Helena pediu um capeta e não conseguiu beber tudo. Eu pedi um Beijo na boca e tava maravilhoso. Trombei com o Igor e a Letícia uma vez. Não sei quem tava pior. Ainda bem que a Helena e a Letícia tavam lá. Eu e a Helena ainda fomos comprar pulseiras e chaveiros. Uma coisa mais linda que a outra. Depois de bem cansadas de andar, sentamos pra conversar. Sobre o Enrico e sobre o Alves.

Pouco tempo depois, encontramos a galera pra voltar pro hotel, mas não éramos o único hotel lá. Fizemos questão de marcar nossa presença. Loco loco loco loco é Oceano. O melhor. De volta pra casa (força do hábito), hotel, nos arrumamos para o Barramares. Foi a pior festa. Fui eu e a Gabi, determinadas a pegar quem queríamos pegar. Obviamente não deu certo. Demos alguns foras. Alguém segurou minha cintura e começou a dançar comigo. Eu não ia beijá-lo, mas a dança é algo que me convence bem rápido. O rosto dele não fez muita diferença na verdade. Ele foi embora e eu voltei a dançar. Quando virei pra trás, vi o Enrico e me joguei em cima dele. Fingi que eu tava mais bêbada do que eu realmente estava, é uma ótima desculpa caso as coisas não deem certo. Eu pedi pra ele dançar comigo e ele veio, mas resistiu. Tentou fazer eu beijar o Cabeça. Eu deveria ter beijado. Ele é gato. Mas não, eu queria o comprometido. Ele disse que não podia e foi embora. Eu continuei dançando como se nada tivesse acontecido. Mas ele me destruiu por dentro.

Eu e a Gabi fomos no banheiro mas eu deixei ela lá sozinha e fui pra praia pensar. A Helena ainda foi comigo. Ainda recebi uma investida, mesmo sentada na areia com a maior cara de bunda que eu pude ter. Depois de um tempo na praia, sentei lá dentro e esperei a Helena ir curtir a noite. Dois otarios sentaram do meu lado e tentaram alguma coisa. Só tentaram mesmo. Depoia de um tempo, eu, Helena e Poppu voltamos pro hotel. Eu e Helena comemos nossa pizza e eu aproveitei pra dormir e apagar a vergonha que eu senti.

5o dia (07/07) Quinta

De manhã tomamos café e saímos em palms para o Sirena. O meu palm foi depois. Fui tomar sol com a Marcela, a Helena e o Fi quando eles chegaram. A Helena e a Marcela fizeram uma tatuagem juntando o nome delas: Helemar. Fiquei puta e me retirei. Não durou muito. Porto Seguro não é um lugar no qual as pessoas guardam mágoas. Mesmo assim, na hora eu sai e fui pra onde tava a minha bolsa com as meninas da Oficina. Não tinha ninguém lá e o sofá era bem confortável. Dormi. O Rato foi quem me acordou de novo. As meninas chegaram e ficamos conversando nós e o Ratinho até a hora de ir embora.

Chegamos morrendo de fome no hotel, mas eu tinha que pegar o reembolso da festa da espuma antes do almoço. Encontrei o Fi e a Celine na fila e o Enrico e os amigo dele. Não demorou muito pra ele tentar fazer cosquinhas no meu pescoço, mas eu ainda tava bem envergonhada da última noite e não agi com bom humor. Ele perguntou que cara era aquela e eu respondi que era ressaca, aproveitando e reafirmando que eu tinha bebido e não estava sobre total controle dos meus atos. Ainda bem que ele não mencionou o acontecido. eu fiz o mesmo logicamente e saí da sala sem nem olhá-lo. A galera do IEI e eu almoçamos no Flore e depois voltamos para o hotel para vários nadas a tarde. Eu e a Helena dormimos um pouco (muito) e eu acordei quando ela levou o Alves pro meu quarto pra pinta o cabelo dele.

Tomei banho e me troquei pra festa no Sirena. Vi a Helena perto da piscina falando com o Enrico e soube que eu era o assunto. Ele disse pra ela que percebeu que eu ainda sou apaixonada por ele, ainda falaram do que eu fiz no Barramares e de como eu tava na mão dele, que ele ia me procurar e certeza que eu ia ficar com ele. Ainda disse que eu passei a noite provocando ele na noite que passamos acordados, e demorou pra admitir que fez o mesmo. Eu entrosei lá e eles pararam de falar. Conversamos os três sobre vários nadas e pouco tempo depois nós duas saímos dali. Ela me contou tudo e mesmo contra a minha vontade, eu não podia deixar ele achar que me teria quando quisesse para o que ele quisesse, eu teria que recusa-lo. Sorte minha não foi preciso.

