#agosto de 2023
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Livre
Imóvel contemplando as nuvens Grito a noite passada Elas, sábias, não respondem Criatura ninguém – cochicham Cópia de si, ideal dos outros. Inquieto rasgo lençóis O sono não é o portal dos livres Ao me deparar com ela Grito de novo Ela, a liberdade, passa incrédula. Me lanço no mar, ele curiosamente me ouve Na areia... o motivo das lágrimas Que se seca ao sol preguiçoso A prisão da calma grita comigo E eu sorrio para o nada.
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Lessico Famigliare (Léxico Familiar) de Natalia Ginzburg
“Nós somos cinco irmãos. Moramos em cidades diferentes, alguns de nós estão no exterior e não nos comunicamos com frequência. Quando nos encontramos, podemos ser indiferentes ou distraídos uns com os outros. Mas basta, entre nós, uma palavra. Basta uma palavra, uma frase, uma daquelas frases antigas, ouvidas e repetidas infinitas vezes, no tempo de nossa infância [...] para retomarmos de imediato nossas relações antigas, e a nossa infância e juventude, ligadas indissoluvelmente àquelas frases, àquelas palavras.”
O trecho acima encapsula perfeitamente o espírito por trás de Lessico Famigliare, livro de memórias da escritora italiana Natalia Ginzburg, publicado originalmente em 1963. Os fatos narrados se desenvolvem ao longo da primeira metade do século XX, período muito conturbado da história da Itália – e do mundo —, mas particularmente conturbado para a família Levi (nome de solteira de Natalia), que tinha origens judaicas e se opunha ao fascismo. Contudo, apesar de situado em um período histórico rico em acontecimentos ainda muito vivos na nossa memória coletiva, Ginzburg não os coloca como centro de sua narrativa. O livro se dedica especificamente a registrar a história da família Levi e de seus amigos como vistos pelos olhos de Natalia ao longo de sua vida. Aliás, a presença da própria autora aqui é discreta: ela se posiciona como um observador silencioso, suas falas, pensamentos e ações são raramente colocados sob os holofotes.
Na obra de Ginzburg, os acontecimentos a nível pessoal recebem maior destaque, de forma que encontramos uma representação da família Levi como qualquer outra família italiana. Ficamos sabendo de anedotas a respeito de diversos parentes, os costumes e hábitos da família, suas piadas internas, suas idiossincrasias, sua forma de lidar com a vida. Além disso, conhecemos, como já mencionado, seu círculo social. É interessante notar que muitas das pessoas que frequentavam a casa dos Levi eram figuras relevantes no cenário intelectual, político e artístico da Itália de então. Entretanto, aqui são apenas amigos da família, representados da forma como se apresentavam na vida comum, cotidiana e doméstica (e, claro, sempre através da perspectiva de Ginzburg).
Ao colocar no papel esses personagens que marcaram a sua vida, a autora se dedicou especialmente a um aspecto: seu léxico, o seu falar, como indicado no título. A linguagem aqui é de extrema importância, e Ginzburg se esforça para que possamos ter acesso ao registro peculiar de cada um dos personagens. Este não se limita ao dialeto (que infelizmente se perde na tradução), mas se manifesta também nos vícios de linguagem, nos ditados, expressões, xingamentos favoritos, jogos de palavras, piadas e trechos de literatura. Esses termos se repetem e se tornam marcas dos personagens, nos ajudando a compreender sua personalidade e a formar uma imagem viva deles em nossa mente. Em geral, essas repetições – que Ginzburg também faz com adjetivos usados para descrever cada personagem – podem acabar gerando um efeito negativo, mas aqui a técnica funciona: ao continuar a chamar a nossa atenção para uma peculiaridade daquelas pessoas (muitas das quais vêm e vão com rapidez na narrativa), a autora faz com que estas consigam brilhar de forma mais forte e duradoura na memória do leitor.
No entanto, mesmo se dispondo a focar na sua família e amigos enquanto indivíduos, os acontecimentos históricos são incontornáveis, dado que viraram o mundo de cabeça para baixo e afetaram diretamente os Levi. Dessa forma, temos acesso a relatos de episódios difíceis para a família, causados pela guerra e pelas leis raciais instituídas durante o regime fascista. O pai precisou mudar-se para outro país, alguns irmãos foram presos, ela, o marido e os filhos tiveram que se esconder em um lugarejo para escapar dos nazistas, lugares que frequentava foram destruídos em ataques aéreos, muitos conhecidos morreram. Contudo, nada disso é narrado de maneira gráfica, a autora não dá vazão às agonias internas daquelas pessoas, não registra, como expresso por Cesare Garboli em uma introdução ao livro, “um grito de angústia, uma palavra, uma recordação dramática e desesperada da perseguição contra os judeus.” Até mesmo ao narrar a morte do marido na prisão e a história dos pais da cunhada, capturados e mortos pelos nazistas, a autora não se demora, usa apenas algumas linhas sóbrias. É evidente que ela opta por um estilo desafetado, leve e bem-humorado, mesmo diante dos assuntos espinhosos que é obrigada a abordar em determinados momentos. Nessas ocasiões, Ginzburg registra o que tem de ser registrado de forma simples e objetiva, deixando o leitor com sua perplexidade digerir o que acabou de ler sozinho. Portanto, é evidente que este livro não é a leitura mais adequada para aqueles que buscam um relato sobre o holocausto ou sobre o regime fascista. Essa é a história da família Levi, tão somente.
