#ademir assunção
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zemaribeiro · 1 year ago
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Edvaldo Santana faz pequena temporada em São Luís
[release] O cantor e compositor Edvaldo Santana em show comemorativo dos 30 anos de “Lobo Solitário”, mês passado, no Sesc Pompéia. Foto: Milton Michida/ Divulgação Artista celebra 30 anos de “Lobo Solitário” (1993), seu disco solo de estreia “Lobo Solitário” (1993). Vinil. Capa. Reprodução O cantor e compositor paulista Edvaldo Santana já tem quase 50 anos de carreira, se contarmos a partir…
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aplausosbrasil · 2 years ago
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Jovens atores dos anos 1990:
Ademir Zanyor
Alexandre Lippiani
Alexandre Moreno
André Gonçalves
Ângelo Antonio
Ângelo Paes Leme
Danton Mello
Selton Mello
Eduardo Moscovis
Fábio Assunção
Felipe Folgosi
Fernando Alves Pinto
Fernando Almeida
Henrique Farias
Humberto Martins
Ilya São Paulo
Jorge Pontual
Leonardo Bricio
Leonardo Vieira
Luciano Quirino
Lui Mendes
Marcos Winter
Marcos Palmeira
Mauricio Branco
Mauricio Gonçalves
Norton Nascimento
Paulo Gorgulho
Pedro Vasconcelos
Rodrigo Santoro
Tuca Andrada
Aplausos!
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gazeta24br · 1 year ago
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Responsáveis por projeto de revitalização da Rua Ponta Grossa, em Apucarana, trocaram informações com representantes da Apecc e do Ibrachina Dividir as experiências exitosas promovidas pela Associação Paulista dos Empreendedores do Circuito das Compras de São Paulo (Apecc) foi uma das finalidades de encontro promovido, nesta quarta-feira (25), entre integrantes da entidade paulista e representantes da governança do projeto de Revitalização da Rua Ponta Grossa, uma das mais movimentadas de Apucarana, no Paraná. O encontro aconteceu na sede da Apecc, em São Paulo. Capitaneado por Aída Assunção, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Apucarana, e pelo consultor do Sebrae de Apucarana, Thiago Cunha, o grupo foi recebido pelo presidente da Apecc, Ademir Moraes, e pelo presidente do Instituto Sociocultural Brasil China (Ibrachina), Thomas Law, que vem desenvolvendo diversos projetos para revitalização do centro de São Paulo, um dos focos dos empresários paranaenses. "Temos aqui em São Paulo um grande modelo de engajamento da iniciativa privada com o poder público. É muito melhor fazer reivindicações quando estamos unidos. E nossa principal finalidade é um comércio cada vez mais forte e o centro da cidade melhor aproveitado", afirmou Law, destacando entre outras ações, o concurso para projetos urbanísticos para o entorno do Mercado Municipal, que faz parte da requalificação do centro. "O centro de São Paulo é uma das áreas comerciais mais importantes do mundo. Recebemos compradores e visitantes de vários locais e estamos conseguindo avançar. Hoje temos um centro com mais segurança, com um mix de produtos muito bom e com os comerciantes envolvidos nas iniciativas que trazem melhorias para todos", comentou Ademir Morais, presidente da Apecc. Para Aída Assunção, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Apucarana, o trabalho desenvolvido pela Apecc é um exemplo a ser seguido. "Ficamos muito felizes com tudo o que nos foi apresentado. Estamos iniciando um processo em nosso município e foi muito bom conhecer as estratégias de como aqui em São Paulo a Apecc consegue unir os empresários nas mais diversas frentes. Este é um dos nossos principais desafios", comentou a empresária. Os números de São Paulo impressionam: quase dois milhões de pessoas transitam pelo Circuito das Compras por dia, entre moradores, trabalhadores, consumidores e turistas. A área possui perímetro total de mais de 18km², englobando 993 ruas e 2.714 trechos de ruas - a maior parte delas localizadas nos bairros Brás, Sé, Belém, Bom Retiro e Pari. Em Apucarana (PR), o projeto de revitalização de oito quadras da Rua Ponta Grossa, com toda sua história e comércio pujante, tem o apoio do Sebrae, da Fecomércio e da Prefeitura, sendo comandada pela iniciativa privada através de representantes de governança. Sobre a APECC É a voz do empreendedor do Circuito das Compras. Estimula a evolução de empreendimentos do comércio e de serviços na maior cidade da América Latina. Oferece assistência jurídica, promove cursos, palestras e o acesso a diversos benefícios por meio de convênios para fortalecer o desenvolvimento dos empreendedores e da cidade.
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jardelteixeiratempodearte · 2 years ago
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Show Jordanna convida Lili Jordanna  Cantora, compositora e professora de canto, nascida em Ubá –MG, Jordanna iniciou sua carreira aos 12 anos apresentando-se em seu estado natal. Participou do programa Raul Gil no quadro Jovens Talentos e das homenagens para Gonzaguinha e Zélia Duncan. De mudança para São Paulo/Mauá, a artista ingressou no circuito cultural paulistano e logo foi apontada como uma das grandes revelações da nova geração de cantoras da MPB. Gravou seu primeiro trabalho CD/DVD intitulado com seu nome em 2009 nos Estúdios Via TV em São Paulo-SP. Atualmente, Jordanna recebe pedidos de shows de norte à sul do país e prepara a primeira turnê pela Europa. 2019- Lançou nas plataformas digitais o single autoral "Razão de ser" pela Associação Periferia Invisível, projeto "Música por minuto" em São Paulo-SP. 2019 - Integra o Show "A voz da poesia e a poesia da voz" com o poeta, escritor e jornalista Ademir Assunção, com poesias musicadas por Zeca Baleiro, Edvaldo Santana, Madan e recentemente pela cantora. 2020- Jordanna integra o Show "Samba para os bambas" com o cantor e compositor Zé de Riba com sambas autorais. 2021 - Lançou o single pela Tratore "Novo lar" em parceria com Henry Durante. 2022 - Se prepara para lançar o EP "Sabor da vida" com canções autorais e parceiros de composição: Robson Cavalcanti e Marcos Lambriny e releituras do compositor Edvaldo Santana.  2022 - Show Jordanna Convida percorre cidades do grande ABC e a capital São Paulo. Lili Figueiredo Artista @lili_artista  no Instagram  https://m.youtube.com/c/LiLiFigueiredoArtista?fbclid=PAAaZPsWe8j7732PRRr4RBwBh-nn-iynw3g5Iw7_OTFAFkCaXBLTDeEwseSs8 Serviço  Jordana convida Lili Dia 11 de dezembro de 2022, às 11h No Parque Ecológico da Gruta Santa Luzia R. Luzia da Silva Itabaiana, 101, Jardim Itapeva, Mauá, SP, 09330-151. (11) 4578-5711 Recomendado para todas as idades Entrada Franca https://www.instagram.com/p/Cl1aQlaLLs4/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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lilicacss · 3 years ago
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ademir assunção
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malditacafeina · 7 years ago
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acordei de bode, dei de cara com Deus 
cantando um gospel na TV
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eletricman · 6 years ago
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O RUGIDO ESQUIZO DOS MOTORES
O Mendigo Kamaiurá atravessa lentamente a rua embaixo do Minhocão. O sinal está fechado para ele. Buzinas esgoelam, motores rosnam, vendedores de planos de saúde suam e bufam. A garganta congestionada do shopping Paradise cospe pastilhas de urina na cara de dois mil clones de Pedro Bial. Um ônibus atropela uma barata.
