#alysvicencia
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dia de uma depressiva
enrolado na toalha tão pequenininho e frágil, meu gato escaldado com os pelinhos eriçados. meu marido o segura, enxuga com carinho. cozinho arroz com milho, frango de forno crocante e macio. peço para que todo dia seja assim, com alegria mil, com a tristeza no mudo. hoje tive energia, como se o sol me recarregasse. mas está frio. eu sou eu. sento preguiçosa na cadeira macia. escolhemos bem a cadeira, esfreguei os dedos na madeira, no tecido fofo. olho o gato, o amor, sentados próximos. se aquecendo um no outro e conversando não me lembro quando foi a última vez que acordei assim. penso numa viagem futura. penso numa viagem passo-a-passo e depois ponho blusa, lavo as mãos passo álcool em gel periodicamente nas coisas, arrumo as máscaras esticadas no vento me lembro da primeira vez que senti meu corpo pender, exausto, mesmo ao acordar. quando esqueci de sonhar de verdade, insone, indeterminada, brasileira. firme cristal de acordar e dormir de novo. eu acordo todos os dias, penso em escrever essa é a primeira vez que sento, após o sol descer e a lua desaparecer, e escrevo. que sombrio e misterioso o descer dos astros. que momento em que eu digito meu coração, caio, caio, estrela cadente queimando. -queimando dentro, quente- ponta da língua que arde de afta, ouvido que dói e cabeça que se assusta na dor. caio, despenco, suspensos no momento dos céus em escuridão entre a luz e a completa treva.
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[...]
solidão. o velho cão me aborda, afunda suas garras nas partes fofas do meu corpo, minha carne ferve como banha socada num latão a cantiga lacerante de sua euforia me arrasta do colchão. sempre o cão com seus pequeninos olhos amendoados de inocência fingida parece-me quieto em alguns dias quase imperceptível, até voltar incomodando: o cílio no globo ocular. vê se é urso, se é animal que hiberna. me sinto só, e não é dor fingida. peço misericórdia. peço um alento, uma pausa. peço um propósito, proclamo que não ligo, ignoro a existência do cão, do urso, da banha, do cílio. peço, por favor, que a sombra terrível deixe de me envolver. enquanto estou na caverna, mesmo se não puder me acender a luz, se não for a hora de me tirar esta pedra, se é na escuridão abissal que meu orgulho deve repousar, me envolva com suas mãos. mesmo na escuridão, por favor, cubra-me como as folhas dum repolho que se revolvem no corpo, por favor, por favor, por graça e favor, me conceda as mãos. e me ensina a aceitar não a luz, mas as mãos... as mãos.
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bagunça matrimonial
fiz caldo de feijão e engrossei com maizena as borbulhas explodiram seguidas, umas, outras, plop, eu desejo ficar na cama ficar quieta no escuro sou ambígua porque também quero ir porque também quero ficar faço o que eu posso, luto com o que não posso e deixo o chuveiro esquentar. meu marido comeu o caldo com carinho, eu sou dupla porque também amei, porque também tive medo. ele as vezes deseja ficar no escuro com os olhos bem abertos sou a mesma porque também quero dormir porque também quero acordar penduro a roupa no varalzinho pequeno, com o pregador vai um, dois, tac, eu procuro esmagar minha dor de cabeça com uma boa respirada olhando a mini-horta. ele também olha porque é exato sou a mulher porque também quero amá-lo sou também o dedo que se fura no cacto. no quinto andar, olhando para a rua, um carro bate em outro uma mulher sai chorosa do banco de trás, sou igual porque também choro, ele chora as vezes, quando vemos filme pela primeira vez, mão entrelaçada nas mãos, como um filme. é. como um filme.
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já
há em mim um já urgente já é a palavra de ordem guardo no espero um recurso de sofisticada estratégia o já que dormia por longo vem pra goela como sua morada eu descanso o já deito-o na esteira dos dias um já bem colocado se faz imediato vira partícula viva longe da gramática, o sonho encontra o já de Deus e se forma em realidade colorida
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vidinha
tenho coisa alguma para declarar: estou bem, a semana vem voando de tapete. gosto de leite bem gelado, até mesmo no frio. queria ver a neve, pelo menos uma vez. frugal assim. e ando descalço pela casa depois do café da manhã.
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espaço-tempo-coisa
estou seca e suspensa no ar presa apenas pela uma hora da madrugada encaro os minutos que escorrem densos como geléia o tempo é apenas minha torradeira quando penso estar confortável a propulsão me ejeta, dura e voando. o tempo é apenas uma música no replay incessantemente ligada no 00:03 abra-te sésamo, diga amigo para entrar, me fala uma palavra bonita, descongela o meu passo. estou frita presa no teflon, um aperto grande na barriga o tempo é apenas minha casa vivo nele e, ora gentil, ora caos, ele me pressiona me arranca a gravidade me reserva novos estados: queimando como uma supernova, vista além do tempo, pavio quântico em que queimo, apago, queimo.
