#auto multilação

[myplaced]

Meu corpo praticamente implora pra que eu fique lá.

A cada dia meu desejo e necessidade só aumenta. Será que alguém vai se importar? Será que os funcionários vão fazer algo?

Me imagino caindo... deixando meu corpo prender pra trás. Me pergunto se eu vou cair e bater a cabeça no ferro ou se vou conseguir fazer o cálculo perfeito pra que o trem me atinja enquanto ainda estou no ar.

Mandei mensagem pro meu psicólogo e ele respondeu com "oiê! Ok" acho que vamos falar sobre "isso" semana que vem, mas eu não quero estar em lugar nenhum semana que vem.

[kotopiu]

Eu acho que eu devo me contentar com uma vida de auto-multilação, álcoolismo, tabagismo e um emprego medíocre até o final da minha vida.

Eu mereço tudo de ruim que esse mundo tem pra oferecer.

[omeuvazio]

Não tenho forças pra nada.

[pedacinhosdavida]

"E Clarisse está trancada no seu quarto, com seus discos e seus livros, seu cansaço."

— Legião urbana

[insuficientes-world]

Van Gogh tomava tinta amarela porque a considerava uma cor alegre e achava que ficaria feliz fazendo isso. A tinta tinha chumbo. O chumbo no sistema nervoso provoca a depressão. Van Gogh tomava tinta amarela achando que aquilo o faria feliz, mas não.

QUEM É A SUA TINTA AMARELA?

[empty-forever]

já já estarei contigo mamãe...

[carmimetria]

Quando eu tinha 12 anos eu comecei a me destruir.

Começou devagar, como uma dessas garoas finas que vem antes dos temporais. Eu me olhava no espelho e sentia repulsa, havia algo de errado naquela menina magricela, naquela menina calada, naquela menina estúpida, eu desejei arduamente ser outra pessoa, mas todo dia, eu acordava e era ainda, eu mesma. 

Devagar, tudo ao meu redor se tornou ruína, e aos 13 anos eu era um perfeito cadáver de sentimentos. Minhas manifestações de repulsa cresceram de um jejum prolongado para agressões físicas. Poucos entendem o quão aterrador é o sentimento de não querer existir. Mas eu entendo. E aos 14, isso era tudo o que eu sabia da vida.

Aos 15 eu coloquei um cinto ao redor do pescoço, eu imaginava que conseguiria apertar até perder a consciência e sufocar até a morte. Não consegui. Não sei se fiquei grata ou frustada. Naquele tempo a ansiedade devorava toda e qualquer outra sensação além do pânico absoluto de ainda estar respirando.

Meus 16 anos foram marcados por prolongadas agonias. Coisas mínimas, derrotas normais, foram tsunamis catastróficos em minha vida. Derrubando toda e qualquer defesa que ainda me restava. Eu dizia para mim mesma que estava tudo bem enquanto numa tentativa desesperada de fingir que estava, eu punha band aids coloridos em meus cortes pelo corpo. Está tudo bem, eu dizia. Sempre esteve.

Aos 17 as crises de pânico ficaram tão graves que eu parei de frequentar a escola na metade do ano. Foi impossível continuar a esconder. 

Eu tive a sorte de ter uma mão para segurar. 

E eu sei que a maioria de nós não tem uma mão por perto.

Mas confia em mim, essa mão existe. 

Continue lutando até você achar.

Com amor, Lua

Créditos da ilustração

[jeonggukseagull]

você é a galáxia.

eu vejo os cortes em seus pulsos como os riscos da lua europa.

eu vejo as crateras da lua em sua bochecha que você diz não gostar.

eu vejo as marcas roxas em seu corpo feitas por você mesma, como a galáxia.

eu vejo o brilho do seu aparelho como o brilho das estrelas.

eu vejo a galáxia em você.

[ahlkemystameia7]