Demiurgo bêbado, doente, esfarrapado e fedendo a merda, o Mendigo Kamaiurá desenha gestos insanos no ar, indiferente ao rugido dos automóveis.
Lili Maconha observa a cena pela janela do Trem Fantasma. Tatua mais uma cicatriz no antebraço. Com a gilete afiada do desespero. ...
Ademir Assunção
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depredando · 6 years ago
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Lula Livre - Lula Livro: Apresentação da obra-manifesto com o escritor Marcelino Freire from Edu Carli(A Casa de Vidro) on Vimeo.
O escritor Marcelino Freire (vencedor do Prêmio Jabuti), um dos organizadores da obra-manifesto "Lula Livre - Lula Livro", que reúne mais de 80 autores em defesa da liberdade e da candidatura à presidência de Lula, esteve em Goiânia lançando o livro, além de ter participado do Festival de Poesia Goiânia Clandestina (TEMA: Poesia Marginal). Neste vídeo produzido por A Casa de Vidro, conheça mais sobre esta empreitada em prol da libertação do preso político atualmente confinado nas masmorras golpistas de Curitiba.
ACESSE SITE OFICIAL: lulalivrelulalivro.com/
Saiba mais em CartaCapital, por Jotabê Medeiros:
"Em 184 páginas, 86 escritores e cartunistas brasileiros de todas as regiões se apresentaram para a empreitada de reivindicar o restabelecimento da democracia no Brasil e a liberdade do único preso político do País, Lula. Suas armas: textos inéditos ou não (poemas, crônicas, cartas, manifestos), cartuns, fotos, discursos e haicais, entre outros estandartes.
Segundo os organizadores do livro Lula Livre/Lula Livro, Ademir Assunção (Prêmio Jabuti de 2013 com A Voz do Ventríloquo) e Marcelino Freire (Prêmio Jabuti de 2006, com Contos Negreiros, e Prêmio Machado de Assis de 2014, com Nossos Ossos), a publicação manifesta o inconformismo dos autores com o processo que aprisionou Lula, virtual novo presidente da República, um processo “travestido com togas cheias de furos e remendos, simulação grosseira dos ritos legais que deveriam nortear a Justiça” e que “obedece a princípios e a um calendário com objetivo calculado: eliminar da disputa presidencial de 2018 o candidato com mais chances de vitória”.
Em face da urgência da situação, o livro foi produzido em poucas semanas, uma ação de guerrilha intelectual que foi buscando (e encontrando com relativa facilidade) seus voluntários. O espraiamento também será feito em uma ação de guerrilha."
(...) "O ódio ao Lula é o ódio aos pobres", escreve Chico Buarque.
Filmagem e Montagem: Eduardo Carli de Moraes. Com colaboração de Ana Fonseca (microfone) e Camilla Nascimento (luz). Gravado no Grupo Sonhus Teatro Ritual em 05 de Agosto de 2018.
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luizalbertoalvescordeiro · 4 years ago
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Caminho Trentino em Piraquara - Paraná, Igreja Nossa Senhora de Assunção, com Ademir Jess Filho e Leandro Prendin, julho/2006. (em Caminho Trentino) https://www.instagram.com/p/CCucFl3pKLTqXK0XeKDjNfUCsXNrXm9mhJP75Q0/?igshid=roh5p3fbq9mn
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bat-aldo-azevedo · 5 years ago
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Alesc homenageia policiais que cuidam de rodovias há oito anos sem mortes 08 Agosto 2019 13:35:14 A Assembleia Legislativa homenageou os integrantes da Polícia Militar Rodoviária Estadual (PMRV) que atuam na SC-453, no Meio Oeste, pelos oito anos sem mortes na rodovia. A solenidade foi realizada na noite de terça-feira (6), no plenário Osni Régis, na Capital. “Uma rodovia onde a topografia não é favorável, assim mesmo, com a orientação, o cuidado e a presença da Polícia Militar Rodoviária temos um trecho com oito anos sem um acidente fatal, um trabalho que merece ser reconhecido e elogiado. Nossa gratidão ao esforço realizado para que as pessoas possam ir e vir com a maior segurança possível”, declarou Moacir Sopelsa (MDB), propositor da sessão especial, juntamente com Valdir Cobalchini (MDB). Coronel Araújo Gomes, comandante da Polícia Militar barriga-verde, agradeceu o gesto dos parlamentares, revelou que a PMRV atua sob regr as claras e elogiou a atuação dos policiais que prestam serviços na SC-453. “A fiscalização de velocidade é baseada em regras claras, com estudo técnico prévio, o policial fica visível, a viatura sempre com giroflex ligado, colocando em primeiro lugar a preservação da vida. No caso de Ibicaré, temos uma média de 30 mil veículos por dia e oito anos sem acidente fatal. Uma boa engenharia, legislação, sorte, mas principalmente a dedicação diária dos policiais”, reconheceu Gomes. Homenageados da noite: • Ten Cel PM José Evaldo Hoffmann Junior, Cmdt do Policiamento Militar Rodoviário • Ten Cel PM Raul Assunção, Cmdt do 2º Batalhão de Policiamento Militar Rodoviário • 2º Ten PM Edilson Luiz Tarniovicz, Cmdt da 2ª Companhia de PMRV • 1º Sgt PM Ademir Pereira, Cmdt do 8º Grupo de Polícia Militar Rodoviária • 1º Sgt PM da reserva, Mauro Antonio Chaves, Cmdt do 8º Grupo de Polícia Militar Rodoviária até maio de 2018 • 2º Sgt PM Marcos Antonio Cantelli, auxiliar do comando do 2º Batalhão de Policiamento Militar Rodoviário • 2º Sgt PM Itacir Pereira, patrulheiro rodoviário no 8º Grupo de Polícia Militar Rodoviária Obs: Para ler mais http://www.adjorisc.com.br/jornais/otempo/pol%C3%ADtica/alesc-homenageia-policiais-que-cuidam-de-rodovias-h%C3%A1 https://www.instagram.com/p/B06yDXvDw1d/?igshid=1kvaw0wm64eon
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beatrizamaro · 6 years ago
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O cão sem dono torna-se dono de si mesmo
Fevereiro de 2018.