Encontrei as meninas do palm e fomos juntas. Demorei um pouco pra achar a Helena e fiquei um tempo dançando com as meninas. Eu e Gabi fomos arrumar briga com uns meninos que tavam zuando o Papp e o boy que ele tava pegando. Eles tiveram o bom senso de sair. Uma hora olhei pro lado e tava o Igor louco na nossa roda. Ele conversou um pouco com a gente e depois foi procurar os amigos dele. Ele me pegou pelo cabelo, avisou que ia e me deu um selinho. Achei que a gente ia se beijar, mas não forcei nada. Depois que eu achei a Helena, nós fomos sentar com a Lu Amaral e o Fi. Eles foram dançar e depois me encontrariam no mesmo lugar. Alguém gostoso se aproximou e começou a conversar comigo. Um tal de Ian, coincidentemente. Nos beijamos pacas e não sei porque dei meu numero pra ele. Eu já tava querendo sair de lá quando me deu vontade de ir no banheiro. Eu tava na fila quando encontrei o Math. Bêbado. Não demorou muito e já estávamos nos beijando e ele não parecia querer parar. E eu muito menos. Ele perguntou se aquilo afetaria nossa parceria. Obviamente não sou de deixar um beijo atrapalhar amizade então respondi que não, e continuamos até ele ir procurar os amigos dele e chegar a minha vez no banheiro.

Quando eu achei a Helena, uns 20 minutos depois dela ter ido dançar, eu tinha beijado dois caras. Mas tudo bem, é Porto. Depois desse tempo eu já tava animada de novo e queria dançar. O João chamou a Helena pra falar sobre o que tinham que falar e eu fiquei dançando do lado que nem uma retardada. Ficamos lá até o primeiro DJ encerrar. O do outro lado era bem dos ruins e preferimos ir embora. No hotel, a Helena me disse que o Enrico não chegou em mim porque alguém deu um soco no Cabeça e eles não podiam deixar barato, e passaram a noite procurando o menino. Depois dessa conversa (não que eu tivesse ficado esperando, mas o vi algumas vezes), o arrependimento da Helena de ter dispensado o Ricardo, pizza e primeira noite no meu quarto teórico #209

6o dia (08.07) Sexta

Sexta foi o dia que eu dormi até meio dia. Eu e a Ana dissemos pras meninas que íamos levar meninos pra dormir com a gente. Na teoria, Bertini e Pedro eram muito bem vindos, mas ficamos sozinhas mesmo e foi melhor assim. Eu e a Ana e o quarto só nosso. Acordei e vi algumas ligações perdidas da Helena. Liguei pra ela e quando eu terminei de me arrumar ela já tava na porta. Almoçamos no nosso Flore de lei e fizemos vários nadas até a hora da festa das cores. Essa festa foi simplesmente sensacional. O DJ Mantega que foi o que tocou é foda.

Eu e a Helena rodamos um pouco, jogando cor em quem encontrávamos. Fomos para o meio uma hora e eu dei de cara com o Enrico. Ele não perdeu a oportunidade de me colorir um pouco. O Caio também não. Depois de retribuídas as cores, eu e Helena saímos da multidão. Encontramos a galera do IEI e curtimos um pouco com eles. Todo mundo decidiu ir para o meio de novo e nós fomos junto. Sensacional descreve. Eu estava um pouco atrás do Enrico e ele me olhou algumas vezes. Ainda cruzei com o Igor que passava por ali. Pena que não demorou muito pra começar a chover. E a mistura de cores virou um preto nojento. Eu e a Helena voltamos pro hotel e eu fui pro meu quarto, onde tomei um banho de quase uma hora. Tirei quase toda a cor.

Quando desci pra procurar a Helena no #140, encontrei o Enrico no corredor. Ele aproveitou para pedir desculpas pelas provocações, que não iam mais acontecer. Infelizmente, sempre que nos cruzávamos no corredor sentíamos algo que, na teoria, não era para sentirmos. Ele não entendeu muito bem quando eu aceitei e disse que tava tudo bem. Como se ele tivesse esperando uma reação diferente. Eu sempre soube que não podia tê-lo e, apesar dos meus esforços pra mudar isso, foi mais fácil do eu pensei que seria aceitar quando eu tive que. Eu, o Fi e a Celine fomos comprar bebida, mas perdemos uma garrafa com aquele segurança. Eu e o Fi resolvemos esconder o resto do lado de fora do hotel.

Antes da festa à fantasia tivemos uma reunião de despedida com os monitores. Obviamente eles choraram e obviamente eu chorei também. Cada uma daquelas palavras me atingiu no peito, na alma. Aquele grupo de monitores jamais será esquecido. Tem um espaço no meu coração para cada um deles. Rato, Drop, Mazão, Ted, Dinomoney, Purple, Latifah, Maile, Ema, Dollynho, Sheila e Fanny. A melhor equipe que o melhor hotel poderia ter, Tive muita sorte, com certeza. Depois das falas, eu e Gabi procuramos nosso Ratinho, qua caiu nas lágrimas com a gente. Olhei pro lado e vi o Drop. Chorando. Tive que abraçá-lo. Esses dois são fodas. Como disse, tive sorte.