Dentre o elenco de figuras excêntricas que permeiam o relato de Natalia Ginzburg, seus pais são certamente os protagonistas e os meus personagens favoritos. Os dois têm personalidades contrastantes: o pai é mal-humorado e vive esbravejando e distribuindo adjetivos pejorativos, mas sua escolha de palavras acaba tornando essas situações bastante cômicas. Seu xingamento favorito é “asino”, e eu, particularmente, me divertia muito toda vez que ele o usava. Já a mãe é uma mulher perpetuamente alegre e portadora de uma aptidão ferrenha para se adaptar às circunstâncias. Irrequieta, ela está sempre procurando novos passatempos para ocupar suas tardes, além de empreender cuidados incansáveis para com seus filhos e netos, movidos por uma “paranoia” típica de mães e avós. Tudo isso, é claro, é narrado de forma bem-humorada e sempre perpassada pelos dizeres que a mãe adorava utilizar, geralmente repetições de coisas que outras pessoas lhe haviam dito e ela achara muito divertidas.
Esse livro me lembrou uma obra brasileira bastante famosa, da qual também gosto muito: Anarquistas, Graças a Deus, de Zélia Gattai. Ambos são livros de memórias escritos com uma prosa bem-humorada e fluida e protagonizados por famílias de origem italiana no início do século XX. Ademais, a família Gattai também se alinhava à esquerda e foi atingida pelas turbulências políticas da sua época, mas não no mesmo nível do que ocorreu aos Levi e seus amigos. No entanto, apesar dessas semelhanças, os livros têm temáticas diferentes, principalmente no que diz respeito ao esforço de Natalia Ginzburg de fazer do registro linguístico daquelas pessoas o ponto central da obra.
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#borrador#navegante de letras incesantes#desorden en letras#pub1#sara maría#amor#agosto2023#agosto 2023
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Confession #14
Nunca entendí si aceptar las humillaciones, migajas y la aversión de alguien, eran sinónimo de amar a ese alguien o a mí misma odiarme.
Perder la dignidad y ver cómo se pudre la felicidad cada día un poco más.
Dime, ¿eso es amar?
Quizá solo me sé odiar y en ello tenía razón papá.
Sentir cómo el cuerpo drena cada gota de esperanza y se llena de inseguridad y vergüenza ajena.
Y sigo aquí, sin poder discernir si todo lo que te di a ti, fue una forma de amarte o alejarte de mí.
Coldissweet
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El que quiere hablar, es por qué quiere arreglarlo, nadie quiere hablar para empeorar las cosas, ¿verdad?.
Efimera Lunar Intemporal
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Agosto - 18
Si alguna vez pasa por tu cabeza el saber porqué no te busque más. Tienes que saber que no se trata de orgullo.
Supongo que finalmente entendí que para que puedas ser feliz yo me debo apartar.
Sweetice.b ♡
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Me encanta cuando dirige mis manos hacia su cuerpo como si éstas abrieran un camino que sólo ellas conocen, como si estuvieran llenas de un fuego que sólo al contacto de mi piel se encendiera.
Efimera Lunar Intemporal
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Se suponía que tú estabas, pero yo sentía que no.
Alexander Alay.
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Cuando necesitaba una mano me entregaste tu patita sin dudar un solo segundo y es que tú me querías demostrar el amor más puro en un mundo cruel en el que tú te encontrabas sobreviviendo tu día a día.
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Daisy Miller de Henry James
Daisy Miller é uma novela do autor norte-americano Henry James publicada em 1879. A trama tem início em um hotel na cidade de Vevey, na Suíça, onde um cavalheiro americano de nome Winterbourne está hospedado. Ficamos sabendo logo de início que, apesar de ter nascido nos Estados Unidos, esse cavalheiro cresceu na cidade de Genebra, apelidada pelo narrador de “pequena metrópole do calvinismo”. Dessa forma, recebemos uma indicação de que essa doutrina religiosa provavelmente influenciará as ações e pensamentos do nosso protagonista.