Como Bernardo Pellegrini, músico e jornalista, luta para diversificar e perpetuar a cultura de Londrina
Sob o sol de verão, em uma casa de madeira no Jardim Monte Carlo, em Londrina, Bernardo Pellegrini e Felipe Melhado decidem quais músicas Pellegrini apresentará dali a dois dias no show de lançamento de seu site. Melhado, que é jornalista, pesquisou e organizou mais de quatro décadas da trajetória do músico, que também é jornalista e lança, em 2018, o projeto “Ber na Web”, que inclui, além do site, o lançamento do disco “Outros Planos”, uma fanpage no Facebook e o clipe da música “Frágil”, que faz parte do álbum.
A casa é aconchegante: o pé direito altíssimo dá a impressão de que o imóvel é imenso; o cheiro da natureza invade a casa toda, aberta, de janelas e portas enormes; o piso preto-e-branco da cozinha remete às casas de vó. Na parede, um quadro estampa os dizeres “eleições diretas”. CDs e livros tomam conta do chão, das mesas, cadeiras e armários. Uma guitarra descansa num banco de madeira. O pequeno Antônio, caçula de Pellegrini, assiste ao filme “O Rei Leão” enquanto o pai recebe as visitas. Todos sentem-se acolhidos. É hora de começar os trabalhos.
O intuito do encontro daquela tarde de domingo, cuja trilha sonora ficou por conta das galinhas, cachorros e pássaros, era escolher duas músicas – ou mais, a depender do significado das canções para o compositor – de cada um dos álbuns lançados autonomamente por Pellegrini ao longo destes quarenta anos.
“Vamos começar por ‘Mina D’Água, então”, diz Melhado, referindo-se ao primeiro show (e não álbum) montado por Pellegrini, em 1976, com o Grupo Rinha, formado também por José Claudio Rodrigues, Regina Estela Fonseca, Edson Roberto Valente e Graciema da Graça. O show apresentou composições de nomes como Itamar Assumpção, Jards Macalé e Sérgio Sampaio, além, é claro, do próprio Pellegrini. “Cantávamos os caras daqui, mas também estávamos conectados com a vanguarda paulista. Quando você trabalha com formas prontas de culturas prontas, é fácil fazer música, mas, quando você associa informações diversas e dá linearidade, lógica, o trabalho é muito mais longo e complicado”, avalia o músico. Segundo ele, o Brasil da década de 70 era “progressista, consensual, contra a ditadura. Tive o privilégio de viver nesse país”. Estas condições influenciaram as criações de “Mina D’Água”, cujos ritmos, de acordo com uma crítica publicada no jornal Panorama, “são bastante variados, com acalantos, sambas, baladas, jazz, rock e, inclusive, pesquisa”.
Escolhidas as canções, é hora de falar de “Humano Demais”, primeiro disco de Pellegrini, gravado em Londrina em 1990. Nesta época, o músico já havia passado uma temporada em São Paulo, conhecido e se aproximado do psiquiatra Roberto Freire, “um grande amigo”, trabalhado em veículos tais quais a Folha de S. Paulo, O Globo, Estadão e tantos outros. As influências mudaram: além de se relacionar com a turma da revista Realidade, que revolucionou o jornalismo tradicional e difundiu elementos pouco vistos na apresentação de uma narrativa, as vivências no Lira Paulistana, teatro e centro cultural da capital paulista, colaboraram para moldar um disco musicalmente mais maduro. Em 1988, Pellegrini lança, ao lado de Maria Angélica Abramo, o livro “Almanaque do Amor”, resultado das experiências que os autores tiveram com a somaterapia, processo terapêutico-pedagógico criado por Freire e baseado no anarquismo e na teoria de Wilhelm Reich, seguidor dissidente de Sigmund Freud.
Neste contexto de mudanças e amadurecimento, “Humano Demais” é marcado por experimentações sonoras que, para Pellegrini, são muito bem representadas pelas faixas “Lírio Branco”, versão em valsa para uma canção de Laurie Anderson, e “Tropeçando em Corpos Nus”, composição em parceria com Nelson Capucho. Estas foram as escolhidas para o repertório do lançamento do site, no qual é possível encontrar a discografia completa de Pellegrini, incluindo as letras das músicas.