Voltamos pro quarto e nos arrumamos para a festa a fantasia. Eu fui de Branca de Neve. Fui com o meu palm e fiquei com eles até encontrar a Helena. Vi a Gabi chorando. Fiquei preocupada e fui até ela. Era o menino com o qual o Rato a ajudava (ele ajudou bastante a gente) que estava beijando a Isinha. Fiquei bem puta pelo motivo, principalmente por ela ter namorado. Ma sou uma boa amiga e a consolei. Encontrei a Helena e ficamos um tempo dançando. Hzinho veio me pedir pra jogar o dado e eu joguei, e ele jogou de novo até cair no número dele. Eu não peguei, mas um selinho não mata ninguém, e, aparentemente, ele é fã de selinhos.

Eu e a Helena estávamos procurando Igor e Alves. Mas encontramos alguém do hotel no meio do caminho. Ele queria ficar comigo. Eu disse que queria alguém específico. Olhei para a Helena e ela disse que ele era bonito. Quando ele perguntou se eu tinha certeza, eu beijei ele. Nós duas encontramos o Rafa e sua fantasia de Bam bam e logo chegaram Larissa e Caio. O Caio, bêbado, pegou o pedaço de pau do Bam bam e sem querer acertou o olho da Helena. Fui com ela até o ponto de apoio e fiquei até ela melhorar. Depois do ocorrido, continuamos a procurar e quando ela encontrou o Vini eu disse pra ela ir com ele. Fiquei um tempo com o Fabia, foi quando vi o Igor. Acompanhado. Surpreendentemente, não me abalou.

Encontrei o Fi e a Marcela e fui ficar com eles. Beijei o Mickey também e entrei pra conta (um dos amigos da Marcela tatuou de henna um Mickey no mamilo e pediu pra todo mundo beijá-lo). Chegamos a incríveis 200 e poucas pessoas (15, eu acho). Estávamos dançando quando o Gui Halabi chegou e beijou a Bárbara. O Du Ferraza tava com ele e veio falar comigo (não lembro sobre o que) e quando vi já estávamos nos beijando. Ele ainda me deu o número do quarto dele e disse pra eu passar lá mais tarde pra fumar narga com ele. Depois que eles saíram, sentei um pouco na mureta ali do lado pra descansar com o Fi. O Fi não ficou muito e logo quis voltar a dançar. Eu fiquei mais um pouco e alguém se aproximou. Um japa. Não sou muito fã de japas mas aquele me chamou atenção. Gustavo. Ou Temaki. Conversamos bastante tempo e ele ainda me salvou de um cara inconveniente que chegou por ali. Temaki foi embora um pouco antes de começar a chover. Era o último dia dele.

Eu sai correndo para a área coberta. Encheu bem rápido por causa da chuva e, como eu já tava cansada, resolvi ir embora. Aparentemente, muita gente teve a mesma ideia. Fiquei esperando um tempo embaixo da chuva e consegui sair. Quando olhei pro lado, vi o Enrico. Fiquei bem surpresa (a maioria dos encontros são propositais, mas aquele foi absolutamente coincidência, não que eu acredite nelas). Chegamos e o ônibus estava lotado. Esperamos o próximo e fomos os primeiros a entrar. O Cabeça, ele e eu. Sentamos no fundo. Ele no corredor e eu no banco do lado. Um gay do Náutico sentou na nossa frente e nos irritou um pouco (bastante) até chegarmos, e a homofobia é apenas uma das coisas que me irritam nele.

Falamos sobre vários assuntos inúteis, mas tocamos em um bem importante. Ele pensou em falar algo mas disse que não ia. Eu insisti. Ele disse que não, que tinha relação com o que ele tinha se desculpado mais cedo. Eu disse algo parecido com: “Aah esquece isso. Já foi”. Ainda entramos no assunto Barramares. Eu disse que não ia comentar e felizmente ele concordou e disse que ia fazer o mesmo. Mas eu tinha algo entalado e eu precisava por pra fora. Eu disse: “Já desencanei de você”. Ele me olhou com uma cara bem desconfiada, de quem não tinha acreditado em nada. Fiz questão de explicar: ”Pensa bem. Na oitava série, que eu gostava de você e você diz que também. não aconteceu nada. Ai você volta do nada esse ano e nada acontece de novo. Da próxima vez eu não vou nem acreditar”. Acho que não era bem o que ele queria ouvir. A reação foi melhor do que eu tava imaginando. A primeira resposta foi: “Não é bem assim. Você sabe porque nunca aconteceu nada”. Eu desaprovei com a cabeça e perguntei quanto tempo depois dele ter falado pra Helena que queria ficar comigo ele começou a namorar. Ele respondeu um mês e eu completei: “Tempo suficiente. Não aconteceu nada porque você não quis”. Ficamos em silencio o resto do caminho ouvindo o gay na minha frente cantar que nem um louco.