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sinóptico
chega o sinóptico da sexta-feira um rabisco tresloucado leio com cuidado, total cautela de não adulterá-lo. a porção de palavras de pontapé me revelam uma alma antípoda, que se discute, que não se atinge. no desenvolvimento, adentro a campânula. cubro-a com tecido engrumado, azul escuro com transparências imitando o planetário de minha infância. fico surpresa porque é o resumo do meu último minuto, daquelas lembranças e da vicissitude das coisas. porque repito falhas, e repito como e com que me alegro, por isso este sinóptico é previsível, e por esta razão é perfeito. porque diz sobre o meu medo, e toca meus espantos, pelo motivo de me pormenorizar, por elencar cada passo hesitante é que me fascina. é porque sou o pobre, falho, desajeitado, porque posso olhar para a lama e dizer: “eis o meu igual” que este salto adentro é excelente. a causa de que sou lama, de que sou pó esfarelado, que crio identificações inúmeras com este pedaço de coisa. este texto, esta massa, esta sexta. é lama, não passa de lama, não passa de profundidade, porque a lama é mutável, pode ser vívida, e pode respirar porque lama é lama, mas pode se moldar.
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teclado preto
quero contar aos poucos os meses que caminham com longas pernas pelo calendário. meu desejo é dizer “xiu” - toda hora - porque esta cacofonia contínua é cansativa. que pressa o mundo se resolve, revolvido enfim. quanto a mim, sou o que sou não me resolvo fácil, não me revolvo no fim. me recuso. falo nada. fico em staccato entre agosto e agora. um banco de sentinelas observam além das fortalezas que soergui. vejo longe com olho de falcão o mapa desenhado entre a pinta do meu braço e a mancha destacada em minha barriga. minha mancha cresce comigo, era pequenina como um mindinho quando era criança. - XIU - e cresceu porque sou adulta porque meu corpo adulto e minha voz de menina é tímido, é um outubro desobstruído de ser é qualquer coisa macia que acalenta o pássaro não a mim. desembaraça o homem, não a mim. fico - XIU - porque gosto do silêncio. odeio-o na mesma medida e no mesmo tom. e escrevo com os dedos, com os poros, com os cabelos. conto um conto nas contas do tempo, o rosário de visões se dispersa no hipotálamo, no fundo e na raíz do que sou. o resto, é o que resiste ao fogo. o que sobrevive ao tempo. que faz o agora ser agora, não um marco, um cerco. é o front da guerra. dentro do tanque explodem as bombas na tampa da artilharia explodem em cima porque é sensível, porque é a parte vulnerável de sua tática. é porque existe o dia que sucede o dia que continuo pensando. é qualquer coisa fácil pra eles, não para mim.
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recesso.
a janela faz um barulho esquisito com o vento. “frum, téc, cc’c” como uma fornalha descontrolada. ventania doida e varrida que atemoriza a senhorinha que é a minha vizinha. faz vento reto, diagonal curvo e liso me encontra o vento, enrosca cabelos levanta tapume faz chover estrondoso, coisa escandalosa faz miúdo chover baixinho e traz de carretilha o frio. a senhora lembra da infância, cobre os pés com meias coloridas põe pra fora das cobertas os pés com meias, vigia a luz do relâmpago, ouve bem o som do trovão. lembra da mãezinha trazendo leite quente, do cheiro do pão bem de tardinha pão de casca grossa e corada miolo bom de usar de borracha e de comer amassado com as mãos. a memória lembra da primeira tempestade saia midi, sapatilha, penteado segurado nos grampos lembra de apertar forte a mão do oficial do exército. lembra do sorvete mais cedo antes da chuva antes do sol tímido desaparecer nas nuvens do som na sua barriga. do frio nas pernas da quentura das mãos. lembra e dorme. chove lá fora, respingado, chove e venta forte, e amiudece tudo no mundo.
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5AM
que diabo de madrugada infinita que custa a passar! Vão-se as horas no conta-gotas flutuantes gotículas no ar. eu odeio tudo sobre essa história: o tempo que passou e o tempo que foi e eu não vi. odeio como a palavra "prazer" se molda na língua e vira poeira. detesto o fato de que essa palavra tenha um "pr" enfadonho que te força a boca num estalido, como um beijo desgastante e lascivo. odeio como a história prossegue. a palavra prossegue também me enoja. e o tempo retrocede de madrugada. eu só quero que acabe, cada mísero instante de comiseração. eu quero que tudo acabe! que eu finalmente possa gritar alguma coisa menos desesperadora, alguma coisa que valha a pena, alguma coisa menos torta, torpe, uma palavra mansa, suave, uma coisa que me envolva num cobertor e me deixe dormir, dormir, dormir, ficar sozinha me deixa zonza, ver este rosto e tudo o que ele significa me lastima, e eu odeio lástima. Quero o túmulo deste nojo, quero que acabe, que avance o tempo, que exista contentamento, quero que este poema encontre atropelado e abrupto seu
fim.