Em 1994, surge O Bando do Cão sem Dono, nome inspirado por uma frase do filósofo grego Diógenes, o cínico (“Lambo aos que dão, ladro aos que não dão e mordo os maus”), em meio a uma fase na qual Pellegrini transita entre São Paulo e Londrina. Este é um marco na trajetória do músico: mais que uma banda, os integrantes do Bando compartilham não apenas os gostos musicais, mas as mesmas orientações políticas e o mesmo modo de vida, já que muitos deles moram juntos. Ao lado de Maria Angélica, Celmo Reis, Alessandro Laroca, Marco Scolari e Eduardo Batistella, entre muitos outros – o Bando chegou a agregar 34 músicos –, Pellegrini lançou, além da fita K7 “Iluminações”, o álbum “Dinamite Pura”, que contou com a colaboração de mais de 40 artistas. “Nós estávamos em busca da autossuficiência, da autonomia. Nos organizávamos não pelo poder, mas pelo trabalho. A ideia era não ter padrão”, explica o jornalista. “Eu não queria ir para São Paulo, brigar por uma gravadora e seguir a lógica de mercado. Eu precisava explicar o que sentia através da minha música.” Em setembro de 1994, o periódico Correio Popular, de Campinas, publicou uma matéria intitulada “A invasão dos anarquistas”, na qual descreve a obra do Bando como material de divulgação do “pensamento libertário”.
“Dinamite Pura” é influenciado pela linguagem leminskiana – “[Paulo] Leminski sempre foi pop” –, e as melodias têm pitadas de jazz, blues e rock. “Os caras queriam ouvir a música que eles tinham escutado no cinema”, alega Pellegrini. “Aquele violão da bossa nova, nessa época, me enchia o saco. Eu queria saber como imitar o som da guitarra no violão. Queria dar às pessoas o prazer sensorial da música, expresso pela mocinha chorando ao som do violino no cinema.” O álbum lança hits do repertório do músico, como “Dei um beijo na boca do medo”, “Essa Mulher”, regravada por Simone Mazzer e Elza Soares, “Olha” e “Game”, poema sonoro com participação de Roberto Freire.
Em 1996, o Bando é contratado pela Prefeitura de São Paulo para realizar uma série de apresentações pelas ruas da cidade, que dão origem ao projeto “Arte nas Ruas”. Para chamar a atenção do público, Pellegrini e os demais integrantes do Bando lançavam mão de performances artísticas que misturavam teatro e dança. “As pessoas não iam parar para ver algo que não conheciam”, ele diz. Vídeos com as apresentações também estão disponíveis no site do músico. Foram mais de 30 shows em menos de um ano e, ainda em 1996, Pellegrini ganha o 3º Concurso e Mostra de Música Criativa, parte do 14º Festival de Música de Londrina, por “Game”.
A trajetória do artista continua com o lançamento do disco “Quero seu Endereço”, em 1998, agora sem o Bando. “Ficou insustentável. Ninguém contrata um show com sete, oito pessoas. Mas matei a vontade que eu tinha e vivi uma dinâmica de clareza, transparência e convívio”, afirma. “Quero seu Endereço” é marcado por duas faixas principais: “Noite de longos punhais (Saudade do Paraná)” e “Gilete”. Ao compor a primeira, em parceria com Olegário Mazzer, Pellegrini tinha em mente “o colapso dos anos 70”, marcados pela Geada Negra no Norte Pioneiro do estado. “Foi uma transição, um sofrimento, um mal-estar. A noite dos longos punhais, [Adolf] Hitler, a sensação da metrópole como um gueto, um depósito. O Brasil rural tinha sido destruído”, lembra. “Gilete”, por sua vez, foi escrita ao lado de Mário Bortolotto, e é, sem sombra de dúvida, um dos hits lançados por Pellegrini. O álbum, que é mais uma amostra da influência do blues e do jazz na arte do músico, foi descrito pelo crítico musical Luís Antônio Gironi, à época do lançamento, como “um dos mais criativos do momento”.
Em 1999, Pellegrini e amigos do Bando reencontram-se para organizar o Cabarezinho, evento que reuniu artistas em quatro dias de música, literatura, exposições de artes plásticas, fotografia, cinema e oficinas de gastronomia. O Cabarezinho foi uma homenagem aos tradicionais cabarés londrinenses da década de 50. À Folha de Londrina, em 15 de dezembro de 1999, Pellegrini afirmou que o evento foi “uma coisa fantástica, de mobilizar artistas latentes da cidade, de dar novas possibilidades a eles. A resposta do público foi maravilhosa.’’
O novo milênio chega e, com ele, surge o Big Bando, uma parceria entre Pellegrini e o maestro Vitor Gorni. Com o Big Bando, o músico revisita algumas canções dos álbuns anteriores, e surpreende com as inéditas “Nonsense”, escrita com Nelson Capucho, e “Açucena”, em parceria com Ademir Assunção. O álbum jamais foi lançado, e as canções disponíveis no site do músico foram registradas em um show ao vivo, que reuniu inúmeros convidados em uma formação de uma verdadeira big band.
Chega 2010, por fim. Depois de um hiato de dez anos, nos quais Pellegrini dedicou-se ao jornalismo e à política, o músico apresenta “É isso que vai acontecer”, com um “som menos ruidoso, com arranjos sofisticados e novas investigações estéticas”, nas palavras de Melhado. No álbum, o músico é acompanhado por artistas de peso, e mostra majoritariamente letras poéticas convertidas em baladas suaves. No mesmo ano, Pellegrini e uma formação enxuta do Bando do Cão sem Dono levam o repertório do disco à estrada com o show “Anotações para um novo romance”, com mais algumas faixas inéditas.
Nos próximos oito anos que se seguem, o músico dedica-se quase que exclusivamente a este ofício, com umas pausas para frilas em jornalismo aqui e acolá. Ele produz o álbum “Sensacional!”, do jornalista Myltainho, lançado postumamente em 2014. A regravação de “Essa mulher”, do álbum “Dinamite Pura”, nas vozes de Elza Soares e Simone Mazzer, chamam a atenção do público para as composições de Pellegrini, que passa a fazer pequenos shows em Londrina. O novo trabalho, “Outros Planos”, tem previsão de lançamento para o fim de março, em São Paulo.
“Então fechou, Ber”, diz Melhado. As músicas foram escolhidas e a expectativa diante do show de lançamento do site é grande: Pellegrini convidou, além de familiares e amigos próximos, muitos colegas da imprensa. Ele quer, mais uma vez, se jogar de cabeça – e de vez – na música, e sabe que a ajuda dos jornalistas é muito bem-vinda.
