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A guerra não tem rosto de mulher – Svetlana Aleksievitch
Um livro que mostra as atrocidades da guerra vista pelos olhos das mulheres, que fizeram de tudo – foram retirar minas, pilotaram, foram enfermeiras, médicas, telefonistas... enfim, de tudo! E depois da guerra, de tudo o que sofreram, as pessoas as tratavam como lixo, ou seja, indignas de conviverem com as pessoas ou se casarem com seus filhos... Os que voltavam após serem prisioneiros nos campos alemães eram considerados traidores e mandados para campos de trabalho... Enfim, não bastasse o horror da guerra, a horror das pessoas... Cenas terríveis como as que são exemplificadas abaixo
“Alguém nos entregou... os alemães descobriram onde estava o acampamento dos partisans.... nos escondemos num matagal... fomos salvos pelo pântano... passamos alguns dias com água na altura do pescoço. Havia conosco uma operadora de rádio que tivera um filho há pouco tempo. A criança estava com fome, ... a própria mãe estava passando fome, não tinha leite e a criança chorava.. Os soldados estavam perto... Se os cachorros escutassem, todos nós morreríamos.... O comandante tomou a decisão... Ninguém se animava a transmitir a ordem para a mãe, mas ela mesma adivinhou. Foi baixando a criança enroladinha para a água e segurou ali por um longo tempo...”
“Lembro que faltavam bandagens.. Havia umas feridas de metralhadora tão terríveis que usávamos um pacote inteiro em uma só. Uma vez rasguei toda a minha roupa de baixo e pedi ao pessoal: ‘Tirem as cuecas, as camisetas de baixo, tenho gente morrendo’. Eles tiraram e rasgaram em pedaços.”
“Isso já foi em Berlim.... estava andando pela rua e, ao meu encontro, veio saltando m menino com um fuzil..., já no fim da guerra... Eu estava com um fuzil nas mãos, preparado. Ele olhou para mim, piscou e começou a chorar. Eu também não acreditava em mim mesma: fiquei com os olhos marejados. Tive tanta pena, o guri ali com aquele fuzil idiota. Eu o empurrei na direção de um edifício destruído, para a entrada, e disse: ‘Esconda-se’...”
“Sabe o que pensávamos na guerra? Sonhávamos: “bom, rapazes, se sairmos vivos... Como serão felizes as pessoas depois da guerra! Como será feliz, será bonita a vida. Essas pessoas, que tanto sofreram, vão ter pena uma das outras. Vão amar. Serão outras pessoas. Não tínhamos dúvida. Nem um tiquinho.
Meu bem... As pessoas se odeiam tanto quanto antes. Matam de novo. Isso para mim é o mais incompreensível... E quem são? Nós... Somos nós...”
Não é um livro para qualquer um ler....
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A Guerra Não tem Rosto de Mulher, publicado em 1985, foi o primeiro romance-documentário de Svetlana Aleksandrovna Aleksiévitch, também grafado como Svetlana Alexandrovna Alevitch (em bielorrusso: Святлана Аляксандраўна Алексіевіч; Stanislav, RSS Ucrânia, 31 de maio de 1948) escritora e jornalista bielorrussa que foi laureada com o Nobel de Literatura em 2015. Nesse livro pungente, ela reúne diversos relatos de ex-combatentes, na maioria mulheres, da Grande Guerra Patriótica, como era conhecida a Segunda Guerra Mundial na União Soviética, numa busca por delinear o rosto feminino da guerra. https://youtu.be/KYbjQ1HnJgw #svetlanaalexievich #aguerranaotemrostodemulher #diadamulherétododia #diainternacionaldelamujer #8demarco #literaturarussa #premionobeldeliteratura https://www.instagram.com/p/B9e0QV0FvoA/?igshid=119s15hwyy8ip
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