A garota dos cortes no pulso

Já ouvi falar sobre garotas que se cortam.Mas nunca entendi o real motivo para isso.Então, certa vez ouvi a seguinte história ... Ela era uma garota extrovertida e sempre andava esbanjando sorrisos por aí. Tinha amigas no colégio, e fora dele também. Uma família, uma mãe que a compreendia, e um pai que estava ao lado dela sempre.Andava cercada por pessoas legais, e que a amavam. Mais ela não era o que as pessoas viam , aqueles possíveis sorrisos eram para disfarçar a verdadeira dor que sentia no peito. Ninguém realmente se importava, ou pelo menos não parecia se importar se ela estava realmente bem.Era uma garota solitária, que levantava durante a madrugada para chorar, e que se cortava para se sentir melhor. Porque todos iam á ela, pedir conselhos, mas nunca pararam realmente para ouvi-la ou para perguntar se estava realmente tudo bem. Ela achava nos cortes a maneira de curar suas dores.A solidão a atormentava repentinamente. Estava cercada por pessoas, e ao mesmo tempo estava completamente sozinha. Me perguntei, o motivo dos cortes ?Era solidão. Tristeza. Mágoas. E auto-estima baixa.Cheguei a conclusão de que todo mundo tem problemas na vida, no amor, mas procurar soluções por esse caminho, não é o certo. Não vai resolver. A mãe e as amigas dessa garota descobriram o que ela fazia e ela prometeu de dedinho que nunca mais faria isso. Mais uma vez, pensei com os meus botões. Não vai adiantar ela fazer milhares de promessas , com dedinho ou sem dedinho, se a mudança não começar por ela , e parar de sempre se achar o ‘’ patinho feio ‘’, toda mulher/garota é bonita do seu jeito. E se você acha, que vai agradar á todos porque isso e aquilo. Desiluda. Isso não vai acontecer, porque sempre vai haver alguém pra te dizer asneiras, e fazer com que se sinta pra baixo. Ignora. DEUS te fez perfeito pra ELE, e as opniões alheis não vão mudar isso.Não me contaram o final da história, então eu imaginei.Cheguei nela , pedi que me mostrasse as cicatrizes , dei um abraço daqueles acolhedores e disse pra  garota dos cortes no pulso:- Tudo vai ficar bem. Tudo sempre fica bem !

[lvlnoob]

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[myplaced]

A tristeza por trás da mutilação

Eu nunca entendi porque sempre que eu pesquisava na internet sobre automutilação, as postagens eram sempre sobre como prevenir que alguém faça isso e como identificar alguém que faz. E sempre que eu via algum relato de alguém que se mutila eu me sentia mal, porque todos agiam como se isso fosse algo péssimo, como uma maldição, e pra mim nunca foi isso, os cortes sempre foram o meu ponto de alívio, então não fazia sentido eu enxergar eles como algo ruim.

Eu ensaiei muito para perguntar sobre isso pro meu psicólogo, porque sla, não acho que as pessoas entendem. E na última sessão eu perguntei "porque as pessoas sempre agem como se os cortes fossem algo péssimo?" e a resposta fez sentido.

"O problema dos cortes não são os cortes em si, e sim o que leva a pessoa a se cortar. Geralmente alguém se mutila porque está sentindo uma dor interna tão forte que ela imagina que uma dor física vai anular ou anestesiar a dor interna. Então, o problema, não são as feridas e sim, o que te leva a fazer elas"

No meu caso o que me leva a querer me cortar é a tristeza, o sentimento de vazio, a decepção pela minha existência, pra me punir. Ou seja, o problema, no meu caso, não são os cortes e sim os meus a minha tristeza que é tão sufocante a ponte de eu querer sentir uma dor maior do que aquela pra me aliviar, nem que seja momentaneamente.

Esse texto ficou gigante, mas é que eu queria falar sobre isso, porque nesses posts que falam sobre como evitar que alguém se corte eles nunca falam sobre isso, e nunca dizem ou explicam o que está acontecendo de verdade.

Só acho estranho o fato de as pessoas que se mutilam tratar isso como uma coisa ruim, tipo, será que todo munda sabia disso que eu contei e por isso eles acham que é uma coisa ruim? E só eu estava em um mundo onde os cortes são a melhor coisa do meu dia? Não sei, mas é isso!

[sapa-taun]

Eu preciso falar e não tenho quem me escute, todos sumiram, não respondem, alguns dizem que é besteira. Não, não é besteira! É o meu limite chegando. Eu quero gritar o quanto to sufocando, o quanto não aguento mais fingir ta tudo bem.... Eu to afundando nessa merda e ninguém vê. Eu quero sumir, ir embora, morrer... Mas se até isso eu fizer vou ser julgada fraca, pessoa ruim, tinha tudo e não aproveitou... EU TÔ CANSADA DE VIVER! Eu vou nessa pra sempre...

[omeuvazio]

Eu sou completamente inútil na vida de todos, inclusive na minha.

[bgrnkrt]

Tem tanta coisa ruim na vida, tanta gente ruim, que um corte é só uma vírgula e a morte o ponto final

@bubigrin

[insuficientes-world]

[empty-forever]

pq isso dói tanto? pq isso não para? eu realmente não aguento mais.