ALÉM DO SOM
A trajetória de Bernardo Pellegrini não se resume aos palcos e estúdios – ele mesmo não consegue precisar se dedicou-se primeiro à música ou ao jornalismo. “Aprendi a tocar violão antes de começar a escrever, mas, aos 10 anos, minha mãe me disse que eu ganharia uma máquina de escrever se fizesse curso de datilografia. Fiz e ganhei uma Olivetti Studio aos 12 anos, quando morava em Apucarana. Ao mesmo tempo, todos em casa já participavam de festivais de música, meu primo [Domingos Pellegrini, escritor] ganhava prêmios… a renovação do Brasil pela juventude era um apelo muito grande”, conta. O cenário encantava o jornalista, cuja vontade de participar das mudanças da época crescia exponencialmente. “As famílias de Londrina estavam abertas à mudança. Em São Paulo era o contrário: lá, a mudança era o problema. Eu queria lutar pelas diferenças.”
O pequeno Bernardo acompanhava os ensaios dos familiares músicos já em 1969, aos 11 anos, na sede da União dos Estudantes Secundaristas de Londrina (ULES). Ao mesmo tempo em que arriscava uns acordes no violão, o interesse pela escrita fazia-o pensar no jornalismo com carinho. Aos 12 anos, o menino montou, ao lado do colega Marcelo Holanda, um jornal estudantil no Colégio Estadual Vicente Rijo. Aos 14, entrou,  sob a batuta do grandessíssimo Délio Cesar, para a equipe da TV Tibagi, uma das mais tradicionais emissoras de televisão do Paraná. “Não tinha jornalista em Londrina”, declara Pellegrini, “e o Délio se propôs a formar uma turma de novos profissionais. Os jovens da TV Tibagi e da TV Coroados queriam fazer um jornalismo mais ‘pra frente’ que a Folha de Londrina, muito ligada aos ruralistas e a seus valores horríveis”.
Nos anos 70, no entanto, o jornalista passou a integrar o time da Folha. “Fui para mudar o jornal. Era menino e queria trabalhar. A Folha tem essa coisa da diretoria, mas também tem um DNA de jornalismo que é muito forte e sempre foi. Eles investiam em reportagem”, afirma. Ao longo dos anos, Pellegrini travou uma dinâmica de vai-e-vem com o jornal, do qual saiu e para o qual voltou cerca de seis vezes. As pausas foram, em sua maioria, para dedicar-se à música. Enquanto esteve no periódico, o jornalista fundou o Caderno 2 (hoje Folha 2), espaço dedicado às notícias da cultura da cidade.
No jornalismo, a trajetória de Pellegrini – “carreira é coisa de advogado”, diz – foi marcada pelas passagens nos grandes veículos de São Paulo, pelo trabalho como editor do jornal da Cooperativa dos Jornalistas, pela experiência na redação do jornal Panorama e pelo jornalismo independente, que o acompanhou durante anos na cobertura do Festival Internacional de Londrina (FILO). “Conheci, como jornalista, a potência da cultura. No FILO, através do jornalismo independente, vi que é possível organizar um grupo sem que ninguém ganhe nada, e fazer tudo isso em prol da cultura da cidade”, declara.
Cultura é a palavra chave da vida de Pellegrini, não apenas por englobar jornalismo e música, mas por ser a mola propulsora das transformações que ele se propôs a realizar. “Cultura é cultivo. É produto do que se cria. Como diz Humberto Maturana: é a conversação, a capacidade de conversar, de dialogar, de criar mundos”, define. Em 2000, o jornalista encabeçou a campanha de Nedson Micheleti, candidato a prefeito. À época, Pellegrini já havia trabalhado com política nas campanhas de Nitis Jacon à reitoria da Universidade Estadual de Londrina (UEL), em 1990, e na de Luiz Eduardo Cheida, candidato à prefeitura de Londrina em 1992. “O Nedson me chamou porque o Cheida ganhou uma eleiç��o na qual ele tinha, no começo, apenas 2% das intenções de voto. Quando o Nedson ganhou, ele me convidou para ser Secretário de Cultura e eu aceitei. Fizemos um planejamento de oito anos de trabalho e eu, como secretário, queria transformar a cultura em política pública”, conta.
Esta ideia esteve sempre presente nas intenções de Pellegrini, tanto dentro do sistema político quanto fora dele. Para o jornalista, “a cultura é a ferramenta básica para uma pessoa entrar em contato com as emoções, com a subjetividade. Somos 90% emoção, e as emoções são desqualificadas. Em uma sociedade que avalia as pessoas pelo que elas produzem, quem se emociona não é considerado sério”. Em 2000, quando assumiu a secretaria, Pellegrini deparou-se com “um modelo neoliberal que trabalhava com renúncia fiscal”, no qual o governo abre mão de parte dos impostos cobrados da iniciativa privada para que ela invista em projetos culturais. “Mas os caras não estavam interessados em investir em campanhas que valorizavam o pedestre, o negro, a mulher. Eles redirecionavam todo o dinheiro para que houvesse retorno mercadológico”, explica. “Isso de renúncia fiscal me incomodava, então apresentei um modelo no qual havia um fundo, as pessoas apresentavam um projeto e os projetos aprovados ganhavam dinheiro deste fundo. É o Promic [Programa Municipal de Incentivo à Cultura].” À época, o projeto não tinha o nome que leva hoje, e foi institucionalizado como Lei Municipal de Incentivo à Cultura. “Pedi que fossem a Belo Horizonte e Porto Alegre, as duas únicas cidades que trabalhavam daquela forma, para termos uma ideia de como prosseguir. Cultura se resumia ao 7 de setembro, às festividades cívicas… uma coisa besta. A partir daquele momento, passamos a avaliar a dimensão da cultura através do que ela tinha de potência transformadora. Antes disso, o capitalismo havia chegado num grau predatório que fazia mal aos próprios capitalistas. A lógica neoliberalista havia entrado em colapso”, avalia.