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tutorial poético I
lavo os copos com cuidado um a um, dando atenção ao fundo fora, dentro, nas bordas lustro com a esponja limpa molho-a bem, despejo detergente limpo para ficar brilhante e sem gordura fic-fic,o som disso penduro um a um, dando atenção à forma passo para os pratos que empilhados lembram uma torre a esponja vai de um lado ao outro fundo, raso e côncavo empilho de novo enxaguo bem (mesmo) água quente, nas panelas água fria nos talheres mais simples limpo para ficar sem sujeira mas eu demoro minha mãe lava mais rápido mas eu gosto de demorar aprecio que eu cuide de cada peça quero cuidar bem assim de mim e das coisas ao redor [me falta energia para amar melhor a casa]
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lembrança do sol.
corpo escaldado de sol pelo que brilha e reflete o sol. sinto o sol - as vezes fujo do sol - e eis o que me resta (dois pontos) o calor nas juntas depois de um dia frio o frio noturno depois de um banho de rio e na altura ver o sol se partir d E S
c e R por entre os prédios, as cachoeiras de vidro refletindo luz luz indireta luz viva luz que me cega. sentir o mundo se dobrar nos meus olhos (bem que o mundo se acaba) uma mancha líquida e coagulante no céu mas não acaba. c o n ti n u a o sol se vai e nascem outras coisas: noite de verão sereno e geada a ausência total do sol e a sombra (que é a promessa que o sol volta)
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reflexão.
eis um carro. entro no carro, acelera o carro me fecho no carro estou no banco dianteiro. imagens difusas passeiam. uma árvore corre, fica pra trás meus olhos dançam dentro das pálpebras venta um pouco e fica quente com as janelas fechadas. eu vou segurando no apoio da porta enquanto o carro viaja atravessamos o semáforo no mesmo ritmo dos patos bebo um pouco pra molhar a garganta seca deixo minhas costas arqueadas no banco uma sensação úmida vem me abater o carro para e eu suspiro fundo choro copiosa e escondida repetida e repetida choro de criança de novo criança, uma criança. (um sonho vívido como o dia-a-dia)
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convicção
se existe escuridão intransponível já não sei ( no meio de uma insônia quero caminhar na orla do planeta ) pescar este anseio desastroso
de ser o mais completo nada. ansiosas colocações me alcançam de madrugada. garganta seca, uma bobagem tamanha porque eu me importo. é, porque me importo com esses despautérios que estou presa. e aí vêm a escuridão. toda a merda que vem com ela, o espurco, a exaustão. arrastado como um corpo inerte.
e basta que eu durma bem ( respire na cortina dos olhos ) que dizem que se existe escuridão intransponível já não sei porque tudo que vejo é luz gancho, anzol, luz da manhã fenecer do mal, do espinho encrustado como um piercing, como um osso, na minha carne fétida. há luz, água limpa. escadas de nuvens, sensações adversas. há medo e morte, mistério e temor. alegrias mínimas, vorazes, maiores que o mundo além do limiar, luz. luz pra não se acabar. - histórias para dormir melhor
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atração.
na minha primeira vista homem-magnético meus olhos te vigiam. homem-ímã, homem observador minha visão que em ti orbita. tudo que faz puxa meus sentidos tudo que é me desaninha do instinto te acho, homem, tuas belezas infinitas te descubro, te faço um poema, te canto, te observo porque me retribui o toque porque me retribui porque me atribui sentido e sentimento porque é uma delícia falar seu nome dizer-te coisas pífias viver na tua íris no soslaio do teu amor. Homem, homem magnético que atrai meus líricos quebra minhas estrofes finaliza todas as minhas rimas
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tela.
pela primeira vez uma rachadura apareceu na tela do meu celular; pois não é assim também o meu coração? quem sabe o quão (in)trincados estão os nossos sentimentos? no risco da tela as cores brilham e refletem outras cores secretas. o risco é um amontoado de pontos como uma bordadura costurando a pele de minhas feridas. expostos estamos nós pele, LCD, dedos, o símbolo de teia se alastra como o infravermelho das minhas veias. graças a Deus pela carne e por esse espírito que faz a batida do meu coração não errar sequer um tum; colando os pedaços, um por um...
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