Quando eu cheguei no hotel, fui direto tomar banho. Depois sentei na recepção como de costume. Percebi o Enrico, o Hzinho e mais alguém nos sofás atrás da onde eu tava. E percebi mais ainda que eles falavam do Bruno quando ele chegou e sentou do meu lado com a Isa. Eu não queria brigar, muito menos mostrar que eu tava ouvindo a conversa dos outros então fiquei quieta. Mas me incomodou. O Bruno desabafou sobre o boy que ele não conseguiria ver de novo e depois de dormir no sofá, ele e a Isa foram pro quarto. Eu fiquei lá, disposta a ver o sol nascer. Meus room mates chegaram e nós comemos e eu voltei pra recepção. O Enrico havia me dito que ia virar a noite porque tinha um casal no quarto dele. Eu tava sentada no sofá assistindo tv quando ouvi o Hzinho: “Rayssa, o Enrico ta te chamando”. Virei e vi o Enrico brigando com ele por isso. Virei de novo e continuei vendo tv. Não demorou muito, o Enrico desistiu de virar a noite e tava indo pro quarto. Parou pra se despedir de mim. Eram 5 e pouco da manhã e eu entrei no quarto pra chamar a Helena pra ir comigo. Todo mundo tava dormindo. Eu desisti do Sol naquela madrugada e capotei na nossa cama coletiva.

7o dia (09/07) Sábado

Acordamos e fomos pro café. Era o dia que a Helena ia embora embora e resolvemos ir pra praia. Lá, encontramos a Bequinha, a Celine e a Amaral. A Bequinha fez trancinhas, eu fiz trancinhas e tererê e as meninas fizeram tererê. Finalmente tomei o açaí de Porto. Simplesmente o melhor que já comi. Pouco tempo depois começou a ventar muito e fomos pro hotel. Encontramos a Ana e ela e a Helena esperaram comigo o tatuador pra fazer o número dos meus quartos no braço. A Ana percebeu e comentou que o hotel tava sem segurança. Nessa hora, eu e a Helena saímos correndo pra onde o Fi e eu escondemos as coisas na noite anterior. Surpreendentemente, tava tudo lá. Levamos pro #140 mas como era o último dia deles lá, peguei as skolbeats e a ice e dei a garrafa de big lemon pro Bertini mais tarde. Voltei pra esperar o tatuador quando vi Ted saindo do hotel com as malas, pronto pra ir buscar mais gente. Ele me viu e fez questão de ir me abraçar. O carinho me emocionou. Ele é o tipo de cara que eu guardaria pra vida.

A galera do hotel começou a ir lá pra fora. Tinha gente nova chegando. Não gostamos. Demos nossas “boas vindas”: “Segunda semana, eu já gorfei e gozei na sua cama”. Eles eram justamente nós há uma semana. Com suas expectativas e de coração aberto para aquele lugar. Mas não gostamos deles, porque depois de uma semana com aquela galera, era aquela galera. A única com a qual faria sentido ter ido. Aquele sentimento de “nós” e “eles” e nós não queríamos eles. Queríamos nós e Porto para sempre. A nossa família Oceano, Oceano é um absurdo, porque nós fomos. Fiz as tatuagens e a Helena foi terminar de arrumar as malas.

Eu fui pra piscina ver as meninas descolorirem ainda mais o cabelo dos meninos. O Enrico tava por lá e acho que vou pular a parte da agressividade gratuita e desnecessária dele. Me surpreendeu de um jeito bem negativo. Depois disso, sai de lá e encontrei a Helena dormindo no quarto. Desabafei. mesmo ela mal tendo me ouvido, e voltei pra piscina. A caminho do quarto, eu e a Gabi passamos na lojinha e resolvemos que do mesmo modo que guardaríamos o Rato pra sempre, ele também guardaria (mesmo que contra a vontade). Monitores cruzam com muitas pessoas, e, eventualmente, acabam esquecendo alguns. A Encrenca e a Gabi não queriam ser esquecidas. Demos pra ele um copo de Porto com os nossos nomes e o ano. O primeiro ano dele em Porto, algo pra lembrar pra sempre.

Voltei pro meu quarto e depois desci pra piscina. Eu e a Gabi íamos sentar na piscina rasa e eu só ouvi os meninos falando conforme eu me aproximava: Ae Du, valeu! Eu havia beijado ele na última festa e não sou tão lerda quanto pareço ser. Ainda fiquei lá a tempo de ver o Mazão quebrar, com o dado dos meninos, o Naeguilé do Billis. Pouco tempo depois, entrei pra procurar a Helena e dei de cara com o Enrico no corredor. Ele é um ponto fraco pra mim. Sempre foi. Nos despedimos de um jeito bem fofo e meloso. Até algum dia (#noisseveporai). Voltei pra piscina pra jogar conversa fora e nos despedimos da Dollynho. O Papp pediu pra eu tentar fazer o Fi se assumir. Não deu muito certo, mas espero que um dia ele se encontre. Ele é confuso quanto a sua sexualidade e isso é visível.