A ação começa de fato quando Winterbourne, ao tomar café no jardim do hotel, conhece a jovem hóspede americana que dá nome ao livro. De imediato, o cavalheiro fica encantado com a beleza, a juventude e a charmosa falta de etiqueta de Daisy Miller. Essa última característica é o traço mais marcante da personalidade da jovem aos olhos de Winterbourne. A moça parece flertar abertamente com ele e faz propostas que, para a moral da época, pareciam um tanto escandalosas, como convidá-lo para um passeio a sós, mesmo sendo ambos solteiros e tendo acabado de se conhecer. Outras pessoas do círculo social de Winterbourne tentam adverti-lo contra Daisy, deixando claro que suas atitudes eram muito malvistas pela sociedade europeia, contudo, o rapaz tem dificuldade em ver malícia na moça. A dúvida a respeito da natureza do seu comportamento perturbam Winterbourne durante toda a novela: seria Daisy Miller uma moça de mau caráter ou seria ela apenas uma jovem americana inocente que não percebia as diferenças entre as normas sociais dos Estados Unidos e da Europa?
Ao longo do texto, presenciamos acontecimentos que fazem com que Winterbourne — e o leitor — penda ora para a primeira opção, ora para a segunda. O conflito entre aparência e realidade e as diferenças culturais entre Estados Unidos e Europa são temas preponderantes nas reflexões do protagonista. Este parece ter se apaixonado por aquele enigma gracioso que Daisy representa, e a naïvité que ele julga ver nela faz com que busque constantemente por justificativas para o seu comportamento. No entanto, conforme a trama avança, isso se torna cada vez mais difícil para Winterbourne. Por fim, um evento faz parecer que o cavalheiro finalmente pôde chegar a uma conclusão para esse enigma. Como convém à moral do século XIX, Daisy “paga pelos seus pecados” de uma forma que nós, apreciadores da literatura daquele século, já sabemos bem qual é. Nesse ponto, confesso que fiquei decepcionada, era um final convencional demais para o meu gosto. No entanto, nos momentos derradeiros da narrativa, Winterbourne recebe uma informação que faz com que ele — e o leitor, novamente — precise reavaliar mais uma vez os julgamentos que fez a respeito da jovem americana. Daisy Miller é uma obra bastante representativa do seu tempo. As normas morais que tem uma importância vital na narrativa e na forma como julgamos as personagens e suas ações são tremendamente diferentes das convenções sociais dos nossos dias. Dessa forma, Daisy nos parece apenas uma mulher normal e suas atitudes não nos escandalizam nem nos suscitam dúvidas a respeito do seu caráter. Dessa forma, precisamos fazer o esforço de olhar para os eventos narrados com os olhos de um cavalheiro vitoriano. Diante disso, acredito que para muitos seja difícil desfrutar da leitura. Eu já estou acostumada com obras assim, portanto isso não me incomodou muito, entretanto, ainda achei o livro um pouco convencional demais para o meu gosto, mesmo com o pequeno twist no final. Devo dizer que, depois de um certo ponto, a narrativa tornou-se um pouco maçante (apesar de sua curta extensão). Ainda assim, foi uma leitura agradável no geral, tendo em vista que a prosa de Henry James é bastante firme e elegante. Foi a primeira vez que li um livro seu no original e achei sua escrita rica e fluida, deixando evidente um manejo habilidoso da língua inglesa.
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Contarle algo a alguien para que después lo use en tu contra, desafía la confianza.
Sara María
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Atardecer en la playa de la Barrosa, Chiclana de la frontera, Cádiz, España.
Agosto 2023
Foto: ©️PaCountry
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Confession #26
¿Sabes por qué razón quiero saber dónde estás?
Esto ya no solía pasar.
El mal hábito de esperar por ti cada fin, y que nunca vivieras por mí, ya había quedado atrás, junto con la ansiedad que a diario me solías provocar.
¿Entonces por qué diablos nuevamente me estás empezando a hacer falta?
Sigo esperando a que decidas llamar.
Coldissweet
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Agosto - 26
He estado deseando mucho, que por fin levantes el teléfono cada vez que te escribo.
He estado deseando mucho, que por fin quieras hablar conmigo.
Sweetice.b ♡
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Y entonces pienso que él es la persona por la que siempre esperé, que soy una figura recortada en el universo y que las tijeras del destino dejaron huecos mal cortados en mi que él ha llenado con paciencia y con amor, y que yo ahora aspiro a ser una mejor versión de todo ese caos para corresponder a tan hermoso gesto.
Efímera Lunar Intemporal
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