Transformar a cultura em política pública, no entanto, não foi fácil. Pellegrini conta que, “além da lei, montamos um fórum no qual cada setor cultural tinha um representante e os representantes formavam um conselho que discutia, de dois em dois anos, os desdobramentos da política. Muitos questionavam o fundo porque pedíamos que explicassem como os projetos inscritos contribuiriam para a cidade. Achavam que essa contrapartida do artista era uma forma de cercear o trabalho. Não é assim – o artista pode fazer o que quiser, mas não é obrigação do estado bancar o trabalho de ninguém. Se eu quero fazer um disco, isto é problema meu, e não da prefeitura. Desde que o mundo é mundo os artistas de verdade lidam com estas questões desta maneira. O que a prefeitura tem que fazer é oferecer as obras à cidade. A secretaria trabalha para os artistas para que eles trabalhem para a cidade. A política pública é para o público, não para o artista. Mas é claro que eles se beneficiam disso”.
Outro importante feito durante os quatro anos em que Pellegrini permaneceu à frente da Secretaria de Cultura foi a criação do Rede Cidadania, cujo intuito era universalizar o acesso da população à cultura de Londrina através de oficinas e processos formativos. O jornalista explica que o programa surgiu de uma vontade de “levar às pessoas tudo o que eu tinha vivido quando organizava o FILO com a Nitis. Comecei em 1974 e foi lá que fiz minha primeira oficina de jornalismo. Era tudo muito simples, mas enriquecedor: víamos os espetáculos do festival, fazíamos a crítica, redigíamos, imprimíamos em mimeógrafo. Foi muito importante. Com o Rede, conseguimos fazer com que, em determinada época, cerca de 7 mil pessoas participassem das oficinas. Elas aprendiam técnica corporal, aprendiam a ter respeito pelo próprio corpo, a não ter vergonha de tocar o outro. Só a cultura pode proporcionar coisas assim”.
Hoje, Pellegrini olha para trás e vê com bons olhos tudo o que fez para perpetuar o trabalho que realizou de 2000 a 2004. “O Promic está aí. Isso significa que a cultura ainda é política pública”, declara. Ainda assim, o jornalista, que diz não ter planos de voltar a fazer parte do sistema político, tem um sonho: “transportar aquele trabalho para todas as secretarias”, ou seja, destinar entre 7% e 8% do orçamento de cada uma delas em “projetos públicos escolhidos por convicção da população. É a ideia da cultura transversal, que está presente na saúde, na educação, na economia”.
Como secretário de Cultura, Pellegrini sente que cumpriu seu dever. “Formatamos um modelo de gestão da cultura que embasou a política do governo Lula no país. Vinha gente em nome dele para cá o tempo todo. A minha ideia inicial era transformar aquilo em lei. Política pública precisa virar lei. Para isso, é preciso conversar com vereadores, tomar whisky na casa deles à noite, negociar, estar disponível para fazer mediações. E quando vira lei ninguém tira mais”, afirma. “Esse foi o salto que ninguém conseguiu dar.”
LIVRE ASSOCIAÇÃO
Bernardo Pellegrini sempre foi um sujeito tranquilo. Desde criança, quando começou a se insatisfazer com a mentalidade retrógrada de seus contemporâneos, o jovem queria usar calças coloridas, sentar-se à calçada, fumar um baseado e compor sem que ninguém o incomodasse. Via os debates da esquerda e não se interessava; via os da direita e queria distância. “Quando eu era adolescente, a esquerda achava inconcebível ser preso como bandido e não como herói. Os valores esquerdistas eram valores babacas: eles não mexiam no casamento, na relação com o filho. Eram militares. Era uma merda”, resume. “Sempre me considerei de esquerda, mas de uma vertente libertária que pendia para o anarquismo. O Pierre-Joseph Proudhon e o [Karl] Marx se estapeavam lá atrás. O Proudhon sabia que aquilo ia dar em autoritarismo. Isso de conduzir uma revolução, de ter um grupo que manda e depois distribui… isso não funciona. O homem precisa lutar pela sua própria liberdade – e quem pensa assim nunca vai aceitar a tirania. Eu queria fazer a esquerda avançar, fazer as mudanças no cotidiano das pessoas. Queria mudar a vida para mudar o estado, e não mudar o estado para mudar a vida.”
Entre o fim da década de 70 e o início dos anos 80, Pellegrini conheceu o psiquiatra Roberto Freire, que, como dito antes, desenvolveu a somaterapia. “Me formei em soma com Freire. Ele conseguiu pegar todos os conhecimentos da contracultura, dos trabalhos corporais, da mente expandida, e transformar em uma pedagogia para que as pessoas conheçam umas às outras. Descobri, depois, que não queria ser terapeuta. Eu amava a linguagem”, conta. Foi aí que surgiu o Almanaque do Amor e, na mesma época, Pellegrini passou a ministrar oficinas que utilizavam o método somaterapêutico no contexto do jornalismo (vira e mexe o jornalista ainda faz este trabalho). À época, ele lia Wilhelm Reich, psicanalista e cientista natural “cuja visão era de que a repressão não estava de fora para dentro, mas de dentro para fora”, explica. “Reich combateu toda a ideia freudiana de que a repressão era um problema mental. Não é. É uma coisa que fica no corpo. Você pode mexer nisso ou falar com um psiquiatra, a polícia de branco, e acabar com um psicotrópico nas mãos. É um controle absoluto sobre a insatisfação. É a normatização do insatisfeito, que vira o doente, o louco. Minha visão sociológica de mundo é bem limitada: somos bichos, e temos que nos adaptar a uma sociedade que nega seu lado natural, que formata as pessoas pela obediência.”