Encontrei o Gabizinho e aproveitei pra registrar aquela pessoa maravilhosa que tive a honra de conhecer. Ele é pra sempre. (Já em casa a Helena me disse que ele ficou mal porque eu fui a única que não assinou a bolsa dele, fiquei tão mal que quase fui procurá-lo em SP). Depois de despedir, eu subi pro #209 e dei uma leve capotada na cama. Acordei ainda a tempo de ouvir a Ana falando que transou com o Bertini. Ela podia ter me contado, mas eu entendo a falta de confiança, e, na teoria, ela me disse que eles fizeram algumas coisas. Mas a Giovana, querendo ou não, não é alguém do nosso dia-a-dia. A Helena e o Vitão chegaram no quarto querendo saber do meu papo com o Fi a pedido do Papp. Depois disso e eles foram embora e a Ana lamentou o Vitão não gostar de mulheres. Na hora que a Ana e eu descemos pra piscina, a primeira galera já tinha ido embora e eu encontrei o Billis, que disse: “A minha mina foi embora, hoje eu vou aloprar.” Ainda me disse que gostava dela quando eu perguntei porque que ele foi pra Porto namorando.

Na piscina, a música tava tocando e a galera dançando. Eu, a Gabi e a Ana fizemos o mesmo. Não demorou muito pro Billis vir me pedir um beijo. Perguntou se eu tinha moral de beija ele na piscina na frente de todo mundo. Eu até tinha, mas falei a verdade quando disse que tinha acabado de acordar e que o sono ainda tava bem presente, que era pra ele esperar. Ele perguntou porque eu tava dormindo e eu respondi o óbvio: ”Porque eu to cansada pacas”, ele concordou e disse que ia me procurar mais tarde. Eu consenti. O Billis não é dos mais bonitos, mas eu tenho uma queda pelo tipo de cara que ele é. Daqueles loucos que não tão ligando pra nada e são apaixonados por curtir a vida. Eu topei bem fácil, na verdade. Conversamos com umas meninas que tinham acabado de chegar e depois do jantar nós fomos nos arrumar pra última festa. Quando eu voltava pro quarto, encontrei o Billis na recepção. Perguntamos nossos nomes e sobrenomes e desde aí ele adorou falar meu sobrenome pra qualquer um que passasse e ainda completava falando que eu sou irmã do Yann. Depois de trocadas as devidas informações ele disse: “Vou te procurar mais tarde” e eu respondi: ”Pode procurar”, e fomos cada um pra um canto.

Eu e a Gabi conseguimos dar nosso presente pro Rato e espero que ele nos guarde com o mesmo carinho e ternura que eu, e tenho certeza que ela também, guardarei. A Gi tava inspirada e resolveu maquiar eu e a Ana pra última festa.Demorou um pouco, mas ficamos realmente bonitas. A Ana e eu nos juntamos com o pessoal da Oficina que reuniu todo mundo pra tirar foto no corredor do hotel. Nessa hora o Drop passou por lá. Ele havia dito que iria me levar pra ver o Sol nascer, mas infelizmente ele não ia conseguir. Ele teria que estar no Náutico de manhã. Ele ainda disse que esse nosso grupo tinha sido o melhor que ele já pegou pra acompanhar. Meu sorriso foi instantâneo. Ele me deu um abraço sincero e disse que as coisas começariam a mudar e que era pra eu aproveitar muito a vida e aqueles amigos que estavam ali comigo. Sorte a minha ter conhecido alguém tão incrível (não consigo achar palavra que o defina melhor). Era nossa última festa, a animação foi maior do que em todas as outras. Só nós. O Palm da Fanny. O nosso Palm da Fanny. Aquele sentimento de pertencer a algum lugar, sabe? Agitamos muito, principalmente em frente ao Portobello. Lá na festa, o primeiro DJ foi bem broxante. Mas a nossa animação compensou. Dando uma volta com a Gabi encontrei o Billis e pedi pra ela: “Espera ai que eu vou beijar” e não me arrependi. Depois da nossa animação esfriar bem, sentei com a Luisa e a Isa. Alguém sentou do meu lado e começamos a trocar ideia. Ele não era feio e pediu um motivo pelo qual eu não ficaria com ele. Cigarro, óbvio. Sorte minha que eles sempre têm um chiclete no bolso. Ele perguntou como a gente ia saber se o gosto tinha saído e eu disse que resolveria. Continuamos conversando e beijando mais um tempo, mas o papo começou a ficar tenso quando ele disse que costumava casar nas festas. Eu não, logicamente. Quando ele disse que ia procurar os amigos e depois voltava, eu peguei as minhas amigas e fui embora. Fomos pro camarote. Lá em cima encontrei o Billis de novo. E peguei de novo. Eu e a Isa não tínhamos mais ânimo e resolvemos voltar. Como voltamos cedo não tinha quase ninguém no hotel. Aproveitei pra tomar banho e arrumar as minhas coisas. O check-out era as 7h. Desci na recepção e encontrei a Le carregando a Camila. Bêbada. Me ofereci pra ajudar. Subimos no quarto e tentamos dar banho nela. Não deu certo. Decidimos dar comida pra ela. Eu não tinha ido muito com a cara dos monitores que tinham chegado com a galera nova, mas um deles me ajudou. A gente não podia sair do hotel pra comprar comida, mas a Camila precisava comer. Ele saiu e chamou o vendedor, que levou as coisas pra gente dentro do hotel. A Camila comeu e a melhor parte foi ela chorando pra tomar Coca. Quando ela já tava melhor eu voltei pra recepção. Não demorou pro Papp chegar e querer desabafar sobre o boy que ele não sabia mais se ia ver. O Rato ia fechar a balada e demorou pra chegar. E quando chegou ainda me enganou como de costume (disse que não ia me levar ora ver o mar), mas eu não liguei, era o meu Ratinho. Chamei a Gabi pra ir comigo. O Bertini e o Vinicius foram junto. Tive que aguentar a Gabi e o Bertini se esfregando um no outro, mas valeu a pena. A vista era perfeita.

8o dia (10/07) Domingo

Depois de ir ver o sol nascer, tínhamos que voltar e tirar tudo do quarto até as 7h. Depois de tomar café, fechamos a contado quarto e sentamos no chão da recepção enquanto esperávamos o ônibus. Não demorou 5 minutos para capotarmos. O ônibus chegou e eu sentei com a Ana. O Pedro e o Bruno atrás da gente. Fomos para o aeroporto. Aquele mesmo caminho de quando chegamos. Fiquei acordada na tentativa de memorizar cada pedacinho daquele paraíso que foi Porto Seguro. Talvez eu volte lá algum dia e não tenha essa mesma impressão, mas as lembranças dessa semana maravilhosa que vivi lá, guardam um lugar tão maravilhoso quanto. É essa a impressão que quero manter. No aeroporto precário, nós pegamos as passagens e despachamos as malas numa tenda do lado de fora (não cabia todo mundo dentro). Rimos a vida nessa hora. Entramos para esperar a nossa chamada para a sala de embarque. As mesas eram insuficientes. Muita gente sentou no chão mesmo. Alguns conseguiram mesa e dormiram em cima dela. Eu e a Ana fomos comer açaí. Encontramos o Rato e o Dinomoney por lá. Última chance para uma última conversa. Aproveitei. Não lembro o que falamos, mas sentamos os quatro numa mesa e conversamos. A Gi se juntou a nós pouco tempo depois. Logo em seguida fomos para a sala de embarque. O Vinicius, o Pedro, o Bruno, o Figo, a Ana e eu. Exaustos. Nessa hora, de óculos de sol e quase dormindo (teoricamente porque eu não consegui), eu percebi o Igor me olhando do outro lado do salão. Eu já tinha visto ele antes, logo que chegamos no aeroporto, mas ele tava dormindo. Dessa vez ele me encarou por um tempo, como se decidisse o que faria a respeito. Entramos no avião. Sentou o Pedro, a Ana e eu. Todo mundo dormiu quase todo o vôo, acordamos pra comer e depois voltamos a dormir. Já em Guarulhos, eu e a Ana fomos comer e aproveitamos para comentar como a Gabi dava em cima do Bertini. Comemos nosso pão de queijo e nos juntamos à galera que pra pegar o ônibus. Saímos dali pouco tempo depois e fomos esperá-lo lá na frente. Ainda deu tempo de eu e as meninas pegarmos um sorvete. Hora de despedir do meu Ratinho. Fernando, de Franca. A melhor pessoa que eu podia ter conhecido nessa viagem. Obrigada por tudo, foi a última coisa que eu quis que ele ouvisse de mim. Mas na verdade, obrigada não chegava perto de descrever o quão grata eu estava por tê-lo conhecido. Não queria deixá-lo. Queria ele eternamente na minha vida, mas infelizmente não funciona assim. Desejo pra ele tudo de melhor que a vida puder oferecer. Ele é uma daquelas lindas pessoas que nos marcam e vão embora (mesmo que obrigadas), mas aquela marca é eterna. Será em mim. Entramos no ônibus. Figo e Ana atrás e eu no banco da frente. Sozinha, não pensei duas vezes. Deitei no banco e dormi. Acordei já estávamos em Campinas, chegando no Coração. Me despedi do Dinomoney, desci do ônibus e abracei a minha mãe. De volta pra realidade. Eu demorei quase uma semana pra escrever. Aquela recusa em acreditar que acabou. Foi realmente a melhor viagem da minha vida. A melhor que poderia ter sido. Pelo lugar, pelo hotel, pelas pessoas, pelas amizades, pelos monitores, por tudo que fiz, por tudo que vivi. Não me arrependo de nada, nada do que fiz e nada do que deixei de fazer. Por aproveitarmos essa semana longe de rótulos e de julgamentos. Por vivermos essa semana da forma mais linda e intensa. Obrigada à Forma por tornar tudo isso possível. Obrigada à minha mãe e à minha avó por terem bancado. Foi lindo. A dpp (depressão pós Porto) é eterna. O que fica agora são as lembranças e aquele gostinho doce que só Porto Seguro tem (é o capeta). Gratidão.