Apesar desta maneira alternativa de viver a vida e tomar decisões, ganhar dinheiro nunca foi um tabu para Pellegrini. “Esta sempre foi uma construção. Eu nunca me submeti a mudar meu modo de viver, mas tinha gente ao meu lado e era uma batalha para ver quem tinha mais talento para escrever melhor e apresentar a melhor matéria. Eu não queria impedir ninguém de trabalhar, mas queria que o cara ao meu lado comesse minha poeira. Tive que ganhar a vida para tratar dos meus três filhos. Foi outra contradição que tive que resolver. O que me orientou foi a ideia anarquista de livre associação e livre separação. As pessoas não se associam em liberdade porque elas têm medo de dizer sim e não. A chantagem afetiva pode te impedir de dizer não porque você magoa o outro. Fazer escolhas é um problema terrível. Uma estratégia para lidar com isto é estabelecer projetos com começo, meio e fim. Se der certo, você recompactua; se não, você muda de parceiro”, aconselha. A questão mais forte para o jornalista sempre foi a sobrevivência. Para ele, as pessoas têm uma visão equivocada de que ele é feliz por ser um “cara de boa. Ninguém imagina o que é criar filho, pagar escola. Dinheiro é importante. É necessário”.
As coisas mudaram quando nasceu Antônio, o caçula de Pellegrini, hoje com sete anos. O pequeno, que tem Síndrome de Down, exige a atenção e os cuidados do pai. “Eu não podia mais trabalhar o dia todo, voltar para casa e dar um beijo de boa-noite no meu filho. Foi quando percebi a falta de sentido em trabalhar em uma grande corporação. Me dava dinheiro, mas não era mais viável. Aquilo mexia com a minha sensibilidade e eu tive que fazer uma escolha”, conta. Foi quando voltou a estudar música, especialmente as melodias e composições de Dorival Caymmi. “Não toquei, mas acumulei muita coisa.” A música passou a dar um pouco mais de dinheiro, já que o artista começou a compor canções gravadas por outras pessoas, e os frilas no jornalismo também rendiam “uma graninha boa”.
BERNARDO HOJE
Mesmo diante das idas e vindas para São Paulo, Londrina é a casa de Bernardo Pellegrini. “Meus amigos, minha família e as pessoas que gosto estão aqui. A vida é gostosa”, diz. Quando o jornalista ainda era menino, seu avô comprou três hotéis, um para cada filho: um em Londrina, outro em Apucarana e o terceiro em Arapongas. No “sorteio”, o pai de Pellegrini ficou com o de Apucarana, “mas a vida da gente era toda aqui. Casei, me separei, fui para São Paulo, mas tinha que trazer minha filha para cá. Viver em Londrina era mais simples que viver em São Paulo, então nas épocas em que faltava grana eu voltava também”.
A casa de madeira onde mora hoje foi construída quando Antônio nasceu. “Morávamos na Estrada dos Pioneiros, mas a região cresceu muito. Ficou quase impossível ter uma vida na calçada, sair, brincar na rua. Eu tinha um dinheiro guardado das campanhas políticas e da época em que trabalhei na Sercomtel, então construí esta casa de peroba reciclada”, conta.
É sob a encantadora estrutura de madeira que Pellegrini “se vira”: o jornalista e músico faz frilas, está lançando o projeto “Ber na Web” e pretende, com o novo site, escrever mais. “Vivi 2017 praticamente com os direitos autorais da música gravada pela Simone Mazzer com a Elza Soares. Eu me viro. Não sei como sobrevivo. É uma vida alternativa: não tenho aposentadoria, não tenho poupança. As plataformas digitais deram uma sobrevida, mas é isso. Passei os últimos cinco anos em processo de assimilação. Não foi fácil sair de um esquema corporativo. Você vive um ano com o dinheiro guardado, e de repente começa a vender o carro, se desfazer disso e daquilo… chega um momento em que você volta à vida alternativa e precisa pagar as contas”, explica.
O lançamento do álbum “Outros Planos”, ao lado do clipe de “Frágil”, são as apostas de Pellegrini para retomar o trabalho com a música. Além disso, o artista produz e apresenta, na Rádio UEL FM, o programa “Sonora Londrina”, que toca canções que formaram o DNA da música londrinense. O programa não se atém apenas às composições antigas, mas desvenda o cenário independente atual, “cheio de riquezas, diversidade, qualidade técnica e artística dos novos músicos”, define Pellegrini.
Os planos para 2018 também incluem dois livros: “Londrina no tempo” e “Londrina de passagem”. O primeiro reunirá relatos dos londrinenses que viveram no tempo das fanfarras e dos festivais, e o segundo será formado por perfis de personalidades que passaram pela cidade, tais quais o clarinetista Booker Pittman, o arquiteto Vilanova Artigas e o compositor e jornalista David Nasser. Pellegrini conta que já reuniu bastante material, mas não tem pressa. “Vou soltando os textos no site, aos poucos, e depois vem o livro. Ainda tem muita entrevista para fazer, mas estou animado.” Os livros são uma boa saída para que o jornalista continue a escrever, já que “o jornalismo tradicional não pretende mais nada comigo. Um grande jornal não vai me dar um emprego – eu vou questionar os anunciantes, as informações que os leitores querem e que não têm nada a ver com a vida humana”.
A crítica em relação ao jornalismo tradicional vai além: para Pellegrini, o jornalismo popular acabou. “O povo saiu do jornal. Ele estava nos periódicos quando era a fonte de renda, quando comprava as edições nas bancas e era para ele que os jornalistas escreviam. Existia um compromisso com o leitor que passou a ser um compromisso com os anunciantes e com o governo”, afirma. “Tivemos uma geração de leitores e intelectuais magníficos no Brasil. Acho que o povo brasileiro tem duas linguagens: a canção, que é a fala, e o jornalismo, que é a escrita. Eu, por acaso, fui para os dois lados. Muitos outros também. Antigamente, o jornalista era artista. Ele enriquecia o trabalho, a linguagem, a construção do texto. Hoje, ele é funcionário. Antes, o jornalista era quem administrava o jornal, já que os donos não sabiam nada sobre escrita. Hoje, não mais. Hoje, em vez do feeling, contratam um cara para fazer uma pesquisa nas ruas e as pessoas dão respostas para uma única pergunta. Isso acaba com a diversidade. O jornalismo popular virou jornalismo empresarial. É um momento de degradação.” Apesar de não acreditar em uma solução para a retomada do jornalismo tradicional popular em veículos escritos – impressos ou digitais –, Pellegrini aponta que o cinema “tem sido mais jornalístico que muito jornal. A grande imprensa é foda. Não tem mais jeito”.