#portotododia #axecachaçaeputaria #putariaputariaputaria #portoeuteamo #dpp #ahquebomseria #seaformameesquecessenabahia #seportofossemesmotododia #sepudessepegaramonitoria #cabeomeuamor #abaixaae #locolocolocoloco #oceano #oceanoeumabsurdo #chegouaturmadosilencio #palmdafanny #saidaimediata #ptimediato #nauticonabalada #muitoplenos #209 #agregados #chegoadoquarto #anazinhamorfetica #pollymalokeira #lavemele #140 #caboctapegandofogo #amelhorviagemdasuavida #noisseveporai #choremos #fim

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vivendonomade · 3 years ago

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#PARTY_IN_THE_USA

acordei e já me sentia muito melhor da febre e do mal estar causados pela reação às vacinas. todos tomamos um café da manhã surtido de um tudo: pãozinho, queijo, suco, salgados, entre outras delícias. eu não tinha um apetite tão grande e só comi algumas coisas.

começamos a preparar realmente tudo o que precisava embalar, organizar para caber dentro da mochila. essa é a parte que menos gosto. graças a Deus, tenho a minha mãe que adora se ocupar disso. ela organizou a maior parte das coisas e talita ajudou.

almocei pouco tempo depois. comi algo muito leve que me trouxe minha mãe. um pouco de arroz branco com carne do sol e cubinhos de cenoura e batata. comi tudo. estava ainda um pouco abalado e não me sentia au top.

por volta do meio dia, decidimos seguir em direção ao aeroporto. fomos meus pais e eu primeiramente enquanto talita e jaume se arrumavam. ao sair, me despedi de lulu enquanto talita gravava cada instante. coloquei finalmente a minha mochila que comprara há um ano e meio e nunca usei e fomos ao metrô.

parecia que a chuva nos alcançaria, mas foram apenas nuvens carregadas de água que sobrevoavam e não fizeram chover. queria muito achar um lugar para sentar, mas os vagões estavam cheios e tive que ficar de pé até um certo ponto do caminho. quando por fim me sentei, o mal estar misturado à noite mal dormida me fizeram fechar os olhos e só abri-los muitas estações depois. saímos do vagão, pegamos o ônibus que já nos esperava para levarmos ao aeroporto. fui de olhos fechados também e às vezes minha mãe checava se tinha febre.

nos sentamos num banco e ficamos ali por alguns minutos até que avistamos talita e jaume caminhando como quem procurava por alguém. acenamos mas eles não nos viram. meu pai lhes telefonou e só assim eles chegaram ao ponto onde estávamos. tiramos algumas fotos em família e mais alguns vídeos. pensei que minha mãe estaria chorosa e triste, mas na verdade estava muito bem e tranquila assim como meu pai.

enquanto tirávamos fotos, akhi chegou. tirei fotos com ele também. para seguir o roteiro, ele chegou pelo menos uma hora depois do que ele dissera. logo em seguida chegou sau com uma camisa customizada com uma foto minha de quando era criança e abaixo dela a frase: i love my life because my life is you. representando a primeira frase que aprendi com ela. lembramos de quando aprendemos inglês com adebanjo.

sau foi até o check-in e voltou dizendo que a mulher lhe avisara que eu tinha que aparecer no guichê para assinar um formulário. fui com ela, assinei tudo e foi uma grande bênção que ela tenha ido porque não sabia que tinha que fazê-lo.

pouco depois, subimos para o embarque. a hora chegou tão rápida que não sabia muito bem como começar a despedida. fiquei um pouco perdido. abracei primeiro o meu pai, que me abraçou forte e chorou um pouco. em seguida abracei minha mãe que me disse muitas palavras bonitas, depois abracei talita (na verdade a abracei duas vezes), abracei jaume, sau e mon frère. ele disse que não chorava porque não sabia muito bem como reagir ou o que sentia. eu estava de acordo porque nem eu sabia. algumas lágrimas caíram dos meus olhos nesse momento. na hora de realmente sair, dei tchau e disse: au revoir! e entrei na fila.

senti um certo vazio e excitação ao mesmo tempo. fiz tudo o que devia e fui ao portão do avião que me levaria a guarulhos. sentado, fiquei imaginando e pensando nas pessoas que amo e me emocionei um pouco. finalmente, a fila para entrar na aeronave se formou e depois de esperar alguns longos minutos com uma mochila pesada nas costas, me sentei no banco 31J.

uma mulher entrou no avião e a achei muito parecida a talita, mas depois continuei com os meus pensamentos. ela se aproximava e de repente percebi que era sara. não podia acreditar que ela estava dentro do mesmo avião que eu! ela tinha celular ligado para gravar a minha reação. eu ri muito e disse: o que tu tá fazendo aqui? eu realmente não podia acreditar que ela estava no mesmo avião que eu, na poltrona ao meu lado. depois descobri que graças a uma oportunidade de trabalho em são paulo ela conseguiu ir e também para andar de balão. me senti muito feliz com a sua companhia. foi um voo muito tranquilo e rápido. apesar dos bancos não terem telas, não senti o tempo lento. aterrissamos em guarulhos num clima tranquilo.

tinha quatro horas até o próximo voo. sau queria comer algo e comprou uma maçã, um suco de morango sem açúcar e um misto. saindo dali, fomos primeiro nos guichês da delta e já fiz o check-in. depois fomos ver o que podíamos comer porque tinha fome e sau também. eu resolvi comer no burger king. pedi uma whooper, lembrando dos dias santiagueños. pensei que podia levr comida para o lugar que sau escolheu comer, mas não. tive que comer sozinho. depois fui ao local onde ela me esperava. me sentia um pouco mal e quando medi minha temperatura mostrava que tinha 37,5 graus. tomei um remédio para ver se baixava. conversamos por chamada com vovó, gustavo, ju, véu e dindo. sentia muito frio, mas sau me pediu que tirasse o casaco da patagônia e lavasse o rosto e o pescoço com água fria. fui resignado.

já quase era o momento de embarcar novamente. pensamos em passar no starbucks mas preferimos não arriscar. no caminho para o guichê delta estava o guichê a turkish airlines com voos indo para istambul. me deu uma forte vontade de entrar naquela fila e encontrar os meus queridos amigos na turquia.

antes de entrar no embarque, queria deixar com sau o meu chip tim. quando o tirei do celular ele caiu no chão e não conseguíamos vê-lo. começamos a procura-lo por toda parte. era incrível que um chip que estava sob a minha visão tivesse caído e sumido tão de repente. finalmente o encontramos dentro de um buraco no chão cheio de poeira e sujeira.

entrei na fila para embarcar e dei tchau a sau. ela fazia um vídeo da minha segunda partida, dessa vez menos chorosa. eu realmente estava cansado e só queria entrar no avião. depois ela me disse que quando passei a minha temperatura apareceu na tela 36 graus.

fiz todo o processo de checagem das malas e esperei no portão. já comecei ali a escutar algumas pessoas falando inglês. alguns com passaportes brasileiros e outros americanos. logo entrei no avião e ao meu lado estava uma garota loira e muito simpática. ates de me sentar ela organizava as suas malas e lhe dei tempo de fazer tudo o que precisava. dali começamos a conversar. ela é uma pessoa muito comunicativa e gentil. descobrimos que estávamos numa situação parecida. o nome dela é natália, mas ela disse que podia chamá-la de na, naty ou natália. ela é de curtitiba e estava indo cleveland, apesar de que a cidade onde vai morar se chama kent.

o avião era enorme e me senti confortável e seguro. o voo começou e me sentia muito feliz por estar ali. também conversava bastante com naty, preferi chamá-la assim.

num certo momento começou o serviço de bordo e escolhemos a nossa opção de janta. uma aeromoça muito simpática e bonita, como uma mulher negra de filme americano nos atendeu de forma muito simpática. eu pedi pasta e naty pediu frango. comíamos tranquilamente quando de repente vimos que algo acontecia com o rapaz da cadeira que estava na nossa frente. eu pensei que ele estava tentando agredir a moça ao seu lado, que logo saiu da cadeira. um aeromoço que aparentava ter 50 anos veio o começou a agarrá-lo por trás. uma mulher que estava sentada começou a chorar. naty e eu nos olhávamos apavorados e sem entender o que acontecia. somente entendi o que se passou quando o aeromoço fazia movimentos repetitivos no estômago do rapaz. ele tinha se engasgado com um pedaço de frango. feizmente ele conseguiu colocá-lo para fora e tudo voltou ao normal. num dado momento, naty gritou: socorro! help! isso foi um motivo para muitas risadas depois que tudo passou. a janta foi gostosa. comi pasta com queijo, suco de laranja industrial, pudding.

depois me cobri com a coberta que recebemos, acostei minha cabeça no travesseiro do mesmo kit e o tapa-olhos. e assim tentei dormir.

[05/08/2021]

#diario #viagem

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