Mesmo diante desta conclusão desanimadora, o jornalista quer trabalhar – e não tem planos de fazer grandes projetos fora da cidade, a não ser divulgar sua música por aí. “Descobri na capoeira, quando me inseri profundamente na cultura negra, que o trabalho dignifica de verdade. Ele aliena, é claro, mas é o que dá razão à sua vida, por isso é tão importante amá-lo. O que dá energia é o que faz sentido. O que não faz sentido te mata. Estar em Londrina faz sentido para mim. Me dá vergonha que muitas pessoas pensem que fora daqui é melhor. Este foi um dos motivos pelos quais eu escolhi fazer o programa de rádio: queria dar um discurso às pessoas. Londrina tem um lastro, um enorme circuito de música alternativa, e ninguém fala disso. Não tem uma matéria sobre isso no jornal local”, afirma.
O cão sem dono quer, finalmente, tornar-se dono de si mesmo, e não tem medo de esperar para concretizar os projetos que estabeleceu com base nas livres associações. Para ele, “projeto de felicidade não é entrar na onda. Um cara que conheci na universidade dizia que Londrina tem dois lados: um lado empreendedor, dos pobres que deram certo, e uma cidade atrasada, de mentalidade oligárquica, atrasada, escravocrata, tardia. Para este cara, dois prédios representavam isto: o prédio da antiga rodoviária inventou o novo no meio do sertão; e a ferrovia, igual à que existe em Curitiba, mostra uma reprodução, uma cópia que não te leva a lugar nenhum. Eu senti o gostinho daquele mundo em branco no qual você podia escrever o que quisesse. Sempre lutei para puxar a cidade para este lado, mas ela oscila. A vida é assim. Não é linear. O que eu quero é ser o agente da minha própria existência, sem ouvir o que todos ouvem, escrever o que todos escrevem. É a coisa mais linda do mundo”.
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clidaosantana · 5 years ago
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jardelteixeiratempodearte · 2 years ago
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Show Jordanna convida Lili Jordanna  Cantora, compositora e professora de canto, nascida em Ubá –MG, Jordanna iniciou sua carreira aos 12 anos apresentando-se em seu estado natal. Participou do programa Raul Gil no quadro Jovens Talentos e das homenagens para Gonzaguinha e Zélia Duncan. De mudança para São Paulo/Mauá, a artista ingressou no circuito cultural paulistano e logo foi apontada como uma das grandes revelações da nova geração de cantoras da MPB. Gravou seu primeiro trabalho CD/DVD intitulado com seu nome em 2009 nos Estúdios Via TV em São Paulo-SP. Atualmente, Jordanna recebe pedidos de shows de norte à sul do país e prepara a primeira turnê pela Europa. 2019- Lançou nas plataformas digitais o single autoral "Razão de ser" pela Associação Periferia Invisível, projeto "Música por minuto" em São Paulo-SP. 2019 - Integra o Show "A voz da poesia e a poesia da voz" com o poeta, escritor e jornalista Ademir Assunção, com poesias musicadas por Zeca Baleiro, Edvaldo Santana, Madan e recentemente pela cantora. 2020- Jordanna integra o Show "Samba para os bambas" com o cantor e compositor Zé de Riba com sambas autorais. 2021 - Lançou o single pela Tratore "Novo lar" em parceria com Henry Durante. 2022 - Se prepara para lançar o EP "Sabor da vida" com canções autorais e parceiros de composição: Robson Cavalcanti e Marcos Lambriny e releituras do compositor Edvaldo Santana.  2022 - Show Jordanna Convida percorre cidades do grande ABC e a capital São Paulo. Lili Figueiredo Artista @lili_artista  no Instagram  https://m.youtube.com/c/LiLiFigueiredoArtista?fbclid=PAAaZPsWe8j7732PRRr4RBwBh-nn-iynw3g5Iw7_OTFAFkCaXBLTDeEwseSs8 Serviço  Jordana convida Lili Dia 11 de dezembro de 2022, às 11h No Parque Ecológico da Gruta Santa Luzia R. Luzia da Silva Itabaiana, 101, Jardim Itapeva, Mauá, SP, 09330-151. (11) 4578-5711 Recomendado para todas as idades Entrada Franca https://www.instagram.com/p/Cl1Z_2VroBh/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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diariocajamarense · 5 years ago
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Cajamar terá Jogo Beneficente com jogadores famosos do futebol nacional
Diversas celebridades do esporte, começando com o craque lateral pentacampeão da Seleção Brasileira, Junior, os tetracampeões Viola e Ronaldão, o goleiro Veloso do Palmeiras, Ademir da Guia, Marco Assunção, Biro Biro, entre outros. .
Com o apoio da Prefeitura de Cajamar, por meio da Secretaria de Esportes, Cultura e Lazer, o Estádio Municipal “Tobias Nogueira” irá receber no próximo dia 8 de dezembro, às 15h, o evento denominado “Jogo das Celebridades”, partida beneficente de futebol que tem como objetivo arrecadar 1 quilo de alimento não-perecível para o Fundo Social de Solidariedade do município, sob o comando da presidente…
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Xico Sá Compartilha Para Seus Leitores, Breve Crônica Escrito Por Chico Buarque, Publicado no Livro Lula Livre - Lula Livro
Xico Sá Compartilha Para Seus Leitores, Breve Crônica Escrito Por Chico Buarque, Publicado no Livro Lula Livre – Lula Livro
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   E como sempre, deixo o meu comentário antes:
Como sou ousado, nem peço, compartilho, porque livros foram feitos para serem compartilhados, lidos, debatidos, independente ou não de posição política…
 Xico Sá publicou:
Com vocês, a breve crônica de Chico Buarque no “Lula Livro Lula Livre”, coletânea organizada pelos bravos Ademir Assunção & Marcelino Freire. Honra tb fazer parte da edição…
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palavrasdosbrasileiros · 6 years ago
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CHACAIS E HIENAS Ademir Assunção a história sempre termina assim os chacais – e também as hienas saltam sobre o leão ferido os chacais – e também as hienas saltam sobre o leão ferido para devorar sua carne – até o osso os chacais – e também as hienas saciam a fome atávica de séculos e mostram os dentes pontiagudos
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